Observador Magazine

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#01 JULHO 2015

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ENTREVISTA

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PS E PSD JUNTEM TRAPINHOS

EXPLICADOR

OPINIÃO

JERÓNIMO DE SOUSA: “TEMOS DE IMPEDIR QUE

LIFTSTYLE

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Bullying: Como identificar a violência e o que fazer

E agora Sócrates fica calado?

Habemus Santini, carago


ÍN DI CE

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Breves notícias

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Explicador

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Opinião

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Entrevista Jerónimo de Sousa

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Lifestyle

O que é o bullying?

E agora Sócrates fica calado? Lisboa está cada vez mais suja

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Ficha Técnica Conselho de Administração DAVID DINIS

EDITORIAL O Observador é um jornal diário online, independente e livre. O Observador procura a verdade e subordina-se aos factos. Nunca nos deixaremos condicionar por interesses partidários e económicos ou por qualquer lógica de grupo. Somos responsáveis apenas perante os nossos leitores. O Observador não perfilha qualquer programa político mas tem um olhar sobre o país e sobre o mundo. O Observador assume os princípios fundadores da Civilização Ocidental, derivados da antiguidade greco-romana do Cristianismo e do Iluminismo. O Observador orienta-se pelo princípio da dignidade da pessoa humana e pelos valores da democracia, da liberdade e do pluralismo. O Observador vê com ceticismo as utopias dirigistas e prefere as mudanças graduais, susceptíveis de teste e de correcção. O Observador coloca a liberdade no centro das suas preocupações e defende uma sociedade aberta, com instituições respeitadoras da lei e dos direitos individuais. Acreditamos que o desenvolvimento harmonioso tem de ser inclusivo e não deixar ninguém para trás.

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Secretariado Estrela Mandillo

O Observador estará na linha da frente do processo de mudanças tecnológicas e relacionais, sempre atento à inovação e promovendo a interação com os seus leitores.

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BREVES NOTÍCIAS

POLÍTICA

Medina gosta de Névoa. Apoio só nas eleições. Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa e figura socialista próxima de António Costa, defende que Sampaio da Nóvoa será um “excelente Presidente” e que “tem condições para ser o candidato do PS, se assim o entender”. Tal como o próprio líder do PS tem vindo a defender, Medina também só quer que o partido fale de presidenciais depois de encerrar o capítulo das legislativas em outubro.

ECONOMIA

PAÍS

PIB dos EUA recuou 0,7% no primeiro trimestre

ASAE apreendeu 573 mil euros em álcool ilegal

O Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano recuou 0,7% no primeiro trimestre de 2015, penalizado por um inverno rigoroso e pela valorização do dólar, indicam dados divulgados esta sexta-feira pelo Departamento do Comércio. Esta é a primeira contração da atividade económica norte-americana desde há um ano e reflete uma nítida deterioração em relação ao crescimento de 2,2% registado no trimestre anterior. Uma primeira estimativa divulgada em finais de abril apontava para um crescimento a um ritmo anual de 0,2% entre janeiro e março deste ano, dados que agora foram corrigidos.

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A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou os respetivos processos de contraordenação, “tendo ainda sido detetadas irregularidades na rotulagem, nomeadamente, por inexatidão de indicações legalmente obrigatórias e utilização de menções indevidas”. Os economistas consultados pela Bloomberg já previam uma contração da economia, que sofreu, também, com atrasos em alguns portos. Em média, os economistas previam um recuo de 0,9% do PIB no primeiro trimestre. Os economistas consultados pela Bloomberg já previam uma contração da economia, que sofreu, também, com atrasos.

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A ASAE apreendeu e mais de 145 mil embalagens de produtos vitivinícolas, avaliados em mais de 573 mil euros, num armazém ilegal no concelho de Pombal. Durante a ação de investigação, realizada na passada quinta-feira pela Unidade Regional do Centro da ASAE, foram apreendidas embalagens de vinho tinto, branco, espumante, frisante e licorosos, aguardentes, brandy, bebidas aromatizadas, jeropiga e licores, correspondendo a 150 mil litros. Em comunicado, a ASAE adianta que “a ação de fiscalização foi desencadeada num armazém não licenciado onde se encontravam a funcionar duas empresas ilegais .

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou os respetivos processos de contraordenação, “tendo ainda sido detetadas irregularidades na rotulagem, nomeadamente, por inexatidão de indicações legalmente obrigatórias e utilização de menções indevidas”. A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou os respetivos processos de contraordenação, “tendo ainda sido detetadas irregularidades na rotulagem, nomeadamente, por inexatidão de indicações legalmente obrigatórias e utilização de menções indevidas”.


DESPORTO

Harriette tem 92 anos e terminou a maratona Aos 92 anos e 65 dias, Harriette Thompson, natural de Charlotte na Carolina do Norte terminou a sua 16ª maratona de San Diego. O feito merece registo no livro: é a mulher mais velha do mundo a terminar uma corrida nesta distância. Harriette atravessou a linha da meta com o filho e disse que estava bem, por estar a ser “muito mimada” durante todo o trajeto. Harriette demorou mais de sete horas a concluir a sua prova. Um Um tempo impressionante tendo em conta que para além da idade, sobreviveu a três cancros e em janeiro o seu marido faleceu. “Não pude treinar muito bem porque o meu marido estava muito doente e eu tive de o acompanhar. Ele morreu em janeiro e nessa altura tive de fazer alguns tratamentos na perna”, disse a antiga pianista depois de atravessar a meta. CULTURA

Governo dá 20 mil euros por papeleira do século XVIII

Uma papeleira portuguesa do século XVIII foi adquirida pelo Estado em leilão, por 20 mil euros, para integrar o acervo do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), anunciou a Direção-Geral do Património (DGPC). De acordo com um comunicado do gabinete de imprensa da DGPC, a papeleira de cilindro D. Maria I foi adquirida num leilão realizado na segunda-feira, pela Cabral Moncada Leilões, em Lisboa. A papeleira tem a particularidade de estar identificada pelo autor – Domingos Tenuta, “um dos poucos marceneiros que assinavam as suas obras” – e com a data de produção, 1790, “procedimento muito raro no mobiliário” do país, segundo a DGPC. Esta papeleira fez parte da “Exposição de Ambientes Portugueses dos séculos XVI a XIX”, no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, realizada em 1969, encontrando-se identificada e reproduzida no catálogo da mostra. Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, desde pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, da Idade Média ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais. Esta papeleira fez parte da “Exposição de Ambientes Portugueses dos séculos XVI a XIX”, no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, realizada em 1969, encontrando-se identificada e reproduzida no catálogo da mostra. Criado em 1884, o MNAA .

CIÊNCIA

Ébola:vírus no olho de médico dois meses após cura

Trata-se do médico norte-americano Ian Crozier, de 43 anos, que tinha sido declarado infetado pelo Ébola em setembro de 2014, quando estava a trabalhar para a Organização Mundial da Saúde (OMS) na Serra Leoa. O médico foi repatriado para os Estados Unidos, onde foi tratado no Hospital Emory, em Atlanta.

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EXPLICADOR

O que é o bullying? Como identificar a violência e o que fazer

VERA NOVAIS

O que é o bullying?

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Ainda que o bullying esteja relacionado com um comportamento violento, nem todas as atitudes violentas podem ser consideradas bullying. Uma luta ocasional entre colegas não é bullying. Intencionalidade e repetição são palavras chave para classificar como bullying um comportamento violento. É uma situação que resulta de um desiquilíbrio de poder entre agressor e agredido. Um ou mais indíviduos mostram-se superiores a nível físico e abusam física ou psicologicamente de uma ou mais vítimas. É normalmente praticado entre pares – pessoas que têm algo em comum -, como colegas da mesma turma, pessoas da mesma idade ou indivíduos relacionados com o mesmo grupo. Acontece normalmente entre crianças e jovens do ensino básico, mas pode manter-se no ensino secundário ou mesmo na idade adulta. A expressão bullying é utilizada com mais frequência para falar deste tipo de situação de agressividade entre colegas na escola ou entre irmãos, mobbing quando se refere a colegas de trabalho e violência doméstica quando se trata de um casal.

2 Que tipos de bullying existem O bullying pode ser praticado de várias formas, seja a nível físico ou verbal, isoladamente ou em simultâneo. Mas em qualquer dos casos, a violência psciológica está sempre presente e o objetivo é sempre o mesmo, humilhar e causar desconforto e insegurança à vítima. A Associação de Apoio à Vítima (APAV) identificou os seguintes cinco tipos: Físico: empurrar, prender, bater, cuspir, roubar dinheiro ou bens pessoais, rasgar a roupa; Sexual: insultar ou fazer comentários de natureza sexual, obrigar à prática de atos sexuais; Verbal: chamar nomes, gritar, humilhar, ameaçar; Social: deixar a vítima fora das atividades de grupo, espalhar mentiras, rumores, segredos e comentários negativos; Ciberbullying: usar meios digitais como SMS, email, sites e redes sociais, como forma de disseminar informação falsa, perseguir ou insultar. Outras fontes referem três tipos: direto e físico, direto e verbal, indireto.

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3 Que tipos de bullying existem O agressor ou bully tende a ser mais forte a nível físico e a ter um perfil violento e ameaçador. “Os estudos mostram que os agressores são, usualmente, crianças ou jovens que revelam pouca empatia e que apresentam uma constituição física mais robusta do que os seus pares. De uma forma geral, pertencem a famílias pouco estruturadas, caracterizadas por um fraco relacionamento afetivo entre os seus membros, por uma insuficiente supervisão da parte dos pais ou dos responsáveis pela sua educação/formação e pela existência de comportamentos violentos no seio da família como forma de solucionar conflitos”, refere Maria Fernanda Velez na tese de mestrado. Os agredidos ou vítimas passivas podem ter alguma característica que o torna mais susceptível à agressividade dos pares, como usar óculos, ter excesso de peso, ser homossexual, ser de outra etnia ou ter um comportamento introvertido. São normalmente pessoas inseguras, com menos autoestima e que se isolam mais. O bullying pode afetar a saúde física, emocional e social das crianças envolvidas e ter consequências graves, tais como depressões e, em última análise, suicídio.

Existe um outro tipo de agressores que são simultaneamente vítimas, chamados vítimas provocativas ou reativas. Estas vítimas reagem quando são atacadas, mas não conseguem afirmar-se perante o agressor de forma assertiva. Também podem tornar-se agressores de outras pessoas que considerem mais frágeis. As vítimas reativas são normalmente mais impulsivos, mais ativo e provocam maior irritabilidade. O facto de reagirem pode despertar nos agressores maior vontade de manter a agressão porque se divertem com a reação do agredido, explica Sónia Seixas, psicóloga pedagógica e subdiretora da Escola Superior de Educação de Santarém (ESES).


EXPLICADOR

4 Como identificar uma vítima de bullying?

5 Como detectar um agressor

As vítimas de bullying têm muitas vezes alterações de comportamento ou na saúde: alterações no humor, abatimento físico e psicológico, pouca paciência, mais alheado do que de costume, mais introspectivo, com piores resultados na escola ou a nível profissional, com queixas físicas permanentes (dor de cabeça, de estômago, fadiga), irritabilidade extrema, inércia. Mas é importante que não se confundam estes sinais com outras características próprias, por exemplo, da adolescência. Os pais podem perceber que o filho está a ser vítima de bullying na escola quando ele pede para ser levado à escola quando normalmente já não o faria, quando aparece em casa com os bens pessoais danificados, com marcas de agressão física ou com falta de alguns objetos, também quando não são convidados para sair com os colegas da escola ou quando perdem o gosto pelas atividades de lazer. Embora as agressões possam não se manter na vida adulta, a vítima pode manter os problemas psicológicos durante esta fase da vida. Na vida adulta podem ter dificuldade em confiar nos outros, problemas de ajustamento social e incapacidade de se relacionar com os outros.

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Embora não haja provas de uma predisposição genética para a agressividade de um indivíduo, pode haver tendência para um temperamento mais impulsivo. Este temperamento quando não é controlado pelo ambiente ou pela educação pode resultar numa criança com comportamentos violentos, explica a psicóloga Sónia Seixas. Os sinais no agressor são mais difíceis de detetar, mas podem identificar-se alguns comportamentos antissociais, agressividade, deliquência, vandalismo ou consumo de substâncias ilícitas. Pais e professores podem identificar na criança agressora uma maior dificuldade em respeitar figuras de autoridade e pouca resistência à frustação. Os filhos que aparecem em casa com objetos que não lhes pertencem pode ser outro sinal para os pais. Por isso, não é só a vítima que terá problemas de adaptação no futuro, também o agressor terá perturbações de conduta e falta de capacidades de adaptação social, que se podem na idade adulta. Alguns estudos mostram que as crianças agressoras terão mais tendência para se envolverem em atividades criminosas. Mas o comportamento do agressor pode ser condicionado pela atitude da comunidade onde vive. Caso os comportamentos agressivos sejam valorizados, o agressor pode ter um estatuto popular dentro do grupo. Alguns estudos mostram que as crianças que são simultaneamente vítimas e agressoras tendem a mostrar características mais acentuadas de ambas as situações.

Como ajudar as vítimas de bullying? Seja amigo, encarregado de educação, professor ou colega de trabalho é importante mostrar à vítima que está recetivo para ouvir os problemas, mas sem insistir demasiado. Deve manter uma postura aberta e ser um bom ouvinte, sem criticar nem fazer julgamentos negativos. Acima de tudo não deve ser um observador passivo. A intervenção de uma pessoa que veja ou se aperceba que outra é vítima de bullying pode ser o suficiente para acabar com o comportamento agressivo do bully. Quem pretende ajudar uma vítima deve incentivá-la a denunciar a situação e a procurar ajuda junto de entidades como a APAV para jovens (Associação de Apoio à Vítima), o Portal Bullying ou o Instituto de Apoio à Criança. Ter atenção aos relatos e confirmar com os colegas, professores ou outras pessoas do mesmo meio se os relatos são verdadeiros.

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7 A agressividade nas escolas é expressiva? Estes são os crimes registados pela PSP, em ambiente escolar, no ano lectivo de 2013-2014: 34% dos crimes ocorridos dentro e fora da escola estavam relacionados com agressões Em média de 185 casos de agressões por mês, num total de 166 Registaram-se 185 casos de ofensas sexuais 72,2% das ocorrências (6693) em contecto escolar foram de natureza criminal - aumento de 5,4% de casos participados à polícia e de 8,1% crimes propriamente ditos.



OPINIÃO

E agora Sócrates fica calado?

ALEXANDRE HOMEM CRISTO

A prisão domiciliária de Sócrates não é uma boa notícia para o PS e deve ter tirado o sono a Costa, a quem interessava que este permanecesse esquecido em Évora, longe dos holofotes e dos microfones.

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questão não é apenas judicial, é sobretudo política. E a pergunta é a de um milhão de dólares: ficando em prisão domiciliária e com maior margem de manobra em termos de contacto com o exterior, conseguirá Sócrates manter-se afastado do debate político e, consequentemente, da campanha eleitoral? A resposta não valerá dinheiro, mas poderá valer a vitória nas eleições legislativas. A razão é simples: quanto mais espaço mediático for ocupado por Sócrates, maior a dificuldade para o PS se distanciar do seu legado tóxico – tanto em termos políticos (resgate financeiro) como em termos de imagem pública (corrupção). Ou seja, estrategicamente, a possibilidade de prisão domiciliária de Sócrates não é uma boa notícia para o PS e deve ter tirado o sono a António Costa, a quem interessava politicamente que o ex-primeiro-ministro permanecesse esquecido em Évora, longe dos holofotes e dos microfones. No arranque da campanha eleitoral, há pois uma nova carta na mesa. Confirmando-se a prisão domiciliária e se Sócrates não resistir a imiscuir-se dos assuntos políticos nacionais (como já na prisão em Évora mostrara dificuldade em fazê-lo), será muito fácil à coligação PSD/CDS fazer passar a mensagem e associar a irresponsabilidade dos Governos Sócrates ao PS de António Costa. E o mesmo acontecerá se, mesmo ficando calado, o dia-a-dia do ex-primeiro-ministro voltar a ocupar os telejornais – enquanto se falar dele na televisão, o fantasma de Sócrates .

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Depois de tanta especulação sobre se a coligação introduziria ou não o caso Sócrates na sua campanha eleitoral, a hipótese de ele se introduzir a si próprio é real e parece caída do céu. E, do lado dos socialistas, após tanto esforço para separar as águas entre o partido e o caso Sócrates, António Costa poderá encontrar-se perante uma situação de risco de contágio para a sua campanha eleitoral. Como se costuma dizer, a esperança é a última a morrer e a que resta a António Costa é que Sócrates rejeite a prisão domiciliária. Ora, se não o fizer e de facto se verificar a prisão domiciliária de Sócrates, esta terá implicações políticas e judiciais. Deixo de fora as judiciais e fixo-me nas políticas, onde já referi o contágio do caso Sócrates na campanha eleitoral, que beneficiaria a coligação PSD/CDS. Acrescento uma outra implicação política, mais indirecta. No próprio PS, não se deve menosprezar o risco de que fidelidades de algumas figuras ao ex-primeiro-ministro possam condicionar a relação destes com António Costa e, em última instância, fragilizem a sua liderança. Pode parecer improvável, mas não seria um problema novo. A memória diz-nos que, enquanto a voz de Sócrates se fez ouvir para lá das paredes de Évora, o PS pareceu responder a dois líderes em simultâneo. De resto, mesmo antes, foi liderando em paralelo que Sócrates ajudou António Costa a tramar António José Seguro. Por enquanto, adaptação significa encaixar o facto de que Sócrates está em vias de se tornar personagem principal da história destas eleições. E mais ainda assumirá esse papel se o Ministério Público divulgar a acusação antes de Outubro. Quem se iludiu na esperança de uma campanha marcada pelo debate de ideias pode desistir, pois não será a TSU a determinar o voto dos portugueses. Por isso, preparem-se: o Verão promete ser quente e longo.


Lisboa está com mau aspecto

LUCY PEPPER

Cresce como o bolor, sobe pelas paredes e pelos muros, deixando manchas pretas e feias. Esta cidade está a ser comida vivo pelos graffiti.

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resce como o bolor, sobe pelas paredes e pelos muros, deixando manchas pretas e feias. A única coisa que o impede de chegar mais acima é a altura média dos adolescentes da espécie humana. Esta cidade dos séculos XVI, XVII, XVIII, XIX e XX, esta jóia barroca à beira Tejo, a cintilar sob a luz de um sol singularmente brilhante, que saltita entre o céu e o oceano Atlântico, está a ser comida vivo pelos graffiti. As fotografias que aqui podem ser vistas foram tiradas em não mais do que um quarto de hora. Ao nível mais baixo, os graffiti são representados pelo “tagging” nojento, feito por idiotas que rabiscam os seus nomes em qualquer superfície, independentemente de quão preciosa seja essa superfície, apenas porque lhes apetece e porque podem. De mistura com os nomes, aparecem as anedotas e ditos supostamente subversivos, os insultos racistas e as declarações de amor. Também há, por tudo quanto é sítio, aquela coisa hedionda que são os nomes escritos em letras do tamanho de uma pessoa, redondas e cheias, altamente coloridas e brilhantes, e que, tal como a música de dança dos anos 90, nunca mudam: têm o mesmo aspecto que tinham em Nova Iorque nos anos 70 e não são mais interessantes do que qualquer coisa que uma miúda desenha no estojo dos lápis. São tão entediantes e subversivas como um pano molhado caído no chão. Há ainda os graffiti hipster, estranhos e surreais, e que ou são irónicos ou tão profundos que ninguém, além dos hipsters, os podem entender. Anarquistas e comunistas sentem-se a vontade para pintar as suas banais chamadas às armas ou aos protestos porque acham que os muros não pertencem a ninguém (os anarquistas) ou pertencem a todos igualmente.

Pergunto-me quantas conversões às suas crenças eles obtiveram desta maneira. Nos dias da censura de Estado, podia-se desculpar os escritos nas paredes. Mas, hoje, temos a internet. A cultura dos graffiti é uma cultura de “wise-assery”, de plágio e de repetição, tudo a fingir que é rebelião… rebelião sem muita causa, além da sujeira que ninguém consegue limpar. Agora, temos de chamar aos graffiteiros “street artists”, senão eles põem-se a chorar lágrimas de tinta permanente. Pior ainda, graffiti de todas as espécies estão a ser encorajados vivamente… por nós. Nestes últimos anos, a “street art”, ou “arte urbana”, tem sido nobilitada por umas secções do mundo das artes e, mais estúpida e irritantemente, pelas câmaras municipais. É preciso dizer que todos foram ludibriados. A maior parte da arte urbana permitida e promovida é tão feia como qualquer “tagging”. Não tem graça, nem espírito, nem imaginação, nem talento (um “aside”: existe um artista urbano de que gosto muito, não só porque é tecnicamente brilhante, mas também porque trabalha com/dentro/e através da matéria prima dos edifícios que desfigura/reconfigura. Ele é o Vhils, e é o único).

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ENTREVISTA

JERÓNIMO DE SOUSA:

A QUESTÃO QUE ESTÁ COLOCADA É, NO FUNDO, SABER SE O POVO PORTUGUÊS, EM OU NÃO DIREITO DE DECIDIR AUTONOMAMENTE O SEU FUTURO

DAVID DINIS

Defende o debate sobre uma saída progressiva da zona euro porque não é a Europa que ajuda a resolver os problemas do país. Ri-se sobre eventuais entendimentos com o PS. Pergunta de volta: “Para quê?”. Jerónimo de Sousa é secretário-geral do PCP há 11 anos e, se o PCP assim o entender, será durante mais algum tempo. “Estou aqui para as curvas”, costuma dizer. Em entrevista ao Observador, a terceira de um conjunto de sete entrevistas aos líderes partidários que vão concorrer às legislativas de outubro, deixa críticas à alternância e à tradição de PSD e PS governarem “por turnos”. “Se pensam que juntando duas fraquezas fazem uma força, estão enganados”, diz, adivinhando que alguns “centros de decisão” vão pressionar para que PS e PSD “juntem os trapinhos” e governem em Bloco Central. Propõe um debate sério sobre a possibilidade de uma saída progressiva e gradual da zona euro – não da União Europeia – porque a relação de um Estado com a Europa tem de ser “aberta” e é o povo que tem de decidir autonomamente o seu futuro. A hipótese de um referendo à permanência no euro está em cima da mesa.

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ENTREVISTA

Jerónimo de Sousa, queria começar de uma maneira talvez diferente das entrevistas que tenho visto consigo. Para si, qual é a empresa mais bem gerida do país? Não tenho grande prática, nem grande conhecimento… Não tenho assim uma empresa de referência mas, neste quadro tão complexo e difícil, mais do que aquelas empresas com lucros e dividendos fabulosos, que poderiam ser uma referência, eu elegeria algumas pequenas e médias empresas que sobrevivem com algumas dificuldades que decorrem dos custos dos fatores de produção, crédito caro ou dos impostos brutais a que estão sujeitas. O exemplo da restauração é quase paradigmático! Os impostos são brutais para todos, na verdade. Mas em termos de capacidade e criatividade, acho que escolheria um restaurante gerido por dois irmãos, ali no Pote de Água, que tem uma enorme capacidade de atração. Conseguem manter a sua casa cheia com base na qualidade, sem praticarem preços exagerados. Com apenas 10 ou 12 trabalhadores, têm conseguido fazer boa cara ao mau tempo, como se costuma dizer. Sabe se eles conseguem ter lucro, apesar do aumento do IVA na restauração? Têm dificuldades em relação ao IVA, ao pagamento de algumas contas, aos encargos da segurança social. Eles falam dessas dificuldades. Mas como é uma empresa gerida pela família que tem por base a qualidade, a forma de receber, os preços não escaldam muito. É um exercício que valorizo muito. Há muitas pequenas e médias empresas que mereciam aqui estar neste ranking. Mas ocorre-me este exemplo, tendo em conta as dificuldades reais que estas empresas têm. Eu não vou falar numa grande distribuidora. Não vou falar na EDP, com as suas rendas fabulosas. Porque essas são fáceis de gerir. Agora… conseguirem singrar naquelas situações de dificuldade, de aperto, acho que isso é muito valorativo. No programa do Partido Comunista Português, nas linhas gerais aprovadas em comité central, há escassos meses, fala-se uma vez mais na necessidade de nacionalizar algumas empresas e bancos portugueses. Eu queria-lhe perguntar, concretamente, que casos entende que deviam merecer intervenção do Estado? Eu destacava aqui a questão da banca. Da banca comercial, obviamente. Nós temos a ideia de que o dinheiro é um bem público. E que, nestes tempos de crise, verificamos que a gestão da banca tem sido, no mínimo, desastrosa. Imagino que esteja a falar dos casos… Do BPN, BCP e do BES, designadamente.

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“Nós somos devedores - há credores - mas há uma ideia geral, particularmente para os partidos da maioria, de que isto é uma matéria intocável, um tabu, que parte do pressuposto de que os credores é que têm os direitos todos”. Jerónimo de Sousa Acha que toda a banca que está em Portugal foi mal gerida, ou cumpriu mal o seu papel? Eu acho que os exemplos falam por si. Sem fazer grande juízo de valor, não generalizando toda a banca, coloco esta necessidade desse controlo público da banca comercial. Sobre a renegociação da dívida, é uma ideia que o PCP defende já há alguns anos, e diz muito claramente que não é apenas uma questão de renegociação de prazos, é também uma renegociação de montantes da proposta. O PCP tem uma estimativa de quanto é que é preciso cortar na dívida pública nacional portuguesa para que ela se torne sustentável? Eu acho que isto necessita de uma introdução. Nós temos a dívida que temos, mas vamos ter que arranjar 60 mil milhões de euros para dar resposta, em termos de curto e médio prazo, para pagamentos. A posição do Partido Comunista Português tem que ver com o seguinte: nós somos devedores – há credores – mas há uma ideia geral, particularmente para os partidos da maioria, de que isto é uma matéria intocável, um tabu, que parte do pressuposto de que os credores é que têm os direitos todos. Nós, mesmo como devedores, temos direitos. Tendo em conta a necessidade que temos de crescimento e de desenvolvimento económico – toda a gente está de acordo com isto – então nós, em relação à dívida, discutimos com os credores um processo que tenha a ver com os juros, com os montantes, com os prazos, criando um processo de renegociação. Nós entendemos que é inseparável o envolvimento de outros países na mesma situação que o nosso, por isso propomos, por exemplo, que seja aplicado uma moratória. Tomando como exemplo os alemães que, depois da Segunda Guerra Mundial estavam endividados e ressuscitaram. Uma moratória para poder levar o país ao crescimento.


Há uma questão de calendário quando estamos a discutir essas soluções em cadeia para a situação portuguesa. Ou seja, para que exista dinheiro para algum investimento que o país precisa, é preciso que a negociação esteja concluída. Ou não? Não. Eu acho que isto tem que ter um sentido dialético, ou seja, toda a gente estará de acordo de que nós precisamos de produzir mais para dever menos. E se é necessário produzir mais, tendo em conta o problema da própria dívida que existe, há uma parte significativa sobre a qual o Estado português deve assumir a sua responsabilidade. Nós não dizemos “não pagamos”, o que dizemos é “com este ritmo chegará um momento em que não poderemos pagar”, que é uma coisa diferente. Há aqui uma mistificação tremenda, Portugal não é um país pobre. Portugal tem potencialidades imensas. Recursos, como sabe. O subsolo, designadamente. Agora toda a gente fala do mar… Mas depois ouço o Presidente da República muito preocupado com a economia do mar… então não foi o então primeiro ministro Cavaco Silva que liquidou a nossa frota pesqueira, a nossa marinha mercante e a nossa industria naval? E além disso este país tem uma riqueza única, que é o seu próprio povo. Os trabalhadores que, no plano da indústria, até com base no saber da experiência feita, têm capacidades e criatividade imensas que não estão a ser potenciadas. O plano da reindustrialização do país, por exemplo, toda a gente insiste nesta ideia, mas não apresentam medidas concretas de apoio à nossa indústria, de apoio às pequenas e médias empresas que têm feito um esforço tremendo. Eu reconheço esse esforço para fazer vingar a sua produção e o seu negócio. Encontramos sempre por parte do poder político dificuldades: mais carga fiscal, não contar com os custos dos fatores de produção, sempre a pensarem nos salários (pensam que é preciso cortar salários para aumentar a produtividade). O que nós e os empresários dizemos é que é necessário ter acesso ao crédito mais barato, aos preços dos combustíveis, dos transportes, o preço das telecomunicações, do gás… O que me está a dizer tem muitas ligações com o facto de termos uma soberania muito ligada à União Europeia. Do ponto de vista político, o primeiro-ministro Alexis Tsipras é para si o bom ou o vilão? Eu nunca caracterizei um dirigente do Syriza, mas, em primeiro lugar, chegou ao poder resultante de um sentimento profundo do povo grego. Naturalmente, havia ali uma contradição. Apesar de não termos de dar lições aos gregos, porque são os gregos que decidem sobre a Grécia, e não devermos fazer comparações porque em termos de cultura e história, de condições, somos diferentes, mas existia ali uma contradição porque se a ruptura não era possível… Ruptura com a União Europeia? Com a União Europeia não, mas com a zona euro sim. Embora os instrumentos e as orientações advenham da União Europeia, o que leva esta contradição a acentuar-se. Fico espantado com os defensores que estão sempre a bater com a mão no peito, desta União Europeia de coesão económica e social, esta União Euro-

peia. de coesão económica e social, esta União Europeia solidária. Não se impressionem com os exercícios que essa União Europeia está a fazer com a Grécia: ou capitulas ou morres. Há quem confie que é a União Europeia que nos vai ajudar a resolver os nossos problemas. Não é verdade. Do nosso ponto de vista, não é verdade. E isto não tem a ver com uma política isolacionista, uma política de fechamento do nosso país, não! Nós vemos um relacionamento aberto com a Europa.

Entendimentos e convergências fazem-se sempre, podem fazer-se sempre. O grande problema é ‘para quê?’ Jerónimo de Sousa

E cada vez mais fora do Euro? Isso é outro problema. Nós não propomos uma saída súbita, isso seria desastroso. Mas quem é que nos impede, tendo em conta esta situação que estamos a viver, de nos prepararmos para uma possível saída? Ou sermos expulsos, que é uma coisa que não está fora do horizonte. Acha que isso pode acontecer à Grécia, nomeadamente, neste processo? Pode acontecer, obviamente. Mas isto será um processo e não um ato súbito. Acho. Se for um ato súbito será mau para nós. Portanto o que propõe é uma espécie de desmame do Euro até regressarmos ao escudo. Até regressarmos à plena soberania monetária? Pode não significar o regresso ao escudo. Mas a proposta do PCP é “sim ou não”. E mais uma vez, tal como a renegociação da dívida, deveríamos partir para um debate, para um estudo. No plano das decisões nós dizemos que tem de ser no plano institucional, é o Governo que tem de encetar um processo dessa natureza. E quem decide isso? Um referendo ou o Governo? Nós consideramos que, em última análise, quem pode decidir é o povo português. Não é necessário nem obrigatório que haja só a solução de referendo. Mas vai reparar que a nossa proposta é sempre acompanhada por esta ideia crucial: o povo português decidirá. E nesse sentido, a nossa proposta, entendida como um processo, insiste nesta ideia. Deveria ser encarada com um sentido de responsabilidade e da solução patriótica. Qual é o problema de discutirmos? Estudarmos? De nos prepararmos? De confrontar ideias? 15


#01 JULHO 2015

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LIFESTYLE

LIFESTYLE COMIDA

AMOR E SEXO

MOUSSE DE CHOCOLATE E ABACATE

Afinal, quem trai mais? Os rendimentos podem explicar “Estas hormonas deixam-me louca!”. Quantas vezes já pensou ou disse isto? Ser mulher não é fácil, que o diga a ginecologista e obstetra Marcela Forjaz, responsável pelo livro que roubou o título à referida expressão feminina. Em quase 200 páginas, Forjaz explica as influências das hormonas nas diferentes fases da vida de uma mulher, desde a temida adolescência, na qual as miúdas se comparam umas às outras, à menopausa, estigmatizada por questões culturais e familiares, passando ainda pelo normal quotidiano feminino.

COMIDA

Habemus Santini, carago A primeira loja Santini fora da grande Lisboa abre oficialmente esta terça-feira, dia 16, no Largo dos Lóios, perto da estação de São Bento, no Porto. A loja, que funcionará todos os dias entre as 11h00 e a 00h00, tem 150 metros quadrados e 40 lugares sentados. É em tudo semelhante, mas um pouco maior, à que a marca tem em Lisboa, no Chiado.

Cortar os abacates ao meio, com uma colher retirar a polpa. Colocar todos os ingredientes num processador de alimentos e misturar até se obter um creme macio. Servir em tacinhas salpicado com o coco, os pistácios e as pepitas.

AMOR E SEXO

Desgostos amorosos transformados em arte urbana Peyton Fulford lançou um repto aos seus seguidores no Tumblr: que lhe mandassem pensamentos, mensagens de telemóvel ou frases dos seus diários. O desejo foi concedido, mas o que esta americana de 20 anos não esperava era uma participação em massa de pessoas de todo o mundo nem um tópico recorrente: o amor. 18

PREPARAÇÃO

#01 JULHO 2015

BELEZA E BEM ESTAR

“Moda” do treino em jejum Poucos benefícios para emagrecer


VIRAL

Afinal, quem trai mais? Os rendimentos podem explicar

Mariana Crisóstomo, mais conhecida por Junkhead, é a artista por trás destas ilustrações que são uma representação literal de expressões portuguesas e não da mensagem que pretendem transmitir. A ideia surgiu quando a ilustradora leu o artigo de Sandra Guedes intitulado “The 20 Funniest Portuguese Expressions (and how to use them)”.

RECEITA Para 2 a 4 pessoas 2 abacates maduros, médios 4 colheres de sopa de cacau 50 g de chocolate com 70% cacau ou superior, derretido em banho maria, opcional 6 tâmaras Medjool 1/2 colher de chá de canela 1 pitada de sal marinho

BELEZA E BEM ESTAR

Para servir Pistácios tostados pepitas de cacau cru Coco em lascas tostado

Dica: As tâmaras Medjool são um tipo de tâmara maior, muito suculentas e macias, e normalmente vendidas sem conservantes. Se não encontrarem podem ser substituídas por 4 colheres de sopa de mel ou xarope de ácer ou até por uma banana bem madurinha.

Em véspera de exames? Se quer ter boa nota, durma Fazer diretas antes de um exame é um clássico. Uns fazem-nas porque começaram a estudar tarde, outros porque a ansiedade não permite dormir e até há aqueles que têm medo de não acordar a tempo da prova. Se sofre de algum destes males, saiba que estudar em cima da hora nunca surtiu grandes efeitos e o melhor é mesmo ir dormir. Um estudo recente, publicado na PLOS Computational Biology e feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no Brasil, revelou que dormir é essencial para preservar as memórias, principalmente durante a época de exames. Se sofre de algum destes males, saiba que estudar em cima da hora nunca surtiu grandes efeitos e o melhor é mesmo ir dormir.

VIRAL

Ganhar dinheiro no Instagram, através da Getty Images O treino em jejum, já usado há muito tempo por atletas de competição, começa a tornar-se tendência para quem pretende emagrecer, mas os especialistas alertam para os riscos desta prática. O treinador pessoal (‘personal trainer’) António Braz reconhece que, nos últimos dois anos, a prática de treinar em jejum começou a ser mais disseminada, acreditando que é apenas uma tendência para “procurar uma forma mais rápida de perder massa gorda”. “As evidências científicas demonstram que os riscos existem. Pode ser um risco, uma vez que os processos metabólicos da gordura e a quantidade de açúcar disponível no sangue são extremamente difíceis de controlar”.

O Instagram é muito mais do que selfies, fotografias de comida ou de tardes bem passadas na praia. A prova disso é o Getty Images Instagram Grant, uma parceria entre a Getty Images e o Instagram que visa impulsionar e premiar vozes emergentes. O que é que tem de fazer? Documentar, através do Instagram, histórias de comunidades pouco representadas à volta do mundo. Isto porque, como diz a Getty Images, “o Instagram veio trazer novas oportunidades às vozes emergentes, que não pertencem a meios de comunicação, de criarem e partilharem projetos de cariz social”. 19



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