COMPLEXO DE SAÚDE E AMPARO ANIMAL por Isabela Dualibi Borges
Complexo de Saúde e Amparo Animal Universidade São Judas Tadeu Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação Orientanda - Isabela Dualibi Borges Orientador - Sérgio Luiz Salles Souza São Paulo 2019
Resumo
Nessa pesquisa e projeto foi estudada a população existente de animais de estimação e de animais abandonados, suas origens, legislações que visam a proteção animal, o conceito de saúde única, diferentes organizações com a mesma área de atuação, as necessidades básicas de saúde animal e a insuficiência da rede pública de saúde veterinária. A partir dessa problemática foi estudado os programas existentes, legislações arquitetônicas do âmbito veterinário, até ter informações suficientes para elaborar o “complexo de saúde a amparo animal” que atende, trata e ampara os animais. Como proposta arquitetônica o projeto cria um ambiente de referência no cuidado animal, sempre aliando arquitetura a funcionalidade.
Sumário 2 Temática 2.1 Origem do Tema
2
p.12 p.13
2.1.1 A relação entre homem
1 Introdução
1
p. 08
1.1 Justificativa
p. 10
1.2 Objetivos
p. 11
e animal p.13 2.1.2 Histórico da medicina veterinária p.14 2.2 Evolução do direito dos animais p.15 2.3 Saúde Única
p.17
3 Existências
3
p.18
3.1 População existente e mercado financeiro p.19 3.2 Hospitais Veterinários Públicos Existentes p.20 3.3 Hospitais escola p.22 3.4 Entrevistas p.23 3.5 Comparativo entre CCZ e ONG p.26 3.5.1 Centro de Controle de Zoonoses p.26 3.5.2 Organizações Não Governamentais p.27 3.5.3 Conclusão e relações p.28
3.6 Legislações no âmbito hospitalar veterinário p.29 3.7 Visitas técnicas p.30
4 O lugar . Área de intervenção
4
6 Referências
p.36
4.1 Área Escolhida
p.37
4.2 Legislação
p.41
4.3 Análise do Entorno
p.42
4.5 Visita ao terreno
p.45
5
5 Proposta . Projeto p.48 5.1 Referências projetuais
p.50
5.2 Primeira fase de projeto p.53 5.3 Conceito . Diagramas
p.54
5.4 Peças gráfica
p.61
5.5 Perspectivas
p.77
6 p.86
6.1 Considerações Finais
p.87
6.2 Bibliografia
p.88
6.3 Lista de Figuras
p.91
1 8 8
Introdução
Introdução Esse trabalho tem como objetivo elaborar o projeto arquitetônico de um centro de referência em saúde e amparo animal na cidade de São Paulo. A elaboração do centro de referência surgiu com o desenvolvimento do trabalho, realizando pesquisas sobre a saúde veterinária pública, foi possível perceber que existe a necessidade de propor um ensaio arquitetônico que tem a intenção de desenvolver e agrupar diversas funcionalidades. Essa necessidade é decorrente do fato da inconsistência de um estabelecimento que possa atender, tratar e acolher animais silvestres de pequeno porte, animais domésticos (cães e gatos) e animais de grande porte (bovinos, equinos, pequenos ruminantes). O caderno está estruturado em três capítulos teóricos: A introdução onde é apresentada a proposta de projeto, justificando e relatando os objetivos. No capítulo de “Temática” foi feita a apuração de quais assuntos são pertinentes para o trabalho e evidenciá-los. O terceiro capítulo relata as existências, onde foram feitas visitas técnicas, levantamento de dados, legislações e situações existentes. Os capítulos seguintes têm como objetivo mostrar a proposta arquitetônica em desenvolvimento, mostrando a área de intervenção escolhida, as diretrizes do projeto, referências, diagramas e projeto.
9
1.1 Justificativa A problemática encontrada foi a inconsistência e a deficiência no sistema público de saúde veterinária, não só em São Paulo, mas em todo o Brasil. Segundo o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, e Abinpet, Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (2017) o Brasil é o 4° maior país do mundo em população de animais de estimação, com 123,4 milhões de animais de estimação. O estudo feito pelo ISA, Inquérito de Saúde na Cidade de São Paulo (2015), registrou a estimativa de 1.874.601 cães e 810.170 gatos domesticados em residências, em área urbana do município de São Paulo. Essas pesquisas mostram o crescimento do mercado pet e a quantidade de animais de estimação. Segundo o Portal da Câmara Municipal de São Paulo (2013) há mais de 2 milhões de animais em situação de rua em São Paulo, mas esse número não é exato e oficial. Esses animais passam por dificuldades como: a falta de alimento, maus-tratos, doenças, entre outros problemas. Atualmente existem leis que protegem os animais e que tem o intuito de diminuir o abandono, porém nada muito eficiente. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), presta o serviço de resgate apenas para animais que colocam em risco a saúde da população. Outro problema é o crescimento desenfreado da população de animais de rua. Campanhas de castração gratuitas já são feitas, mas não em quantidade suficiente e sem a visibilidade necessária. As Organizações Não Governamentais (ONGs) fazem trabalhos como resgate, recuperação e adoção animal. A iniciativa privada possui grande disponibilidade voltada 10
ao atendimento animal, dispondo de diversas clínicas, hospitais e laboratórios. Os serviços prestados por universidades públicas e particulares é muito interessante, onde possui o curso de medicina veterinária é obrigatório a existência de um hospital escola para qualificação dos alunos onde, estes locais possibilitam um atendimento com custo reduzido. A principal dificuldade das ONGs e a das famílias com renda baixa é o custo dos serviços prestados pelos estabelecimentos privados e muitas vezes a mobilização popular que arca com esses custos. A rede pública de saúde veterinária surgiu em 2012, através de uma parceria público-privada entre a prefeitura municipal de São Paulo e a administradora ANCLIVEPA (Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais), existem apenas dois hospitais públicos, um deles fica na Zona Leste da capital, no bairro Tatuapé, e outro fica na Zona Norte, na Parada Inglesa. A verba para o funcionamento dos hospitais era inicialmente de 900 mil reais mensais para atender 100 animais por dia. Até o momento, as notícias são de que o contrato com a ANCLIVEPA acabou no final de 2018 e um contrato emergencial foi fechado por mais seis meses para que o hospital não feche, até que saia outra licitação para que uma nova empresa possa administrar o local (Globo – G1, 2018; PORTAL DA C MARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, 2013). Neste trabalho foi estudado o sistema atual de saúde veterinária pública no município de São Paulo, através de entrevistas com profissionais da área, que atuam ou já atuaram
1.2 Objetivos nos dois hospitais existentes, para evidenciar a demanda e determinar qual o local ideal para a implantação do projeto proposto. A partir dos relatos obtidos foi estabelecido que o ensaio projetual tem como função inicial a substituição do hospital localizado na zona leste. Além das funções que o hospital já exercia, a infraestrutura foi ampliada, para poder atender mais animais e com mais qualidade. Também foi acrescentado ao programa a infraestrutura para atender, além de cães e gatos, animais silvestres de pequeno porte como: répteis, aves, roedores e lagomorfos; animais de grande porte como: bovinos, equinos e pequenos ruminantes. O hospital contará com áreas para atendimento, exames, diagnósticos, internação e centros cirúrgicos, mas o programa desse projeto não conta apenas com o hospital, dispõe também uma área educacional para qualificação de estudantes e profissionais, também abrangerá um centro de acolhimento de animais de rua, uma infraestrutura cedida pelo governo para a atuação de ONGs. Foi estuda também a diferença da prestação de serviços de uma ONG e um CCZ, a fim de estabelecer um direcionamento do caráter e dos serviços prestados pelo projeto do centro de acolhimento. Por se tratar de um centro de referência, toda área de atendimento a animais de grande porte tem a intenção de suprir uma demanda ocasional e servir como apoio para a área educacional.
O objetivo principal desse trabalho é a elaborar um projeto que seja referência para o atendimento, tratamento e amparo animal. A concepção de uma edificação que proporciona conforto ao animal e a sua família humana, dispondo da infraestrutura necessária para todo tratamento necessário de cada paciente. O projeto também proporciona o centro de acolhimento, um local onde os animais abandonados possam ter um abrigo enquanto aguardam por pela adoção. Com o intuito de prover qualidade de vida aos animais o “complexo de saúde e amparo animal” buscou desenvolver a organização funcional do equipamento, adequado para a demanda e para as limitações de um programa público. O equipamento tem caráter público, atenderá a população com renda insuficiente para arcar com os custos da saúde privada e proverá a infraestrutura para que alguma ONG possa realizar seu trabalho atendendo os animais abandonados.
11
2 12
Temรกtica
2.1 Origem do Tema 2.1.1 A relação entre homem e animal Desde a antiguidade a relação entre homem e animal é estrita, ligava a sobrevivência e existência. O homem, o animal e o meio ambiente sempre fizeram parte do mesmo ecossistema. Com o passar do tempo essa relação de necessidade e de sobrevivência passou a ser exploração, com o homem sempre a serviço do capitalismo. Historicamente essa exploração só vem evoluindo, mesmo tendo em mente que os recursos naturais são finitos, isso inclui no âmbito Homem versus Natureza e Homem versus Homem (PADILHA, 2018). O fim da dominação do homem sobre os animais e a natureza está condicionada a alguns fatores, como: as políticas públicas, legislações, mudanças econômicas, alimentares, mas principalmente a mudança cultural e educacional que tem que ser introduzida nas novas gerações (PADILHA, 2018). É cada vez mais comum ver os ativistas do movimento animal atuando, denunciando os maus tratos e promovendo protestos, foram com essas movimentações que muitas empresas já pararam os testes em animais, os produtos “cruelty free” (livre de crueldade), e veganos (que não possuem origem animal) estão tomando espaço no mercado e se tornando cada vez mais populares e acessíveis (PADILHA, 2018). Já foi citada anteriormente a relação histórica entre homem e animal, como melhorar essa relação e dominação, além de algumas conquistas já alcançadas. Conforme o Canal do pet (2016), além da questão de dominação o animal passou
da relação de sobrevivência para a domesticação. O homem ainda usa os animais para trabalho, mas foi com a proximidade do animal no dia a dia do homem que a relação de interesses passou a ser uma relação de amizade e companheirismo, foi assim que a domesticação foi iniciada. Segundo o Canal do Pet (2016) os primeiros animais a serem domesticados foram os cachorros, há cerca de 500 mil anos. Os cientistas relatam que os cães só se aproximaram dos humanos por conta da comida e eles ajudaram os humanos nas caças. Já os gatos são a evolução de gatos selvagens, sua domesticação surgiu por serem usados para caçar roedores. Padilha (2018) relatou o pensamento de alguns autores, para esclarecer as variações nas quais a relação entre homem e animal vem passando. A autora Haraway (2010, apud Padilha 2018) defende que essa relação humana e não humana foi construída culturalmente e foi abalada com a descoberta científica de que os animais, mesmo que em uma escala menor, são sencientes também, com isso não é um privilégio dos humanos pensar, amar e se comunicar. Para a autora, não há uma relação de oposição entre espécies e o processo de humanização dos animais vem carregado juntamente com muitas mudanças culturais. Silveira (2015, apud Padilha 2018) relata melhor a interação entre homem e animal, o autor pensa na coabitação entre espécies e acredita que a domesticação deixa de ser a prioridade, passando a ser o bem-estar do animal. 13
2.1.2 Histórico da medicina veterinária No mundo O início da medicina veterinária é muito confundido com o início da civilização humana, mas a atuação da medicina animal só começou a ser reportada no início da domesticação dos animais. Há relatos de que há tratamento médico em animais desde 4000 anos a.C., em certas regiões da Ásia, da África, do Egito à Índia Oriental. Relatos são mais recentes, em 2000 anos a.C., apontam que já era praticada a medicina animal (PORTAL CRMV, 2019). Outra informação importante sobre relatos da atuação da medicina veterinária são os códigos de ESHN UNNA (1900 AC) e de HAMMURABI (1700 AC), originados da antiga Mesopotâmia. Na Grécia, Europa, foi no final do século VI a.C. quando os primeiros comprovantes foram vistos, como cargos políticos que atuavam na cura dos animais e foram nomeados de hipiatras (PORTAL CRMV, 2019; OLIVEIRA, 2013). Foi em 1962 que a Medicina Veterinária moderna se iniciou, com a fundação da primeira escola de veterinária, em Paris na França no ano de 1765, implantada por Claude Bougelat e Masion Alfort. Até o final do século XVIII, na Europa, já existiam cerca de vinte organizações de ensino veterinário (OLIVEIRA, 2013).
14
No Brasil Foi uma iniciativa de Dom Pedro II criar uma escola de medicina veterinária, inspirado na escola de Alfont. Através do Decreto 8.319 de 20 de outubro de 1910 (BRASIL, 1910), assinado por Nilo Peçanha o ensino da medicina veterinária passou a ser obrigatório. Não demorou para a primeira escola superior de medicina veterinária, agricultura e a escola veterinária do exército serem criadas, no fim do mesmo ano as escolas já estavam funcionando. Inicialmente o foco eram os bovinos, pelo alto índice de doenças, mas posteriormente surgiram as a clínicas para pequenos animais e a questão das zoonoses começava crescer (PORTAL CRMV, 2019; OLIVEIRA, 2013). Uma medicina consideravelmente nova, que vem progredindo muito por todo o mundo, com especializações, novos tratamentos, enfermidades e o controle das zoonoses que está diretamente ligado a saúde pública. No capítulo sobre “Saúde Única” e “Comparativo entre Centro de Controle de Zoonoses e Organizações Não Governamentais” foi abordado com maior clareza as temáticas: zoonoses e âmbito de atuação do médico veterinário.
2.2 Evolução do direito dos animais Durante a história, grandes filósofos e religiões influenciaram negativamente na questão da evolução dos direitos dos animais, o antropocentrismo foi a chave para que o contato com a natureza perdesse a importância. Apesar disso, houveram filósofos que cooperaram com esta causa, enfatizando o direito de vida digna e sua equivalência com o ser humano (GOMES; CHALFUN, 2014). De acordo com Gomes e Chalfun (2014, p.3): O direito dos animais ou movimento em defesa destes direitos desponta como um novo e fundamental ramo do direito, protegendo estes seres vivos como forma de proteger não apenas o meio ambiente, o ecossistema e evitar extinção de diversas espécies, mas também seus direitos fundamentais como a vida, liberdade e o respeito, coibindo atos de violência, crueldade e maus tratos. A filosofia, a moral, ética, virtudes como compaixão e benevolência são a essência do movimento dos direitos dos animais, despertando no ser humano a luta pelos direitos de outras espécies. Em 1978 a UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, proclamou a Declaração Universal do Direito do Animais, o mais notável feito até hoje. No Brasil, apenas em 1988 a Lei nº 9605 (BRASIL, 1998), que proibiu os atos de crueldade contra os animais. Os animais ainda são tratados como objeto de direito, mas os caminhos
atuais transparecem que a coerência é considerá-los sujeitos de direito, já que as leis e o Ministério Público os representam como sujeitos e como civis, não como parte do meio ambiente (GOMES; CHALFUN, 2014). Para que exista um meio ambiente benéfico, a relação pacífica entre homem e natureza é uma questão chave. O homem, tão aficionado pelo progresso e benefício próprio, tenta dominar a natureza, explorando-a e tornando-a submissa. Sem nenhuma dignidade ética e moral, a proteção que o homem alega promover para a natureza e para os animais é apenas para seu benefício próprio, porém, as ações deveriam ser feitas de maneira oposta, o homem deveria exercer a compaixão e a solidariedade às espécies mais vulneráveis e dignas de respeito (GOMES; CHALFUN, 2014). De acordo com Gomes e Chalfun (2014, p.3): Há que se considerar que o direito à vida digna, é um direito inerente de todo ser vivo e não apenas ao ser humano, sendo inconcebível que em pleno século XXI a visão antropocêntrica ainda predomine, que em decorrência de valores como razão, linguagem e comunicação o homem se julgue superior, é preciso que se adote uma ótica biocêntrica, o animal como o outro do homem, este como uma espécie daquele, que os animais sejam efetivamente protegidos pelo Poder Público no mesmo patamar que o homem, e não exclusivamente como forma de beneficiar a humanidade. 15
Ao longo da história diversos grupos de minorias foram excluídos, mas depois de muito lutarem pelos seus direitos a evolução foi obtida. Os animais fazem parte desse grupo, excluídos e explorados pela sociedade, com base nisso o movimento de direito dos animais está evoluindo e novas leis já foram ou estão sendo propostas (GOMES; CHALFUN, 2014). Segundo Gomes e Chalfun (2014, p.16) é importante mencionar que: Ao lado da Constituição a Lei nº 9605/98 (arts. 29 a 37), por ser considerado também um avanço na proteção dos animais, dedicando em seu artigo 32 a proteção a todos os animais sejam silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, protegendo-os de maus tratos, tutelando e protegendo os animais como verdadeiros sujeitos passivos do delito, conferindo-lhes respeito. Institui-se um sistema de proteção administrativa e penal mais eficaz na defesa do meio ambiente, (artigos 29 a 37 – fauna), apesar de ainda frágil o tipo penal voltado ao combate de tipo penal contra a fauna. A associação civil mais antiga presente no Brasil é a UIPA (União Internacional Protetora dos Animais), fundada em 1895, teve início com uma indignação por conta de ausência de instituições voltadas para a proteção animal no país, com o auxílio de entidades estrangeiras, a associação protetora dos animais começou a tomar forma, diversos nomes importantes da elite paulista fizeram parte desse início. Atuando até hoje essa instituição teve um papel muito importante no 16
desenvolvimento de leis para a proteção e direitos animais, a união pressionava o poder público diretamente, até o final do século XIX eles participaram da execução de regulamentos oficiais para recolher animais abandonados (OSTOS, 2017). Mesmo com tudo que já foi conquistado, a fiscalização e proteção ainda é muito falha, por conta disso o estudo dos direitos dos animais é muito importante. De acordo com Gomes e Chalfun (2014, p.17) é dever e obrigação do homem respeitar e proteger os animais como forma de proporcionar o bem-estar social, continuidade da vida, bem como em razão do direito de viver dignamente de cada ser vivo. Segundo a Bancada da Câmara do Deputados o Deputado Dr. Francisco Feliciano apresentou um projeto de lei, em fevereiro de 2016, que define que a conduta de maus tratos praticada contra animais estabelece punição. Perante a lei atual o agressor recebe a pena de três meses a um ano de prisão, apenas se os maus-tratos forem contatados. Segundo Feliciano a lei deve prever punição severa, podendo receber o dobro da pena se o agressor for o dono do animal. O deputado afirmou “É necessário que você tome ciência que maus tratos da punição, dá cadeia. Hoje a pena é branda”. O deputado entregou o projeto de lei com uma lista de condutas que definem quais tipos de agressão ao ser vivo serão consideradas. O projeto de lei será julgado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (BRASIL, 2017).
2.3 Saúde Única O conceito de Saúde Única surgiu no século V a.C. quando Hipócrates defendeu a ideia de que a saúde pública estava ligada a um ambiente saudável, com o decorrer do tempo diversos cientistas relataram semelhanças entre processos da medicina humana e animal, mas foi apenas no século 21 que o termo “One Health” (Saúde Única) foi estabelecido. O ser humano faz parte de um ecossistema vivo, ele não existe isoladamente, algo que a Saúde Única legitimou (SAÚDE ÚNICA, 2018; BARBOSA, 2018). O conceito Saúde Única (2018, p.1) representa: Uma visão integrada da saúde, considerada única e composta por três áreas indissociáveis: humana, animal e ambiental. A interligação das três áreas da saúde é reconhecida por organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). O conceito propõe a atuação conjunta da Medicina Veterinária, da Medicina Humana e de outros profissionais da saúde. Os objetivos da saúde única é trabalhar através da prevenção de riscos ao bem-estar e a saúde, mitigar os efeitos causados pela interação de humanos e animais. O propósito é ser uma estratégia, ao invés de um conceito, promovendo estratégias multissetoriais e de “sociedade integral” a fim de contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico e em decorrência disso, aumentar a eficiência da saúde pública e global. (CRMV-MG, 2016) Devido a interação entre humanos e animais, de diferentes
maneiras, podem acarretar em contágio de doenças transmitidas dos animais para os homens, as zoonoses, que podem ser transmitidas diretamente ou indiretamente, através de consumo de produtos com origem animal ou através de vetores. Os médicos veterinários não atendem só aos animais, eles provêm segurança para a saúde pública, através de inspeções e fiscalizações dos produtos de origem animal, manejo ambiental e pesquisas sobre zoonoses. Outros exemplos de saúde única, são as mudanças climáticas e as transformações ambientais que favorecem o surgimento de novas doenças e epidemias (SAÚDE ÚNICA, 2018; BARBOSA, 2018). A inclusão dos médicos veterinários, dentro da estratégia da saúde única, é importante para a avaliação dos fatores de risco à saúde referente a relação entre humanos, animais e meio ambiente. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais - CRMV-MG (2016) “O médico veterinário da responsabilidade de agir em áreas (...) nas diversas ações da vigilância sanitária e vigilância ambiental, buscando superar os desafios que envolvam a defesa do ambiente para o bem-estar da população humana e dos animais, efetivando a Saúde Única. ” Um dos objetivos do projeto é a contribuição para a saúde única seguindo suas estratégias, a fim poder atingir humanos, animais e ecossistema. O projeto do complexo agrega nessas estratégias provendo a saúde de diversas espécies de animais e fornecendo oportunidade de estudos na prática para estudantes e residentes, além da infraestrutura necessária para realização de pesquisa e local ideal para acolhê-los. 17
3 18
ExistĂŞncias
3.1 População existente e mercado financeiro Como já foi dito na anteriormente, o cenário da saúde pública veterinária no Brasil é insuficiente e inconsistente. Segundo o IBGE e Abinpet (2017) o Brasil é 4° maior país do mundo em população de animais de estimação e o 2° maior do mundo em população de cães, gatos e aves canoras e ornamentais, com 123,4 milhões de animais de estimação. O estudo feito pelo ISA (2015) registrou a estimativa de 1.874.601 cães e 810.170 gatos domiciliados em área urbana do município de São Paulo. Essas pesquisas mostram o crescimento do mercado pet e a quantidade de animais e estimação. Segundo o Portal da Câmara Municipal de São Paulo (2013) há mais de 2 milhões de animais em situação de rua na cidade, mas esse número não é exato e oficial. O principal problema é que esses animais passam por muitas dificuldades nas ruas, como a falta de alimento, maus-tratos, doenças, entre outros. Já foi abordado as leis que existem para proteger os animais, essas leis também tem o intuito de diminuir o abandono, mas não são muito eficientes. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), presta o serviço de resgate apenas para animais que colocam em risco a saúde da população, não é serviço público que visa a saúde e o bem-estar da população animal, a maior parte dos resgates feitos e atendimento animal, atualmente, é feito pelas Organizações Não Governamentais (ONGs) que acabam realizando um trabalho que não é fornecido ou está em déficit na rede pública. Outro problema é o crescimento desenfreado da população de animais de rua, campanhas de castração gratuitas já são feitas, mas não em quantidade suficiente e
sem a visibilidade necessária (RODRIGUES, 2013). A iniciativa privada possui grande disponibilidade voltada ao atendimento animal, dispondo de diversas clínicas, hospitais e laboratórios. Segundo o IBGE e Abinpet (2017), no mundo o mercado pet movimenta cerca de 105,3 bilhões de dólares e o Brasil foi considerado o 3° maior país do mundo em faturamento neste mercado, arrecadando o total de 18,9 bilhões em 2016.
Imagem 1: IBGE e Ambinpet (2017)
Imagem 2: IBGE e Ambinpet (2017)
19
3.2 Hospitais Veterinários Públicos Existentes A rede pública de saúde veterinária de São Paulo surgiu em 2012, através de uma parceria público-privada entre a prefeitura municipal de São Paulo e a administradora ANCLIVEPA (Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais), existem apenas dois hospitais públicos, um deles fica na Zona Leste da capital, no bairro Tatuapé, e outro fica na Zona Norte, na Parada Inglesa. Esses hospitais cuidam da saúde de cães e gatos e possui seu serviço voltado, prioritariamente, para animais de abrigos ou para proprietários que tenham baixa renda beneficiados por programas de assistência do governo, como o bolsa família. São distribuídas apenas algumas senhas por dia, todos os dias da semana, em um horário específico, mas a fila para conseguir uma vaga começa na madrugada. A verba para o funcionamento dos hospitais era inicialmente era de 900 mil reais mensais, para atender 100 animais por dia, 70 na zona leste e 30 na zona oeste. Os hospitais já chegaram a atender em média 500 a 700 animais por dia, com todos os custos repassados para a prefeitura municipal. Os últimos relatos, até o momento, são de que o contrato com a ANCLIVEPA acabou no final de 2018 e um contrato emergencial foi fechado por mais seis meses para que o hospital não feche, até que saia outra licitação para que uma nova empresa possa administrar o local (Globo – G1, 2018; PORTAL DA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, 2013). Imagem 3: Hospital Veterinário da Zona Norte Fonte: ACLIVEPA
Já o hospital da zona norte, situado na Avenida General Ataliba Leonel na Parada Inglesa, realiza por dia 15 emergência e são distribuídas 40 novas senhas. O trabalho tem como proposta substituir o hospital do Tatuapé, logo essa unidade foi mais explorada. O serviço teve muita procura logo no início do funcionamento em 2012, e logo teve que mudar de edificação pois a antiga não estava comportando a demanda, esse novo prédio ficava a apenas duas quadras de distância do endereço inicial. Essa localização possuía 120 funcionários, quatro consultórios, uma sala de raio x, uma internação e três centros cirúrgicos. A demanda continuou sendo muito grande para que o local e os funcionários não conseguiam atender (OLIVEIRA, 2014). Tempos depois a localização mudou novamente, a fim de ampliar o atendimento. Agora a localização fica na esquina da Rua Ulisses Cruz e Avenida Salim Farah Maluf, a estrutura conta com: cinco centros cirúrgicos, 20 consultórios, esterilização de materiais, sala de ultrassom, sala de raio-x, duas salas de emergência, 4 enfermarias, ambulatório de doenças infectocontagiosas, internação e almoxarifado. A equipe conta com 39 médicos veterinários e 72 funcionários de apoio, são distribuídas 70 novas senhas por dia, das 6 às 10 horas da manhã, e 30 emergências realizadas por dia. (ANCLIVEPA, 2019). Imagem 4: Hospital Veterinário da Zona Leste Fonte: ANCLIVEPA
3.3 Hospitais escola Os hospitais escola são serviços médico veterinários prestados por universidades públicas e particulares. Em cada universidade que possui o curso de medicina veterinária é obrigatória a existência de um hospital escola para qualificação dos alunos, a resolução n° 1137 “trata de cenários fundamentais de aprendizagem relacionado a Hospital Veterinário
de Ensino, Clínica Veterinária de Ensino e Fazenda de Ensino, para formação do Médico Veterinário, e dá outras providências” Brasil (2016). Esses hospitais oferecem um atendimento com custo reduzido, o ponto fraco desses hospitais é que a maioria não possui internação. A Fim de entender onde estão localizados esses hospitais escola foi realizado um realizado um levantamento de todas as Universidades do Município de São Paulo que possuem o curso de medicina veterinária, a imagem 5 pontua em mapa a localização de cada uma.
Legenda: 1. Implantação do projeto |Localização: Tatuapé, São Paulo. 2. Universidade São Judas Tadeu (USJT) - Privada |Localização: Mooca, São Paulo. 3. Universidade Anhembi Morumbi (UAM) – Privada |Localização: Mooca, São Paulo. 4. Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL) - Privada |Localização: Vila Jacusí, São Paulo. 5. Faculdade das Américas (FAM) – Privada |Localização: Consolação, São Paulo. 6. Universidade de São Paulo (USP) – Pública |Localização: Butantã, São Paulo. 7. Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) – Privada | Localização: Vila Tramontano, São Paulo. 8. Universidade Paulista (UNIP) – Privada | Localização: Jardim Santa Emília, São Paulo. 9. Universidade de Santo Amaro (UNISA) – Privada | Localização: Jardim das Imbuias, São Paulo.
22
Imagem 5: Mapa localizando hospitais escola. Fonte: Mapa – Geo Sampa. Edição da autora.
3.4 Entrevistas Com o propósito de entender a realidade dos hospitais públicos veterinários foram realizadas entrevistas com profissionais da área, que atuam ou já atuaram nos dois hospitais existentes. A veterinária anestesista Samantha Braune trabalhou como estagiária na unidade do Tatuapé em 2016. Samantha relatou falta de estrutura para atender a demanda “de 3 a 4 pacientes por consultório, filas gigantescas, falta de espaço para os paciente e proprietários e além da falta de veterinários para atender a demanda”, “as filas para pegar senha começavam a meia noite”, ela atuava na parte cirúrgica, no segundo andar e relatou “lá em cima era mais organizado”. Samantha relatou que enquanto trabalhava não faltavam materiais, mas faltava espaço: “as vezes precisava internar o animal, mas não tinha espaço”. Segundo Samantha “No hospital existem os médicos veterinários contratados e residentes, porém uma residência tem que ser feita em uma faculdade, foi aí que a ANCLIVEPA criou uma faculdade, mas não existiam vínculos com o hospital”, ela relatou que a faculdade da ANCLIVEPA só existia para poder contratar médicos residentes. Samantha foi questionada sobre como a atual situação poderia melhorar e ela respondeu “mais unidades para comportar a demanda e contratar mais veterinários para fazer um atendimento 24 horas dividido por turnos, pois o atendimento vai das 6 da manhã até as 18 horas mas todos acabam indo embora as 22 horas e isso desvaloriza
o médico veterinário, se tivesse mais turnos acredito que isso melhoraria. ” Ela também relatou que a infraestrutura é satisfatória, mas que não comporta o atendimento de tantos animais e com isso acabam não fazendo tudo que é possível para tratar o animal. Outra entrevistada foi a Leticia Barbosa, estudante de medicina veterinária na UNICSUL e faz estágio atualmente na unidade do Tatuapé. A Letícia foi questionada sobre problemas e dificuldades encontrados no dia-a-dia, opinião sobre a infraestrutura, atendimento da demanda existente, sugestões de melhorias e opiniões pessoais, ela respondeu: “A infraestrutura de lá é grande, porém achei mal planejada, porque as salas de atendimento da clínica são bem pequenas, a recepção é bem pequena pelo tanto de gente que está lá todos os dias (tem gente que fica esperando no estacionamento porque não tem lugar na recepção). O ANCLIVEPA tem 4 andares, mas só se usa um pro hospital o resto é para as aulas de pós-graduação, porém acho que deveria estender o hospital para mais um andar. O hospital não atende toda a demanda, eu fico no centro cirúrgico e muitas vezes eles mandam animais pra casa porque não dá tempo de operar. Eu acho que deveria expandir a infraestrutura, com 2 centros cirúrgicos, pois lá existe apenas um, e como eu disse todos os dias eles mandam animais de caso emergencial para casa porque não dá tempo de operar, então com 2 centros cirúrgicos isso diminuiria muito. ” Com a entrevista da Letícia é possível 23
perceber que há uma contradição nas informações relatadas para as informações presentes no site da ANCLIVEPA já que, é dito que o hospital possui cinco centros cirúrgicos. Com os mesmos questionamentos a Tatiana, que trabalhou como estagiária em fevereiro de 2015 na unidade da zona leste e desde dezembro de 2018 foi transferida para a zona norte, ela relatou: “Eu comecei a trabalhar no hospital primeiro como estagiária de raio x, neste setor eram apenas dois horários, só tinham dois técnicos que realizavam os exames, os horários eram das 8:00 às 12:00 e o segundo horário das 13:00 às 17:00, nesta época eles realizavam em torno de 40 a 50 exames o hospital era em um prédio menor, eu ficava na unidade da zona leste. Devido a demanda ser enorme após eu ter terminado meu estágio me contrataram, sendo assim ficamos em três técnicos e o horário aumentou, o RX começava às 6:00 e ia até às 17:30. Com a realização em média de uns 70 a 80 exames por dia, mesmo assim ainda não comportava o atendimento diário. Nesta época tínhamos várias especialidades: ortopedia, oncologia, odontologia, dermatologia, cardiologia, endocrinologia, havia internação no hospital, nas duas unidades, porém, com o tempo a internação da zona norte fechou, depois a oncologia, onde eram realizadas as quimioterapias na zona leste, também fechou. Essas burocracias o por que não sei ao certo. Mas serviço de acolhimento de cães abandonados e castrações nunca foi realizado. ” Tatiana foi questionada sobre os problemas e 24
dificuldades de trabalho encontrados no dia a dia e ela respondeu: “devido a demanda ser muito grande na unidade da zona leste mal tínhamos tempo para respirar! ” Sobre o término do contrato com a prefeitura Tatiana disse que: “No momento não sabemos o que irá acontecer, porque a licitação com a prefeitura terminou, o contrato venceu e eles prorrogaram o contrato com a ANCLIVEPA em situação emergencial até junho. Antigamente eles não negavam atendimento, entregavam senhas até às 10:00 da manhã, e os exames eram realizados conforme a vaga do dia, senão voltavam no dia seguinte para realizá-los, hoje em dia o número de atendimentos está reduzido, já mandaram muitos funcionários embora, este é um dos motivos que fui transferida para a zona norte, já não temos muitas especialidades. A demanda sempre foi maior na zona leste! ”. Ela acompanhou a mudança de prédios que a unidade da zona leste sofreu, Tatiana disse: “Eu acompanhei a mudança, ela foi feita por causa da enorme demanda, o prédio não estava comportando e alguns moradores reclamavam muito do barulho, pois algumas pessoas chegavam a passar a noite na porta do hospital para poder retirar a senha. ” Tatiana contou um pouco sobre como está sendo sua experiência no hospital da zona norte, “Na zona norte sempre foi mais tranquilo, mas o equipamento de RX é inferior, e só tem RX no período da manhã. Ainda nas duas unidades, possuem só uma sala de RX e uma de ultrassom em cada
uma, mas na zona leste tanto o RX como o ultrassom funcionam até às 17:00, e na zona norte o RX do ultrassom só no período da manhã. No momento a zona norte não está atendendo a demanda, pois reduziram as senhas e sempre tem gente indo embora sem atendimento, eles avaliam o animal depois de entregarem as senhas, se caso o animal corre risco eles abrem a ficha, caso não corra risco eles medicam e pedem para a pessoa voltar no dia seguinte para conseguir pegar senha e abrir ficha, então sempre falta senha”. Tatiana também foi questionada sobre como funciona o atendimento nos hospitais, ela descreveu que: “depois que abrem a ficha, os animais passam pela triagem, um médico veterinário vai fazer um primeiro atendimento com a anamnese para ver o que ocorre e em qual especialidade o animal vai passar, clínica médica, ortopedia, cirurgia, e se for o caso já ir medicando no setor de enfermagem. ” Tatiana também opinou sobre como a rede pública pode melhorar: “primeiro acho que poderiam abrir novos hospitais, principalmente na zona leste, a cidade é muito grande para somente dois hospitais! Deveria aumentar as especialidades e infraestrutura. ” A próxima entrevistada foi a médica veterinária Júlia Carneiro Caram que também trabalhou na clínica geral, no hospital da zona leste e norte durante um ano, de 2016 a 2017. Sobre os problemas e dificuldades de trabalho Julia disse: “Os problema e dificuldades de trabalho eram todas, inclusive porque os dois hospitais tinham questões de funcionamento
diferentes”. Sobre a infraestrutura: “Era complicado, não tinha espaço, medicação, aparelhos. O número de atendimentos feitos era muito maior do que podia ser realizado, muitas vezes fazia hora extra e não era remunerado. A administração era péssima, não realizavam procedimentos básicos como castração e mastectomia, na minha opinião era mais uma questão pública do que realmente tratar da saúde do animal”. Julia disse que para melhorar o poder público tem que investir em mais infraestrutura e depois construir mais unidades, ela também acha muito importante ter programas paralelos para informar a população sobre a importância das vacinas, por exemplo. Simone Rodrigues é coordenadora do hospital escola na Universidade São Judas Tadeu, ela deu algumas de suas opiniões sobre a saúde veterinária pública e algumas dicas de legislações, ela disse: “Esses hospitais têm como função ser um SUS animal e obviamente não comporta a demanda! Aqui nós temos um hospital escola e o atendimento tem um custo reduzido, se nós abríssemos atendimento gratuito não compraríamos a demanda! ” Essas entrevistas foram cruciais para comprovar demanda, decidir o partido do trabalho que é a substituição do hospital da zona leste e relatar qual a infraestrutura necessária para haver um bom funcionamento.
25
3.5 Comparativo entre CCZ e ONG Este comparativo entre o trabalho feito pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e as Organizações Não Governamentais (ONG), foi realizado com o intuito de estabelecer semelhanças e diferenças entre uma organização privada e uma pública do mesmo segmento. Esse aspecto foi primordial para definir o caráter do centro de acolhimento animal.
3.5.1 Centro de Controle de Zoonoses O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é incumbido de prevenir e controlar as zoonoses, doenças transmitidas por vetores e de agravos por animais peçonhentos dentro do município, que tem como obrigação conceder esse serviço, segundo a PORTARIA Nº 1.138, DE 23 DE MAIO DE 2014 (BRASIL, 2014; RODRIGUES, 2013). Fica evidente o fato de que as zoonoses só são consideradas importantes por conta do risco que oferecem a saúde pública e incidentes em áreas urbanas que podem prejudicar o ser humano, conforme citado no manual técnico do Instituto Pasteur (2000). O Ministério da Saúde em parceria com a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), propuseram e desenvolveram no Brasil uma rede de infraestrutura de Centro de Controle de Zoonoses, através da Portaria 1399, de dezembro de 1999 (BRASIL, 1999) os CCZs tiveram oportunidade de melhor conjuntura. O CCZ está fixado no contexto de saúde pública e essas instituições municipais tem o que prover o desenvolvimento dos serviços atribuídos nos programas de centros de 26
controle de zoonoses de doenças transmitidas por vetores e de agravos por animais peçonhentos (PASTEUR, 2000; PADILHA, 2018). As zoonoses são doenças transmissíveis entre animais e seres humanos, as mais populares são: raiva, leptospirose, tuberculose, brucelose, toxoplasmose, teníase e cisticercose. Já o agente etiológico necessita de um vetor para a proliferação de doenças, das quais as principais são: dengue, febre amarela, malária, leishmaniose e doença de Chagas (PASTEUR, 2000). As atividades básicas implantadas em um CCZ, são controle de: raiva, roedores, vetores, animais incômodos e animais peçonhentos. Esse equipamento municipal atende as necessidades da região rapidamente e com soluções imediatas, são fundamentais as atividades de vigilância e prevenção, as quais o CCZ deve ser capaz de desenvolver (PASTEUR, 2000; RODRIGUES, 2013). Logo quando os CCZs surgiram, em 1973, eles chegaram a recolher 300 animais por dia que passariam pela eutanásia, com o pretexto de controlar o surto de raiva. Esses números foram caindo com o passar dos anos, mas foi só a partir de 1983 que a forma de tratar os animais começou a mudar, com último caso de morte animal causada pela raiva (PASTEUR, 2000). A remoção dos animais de rua era feita pela famosa carrocinha que circulava pelas ruas, tratava se de agentes da prefeitura que capturavam os animais das ruas e os levavam para o CCZ e se dentro de três dias o tutor do animal não fosse resgatá-lo e pagasse a taxa cobrada, o animal seguiria para a eutanásia (PASTEUR, 2000; RODRIGUES, 2013).
Abril é considerado o mês de Prevenção de Crueldade contra Animais, mas em 2018 esse mês também comemora 10 anos da proibição da eutanásia em animais sadios, segundo a Lei nº 12.916, BRASIL (2008), esse foi o fim da carrocinha (ASSIS, 2018; MELL, 2013). Independentemente da suspensão da eutanásia os protetores que acompanhavam o trabalho do CCZ, diagnosticaram que os animais sadios continuavam sendo mortos sem nenhuma razão. Então a manifestação “muda ou fecha” foi organizada por protetores e ONGs com o intuito de acabar com as irregularidades do centro, o agrupamento de mais de mil ativistas sucedeu a queda do diretor do CCZ (PADILHA, 2018). “Antes da lei, os animais eram mortos em três dias. Só o CCZ de São Paulo matava, em média, de 80 a 90 cães e gatos por dia – não há estatísticas para outras cidades do interior, mas milhares de animais eram mortos todos os anos. Não existe nada no mundo que recompense mais do que ver que esses animais, ao invés de sacrificados, hoje estão vivos e em busca de um novo lar”, comenta o deputado Feliciano Filho. “A lei propiciou uma mudança de paradigma, por isso já está sendo implantada na maior parte dos estados brasileiros. O controle populacional de cães e gatos sem matança e por meio da castração é, aliás, a recomendação da OMS – Organização Mundial da Saúde”, comenta o deputado. (ASSIS, 2018)
O CCZ exerce sua função apenas para dois casos de doenças, calazar e raiva, nas duas opções o animal é capturado ou diagnosticado ou denunciado, são feitos exames para diagnosticar o animal, caso o animal seja portador de raiva ou calazar ele é levado para a eutanásia, caso não seja é devolvido para seu tutor ou no caso de animais de rua são destinados a adoção (RODRIGUES, 2013). Segundo a bióloga Luiza Cervenka de Assis (2018), atualmente, a eutanásia é feita somente com autorização do médico veterinário e de forma ética, indicada pelo CRMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária). De acordo com Padilha (2018), os cães do CCZ vivem em canis de 6m², com uma média de 2m² para cada cachorro de médio porte. No caso de cachorros menores ou filhotes, o número pode chegar a seis animais por canil.
3.5.2 Organizações Não Governamentais Uma Organização Não Governamental (ONG) não tem fins lucrativos e faz o trabalho de auxílio para a sociedade. São instituições que desempenham atividades no âmbito do poder público mesmo não fazendo parte dele, em sua maioria, as ONGs surgiram para suprir lapsos na organização e prestação de serviços dos órgãos públicos (LENZI, 2018). Essas organizações são mantidas através de doações e financiamento privado, eventualmente fazem parcerias vantajosas com o governo, mas sem perder sua autonomia (LENZI, 2018). As ONGs podem ter atuação diversificada e/ou 27
especializada, podendo operar, principalmente, em: resgate de animais feridos, verificar denúncias de maus tratos e de abandono, oferecer abrigo e cuidados veterinários para animais necessitados, dispor da imunização e castração do animal para que possa ser encaminhado para adoção, além de atuar em projetos de conscientização humana em relação aos animais e seus direitos. As ONGs podem se especializar em uma ou mais operações dessas citadas acima ou em uma espécie de animal específico, mas a atuação diversificada é bem comum (OSTOS, 2017; PADILHA, 2018). As ONGs, em sua maioria, oferecem assistência para os animais que estão em situações que colocam em risco a sua saúde, como atropelamentos, envenenamentos, abandonos e maus tratos. Toda a assistência médica necessária é feita para que esse animal se recupere e se torne sadio novamente. Para que esse animal seja encaminhado para um canil, onde seu destino será a adoção, ele necessita tomar vermífugo, castrado e vacinado. Não só o animal tem que estar nas condições corretas para a adoção, como o tutor interessado tem que realizar uma entrevista onde suas condições e interesses são julgados, o resultado pode ser ou não positivo, caso não seja positivo o indivíduo é impedido de adotar o animal (GOMES; CHALFUN, 2014). É perceptível o crescimento quantitativo de ONGs e de pessoas engajadas com a causa animal, os protetores independentes, no Brasil. Esses protetores atuam por conta própria no seu dia-a-dia, proporcionam abrigos temporários, custeamento de tratamentos, resgates, ações voluntárias em ONGs, 28
entre outras coisas (RODRIGUES, 2013).
3.5.3 Conclusão e relações Após pesquisas e contatos com as organizações citadas, pude perceber a diferença entre elas, modo de trabalho, forma de agir e a finalidade de cada uma. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é um equipamento público, que tem como objetivo único de conter as zoonoses, para que a saúde humana não seja prejudicada. Já as Organizações Não Governamentais (ONGs) têm o objetivo contrário, eles visam a saúde e o bem-estar animal. Resumindo, o poder público visa a saúde humana e as ONGs prezam pela saúde animal, a partir dessa omissão do poder público é onde nascem as ONGs, instituições que promovem o trabalho que deveria ser público a partir de financiamento privado e de trabalho voluntário. Atualmente o CCZ e ONGs já possuem relações estabelecidas para o controle populacional, assim como rege o Programa Permanente de Controle Reprodutivo de Cães e Gatos do município de São Paulo (Lei Municipal nº 13.131/2001), campanhas de vacinação contra a raiva também fazem parte dessas parcerias, esses serviços são realizados gratuitamente para o público de baixa renda (PORTAL DA C MARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, 2013). Os maiores problemas enfrentados pelas ONGs, são: a falta de verbas e falta de infraestrutura, muitas vezes essas entidades deixam de resgatar animais por conta desses pro-
blemas. É exatamente nesse ponto que a relação entre os serviços públicos e privados podem ser ampliadas, prover a infraestrutura para que ONGs pudessem atuar sem custos com construções e impostos, de forma que não perdessem sua autonomia. (PASTEUR, 2000). Por fim, esse comparativo foi muito importante para definir o caráter do funcionamento do centro de acolhimento que faz parte do complexo de amparo e saúde animal. Essa parte do programa é voltada para atuação de ONG em um espaço cedido pelo poder público, esta localização é privilegiada para esse serviço voluntário por conta da proximidade com um hospital público e a visibilidade que os animais terão, a partir de políticas públicas e eventos como feiras de adoção.
3.6 Legislações no âmbito hospitalar veterinário Pesquisando sobre legislações hospitalares é notável a superioridade das leis para hospitais de cuidados humanos perante a hospitais e clínicas veterinárias, tanto em quantidade quando em rigor e detalhes, tomando como exemplo a RDC 50 (BRASIL, 2002). No âmbito veterinário existe a legislação resolução n° 670 (BRASIL, 2000) que “conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários, e dá providências” que em 2012 teve uma atualização tomando outras providências, a Resolução n° 1015 (BRASIL, 2012). Essa resolução determina as disposições preliminares para o funcionamento de estabeleci-
mentos médico-veterinários, as instalações e equipamentos necessários para atendimentos em hospitais de atendimento integral, de clínicas veterinárias e de consultórios e ambulatórios médico veterinários. A sessão I desta resolução determina ser necessária uma unidade de transporte e remoção, um veículo destinado unicamente à remoção de animais que não necessitem de atendimento de urgência ou emergência e relata as penalidades que os estabelecimentos e médicos tomarão caso descumpram a lei. Ainda tomando como referência a resolução n° 1015, a mesma determina que os “Hospitais Veterinários são estabelecimentos capazes de assegurar assistência médico-veterinária curativa e preventiva aos animais, com atendimento ao público em período integral (24 horas), com a presença permanente e sob a responsabilidade técnica de médico veterinário” e separa, por setores as condições mínimas de funcionamento desses hospitais, os setores em questão são: I - Setor de atendimento; II - Setor de diagnósticos; III - Setor de cirurgico;
IV - Setor de internação e V - Setor de sustentação.
Essa lei foi essencial para iniciar a criação do programa de necessidades do complexo de saúde a amparo animal, outra lei que ajudou nessa etapa foi a resolução n° 1137 (BRASIL, 2016b) que “trata de cenários fundamentais de aprendizagem relacionado a Hospital Veterinário de Ensino, Clínica Veterinária de Ensino e Fazenda de Ensino, para formação do Médico Veterinário, e dá outras providências”. 29
3.7 Visitas técnicas Realizando pesquisas para iniciar de fato a elaboração do trabalho, a principal dificuldade foi achar referências projetuais de grandes hospitais, algumas referências de hospitais e clínicas veterinárias para animais de pequeno porte foram encontradas, porém referências para a parte projetual dos animais de grande porte é quase inexistente. Tomando partido dessa escassez, uma visita ao hospital veterinário da Universidade Federal Paulistana de Botucatu foi realizada, no complexo foi visitado o hospital de animais de pequeno porte, de grande porte e de animais silvestres, essa experiência foi muito enriquecedora para a evolução do projeto, em termos de entendimento de como se deve ou não funcionar esse tipo de estabelecimento, dimensões necessárias, acessos, diferentes usos, segregações e conhecimento de equipamentos e necessidades específicas do uso veterinário. Na visita não foi permitido tirar fotos. Com essa visita foi possivel notar a importância de cada área de atuação da medicina vetrinária, tornando mais clara a importância, principalmente, á área destinada a animais de grande porte. Por se tratar de um centro de referência é primordial ter uma área que atenda aos animais de grande porte e que possa servir como área de estudos e pesquisas. Imagem 6: Entrada do hospital veterinário - FMVZ Unesp Botucatu para animais e pequeno porte. Fonte: Facebook do Hospital Veterinário
30
Depois de um tempo do início do processo de trabalho e ensaios de implantações, algumas dúvidas sobre funcionamento e dimensionamento foram surgindo, então surgiu a oportunidade de visitar o Hospital Escola da Universidade Cruzeiro do Sul, na Vila Jacuci em São Paulo. Essa visita foi essencial para tirar dúvidas com o técnico que realizou a visita guiada, analisar acessos e funcionamento, além de verificar medidas. Nessa visita foi possível tirar fotos de algumas áreas.
Imagem 7: Recepção do hospital veterinário UNICSUL Fonte: Foto da autora
31
Essas fotos são do laboratório de necropsia (8, a ), é possível visualizar a disposição do ambiente e do mobiliário.
Imagem 8: Mesa específica para necrópsia de animais de pequeno porte.
Imagem 9: Maca comum.
Fonte: Fotos da autora. Imagem 10: Mesa específica para necrópsia de animais de grande porte.
Imagem 11: Mostra armários de apoio, pia para higienização e a porta para a câmara fria.
Imagem 12: Laboratório de anatomia.
Imagem 13: Laboratório multidisciplinar.
32
Fonte: Fotos da autora.
Fonte: Fotos da autora.
Imagem 14 e 15: A talha é uma estrutura responsável por locomover o animal de grande porte e o alçapão facilita o trajeto (imagem 15), das baias para o laboratório.
Imagem 16: Modelo de gaiola de inox ajustável. Imagem 17: Sala de Fluidoterapia - Utilizada para tratamentos com soro e medicação intravenosa.
33
Imagem 18 e 19 Sala de preparo cirúrgico e sala de recuperação cirúrgica. Possuem o mesmo tamanho e poucas diferenças de mobília, é importante ter as duas por conta a higienização. Imagem 18 - Sala de preparo cirúrgico Imagem 19 - Sala de recuperação cirúrgica Fonte: Fotos da autora.
Imagem 20: Área de higienização pré-cirúrgica
Imagem 21: Sala de paramentação
34 34
Imagem 22
Imagem 24
Fonte: Fotos da autora.
Imagem 23
Imagem 22, 23 e 24:
Imagem 25 e 26:
Centro cirúrgico para animais de grande porte Portas nas duas extremidades da sala dão acesso a baias de indução e recuperação.
Corredor que dá acessos baias de animais de grande porte
Imagem 25
Imagem 26
35
4 36
O lugar. Área de intervenção.
4.1 Área Escolhida
a de Lim
. Ângel Rua Dr
Rua Dr. Corintho Baldonío Costa lvador Rua Sa
o Vita
Imagem 27: Área do entorno, evidenciando ruas e edificações Fonte: Google Earth Edição da autora
A área escolhida para intervenção é no bairro Tatuapé, na zona leste da cidade de São Paulo. O terreno está na demarcação do limite administrativo do bairro do Tatuapé, mesmo com o terreno situado ao lado do metrô carrão, mais precisamente ao lado do terminal norte de ônibus, na Rua Dr. Corintho Baldonío Costa.
37
Imagem 28: Aérea do entorno, evidenciando a linha férrea, metrôs terminais de ônibus e terreno Fonte: Google Earth Edição da autora
O terreno foi escolhido com o critério de aproveitar a infraestrutura existente do local, mobilidade urbana e acessos. A intenção de substituir o hospital veterinário existente no Tatuapé, situado entre a Rua Ulisses Cruz e Avenida Salim Farah Maluf um local de difícil acesso tanto para pedestres quanto para transporte público, o terreno escolhido (1) e o hospital veterinário (2) (imagem 29) ficam afastados a aproximadamente dois quilômetros de distância.
Imagem 29: Evidenciando distância entre hospital existente do proposto Fonte: Google Earth Edição da autora
1 2
Levando em conta as desvantagens existentes no hospital existente, o terreno foi escolhido possuindo localização privilegiada em relação aos meios de transportes públicos, em consequência da proximidade privilegiada com o metrô carrão e o terminal de ônibus, e nos arredores tem fácil acesso a grandes avenidas conhecidas e muito movimentadas, como: Avenida Alcântara Machado, Avenida Celso Garcia, Radial Leste-Oeste, Avenida Salim Farah Maluf e Avenida Marginal Tietê (imagem 30). A relação do metrô e dos terminais ônibus se torna importante desde 2015 quando a nº 16.125, Brasil (2015), já permitia o transporte de animais domésticos nos ônibus da SPTrans. Em 25 de janeiro de 2019 a lei 16.930 foi sancionada , Brasil (2019), autorizando o embarque de animais de pequeno porte em ônibus intermunicipais, Metrô e CPTM. As regras para o transporte são: animais com até 10 quilos, dentro da caixa de transporte apropriada, animais dóceis e não peçonhentos. Além disso é obrigatório pagar a tarifa para o animal e não está permitido fazer o transporte nos horários de pico dos dias úteis, “com exceção de bicho com procedimento cirúrgico agendado, mas é primordial que seja apresentada a solicitação assinada em duas vias pelo médico veterinário responsável” (DIAS, 2019). Em agosto de 2019, o Metrô de São Paulo em parceria com empresas do ramo começou a organizar feiras de adoção de cães e gatos nas estações, essa iniciativa reconhece que os animais de estimação fazem parte da família brasileira e a importância do lazer. Com o objetivo de incentivar os usuários a andarem de transporte público com seus animais, o Metrô, além de promover as feiras deu uma caixa de transporte adequada para quem adotou um animal. (ROBERTO, 2019) Imagem 30 : Aérea do entorno, evidenciando vias principais, sentido das vias do entorno, metrô, terminais de ônibus e o desenvolvimento a apartir de edificações. Fonte: Google Earth. Edição da autora
40
4.2 Legislação O Tatuapé é um bairro cujo histórico segue o desenvolvimento da cidade de São Paulo, desde o início e continua seguindo atualmente. O bairro que costumava ter predominância de residências baixas e indústrias, com o desenvolvimento os galpões industriais e as casas antigas deram espaço para grandes empreendimentos residenciais, os altos prédios já estão se alojando a alguns anos no bairro. Na imagem acima é possível notar como o desenvolvimento do lado sul da Radial Leste-Oeste foi maior e mais concentrado do que no lado norte, conhecido como lado esquecido do Tatuapé, o lado norte que é onde fica a Avenida Celso Garcia, a qual já foi um importante ponto de comércio para a cidade (SÃO PAULO IN FOCO, 2014). O bairro não possui a infraestrutura geral ideal, mas chega a ser satisfatória. Os usos são bem equilibrados entre residencial e comercial, possuindo comércios locais, grandes edifícios comerciais, residências de gabarito baixo e altos edifícios residências. Na imagem 30 é possível notar os principais pontos do bairro são os metrôs, no carrão seu entorno tem predominância de empreendimentos educacionais e área de lazer e esportes, já no metrô Tatuapé os dois Shoppings do Complexo Tatuapé, Shopping Metrô Tatuapé e Shopping Metrô Boulevard Tatuapé, fortalecem o comércio na região junto com os comércios locais.
A legislação do terreno que fica localizado no bairro Tatuapé, pertence a Subprefeitura da Mooca, é a ZEU – Zona de Eixo de Estruturação da Transformação Urbana. A ZEU é um eixo de transformação que, incorporado ao sistema de transporte coletivo, visa estimular a qualificação paisagística dos espaços públicos. Uma zona que possui áreas destinadas a uso residencial e não residencial, com alta capacidade construtiva e densidade demográfica. Conforme a Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016 (BRASIL, 2016a), que determina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Município de São Paulo, a zona de transformação determina que para um terreno de 9.750m²: Coeficiente de aproveitamento mínimo = 0,5 Coeficiente de aproveitamento básico = 1 Coeficiente de aproveitamento máximo = 4 Taxa de ocupação = 0,7 Não é necessário recuo frontal, nem recuo lateral e de fundos, se a edificação for menor que 10 metros. Caso a edificação seja maior que 10 metros e o lote vizinho apresentar edificação encostada na divisa do lote e/ou terrenos que tenham declividade com área igual ou menor a 250m² ou frente menor ou igual que 10 metros. Quanto a Quota Ambiental, conforme a mesma lei, a ZEU está situada em uma área de Quota Ambiental 6 (PA 6), possui taxa de permeabilidade igual a 0,20, necessita de uma pontuação Q.A. mínima de 0,60 e fatores de cobertura vegetal e drenagem igual a 0,5.
41
4.3 Análise do Entorno Neste capítulo foi analisado o entorno do terreno, através de mapas que evidenciam características do entorno, foram feitos os seguintes mapas: altura das edificações, usos, topografia do terreno e cheios e vazios.
736 737
N
739
Mapa de Cheios e Vazios
Mapa de Topografia
Escala 1/1750
Escala 1/1750
Mapa 1
42
Fonte: Mapas elaborados pela autra
Mapa 2
N
MAPA DE GABARITOS Até 5 pavimentos Até 10 pavimentos Até 10 pavimentos Área Verde Terreno Escala 1/1750 Fonte: Mapa elaborado pela autra
Mapa 3
43
Escola Estadual Prof. João Dias da Silveira
Escola
Escola Delegacia
Terminal de Ônibus
MAPA DE USOS Industrial Institucional Comercio e serviços
Metrô Carrão
Residencial Área Verde Terreno Escala 1/1750
44
Fonte: Mapa elaborado pela autra
Mapa 4
4.4 Visita ao terreno
Imagem 31: mostra a atual entrada para a rua sem uso, fechada por um portão.
Ao visitar o terreno foi notada que uma das fruições utilizadas em 2004 ainda é existente, mas não é aberta a população. Na primeira visita realizada, que foi executada em um sábado a tarde me deparei com uma feira que acontece no terreno, apenas aos sábados, não possui muitas informações sobre esta feira na internet e ela não é mapeada pelo Geo Sampa, logo não há informações sobre a legalização deste evento. Por se tratar de um evento efêmero, foi determinado que não interferiria na implantação do projeto. Imagem 33: Essa imagem mostra um dos acessos existentes do terreno, pelo terminal de ônibus.
Imagem 32: Nessa imagem fica evidente o grande prédio existente no entorno, com aproximadamente 72 metros de altura. Esse edifício não agrega informações sobre acessos, apenas tem sua evidência por conta da altura e má relação com o entorno. Fonte: Fotos da autora.
45
Imagem 35
Imagem 35 - Acesso de pedestres ao terminal de ônibus, pela Rua Salvador de Lima. Imagem 34 - Escadas rolantes que dão acesso a passarela do Metrô Carrão.
Mapa para localização de imagens
31 N
36
Imagem 34 Fonte: Fotos da autora.
46
32
34
35
33
Mapa 5
Fonte: Mapa elaborado pela autra
Imagem 37
47
5 48
Proposta . Projeto
Proposta
A proposta foi desenvolvida a partir da ideia de substituir e ampliar os atendimentos realizados pelo Hospital Veterinário Público da Zona Leste. A realização de um centro de referência é importante dar para um ponto de partida para que outros projetos, com programa reduzido, começam a surgir ao redor das cidades. Ficou definido o atendimento, tratamento, diagnóstico e acolhimento de três espécies de animais: animais de grande porte, animais domésticos (cães e gatos) e animais silvestres de pequeno porte. O projeto foi pensado para acolher o animal, dividindo o programa em: Animais de grande porte (em um único bloco) e animais domésticos e silvestres, dividindo o bloco principal, porém com áreas setorizadas para que não haja contato entre diferentes espécies, se não for desejado. O centro de acolhimento é uma área inserido dentro do bloco principal, que também segue o mesmo esquema de separação espacial, esse setor foi pensado para ficar em evidência, chamando a atenção de quem passa. O bloco principal possui um grande pátio central, que no térreo é destinado a áreas verdes e áreas livres, que proporciona áreas de relacionamento e eventos. Além do pátio principal, foram criados diversos pátios por todo edifício, visando maior conforto térmico, espacial e de refúgio aos animais.
49
5.1 Referências projetuais Amorepacific Headquarters | David Chipperfield Architects
Projeto por David Chipperfield Architects, abriga a nova sede da Amorepacific em Seul, na Coréia do Sul. Demorou três anos para ser construívdo e foi inaugurado em 2017, com 216.000,0 m2. (ARCHDAILY, 2017) Referência utilizada para desenvolvimento de volumetria, expressão e sistema estrutural do projeto realizado no TFG.
Imagem, corte e croqui 38 Fonte: ArchDaily
50
Pontos de referencia utilizados: .Volume com vazio central e perfurado por grandes aberturas .Silhueta simples e clara .Jardins suspensos - momento de relaxamento e emolduram vistas para a cidade . A natureza faz parte do edifício atravessa o edifício desde o pátio a cobertura .Átrio não é apenas um espaço de recepção
Imagem 39 Fonte: ArchDaily
mas também palco para realização de eventos .Paleta de materiais muito simples e de alta qualidade .Protege na mesma medida que oculta seus espaços filtro sol sem interromper a vista para a cidade.
Imagem 40 Fonte: ArchDaily
51
Hospital Veterinário Canis Mallorca | Estudi E. Torres Pujol Palma, Ilhas Baleares, Espanha . 2014
Esse projeto, assim como as visitas técnicas realizadas, foi referência em dimensionamento dos ambientes, materiais utilizados, tipos de fechamentos, organização espacial, soluções programáticas, design e acessos.
Imagem e planta 41 Fonte: ArchDaily
52
5.2 Primeira fase de projeto Repercussão da banca intermediária Principais pontos levantados:
- Melhorar texto, arrumar erros, deixar mais resumido e claro - Detalhar melhor o setor de animais de grande porte, dando maior ênfase a demanda dos animais - Ressaltar a importância de um centro de referência e enfatizar a expansão de um modelo sintetizado do projeto ao redor da cidade - Dar maior ênfase as entrevistas realizadas, a importância do transporte público e melhorar a relação com o entorno através de mapas explicativos - Enxugar o programa e circulações - Criar mais espaços livres (jardins e praças - prever local para feira de adoção) - Melhorar maquete - Explicar o projeto a partir de diagramas O professor convidado, Carlos Verna, começou seus comentários com algumas dúvidas, aproveitou para apontar os pontos negativos do caderno e sugeriu algumas alterações. Após esses primeiros comentários começou a tirar dúvidas sobre o projeto, após uma longa conversa o professor sugeriu alterações que poderiam resolver os pontos abordados na conversa sobre o projeto. A banca intermediária teve um resultado positivo, enxerguei todos os comentários como uma conversa.
Imagem 42: Diagramas produzidos no primeiro semestre
53
5.3 Conceito . Diagramas Evolução Volumétrica e Partido
Evolução 2 Escolha da volumetria
Evolução 1
Escolha da implantação Com a escolha da implantação o programa se dividiu em dois blocos, o principal e o de animais de grande porte. O projeto possui dois caminhos de fruições públicas, que junto com o praça central convida quem passa por ali a conhecer o hospital e os animais que estão para adoção, esses animais foram colocados estrategicamente para serem facilmente vistos por um possível tutor. A praça central une as fruições, o centro de acolhimento, o bloco dos grandes para que ela possa ser um ponto de encontro e local de eventos. As aberturas de pátios estratégicos e mudanças na volumetria foram decorrentes dos usos internos do hospital e escolhidas para beneficiar a expressão do projeto. 54
Evolução 3 Abertura de pátios
Evolução 4
Reposicionamento no terreno
Evolução 6
Estudo solar e colocação de brises
Evolução 5
Mudanças na volumetria
Evolução 7 Abertura de pátios horizontais 55
Conceito . Diagramas Usos
Ocupação do Solo Área do Terreno
9755.00m ²
Máximo Usado
Taxa de Ocupação - T.O. 70% Coeficiente de Aproveita- 4 mento - C.A. Quota Ambiental - Q.A. 0.6
56
68,4% 2,142 0.62
Conceito . Diagramas Programa Área todal do pav - 6200m ²
Núcleos Área de atendimento -
112m ²
Setor emergêncial Centro de acolhimento Áreas de espera Praça interna Centro Cirúrgico - Grandes Áreas de apoio
232m ²
Triagem, café, petshop - Grandes: baias e exames
838m ² 450m ² 283.5m ²
Núcleos Setor Administrativo Centro de acolhimento Áreas de apoio
112m ² 600m ² 542m ²
85,8m ² Área todal do pav - 1610m ²
Núcleos Áreas de atendimento -
1720m ² 328.5m ²
Núcleos Área de atendimento
112m ²
Centro Cirúrgico - Pequenos
915m ²
812m ²
Laboratórios Área de espera
245m ²
300m ²
Pátios internos - Áreas verdes
645m ²
Áreas de apoio
80m ²
150m ²
770m ²
505m ² Áreas de espera Pátios internos - Áreas verdes 840m ² 110m ² Áreas de apoio
Setas vermelhas- Fruições Públicas Setas azuis - Entradas do edifício
Núcleos Área de atendimento Setor de internações Áreas de espera Pátios internos - Áreas verdes Áreas de apoio
112m ²
Consultórios, exames, vacinação e doação de sangue
267.5m ²
Área todal do pav - 3570m ² 112m ²
Área todal do pav - 3030m²
290m ²
Núcleos
Área todal do pav -3863m² 112m ²
50m ²
Área destinada a funcionários 1050m ²
90m ²
1030m ² Setor educacional Pátios internos - Áreas verdes 110m ² Áreas técnincas e de apoio 876m ²
180m ² Área todal do pav - 2260m ²
57
Conceito . Diagramas Fluxos
58
Fluxo Emergêncial
Fluxo de Animais
Fluxo emergêncial Setor emergêncial Centro Cirúrgico Setor de internação
Fluxo - Grande Porte Fluxo - Pequeno Porte Áreas de atendimento Áreas de espera
Conceito . Diagramas
Pátios Área do pátio Pátio
Fluxo Público e Privado Fluxo Público FluxoPrivadas Áreas Públicas Áreas Privadas 59
Foto incerção 1 Implantação Base google earth. Edição pela autora
60
5.4 Peças Gráficas
Implantação Escala 1/1500
1
C
D
Corte DD e fachada 2
737.0
Tanques de oxigênio
Depósito de Resíduos
737.0
Depósito de Reciclagem
Recepção Animais de grande porte
Piquete
Acesso a caixa d'água inferior de 54m³, caixa dágua de reuso de 70m³ e sala de geradores.
737.0
Sala de Atendimento
Triagem
Sala de Descanço
Espera
Triagem
Sala de Cirurgia
Indução
Entrada
Espera
Triagem
Recuperação
Espera
Triagem Triagem
Vestiário de Barreira
Balanças
Triagem
Sala de Atendimento
Vestiário de Barreira
737.0
Sala de Atendimento
Recepção
Piquete
Sala de Cirurgia
Indução
Sanitários 737.0
Recuperação
Tomografia Raio X
737.0
Indução/ Recuperação
Setor Emergêncial
737.0
Comando
737.0
737,0
Piquete
Apoio
737.6
Piquete
Depósito Materiais
Atendimento
Piquete
Café Sanit. para funcionários
737.6
Entrada
737.6
2
Indução/ Recuperação
Ultrassom
A
4
A
Sanit. para funcionários
Copa
Depósito Alimentos
Preparação de alimentos
737.6 737.6
Pet Shop
B
Banho e Tosa 737,0
Área de recreação para cachorros
Centro de Acolhimento
Área de recreação para cachorros
B
DML Baia
Baia
Baia
Baia
Piquete
Baia
Cabines Expositoras p/ Cachorro
N Baia
Baia
Baia
Baia
Baia
Baia
Baia
Baia 737.6
Piquete
Baia
DMA
737.7 737.7
C
3
D
Corte DD e fachada 2
Planta do Térreo Escala 1/250
Complexo de Saúde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
1
C
D
Corte DD e fachada 2
737.0
737.0
Sala de arq.
Sala Reunião
Sala Diretor
Administração Atendimento 741.5
Administração
Sala Supervisor
Copa
Sala Diretor
Sala do Vice Diretor
Sala Supervisor
Recepção
737.0
Varanda 741.5
Sala de arquivo
Sanitários
737.0
A
737.0
737.0
737.0
2
Apoio
A
4
DML
Preparação de alimentos 737.6
Depósito
Resíduos
Depósito de Alimentos
Utilidades
741.5 737.6 737.6
B
Gatil Individual
Oficina de manutenção
737.0
Gatil Coletivo Gatil Coletivo
Gatil Coletivo
N
B
737.7 737.7
C
3
D
Corte DD e fachada 2
Planta Primeiro Pavimento Escala 1/250
Complexo de Saúde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
1
C
D
Corte DD e fachada 2
737.0
Enfermaria
Fluidoterapia
Enfermaria
Fluidoterapia
Fluidoterapia
Espera Farmácia
Enfermaria
Laudos
Laudos
Copa Lavanderia
A
737.0
737.0
737.0
2
Apoio
A Utilidad.
4
Sanit. para funcionários
746.0
Depósito
Sanitários
DML
Resíduos
Depósito de Alimentos
Preparação de alimentos
746.0 737.6
B
U.T.I.
U.T.I.
U.T.I. Internação infectocantagiosos
Espera Internação infectocantagiosos
Espera Internação infectocantagiosos
Espera
Antecâmara
Antecâmara
Antecâmara
N
B
Pet Place Pet Place Pet Place
Internação
Internação
Internação
737.7
C
3
D
Corte DD e fachada 2
Planta Segundo Pavimento Escala 1/250
Complexo de Saúde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
1
C
D
Corte DD e fachada 2
737.0
Fisioterapia Laboratório de análises clinicas e imunologia
Depósito
Laboratório Necropsia
Câmara Fria
Fisioterapia
Depósito
Laboratório Anatomia
Copa
DML e Lavanderia
A
737.0
737.0
737.0
2
Apoio
A
750.5
750.5 Utilidades
4
Resíduos
Lavagem e Esterilização de Materiáis
Sanitários
Câmara fria
737.6
Indução
eração Recuperação Recup
Sala de Cirurgia
Sala de Cirurgia
Sala de Cirurgia
B
Recuperação
Sala de Cirurgia
Sala de Cirurgia
Sala de Cirurgia
Sala de Cirurgia
B
a
Vestiário de Barreir
DML
DML
Depósito
Depósito
Indução
Sala de Cirurgia
Esterilização
Esterilização
a
Vestiário de Barreir
N
Sala de Cirurgia
Sala de Cirurgia
Indução
737.7
C
3
D
Corte DD e fachada 2
Planta Terceiro Pavimento Escala 1/250
Complexo de Saúde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
1
C
D
Corte DD e fachada 2
737.0
om Ultrassom Ultrass
Raio X
Ultrassom
e
Doação de Sangu
Tomografia
Raio X
D.M. Comando
Ressonância Magnética
e
Doação de Sangu
Espera
Sala Técnica
S. Vacina
S. Vacina
S. Vacina
Raio X
Dep. Vacina
es
Consultórios Silvestr
Espera
A
737.0
737.0
737.0
2
Apoio
A
755.0
755.0
4 Sanit. para funcionários
737.6
Sanitários
Sanit. para funcionários
Copa
s Dep. Utilidad. Resíduo
B
DML
Consultórios Gatos Consultórios Cães
Espera
Espera
N
B Pet Place
737.7
C
3
D
Corte DD e fachada 2
Planta Quarto Pavimento Escala 1/250
Complexo de Saúde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
1
C
D
Corte DD e fachada 2
737.0
Cozinha
Descanço
Descanço
Depósito
Copa
Vestiário
Refeitório
Vestiário
Armários
Convívio
Armários
Convívio
A
737.0
737.0
737.0
2
Apoio
A
759.5
759.5
4
Foyer
Convívio
Sanitários
737.6
Auditório 759.5
B
Sala de rec. e apoio
Sala de Aula
Camarim
iciplinar
Laboratório Multid
759.5
Sala Projetor, Tradução e Iluminação
Palco
762.8
760.5
N
B Sala de Aula
as Cirúrgicas
Laboratório Técnic
737.7
C
3
D
Corte DD e fachada 2
Planta Quinto Pavimento Escala 1/250
Complexo de Saúde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
1
C
D
Corte DD e fachada 2
737.0
Painéis solares
Aquecedores e tanque de áqua quente
Bombas
A
737.0
Sala de compressores
737.0
2
737.0
A 765.9
4 737.6
B a Área destinada chillers
CAIXA D'AGUA
N
Superior - 360m³
B
737.7
C
3
D
Corte DD e fachada 2
Planta da Cobertura Escala 1/250
Complexo de Saúde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
770.2
765.9
759.5
755.0
750.0
746.0
743.5 741.5
737.0
737.0
Corte AA Escala 1/250
Complexo de SaĂşde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
770.2
765.9
762.8
760.5 759.5
755.0
750.0
746.0
743.5
741.5
737.0
737.6
Corte BB Escala 1/250
Complexo de SaĂşde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
765.9
759.5
755.0
750.0
746.0
741.5
737.0
737.6
Corte CC Escala 1/250
Complexo de SaĂşde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
746.0
743.5
737.0
Corte Fachada Corte DD Fachada 2 Escala 1/250
Complexo de SaĂşde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
Fachada 1 Escala 1/250
Complexo de SaĂşde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
Fachada 3 Escala 1/250
Complexo de SaĂşde e Amparo Animal por Isabela Dualibi
Fachada 43 Fachada Escala 1/250 1/250 Escala
Complexo de de Saúde Saúde Complexo Amparo Animal Animal ee Amparo por Isabela Isabela Dualibi Dualibi por
5.5
Perspectivas 77
Figura 1: Vista da Rua Dr. Corintho BaldonĂo Costa 78
Figura2: Vista do pรกtio principal
79
Figura 3: Vista da Rua Dr. Corintho BaldonĂo Costa 80
Figura 4: Vista do terminal de Ă´nibus
81
Figura 5: Vista aĂŠrea do terminal de Ă´nibus 82
Figura 6: Vista do pรกtio do bloco de animais de grande porte
83
Figura 7: Vista interna do andar de consultรณrios 84
Figura 8: Vista do pรกtio no segundo pavimento
85
6 86
ReferĂŞncias
6.1 Considerações Finais
Dada à importância da saúde veterinária pública e sua inconsistência, constatou-se a necessidade de um ensaio arquitetônico de um centro de referência em saúde e amparo animal. Foram elaboradas todas as áreas de atuação que a medicina veterinária pode necessitar no município de são paulo. A partir de todo estudo realizado para produzir o complexo de saúde e amparo animal, o projeto cumpre seu propósito quando outras unidades reduzidas de hospitais veterinários podem ser implantadas em outros pontos da cidade com mais facilidade e agilidade.
87
6.2 Bibliografia IBGE; ABINPET. IBGE - População de animais de estimação no Brasil. São Paulo, Sp: Ibge, 2017. GLOBO - G1 (Brasil). Hospitais públicos veterinários de SP reduzem atendimento em 5 vezes e salas ficam lotadas: Prefeitura de SP vai renovar contrato por seis meses enquanto faz nova licitação para escolher nova administradora de duas unidades. G1. São Paulo. 07 nov. 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/ sao-paulo/noticia/2018/11/07/hospitais-publicos-veterinarios-de-sp-reduzem-atendimento-em-5-vezes-e-salas-ficam-lotadas.ghtml>. Acesso em: 20 abr. 2019. ISA Capital – Sp (Brasil). Inquérito de Saúde na Cidade de São Paulo. Cães e gatos no Município de São Paulo: imunização, esterilização e convivência com humanos. 8. ed. São Paulo, Sp: 2015. 29 p. PORTAL DA C MARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. (Brasil). Sem dono, sem documento: Quantidade de animais soltos na capital é grande, mas desconhecida, e abrigo do CCZ opera com capacidade máxima. Revista da Câmara Municipal de São Paulo, São Paulo, Sp, v. 1, n. 1, p.1-1, jan. 2013. Disponível em: <http://www.saopaulo. sp.leg.br/apartes-anteriores/revista-apartes/numero-1-janeiro-junho2013/no01-sem-dono-sem-documento/>. Acesso em: 29 jan. 2019. GOMES, Rosangela Mª. A.; CHALFUN, Mery. Direito dos Animais: Um Novo e Fundamental Direito. 2014. 20 f. - São Paulo, Sp, 2015. OSTOS, Natascha Stefania Carvalho de. União Internacional Protetora dos Animais de São Paulo: práticas, discursos e representações de uma entidade nas primeiras décadas do século XX. 2017. Disponível em: <http://www.uipa.org.br/sobre-a-atuacao-da-uipa-no-inicio-do-seculo-xx/>. Acesso em: 06 mar. 2019. INSTITUTO PASTEUR. MANUAL TÉCNICO: Orientação para projetos de Centro de Controle de Zoonoses. 2 ed. São Paulo: Suzete J. da Silva, 2000. 50 p.
88
PADILHA, Mônica Soares Botelho. O ativismo animal em São Paulo: uma interpretação sócio antropológica de suas práticas e subjetividades. 2018. 279 f. Monografia (Especialização) - Curso de Fislosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, Sp, 2018. ASSIS, Luiza Cervenka de (Org.). Fim da carrocinha comemora 10 anos. 2018. Disponível em: <https://emais.estadao.com.br/blogs/ comportamento-animal/fim-da-carrocinha-comemora-10-anos/>. Acesso em: 06 mar. 2019. MELL, Luisa. Os novos rumos do Centro de Controle de Zoonoses de SP. 2013. Disponível em: <https://luisamell.com.br/os-novos-rumos-do-centro-de-controle-de-zoonoses-de-sp>. Acesso em: 06 mar. 2019. LENZI, Tié. O que é uma ONG? 2018. Disponível em: <https:// www.todapolitica.com/ong/>. Acesso em: 06 mar. 2019. BARBOSA, David Soeiro. Saúde Única: Uma Só Saúde. 2018. Disponível em: <http://www.agrarias.ufpr.br/portal/mvc/saude-unica/>. Acesso em: 06 mar. 2019. RODRIGUES, Fernanda Sena de Anchieta. Análise comparativa dos processos de entrada e saída de animais: ONG animal X Centro de Controle de Zoonoses. 2013. 52 f. TCC (Graduação) - Curso de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2013. CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS - CRMV-MG (Minas Gerais) (Org.). Aspectos do manejo populacional de cães e gatos. Cadernos Técnico de Veterinária e Zootecnia, São Paulo, v. 2, n. 2, p.1-77, dez. 2016. BRASIL. BANCADA DA C MARA DOS DEPUTADOS. (Org.). Projeto de Francisco Floriano define práticas abusivas contra animais e sugere punição mais rigorosa: Pena pode ser aumentada em dobro se crime for praticado pelo dono do animal. 2017. Disponível em:
<http://deputados.democratas.org.br/noticias/projeto-de-francisco-floriano-define-praticas-abusivas-contra-animais-e-sugere-punicao-mais-rigorosa/>. Acesso em: 06 mar. 2019. CANAL DO PET. Conheça a história da domesticação animal. 2016. Disponível em: <https://canaldopet.ig.com.br/curiosidades/2016-07-22/domesticacao-de-animais.html>. Acesso em: 26 abr. 2019. PORTAL CRMV (Brasil). Conselho Federal de Medicina Veterinária. Síntese da História da Medicina Veterinária. Disponível em: <http:// www.cfmv.gov.br/portal/historia.php>. Acesso em: 16 abr. 2019. OLIVEIRA, Bruno. História da medicina veterinária. 2013. Disponível em: <https://www.petlove.com.br/dicas/historia-da-medicina-veterinaria>. Acesso em: 16 abr. 2019. SÃO PAULO IN FOCO. O Bairro das Olarias Paulistanas – O Tatuapé. 2014. Disponível em: <http://www.saopauloinfoco.com.br/tatuape/>. Acesso em: 21 abr. 2019. OLIVEIRA, Bruno. Hospitais Veterinários Públicos. 2014. Disponível em: <https://www.petlove.com.br/dicas/hospitais-veterinarios-publicos>. Acesso em: 26 abr. 2019. ANCLIVEPA. Hospitais Veterinários. Disponível em: <https://anclivepa-sp.com.br/2015/anclivepa-social/hospital/>. Acesso em: 26 fev. 2019. BRASIL (Estado). Ministério da Saúde. Constituição (2014). Portaria nº 1.138, de 23 de março de 2014. Define as ações e os serviços de saúde voltados para vigilância, prevenção e controle de zoonoses e de acidentes causados por animais peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública. São Paulo, SP, v. 51. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/ prt1138_23_05_2014.html>. Acesso em: 06 abr. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.399, de 15 de dezembro de 1999. São Paulo. Disponível em: <http://www.funasa.gov.
br/site/wp-content/files_mf/Pm_1399_1999.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2019. BRASIL. Assessoria Legislativa do Estado de São Paulo. Lei nº 12.916, de 16 de abril de 2008. Dispõe Sobre O Controle da Reprodução de Cães e Gatos e Dá Providências Correlatas. São Paulo, SP, Disponível em: <https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2008/lei-12916-16.04.2008.html>. Acesso em: 06 abr. 2019. BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe Sobre As Sanções Penais e Administrativas Derivadas de Condutas e Atividades Lesivas Ao Meio Ambiente, e Dá Outras Providências. Brasilia, DF, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/ L9605.htm>. Acesso em: 06 abr. 2019. BRASIL. Constituição (1910). Decreto nº 8.319, de 20 de outubro de 1910. Crêa o Ensino Agronomico e approva o respectivo regulamento. . Rio de Janeiro, RJ, 02 nov. 1910. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-8319-20-outubro-1910-517122-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 06 abr. 2019. BRASIL. Constituição (1910). Decreto nº 8.319, de 20 de outubro de 1910. Crêa o Ensino Agronomico e approva o respectivo regulamento. . Rio de Janeiro, RJ, 02 nov. 1910. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1910-1919/decreto-8319-20-outubro-1910-517122-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 06 abr. 2019.BRASIL a. Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016. Disciplina o parcelamento, o uso e a ocupação do solo no Município de São Paulo, de acordo com a Lei nº 16.050, de 31 de julho de 2014 - Plano Diretor Estratégico (PDE). . São Paulo, SP, p. 1-89. Disponível em: <http://documentacao.camara.sp.gov.br/iah/ fulltext/leis/L16402.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2019. BRASIL. Resolução nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação,
89
elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. . Brasilia, DF, Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002. html>. Acesso em: 14 jan 2019. BRASIL. Resolução nº 670, de 10 de agosto de 2000. Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários, e dá outras providências. O Conselho Federal de Medicina Veterinária - CFMV. São Paulo, SP, 20 mar. 2001. BRASIL. Resolução nº 1015, de 09 de novembro de 2012. Conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médicoveterinários de atendimento a pequenos animais e dá outras providências.. O Conselho Federal de Medicina Veterinária - CFMV. São Paulo, SP, BRASIL b. Resolução nº 1137, de 16 de dezembro de 2016. Trata de cenários fundamentais de aprendizagem relacionado a Hospital Veterinário de Ensino, Clínica Veterinária de Ensino e Fazenda de Ensino, para formação do Médico Veterinário, e dá outras providências. . São Paulo, SP, BRASIL. Constituição (2016). Resolução nº 1137, de 16 de dezembro de 2016. Trata de Cenários Fundamentais de Aprendizagem Relacionado A Hospital Veterinário de Ensino, Clínica Veterinária de Ensino e Fazenda de Ensino, Para Formação do Médico Veterinário, e Dá Outras Providências. BRASIL. Constituição (2015). Lei nº 16.125, de 11 de março de 2015. Dispõe sobre a autorização do Poder Executivo disciplinar o transporte de animais domésticos no serviço municipal de transporte coletivo de passageiros no Município de São Paulo.. . São Paulo, SP, Disponível em: <http://dobuscadireta.imprensaoficial. com.br/default.aspx?DataPublicacao=20150312&Caderno=DOC&NumeroPagina=1>. Acesso em: 26 ago. 2019. BRASIL (Município). Lei nº 16.930, de 24 de janeiro de 2019. Auto-
90
riza O Poder Executivo A Celebrar Convênios Com Os Municípios, Com O Intuito de Estabelecer Parceria Entre As Polícias Civil e Militar do Estado e As Guardas Municipai. São Paulo, SP, Disponível em: <http://dobuscadireta.imprensaoficial.com.br/default.aspx?DataPublicacao=20190125&Caderno=DOE-I&NumeroPagina=1>. Acesso em: 28 ago. 2019. DIAS, Silene Silva. Como transportar pets no ônibus, trem e metrô de São Paulo: Muitas pessoas ainda desconhecem da lei sancionada este ano e permite levar animais domésticos. 2019. Disponível em: <https://revistagloborural.globo.com/Colunas/planeta-bicho/ noticia/2019/02/como-transportar-pets-no-transporte-publico-de-sao-paulo.html>. Acesso em: 26 ago. 2019. ROBERTO, Igor. Metrô realiza feira de adoção de cães e gatos neste domingo. 2019. Disponível em: <https://noticiando.net/ metro-realiza-feira-de-adocao-de-caes-e-gatos-neste-domingo/?fbclid=IwAR1LA3X7AVaRjBa_5rkv8OObdqnknBTMbKPnDiJrKXjdfI0wzcCVz6Jzr44>. Acesso em: 21 out. 2019. Amorepacific Headquarters / David Chipperfield Architects” [Amorepacific Headquarters / David Chipperfield Architects] 05 Mai 2019. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Acessado 5 Nov 2019. <https://www.archdaily.com.br/br/915950/amorepacific-headquarters-david-chipperfield-architects> “Hospital Veterinário Canis Mallorca / Estudi E. Torres Pujol” [Veterinary Hospital Canis Mallorca / Estudi E. Torres Pujol] 28 Mar 2015. ArchDaily Brasil. (Trad. Brant, Julia) Acessado 5 Nov 2019. <https://www.archdaily.com.br/br/763528/hospital-veterinario-canis-mallorca-estudi-e-torres-pujol>
6.3 Lista de Figuras
Lista de Imagens Imagem 1: Faturamento do mercado pet por ano Fonte: IBGE; ABINPET. IBGE - População de animais de estimação no Brasil. São Paulo, Sp: Ibge, 2017. Imagem 2: População de cães e gatos Fonte: IBGE; ABINPET. IBGE - População de animais de estimação no Brasil. São Paulo, Sp: Ibge, 2017. Imagem 3: Fachada Hospital Veterinário da Zona Norte Fonte:ANCLIVEPA. Hospitais Veterinários. Disponível em: <https://anclivepa-sp.com.br/2015/anclivepa-social/hospital/>. Acesso em: 26 fev. 2019. Imagem 4: Fachada Hospital Veterinário da Zona Leste Fonte: ANCLIVEPA. Hospitais Veterinários. Disponível em: <https://anclivepa-sp.com.br/2015/anclivepa-social/ hospital/>. Acesso em: 26 fev. 2019. Imagem 5: Mapa localizando hospitais escola. Fonte: Mapa – Geo Sampa e edição da autora Imagem 6: Entrada do hospital veterinário - FMVZ Unesp Botucatu para animais de pequeno porte. Fonte: Facebook do Hospital Veterinário. Imagem 07 a 26: Visita ao Hospital Veterinário Cruzeiro do Sul. Fonte: Fotos da autora. Imagem 27: Área do entorno, evidenciando ruas e edificações. Fonte: Google Earth e edição da autora. Imagem 28: Aérea do entorno, evidenciando a linha férrea, metrôs terminais de ônibus e terreno. Fonte: Google Earth e e edição da autora.
p. 17
p. 17
p. 18 p. 19
p. 20
p. 28
Imagem 29: Evidenciando distância entre hospital existente do proposto. Fonte: Google Earth e edição da autora. Imagem 30 : Aérea do entorno, evidenciando vias principais, sentido das vias do entorno, metrô, terminais de ônibus e o desenvolvimento a partir de edificações. Fonte: Google Earth e edição da autora. Imagem 31 a 37: Fotos da visita ao terreno. Fonte: Fotos da autora. Imagem 38 a 40: Peças ilustrando a referência ao projeto do David Chipperfield Architects. Fonte: ArchDaily Imagem 41: Peças ilustrando a referência ao projeto do Estudi E. Torres Pujol Fonte: ArchDaily Imagem 42: Diagramas elaborados pela autora no primeiro semestre
p. 37
p. 38
p. 43 a 45 p. 48 a 49 p. 50
p. 51
p. 29 a 33 p. 35
p. 36
91
Lista de Mapas Mapa 1: Mapa de topografia. Escala 1/ Mapa 2: Mapa de cheios e vazios. Escala1/ Mapa 3: Mapa de gabaritos. Escala 1/1750 Mapa 4: Mapa de usos. Escala1/1750 Mapa 5: Mapa para localização de imagens. Sem escala
Lista de Figuras p. 40 p. 40 p. 41 p. 42 p. 44
Todos os mapas foram elaborados pela autora.
Lista de Diagramas Diagramas de evolução do 1 ao 7 - autorais e explicativos, sobre a evolução volumétrica do projeto Diagramas de usos - autorais e demonstrativos sobre os usos setorizados do projeto DIagramas de Fluxos - autorais e demonstativos dos principais fluxos ecistentes no hospital
92
p. 52 e 53 p. 53 e 54 p. 54 e 55
Foto incerção 1 - Implantação - Base google earth - edição e imagem 3D Renderizada - Autoral
p. 58
Figura 1: Vista da Rua Dr. Corintho Baldonío Costa - 3D Renderizada - Autoral Figura2: Vista do pátio principal - 3D Renderizada - Autoral Figura 3: Vista da Rua Dr. Corintho Baldonío Costa - 3D Renderizada - Autoral Figura 4: Vista do terminal de ônibus - 3D Renderizada AutoralFigura 5: Vista aérea do terminal de ôanibus - 3D Renderizada - Autoral Figura 6: Vista do pátio do bloco de animais de grande porte - 3D Renderizada - Autoral Figura 7: Vista interna do andar de consultórios - 3D Renderizada - Autoral Figura 8: Vista do pátio no segundo pavimento - 3D Renderizada - Autoral
p. 62 p. 63 p.64 p. 66
p. 67 p.68 p. 69
COMPLEXO DE SAÚDE E AMPARO ANIMAL por Isabela Dualibi Borges
Orientanda - Isabela Dualibi Orientador - Sérgio Salles
Universidade São Judas Tadeu Arquitetura e Urbanismo Trabalho Final de Graduação São Paulo - 2019