Revista Identidade Cristã - Edição 17 - Setembro/2016

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Pastoral REV. JUAREZ MARCONDES FILHO PASTOR EFETIVO

CULTIVANDO A PUREZA “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mateus 5.8). Chegamos à 6ª Bem-Aventurança. Já vimos a simplicidade dos humildes de espírito, a sensibilidade dos que choram, a serenidade dos mansos, a expectativa de justiça dos que estão ao abandono, a compaixão dos misericordiosos. Chegamos à pureza da alma. O cântico de nossa infância entoa: “O sabão lava o meu rostinho, lava o meu pezinho e lava minha mão, mas Jesus prá me deixar limpinho quer lavar meu coração”. O pecado ingressou no mundo, trouxe consigo a morte espiritual, e deixou um enorme legado de impureza e podridão, de malícia e sujidade, de vexame e vergonha. A obra redentora de Cristo nos garante uma limpeza completa, a purificação plena de nosso coração. A mente limpa, a boca lavada, o comportamento puro, a atitude depurada são resultado da obra santificadora do Espírito no coração do crente. Tal é a vida daquele que se entregou ao Salvador, e se acha em perfeita submissão aos seus propósitos. No entanto, tal testemunho se dá num ambiente avesso à pureza, num contexto de malícia e perdição, onde os valores das trevas tem prevalecido na alma de muitos. Jesus advertiu seus discípulos nos seguintes termos: “Eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mateus 10.16). Tal lembrete deve ser examinado com muita atenção, a fim de que se evidencie a pureza de nossos corações. Parece contraditório, ora agir como serpente, ora agir como pomba; são representantes do reino animal completamente distintos. No entanto, o assunto não tem nada a ver com zoologia (mesmo que Jesus, ainda, tenha acrescentado “ovelhas” e “lobos” no mesmo pensamento). O que se acha, lado a lado, são a prudência e a simplicidade, em perfeita harmonia. O que Jesus quis dizer com “sejam símplices”? Primeiramente, vamos entender o que Jesus não quis dizer. Ele não recomendou qualquer tipo de ingenuidade, como se pudéssemos enfrentar a alcateia do mundo sem cautela e prevenção. Seria contraditório com o que ele havia acabado de ponderar, quando disse “sejam prudentes”. Se há uma coisa que o discípulo não pode ser é ingênuo. Ele não pode ser ingênuo diante

das armadilhas do diabo (I Pedro 5.8). Ele não pode ser ingênuo quanto ao velho homem do qual está sendo despojado (Efésios 4.22). Ele não pode ser ingênuo quanto à batalha espiritual que está sendo travada ao seu redor (Efésios 6.12). É neste ponto da batalha espiritual que o discípulo descobre que suas armas são distintas. Numa guerra entre nações, as batalhas são travadas por meio de equipamento bélico; guardadas as devidas proporções, todas são armas de destruição. Ao mesmo tempo em que o inimigo é destruído, há a contrapartida das próprias baixas. Em ambos os lados, há armas letais. O discípulo está munido, não de armas letais, e, sim, de armas vitais (Efésios 6.13-20), entre elas, o fato de não se deixar levar pela maldade e malícia comuns dos homens que se acham nas trevas. Em outras palavras, Jesus recomendou: “não sejam maliciosos”. Prudência e ausência de malícia se unem para revelar o caráter do cristão autêntico que, de um lado, demonstra cautela em suas palavras e ações e, de outro, resiste veementemente proceder como agem os mundanos, gabandose de serem muito espertalhões. De fato, o contexto que nos rodeia é lúgubre, de uma geração pervertida e corrupta, mas o nosso agir deve ser irrepreensível e sincero, para que sejamos constituídos em luzeiros do mundo (Filipenses 2.15). Do contrário, em que grandes trevas nos encontraremos (Mateus 5.23). Ser prudente implica em ser sóbrio, equilibrado, evitando exageros e extremismos, mostrando cautela e juízo. Tais expedientes são imprescindíveis para o exercício de um discipulado autêntico no meio dos lobos mundanos. Já, ao recomendar que os discípulos fossem símplices, Jesus lhes chamou a atenção para a necessidade da utilização de outros instrumentos, que não os do próprio mundo, para combater as hostes mundanas. O mundo se caracteriza pela mentira e falsidade; o crente precisa prevalecer pela sinceridade e verdade (Efésios 4.25). O mundo se firma na impudicícia e malícia; o discípulo tem por base a santidade e a pureza (Efésios 5.3). Esta postura do cristão autêntico é sempre confrontada. Os críticos entendem

PASTORES AUXILIARES

Rev. Davi Nogueira Guedes (Ministério de Jovens), Rev. Luís Carlos Vieira (Ministério Pessoa Idosa), Rev. Wesley Emmerich Werner (Ministério de Visitação)

COOPERADORES E EVANGELISTAS

Rev. Antonio Jairo Porto Alegre (Ministério de Casais) Bel. Cristina Ribeiro Mattos Bel. Elenice dos Santos Barros (Ministério dos Adolescentes) Mis. Luciana Cipelli Barbosa (Ministério Infantil)

que, como seres humanos, os discípulos não diferem dos não-discípulos e estão sujeitos a todo tipo de influência, de tal maneira que os comportamentos se confundem. Dizem, ainda, que há o risco do crente ficar estereotipado e afastar-se definitivamente dos que não conhecem a Cristo, impedindo qualquer abordagem missionária. Em conclusão, os que defendem esta posição, apostam mais na semelhança do que na distinção. O inverso é o que Jesus propõe. Cristo reconhece a obscuridade do mundo e que a única alternativa são os luzeiros (Filipenses 2.15), refletindo a própria luz do mundo, que é Jesus (João 8.12). Ora, a luz é diferente das trevas. E esta diferença precisa ser marcadamente notada pelos valores e conceitos, pela postura e comportamento, pelas armas disponíveis na armadura de Deus (Efésios 6.12-18). Se o incrédulo, para ter êxito, mente, o crente fala a verdade, mesmo que isto traga transtornos imediatos. Enquanto o discípulo não se deixa seduzir pelas facilidades imorais, o ímpio se imagina próspero pela malícia dos seus atos. Talvez, nunca como agora, a Igreja precisou ser alertada acerca deste princípio, pois, infelizmente, não tem sido incomum a adoção de expedientes impuros para que objetivos piedosos sejam alcançados. Quando um político que se diz cristão mente para ocultar tramóias que venham em benefício de seus arraiais, é preciso dar um basta, e afirmar que a Igreja do Senhor Jesus não só não precisa destas migalhas, como as abomina. O mesmo pode ser dito com respeito ao empresário, ao funcionário, ao mestre, ao aluno, que se vale de caminhos tortuosos para alcançar seus objetivos. Estas sendas tortuosas fatalmente desembocam em caminhos de morte, mesmo que de início pareçam tão fáceis e acessíveis (Provérbios 14.12). Geazi, o moço que assistia o profeta Eliseu, caiu na tentação de tomar outras armas, que não as do Reino de Deus; não atentando para a diretriz do profeta, foi atrás de Naamã para obter benefícios pecuniários; retornou com o dinheiro, mas também com a lepra (II Reis 5.19-27). Postemo-nos bem distantes das armas da malícia. Cultivemos a pureza em nossos atos.

SEMINARISTAS

Alexandre E. Zanetti, Carlos Filipe Soares Ferreira, Cristofer Covacevich, Lucas de Holanda Maracci, Marcelo Ferreira

MISSIONÁRIOS

Abelardo Nogueira, Anita e Eli Ticuna, Arlene e Alceris Dias, Corina e Henrique Terena, Daniella e Jocelei Silva, Débora e Cléber Alves, Denise e Wellington Camargo, Denora e Clauber Quadros, Dilma e Ricardo Bruno, Elaine e Patrick Scherrer, Elizabeth e Heiler Maciel, Esther e Gladston Lucas, Família Rios Celeste, Graciete Mota, Josiane e Marcos Mayuruna, Leonízia e Markus Jutzi, Karina e Fernando Dantas, Masha e Tibério Olímpio, Meire e Luiz Bittencourt, Natasha e Jonatas Portugal, Patrícia e Daniel Calze, Renata Santos, Ronaldo Marubo, Rose e Emerson Menegasse, Rossana e Ronaldo Lidório, Rose e Francisco dos Santos, Sara e René Breuel, Sheila e Charles Sousa, Tatiana e Dering, Zazá Lima e Neto.


Boletim

De 4 a 10 de Setembro

ADORANDO AO SENHOR CULTO 9H

CULTO 11H

CULTO 19H

CELEBRAI COM JÚBILO

AO REI ETERNO

FONTES DA SALVAÇÃO

Prelúdio Convite à Adoração Leitura Bíblica: Salmo 100 Hino 3 | A Igreja em Adoração Oração de Invocação Interlúdio Atos Pastorais

RENDEI GRAÇAS COM ALEGRIA

Prelúdio Convite à Adoração Leitura Bíblica: II Timóteo 1.12-17 Hino 10 | A Criação e o Criador Oração de Invocação Coral da Fraternidade Atos Pastorais Cânticos Espirituais

Prelúdio Convite à Adoração Leitura Bíblica: Isaías 12 Hino 42 | O Grande Amor de Deus Oração de Invocação Coral da Fraternidade Atos Pastorais Cânticos Espirituais

Leitura Bíblica: II Coríntios 9.6-7 Apresentação dos Dízimos Hino 62 | Mil Graças Ações de Graças

Leitura Bíblica: I Crônicas 29.10-14 Dedicação dos Dízimos Hino 65 | Louvor Ações de Graças Coral da Fraternidade

AO PODEROSO DEUS

GRAÇAS DA SALVAÇÃO

MEDITAI COM PRAZER

AO SALVADOR AMADO

PALAVRAS DA SALVAÇÃO

Leitura Bíblica Proclamação da Palavra Leitura Bíblica: Lucas 22.19-20 Consagração dos Elementos Pai Nosso Distribuição dos Elementos Hino 342 | Comunhão Hino 268 | Pendurado Oração Bênção Amém A Paz do Senhor Poslúdio

Leitura Bíblica Proclamação da Palavra Coral da Fraternidade Leitura Bíblica: Mateus 26.26-29 Consagração dos Elementos Pai Nosso Distribuição do Pão e do Vinho Hino 340 | Santa Comunhão Hino 266 | Rude Cruz Hino 106 | Fonte Carmesim Oração Bênção Amém A Paz do Senhor Poslúdio

Leitura Bíblica: Tito 2.11-14 Apresentação dos Dízimos Hino 55 | Alegria e Gratidão Ações de Graças Coral da Fraternidade

Leitura Bíblica Proclamação da Palavra Coral da Fraternidade Ceia do Senhor Leitura Bíblica: João 17.17-21 Hino 341 | Vera Páscoa Hino 269 | Pureza no Sangue de Cristo Consagração dos Elementos Pai Nosso Distribuição dos Elementos Oração Bênção Amém Saudação Fraternal

MINISTÉRIOS Ação Social: Roberto Costa de Oliveira Acolhimento e Integração: Sandra M. O. Jorge Isumi Intercessão: José Luiz Pires

Missões: Luiz Filipe Jordão Música: Cornelis Kool Núcleos Familiares: Toshiaki Isumi

Oxigênio: Erich Linzmeyer Santos Som: Igor César Pereira Neves Amor que Comove: Rebecca Almeida

SOCIEDADES INTERNAS SAF: Déia Lúcia Silva Ferreira

UMP: Giovanna Bigarelli

Kairós: Cristina e Aristides Girardi

UCP: Rúben Badinhani Mota Marcondes

UPA: Sabrina Banks Pinheiro

CONJUNTOS VOCAIS Coral da Fraternidade: Cristina Ribeiro Mattos

Coral Arco-Íris: Daniella Banks Leite Pinheiro

Conjunto Vida em Voz: Luiz Augusto P. Lima Jr.

ESCOLA DOMINICAL Superintendente: Paulo Henrique Andrade

Infantil: Luciana Cipelli, Daniela Costa, Elda Ferreira

NOVAS IGREJAS Campo Magro: Rua Umbelas 253 / Jardim Boa Vista - ED 9h30 e Culto 19h. Dirigente: Sem. Luciano Azambuja Betim (9794-4182) Piraquara: Rua Juízes 2188. Sexta-Feira às 20h. Dirigente: Rev. Luiz Henrique Correia Sampaio

ENTIDADES DIVERSAS Lar Hermínia Scheleder: 3562-7498 Escola João Lupion Filho: 3562-7498 Lar do Idoso - Vivencial das Oliveiras: 3666-3029 Rua Coimbra 492 - Guaraituba / Colombo

Associação Comunitária Presbiteriana: 3224-2294 Centro de Música Laudate: 3222-3470 Rua Comendador Araújo 343 / Centro

Creche Miriam: 3338-4566 Rua Amauri Lange Silvério 511 / Pilarzinho


Setembro na IPC

Agenda

5 - Reunião do Conselho às 19h30

6 - Reunião da Junta Diaconal às 19h30 e Plenária da SAF às 14h30 7 a 11 - Acampamento Sinodal UPA/UMP

24 - Música que Cura - Coral da Fraternidade 25 - Comemoração 45 anos do Coral da Fraternidade 1/outubro - Culto do Idoso e 6o Encontro de Mulheres Havvah Todas as segundas - Reunião de oração às 14h na Igreja | Todas as quintas - Reunião de oração às 6h na Igreja e Culto às 15h | Todas as sextas - Encontro da UPA na Igreja às 19h30 | Todos os sábados - Encontro da UMP na Igreja às 19h30 | Todos os domingos - Escola Dominical às 10h e Cultos às 9h, 11h e 19h. | Núcleos Familiares - Todos os dias da semana nos lares.

Aniversariantes do Mês de Setembro 1º - Giovana Mello, Heloísa Campos Brandão Kulik 2 - Elizabete Cosmala Baggio, Noemi Cartes 3 - Lia Mara Laines, Regina Queiroz de Andrade Gimenez, Sarah Tockus

19 - David Baggio, Deníria Garcia de Lima, Eunice Barbosa Mendes, Milena Celligoi Zipperer, Paulo Baggio

20 - Célia de Lara Pires, Edilea Simone de Aquino

Veiga Nascimento, Jaílma Lísis Maingué de Mello

Moraes de Carvalho, Egípcia Linda Mello Mazepa, Genoveva Amador Ferro, Lílian Calixto Calil, Rômulo de Souza Leitão Neto 21 - Ângela Camargo de Moura, Daniela da Silva Furtado, Eliana Amaral Camargo, Ilze Barbosa Fanchin, Diac. Luiz Fernando Alves, Márcia Regina Mendes Felipe, Noemy Pereira Cezarino, Nohemi Baggio, Presb. Pedro Ronzelli Júnior, Rosa Müller Ferreira

8 - Heidi Margareth (Meg) Blume Küster, Luís

Ferreira Fonseca Reis Guedes

4 - Elisa Quinaglia Polak, Gislana Braga Machado, Ilda da Silveira Emerick, Lucas Quinaglia Polak, Neusa Costa Ferreira, Raquel Regina Bento Farah

5 - Antonio Pedro Dusi Benevides 6 - Eduardo Jansen Pereira, Marco Antonio Volpe, Maria Aparecida de Azevedo Marques

7 - Denise Laureano Batista dos Santos, Fabiana

Caetano Pohl Hessel 9 - Cristofer Covacevich, Maria José Tiburcio de Mello, Robson Cardoso dos Santos, Rogério Gleich Tavares, Thiago Henrique Lopes Guimarães Pinafi, Victor Hugo Matos Vieira

10 - Dafny Silveira Söndahl Neves, Daniel Cidade Vieira, Eronita Andonini Ayres, Jandira Maranhão Khury, Lisete Vieira Marcondes

11 - Ruth Gomes Pereira, Débora Barbosa

Mendes, Giovanna Reinhardt Bigarelli Martin, Lis Andrea Pereira Soboll 12 - Dora Selma Sant'Ana Vichineski, Marilene Beghetto Penteado, Telma Mara Tylinski Sant'Ana

13 - Márcia Bertoli Alves Speltz, Marco Aurélio Andrade, Presb. Paulo Henrique Andrade

14 - Luís Domingos Soares, Priscila Caliri de Souza 15 - Amélia Salmon Oliveira, Geraldine Braga Amatuzzi, Marcos Antônio dos Santos, Nicole Ferreira Pinto Lemos, Renata Gonçalves Leandro da Costa, Salma Calixto Calil, Tiago Hessel Tormen

16 - João Cornélio da Silva, Margareth Jansson Zanetti, Mariah Ferracini Endres

17 - Rev. Alcides Augusto de Matos, Arlete

Bemvinda Leandro Marcondes dos Santos, Cristiano Gomes de Oliveira, Márcia Cristina Arhanitsch, Sandra Portugal de Oliveira

18 - Alaíde Faria Teixeira, Lígia Maria Ficker, Lincoln dos Santos Penteado, Mirna Maria Jansson, Diac. Rui Pugsley

22 - Adriane Funk de Andrade Lafemina, Lidiane 23 - Presb. Emérito Wolmy Bruel 24 - Ademar Nitschke Jr., Azalea de Abreu

Constantino, Evanir de Souza, Rhailyne Mari Paiva Eler, Silmara Ciola Medeiros, Teresinha Aparecida Machado Dusi

25 - Presb. Carlos Alberto de Aquino Pinheiro,

Danyele Soary Souza, Edny Mariza Rocha Mendes Medeiros, Ida Regina Moro Milléo de Mendonça, Jane Westley Maingué Rente Pires, Karin Kutassy Lisboa

26 - Ana Maria Barcelos Silva, Tatiana Vicelli Jacob Costa

27 - Cláudia Fabrício de Melo, Cleide Fabrício

de Melo Michel, Denise Karla Maia Braga, Presb. Geraldo Ferreira Leite, Giorgio Fabiani, Giorgio Scolari, Maria Beatriz Coimbra, Vera Cristina Silva de Araújo Martinski

28 - Eduardo Angeli,

Ingrid Leonor Jansson Habitzreuter, Shirley Cyrillo Guedes, Teresa Cristina Barrozo Prugner

29 - Rosi Miriam Baroni Pereira, Luci Maria da Costa

30 - Daniel Slob,

Ronaldo Petinati, Simone Peretti Leites

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EXPEDIENTE A Revista Identidade Cristã é uma publicação mensal da Igreja Presbiteriana de Curitiba ENDEREÇO: Rua Comendador Araújo, 343 CEP: 80420-000 . Curitiba/PR CONTATO IGREJA: (41) 3224-0302 www.ipctba.org.br REDAÇÃO E EDIÇÃO: Sérgio Wesley Stauffer (MTb/PR 1780) Mônica Santanna Clayton Rucaly Gonçalves Silva Matheus Gripp Rebecca Stauffer FOTO DA CAPA: Ilustração: Álvaro Casagrande Souza CONTATO COMERCIAL: NQM - (41) 3254-6077 DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO: Teo Design Ltda. IMPRESSÃO: Gráfica Capital Tiragem: 1.000 exemplares REVISTA ONLINE: Acesse pelo issuu.com/ipcuritiba ERRAMOS: Na edição no 15, de Julho/2016, na matéria intitulada “Creche Miriam chega aos 40 anos como referência educacional em Curitiba”, o nome correto de uma das precursoras desse trabalho é Lidyoneta Bueno de Almeida e não Santos, conforme publicado. O editor pede desculpas à família Almeida.


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*Se você quiser ajudar financeiramente algum missionário ou Instituição entre em contato com lfjordao@onda.com.br

1. Indígenas 2. Ribeirinhos 3. Ciganos 4. Quilombolas 5. Sertanejos 6. Imigrantes 7. Os mais ricos dos ricos 8. Os mais pobres dos pobres

CAMPANHA DE ORAÇÃO POR 8 SEGMENTOS NÃO EVANGELIZADOS (PR. RONALDO LIDÓRIO):

Nossos motivos de oração são permanentes e repetem-se a cada semana (7 anos de oração pelo Senegal): DOMINGO. Para que uma nuvem de arrependimento paire sobre toda a nação. SEGUNDA-FEIRA. Para que os que já conhecem a Palavra tomem uma decisão. TERÇA-FEIRA. Pelo enfraquecimento da influência do “Muridismo” sobre a população. QUARTA-FEIRA. Pela quebra da influência dos feiticeiros sobre a população. QUINTA-FEIRA. Para que os crentes senegaleses sejam fortalecidos e evangelizem. SEXTA-FEIRA. Por maior unidade entre missionários, obreiros e igrejas. SÁBADO. Para que portas se abram para evangelização entre os grupos fechados ao Evangelho.

MINISTÉRIO “ORE PELO SENEGAL” – 7 ANOS DE ORAÇÃO.

DIARIAMENTE OREMOS POR NOSSOS PASTORES E POR NOSSA IGREJA!

SEX 9/9 PAULO E ELIETE Ore pela Igreja de Suazilândia. Muitas pessoas professam a fé em Jesus, mas sem transformação no entendimento. Ministramos um seminário,

QUI 8/9 MARCOS E JOSIANE Ore pela vida dos jovens indígenas com quem trabalhamos, principalmente pelos que terminarão os estudos nesse ano e retornarão para suas aldeias. Ore por nossa saúde e de nossos filhos Lucas, Sofia e Tepi, ore para que Deus nos dê sabedoria e mansidão e pela construção de um muro no alojamento que moramos, pois estamos vulneráveis.

QUA 7/9 HENRIQUE TERENA Ore pelo congresso do CONPLEI em outubro, onde teremos líderes indígenas de várias partes do Brasil, pelo término da nossa casa na aldeia, pela viagem ao Peru para a reunião das Redes Indígenas Trans Amazônicas e por suprimentos financeiros que estão abaixo do que precisamos.

TER 6/9 RONALDO E ROSSANA Em agosto ministramos um treinamento missionário no sudeste asiático com foco em plantio de igrejas em ambientes desafiadores. Pedimos que continue orando pela recuperação de Rossana, que teve a mandíbula fraturada, submeteu-se a uma cirurgia e segue em recuperação.

SEG 5/9 CLEBER E DÉBORA Ore por recursos financeiros para o aluguel de uma nova casa e para compra de equipamentos de casa. Ore, também, pelos trabalhos que temos realizado aqui em Malawi e agradeça pelo privilégio de poder servi-lo em missões transcultural e fazer parte do time de missões da IPC.

Calendário de Oração

TER 13/9 HEILER E BETHINHA Ore pelo clube da terceira idade, pelo discipulado com novos membros, grupo de mulheres que tem crescido, pela viagem do Heiler ao brasil para uma conferência em Goiânia, por nossa saúde e de nossos familiares no brasil e por nossos parceiros neste ministério.

SEG 12/9 FERNANDO E KARINA Ore pela nova jornada ministerial na Espanha e readaptação da família, especialmente de nossas filhas na escola e igreja. Ore pela minha viagem à Índia no final do mês. A entrada de missionários no país está complicada. Ore para que Deus abra as portas e eu possa dar treinamento para os mais de 100 pastores e plantadores de igrejas.

DOM 11/9 GRACI MOTA Tive a oportunidade de conhecer o Vietnã e esse povo tão acolhedor e encantador. Ore por esse povo e pelos missionários que trabalham nesse país, as leis são rígidas e muitos são perseguidos. Ore para que a Igreja continue avançando nesse país, mesmo em meio aos percalços.

SAB 10/9 JONATAS E NATASHA Ore por nossos planos de retorno à Uganda em novembro, pela saúde dos nossos filhos Gabriel e João, por nosso parceiro ministerial Pr. Safari e sua família, pelo trabalho que estamos realizando na MAIS e por provisão financeira, emocional e espiritual.

em agosto, para pastores e líderes para trazer um fundamento firme na fé. Não queremos levar apenas conhecimento, mas uma experiência real e transformadora com Jesus.


QUA 14/9 RENATA DOS SANTOS Ore por novos obreiros que trabalhem comigo, pois a tarefa é grande; por minha viagem à Ásia Central do dia 11 ao 30 de setembro para visitar obreiros e investigar novas possibilidades de envio de obreiros; pela igreja do Senhor ao redor do mundo; e por ajuda do Senhor para que eu cresça no conhecimento e intimidade com Ele.

QUI 15/9 LUCIANA CIPELLI Ore por minha saúde física, espiritual e emocional e pelo treinamento Ceflal Times do dia 7 ao 11 de setembro, que o Senhor conceda crescimento e desenvolvimento ministerial aos alunos. Estou levantando parceiros de oração e financeiros para uma viagem missionária internacional. Quem quiser fazer parte desta missão, pode me procurar!

SEX 16/9 CHARLES E SHEILA Neste semestre demos início a um tratamento de saúde, pedimos que ore por nós. Ore pelas finanças pessoais, estamos terminando o curso, mas estamos com pagamentos em atraso; pela entrada na APMT e mudança definitiva para o Nepal em 2017; e pela estadia em Brasília e busca de novos parceiros ministeriais.

SAB 17/9 LUIZ E MEIRE BITENCOURT Ore pelo 8º congresso nacional do Conplei que será realizado em um contexto de aldeia pela 1º vez, em outubro. Ore para que mesmo sem a estrutura para o conforto da carne, todos tenhamos o conforto e renovo do Espírito Santo.

DOM 18/9 PATRICK E ELAINE SCHERRER Agradeça conosco pelas famílias que temos nos relacionado. Ore pela vida da Samira, para que ela continue com o interesse de aprender mais do nosso Mestre, pela recuperação da Elaine em virtude de uma recidiva de toxoplasmose ocular e por sabedoria no aprendizado da língua local.

SEG 19/9 WELLINGTON E DENISE Ore por um envolvimento maior de igrejas e bases da Jocum com o Bíblia em Cada Casa, para investimento das igrejas no discipulado dos novos convertidos pelo trabalho realizado nas Olimpíadas, pela publicação do meu livro e pelo desafio financeiro e provas de seleção para o Danilo cursar o seu mestrado em Paleontologia em Zurique.

DOM 25/9 EMERSON E ROSILANE Ore pela equipe de trabalho que está no Nepal e pela comunidade cristã naquele país, por provisão para que eu consiga regularizar as contas ministeriais e pela nova sede ministerial que temos que alugar no Nepal. Ore, também, pela família missionária na Nova Zelândia.

SAB 24/9 DANIEL E PATY Ore por Samira, aluna do projeto, que tem sofrido violência doméstica e nos pediu ajuda; por três famílias sírias, refugiados de guerra, que estamos ajudando com o aluguel de um apartamento. Uma delas aceitou estudar o Evangelho; pela volta às aulas dos meninos e compra dos materiais escolares; e por nossa saúde (Daniel e Paty).

QUA 28/9 ZAZA E NETO Ore por nossa saúde, pela legalização de Retalhos de Esperança no Brasil e na Espanha, pelo trabalho com refugiados e imigrantes, para que possamos ser instrumentos de Deus no processo de acolhimento e proclamação da Palavra e por uma amiga Tunisiana que está enferma.

TER 27/9 TIBÉRIO E MASHA Ore por nossos ministérios e pela vida das pessoas que tem participado, por nossa família, proteção, saúde e finanças, pelos estudos no Seminário e pela viagem que faremos ao Brasil no final desse ano. Que Deus proveja os recursos necessários e que seja um tempo bom de renovar as energias e visitar nossos parceiros e família.

SEG 26/9 ANITA E ELI TICUNA Ore pelo fortalecimento da fé dos batizados e pelo missionário Ignácio e família, por força e saúde. Ore, também, pelo novo trabalho realizado na aldeia de São Domingo, pelo cacique Oscar e moradores de lá, em especial pelo crescimento de cada um na vida cristã.

TER 20/9 ELENICE BARROS Agradeça a Deus comigo pelas oportunidades de compartilhar o Evangelho, pelo suprimento das necessidades e pelos parceiros de jornada. Ore por sabedoria no pastoreio dos adolescentes e famílias e por saúde física e emocional.

QUA 21/9 ABELARDO NOGUEIRA Ore pelo projeto Caminho no Nordeste, agradeça pelo curso de artesanato e ore pela viagem que faremos em 2017. Ore, também, pelo encontro que teremos nesse mês do projeto Fé na Estrada e pelo projeto Redenção.

QUI 22/9 DANIELA E JOCELEI Ore pela ETED, vida dos alunos e obreiros e por tudo que Deus está trabalhando em suas vidas. Ore pelo prático da escola que será no interior do estado, sertão e comunidade quilombola, por reestruturação física e espiritual da base Jocum Aracaju, pelos trabalhos de plantação de igrejas no sertão e projeto de artesanato Bonecas&Cia.

SEX 23/9 GLADSTON E ESTHER Ore por nosso retorno a Lesbos. Recebemos um convite da EuroRelief, Organização Humanitária Grega, para iniciar um trabalho de atividades dentro do campo de refugiados e é uma ótima oportunidade de acompanhar as famílias e influencia-las através da nossa vida. Pretendemos ficar até dezembro. Ore por todo esse tempo lá!

QUI 29/9 LEONIZA E MARKUS Ore por nossa adaptação aqui no Amazonas como família e pelo novo ministério junto ao povo Nadëb do Rio Negro. Já estamos visitando algumas aldeias e criando relacionamentos com o povo daqui. Que Deus fortaleça nossos laços e nos use como instrumentos dEle.

SEX 30/9 CLAUBER E DEONORA Ore por nós como família, que o Senhor nos anime e capacite a cada dia para o Seu serviço e por ânimo e proteção para os nossos missionários Mayuruna que estão construindo o templo da igreja recémplantada na aldeia Mayuruna Flores.

SAB 1/10 FAMÍLIA RIOS CELESTE Ore por nossas filhas e pelo estudo de tantas línguas ao mesmo tempo (inglês, árabe e francês), pelos encontros de um grupo local de cristãos que estamos coordenando, por nossa saúde e proteção.

DOM 2/10 ALCERIS E ARLENE Ore por nossa família, saúde e para que Deus nos dê sabedoria e direcionamento na coordenação do Conplei. DILMA E RICARDO BRUNO Ore pela saúde da família, pela Igreja Indígena de Santa Isabel e por novas parcerias para expansão do ministério.


Notícias do Campo A TODO VAPOR Estamos em Malawi há mais de dois meses e estamos muito alegres por poder voltar à ativa no centro da vontade de Deus em Missões Transculturais na África. Débora está caminhando bem para, em breve, iniciar o curso de costura com as mulheres da comunidade de Chigumula, conseguiu consertar uma máquina velha que tinha aqui com R$70,00 e comprou uma máquina elétrica nova na promoção por R$400,00. Ela também comprou tecido e fez algumas roupas e carteiras para vender e conseguir resgatar esse investimento que fizemos com nossos recursos, ao todo R$1.000,00 até agora. A máquina Singer manual nova, que é a melhor opção para montar a classe de aula, custa R$1.000,00. A Débora está sondando para ver como pode adaptar máquinas mais simples ao projeto. Daniel, diretor da JOCUM aqui, me confiou algumas responsabilidades para esse semestre e sigo no aprendizado do inglês. Temos impresso o evangelho de Marcos na língua local Tchechewa e um aplicativo de celular para marcar as casas que estão recebendo essa porção da Bíblia. Semanalmente saímos pelas comunidades fazendo essa distribuição e pelas ruas e feiras proclamando o Evangelho e orando por enfermos. Diariamente estou estudando o Evangelho de Marcos com os pedreiros que estão construindo o Centro de Atividades Comunitárias aqui na JOCUM. São em média 15 homens todos os dias e tenho ajudado Daniel supervisionando a construção, tenho aprendido muito. Em julho tive uma reunião com Jan Strydom, um dos diretores internacionais do ministério Crown Internacional. Ele me treinou no Career Direct e Personality ID da UDF, no Brasil, há 2 anos. O Crown tem uma base missionária aqui muito atuante nas 3 áreas que eles se dedicam: Negócios, Carreira e Administração Financeira. Eles têm uma fábrica de queijo, uma cooperativa de mel e uma fazenda de uma planta medicinal chamada Moringa. Negócios bem-sucedidos e autossustentáveis que se tornaram modelo no serviço Cristão de Negócios. Tenho aprendido muito com eles. Espero ser útil à Igreja a partir desse aprendizado. Israel é um pastor brasileiro, está aqui há 6 anos e trabalha com Assembleia de Deus Madureira. Estive com ele pregando em uma congregação a cerca de 80Km descendo o vale no Distrito de Thyolo - Vila de Phali. Foi um tempo muito abençoado com a igreja e em outros domingos estivemos em uma congregação internacional que se reúne no ministério Crown. Estamos morando em uma casa que foi alugada por uma família americana que tem 6 filhos, eles também servem em missões há alguns anos e agora estão ingressando na JOCUM. Eles saíram há cerca de dois meses para

os EUA e de lá iriam para a África do Sul fazer a ETED, mas os planos mudaram e eles estão vindo fazer a ETED aqui mesmo em Blantyre. Por isso, precisaremos comprar carro, fogão, geladeira, colchões, máquina de lavar roupas e alugar uma casa. O aluguel das casas mais baratas aqui gira em torno de R$3.750,00 por trimestre e o pagamento deve ser adiantado. Tenho alguns quadros que pintei e estão à venda. Um está em Curitiba e os outros estão aqui comigo, mas uma amiga vai daqui para o Brasil e poderá levar a tela enrolada dentro de um tubo. Caso queira comprar entre em contato, as fotos estão no meu perfil no Facebook. Cléber e Família DE VOLTA À UGANDA Temos passado por diversos desafios na caminhada, mas ao encararmos isso, temos depositado nossa confiança no Senhor, aquele que nos chamou e caminha conosco por onde quer que formos. Sabemos que teremos a vitória nEle e por Ele, por isso não desanimamos em meio às dificuldades. Muito se fala em crise e, de fato, vivemos tempos difíceis no Brasil e no mundo, mas queremos sempre olhar para nosso Deus que pode nos dar vitória. Passamos um susto recentemente com um acidente do pai do Jonatas, que passou vários dias no CTI em Belo Horizonte. Jonatas foi à BH em agosto para apoiar a família e ajudar o pai, que agora está se recuperando em casa, graças a Deus! Pedimos que ore pelo Sr. Eli e nossa família. Em julho, Jonatas fez uma viagem para a Uganda. A viagem foi uma bênção e Deus usou o Jonatas para ministrar em vários lugares, estar com nossos parceiros e amigos e ainda confirmar muitas coisas para os nossos corações. Estamos trabalhando com o plano de retornarmos à Uganda em novembro e precisamos dar duro para isso. Temos alguns desafios que aos olhos humanos parecem grandes demais, mas sabemos que Deus já está preparando tudo e contamos com suas orações e apoio. Precisamos comprar nossas passagens ainda nesse mês. Uganda é um local onde dificilmente são oferecidas promoções aéreas. Temos um valor aproximado de cinco mil dólares. Além disso, temos orado para que o João possa estudar em uma escola internacional para melhorar sua convivência social e habilidades de comunicação. Ele também terá de fazer uma readaptação de língua, do português para o inglês, e a escola seria muito importante para esse fim. O valor aproximado anual da escola é de três mil dólares. Devido à desvalorização cambial e a inflação na Uganda, tivemos cerca de 35% de perda no nosso sustento mensal, desde 2014. Temos a necessidade e o desafio de acrescermos mais 500 dólares em nosso

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sustento mensal. Aqui em Curitiba continuamos no escritório da MAIS no Brasil ajudando com atividades diversas. Ore pelos diversos exames, check ups e consultas médicas que estamos vivenciando neste momento e por todos esses desafios que temos pela frente. Contamos com você em oração por nossa família neste processo de mudança e desafios. Jonathas e Natasha O CHEIRO DO VIETNÃ Eu sabia pouca coisa sobre o Vietnã. Sabia um pouco sobre a guerra, sabia que os vietnamitas usavam um chapéu bonito e que no Vietnã a carne de cachorro fazia parte das guloseimas. Não era muita coisa. Meu contato com esse país sempre foi por meio de filmes e algumas aulas de história. Antes de chegar lá, imaginei que iria encontrar um povo carrancudo, já que a guerra acabou há somente quatro anos. Ou seja, as pessoas que lutaram estão por todo o lado, senhores e senhoras com marcas gritantes de uma guerra que matou mais de um milhão de vietnamitas. Achava que o Vietnã cheirasse a resquícios de guerra e rancor e que era uma terra de gente que simplesmente sobrevive. Mas o cheiro que senti aqui foi outro. Aqui tem cheiro de vida, de certeza, de trabalho, de esforço. Cheiro de gente que quer viver e quer ser feliz. Aqui tem muito mais cheiro de vida do que de morte, muito mais cheiro de recomeço do que de destruição. Os vietnamitas fazem do Vietnã um país acolhedor e encantador! Mesmo vivendo nas garras ingratas do comunismo, o vietnamita se espreme para sair do quadrado e se afastar do controle em massa imposto pelo governo. Depois da guerra, o Vietnã recebeu muita ajuda de outros países para erradicar a pobreza. Em 1993, mais de 60% da população vivia abaixo da linha da pobreza com menos de 1 dólar por dia para sobreviver. Em 2004, esse número caiu para 20% e hoje são apenas 10%. O país ocupa o 20°lugar na Classificação da Perseguição Religiosa. As leis são rígidas e claras quanto a religião e reuniões. Muitos dos nossos irmãos estão em campos de concentração e trabalhando sob muita pressão, especialmente nas vilas e cidades pequenas onde o governo tem maior chance de controlar as pessoas. Apesar de tudo isso, as coisas continuam acontecendo, o Reino continua de pé, a noiva de Cristo continua avançando. Com todos os percalços, com toda a perseguição, mortes e injustiças, a noiva de Cristo no Vietnã continua cumprindo seu propósito, caminhando e olhando para frente, esperançosa, ansiando e desejando o dia de se encontrar com Aquele que vem! Ore pelo Vietnã. Graci Mota


Único refugiado religioso do Marrocos no Brasil, vem à Curitiba Irmão Mehdi será um dos preletores da 18ª Conferência Missionária da IPC, de 28 a 30 de outubro Mehdi nasceu, cresceu e foi educado para ser o Primeiro Conselheiro do Rei do Marrocos, cargo ocupado por seu pai e que já pertenceu ao seu avô. Em 2009, depois de estudar por quatro anos em Paris, na França, voltou ao seu país para fazer um curso de especialização em Teologia Islâmica, cumprindo a última etapa da sua formação para ser o principal protetor do Alcorão em seu país. O tema do seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), escolhido por seu orientador, foi uma comparação entre os ensinamentos do Alcorão e o Evangelho de Lucas. Até então, o jovem nunca havia lido qualquer trecho da Bíblia. E foi estudando comparativamente e com olhar crítico o relato de Lucas, durante 90 dias, que Mehdi converteu-se a Cristo. Ao final do curso, em 2013, fugiu do seu país e chegou ao Brasil no dia 4 de agosto daquele ano, dia em que completava 25 anos de idade. Mehdi é o primeiro e único

marroquino refugiado religioso da história do Brasil e estará em Curitiba no próximo mês para participar da 18ª Conferência Missionária da Igreja Presbiteriana de Curitiba, de 28 a 30 de outubro. Irmão Mehdi, como ficou conhecido, acaba de lançar o livro “Eu era cego e agora vejo”, no qual conta a sua história de conversão. De produção independente, o livro é um resumo de 250 páginas escritas em árabe clássico, na qual ele descreve a realidade do seu país, fala da influência político-religiosa da sua família e conta como descobriu as verdades do Evangelho. “Não tive uma visão ou uma revelação. O meu sonho, inclusive, é sonhar com Jesus e poder vê-lo. Eu me converti a partir da construção de vários conhecimentos adquiridos dos estudos comparativos entre o Alcorão e o livro de Lucas. A intenção do meu orientador é que eu criticasse o Evangelho. Cheguei a

escrever meu TCC, mas não o entreguei, pois a conclusão dele foi de que Jesus era o salvador da minha vida”, conta Mehdi. Segundo Mehdi, o amor de Jesus foi a primeira informação do Evangelho que mexeu com ele. “No Alcorão, aprendemos a amar um muçulmano fiel e a nossa família, mas a lei é olho por olho e dente por dente. Em Lucas, Jesus ensina a amar os inimigos, a fazer o bem a quem te odeia, a orar pelos que o caluniam, a oferecer a outra face e a entregar a túnica para quem lhe tirar a capa. Eu nunca tinha ouvido falar ou imaginado algo tão profundo como esse amor que Jesus viveu e ensinou. De imediato senti que aquelas não eram palavras apenas de um projeto. Só o Deus verdadeiro pode dizer e viver isso”, relata. Hoje, Mehdi é casado com uma missionária brasileira e é professor na Missão Evangélica Árabe do Brasil, em Foz do Iguaçu (PR).

Para esclarecer: tanto nos países árabes, como no Oriente Médio existe um sistema em que religião e política andam lado a lado, ou seja, não tem como falar de religião sem falar de política e vice-versa. As leis que regem o país não são somente as leis humanas, mas são as leis do Alcorão. No Marrocos (...), é o Rei que seleciona quem vai liderar a religião. Assim, ele mesmo tem acesso a todas as informações que são passadas aos fiéis e aos não fiéis. Para o Rei, é importante mostrar que no Marrocos não existe um islamismo radical antigo, mas sim um islamismo liberal, como eu gosto de dizer: “um islamismo chique”. Isso me parece tão contraditório, uma vez que se alguém é pego com uma Bíblia, por exemplo, a lei determina dois anos de prisão. Tão somente se você andar com uma Bíblia na mão. E essa lei vem do governo “não radical”. Temos outra lei engraçada, que diz: “se alguém falar de outra religião que não seja a islâmica com um marroquino”, são cinco anos preso. Sendo assim, fica evidente que não existe a possibilidade de ter uma igreja, ou Bíblia, ou pregadores, ou missionários andando pelas ruas. No Marrocos se você vive, ou fala, ou conhece o Evangelho você vai para prisão recebendo pena igual ou maior do que um ladrão. Mas foi nesse lugar, dentro dessa família, debaixo dessa lei, nessas condições, que em um dia que ainda consigo lembrar tão claramente, Jesus me encontrou e me salvou. Hoje estou escrevendo esse livro para mostrar o que acontece quando um homem se encontra com Deus verdadeiramente e o preço que é necessário pagar.”

“Acorda meu filho, Allah está esperando um verdadeiro adorador”. Assim meu pai me acordava às três e trinta da madrugada para orar e, em seguida, partir para uma grande biblioteca da casa para decorar o Alcorão junto ao meu avô. Logo, minha mãe já nos esperava com o café na mesa, orgulhosa e com carinho se despedia de mim, que sem voltar pra cama seguia para escola. Passei minha infância numa rotina incessante de oração, disciplina e memorização do Alcorão. Nasci numa família extremamente religiosa, mais do que você pode imaginar. Sou o filho mais velho de três irmãos. Sendo assim, assumo total responsabilidade depois do meu pai, fato completamente comum no país. O filho mais velho simboliza o próprio pai em sua ausência. Eu sempre tive o dever de ser um exemplo para meus irmãos. Para mim, ser como meu pai era muito fácil, pois sempre o admirei. Seguia seus passos pensando em tocar em sua sombra para “pegar” um pouquinho do seu jeito. Quando ele saía de casa rumo à mesquita, eu observava seu modo de se vestir, de falar, de caminhar e desejava de todo meu coração ser como aquele homem. Meu pai não é somente um homem religioso que segue à risca as leis do Alcorão. Não é somente um pai que quer ver os filhos crescendo nas leis islâmicas por mera tradição. Não é um líder religioso de uma mesquita, nem um líder religioso de uma cidade. Meu pai é, simplesmente, o líder de todas as leis que são dirigidas para todas as mesquitas do Marrocos, pois todas elas estão sob a liderança do meu pai que um dia sucedeu meu avô.

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Refugiados recebidos pela MAIS já encontram novas perspectivas no Brasil Obreiros contam histórias de gente que encontrou o refúgio que precisava com o apoio de igrejas locais Na edição de março deste ano, Identidade Cristã mostrou aos seus leitores o projeto Cidade de Refúgio, da Missão em Apoio à Igreja Sofredora (MAIS), que em julho passado começou a receber os primeiros refugiados sírios em sua nova sede, no município de ColomboPR. A revista voltou à MAIS para saber como os refugiados estão se adaptando ao novo lar. Identidade Cristã conta essa história sob a ótica e relato dos obreiros da MAIS, responsáveis pelo acolhimento, acompanhamento e capacitação desses refugiados para suas inserções no Brasil. Igor Tristão faz parte da equipe Renovare, que cuida do acolhimento dos refugiados, e é o responsável pela relação entre a MAIS e as igrejas parceiras e congregações interessadas em ajudar. Ele é o primeiro a contar a história de um acolhimento que já teve final feliz. “Um dos nossos primeiros acolhimentos foi de uma família síria, composta por pai, mãe, dois filhos e um tio, irmão do pai. Eles chegaram no final do ano passado ao Brasil e foram para uma pequena cidade do Rio Grande do Sul. Neste ano, ajudamos a recolocar essa família na região metropolitana de Curitiba”, conta. A MAIS selecionou uma casa para a família morar em São José dos Pinhais e identificou uma comunidade cristã local que pudesse recebe-la. “Hoje, essa família está trabalhando com a venda de comida típica e os filhos já começam a estudar em escola regular. Eles se adaptaram muito

rápido. Os vizinhos contam que eles já estão construindo amizades, as crianças já falam bem o Português e a comunidade cristã tem sido um fator importante nessa adaptação”, destaca. Para garantir a segurança e preservar a intimidade das pessoas e famílias, a MAIS evita a exposição dos refugiados. É o caso do pastor de uma Igreja Presbiteriana do Paquistão que pediu asilo ao Brasil e desde que chegou ao país tem mantido sua identidade em sigilo. Esse pastor participou, em junho passado, do Converge realizado pela MAIS na IPC e, durante o evento, falou sobre a perseguição religiosa no seu país e de como foi acusado de blasfêmia por um morador local. Como não conseguiu uma defesa justa no tribunal (muitos advogados preferem não defender cristãos) e não negou a Cristo, foi ameaçado de morte e teve que fugir às pressas do país, deixando sua família e a igreja para trás. No Paquistão, as pessoas acusadas de blasfêmias morrem apedrejadas ou queimadas e sua família e amigos (no caso do pastor isso inclui também a própria igreja) também correm risco de terem o mesmo destino. Igor também relata o caso de dois rapazes que não são parentes, mas moram juntos em Curitiba. Eles estavam em São Paulo, perdidos e sozinhos, e pediram ajuda à MAIS, que os trouxe para a Cidade de Refúgio, onde estão aprendendo sobre a cultura local e a língua Portuguesa. “Esses dois aprendizados – cultura e língua – são essenciais para a adaptação

deles no Brasil”, relata. Outro desafio, é o acolhimento em uma comunidade cristã local, que os façam sentir em casa. Na Síria, grande parte desses cristãos eram ortodoxos ou protestantes. No Brasil, a situação é um pouco mais complexa. Além de poucas comunidades cristãs ortodoxas, há centenas de denominações protestantes com suas peculiaridades. Segundo Igor, muitas vezes os refugiados têm dificuldades na adaptação à liturgia da igreja ou mesmo aos seus valores. “Como a MAIS tem parceria com várias igrejas, buscamos sempre uma comunidade que seja mais próxima fisicamente e que corresponda um pouco ao que eles já estão habituados. Eles sabem, porém, que são livres para escolher outras comunidades para congregar, sem constrangimentos”, explica. Além da adaptação, ensino da língua e acolhimento espiritual, a MAIS tem uma preocupação com a capacitação profissional dos refugiados para sua inserção no mercado de trabalho ou desenvolvimento de uma atividade que lhes garanta sustento. Há muitos refugiados com formação universitária e boa qualificação profissional, mas que não conseguem exercer sua profissão no Brasil. Por isso, uma das frentes de atuação da MAIS é a de tentar validar os diplomas desses refugiados no país. Outra frente é a promoção de cursos profissionalizantes de rápida duração para capacitação da mão de obra.

Interessados em ajudar nesse trabalho podem entrar em contato pelo telefone (41) 3619-8185 ou pelo e-mail contato@maisnomundo.org.

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Muita gente já ouviu falar em extraterrestre, mas pouca gente já viu um. Muita gente sabe que o mel silvestre produzido pelas abelhas melíferas selvagens da Bachquíria, na Rússia, é um dos mais raros do mundo, mas poucos já experimentaram seu sabor, até porque o quilo do produto chega a custar até 200 euros. Na Igreja Presbiteriana de Curitiba (IPC) também tem muita gente que já ouviu sobre discipulado, mas poucos sabem definir exatamente o que é e como ele se dá numa comunidade de fé. Os estudos e práticas sobre discipulado têm sido cada vez mais frequentes entre os jovens da IPC. Para alguns jovens, o exercício da fé mudou completamente depois que começaram a caminhar com alguém. Identidade Cristã foi buscar essas histórias e ouviu a liderança pastoral da Igreja para explicar o que é discipulado e como isso pode ajudar no crescimento, união e fortalecimento do Povo de Deus. A prática do discipulado individual, quando duas pessoas começam a caminhar juntas e a exercitar juntas a vida cristã, não é nova na IPC, mas nunca chegou a fazer parte da cultura da comunidade local. Quando chegou na Igreja, o pastor Davi Nogueira perguntou para a liderança da Juventude como funcionava o discipulado entre os membros da UMP (União de Mocidade Presbiteriana). “A maioria relatou que escolhia alguém em quem confiava e passava a se encontrar semanalmente para conversar sobre a vida e sobre alguns dilemas pessoais. Então, oravam e tocavam a vida”, relembra. Desde então, Davi tem notado que a falta de discipulado tem provocado algumas carências na formação do caráter cristão, da consciência da missão e na compreensão eclesiástica missional de restauração integral na liderança da Juventude e em outras áreas da IPC. Por isso, desde janeiro desse ano, decidiu iniciar uma espécie de “força tarefa concentrada de discipulado”. “Resolvi começar uma caminhada mais próxima com algumas lideranças da nossa Igreja, com o objetivo de juntos, compreender melhor o que significa ser discípulo de Jesus", explica. A primeira iniciativa foi iniciar o discipulado "tete-a-tete" com a liderança da Juventude. Em seguida, Davi alinhou o discurso e os métodos deste processo com toda a equipe pastoral, especialmente com as missionárias Elenice de Barros e Luciana Cipelli, que lideram os trabalhos com as crianças e adolescentes da Igreja. “Depois, comecei a dar uma nova cara para a antiga classe de Escola Dominical sobre Fundamentos Teológicos, que passou a ser sobre Fundamentos Teológicos para o Discipulado, na tentativa de trazer reflexões que apontam mais para a prática e para o cotidiano, do que para os dogmas e fundamentos da nossa fé. A ideia é ajudar a entender como o que nós cremos pode fazer sentido em nossa vida, de modo simples e prático, e não somente teologicamente falando", explica o pastor. Uma outra frente para exercitar o discipulado na IPC surgiu neste ano, com o início da organização do Ministério de Esportes. “Quando surgiu a ideia desse projeto, reunimos as pessoas interessadas e começamos uma série de encontros quinzenais para estudarmos o que a Bíblia nos ensina sobre o que significa ser um ministério, no que isso consiste, como isso acontece e quais as implicações e prerrogativas disso. Desses encontros, surgiu, espontaneamente, um processo de Discipulado, onde temos estudado mais profundamente alguns valores como Serviço, Adoração, Evangelização e Missão, buscando entender o que tudo isso significa para nós”, relata Davi. Todas essas experiências têm incomodado o pastor Davi sobre a necessidade e a importância de desenvolver um programa de Discipulado para toda a liderança da IPC, projeto que já está em fase de construção, visando a formação de discipuladores, que formarão novos discipuladores.


Para alguns membros da IPC, a prática do Discipulado já é uma constante na sua prática de fé. E, normalmente, isso resulta em um processo em cadeia. Como na música “Flor da Idade”, de Chico Buarque, que diz que “Carlos amava Dora, que amava Lia, que amava Léa, que amava Paulo, que amava Juca, que amava Dora, que amava Pedro”, a prática do Discipulado também provoca algo parecido: Davi que discípula Elenice, que discípula Amanda, que discípula Rhailyne, que discípula Eduarda. “Eu comecei a fazer Discipulado em 1997, aos 29 anos de idade, e nunca mais parei”, conta a missionária Elenice Barros. Ela se converteu em 1996 e logo que começou a frequentar a 1ª Igreja Presbiteriana Renovada de Maringá sentiu-se incomodada a trabalhar com crianças e adolescentes. Conheceu o ministério King’s Kids, de Jovens Com Uma Missão (Jocum), participou de sua primeira campanha e criou um Grupo da Rede na sua comunidade. “Foi com King’s Kids que eu aprendi o que é Discipulado e a importância dele para a caminhada cristã”, revela. Durante anos, Elenice foi discipulada por Moisés Duarte Neves, fundador de King’s Kids Brasil e já falecido. Para ela, Discipulado é “caminhar junto, é viver e exercitar o Evangelho na sua prática diária. Por isso, o discipulador é alguém que ajuda, encoraja, consola, mas também puxa a orelha, pois é alguém que ajuda o discípulo a resolver seus conflitos morais e existenciais à luz da Bíblia, tendo sempre Jesus como modelo”, resume. Com anos de ministério, Elenice já discipulou muitos adolescentes e jovens e faz um alerta: o discípulo tem que ser parecido com Jesus e não com o discipulador. Ela afirma já ter visto discipuladores que, por vaidade, gosta de ter discípulos que andam como ele, falam como ele e até se vestem como ele. “Isso não é saudável, nem bíblico, pois causa dependência emocional e pode fazer o discípulo tropeçar”, afirma. E foi justamente a diferença que atraiu Amanda Stallmach (23) até Elenice. Natural de Apiai (SP), Amanda chegou na IPC em 2011. “Procurei a Elenice como discipuladora por suas características de amor, carinho, emoção e compaixão. Eu sou uma pessoa muito racional e dura, que entre a misericórdia e a justiça de Deus, sempre fico com a justiça. A Elenice tem me ajudado a ter mais misericórdia”, conta. Além dessas diferenças complementares, Amanda confessa que, longe de casa, sozinha e em crise, precisava ser amada e o Discipulado foi essencial para ajudar na fase de transição, adaptação e consolidação da sua presença em Curitiba e na IPC. Assim, durante quatro anos, Amanda foi discípula, até que foi desafiada a se tornar discipuladora. Foi quando a Rhailyne Eler (21) surgiu na vida dela. As duas se conheciam, mas não eram amigas próximas na UMP. Rhailyne iniciou seu Discipulado com outra jovem, Jesecca Almeida, que já chegou a discipular cinco pessoas simultaneamente. Mas, quando Jesecca começou a namorar Matheus, irmão de Rhailyne, esta entendeu que poderia caminhar com a nova cunhada sem que ela exercesse a função de discipuladora na sua vida. Assim, começou a orar e a buscar uma nova pessoa para caminhar junto. Durante um acampamento dos jovens, Amanda testemunhou que estava disposta a iniciar uma caminhada com alguém. Rhayline, que já tinha considerado o nome dela, viu nisso uma resposta de Deus e as duas começaram a caminhar juntas. Para ela, discipulado é compartilhar a vida, confessar pecados e tirar dúvidas. “Pedir perdão para Deus é uma coisa. Mas confessar seus pecados para outra pessoa é muito mais difícil. Essa prática acaba por nos constranger ainda mais do pecado e nos ajuda a controlar ainda mais a nossa carne”, destaca. Introspectiva por natureza, Rhayline afirma que o discipulado a ajudou a se abrir mais, a buscar mais as boas práticas do Evangelho e a desenvolver a confiança em outra pessoa, pois aprendeu a se abrir completamente sem medo de ser julgava ou mesmo rejeitada. Assim, no final do ano passado, ela começou a discipular a adolescente Eduarda Costa, que em poucos anos vai estender essa corrente.


Identidade Cristã entrevistou os Reverendos Juarez Marcondes Filho e Davi Nogueira, pastor efetivo e auxiliar da Igreja Presbiteriana de Curitiba, respectivamente, sobre Discipulado. Duas visões de um mesmo tema, que ajudarão os leitores a entender melhor o tema e a buscar alguém para caminhar junto.

IC – O que é discipulado? Rev. Juarez – É a estratégia de desenvolvimento e expansão do Reino de Deus deixada por Jesus. O Mestre foi absolutamente claro: "Fazei discípulos de todas as nações". Disto depende a continuidade de Sua Obra. Rev. Davi – Discipulado, primeiramente, foi o convite feito por Jesus aos seus “talmidim” (seguidores/discípulos em hebraico) a passarem andar em sua companhia, tornando-se “pescadores de homens” (Mt 12.23). Trazendo para os nossos dias, dentro da dinâmica da Igreja, é uma caminhada através da qual conhecemos a Deus “na prática”, no dia-a-dia, a cada experiência, em cada circunstância e em cada desafio. Por conseguinte, acabamos por conhecer ainda mais profundamente a nós mesmos e a maneira como nos relacionamos com Deus e com o próximo. De alguma forma, o discipulado também acaba sendo um caminho de “libertação” do velho homem, aquele que “vivia no pecado”, de tudo quanto o oprimia e corrompia, por meio da (re)descoberta da santidade e seu significado natural e original. IC – Qual a necessidade do discipulado na vida do cristão? Rev. Juarez – O crente necessariamente é um discípulo de Cristo. Ou será um bom discípulo, ou será um discípulo que deixa a desejar. Não há como não ser discípulo de Cristo e afirmar-se crente. Rev. Davi – É fundamental, básico, imprescindível, profundamente necessário e indispensável, uma vez que se pode dizer que está implícito no “ser cristão”, o “tornar-se discípulo de Jesus”, e ser discipulado. IC – Existem modelos de discipulado? Rev. Juarez – Com certeza! O próprio Senhor Jesus aplicou vários modelos. Jesus não tinha somente 12 discípulos. Multidões o seguiam, tratava-se de um tipo de discipulado mais amplo. Certa ocasião, enviou 70 discípulos, os quais certamente receberam uma instrução mais aprimorada. Dentre os doze que caminharam três anos com Jesus, reconhecemos que três receberam um

tratamento diferenciado: Pedro, Tiago e João. No exercício do ministério pastoral, temos experiência assemelhada. A Igreja como um todo está sendo discipulada, alguns apenas de uma forma mais geral e outros buscam um tratamento mais especializado. Temos que buscar atender a todos. Crentes mais amadurecidos na fé, da mesma forma, são referência discipuladora para toda a Igreja e, ao mesmo tempo, exercem um discipulado mais específico com alguns irmãos.

estabelecer laço de amizade e confiança.

Rev. Davi – Sim. O que não quer dizer que todos estes “modelos” alcancem, de fato, o objetivo do discipulado: formar discípulos de Jesus.

IC – Como esse tema é tratado ao longo da história? Rev. Juarez – Há um livro com um título muito sugestivo: A Arte Perdida de Fazer Discípulos. Fica, sim, a impressão que a Igreja olvidou por séculos o mandado primordial que Jesus nos deixou. Na verdade, o discipulado não ficou esquecido nestes 2000 anos. Sempre houve quem estivesse correspondendo à ordem divina. No entanto, em nossos dias, há um renovado interesse na matéria. Que continuemos firmes neste propósito.

IC – Quem discipula quem? Rev. Juarez – Primeiro de tudo, estejamos certos que somos discípulos de Cristo! Ninguém pode ser discípulo do pastor ou discípulo do presbítero. Somos discípulos de Cristo. Isto posto, sempre estamos transmitindo a vivência cristã, geração após geração, como vemos em II Timóteo 2.2. Resolvida essa questão, quem se acha mais experimentado na fé orienta os passos dos que estão em processo de amadurecimento. Um bom exemplo disto é dado em Tito 2.3-5. Rev. Davi – Um discipulador precisa ser “maduro na fé”, o que significa ser conhecedor dos princípios básicos e elementares da fé cristã ensinados pela Bíblia. Precisa saber como aplicá-los nas circunstâncias que surgem ao longo do caminho e colocá-los em prática. Precisa ser experiente, o mínimo necessário, na caminhada da fé, disposto a compartilhar e a contribuir para a formação do caráter, da maturidade e da vocação do novo discípulo. E o discípulo é aquele que se percebe como alguém que tem carências e demandas pessoais, especialmente aquelas que surgem do processo de conversão, e que, portanto, carece de alguém que o auxilie no crescimento e amadurecimento de sua fé. IC – Discipulador, educador, psicólogo, professor ou amigo? Rev. Juarez – De tudo um pouco, mas é de fundamental importância que aquele que discipula não se sinta acima de qualquer condição. É essencial

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Rev. Davi – Quando o processo de discipulado se estabelece entre discipulador e discípulo, o relacionamento entre ambos acaba se tornando um lugar de troca de experiências, de testemunhos, de quebrantamento e de aprendizagem, onde ambos se tornam, um para o outro, em determinados momentos, um pouco de cada coisa, inclusive educador, psicólogo, professor e amigo.

Rev. Davi – A história da igreja e o caminho do discipulado se divide em muitas fases, cada uma com suas peculiaridades. A própria formação do Cristianismo é uma história de muitas pontas, contada desde a Igreja Primitiva, narrada no livro de Atos dos Apóstolos, até as igrejas contemporâneas, com seus modelos litúrgicos dos mais diversos e teologias multidisciplinares. No entanto, onde se fala de fé cristã, deve-se falar em discipulado. A Igreja de Jesus é composta por seus discípulos. Apesar disso, devemos reconhecer que a religiosidade que tomou conta de muitas fases históricas da igreja, empurrando a fé cristã para uma espiritualidade mais litúrgica do que prática, mais ritualística do que encarnada, deixou lacunas abertas que precisamos, como igreja atual, buscar preencher pelo caminho do discipulado. Em outras palavras, creio que ainda deixamos muito a desejar em nossa compreensão do que significa o Discipulado e seu lugar imprescindível no desenvolvimento de uma fé autêntica em Jesus, que nos constituiu, antes de qualquer outra coisa, por meio de sua graça e amor, seus discípulos. E precisamos nos dar conta disso, voltando-nos urgentemente, cada vez mais, à prática do discipulado, no cotidiano da igreja.


Celebrando as Boas Novas na família, na Igreja e na sociedade O Ministério Havvah promove no próximo dia 1º de outubro o seu sexto Encontro de Mulheres, das 14 às 19 horas, no Hotel Bristol Brasil 500, na rua Desembargador Motta, 1499, fundos do Shopping Curitiba. Estão sendo aguardadas 100 mulheres para ouvirem e debaterem sobre o tema “Celebrando as Boas Novas”. “Vamos falar sobre como nós, mulheres, podemos viver essa boa nova e sermos testemunhas dela na vida dos nossos filhos, maridos, amigos e Igreja. Queremos tratar de frente os desafios diários da nossa caminhada feminina e criar laços para que possamos dividir nossos fardos, contando umas com as outras”, afirma Fernanda Tisi Jatobá, uma das organizadoras do evento. As preletoras convidadas para o novo encontro do Havvah são Ana Maria Martins, da Igreja Presbiteriana República, e Denize Piazza, da Igreja Presbiteriana do Guabitoruba. “Esse é um tempo que planejamos

com muito carinho e cuidado, pois as mulheres, hoje, estão carentes de tempo para elas. A rotina na Igreja, na família e no trabalho tem nos consumido e o Havvah quer proporcionar esse momento de descontração, compartilhamento e aprendizado”, destaca Fernanda. Ela afirma que, em todos os encontros anteriores, as participantes tiveram oportunidades de ouvir grandes testemunhos e ver grandes transformações de vidas, com muitos milagres sendo realizados, especialmente na restauração emocional delas. Essa experiência resultou na criação de uma agenda mensal de encontros só de mulheres, que foi batizado de Núcleo Havvah. “Há dois anos, desde 2014, nos reunimos uma vez por mês, sempre num sábado pela manhã, com cerca de 15 mulheres. Tem sido uma experiência incrível para quem participa”, assegura Fernanda.

Valéria Gama testemunha sobre isso. “Quando comecei a frequentar os encontros mensais do Havvah, achei que seria apenas mais um núcleo. Engano meu! Esse é o Núcleo! Pelo fato de ter só mulheres, nos sentimos mais à vontade em compartilhamos as nossas angústias, dúvidas, medos e incertezas com mais facilidade. No início, fiquei com o pé atrás: expor meus problemas para pessoas com quem eu tinha uma convivência extremamente superficial ou nenhuma relação seria complicado. Mas Deus foi fortalecendo o nosso convívio e colocando em nossos corações que o que fosse compartilhado ali ficaria ali. Ninguém julga ninguém e o nosso comprometimento é de orarmos umas pelas outras. Com isso, um laço de confiança incrível se formou. Já chorei sendo advertida pelo Senhor na ministração, já senti a presença do Senhor e o mover do seu Espírito entre nós, já consolei e fui consolada e saio sempre das reuniões sabendo que desertos precisam ser atravessados, batalhas precisam ser vencidas e medos precisam ser encarados. Mas sei que o ombro das mulheres Havvah estão sempre à minha disposição, juntamente com as suas orações. Que Deus continue abençoando esse grupo de mulheres e que tenhamos a certeza de que, juntas e em Cristo, somos mais do que vencedoras”.


Voluntariado fortalece trabalho social da IPC Coordenador do Lar Hermínia Scheleder mostra diferentes áreas de atuação para voluntários da Igreja No último dia 28 de agosto, foi comemorado o Dia Nacional do Voluntariado. A última pesquisa realizada pelo Ibope sobre a atividade no Brasil, em 2011, revelou que um em cada quatro pessoas é voluntária. Segundo a pesquisa, 25% da população com mais de 16 anos faz ou já fez trabalho voluntário, o que totaliza 35 milhões de brasileiros. A média de doação financeira por declarantes do Imposto de Renda à época era de R$ 23,00. Em geral, o tempo de dedicação era de 72 horas anuais. Já a faixa etária situa-se entre pessoas de 18 a 42 anos – período em que se trabalha, estuda, casa e tem filhos pequenos. Mas, afinal, no que consiste o voluntariado? Renan Ferreira, coordenador do Lar Hermínia Scheleder, define da seguinte maneira: “Voluntariado é o ato de doar as suas habilidades, tempo, dons e talentos para uma causa. É importante que seja bem entendido que o voluntário precisa suprir uma demanda da causa à qual se dedica e não ao contrário”, afirma. Qualquer um pode ser voluntário. A atividade possui a condição de agregar valor a todos os envolvidos, para as pessoas que recebem a ação, as que prestam a ação e à instituição. Mas o coordenador do Lar faz uma ressalva: “É preciso observar bem onde se pretende voluntariar e que áreas estão sendo abertas para receber os voluntários. É bom também conhecer a organização/instituição à qual a pessoa deseja se vincular para desenvolver o trabalho voluntário. Isso faz com que possíveis surpresas desagradáveis não ocorram no decorrer da caminhada”, diz. Para os membros da Igreja Presbiteriana de Curitiba que se interessam pelo assunto, existem algumas oportunidades de exercer a atividade de voluntariado dentro da comunidade, ajudando ao próximo. Renan explica alguns dos trabalhos que já são desenvolvidos com a ajuda de membros da IPC e de pessoas de fora, além de instituições privadas. “Nós temos voluntários atuando na área da aprendizagem, com reforço escolar, temos uma voluntária que nos auxilia no cuidado do nosso estoque de roupas, dentistas da nossa igreja que nos atendem em seus consultórios gratuitamente e alguns fornecedores que doam parte dos produtos que utilizamos na manutenção do trabalho. Recentemente, via Instituto GRPCOM, tivemos a nossa identidade visual toda refeita e faremos a reformulação do nosso site. Também acabamos de ter uma área do Lar pintada pelos calouros de Designer da UTFPR, que fizeram seu trote solidário na nossa instituição. E vale lembrar que ainda temos lugar para muito mais voluntários e precisamos muito dessa força”, conclui Renan.

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Para quem precisa de carinho Programa de Acolhimento Estudantil aproxima jovens das famílias da IPC Setembro é um mês de novidades para os jovens estudantes que vieram de diferentes partes do Brasil para estudar em Curitiba e que buscaram na Igreja Presbiteriana de Curitiba (IPC) um porto seguro para enfrentarem esse novo momento em suas vidas. Por iniciativa do Conselho de Presbíteros da IPC, a Junta Diaconal e a União da Mocidade Presbiteriana (UMP) uniram-se para implementar o Programa de Acolhimento Estudantil (PAE). “Escolhemos esse nome com o propósito de associar dois conceitos: a paternidade e o acolhimento. Ambos remetem ao cuidado de Deus com os jovens e esse é o objetivo principal desse programa”, explica o presbítero Marcelo Gripp, vicepresidente do Conselho da IPC e idealizador do PAE. O PAE nasceu da constatação de que boa parte dos atuais participantes da UMP, ao contrário de outras épocas, é formada por jovens que vieram para Curitiba de diferentes cidades e Estados em busca de oportunidades de estudos e trabalho. A maioria não tem qualquer apoio ou referência familiar local. Assim, a Igreja passa a ser a única ou a principal referência familiar e de comunidade. O desenvolvimento da noção de pertencimento passa a ser primordial nesse caso. Por isso, a comunidade precisa estar organizada e atenta para promover

esse acolhimento de forma adequada e eficaz. A essência do trabalho do PAE é identificar famílias da IPC que tenham potencial de acolhimento de jovens. “Não queremos que as famílias da Igreja abriguem esses jovens, mas sirvam de suporte emocional, possam acompanhar, se preocupar, orar e caminhar junto com eles, sendo referência de família para os que estão distantes das suas famílias originais”, explica Gripp. No passado, esse acolhimento era feito de forma natural pelas famílias da IPC. O presbítero Carlos Roberto Maciel foi um jovem estrangeiro na IPC e lembra que o acolhimento fazia parte do modo de vida de várias famílias da Igreja. “Os jovens de fora eram sempre convidados para o almoço de domingo nas casas de algumas famílias da Igreja”, afirma. Entre as famílias acolhedoras do passado, Maciel lista as famílias das matriarcas Maria Luiza Lima, Jandira Maranhão, Edith Klopffleisch, Ingrid Seraphim, Alaíde Farias Teixeira, Ondina Liberato, Mirthes Martins e Diná Raquel. Quando veio para Curitiba, Maciel foi acolhido pela família Teixeira. Além dos almoços de domingo, a casa acolhedora passou a ser referência para estudos. Dessa relação, nasceu a união entre Maciel e Leila Teixeira, filha do casal Levy e Alaíde.

Juventude resgata o GEBJ

O GEBJ voltou!

Estudos bíblicos reúnem jovens às quartas-feiras, na IPC Quem tem 30 anos de idade e participava da União de Mocidade Presbiteriana (UMP), da Igreja Presbiteriana de Curitiba (IPC), há uns dez anos sabe que GEBJ é a sigla de Grupo de Estudos Bíblicos Jovens. O GEBJ voltou a fazer parte da agenda semanal da Juventude da IPC, com encontros às quartasfeiras, a partir das 19h30, na Igreja. O GEBJ entrou na programação dos Núcleos Familiares da IPC com o objetivo de fortalecer o encontro dos jovens durante a semana para o estudo da Palavra. Além de ganhar mais a característica de estudo bíblico, o encontro semanal dos jovens passou a ser na IPC, um local central e de referência para todos os jovens. “Escolhemos a própria Igreja por ser um lugar acessível para todos. O rodízio nas casas dos jovens muitas vezes dificultava a frequência, dependendo do endereço. Assim, a principal mudança é a do local. Os jovens da IPC passaram a se encontrar todas as quartasfeiras na própria Igreja. Isso facilita até na organização das caronas”, explica Sarah Almeida, coordenadora do GEBJ.

A presidente da UMP, Giovanna Bigarelli Martin, também comenta a mudança. “Nosso antigo Núcleo tinha uma sistemática diferente, de exposição da Palavra. O GEBJ tem uma característica de estudo da Palavra. Mais perguntas e respostas. Mais diálogo e menos monólogo. Mais tira dúvidas. Mais jovem”, comenta. Pedro Bazia é estudante de Engenharia de Computação na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Mora na região central de Curitiba e é um dos jovens que frequenta o GEBJ. Ele conta que, devido à sua rotina sobrecarregada, inclusive nos finais de semana, os encontros das quartasfeiras são um dos poucos momentos de comunhão que ele pode usufruir. “O GEBJ é importante porque me ajuda a fortalecer meu relacionamento com Deus, com outros jovens e com a Igreja”, comenta. Pedro está em Curitiba há quase seis anos. Ele confessa que a rotina de estudos dificulta o desenvolvimento de novas relações de amizade e a Igreja precisa ser a referência do Corpo de Cristo. Essa necessidade é comum

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a todos os estudantes de outras cidades e Estados que estão em Curitiba, moram na região central da cidade e precisam de relacionamentos. Nesse grupo estão Gabriela Camargo, estudante de Direito, e Aysla Rinaldo, estudante de Medicina, ambas da Universidade Federal do Paraná, que participam de várias programações da Juventude da IPC, e Cibele Marques de Souza, estudante de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Positivo, que, como Pedro, encontra no GEBJ sua base de crescimento espiritual. Independente do perfil e da disponibilidade de tempo para a participação em outras programações da Juventude da IPC, o GEBJ quer ser uma referência para todos os jovens, como forma de conhecer mais a Palavra de Deus e poder aplica-la no dia a dia de forma efetiva e coerente.

"...mais perguntas e respostas. Mais diálogo e menos monólogo. Mais tira dúvidas. Mais jovem”


Velho e atual Testamento Fabricio Pereira Barbosa (*)

A população brasileira atual é de 206.331.097 pessoas, segundo dados IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Destas, 44% não leram sequer um livro e a média de livros lidos por ano é de 4,96 livros. Do total de livros lidos, 2,43 foram terminados e 2,53 lidos em partes. Embora a Bíblia seja o livro mais lido, em qualquer nível de escolaridade, muitos a citam por vergonha de dizer que não leem e os que a leem o fazem parcialmente. É o reflexo de uma população carente em educação, no geral. Infelizmente, essa carência se estende às igrejas e muitos cristãos não têm o hábito do estudo da Bíblia. Além disso, a grande falta de incentivo às Escolas Bíblicas Dominicais afeta ainda mais a formação cultural dos cristãos. A classe sobre Velho Testamento, ministrada há vários anos pela Ecléa Carneiro da Silva, a Keka, com quem divido as funções desde o início deste ano, tem demonstrado como o estudo da Palavra é importante para conhecermos a fundo as nuances e os detalhes da Palavra de Deus. Para muitos, o Novo Testamento é o mais importante a ser estudado, mas esse é um grande equívoco. Os livros do Velho Testamento nos trazem muitas lições em suas ricas narrativas de dramas e desafios vividos pelos homens. Poderíamos citar diversas histórias que aprofundam nosso entendimento acerca da complexidade do amor de Deus e nos permitem fazer um paralelo com o que ocorre nos dias atuais. Aprendemos como o rei Davi foi um proeminente estadista, porém um pai relapso e um homem com muitos pecados e atitudes duvidosas. Ainda assim, Deus foi justo com ele quando o rei soube reconhecer seus pecados. Salomão, ao herdar o reino, pediu sabedoria a Deus e recebeu o que pediu. Teve um reino de glória e muitas riquezas e prosperidade, mas ao fim da vida adorou outros deuses, por influência das esposas estrangeiras. É um choque sua traição a Deus, que muito se indignou. Depois de Salomão vieram reis incompetentes e infiéis a Deus, que acabaram por separar o reino em duas partes: ao norte, o reino de Israel, e ao sul, o reino de Judá. As narrativas dos profetas nos alertam constantemente sobre a necessidade de o povo se voltar a Deus e nos mostram como aqueles que deveriam ser os fiéis guias do povo se corromperam e perverteram a Palavra do Senhor. Miquéias foi o primeiro a profetizar a vinda do Messias. Em Joel e Oseias, vemos como a corrupção moral e espiritual se alastrou na sociedade judaica, transformando-se em algo comum e aceitável entre o povo. Sofonias nos fala sobre o Dia do Senhor e o remanescente fiel. Jeremias, o profeta “chorão”, derrama sua alma pelos pecados do povo. Isaías profetiza a vinda de Jesus Cristo, cerca de 800 anos antes de seu nascimento. Tal é a força de sua escrita que ainda hoje nos surpreende. Um aspecto importantíssimo é que muitos detalhes vão engrandecendo a vinda de Jesus Cristo, dando embasamento para muito do que Ele ensinou. Um bom exemplo é a parábola do bom samaritano. O reino do norte foi dominado em cerca de 730-720 A.C. pelos assírios, povo cruel que oprimia os conquistados. Os judeus sentiam ódio e repulsa por eles. Na parábola do bom samaritano, Jesus Cristo nos apresentou um belo contraste de alguém que, teoricamente, era o inimigo, mas foi misericordioso com um judeu assaltado e ferido, como lemos em Lucas 10:25-37. Outro exemplo é Jesus falando de Deus como provedor e que não devemos nos preocupar com o dia de amanhã, com nossas vestes e nosso alimento, citando Salomão (ele, de novo) como alguém que teve toda a glória, mas não se comparava aos lírios do campo (Mateus 6:25). Portanto, a Escola Dominical é um privilégio que devemos usufruir, incentivando a participação da comunidade, pois ajuda a preparar e fundamentar os fiéis na Palavra. Extraímos um aprendizado altamente profundo para refletir sobre nossas ações e o mundo a nossa volta. É algo que Deus nos proporciona livremente, um ponto de encontro entre o estudo e a fé, um diferencial positivo em nossa vida com Nosso Senhor Jesus Cristo para enfrentar o mundo e levar o Evangelho.

(*) Professor da Classe Velho Testamento da Escola Bíblica Dominical da Igreja Presbiteriana de Curitiba. e-mail: fpb_2004@yahoo.com.br

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CONSELHO DA IPC Marcelo Sathler Gripp (vice-presidente), Toshiaki Isumi (10 secretário), Fernando Rocha Filho (20 secretário), Geraldo Ferreira Leite (10 tesoureiro), Antonio Carlos Teixeira Gonçalves (20 tesoureiro), Adalton José Lopes da Silva, Antonio Carlos Bittencourt do Nascimento, Aristides Girardi, Carlos Roberto Maciel, Cid Aimbiré de Moraes Santos, Cláudio César Ferreira, Cláudio Manoel Ferreira Martins, Clayton Machado Carstens, Cornelis Kool, José Carlos Marcondes, Luiz Augusto de Paula Lima Jr., Luiz Filipe Jordão, Paulo de Tarso de Lara Pires, Paulo Henrique Andrade, Pedro Ronzelli Jr., Sérgio Wesley de Barros Stauffer, Vanderlei Endres. Eméritos: Francisco de Aquino Pinheiro Sobrinho, Joel Pugsley, José Luiz Pires, Leonel Valentim Ramos, Levy Soares Teixeira

JUNTA DIACONAL Hélio Linzmeyer Santos (presidente), Vladimir Alcindo de Arruda (vice-presidente), Sizenando Machado (10 secretário), Wagner Pereira Barbosa (20 secretário), Fernando César Ferreira (tesoureiro), Abel Ricardo da Silveira, Alexandre Emrich Zanetti, André Muniz Soares, Cláudio Roberto Barbosa, Edison Barrozo Antunes, Eduardo Augusto Costa Ferreira, Evandro Daudt da Costa, Felipe Martins Gonçalves, Fernando Bisinella, Gerson Barbosa, Guilherme Prado Regadas, Ivair Lúcio Soares Jr. , Ivan Luiz Ferreira, João Augusto dos Santos Aust, Josemar Moreira do Nascimento, Juliano Padilha, Luiz Fernando Alves, Marcelo Nassif Maluf, Nélio Antonio Uzeyka Jr., Paulo Fuganti Casarin, Paulo Roberto Lopes da Silva, Paulo Roberto Marques Leites, Reinaldo Muchailh Júnior, Ricardo Moresca, Wilson Peretti. Eméritos: Henderson Antonio Jansson, Luiz César Valentim, Valdir Scheidt, Wilson Edel Schmidt

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