Escola Dominical 01 de março de 2020

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Cuf}filcuLO

CUITURfl CR)STFl

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BENEFICI0S DE PREGAR A CRISTO A PARTIR DO ANTIGO TESTAMENTO

Urn dos principals beneficios da pregagao de Cristo e que essa pregagao salva as pessoas por toda a eternidade, "porque abaixo do ceu nao existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (At 4.12). Mas alem desse beneficio de pregar a Cristo, podemos discernir outros que surgem especificamente da pregagao de Cristo a partir do Antigo Testamento. Notaremos dois desses beneficios: fazer com que as pessoas conhegam o Antigo Testamento e oferecer-lhes urn entendimento mais completo de Cristo.

Fazer com que as pessoas conhe9am o Antigo Testamento Urn dos maiores beneficios de pregar a Cristo a partir do Antigo Testamento e que o Antigo Testamento sera ouvido na igreja crista. [...] o Antigo Testamento mostra a hist6ria da redengao que conduz a Cristo;1 proclama uma verdade nao

encontrada no Novo Testamento; ajuda-nos a compreender melhor o Novo Testamento; evita entender erroneamente o Novo Testamento. Esses beneficios assumem que o pregador busca cobrir a ampla gama de literatura do Antigo Testamento, nao se limitando a apenas uma estreita faixa de passagens preferidas. Uma preocupaeao legitima 6 que o alvo de pregar a Cristo leve o pregador a selecionar apenas profecias messianicas. Com uma seleeao tao limitada, infelizmente, perderiam-se os temas mais amplos e expansivos do Antigo Testamento. Pois o Antigo Testamento 6 a revelagao de Deus, sua "fidelidade e miseric6rdia, a revelagao de sua alianea que e eternamente segura, e do santo remanescente salvo somente pela graga".2 Para evitar a selecao de textos apenas de uma faixa limitada de trechos messianicos, o pregador deve selecionar o texto de sua pregaeao nao com o principal objetivo de pregar a Cristo, mas com os objetivos principais de pregar todo o conselho de Deus e edificar a fe da igreja. Como pregar a Cristo a partir desses textos 6 uma consideragao importante que veremos mais adiante.

Oferecer urn entendimento mais completo a respejto de Cristo Urn segundo conjunto de beneficios da pregaeao de Cristo a partir do Antigo Testamento envolve uma compreensao mais plena de Cristo. Berkouwer observa

que sem o Antigo Testamento `teriamos urn Cristo afastado do amplo pano de fundo do sofrimento humano e da aeao redentora de Deus, o pano de fundo da justiea de Deus e de sua ira, seu amor e sua santidade".3 Von Rad tambem insiste que "nosso conhecimento de Cristo 6 incompleto sem o testemunho do Antigo Testamento. 1 Ver, por exemplo, Clowney, "Preaching Christ from All the Scriptures",183: "Quando o

Antigo Testamento 6 interpretado a luz de sua pr6pria estrutura de promessa e quando essa promessa 6 vista como sendo cumprida em Jesus Cristo, a significado do Antigo Testamento pode ser pregado com toda a profundidade teol6gica e poder pratico. A pregagao

que nao 6 centrada em Cristo sempre perde a dimensao de profundidade na revelagao do Antigo Testamento." 2 Berkouwer, Person of Christ,139. 3 /bi.d.,152. Vriezen, Owl/i.ne, 9, declara: "0 oficio messianico de Cristo nao pode ser con-

fessado e mantido sem o Antigo Testamento."


Cristo nos 6 dado apenas pelo testemunho duplo do coro daqueles que aguardam e daqueles que se lembram".4 Notaremos essa compreensao mais profunda em tres areas especificas: a pessoa de Cristo, a obra de Cristo e o ensino de Cristo.

A pessoa de Cristo Mateus inicia seu Evangelho com o conhecido "Livro da genealogia de Jesus Cristo..." (1.1 ). Para os que nao conhecem o Antigo Testamento, surgem imediatamente perguntas: por que comegar com uma genealogia? Qual o significado do nome "Jesus"? Qual o significado do titulo "o Messias" ou, na tradugao grega, "o Cristo"? Antes de chegarmos a metade do primeiro versiculo do Novo Testamen-

to, precisamos do Antigo Testamento para uma compreensao mais completa do que Mateus esta dizendo sobre Jesus. Bruce Birch diz que "sem o testemunho do Antigo Testamento, teriamos pouca ideia do que a lgreja Primitiva dizia a respeito de Jesus no Novo Testamento".5 Jesus refere-se a si mesmo mais frequentemente como "Filho do homem".6 Muitos acham que esse termo descreve a natureza humana de Jesus, distinguindo-a da natureza divina. Mas uma leitura de Marcos 13.26 pode sacudir urn pouco tal ideia, pois aqui Jesus fala de sua segunda vinda como "0 Filho do homem vir nas nuvens, com grande poder e g16ria". Mas o conceito errado permanecera a nao ser que o pastor pregue urn sermao sobre Daniel 7.9-14: "Eis que vinha com as nuvens do ceu urn como o Filho do homem... Foi-lhe dado dominio e g16ria, e

o reino, para que os povos, nag6es e homens de todas as linguas o servjssem; o seu dominio 6 eterno, que nao passafa, e o seu reino jamais sera destruido." Bright observa que "0 Novo Testamento o sadda [a Jesus] como Messias e Filho do homem, descrevendo-o como servo sofredor; contudo, em nenhum texto explica o significado desses termos.. . Sem o conhecimento do Antigo Testamento, na verdade, e impossivel entender o significado da obra de nosso Senhor como os escritores do Novo Testamento a viam".7 Depois de examinar os conceitos de Rei messianjco, Filho do Homem e Servo Sofredor, William Lasor conclui:

"No meu entendimento, ningu6m antes do tempo de Jesus tentou juntar esses tres conceitos numa s6 pessoa. Jesus o fez."8 Walter Burghardt resume assim: "Se devo pregar Jesus conforme a igreja apost6lica o fez -o Messias de Israel -eu

preciso entender o complexo de creneas e esperaneas que `Messias' significava no judaismo Iou melhor, no Antigo Testamento]."9 4 Van F`ad, Typelogical Interpretation of the old Testament` 39. 5 Bruce C. B.irch. What Does the Lord Require? The old Testament Call to Social Witness (F{)adeliiia.. Westminster,1985),110. 6 Cf. Bright, K/.ngdom, 201, "Este era o titulo que o Senhor aplicava a si mesmo mais que qualquer

outro." Estranhamente, Norman Perrin, Red/.scover/.ng the Teach/.ng of I/esus (Londres,1967),198, diz que "Jesus nao poderia ter falado da vinda do Filho do homem", presumivelmente porque o titulo nao tinha sido encontrado no judaismo contemporaneo. F. F. Bruce, em T/.me /.s Fu/fi//ed, 27, diz que o criterio de falta de semelhanca, defendido por Perrin, "deveria ser urn poderoso argumento em favor da autenticidade do designativo `Filho do Homem'." 7 Bright, Aulhonfy, 204. 8 Lasor, "Messiah", 90-91.

9 Burghardt, Preach/.ng.. The Art and the Craft,143. Para explicag6es sobre os titulos de Jesus da

perspectiva do Antigo Testamento, ver, de William Barclay, I/esus as rt)ey Saw Hi'm.. Ivew resfament /r}fexprefaf/'on of I/esus (Nova York: Harper & Row,1962); Leopold Sabourin, B/.b/e and Chr7'sf,110126; e F. F. Bruce, "Promise and Fulfillment", 38-50.


A obra de Cristo Os titulos de Cristo no Antigo Testamento nao somente descrevem a Jesus como pessoa como tamb6m relatam sua obra. Isso e mais evidente em titulos como "Filho do Homem" e "Servo de Yahweh". Embora o Novo Testamento ligue Jesus com o Servo de Yahweh do Antigo Testamento (p. ex., Mt 12.18-21 ; At 8.32-35;

2Co 5.21), em sua maioria as referencias sao tao sutis que provavelmente nao as notariamos se nao conhecessemos as cang6es do Servo em lsaias (42.1-9; 49.1 -6; 50.4-11 ; 52.13-53.12). Contudo, pode-se fazer urn born argumento dizendo

que "Jesus interpretou sua missao messianica em termos do Servo sofredor do Senhor".10 Jesus disse "... o pr6prio Filho do Homem nao veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos" (Mc 10.45, cf. com ls 53.1011 ). Na noite antes de sua morte, Jesus declarou: "0 Filho do homem vai, como esta escrito a seu respeito" -presumivelmente em lsaias 53 (Mc 14.21). Entao,

transformando o jantar da Pascoa na Ceia do Senhor, Jesus disse: "Isto e o meu sangue da [nova] alianea, derramado em favor de muitos" (Mc 14.24, cf. Is 53.5-6). A seguir, Jesus foi levado perante o Sinedrio "porem guardou silencio" (Mc 14.61 ); mais tarde, perante Pilatos, "Jesus, pofem, nao respondeu palavra" (Mc 15.5, cf. Is 53.7). Jesus foi crucificado com criminosos de ambos os lados, e em seguida orou "Pai, perdoa-lhes..." (Lc 23.34; cf. Is 53.12).11 Fica claro que nao podemos

entender o sofrimento e a morte de Jesus sem conhecer o Servo de Yahweh do Antigo Testamento.12

A obra de Cristo inclui os milagres de Jesus. Quando lemos sobre seus milagres, podemos concluir que Jesus era apenas mais urn milagreiro -ate que vejamos esses milagres pelo pano de fundo dos milagres redentores de Deus no Egito (Yahweh versus os deuses dos egipcios) e os milagres de cura dos profetas. Entao, comeeamos a perceber a dimensao mais profunda dos milagres de Jesus: os milagres sao manifestagao da inimizade entre a Semente da mulher e a semente da serpente; sao sjnais do reino de Deus rompendo para dentro deste mundo, endireitando o que estava torto, curando enfermidades, redimindo vidas. Como disse o pr6prio Jesus: ``Se, pofem, eu expulso os dem6nios pelo dedo de Deus, certamente, e chegado o reino de Deus sobre v6s" (Lc 11.20).

0 ensino de Cristo Urn dos ensinamentos-chave de Jesus 6 o reino de Deus. E como Jesus iniciou seu minist6rjo: "0 tempo esta cumprido, e o reino de Deus esta pr6ximo; arrependei-vos e crede no evangelho" (Mc 1.15). I...I 6 facil pensar no reino de

Deus como sendo no futuro no ceu (Cap. 1 ). Conhecer o pano de fundo do Antigo Testamento, quanto ao reino de Deus, nos torna (e as nossas congregae6es) mais receptivos a ideia de que o reino de Deus vein a esta terra e que Deus espera 10 Bright, Kt.ngc/om, 267.

" Extrai a maior parte desses paralelos de Leopold Sabourjn, B/.b/e ant/ Chr/.sf,121-122.

12 Cf. Anders Nygren, S;.gn/ficance, 26: "0 Novo Testamento e necessario para desvendar o significado

mais profundo do Antigo Testamento, mas e igualmente necessario que a obra de Deus em Cristo seja vista a luz do Antigo Testamento, a fim de que seu significado mais profundo possa ser compreendido. E dificil dizer como a pregagao da morte de Cristo sobre a cruz pudesse ter efeito, nao fosse conhecida a declaragao do Antigo Testamento sobre o Servo Sofredor" (ls 53).


que sejamos leais cidadaos deste reino agora mesmo. Esse e tambem o ensino de Jesus na Oraeao do Senhor: "Venha o teu reino; faga-se a tua vontade, assim na terra como no ceu" (Mt 6.10).

Semelhantemente, Jesus ensina "Na casa de meu Pai ha muitas moradas.. . vou preparar-vos lugar" (Jo 14.2). Talvez pudessemos entender facilmente o ensino de Jesus no sentido gn6stico de almas fugindo do corpo para urn reino espiritual mais seguro. Porem, conhecer o ensinamento do Antigo Testamento sobre a boa criagao de Deus e de seu reino vindouro nos torna (e as nossas congregae6es) mais receptivos ao ensino do Novo Testamento de que nossa maior esperanga em face da morte 6 o que confessamos regularmente no Credo Apostolico: "Creio na ressurreieao do corpo". Em sua tlltima ceia, Jesus diz aos discipulos: "E digo-vos

que, desta hora em diante, nao beberei deste fruto da videira, ate aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai" (Mt 26.29). Embora os cristaos possam ansiar por estar com o Senhor quando morrerem (Fp 1.23), nossa maior esperanea e a segunda vinda de Cristo, quando os mortos ressuscitarao, a nova Jerusalem descefa dos ceus sobre a terra e Deus sera tudo em todos (1Ts 4.16; Ap 21.3). Nossa maior esperanga em face da morte, de acordo com Paulo, e a ressurreigao do corpo. Jesus foi o primeiro a experimentar essa maravilhosa transformagao. Ele e "as primicias dos que dormem. Visto que a morte veio por urn homem, tambem por urn homem veio a ressurrejeao dos mortos" (1 Co 15.20-21 ). Esses sao apenas dois exemplos de como o ensino de Jesus pode ser mais bern entendido com o pano de fundo de sua Biblia, o Antigo Testamento. Christopher Wright declara com franqueza sua conviceao de que "quanto mais se compreende o Antigo Testamento, mais pr6ximo se chega ao coraeao de Jesus".13 Nos pr6ximos dois capitulos investigaremos a hist6ria da pregagao crista para ver como interpretes e pregadores influentes nos seculos que se seguiram pregaram a Cristo a partir do Antigo Testamento.

Trecho extra'ido de Pregando Cristo a partir do Antigo Tlestamento, de Sidney Greidanus, Editora Cultura Crisfa

13 Wright, Know/.ng Jesus, 108. Cf. MCKenzie, "The Significance of the Old Testament for Christian

Faith in Roman Catholicism",108: "0 Novo Testamento apresenta Jesus como sendo a plenitude de Israel... segue que nao se pode conhecer bern a Jesus Cristo se nao conhecer a Israel."


0 DESCENDENTE DA MULHER Escondido oat reuelade no Antigo I;esta;mento?

Para ler c meditar durante a semana D -Gn 3.1-6 -A Queda; S -Ap 12.I-11 -A vit6ria do Filho vafao; T -Gn 3.20 -Mac da vida, mac do descendente; Q-Gn 4.1 -A esperanca da mulher; Q-1Tm 2.15 -Salvacao pela gera¢o de filhos; S -Cl 2.9-15 -A vit6ria de Jesus Cristo; S -Is 7.14 -A virgem conceberf o Redentor

INTRODUCAO

"i tudo sobre Jesus." Essa afirma-

€5o € muito comum e expressa algo que esta em perfeita-harmonia com o que a Bfblia ensina a respeito da pessoa e obra de Cristo. Apesar disso, € comum nfo pensarmos de modo apropriado sobre a real extensfo dessa afirmapao. Isso 5 revelado em nossa dificuldade de ler o Antigo Testamento. Nossa leitura em grande

I. A PROMESSA DO DESCENDENTE Adao e Eva desobedeceram a Deus (v. 6) e a queda deles foi vergonhosa. Como consequencia, a voz de Deus, outrora tao doce aos seus ouvidos, agora provocava medo, terror (v. 10). Logo ap6s nossos pais terem comido o fruto

da frvore do conhecimento do bern e do mal, o Senhor vein em busca deles

(v. 8-9). 0 Senhor confrontaAdao e obparte € moralista, buscando encontrar t€m uma esp€cie de confissao, envolvida apenas li€6es para os nossos assuntos co- em uma dentincia, na qual ele aponta a tidianos. Temos enorme dificuldade em sua esposa como a responsdvel pela sua olhar para o Antigo Testamento e nele transgressao (v. 12). 0 Senhor se volta enxergar a revela€fo acerca de Cristo. para Eva e a ouve tamb€m transferir a Com isso, os pcrsonagens bfblicos aca- culpa para a serpente (v. 13). ban servindo apenas para nos ensinar i interessante a maneira como o o que fazer ou o que evitar. Senhor aborda a serpente. DiferenteA pessoa de Cristo € anunciada mente de como tratou Adfro e Eva, ele nao apenas em algumas porc6es iso- nao faz nenhuma pergunta a serpente. ladas, mas em todas as escrituras do 0 Senhor tern a dimensfro exata, o coAntigo Testanento. Logo nas primeiras nhecimento perfeito do que ocorreu. Ele paginas, ela € revelada no relato da sabe que aquele animal foi usado por Cria€ao e da Queda. i a essa tiltima Satands, o seu inimigo. Por essa razao, passagem que nos voltamos na primeira o Senhor nho dd i serpente a chance de li€ao deste trimestre. argumentar nada em sua defesa (v.14).


2

i TUDO SOBRE JESUS -Crz.fro rc„c4¢cdo c ¢#""cz.4cZo #o 4#fzgiv rcjfzz7"c#£o

E e justamente quando confronta 3.15.Aexpressaofinaldoversotamb€m a serpente e a amaldi€oa que Deus faz a pode ser traduzida como: "Adquiri urn sua primeira promessa redentiva: "Porei varao, a saber, o SENHOR", expresinimizade entre ti e a mulher, entre a sando a esperanca de Eva em rela€5o ao tua descendencia e o seu descendente. seu filho.2 Infelizmente, suas espera.n€as Este te fcrird a cabe€a, e tu lhe ferirds o em rela€fro a Cairn, posteriormente, se calcanhar" (v.15). 0 primeiro detalhe mostraram equivo cadas. Em sua promessa o Senhor diz a ser observado aqui € que enquanto as que o descendente da mulher esmagadas diretanente a serpente, as palavras ria a cabe€a da serpente, e a serpente do versfculo 15 sao dirigidas a Satands. lhe feriria o calcanhar. A hist6ria da E de maneira tambem diferente de reden€ao mostra como Satands e os seus como trata o homem e a mulher, Deus scmpre intentaram destruir a semente nao suaviza as maldie6es sobre Satands. da mulher. Foi assim com o assassinato A maldi€ao sobre ele, de acordo com de Abel por Cairn (Gn 4.3-8), com o Gerard Van Groningen, e absoluta: "Sa- decreto de Fara6 em rela€io aos bebes palavras do versfculo anterior sfro dirigi-

tandsteriasuacabecaesmagada;eleseria

israelitas (£x 1.15-22) e com a hosti-

completamente dominado, derrotado e lidade das na€6es pagas contra Israel. Em todos esses epis6dios podemos vcr feito impotente''. i Todavia, o elemento mais impor- a inimizade estabelecida por Deus entre a serpente e a mulher, entre a descenSatands € a referencia ao descendente da dencia da serpente e o descendente da mulher. Temos aqui o que € conhecido mulher. A1€m disso, em Genesis 3.15 como o protoevangelho, a primeira pro- tamb€m contemplamos a promessa da messa evang€lica, o primeiro andncio derrota final de Satands. 0 descendente do evangelho no Antigo Testamento. da mulher "venceria e anularia o dano A inimizade entre a mulher e a serpente causado pela serpente, as consequencias tante nas palavras dirigidas a serpente/

tambem se estenderia is suas respectivas da Queda e seus efeitos".3 Aqui, n6s descendencias. Em rela€ao a mulher, temos o andncio de uma grande vit6ria Deus fala de urn descendente especl'- para urn dos lados, ao mesmo tempo fico. E € interessante a maneira como em que temos a proclama€ao de uma Eva atentou para as palavras de Deus, completa derrota e profunda humilha€ao para o lado que sera golpeado pois no capftulo seguinte, ao dar a luz a Cairn, ela diz: "Adquiri urn varao com o na cabe€a.

aurilio do SENHOR" (4.1). i possivel

que cla tenha imaginado que aquela crian€aeraodescendenteprometidoem I GRONINGEN, Gerard Van. Crz.4fzz~o c Co#jz/"4!f&'o, Vol.I. Cultura Crista, p.137-138.

2 GRONINGEN, Gerard Van. Jicz/c4zfzz'o A4cJJj.4»;.c4 #o 4#fjgiv rcffzzowc#fo. Cultura Cris fa, p. 108;

COLLINS, C. John, Cc#cfz.j /-4.. 4 /z.~g#z.j}z.c,

literary, and theological commentary,T'8tR, p. L95 . 3 T]FTHAM, Rch)elt, The Message of the Person of Christ, p. 40.


O descendente da mulhcr

Com essa promessa, "o cenario estava pronto para a vinda de uma pessoa real'',4 que executaria uma grandiosa tare fa e, desse modo, obteria uma vit6ria em favor de outros, restaurando aquilo que foi arruinado pelo pecado de Adao e Eva.

11. A PROMESSA CUMPRIDA EM JESUS A promessa messiinica de Genesis 3.15 foi cumprida quando Jesus, na

plenitude do tempo e nascido de uma mulher, tomou o lugar de Adio, triunfou sobre a tenta€ao do diabo (Mt 1.1 1 ; Mc 1.12-13;Lc4.1-13),expulsoudem6nios,

3

Ele permaneceu completamente fiel a palavra de seu Pai. Na derrota da serpente Jesus can-

celou o escrito de dfvida que era contra n6s e, "[...] despojando os principados

e as potestades, publicamente os expos ao desprezo, triunfando deles na cruz" (Cl 2.14-15). Como resultado da obra

do descendente da mulher, o Filho de Deus encarnado, "[...] foi expulso o

grande dragao, a antiga serpente, que se chama diabo e Satan5s, o sedutor de todo o mundo, sin, foi atirado para a terra, e com ele, os seus anjos" (Ap 12.9).

Em Genesis 3.15 foi anunciado

curou os enfermos, morreu na cruz a fin que as consequencias do pecado seriam de expiar o pecado e derrotou a morte remediadas pelo descendente da mulher. por meio da sua ressurrei¢o. Quando esse descendente veio, isso foi Nas areas em que Adao foi tentado, demonstrado por interm€dio das suas Jesus tamb€m o foi. Tanto a tentapao no Eden como a tenta€ao no deserto da

constantes vit6rias sobre os dem6nios, na prisao de Satands, bern como por

Judeia envolveram urn alimento (o fruto meio do seu triunfo sobre a morte e da drvore do conhecimento do bern e do o pecado. Mesmo as maldi€6es que mal e pao), distor€ao daquilo que Deus Deus imprecou sobre a humanidade havia dito (Gn 3.1 ; Mt 4.6) e a falsa pro- tamb€m foram mitigadas por meio da messa de glorifica€ao (ser igual a Deus e

obra de Cristo. Sobre isso, as palavras

receber toda a autoridade sem precisar

de Robert Letham sao extraordinarias:

trilhar o caminho da humilha€ao, do sofrimento e da morte). Ocorre que, enquanto Adao foi tentado nun belo e harmonioso jardim, Jesus foi tentado no pior cenario possi'vel, num deserto si'mbolo de toda a degrada€ao causada

"0 fatigante trabalho foi transformado

em trabalho fruti'fero, que produz a trinta,sessentaeacemporum(Mtl3.1-23).

As dores de parto (Gn 3.16) passaram a ser meios pelos quais a libertapfro final vi-

ria, por intermedio do pacto com Abraao pela entrada do pecado no mundo. e sua descendencia, do nascimcnto do A1€m disso, onde Adao caiu e fracas- Filho encarnado na bendita virgem e da sou, Jesus se manteve de p€ e venceu. cria¢o fiel de filhos da alianca".5 4 GRONINGEN, Gerard Van, jifz;c4zfzo ln4inz.4»z.czz #0 .4#fzgiv rcffzz"c#fo, p. 1 io.

5

LETHAM, Robert, 714c A4lcjf4gc a/£4c Pcrfo7e a/ C4rz'J', P. 40.


4

E TUDo SoBRE JESUS -C#.jfo rc~c4¢c/a c ¢#"#cz.¢c7o 72o 472fzgiv rcffzz7"c„fo

Deus fez uma tinica promessa a Adao e Eva, no Eden. Ele nao lhes forneceu todos os detalhes. Muita coisa ainda ficou oculta deles e de seus descendentes, que foi revelada gradualmente, ao longo de uma hist6ria cheia de percal€os na qual ficou evidente que o pecado do ser humano estava ativo. No Eden, Deus deixou em oculto a plena identidade daquele que nasceria da mulher e esmagaria, em definitivo, a cabe€a da serpente. 0 ponto a ser destacado e que, em Genesis 3.15, Deus promete que urn membro da raga humana derrotara Satands, desfazendo, em todo o cosmos, o que o pecado provocou. 0 que se segue a partir de Genesis 3.15 e a saga, a hist6ria da poderosa

Ad5o, afinal de contas, nfo estavam no Eden e, por essa razao, nao podem ser responsabilizadas. Esse tipo de raciocinio

€ perigoso, pois, sustentado de modo coerente, fari com que aquele que o emite tamb€m nfro possa ser identificado com o descendente da mulher, o Senhor

Jesus, que desfez aquilo que foi feito por Adfro e, acima de tudo, triunfou sobre a

serpente/Satands, ferindo mortalmente a sua cabe€a e realizando a salvapao. Nfo temos escolha: fomos representados por Adao no Eden. Grapas a Deus, tambem nfo temos escolha: fomos representados pelo descendente da mulher, Jesus Cristo, em sua vida de obediencia e em sua morte vicaria.

APLlcaqto

salva¢o de Deus em seu Filho, o descenComo anda a sua leitura do Andente da mulher. E, nas li€6es seguintes, tigo Testamento? Voce o ve como urn n6s veremos como isso se da ao longo simples reposit6rio de narrativas de de todo o Antigo Testanento. cunho moralista, hist6rias inspiradoras, CONCLUSA0 ou como a revela€ao da maneira que A importincia da narrativa de Ge- Deus executou o seu plano de trazer o nesis 3.15 para a nossa vida estf em seu descendente da mulher, que nos salvou caraterpactual(representativo).Algumas dos nossos pecados? Voce consegue

pessoas costuman afirmar que nfo possuem qualquer relapfo com o pecado de

perceber que, no Antigo Testamento, tudo, de fato, € sobre Jesus?


0 descendente da mulher

A QUEDA DO HOMEM Nenhum cvento lan€ou uma sombra mais escura sobre a vida humana que a queda de nossos primeiros pais de seu estado original de justica, vida e comunhao com Dcus para o estado de pecado, morte e corrup€ao em todas as faculdades e partes de sua alma e corpo. Nenhum aspecto da experiencia humana € mats crucial para o entendimcnto do mundo em que vivemos, do desespero de sun condic5o e do quanto foi necessdrio Deus intervir, enviando seu Filho ao mundo "para que o mundo fosse salvo por ele" Uo 3.17). A queda do homem foi urn importante ponto crftico para a humanidade. No Eden, Ad5o e Eva viviam de urn modo muito diferente de como vivemos. Eles estavam a vontade em seu mundo, feliz€s cm seu casanento, aben€oados em sua vida e em seu trabalho c em paz com seu Deus. Culpa e vergonha, enfermidade e morte, lascivia e desejo, ang`1stia, morte e inimizade e perigo cram desconhecidos. Nao havia espinhos para feri-los, nem cardos para desfigurar a beleza de seu jardim, ncm suor sobre seu rosto. Tudo mudou quando eles sucumbiram ds mentiras da serpente e quebraram a lei de Deus.

Quest6es triviais podem nos impedir de cntender corretamentc a queda do homem. A serpente era real? Ela era real o suficiente para servir a.os prop6sitos de Satands! A serpente realmente falou, ou era Satands simplesmente dando voz aos pensamentos na cabeca de Eva?

Sejacomofor,elaentendeuamensagem.AdforealmentcseuniuaEvaparapecarcontraDeus? A trfgica verdade e simples: a evidencia de que ele fez isso € inquestionivel.

A imputapao do pecado de Adao a sua desccndencia natural 6 urn pressuposto do evangelho. Os seres humanos estao perdidos desde a concepgiv e o nascimento, mesmo antes de come€arem sua carreira pessoal de pecado. 0 Filho de Deus se tornou o Filho do Homem

para expiar o pecado pela morte em lugar dos pecadores. Negar a qucda do homem em pecado 6 privar a morte de Cristo de seu sentido redentivo e de seu poder salvador. A realidade da Queda como fato hist6rico 6 demonstrada por seus muitos efeitos amargos e persistentes sobre os seres humanos hoje: "Nao hi justo, nem urn sequer, nfro hf quem entenda, nao hf quem busque a Deus; todos se extraviaram, a uma se fizeram intiteis; nfro hf qLiem fa¢a o bern, nao hf nem urn sequer. A garganta deles € sepulcro aberto; com a lingua, urdem engano, veneno de vibora cstf nos seus lfbios, a boca, eles a ten chcia de maldi€ao e de amargura; sao os seus pes velozes para derramar sangue, mos seus caminhos, ha destrui€ao e mis€ria; desconheceram o caminho da paz. Nao hi temor de Deus diante de seus olhos" (Rm 3.10-18).

Cada linha dessa passagem foi tirada da Bfblia hebraica. Paulo n5o precisou desenvolver nenhum pensanento original sobre o estado caldo do homem; ele jf tinha sido atestado na Escritura muito antes de seu tempo. Os te6logos descrevem o homem caldo como sendo totalmente depravado ou corrompido. Alguns entendem o termo como significando que homens e mulheres sao tfo maus quarto podem ser, o qiie a experi€ncia humana refuta. Gra€as a mao restritora de Deus, homens e na€6cs raramentc realizam todo o seu potencial para o pecado. Tern havido Herodes e Hitlers ao longo da Hist6ria, mas em quantidade muito menor do que

poderfamos esperar. 0 Imperio Romano era id6latra e libertino, mas nao al€m do poder do evangelho de transformi-lo na primeira superpotencia crista do mundo. Limitar a extens5o da Queda isentando algum aspecto do ser humano de seus efeitos abre o caminho para que o homcm cai'do seja seu pr6prio salvador. Se seu intelecto nao esta obscurecido, ele pods encontrar salvagiv pelo uso da razho e melhorar-se por meio da educapao. Se sua vontade nao es fa escravizada, ele pode ter a palavra final em sua salva¢o, totalmente


E TUDO SOBRE JESUS - Crz.jfo rt.»c42c/a c ¢#%#cz.edo 72o ,4„fz.go 7Z.ff¢ovc72fo

independente de vontade de Deus. Se o corpo humano nao tcm as marcas da Queda, entao os defeitos, deformidades, enfermidades, envelhecimento e morte sao naturais e normans para a nossa ra€a, os males nao podem ser resistidos e os inimigos de Cristo nao podem ser mortos ou vencidos. Pegamos a Deus para mos mostrar alnda mais profundamente os trdgicos resultados de nossa queda, para que possamos entender ainda mats profundamente as surpreendentes maravilhas do evangelho. Btblid de Estudo Henxpa Rofbri'nade


0 SENHOR PROVIRA UM CORDEIRO 0 filbo de alianca ndo 1)recisa morrer Genesis 22 .1 -19

Para lea e meditar durante a semana D -Hb 11.17-19 -Abraao creu; S -Ex 12.I-14 -Vida pela morte do cordeiro; T -Gn 22.15-19 -Promessas reafirmadas; Q -Ef 2.1 -10 -Nova vida em Cristo;

Q-Gn 12.1-8 -0 descendentc prometido; S -1{ 24.25-44 -i tudo sobre Jesus; S -Jo 1.29-34 - Eis o Cordeiro de Deus!

INTRODUCA0 Voce ja dove ter entoado canticos

que falam de Deus como "Jeova Jir€", o Senhor que prove para todas as nossas necessidades.Ecomum,quandoalgu€m estd enfrentando urn perfodo de grande afli€ao, de repente necessitando de em-

para Abraao. Em 12.1, a ordem de Deus a Abraao €: "Sat da tua terra, da

tua parentela e da casa de teu pai e vai

paraaterraquetemostrarei".]aaordem

que o Senhor Deus deu a Abraao em 22.2, em muitos termos, se assemelha a ordem anterior: "Toma teu filho, prego, sustento, comida, vestimenta ou teu dnico filho, Isaque, a quem anas, moradia, algu6m dizer: "tcnha calma. e vai-te a terra de Moria; oferece-o ali Creia no Deus da provid€ncia. Ele e o em holocausto sobre urn dos montes, Jeovi Jire". que eu te mostrarei". Ha uma trfplice Mas, e se eu disser a voce que repeti€ao aqui: "Sai da tua terra, da a maneira como essc none divino € tua parentela e da casa de teu pai [...] revelado nas Escrituras diz respeito a Toma teu filho, teu tinico filho, Isaque, a algo completamente diferente? Sim, € quem amas". 0 objetivo dessa repeti€ao verdade que o Senhor supre as nossas € que entendamos quao duras foran as necessidades. i verdade que tudo o exigencias feitas pelo Senhor a Abraao. que nos ocorre € a manifesta€fro da sua Al€m disso, devemos compreender que santa Providencia. Nao obstante, ele o capftulo 12 nos mostra o infcio da providencia algo ainda maior, muito jornada espiritual de Abraao, enquanto mais grandioso do que a satisfa€ao das o capftulo 22 nos apresenta o apogeu, o nossas neccssidades fisicas bdsicas.

0 Senhor providenciou para n6s

ponto mais alto dessa caminhada. A fe

o Cordeiro.

que iniciou no capi'tulo 12 € colocada sob dura prova€ao ap6s o nascimento

I.0 DESCENDENTE DEVE MORRER

de Isaque, o filho prometido.

0 texto-base da nossa li€fro tern de ser entendido a luz de Genesis 12.1-9,

clara: "Toma teu filho, teu tinico filho,

texto que mostra o chamado de Deus

Morii; oferecc-o all em holocausto, sobre

A ordem de Deus para Abraao e

Isaque, a quem amas, e vai-te i ten de


8

i TUDO SOBRE JESUS -C#.r¢o rc"c4zcfo c ¢#%„cz.¢c/a #o.472#giv rcfftz7"c7cfo

urn dos montes, que eu te mostrarei"

o holocausto esti ligado ao conceito do (22.2). 0 Senhor parece intensificar a sangue da expia¢o, isso quer dizer que € sua promessa ao ordenar que Abraao, urn sacrificio tendo em vista a satisfapfro ji idoso, com mais de cem a.nos, tome da justi€a divina por conta do pecado o filho por quem tanto esperou e o ofe- humano. E o que todo pecador merece? re€a em holocausto. Algumas pessoas Morte. 0 salfrio do pecado e a morte, se assustam dia.nte dessa ordem divina. como nos ensina o ap6stolo Paulo (Rm S6ren Kierkegaard chegou a afirmar 6.23). Sendo assim, Isaque n5o era urn que essa ordem de Deus era "il6gica e inocente que morreria. Era urn pecador absurda". I Contudo, se atentarmos ben cujo sangue seria derramado para satispara o que as Escrituras mos cnsinam a fazer a justica de Deus, por ter sua Lei respeito da Lei de Deus e do pecado quebrada pelo homem. Entao, a ordem humano veremos que a cxigencia do de Deus a Abrafro nao foi absurda. Senhor nao foi absurda e irracional. Em

primeiro lugar, o Senhor determinou em Exodo 22.29 que todo primogenito

11. o pATBuncIA CRE

Abra5o ouve a ordem do Senhor e nao diz absolutamente nada. Nao pertencia ao Senhor. Deus estava dentro argumenta. Nao questiona. E ele era dos parinetros da sua Lei. A1€m disso, algu€m muito questionador. Basta se a ordem de Deus a Abraao foi: "[...] lembrar de como ele argumentou com oferece-o ali em holocausto''. Isaque o Senhor, tentando evitar a destruieao deveria ser oferecido como urn "holodas cidades de Sodoma e Gomorra (Gn causto". Urn holocausto € uma oferta 18.16-33). Mac, aqui, ele nao diz uma

queimada"cujafumacasobeouascende ate Deus".2 0utro detalhe € que "urn holocausto consumia completanente o sacrificio. Nao sobrava nada. i como se Sara jamais tivesse dado a luz Isaque''.3

dnica palavra. Ele simplesmente obedece. Isso jf nos faz refletir serianente a respeito da nossa obediencia ao Senhor.

Acaninhadaateolugarescolhido

Mas, o mais importante e o que aponta pelo Senhor duraria tres dias (22.4). a real justi¢a da ordem divina 6 que Por que uma caminhada tao longa? "o holocausto estava ligado ao conceito 0 comentfrio de ]ofo Calvino e muito do sangue da expia€ao".4 Entfro, jf que interessante: "Deus o compeliu a revolver essa execu¢o em sua mente durante I 4p"d i.# WA1:TKE, Bruce K. com FREDERICKS, Ca.th.i I. Comentdrios do Antigo I;estamenlo..

tres dies inteiros [...] Isso tendia tamb€m

3 GREIDANUS, Sidney. Pregowc7o Cr!'sfo apc}r//.r

a faze-lo perseverar, de maneira que cle nfro viesse a obedecer a Deus apenas por urn impulso repentino".5 Abraho pensou sobre essa ordem durante ties dies

c7e GG#esj.s, Cultura Crista, p. 237. 4 TENNEY, Merrill C. (Org.). E7icl.c/opGc7I.4 dr Bz'-

5 CAIJVIN, John. Comme"/any oH Ge#esz`s. Vol. 1,

GG#e5rj.a, Cultura Crista, p. 376. 2 HARRIS, R. Laird e/ a//I., D!.cl.o#drl.o J#/er7!acJ.a-

nal de Tleologia do Antigo I;estamento ,VidaNova^ p.1116.

blia Cultura Crisid. Vo\. 5, Chitula Crist1, p. 332.

Christian Classics Ethereal Library, p. 339.


O senhor proveri urn cordeiro

9

0 que Abrafro deveria responder? em seu amor e em sua fidelidade ao Deveria contar a Isaque a terrfvel Senhor. N6s podemos imaginar o qu5o verdade de que ele seria o "cordeiro"? diflcil essa jornada foi para Abraao, pois A resposta de Abraao foi a mais sibia e a mais extraordinaria possivel: "Deus apenas ele sabia o que ia fazer. inteiros e, ainda assim, nho retrocedeu

Depois de tres dias de caninhada, provera para si, meu filho, o cordeiro ele viu o lugar de longe e deu a seguinte para o holocausto" (v. 8). A resposta de ordem aos seus servos: "Esperai aqui, Abraao indica que Deus seria aquele que com o jumento; eu e o rapaz iremos responderiaaperguntafeitapelojovein. ate la e, havendo adorado, voltaremos Abraao revela aqui uma disposi€ao de extraordindria obediencia e uma fe inexpara junto de v6s" (v. 5). Mas como isso seria possi'vel? Ele iria oferecer o plicivel. Deus providenciaria o cordeiro seu pr6prio filho como holocausto. a ser sacrificado, fosse o pr6prio Isaque, Como retornariam os dois? Abraao fosse outro qualquer. 0 mais interessante € a maneira creu que Deus, o mesmo que pediu o como essa resposta de Abraao se mosseu filho em h6locausto, era poderoso trou verdadeira. 0 Senhor proveu o para ressuscit£-lo dcntre os mortos (Hb ll.17-19).Opatriarcatinhaconvic€ao cordeiro para aquela situapao. A partir de que Deus nao deixaria de cumprir do versfculo 9, a cena que se desenrola a sua promessa. Ele nao sabia o que € fantistica: Isaque se permitiu ser o Senhor faria, mas sabia que Deus amarrado sobre o altar. Com certeza cumpriria a sua palavra e por meio da Abraao finalmente lhe contou que ele sua descendencia todas as na€6es da era o cordeiro que seria oferecido cm terra seriam aben€oadas. Temos aqui o holocausto ao Deus santo. 0 maraviexemplo de algu€m cuja fe se manifesta lhoso € que vemos aqui urn filho tao mesmo nas piores situa€6es. Mas, ao obediente como o pai. Em momento avan€armos, podemos vcr o evangelho algumlemosquelsaquetenhalevantado alguma obje€ao. Em momento algum brilhar em todo o seu fulgor. ele tentou escapar. Em momento algum Ill.0 SENHOR PROvfi IIARA SI ele lutou contra o seu envelhecido pai. UM CORDEIR0 Nao. Mansamente ele se permite ser Quando jd se encontravam cami- amarrado sobre o altar. 0 verso 10 nos nhando rumo ao lugar determinado mostra que Abraao estava decidido a por Deus, Isaque, carregando o feixe de ser obediente ao Senhor ate as tiltimas lenhas que seria usado na sua pr6pria consequencias. N6s temos a disposi€ao morte, fez uma pergunta que dove ter de obedecer ao Senhor mesmo quando traspassado o corapfro do seu pai: "Meu suas exigencias sao duras demals? Ou pal! [...] Eis o fogo e a lenha, mas onde estf o cordeiro para o holocausto?" (v. 7).

quando nao compreendemos a 16gica do mandamento divino?


10

E TUDO SOBRE JESUS -Crz.jfo rc„c4¢cZp c ¢72%„cg.4cde " j4#fzgiv rcjz#77zc»fo

Todavia, o Senhor age e interv6m causa do nosso pecado. Merecfamos emfavordaquelejovempecadorconde- morrer. Mereciamos nfro apenas a nornadoamorte(v.11-12).Paraquelsaque te fisica, mas, acima de tudo, a morte pudesse sair vivo daqucla situapao ele eterna, a eterna separa€ao da bondade tinha de ser salvo pelo pr6prio Deus. e do amor de Deus. Mac assim como E foi exatamente o que aconteceu. fez com Abraao, o Senhor, movido por Abraao levantou os seus olhos e "viu pura gra€a e miseric6rdia, "por causa atrds de si urn carneiro preso pelos chi- do grande amor com que mos amou, e fres entre os arbustos; tomou Abraao o estando n6s mortos em nossos delitos" carneiro e o ofereceu em holocausto, (Ef 2.4-5), providenciou o verdadeiro em lugar de seu filho" (v. 13). Abraao

Cordeiro sem macula para morrer no estava certo. Deus proveu para si lugar do seu povo. Assim como aquele urn cordeiro. Abraao, entao, tomou carneiro morreu para que Isaque puo cordeiro e o sacrificou "em lugar" desse viver, o nosso Cordeiro, o Senhor de Isaque. Essas duas palavras sao de

Jesus Cristo, aquele de quem foi dito, imenso significado para n6s. 0 cordei- "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o ro morreu em lugar de Isaque. "Porque pecado do mundo!" Uo I.29), morreu o carneiro morre Isaque pode viver, e na cruz do Calvario para que o seu povo porque Isaque pode viver, Israel pode pudesse viver, pudesse ter vida plena e finalmente vir a ser uma macao."6 abundante Uo 10.10).

CONCLUSA0

APLlcaqto

0 cordeiro providenciado por Deus na narrativa € urn tipo do sacrifi'-

Voce tern consciencia daquilo que merece da parte de Deus por causa dos

cio de Jesus Cristo. Assim como Isaque, n6s tambem estivamos destinados a ser consumidos pelo fogo da ira divina por

seus pecados? Ha algum outro meio de escape para voce senao por interm€dio do sacrificio substitutivo do Filho de Deus, o verdadeiro Cordeiro sem mancha e sem defeito?

6 GREIDANUS, Sidney. Pregr#do CrJ.s/a apcrr/I.r de GGnesis, p. 240.


O senhor proveri urn cordeiro

11

SEGUINDO 0 CORDEIRO Podemos ser chamados a abrir mao de muitas coisas por Cristo, ate mc§mo das que nos sao mais queridas. Voc€ pode perder as pessoas que significam mais que a vida pan voce, ou perder seus sonhos, e a perda pode ser realmente amarga. Mac sabemos que o nosso Deus e capaz de ressuscitar mortos. Nossa heranca nao esti sobre a terra, mas com Cristo, no c€u, onde nada pode toes-la. E aindr mais, temos a preciosa promessa do pr6prio Jesus: ".„ quando, na regenera¢o, o Filho do Homem se assentar no trono da sua g16ria... todo aquele que tiver deixado casas, ou irmaos, ou irmds, ou pal, ou mac, [ou mulher], ou filhos, ou campos,

por causa do meu none, recebera muitas vezes mats e herdarf a vida eterna" (Mt 19.28-29). Em tudo isso, o pr6prio Jesus abriu caninho. No jardim do Getsemani, dois caminhos se apresentaram. Os soldados alnda nfro tinham vindo c os discfpulos estavam dormindo. Ele podiaterescolhidorejeitarocaliceeconvocarhostesangelicaisparajufzooupodiapermanecer fiel ao seu chanado e beber o calice amargo da obediencia. Ele podia caminhar ate o monte

carregando sua pr6pria cruz, como Isaque tinha carregado a lenha para seu prdprio sacriffcio. Ele podia se deixar ser pregado in cruz, aceitando silenciosamente, exatamente como lsaque se

permitiu ser amarrado no altar sem dizer uma palavra. Como o profeta Isalas profetizou: "como ovelha muda perahte os seus tosquiadores, €le nfro abriu a boca" (Is 53.7) . Ele podia olhar para o c6u e vcr a faca nas maos do Pal posicionada acima dele, sabendo que, para ele, nfo haveria alivio no tiltimo instante. Para ele nfo haveria substituto, pois ele mesmo era o Cordeiro de Deus. Enquanto a obediencia de Abrafo levaria a uma renova€ao da ben€ao, a obediencia de Jesus significaria receber a maldicao. Ele tinha de beber o calice da ira de Deus ate o fim, para

que a promessa dc ben¢o a Abraao e seus descendentes se tomasse real. A faca desceu. 0 cilice foi esvaziado. Este foi o pre¢o pago pela nossa redencao. Assim como a disposicao de Abra5o em obedecer ate o fin demoustrou seu amor por Deus al€m de qualquer sombra de dtivida, assim tamb€m a disposi¢o de Deus em levar a obediencia do Filho por todo o caninho ate as agonies da cruz demonstrou a profundidade de seu amor por n6s al6m de toda ddvida. Como diz Paulo: "Aquele que nao poupou seu pr6prio Filho, antes, por todos n6s o entregou, porventura, nao mos dad graciosarnente com cle todas as coisas?" (Rm 8.32).

Em compara¢o, o que € exigido de n6s? Por mim mesmo e por meus amados, devo colocar toda a minha esperanca alem do rimulo. Jesus chama todos n6s para sofrer com ele agora para que sejamos glorificados com ele na vida futura. Devemos participar de sua cruz para que possamos participar de sua coroa. Devemos estar prontos, se necessdrio, a tcr todas as boas promessas de Deus adiadas ate a eternidade. Deus, e somente Deus, deve ser suficiente

para n6s. Como achanos isso dificil! As vezes, como € difi'cil esperar! Como € difidl entregar a morte cada fdolo c seguir Jesus! Mas lembre-se disto: ele foi entregue a morte cm nosso lugar - o Cordeiro imaculado de Deus em seu lugar, urn pecador imundo. Nosso Dcus proveu urn

Cordeiro para suportar a maldi¢o por voc€ e por mim; coloquemos, portanto, todos os nossos desejos em seu altar e o sigamos. 0 al7ismo entre promessa e realidade -0 evangelbo segundo Adrado, delirnM. D\igivd Editora Cultura Crisfa


JESUS, 0 CORDEIRO PASCAL Para len e meditar dtLrante a semana D -Ex 12.15-20 -Os paes sem fermento; S -Ex 11 -A d€cima praga anunciada;

T -Lv 1 -A pcrfeigao da vitima; Q-Hb 9.14 -0 sangue de Cristo e a salva¢o; Q-I Pe 1.18-19 -0 precioso sangue de Jesus; S -Jo 6.51-53 -Comer a carne e beber o sangue; S -Gn 3.21 -Salva¢o pelo sangue

INTRODuqAO

tado a escravidao, que a sua pr6pria i urn dos grandes costumes da existencia e preservacfro como povo de cristandade a comemora¢o da chamada Deus, povo da alianca, resultou do gran"Semana Santa", com a sua culminincia de livramento que o Senhor iria operar. do Domingo de Pdscoa. E € lanentivel Nele, o povo relembraria a benignidade como em muitos lugares o significado da Pdscoa, conforme ensimdo nas Sagradas Escrituras, acaba sendo eclipsado por coisas estranhas, como ovos de chocolate trazidos por urn coelhinho. A16m disso, a seculariza€ao da nossa sociedade nao tern a menor preocupa€ao em fazer

do Senhor e a sua miseric6rdia graciosa para com a na€ao de Israel. Nele, as pessoas pertencentes a alian€a recontariam a Hist6ria da Salva€ao efetuada

pelo Deus da Alianca, o Deus que € fiel is suas promessas. Ele havia prometido aos patriarcas e, de forma alguma, vacilaria naquilo que prometeu. A Pdscoa

qualquer alusao aos grandes eventos da crucifica€ao e da ressurrei€ao de Jesus. seria para o povo de Deus no Antigo Por isso, € necessdrio olhar para a Testamento a principal festa religiosa, e Escritura e aprender mais a respeito da isso com uma clara finalidade. perfei€ao da obra de Cristo e do verdaQuando Deus diz que o mss de deiro significado da Pdscoa. Abibe sera o principal dos meses do

I.APRINCIPALFESIAREIJGIOSA ano, ele quer dizer que esse mss sera o

DE ISREL

cabeca de todos os outros. Esse vocdbu-

Antes de executar a decima praga, Deus instituiu urn rito que perduraria durante toda a antiga administra¢o do Pacto: "Este mss vos sera o principal dos meses; sera o primeiro mss do ano"

lo, "principal'', em especffico, significa

a primazia desse mss por nele ser observada a festa da Pdscoa, que relcmbra os atos salvificos de Deus em favor do

povo escolhido. E dada a sua impor(v. 2). 0 mss de Abibe seria o primeiro tancia, sera o marco divisor dos anos do calendfrio judaico, o principal dos religiosos do povo de Deus. Para eles meses do ano. Isso tern em vista relem- nao haveria festa de R€veillon. Haveria, brar aquele povo que havia experimen- antes, Abibe, o mss em que no dia 14


Jesus, o cordeiro pascal

13

Deus havia salvado o seu povo amado. Esse acontecimento, juntamente com o exodo, espiritual e nacionalmente marcaria epoca e seria lembrado por

0 mfnimo requerido para participar da Pdscoa e consumir o cordeiro era de cerca de dez homens, al€m das mulheres. Tar comemora€ao, no infcio, acontecia todas as gera€6es. de casa em casa, mas com o passar do Anteriormente, o ano judaico co- tempo essa pratica foi transferida para o mccavacomomesdeTisri,bemnomeio templo em Jerusalem, o que havia sido do inverno, mas agora o ano religioso ordenado por Deus em Deuteron6mio iniciava bern no meio da primavera. 16.1-2: "Guarda o mes de abibe e ce0 inverno sempre foi visto na cultura lebra a Pfscoa do SENHOR, teu Deus; oriental como uma €poca que adornava porque, no mss de abibe, o SENHOR, teu a terra com melancolia. Ja a primavera Deus te tirou do Egito, de noite. Entao, significava o oposto, pois era €poca de sacrificards como oferta de Pdscoa ao SEexulta€ao e de alegria para as na§6es. NHOR, teu Deus, do rebanho e do gado, Esse € o sentimento que transparece em no lugar que o SENHOR escolher para ali Cantares de Salomao 2.11-12: "[...] eis

que passou o inverno, cessou a chuva e se foi; aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves, e a voz da rola ouve-se em nossa terra". Era tempo de alegria, de exulta€ao, de esperancas renovadas em Deus por causa da grande salva¢ao vinda da parte do Senhor Deus Todo-Podcroso. As aves cantariam, as flores dariam o ar da sua

fazer habitar o seu nome''. 0 versfculo 5 (Ex 12) apresenta algumas especificae6es a respeito do cor-

deiro, que nos mostram como a Pdscoa e uma prefigurapfo da obra de Cristo: "0 cordeiro sera sem defeito, macho de

urn ano; podereis tomar urn cordeiro ou urn cabrito". Aqui encontramos uma ratificapao e o zelo cuidadoso que Deus tern por sua santidade. 0 cordeiro que gra€a, tudo isso em louvor i obra salvi'- seria imolado deveria ser sem defeito. fica do Deus da alian€a. Qual o prinofpio por trds dessa exig€nII.UMA PREFIGURACAO DA cia? Ora, e fato que o povo hebreu era

OBRA DE CRISTO

pecador assim como todos os outros. No versfculo 3 (Ex 12), Deus di a Sues obras eran manchadas pelo pecado. seguinte ordem a Moises e Arao: "Falai No entanto, eles Cram o povo amado e a toda a congregapao de Israel, dizendo: escolhido do Senhor. 0 pecado exigia a

Aos dez deste mss, cada urn tomard para si urn cordeiro, segundo a casa dos pais, urn cordeiro para cada famflia." Se a famflia fosse pequena deveria convidar seus vizinhos para participarem juntos desse ritual, para que nada do cordeiro sobrasse para o dia seguinte (v. 4).

repara¢o prevista na lei e Deus s6 podia serelacionarcomquemtivesseumajusti€a no mesmo patamar da sua. Consequentemente, para que o povo pudesse ser poupado e o Destruidor nfro matasse seus primogenitos, o sacrificio deveria ser o de urn cordeiro sem mancha, sem


14

E TUDO SOBRE JESUS - C7j.jfo rtryc4¢c/a c 4#z!„cz.4cZo #o .4„fz.go rcjfzzfflc7zJo

defeito, sem mfcula. A ideia presente € a de substitui€ao. 0 cordeiro morreria 7"/"gzzrdosprimogenitos.Aqueleseria, na verdade, urn sacriflcio substitutivo. Esse cordeiro aqui descrito traz a nossa mente a impecabilidade e a perfei€ao de Cristo. Os escritores do Novo Testamento captaram essa verdade e

prontamenteidentificaramaJesuscomo o Cordeiro de Deus. Joao registrou a exclama€ao de ]o5o Batista: "Eis o

nos dias de Jesus, em ocasi6es diferentes.

Era usada, por exemplo, quando urn artista conclufa a sua obra.

A celebra¢o da Pdscoa deixou de serumacelebra¢ofaniliarepassouaser umacelebra€foconjuntanotabemaculo e depois no templo. 0 cordeiro ficava amarrado em uma estaca, das nove da manha is quinze horas, quando finalmente era imolado. Quando o sumo sacerdote terminava de imolar o cordeiro,

Cordeiro de Deus, que tira o pecado ele dizia: "estf consumado!", exatamente do mundo!" (1.29). Pedro afirmou que a declarap5o do Senhor Jesus na cruz. fomos resgatados pelo sangue de Jesus, Estava feito o sacrificio. 0 sumo sacer"como de cordeiro sem defeito e sem dote usava a expressao em hebraico para "esti consumado". Naquela cruz estava mfcula" ( 1 Pe 1 .`18-19). Hebreus nos diz: "Com efeito, nos convinha urn sumo o Cordeiro pascal - "eis o Cordeiro de sacerdote como este, santo, inculpivel, Deus que tira o pecado do mundo " sem micula, separado dos pecadores e sem mancha, sem macula, sem defeito, feito mais alto do que os Ofus" (7.26).

pois, como ovelha muda, foi conduzido Entao, quando olhava e via aquele ate os seus tosquiadores, ofereceu-se em cordeirinho amarrado, pronto para ser sacriftcio, uma vez por todas e, "pelas imolado na tarde do dia 14, o povo suas pisaduras fomos sarados" (Is 53.5). judeu contemplava ali a sua salva€ao. Nao que aquele cordeirinho os salvasse, mas eles contemplavam a promessa de Deus. Eles contemplavam a salva¢o que s6 Deus poderia lhes dar, salvapao em Cristo. Por isso, a Pdscoa € a prefigura-

Al€m disso, essa palavra ainda significava o resgate final de uma divida. Era

urn termo usado pelos mercadores para designar que o d€bito fora totalmente pago. Por isso o ap6stolo Paulo afirma aos Colossenses: "[...] tendo cancelado

€ao da salva€ao em Jesus, o imaculado o escrito de divida, que era contra n6s e Cordeiro de Deus, que tira o pecado que constava de ordenan€as, o qual nos do mundo. era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz" (Cl 2.14).

Ill. ESTA CONSUMAD0

As tiltimas palavras de Jesus na cruz foram: "Esta consumado'' (Jo 19.30). A expressao dita por Cristo traduz perfeitamente a palavra grega

IV.ASAIVAGAOCONCRETIZADA Apesar de viverem nas sombras, sob simbolos e tipos de Cristo, os nossos

rc£€4ffzzz.. Por que essa informapfro € im-

irmaos do Antigo Testamento tanb€m foramsalvoscombasenaobraexpiat6ria

portante? Essa palavra era muito usada

deJesus.0verso7(£x12)diz:"Tomarfu


Jesus, o cordeiro pascal

15

do sangue e o porao em ambas as om- 0 sangue nas portas das casas seria o breiras e na verga da porta, nas casas em sinal para Deus de que o sacrificio havia que o comerem ". 0 sangue possui uma sido realizado, e os moradores daquela importancia enorme aqui. Ao imolar casa exerceriam fe nas promessas do o cordeiro, o israelita tomaria do seu Deus Todo-Poderoso. Exatamente desse sangue e marcaria a parte de cima e as modo essas pessoas seriam libertadas. laterais das portas de suas casas. Outra Aqueles que nao estivessem cobertos coisa interessante € que s6 poderiam com o sangue do cordeiro imolado sedispor do sangue do cordeiro em suas riam visitados pela espada vingadora da portas aqueles que comessem da carne do cordeiro. Isso, imediatamente, nos remete as palavras do pr6prio Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo Uo 6.51-53). Nessa passagem, Jesus fala a respeito da importancia do sangue do Cordeiro de Deus para a salva€ao do ser humano. Ele afirma

ira de Deus: " [...] naquela noite, passarei

pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogenitos, desde os homens ate aos animais; executarei jufzo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR" (v. 12). Ninguem seria capaz de

livraraquelesquenfroestivessemcobertos

com o sangue do cordeiro nem tivessem comido da sua carne.

que sem comer da sua carne e beber do seu sangue ningu€m tern vida em si CONCLUSAO mesmo, ou seja, ninguem ten a minima possibilidade de salvar a si mesmo.

Somente pelo sangue € que ha livramento da destrui€5o.

0 cordeiro tamb€m era assado no fogo (Ex 12.8). Isso apontava para o

fogo da ira de Deus que foi suportado por Jesus. Por causa da utiliza€ao de tais sfmbolososisraelitasforampoupadosda

ira de Deus sobre o Egito. N5o foi por causa de alguma eficacia neles mesmos,

mas unicamente porque eles apontavam para algo infinitamente mais valoroso e grandioso: a obra de Jesus na cruz. Precisamos compreender que em ambas as dispensap6esdopactoabasedasalva¢o

0 sangue do Cordeiro nao foi

necess4rio somentc na ocasiao em que o

povo de Israel foi libertado do cativeiro do Egito. Esse sangue alnda e necessirio no dia de hoje. Apenas aqueles que lavaram as sues vestiduras no sangue do Cordeiro estarao diante dele na eternidade (Ap 7.14). Esses, somente, jamais terao fome, nunca mais ter5o sede e sobre eles nao caird o sol nem ardor

algum. Estarao a salvo da ira de Deus

para todo o sempre.

APLICACAO

sempre foi a mesma. Desde o inicio o caminho da salva€ao seria percorrido

Voce tern consciencia dc que nfro ha qualquer diferen€a essencial entre voce e as pessoas descrentes, alem do sangue do Cordeiro de Deus aspergido

por meio do derramamento de sangue.

sobre sua vida?


JESUS, NOSSA EXPIACAO Calram sobre ele nossa condenatdo e

¢fastamento de Detts Para let e mcdita.r durante a semana D -Jo 1.29 -Eis o Cordeiro de Deus; S -Mc 15.33-34 -0 Cordeiro desamparado; T -Hb 13.12 -Jesus abandonado; Q-1Jo 2.1-2 -Propicia¢o pelos pecados; Q-lJo 4.10 -0 amor de Deus e a propicia€ao; S -Rm 3.21-26 -Pelo sangue do Cordeiro; S - Hb 9.22-28 - Sem mais sacriflcios

INTRODUCA0 Quando falamos a respeito da

ocasiao, dois bodes desempenhavam urn papel simb6lico importance, ambos

salvaeao realizada por Jesus, fazemos apontando para aquilo que, muitos a distin€ao entre a imputa€ao da sua s€culos depois, seria realizado por Jesus obedi€ncia ativa e a imputa€fro da sua na cruz.

obediencia passiva. Esta ten a vcr com a a€ao de Deus, a fin de nos livrar da I. A MENSAGEM DE I.EviTICO Como urn Deus santo pode se culpa e perdoar os nossos pecados. relacionar com urn pecador? Ningu€m, Ja a obediencia ativa estd relacionada ao nosso i.}zzfz/f diante de Deus como por razao alguma, se aproxima de Deus sem sacrificio: "Se a sua oferta for holojustos, cumpridores da sua lei. Cada mandamento cumprido por Jesus tern causto de gado, trafa macho sem defeito; a vcr com a sua obediencia ativa. Ji o a porta da tenda da congregapao o trar£, seu sofrimento vicirio esta relacionado para que o homem seja aceito perante o a sua obediencia passiva, ao castigo que SENHOR. E pora a mfro sobre a cabe€a do ele recebeu, a fim de que passdssemos a holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expia¢o" (Lv 1.3-4) . Urn desfrutar de paz (Is 53.5).

No que diz respeito a sua obe-

sacrificio € a condi€ao para ser aceito

diencia passiva, o sofrimento de Jesus perante o Senhor. Levftico mostra ao povo do pacto pode ser percebido de maneira bastante dinamica. Podemos considerd-lo Canto o caminho da santidade. Ensina como da perspectiva da sua morte na cruz do o povo da alian€a poderia se santificar e,

Calvfrio, quanto da perspectiva de ter ele sido abandonado por seu Pai. Encontramos em Levftico 16 esse aspectodaobraexpiat6riadeJesusprefi-

assim, manter comunhao com o Senhor. Todas as cerim6nias, todos os ritos e os gestos descritos em Levi'tico tinham o objetivo de ensinar a Israel a diferen-

gurado naquilo que acontecia no famoso ca entre a pureza e a impureza, o que Dia da Expia€ao, o dia mais aguardado agradava e o que desagradava a Deus. do calendfrio littirgico de Israel. Nessa A razao disso € que, para o Senhor, o


Jesus, nossa expia¢o

pecado nho € uma simples questao de atos que ofendem a sua vontade santa. No livro de Levitico o pecado € retra-

17

aqueles que estfro manchados pelo pecado necessitam. Expia€fo € a forma como partes afastadas se reconciliam. E ela €

tado como uma mancha na alma, uma necessaria porque nosso pecado trouxe desgra€ada contaminapao que devora o ruptura entre n6s e os outros e, o mais cora€ao, uma impureza e uma sujeira. Por essa razio, e porque Deus € santo, o povo deveria se santificar. A li€ao para n6s e: Deus nao pode habitar em meio a impureza e, por isso, asantificapfrodeveserbuscadaportodos

aqueles que foram libertados da escravidao do pecado. Percebam como isso acontece no pr6prio livro. Depois de dar numerosas e detalhadas instru€6es acerca das cerim6nias de purificapao, no capftulo 26, o Senhor declara o resultado da santidade do povo da Alianca: "Porei o meu tabernfculo no meio de

importance, entre n6s e Deus. Esse ca-

pitulo trata da cerim6nia do grande Dia da Expiapao. Esse era o dia mats sagrado

docalenddriodoAntigoTestamento.Tar cerim6nia acontecia uma vez por ano e era urn dia de jejum. Nesse dia, toda a napaoofereciaumsacrificioespecialpelo pecndo, e o fato de ser oferecido todos os anos lembrava ao povo que nenhum sacriflcio cerimonial podia expiar completamente o pecado. Nesse dia, o sumo sacerdote precisava, primeiro, purificar a si mesmo e

s6 depois poderia entrar no Santo dos v6s, e a minha alma n5o vos aborrecera. Santos. Ele deveria tomar urn novilho Andarei entre v6s e serei o vosso Deus, e sacrific£-lo como oferta pelo pecado e v6s sereis o meu povo" (v.11-12).

dele e de toda a sua fanflia (v. 11). Ele

Santidade implicaria comunhao com o Senhor, a presen€a divina entre o povo. Por outro lado, impureza significaria o distanciamento do Senhor. "0 Deus Santo [...] nao poderd suportar iniquidade mqueles no meio de quem estara se movendo. Mac o pr6prio Deus aponta ao povo o caninho atrav€s do qual suas culpas podefao ser expiadas e lhes dd a

tamb€m deveria tomar o incensirio cheio de brasas, com dois punhados de incenso aromatico, e acende-lo diante

direcfro para que se conservem puros."I

II.ANECESSIDADEDAFXPIAqto Em Levitico 16 Deus nos mostra que pecadores necessitam de expia€ao. Essa palavra refere-se a limpeza de que I

SANTOS, Jonathan F. dos. a Ca//Jo #o 4#/J.go

Tlestamento: sua relevancia para os cristaos , Vide Nova, p. 43.

do Senhor, para que a nuvem do incenso cobrisse o propiciat6rio e, assim, nao morresse (v. 12-13). Em seguida,

deveria pegar o sangue do novilho e

aspergi-lo com o seu dedo sobre a frente do propiciat6rio por sete vezes (v. 14).

Desse modo, Arfro faria expia€ao por si pr6prio, para poder atuar como re-

presentante do povo diante de Deus. Qualquer equivoco ou omissao significaria morte instantanea. Antes de tomar urn novilho da sua oferta pelo pecado, Arao deveria tomar dois bodes da congrega€fo dos filhos de


18

E TUDO SOBRE JESUS -Crz.f4o rovc4zcZo c 4l#"7"z.dcfo "a j4„£z.go 7?j£4"c#fo

Israel, que seriam a oferta por todos os pecados e todas as transgress6es do povo (v. 5). Ele deveria lanqu sortes sobre os dois bodes, para saber qual deles deveria morrer e qual deles deveria ser mantido vivo, a fim de ser enviado ao deserto como bode emissirio (v. 7-8). 0 bode sobre o qual calsse a sorte para morrer deveria ser oferecido como holocausto, como oferta pelo pecado (v. 9). Arao,

i.e., removidos ou apagados".2 i por

essa razao que o segundo bode nao pode representar outro que nao Jesus. Esse bode seria mantido vivo para ser enviado ao deserto, para bern longe. Acontece que, antes de ser enviado, era necessiria a realiza€ao de urn ritual (v. 20-21). 0 sumo sacerdote agia como representante do povo. Ele es-

tava encarregado de todos os pecados, ap6s imolar o primeiro bode, deveria de todas as transgress6es e de todas as entrar no Santo dos Santos e aspergir impurezas dos filhos de Israel. Entao, o a arca com o sangue do bode imolado: sumo sacerdote trazia o bode vivo, im"Depois, imolara o bode da oferta pelo punha as duas maos sobre a cabe€a do pecado, que sera para o povo, e trarf o bode e confessaria - nomearia - todas seu sangue para dentro do viu; e fafa as iniquidades dos filhos de Israel, Codas com o seu sangue como fez com o san- as suas transgress6es e todos os seus gue do novilho; aspergi-lo-a no propiciat6rio e tamb€m diante dele" (v. 15).

pecados. 0 objetivo do primeiro bode era mostrar que todos os pecadores me]a o bode que permaneceria vivo recem a morte. 0 objetivo do segundo seria apresentado vivo ao Senhor, para era mostrar que o povo estava sujo por fazer expia€ao pelos pecados do povo e causa do pecado. para ser enviado ao deserto (v.10). Esse

bode, diferentemente do que nos dizem Ill.BANIDO DA PRESENCA DE algumas seitas, nao simboliza o diabo.

DEUS

Esse bode deveria ser conduzido Na verdade, esse segundo bode tambem representa Jesus e sua morte na cruz. pela mao de urn homem ao deserto e Cristo nao realizou apenas a propicia- deixado ld. A ideia aqui € a de banicao dos pecados. Ele tamb5m operou a mento da presen¢a de Deus. 0 pecado expiapao dos pecados do seu povo. Uma faz com que o homem sofra abandono coisa nao pode existir sem a outra. Seria

por parte de Deus. Lembremo-nos do inadmissivel, sendo a propicia¢fro urn Eden, quando Adao e Eva foram baaspecto da obra de Cristo, ser a expiap5o nidos do jardim e ji nao tinham mais atribufda a outro ser qualquer. Propicia- comunhfo com o Senhor. 0 pecado faz com que o homem mere€a algo muito c5o e expiacao caninham juntas: "uma pessoa que esti com raiva ou ofendida pior que o banimento de urn jardim. 6 propiciada, i.e., apaziguada; enquanto Elemereceservarridodapresengadivina. que o pecado e a culpa, que pesavam na consciencia do ofensor, sao expiados,

2 TENNEY, Mer[ill C. (0[g.). Encjc/apGc7j.a dr 8!'b/I.o C#//clro Crz`sj6, Vol. 4, Cultura C[isfa, p. 1095 .


Jesus, nossa expiagao

19

Mas no Dia da Expia¢o a nacao tinha de Jerusalem, para longe da Cidade de umsubstituto,algu€mquecarregariaos Davi, para longe do templo, para longe seus pecados para longe da presenca de

da presenca de Deus. Deus, para a morte e o desolamento. Dessa maneira, o pecado da na€ao era CONCLUSAO Ao observarmos a obra de Cristo expiado, limpo, era levado embora e, assim, havia novamente comunhao prefigurada em Levitico, mais especificamente nos rituais envolvendo os dois com Deus. Esse ritual necessitava ser repetido bodes no Dia da Expia€5o, podemos ano ap6s ano. A expia€ao por meio do aprender algo sobre Deus. Aprendebodeemissiriosemostrouineficazpara mos que o Senhor € decididamente dar urn fim definitivo a culpa da na€ao. certo, justo, puro e santo. Aprendemos No entanto, muitos seculos depois, no tamb€m algo a nosso respeito. Aprenalto de urn monte, ouviu-se o grito do- demos que devemos ser santos; temos a lorido de urn Cordeiro, que dizia: "Eli, obriga€5o de ser santos, mas nao somos. Eli, lama sabactani? [...] Deus meu, Apesar disso, vemos que Deus lidou Deus meu, por que me desamparaste?" com a nossa carencia de santidade. Ele lidoudemaneirapoderosacomonosso (Mt 27.46) . Esse cordeiro levou sobre si

os pecados do seu povo de uma vez por pecado. Esses sacrifi'cios, esses rituais, Codas. Quando o profeta Joao Batista o prepararan o caninho para Jesus Crisviu, gritou extasiado e maravilhado: "Eis to, a solu€ao do nosso pecado. o Cordeiro de Deus, que tira o pecado

AI)LICIAqto

do mundo!" Oo 1.29).

Jesus cumpriu perfeitamente a tipologiadobodeemissdrio.Elecarregou a nossa culpa para longe da presen¢a de

Deus. Assim como o bode emissario era

Voce confia apenas em Jesus para ser aceito por Deus? Voce tern conscienciadequeninguem,senao]esus,ecapaz de expiar os seus pecados? Voce tern o conhecimentodequeninguem,al€mde

levadoparaforadoacampamentoisraeJesus, € capaz de desviar a ira de Deus lita, Cristo tamb€m foi levado para fora contra o seu pecado?


0 DESCENDENTE QUE EDIFICARA A

CASA DE DEUS

2Sanuel 7.1 -17

Para ler c meditar durante a semana D -2Sm 6 -A arca vai para Jerusalem; S -1Cr 22.7-10 -Davi, homem de gucrra; T -Ag I.4-9 -Insensibilidade e a Casa de Deus; Q-Hb 3.I-6 -A igreja, Casa de Deus; Q -1 Pe 2.1-10 -Pedra angular e pedras vivas; S -At 17.24 -Santufrios feitos por homens; S -Jo 1.1-14 -Deus habita com o seu povo

INTRODUCAO

por grandes templos, igrejas com capacidade para milhares de pessoas. Desse modo, podemos ser instrufde suas caracterfsticas o surgimento das grandes catedrais. Isso resultou da dos a respeito da vaidade envolvida nesideia cat6lica de que grandes estrutu- ses desejos, al€m de aprendermos mats a ras, grandes constru¢6es, Cram o que respeito de como Jesus € anunciado no o Senhor merecia. Al€m disso, urn dos jintigo Testamento.

A Idade Media teve como uma

prop6sitos da constru€ao das catedrais medievais foi proporcionar urn local adequadoondeah6stiaficariaguardada. Creem os cat6licos que, no momento de sua consagra€ao, o pao e o vinho se transformam respectivamente no corpo e no sangue de Cristo. Entao, pensavam eles, ja que aquela h6stia era o corpo de Cristo, nada mais justo que urn lugar enorme e glorioso para guardd-la. Alem disso, o none do construtor ficava perpetuado. Entrava para a Hist6ria, de acordo com o historiador Kenneth Latourette.I Usava-se a g16ria de Deus como desculpa quando, na verdade, o objetivo era trazer fama e

I. 0 DESE]O DE DAVI Davi tinha sido ungido rei de todo o Israel (2Sm 5.1-5) e conquista-

do Jerusalem, ate entao habitada pelos jebuseus (5.6-10) . Seu reinado foi reconhecidoporreisestrangeiros(5.11-12).

Conseguiu esmagadora vit6ria sobre os filisteus (5.17-25) e trouxe a arca para

Jerusalem, alegrando-se com todo o povo de Israel e celebrando ao Senhor (6.12-19).

A arca da alian€a representava o

trono de Deus. Antes de Davi levi-la

para Jerusalem, o trono divino ficava num lugar e o trono do rei humano de Israel estava em outro. "Davi procurou g16ria a cidade, ao construtor e aos que uma harmonizapao de seu senhorio com o cmpregaram. Em nossa €poca nao e diferente. opr6priogovernodoSenhor.Eledesejou Muitos cristaos tamb€m tom o desejo de colocar o seu dominio sob a autoridaconstruir grandes igrejas. Hi obsessao de direta de Deus."2 0 capftulo 7 de 1

LATOURETTE, Kenneth S. Uma frJ.s/drl.cl cJo CrJ.s/J.¢w7.smo. Vol. 1, Hagnos, p. 745.

2

ROBERTSON, 0. Palmer. A/I.a#€os, Cultura Cristi, p. 70.


O dcscendente que edificari a casa de Dcus

21

2Samuel mos apresenta a arca ja em

Senhor se o que seu servo desejava era Jerusalem, bern como a preocupa€ao apenas servi-lo, construindo uma casa de Davi de construir para ela uma casa. para a sua arca? Mas Nat5 estava errado. Ate ali a arca era abrigada em uma tenII.A PR0IBICA0 D0 SENHOR da. Para Davi, nao bastava que a arca Naquela mesma noite o Senhor estivesse em Jerusalem. Ela merecia uma veio a Nata e revelou a sua vontade, morada portentosa, luxuosa, condizente proibindo os planos de Davi (v. 4-7). com a sua g16ria. Deus nao permitiu que Nata e Davi 0 reina,do de Davi estava, enfim, permanecessem no erro por muito plenamente consolidado. E ele motempo. Ele disse a Davi: "Edificar-me-ds rava em sua pr6pria casa. 0 texto da tu casa para minha habitap5o?" (v. 5). a ideia de que a casa de Davi acabara Essaperguntaimplicarespostanegativa, de ser construfda e ele acabara de se como se Deus dissesse: "Ningu€m lhe instalar nela. Entao, enquanto andava pediu que a construfsse. Por`que, entao, pela nova casa, ele notou que algo esacha que sera o construtor? i minha tava errado. Era-inadmissivel que o rei humano de Israel tivesse uma casa de prerrogativa escolher o construtor, nao sua. Al€m disso, esta nfro € a hora para a cedros, enquanto a arca, o trono do Rei construcao da minha casa; outro assunto celestial, do verdadeiro Rei, ainda ficasdove ser cuidado primeiro''.4 se em uma tenda. Entao, ele chama o

profeta Nata e aborda o assunto: "Olha, eu moro em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda" (v. 2). Isso lhe parecia uma enorme incoerencia, afinal de contas, ele, que era menor, nao

i comum imaginarmos que a

tinica razao da proibicao do Senhor foi o fato de Davi ser urn homem de

guerra, que tinha as suas maos sujas de sangue (1Cr 22.7-8; 28.2-3). Por€m, havia outra razao. Davi nao construiria podia habitar numa casa melhor do que nenhuma casa para Deus, porque o a arca daquele que era infinitamente Senhor nunca pediu isso a nenhum maior do que ele. dos seus servos. Deus estd dizendo que i interessante que Nata, o profeta sempre fez questao de estar presente que posteriormente confrontaria Davi com o seu povo por onde quer que este porseupecadodeadulterioeassassinato, andasse (2Sm 7.5-7). da permissao a Davi para seguir seu Isso nao significa que Deus fosse cora€ao. Nata nfro fez isso bascado em contra a ideia de se construir urn tcmplo alguma revelapao da parte de Deus, mac apenas em seus sentimentos.3 A moti- para abrigar a arca da alian€a. Como o va€ao de Davi era piedosa. 0 objetivo pr6prio Senhor afirmou no versiculo 13, o descendente de Davi e que prepararia era piedoso. Entao, por que consultar o uma casa para o Senhor. A questao € que 3 KEIL, C. F. e DELITZSCH, F. Comme#/any 0#

theOldTlestanentinT;enWolumes:Joshua,Judges, /&// Samcle/. Vol. 2, Eerdmans Publishing, p. 341.

4 VAN GRONINGEN, Gerard. CrJ.a€Go e Co#s"m4€ao. Vol. 1, Cultura Crist5, p. 553-554.


22

E TUDO SOBRE JESUS - Cr!.ffo rc"c4zc/a c 472%#c¢.4c/a #o .4##'go 7Z'Tf¢772c~fo

nao era tempo; nao era a hora; e Davi nao era a pessoa. Havia uma prioridade e era o Senhor quem tinha de executa-la. Vemos, entao, a promessa divina a Davi.

cedera de ti, e estabelecerei o seu reino.

Este edificari uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino" (v. 12-13). 0 filho de Davi

construiria o templo. E foi justamente Salomao quem construiu o mais belo Logo ap6s negar a inten€ao do templo fi'sico que Israel teve. cora€ao do rei, o Senhor Deus passa a Entretanto, quando lemos a passalembrar de todos os beneflcios feitos em gem fica claro que alguns detalhes sfro favor de Davi (v. 8-9). Em seguida, o Senhor diz aquilo que fez e o que ainda grandiosos demais para serem cumpridos em Salomao. Deus fala em estabefarf e, por fim, declara que ele € quem lecer "para sempre" o trono do filho de construira a casa de Davi: "tambem o

Ill. A PROMESSA DO SENHOR

SENHOR te faz saber que ele, o SENHOR,

Davi (v. 13b,16). Isso nao aconteceu

comSalomfoapesardetodaasuag16ria. te fari casa" (v. llc). Davi n5o poderia E Davi entendeu que Deus falava de construir uma casa para o Senhor, mas urn descendente sumamente glorioso: o Senhor jf estava envolvido na cons- "[...] de maneira que tamb€m falaste a tru€fro de uma casa para Davi. respeitodacasadeteuservoparatempos Urn detalhe muito importante e

distantes" (v. 19). Salomao, o filho de

que uma mesma palavra nun mesmo texto pode ter dois significados completamente diferentes. Em 2Samuel 7 a palavra "casa" aparece 14 vezes. Porem, ela

aparece com dois significados distintos. Enquanto Davi desejava construir urn

Davi, € apenas urn tipo do grande Rci davfdico que viria. Anos depois, quando estava explicando a Salomao porque nfro p6de construir o templo, Davi lhe contou as

templo de cedros e tijolos para abrigar palavras que ouvira de Deus: "Eis que te nascerf urn filho, que sera homem a arca da alian€a, o Senhor promete

construir a dinastia, a descendencia de Davi. Essa descendencia era a casa

sereno [...] Salomao sera o seu none [...]

Este edificarf casa ao meu nome" (1 Cr

22.9-10).Salomaosignifica"aquelcque que seria construfda pelo Senhor. Nao € de paz". 0 filho de Davi seria o princise tratava de urn templo construl'do com cedros, tijolos e pedras, mas com pe da paz e seria o encarregado de construir a casa do Senhor. 0 texto aponta pedras vivas.

E Dentre os membros dessa li- para Jesus Cristo, o Filho de Davi (Mt 1.1), o Prfncipe da paz encarregado nhagem, o Senhor fala especificamente de construir uma casa para o Senhor.

0 Novo Testamento confirma isso,

IV. 0 DESCENDENTE DE DAVI

quando mos cnsina que a casa que o Senhor disse a Davi que estava construindo para ele e que o Filho de Davi pois de ti o teu descendente, que pro-

0 Senhor diz: "farei levantar de-


O descendente que edificari a casa de Deus

construiria e a igreja, € o seu pr6prio povo: "[...] Coda casa € estabelecida por

algu€m, mas aquele que estabeleceu todas as coisas € Deus [...] Cristo, pofem, como Filho, em sua casa; a qual casa somos n6s" (Hb 3.4,6). Essa casa € a igreja. E nfo € uma constru¢o qualquer. N5o € urn templo de tijolos apenas.

23

"o Templo de Herodes". Mas a Igreja de Deus, edificada por Jesus, 6 o Corpo de Cristo, Templo do Espfrito Santo de Deus, para a sua g16ria. Nao sao os nossos planos que trazem g16ria a Deus. 0 que traz honra e g16ria ao Senhor € quando ele faz

grandes coisas em nossa vida para a g16ria dele e nfro quando fazemos algo vivas. Deus escolheu habitar nao mum para ele para que a g16ria seja nossa. templo feito por maos humanas, mas A casa construida pelo Filho de Deus e

i urn templo construido com pedras

nun templo construfdo com pedras

para a g16ria do none do Senhor: "Este vivas. Ele escolheu habitar na sua igreja, edificard uma casa ao meu nome, e eu em nossa vida, em nosso coracfro. estabelecerei para sempre o trono do seu

CONCLUSA0 A g16ria de uma constru¢o pertence ao construtor. Deus nfo permitiu que Davi lhe construisse uma casa porque a g16ria seria de Davi. Tanto € assim que o primeiro templo ficou conhecido como"oTemplodeSalomao".Na€poca deJesus o templo ficou conhecido como

reino" (2Sm 7.13).

AI'LICAGto Voce submete os seus desejos de fazer grandes coisas para Deus a vontade dele revelada nas Escrituras? Voce consegue enxergar a beleza e a g16ria do Filho de Davi, o verdadeiro construtor do templo do Senhor?


24

E TUDO SOBRE JESUS -C#.f4o ref;c4zc/a "#2£„#.4c/a 72o 4#fzgiv 7Zjfzzowc72Jo

A AIIANqA DE DEUS COM DAVI Como € tfpico no formato das alian€as no Antigo Testamento €, in verdade, em todo o antigo Oriente Pr6ximo, o discurso de Deus come€ou com uma revisao do relacionanento passado entre ele e o parceiro da alianca, destacando a elei€fo de Davi da obscuridade e a prote¢o de Dcus contra todos os seus inimigos (2Sm 7.8-9a). 0 Senhor, entao, cnumerou os beneflcios futuros de seu relacionancnto pactual, ou melhor, sums promessas a Davi, que inclufam urn reino seguro para Israel e Davi, e fama real, e uma dinastia duradoura para o rei Davi (7.9b-16). As responsabilidades humanas desse relacionamento pactual nfo foram expresses com tanta enfasc como em outras aliancas como a do Sinai, mac estavam implicitas nas alus6es a futura constru¢ao do templo e a eventual disciplina dos membros da linhagem que se desviassem (7.13-15). A enfase, contudo, estava sempre no carfter eterno e imutivel dessa alianca (7.16).

A RESPOSTA DE DAVI A0 SENHOR A mensagem de Deus foi entregue a Davi atrav€s de Nat5, seu profeta da corte (7.4,17), mac tais promessas exigcm uma resposta e, por isso, Davi entrou na presen€a de Deus - provavelmente a tenda onde a arca havia sido colocada em 6.17. Sua resposta inicial foi moldada no vocabul6rio da humildade com perguntas singclas: "Quem sou cu... Qual € a minha casa... Que mais alnda te poderd dizer Davi?". Seu discurso em 7.18-19 responde diretamente ds

palavras que Deus lhe dirigira, observando a grapa de Deus nao somente por te-lo trazido ate ali (passado; cf. 7.8-9a), como tamb5m fala a respeito do futuro da casa de seu servo (futuro; cf. 7.9b-16). Davi nao tinha inten¢o de ressaltar qualquer aspecto de seu pr6prio comportamento que pudesse ser merecedor dessa grapa, concentrando-se, em vez disso, na "palavra" e no "cora¢o" de Deus (7.20-21 ). Ele falou em seguida sobre a grandeza de Dcus, sem paralelos entre os deuses da terra (7.22), e sobre a gra€a de Deus a Israel, sem equivalente entre as na€6es da terra (7.23-24). Somente entao, enquanto mantinha o foco em Deus e em seu povo, Davi respondeu a promessa divina de estabelecer sua dinastia eternanente (7.25-26). A resposta de Davi salientou urn aspecto importance da alianca davidica. Aquela nfro era, definitivamente, uma alian€a a respeito de Davi e sua dinastia, mas sin uma alian€a com Davi para a g16ria de Deus e o ben de Israel como napao. Essa promessa a Israel estava no centro do discurso de Deus a Davi em 7.10-11 e ressurge na resposta de Davi a Deus em 7.23-26. A dinastia de Davi deveria encontrar identidade e significado n5o em seu pr6prio direito, mac em seu essencial relacionamento mediador entre Deus e seu povo, urn papel destacado inicialmente na prometida incumbencia de construir urn templo para o povo. U#g!.lediipor Dc¢4f -0 Ez;4#gc/4o fcg:#„c&o D4z;!., de Mark J. Boda © 2018, Editora Cultura Crista


JESUS, 0 BOM PASTOR Papa ler e mediear durante a semana D -Gn 48.15-16 -0 Pastor de Jac6; S -Mc 6.30-44 -A revela€ao do Pastor; T -Ez 34.11-17 -0 verdadeiro Pastor; Q-Nm 27.15-17 -0 povo precisa de un pastor;

Q-Jo 10.11 -0 Born Pastor; S -Hb 13.20 -0 Grande Pastor; S - Ap 7. 16-17 - A eternidade com o Pastor

INTRODUCAO

igreja se ve diante de circunstancias que

Somos frigeis. Fomos criados se-

trazem incerteza quanto ao futuro. Nesta li€ao, observaremos a magundo a imagem e semelhan€a de Deus, porem devido ao pecado nos tornamos ncira que Jesus se revela como o pastor friseis demais. Estamos sujeitos a doen- do seu povo. €as, luto, ang`isti.a, crises existenciais, in-

I. UM SALMO DE DAVI, PASTOR

certezas quanto ao nosso futuro e muitas Davi era urn pastor de ovelhas outras coisas que denunciam e atestam a nossa frigil condi€ao. Soma-se a isso (Ism 16.11; 2Sm 7.8). Ele conhecia a tolice humana, a perene inclina€ao o oficio. Foi justamente enquanto para fazer aquilo que € prejudicial a si apascentava as ovelhas de seu pai, ]ess€, pr6prio e que desonra a Deus. Tar e a que Davi teve de se defrontar com urn urso e com urn leao, matando a ambos nossa condi€ao. Essa e uma das raz6es pelas quais (1Sm 17.34-36). Entao, € urn motivo a Bi'blia usa a figura da ovelha para a mais compreender que o autor desse representar o crente, o filho de Deus. salmo, ao usaf a metifora do pastorado A ovelha € urn animal fragil, suscetivel de ovelhas para se referir a Deus e seu a se machucar sem muito esfor€o. i urn relacionamento com o seu povo, era animal tamb€m caracterizado por sua algu€m que sabia do que estava falando. Nesse salmo, Davi expressa a sua facilidade em se desviar do caminho e enveredar para a morte. Ela necessita do cuidado constante do pastor, que € o encarregado de mante-la no caminho certo e de alimenti-la com a melhor

confian€a no Deus do Pacto, enaltecendo o cuidado do pastor celestial. Desse modo, o salmista nos transmite cncorajamento para sempre confiarmos na bondade do Senhor para com o seu

pastagem disponivel. Ningu€m faz melhor o papel de pastor do que Jesus. Ter povo amado. Deus como pastor do seu povo € essa certeza e se apegar a ela fara toda a diferen€a quando, individualmente, urn tema abundante nas Escrituras (Gn temos de enfrentar alguma situapao de 48.15-16, onde "sustentou" e a mesma sofrimento, ou, coletivamente, a nossa palavra traduzida como "pastor" nos


26

E TUDO SOBRE JESUS -Crri# rcyc4zcdr c 4»##cz.edo »o 4##giv rc¢zzcoc#„

salmos 23; 28.9; 80.1; 100.3; e em Is 40.10-11).

Nao obstante, a palavra traduzida como "nada" tanbem pode ser traduzida como "nao". Trata-se da mesma

No salmo 23.1 Davi emprega urn elemento fortemente pessoal: "0 SENHOR

palavra usada tres vezes no salmo 1.1.

€ o owc% pastor". Davi afirma conhecer o

Assim, € melhor entender que o salmo

pastor da sua vida e tern certeza de que o conhece ben. Coisa importante 6 ter certeza pessoal na vida crisfa. 0 cristao verdadeiro nfo somente sabe que foi redimido pelo precioso sangue de Cristo. Eletamb€mpossuiacerteza,aconvicgfo disso. Ha pessoas que ncm sempre tom certeza de que conhecem o Salvador. i grande ben€ao poder dizer assim

23.1 esta dizendo: "0 SENHOR € o meu

nada me faltari." Hf quem interprete essa passagem se concentrando apenas naquilo que € material. Com o advento da perversa teologia da prosperidade, muitas pessoas ten tomado o salmo

11. 0 GRANDE, BOM E SUPREMO PASTOR

pastor, nao me faltara". A enfase do autor do salmo € na presen€a sempre certa, sempre constante, do Senhor com ele e com o seu povo. i o Senhor quem concede repouso. i ele quem conduz a dguas de descanso. i o Senhor quem refrigeraaalma.EDeusquemguiapelas veredas da justi€a. i Deus quem esta do como Davi: "0 Senhor € o owcz/ pastor", nosso lado quando atravessamos o vale ``0 Senhor € o pastor, o sustentador da sombra da morte. i ele quem nos cZ¢ owz.7¢44 z;z.ed¢". Al€m disso, nao basta consola; quem nos recebe como urn anfitri5o; quem unge a nossa cabe€a; apenas conhecer o salmo 23. i preciso conhecer o salmo e o pastor do salmo. quem envia sua bondade e miseric6rdia Outro aspecto muito importante para nos acompanharem por onde quer no salmo 23 e a enfase do salmista na que andemos. Essa € a confissao de uma ovelhaqueesticompletamentesatisfeita presen€a sempre certa, sempre constante, do pastor com a sua ovelha. 0 versf- com o seu dono e protetor - Cristo, o culo 1 diz: "0 SENHOR € o meu pastor; Born Pastor.

Encontramos no Novo Testamen-

to a revela¢ao completa a respeito da identidade do pastor do salmo. 23.1 como uma esp€cie de confissao poEmMarcos6hdumacenaquetraz sitiva, uma garantia de que Deus deseja a a nossa mente as imagens do salmo 23. minhariquezaeaabundinciadaminha Jesus esti alimentando uma multidfo de sadde. Entao, nesse sentido, quando mais de 5 nil pessoas. Algo interessante o salmista diz "e nada me faltar£", as € que o Antigo Testamento costuma pessoas imaginam que isso se refira a comparar o lider ou o rei de Israel a urn coisas terrenas, a beneaos materiais. Se pastor. Pr6ximo da sua morte, Mois€s o Senhor for o seu pastor, nada faltara. orou a Deus por urn sucessor, "para que Nfro faltara dinheiro. Nao faltara satide. a congrega€ao do SENHOR #Zo fg.a cofflo

Nfo faltarao bens.

ouelhasquendoiemfiastor"(INrrL2:I.T7).


Jesus, o Born pastor

27

Quando Mical'as profetiza a morte de comerem era o de se reclinarem para Acabe, diz que viu "todo o Israel disper- comer. Falando do seu pastor, Davi so pelos montes, como ovelhas que nao disse: ``Ele me faz repousar em pastos ten pastor" (1Rs 22.17; cf. Ez 34.2-6).

verdejantes" (Sl 23.2).

Em Marcos 6, o rei de Israel, Herodes, Como o Rei-Pastor daquelas oveesta fazendo algo simplesmente inima- lhas,Jesusasalimentacomasuapalavra: "E passou a ensinar-lhes muitas coisas" ginivel. Ele estf assassinando o tiltimo dosprofetasdoAntigoTestamento,Jofo (Mc 6.34). 0 principal alimento dessa Batista (v. 21-27).

passagem nfro foram os paes e os peixes.

Jesus esta ensinando a uma grande multidao e olha para ela com grande

0 ensino de Jesus foi o alimento mais importante do dia.

compaixao: "Ao desembarcar, viu Jesus

Outras passagens do Novo Testamento identifican Jesus como o pastor

uma grande multidao c co77ep¢cJccc%-fc

c/c/cJ, porque Cram como ovelhas que do salmo 23 de forma ainda mais clara nao ten pastor. E passou a ensinar(Jo 10.11; Hb 13.20; 1Pe 5.4; Ap -lhes muitas coisas" (v. 34). 0 povo

7.16-17). Em Joao 10.11, o pr6prio

possufa urn rei mal e fmpio. Por essa Jesus afirma: "Eu sou o born pastor. razao, viviam como ovelhas sem pastor. 0 born pastor df a vida pelas ovelhas." Marcos construiu a narrativa de tal Os judeus, como conhecedores do Antiforma que olhamos para o rei Herodes e dizemos imediatamente: "Esse nao 6 urn rei que cuida do seu povo.

go Testamento, sabiam que Yaliweh era o seu pastor. Para eles, com essa decla-

ra¢o, Jesus afirmava ser Deus. Somente Ele n5o se importa com os problemas Deus era born, existia somente urn Pasdo povo. Nao € urn rei que valoriza tor, somente Deus tinha direito ao titulo a Palavra de Deus e a repassa para o "0 Born Pastor''. Eles entenderam essa seu povo. Ele € urn rei, mas nao € urn afirma€ao de modo tao claro que sua pastor". i nesse momento, entio, que reapao aparece descrita nos versfculos Marcos vai dizer algo extraordindrio: "Entao, Jesus lhes ordenou que todos seguintes (v. 31-33). se assentassem, em grupos, sobre a relva

0 ap6stolo Joao faz uso de fraseologia que mos remete, imediatanente,

verde" (v. 39). 0 interesse de Marcos nao € na grama propriamente dita, mas ao salmo 23: "Jamais terao fome, nunca sin na cena que se desenrola naquela mais terao sede, nao cairf sobre eles o relva. 0 interesse do escritor e destacar sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro

urn momento agradivel, em que todos que se encontra no meio do trono os apascentard e os guind para as fontes da isuadavich"(Ap7.16-17).Opastordo salmo 23 leva as suas ovelhas para junto

estao repousando. A palavra "assentados" na lfngua grega possui o sentido de "repousar", "desca.nsar", isso porque o hfbito dos judeus naquela €poca ao

das aguas de descanso.


28

E TUDo SOBRE ]Esus -cirffo 7ie"c4zczO c ¢72#»cz.4c/a #ct4#fzgiv rcjfzz772c7ffo

CONCLUSAO

presengan6sexperimentaremoscuidado ]unto a ]oao 3.16, o salmo 23 € a contfnuo e ininterrupto. Se tiver a certepassagem mais conhecida em toda a Es- za de que Jesus € o seu pastor, voce nao critura Sagrada. Mas, como observado, faz ideia de quao aben€oado e. Por€m, hi algo muito mais importance do que se esse pastor n5o for a j`cz¢ P4IfJor, voce apenas conhecer esse salmo. i preciso nao faz ideia de qufro pobre, miserivel, conhecer aquele de quem o salmo Gala. cego e nu voce realmente e diante de i imprescindfvel que exista urn relacio- seu Deus e Criador. Por isso, vi a cruz; namento de amor entrc o pastor do sal- entre pelo p6rtico da cruz, o p6rtico do mo e aquele que repete as sues palavras. sofrimento, do oferecimento do Born Eaexistenciadesserelacionamentoque Pastor que € Jesus Cristo. garantird que o pastor do salmo jamais virf a faltar a sua ovelha. A satide pode nos faltar. 0 dinheiro pode ser escasso. Ate mesmo os amigos e os familiares

APLICAqAO Voce conhece, experiencialmente,

o pastor do salmo 23? Sua aten€ao ten

podem vir a n-os faltar. Mas, nunca, se concentrado nas coisas que nfro lhe em momento algum, o Senhor Jesus, faltarao ou na presen¢a sempre certa o nosso pastor, nos faltara. Com a sua dele com voce?

PENSAMENTOS RARA A DEV0qA0 PESSOAL/EM FAMfLIA

S"OS 23 I. 0 ti'tulo de Pastor pertence a Cristo como Deus-homem, o Senhor e Filho de Davi (Is 40.11; Ez 34.12-16,23,31; Zc 13.7; Jo 10.1-16,27-30). Ele cumpre esse papel com seu

cuidado todo especial pelo seu povo (Lc 15.3-7; 1Pe 2.25). Nao e pequeno conforto, espe-

c'ialmente em tempos dificeis e tristes, perceber que o Scnhor Jesus es fa mos buscando, como

nosso lider, provedor e protetor sfbio e gentil. Como as promessas desse salmo dao conforto e paz aos crentes em Cristo?

2. Sem tirar a aten¢ao da anorosa obra dc Cristo como Pastor de seu povo, tamb€m € possivel vcr Jesus recebendo, em sua humanidade, as b€n¢os de conhecer a Deus como seu pastor. Cristo seguiu a vontade de Deus humildemente, como urn cordeiro, ate a morte (Is 53.7). Ele recorreu ao Pai para protege-lo e suprir as sues necessidades. Mesmo na presenga de seus inimigos, o Pai lhe concedeu a satisfapao de fazcr a sua vontade, pela un¢o do Espirito. Agora o Senhor Jesus habita para sempre na casa de seu Pal. Como a experiencia que Cristo adquiriu como urn cordeiro o ajuda a cuidar de n6s na qualidade de Pastor?

Biblie de Estudo Heran[d Reformedd


0 CANTICO DO JUSTO Pa.ra ler e meditar durante a semana D - Sl 2 - Quem se refugia em Jesus; S - Lc 24.44 - i tudo sobre Jesus; T -Mt 11.28-30 -Com conselho aos fmpios; Q-Jo 4 -0 caminho de uma pecadora; Q-Lc 15 -Jesus ampara escarnecedores; S -Jr 17.5-8 -Uma drvore frutffera; S - Is 53 -Jesus, o Servo Justo

INTRODUCAO

Nfo obstante, o motivo major para Com muita frequencia, uma das anossaaten¢oeonossoestudodesselivro raz6es apontadas para o estudo dos Sal- maravilhoso € a maneira como ele nos fala mos € a maneira como eles apresentam deJesusCristo.0pr6prioSenhorafimou toda a vasta gama de emo€6es humanas em duas ocasi6es que as Salmos falan a ao longo do livro. 0 reformador ]oao Calvino afirmou que os salmos sao como que "a anatomia de todas as partes da alma humana".1 Mac, por que ele se

seurespeito(Lc20.42;24.44).Ossalmos

referiu ao livro dos salmos dessa manei-

das intimeras ocasi6es nas quais o Li-

principalmente, porque ali podemos encontrar o Senhor Jesus Cristo sendo anunciado. Nos salmos encontramos a sua majestade, a sua vida de perfeigiv e santidade, a sua paino, o seu sofrmento, a sua morte e a sun ressurrei¢o. Muitas vezes imaginamos que apenas alguns deles falan a respeito deJesus, como por exemplo o salmo 2 e o salmo Ilo. Mas o certo 6 que todos falam do Ungido do Senhor, de sua obra redentiva, dos aspectos da sua intercessao e do seu sofrimento. Algo que podemos

vro dos Salmos refletiu com exatidao a

perceber nos salmos e que mesmo na-

experiencia que estdvamos enfrentando em determinada situa¢ao.

queles em que o salmista fala a respeito das suas tribulap6es, tristezas, vit6rias e louvor, ele age como urn tipo de Cristo.

I CALVINO, ]oao. a £!.vro cJos Sa/mos, Vol. 1,

Ele faz tudo isso como algu6m que esti

ra? Como ele mesmo esclarece, "nfro hd

sequer uma emogao da qual algu€m porventura tenha participado que nao esteja af representada como nun espelho''.2 Dentre as emoe6es que encontramos nesse livro estio "as tristczas, as dores, os temores, as ddvidas, as expectativas, as preocupa€6es, as perplexidades,

enfim todas as emo€6es perturbadas com que a mente humana se agita".3 Todos n6s podemos dar testemunho

Paracletos, p. 33. 2 Ibid. 3 Ibid.

sfroimportantesnaoapenasporquepodemos nos identificar com os sentimentos e com as experiencias dos salmistas, mas,

prefigurando o verdadeiro Ungido, o Cristo que viria.


30

E TUDO SOBRE JESUS -Cidf£"c„c4¢c/a c 4##~cz.¢cfo „o 472#giv rcrfzz"c„fo

Isso pode ser visto, por exemplo,

no salmo 1, o Cintico do ]usto.

I.0 CONTEXTO ORIGINAL DO

Positivamente, o justo tern urn grande deleite, urn cnorme prazer na lei do Senhor (v. 2). Por "lei", Davi quer

dizer toda a instrucfo ou todo o ensinamento da Palavra do Senhor. Trata-se N5osesabecomexatidfoquemfoi da plenitude do ensino de Deus para os autor desse salmo, pois n5o ha informaseus filhos. Assim, o que o salmista estf ¢o da sua autoria no seu t{tulo. Apesar nos dizendo € que o homem justo nfro disso, € praticamente certo que Davi apenas se deleita na instrugao do Senhor, foi o seu autor. Segundo uma tradi¢o mas -e por isso mesmo - tanb6m a cocrista, Esdras, ao organizar o livro dos loca sempre em sua mente, meditando Salmos, inseriu este no infcio, para que sobre ela sem se cansar. E esse homem ele servisse como uma esp6cie de porta justo tanb€m nao apenas medita na lei de entrada para todo o livro.4 Assim, do Senhor, mas faz dela o assunto da sua entender esse salmo e imprescindivel ora€ao. Como coloca Allan Harman, para o entendimento de todo o livro. "a instru€ao divina forma a base da sua

S,"O

0 salmo apresenta a descri€fro de dois conduta e € o tesouro do seu corapao".5 caminhos, mas nfro apenas isso, ele tan0 justo ben-aventurado, que se b5m nos apresenta a descri€ao de dois desvia de toda forma de iniquidade homens: o justo e o fmpio. e cultiva urn relacionamento intimo 0 homem justo 6 diferente do com a Palavra, tera urn destino comfmpio. Ele se mantem distante da impletamente diferente do que aguarda os piedade e da perversidade (v. I). Ao falar fmpios e perversos. Ele sera constanteda impiedade, o salmista nos transmite mente irrigado pela corrente agua viva a ideia de algo que vai se intensificando, do Espfrito Santo e periodicamente uma descida cada vez mats profunda na gerara o fruto devido, sendo bernimpiedade e na perversidade. 0 homem -sucedido em todos os seus intentos

justo nao anda, nao se det€m nem se assenta com fmpios, pecadores e escarnecedores. Quantas vezes ouvimos testemunhos de pessoas afirmando que elas

nunca imaginaran que se afundariam tanto no pecado? Tudo come€ou com

(v. 3). A sua prosperidade sera uma consequencia do deleite, do prazer e da constancia desse homem em sua medita€ao na lei do Senhor. Nfo uma recompensa, nao uma retribui¢ao merit6ria. Q.uando uma frvore € nutrida, ela naturalmente produz fruto.

algumas conversa€6es e companhias aparentemente inocentes para, logo depois, se a.fundarem no pecado. Assim, o salmista nos ensina que o homem aben€oado fica longe do mal.

justo € alimentado pela instru€ao do Senhor, a consequencia natural 5 o fruto da justica na sua vida.

4

5 HARMAN, Allan. Scz/mar, Cultura Crista, p. 77.

Ibid.p.49.

Da mesma mancira, quando o homem

A liar 7 continua na


Continuaap dr liar 7 p

o cintico do ]usto

35

0 destino dos fmpios sera caracterizado pela dispersao. Eles serao levados

Vfrios interpretes, tanto cristaos como judeus, afirman que os dois priembora, assim como a palha pelo vcnto meiros salmos formam uma unidade (v. 4). A imagem usada pelo salmista e a de uma colheita. Os frutos sao colhidos, as vagens s5o debulhadas e o que resta e a palha, o restolho que para nada serve sen5o para ser soprado pelo vento e levado embora. Assim s5o todos aqueles

literdria. No princfpio, as Escrituras

nao Cram divididas em capftulos e versfculos, como hoje, facilitando essa

percep€ao. 0 salmo 1 comega falando sobreabem-aventurancadohomemjusto (v.1). Jf o salmo 2, que e explicitamente

que nfo amam a lei do Senhor, que nao messiinico, termina com a ben-aventern nela o seu prazer e nao meditam turan€a daqueles que se refugiam no nela de dia e de noite. No versfculo Messias, no Ungido do Senhor (v. 12). seguinte, o salmista diz, sem o uso de figura de linguagem, o que exatamente acontecerf com essas pessoas: "Por isso, os perversos nfro prevalecerao no juizo, nem os pecadores, na congregacao dos justos" (v. 5). i isso que espera o perverso e aqueles que odeiam a lei de Deus.

11.QUEME0HOMEM]USTODO SALMO I?

Se tomarmos esses dois salmos juntos,

o salmista, entao, estf nos dizendo que Jesus, o Messias, € o homem bern-aventurado e justo.

Que homem ou mulher na Bfolia pode ser descrito como "o homem justo"? Adao? Abraao? ]ac6? Mois€s? Davi?

Nenhum deles. Jesus 6 aqucle que nao andou no conselho dos fmpios. Ele nao

se deteve no caminho dos pecadores. na resposta, dizendo sermos n6s, os Ele nao se assentou na roda dos escarservos de Deus, aqueles que colocam necedores. Muito pelo contrfrio, Jesus esses santos princfpios em prftica. se deleitou na lei do seu Pai celestial. Muitas vezes mos apressamos

i verdade que podemos fazer esse tipo Jesus n5o apenas foi completamente de aplica¢o. Porem, nao podemos faze- obediente a lei de Deus, mas ele tanbem -la em primeiro lugar e sin como uma meditou nela de dia e de noite. Ele disse aplica€ao a partir da nossa uniao com aos seus discfpulos: "A minha comida Cristo. Mac nao podemos imaginar que consiste em fazer a vontade daquele n6s somos esse homem justo. que me enviou e realizar a sua obra" A luz de Lucas 24.44, o salmista Uo 4.34). Frequentemente, n6s vemos Jesus tinha urn homem em mente. Esse homem justo, antes de qualquer outro e, se retirando das multid6es e dos seus acima de todas as coisas, 6 Jesus. Elc € discfpulos para orar e meditar na o homem ben-aventurado, o homem instrugao do seu Pal celestial. De fato, justo. Como podemos ter certeza disso? Nao seria urn tanto forcado dizer que o

Jesus era como uma frvore plantada

salmo I fala de Jesus Cristo?

todas as esta€6es apropriadas. Por que

junto is aguas que dava o seu fruto em


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E TUDO SOBRE JESUS - Crz.ffo 7icg/c4zc/a c 4###cz.czcfo #o i47i#giv 77fftz7„c7efo

€ importante pensar sobre isso? Porque nao mos tornaremos justos simplesmente

CONCLUSA0 Jesus nao andou no conselho dos fmpios, mas ofereceu o seu precioso e

por meditarmos na lei do Senhor. N6s somos, em n6s mesmos, incapazes de ser sfbio conselho a eles. A uma mulher j ustos. Nfo possufmos qualquer justiga. Chegar ate a Palavra do Senhor a parte da obra mediadora de Cristo e sem o

que tinha acabado de ser flagrada em

poder do Espfrito Santo € impossivel. Por isso o salmo 2 diz que sfo bern-a-

postos que roubava os seus irmaos, Jesus disse: "Segue-me" (Mt 9.9). Jesus nhs se deteve no caminho dos pecadores para

venturados aqueles que se refugiam no

adult€rio ele disse: "vai e nao peques mais" Oo 8.11). A urn coletor de im-

Filho (2.12).

aprender a fazer o que 6 mau, mas ele Assim, precisanos olhar para Cris- parou junto ao caminho dos pecadores to pela fe somente e desejar que ele, o a fin de transforma-los. Jesus nunca se justo do salmo 1, salve-nos do nosso assentou na roda dos escarnecedores

pecado. Devemos tanb€m desejar que ele mos encha com o seu Espi'rito Santo e nos capacite a sermos como arvores

para se deixar influenciar pelos seus maus caminhos. Mas a Bfblia fala de

Jesus se assentando junto a publicanos, plantadas junto a correntes de aguas, meretrizes e outros pecadores. E todas as que dfro frutos no tempo apropriado. vezes em que isso aconteceu, ele mudou Apenas em Cristo, pelo poder do Espi- as pessoas com quem se assentou.

rito, € que n6s podemos nos aproximar AI'LICACAO da lei do Senhor e ter deleite nela. Voc€ tern se refugiado em Jesus? Apenas em Cristo, o Ben-Aventurado Tern buscado refugio no Ben-Aventue Justo, n6s podemos produzir fruto rado Filho de Deus, a fin de ser feito como uma arvore plantada junto is participante dessa ben-aventuran€a? aguas (cf. ]o 15.4-5).

PENSAMENTOS RARA A DEVOGAO PESSOAL/EM FAMfLIA SAu\40S I 1. Os crentes devem ser as pessoas mais felizes, pois conhecem Deus, seu amor maravilhoso, suas promessas pactuais, seu perdao abundante e sua presenca permanente. Temos tristezas, mas n5o razao para sermos infelizes. Embora sejamos tentados a desfrutar

da companhia e dos prazeres dos I'mpios, a gra¢a de Deus nos torna diferentes deles e nos

permite obter todo o prazer da Escritura e do Espi'rito Santo, que promove santidade em n6s. No dia do juizo, escaparemos da ira de Deus e descobriremos como ele cuidou de n6s com amor durante a nossa vida. Como isso o encoraja a seguir a Cristo? 2. Cristo € supremamente o homem bern-aventurado (72.17). Ele 6 a Rei ideal separado dos pecadores (v.1; Hb 7.26) e dedicado a cumprir a lei de Deus (v. 2; 40.7-8).

Consequentemente, ele 6 uma arvore frutifera, alimentada pelo Espirito Santo (ls 11.1-2) e cheia de boas obras (ls 4.2; At 10.38). Em uniao com ele por meio de uma fe concedida

pelo Espi'rito, tamb6m podemos nos tornar frutiferos por causa da sua plenitude. 0 que isso lhe ensina sobre a verdadeira prosperidade?

Biblia de Endo Heranca Rrfermde


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i TUDO SOBRE JESUS - Cr,.so rowc4¢c/a c 4„%72cz.dcde »o 47zfzgiv 7Z¥fzz7#c~fo

I. 0 MEU AMAD0 i MEU Em Cantico dos Canticos 2.16

quem fala € a Sulanita: "0 meu anado e meu''. Essa € uma declara€ao muito forte. Nos versi'culos anteriores (v. 10-

o qufo irresistivel e o Cristo oferecido no evangelho. 0 grande e real problema nao € que nao exista beleza em Jesus.

0 problema estf em n6s, na nossa in-

15), o noivo a chama. Ele a convida a ir capacidade de vcr e reagir a essa beleza. ate ele, pois queria vcr o seu rosto, ouvir A graca, por sua vez, derruba todas as

barreiras e remove toda a cegueira. Ela e o teu rosto, amivel" (v. 14). Ela olha abre os olhos do nosso entendimento, para o noivo e se alegra, se regozija no ilumina o nosso coracao e nos permite fato de que ele a ama e tamb€m no fato vcr a beleza do Senhor. Quando isso a sua voz. Ele diz: " [...] a tua voz e doce,

de que tudo o que € verdade a respeito dele pertence exclusivamente a ela. Sua beleza e g16ria sao dela. 0 noivo fez uma alianca com a sua noiva. Tudo o

acontece, enfim, n6s vemos Cristo no evangelho e podemos dizer: "Sin, ele € meu. Eu o tenho - tudo que ele e, eu tenho; tudo que ele fez, eu abraeo".

que ele possui agora 6 dela. Nao existe comunhfo parcial de bens entre ele e sua

Matthew Henry diz algo extraordini-

amada. Hi comunhfro total. Aqui temos uma imagem do nosso relacionamentocomJesuscristo.Agrapa invencivel faz com que o Cristo oferecido no evangelho seja, de fato, nosso.

crentes fieis, o fato de que Cristo €

rio: "i o privilegio indescritfvel dos deles [...] Os crentes participam de

Cristo; eles nao apenas tern interesse nele, mas desfrutam dele [...] Ele €, para

eles, aquilo que o mundo nao e, nem

Deus, por sua grapa irresistivel, quebra pode ser, tudo o que eles necessitam e toda a resist€ncia humana. Muitos fa- desejan, a felicidade completa".2 Pelafen6svemosabelezadapessoa zcm confusho quando falanos em grapa

irresistfvel, afirmando que os pecadores, e da obra de Jesus. Assimilamos tudo

frequentemente, resistem a ela. Mas que ele € em sua pessoa tinica, gloriosa nfro € a grapa em si que € oferecida. no e incomparivel. N6s podemos vcr a beevangelho. i Jesus que € oferecido no leza da sua divindade. Tamb€m vemos a

beleza da sua humanidade unida a sua to. Eles dizem nao a Jesus por causa do divindade. E o mais maravilhoso € que a pecado que os escraviza e os prende. encarna¢o nfro fez com que ele deixasse Nenhum pecador, por sua natureza, de ser o que e. Em tudo isso, o nosso consegue perceber a beleza de Jesus. Cristo € totalmente desejivel aos olhos Eagrapaqueosliberta.Eagrapqueos da fe. Esse € o nosso amado, belo naquifazenxergarabelezadeCristo.Eagrapa lo que €. Pela fe n6s tambem podemos evangelho. Os homens resistem a Cris-

que faz com que os homens percebam o quanto ele € totalmente desejivel. A gra€a vence a resistencia humana e mostra

2 HENR:Y, Ma:t`hew. Comentdrio Biblico Antigo

Testamento: J6 a Cantares de Salomao, CPAD, p. 970.


O marido pactual

contemplar a beleza da obra de Cristo. Ele € completamente desejivel pelo que fez. Ele 6 a encarna€ao da gra€a e da miseric6rdia pelos pecadores. Voce pode dizer: "0 meu amado e meu?" Nfo ha questao maior e mais importante em todo o mundo.

39

vida crista nao se resume a isso. A vida

crista inclui se levantar e seguir a Jesus,

o nosso amado. Nfro basta permanecermos parados, pensando: "Ele 6 meu''.

Aqui, em Cantico dos Canticos, Salom5o nos mostra a noiva simplesmente descansando na certeza de que tudo o

que era do seu amado tamb€m era dela. 0 noivo, entao, age para que ela desSulamita fala mais uma vez, em cubra muito mais alnda sobre o quanto 6.3: "Eu sou do meu amado''. Poder ele € belo e desejivel. dizer "o meu amado € meu" € algo 0 noivo se retira. Ele desaparece glorioso. No entanto, trata-se de uma momentaneamente. Ele a deixa anresposta que nao apresenta o quadro siando por sua presen€a, consumindocompleto. 0 amado nao apenas se -se por isso: "Conjuro-vos, 6 filhas entregou a amada, mas ele tamb€m a de Jerusalem, se encontrardes o meu chamaparairateele,paraqueelaosiga: "0 meu amado fala e me diz: Levanta- amado, que lhe direis? Que desfale€o

11. EU SOU DO MEU AMADO

-te, querida minha, formosa minha, e de amor" (5.8). Em 2.5 ela tamb6m afirma que desfalecia de amor. No vein" (Ct 2.10; cf. v.13-14). entanto, ali ela desfalecia por causa da Inicialmente, a noiva nao atenabundancia do que tinha, do quanto deu ao chamado do seu noivo. Ela se demorou. Ela se envolveu com outras jd havia experimentado do amor e da excita€ao promovidos pelo amado. coisas. Chega, entao, urn determinaAgora ela desfalece n5o por causa da do momento em que ela o procura e nao o encontra: "De noite, no meu presen¢a do seu amado, mas por causa da sua ausencia. No capftulo 2, ela diz leito, busquei o amado de minha as filhas de Jerusalem onde ele esta alma, busquei-o e nao o achei" (3.1).

(v. 7-9). No capftulo 5, ela pergunta Qual foi a razao disso? Ele a tinha as filhas de Jerusalem onde poderia chamado para que ela o seguisse, mas encontri-lo. No capftulo 2, ela desela simplesmente ficou e se acalentou, falece de amor porque tern demais. pensando: "Ele € meu". No capftulo 5, porque tern de memos. Aqui tamb€m encontramos urn No capftulo 2, ela desfalece de amor princfpio muito importante sobre o quando ele a chama, mas ela nao resnosso relacionamento com Jesus. N5o ponde. No capftulo 5, ela dcsfalece de basta parar na posse de Cristo. i ver- amor quando ela o chama, mas ele nao dade que uma vez que voce diga que responde. No capftulo 2, ela desfalece Cristo e seu, voce estari salvo por toda de amor porque ele esta perto. No caa etemidade e nada mudari isso. Mas a pftulo 5, porque ele estf longe.


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i TUDO SOBRE JESUS - C#.ffo #c2;cdec7o c 4#c£#c.j.¢c/a 72o j4##giv rcjfzznec#fo

As vezes, de modo a nos tornar com a.ten¢fo os capftulos 6.4 a 7.9 de disci'pulos obedientes, nosso anado se Cintico dos Cinticos, vai perceber que retira de cena. Ficamos sem a consciencia todo esse trecho € composto de palavras da sua presenca e proximidade. Ele faz com que n6s o busquemos de modo

do noivo sobre a sua noiva. 0 noivo tambem irrompe em declara€6es a res-

a nos levar a uma obediencia vivida e vital. E isso nao € prova de que ele nao nos ama. Pelo contrfrio. i justa-

peito da sua amada. i dai que ela tira a sua certeza: "Eu sou do meu amado, e ele ten saudade de mim".

mente uma prova do quanto ele mos ama, pois deseja que ansiemos ardentemente por ele, quc sejamos levados a dizer: "Eu sou do meu amado. Por favor, digam a ele que eu desfale€o de amor. Digam ao meu amado que € assim que eu me encontro".

Esse € o objetivo de toda a nossa

experiencia crista: que saibamos que

o nosso amado, o Senhor, tern desejo

por n6s. No evangelho n6s descobrimos que Jesus € desejivel e em nossas experiencias descobrimos como ele

€ totalmente desejfvel. Mas o livro

de Cantico dos Canticos nos aponta uma importante aplica€ao a partir do Sulamita diz mais uma vez: "Eu relacionamento entre urn homem e a sou do meu amado, e ele tern saudades sua amada: Jesus € desejavel porque de mim" (7.10). Ha novamente uma tern em vista urn final em que seremos mudan€aaqui.Percebamqueelajfdisse inteiramente dele, porque o seu deseser de seu amado outras vezes, mas dessa jo € por n6s. E esse desejo se provou vez ela continua: "e ele tern saudades em tudo o que ele fez para nos salvar de mim". A saudade mencionada aqui e mos tornar dele. Voce € algu€m que nfo significa que o noivo sente a falta nao pode deixar de orar, que ama estar da sua noiva. A ideia repousa no desejo conversando com o amado de sua alma? que voc€ tern pela pessoa amada, por Isso s6 acontece na sua vida porque ele exemplo, quando voc€ estd longe dela. deseja voce desde a eternidade. 0 foco nao esti na ausencia, mas no sentimento que voce percebe em seu CONCLUSAO cora€ao quando pensa na pessoa amaQue Cristo maravilhoso € o nosso da. A versao Co#zgz.cZ¢ Fz.c/ mos ajuda a Amado. Que amor the grande. Como entender: "Eu sou do meu amado, e ele devemos responder a isso que nos € revelado pelas Sagradas Escrituras? Como me tern afei€ao". Mas como ela sabe disso? Como responder ao amor de Cristo por n6s? ela sabe que o seu amado tern imenso Com alegre exulta€fro. Com convic€ao. desejo por ela? De onde ela tira a con- Com a mesma certeza da Sulamita: "0 vic€ao de que o seu amado esta cheio, meu amado € meu. Eu sou do meu pleno, de afei¢ao por ela? Se voce ler amado. Ele ten afei€ao por mim. Quao

Ill. FIE TEM SAUDADES DE MIM


O marido pactual

ditosa eu sou". Respondamos a t5o

41

APLICACAO

Voce pode dizer tudo isso a resgrandeamorcomumavidadegratideo, demonstrada nao apenas verbalmente, peito de Cristo? Ele € seu? Voce consemac, acima de tudo, em inteira dedica- gue enxergar o quanto ele € desejivel? 0 quao belo € o nosso Senhor? cao ao nosso Senhor, o nosso amado.

cRISTo EM cANTlco Dos cAr`ITlcos Hf uma longa tradigfro de se relacionar esse livro a Cristo por meio de analogies trapadas entre as experiencias dos dois amantes e a experiencia de Cristo e a sua igreja. De fato, a imagem

de Deus como o marido e do povo de sun aliansa como sua esposa tanbEm € cncontrada no Antigo Testamcnto (p. ex., Jr 2.2; Os 2.14-20). Uma vez que Cristo declara a igreja como a

sua noiva (cf. Ef 5.22-33), uma aplica¢5o legftima do Cantico dos Cinticos e perceber que o amor descrito no livro €, em muitos sentidos, semelhante ao anor que Jesus ten pela igreja (p. ex., esse € o uso predominante do Cantico dos Cinticos mos padr6es de Westminster). Pclo menos, tres dimens6es centrals orientam os leitores modernos sobre a natureza desse amor: autoentrega, desejo e compromisso. Jesus deleita-se em n6s e se entrega a n6s com amor. Ele mos deseja totalmente para si e sente profundamente a dor e o prazer do seu relacionamento conosco. Cristo entregou a pr6pria vida pela igreja e ainda agora se dedica ao ben dela como urn marido amoroso. A igreja depende de Cristo para ter protegiv e afei¢o; ela o honra pelo seu maravilhoso cuidado c busca a sua g16ria todos os dias. Tanto Cristo como a igreja anseiam

pelo dia de sua uniao final, o dia da grande festa de casamento na volta de Cristo (Ap 19.7,9). Biblia de Estudo de Genebra


JESUS, 0 SERVO SOFREDOR Papa ler e meditar dtLrante a semanaL D -Rm 8.31-34 -A intercessao de Jesus e nossa liberdade; S -Gn 6.5 -A maldade do coracao humano; T -Jo 17 -A ora¢o sacerdotal de Jesus; Q - Mt 27.12-30 - 0 sofrimcnto de Jesus; Q-Mc 14.32-36 -A ang`istia de Jesus no Getsemani; S -Sl 22.1-21 -A humilha¢o do Mcssias; S - Jo 10. 17-18 - A voluntari€dade do Servo

INTRODUCA0

comprometer a sua retidao: a transfeJ6fazumaperguntaextremanente r€ncia de culpa. Frequentemente transdesafiadora: "como pode o homem ser ferimos a nossa culpa para os outros. justo para com Deus?" (9.2). Temos por A explica€ao para isso pode estar no certo que Deus, em sua justi€a, castiga fato de nao podermos suportar a nossa os maus e recompensa os bons. Uma pr6pria culpa e querermos, desesperadavez que todos n6s somos maus, como mentc, que outras pessoas a suportem podemos receber alguma coisa boa dele? em nosso lugar. Parece que "cada urn Mais importante: como podemos rece- de n6s precisa de urn bode expiat6rio".2 ber a salva€ao? Como pode o impio ser E € no evangelho que encontramos justificado dos seus pecados?

o nosso "bode expiat6rio" (Lv 16).

Raymond Ortlund afirma que o evangelho apresenta uma vigorosa discordincia do princfpio de que Deus

Voluntariamente, ele se apresentou, a fim de carregar os pecados do seu

povo e ser esmagado pelo insuportivel pune os maus e recompensa os bons. De peso da nossa culpa. 0 evangelho nos acordo com ele, "isso significa que Deus mostra que sempre que tentamos, por declaracomoinocenteumpessoaquee n6s mesmos, transferir a nossa culpa, o culpada. Significa que ele trata as pessoas resultado € o caos. Nfo obsta.nte, Deus mds como se fossem boas. Isso esti al€m pode fazer isso na pessoa do seu Filho do poder do milagre, € urn escindalo".I que, voluntariamente, se apresenta Como pode ser isso? Como Deus, sen- como nosso substituto. Nossa culpa 6 do justo, pode justificar o inpio? Hi lancada sobre ele e a sua justi€a € consialguma forma de isso ser feito sem que derada como nossa. No famoso cintico do Servo Soa justi€a de Deus seja comprometida? Algo que fazemos em nossos rela- fiedor podemos vcr como o sofrimento, cionamentos mos dd uma pista de como a morte e a intercessao de Jesus sao os Deus age, a fin de justificar o fmpio sem fundamentosparaanossatotalaceitapao diante de Deus. I ORTLUND JR„ Raymond C. /f4z'af; Dcz4f j¢/"4 pccedrcf, CPAD, p. 440.

2

|bid.,p.442.


Jesus, o servo sofredor

I. 0 SOFRIMENT0 DO SERVO Nao podemos pensar em Cristo como apenas mais urn a sofrer na terra. Os profetas sofreran, os ap6stolos sofreram, da mesma forma os mirtires cristaos e os pr6prios reformadores. 0

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quenciadas. Mais uma vez, isso explica Isafas 52.14: "[...] seu aspecto estava

mui desfigurado, mais do que o de outro

rfter substitutivo e judicial. Ele sofreu

qualquer, e a sua aparencia, mais do que a dos outros filhos dos homens". 0 estarrecedor € que nao para por al. Fizeram-no passar pela humilha€fo de levar a sua pr6pria cruz. Em seguida, cravaram pregos em suas maos e em seus p€s. Isso fazia com que, quando levantado o corpo, aos poucos, os 6r-

em lugar de seu povo e isso fazia parte do Pacto da Reden€ao realizado antes da funda€fro do mundo.

gaos internos fossem ficando cada vez mais pesados, ate a sua mortc. Com tal descri€fro em mente podemos entender

que difere o sofrimento de Jesus daquele suportado por outras pessoas? 0 sofrimento de Cristo faz parte da salva€ao dos eleitos de Deus. Ele possui urn ca-

Como observamos na primeira li€ao, Genesis 3.15 jf anunciava os sofrimentos de Jesus: "[...] tu lhe ferirds o

calcanhar". 0 Antigo Testamento prev€ o suplfcio, o martfrio de Cristo, que € tipificado por meio do sofrimento dos animais sacrificados. 0 cumprimento dessa profecia pode ser percebido, por

a profecia de Isal'as 52.14.

Imaginemos tanbem sua tristeza ao ser humilhado e desprezado (53.3). Ele foi preterido em favor de urn assassino (Mt 27.20-21). Foi blasfemado. Os soldados romanos dan€avam ao redor

exemplo, em Mateus 27.12-14: "[...]

dele como dan€avam adorando os seus deuses pagaos. Aproveitaram para fazer desse urn espetaculo de profunda e an-

sendo acusado pelos principals sacer-

gustiante humilha¢fro.

Todavia, o fpice do sofrimento do Entao, lhe perguntou Pilatos: Nao ou- Servo do Senhor se deu na cruz, quando ele clanou: "Deus meu, Deus meu, por dotes e pelos anciaos, nada respondeu.

vem quantas acusac6es te fazem? Jesus

nao respondeu nem urn palavra, vindo que me desanparaste?" (Mc 15.34; Sl 22.1). Ele, que por toda a eternidade com isto a admirar-se grandemente o havia desfrutado da maravilhosa comgovernador." Esse epis6dio se adequa

perfeitamente com o que Isai'as retratou: "Ele foi oprimido e humilhado, mas nfo

panhia de seu Pai, agora se via abandonado, e isso, por nossa culpa.

abriu a boca" (53.7). Na mesma passa-

II.A MORTE D0 SEIIV0

Da mesma forma que o sofrimensoldados espancando Jesus: " [...] cuspin- to de Jesus foi de cardter substitutivo, do nele, tomaram o cani€o e davam-lhe assim tambem foi a sua morte. Em lsacom ele na cabeca" (Mt 27.30) . 0 verbo i'as 52.15 ha urn questao importante. "bater" estd no imperfeito, o que quer Algumas traduc6es, como a Revista e gem de Mateus podemos vcr tambem os

dizer que Cram pancadas repetidas e se-

Atualizada, dizem: "[...] assim, causari


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E TUDo SoBRE JESUS - Crz.j`fo „cz,c4zc/a c 4#"„cz.4c/a #o 4#fzgiv rcjfzz"c72fo

admira€ao as na€6es". Com certeza, a sepultura com os perversos, mas com os sofrimentos e a morte de Cristo fo- o rico esteve na sua morte, posto que ram de tal horror que impressionaram nunca fez injustica, nem dolo algum se muitas pessoas, e ate aos dias de hoje achou em sua boca." Somente por causa causam admira€ao em muitas outras. disso ele ten autoridade para aspergir a No entanto, a passagem tamb€m pode muitas nap6es. Somente porque viveu

ser traduzida como: "assim, aspergirf uma vida de perfeita obediencia, sem muitas na€6es". A ideia € a aspersao pecado, Jesus ten toda a autoridade de sangue, enfatizando a purifica€ao para aspergir com o seu pr6prio sangue do pecado. 0 significado teol6gico os pecados daqueles que o Pai lhe deu dessa verdade € que o Servo Sofredor como recompensa. 0 ap6stolo Jo fro afiriria expiar os pecados dos gentios. Joao

ma: "[...] o sangue de Jesus, seu Filho,

Calvino afirma que isso significa que o

nos purifica de todo pecado" (1Jo 1.7).

pr6prio "Deus derramard sua Palavra sobre muitas nap6es".3

0 verbo "aspergir" mostra que o pr6prio Jesus € quem realiza essa a€ao.

Isso quer dizer que, de forma voluntdria, o pr6prio Servo Sofredor vat aspergir o seu sangue sobre muitas na€6es para a Deus: "]ustificados [...] mediante a fe, temos paz com Deus, por intermedio purifica€ao dos seus pecados.

A morte vicfria de Cristo veio trazer paz para o homem em guerra contra

de nosso SenhorJesus Cristo" (Rm 5.1 ).

Paulo exp6e a afirmativa de Isafas 53.5: "[...] ele foi traspassado pelas nossas

Ill. A INTERCESSA0 DO SERVO Isai'as 53.12 nos fala a respeito de

outro aspecto da obra do Servo: "[...]

transgress6es e mofdo pelas nossas ini-

levou sobre si o pecado de muitos e pelos

quidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras

transgressores intercedeu." 0 Servo nao apenas sofreu em favor do seu povo.

fomos sarados". 0 castigo de Cristo nos Ele nao apenas derranou a sua alma na trouxe a paz, uma vez que estivamos em morte em favor dele. Ele tanbem aprerebeliao contra Deus. S6 Jesus poderia sentou intercessao por aqueles que, em si cumprir a lei do Senhor e com a sua mesmos, s5o transgressores da lei. morte justificar aqueles a quem o Pal Essa € uma verdade apresentada escolheu. Por que? Porque Jesus Cristo pela Bl'blia e da qual n5o podemos duvi€ sem pecado. dar em hip6tese alguma: " [...] ji nenhuA lei dizia que o animal sacrificado ma condena€fo hi para os que estfro em deveria ser sem mdcula, sem defeito. Nao poderia trazer em seu corpo nada

Cristo Jesus" (Rm 8 .1 ) . No versfculo 34

que representasse a pecaminosidade humana. Isafas 53.9 diz: "Designaram-lhe

nara? i Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou,' o qual estf a direita de Deus e tanb5m intercede por n6s." 0 autor de Hebreus nos ensina a

3 CA:IVT::N, ]oha. Commentary on the Book of tlJe

Pro|]het Isaiah,Vat. 4, C;C:EL, p. 66 .

essa ideia € refor€ada: "Quem os conde-


Jesus, o servo sofredor

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mesmacoisa:``Porisso,tambinpodesal- Por elas Jesus continua intercedendo, var totalmente os que por ele se chegam apresentando ao Pai a lei que foi cum-

a Deus, vivendo sempre para interceder prida e a penalidade do pecado que foi por eles" (7.25). Ele nos diz que a obra paga em favor dos seus. sacerdotal de Jesus nao se encerrou com CONCLUSAO a sua morte. Pelo contrdrio, ela continua A obra do Servo do Senhor no no c€u, a destra de Deus. lugar do seu povo foi realizada de modo Se o plano de salva€ao tivesse cabal, perfeito. 0 carfter perfeito e acabado no sepulcro onde Jesus foi vicario do sofrimento, morte e intersepultado, todos os seus seguidores cessfro de Jesus nos df a certeza de que estariam perdidos, pois ele nao teria a salva€ao existe, de que ela € real e estd vencido a morte. Consequentemente direcionada a todos aqueles pelos quais ele nao teria autoridade para cumprir a lei. Sendo assim, o seu sofrimento teria Jesus morreu. Jesus morreu a nossa morte para que pudessemos viver a sua sido em vao, sua morte de nada teria vida. Por si s6 o homem jamais poderia adiantado e ele seria comparado a urn se salvar, pois havia a necessidade de urn lfder comum, rebaixado como apenas sacrificio perfeito e eterno. Entao, Deus urn li'der religioso qualquer. Se assim olhou li de cima e viu que nfro havia fosse, seria va a nossa prega€ao e a nossa fe (ico 15.14).

Em Isafas 53.12 a intercessao do

servo € aplicada a pessoas que viviam,

vivem e viver5o o tempo todo praticando pecados, entretanto, com uma diferen¢a: esses transgressores estao lavados

urn justo sequer, por isso era necessario

que Deus, na pessoa do seu Filho, encarnasse e se entregasse para a remiss fro dos nossos pecados.

APLICAqto 0 sofrimento, a morte e a interces-

com o seu sangue, afinal ele veio buscar sfro de Jesus impulsionam voce a amar os doentes, que sao justamente esses a Deus e sua Palavra? Voce entende que

transgressores. Mesmo ap6s a conversao,

a pessoa continua transgredindo a lei.

tern o grato dover de viver para Deus e de servi-lo com todo o seu ser?


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i TUDO SOBRE JESUS - Crg.ffo rc"c4¢c/a c 4#"„cz.¢c/a »o 4»/zgiv 7Zf/#772c#fo

pENSAMENTOs nARA A DrvoGAO pEssOAL/EM FAMmA3 ISAfAs 53 Este capftulo apresenta uma das mats maravilhosas declara€6es do evangelho em toda a Bfolia. Isso dove mos afetar profunda c ternamcnte. Devemos ficar surpresos pelo fato de o Scnhor santo, amoroso e puro ter sido desprezado e rejeitado pelos homens. Como somos cegos

para as coisas que rcalmente importam! Devemos tremer pelo fato de os horrores de Cristo na cruz refletirem a ira de Deus contra os nossos pecados e por Cristo voluntariamente os ter tomado para si por consentimento do Pai. Verdadciramente, esse 6 urn amor que esta al€m da compreensao humana. Devemos nos alegrar porque a perfeita obediencia de Cristo foi imputada aos pecadores para sua justica diante de Deus e para que eles sejam rccebidos na finflia cspiritual de Dcus e desfrutem das riquezas de sua g16ria para scmpre. i muito importante que confiemos somente em Cristo para. mos salvar de nossos pecados e mis6ria. Se ele fez tudo isso para salvar pccadores, ousarcmos negligencia-lo? Longc de n6s insults-lo dessa formal Em vez disso, coloquemos toda a nossa esperan¢a e confianca em Cristo, o justo Servo do Senhor.

Como este capftulo o ajuda a confiar nelc mais agora do que antes?

Blblid de E§tude Heranta Rrfbrmde


JESUS, 0 GUERREIRO ENSANGUENTADO Para ler e meditar durante a semana D - Sl 2 -A g16ria do Ungido; S - Is 9.6 - 0 Prfncipe da paz; T -Ap 6.12-17 -A ira do Cordeiro; Q -Jo 2.13-17 -0 zelo pela Casa de scu Pai; Q -2Ts 1.3-9 -Jesus executafa a vinganga; S -Ijc 2.34 -Levafa muitos a ruina; S -Mt 10.34 -Jesus veio trazer a espada

INTRODUCAO

tolerante com o mal, intransigente com Ha urn dialogo em 0 fcifo, a Fcj.£z.- a falsa religiosidade, que pronunciou ceiraeoGu"de-Roupa,chchr2LAsCr6rii- palavras duras e condemt6rias contra os czzf c2l? IV¢'"¢.4, que € muito interessante. lideres religiosos dos judeus, que nun Esfao conversando a pequena Lticia, sua ato de santa indigm¢o no templo virou irma Susana, o Sr. e a Sra. Castor. Eles as mesas dos canbistas, expulsando a estao falando ;obre Aslam, o grande todos com urn azorrague na mao. leao, que € urn si'mbolo de Jesus Cristo Jesus € uma pessoa complexa. in obra. Num determimdo momento, Nele encontramos reden€ao, descanso, o Sr. Castor diz: "Quem foi que disse felicidade, esperanca, promessas futuras. que ele nao era perigoso? Claro que €, Nele tanb€m encontranos condenagao , perigosi'ssimo. Mas acontece que e born. destrui€ao, choro e ranger de dentes, Ele € rcz., disse e repito". I Aslan 6 descrito vingan€a sangrenta. Foi por essa razfro como perigosfssimo e born. Nfo apenas que o velho Simeao, ao tomar Jesus, born. Nao apenas amivel. Nao apenas alnda bebe, em seus brapos, disse: "Eis terno. Mas perigoso. Perigosfssimo. que este menino estf destinado tanto A mesma coisa pode ser dita a para rufna como para levantamento respeito de Jesus. Tornou-se moda de muitos em Israel e para ser alvo de descrever o Senhor apenas como terno, contradi€ao" (Lc 2.34). E essa comple-

cheio de bondade, afivel, alguem que € agradivel com todos, que nunca ergue a sua voz, que nunca se ira. Muitas pessoas pensam em Jesus apenas em termos mansos, humildes, como algu€m que apenas convida os pecadores cansados

xidade, que tamb€m nos € apresentada nessa passagem de Isai'as, € a esperan€a

do mundo.

I.AVISAO D0 GUERREIR0 Em lsafas 62.11 encontramos a

paraquevenhamat€eleeachemdescan- afirma€ao de que o Salvador da filha de so para suas almas. Nao hi espa€o, na Siao vein. Para a filha de Sifro ele trara mente de muita gente, para urn Jesus in- a recompensa e o galardao. No capftulo I LEWIS, C. S. .4s Cr6w!.cfls de IvdmJ.a, Martins 63 eis que chega algu€m. Isalas expressa deslumbre, admira€ao: "Quem € este Fontcs. p.138.


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i TUDo SoBRE JESUS - C#.jfo rc"cdecJo c 4»"#cz.4c/a " ,4#fzgiv rcSfzz"c#fo

que vein de Edom, de Bozra?" Uma tradu€ao literal do texto hebraico € ainda mais enfatica: "Quem e este? Ele vein de Edom? De Bozra?" Os dois lugares aqui mencionados sao muito importantes para o entendimento da cena. A nacao de Edom esta relacionada a Esati,

salvar". A maneira como ele fala € im-

portante. A maneira como ele responde revela que aquele que fala € Deus ou, mais cspecificanente, no contexto de Isai'as, € o Servo de Yahweh, o Servo do Senhor. No capitulo 59.21, o Senhor diz que o seu Espfrito esta sobre o seu irmao de Jac6: "[...] Peso-te que me Servo e as suas palavras estao na boca deixescomerumpoucodessecozinhado do seu servo. No capftulo 61.1, o Servo vermelho, pois estou esmorecido. Dai' diz que foi ungido para pregar as boaschamar-se Edom" (Gn 25.30; cf. 36.1). -novas. No capftulo 62.1, ele diz que Os edomitas, portanto, Cram os descen- por amor a Siao nao se calar£. Por essa dentes de Esati e sempre aparecem no razfro, ele fala. Quem fala, entao, e aqueAntigo Testamento como inimigos de le que tern as palavras de Deus em sua boca. Quem fala e o Servo de Yahweh. Israel (Nm 20.14-21). Os salmis-tas oraram ao Senhor,

0 profeta entende, portanto, que aquele

pedindo que ele vindicasse o seu povo que vein de Edom e o Salvador, aquele da persegui€ao e da maldade de Edom: que viria para salvar a filha de Siao. Ele "Contra os filhos de Edom, lembra- vein de Edom para Siao com o objetivo -te, SENHOR, do dia de Jerusalem, de relatar o que estivera fazendo. Ele e

pois diziam: Arrasai, arrasai-a, ate aos poderoso para salvar. E seu poder para fundamentos" (Sl 137.7). 0 povo de salvar nfo se esgota jamais. Mas, o que Edom vibrou apaixonadamente com a ele fazia cm Edom? destrui€ao de Jerusalem pela Babil6nia.

Assim, esse homem estd vindo de

Edom, da terra dos inimigos mais terrf-

II. AS VESTES D0 GUERREIR0 Urn detalhe imporunte em Isar'as 63 € o jogo de palavras entre os versi'culos 1

veis do povo de Deus. 0 profeta Isafas

e 2. Aquele que vein de Edom esta com

o descreve como "[...] glorioso em sua

as suas vestes `¢c/o772, ou seja, vermelhas.

vestidura, que marcha na plenitude da sua for€a". Ele nao € urn peregrino que vein extenuado, cansado. Ele caminha de forma en€rgica, forte. Mac observem tamb€m, que as vestes desse guerreiro sao descritas como sendo de ``vivas co-

res". Quem € ele? Amigo ou inimigo? E

Aquele que vein de Bozra, que significa "vindima" ou "lagar das uvas", vein com os seus trajes como se tivesse pisado uvas

por ocasiao de uma vindima. 0 texto hebraico ainda usa uma palavra que mostra o profeta buscando uma explicapao: "Por qual razao o teu traje esta vermelho? Por acaso voce esteve num lagar, pisando uvas tintas?" Alguma coi-

por que as suas vestes estao manchadas com uma cor viva? 0 que ele fez ali? 0 guerreiro, entao, responde: "Sou sa havia acontecido. Tratava-se de uma eu que falo em justi€a, poderoso para visao extraordinfria e impressionante.


Jesus, o guerreiro ensanguentado

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0 guerreiro, entao, explica: "[...] ningu€m representou nem a metade de

pisei as uvas na minha ira; no meu quao grandc sera esse derramamento furor, as esmaguei, e o seu sangue me de sangue. A linguagem de embriagar salpicou as vestes e me manchou o traje os povos com seu sangue transmite a todo" (v. 3). Ele diz ao profeta que, de ideia de que o sangue no lagar sera tao fato, estava pisando as uvas, estava as profundo, "que os opressores [do povo esmagando no lugar. E ele agiu com ira de Deus] mergulharao nele".4

i possfvel que voce fique horrorizado, escandalizado com essa vis5o, afinal de contas voce sempre foi guerreiro. ]i a palavra traduzida como "furor" descreve a intensidade, o calor ensinado a pensar em Jesus como "paz da ira do guerreiro.2 Ele pisou as uvas e amor", algu€m apenas terno, manso, com raiva e a medida que as pisava, o inofensivo. Mas esse que pisa as uvas, e furor. A palavra aqui traduzida como "ira" descreve o urro de indigna€ao do

sumo das uvas salpicava as suas vestes,

que pisa Edom, que pisa os inimigos

ate que elas ficaram banhadas. Mas, o

de Siao, € Jesus. E veja: as suas vestes

estao ensanguentadas. Voce ji cansou que, exatament€, eran essas uvas? As uvas Cram os edomitas, os de ouvir sobre Jesus e seu sangue, mas

inimigos do povo da alian€a: "Na mi-

perceba: nfo se trata aqui do sangue de nha ira, pisei os povos, no meu furor, Jesus. i o sangue dos inimigos do seu embriaguei-os, derramando por terra povo. Talvez voce se pergunte sobre a o seu sangue". Ele pisoteou os povos. razao que o levou a agir assim.

No caso, pisoteou Edom e, uma vez que Edom representa aqui todos os inimigos de Deus e do seu povo amado, o Servo pisoteou todos os povos, todos os inimigos de Siao: "Ele ten atacado os inimigos de seu povo e os esmagou sob seus pes como uvas, de modo que seu sangue se derramou e salpicou suas vestes''.3 Ja vimos muitos filmes e series com representa€6es de

batalhas e vimos como o sangue €

abundante nessas cenas. Chegamos

ao ponto de ficar estremecidos com tanto sangue que € exibido. Nunca 2 MOTYER, I. Alec. a Come#jcirJ.o c7e /soz'c]s, Shedd Publica¢6es, p. 681.

Ill.A SAIVACAO TRAzlDA pEro GUERREIRO 0 verso 4 diz: "Porque o dia da vingan€a me estava no cora€ao, e o ano dos meus redimidos € chegado". Ele fez isso por vingan€a. Nao entenda mal essa afirma€ao. Nao significa que aqui temos algu6m sanguinario, com prazer na viol€ncia, que ama derramar sangue em retaliap5o. N5o imagine que o Servo do Senhor teve urn acesso de furia descontrolado. Nao pense que o desejo por sangue tomou conta do seu cora€ao. 0 Servo do Senhor nao agiu aqui por vingan€a do que os homens fizeram a ele, de como ele foi profundamente

3 0S;TklAIT, ]oha.1saias : Capitulos 40-66, Vat. 2, Cultura Crist5, p. 719.

4 |bid. Fi.72:2..


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i TUDO SOBRE JESUS -Crz.jfo rcoc4zc/a c 4##»cz.ch 7„ ,4#fzgiv 7affzz7~c"fo

humilhado (cap. 53). A motiva€ao

maneira que toda a obra da salvacao [...]

desse poderoso guerreiro ao pisotear Edom e esmagar os povos e o seu povo.

€ s6 dele".5 Ao Senhor tamb€m pertence

Os povos esmagaram Siao. Agora era chegado o momento de o Defensor de Siao esmagar os seus inimigos. 0 motivo

da Igreja.

€ a reden€ao.

a condenapao, a destrui€fro dos inimigos

CONCLUSA0 Somos convidados a repensar aquilo que imaginamos conhecer a respeito

Quando o Servo do Senhor diz "o ano dos meus redimidos € chegado", de Jesus. Precisamos pensar sobre a reden€fro a partir do quadro compleele esta mostrando que suportou, duto. 0 Servo do Senhor, Jesus Cristo, rante muito tempo, o seu povo sendo e born. Ele € cheio de gra€a, pleno de maltratado, perseguido e oprimido miseric6rdia e compaixao, para com os pelos seus inimigos. 0 povo de Deus sofredores que, gemendo sob o pesado nao deveria imaginar que ele estava ocioso, ou dormindo. Ele estava vendo jugo dos perversos, achegam-se a ele. Mas ele tamb6m e perigoso. Perigosi'studo. Estava t-omando nota de cada simo para com os que se rebelam conpersegui¢o, de cada opressao, de cada tra ele e massacran, perseguem, o seu malfcia dos inimigos de Siao, ate que, finalmente, chegou o momento de exe- povo amado. Ele 6 o Cordeiro de Deus, manso e humilde. Mas ele tamb€m € o cutar a vingan€a pelos seus redimidos. Leao da tribo de ]uda, poderoso, terrivel E essa obra foi realizada por ele, em sua ira, temivel em sua justi€a (2Ts sozinho. Os versfculos 3 e 5 destacam a 1.3-9; Ap 6.12-17; 19.11-16). Diante

incapacidade dos oprimidos de fazerem disso, reajamos a Jesus com submissao. alguma coisa por si mesmos. Dentre Beijemos a sua mao, pois dentro em toda a ra€a de Adao nfo hf urn que seja capaz de, por seu pr6prio bra€o, con- poucoselheinflanarfaira(S12.10-12). quistar a libertapao dos seus opressores. Diante do mal todas as pessoas sfro com-

APLICACAO

Comovoceve]esus?Apenascomo pletamente incapazes. Diante do mal algu€m cheio de ternura, como urn que esti em nosso pr6prio fntimo somos cordeiro, ou tamb6m como alguem que, totalmente impotentes. A salva€ao, do no ultimo dia, executarf a sua ira contra ini'cio ao fim, pertence ao Senhor nosso os inimigos do seu povo, tal qual urn Deus. Aqui aprendemos tamb€m que poderoso leao? "aobrainteiradejulgamento,damesm

5 MOTYER, ]. Alec, a Come#ldri.o de JsclJ'as, p. 681.


JESUS, 0 NOSSO JUSTIFICADOR Zacarias 3 .1 -5

Papa ler e meditar durante a semana D -2Co 5.18-21 -A graciosa troca; S -Is I.18 -Broncos como a la; T -Ap 12.9-11 -Expulso o nosso acusador; Q-Rm 8.1,33-34 -Nenhuma acusacao;

Q - Dt 7.7-8 -A afei¢o do Senhor; S -Jz 6.22 -A g16ria do Anjo do Senhor; S -J6 1.9-11 -As acusa€6es de Satands

INTRODUGto i bern conhecida a hist6ria do exflio de Martinho Lutero no castelo de Wartburg, logo ap6s a Dicta de Worms, no ano de 1521. Ele teve urn sonho no qual era afligido pelo diabo com toda sorte de acusa€6es. 0 inimigo mostrou a Lutero urn grande ndmero de livros nos quais estavam anotados, urn a urn, todos os pecados cometidos pelo reformador. Quando acusado pelo diabo Lutero teria dito: "i verdade! Todos esses pecados foram cometidos por mim! Todavia, o sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, me purifica de todo pecado." Logo em seguida, o diabo o teria deixado. Creio que todos n6s jf lidamos com a experiencia de termos os nossos pecados lan€ados em nossa cara. Talvez isso nao tenha acontecido exatamentc como ocorreu com Lutero. i possfvel

Por essa razao, a passagem que es-

tudaremos hoje € de suma importincia.

I. A MENSAGEM DE ZACARIAS 0 livro de Zacarias e urn livro fascinante. 0 profeta iniciou o seu minist€rio por volta do ano 520 a.C., no mesmo perfodo de Ageu. Portanto, ele € urn profeta p6s-exi'lio. Diferentemente de Ageu, Zacarias era urn jovem (2.4). E, como o profeta Ageu, Zacarias "exorta os judeus que retornaran para Jerusalem do exflio na Babil6nia a pros-

seguircomareconstru¢odoTemplodo Senhor".1 Por€m, Zacarias possui uma motivap5odistintaparaasuaexorta€ao.

Ele n5o estf preocupado com o fato de os judeus priorizarem as sues pr6prias casas e nao a casa do Senhor. Zacarias os exorta a reconstru€ao

pensando no cumprimento do plano redentivo de Deus. Seu prop6sito era levar esses judeus a terem esperan¢a no infalivel prop6sito divino.2 Zacarias

que outras pessoas tenhan agido assim, usando contra n6s os nossos pecados exorta o povo de Deus a confiar nas procometidos no passado. Independentemessas de restaurapao que o Senhor lhes mente da forma, essa € uma experiencia I DEVER, Mark. j4 A4:e#sclgem c7o j4#/z.go res/c]me#extremamente dolo rosa, principalmente fo, CPAD, p. 916.

quando lutamos com uma consciencia que nos acusa hi algum tempo.

2 Biblia de Estudo Heranca Reformada, Cwhula. Crista, p.1292.


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i TUDO SOBRE JESUS -Crz.jfo rovc4zcZ:a c ¢72#»cz.¢cZo #o 4#fz.go 7Z'Jfzzfflc~fo

sacerdote, aquele que representa o povo Deus com zelo, com diligencia, tendo a diante de Deus, ji nos mostra que Deus convic€ao de que o Senhor certamente deseja tratar do pecado do seu povo. A cena montada na visao de cumpriria o que lhes prometera. "Os anos da escravidao babil6nica tinham Zacarias € a de urn julgamento, urn chegado ao fim, mac o fim dos setenta tribunal no qual serao julgados Josu€ anos de cativeiro nao iniciou a prospe- e, consequentemente, o povo de Deus. ridade e a b€n€ao esperadas. Aqueles 0 veredito acerca de Josu€ sera o veque retornaram para Israel encararan redito acerca do povo. Nesse tribuml, havia feito. Eles deveriam viver e servir a

oposi¢ao dos samaritanos, desola€ao Josu€ esta como reu diante do Anjo do in terra, trabalho duro e outras dificul- Senhor, que € o Juiz. Nao se trata, por-

dades."3 No entanto, era preciso que tanto, de urn anjo qualquer. A direita eles perseverassem na reconstru€ao do de Josu€ estava ningu€m menos que o Templo, pois se tratava de algo impor- grande inimigo de Deus e de seu povo: tanteparaavindadoMessias.0Templo Satands. 0 papel desempenhado por era urn sfmbolo da habita€ao de Deus Satanfs aqui € o de acusador. Literalcom o seu povo. E ele s6 seria destrufdo mente, o texto hebraico diz que Satanas

definitivamente quando chegasse o estava a sua direita para ser satanas, ou verdadeiro Templo, a v€rdadeira Habi- seja, para o acusar. i verdade que Satands mente em ta¢fro de Deus, aquele que se fez carne muitas das suas acusa€6es, como fez e habitou entre n6s.

Quando esse segundo Templo € reconstrufdo, os anciaos que haviam conhecido o primeiro come€aram a chorar, pois a g16ria do segundo Templo era menor do que a do primeiro. E isso € por uma razao extraordiniria. Estava mais pr6xima a chegada de Cristo. E quanto mais pr6ximo da chegada do Messias, aquilo que era simbolo dele vat perdendo sua g16ria.

II.A SITUAGA0 D0 PECADOR A passagem nos apresenta uma visao: "Deus me mostrou" (Zc 3.1).

com J6 061.9-11). Mas ele tamb€m

faz acusap6es verdadeiras com a pior das inten€6es. E muitas delas sao validas. Ele nos acusa de pecados que verdadeiramente cometemos. No caso de Josu€,

ele, de fato, estava diante do Anjo do Senhor com as suas vestes sujas (Zc 3.3),

urn sfmbolo de como o pecado mos deixa imundos. "Certamente, havia muitos

pecados dos quais Josu€ era culpado, assim como ocorre com todos n6s.''4 Al€m disso, a posi€ao de Satanas na visio € significativa. Ele estava a direita de]osu€. 0 salmo 16.8 diz: "0 SENHOR,

Zacarias ve o sumo sacerdote Josu€ em

tenho-o sempre a minha presenea; p€, diante do que parece ser urn tribu- estando ele a minha direita, nao serei nal. 0 fato de na visao aparecer o sumo 4 PHILLIPS, RIchard D. Es/2/dos Exposj/J.vac em 3 Ibid.

Zczcarj.as, Cultura Crista, p. 69.


Jesus, o nosso Justificador

abalado." Mac aqui quem esta a mao direita de Josu€ 5 Satands.

Aacusa¢o€umaarmapotente.Ela tern urn efeito paralisante. N6s sabemos

53

se referindo a Segunda Pessoa da Trindade, o Filho de Deus prfe-encarnado se manifestando. Nao se trata de urn anjo

como € quando uma acusa¢o verdadeira

qualquer. E o Anjo do Senhor, aquele que € o Juiz, ele mesmo toma a defesa

€ lan¢ada sobre n6s. S6 podemos ima-

de Josu€: " [...] o SENHOR disse a Satands:

ginar o sumo sacerdote Josu€ tremulo dia.nte do Anjo do Senhor e com Satands

0 SENHOR te repreende, 6 Satands; sim, o SENHOR, que escolheu a Jerusalem, te

asuamaodireita,completamentedispos- repreende; nfro e este urn ti¢o tirado do toparaacus4-lodetodososseuspecados. fogo?" E aqui n6s vemos que o Senhor sai em defesa n5o apenas de Josue, mas que, mesmo estando ali, ao lado de Josu5 de todo o seu povo, pois ele diz: "sin, para lan€ar-lhe na cara os seus pecados, o SENHOR, que escolheu a Jerusalem, te o inimigo nao tern oportunidade de repreende". Al€m disso, o motivo pelo falar. Ele e impedido de lanqu qualquer qual o Senhor repreende a Satands e nfo Mas algo maravilhoso nessa passagem €

acusacfo contra Josue.

in.A]usrmcactoDopECADOR

permite que ele lance as suas acusa€6es contra o seu povo e a elei€ao da gra€a: "o SENHOR, que escolheu a Jerusalem".

Antes mesmo de Satanfs abrir 0 Senhor repreendeu a Satan4s nao a sua boca para acusar Josu€, o Anjo porque o seu povo fosse inocente ou do Senhor toma a frente. Josu€ estava porque as acusa€6es de Satands fossem mudo, sem nada a dizer em sua defesa. falsas, mas porque aquele era urn povo Mas outra pessoa toma a sua defesa e amado pelo Senhor Deus, urn povo eleidiz: "[...] o SENHOR disse..." (Zc 3.2).

to, escolhido por ele, urn povo por quem Podemos ter certeza de que quem estf o sangue da expia€fro seria derramado. falando aqui € o Anjo do Senhor. A vi- As acusa€6es de Satands ate podem ser s5o de Zacarias tern como personagens: verdadeiras,masnfrohdacusapaoqueseja o Anjo do Senhor, Josu€, Satanis, o suficienteparanoscondenarepararetirar pr6prio Zacarias e outros que estavam o amor do Senhor de sobre o seu povo. diante do Anjo do Senhor, mas nao sao Em seguida, o Anjo do Senhor mencionados especificamente. Assim, ordenou que as vestes de ]osue fossem quando 6 dito que o Senhor falou, de- trocadas (v. 4). Nfro se tratava de uma vemos entender que quem esti falando simplessujeira.Apalavratraduzidaaqui e o Anjo do Senhor. Portanto, hf uma como "sujas" retrata "o pior tipo de nftida identificacao entre o Anjo do contamina€ao fisica c total imundice".5 Senhor e o pr6prio Senhor. 0 Anjo que As vestes de ]osue sfro urn retrato bern vivido do pecado. Elas nao simbolizam fala € o pr6prio Senhor. Todas as vezes que o Antigo Tcstamento fala do "Anjo do Senhor", ele esta

5 HANKO, Ronald. rjze Com!.#g o/Zi.o# i Jiedeemer Reformed Free Publishing Association, p.164.


54

i TUDO SOBRE JESUS - Crz.jfo rc"c4zcfo c ¢#z£#c.z.¢calo »o 4"fz.go 7Z.ffzz772c#fo

apenas o pecado dele, mas tamb6m o CONCLUSA0 Aqui n6s aprendemos algo a resnosso. 0 homem nao possui apenas umas manchas de sujeira aqui e outras peito da verdadeira natureza imunda ali. 0 homem € urn esgoto de poluicao do pecado. 0 pecado e retratado no por causa do pecado (Is 64.6). Mas o texto por uma palavra que expressa o Anjo do Senhor ordena que suas vestes sujas sejarn mudadas por vestes limpas e declara que os seus pecados foram

pior tipo de sujeira, a imundicia mais abjeta, mats nojenta. 0 pecado "e como uma sujeira e uma coisa nojenta, que se

perdoados: "A Josu€ disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade e te

apega a tudo e estraga tudo, e ele mostra a sua imundfcia em palavras imundas,

vestirei de finos trajes" (Zc 3.4).

pensamentos imundos e a€6es imundas, alguns dos quais sfo tao vis e nojentos

Aqui n6s temos a bela teologia

da salvacao, do perdao e da purifica- que nem devem ser mencionados cntre €ao. Aqui n6s somos ensinados que o Senhor se recusa a mos deixar como estamos. Ele nos despe das nossas imundicies e nos reveste com a sua justi€a. Ele nos justifica. Ele nos da a sua justi€a perfeita. E ap6s nos justificar, por seu Espfrito, ele inicia o processo da santifica€ao, pelo qual vamos sendo

os santos (Ef 5.3)".7 Por€m, acima dc

tudo, somos ensinados sobre como o Senhor Jesus age em nossa defesa. Primeiro, ele silencia Codas as acusap6es de

Satands: "Agora, veio a salva¢o, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmaos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus"

transformados de g16ria em g16ria, cada vez mais livres da contamina€ao do (Ap12.10).Emsegundolugar,oSenhor nosjustifica.Eletiraasnossasvestessujas pecado em nossos cora€6es. e nos revcste com as vestes limpas e puras E o que Jesus fez com as nossas dasuajusticaeobedienciaperfeitas.Jesus vestes sujas? Ele as tirou de n6s, mas o silenciaSatands,nfoporncgarqriesomos que aconteceu com elas? Ele as vestiu: "Aquele que nio conheceu pecado, ele pecadores, mas por declarar que tudo o o fez pecado por n6s; para que, nele, quefezdemodoperfeitoelefezemnosso lugar e para o nosso beneficio. fossemos feitos justiga de Deus" (2Co 5.21). "Jesus tomou as nossas vestes

APLICACA0

encardidas e as colocou sobre si mesmo,

Voce possui a devida consciencia da imundicia do pecado? Voce ten

recebendo em nosso lugar o castigo que aqueles pecados mereciam."6 Essa 6 a resposta de Cristo a todas as acusap6es de Satands.

6 PHILLIPS, Richard D. Es/wc7as Expori./jvas em ZczcclrJ.as, p. 72.

sofrido com as acusa€6es de Satanis? Apegue-se com coragem a Jesus, o jus-

tificador do seu povo amado. 7 HANKO,Ronald. 77Iecomj.77go/Z`o#5Redeemer p.163.


Jesus, o nosso Justificador

55

A contribuiefro de Zacarias a revelacao redentora Os anos do cativeiro babil6nico tinham chegado ao fim, mas o fim do cativeiro de setenta anosnaoiniciouaprosperidade€abencaoprevistas.Aquelesquevoltaramalsraelenfrentaram oposic5o dos sanaritanos, desolacao da tcrra, trabalho pesado e dificuldades. Embora tenham voltadocommuitaesperanca,ascircunstanciaslogoosdeixaramdesanimados,semesperanca, eoprogressodarestaura¢occssou.Masotemplotinhadeestardep€paraavindadoMcssias, porissoDeuslevantouAgeueZacariasparaencorajaropovoatrabalhar.Seusministerioscombinadosfunciomram,pois,otemplofoitcrminadoem516/515a.C.EnquantoAgeutratouo

problema de frente, Zacarias procurou estimular o povo a reconstruir o templo tendo em vista o plano redentivo de Deus. Ele fez isso dirigindo a fe as promessas pactuals de Deus, tanto a respeito das necessidades flsicas do dia a dia quanto a respeito de promessas cspirituals centradas no Messias. Significativamente, o titulo ``Senhor dos Ex€rcitos" ocorre aproximadanente cinquenta vezes na profecia. Esse tftulo 6 apropriado, pois designa Deus como o Comandante quetemtodaautoridadeepodcrsobresuacriae5opararealizarsuavontade.Consequentemente, toda promessa que ele faz tern cumprimento absolutamente certo. Uma esperanq confiante nas ben€aos garantidas do futuro era motivapao eficaz para €ncorajar o trabalho no presente. 0focodr-mensagemdeesperancadeZacariaseraoMessias.Suaspredi€6esespecfficas e explicitas classifican sua profecia como uma das mais messianicas do Antigo Testamento. As profecias detalham aspectos de cada uma das func6es mediadoras do Messias como profeta, saccrdote e rei. Seu oflcio profetico como representante de Deus fica evidente em 13.7, onde o Senhor dos Ex€rcitos se refere ao Messias como "meu pastor" e "meu companheiro" (aqucle que 6 igual), a quem elc mesmo fere. Mateus 26.31 associa esse texto diretamentc a Cristo e a cruz. Esse texto tamb€m faz paralelo com a exposicao de Cristo sobre o Born Pastor, em que ele declara que entrega sua vida pelas ovelhas e que ele e o Pal sao urn Uo 10.30) . 0 minist€rio sacerdotal € muito explfcito no importante tftulo messiinico "R€novo", que ocorre em 3.8 e 6.12,emanalogiacomJosu€,osumosacerdote.0reinadodeCristo€vistoem9.9,aprofecia cumprida de modo tao preciso no Domingo de Ramos. Aspectos do reinado associados a se-

gundavindadeCristotamb€msaopartedaesperanca(cap.14).Outrostextosespecificanente messianicosseraoidentificadosnasnotas,masestaclaroqueZacariasdeveserlidocomosolhos abertos para Cristo.

Biblia de Etulo Henricd Rrfermada


JESUS, 0 NOSSO SACERDOTE-REI Zacarias 6.9-15

Papa ler e meditar durante a. semana D -Rm 3.21-26 -Deus justo e justificador; S -Is 1.18-20 -A purifica¢o dos pecadores; T -Gn 14.17-24 -Urn rei-sacerdote tipo de Cristo; Q-Jo 19.5-6 -Eis o homem!;

Q-Hb 4.15-16 -A compaixfro do sumo sacerdote; S -Nm 35.10-12 -0 vingador de sangue; S -Is 53.2 -0 Rcnovo do Senhor

INTRODUCA0 Na li€ho anterior vimos que Jesus €

I.A COROACA0 DO SUMO SACERDOTE

Nem todos os judeus retornaran aquele que nos justifica, nos liberta das nossas vestes polufdas pelo pecado. Ele da Babil6nia nun primeiro momensilencia todas as acusa€6es de Satands to. 0 versiculo 10 menciona algumas contra n6s, nao permite que o inimigo pessoas que tinham acabado de chegar. abra a sua boca contra n6s, em virtude Os tres homens mencionados Cram os das nossas transgress6es. representantes desse grupo: Heldai, A li¢o de hoje nos apresenta mais Tobias e Jedafas, e estavan hospedadas umaspectomaravilhosodaobradeJesus na casa de Josias, filho de Sofonias. em nosso beneflcio. E ha uma relapao 0 Senhor ordena que Zacarias va ate muito interessante entre o capftulo 3 e a casa de Josias, receba uma oferta e a a passagem que fundanenta a li€ho de use para fazer uma coroa. Urn detalhe hoje. No capftulo 3 fomos ensinados importante € que nossa traducao fala de acerca de Jesus como o Salvador e o "coroas", j5 que o texto hebraico pode Justificador dos que s5o escolhidos pelo Pal e lhe sao dados. Aqueles que foram

escolhidos por Deus sao eficazmente

ser traduzido no plural. No entanto, tamb€m € possivel que seja s6 uma coroa composta de varias canadas de ouro e

salvos por Jesus. Seus pecados sao

de prata.1

perdoados. Sua imundicia € tirada. As acusa€6es de Satands sao silenciadas. Jf em Zacarias 6.9-15, somos ensinados

sobre por que Jesus e capaz de salvar

seu povo. Jesus € sacerdote e rei. Como

Essa ordem tinha o objetivo de encorajar os judeus. Uma coroa era sim-

bolo de soberania e de liberdade para o

povo. Nao obstante, era si'mbolo ainda maior. 0 Senhor havia dito ao povo,

urn rei sacerdote, ele tern urn poder que por meio dos profetas, que o trono de os sacerdotes comuns, descendentes de Davi seria restaurado (Is 16.4-5; Am Ario, nao possufam. 9.11-12). 0 Senhor havia prometido Observemos, entao, como essa verdade maravilhosa e revelada em Zacarias.

1

PHILLIPS, Richard D. Es/%das ExposJ./ivos em Zacarz.czs, Cultura Crista, p.143.


Jesus, o Nosso sacerdote-R€i

que "o reino de Davi seria feito glorioso novanente".2

57

€ Renovo". A ideia €: "Contemplem". Assim, Deus diz: "Contemplem aqui o

Porem, na ordem dada pelo Se- homem cujo none € Renovo". 0 que nhor hf urn elemento estranho. Quando € urn renovo? Muitas vezes usamos essa pensamos numa coroa, pensamos no rei. Era de se esperar que a coroa fosse colocada sobre a cabe€a de urn prfncipe real, no caso, Zorobabel. Em vez disso, € dito a Zacarias que a coroa seja colocada sobre a cabe€a de Josu€, o sumo sacerdote.Mas€precisocompreenderqueJosu€ nfro estava sendo verdadeiramente un-

palavra sem o devido entendimento: "Estamos experimentando urn renovo vindo de Deus". Mas o que isso quer dizer? No capftulo 3 n6s vimos que esse nome ji aparece ali (v. 8). Outros

profetas tambem falam do Renovo que vir£ (Is 4.2; 11.1 ; Jr 23.5; 33.15). Prova-

velmente, a passagem mais notivel sobre algu€m identificado como "renovo"

gido como rei de Israel. Trata-se de urn simbolismo profetico que aponta para seja Isal'as 53.2: "[...] foi subindo como o futuro. Posteriormente, essa coroa renovo perante ele e como ralz de uma seria levada pars o Templo, onde ficaria terra seca; nao tinha aparencia nem

formosura; olhamo-lo, mas nenhuma aponta para outra pessoa, para algutm bcleza havia que nos agradasse." Todas no futuro, al€m de ]osu€. Chegaria o dia essas referencias sao sobre Jesus, que quando algutm, finalmentc, uniria esses identifica a si mesmo como a "Raiz de dois oficios. 0 sumo sacerdote represen- Davi" (Ap 22.16). tava tanto o povo diante de Deus quanto 0Renovo€JesusCristo.Umrenovo Deus diante do povo. Era urn mediador. 6 urn broto pequenino de uma ivore. As vestes gloriosas do sumo sacerdote 0 termo da a ideia de algo pequeno Cram, ao mesmo tempo, urn sfmbolo e inesperado. Cristo € chamado de tanto da retidio do povo como da g16ria Renovo por causa da sua "vinda rede Deus. Isso nos lembra algu€m, nfo € pentina, inesperada e gloriosa, a partir mesmo? E isso fica ainda mais claro na da linhagem arruinada de Davi".3 N6s continua¢o da passagem. podemos comparar a linhagem de Davi a uma irvore que foi cortada, como em 11. 0 RENOV0 DO SENHOR Isalas 6. Essa linhagem foi arruinada. A partir do versfculo 1 2 n6s temos 0 povo foi levado cativo, mas agora a interpretapao da a€fo simb6lica desDeus havia trazido o seu povo da guardada (Zc 6.14). Assim, essa a¢ao

crita nos versi'culos anteriores. E a prova

fornalha da afli€fro e ele restauraria a de que ]osu€ nao estava, de fato, sendo linhagemdeDavi.Assim,Jesusseriaesse ungido como rei pode ser observada pequeno rano, esse pequeno broto que aqui: "Eis aqui o homem cujo nome 2 CA\LNTN, ]oha. The Minor Prophets : Zechariah & A4lc]/acA!.. Vol. 5, The Banner of Truth Trust, p.152.

3 HANKO, Ronald. 7%e Com/.#g a/Z/.o# 3 Rec7ee#cer..

the prophecies Of Haggai, Zechariah and Malachi, Reformed Free Publishing Association, p. 236.


58

i TUDo SoBRE JESUS -C#.jfo rcac4zed c ¢72"7"z.dcde „o.4##giv rcffzz7„c#fo

sairia do toco que restou. Essa palavra Zorobabel € encorajado a perseverar tamb€m fala da condi€ao humilde, da nessa obra. Mas aqui 6 o Renovo quem origem humilde do rei cujo reino se construiri o Templo do Senhor. estendera em g16ria e cumprira toda a

vontade de Deus. 0 Renovo tambem

III.APAZENTREOSDOISOFfcI0S

Talvez a declara€5o mais gloriosa surgira na obscuridade. Isso se cumpriu de Zacarias 6 seja o final do verso 13: nas condi€6es do nascimento de Cristo, " [. ..] reinarf perfeita uniao entre ambos na fuga com seus pais para o Egito, na os oficios." Havera perfeita uni5o entre sua pobreza, na sua morte vergonhosa os ofi'cios de sacerdote e rei. Como ja na cruz e em como foi abandonado vimos, urn sacerdote nfro poderia ser rei pelos seus amigos mais chegados. em Israel e urn rei nao poderia jamais No hebraico hf urn jogo de palaexercer fun€6es sacerdotais. Mac o Revras interessante. Poderiamos traduzir novo, o Messias, sera a.quele que unira da seguinte maneira: "Eis aqui o homem os dois oficios. Ele sera urn sacerdote-rei. cujo nome € Broto; ele brotarf do seu Urn sacerdote com poderes de rei e urn lugar". Qual e'o sentido? Ele tera urn rei com a pureza de urn sacerdote. Em humilde come¢o. Sua origem sera na Israel ningu€m pode ser encontrado que obscuridade. Experimentarf humi- se enquadre nessa categoria. N5o obslha¢ao, fraqueza, mas a obra das suas tante, no livro de Genesis n6s encontramaos vai prosperar. 0 broto vat brotar e mos urn homem, urn sacerdote do Deus ninguem impediri isso. Ele crescerd. Ele Altissimo, que era rei: "Melquisedeque,

se tornard o maior de toda a linhagem real de Davi. 0 pr6prio Davi o chama de Senhor (Mt 22.43; cf. Sl 110.1). Seu

trono durard eternamente e ele sera mais elevado que todos os reis da terra. Esse Broto brotari e se tornafa o Rei dos reis e Senhor dos senhores. E esse Renovo "[...] edificara o

templo do SENHOR. Ele mesmo edificar£

o templo do SENHOR e sera revestido de g16ria" (Zc 6.12-13). Nesta profecia de

Zacarias n6s temos uma revela€ao tanto da pessoa do Renovo como da sua obra. 0 Renovo edificara o Templo do Senhor. Essa declara€ao € impressionante. Zacariasprofetizouparaencorajaropovo a concluir a constru¢o do templo em

Jerusalem. No capftulo 4, o governador

rei de Sal€m, trouxe pao e vinho; era sacerdote do Deus Altfssimo" (Gn 14.18).

Melquisedeque, urn personagem tao obscuro, era urn tipo de Jesus. E n6s podemos perceber a necessidade da uniao entre os dois oficios. 0 oftcio sacerdotal necessitava do poder e da autoridade do rei. Isso pode ser visto nas muitas vezes que urn rei desobedicnte se assentou no trono. 0 culto ao Senhor cessava. A idolatria se instalava. "0 sacerdote nao tinha a autoridade ou o poder para manter o culto a Deus durantc csses tempos [...]

0 poder pertencia ao rei; e quando o rei era impio, o sacerdote estava desamparado."4 E o ofi'cio de rei tamb€m 4

Ibid,p.24\.


Jesus, o Nosso sacerdote-Rei

necessitava do sacerd6cio. Era o sa-

cerdote quem ungia os reis em Israel.

0 rei deveria lembrar que ele era urn servo de Deus, urn servo de Yinweh, e, dessa maneira, o rei tinha a necessidade de ser conduzido sempre a Deus, pela Palavra de Deus. "A parte da Palavra de Deus o oficio de rei sempre degenerava em tirania e perversidade, de maneira que, emvezdeserumaben¢oparaopovode Deus, tornava-se uma maldi¢o."5

Mas hi ainda urn significado mais profundo na uniao desses dois oficios e

ten tudo a vcr com a obra da redencao em Cristo. Literalmente, o texto hebraico de Zacarias 6-.13 diz que " [.„] havera

59

de sangue encontrasse esse homem ele o mataria. Porem, o vingador de sangue nao podia entrar nas cidades de refugio.

0 homicida viveria ali ate a morte do sumo sacerdote. Ap6s a morte do sumo sacerdote, o homicida estava livre e poderia retornar para sua vida normal (cf. v.13-28). Esse conflito € a principal razao para os oflcios de rei e sacerdote

nunca serem combinados no Antigo Testamento. Nenhum homem tinha condiedesdeocupi-losaomesmotempo.

CONCLUSA0 EmJesus,Deussatisfazasexigencias

da sua justiga enquanto abre o caminho

paraaplenarevela¢odasuaternamiseric6rdia. Como o Filho de Deus encarnado, Haverf paz entre o oficio de rei e o oflcio sem pecado, Cristo, o rei, € capaz de, ao de sacerdote. Mac, como assim? 0 oficio mesmo tempo, sustentar e executar a lei de rei era uma revelapao da justi€a de de Deus e de permanecer no luga.r dos Deus: "[...] cetro de equidade € o cetro verdadeiros culpados, para receber a justa do teu reino. Amas a justi€a e odeias a o conselho da paz entre os dois oficios".

iniquidade" (Sl 45.6-7). 0 rei € o res-

ponsivel pela aplicapao da justi€a. Esse e o seu principal clever. A justi€a era o

verdadeiro poder do oficio real.

Ja o oficio de sacerdote tinha a miseric6rdia de Deus como seu fun-

iradeDeuscontraosseuspecados.Jesus€ o grande rei do seu povo e o grande sumo sacerdote que providencia para n6s urn lugarderefugioeabrigoparanoslivrardo

poder destruidor da justiga de Deus. Na verdade,JesusCristo"nfoapenas€aquele

damento e principal dom. 0 sacerdote nao tinha como clever apenas oferecer

que providencia o lugar de refugio, mas elc e tamb€m o lugar de refugio que n6s,

sacrifi'cio. Ele tamb€m tinha como dover

Pela grace, agora buscanos".6

cuidar das "cidades de refugio". Eram

APLICACAO

lugares para onde pessoas acusadas de

Voce pode perceber a perfei€fo de crimes involuntarios Cram enviadas, a Cristo, o tinico em quem a justi€a e a fin de nao serem mortas por urn ho- miseric6rdia podem ser combinados,

mem conhecido como "vingador do sangue" (Nm 35.10-12). Se o vingador 5 |bid,p.242.

de maneira que Deus seja tanto justo quanto j ustificador de sua vida? 6 |bid,p.246.


0 PASTOR RE|EITADO Para ler c meditar durante a semana D -Jo 1.11-12 -Rejeitado pelos seus; S -Is 53.6 -Ovelhas desgarradas; T -Zc 12.10 -Olhar para Cristo; Q-2Co 6.11-12 -Afeto do pastor pela igrcja;

Q-Ex 21.32 -0 valor de urn escravo; S -Mt 21.9 -A multid5o di boas-vindas; S - Mt 27.25 -A multidao rejeita

INTRODUCA0 Nas duas li€6es anteriores, o nosso foco esteve na a€ao de Jesus ao justifi-

car os pecadores. Vimos como ele faz isso ao nos perdoar de todas as nossas transgress6es e- nos revestir com a sua

oferece sacrifi'cio "no caminho da mais

profunda humilhapao e do mais profundo sofrimento''. I Outro detalhe € que, possivelmente, na parte final do livro de Zacarias, mais uma vez o povo de Israel era governado por homens fmpios.

justi€a perfeita. Vimos o motivo de ele ser capaz de agir assim. Como Rei, ele € Jesus fala do final da vida do profeta aquele que possui todo o poder. Como Zacarias (Mt 23.34-35). Por essa razao, sacerdote, ele € totalmente compassivo. a mensagem do capitulo 1 1 apresenta Jesus e a revela€fro de Deus como aquele

a condena¢ao futura.

que € "justo e o justificador daquele que ten fe em Jesus" (Rm 3.26).

I. 0 ]UI`Z0 DE DEUS CONTRA 0 SEU REBENH0 Nesta tiltima licao do trimestre,

continuamos no livro do profeta Zacarias. As duas lic6es anteriores conduzi-

ram para esta. Como nas outras duas, encontramos aqui o Jesus e a sua obra salvifica. Essa passagem mais uma vez nos mostra que todas as promessas e todos os confortos do livro dependem de Cristo e da sua obra como Salvador. As tr€s falam da obra de Jesus por n6s. Na primeira, ele nos justifica ao vestir nossas vestes sujas do pecado e mos

dar as suas vestes limpas. Na segunda, ele lida com o nosso pecado como o sacerdote-rei. Agora, ele € visto, simbo-

licamente, como aquele quc justifica e

0 capftulo 11 tern inicio com urn lamento po€tico (v. I-3). Deus traria jufzo novamente sobre o seu

povo, por causa da maldade praticada em seu meio. 0 capitulo 10 termina com muitas promessas e confortos, mas, agora, essas promessas c confortos se transformam em juizo c terror. 0 capi'tulo 10 come€a com a promessa de chuvas refrescantes (v. 1). Agora, o que Deus trara € uma profusao de tempestades dcstruidoras. I HANKO, Ronald. rAe Comj.#g o/ Zz.o#'s

Redeemer: the prophecies Of Haggai, Zechariah a7!d Ma/¢cAz.. Reformed Free Publishing Association, p. 326.


O pastor Rejeitado

61

0 Senhor menciona o Lfbano, disfar€ados em ovelhas, mas por dentro Basa e o Jordao. Os dois primeiros ``representam os cantos mais distantes

sao lobos roubadores" (Mt 7.15).

do territ6rio de Israel e as areas mais

primento imediato, ou seja, ela era significativa para aquela gera€ao de

ricas e mais frutiferas".2 A profecia faz

referencia ao Norte. 0 juizo viria do Norte. Os cedros e os ciprestes do

Essa profecia tinha urn cum-

judeus. Aquelas pessoas que estavam novamente no pecado, apostatando de

Lfbano e o carvalho de Bass simboli-

Deus e fazendo maldades, experimenzam for€a e poder. Al€m disso, muito tariam o jui'zo do Senhor caso nfo se frequentemente, no Antigo Testamento arrependessem. Mas, num nivel mais era comum que arvores fossem usadas profundo, essa profecia era significativa em profecias como simbolos para os para algo que ocorreria alguns s€culos reis e demais lideres do povo (cf. Jz 9). depois e isso ficara mais claro a medida A soberba do Jordfo e uma referencia ao que avan€armos. vale muito ben arborizado e frutffero II.A REJEICAO D0 PROFETAdaquele rio. A ideia € que o julgamento -PASTOR DE ISRAEL de Deus alcansara toda a extensao de A maior parte de Zacarias 11 Israel e destruira aquilo de que as pessoas trata das raz6es para a vinda de mais mais se orgulhavan. 0 jufzo de Deus urn julgamento de Deus sobre Israel sobre a terra seria tiro duro, tfo severo, (v. 4-14). Agora o Senhor envolve o

que se ouviria o grito desesperado dos

profeta Zacarias de maneira muito pessoal na profecia. Ele tera de se apresentar como pastor do povo de Israel, pela escassez de presas, pela escassez de com o objetivo de tambem representar alimentos que se abateria violentamente o relacionamento entre o Senhor e o contra aquela terra. Nfro € impossi'vel povo de Jerusalem. que esses filhos de le6es sejam outro si'mA missao de Zacarias aparece logo bolo para os pastores, os lideres do povo. no infcio do versfculo 4: "Apascenta 0 versfculo 3 (Zc 11) pode ser entendido as ovelhas destinadas para a matan€a." comoumparalelismosinoninico(emque Isso tamb€m repetido no versfculo 7: umarepeteaoutracomoutraspalavras). "Apascental, pois, as ovelhas destinadas Assim, Deus estd anunciando o para a matan€a, as pobres ovelhas do seu juizo sobre pastores que sao le6es, rebanho." Zacarias deveria ser o pastor que devoram as ovelhas do Senhor, que daquele povo destinado a receber o fazem das pessoas sua presa em vez de jui'zo de Deus. Como Isafas, Zacarias alimenta-las. Podemos lembrar de Jesus partiu para o seu minist€rio sabendo e sua advertencia: "Acautelai-vos dos que nfro seria ouvido. 0 Senhor mostra, falsos profetas, que se vos apresentam por meio dessa palavra, que "a obra de 2 |bid. p. 328. Zacarias nao seria de qualquer utilidade pastores de Israel e o bramido dos filhos dos le6es. Os filhos dos le6es bramiriam


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i TUDO SOBRE JESUS - Crz.ffo #c„c4zcedo c ¢„##cz.4do "a 4##giv 7?jfzzwc#fo

no rebanho. Ele sabia de antemfro que odiariam Zacarias por sua obra como

enfado das ovelhas. 0 resultado dessa

Pastor, o insultariam e o rejeitariam".3 Zacarias narra o que fez: "Tomei

(v. 9-11,15-17). 0 povo seria entregue aos falsos pastores.

para mim duas varas: a uma chamei Graca, e a outra, Uniao; e apascentei as ovelhas. Dei cabo dos tres pastores num mss" (v. 7-8a). Uma dessas varas era urn sfmbolo da bencfro de Deus sobre o povo e a outra simbolizava a uniao nacional e a paz. Inicialmente, a obra de Zacarias parece ter sido bern recebida, pois ele deu cabo de tres pastores dentro de

rejei¢ao aparece nos versfculos seguintes

Nos versos 12-13 encontramos

ainda urn quadro da profunda humilha€ao que as ovelhas imp6em sobre o pastor. Ap6s deixar o cuidado delas, o pastor se aproxima e pede o seu salario. Ele "pergunta por seu salario porque

entendia que o salfrio que lhe darian mostraria a estima deles por seu minist€rio entre eles".5 E o saldrio calculado

urn mss. Nao se sabe quem foran esses foi urn insulto, o equivalente ao valor tres pastores. Hf uma interpreta¢ao, de urn escravo (Ex 21.32). Aos olhos por6m, que pafece ser a mais acertada, daquelas pessoas, o seu pastor nao valia identificando esses tres pastores como

mais que isso. Se eles nada tivessem

dado teria sido melhor do que oferecer deu a Israel: reis, sacerdotes e profetas.4 as trinta moedas de prata, pois isso deTodas as classes de lfderes do povo ha- monstrou como o odiavam. vian falhado vergonhosamente: os reis Ill. 0 PROFETA-PASTOR RETEIde Israel se desviaram do Deus vivo e TAD0 seguiran idolos. Os sacerdotes de Israel Deus mostra que tudo aquilo era pararan de ser santos e abusaram das urn insulto, primeiro a ele (Zc 11.13): pessoas. Os profetas dc Israel pararam "[...] o SENHOR me disse: Arroja isso de ser porta-vozes de Deus e comecaran ao oleiro, esse magnffico prc€o em que a dizer apenas aquilo que agradava ao fui avaliado por eles. Tomei as trinta povo e aos reis. moedas de prata e as arrojei ao oleiro, Posteriormente, o povo rejeitou sendo tres tipos de lfderes que Deus

o seu pastor: "[...] perdi a paciencia

na Casa do SENHOR." 0 Senhor rejeitou

o pagamento. 0 Senhor tratou aquela com as ovelhas, e tamb6m elas estavam atitude com uma ironia tremenda: " [. . .] cansadas de mim" (v. 8). Os verbos no esse magnffico pre€o em que fui avaliado texto original sugerem que a a€ao do pastor em perder a paciencia com as suas ovelhas e rejeita-las € posterior ao 3 |bid,p. 332.

4 FRIES,Nlicch et ali, Exalting Jesus in Zephaniah.

por eles.„

Em toda essa passagem temos urn quadro bern claro da pessoa de Cristo, da sua obra gloriosa em nosso beneficio

Haggai,Zechariah,andMalachi,B&HPholishing 5 HANKO, Ronald. 77Ie Comz.#g a/a.on i Rec7eemer, Group, Posigao 3290. Edi95o Kindle.

p. 342.


O pastor Rejeitado

e da profunda humilha¢ao a qual ele foi submetido ao ser rejeitado pelos

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Assim como fizeram com Zacarias, logo o povo sentiu repugnancia dele. Logo o povo passou a rejeit£-lo (Mt

judeus. Todo o ato simb6lico de Zacarias era de extremo significado para 21.9; Lc 23.21; cf. Mt 27.25). Para alguns s€culos mais tarde, quando o completar o quadro da sua humilhapao, Senhor Jesus, o verdadeiro Pastor de Jesus tambem foi avaliado por trinta Israel, seria tratado exatamente dessa moedas de prata. Foi considerado como maneira pelo seu povo. alguem insignificante e tudo o que ele 0 povo de Israel estava sofrendo valia aos olhos dos lfderes da napao e nas m5os dos seus lideres. No tempo do pr6prio povo Cram trinta moedas de de Jesus, pense, por exemplo, no rei prata, o valor de urn escravo comum. Herodes. Numa cena construfda de Esse foi o pre€o pago a Judas Iscariotes. maneira impressionante, enquanto Je- As trinta moedas de prata mostravam sus esta alimentando uma multidfro de exatamente o que os judeus pensavan mais de cinco nil pessoas, Herodes esta a respeito dele. Urn enorme insulto a assassinando Jo fro Batista, o dltimo dos Jesus e ao Pal que o enviou.

profetas do Antigo Testamento (Mc 6) . Pense nos sacerdotes que trabalhavam no Templo. Eles nao tinhan nenhum interesse real pelo bern espiritual do

povo de Deus. Eles haviam transformado a casa de Deus em comercio, em covil de ladr6es. 0 verdadeiro Pastor entra em cena e purifica o Templo, o centro da vida religiosa de Israel. Durante o seu ministerio, Jesus provou que era urn verdadeiro profcta, pois ningu€m

CONCLUSAO 0 juizo profetizado no infcio do capftulo 1 1 de Zacarias se concretizou ainda no 1° s€culo d.C. A rejei€fro do

Pastor resultou na rejei€ao do povo e no jufzo de Deus. No ano 66 d.C., re-

beldes judeus mataram alguns soldados das guarni€6es romanas de Jerusalem e expulsaram os demais. Em resposta, no ano 70 d.C., o general romano Tito, filho do imperador Vespasiano, pregava de maneira tao maravilhosa e invadiu Jerusalem com suas legi6es com a autoridade como ele o fazia, a romanas e destruiu tudo, incluindo o ponto de as pessoas se maravilharem Templo. Porque o povo rejeitou o seu com a sua doutrina (Mt 7.28-29). Ele Pastor, o Senhor rejeitou Jerusalem e a amou aquele povo: aben€oou as suas julgou severamente. Compreendamos crian€as, curou os seus doentes, alimentamb€m que chegari o dia quando Jesus tou os famintos, ressuscitou os mortos, retornarf e trard jufzo sobre aqueles que anunciou o evangelho do reino de Deus. o rejeitarem. 0 que mais ele poderia fazer pelo bern daquele povo que ele nao tenha feito? APLICAGAO Ele fez tudo. Nao obstante, como ele Voc€ tern rejeitado ou tern se subfoi tratado? metido ao Pastor, o SenhorJesus Cristo?


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i TUDO SOBRE JESUS -Crf.ffo rc"c4zcZp c 4#„72cj.¢cJo 72o,4„fz.go rcffzzowc72fo

PENSAMENTOS RARA A DEVOCAO PESSOAL/EM FAMfLIA

ZACAEus 11 I. 0 jufzo de Deus sobre o brapo e os olhos do pastor insensato 6 significativo

porque essas duas partes do corpo s5o instrumentos de trabalho do pastor, para cuidar do rebanho e vigi6-lo. 0 fracasso do pastor insensato destaca a maravilhosa fidelidade de nosso born pastor, que rna, guarda, cuida, alimenta e apascema seu rebanho. Ele refine seus cordeiros em seus bra€os (Is 40.11) e, com seus olhos atentos a tudo, cuida das ovelhas (Ez 34.11).

2. Tao injusto quanto os labores do profeta serem avaliados por uma quantia fnfima, muito mais injusta € a trai€ao a Cristo pela mesma quantia desprezivel, aumentando a vergonha que ele sofreu por n6s. Sempre devemos mos espantar com a maravilha de sua gra€a, que o fez descer de seus paldcios de marfim (Sl 45.8) para ser flo rejeitado e escarnecido pelos pecadores. Nunca devemos negligenciar o alcance da humilha€fro que ele suportou por anor a n6s. Biblj,a de Estwdo Heran[a Reformade


Conselho de Educacao Crista e Publlcac6e§ Clodoaldo Waldemar Furlan (Pres/'denfe) Domingos da Silva Dias ( V/.ce-pros/.den!e/

Jos6 Romeu da Silva (Secref6n'o) Alexandre Henrique Moraes de Almeida An izio Alves Borges Hermisten Maia Pereira da Costa Misael Batista do Nascimento Walcyr Gon9alves

Conselho Editorial Ant6nio Colne, Carlos Henrique Machado, ClaudLo Mama

(Pros/denfe), FIIipe Fortes, Heber Carlo§ de Campos Jr„

MarcosAni::cYz;:qJuoeE:tgtaarvda:hNoasc,mento

SUMARIO 1. O descendente da mulher

1

2. O senhor proverf urn cordeiro .................

7

3. Jesus, o cordeiro pascal ............................

12

€DIToflf] CUITuf}f] CfllsTfi Rua Miguel Teles Jtlnior, 394 -Cambuci

01540-040 - Sac Paulo - SP - Brasll Fone (11 ) 3207-7099

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0800-0141963 SUPERINTENDENTE Haveraldo Ferreira Vargas EDITOR

4. Jesus, nossa expia€ao

5. 0 descendente que edificarf a Casa de Deus 20

Claudio Ant6nio Batista Marra

EDITORES ASSISTENTES Ed uardo Assl§ Gon9alves Marcia Barbutti de Lima PRODUTORA Mariana dos Anjos Esteves

lssN 2317-4463

i TUDO SOBRE JESUS Cristo reueledo e ani4nciado

6. Jesus, o Born Pastor

7. 0 Cantico do ]usto 8. 0 marido pactual

9. Jesus, o servo sofredor .............................

42

10. Jesus, o guerreiro ensanguentado ............

47

1 1. Jesus, o Nosso Justificador ......................

51

12. Jesus, o Nosso sacerdote-Rei ..................

56

no Amtigo I;estanento

(A li€ao 8 foi adaptada de A 4c4z¢ c 4 94fro.4 dg Crri/a, de Joel R. Beeke (Org.),Cultura Crist5, p. 35-49).

AUTORIA DOS 0RIGINAIS DOS ROTEIROS DO ALUN0 Alan Renne Alexandrino Lima

AUTORIA DOS ORIGINAIS DOS ROTEIROS DO PROFESSOR M6nia Gon¢alves da Silva Rodrigues

REVISAO Am€lia Ariel Gomes; Cristiane Cavalcanti e Cinthia Vasconcellos

FORMATnIAO Z€naide RIssato

CAIA Magno Pagan€lli

13. 0 Pastor Rejeitado


Ouem ama os salmos vai amar ainda mais

Ji-_il

mean:n:da\::i:ei°::`ese

a Malt 0. futa.a


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