Memorial E Projeto Gráfico do livro Sister Outsider - Essays and Speeches

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MEMORIAL DESCRITIVO: PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Do LIVRO

SISTER OUTSIDER - ESSAYS AND SPEECHES

audre lorde Ingrid Fraga de Araújo

ORIENTADORA: LEDNARA CASTRO Olinda 2015


Introdução

p.

3

Projeto gráfico:

4 Objetivos p. 5 Contexto

p.

p.

Justificativa p. 6 Motivação p. 7

Metodologia p. 8 Contextualização Teórica: Design Editorial Margens p. 12 Grids

p.

11

p.

p.

14

33 livros p. 34 artigos p.

15

Pesquisa de Similares Quadro semântico p.

32 materiais auxiliares bibliografia:

Contextualização Temática:

Briefing

p.

13

Tipografia Cores

p.

24 alternativas p. 26 tipografia p. 27 cores p. 28 formato p. 29 grafismos p. 30 grid p. 31 papelaria

22

p.

p.

20

17


Introdução

O

livro Sister Outsider é uma publicação de ficção escrito

possuir elementos de design editorial na sua estrutura, como

por Audre Lorde e publicado pela Editora Tem Speed Press

paginação e numeração, selos de editorias, tipografia (família

em 1984. A publicação contém uma compilação de artigos

e tamanho). Essa deficiência é facilmente percebida pelo

da autora. É em relação ao conteúdo que o livro tem mais se

leitor, que precisa de elementos atraentes e que desafiem sua

destacado para o seu público-alvo (estudantes universitários

percepção para que o conteúdo se torne mais interessante.

das áreas de Comunicação, acadêmicos e interessados pelo

O papel do designer gráfico não fica preso somente em

tópico), por tratar de uma temática contemporânea e que

diagramar e criar um bom layout, um projeto gráfico deve

cada vez mais chama a atenção de novos públicos, pouco

unir todos os itens, formando um conjunto de elementos

visto nas mídias tradicionais. O trabalho proposto aqui

visuais, sejam eles textuais ou não, o que dará no final

pretende sanar uma das principais críticas à diagramação do

ao cliente uma nova forma de comunicar a sua empresa.

livro, que não é atraente. Este problema pode ser percebido

Também ao designer cabe o papel de elaborar projetos que

em dois aspectos principais. O primeiro deles é a falta de

tragam funcionalidade, inovação e identificação por parte do

um projeto gráfico consistente. Segundo White (2007), as

público que se quer atingir, comunicando-os de uma forma

pessoas necessitam de uma edição que prenda sua atenção

clara e única.

rapidamente e consistentemente, pois como vivem apressadas e bombardeadas por tantas outras opções, acabam por se distraírem e não optam pela publicação interessante, mas que peca na sua projeção. Os projetos anteriores do livro não mostram sofisticação e ousadia em sua edição, apesar de

3


Contexto

L

ivros com temática feminista estão cada vez mais chamando

atenção, por ser controverso e por abranger problemas atuais. Com o advento da internet e veiculação de notícias relacionadas nas outras grandes mídias, o tema tem ganhado força e público, principalmente no meio acadêmico. A autora escrevia sobre suas experiências primeiramente como mulher, sobre o contexto urbano em que vivia e a relação que estes tinham com sua cor e orientação sexual. Sua carreira começou abrangendo a temática feminista mesmo antes que o movimento fosse conhecido pela autora e pelo público massivo. Contudo aderiu ao movimento, como também trabalhava com os problemas sociais desenvolvidos pela segregação e pela guerra. A autora lutava não só pela igualdade dos gêneros como também por todos os problemas que mulheres vivenciam todos os dias. O livro Sister Outsider é um importante testemunho que representa a natureza crua do seu trabalho e abre portas para o pensamento crítico sobre questões ignoradas pela massa. Com o objetivo de abranger o público já existente, tornar este conteúdo mais acessível e atraente, é que o Design Editorial será aplicado ao projeto.

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Objetivos

Objetivo geral

Objetivos Específicos

Desenvolver um novo projeto gráfico e diagramação do livro

Sister Outsider escrito por Audre Lorde nos anos sessenta.

desenvolvimento do projeto; •

Pesquisar sobre design editorial e métodos para o

Avaliar famílias tipográficas usadas nesse tipo de

projeto; •

Investigar principais materiais e tecnologias envolvidas

na elaboração de um projeto gráfico para livros; •

Elaborar o projeto gráfico e digramação do livro Sister

Outsider.

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Justificativa

O

projeto gráfico é a formulação dos aspectos visuais de

básicas de design editorial, serve de base para que não sejam

um produto gráfico. No design editorial, envolve a definição

cometidos erros e para que fique clara a uniformidade nos

de aspectos como: cores, tipografia, utilização de imagem

elementos criados..

(fotografia, ilustração, colagem etc), relação espacial entre estes elementos, disposição das páginas, papel, tamanhos etc. O projeto gráfico é importante, pois este abrange elementos básicos para que diversos tipos de público possam compreender a publicação e para que esta seja atraente. Os mais imediatos são os aspectos visuais. Além do reconhecimento, um livro, como produto cultural precisa chamar a atenção do leitor. Segundo Haslam (2006) O livro é um importante instrumento de documentação e desde que surgiu, é a principal forma de registrar os valores de uma cultura. E mesmo hoje, com os avanços tecnológicos, ainda conseguem sobreviver e sustentar relevância no mercado. Além de que novos formatos criativos vem surgindo para que não perca a fixação por esse tipo de produto. Portanto a realização de um maual que, além de mostrar a aplicação do projeto gráfico, contenha uma introdução com noções

6

“O convite natural à leitura é a primeira fase da linguagem gráfica, a qual depende mais do aspecto morfológico que do semântico. Os dados morfológicos da obra gráfica, ou seja, sua forma, suscitam no leitor o desejo de conhecer o conteúdo, isto é, a face semântica ou do significado das palavras.” (MARTÍN, 1970, p. 113)


Motivação

D

esde que comecei a me interessar e pesquisar sobre

assuntos com temática feminista, me deparei com várias autoras importantes, mas que ainda não são reconhecidas no país, que me auxiliaram e contribuíram para que eu crescesse tanto no âmbito profissional como pessoal. Entrando no meio acadêmico, sempre soube que queria contribuir para o movimento que alguma maneira, mesmo não sabendo exatamente como. Então tenho aqui uma oportunidade de abranger meus conhecimentos sobre ambos assuntos, estudo de gênero e feminismo com design gráfico, e possivelmente produzir um conteúdo que seja interdisciplinar.

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Metodologia

p

ara este projeto, optou-se pela Metodologia Projetual

para produtos gráficos editoriais de Volnei Antônio Matté. Este método mostra-se mais qualificado para auxiliar o desenvolvimento do projeto, pois é especifico para produtos gráficos editoriais, já que a proposta destina-se a produtos de média complexidade, também a informação e suporte, sem a necessidade de adaptações ao projeto, pois equivale às necessidades deste com competência. O modelo divide-se em quatro fases: planejamento, que determina características do conhecimento; elicitação do conhecimento, que consiste em planejar e executar o planejamento; análise do conhecimento, que corresponde à análise, interpretação e organização do conhecimento; e por fim desenvolvimento do material didático, que consiste em executar o material didático.

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Metodologia Planejamento

análise do conhecimento

Definir os objetivos;

Pesquisar similares;

Contextualizar o projeto;

Definir quadro semântico;

Justificar o projeto;

Definir o briefing;

Justificar motivação;

Definir metodologia.

Conceituar Design editorial;

Definir tipografia, cor e formato;

Conceituar Margens;

Desenvolver grafismos;

Conceituar Grids;

Selecionar grid e material adequado;

Conceituar Cores;

Gerar alternativa;

Conceituar Tipografia.

Executar o projeto físico.

Elicitação do conhecimento

Desenvolvimento do Material 9


pesquisa Contextualização TeÓRICA


Design Editorial

S

egundo Villas-Boas (1999), o design editorial é uma profissão

harmonia e equilíbrio são princípios de extrema importância

multidisciplinar que atua na formação de opinião e na busca de

no projeto de design gráfico, pois influenciam na escolha e

soluções para um determinado problema gráfico, conjugando

entendimento do leitor. No projeto de diagramação, o grid ajuda

características formais com aspectos de funcionalidade do

a organizar os elementos gráficos como cores, tipografia fotos,

projeto. O processo de planejamento envolve imagens e textos

formas e ilustrações, compondo a publicação de forma uniforme e

que compõem uma publicação, periódica ou não. Jornais, revistas,

que seja de fácil entendimento para o leitor.

livros e e-books são produtos do design editorial, nos quais as mensagens visuais devem ser organizadas de forma que comunique efetivamente as ideias da publicação e seu conceito. Hierarquia da informação, regularidade e coerência da composição são princípios pertinentes a serem atingidos nessa vertente do Design. Por ser uma vertente multidisciplinar, o designer deve ter o conhecimento de aspectos culturais e técnicos do projeto, e saber julgar as melhores soluções para os problemas apresentados com os recursos em mão. Em um projeto de diagramação, deve-se prezar pelo texto, escolhendo a tipografia coerente com o conteúdo, e utilizar recursos e elementos chave para a edição, como a escolha do grid, da hierarquia da informação, de cores e de composições adequadas ao projeto. Imagens e ilustrações podem auxiliar o texto, dependendo do tipo de publicação. Legibilidade, leiturabilidade,

[...] a área de conhecimento e a prática profissional específica que tratam da organização formal de elementos visuais - tanto textuais quanto não textuais que compõem peças gráficas feitas para reprodução, que são reproduzíveis e que têm um objetivo expressamente comunicacional. (VILLAS-BOAS, 1999, p.17). 11


Margens

A

sangramento na página concede a ilusão de que a imagem

página. São importantes pois atribuem à publicação uma

se extende além da delimitação da folha fortalecendo assim

influência na afinidade de um possível leitor. Segundo White

seu impacto. Uma outra possibilidade para impressionar

(2006), o âmbito externo do que percebemos visualmente

o leitor é ignorar as margens por completo e aproveitar as

é significativo para discernir algo. A repetição caracteriza

oportunidades que se apresentam para que o texto possa fluir

uniformidade na publicação e proporciona conforto e

de maneira confortável.

s margens são espaços em branco que enmolduram a

reconhecimento ao leitor, contudo o elemento da surpresa também pode aguçar seu interesse na leitura, contanto que não fuja completamente do padrão apresentado. De acordo com Samara (2007), a dimenção das margens devem ser bem consideradas pois estabelecem destaque à publicação, além de ajudar a focar a atenção na leitura e atuar como uma área em que informações secundárias possam ser inseridas. White (2006) explica que não esxite um padrão para inserir margens na composição, mas é importante que haja espaço sufuciente para que nada seja cortado indevidamente. O mesmo conceito serve para as margens internas, considerando a quantidade de páginas da publicação, para que nada seja “engolido” pela encadernação. Na utilização de fotos, o

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“Margens são mais do que pedaços de papel morto emoldurando e circundando a área da página viva. A tentação é reduzi-las a uma largura mínima, para desperdiçar o menos espaço possível, mas elas podem agregar valor se usadas com uma intenção definida.” (White, 2006, p. 55)


Grids

S

olho faz no ato da leitura. White (2006) no entanto aconselha

a solução de todos os problemas de comunicação na

o Designer a pensar fora da caixa e a não permitir que tais

publicação. O grid é uma imporante ferramenta no diálogo

elementos limitem a criatividade no momento da criação.

entre problema e solução e se mostrou como tal durante a

A uniformidade e padronização deve ocorrer no uso das

hisória do Design. Além disso ajuda várias pessoas a assumir

fontes, nos tamanhos e espaçamentos das linhas, e a variedade

uma publicação sem precisar do criador original, pois é um

será maior na publicação. Haslam (2006) resalta que escalas

guia auto-explicativo.

modulares são ferramentas interessantes na projetação do

amara (2007) define grid como uma forma de abordar

“Os benefícios de trabalhar com um grid são simples: clareza, eficiência, economia e continuidade.” (Samara, 2007, p. 22)

grid, pois oferecem uma flexibilidade na sua construção e ao mesmo tempo podem ser uma representação do conteúdo da publicação.

O espaço tipográfico e sua avaliação é um processo crucial na construção de um grid efetivo, pois ele determina como o conteúdo deve ser disposto e organiado de maneira que seja de fácil entendimento e harmoniozo para o leitor. Segundo Samara (2007) os espaços em branco entre os parágrafos, as colunas e as imagens ajudam a estabilizar o movimento que o

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Tipografia

A

fonte (ou tipo) utilizada nas publicações impressas atuam

fontes é vital para estabelecer uma relação dinâmica na

como elementos de grande peso, pois refletem o conteúdo e

publicação. Segundo Williams (2006), é de hábito haver mais

personalidade da composição. White (2006) divide a tipologia

de uma variedade de elementos na página, nessa situação

em quatro categorias:

é estabelecida uma relação concordante, que acontencer quando usamos uma família tipográfica somente, conflitante

Fala tornada visível: consiste em títulos, olhos,

que ocorre quando usamos fontes similares em estilo, e

legendas e citações que precisam ser dispostas de maneira

contrastante, que ocorre quando utiizamos fontes bem

sutil;

distintas entre si.

Como contar a história: trata-se da leitura contínua

que é um processo lento, fluente e reflexivo; •

Explanação: refere-se a listas, tabulações,

e catalogalização de informações para que falicite a compreenção; •

Imagem: uso de palavras que em sua composição

remetem à imagens. Distinguir a tipologia é essencial para engajar o leitor no conteúdo e facilitar seu entendimento do mesmo, eliminando o ruído na comunicação. A combinação equilibrada de

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“É preciso sentir se uma fonte deve ficar maior ou se o elemento deve ficar mais evidenciado. Mas quando você consegue reconhecer e dar nomes aos contrastes, tem controle sobre eles. Assim, poderá chegar à base do problema e descobrir soluções mais interessantes.” (Williams, 2006, p. 75)


Cores

a

cor é como a expressão de uma sensação visual que a

deve ser evitada. De acordo com aspectos culturais as cores

natureza nos oferece através dos raios de luz emitidos em

podem ter diferentes efeitos psicológicos nas pessoas, como

nosso planeta. Considerando as amplas possibilidades que a

o vermelho pode passar uma mensagem de algo agressivo,

cor oferece, pode-se dar ênfase no valor estético aos objetos,

ou passional. Contudo o azul é relaxante, justo e digno. Esses

também agregando significados. Segundo White (2006) a cor

efeitos devem ser levados em consideração na escolha das cores

deve ser reveladora para a mente e ter um sentido mais amplo

para o projeto gráfico.

associado e que se afine a ele. A cor deve ter um papel maior do que simplesmente de estética, seu uso também significa que ela tem objetivos e funções que vão além da beleza como a ênfase e a persuasão. A cor é um dos primeiros elementos que o leitor percebe na publicação, por isso sua escolha deve ser baseada na mensagem que a publicação quer passar para quem a visualiza. Essa escolha não deve ser baseada em gosto pessoal, pois deve ser coerente com o conteúdo proposto. White (2006) ressalta a importância de considerar a matiz, o valor e a saturação das cores, já que esses aspectos afetam o seu contraste e intensidade. Deve-se atentar também para as combinações escolhidas tendo

“A cor enquanto cor é apenas uma matériaprima neutra, assim como o espaço, a tipologia e as fotos. Usá-la com habilidade pede mais do que simplesmente ‘colocar um título em azul’ ou fazer com que a página tenha uma certa ‘decoração’.” (White, 2006, p. 201)

em mente que algumas combinações podem causar ilusão de ótica, e a não ser que essa seja a intenção artística do projeto,

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pesquisa Contextualização Temática


Pesquisa de Similares

N

a pesquisa por livros similares e edições anteriores da publicação

expressar e representar a causa. Além disso, o movimento potencializa

aqui sendo estudada, foi observado uma predominância por ilustrações

e dá oportunidades para que mulheres façam arte, sendo isso um ato

inspiradas por arte urbana e tipografia sem serifa e pesada, como mostra

político. Hoje essas artistas estão tomando espaços que lhes é de direito

a página 18, com símbolos relacionados ao movimento feminista.

e ganhando reconhecimento por seus trabalhos e projetos. No mercado

Também ficou em evidência uma edição mais tradicional por se tratar

de design os números falam a verdade sobre a existência de desigualdade

de livros antigos e independentes em sua maioria. Segundo Hooks

de gênero. Mas, isto está mudando progressivamente já que mulheres

(2000), feminismo é um movimento para erradicar o sexismo e a

estão ganhando espaço em todas as esferas do mercado de trabalho.

exploração e opressão sexista. A autora também enfatiza que não é

Essa mudança só pode ser creditada a essas mulheres que insistem e

uma declaração de guerra contra o gênero masculino, mas sim uma

proclamam seus espaços para que portas possam ser abertas para outras

luta por igualdade de gêneros. O movimento não tem data de início

profissionais. Para criar um projeto com as propostas listadas acima,

definida, pois qualquer movimento em prol da igualdade de gênero

também foi realizada uma pesquisa por um design de livros diferenciado

pode ser considerado feminista. Contudo, começou a chamar atenção

e único, com o intuito de se destacar e propor ideias singulares na

nos E.U.A com o movimento sufragista no século 19. Primeiramente

escolha do grid, dos materiais usados para produção e a diagramação da

era um movimento bastante elitista, já que na época somente mulheres

publicação, exemplificado na página 19. Foi observado o uso de dobras

ricas e brancas tinham educação acadêmica. Com o tempo e o advento

com estética incomum, mas que desafia a percepção do leitor e torna

da internet, o movimento tornou-se mais popular politicamente,

o processo de leitura mais interessante. Outro aspecto analisado foi o

socialmente e economicamente. A arte se insere nesse meio, pois

uso de materiais auxiliares que evidenciam a publicação, como mostra a

sempre funcionou historicamente como depoimento político, religioso

página 19, com capas soltas, embalagens criadas na estética da produção,

e pessoal. A importância da arte no movimento é tremenda para

e marcadores personalizados.

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Pesquisa de Similares

A Mística Feminina por Betty Friedan.

Feminismo é para Todos por Bell Hooks.

18

O Segundo Sexo por Simone de Beauvoir.

O Conto da Aia por Margaret Atwood.

A Cor Púpura por Alice Walker.

Sister Outsider por Audre Lorde.

Os Monólogos da Vagina por Eve Ensler.

Backlash por Susan Faludi.


Pesquisa de Similares

Uso de jaqueta.

Uso de papéis distintos.

Uso capa dura.

Diagramação diferente.

Tamanhos distintos de papél.

Materiais Auxiliares.

Uso de transparência.

Dobras diferenciadas.

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Quadro semântico

o

quadro semântico foi criado a partir da pesquisa por arte

autoridades e pelos donos da propriedade privada. O trabalho

feminista e arte criada por artistas mulheres, mostrada na

de Tatyana Fazlalizadeh aborda o problema de abuso verbal

página 21, como Barbara Kruger, artista conceitual americana,

nas ruas relacionado ao gênero, entitulado “Parem de tentar

cujo trabalho consiste de fotografias em preto e branco com

dizer a mulheres para sorrir”. Já “Truísmos” de Jenny Holzer

texto sobreposto, com o objetivo de criticar uma sociedade

faz uso de fonte sem serifa e pesada na intenção de chamar

consumista e com valores deturpados. Nas artes gráficas, as

a atenção do público para suas mensagens que variam de

Guerrilla Girls enfatizam a desigualdade entre gêneros com

cômicas à agressivas, na busca por elicitar diversas reações de

estatísticas e questionamentos aos museus de arte, usando

quem as visualiza. Em “Anatomia de um Kimono” Schapiro

cores vibrantes e colagem digital. Em outro projeto, escrevem

usa tecidos diferentes para compor um objeto relacionado

um manifesto sobre as vantagens de ser uma artista mulher,

ao feminino. Shirin Neshat representa em sua fotografia a

encorajando e validando estas mulheres. Um pôster icônico

complexidade da identidade da mulher no meio da mudança

do movimento foi criado por J. Howard Miller em 1943 para

cultural que ocorre no oriente-médio. Todas essas peças

levantar a moral das trabalhadoras durante a guerra. Outra

utilizam cores fortes e chamativas, no caso de uso de tipos,

vertente importante na arte feminista é a arte urbana, onde

são fontes sem serifa e em negrito e caixa alta, pois o maior

mulheres ganham voz e conseguem se expressar mesmo

objetivo na comunicação é de impactar quem visualiza a

em regimes opressivos. Este tipo de arte vem ganhando

mensagem.

reconhecimento e proeminência na sociedade, onde muitas pessoas não o consideram como vandalismo. Apesar disso é um meio perigoso, pois muitas vezes é proibido pelas

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Quadro semântico

Anatomia de um Kimono por Miriam Schapiro.

Conciência do mundo artístico por Guerrilla Girls.

I Shop Therefore I am por Barbara Kruger.

We Can Do It por J. Howard Miller.

As vantagens de ser uma mulher artista por Guerrilla Girls.

Truisms por Jenny Holzer.

Silêncio Rebelde por Shirin Neshat.

Stop Trying to Tell Women to Smille por Tatyana Fazlalizadeh.

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Briefing

Informações editoriais

Informações técnicas

Informações comerciais

Área/Assunto:

Tamanho do livro:

Público-alvo:

Política e Ciências Sociais

19,2 x 23,4 cm

Estudantes da academia, profissionais acadêmicos, interessados pelo tema,

Título do livro:

Orelhas: 19,19 cm e 5,84 cm

Sister Outsider

superior. A faixa-etária é de 18 a 60 Número de páginas estimado:

Autor:

anos.

300 páginas Posicionamento/estratégia da

Audre Lorde Cores: 4x4 Outros textos frontais: Essays and Speeches

pessoas letradas com nível acadêmico

editora: Celebração de uma voz influenciadora na literatura do século

Acabamentos:

vinte.

brochura, corte a laiser. Expectativas da editora: visual moderno e cores vibrantes.

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Projeto Grรกfico


alternativas

a

s alternativas criadas para este projeto gráfico

foram baseadas na pesquisa realizada para o quadro semântico, onde foi identificado o uso de cores fortes como o vermelho, amarelo e rosa, e o uso de fontes sem serifa, em negrito e em caixa alta. Também foi observado o uso de ilustrações em vetor e textura com diferentes tipos de materiais. As alternativas criadas para a diagramação do miolo também foram racionalizadas a partir da pesquisa por publicações gráficas similares.

24


alternativas

25


Tipografia A tipografia escolhida para a arte da capa foi selecionada com base nas ilustrações contidas no quadro semântico, que refletem a urgência e a necessidade de chamar atenção de quem visualiza para a mensagem. A fonte Bebas Neue caracteriza bem essas qualidades. Por não conter serifa ela apresenta um atributo mais moderno. Ela também será usada no miolo em títulos, números de pagina e chapeis. A fonte Garamond é utilizada para facilitar a leitura do texto corrido.

Garamond

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Bebas Neue


Cores As cores para o livro foram selecionadas com a intenção de chamar a atenção do leitor, então o vermelho apresentado aqui representa esse conceito. O preto é usado para facilitar leitura no miolo. Já o branco é uma cor auxiliar para destacar as texturas digitais e os textos capitulares.

C=24 M=100 Y=93 K=18

C=0 M=0 Y=0 K=100

C=0 M=0 Y=0 K=0

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Formato O formato selecionado proporciona confortabilidade na ergonomia da publicação, pois é fácil de manusear e não cansa o leitor por sua simplicidade. A forma branca apresentada ao lado indica o efeito vazado na capa. Este efeito também será utilizado na entrada de capítulos dentro do livro.

Capa Aberta: 31,2 cm x 21 cm lombada: 15mm capa: 29,7 CM X 21 CM

28


Grafismos A ilustração da capa foi criada a partir da vetorização da silhueta de uma mulher negra, que é um personagem importante no livro. A disposição das letras para acompanhar o cabelo da mulher representa a importância do discurso no tema do livro. A malha representa o ruído que impede o discurso na expressão das ideias.

Vetor

Título

Textura

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Grid O grid apresentado abaixo foi criado para enfatizar os espaços brancos na publicação, e proporcionar versatilidade no posicionamento de outros elementos da pagina como a numeração de paginas e o chapéu. As margens correspondem ao espaço necessário para que não haja cortes indesejados na costura do livro.

Margens:3,16 cm

30

colunas:1


Papelaria O papel pólen selecionado para o projeto é ideal para a leitura de texto corrido, pois ele não cansa a vista. O papel branco reflete muito a luz podendo causar fotofobia em algumas pessoas. O cartão duplex para a capa significa que a mesma terá grossura maior que o resto do livro, deixando-o com uma estética mais atraente. O color plus será usado nas entradas dos capítulos.

Pólen soft 80 G/M²

Color plus 120 G/M²

Percalux 180 G/M² 31


Material Auxiliar Os materiais auxiliares servem para acentuar a singularidade do projeto e destaca-los quanto a outras publicações. Um acessório importante é o marcador de páginas, que também foi criado com as cores e grafismos usados na capa e no miolo.

Marcador de Página 32


Referencias Livros

ANTÔNIO MATTÉ, VOLNEI. O conhecimento da prática projetual dos designers gráficos como base para o desenvolvimento de materiais didáticos impressos. Florianópolis. 2009. 6p. FARIAS, Priscila L. Tipografia digital. O impacto das novas tecnologias. 2. Ed. Rio de Janeiro: Editora 2AB. 2000. 116 p. FERLAUTO, Cláudio; JAHN, Heloisa. A Gráfica do livro / O livro da Gráfica. 3 Ed. São Paulo. SP Editora Rosari. 2001. 95p. HASLAM, Andrew. O livro e o designer 2/ Como criar e produzir livros. 2 Ed. São Paulo. Editora Rosari. 2006. HOOKS, Bell. Feminismo é para todos. Cambridge, MA. South End Press. 2000. HOLLIS, Richard. Design gráfico: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Editora Atlas S.A. 1992. 177p. LUPTON, Ellen. Pensar com tipos. São Paulo: Cosac Naify. 2006. 184p. RIBEIRO, Milton. Planejamento visual gráfico. 7. Ed. Brasília, Linha Gráfica Editora. 1998. 498p. SAMARA, Timothy. Grid: construção e descontração. São Paulo: Cosac Naify. 2007. 208p. VILLAS-BOAS, André. O que é e o que nunca foi design gráfico. 3. Ed. Rio de Janeiro, RJ: Editora 2AB 2000. 76 p. WHITE, Jan V. Edição e Design. 3. Ed. JSN Editora 2006. 238p. WILLIANS, Robin. Design para quem não é Designer. 2 Ed. São Paulo, Editora Cellis 2006. 188p.

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Referencias Artigos

Políticas Feministas nas Arte Visuais e Performativas.

A Feminist Analysis Following Art From the Street to

Disponível em:

the Gallery. Disponível em: http://www.huffingtonpost.

http://www.apem-estudos.org/?page_id=3211. Acesso em:

com/duke-university/a-feminist-analysis-follo_b_5447852.

31 out. 2014.

html. Acesso em: 31 out. 2014.

Claiming Feminism in a Public Space. Disponível em:

A arte e violência no olhar: Activismo feminista

http://www.complex.com/style/2014/02/global-track-3.

e desconstrução da violência contra as mulheres.

Acesso em: 31 out. 2014

Disponível em: http://rccs.revues.org/3735?lang=en. Acesso em: 01 nov. 2014.

This Is Not a Game: An Interview with Lady Pink. Disponível em: http://blog.bombit-themovie.

The Role of Women in Design. Disponível em: http://

com/2013/07/this-is-not-a-game-an-interview-with-lady-

www.graphicart-news.com/10-designers-10-opinions-on-

pink/. Acesso em: 31 out. 2014.

the-role-of-women-in-design/#.VGEyz_nF-Sp. Acesso em 01 nov. 2014.

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