Fonte: Valor Econômico | Data: 28.08.2017 | Jornalista: Vívian Soares | Página: B2
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Companhias discutem apoio a funcionários com câncer ###PDFMARKER###http://localhost:8080/nlt/SplitPdfArchive?pdf=2017/7/28/59A3CC4A62_1.pdf&name=59A3CC4A62_1.pdf###PDFEND###
Campanhas querem tirar o estigma de que doente fica incapacitado
Companhias discutem apoio a funcion�rios com c�ncer V�vian Soares
c�ncer,
causadas pela falta de informa-
mo
o
��o
vas
e cada vez mais
analista de processos Alexandre
de empregadores, que t�m receio de que o profissional fal-
Malfatti foi demitido de uma em-
te
que torna mais desafiador exclu�-las do mercado de trabalho.
Em junho do
de
presa
passado,
ano
o
tecnologia de grande
porte. Cinco anos ap�s o seu primeiro diagn�stico de c�ncer de
pele,
e
um
ano
ap�s ter encon-
muito de
��es
tidos
mento
porque
trado um novo foco da doen�a,
inaptos para
sional come�ou a ter problemas com os hor�rios em que fazia os tratamentos, que prejudicavam o seu turno de trabalho.
"No
primeiro
diagn�stico,
foram
ou porque
substitu�-
s�o vistos
como
o trabalho", diz.
Em junho deste jeto de lei que
ano, proconcede garantia
foi aprovado pelo
�
o
oncologis-
Israelita
Rafael Kaliks,
Albert o
trata-
do c�ncer permite
que a
maioria
grande
dos
pacientes
continue a trabalhar, mesmo fa-
um
de emprego de um ano a pacientes que foram afastados por c�ncer
do Hospital
ta
longevas
o m�dico
Segundo
muitos
Einstein,
desta vez no pulm�o,
profis-
"H�
casos de pessoas que se afastam e, quando retornam, s�o demi-
dos
o
n�o tenha condi-
ou
trabalhar.
ati-
em popula��es
Senado e
zendo sess�es de quimioterapia
radioterapia. "O ritmo
ou
tensidade mesmos,
de
podem e
n�o
a
inos
pessoa vai precisar
a
descanso
algum
e
ser
durante
o
fazer a
encaminhado � C�mara dos De-
dia", diz.
e quase n�o faltei porfiz imunoterapia, que que tinha efeitos colaterais", conta poucos
putados. O PLS 14, de 2017, ain-
nas,
da est� em tramita��o e, se apro-
extenuantes fisicamente, podem
vado,
ser feitas normalmente e costu-
usei
minhas f�rias para
cirurgia
que n�o chegou
Malfatti,
licen�a
m�dica. Ao receber a no-
t�cia da recidiva
r�m,
ele
ritmo
da
trabalho ao
"Tive
do
dos
e
trata-
colegas,
o dono da empresa se
modou com
os
atrasos.
seu
muito
apoio
um
grande da chefia
inco-
Alguns
depois, fui demitido". Ho-
meses
ele
je,
doen�a, po-
adaptar
precisou
de
mento.
mas
tirar
a
continua a
trabalhar coa
imunoterapia. "Tenho um dia
a
dia normal", afirma. Casos como o de Malfatti n�o
s�o
segundo Tiago Farina Matos, diretor jur�dico do incomuns,
Instituto
Oncoguia,
ONG
que trabalha com qualidade de vida
do paciente de c�ncer. Segundo demiss�es
ele, as rios
de
diagnosticados
doen�a
s�o
funcion�com
a
frequentemente
hoje
pelo
trabalho, mesmo seguirem
para pro-
esperan�as que
condenados
se
sentem
mercado antes
de
de con-
comprovar que se
cuperaram.
"A estabilidade
mesmo
profissional, n�o como pes-
mudan�a
regulat�ria,
se-
um incen-
tivo para que as empresas revejam suas
"O
culturas
mesmo
corporativas.
aconteceu
com
as
pessoas com defici�ncia, que ho-
je t�m e
uma
legisla��o espec�fica
s�o alvo de pol�ticas de
ta��o", afirma.
Al�m
contra-
disso,
ele
alerta para o aumento da incid�ncia de doen�as cr�nicas, co-
Notícias do Dia | Bristol-Myers Squibb - 28.08.2017
efeitos positivos na "O tratamento efi-
n�o envolve s�
droga,
fatores
soa doente", afirma Matos.
A
caz
faz
tempo, a empresa possa funcion�rio como seu
gundo ele, � tamb�m
mam trazer
reabilita��o. a
para que o paciente supere o estigma de incapacitado, e, ao
encarar
desde que n�o sejam muito
re-
sentido ao trazer oportunidades
um
aut�nomo enquanto faz
mo
traz
fissionais
Mas as tarefas cotidia-
mas
um
a cirurgia
ou
conjunto
de
profissionais,
sociais
e
familiares", afirma.
A diretora
adjunta
de TI
da
HDI Seguros, Ana Paula Soares, contou
ap�s
com
um
uma rede
diagn�stico
de apoio de c�ncer
de mama em 2014. A doen�a foi descoberta de forma abrupta � ap�s uma trombose cerebral e 15 dias na UTI, exames investigaram causa e encontraram o tumor. "Depois que sa� do hospital, tive que tomar medica��o pesada e
a
fazer reabilita��o
para recupeDuran-
rar movimentos", conta.
te a recupera��o, ela recebia visitas constantes
do chefe no hos-
pital e contou com um esquema
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Fonte: Valor Econômico | Data: 28.08.2017 | Jornalista: Vívian Soares | Página: B2
d
Companhias discutem apoio a funcionários com câncer
de
especial
trabalho
quando
manifestou a vontade de retor-
� atividade profissional.
nar
"Eu
balho era um grande motivador minha mente.
fazer
que de
hor�rio
um
m�ximo
no
dia",
diz. Ela
com
Mas
seis
tive
flex�vel,
horas
por
afirma
que conta solidariedade de sua
a
de urna cultura corporati-
va �tica, que preserva a dignidade humana", afirma.
Ao lidar com
voltar porque o tra-
quis
para a
for�o
manos
sa�de ocupacional po-
e
dem intervir como
a
que
curso, prejudique
dia.
o
seu
dia
"Vou ao hospital aos fins
de semana, ou depois do trabalho. Como l�der, tamb�m quero funcion�rios que mostrar aos motivada, que a vida segue e que estou bem", afirma. estou
De
acordo
de
Simm,
da Associa��o Brasi-
presidente
leira
Eloir
com
de
Qualidade
Vida
(ABQV), o envolvimento da lide-
ran�a
� essencial pa-
nesses casos
que a organiza��o promova uma cultura de inclus�o, que vai ra
muito al�m da diversidade racial e
"�
de g�nero.
preciso
tamb�m as pessoas com cr�nicas
como
integrar
doen�as
c�ncer",
o
Oferecer hor�rios
diz.
flex�veis e di-
minuir temporariamente as resdo
ponsabilidades
exemplo, ajuda tir
cargo,
a pessoa a se sen-
durante
produtiva
por trata-
o
mento e previne um afastamento
das atividades, que muitas vezes
n�o � desejado pelo paciente. Na de
de uma cultura
constru��o da
promo��o
afirma
doente
�
a um
diz.
tamb�m
com
empresa de
Na Nexxera, nologia
polis,
sede
com
tec-
Florian�-
em
preven��o � assunto
a
campanhas
meses de
nos
de
outu-
bro e novembro, quando os funcion�rios s�o convidados para se informar sobre c�ncer de mama e
de
pr�stata,
respectivamente.
M�dicos, nutricionistas e
especialistas
atuam
outros
em parceria
a �rea de marketing para esclarecer d�vidas sobre o tema.
com
"J�
tivemos
doen�a,
funcion�rios com
casos normalmente
e os
ficam em
a
sigilo
por pedido da
impor-
cria��o de v�nculos pro-
fundos dessa pessoa com a empresa ap�s o tratamento e o re-
Conhecer
c�ncer de
o
perto,
afirma Kaliks, do Hospital IsraeAlbert
Einstein,
gera
"humanizador",
efeito
cientes, cidiram
um
vai
que
donos de empresas, demudar
conv�nio
o
de
sa�de dos funcion�rios para ofecobertura melhor recer uma ap�s passar pelo tratamento. Na outra
ponta da escala do poder,
Kaliks tamb�m j� teve pacientes demitidos em pleno processo te� e afirma que as con-
rap�utico
sequ�ncias s�o "catastr�ficas".
"A pessoa que lida com o diagn�stico j� est� em situa��o de fragilidade, e a demiss�o agrava do ponto de
vista psicol�gico e
fi-
muitas
que
vez
plano de sa�de", diz.
refor�ou
que escondem um hist�rico de c�ncer para o futuro empregador
va
tratamento
em
e
o
por
da
em um processo de
doen�a", afirma Sarah Silva,
diretora de marketing.
muitos casos dos
�
um
paciente
tipos
e
da
do
mais
chance
de
doen�a
c�ncer de
de pr�stata, os
o
comuns,
t�m
dois uma
sobrevida acima de
85% (mama)
e
96% (pr�stata). A
tamb�m que, apesar de ter incid�ncia maior pesquisa
Notícias do Dia | Bristol-Myers Squibb - 28.08.2017
mostra
medo de
O
estudo
condena��o
momento
en-
des antes dos 75 anos de idade.
ainda mais a mensagem de preven��o e de combate do estigma
mama
efeitos
v�o
mulheres
H�, tamb�m, casos de pacientes
perfil
nesse
cinco
frentar alguma de suas varieda-
perdem
realizado pela farmac�utica BMS
cr�tico gera dois
cada
deles se identificou em uma das
O c�ncer assusta, mas tem um
"Apoiar
doen�a e estima-se que um em cada quatro homens e uma em
apresenta��es dizendo que esta-
alto �ndice de sobreviv�ncia em
morte.
Em 2015, mais de
anos.
360 mil pessoas nessa faixa et�ria foram acometidas pela
nanceiro, uma
para a
�
69
e
pessoa. Mas no ano passado, um
Simm
em-
15
al�m da desconstru��o de mitos. Ele conta que alguns de seus pa-
um
a
ficativa dos pacientes tem entre
que busquem preveni-la.
custo
�
75
signi-
uma porcentagem
anos,
lita
no Brasil mostra que o
tantes: a
faz
de
acima
pessoas
que eles fiquem mais informados sobre os efeitos da doen�a e
presa e a de que o c�ncer � uma funcion�rios
envolvi-
sobre
aberto com
di�logo
O
de que a asfuncion�rio
algumas cren�as sist�ncia
esteja
da",
combater
sa�de,
� preciso
que
a lideran-
diretamente
funcion�rios
em
mediadores,
� importante que
mas
evita
tratamento, ainda
Simm reco-
menda a comunica��o simples e clara. "As �reas de recursos hu-
�a
o
sens�veis
casos
o do c�ncer,
como
que hoje tem aproximadamente cem pessoas, e que equipe,
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receio
justificado.
serem
dos Os
preteridos
sele��o.
profissionais
programas
de apoio ao
porativos
c�ncer ainda s�o
com
�
cor-
paciente assunto
tabu no Brasil e se concentram
situa��es
em
ciadas caso
manas,
o
a
pontuais, caso.
Valor
com empresas de
perfis sobre
tes
e
de
apoio
doen�a,
ou mas
de
negoDurante se-
tentou
falar
todos os porsuas
pol�ticas
preven��o
mesmo
�
compa-
nhias conhecidas por seus programas de qualidade de vida se
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temerosas
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abor-
dar um tema t�o "sens�vel". O avan�o da discuss�o no pa�s ainda � t�mido, afirmam os especialistas. "Infelizmente, no Brasil
� preciso que
legisla��o
en-
tre em vigor para regular esse
as-
uma
pecto, porque falta bom senso e uma verdadeira cultura de qualidade de vida no trabalho", afirma Eloir Simm, da
ABQV.
Projeto de lei em
tramita��o na C�mara quer estabilidade de um
ano para funcion�rios afastados pela doen�a
"A demiss�o agrava a
situa��o
da pessoa, do
ponto de vista psicol�gico e financeiro", diz
o m�dico
oncologista Rafael Kaliks
Ana Paula Soares, diretora da HDI Seguros, teve apoio da empresa durante a doen�a
Notícias do Dia | Bristol-Myers Squibb - 28.08.2017
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