Pingos de Informação Boletim da Associação de Apoio às Comunidades do Campo do RN - Natal-RN - Nº 72 - 1 de agosto de 2016
Multiplicação de Campos de Experiência de Sementes Crioulas Seu Zé Omar de Santa Cruz participando do campo de multiplicação Uma chuva fina molha de leve o caminho, passamos pela porteira e encontramos Joca de Kaluca, estamos em Baixio do Roçado Santa Cruz-RN, para conversar com Zé Omar, beneficiário de uma cisterna enxurrada, Joca, vice presidente da associação acompanha a gente nesta caminhada. Chegamos a casa de Zé Omar, o chuva persiste, o comentário é uma sensação de início de inverno, entramos no alpendre da casa e ficamos esperando o baixar da chuva para visitar a tecnologia, a conversa vai pelas sementes na diversidade e busca por uma ou outra semente que está difícil conseguir. Antes um café quente regado com um bom queijo de coalho feito pela família. A chuva diminui e saímos para a cisterna enxurrada, no caminho a carreira de alguns preás, que se escondem nas veredas de mato. Mesmo com toda a escassez de chuva, o plantio está por todo lado com uma diversidade, e o que é importante a diversidade e o espirito de experimentação que tem o Zé Omar, que vai mostrando os plantios das sementes que foi conseguindo nas suas andanças. E aí uma planta de fava, ao lado de coentro, cenoura, pimentão e dois pequenos campos de feijão de multiplicação para troca no evento de dezembro da microrregional. Texto: Edmundo Sinedino
2
agosto
CULINÁRIA DO SERTÃO
Como preparar chouriço Em um final de tarde de sábado de céu azul fomos conhecer a família de Francisca Maria de Araújo, mais conhecida pelo apelido de Dona Dega, casada com seu a Antônio de Oliveira (Galego de Expedito) há 13 anos, moradora da comunidade Saco de Dentro, zona rural de Picuí PB, a visita se deu em meio a fumaça de fogo a lenha, feito embaixo de uma arvore ao lado da casa, fizemos uma conversa a base de café, boa prosa e a animação de todos que estavam na casa. Dona Dega nos conta que começou a fazer o chouriço aos 18 anos de idade, observando sua bisavó fazer, ela relembra que desde que começou a fazer nunca mais parou, faz uma ou duas vezes por mês. O trabalho para deixar essa comida pronta se torna muito árdua, pois, há a necessidade de estar sempre fazendo a mexida no tacho até ficar pronta para consumo, mas todos estão sempre animados e o rádio pendurado na árvore faz a festa e traz alegria, renovando as energias para continuar na luta. Todos acabam se envolvendo na mexida ao tacho, ela faz com a ajuda da filha Joseilma, o genro Antônio de Oliveira e a irmã Vitória. Dona Dega nos conta que para o chouriço ficar no ponto de ser consumido exige muito trabalho e dedicação, são necessárias 12 horas de cozimento em fogo brando a base de lenha, e é necessário fazer a mexida constantemente para não atrapalhar o ponto. Ela nos revela uma receita que sempre faz e conta alguns segredos que vem dando certo, como exemplo, colocar parafuso virgem dentro do sangue do porco para evitar que talhe.
RECEITA! ü Banho de porco; ü 55 rapadura; ü 06 litros de sangue de porco; ü 55 xícara de farinha, 01 para cada rapadura; ü 05 cocos; ü Temperos (pimenta do reino, cravo, canela,
erva doce e gengibre). Primeiro desmancha a rapadura, depois vai colocando o sangue aos poucos e vai acrescentando a rapadura derretida aos poucos e o resto dos ingredientes. Com esta receita é possível produzir em torno 45 kg ou 45 latas de chouriço. Dona Dega comercializa o excedente dentro da própria comunidade e circunvizinhas, e até mesmo para outros estados. Ela conta que vende uma lata por R$ 13,00 e duas por R$ 25,00, esse dinheiro ajuda a complementar a renda da família.
Contos! Dizem que o chouriço é um forte energetico," que lá prás banda do sertão um cavalo chamado baton comeu uma bacia de chouriço e foram três dias sem os habitantes da comunidade dormirem com este alvoroço desse cavalo pervertido".
3
agosto
HISTÓRIAS DO SERTÃO UM ASSUCEDIDO NA ROÇA
Conferência Estadual de Está Acontecendo! Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário
É quase meio dia, estamos voltando da comunidade Baldo, em Campo Redondo, e paramos na comunidade de Timbauba dos Batistas, para saber de Leurides o que ela achou dos escritos, e encontramos numa cadeira de balançar, Manoel Nascimento de Avelar, tropeiro, amigo de profissão de Gonsalin, tropeiro que passou a vida andando de janeiro a janeiro, e aí puxamos uma conversa com Manoel sobre sua tropa de cavalo e Burro mulo e suas andanças por estas veredas e curretelas, ele se empolga e conta um assucedido com ele, conta que um dia estava no roçado e foi picado por uma salamandra com mais de 7 palmos de altura, sendo imediatamente enviado para Santa Cruz, lembrando que ele é de uma comunidade de Campo Redondo.
Em Campo Redondo está U mfinalizado a m p l o p rmais o c e s suma o de sendo participação territorial ocorreu no RN, a etapa de construções das fim de consolidar a realização da 2ª tecnologias socais do P1+2, é CEDRSS. O objetivo da Conferência contribuir a construção de um onde 20com cisternas calçadão Plano Nacional de Desenvolvimento estão finalizadas e 09 em Rural Sustentável e Solidário (PNDRSS), na qual estãode envolvidas representações processo construção. Em das diversas instâncias de governo e da Santa foi iniciado as sociedadeCruz civil organizada. Neste processo, saiu com escavações dasa AACC cisternas representação territorial no Mato enxurrada, calçadão e Grande, com Marialda Moura, e na barreiro Terras dostrincheira. Potiguaras, com Lidiane
Ficou várias horas no hospital sem ser atendido, cansou de esperar e seguiu para casa sem tomar nenhum remédio, não sentiu mais nada, um dia estava cercado e tinha um garrote no chão que tinha sido picado por cobra, como por instinto, ele abriu a boca do animal e deu três cusparadas, o que levou o animal a despertar e sair faceiro pelo mato, Freire. A data já está definida para 21 e 22 esta cena com gado se repetiu mais uma vez com um garrote, realizando o mesmo de agosto. O local de realização espera procedimento e salvando a vida do animal. Em relação a cachorro, ele afirma que inté definição do governo do estado. perdeu a conta do número de salvação que fez dos cachorros que foram picados por cobra. Lembrei que já escutei caso parecido com este relatado por seu carmim, lá prás bandas do sertão, e aí que afirmo o que quanto é rico este nosso semiárido. Tomamos um copo d´água e seguimos viagem.
NOVA DINÂMICA DA MICRORREGIONAL DO TRAIRI Iniciamos no mês de junho/16 uma nova dinâmica nas reuniões mensais da microrregional do Trairi, são as apresentações de experiências produtivas empreendidas pelos/as beneficiários dos programas da ASA. No mês de junho tivemos a apresentação da experiência de Lourdes, da comunidade de Furnas, em Santa Cruz, beneficiária de uma cisterna enxurrada, em uma pequena área no seu quintal.
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Sementes
São hortas bonitas, que foram para o mercado, dando uma grande satisfação para Lourdes, mostrando ela, a beleza da sua dedicação e formatos da sua horta, desenho Ficou acordado que o mês do sol e do alfabeto, mostrando toda a sua dedicação e o amor empreendido naquele de dezembro será o grande pequeno espaço. Em julho foi a vez de Zé Omar morador da comunidade de Baixio do Roçado, Santa Cruz, mostrando sua diversidade de plantas e experimentações com sementes de feijão manteiguinha, balinha e a fava piauí, além dos plantios de pimentão, coentro, tomate e cenoura, mostrando a necessidade de trabalhar melhor a questão da comercia-lização. Para o mês de agosto teremos uma experiência de São José de Campestre, ficando a cargo de Eduardo do STR local a responsabilidade de trazer a experiência.
m ês da s em ente, com distribuição e troca de semente entre agricultores, agricultoras e técnicos/as, neste sentido já temos alguns campos de multiplicação implantados para esta festa de semente: Dona Maria (Ramal), Janaína (Angico), Zé Omar (Baixio) e Elisângela (Queimadas).
4
agosto
Pingos de Informação
Está agendado! Dia 03: Reunião da Microrregional do Trairi Dia 05: Reunião da Microrregional ASA Mato Grande - João Câmara Dia 04 e 05: Reunião Ordinária da ASA Potiguar e preparação para ENCONASA - Mossoró-RN;
AS PLANTAS MEDICINAIS E A AGRICULTURA FAMILIAR O uso das plantas medicinais promove o enriquecimento da biodiversidade nativa, o fortalecimento e valorização do conhecimento popular, bem como o fortalecimento da agricultura familiar agroecológica gerando emprego e renda para as famílias que delas utilizam. A agricultura agroecológica pode ser definida como um sistema de produção que procura chegar o mais próximo da natureza. Por isso, substitui o uso de agrotóxicos, fertilizantes solúveis, hormônios, medicamentos, vermífugos e qualquer tipo de aditivo químico por produtos naturais, alternativos, plantas medicinais provenientes da flora nativa, e agrega a criação de animais para se tornarem sistemas economicamente produtivos, com eficiência na utilização de recursos naturais, e respeito ao trabalho. Animais e alimentos são agroecológicos , livres de produtos químicos e resíduos tóxicos, cuja integração desses fatores torna a agricultura familiar autosustentável. (Uso da plantas
Cannttoo
a a C i s e o P dede oesia P Pas
seata Zé Vicente
SORRISO NOVO Passa a passeata, passa Dobra a passarela Linda chuva de papel! Abre a porta, ergue os braços É só para você, estes Povo unido, avança o passo sorriso quiz Terranovo livre! que Leite, mel!me
aoconter de novo. Me fez olhar na água o reflexo da lua. · E sem lembrança ou mágoa mergulhar com a · imagem tua. ·
Fagner / Brandão
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medicinais na criação animal. Natal-RN: AACC-RN, 2009)
Aquele abraço! BANCO COMUNITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DE PUREZA BANCO SOLIDÍO DE PUREZA
José Omar, Joca de Caluca, Dona Maria, Sebastião, Leurides, Sérgio Lourenço, Eurilo, Lindalva, Após alguns meses de construção a partir de oficinas de formação para implantação do Luvidete, Dionete, Pedro. Feliz Banco Comunitário Fontes de Desenvolvimento de Pureza, cujo nome fantasia é Aniversário: Meregue. Banco Solidário de Pureza, a inauguração está prevista para acontecer no mês de agosto de 2016 na comunidade Bebida Velha, distrito do município de Pureza. A Ação iniciou a partir de uma manifestação de interesse apresentada pela Associação dos EXPEDIENTE Produtores Agrícolas de Bebida Velha – APABV à Incubadora Tecnológica de Pingos de Informação Economia Solidária e Gestão do Desenvolvimento Territorial – ITES, da Universidade Elaborado pela equipe da AACC/RN Federal da Bahia – UFBA que através da Fundação de Apoio a Pesquisa e a Extensão – FAPEX, tem desenvolvido um projeto de atuação nacional para acompanhamento aos Rua Doutor Múcio Galvão, 449 Bancos Comunitários Solidários, bem como a implantação de novos bancos em alguns Lagoa Seca, Cep. 59022-530, Natal/RN E-mail: aaccrn@aaccrn.org.br estados do Brasil. Site: aaccrn.org.br Tel. 84.3211.6131 A construção metodológica do Banco Solidário de Pureza perpassou por várias etapas, Responsável: AACC dentre elas, a escolha da moeda social a ser utilizada pelo banco que tem o nome de Diagramação: Silvana Lutif Cristalina. A escolha do nome é uma alusão as águas cristalinas da fonte de Pureza, e Textos: Edmundo Sinedino, as moedas a serem produzidas terão imagens que representam as questões culturais Pedro Ferreira, Ceiça e Silvana Lutif e ambientais do município. Inicialmente serão oferecidas duas linhas de crédito, a de produção e de consumo. O banco terá funcionalidade nas instalações do telecentro da Tiragem: 200 exemplares APABV (entidade gestora do banco) e contará com a atuação de duas associadas agentes de desenvolvimento solidário.