(T) Estudo 7 Elias e a Hora da Verdade

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Série Vivendo Além de nós Mesmos O Profeta Elias – A HORA DA VERDADE I Reis 18:1-19 IPCci 13/10/2011 INTRODUÇÃO Depois de passar pela escola de Deus, agora era hora de Elias retornar e terminar o que havia começado. Ele iria voltar e encontrar-se com o rei Acabe. Longe de nós pensar que a permanência de Elias por três anos fora da plataforma pública de seu ministério profético perante a nação teria sido uma perda de tempo. Elias tinha uma tônica de vida, um moto, um significado maior para seu ministério: “O Deus perante cuja face estou.” Jesus também tinha um: Jo 4: 34 – “... A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.” O apóstolo Paulo também tinha um. Aliás, Paulo tinha dois motos: Um pessoal e um ministerial O moto ministerial era: I Co. 9:23 “Tudo faço por causa do evangelho com o fim de tornar cooperador com ele.” I Co. 9:19 “Porque sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.” O moto pessoal era: Gl. 2:20 “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus...” Pergunta: Qual é o alvo de sua vida? Qual é a tônica que dirige o seu viver? Enfim, Elias tinha essa determinação que envolvia todo o seu ministério: “O Deus perante cuja face estou.” Na primeira vez que proferiu esta filosofia ministerial (Cap. 1:1) Ele disse que este Deus era o Deus da aliança, o Deus de Israel. Agora pela segunda vez (Cap. 18:15) Elias o chama de “Deus dos Exércitos”. Ele realmente estava entrando numa guerra contra a família real e tinha consciência que o Deus perante cuja face de quem Ele andava, era o Deus dos Exércitos. Mas ouve ainda outra afirmação de seu ministério que iria ecoar em seus ouvidos todas as vezes que estivesse em perigo. No Cap. 17:24 a viúva declarou: “... nisto conheço agora que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.”

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Série Vivendo Além de nós Mesmos A partir de hoje vamos estudar sobre alguns textos e nomear nossas meditações numa série: A hora da verdade – O reencontro com o rei Acabe A hora do confronto – Elias e os profetas de Baal com a restauração do altar. A hora da chuva – A oração por avivamento A hora do declínio – A depressão do profeta. E assim por diante. Neste estudo pensamos então sobre A HORA DA VERDADE. Depois de três anos, Elias iria encontrar-se novamente com Acabe. Acabe era um rei de personalidade fraca que era dirigido pela mulher: -a ímpia Jezabel - que iria ter um fim triste onde o seu sangue seria lambido pelos cães. Sobre esse temperamento fraco basta mencionar o episódio de Acabe e Nabote – I Reis 21. Mas neste momento em que o profeta Elas vai se encontrar com Acabe, o rei está enfurecido. E aqui novamente a personalidade enfraquecida do rei aparece porque não tem coragem de se levantar contra o profeta e apenas faz o que Elias havia ordenado. Aplicação A hora da verdade acontece com cada um de nós quando somos confrontados a dar razão da nossa fé. É verdade que se possível buscamos “contar com a simpatia de todo o povo”, mas há momentos em que teremos que tomar uma posição. Neste encontro entre Elias e Acabe há muitos ensinamentos. Mas quero pontuar três verdades que também servem para nós, em nossos dias:

A Hora da Verdade 1. A primeira verdade é a seguinte: Existem pessoas que nunca vão se converter Vr. 5 “Disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todos os vales; pode ser que achemos ervas, para que salvemos a vida dos cavalos e mulos e não percamos todos os animais.” O rei Acabe era ímpio e sua impiedade foi multiplicada perante a seca e a fome. Aqui encontramos uma verdade bíblica inequívoca; a saber, a menos que Deus aplique a sua graça, o pecador nunca se converterá. Não há catástrofe que faça uma alma se render.

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Série Vivendo Além de nós Mesmos Os arrependimentos causados pelas destruições da natureza são no máximo remorsos que perduram enquanto perdurar o problema. Veja duas marcas da impiedade de Acame: (1) No texto não há o mínimo sinal de que Acabe se voltara para Deus. Situação semelhante aconteceu com a liderança de Moisés para a libertação do povo de Deus do Egito. Na aplicação das pragas sobre o Egito o texto nos diz que Faraó manteve-se endurecido. E em algumas daquelas pragas, Faraó até parecia dar mostras de arrependimento e temor a Deus. Em Exodo 8:8 “Chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Rogai ao Senhor que tire as rãs de mim e do meu povo...” Inicialmente parace um certo termor a Deus. Vr. 9 “... quando é que hei de rogar por ti...” Vr. 10 “Faraó respondeu: amanhã...” Vr. 15 “Vendo, porém, Faraó que havia alíviou, continuou de coração endurecido...” O apóstolo Paulo exorta seu filho na fé, Timóteo, sobre isso: “Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças; como sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvido à verdade...”(2Tm. 4:3-4) (2) Outra caracteristica da impiedade de Acabe este versículo é o fato de que como Rei ele está mais preocupado com os animais reais do que com o próprio povo que estava sob seus cuidados. Que grande diferença é esta impiedade em relação a Davi, um homem segundo o coração de Deus. 2 Samuel 24:17 (Levantamento do senso). Davi orou ao Senhor: “... Eu é que pequei, eu é que procedi perversamente; porém, estas ovelhas que fizeram?...” Esta é uma verdade que está dentro da teologia Reformada construída sobre os cinco pontos do Calvinismo; a saber, “a menos que Deus derrame a sua graça sobre o coração emperdenido do pecador nada poderá despertá-lo para a salvação.”

2. A segunda verdade é: Não devemos deixar de pregar Elias, e todos os profetas que confrontaram reis ímpios, nos ensina que não obstante sabermos que alguns homens nunca chegarão a verdade, não nos compete escolher a quem pregar. 2 Tm. 4:2 “Prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina.”

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Série Vivendo Além de nós Mesmos Elias sabia que muito de sua pregação seria lançada ao vento se esperasse um quebrantamento do Rei Acabe e da rainha Jezabel. Mas ainda assim, Ele proclamou os decretos do Senhor. Não devemos medir a nossa pregação pelos resultados aparentes e não devemos escolher o nosso campo missionário pela a sua aparência de bondade. Ser chamado a pregar para quem nem se espera conversão é na verdade um ministério de Deus para nós, porque pela pregação da Palavra há também o juízo de Deus. Mas além disso, há o Deus que nos surpreende com a conversão daqueles que nós nunca imaginávamos. Lutero uma certa feita disse: Deus tem no céu alguns que a igreja não tem na terra. E o que dizer da cidade de Nínive com mais de “cento e vinte pessoas que não sabem discernir entre a mão direita e a mão esquerda” (Jn. 4:11). Provavelmente num contexto espiritual. Uma cidade ímpia que ninguém em sã consciência, como Jonas, do povo de Israel se atreveria em pregar lá.

3. Em terceiro lugar: Precisamos aprender a enfrentar as palavras de intimidação O ápice da ação profética de Elias estava chegando – Que era o confronto com os profetas no Monte Carmelo e a chegada da chuva – Mas antes disto, Elias precisava encontrar-se com o Rei. Depois de três anos os dois estaria face a face novamente. E este acontecimento iria se feito com muitas palavras de intimidação. Isso aconteceu em vários episódios na Bíblia: Davi e Golias – O gitante procurou intimidar o servo do Senhor: “Acaso sou algum cão para vires a mim com paus e pedras?” Ezequias e Senaqueribe – 2 Cr. 32:9-20 – “...poderá livrar o vosso Deus das minhas mãos?” (Vr. 15) E no caso de Elias, essas palavras de desânimo e intimidação vieram de duas fontes: 3.1) Quando as palavras vêm de nossos próprios amigos Veja Vrs. 8-14 Veja que Obadias era um servo temente a Deus e que adimirava o profeta Elias. E aqui Obadias, talvez inconscientemente, procura minar a resistência de Elias.

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Série Vivendo Além de nós Mesmos Primeiro, ao dizer que o rei Acabe estava caçando-o em todos os lugares e assim Elias corria risco de vida. Segundo, por sugerir que Elias poderia recuar e não se apresentar ao rei. (Vr. 12). Aplicação Aqui há um ensinamento: As vezes as palavras de desânimo que vêm sobr nós são proferidas por nossos irmãos. E muitas vezes até querendo o nosso próprio bem, eles acabam por tentar nos desviar da vontade do Senhor. Exemplo: Pedro e Jesus (Mt. 16:23) Aqui fica um ensinamento grande para cada um de nós: Cuidado com suas palavras negativas porque mesmo com boa intenção você pode estar minando a fé de seu irmão. 3.2) Quando as palavras de intimidação vêm dos nossos inimigos Veja Vrs. 16-18 O rei Acabe chama Elias de perturbador de Israel. Veja o texto diz que a fome reinou três anos consecutivos, mas Jesus em Lucas 4:25 nos diz que no tempo de Elias reinou a seca por três anos e seis meses. O que se deduz dessa afirmação é que já não chovia a alguns meses (Contando mais uns dois meses posterior ao retorno) antes de Elias proferir o juízo da seca. Quando Elias se retirnou para o deserto, provavelmente Acabe não se intimidou com sua palavra da seca, afinal já alguns meses não chovia e a estiagem de meses era comum naquela época. Mas os meses e anos se passaram, a seca se intensificou, a fome aumentou e Acabe logo se deu conta de que a falta de chuva era em resposta a profecia de Elias. Quando os dois se encontram, Elias já tinha sido avisado por Obadias de que o Rei buscava matá-lo, e o Rei Acabe está furioso. Veja uma peculiaridade da intimidação do rei Acabe a Elias: Vr. 17 “Tu és o perturbador de Israel?” Na verdade Elias era o perturbador da família real. O seu próprio nome – Elias significa Yavé é Deus – perturbava o casal idólatra. Mas eles generalizaram a inquietação do profeta Elias dizendo que todo o Israel estava contra o profeta. Essa é sempre uma estratégia levantada contra os servos do Senhor; a saber, dizer que todos estão contra eles. Situação semelhante acontece em 2 Samuel 15 com a revolta de Absalão contra o rei Davi. Absalão foi para cidade de Hebrom para arregimentar um povo que o

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Série Vivendo Além de nós Mesmos coroasse rei. Vr. 13 nos diz: “Então veio um mensageiro a Davi, dizendo: “Todo o povo de Israel segue decididamente a Absalão.” Veja também a resposta do profeta Elias – Vr 18 “Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins.” Estratégia semelhante Davi fez contra as intimidações de Golias – 1 Samuel 17:45-47 “Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo, o Senhor te entregará nas minhas mãos; ferir-te-ei, tirar-te-ei a cabeça... e toda terra saberá que há Deus em Israel. Saberá toda esta multidão que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra, e ele vos entregará nas nossas mãos.” Elias fez declaração semelhante: Ele acentuou o abandono de Deus e a afronta a Deus por causa da idolatria. Em outras palavras, como Davi, Elias pontuou o seu zelo pela glória de Deus. Não está em jogo a vergonha do profeta, ou a sua própria vida; não está em jogo o retorno de Israel, primariamente; mas a glória de Deus. Qual é o fim principal do homem? Glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. A glória de Deus precisa nos consumir. “Fazei tudo para a glória de Deus”.

CONCLUSÃO Em algum momento a hora da verdade vai chegar para você: Talvez seja quando você tiver de ser provado diante do pecado em seu trabalho ou escola. Talvez quando alguém confrontar a sua fé. Se você andar perante a face do Senhor... Se a palavra do Senhor em sua boca for verdade... Você não tem o que temer porque o Senhor é contigo por onde quer que andares.

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