ISABELA MARIANE CAUM WILNER
CENTRO EDUCACIONAL SUSTENTÁVEL EM RIBEIRÃO PRETO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação da prof. Anelise Sempionato.
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA RIBEIRÃO PRETO 2016
DEDICATÓRIADEDICATORI DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais pelo apoio dado ao longo da minha graduação, por sempre estarem ao meu lado em todos os momentos e principalmente por propiciar a minha formação, cumprindo mais uma etapa da minha vida. Obrigada!
AGRADECIMENTO AGRADECIMENTO
Agradeço aos meus pais por todo o apoio e carinho dado, aos amigos que ganhei, tornando estes momentos ainda mais especiais. Aos meus professores pelos seus ensinamentos durante estes cinco anos. Agradeço também a Professora Anelise Sempionato pela compreensão e colaboração ao longo desse ano.
RESUMO RESUMO RESUMO RESUMO O ser humano cada vez mais, vem degradando o meio ambiente, diante desta situação é importante conscientizar toda a sociedade sobre a importância da preservação ambiental. Deste modo, foi pensado em uma proposta projetual em que tanto a sua arquitetura quanto o seu funcionamento seja voltado a métodos e materiais sustentáveis. Por isso, o Centro Educacional Sustentável funciona como um local voltado a propagação da educação ambiental, assim faz com que os visitantes e usuários e também a população se conscientizem sobre a dificuldade ambiental e social vivida nos dias de hoje e que através do meio ambiente é possível ter desenvolvimento.
SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – PLANO DE PESQUISA 03 03 04 04 04 04 04 05 05 05 06 06
1.1 APRESENTAÇÃO 1.2 INTRODUÇÃO 1.3 PROBLEMÁTICA DA PESQUSA 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 OBJETIVOS GERAIS 1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1.5 JUSTIFICATIVA 1.6 METODOLOGIA 1.6.1 ETAPA EXPLORATÓRIA 1.6.2 ETAPA DESCRITIVA 1.6.3 ETAPA ANALÍTICA 1.6.4 ETAPA CONCLUSIVA
CAPÍTULO 2 – RESULTADOS PARCIAIS 07 07 08 09 09 10 11 11 17 21 23 28 28 31 34 34 42
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2.1.2 SUSTENTABILIDADE 2.1.3 PERMACULTURA 2.1.4 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL 2.1.4.1 BIOCONSTRUÇÃO 2.2 ESTUDO DE CASO 2.2.1 THE GREEN SCHOOL 2.2.2. UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO AMBIENTE – UNILIVRE 2.2.3 FUNDAÇÃO GAIA 2.2.4 CENTRO MAX FEFFER - CULTURA E SUSTENTABILIDADE 2.3 ESTUDO DE CASO: RIBEIRÃO PRETO – SP 2.3.1 LEVANTAMENTO DEMOGRÁFICO E TERRITORIAL 2.3.2 ASPECTOS AMBIENTAIS 2.4 LEVANTAMENTOS DE DADOS 2.4.1 DELIMITAÇÃO TERRITORIAL: A ÁREA DE INTERVENÇÃO 2.4.1.1 ENTORNO
CAPITULO 3 – ANTEPROJETO 46 46 48 49 50 51 54 55 57
3.1 PROJETO 3.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO 3.3 DIRETRIZES PROJETUAIS 3.3.1 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA 3.3.2 USO DE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS E ECOPRODUTOS 3.3.3 GESTÃO E ECONOMIA DA ÁGUA 3.3.4 GESTÃO DE RESÍDUOS DEIXADOS PELOS USUÁRIOS 3.4 PROGRAMA E PRÉ DIMENSIONAMENTO 3.4.1 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES
SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO SUMÁRIO
CAPITULO 4 – PROJETO 58 61 64 67 70
4.1 IMPLANTAÇÃO 4.2 PLANTA LAYOUT 4.3 PLANTA COTAS 4.4 CORTES E DETALHAMENTO 4.5 FACHADAS
CAPÍTULO 5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73 74
5.1 BIBLIOGRAFIA 5.2 WEBSITES
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1.1 APRESENTAÇÃO O assunto selecionado para a elaboração deste Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo é a Arquitetura Sustentável, sendo a educação ambiental, a arquitetura sustentável e a sustentabilidade os temas abordados por esta pesquisa que desenvolve uma proposta projetual para um centro educacional sustentável em Ribeirão Preto.
1.2 INTRODUÇÃO O tema educação ambiental está presente na vida dos indivíduos desde o início da existência da mesma na Terra, porque para a sobrevivência do homem, era indispensável que ele soubesse relacionar-se com o meio ambiente, conforme argumenta Silva (2012). Segundo Meadows (1996, apud SILVA, 2012), desde o primeiro momento em que os seres humanos começaram a interagir com o mundo ao seu redor, e ensinaram seus filhos a fazerem o mesmo, estava havendo educação e educação ambiental. Logo após ocorrer o processo de industrialização e urbanização, percebeu-se uma mudança na percepção de que a educação ambiental se faz presente no diaa-dia das pessoas. O mundo começou um modelo de “desenvolvimento insustentável” porque não importava o destino dos resíduos químicos, todos eram despejados nas matas, nos rios e no meio ambiente em geral, conforme esclarece Silva (2012). O que ocasionou o aumento na geração de resíduos foi o crescimento populacional nas cidades, devido ao êxodo rural, que também devido ao mesmo não há preocupação alguma com o meio ambiente e os recursos naturais renováveis sendo vistos como inesgotáveis, conforme discute Silva (2012, on-line) que argumenta:
PLANO DE PESQUISA
instrumentos de mudança e de construção dessa nova forma de ser e viver é a Educação Ambiental, com seus projetos, propostas e práticas’’ (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE – SP, 2013, p.07). A implantação de centros educacionais sustentáveis, escolas caminham com esta mesma visão. Há diferentes maneiras de tratar o meio ambiente, então para diminuir a ação destrutiva do homem, surge o educador ambiental que estará em diversos ambientes, estimulando e conduzindo ações efetivas para melhorar o seu entorno. Um dos principais locais de atuação do educador ambiental é a escola, conforme discorre Silva (2012, on-line). As atitudes de preservação e cuidado ecológico devem ser cultivadas desde os primeiros anos escolares. A formação na infância é mais efetiva, pois as crianças ainda não possuem conceitos formados sobre o meio ambiente. Os adultos precisam desconstruir certos conceitos para apropriar-se de uma nova consciência ecológica. A escola propagará valores e atitudes responsáveis, respeitando a diversidade ambiental (SILVA, 2012, on-line). Segundo Silva (2012), como a educação ambiental não se desenvolve fragmentada, a escola é um dos locais mais adequados para que ela aconteça. A escola pode proporcionar a conexão entre as várias áreas do conhecimento presentes na sociedade, sendo está conexão imprescindível para que a educação ambiental aconteça. O conhecimento sobre a complexidade e diversidade de questões sobre o meio ambiente possibilita um cuidado melhor com o planeta Terra. Para Santos (2009):
A Arquitetura Sustentável age diretamente sobre o meio ambiente com determinação e responsabilidade, efetuando a integração entre a natureza e empreendimentos imobiliários, através de A preocupação com o meio ambiente passou a ter atributos e características naturais que são utilizados maior importância devido a desastres socioambientais na iluminação, ventilação, posicionamento no que suscitaram o medo e, com isso, começaram a terreno, bem como se preocupando com a cultura e a aparecer concepções para um “desenvolvimento comunidade local. (SANTOS, 2009, p.01) sustentável”. Porém convém salientar que antes houve raros manifestos falando dos possíveis danos Desta forma, o projeto do centro educacional que poderiam ser causados pelo uso dos recursos sustentável procura adotar que a educação ambiental indiscriminadamente. Um desses manifestos ocorreu deve se apoiar na criação de um espaço urbano que em 1854 quando o chefe indígena Seattle enviou uma retrate formas de tratamento sensíveis às questões correspondência ao governo norte-americano que ambientais e que seja dotado de equipamentos, tentava comprar as terras indígenas alertando para instalações e serviços voltados para sua prática. as consequências da urbanização desenfreada e sem planejamento (SILVA, 2012, on-line). ‘’A responsabilidade com o meio ambiente e com a qualidade de vida é imediata e pede ações transformadoras por parte de todos. Um dos
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proporção, tem-se nos dias de hoje um cenário próprio ao desenvolvimento de tecnologias novas que 1.3 PROBLEMÁTICA minimizam os impactos ambientais e as investigaComo consolidar um Centro Educacional Sustentável ções para saber como essas tecnologias podem afetar que consiga promover melhor a qualidade de vida a a vida de uma pessoa, conforme esclarece Monteiro, Zandemonigne e Tibúrcio (2010, p. 02): seus usuários? A tecnologia traz mudanças no modo de vida e a grande abordagem sustentável que se busca na edificação precisa ser repensada e “re-projetada” Os objetivos pretendidos com esta pesquisa são: para atender as novas demandas de um usuário que também passa por um processo de mudanca 1.4.1 Objetivo Geral de comportamento e de consciência ecológica. O objetivo geral da pesquisa é elaborar uma proposta (MONTEIRO, ZANDEMONIGNE e TIBÚRCIO, 2010, projetual de um centro educacional sustentável na p. 02) cidade de Ribeirão Preto – SP. Gonçalves e Duarte (2006, p. 02) afirmam que o tema sustentabilidade é pensado na sua totalidade, abrange 1.4.2 Objetivos Específicos aspectos ambientais e socioeconômicos, lançando desafios à prática, à pesquisa e ao ensino. A primeira • Discutir sobre a relação da escola com o meio definição de desenvolvimento sustentável foi cunhada ambiente e a sustentabilidade. pelo Relatório de Brundtland em 1987, afirmando que • Incorporar práticas sustentáveis na escola através desenvolvimento sustentável é aquele que atende da educação ambiental. às necessidades do presente, sem comprometer o • Analisar as possibilidades de técnicas construtivas atendimento às necessidades das gerações futuras. nos fechamentos. Com isso, são apresentados por Sachs (1993, apud • Apontar as melhores tecnologias e materiais de baixo MONTEIRO, ZANDEMONIGNE E TIBÚRCIO, 2010) impacto para a proposta projetual. cinco dimensões do Eco-Desenvolvimento, sinônimo de Desenvolvimento Sustentável, que engloba uma 1.5 JUSTIFICATIVA visão abrangente mencionando os aspectos de sustentabilidade cultural, espacial, ecológica, social e Discute-se muito nos dias atuais, sobre a questão econômica que atua nas esferas do desenvolvimento. ambiental que pode passar a fazer parte das práticas Gonçalves e Duarte (2006, p.03) esclarecem que cotidianas de uma escola. Esse jeito é o mais eficiente para conduzir o aprendizado necessário sobre A sustentabilidade vem influenciando abordagens de sustentabilidade e meio ambiente. projeto na arquitetura contemporânea e conta com A sustentabilidade não se trata só de questões iniciativas e exemplos nas mais diversas condições ambientais, ela passa também pela educação e urbanas e ambientais. Extrapolando as questões de trata do convívio do ser humano em sociedade e do conforto ambiental e suas relações com a eficiência futuro. Segundo Lopes (2010) ser ecologicamente energética, recursos para a construção e a operação sustentável significa apostar num desenvolvimento do edifício, como materiais, energia e água, fazem que não desrespeite o planeta no presente e satisfaça parte das variáveis que vêm sendo exploradas, com as necessidades humanas sem comprometer o futuro especial atenção na formulação de propostas de da Terra e das próximas gerações. menor impacto ambiental. (GONÇALVES e DUARTE, Ações simples como cultivar áreas verdes, não 2006, p.03) desperdiçar água e preferir produtos recicláveis postas em práticas, fazem com que o homem se integre à A arquitetura sustentável teve o seu começo discutido dinâmica da natureza, '' retirando o que precisa na arquitetura dos edifícios, não se esquecendo do e devolvendo o que ela requer para seguir viva’’ ambiente urbano. Com as análises sobre o modo de vida (Lopes, 2010). Sabe-se que, em pequena escala, tais urbano e com os avanços tecnológicos, a arquitetura procedimentos não revertem os danos causados ao sustentável procura, atualmente, a adaptação as meio ambiente, porém têm grande impacto na rotina necessidades humanas que utilizam recursos naturais, escolar, pois as iniciativas vindas das escolas são através de materiais ecológicos e técnicas construtivas fundamentais para promover a conscientização dos proporcionando uma melhor qualidade de vida para as alunos de acordo com Nogueira (2010, apud LOPES, próximas gerações e as atuais, conforme argumenta 2010). Gonçalves e Duarte (2006, p.53). Com a preocupação ambiental ganhando maior Nos dias de hoje, as propostas e discussões, na escala
1.4 OBJETIVOS
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urbana, abordam os resíduos e reciclagem, energia, água, diversidade e pluralidade socioeconômica, cultural e ambiental, e entre outros. O edifício como um elemento da sustentabilidade da cidade e do projeto urbano, reforçando o seu papel, fala-se não só de infraestrutura e localização, mas também do impacto na qualidade do entorno imediato, na qualidade ambiental dos espaços internos, no desenvolvimento do consumo de recursos como água, energia e materiais e para contribuir para as dinâmicas socioeconômicas do lugar, conforme argumenta Gonçalves e Duarte (2006, p.53). Com isso, projetos recentes começaram a construir uma geração nova de edifícios no mundo, que respondem aos desafios tecnológicos e ambientais da sustentabilidade. Gonçalves e Duarte (2006, p. 03) esclarecem que Nesse momento, são necessárias discussões sobre projeto e tecnologia que promovam revisões dos valores ambientais presentes na idealização, no projeto e na construção da arquitetura. A arquitetura sustentável deve fazer a síntese entre projeto, ambiente e tecnologia, dentro de um determinado contexto ambiental, cultural e socioeconômico, apropriando-se de uma visão de médio e longo prazos, em que tanto o idealismo como o pragmatismo são fatores fundamentais. (GONÇALVES E DUARTE, 2006, p. 03) Portanto, o Centro Educacional Sustentável implanta práticas sustentáveis e desenvolve atitudes diárias de respeito ao meio ambiente e à sustentabilidade, apoiadas nos conteúdos trabalhados em sala de aula e orienta os alunos na prática do dia a dia.
1.6 METODOLOGIA O método de pesquisa adotado por este trabalho organiza-se em quatro etapas, sendo elas de caráter distinto e complementar cujos procedimentos adotados são apresentados a seguir:
1.6.1 ETAPA EXPLORATÓRIA Nesta etapa ocorre a familiarização com a temática estudada, bem como um aperfeiçoamento das ideias que são relevantes a seu desenvolvimento. E seguida, desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica através de um levantamento bibliográfico e de trabalhos (monografia, dissertações, teses e artigos), tendo a finalidade de entrar em contato com o que já foi produzido e registrado sobre o tema da pesquisa. A pesquisa bibliográfica aborda os seguintes assuntos: • Educação ambiental • Sustentabilidade • Permacultura
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• Arquitetura Sustentável • Bioconstrução Cada um destes assuntos tratados foi aprofundado de acordo com a seguinte ordem de estrutura: • Uma breve contextualização histórica • Os conceitos • Os objetivos • E os princípios do assunto abordado A revisão bibliográfica ocorreu durante parte do desenvolvimento desta pesquisa, a fim de fundamentar o desenvolvimento projetual.
1.6.2 ETAPA DESCRITIVA Para esta etapa redigidos os conteúdos teóricos acessados na etapa exploratória, e o levantamento de dados feito. O levantamento de dados foi dividido em subcapítulos, para um melhor aprofundamento no Capítulo 2 - ‘’Resultados Parciais’’. Para a elaboração da proposta projetual, os levantamentos de dados são: • Primeiramente ocorreu as definições preliminares como: os objetivos, prazos, padrões de construção e normas de apresentação. • Seguida de informações sobre o terreno como: os dados legais, tipo de solo, planialtimetria, dados geoclimáticos e ambientais, informações sobre o entorno e a legislação arquitetônica e urbanística. • Após a análise do terreno, desenvolveu-se o programa de necessidades /dimensionamento da obra: as atividades, compartimentações, população, fluxo, mobiliário e as instalações e equipamentos. • Por último, as diretrizes tecnológicas: recursos técnicos, mão-de-obra, materiais e os sistemas construtivos. O estudo de caso é uma das etapas do levantamento de dados, onde foi estudado alguns projetos de referência ao tema Centro Educacional Sustentável, de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. Estes projetos de referência para a proposta foram analisados, sendo referência no aspecto conceitual, formal e estrutural. As obras escolhidas para estudo de caso são nacionais e internacionais: • The Green School – Bali, Indonésia • Universidade Livre do Meio Ambiente (UNILIVRE) – Curitiba, PR • Fundação Gaia – Rio Grande do Sul • Centro Max Feffer - Cultura e Sustentabilidade – Pardinho, SP Houve também um estudo de caso sobre a cidade em que foi implantado a proposta projetual do Centro Educacional Sustentável. E seguida, desenvolveu-se as diretrizes genéricas do projeto ao modo de conclusão. Após, ocorreu o registro descritivo do material levantado sobre o tema da pesquisa e foi delimitado a área para estudo, onde foram realizadas visitas in loco e registro fotográfico.
Elaborou-se um diagnóstico do local que trouxe informações importantes pertinentes ao território no qual foi feita a proposta do Centro Educacional sustentável.
1.6.3 ETAPA ANALÍTICA Nesta etapa realizou-se uma análise dos conteúdos obtidos previamente, além do desenvolvimento do anteprojeto do Centro Educacional Sustentável. O pré-dimensionamento do mesmo foi elaborado através da análise dos estudos de caso, no qual, suas atividades foram organizadas da melhor forma. Assim como também, foi através da análise do estudo de caso e de pesquisas que foi escolhido os materiais e tecnologias construtivas para o projeto, divididos em: • Técnicas construtivas com terra: solocimento, bambu, madeira reflorestada. • Gestão de resíduos sólidos: círculo de bananeiras, filtros de evapotranspiração e cisternas de ferrocimento. • Gestão de resíduos sólidos: coleta seletiva.
1.6.4 ETAPA CONCLUSIVA Nesta etapa desenvolveu-se a síntese conclusiva sobre os resultados obtidos pela etapa analítica que teve como intuito desenvolver uma proposta projetual de um Centro Educacional Sustentável e descrever de modo conclusivo o conteúdo produzido pela pesquisa. O projeto foi desenvolvido pensando na formação do ser humano completo trabalhando com os mesmos a construção de valores ambientais, sociais, as habilidades, as atitudes e conhecimentos. O fundamental no projeto foi que as pessoas que frequentam o Centro Educacional Sustentável incorporam em seu dia-a-dia atitudes voltadas ao bom convívio social e à preservação da natureza. Além de que, também, o projeto integra as áreas verdes com a estrutura. Por último, ocorreu a revisão final do trabalho desenvolvido.
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2 2 2222 2222222222 22222 CAPÍTULO
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Os autores Corbella e Yannas (2003) buscam apresentar em seu livro soluções para as arquiteturas dependentes da energia convencional, propondo ensinamentos de princípios em prol de uma arquitetura sustentável nas regiões tropicais e discutindo a relação entre o clima local e o edifício para ensinar a construir com consciência do meio ambiente, beneficiando o indivíduo, a sociedade e o construtor. A autora Isoldi (2007) também é utilizada para embasar este trabalho, uma vez que apresenta em sua tese um estudo sobre os princípios e características do projeto sustentável em arquitetura e construção, no qual contemplam várias dimensões sendo o processo para concretização diferenciado e apresenta várias perspectivas e desafios. A educação ambiental, a sustentabilidade e a arquitetura sustentável são fundamentais para o projeto arquitetônico proposto que tem como base os seus conceitos, expostos a seguir.
2.1.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Houve o surgimento do Conselho para Educação Ambiental, no Reino Unido, em 1968 e segundo Dias (1998, apud ZANARDI, 2010) neste mesmo ano trinta especialistas de várias áreas se reunirem em Roma para discutir a crise atual e futura da humanidade, fundando-se assim o Clube de Roma. Ainda em 1968 a delegação da Suécia na ONU alertava sobre a degradação do meio ambiente e sugeria uma abordagem global para busca por soluções dos problemas ambientais. Em 1972 foi realizado a conferência de Estocolmo, na Suíça que foi a conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. Desde então, a Educação Ambiental passa a ser considerada como campo da ação pedagógica, adquirindo relevância e vigência internacionais, conforme argumenta Medina (2008). Preocupado em definir seu papel no contexto nacional, em 1973 o Brasil cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA). Segundo Guimarães (1995, apud ZANARDI, 2010) foi na década de 1980 que o termo ‘Educação Ambiental' popularizou-se no mundo. Conforme argumenta Medina (2008, on-line): Em 1987, realiza-se o Congresso Internacional sobre a Educação e Formação Relativas ao Mio Ambiente, em Moscou, Rússia, promovido pela UNESCO. No documento final, Estratégia internacional de ação em matéria de educação e formação ambiental para o decênio de 90, ressalta-se a necessidade de atender
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RESULTADOS PARCIAIS
prioritariamente à formação de recursos humanos nas áreas formais e não-formais da Educação Ambiental e na inclusão da dimensão ambiental nos currículos de todos os níveis de ensino. (MEDINA, 2008, on-line) Zanardi (2010, p.20) afirma: O ano de 1992 foi de extrema importância na composição histórica da Educação Ambiental no Brasil e porque não no mundo, pois foi neste ano que aconteceu a Segunda Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro de 03 a 14 de Junho, onde foi desenvolvido o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, sendo assinada na Jornada Internacional de Educação Ambiental, no Fórum Global paralelo á ECO-92. (ZANARDI, 2010, P.20). A educação ambiental é uma ação educativa que faz com que os cidadãos se conscientizem da importância de se preservar o meio ambiente, além de poderem tomar decisões coletivas referentes as questões ambientais necessárias para que a sociedade se desenvolva de uma forma sustentável. (Disponível em: < http://www.culturaambientalnasescolas.com. br/institucional/site/educacao-ambiental>). De acordo com a Lei nº 9795, criada em 1999, que apresenta a Política Nacional de Educação Ambiental, a educação ambiental é definida como: Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (Art. 1°, Lei n° 9.795/99-Política Nacional de EA, disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L9795.htm>) A educação ambiental, também chamada de ecoeducação, trata de uma mudança radical de mentalidade em relação à qualidade de vida, que está diretamente ligada ao tipo de convivência mantida com a natureza e que implica atitudes, valores, ações. Trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada, com o contexto, com os outros, com o ambiente mais próximo, a começar pelo ambiente de trabalho e pelo ambiente doméstico, conforme argumenta Gadotti (2007, apud SANTOS, 2009). Os objetivos fundamentais da educação ambiental, de acordo com o artigo 5o da Lei 9795 /99 são:
I - O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; II - A garantia de democratização das informações ambientais; III – O estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; IV - O incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V – O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI - O fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. (LEI 9795, 1999, disponível em: < http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.htm>) Os princípios básicos da educação ambiental, de acordo com o artigo 4o da Lei 9795 /99 são: I - O enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; II - A concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; III - O pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV - A vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V - A garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI - A permanente avaliação crítica do processo educativo; VII - A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII - O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. (LEI 9795, 1999, disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L9795.htm>) Portanto, os indivíduos devem ter a consciência do quão importante é a educação ambiental atualmente e de que modo ela afeta a sociedade através da sustentabilidade.
2.1.2 SUSTENTABILIDADE Os contínuos e cada vez mais frequentes problemas de degradação e poluição só poderão ser equacionados com a modificação drástica do modo de vida das pessoas, que não poderá mais estar fundamentado na economia de mercado e no consumismo, conforme argumenta Afonso (2006, p.07): ‘’A proposta da sustentabilidade surgiu no final do século XX como uma resposta a essa necessidade de transformação. O novo conceito mostrou que soluções isoladas são apenas paliativas e que será necessário transformar nosso modo de vida para recuperar a qualidade dos ambientes.'' A sustentabilidade estipula um equilíbrio entre a melhora da qualidade de vida de um indivíduo, o que a natureza pode oferecer para as pessoas e o limite para o consumo dos recursos naturais, conforme argumenta Candido (2012, on-line): '' O termo sustentabilidade pode ser descrito como o estado de equilíbrio, no qual condições ambientais, econômicas e sociais satisfatórias estariam asseguradas para o presente, assim como para o futuro, indefinidamente''. Segundo Ferreira (1999, apud ISOLDI, 2007, p.43) a palavra sustentabilidade significa continuação através do tempo e é tida como a qualidade de tornar as coisas permanentes ou duráveis. A sustentabilidade influencia vários tipos de projeto na arquitetura contemporânea, contando com iniciativas das mais variáveis condições ambientais e urbanas, além de também ser explorada através de propostas de menor impacto ambiental como os recursos para a construção e operação do prédio, sendo ele energia, água e materiais. A espécie humana é o foco principal do debate sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. A fundamental preocupação é manter as condições favoráveis do planeta para a vida humana a nível global e local. Sustentabilidade é a condição ou estado que permite a continuidade da espécie humana e proporciona uma vida segura, saudável em harmonia com a natureza e com valores locais, culturais e espirituais e, um objetivo a ser alcançado. (ISOLDI, 2007, p.44). A sustentabilidade tem como objetivo principal, a sobrevivência dos recursos da Terra e do ser humano, tanto em longo prazo quanto em curto prazo. Em relação aos princípios da mesma, é o uso de recursos renováveis para a preservação dos não renováveis, como exemplo disto é a utilização de biocombustíveis para reduzir o uso de combustíveis fósseis. (Disponível em:< http://meioambiente. culturamix.com/
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desenvolvimento-sustentavel/sustentabilidadeambiental>) Portanto, a sustentabilidade trouxe novos padrões à arquitetura e urbanismo chegando de forma penetrante, além de que abrange vários aspectos não só ambientais, mas como também os sociais e econômicos.
2.1.3 PERMACULTURA No final dos anos 70, a permacultura foi concebida como um método de agricultura permanente, porém com seu desenvolvimento, nos dias de hoje se apresenta como sendo uma proposta para uma “cultura humana” permanente. Daí nasce o termo cunhado pelos cientistas Bill Mollison e David Holmgren em 1974, da contração, do inglês Permanent mais Culture, Permaculture. Rapidamente o termo surgido na Austrália, difundiuse pela América do Norte e Europa, chegando à América Latina e ao Brasil em meados dos anos 80. (Disponível em:< http://www.ipoema.org.br/ipoema/ home/conceitos/ permacultura/historico-da-permacultura/>) Para Isoldi (2007), o objetivo da permacultura é a criação de sistemas, que, sendo ecologicamente corretos e economicamente viáveis, supram suas próprias necessidades, não explorando ou poluindo, e que, sejam sustentáveis a longo prazo. Segundo Isoldi (2007): A Permacultura é um conjunto de conceitos e estudos para a criação de ambientes humanos sustentáveis. É um conceito que pode ser aplicado tanto na cidade como no campo e em áreas de vida silvestre. Seus princípios estimulam a criação de ambientes equilibradamente produtivos, ricos em alimentos, energia, abrigos e outras necessidades materiais e não materiais, o que inclui infra-estrutura social e econômica. (ISOLDI, 2007, p.105) Assim, a permacultura pode ser aplicada tanto na escala da cidade como na escala da residência, capacitando os indivíduos a estabelecerem ambientes produtivos e fazendo com que esses indivíduos se tornem parte conscientes e atuante da solução para os diversos problemas a nível local e global, conforme argumenta Isoldi (2007).
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2.1.4 ARQUITETURA SUSTENTÁVEL Segundo Santos (2009, p.11), foi com o período industrial que se iniciou o processo de transformações ambientais. Desde essa fase, até hoje em dia, é possível observar um desequilíbrio entre a utilização dos recursos naturais e a sua capacidade de renovação. Adam (2001, apud SANTOS, 2009, p. 11) afirma que a arquitetura sustentável investiga as relações entre os seres humanos e as características climáticas de um local, ou seja, ela tem como objetivo integrar o “fazer humano” ao meio ambiente e dessa maneira, estabelecer uma vida saudável para a humanidade e para o planeta. A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - AsBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável, dentre os quais são destacados: • Aproveitamento de condições naturais locais; • Utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural; • Implantação e análise do entorno; • Não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar; • Qualidade ambiental interna e externa; • Gestão sustentável da implantação da obra; • Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários; • Uso de matérias-primas que contribuam com a eco-eficiência do processo; • Redução do consumo energético; • Redução do consumo de água; • Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos; • Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável; • Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo. (Disponível em:<http://obrassustentaveis.com. br/arquitetura/101-principios-basicos-para-umaarquitetura-sustentavel>) Dos princípios básicos da construção sustentável listados acima, o Centro Educacional Sustentável destaca em seu projeto a implantação e análise do entorno; a qualidade ambiental interna e externa; a gestão sustentável da implantação da obra; uso de matérias-primas que contribuem com a eco-eficiência do processo; redução, reutilização, reciclagem e dispor corretamente os resíduos sólidos; introdução de inovações tecnológicas sempre que possível e viável; a conscientização dos envolvidos no processo
em relação a educação ambiental e não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar. Logo, arquitetura sustentável prioriza a construção sustentável que cause o mínimo possível de impacto ao meio ambiente. Não há como construir sem causar impacto, mas é possível reduzir os estragos, sendo que uma das alternativas é através da bioconstrução.
técnicas como a bioconstrução mostram ser uma boa maneira de praticar a sustentabilidade no dia-a-dia, conforme argumenta Santoro e Penteado (2009).
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2.1.4.1 BIOCONSTRUÇÃO A bioconstrução reduz o impacto ambiental das construções gerando desenvolvimento sustentável e garante equilíbrio tanto no presente quanto no futuro, além de que favorece os processos evolutivos da vida. (Disponível em: <http://www.ipoema.org. br/ipoema/>) A arquitetura vernacular apresenta diversas técnicas que são abrangidas pela bioconstrução, tendo preferência por materiais do local, como a terra. Existem técnicas construtivas com terra, sendo elas: • Adobe: tijolos feitos com terra, água e fibra vegetal resistente e sua forma de madeira • Superadobe: paredes erguidas com sacos de polipropileno preenchidos com subsolo. • Taipa: composto de subsolo argiloso com fibras naturais, podendo fabricar também painéis e blocos para serem montados e transportados. • Solocimento: utilizados 9 partes de terra para 1 de cimento, utilizando-se máquinas para a confecção dos tijolos. (Bioconstruindo, 2006, apud, SANTORO e PENTEADO, 2009, p.13). Existem outras técnicas tecnológicas adotadas que permitem a conservação da energia e minimizam o impacto ambiental como explica Santoro e Penteado (2009): • A gestão de resíduos sólidos que apresentam as composteiras, os banheiros secos que transforma os dejetos humanos em compostos orgânicos seguro sem utilizar a água, as cisternas para captação de água de chuva através da coleta de calhas nos telhados, conforme argumenta SeteLombas (2008, apud, SANTORO e Penteado, 2009, p.14). • A gestão de resíduos líquidos que apresentam o círculo de bananeiras que é onde ocorre o tratamento e reuso das águas cinzas e os filtros de evapotranspiração que tratam o esgoto de forma ecológica. Portanto, esta não é a única forma de alcançarmos a sustentabilidade e nem existe um modelo prédefinido de tecnologias que solucionem os problemas ambientais e socais enfrentados atualmente, contudo
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2.2 ESTUDO DE CASO Aborda o estudo de espaços voltados sustentabilidade, arquitetura sustentável e educação ambiental.
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2.2.1 THE GREEN SCHOOL A The Green School é considerada a escola mais verde do mundo. Criada pelo canadense John Hardy e a americana Cynthia Hardy, o projeto foi inaugurado em setembro de 2008. Localizada na Ilha de Bali, Indonésia (figura 1), a escola tem 7542 m² de área construída. Dentro do campus encontramos salas de
Figura 1- Localização da Green School Fonte: Google Maps, 2016
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aula, academia, espaços de assembleia, habitação para os estudantes, oficinas, cafeterias e banheiros, localizados em espaços com diversas qualidades em relação a sua organização. A figura 2 mostra a implantação da Green School no local.
Figura 2- Implantação da escola Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-51359/escola-verde-pt-bambu
A figura 3 mostra o ponto central do campus, o Coração da Escola em forma de uma espiral.
Figura 3- O coração da Escola Disponível em: http://www.greenschool.org
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Segundo a Green School, a escola internacional apresenta uma metodologia que oferece uma formação baseada na visão holística, no aluno e na consciência ambiental. A instituição é totalmente integrada à comunidade que a rodeia: tanto o café como o restaurante da escola são geridos pelos pais dos estudantes e o lucro, revertido para bolsas de estudo que possibilitam o engajamento de alunos locais, que constituem cerca de 20% do corpo estudantil. Estes 20% dos estudantes são balineses e não pagam a mensalidade, mas além dos nativos da ilha, atrai alunos de diversas nacionalidades, atuando desde o jardim da infância até o ensino médio completo. Segundo a escola Green School, a linha pedagógica foi baseada no estudo do neozelandês Alan Wagstaff (educador que arquitetou uma "comunidade de aprendizado" no documento Three Springs), que propõe o aprendizado de forma integrada com quatro dimensões simultaneamente: emocional/ social, espiritual, intelectual e sinestésica. O currículo é bem diferente, apesar de todos aprenderem as disciplinas acadêmicas básicas, como matemática, inglês e bahasa, a língua local. Há, por exemplo, aulas temáticas nas quais meninos e meninas são desafiados a desenvolver as capacidades já citadas (físicas, emocionais, intelectuais e sinestésicas). E
Figura 4 – Sala de aula Jardim de Infância Disponível em: http://www.greenschool.org
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todos aprendem, ainda, metodologias de cooperação e são apresentados à teoria de inteligências múltiplas do pesquisador Howard Gardner, renomado psicólogo de Harvard. Para atrelar a teoria à prática, os estudantes, constantemente, analisam casos de empresas reais e são estimulados a se envolverem em projetos práticos na escola e na comunidade. Nas turmas do ensino médio, por exemplo, os estudantes têm a aula empresa verde, na qual são instigados a elaborar uma ideia para criar seu próprio empreendimento sustentável. A escola também ensina aos alunos a se tornarem lideres em sustentabilidade, com o currículo baseado em ecologia, meio ambiente e em sustentabilidade e artes. O método ensinado na escola é centrado no aluno e não nas matérias, sendo assim, sempre que possível, os estudantes têm a oportunidade de aprender em seu próprio ritmo. As figuras 4 e 5 a seguir, mostram as salas de aulas do jardim de infância e do 4º grau, respectivamente. Nota-se que as classes não têm paredes (inclusive externas).
Figura 5 – Sala de aula do 4º grau Disponível em: http://www.greenschool.org
O calendário das aulas começa às 8h15 e terminam às 3h15, sendo dividido em três pilares. As normais: Inglês, Matemática e Ciências; Artes, como drama, pintura, música, dança; e os estudos verdes. Nas aulas de drama, por exemplo, os alunos podem declamar Shakespeare na mata. No estudo verde, as crianças vão ao campo de arroz, mas fazem o cerimonial de pedir a bênção hindu antes de plantar com os mestres balineses. (Disponível em:< http:// www.cartacapital.com.br/educaca o/o-futuro-e-verde>). O foco da escola é a sustentabilidade, começando pela estrutura: O bambu, material local, é o principal material usado na construção dos edifícios da escola.
Em formato de espiral, são alimentados por fontes de energia renováveis, incluindo uma micro-hidrelétrica, energia solar e biodiesel. Toda a água é reciclada, os jardins são na verdade, hortas, algumas partes em barro, justamente para as crianças brincarem e há animais soltos fácil de serem encontrados nos 9 hectares de área. A comida servida vem da produção própria ou de agricultores locais. Os banheiros têm um sistema de compostagem e a construção valoriza a luz natural - os raios do Sol entram por entre as frestas do bambu. A eletricidade utilizada pela escola vem de painéis solares que são mostrados na figura 6 a seguir.
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Figura 6 – Painéis solares Disponível em: http://www.greenschool.org
As figuras 7 e 8, mostra o bambu usado na construção do edifício como estrutura e na cobertura.
Figura 7 – Estrutura da escola em bambu Disponível em: http://www.greenschool.org
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Figura 8 – Cobertura em bambu Disponível em: http://www.greenschool.org
Assim, a The Green School não é apenas um edifício sustentável, é também voltada a atos sustentáveis, como a educação, ensinando-lhes sustentabilidade e ecologia. Além de ser um exemplo de escola com
impacto ambiental quase zero. O Centro Educacional Sustentável tem uma cobertura em bambu, assim como o Green School, na área das atividades ao ar livre.
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2.2.2 UNIVERSIDADE LIVRE DO MEIO AMBIENTE – UNILIVRE A UNILIVRE (Universidade Livre do Meio Ambiente) está localizada em Curitiba, Paraná, no Bosque Bosque Zaninelli
Zaninelli que possui 37 mil m² (Figura 9). O bosque possui densa mata nativa, várias espécies de aves e um lago com de 8 metros de profundidade. UNILIVRE
Figura 9 – Localização da UNILIVRE Fonte: Google Maps, 2016
A figura 10 mostra o mapa de implantação da UNILIVRE que foi projetada de modo a proporcionar um contato mais direto com a natureza e, assim,
Figura 10 – Mapa de Implantação Fonte: Google Imagens
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estimular a reflexão quanto à importância da conservação ambiental.
Segundo UNILIVRE, ela é uma organização não governamental sem fins lucrativos, cujo objetivo é de apoio ao desenvolvimento sustentável nas áreas ambiental, cultural, econômica, espacial e social, primordialmente por meio de difusão do conhecimento para os diversos segmentos da sociedade. Um espaço para transferência de conhecimentos sobre o meio ambiente e ecologia,
para a população. Uma referência em estudos de preservação de ecossistemas, economicamente sustentáveis. As figuras 11 e 12 mostra a rampa que dá acesso ao Pavilhão Jacques Cousteau e as salas de aula e o espaço em que a Universidade Livre do Meio Ambiente está inserida, respectivamente.
Figura 11 – UNILIVRE Disponível em: www.unilivre.org.br
Figura 12 – Vista aérea da sede UNILIVRE Fonte: Google imagens
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Segundo UNILIVRE, a mesma é um local de produção de conhecimento multi e interdisciplinar sobre meio ambiente e sustentabilidade urbana que desenvolve e executa projetos socioambientais e programas de capacitação para diversos segmentos: escolas, empresas, órgãos públicos, sindicatos e demais entidades do terceiro setor. Inaugurada em 1992, a Unilivre é referência obrigatória em ensino e pesquisa sobre o meio ambiente e educação ambiental, destacando-se as atividades: • organização de cursos, seminários, conferências e exposições; desenvolvimento de projetos e de atividades de educação ambiental; • prestação de serviços de consultoria para a iniciativa privada e organismos governamentais. • realização de estudos, pesquisas e projetos ambientais;
• coordenação de grupos de estudos temáticos; • disponibilização de amplo acervo de documentos e publicações técnicas especializadas; Para a realização de cursos e outras atividades, a UNILIVRE mantém parcerias técnicas com diferentes instituições de ensino e pesquisa, tanto no Brasil como no exterior. A sede da Unilivre é uma torre de madeira que se integra ao meio ambiente. Foi construída com troncos de eucalipto (vigas e pilares) e complementada com imbuia, cambará, cedro e vidro. Uma rampa em espiral dá acesso a salas de aula, escritório e um mirante de 25m. As figuras 13, 14 e 15 mostra as vigas e pilares de tronco de eucalipto e a cobertura da UNILIVRE, respectivamente.
Figura 13 – Interior da sede UNILIVRE Fonte: Google imagens
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Figura 14 – Interior da sede UNILIVRE Fonte: Google imagens
Figura 15 – Cobertura da sede UNILIVRE Fonte: Google imagens
Portanto, sendo pioneira em sua concepção e forma de atuação, a Universidade Livre do Meio Ambiente é um projeto ousado construído com materiais naturais e reciclados. O Centro Educacional Sustentável,
assim como a UNILIVRE, também se integra ao seu entorno através de sua vegetação e usa as madeiras de eucalipto como pilares.
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2.2.3 FUNDAÇÃO GAIA A Fundação Gaia é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1987 pelo ecólogo José A. Lutzenberger. Segundo a Fundação Gaia, a mesma nasceu da necessidade de se promover mudanças na relação e percepção do indivíduo com a Terra - Gaia, revendo paradigmas e adotando uma nova postura através de: • Uma visão mais ampla e sistêmica, que revise em profundidade até mesmo os conceitos de felicidade das pessoas. • Uma ética que dimensione sob um novo prisma as reais necessidades dos indivíduos. • Uma ética ecológica, holística ou gaiana, que aproxime as pessoas novamente do mundo natural. Buscando direcionar as atividades, a Fundação Gaia estabeleceu alguns objetivos específicos em seus Estatutos, destacados ao lado:
Fundação Gaia
Segundo a Fundação Gaia, o Rincão Gaia é um espaço inovador dedicado à conscientização ecológica, tendo como proposta, trazer diversas ações de educação ambiental e vivências diferenciadas, que possibilitam a integração do homem com o meio natural. Situado sobre uma antiga jazida de basalto, o lugar é um exemplo de recuperação de áreas degradadas. É habitado por diversas espécies silvestres e muitas outras espécies animais. Além disso, o local é um centro de Educação Ambiental
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• Promover desenvolvimento ecológico socialmente justo; agricultura regenerativa; prática, pesquisa, difusão, levantamento da memória camponesa; tecnologias brandas com uso inteligente e sustentável dos recursos; • Defender os sistemas naturais, comunidades florísticas e faunísticas, ecossistemas ainda intactos, lutar pela regeneração sempre que possível, lutar contra a extinção de espécies, preservar endemismos; • Defender a identidade cultural dos povos e minorias. (FUNDAÇÃO GAIA, disponível em: < http:// www.fgaia.org.br/quem.html>) A sede rural e social da Fundação Gaia funciona no Rincão Gaia que está localizado na divisa dos municípios de Pantano Grande e Rio Pardo – RS, a 120 km de Porto Alegre (Figura 16), contendo uma área de 30 hectares.
Figura 16 – Mapa da localização da Fundação Gaia Disponível em: www.fgaia.org.br e de divulgação da Agricultura Regenerativa. O Rincão Gaia oferece vivências orientadas e trilhas guiadas, e sedia cursos e seminários direcionados à promoção de desenvolvimento sustentável. Em suas atividades rurais buscam trazer à prática conceitos de agricultura e pecuária regenerativa, orgânica, sustentável, sendo constatado em suas lavouras, hortas e criações de animais existem no local. Em relação a arquitetura das construções do Rincão Gaia, foram concebidas utilizando matéria prima
local, com os eucaliptos da propriedade, os telhados Santa-fé e os tijolos da região. Como o design das obras é adaptado e integrado à paisagem, respeitando o relevo local, não houve necessidade de terraplanagem. Uma dessas construções é a Casa Comunal (figura 18), um grande espaço para desenvolvimento de atividades coletivas, a partir do exemplo de construções indígenas. A aldeia Rincão Gaia (figura 17) e o Galpão comunal (figura 19) são outros exemplos dessa construção. Além de que, foram construídos pequenos jardins com restos de pedras e tijolos que sobraram das
Figura 17 – Aldeia Rincão Gaia Disponível em: www.fgaia.org.br
Figura 19 – Galpão Comunal Disponível em: www.fgaia.org.br
construções dos silos, estábulos (figura 20) e casas do Rincão, juntamente, com pedaços de basalto remanescentes da pedreira, transformando-os em verdadeiros micros ecossistemas povoados com cactos e vegetação local. Esses arranjos paisagísticos desenvolvidos no Rincão foram pioneiros no sentido de apresentar uma solução para incorporar o entulho de obras à natureza, de forma harmônica e esteticamente não agressiva. (IVT-RJ, Disponível em:< http://www.ivt-rj.net/ivt/indice. aspx?pag=n&id=6860&cat=%C2%A0&ws=0).
Figura 18 – Casa Comunal Disponível em: www.fgaia.org.br
Figura 20 – Estabulo Disponível em: www.fgaia.org.br
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2.2.4 CENTRO MAX FEFFER – CULTURA E SUSTENTABILIDADE O Centro Max Feffer Cultura e Sustentabilidade, criado em 2008, se localiza na cidade de Pardinho, no oeste paulista, a 200 km de São Paulo (Figura 21). Esta cidade de 5,5 mil habitantes situa-se em área de proteção ambiental, pois abriga nascentes que fazem parte do aquífero Guarani, significativa reserva
mundial de água potável. O Centro foi construído em uma praça pública cedida pela Prefeitura Municipal, tendo como autora do projeto, a arquiteta Leiko Hama Motomura. O Centro tem 1570 m² de área construída e 6250 m² de área do terreno. Centro Max Feffer
Figura 21 – Localização do Centro Max Feffer Fonte: Google Maps, 2016
Segundo o Centro Max Feffer, o mesmo, é uma iniciativa do Instituto Jatobás - fundado em 2002 e dirigido por Betty Feffer que desenvolve vários projetos sustentáveis - para desenvolver e difundir a cultura da sustentabilidade na região. Este é mais um espaço que serve aos programas e ações promovidos pelo Sistema Ecopolo, - projeto modelo de desenvolvimento sustentável do instituto jatobás - o que o torna um espaço de aprendizado e de vivências comunitárias. Os objetivos principais do Centro Max Feffer, de acordo com o mesmo, são: • Trabalhar a perspectiva social, ambiental e econômica da região por meio da cultura, visando à sustentabilidade. • Permitir a geração de conteúdo cultural e a integração cultural. • Pensar a cultura como elemento universal e como um elo com outros povos e culturas.
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• Unir a vocação local aos princípios de sustentabilidade. • Valorizar a cultura local: - Resgatar, preservar e difundir as manifestações locais por meio da programação e dos projetos realizados e apoiados pelo Centro. - Contribuir para a valorização e reconhecimento da identidade cultural local e, consequentemente, da brasileira. • Colaborar com projetos que visem aproximar a cultura da responsabilidade socioambiental O Centro leva o nome de um homem que, segundo o próprio Centro, teve sua personalidade apoiada sobre valores sólidos e moldada pela educação humanista que o transformou em um grande empreendedor, além de se dedicar as causas sociais. A figura 22 ao lado, mostra a fachada do Centro Max Feffer.
Figura 22 – Centro Max Feffer Fonte: Google imagens
O Centro Max Feffer Cultura & Sustentabilidade afirma que a sua estrutura de programação se divide entre “fixa” e “rotativa”. A chamada programação “fixa” estimula a regularidade de público através da exibição de filmes, realização de shows, peças de teatro e demais atividades que propiciem a fruição do público. Já a programação “rotativa” amplia o leque de atuação do Centro junto ao público em geral, com a realização de cursos, oficinas e outras atividades de formação e capacitação dos participantes. O Centro possui uma sala de espetáculos para 510 pessoas, área de exposições, museu do bambu, biblioteca, infocentro, sala de reuniões e sede para entidades comunitárias, centro de informações turísticas, loja para artesanato local e serviços. De acordo com o Centro Max Feffer Cultura e Sustentabilidade, o projeto do mesmo é reconhecido mundialmente como exemplo de construção sustentável: recebeu a certificação Leadership in Energy and Environmental Design - LEED, concedida pela United States Green Building Council. As principais características de sustentabilidade do projeto, segundo o Centro, são que a ocupação da
área do terreno foi limitada a 15%, colaborando com a permeabilidade do solo, captura e reuso de águas pluviais; 63% da área do terreno foi vegetada com espécies nativas e adaptadas (Figuras 23 e 24); houve redução do efeito “ilha de calor” pela área amplamente vegetada, pela utilização de cores claras no piso e pela cobertura branca, que favorece o aumento da reflexão solar; o sistema de reutilização de águas cinzas e águas pluviais; o sistema de tratamento de águas cinzas constituído por um processo de filtragem física em brita e areia e um bio-filtro composto por plantas (zona de raízes); houve uma redução de 25,6% de consumo de energia, comparado a construções convencionais; sistema de ventilação natural proporcionando conforto térmico sem a utilização de ar condicionado; 79,52% da iluminação é feita por luz natural; há o controle da iluminação artificial pelos usuários em função das necessidades pessoais; além de que 95% dos espaços, são com visualização para o meio externo e houve instalação de aparelhos para medir a quantidade de CO2 nos ambientes, contribuindo para o controle da qualidade interna do ar.
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Figura 23 – Área Externa do Centro Max Feffer com o plantio de mudas de árvores de grande porte. Disponível em: www.centromaxfeffer.com.br
Figura 24 – Vegetação com espécies nativas e adaptadas Disponível em: www.centromaxfeffer.com.br
De acordo com o Centro Max Feffer, cuidados foram tomados na concepção do empreendimento, tais como: o aproveitamento da infraestrutura préexistente no local; plano de prevenção de poluição causada pela obra, reduzindo o assoreamento do leito dos rios e a poluição do ar; redirecionamento dos resíduos da obra de acordo com sua classificação: utilização na própria construção ou encaminhamento para reciclagem, reduzindo a quantidade enviada para aterros sanitários; utilização, na obra, de madeira proveniente de manejo florestal responsável; utilização de materiais reciclados reduzindo impacto de extração e produção de materiais verdes: 80% de aço reciclado, telhas com 42% de papelão reciclado em sua composição; utilização de materiais rapidamente renováveis: bambu e eucalipto; aplicação de colas, seladores, tintas e vernizes com baixo nível de emissão de compostos orgânicos voláteis, reduzindo a probabilidade de problemas respiratórios; definição de locais de coleta seletiva de resíduos com o objetivo de incentivar a reciclagem de materiais; o bicicletário estimula o uso da bicicleta, incentivando um meio de transporte não poluente; o projeto paisagístico considerou a utilização de plantas já adaptadas ao ambiente local como forma de minimizar o consumo de água potável; as válvulas de descarga têm acionamento duplo para diminuir o consumo de água e as torneiras têm fechamento automático, para reduzir o consumo e evitar o desperdício de água potável. Além de que, segundo o Centro, houve a reutilização de materiais como: • Caixilhos de madeira de demolição.
• Guarda-corpos feitos a partir de apoios de ônibus. • Janelas operáveis, possibilitando que cada pessoa possa ajustar a ventilação natural de acordo com suas necessidades. • Utilização exclusiva de produtos de higiene natural, não-persistentes e que, portanto, respeitam a saúde do ecossistema. • A iluminação faz uso de tecnologia inovadora de alta eficiência (LED - diodos emissores de luz), que proporciona baixíssimo consumo de energia e de emissão de calor, além de apresentar longa vida útil.
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Toda estrutura da cobertura do Centro Max Feffer foi desenvolvida com bambu, como mostra a figura 25 e a figura 26 mostra a cobertura de bambu em sua parte interna. Com metragem superior a 800 m², a cobertura apoiada em vigas e pilares de eucalipto é o elemento que dá personalidade ao projeto. Ela combina linhas onduladas, as áreas vazadas possibilitando a entrada de luz natural pelas duas laterais e partes opacas com as telhas de fibra vegetal pintadas de branco recobrindo o bambu, como mostra a figura 27.
Figura 25 – Cobertura do Centro Max Feffer em Bambu Disponível em: www.arcoweb.com.br
Figura 26 – Parte interna da cobertura em Bambu Disponível em: www.arcoweb.com.br
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Figura 27 – As telhas de fibra vegetal acompanham as ondulações da cobertura Disponível em: www.arcoweb.com.br
O teto do Centro Max Feffer renova o ar nos ambientes internos de forma contínua. O bambu tem uma durabilidade longa e um crescimento acelerado, portanto, representa o material ideal para as
construções ecológicas. As figuras 28 e 29 mostram em detalhe, a cobertura de bambu por dentro. No centro Educacional Sustentável será utilizado o Bambu na estruturação das geodésicas.
Figura 28 – Detalhamento interno de cobertura em Bambu Disponível em: www.arcoweb.com.br
Figura 29 – Detalhamento interno de cobertura em Bambu Disponível em: www.ecohabitat.tv.br
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2.3 ESTUDO DE CASO: RIBEIRÃO PRETO – SP Este capitulo aborda os aspectos que a área escolhida apresenta, como estudo de caso, que determina as diretrizes direcionadas à implantação do Centro
Educacional Sustentável. São apresentadas informações sobre os aspectos demográfico, ambiental e territorial do município de Ribeirão Preto.
2.3.1 Levantamento Demográfico e Territorial Ribeirão Preto é uma cidade brasileira que se localiza na região sudeste do país, no setor nordeste e interior do Estado de São Paulo (Figura 30). De acordo com Henriques (2003), o município situa-se entre as
coordenadas geográficas 21°10’30’’ de latitude sul e 47°48’38’’W de longitude oeste, estando a uma distância de 310 Km da capital paulista.
Figura 30 - Município de Ribeirão Preto localizado no Estado de São Paulo, localizando este estado no mapa brasileiro e no Mapa-múndi. Disponível em:< http://www.cpg.fmrp.usp.br/ imagens/MapaRib.gif>
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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE, 2016), a cidade de Ribeirão Preto possui área da unidade territorial de 650,916 Km², englobando tanto a área urbana quanto a rural e, sendo organizado em regiões: Norte, Sul, Leste, Oeste e o Centro. De acordo com os dados do IBGE, a população residente na cidade no ano de 2010 foi de 604,682 habitantes com densidade demográfica de 928,92 habitantes/Km². No entanto, segundo a Fundação SEADE¹, no ano de 2015 a população residente na cidade foi 647,862 habitantes com densidade demográfica de 995,30 habitantes/Km². O grau de urbanização do município se mantém o mesmo desde o ano de 2010 com 99,72%. A região de Ribeirão Preto é composta por 25² municípios que, segundo a Fundação SEADE (2015 e 2016), ocupam uma área de 9.301,20 Km², com população de 1,372,006 habitantes, sendo uma das regiões mais densamente povoadas do Estado e, com grau de urbanização da região de 97,83%. Se destaca como uma das regiões de melhor desempenho agroindustrial no âmbito nacional, conforme argumenta Dedecca, Montali e Baeninger (2009, p. 29).
Dedecca, Montali e Baeninger (2009) afirmam que Dos 25 municípios que compõem a região de Ribeirão Preto, 13 foram criados ao longo do século XX, dos quais três municípios surgiram no contexto do processo emancipatório da década de 1990 (Santa Cruz da Esperança, Guatapará́ e Taquaral), caracterizado pela predominância de pequenos municípios. (DEDECCA, MONTALI e BAENINGER, 2009, p.30). A figura 31 mostra a localização da cidade de Ribeirão Preto e sua Região Administrativa da qual o município é sede no território do Estado de São Paulo. A Região Administrativa foi criada pelo IBGE para fins estatísticos. O Estado de São Paulo apresenta 15 regiões administrativas ou mesorregiões, sendo subdivididas em regiões de governo ou microrregiões. Segundo o próprio IBGE, é uma subdivisão estadual brasileira que é composta por municípios de uma determinada área geográfica com similaridades econômicas e sociais.
Figura 31 - Região Administrativa de Ribeirão Preto e seus municípios. Disponível em:< http://www.indice-ilp.al.sp.gov.br/view/pdf/iprs/reg687.pdf> ¹ O SEADE (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) é um órgão da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Governo do estado de São Paulo que, segundo a própria Fundação, faz produção, tratamento, análise e disseminação de informações socioeconômicas sobre o estado de São Paulo. ² As cidades que fazem parte da Região Administrativa de Ribeirão Preto são: Altinópolis, Barrinha, Brodowski,
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Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luís Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Ribeirão Preto, Santa Cruz da Esperança, Santo Antônio da Alegria, Santa Rosa do Viterbo, São Simão, Serrana, Serra Azul, Sertãozinho e Taquaral.
A figura 32 apresenta as rodovias que dão acesso a Região Administrativa de Ribeirão Preto e aos seus municípios integrantes. A região possui uma extensa rede viária de elevada capacidade, sendo que as principais rodovias de acesso são: a via Anhanguera (SP-330) de Norte a Sul, Rodovia Carlos Tonanni (SP-333) pelo Leste, a Rodovia Atílio Balbo (SP-322)
pela parte Noroeste, a Rodovia, a Rodovia Cândido Portinari (SP-334) pelo Norte e a Rodovia Antônio Machado Sant’ana (SP-225) pelo Sul. Além disso, o transporte aeroviário da região é o aeroporto Leite Lopes que está localizado em Ribeirão Preto, sendo considerado um dos maiores do interior do Estado.
Figura 32 - Rodovias de acesso a Região Administrativa de Ribeirão Preto e as cidades que integram a região. Fonte: DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e ICG (Instituto Geográfico e Cartográfico. Disponível em:< http://www.igc.sp.gov.br/produtos/mapas_ra.aspx?ra=5>
A figura 33 mostra a rede viária que dá acesso ao município de Ribeirão Preto e se conecta com as demais cidades ao redor e a capital paulista, sendo
eles o a Rodovia Anhanguera, o Anel Viário Contorno Sul e o Anel Viário contorno Norte, além das Rodovias Cândido Portinari e Abrão Assed.
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Figura 33 - Delimitação da rede viária de Ribeirão Preto pela Rodovia Anhanguera e Anéis Viário Contorno Sul e Norte. Disponível em:<http://www.destination360.com/south-america/brazil/ribeirao-preto/ibis-ribeirao-preto-map.gif> Editado pela autora
2.3.2 Aspectos Ambientais Segundo Henriques (2003, p.01), o município de Ribeirão Preto abrange cerca de 77,6% da área municipal que integra a Bacia Hidrográfica do rio Pardo, já 22,4% deste território se situa na Bacia Hidrográfica do Mogi-Guaçu. O rio Pardo, ao norte da cidade faz divisa com as cidades de Brodowski e Jardinópolis; já o ribeirão da Onça e o rio Jaboticabal, ao sul do município fazem divisa com o município de Guatapará; os rios Tamanduá e Espraiado, a leste, se limitam com os municípios de Cravinhos e Serrana;
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e o córrego da Fazenda Caçununga, a oeste é o que limita a cidade com Dumont até a cabeceira do ribeirão Sertãozinho. A figura 34 mostra a distribuição geográfica dos rios pelo município de Ribeirão Preto destacando na bacia hidrográfica, os seus principais afluentes e subafluentes.
Figura 34 – Distribuição geográfica dos rios pelo município de Ribeirão Preto Fonte: Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Ribeirão Preto.
A cidade de Ribeirão Preto apresenta relevo suave ondulado, onde ocorrem Colinas Amplas, Morros Amplos e Morros Arredondados. A altitude do município varia do mínimo de 510 m na margem do rio Pardo, próximo ao limite com o município de Sertãozinho, a máxima de cerca de 800 m na divisa com a cidade de Cravinhos, a oeste, conforme argumenta Henriques (2003, p.06). Segundo Henriques (2003), os solos do município de
Ribeirão Preto apresentam predomínio de texturas variando de média a argilosa, provenientes de basaltos, arenitos, argilitos e siltitos. Os grupos de solos que ocorrem são: o de Latossolo Roxo e Terra Roxa Estruturada sendo avermelhada e argilosa, o Latossolo vermelho-escuro textura média e latossolo vermelho-amarelo textura média e o Litólico sendo observados nos topos de morros na cidade e são de pequena espessura.
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A figura 35 mostra os tipos de solo que ocorrem na cidade de Ribeirão Preto, a área urbanizada e os remanescentes de vegetação natural encontrados no município.
Figura 35 – Município de Ribeirão Preto indicando os tipos de solos existentes, os remanescentes de vegetação e em branco à área urbana. Fonte: HENRIQUES, 2003.
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2.4 LEVANTAMENTO DE DADOS 2.4.1 DELIMITAÇÃO TERRITORIAL: A ÁREA DE INTERVENÇÃO A definição da área ideal para implantação do Centro Educacional Sustentável situado no município de Ribeirão Preto, foi escolhida através da análise dos seguintes critérios: • Análise da lei de zoneamento, uso e ocupação do solo de Ribeirão Preto sobre a área. • Estudo do tamanho e da forma da área do terreno. • Estudo da topografia do terreno. • Análise das condições de facilidade de acesso à área. • Estudo dos equipamentos urbanos próximos a
área de implantação através de sua importância e proximidade com o terreno. O terreno está localizado na região sul do município de Ribeirão Preto, na Avenida Luiz Eduardo de Toledo Prado. A figura 36 mostra uma imagem aérea do terreno que está contornado em vermelho
Figura 36 – Foto aérea com indicação do terreno Fonte: Google Maps, 2016. Editado pela autora.
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A figura 37 mostra as medidas do terreno, de formato trapezoidal que apresenta 30.254 m² de área.
Figura 37 – Medidas do terreno Fonte: autora, 2016
A figura 38 mostra a topografia do terreno e entorno, sendo possível verificar curvas de níveis acentuadas. A topografia do terreno é levemente inclinada e seu declive é de sete metros. A curva mais alta é a de
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cota 552,2, localizada ao leste do terreno. Já a curva de nível mais baixa é a situada no lado oposto do terreno, a oeste com cota de 544,4.
Curva de nível mais baixa
Curva de nível mais Alta Figura 38 – Topografia do terreno Fonte: autora, 2016
A figura 39 mostra a topografia do terreno em corte
Figura 39 – Corte AA transversal do terreno mostrando o desnível da topografia Fonte: autora, 2016
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De acordo com a Lei nº 2157/2007 de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Ribeirão Preto, o terreno localiza-se na AUM 2 – Área de Uso Misto II, como mostra a figura 40. Art. 20º - IV - Área de Uso Misto II - AUM 2: destinase à localização de estabelecimentos cujo processo produtivo associado a métodos especiais de controle de poluição, não causem inconvenientes à saúde,
ao bem-estar e segurança das populações vizinhas, classificadas com índice de risco ambiental até 1,0 (um) (Disponível em:<https://www.ribeiraopreto. sp.gov.br/J321/pesquisa.xhtml?lei=2137>).
Área do terreno
Figura 40 – Mapa Zoneamento Industrial Fonte: Prefeitura de Ribeirão Preto Editado pela autora
De acordo com o Plano de Manejo da Unidade de Conservação da Estação Ecológica de Ribeirão Preto, o terreno localiza-se em uma ZA – Zona de Amortecimento (figura 41), sendo dividido em uma parte na ZMT 3 - subzona 03, como mostra a figura 42. Subzona 03 - Será admitido uso misto (residencial e não residencial), com índice de risco ambiental máximo de 1,0. Serão permitidas edificações com gabarito de até 15 pavimentos, contados do piso térreo até o piso do último pavimento servido pelo elevador, desde que haja um recuo mínimo de H/3 das dividas do lote e no seu entorno respeitando no mínimo, a legislação vigente. No caso de mais de
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um edifício no lote, deverá ser considerada a altura do edifício mais alto. No recuo frontal o H/3² poderá ser contado a partir do eixo da via, respeitando-se os recuos previstos na legislação, de acordo com a categoria da via. Quando a edificação contiver alturas escalonadas deverá ser mantida a restrição de recuo de H/3 das divisas da edificação mais alta sendo que o mínimo deverá ser de 10m (Disponível em:< http://fflorestal.sp.gov.br/files/2012/01/ EERP-Vol-principal.pdf >). A outra parte do terreno, em sua maioria, se localiza na ZMT 3A Faixa 250 m - subzona 3A, como mostra a figura 42.
Subzona 3A - Na faixa subsequente de 250m serão permitidas edificações com gabarito de até 10m de altura (gabarito básico conforme definido na LC 2157/07) com afastamento mínimo entre os edifícios de 10m e 5m das divisas. A densidade bruta não
poderá ultrapassar 300hab/ha. (Disponível em:< http://fflorestal.sp.gov.br/files/2012/01/EERP-Volprincipal.pdf >)
Área onde está localizado o terreno. Figura 41 – Mapa de Zoneamento do Plano de Manejo Estação Ecológica de Ribeirão Preto Disponível em: http://fflorestal.sp.gov.br/files/2012/01/EERP-Vol-principal.pdf Editado pela autora
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Figura 42 – Mapa da Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Ribeirão Preto (Mata de Santa Tereza) Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto Editado pela autora
A figura 43 indica os acessos ao terreno e o terreno propriamente dito.
Figura 43 – Indicação dos acessos e área do terreno Fonte: Google Maps, 2016 Editado pela autora
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As imagens 44, 45, 46, 47, 48 e 49 a seguir, mostram o terreno com a vegetação local e sua topografia.
Figura 44 – Vista Norte do terreno Fonte: Registrado pela Autora, 2016
Figura 45 – Vista Noroeste do terreno Fonte: Registrado pela Autora, 2016
Figura 46 – Vista Nordeste do terreno Fonte: Registrado pela Autora, 2016
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Figura 47 – Vista Sul do terreno Fonte: Registrado pela Autora, 2016
Figura 48 – Vista Sudoeste do terreno Fonte: Autora, 2016
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Figura 49 – Vista Oeste do terreno Fonte: Autora, 2016
2.4.1.1 ENTORNO O mapa de uso do solo (figura 50) é referente à atividade comercial, residencial, prestação de serviços, institucional, área verde e áreas vazias ou sem uso do entorno do terreno. Verifica-se que em relação à atividade residencial, sua maior concentração se localiza nos setores leste e sul. Nesses dois setores, foi encontrado a predominância da tipologia horizontal, sendo térrea e ou sobrado, com frente para a rua, porém as habitações ficam dentro dos chamados ‘'condomínios fechados''. Observa-se no mapa, seis destes condomínios, sendo eles: o Jardim Nova Aliança Sul e o Quinta da Alvorada ao leste; e os condomínios Ipê Branco, Ipê Roxo, Ipê Amarelo e o condomínio Quinta do Golf ao sul. A tipologia vertical é encontrada mais ao norte do mapa e próximo a área do terreno, e além disso, identifica-se também muitos vazios urbanos.
O entorno apresenta muita pouca atividade de prestação de serviços, sendo elas concentradas próximas a área do terreno, como o Iguatemi Shopping que é em frente ao terreno e algumas localizadas no setor nordeste. O comércio no entorno, quase não existe, os únicos existentes se concentram no setor nordeste e norte, próximos a rodovia, como o supermercado Pão de açúcar. O único institucional existente no entorno é o colégio Liceu Albert Sabin, localizado em frente ao shopping.
Figura 50 – Mapa de Uso do Solo do entorno com indicação da área do terreno. Fonte: Autora, 2016
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O mapa de ocupação do solo: gabarito (figura 51) é referente a quantidade de pavimentos existentes nos edifícios do entorno do terreno. Verifica-se que o entorno se predomina por pavimentos de até dois andares, sendo em sua maioria de até 1 pavimento.
Há muita pouca verticalização no entorno, as edificações voltadas ao setor norte, próximas a rodovia tem até 14 pavimentos cada e a próxima ao terreno tem até 20 pavimentos cada, sendo 8 torres de edifício residencial.
Figura 51 – Mapa de Ocupação do Solo: Gabarito do entorno com indicação da área do terreno. Fonte: Autora, 2016
Em relação as áreas verdes existentes no entorno do terreno, as vegetações são isoladas e em grande porte. A figura 52 abaixo, mostra as áreas com remanescentes de vegetação com algumas concentradas nos eixos que acompanham os cursos d`água. Um destes remanescentes é a mata de Santa Tereza, localizada próxima ao terreno. Para o Centro Educacional Sustentável, ter essas áreas verdes próximas ao terreno é uma vantagem, uma vez que, são incorporadas ao Centro Educacional Sustentável para estudos e preservação, como a melhoria do solo e das vegetações através da implantação do sistema agroflorestal. Esse sistema promove o plantio de
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espécies arbóreas com a cultura agrícola, sendo utilizados para a recuperação de áreas degradas e na restauração de florestas. Segundo Amador (2003): Os sistemas agroflorestais, pela aproximação aos ecossistemas naturais em estrutura e diversidade, representam um grande potencial para a restauração de áreas e ecossistemas degradados. Podem ser empregados tanto como estratégia metodológica de restauração, com o objetivo de reduzir os custos por meio da compensação financeira em curto e médio prazos por produtos agrícolas e florestais, como para a constituição de agroecossistemas
sustentáveis, com produtos orgânicos e saudáveis. Os objetivos diferem em relação à necessidade dos proprietários e à aptidão do ecossistema. A restauração de fragmentos florestais, matas ciliares e outros ecossistemas podem apresentar maior viabilidade econômica por meio da produção agrícola gerada nos primeiros anos, enquanto as árvores
crescem e se constitui a floresta. O estabelecimento de agroflorestas como “zona tampão” ao redor de fragmentos florestais, corredores biológicos e áreas de produção biodiversificadas e permanentes promovem a restauração da paisagem, que contribui também para a conservação dos ecossistemas. (AMADOR, 2003, p.04)
Figura 52 – Delimitação das áreas verdes no entorno do terreno Fonte: Google Maps, 2016 Editado pela autora
A seguir, a figura 53 mostra os equipamentos urbanos (em azul), existentes no entorno do terreno (em vermelho): a Universidade Paulista (UNIP - Ribeirão
Preto), o Iguatemi Shopping, Colégio Albert Sabin e o Hospital Estadual de Ribeirão Preto.
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Hospital Estadual de Ribeirão Preto
UNIP Iguatemi Shopping
Figura 53 – Foto aérea com demarcação dos equipamentos urbanos e do terreno Fonte: Google Maps, 2016 Editado pela autora
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3 3 3333333333333333333 CAPÍTULO
3.1 PROJETO O Centro Educacional Sustentável é formado pelos setores Pedagógico, de Serviço e Administrativo. O acesso principal de pedestres se dá pela avenida Luiz Eduardo de Toledo Prado e a entrada para o estacionamento é pela rua lateral de frente ao Shopping Iguatemi. Há também uma entrada para carga e descarga pela avenida Luiz Eduardo de Toledo Prado. O fluxo de entrada e saída é regulado pela recepção, que também direciona os visitantes para o setor administrativo e os usuários para todos os setores. O setor de serviços é composto por depósito de materiais, cozinha, banheiro, restaurante/cafeteria, horta e viveiros. Os ambientes deste setor exigem privacidade, portanto, a divisão interna do mesmo é dividida através de paredes que proporcionam esta privacidade. A área externa apresenta a horta e o sistema agroflorestal. O setor administrativo é composto por administração, diretoria, secretaria, recepção, sala de reuniões, exposição, sala dos professores, banheiro, copa e loja. Foram utilizados paredes de tijolos de solocimento, principalmente na área dos banheiros. Há conexão entre os ambientes da sala de exposição com a loja e da sala de administração com a secretaria. O setor pedagógico é composto por salas de aula, auditório, oficinas, banheiro e centro de reciclagem. As salas de aulas que oferecem os cursos teóricos são realizadas em um bloco que também estão os banheiros e o auditório. As oficinas práticas são separadas, pois algumas são abertas proporcionando maior interação com o ambiente externo, a maioria das salas possuem portas duplas. A cobertura é estruturada com telhado verde. As fachadas apresentam aberturas que integram os ambientes externos com os internos e, também apresentam brises móveis nestas aberturas.
ANTEPROJETO
inserido em um entorno bastante específico, tendo a intenção de se integrar com o entorno, com isso, essa integração com o meio externo, ocorre através do teto verde do edifício, da área verde de vivência, do sistema agroflorestal e da pista de bicicleta. A área verde e cobertura verde minimizam os efeitos da ilha de calor. O Centro Educacional Sustentável busca ser eficiente energeticamente, com isso, proporciona o menor consumo de energia com a utilização de painéis solares fotovoltaicos localizados próximos ao estacionamento. O projeto possui um Sistema Agroflorestal do tipo Sistemas agrossilviculturais, no qual, combinam árvores com cultivos agrícolas anuais, combina produção e conservação dos recursos naturais, reduz impactos das queimadas e de agrotóxicos e visa reduzir impactos do desmatamento, auxilia na conservação do solo, das áreas florestais, aumento da diversidade de espécies e na recuperação de áreas degradas. Além de que, para o tratamento de águas cinzas (chuveiros, pias e tanques) utilizou-se círculos de bananeiras que ajuda a equilibrar a decomposição da água cinza, filtros de evapotranspiração para o tratamento de esgotos de forma ecológica. Em relação a pavimentação, nos caminhos para os pedestres utilizou-se o piso permeável drenante de blocos intertravados de concreto poroso (imagem 54), também utilizados na área interna do edifíco. No estacionamento e na área de carga e descarga utilizou-se o piso concregrama (imagem 55) e na pista de bicicleta a pavimentação utilizada foi a com resíduos de pneus (imagem 56).
3.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO Partindo da mistura da forma orgânica com a forma retangular, o partido arquitetônico do Centro Educacional Sustentável inspirou-se neste padrão, de curvas e retângulos, harmonizando as estruturas de forma dinâmica e estética. O Projeto tem como foco mostrar que desde as atividades oferecidas até o espaço construído, podese ter práticas sustentáveis relacionadas ao meio ambiente, sendo eficazes e satisfatórios a todos os indivíduos. A implantação da área foi distribuída da melhor forma para que se possa utilizar todo o terreno. Está
Figura 54 – piso permeável drenante de blocos intertravados de concreto poroso Fonte: Google imagens
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Figura 55 – Piso Concregrama Fonte: Google imagens
Figura 56 – Piso de resíduos de pneu reciclado Fonte: Google imagens
Em relação as materialidades, sistemas e estruturas no projeto: • O Centro Educacional Sustentável utiliza o uso de materiais construtivos renováveis, podendo ser reutilizados, sendo as tecnologias construtivas: • Os tijolos de solocimento serão utilizados na construção das paredes externas do edifício. • Madeira da área de manejo florestal e de reflorestamento do tipo eucalipto, para a construção do deck de madeira e nos pilares. • As oficinas práticas serão feitas em geodésicas, onde sua estrutura será toda de bambu e utilização de lonas. • Ná área onde fica as atividades ao ar livre será construído um pergolado em bambu. • Comforto térmico - No setor pedagógico utilizou-se brises móveis (permitem ajustes ao longo do tempo, acompanhando a trajetória solar) nas aberturas para controlar a quantidade de luz recebida nos espaços, pois este setor é o que receberá mais insolação. Os brises também foram utilizados nas aberturas do setor administrativo. O Centro Educacional Sustentável funciona em 2 turnos, de manhã e a tarde, podendo ser utilizado pela população para uso extra escolar. O Centro é amplo, com os ambientes acessíveis e se integra com o entorno, tornando-o mais funcional e podendo ser utilizado por qualquer pessoas, desde criança até idosos. O programa atende a necessidade de todos em geral: • Sala de Consultória: Espaço designado para realizar trabalhos de consultoria e orientação voltados em projetos sustentáveis que pretendem desenvolver soluções ecologicamente corretas. •Secretaria/Administração/diretoria: Espaço destinado a serviços de gerenciamento e
administrativo, no qual, a secretaria organiza as atividades estabelecidas pela diretoria e administração que controla as finanças e, a diretoria que apresenta metas para serem cumpridas no Centro Educacional Sustentável. • Sala dos Professores e de Reuniões: Espaços voltados a encontro com outros professores e preparação de aulas e para reuniões com os funcionários sobre a Instituição, respectivamente. • Copa: Utilizada somente por funcionários do Centro Educacional Sustentável para preparação de comidas e lanches • Recepção: recebe e informa os visitantes para onde devem se encaminhar • Loja: Venda de produtos feitos pelos usuários do Centro Educacional Sustentável voltados ao artesanato, sustentabilidade e muitos outros. • Área de Exposição: Espaço que proporciona cultura e conhecimento através dos trabalhos artísticos expostos. • Salas de aula: Voltado para o desenvolvimento de atividades teóricas, informando sobre a importância de se preservar o meio natural. • Auditório: Voltado para eventos como palestras, reuniões, entre outros. • Centro de Reciclagem: Cúpula geodésica no qual ocorre atividades práticas de reciclagem e de agricultura sustentável. • Oficinas Práticas cobertas e ao ar livre: As oficinas práticas cobertas são cúpulas geodésicas onde ocorre atividades práticas de artesanatos e ao ecológico. Já nas oficinas práticas ao ar livre ocorrem cursos de permacultura, agrofloresta, bioconstrução, entre outras atividades que não necessitam de sala de aula. • Depósito de Materiais: Espaço que mantém
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materiais e ferramentas para os cursos práticos e ao Centro. • Horta: Voltada para complementar as necessidades da cozinha. A irrigação resulta das águas armazenadas pelas cisternas. • Cozinha: Supri a necessidade do restaurante / cafeteria, utilizando alimentos saudáveis, também obtidos nas hortas do local. • Banheiros: Apresenta as exigências estabelecidas
na norma de acessibilidade. Seu saneamento é solucionado atráves do filtro de evapotranpiração que trata das águas negras e do círculo de bananeiras que tratam das águas cinzas. • Viveiro de Plantas : espaço com plantas de várias espécies preservando-as.
3.3 DIRETRIZES PROJETUAIS Para as diretrizes projetuais do Centro Educacional Sustentável é preciso se considerar as características do clima de Ribeirão Preto que, segundo a classificação climática Köppen-Geiger³, apresenta clima tropical úmido. Isso determina que, segundo Henriques (2003), o município se caracterize pela sazonalidade no regime de chuvas, apresentando inverno seco e verão chuvoso. Segundo o climate-data4 (2015), o verão no município de Ribeirão Preto apresenta muito mais
pluviosidade do que o inverso que tem muito pouco. A temperatura média anual na cidade é de 21,9º C e a pluviosidade média anual é de 1508 mm. No gráfico 1 observa-se que a precipitação no município de Ribeirão preto é menor em Julho, sendo o mês mais seco com uma média de 26 mm. A maior parte da precipitação cai no mês de Dezembro, com média de 272mm
Gráfico 1 – Gráfico climático do município de Ribeirão Preto Disponível em: <http://www.pt.climate-data.org/location/3193/
³ A classificação climática de Köppen-Geiger é um sistema de classificação dos tipos climáticos na Terra, determinada pelo climograma local (Ciclo anual dos valores médios mensais de temperatura T à superfície e precipitação acumulada P) e na evapotranspiração potencial ETP (evaporação do solo e plantas em condições de solo saturado). Utilizada em Ecologia, Geografia e Climatologia. Associada aos principais biomas (fauna e flora e suas interações entre si e com o ambiente físico: solo, água e ar). A classificação foi proposta em 1900 pelo climatologista alemão Wladimir Köppen, tendo sido por ele aperfeiçoada em 1918, 1927 e 1936 com a publicação de novas versões, preparadas em colaboração
com Rudolf Geiger. Disponível em: < http://moodlearquivo.ciencias.ulisboa.pt/1213/pluginfile.php/32186/ mod_resource/content/1/ClassificacaoclimaticaKoppen. PDF> e disponível em:< https://portais.ufg.br/up/68/o/ Classifica____o_Clim__tica_Koppen.pdf> 4 O climate-data classifica os dados climáticos para cidades mundiais. Disponível em:< http://pt.climatedata.org>
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O gráfico 2 observa-se a temperatura média na cidade de Ribeirão Preto, no mês de Janeiro, sendo o mês mais quente do ano, é de 23,9º C. O mês de Julho é o mais frio, com temperatura média de 18,4 ° C, sendo esta a temperatura média mais baixa do ano.
Gráfico 2 – Gráfico de temperatura do município de Ribeirão Preto Disponível em: <http://www.pt.climate-data.org/location/3193/
Segundo o climate-data, entre os meses mais secos e mais úmidos, a diferença de precipitação é de 246 mm. Ao longo do ano, as temperaturas médias variam de 5,5 ° C.
As diretrizes projetuais usam materiais construtivos sustentáveis e renováveis, proporcionando ter eficiência energética e na utilizacção dos elementos naturais.
3.3.1 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA O projeto do Centro Educacional Sustentável reduz a utilização de iluminação artificial através da instalação de aberturas nos ambientes para a entrada de iluminação natural. Além disso, o projeto também é eficiente energeticamente proporcionando o menor consumo de energia através da utilização de painéis solares fotovoltaicos. Os painéis solares fotovoltaicos são feitos de células fotovoltaicas de silício, apresentam a possibilidade de os ligar em série alcançando maiores potências instaladas e segundo Cancela et. al. (2016):
Figura 57 – Painél solar fotovoltáico Fonte: Google imagens
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Os painéis fotovoltaicos além de serem relativamente econômicos, podem ser aplicados em qualquer lugar, desde que recebam alguma luz solar durante o dia. O rendimento dos painéis fotovoltaicos é influenciado pela exposição solar e pelo ângulo de incidência dos raios solares. Os painéis fotovoltaicos produzem energia através da transformação direta da luz em energia elétrica, recorrendo-se a células solares (células fotovoltaicas). (CANCELA et. al., 2016, online).
3.3.2 USO DE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS E ECOPRODUTOS O Centro Educacional Sustentável utiliza o uso de materiais construtivos renováveis, sendo reutilizados e com o menor impacto ambiental possível. As tecnologias construtivas utilizadas no projeto são: • Bambu: Pode ser utilizado como elemento de proteção dos condicionantes físicos (sol, vento e visual), elemento de contenção de solo, elemento de filtro do ar (absorve CO2), revestimento, e como elemento estrutural, é mais forte que o aço. ( MEIRELLES e OSSE, 2010, p.10) Segundo Glenn (1950, apud, MEIRELLES e OSSE, 2010, p.06 ) o bambu apresenta uma resistência à tração, sendo maior do que a da madeira e do concreto e superada apenas pelo aço. O bambu possui uma alta eficiência estrutural. Meirelles e Osse (2010) afirmam que o bambu, no cisalhamento apresenta um ponto crítico como material, pois sua resistência chega a ser de 7 MPa. Esta resistência demonstra a facilidade de ruptura do bambu ao cisalhamento devido às fibras longas. Portanto quanto menor o número de ligações em uma estrutura de bambu mais eficiente é o projeto. O projeto do Centro Educacional Sustentável utilizou ligações parafusadas para garantir a sua estabilidade e ligações amarradas nas geodésicas de bambu e no
pergolado de bambu na área das atividades ao ar livre. • Madeira: Utilização de técnicas específicas com madeira da área de manejo florestal. No Centro Educacional Sustentável, a madeira reflorestada foi utilizada nas portas, nos pilares e nos brises. • Tijolos de solocimento: Motta et. al. (2014) afirma o tijolo gera uma menor quantidade de resíduos, podendo ser usado na fabricação os resíduos de outras construções e a matéria-prima do tijolo é abundante. Pode ser montado por encaixe, colocando-se um sobre o outro, facilitando o assentamento e o tempo de execução e diminuindo a quantidade de argamassa ou cola empregada. O peso das alvenarias fica menor, diminuindo o dimensionamento das fundações e outras estruturas. O tijolo de solocimento por possuir dois furos, ocasiona o aumenta do isolamento termo acústico, pois os furos compõem câmaras de ar no âmago das alvenarias. Além disso é mais resistente, durável e impermeável, conforme argumenta Motta et al. (2010). A figura 58 apresenta uma construção com tijolos de solocimento.
Figura 58 – Construção de uma edificação com tijolos de solocimento Disponível em: <http://www.tijolosolocimento.com.br>
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3.3.3 GESTÃO E ECONOMIA DA ÁGUA O projeto do Centro Educacional Sustentável utiliza as tecnologias e sistemas que fazem uso da redução e reuso da água, sendo eles: • Círculo de Bananeiras: É usado para tratar as águas cinzas que vêm de pias, Tanques e chuveiros, beneficiando a produção de bananas em escala humana, conforme argumenta Ita (Setelombas, 2006). O Instituto Carakura afirma para construir o círculo de bananeiras, é preciso primeiramente cavar no solo um buraco de cerca de 2 metros de diâmetro e cerca de 1 metro de profundidade (figura 59), no qual é preenchido com material orgânico como galhos e tocos de madeira, e em sua superfície coloca-se uma densa camada de folhas secas (figura 60).
No entorno é feito um canteiro com a terra retirada do buraco, onde são plantadas bananeiras e outras espécies de folhas largas, como a taioba. A água cinza deve ser conduzida por um tubo até o centro do buraco. O material orgânico, poroso e rico em carbono, ajuda a equilibrar a decomposição da água cinza. As plantas alimentam-se da água rica em nutrientes e cada uma evapora cerca de 20L de água por dia, o que ajuda o sistema a funcionar de forma ideal, além de beneficiar a produção de bananas. (NSTITUTO CARAKURA. Disponível em:< http://www.institutocarakura.org.br/arquivosSGC/ DOWN_203924Painel_Saneamento_Ecolgico.pdf>)
Figura 59 – Dimensionamento do círculo de bananerias Disponível em: <http://www.setelombas.com.br/2006/10/circulo-de-bananeiras/>
Figura 60 – Círculo de bananerias Disponível em: <http://www.setelombas.com.br/2006/10/circulo-de-bananeiras/>
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• Cisternas de ferrocimento: Formadas por sistemas de armazenamento, captação e filtragem. De acordo com a Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural 5, (ASSESOAR, 2014) a cisterna é feito de concreto reforçado com tela de arame e construído sobre o solo em formato cilíndrico. Tal formato é o ideal por permitir que haja maior distribuição das forcas, que se anulam, provocando menor pressão da água sobre as paredes e evitando rompimento da estrutura. A cisterna capta água da chuva através da coleta de calhas nos telhados. A construção de cisternas, além de ser uma alternativa muito mais barata, não causa danos ao meio ambiente. A grande importância da implantação desses sistemas, portanto, é diminuir a exploração das águas subterrâneas, além de garantir a disponibilidade de água durante o ano
todo, aproveitando os períodos chuvosos para captar e armazenar a água de fontes protegidas ou de telhados, para ser utilizada nos períodos mais secos. (ASSESOAR. Disponível em:< http:// assesoar.org.br/dados/Caderno%20Cisterna.pdf>) No Centro Educacional Sustentável, foram utilizados 4 cisternas de ferrocimento para captação da água da chuva através da coleta de calhas nos telhados e armazenagem da mesma. As duas cisternas próximas ao vestiário, tem altura de 1,50 metro com diâmetro da base de 1,50 metro, com isso têm capacidade para 2.600 litros. Já as outras duas cisternas próximas ao edifício também têm altura de 1,50 metro, mas o diâmetro da base é maior, de 3 metros, com isso, essas duas cisternas têm capacidade para 10.600 litros.
Figura 61 – Exemplo de uma Cisterna de Ferrocimento, sendo esta na Escola Especial Integração. Fonte: Google imagens
5 A Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural, (ASSESOAR), criada em 1966 por jovens agricultores, é uma entidade jurídica de direito privado, de caráter
educacional e filantrópico, sem fins lucrativos, com sede e foro na Cidade de Francisco Beltrão, Estado do Paraná, Brasil. Disponível em:< http://assesoar.org.br>
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• Filtros de evapotranspiração: É a utilização de sistemas plantados para tratamento de esgotos de forma ecológica. No Centro Educacional Sustentável
foram utilizados 3 filtros de evapotranspiração para o tratamento de esgotos de forma ecológica.
Figura 62 – Corte do filtro de evapotranspiração Disponível em: http://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-deevapotranspiracao-bet/
Figura 63 – Vista superiro com as medidas do filtro de evapotranspiração Disponível em: http://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-de-evapotranspiracao-bet/
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Figura 64 – Corte mostrando o filtro de evapotranspiração por dentro. Disponível em: http://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-de-evapotranspiracao-bet/
3.3.4 GESTÃO DE RESÍDUOS DEIXADOS PELOS USUÁRIOS O projeto do Centro Educacional Sustentável possui áreas para reciclagem, apresentando um centro de reciclagem, restabelecimento de resíduos de substâncias orgânicas ao solo e à coleta seletiva de lixo. • Coleta Seletiva: De acordo com o Ministério do Meio Ambiente é a coleta diferenciada de resíduos que foram previamente separados segundo a sua constituição ou composição.
Ou seja, resíduos com características similares são selecionados e disponibilizados para a coleta separadamente. A figura 65 apresenta a identificação da coleta seletiva para a reciclagem de materiais.
Figura 65 – Identificação da coleta seletiva para reciclagem Disponível em: <http://www.jnreciclagem.com.br/images/padronizacao_seletiva.jpg>
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3.4 PROGRAMA E PRÉ-DIMENSIONAMENTO O pré-dimensionamento e o programa de necessidades foram elaborados através da análise dos estudos de caso. O Centro Educacional Sustentável foi organizado de modo que consiga administrar suas atividades de forma adequada: • Setor Serviços: Depósito de materiais, cozinha, banheiro, restaurante/cafeteria, horta e viveiros. Uso semi-privado. • Setor Pedagógico: Salas de aula, auditório, oficinas, banheiro e centro de reciclagem. Uso público.
Quadro 01 – Dimensionamento do Setor de Serviços Fonte: organizado pela autora, 2016
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• Setor Administrativo: Administração, diretoria, secretaria, recepção, sala de reuniões, exposição, sala dos professores, banheiro, copa e loja. Uso semi-privado. Dimensionamento dos setores e seus ambientes do Centro Educacional Sustentável nas tabelas abaixo.
Quadro 02 – Dimensionamento do Setor Pedagógico Fonte: organizado pela autora, 2016
Quadro 023– Dimensionamento do Setor Administrativo Fonte: organizado pela autora, 2016
Quadro 04 – Quadro de Áreas Fonte: organizado pela autora, 2016
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I 3.4.1 ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES A seguir é apresentado um fluxograma que evidencia o trajeto desenvolvido pelos usuários do Centro Educacional Sustentável diariamente. Os grupos envolvidos no fluxograma são:
Figura 66 – Fluxograma Fonte: organizado pela autora, 2016
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IMPLANTAÇÃO 4 CAPÍTULO PROJETO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO
PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA LAYOUT PLANTA PLANTA
PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA PLANTA COTAS PLANTA PLANTA
CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES CORTES E DETALHAMENTO CORTES CORTES
FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS FACHADAS
5 5555555555555555555 CAPÍTULO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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