1000 Tsurus e o que Aprendi com Isso

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1000 TSURUS

(e algumas coisas que eu aprendi fazendo isso)


1 Aprendi que para se fazer 1000 tsurus eu preciso fazer um por vez.

2 Aprendi que cada tsuru é único, será feito uma única vez e depois disso precisa ser guardado com cuidado em algum lugar (ou dado de presente para alguém).


3 Aprendi que mesmo fazendo 1000 vezes os mesmos movimentos e gestos eu consigo fazer cada tsuru com a mesma paciência, o mesmo empenho e exigência como se ele fosse o único a ser feito.

4 Depois que já tinha feito mais de 200 tsurus eu resolvi rever um papel com as instruções. Percebi que estava fazendo errado as últimas dobras e aprendi finalmente a fazer um tsuru do jeito certo. Em 2013 quando fui expôr os tsurus na Virada aprendi ainda uma outra finalização para a dobradura.


5 Aprendi que eu, que me considero uma pessoa criativa, odeio rotina e gosto de muita variação na minha vida consigo fazer um trabalho aparentemente repetitivo de maneira extremamente satisfatória pra mim

6 Aprendi que quando você impõe a si mesmo uma tarefa difícil é melhor se certificar de que irá realmente fazê-la antes de sair anunciando.

7 E aprendi que uma vez anunciada uma meta ambiciosa, mostre para o mundo que você está caminhando firme. Assim você poderá contar com o apoio de muita gente, mesmo de pessoas que não te conhecem.


8 Aprendi que posso me inspirar em uma tradição de uma cultura que eu admiro e respeito e que isso pode fortalecer o meu próprio trabalho. 9 Aprendi que consigo ter uma forte disciplina quando quero.

10 Aprendi que se eu diminuir o número de coisas que eu quero fazer, a chance de conseguir realizá-las aumenta e muito.


11 Aprendi que se eu estabelecer uma meta diária de rendimento o progresso do trabalho acontece de maneira segura. E vendo o progresso eu motivo a mim mesmo para seguir cumprindo a meta. 12 Aprendi que se a idéia é sua, é você quem tem que cuidar de tudo ou pelo menos acompanhar de perto cada detalhe. Porque quando você apresentar o resultado ao mundo será você o único responsável por ela, mesmo que o trabalho tenha eventualmente envolvido uma equipe.

13 Aprendi que se eu não mantivesse um diário rigoroso com o meu avanço cotidiano na realização dos 1000 tsurus eu não teria conseguido cumprir adequadamente a missão que eu me propus.


14 Aprendi que depois de um tempo se focando em um trabalho é preciso um distanciamento para que surjam outros caminhos. Quando comecei a pensar no que eu faria com eles quando terminasse as idéias ficaram mais claras depois que conversei com os outros sobre isso.

15 Aprendi que algumas pessoas são incapazes de reconhecer o valor do trabalho feito e vão agir para desvalorizá-lo. E o máximo que eu posso fazer é não me deixar afetar por isso.


16 Aprendi que pra fazer mil é preciso fazer mais do que mil.

Que é preciso fazer pelo gosto mais do que pela obrigação.


17 Percebi que ficou mais fĂĄcil de aprender outros origamis.

18 Aprendi alguns outros origamis mas nĂŁo tantos quanto eu poderia ou gostaria de ter aprendido.


19 Aprendi que origami tem uma imensa relação com geometria, matemática e linguagens de programação.


20 Aprendi que a persistência cria o hábito e depois de algum tempo vai ficando cada vez mais fácil.


21 Aprendi que hábitos recém conquistados têm que ser rigorosamente mantidos pois podem ser perdidos muito rápido.


22 Aprendi que o ideal é encadear uma vitória com algum outro objetivo logo na sequência, para não perder o ritmo.


23 Aprendi que objetivos perseguidos e bem vividos d茫o boas hist贸rias pra contar.


Ediรงao/texto/fotos Daniel Seda 2011 - 2013

Foto final Paulo Pereira


2011

2013


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