Uma Igreja que Cresce para a Maturidade

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A Igreja que Queremos Ser Uma Igreja que Avança para a Maturidade Efésios 4:15-16 Pr. Jorge Patrocinio IPCci 23/09/2012 “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda a junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.”

Exórdio Começamos hoje uma série de estudos aos domingos para responder a seguinte pergunta: A Igreja que Queremos Ser. Veja o vídeo “O que é igreja?

Introdução Qual é a Igreja que queremos ser? O que eu quero ser? Porque a Igreja sou eu, somos nós. A Igreja não é o prédio: Nem seus bens, endereço, posição na sociedade. A Igreja não é nem mesmo o ajuntamento de pessoas: A Igreja não é apenas virmos aqui. No período medieval a Igreja era o ajuntamento de pessoas: Estar dentro da igreja era estar salvo. Estar fora do ajuntamento significava estar condenado. O que é então a Igreja? A Igreja é o corpo de Cristo; A Igreja é a comunidade de pessoas transformadas pelo poder do Evangelho; A Igreja é a união não localizada (como um ajuntamento), mas mística de pessoas que foram lavadas no sangue de Jesus. Por isso, Paulo vai dizer que esta igreja está assentada não no banco do templo mas nas regiões celestiais. Isso significa que você é igreja e é um com a igreja estando aqui ou em qualquer lugar. Mas essas declarações teológicas e espirituais da Igreja precisam ganhar forma, tornarse verdade através de nossas ações. Por causa disso, eu gostaria de meditar hone, nesta série sobre: A Igreja que

Queremos Ser: A Igreja que queremos é uma Igreja que avança para a maturidade. Uma Igreja que Cresce para a Maturidade A Igreja – quer coletivamente como corpo, quer individualmente como cristãos- precisa avançar para a maturidade. O crescimento é, na verdade, uma ordem; pois o apóstolo


2 Pedro disse: “Crescei na graça” (2Pe. 3.18), e também uma necessidade, pois o mesmo apóstolo disse: “vocês já deviam ser mestres, mas ainda são como crianças necessitadas de leite espiritual.” Mas o texto que lemos inicialmente, que está inserido no ensino de Paulo a respeito das funções de cada membro no corpo de Cristo, nos exorta pontualmente a avançarmos para a maturidade. O texto nos fala que Cristo instituiu cada um de nós como membros de Seu corpo um único propósito; a saber: o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do corpo de Cristo. Afim de deixarmos de ser meninos, para que cheguemos a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus. Portanto, ao meditarmos sobre a Igreja que queremos ser, precisamos pensar sobre a o crescimento que queremos ter. Uma pergunta pertinente: Porque o avanço para a maturidade espiritual é importante ainda mais em nosso tempo? A Igreja Evangélica do Século XXI é o produto de um esforço missionário do século anterior. Tudo começou com “A Conferência Mundial de Missões” de Edinburgo, Holanda, em 1910. Foram 1400 participantes, representantes da Igreja Protestante de todas as partes do mundo. A Conferência chegou a uma conclusão que iria mudar os rumos das ações missionárias da Igreja no mundo inteiro: “Em nosso contexto, a multidirecionalidade da missão da igreja deve ser considerada. Já não faz sentido esperar que a igreja da Europa e dos Estados Unidos sejam os agentes únicos da missão para todos os povos. Hoje tanto a Europa quanto os Estados Unidos são campos missionários, abertos para receber obreiros para este novo tempo... A missão hoje livre da dependência das grandes potências, deve considerar interagir com os cristãos pobres do sul do globo, para alcançar os quatro cantos da terra.” Com isso a Igreja se tornou missionária e missional: Missionária porque começou a produzir e enviar missionários para o mundo inteiro. E missional porque passou a fazer missões onde está plantada. No Brasil, em especial, o assunto “crescimento de Igreja” se tornou o respirar da Igreja. E mais do que isso, para muitos, este assunto se tornou a “razão de ser da igreja.” Ora, como seu pastor, eu quero que nossa igreja cresça. Mas tudo precisa ser tratado nos fundamentos. Nestes próximos domingos vamos pensar sobre esse assunto: A Igreja que Queremos Ser. E hoje, vamos começar com o primeiro e mais importante princípio desta igreja: Paulo insiste conosco: Para que não sejamos como meninos. Precisamos avançar para a maturidade.


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Uma Igreja que Avança para a Maturidade 1. É uma Igreja que cresce para o Alto – Vr. 15 Paulo começa a desenvolver seu raciocínio sobre o crescimento para a maturidade ao dizer que em primeiro lugar esse crescimento precisa ser em direção a Deus. Em Colossenses 2:19 Paulo repete o mesmo argumento: “e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que proscede de Deus.” O apóstolo Pedro também traz uma contribuição indispensável para este tipo de crescimento (do alto). Em 2 Pe. 3.18 ele nos diz: “Antes crescei na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus.” Portanto, uma Igreja que avança em maturidade é uma igreja que cresce para o Alto. Qual é a estatura de sua fé? Qual é a profundidade de seu relacionamento com Deus? Crescer para o alto significa crescer na presença de Deus. E esse crescimento para o alto traz consigo algumas características: 1.1. É um crescimento dependente do Deus vivo – “...cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo.” E em Colossenses 2:19 Paulo nos diz: “... cresce o crescimento que proscede de Deus.” Veja que em Efésios parace ser um crescimento que nós buscamos, mas em Colossenses Paulo esclarece que esse crescimento proscede inicialmente de Deus para nós. Duas verdades que estão no fundamento do Cristianismo: - Cristo é Deus – João 1:1-2 diz que “no princípio Ele era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus.” No ano zero da história Cristã, o verbo se encarnou. Os céus abriram uma fenda na terra e o espiritual se materializou. - Cristo está vivo. Em Apocalipse 5 João diz que viu o Cordeiro como tendo sido morto, mas Ele estava vivo. Veja, João não tem dúvida de que o Cordeiro está vivo, mas por algum motivo a aparência do Cordeiro deixa claro para João que Ele tinha sido morto. Ele está em nós e entre nós. Ele é o Cabeça da Igreja. A Igreja Presbiteriana Central é Cristocêntrica em seus fundamentos e em sua prática. A presença viva e real de Cristo nesta noite na Igreja é o fator diferenciador de qualquer reunião e encontro. Mas nós precisamos tomar consciência disso. Precisamos querer ser esta Igreja dependente do Deus vivo. Disse Jesus: “Sem mim nada podeis fazer”. E Pedro imediatamente aprende essa verdade: “Para quem iremos? Tu tens as Palavras de vida eterna.” 1.2. É um crescimento integral –


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“...cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo.” Novamente aqui mencionamos 2 Pe. 3.18 ele nos diz: “Antes crescei na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus.” Crecer para o alto é crescer de forma integral: A Igreja Presbiteriana do Brasil é marcada por um forte compromisso com o ensino fiel das Escrituras. Ao entrar aqui e assentar-se para ouvir a Palavra, você precisa saber que há muitos homens que zelam pelo ensino fiel das Escrituras Sagradas. Mas veja: O crescimento integral para o Alto não é um crescimento apenas intelectual das letras da Bíblia. Não é apenas (isso é importante, é fato) um decorar das passagens Bíblicas. Estamos falando de um crescimento no conhecimento; mas também, e disassociadamente, na graça do Senhor Jesus. Isso significa que seu estudo, zelo e conhecimento das Escrituras precisam se transformar em suas ações graciosas. Quanto mais você conhece a Jesus, mais semelhante a Ele você precisa se tornar. Portanto, a Igreja que avança para a Maturidade é uma igreja que cresce para o Alto: Tanto em dependência do Deus vivo, como em conhecimento integral D’Ele.

2. É uma Igreja que cresce para o dentro – Vr. 16 Ou seja, é uma igreja que cresce para a própria Igreja. Veja o início do versículo 16: “De quem...” – O que significa isso? Paulo está fazendo uma transição da sua declaração do versículo anterior. Ele disse no versículo 15 sobre nossa dependência do Deus vivo. Mas agora ele faz uma transição para falar de nosso compromisso com o corpo de Cristo. O que Paulo está afirmando é que não há crescimento para o alto (Para Deus) que não resulte em crescimento para dentro (Para a Igreja). Segundo as Escrituras não temos como desenvolver um relacionamento íntimo, saudável e verdadeiro com Deus sem que transformemos isso num relacionamento íntimo, saudável e verdadeiro com a Igreja. Não há como conectar-se com a Cabeça e viver desconectado do corpo. Essa é uma figura anômala, totalmente deformada. E quais são as características desse crescimento para dentro? 2.1. É um crescimento dependente do corpo – “...ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas...” Da mesma forma que o crescimento para o alto nos indica nossa dependência do Deus vivo, o crescimento para dentro acentua nossa dependência do corpo de Cristo.


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Paulo não tinha os avanços da medicina de nossos dias (tomografia, radiografia, ultrasonogravia, etc), mas ainda assim ele usa palavras precisas para falar sobre o corpo humano: “ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas.” Ou seja, um simples tendão, um simples músculo, uma pequena junta que seja; tudo isso produz a amarradura necessária para que todas os movimentos do corpo sejam efetuados com exímia precisão. Ninguém consegue crescer sozinho no corpo e fazer o corpo crescer. Você cresce a partir do crescimento do corpo. O corpo precisa de você, mas você precisa mais e é ainda mais dependente do corpo. 2.2. É também um crescimento em amabilidade “...cresce e edifica-se a si mesmo em amor...” Já vimos semana retrasada que devemos andar em amor. Amor é na verdade a tônica da vida Cristã. “Quem não ama, não conhece a Deus porque Deus é amor” (1 Jo. 4.8) E “se você não ama a seu irmão a quem vê, não pode amar a Deus a quem não vê” (1 Jo. 4.20) E aqui neste versículo em especial o apóstolo Paulo fala de crescimento e edificação em amor. Você precisa amar o seu irmão ardentemente. Quando você ama ardentemente, o sucesso do seu irmão te alegra e a derrota do seu irmão te entristece. Você sorri com ele e chora com ele. Você o repreende com doçura e o aceita com ternura. O amor cobre multidão de pecados e defeitos. Mas o amor é multiplicador. Daí crescer na maturidade cristã em amabilidade. 2.3. É também um crescimento com membros funcionais – “...na medida em que cada parte realiza a sua função...” Veja essa declaração: a medida que cada parte realiza a sua função. Você tem um potencial, uma função, um espaço, uma missão. De acordo com o apóstolo Paulo, você não vem aqui para receber, mas para dar; e ao dar, você vai receber. Você precisa fazer essa pergunta: Eu tenho desempenhado a função que Deus tem para mim na Central? Semana retrasada, após o culto, três irmãos me procuraram e me fizeram a mesma pergunta: Pastor o que posso fazer na Central? É preciso orarmos para que o Senhor nos direcione, mas a verdade é que cada pessoa nesta igreja pode e deve fazer alguma coisa para que a Igreja cresça.


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Conclusão Vivemos tempos maus, como diz o apóstolo Paulo, que precisamos dar respostas e alcançar as demandas de uma sociedade mercantilista. Não precisamos nos preocupar com tecnicas empresariais, não devemos nos ater a mídia e tudo mais. Devemos sim investir tempo e esforço para sermos uma Igreja que esteja no coração de Deus. E que avança para a maturidade crescendo para o alto (para Deus) e para dentro (para a própria igreja) e só assim estaremos preparados para crescer para fora.


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