Alegria e dor no xingu

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ALEGRIA E DOR NO XINGU Por Flávia Camargo Alegria por ter remado em um dos trechos mais belos do rio Xingu, ao lado daqueles que vivem de suas águas (indígenas e ribeirinhos) e ao lado daqueles que vieram de longe para vivenciar essa rica experiência. Alegria por todo o aprendizado sobre essa região e as populações que nela habitam. Tudo que eu já tinha ouvido ou lido se tornaram pequeninos diante da grandeza de experimentar, mesmo que por poucos dias, esse tão maravilhoso lugar. Dor por saber que esse trecho já está sendo afetado pela construção de Belo Monte e as populações que vivem em sua margem já encontram dificuldades para conseguir alimento e renda. Dor por saber que esse trecho irá secar em sua maior parte, pois até 80 % de suas águas poderão ser desviadas para um canal que irá abastecer a usina de Belo Monte. Dor por ter visto o caos que a cidade de Altamira se tornou após o início das obras da usina, com esgoto a céu aberto, aumento da violência e da prostituição... Essa alegria e dor hoje me alimentam e me renovam as forças para continuar a lutar ao lado daqueles que não aceitam esse “tal desenvolvimento” da forma como está e se propõe a construir novos caminhos. #‎DesenvolvimentoSimDeQualquerJeitoNão


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