Estudo 5 A Escola de Deus - Segunda Aula

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Série Vivendo Além de nós Mesmos O Profeta Elias – A ESCOLA DE DEUS Elias em Sarepta I Reis 17:7-16 IPCci 29/09/2011 INTRODUÇÃO Semana passada estudamos a primeira aula na escola de Deus que o profeta Elias assistiu; a saber, ser alimentado pelos animais e a natureza. Com esta aula ficou claro algumas verdaes a respeito de Deus: A soberania de Deus, a sabederia de Deus, o natural e o natural de Deus que se equilibram em nossas vidas, a proteção de Deus e, por fim, o cuidado de Deus. Cinco lições preciosas para “desintoxica” o temperamento do enérgico profeta que já imaginava estar tudo preparado para o seu ministério. Essa foi a primeira matéria na escola de Deus. Uma matéria que envolve 5 assuntos:     

Soberania de Deus Sabedoria de Deus Natural e sobrenatural de Deus Proteção de Deus Cuidado de Deus

Na primeira aula Deus demonstra quem Ele era, nesta segunda aula Elias precisa demonstrar algumas características que estavam muito longe de alguém que tinha o seu temperamento. Antes de meditarmos nestas características, vejamos então alguns detalhes, sobre esse acontecimento: Vr. 7 “Passados dias, a torrente secou, porque não chovia sobre a terra.” Era de se esperar que um milagre acontecesse e a torrente não secasse.

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Série Vivendo Além de nós Mesmos O natural era a torrente secar e como Elias estava sendo alimentado milagrosamente pelos corvos, ele também poderia esperar que o milagre acontecesse para Deus manter água para ele. Esse é um grande ensinamento para nós: Existem coisas que vão acabar em nossa vida. Existem águas que vão se secar, mesmo quando Deus está promovendo milagre em outras áreas. Vr. 8 “Então, veio a Palavra do Senhor dizendo...” Deus vai revelando a Elias a sua palavra de forma paulatina e capitular. Primeiro Deus disse: Vai e esconde-te junto a torrente do Querite. Ordenei os corvos que te alimentem. Mas observe o advérbio “então”. Ele faz uma ligação do versículo 7 com o versículo 8 como sendo duas ações que se seguem uma a outra. O ponto a ser destacado aqui é que a Palavra do Senhor veio a Elias imediatamente após o riacho de Querite ter secado. Fico a imaginar os questionamentos e conflitos do profeta: Primeiro, porque o Jordão tinha muito mais água e lhe proveria água para os três anos de seca. Mas Deus não o envia para lá e não o autoriza a descer para buscar água. Ele deveria permanecer no Querite. Segundo, porque ele vê o riacho minguando dia após dia e Deus se cala. Pergunta: Como foi aquela última noite de Elias próximo ao riacho? Como foi aquela manhã em que Elias acordou e viu que não tinha mais água para beber? Vr. 9 “Dispõe-te e desce a Sarepta, que percente a Sidom...” Agora o conflito se multiplica para o profeta Elias. Porque Sarepta, terras de Sidom? Veja: Veio a Palavra do Senhor a Elias. Imagine essa cena comigo: Elias vai dormir aquela noite quase na certeza de que no outro dia

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Série Vivendo Além de nós Mesmos não haveria mais água, o que de fato aconteceu. Na manhã seguinte, os pássaros trazem comida, mas a água do riacho secou. Aí Deus fala: “Elias”. Vamos parar aí.... “Elias”, Deus diz. Pergunta o que você esperaria que Deus falasse ao profeta neste momento? Algumas possibilidades: 1) Elias desce ao Jordão; 2) Elias volta para a cidade; 3) Elias vai para a sua parentela em Gileade. Mas Deus fala: “Elias, dispõe-te e vai para Sarepta, que pertence a Sidom...” Sarepta era uma cidade de Sidom. Ficava cerca de 120 kilômetros da fronteira do Jordão. Elias teria que andar 120 kilômetros de deserto a dentro para atravessar toda a região de Israel e chegar a Sarepta. Além disso, ele estaria entrando na região de Sidom. De acordo com 1 Reis 16:31, a rainha Jezabel era filha de Etbaal, rei de Sidom. Veja a sabedoria de Deus em enviar Elias para Sarepta. Como falamos semana passada, no capítulo 18, versículo 10, Obadias diz que o rei Acabe abriu uma verdadeira caçada ao profeta Eloias: “... não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse homens à tua procura; e, dizendo eles: Aqui não está, fazia jurar aquele reino e aquela nação que te não o havia achado.” 1) Aí Deus envia Elias para as terras onde Acabe nunca imaginaria que Elias fosse: O país de Jezabel. 2) Além disso o próprio nome da cidade é grandemente sugestivo. “Sarepta” significa “refinar”. E procede de uma raiz que singifica “fundir”. Sarepta é o lugar de fundição onde se refina os metais separando o metal nobre das sugeiras.

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Série Vivendo Além de nós Mesmos Vr. 9 “... demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê de comer...” Veja alguns detalhes importantes também: 1) Elias deveria se demorar alí e permanecer na casa daquela mulher No deserto nos é dito: Passados alguns dias. Essa expressão significava cerca de um ano. Agora Deus diz a Elias: Demora-te ali. Elias iria permanecer com aquela mulher todo o tempo do término da seca que era cerca de 2 anos. 2) Ordenei uma viúva que te dê de comer – Pior do que estar no deserto, seria ser alimentado por uma viúva. Sabemos as grandes discriminações que se tinham com as viúvas. Deus poderia levantar talvez algum homem rico da região para suprir as necessidades do profeta. Mas escolhe, usar uma viúva 3) Um terceiro fato interessante sobre a ida de Elias a Sarepta é mencionado por Jesus em Lucas 4:25-25. Falando de sua rejeição ao pregar em sua própria cidade, Jesus fala que havia muitas viúvas em Israel, mas Elias foi enviado a viúva de Sarepta. Além de ser alimentado por uma viúva, ele seria alimentado por uma viúva aparentemente não piedosa, ou não religiosa, ou não de seu povo. Vr. 12 “Tão certo como vive o Senhor, teu Deus...” Que grande surpreza o profeta Elias não tem ao ser abordado desta maneira. Num lugar idólatra, num tempo onde todos havia abandonado o Senhor, uma mulher viúva crê no Deus de Elias. Vez por outra vamos nos surpreender ao encontrar pessoas que não aprenderam conosco, mas que apresentam uma fé singela e linda n Senhor. Todos esses detalhes me reportam a algumas atitudes que Deus requeria de Elias: 1) Confiança que gera paciência -

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Série Vivendo Além de nós Mesmos Isaías 26:3 “Tu conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme, porque ele confia em ti.” Deus foi direcionando o profeta Elias. Elias aprendeu a confiar no Deus perante cuja face andava e essa confiança gerou paciência ao profeta. Muitas vezes não nos falta fé, falta-nos paciência para aguardar o momento certo e o caminho certo de Deus. 2) Fé demonstrada pela obediência Elias creu e obedeceu. Pergunta: A desobediência é demonstração de falta de fé? Incredulidade e desobediêcia são irmãs gêmeas e inseparáveis. Mas não é uma incredulidade sobre a salvação de Deus. Afinal, muitos cristãos desobedecem. Falamos de uma incredulidade sobre a dúvida dos que conhecem a Deus de que Ele poderá realmente suprir o que prometeu. Lembre-se: A maioria das promessas de Deus são condicionais. Deus nunca premia a desobediencia e incredulidade. Então, a desobediência é uma incredulidade na prática quando na teoria a mente está dizendo crer no Senhor. Isso é tão forte que as vezes nós temos como que um “amolecimento de cérebro” (Essa é uma expressão de James I Packer). Dizemos uma coisa, mas praticamos outra. Exemplo: O rei Saul em 1 Samuel 15: Vr. 3 - “Deus disse: vai e fere a Amaleque e destrói totalmente tudo o que tiver...” Vr. 9 “Saul e o povo pouparam a Agague e o melhor das ovelhas...” Vr. 19 Samuel diz a Saul: “Porque não atentaste à voz do Senhor, mas te lançaste aos despojos...”

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Série Vivendo Além de nós Mesmos Vr. 20 – “Disse Saul... pelo contrário, dei ouvido a voz do Senhor e segui o caminho pelo qual o Senhor me enviou...” O texto de 1 Reis 17:10 nos diz que Elias se levantou e foi. 3) Humildade manifestada na humilhação – Vr. 11 “Traze-me um bocado de pão da tua mão.” Elias haveria de ser alimentada da mão da viúva. A figura da viúva demonstrava fragilidade, solidão, escasses, dependência dos outros, rejeição da sociedade. Elias haveria de aprender o caminho da humilhação ao se submeter àquela considerada sem voz na sociedade. Lucas 8:2-4 nos diz que Jesus também era assistido em suas necessidades físicas por algumas mulheres. 1 Pedro 5:6 nos diz: “Humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus...” As vezes achamos que não podemos ser ensinados por alguém que é intelectualmente ou culturamente mais limitado do que nós; As vezes pensamos que não podemos depender de alguém que deveria depender de nós; As vezes achamos que não podemos ser sustentados por alguém que tem menos que nós. Mas Deus vem e inverte toda ordem das coisas e usa as coisas frágeis para envergonhar as fortes e as que não são para reduzir a nada as que são. E Deus usa as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios. 4) Instrumentalidade ao dar enquanto recebe – Vr. 14 “... assim diz o Senhor: a farinha de tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até ao dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra.”

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Série Vivendo Além de nós Mesmos Deus havia dito a Elias para ir a casa da viúva e ser alimentado por ela. Daí o profeta falar com a mulher nestas palavras (Vr. 11): “Trazeme também um bocado de pão na tua mão.” O profeta estava pronto para receber da mulher o sustento como recebeu dos corvos. Mas enquanto no deserto sua posição era uma posição passiva, na casa da viúva ele descobri que Deus na verdade o chamara para ser um agente de transformação. O primeiro milagre operado pelo profeta, com exceção da seca, estava agora estabelecido. Deus sempre chama os seus servos para viver a instrumentalidade da fé. Veja que o milagre iria perdurar na casa desta viúva por aproximadamente 2 anos e todo esse tempo o profeta estaria ali. CONCLUSÃO Nesta segunda aula, o profeta sai de sua posição passiva para uma posição ativa. Enquanto na primeira aula – no deserto – Deus mostra quem Ele verdadeiramente é (soberano, sábio, natural e sobrenatural se equilibram, protetor e sustentador), nesta segunda aula é hora do profeta mostrar algumas características de fé: Confiança que gera paciênca Fé demonstrada na obediência Humildade manifestada na humilhação Instrumentalidade em dar enquanto recebe

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