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Avalie a Sua Vida pelo Seu Clamor Aspectos Bíblicos da Oração Lucas 18:1-14 Rev. Jorge Luiz Patrocinio, Ph. D. IPCci 30/05/12 INTRODUÇÃO Nas duas últimas semanas temos estudado sobre avalie a sua vida por sua oração Falamos que há quatro tipos de oração: (1) Adoração – O que Deus é; (2) Louvor e ações de graças – O que Deus faz; (3) Súplicas e petições – Nossa necessidade; (4) Intercessões – Necessidade dos outros. Nas últimas duas quintas estudamos sobre intercessão e dissemos que você tem como medir a largura, a altura, a profundidade e a extensão de sua vida cristã a partir da largura, altura, profundiade e extensão de suas intercessões. Hoje vamos estudar sobre outro aspecto da oração e como avaliar a nossa vida nesta perspectiva – Oração de súplicas e petições. Avalie a sua vida pela intensidade e forma de suas orações de súplicas e petições. Isto é, estou convencido de que como você clama a Deus diante de suas necessidades pessoais demonstra a profundidade de sua vida cristã. Atenção Oração não é tologia. Oração é fôlego da vida espiritual. Se um pessoa não ora, não é porque esta pessoa tem compreensão correta ou equivocada da teologia, mas porque ela não tem intimidade com Deus. Ou seja, sabemos que devemos orar. Mas há uma diferença entre saber e praticar. Pergunta: O que significa ser uma pessoa totalmente comprometida com oração? Quais são as implicações em sermos comprometidos com oração? Resposta: Significa mudar a nossa mentalidade e a nossa conduta sobre oração. TEXTO Diante desta proposta de mudança de mentalidade e conduta eu gostaria de meditar com vocês sobre um texto bíblico que foi falado por Jesus. O simples fato dessa história que vamos ver ter sido criada por Jesus, já é suficiente para compreendermos a sua importãncia para a vida cristã.
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Avalie a Sua Vida pelo Seu Clamor Aspectos Bíblicos da Oração de súplicas e petições Lucas 18:1-14 Nós precisamos devemos orar pelos outros, mas precisamos também orar por nós mesmos. Devemos trazer aos pés da cruz nossas necessidades porque assim a Bíblia nos exorta. Atenção Orar não somente nos faz entrar em parceria com Deus para fazer Seus planos revelados, como também mexe com todas as estruturas emocionais e espirituais de nosso ser para nos fazer mais íntimos de Deus. Orar não é uma opção. Rev. José João de Paula, professor no Seminário Presbiteriano em BH disse: “você ora aquilo que você é.” Mas há algo muito importante que precisamos compreender sobre oração; a saber a respeito das orações de súplicas e petições: “orar somente não é suficiente”. Todas as religiões oram. Aliás, os cristãos são talvez o povo que menos ora. Os Islâmicos oram 5 vezes ao dia. O hinduísmo é a terceira religião do mundo em número de praticantes. Também freqüenta os templos que estão entre os de arquitetura mais exuberante do mundo. Cada altar possui sempre a estátua de seu deus, e nos templos as imagens são diariamente despertadas pela manhã, lavadas, vestidas e enfeitadas com flores pelos sacerdotes. Diante do altar, os hindus recitam mantras, fórmulas sagradas escritas nos Vedas que podem aproximá-los dos deuses. Quem mais ora são os budistas. Quanto tempo de oração. Nos seus escritos, Nitiren recomenda que deve-se recitar o Nam-myoho-rengue-kyo até sentir alegria no coração. Ele não especifica um tempo para isso, pois depende da fé, do itinen de quem recita. Quanto mais alegria se sente ao recitar, mais se recita. Uma verdade: A oração correta é tão estimulante e empolgante que não dá vontade de parar. Por isso, orar apenas não é suficiente. É preciso orarmos dentro de certos princípios estabelecidos pela Palavra de Deus. Precisamos orar também vivendo sempre os dois mundos: nosso mundo e o mundo de Deus. Ou seja, às vezes um não ao nosso conceito de necessidade é um sim dentro da visão de Deus para nós. Gostaria de ver alguns princípios da Oração de súplicas e petiçõs eficaz fundamentados no texto de Lucas 18:
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1. O Princípio da Fé A viúva foi até aquele que ela sabia que podia ajudá-la, e disse: Julga a minha causa. Ela não falou: O senhor pode julgar a minha causa? O senhor tem autoridade para julgar minha causa? Meu problema está dentro de sua jurisdição? Não! Ela simplesmente disse: Julga a minha causa. Avalie a sua vida pelo princípio de fé em suas petições. O quanto realmente você crê em Deus. Hb. 11:1 “Fé é certeza de coisas que se esperam e convicção de fatos que não se vêem.” Hb. 11:3 “Pela fé sabemos que o universo foi formado pela Palavra, de maneiroa que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.” Hb. 11:6 “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador ods que o buscam” Mas o que é ter fé? Porque em todas as religiões as pessoas têm fé de que vão receber de seus deuses o que eles estão buscando. Alguns aspectos dessa fé baseados em Hebreus 11 (1) A fé é baseada no que está escrito – Vr. 1 e 3 Basicamente funciona assim: Você olha para o passado e vê que o que Deus disse se cumpriu (Vr. 3 o universo foi formado pela palavra de Deus). Aí você olha para o futuro e crê que o que Deus disse que fará se cumprirá (Vr. 1 “certeza de coisas que se esperam...) (2) É preciso ter fé no Deus vivo e verdadeiro – Vr. 6 “creia que Ele exista...” (3) É preciso ter fé que Ele vai responder – Vr. 6 “...e se torna o galardoador daqueles que o buscam.” Portanto, avalie a sua vida pelo princípio da fé em suas petições.
2. O Princípio da dependência – O quadro pintado da viúva e do juiz iníquo é um quadro de oposição para demonstrar a dependência.
4 Viúva – As viúvas, juntamente com os órfãos, formavam a classe mais frágil, dependente, carente e rejeitada da sociedade judaica. Juiz Iníquo – Ao passo que o juíz sem temor de Deus era a figura de autoridade, soberania, individualismo e insensibilidade desta sociedade. É bem provável que em aldeias pequenas naquela época havia esta figura soberana do juiz. Colocar os dois em contraste, foi uma forma sábia de Cristo de ressaltar o princípio da dependência. Aquela mulher não tinha para quem recorrer. Logo em seguida Jesus menciona outra parábola sobre oração – A Parábola do Fariseu e do Publicano. Esta parábola certamente não foi contada no mesmo momento que a primeira, mas Lucas a coloca aqui, juntamente com a primeira. Nesta segunda parábola o princípio da dependência está ausente na oração do fariseu que ora de si para si (Vr. 11). Oração sem dependência de Deus se transforma numa oração não pra Deus mas para aquele que ora. Exemplo: A Oração do Islamismo - A oração no Islamismo é considerada com uma dos 5 pilares da religião. O Alcorão dá uma importância enorme a oração. Ora-se religiosa meticulosamente 5 vezes ao dia. Mas não existe dependência porque não se aproxima com a expectativa da viúva de que a sua causa será julgada. A dependência é o reconhecimento de que dinheiro, posição social, títulos, sabedoria humana não podem alcançar o que somente Deus pode. Os auto-suficientes não oram, apenas lançam palavras ao vento. Deus disse: Perto está o Senhor dos que tem o espírito quebrantado. Portanto, avalie a sua vida pelo princípio de dependência em suas súplicas e petições.
3. O Princípio da Paciência – Vr. 1 “Disse Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer...” - Quando oramos entramos na agenda de Deus.
5 A oração tem muito a ver com a idéia de um “plantio.” O agricultor precisa ser paciente no tratamento do solo e da semente. Orar é também demonstrar paciência, a vezes, conosco mesmo. O apóstolo Paulo diz o seguinte em 2 Coríntios 4:1: “Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfaleçamos...” Em Efésios 3:13 ele também diz: “Portanto, não desfaleçamos diante das tribulações...” As vezes começamos com a corda toda. Buscamos a Deus com intensidade, mas a resposta parece não chegar, as tribulações apertam, a sequidão se sobressai e nossas forças se esvaem. Jesus, nesta parábola, nos ensina o princípio da paciência. Wesley Duewel chama essa paciência de prevalecimento. Segundo ele, devemos prevalecer em oração. Mas não é prevalecer sobre Deus como se fôssemos um filho incessantemente enjoado em nosso pedido a ponto de nosso pai nos fazer a vontade para que paremos de lhe pedir. Prevalecer no princípio de paciência é prevalecer sobre nós mesmos, sobre nosso ativismo, impaciência, ansiedade. Portanto, avalie a sua vida pelo princípio da paciência em suas súplicas e petições.
4. O princípio da persistência ou importunação – Vr. 5 “todavia como esta viúva me importuna, julgarei a sua causa para não suceder que, por fim, venha a molestar-me.” Veja os dois verbos usados no versículo: importunar e molestar. Importunar – É a idéia de “um pingo d’agua” Tipo: Uma goteira que pinga sem cessar. Molestar – É um vocábulo que traz a idéia de “ferir debaixo do olho” E também é usado por Paulo em I Co. 9:27 onde lemos “esmurro o meu próprio corpo...” Na gíria brasileira significa “furar o olho”. O juiz estava dizendo: Vou julgar essa causa enquanto ela não me fura o olho. Na mente de Cristo não está cogitada a possibilidade de desistir da oração. E aqui, neste versículo, Jesus revela uma verdade espiritual incrível: Só há uma forma de vencermos o favor de Deus; a saber, orar sem cessar, com humildade e dependência.
6 Por que “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (I Pe. 5:5) Portanto, avalie a sua vida pelo princípio de persistência em suas súplicas e petições.
5. O Princípio da sobrevivência – Vr. 3 “... Julga a minha causa contra o meu adversário.” Em oração entendemos que não há outra saída. O nosso adversário (que é a situação a que se ora) é maior do que nós e somente o Senhor pode julgar a causa. Oração não é alternativa, é o único caminho para se sobreviver perante os ataques de nossos inimigos. Portanto, avalie a sua vida pelo princípio desobrevivência em suas súplicas e petições.
6. O Princípio da individualidade – Há ainda outro princípio nesta parábola que não falamos: O princípio da oração em segredo. Logo em seguinda Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano. E diz: Quando orares, entra no teu quarto e fechada a porta ora a Teu pai. A viúva nos ensina isso. Ela, e ninguém mais, foi ao juiz iníquo. Nossa vida de oração não é conhecida no céu pelas nossas orações em público, mas em nossa individualidade. Frequentemente as orações respondidas são aquelas nos esconderijos da alma. Portanto, avalie a sua vida pelo princípio de individualidade em suas súplicas e petições.
7. O Princípio do Tempo – Vr. 7-8 “Embora pareça demorado en defendê-lo? Digo-vos que depressa, lhes fará justiça...” Falamos acima que quando oramos aprendemos sobre a agenda de Deus, mas quando oramos aprendemos também sobre o relógio de Deus – Veja que estas duas expressões parecem se contradizer: Versículo 7 diz que Deus parece demorado em defender os seus filhos. Versículo 8 nos é dito que Deus atende depressa.
7 São as duas perspectivas: A perspectiva humana e a perspectiva divina. Versículo 7 fala da oração vista da terra; Versículo 8 fala da oração vista do prisma do céu. Versículo 7 relata o relógio do homem. Versículo 8 menciona que nos céus não há prisão ao tempo. Aquilo que parece demorar, no reino espiritual está sendo feito depressa. Portanto, avalie a sua vida pelo princípio de tempo em suas súplicas e petições.
CONCLUSÃO Porque não oramos com fervor? Razões: 1. Talvez por que nossa causa não seja tão urgente. 2. Talvez por que talvez não acreditamos mesmo na eficácia da oração. 3. Talvez porque somos auto-suficientes e pensamos que podemos resolver algo por outros meios legais. 4. Talvez porque estamos ocupados demais para orar – 5. Porque não nos apercebemos da importancia da oração Se essas coisas estão acontecendo conosco é preciso fazer uma avaliação de nossa vida cristã e sabermos que não está tudo bem. Não está bem quando não oramos.