PLANEJAMENTO TERRITORIAL, AMBIENTAL E URBANO I: Diagnóstico Ilha das Caieiras

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UNIVERSIDADE VILA VELHA GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

ARIELY RODRIGUES LITTIG CARLO EUGÊNIO B. GORZA DANIELLA SALUSTRE DE MELLO ISABELLA VASCONCELLOS ZANELATO JÉSSICA RUNGE

PLANEJAMENTO TERRITORIAL, AMBIENTAL E URBANO I: Diagnóstico Ilha das Caieiras.

VILA VELHA - ES 2020

ARIELY RODRIGUES LITTIG CARLO EUGÊNIO B. GORZA DANIELLA SALUSTRE DE MELLO ISABELLA VASCONCELLOS ZANELATO JÉSSICA RUNGE

PLANEJAMENTO TERRITORIAL, AMBIENTAL E URBANO I: Diagnóstico Ilha das Caieiras

Projeto de pesquisa apresentado ao Professor Dr. Giovanilton André Carretta Ferreira do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, a ser utilizado como produto para avaliação do primeiro bimestre do ano de 2020.

VILA
VELHA - ES 2020
SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO............................................................................... 6 2.0 OBJETIVOS .................................................................................. 7 3.0 METODOLOGIA............................................................................ 8 4.0 CARACTERIZAÇÃO DO BAIRRO................................................ 9 4.1 LOCALIZAÇÃO ........................................................................ 9 4.2 HISTÓRICO DO BAIRRO........................................................10 4.3 DEMOGRAFIA ........................................................................12 4.3.1 População ...........................................................................12 4.3.2 Domicílios ...........................................................................12 4.3.3 População por Gênero .......................................................13 4.3.4 Faixa Etária..........................................................................15 4.3.5 População por Cor e Raça .................................................16 4.3.6 População por Religião......................................................16 4.3.7 Escolaridade .......................................................................17 4.3.8 Renda...................................................................................18 4.4 DENSIDADE DEMOGRÁFICA ................................................21 4.5 EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS COMUNITÁRIOS.................22 5.0 INFRAESTRUTURA URBANA.....................................................25 5.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DRENAGEM URBANA.........25 5.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO.................................................26 5.3 COLETA E TRATAMENTO DE RESÍDUOS............................26 5.4 ENERGIA ELÉTRICA E ILUMINAÇÃO PÚBLICA....................26 5.5 TELECOMUNICAÇÕES..........................................................27 6.0 SEGURANÇA URBANA...............................................................27 7.0 MORFOLOGIA URBANA.............................................................30 7.1 LINGUAGEM FIGURA-FUNDO...............................................30 7.1.1 Malha Viária.........................................................................30 7.1.2 Espaço Público x Privado..................................................31
7.1.3 Espaço construído x Não construído................................31 7.1.4 Perfil Fundiário ...................................................................32 7.2 RELEVO 33 7.3 ASPECTOS AMBIENTAIS 34 8.0 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO....................................................38 8.1 USO DO SOLO .......................................................................38 8.2 PADRÕES E TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS DAS EDIFICAÇÕES ...................................................................................40 8.3 AFASTAMENTOS ...................................................................42 8.4 GABARITO..............................................................................45 9.0 ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER E SOCIABILIDADE ..............46 9.1 IDENTIFICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DOS ESPAÇOS DE USO PÚBLICO...........................................................46 9.2 CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS ...................................48 9.3 FORMAS DE APROPRIAÇÃO E RAZÕES DA UTILIZAÇÃO OU NÃO DA ÁREA.............................................................................48 9.4 EQUIPAMENTOS, INFRAESTRUTURA, PAISAGISMO E MOBILIÁRIO EXISTENTE 50 9.5 POTENCIALIDADES E PROBLEMAS DA ÁREA 58 10.0 MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE URBANA.............................59 10.1 HIERARQUIA VIÁRIA, PERFIL DAS VIAS E NÓS VIÁRIOS 59 10.2 FLUXOS 62 10.3 ESTACIONAMENTOS E CONFLITOS NA MOBILIDADE URBANA 63 10.4 ACESSIBILIDADE E CONDIÇÕES DE MOBILIDADE.............64 10.5 TRANSPORTE PÚBLICO .......................................................67 11.0 PERCEPÇÃO AMBIENTAL .........................................................68 11.1 VISUAIS..................................................................................68 11.2 PERCURSOS..........................................................................70 11.3 LIMITES ..................................................................................72 11.4 PONTOS NODAIS...................................................................73
11.5 SETORES 73 11.6 MARCOS 73 11.7 IMAGEABILIDADE 74 11.8 LEGIBILIDADE 75 12.0 COMPORTAMENTO AMBIENTAL...............................................77 12.1 COMPORTAMENTOS.............................................................77 12.2 MINI CENÁRIOS (APROPRIAÇÕES)......................................77 13.0 PROJETOS E INVESTIMENTOS DE IMPACTO SOBRE A REGIÃO E O BAIRRO..........................................................................80 14.0 LEITURA COMUNITÁRIA ............................................................85 15.0 ANÁLISE CRÍTICA DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL SOBRE A ÁREA DE ESTUDO (PDM)...................................................................86 16.0 MAPA SÍNTESE...........................................................................87 REFERÊNCIAS.....................................................................................90 ANEXO .................................................................................................95

INTRODUÇÃO

Segundo a Prefeitura de Vitória [201-] o território conhecido como Ilha das Caieiras faz parte da regional sete da Grande Vitória - Espírito Santo. É uma região de ocupação antiga, sendo possível já perceber a sua presença nas Plantas da Província do Espírito Santo desde 1878 e no mapa do município de Vitória desde 1938.

A expressão “caieiras” quer dizer fábrica de cal ou forno onde se calcina a pedra calcária que origina a cal. A palavra no plural propõe a difusão de fornos destinados a essa atividade do local (FOLHA VITÓRIA, 2018)

Composta por uma topografia um tanto oposta, possui uma parte baixa próxima a área de mangue, que por sua vez abriga a maior parte dos residentes e uma parte alta chamada de Morro da Ilha que teve uma ocupação mais atual e também informal após a retirada de terra para a urbanização dos bairros da Grande São Pedro, e hoje se caracteriza por um loteamento (PREFEITURA DE VITÓRIA, [201-]).

A região abriga 1.845 pessoas, sendo sua maioria formada por mulheres e em detrimento aos bairros do seu entorno tem pouca densidade habitacional (PREFEITURA, 2010). A relação dos moradores com a Baía de Vitória e a vegetação de manguezal é muito marcante, já que a região é rica na tradição das famílias de pescadores, desfiadeiras de siri e cozinheiras, assim concluímos que a renda vem em grande parte do comércio de produtos do mar (FOLHA VITÓRIA, 2019).

O bairro em questão não oferece grande diversidade de equipamentos e serviços comunitários, portanto seus habitantes buscam usufruir destes em outro bairro, em especial da Grande São Pedro (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2015).

A área anteriormente era coberta por vegetação de manguezais, porém após a ocupação na Ilha das Caieiras sem planejamento e informal, grande parte desta vegetação se perdeu ao longo dos anos (FOLHA VITÓRIA, 2019).

Portanto, no presente trabalho serão abordadas questões que irão desde a caracterização do bairro até a formação de diretrizes de um planejamento urbano.

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1.0

2.0 OBJETIVOS

O presente trabalho tem como principal objetivo a elaboração de um diagnóstico do bairro Ilha das Caieiras do município de Vitória-Espírito Santo, que servirá como base de informações e análise crítica para o desenvolvimento de um plano participativo.

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3.0 METODOLOGIA

A metodologia do trabalho baseia-se na análise de informações coletadas em sites da Prefeitura de Vitória, reportagens e bases de geoprocessamento, com o estudo de gráficos e mapas, para a melhor compreensão do contexto urbano, social e cultural da região de Ilha das Caieiras. Além disso, foram utilizadas coletâneas de informações por meio de mapas e imagens desenvolvidas pelos alunos para melhor entendimento do espaço de estudo através da percepção dos integrantes do grupo e análise crítica e atualização dos dados disponíveis em plataformas oficiais.

Também foram feitas visitas ao local de estudo onde o grupo fotografou espaços para ilustrar os tópicos abordados e coletou informações com moradores sobre áreas de risco de alagamentos, equipamentos comunitários, comércio e polo gastronômico através de entrevistas, que serão desenvolvidas melhor posteriormente ao longo do trabalho.

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4.0 CARACTERIZAÇÃO DO BAIRRO

4.1 LOCALIZAÇÃO

Localiza-se geograficamente ao norte e a oeste com a Baía Noroeste de Vitória, ao Sul e a Leste com os bairros de Santo André e São Pedro. Faz parte do complexo demográfico da Grande São Pedro e está localizado no Mapa 01 como

Regional Administrativa de Vitória 7. O bairro conta com uma área de 118.385 m² e perímetro de 1.635 m (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2014).

Mapa 01 – Região Administrativa.

Fonte: Prefeitura de Vitória, 2014.

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Mapa 02 – Localização.

Fonte: Prefeitura de Vitória, 2010.

4.2 HISTÓRICO DO BAIRRO

O bairro Ilha Das Caieiras teve sua ocupação no início na década de 20 do século passado por causa da implantação da fábrica de cal Boa Esperança e no transporte do café produzido nas fazendas de Santa Leopoldina que, através dos rios Santa Maria e Bubu, desembarcava frente a Ilha, fazendo desta um ponto de parada antes de alcançar o Porto de Vitória (PREFEITURA DE VITÓRIA, [201-]).

O nome Ilha das Caieiras teve suas origens em dois fatores característicos: um geográfico e outro histórico. Geograficamente, no início de sua ocupação, a área estava cercada por mangues que por ocasião das marés altas lhe conferia um aspecto insular. (PREFEITURA DE VITÓRIA, [201-])

Historicamente, a expressão “caieiras” significa fábrica de cal ou forno onde se calcina a pedra calcária para se fazer a cal. (PREFEITURA DE VITÓRIA, [201-])

A área da Grande São Pedro teve uma ocupação desordenada e isso afetou diretamente a Ilha das Caieiras, provocando uma grande deterioração nos aspectos naturais da área, principalmente a degradação do mangue, reduzindo a fonte de

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alimento dos organismos naturais e a qualidade de vida da população.

(PREFEITURA DE VITÓRIA, [201-])

O bairro possui uma parte baixa próxima ao mangue, que corresponde a maior área ocupada e uma parte alta chamada de Morro da Ilha que teve uma ocupação mais recente após a retirada de terra para a urbanização dos bairros da Grande São Pedro, e hoje caracteriza-se por um loteamento. (PREFEITURA DE VITÓRIA, [201-])

Os moradores que residem na parte baixa são os pioneiros e filhos dos primeiros habitantes, já na parte alta residem os novos ocupantes, que vieram de São Pedro, outros bairros de Vitória e Municípios vizinhos em busca de uma casa própria. (PREFEITURA DE VITÓRIA, [201-])

Figura 01 - Linha do tempo do bairro Ilha das Caieiras.

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Fonte: GeoWeb, Prefeitura de Vitória.

Por meio das imagens comparativas da evolução do desenvolvimento da Ilha das Caieiras expostas acima é notório uma grande mudança na conformação do bairro dos anos de 78 para 98, sendo este período marcado pelo processo de industrialização da Grande Vitória, o que refletiu diretamente e resultou no salto do desenvolvimento e precarização, sendo percebido através ruas pequenas, ocupação densa, lotes sem dimensões e limites bem definidos.

4.3 DEMOGRAFIA

4.3.1 População

Segundo o comparativo de gráficos, entre os anos 2000 e 2010 não ocorreu mudanças significativas no número da população residente da Ilha em comparativo com os bairros da regional, sendo este aumento de apenas 489 pessoas. Gráfico 01 - População.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, 2000-2010.

4.3.2 Domicílios

O bairro é predominantemente residencial, como observado na tabela abaixo são 536 residências (domicílios particulares permanentes) com média de

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moradores de 3,44 pessoas por unidade residencial. Dentro das tipologias de residências, as de maior número são as unidades nuclear

[...] quando constituída somente por: um casal; um casal com filho(s) ou enteado(s); uma pessoa (homem ou mulher) com filho(s) (por consanguinidade, adoção ou de criação) ou enteado(s), independentemente da pessoa que foi indicada como responsável pelo domicílio [...] (IBGE, 2010).

o que assinala que o bairro tem uma conformação predominantes familiar, muito influenciada pelo seu histórico de formação com comunidade de pescadores. Outro tipo acomodação com destaque são as estendidas

[...] quando constituída somente pela pessoa responsável com pelo menos um parente, formando uma família que não se enquadre em um dos tipos descritos como nuclear [...] (IBGE, 2010).

Tabela 01 - Domicílios particulares Ilha das Caieiras.

Fonte: Arquivo Vitória Bairro a Bairro, Prefeitura de Vitória, 2013

4.3.3 População por Gênero

Fazendo um comparativo com os bairros Nova Palestina, Resistência e São José, é possível perceber que estes foram os únicos bairros com aumento significativo entre 2000 e 2010. Segundo o arquivo Vitória Bairro a Bairro (01/2013), Nova Palestina apresenta população total de 6.471 sendo 3.117 homens e 3.354 mulheres; Resistência apresenta população total de 6.620 sendo 3.194 homens e 3.426 mulheres; São José apresenta população total de 4.480 sendo 2.190 homens e 2.290 mulheres e Ilha das Caieiras apresenta população total de 1.845 sendo 906 homens e 939 mulheres.

Portanto, o bairro em estudo dentre estes da Regional Administrativa contém o menor número no total de residentes por gênero e outro fator que podemos concluir é a prevalência de mulheres na Ilha das Caieiras, assim como nos outros bairros.

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Gráfico 02 - População por Gênero (2000).

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, 2000.

Gráfico 03 - População por Gênero (2010).

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, 2010.

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4.3.4 Faixa Etária

Dentro do total da população de 1.845, fica claro a partir da análise dos Gráficos 04 e 05, que é majoritário no bairro o grupo de idade de 25 a 64 anos com total de 898 pessoas.

Gráfico 04 - População por sexo e idade.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, 2010.

Gráfico 05 - População por sexo e idade.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, 2010.

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4.3.5

População por Cor e Raça

De acordo com a Prefeitura de Vitória a característica predominante da cor ou raça no bairro é parda 77,78%, branca 15,72% e 5,91% preta. Conclui-se então que há grande concentração de pessoas da cor parda nesta região e pouca parcela da população em branca e preta

Gráfico 06 - População residente, por cor ou raça.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, 2010.

4.3.6 População por Religião

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2010, 33,1% dos capixabas são evangélicos, 53,4% são católicos, 13,5% outras religiões ou não declara (A GAZETA, 2012).

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Gráfico 07 - População de Vitória por Religião.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados do IBGE, 2010

4.3.7 Escolaridade

A partir da tabela abaixo é possível perceber que a parcela de habitantes menos alfabetizados dentro do seu total existente são os de cor amarela, e os com maior taxa de alfabetizados são os pardos, sendo da totalidade (100%), 95,98% com algum grau de escolaridade, o que significa que em comparativos gerais sabendo que a população majoritária são os pardos a região pode ser considerada como uma área com baixa percentualidade de analfabetos.

Tabela 02 - Alfabetização Ilha das Caieiras de pessoas de 5 anos ou mais (2010)

Fonte: Arquivo Vitória Bairro a Bairro, Prefeitura de Vitória, 2013.

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4.3.8 Renda

Analisando o Mapa 03 em geral, a cidade de Vitória em sua maioria obtém o Rendimento de Salário Mínimo (SM) de 1 a 3 SM. O bairro Ilha das Caieiras, localizado na área destacada, está incluído neste dado coletado. Também podemos concluir que, na Regional Administrativa onde fica localizado o bairro e nos bairros do seu entorno não existe diversidade quanto ao rendimento salarial.

Mapa 03 - Rendimento Nominal Médio Mensal por Bairro, Vitória.

Fonte: Prefeitura de Vitória, 2010

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Fonte: Arquivo Vitória Bairro a Bairro, Prefeitura de Vitória, 2013. O bairro conta com uma rua principal (Felicidade Corrêa dos Santos) onde se concentram a maior parte dos comércios que atendem o bairro, bairros vizinhos e o polo gastronômico que recebe turistas vindos principalmente da Grande vitória, mas que recebe também pessoas de todo o Estado e país. Os comércios de pequeno porte como supermercado, depósito de materiais de construção, bares, e padarias, localizam-se na parte de divisa com os bairros Santo André e São Pedro I, já o polo gastronômico fica na parte que está à beira Mar.

Figura 02 - Píer Ilha das Caieiras.

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Tabela 03 – Classe de rendimento nominal Fonte: Acervo do grupo, 2020.

O polo gastronômico conta com diversos restaurantes, a estrutura funcional dos estabelecimentos é regida pelos grupos familiares e de pessoas que residem geralmente em cima dos comércios. É responsável por uma parte significativa da atividade econômica do bairro, de forma direta, através da compra de peixes e mariscos que são pescados pelos próprios grupos familiares dos donos dos restaurantes e também da venda de peixes e mariscos pescados por moradores do bairro para restaurantes e estabelecimentos fora da região da Grande São Pedro.1

Figura 03 - Píer Ilha das Caieiras.

Fonte: Acervo do grupo, 2020.

Uma das marcas culturais e comerciais do bairro são as desfiadeiras de siri, elas estabeleceram ali um ponto de produção e venda da carne de siri desfiada, o bairro também conta com uma associação que possui um espaço físico para que exerçam seu trabalho (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2011).

1 Dados constatados através de visita a campo.

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4.4 DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Na área da regional destacada é possível analisar que de acordo com o Mapa 04 avaliado, o bairro de estudo Ilha das Caieiras no período de 2000-2010 se manteve sem mudanças significativas quanto ao número de habitantes por hectare, sendo assim permanece a densidade de 101 a 200 hab./ha. Em comparação com outros bairros, também permaneceram sem mudanças Redenção, Comdusa e o único bairro que apresenta a maior densidade da área, Santo André.

Em relação aos bairros Nova Palestina, Conquista e São José observa-se o aumento da sua densidade de até 50 hab./ha para de 51 a 100 hab./ha, enquanto os bairros Resistência, São Pedro e Santos Reis tiveram um aumento na densidade de 51 a 100 hab./ha para de 101 a 200 hab./ha.

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Tabela 04 - Setores de Atividades Econômicas. Fonte: Arquivo Vitória Bairro a Bairro, Prefeitura de Vitória, 2013.

Mapa 04 – Densidade Demográfica de Vitória.

Fonte: Prefeitura de Vitória, 2010.

4.5 EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS COMUNITÁRIOS.

O bairro conta dentro dos seus limites com os seguintes equipamentos comunitários municipais EMEF-Eliane Rodrigues dos Santos, CMEI-Magnólia Dias Miranda Cunha, Museu Histórico da Ilha das Caieiras - Manoel Passos Lyrio (Museu do Pescador) e a Associação dos Pescadores, Marisqueiros e Desfiadeiras da Região da Grande São Pedro (Popularmente conhecida como associação das desfiadeiras de siri) (SECRETARIA DE CULTURA-VITÓRIA) como consta no mapa acima e com o Centro de Artes e Esportes Unificado (GOOGLE MAPS, 2020), e também é perceptível que estes são distribuídos de maneira bem espaçada.

A Escola Municipal e o Centro Municipal de Ensino Infantil (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2015), complementados ainda com uma escola estadual, a EEEFMElza Lemos Andreatta, não conseguem sozinhas atender a demanda do bairro (principalmente a instituição destinada às crianças de seis meses a seis anos),

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fazendo com que a população em idade escolar seja destinada a outros estabelecimentos de ensino da regional a qual pertence.2

Perto de seus limites mas já pertencente a bairros da regional há ainda instituições como CMEI- Gilda de Athayde Ramos (Pré escola até primeiro ano do fundamental), EMEF-Francisco Lacerda de Aguiar (Segundo ano do ensino fundamental ao terceiro ano ensino médio), EMEF-Lenir Borlot (Primeiro ano ao quarto ano do ensino fundamental), CMEI-Padre Giovanni Bartesaghi (Primeiro ano ao quinto ano do ensino fundamental), Casa da Juventude, Campo de Futebol do Racing, outros equipamentos ainda serão citados no decorrer do tópico.

Com relação a serviços de saúde, a ilha tem sua população atendida na Unidade de Saúde - Ilha das Caieiras - Vereador Nenel Miranda (UBSIC) que fica localizada no bairro São Pedro, esta é uma das quatro que atendem a regional sete da qual faz parte (SECRETARIA DE SAÚDE, 2017). A UBSIC existe desde 2009, e era uma demanda antiga do bairro segundo a líder comunitária (vigente no ano de construção) Gislaine Santos Gonçalves (IJSN, 2017). Apesar desta ampliação, atualmente a unidade ainda não consegue atender toda a demanda da comunidade.

A regional conta ainda com um Centro de Vigilância em Saúde Ambiental (CVSA), um Centro de Especialidades Odontológicas – CEO, um Centro de Atenção Psicossocial São Pedro (CAPS III), um Centro Municipal de Especialidades – CME, um Pronto Atendimento 24h – PA (São Pedro) e dois Serviços de Orientação ao Exercício (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2014).

Assim como todos os serviços de assistência social da Grande Vitória, os que atendem Caieiras também são coordenados pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), por meio da implementação do Sistema Único da Assistência Social (Suas) (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2020). A Ilha como já observado no mapa anteriormente explanado, não possui nenhuma sede desses serviços dentro de seu perímetro, sendo o Centro de Referência da Assistência Social – CRAS mais próximo localizado no bairro vizinho Santo André (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2015) o que pode dificultar algumas vezes o acesso da população.

2 Informação redigida com base em entrevista com moradores.

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Segundo dados da prefeitura de Vitória (2014), não só o bairro de Ilha das Caieiras, mas como toda a regional à qual pertence não possuíam nenhum posto avançado da guarda municipal ou central de videomonitoramento por longo período de tempo, o que em conjunto com outros fatores abordados nesta análise, contribuíram para a insegurança desta região. Atualmente, a regional conta com uma guarita da guarda municipal na Av. Beira Mar ao lado da unidade de saúde da Ilha das Caieiras, na avenida que funciona como um dos três acessos ao bairro. Há ainda ao lado do Pronto Atendimento na Rodovia Serafim Derenzi um posto da polícia militar que atende à Grande São Pedro, o que garante à população um pouco mais de segurança.3

Mapa 05 - Equipamentos e Serviços Comunitários.

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Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base em dados da Prefeitura de Vitória e GeoWeb, 2015.

Dados levantados pelo grupo através de visita ao local de estudo.

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5.0 INFRAESTRUTURA URBANA

O bairro conta com infraestrutura urbana disponível para todas as residências, coleta de esgoto e fornecimento de água tratada pela CESAN, fornecimento de energia elétrica pela Escelsa e rede cabeada de Internet. Todas as ruas receberam pavimentação, seja asfalto ou de blocos de concreto, contudo grande parte está desgastada, com buracos e irregularidades. Existem dois acessos por escadaria com piso concretado e apenas um dispõem corrimão. Para entrar no bairro existem cinco acessos por via pavimentada, sendo duas destas vias de mão única e três de mão dupla. As calçadas são na sua maioria fora dos padrões estipulados pela prefeitura de vitória, grande parte possui desníveis, pavimentação danificada ou ausência de pavimentação, há também muitos trechos em que as edificações avançam até o limite da via, na maior parte do tempo e lugares os pedestres precisam ou optam por se deslocarem pelas faixas de rodagem das vias.

O bairro conta também com um píer que possui um atracadouro para embarcações de pequeno porte. Quatro linhas de ônibus (010, 071, 310, 331) atendem o bairro ou ruas com proximidade menor que 500 metros

5.1 ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DRENAGEM URBANA

“O Bairro das Ilhas das Caieiras é abastecido a partir da base de produção de água, denominada Subsistema Jucu/ Vale Esperança. ETA 1 – Vale Esperança” (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2014)

Uma das problemáticas características das regiões elevadas do município é a intermitência no abastecimento de água devido pressão disponível na rede não atender as cotas necessárias, principalmente nos horários de pico, e Caieiras tem suas partes elevadas atingidas por esta dificuldade (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2014).

No quesito drenagem, as ruas apresentam uma infraestrutura um tanto ineficiente, parte por conta de falta da manutenção periódica e por descarte inadequado de resíduos e não cumprimento de leis urbanísticas como a preservação de áreas permeáveis.

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5.2 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Apesar de todas as casas da região possuírem rede de esgoto em suas vias, cerca de dezenove residências não estão ligadas a ela, algumas dessas casas estão situadas na principal rua da Ilha, e a maioria deste número se encontra na parte de relevo mais acentuado - as ladeiras (CESAN, 2020), o que infelizmente é conduzido a baia, contribuindo para a contaminação dos corpos d’água, solo e afins.

Esta exposição e não destinação correta contribui para problemas de saúde, ambientais como alagamento, entre outros.

Todos estes resíduos coletados são destinados a estação de tratamento de Malembá, localizado no bairro de Joana D’arc, em Vitória (CESAN, 2009).

5.3 COLETA E TRATAMENTO DE RESÍDUOS

Caieiras possui coleta de lixo exercida pela central de serviços do município, este funciona de segunda a sábado e passa nas ruas na parte da manhã (9h00min as 12h00min) sendo depois destinado da maneira mais adequada (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2020), ainda sim alguns moradores reclamam o fato de animais de rua rasgarem as sacolas e espalharem este lixo antes da coleta e do fato da irresponsabilidade de alguns por descartarem estes resíduos em locais inadequados, o que ocasiona entupimento de bocasde lobo, poluição do manguezal e Baia, além de causar mal cheiro. Há ainda um bota fora em São Pedro – bairro da regional que atende aos moradores.

5.4 ENERGIA ELÉTRICA E ILUMINAÇÃO PÚBLICA

Como citado o bairro tem energia elétrica fornecida pela concessionária Escelsa, porém é perceptível quando se caminha pelas ruas o grande número de ligações clandestinas e grande proximidade do cabeamento de rede elétrica das edificações como na imagem abaixo

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Fonte: Google Maps, 2020. Quando o assunto é iluminação apesar de dispor dessa infraestrutura, ela ainda funciona de maneira ineficiente em alguns pontos do Ilha, como na Ladeira Dr. Bezerra de Menezes, Beco do Siri e trechos da Rua Felicidade Corrêa dos Santos (desde a Moquecaria Teresão até o CMEI Magnólia Dias Miranda Cunha), o que aumenta a sensação de insegurança e risco de acidentes.4

5.5 TELECOMUNICAÇÕES

Na parte mais alto ficam posicionadas cinco antenas de telefonia móvel, a área ainda possui rede de internet cabeada e através do programa Vitória Digital é contemplada com internet wi-fi em algumas áreas próximas ao ponto de sinal que fica na Praça Dom João Batista que cobre um raio de quinhentos metros do local da instalação (GAVA, 2010).

6.0 SEGURANÇA URBANA

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SEMSU) foi criada pela Lei 6.529/2005, sendo suas atribuições definidas pelo Artigo 18. A secretaria trabalha para propor e executar ações de prevenção à violência e à criminalidade a partir de estratégias de inclusão social, desenvolvendo ações para um trânsito mais humano

4 Dados redigidos com base em entrevista com moradores.

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Figura 04 – Proximidade de fios com fachadas das edificações.

e seguro, buscando a participação comunitária no desenvolvimento das ações e atuando de forma efetiva no monitoramento da cidade, através do sistema de videomonitoramento que contribui para a gestão do município, garantindo o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos (SILVA, 2005).

Através da ocupação desordenada do complexo demográfico da Grande São Pedro, que afetou diretamente a Ilha das Caieiras, provocando uma grande deterioração nos aspectos naturais da área, afetou a qualidade de vida da população que, neste sentido, associado ao movimento de diversificação econômica (indústria, comércio, serviços), verificou-se o “confinamento” social dos pobres em áreas segregadas, marcados principalmente pelas desigualdades sociais e pelo estigma de pobreza associado à violência (SILVA, 2005).

Desta forma, estas áreas segregadas tornam-se inseguras sendo as maiores ocorrências referem-se ao tráfico de drogas, que teria sido substancialmente ampliado, seguido das práticas de furtos e roubos.

A seguir, dados já noticiados de violência e tráfico de drogas no bairro.

Figura 05 - Reportagem.

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Fonte: Site G1 Globo, G1 ES, 2019.

Figura 06 - Reportagem.

Fonte: A Gazeta, 2019. Figura 07 - Reportagem.

Fonte: Prefeitura de Vitória, 2014

Em uma reportagem elaborada em Julho de 2014 por Marcos Salles, explica que o Programa Nacional de Segurança e Cidadania (PRONASCI), do Ministério da Justiça, escolheu São Pedro área vizinha da Ilhas das Caieiras como Território da Paz para a implantação de diversas ações, cada uma com o objetivo de envolver a comunidade em busca da cidadania e todos os seus direitos humanos, além da tentativa de reduzir a violência e criminalidade da população (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2014).

Neste foram implantados toda a assistência de segurança urbana, elaborados pelos próprios moradores e pelos bairros terem relação muito direta,

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caracterizando uma espécie de conurbação, os atos implementados têm impacto direto na área de estudo.

7.0 MORFOLOGIA URBANA

7.1 LINGUAGEM FIGURA-FUNDO

Os mapas de figura e fundo permitem, através da técnica de preto e branco, uma maior compreensão da área estudada e suas peculiaridades, como a malha viária, densidade construtiva, parcelamento e outros aspectos relevantes.

7.1.1 Malha Viária

Analisando o mapa da malha viária das Ilhas das Caieiras, percebemos a presença de um sistema viário bem irregular, sendo composto não só por ruas pequenas, mas também por ruas sem saída, becos e escadarias. Tudo isso, dificultando a permeabilidade interna e trânsito de veículos.

Mapa 06 – Malha Viária.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória

30

7.1.2

Espaço Público x Privado

Através do mapa de espaços públicos x privados, é possível notar o contraste entre esses espaços e o quanto o privado se sobressai, inclusive as margens do Rio Santa Maria perante o público que aparece muito pouco, apenas em alguns pontos de forma espalhada. Assim, dando a entender que existe uma carência de lugares abertos que possibilitem os moradores do bairro se reunirem.

Mapa 07 – Público x Privado.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória.

7.1.3 Espaço construído x Não construído

O mapa de espaços construídos x não construídos revela um elevado número de edificações construídas no bairro, que se espalham de maneira desregrada, muito por conta do relevo e da ocupação informal, inclusive preenchendo de forma mais densa às margens do rio.

31

Mapa 08 – Espaço construído x Não construído.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória.

7.1.4 Perfil Fundiário

No mapa de perfil fundiário é possível perceber a irregularidade dos lotes presente no bairro, resultante do processo de industrialização da Grande Vitória.

32

7.2 RELEVO

No mapa de relevo, percebe-se a grande variação dos níveis do bairro onde o relevo chega a até 30 metros acima do nível do mar, o que resulta em uma ocupação típica informal e edificações que tem que se adaptar a diferença dos níveis, onde os lotes que se encontram nos níveis mais altos tendem a ser os de menor área, impactando também em vias com várias subidas e descidas, dificultando o acesso em algumas áreas.

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Mapa 09 – Perfil Fundiário. Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória.

Mapa 10 – Relevo.

7.3 ASPECTOS AMBIENTAIS

A região é composta por uma área mais plana, próxima ao litoral e por uma região com topografia irregular. Como pode ser observado no Mapa 11, o bairro Ilha das Caieiras não possui grandes quantidades de árvores no seu interior, porém pode ser notado dois pontos com densa arborização próximo ao limite do bairro. Através das curvas de nível pode ser notado que a topografia do seu entorno é formada majoritariamente por morros.

Por conta da área mais alta do bairro, grande ocupação e pouca área permeável do solo, decorrem os alagamentos nas principais ruas de acesso na área plana. Uma delas é a Rua Felicidade Corrêa dos Santos, entre o Restaurante Cia da Ilha e o Museu do Pescador e próximo a EMEF Eliane Rodrigues dos Santos e na Rua da Coragem.5

5 Informação redigida com base em entrevista com moradores.

34
Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória.

Ambientais

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória e GeoWeb Como consta no Mapa 12, a Ilha das Caieiras contém uma vasta área verde degradada, representada em vermelho e em sua volta permanece uma área de vegetação. O bairro possuía uma grande área de manguezal, sua maioria foi desmatada devido a ocupação urbana descontrolada, mas existe ainda uma pequena porcentagem em seu limite com o bairro Santo André. Já em seu entorno, especificamente no bairro Nova Palestina existe uma enorme área de manguezal preservada, além de outros tipos de vegetação como, mata atlântica, campos, área agrícola etc.

35
Mapa 11 - Aspectos

Mapa 12 – Vegetação do Município de Vitória.

Fonte: Prefeitura de Vitória, 2009

O bairro tem forte ligação com a Baía de Vitória e com a pesca, especialmente pelo seu grande polo gastronômico com especialidade em frutos do mar e comércio.

Como consta no Mapa 13, a Ilha das Caieiras não possui nenhuma área de preservação ambiental. Entretanto, o seu entorno detém o Parque Natural Municipal e Área de Preservação Permanente, principalmente nos bairros Nova Palestina como a Ilha de C, Resistência, Conquista, Redenção, São José, Santos Reis, Comdusa e em uma pequena parte do bairro São Pedro

36

Mapa 13 – Áreas de Proteção.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória e GeoWeb

37

8.0 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

8.1 USO DO SOLO

Mapa 14 - Uso do Solo.

A ocupação do solo se deu de maneira irregular, informal e atualmente passa por um processo de regularização fundiária, feito pela Secretaria de Habitação do Município de Vitória (SEMOHAB).

O bairro Ilha das Caieiras têm uso predominante residencial, que varia entre unifamiliar e multifamiliar, na parte mais alta localizam-se residências unifamiliares.

É possível destacar diferenças quanto ao uso multifamiliar em detrimento do seu processo de ocupação informal e formal. Os loteamentos irregulares ficam em sua maioria localizados no limite com a Baía de Vitória, porém próximo a EMEF Eliane Rodrigues dos Santos, na Rua Vinte e Três de Abril, existe o uso residencial multifamiliar de ocupação formal chamado Residencial Santo André Vitória-ES que conforme análises do local parece ser o único classificado como de uso formal.

38
Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória e Geoweb.

Seu entorno concentra a presença de comércios e uso misto, principalmente por toda a extensão da Rua Felicidade Corrêa dos Santos devido a sua relação direta com o polo gastronômico (que abrange toda Vitória e até mesmo outros estados) próximo a orla e o seu histórico de ocupação. Com relação aos outros comércios da região, estes apresentam tanto impacto local quanto em bairros próximos e grande parte da produção pesqueira é consumida pela regional.

Figura 08 - Restaurante Moquecaria Teresão.

Fonte: Google Maps, 2020.

Como pode ser observado no Mapa 14, é notório que a distribuição das instituições como, Museu do Pescador, Centro de Artes e Esporte, Escolas e Instituições Religiosas não se encontram em uma única região.

Figura 09 - Quadra do Centro de Artes e Esportes.

Fonte: Google Maps, 2020.

39

Apresentam no bairro áreas de pequenas e grandes dimensões sem uso do solo, algumas destas são identificadas pelo grupo com enorme potencialidade para uso comunitário.6

8.2 PADRÕES E TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS DAS EDIFICAÇÕES

Mapa 15 - Afastamentos.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com bases redigidas por moradores.

O padrão construtivo das edificações do bairro Ilha das Caieiras são na sua maioria de alvenaria convencional (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2010). Caracterizado por autoconstrução que vai evoluindo de acordo com a condição econômica e social dos moradores, as edificações se desenvolvem sem um planejamento prévio sendo notório a variação de acabamentos externos ou a falta dele.

Por se tratar de um bairro de ocupação desordenada por moradores ao início do seu surgimento, os padrões de construção de suas edificações são bem semelhantes, com poucas alterações e variando as diferenças de tipologia sem seguir

6 Conclusões a partir de análises de imagens, passeios pelo Street View e informações fornecidas por moradores.

40

um estilo específico, estas quando com acabamentos, se mostram com cores vivas sendo uma marca da Ilha.

Após uma análise pelo bairro, os critérios para avaliação foram bons para as casas mais conservadas e com acabamento, já as edificações avaliadas como regular ou ruim, tinham características de abandono ou descuido do morador.

O padrão bom e regular das edificações estão presentes na maior parte do bairro. Já as edificações com alto padrão construtivo, que são poucas, estão dispersas pelo mesmo.

Figura 10 - Padrão Bom na R. Felicidade Corrêa dos Santos.

Figura

Fonte:

41
Fonte: Google Maps, 2019. 11 - Padrão Regular na R. Monte das Oliveiras. Google Maps, 2020.

8.3 AFASTAMENTOS

Fonte: Google Maps, 2020.

Mapa 16 - Afastamentos.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, Geoweb e Google Maps.

42
Figura 12 - Padrão Ruim na R. Amadeu Muniz Corrêa.

Com base no Mapa 16 é possível perceber um predomínio de fachadas amigáveis nas ruas analisadas, e essa conformação se repete por todo o território de Caieiras. De acordo com a metodologia adotada na disciplina, esta tipologia compreende edificações que possuem janelas, portas e vitrines voltadas para a rua e suas fachadas encontram-se, relativamente, próximas ao passeio público. Tal configuração produz uma certa relação entre o público e o privado, trazendo mais vitalidade.

Apesar do número de fachadas passivas não ser majoritário, há dois exemplos que ocupam grandes áreas do território, sendo espaços murados e totalmente cegos, o que contribui diretamente para sensação de insegurança. Um deles é a EEEFM Elza Lemos Andreatta e o outro um loteamento sem uso.

As fachadas ativas ficam praticamente concentradas em edifícios de dois a três pavimentos, o térreo normalmente abriga comércio e seus outros andares residência, configurando assim uso misto.

Segue nas imagens abaixo as referências utilizadas para a classificação:

Figura 13 - Fachada Ativa.

43
Fonte: Google Maps, 2020.

Fonte:

É notório a partir da imagem abaixo e estudo da morfologia local em conjunto do mapa analisado que raramente se encontra edificações que conservam um afastamento uma das outras e da rua, este tipo de prática reafirma as características de assentamento informal e causa prejuízos não só no quesito de conforto, como também no sentido de acessibilidade por muitas vezes interromperem o passeio.

44
Figura 14 - Fachada Amigável. Fonte: Google Maps, 2020. Figura 15 - Fachada Passiva. Google Maps, 2019.

8.4 GABARITO

Produção do

2020. Com base nos dados da Prefeitura de

e

Após levantamento de dados e como pode observar no Mapa 17, notou-se que o gabarito das edificações são em sua maioria de 1 a 3 pavimentos com construções de caráter residencial, quando possui 3 pavimentos o mesmo é utilizado como terraço ou apenas como habitação. O bairro não tem indícios de verticalização, o mais próximo e o máximo que contêm são 4 pavimentos, sendo os mesmos em menor número e construções multifamiliares.

45
Figura 16 - Afastamentos Irregulares. R. Amadeu Muniz Corrêa. Fonte: Google Maps, 2020. Mapa 17 - Gabarito. Fonte: grupo, Vitória, Geoweb Google Maps

9.0 ESPAÇOS PÚBLICOS DE LAZER E SOCIABILIDADE

9.1 IDENTIFICAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DOS ESPAÇOS DE USO PÚBLICO

Mapa 18 - Espaços Públicos de Lazer

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória e Geoweb.

No que diz respeito a espaços livres de uso público é possível perceber através do Mapa 18 que a Ilha apresenta um déficit, tendo em seu espaço físico apenas a Praça Antônio Ormindo Trancoso que se apresenta como um espaço com academia popular, parque de areia e áreas de mesinhas sem muita arborização e espaço para atender toda a demanda do bairro.

A área estudada também possui o Museu Histórico da Ilha das Caieiras Manoel Passos Lyrio, também conhecido como Museu do Pescador, é uma antiga reivindicação da comunidade. Sua sede se dá em uma antiga casa de secos e molhados, construída na década de 30 (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2020), em anexo a este local há uma área livre e pavimentada, mas que também não possui atrativos à população.

46

Mais à Beira-Mar há uma grande área de deck que se estende por 550m e quatro píeres de madeira de 21 metros de comprimento que atende a pescadores, (BLOG DA PAISAGEM, 2014) moradores (muitas crianças tomam banho na maré) como na imagem abaixo e recebe um grande movimento devido ao pólo gastronômico que conta com 14 restaurantes, além de barraquinhas e uma vista privilegiada da baía.

Um trecho do deck, também cumpriu o papel de arrematar fisicamente as construções precárias sobre o mangue e conteve a expansão desordenada do conjunto construído por moradores. (BLOG DA PAISAGEM, 2014).

Figura 17 - Crianças se apropriando do deck da Ilha.

Fonte: Acervo Pessoal, 2020.

A falta de atrativos e espaços de lazer na Ilha faz com que a população utilize da Praça Dom João Batista que se localiza no bairro vizinho São Pedro, esta conta com 330 metros de extensão ao longo da avenida Beira-Mar, é uma opção de lazer para os moradores e visitantes.

Os espaços são bem aproveitados em áreas abertas e cobertas, e conta com quadras poliesportivas e de areia, e uma academia popular. Há ainda um playground onde crianças e seus pais frequentam diariamente, além disso, há também uma área

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de eventos e jogos que atende a comunidade. Uma parte da praça contém pórtico, pergolados com mesas e cadeiras, e vários jardins espalhados criando um paisagismo agradável (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2019).

A praça é bem arborizada nas extremidades, porém, não tanto na área central, consequentemente traz um desconforto ao percorrê-la devido a aridez. Quanto ao mobiliário urbano, há uma quantidade desproporcional de bancos.

Os espaços livres públicos existentes foram tratados e permitem que usos tradicionais dos pescadores e das desfiadeiras de siri convivam com usos cotidianos de lazer da população e com o turismo gastronômico. Mas ainda assim, se apresentam em pequeno número e poderiam ter sua qualidade melhorada (BLOG DA PAISAGEM, 2014).

9.2 CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS

Os moradores ressaltam que muita gente tinha medo de ir à Ilha das Caieiras porque é uma região carente, mas o que não sabem, segundo eles, é que a qualidade de vida é boa. Os restaurantes atraem muitos turistas por sua rica culinária, que acabam desfrutando dos espaços públicos do bairro como praças e decks. (OUTRO, 2016)

A praça Ormindo Trancoso é frequentada por moradores da própria comunidade, que no período da manhã e tarde, levam suas crianças para brincarem no parque e também é utilizada por idosos que jogam nas mesas. Muitas crianças soltam pipas, andam de bicicletas, skates, patins ou brincam no parquinho. Na quadra do Centro de Artes e Esportes, jovens praticam futebol e outros esportes, esta é utilizada pela comunidade do bairro e bairros vizinhos. (OUTRO, 2016)

9.3 FORMAS DE APROPRIAÇÃO E RAZÕES DA UTILIZAÇÃO OU NÃO DA ÁREA

Na Ilha das Caieiras há uma necessidade por espaços públicos, dentro de seu limite geográfico ela só apresenta a área de deck a beira da baía que além de ser utilizada em partes como atracadouro, e por mesas dos restaurantes, se percebe um grande uso dos moradores principalmente crianças que tomam banho na baía, o que

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o torna um ponto importante de sociabilidade da comunidade, há também um grande uso por parte dos turistas. Esta apropriação muito se dá pelo fato de muitos moradores trabalharem com a pesca e carregarem essa tradição de contato direto com o mar para dentro de suas casas.7

Nota-se ainda a presença de um espaço livre de uso público anexo ao museu do Pescador, mas que não apresenta nenhum equipamento além de bancos, ainda sim, ele mesmo que em poucos horários é utilizado (muito pelo fato de ser um espaço descoberto e que recebe incidência solar direta) principalmente por crianças que se apropriam do espaço para brincar. Em outras horas acaba virando até espaço de pedintes.8

A Praça Antônio Ormindo Trancoso logo à frente do museu, tem uma apropriação por pessoas mais velhas na parte da tarde principalmente nos espaços cobertos com mesas de xadrez e por crianças no parque de areia, mas este uso só não é maior pelo fato de bem perto dali a comunidade dispor da Praça Dom João (geograficamente já pertence a outro bairro da regional-São Pedro) que possui uma diversidade maior de equipamentos e uma infraestrutura melhor. Essa em particular se mostra muito utilizada e em horários diversos, seja por crianças, adultos ou idosos, muito pelo fato desta área apresentar atividades como aulas de atividades físicas como na imagem abaixo, capoeira, futebol, entre outras, e profissionais que acompanham certos exercícios.9

7 Conclusões a partir de análises de imagens, passeios pelo Street View e informações fornecidas por moradores. 8 Idem. 9 Idem.

49

Fonte: Instagram, 2019.

Tanto o bairro Ilha das Caieiras, quanto o bairro São Pedro, apresentam características de habitat precário, tendo em vista o modelo de ocupação e o poder aquisitivo da população local (UFES, 2015). Há mais de 15 anos a orla do bairro vem sendo urbanizada, com a instalação de uma área de lazer, mas na Ilha por exemplo a falta de segurança ainda é apontada como razão da não apropriação dos espaços. Outros motivos, como a ausência de espaços públicos acessíveis ou falta de tempo para práticas de lazer, também são mencionados (UFES, 2015).

9.4 EQUIPAMENTOS, INFRAESTRUTURA, PAISAGISMO E MOBILIÁRIO EXISTENTE

A Ilha conta com o pier/deck (indicado no mapa com preenchimento na cor marrom) que se estende por 550m até a Praça Dom José Batista (São Pedro). Devido ao fato do piso de madeira se manter único nas áreas que já fazem parte do espaço físico do outro bairro faz com que até mesmo moradores leiam como um conjunto só que pertence a Ilha (BLOG DA PAISAGEM, 2014).

Por receber um grande número de visitantes nos finais de semana, ele se divide em partes de atracadouro para os barcos, partem como mirante e espaço onde os

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Figura 18 - Prática de Exercícios Físicos na Quadra - Praça Dom João

restaurantes que servem as tradicionais moquecas e tortas capixaba dispõem suas mesas. Tem sua infraestrutura preservada muito pelo fato de ser algo turístico. A seguir, algumas imagens que demonstram o que foi redigido.

Figura 19 - Pier Ilha das Caieiras (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 1 NO MAPA).

Fonte: Blog da Paisagem, 2014.

Figura 20 - Pier/Deck Ilha das Caieiras (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 2 NO MAPA).

Fonte: Blog Dubbi, 2017.

51

Fonte: Blog da Paisagem, 2014.

Já a Praça Antônio Ormindo Trancoso na Rua Felicidade (indicado no mapa com preenchimento na cor rosa), possui uma academia popular que foi recentemente instalada que se encontra com equipamentos em bom estado de conservação, dois espaços cobertos (como se fossem quiosques) que contém mesinhas e cadeiras fixas onde pode-se além de descansar, apreciar a vista, também jogar, e um espaço de área com alguns brinquedos para o público infantil. O piso de modo geral é intertravado, é perceptível que este não se encontra no melhor estado de conservação que por sua vez configura um material trepidante que prejudica a acessibilidade.10

10

Conclusões a partir de análises de imagens e passeios pelo Street View.

52
Figura 21 - Pier/Deck Ilha das Caieiras (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 3 NO MAPA)

Figura 22 - Praça Antônio Ormindo Trancoso, 2011 (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 4 NO MAPA).

Fonte: Google Maps, 2011.

Figura 23 - Praça Antônio Ormindo Trancoso, 2020 (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 5 NO MAPA).

Fonte: Google Maps, 2020.

53

Através das imagens acima é possível perceber que este espaço não evoluiu muito no que diz respeito à adequação de mobiliário as mudanças do bairro, por exemplo, no quesito modernização dos aparelhos, é visível ainda que partes do paisagismo principalmente as forrações (grama) se apresenta falha e em alguns pontos inexistente, entretanto podada, em contrapartida é possível perceber uma manutenção das árvores.11

O espaço anexo ao museu do pescador (indicado no mapa com preenchimento na cor vermelha) atualmente se apresenta revitalizado com uma pintura que o cobre por inteiro, sendo esta intitulada “Pescador e Desfiadeira”, no museu é a obra “Mulheres do Cais”, estas intervenções são resultados de uma parceria entre o grupo Cidade Quintal e a Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura De Vitória, fruto de uma ação do projeto “a arte é nossa” (A GAZETA, 2019).

11 Conclusões a partir de análises de imagens e passeios pelo Street View.

54
Figura 24 - Praça Antônio Ormindo Trancoso (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 6 NO MAPA). Fonte: Google Maps, 2020.

Figura 25 - Museu do Pescador, 2011 (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 7 NO MAPA).

Fonte: Google Maps, 2011

Figura

Fonte: Google Maps, 2020.

Apesar disso, como é perceptível na imagem ela ainda se apresenta com apenas bancos como mobiliários e seu paisagismo apesar de conservado se demonstra insuficiente e até inadequado, por não permitir um melhor sombreamento

55
26 - Museu do Pescador, 2020 (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 8 NO MAPA).

da área e por já estar atingindo as viações de energia elétrica (árvores de maior porte).12

Como pode ser percebido na imagem abaixo há na entrada do Beco do Siri uma pequena área de lazer que dispõe de alguns brinquedos, mas que são de iniciativa da comunidade.

Figura 27 - Parque de areia - Beco do Siri (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 9 NO MAPA).

Ao lado do limite da área de estudo e muito utilizada pelos moradores pelo fato do bairro não dispor de uma diversidade de espaços está a Praça Dom João Batista (indicada no mapa com preenchimento na cor laranja) que atende toda Grande São Pedro. Possui sete mil metros quadrados que se dividem em extensões com quadras poliesportiva e de areia, academia popular, playground, áreas para eventos e para jogos, pórtico, pergolado com mesas e cadeiras e vários jardins (PREFEITURA DE VITÓRIA. 2019). Como pode ser observado nas imagens abaixo, por sua vez, tem seus equipamentos e mobiliários em ótimo estado de conservação, porém com poucos bancos, uma diversidade de aparelhamentos e espaços, pavimentação lisa e piso podo tátil, e um paisagismo que poderia ser melhor tratado.13 12

Conclusões a partir de análises de imagens e passeios pelo Street View. 13

Conclusões a partir de análises de imagens e passeios pelo Street View.

56
Fonte: Google Maps, 2020.
57
Figura 28 - Praça Dom João Batista - Quadra (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 10 NO MAPA) Fonte: Google Maps, 2020. Figura 29 - Praça Dom João Batista (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 11 NO MAPA). Fonte: Blog da Paisagem, 2014.

9.5 POTENCIALIDADES E PROBLEMAS DA ÁREA

Partindo do ponto que Ilha das Caieiras é um bairro de certa forma pequeno, a criação de novos espaços públicos talvez não seja o ponto mais necessário, mas sim a valorização dos que já existem, com uma arborização e distribuição de equipamentos mais apropriados ao perfil de usuários e moradores da Ilha. Os espaços existentes de lazer dentro dos seus limites apresentam na maioria dos casos problemas de iluminação, arborização, até mesmo problema com pedintes.

Estes são espaços bem localizados e de movimento por ser perto da via principal que é a Felicidade Corrêa dos Santos, e apresentam grande potencial para espaços de vivência, principalmente pelo fato de se localizarem perto do Museu do Pescador, que é um ponto de referência e que por vezes abriga exposições da história e cultura local.

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Figura 30 - Praça Dom João Batista - Parque de Areia (IMAGEM REFERENTE AO NÚMERO 12 NO MAPA). Fonte: Blog da Paisagem, 2014.

10.0 MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE URBANA

10.1HIERARQUIA VIÁRIA, PERFIL DAS VIAS E NÓS VIÁRIOS

As vias não seguem o padrão especificado por norma, possuem traçado irregular que acompanha o terreno e foram criadas ao longo da ocupação pelos próprios moradores e posteriormente assumidas como logradouros pela prefeitura de Vitória.

Mapa 19 - Hierarquia Viária.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, Geoweb e Google Maps.

De acordo com a análise local feita e a partir dos dados coletados pelo site da Prefeitura de Vitória, não foi possível identificar vias arteriais no bairro, porém existe no bairro Santos Reis uma chamada Rodovia Serafim Derenzi, que faz ligação direta com a principal rua do bairro. Na Ilha das Caieiras existe uma grande via coletora (Rua Felicidade Corrêa dos Santos) que percorre por todo seu território, e nesta estão localizados vários pontos de ônibus.

Além desta, foi identificado em ladeiras outras vias coletoras, várias com tamanhos irregulares e que trazem dificuldades no tráfego de veículos, como becos, vias de acesso e algumas vias locais. Foram identificados nós viários em 4 vias devido

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aos conflitos e congestionamentos por conta do entroncamento destas e pólos geradores de tráfegos como escolas e comércios, segundo informações de moradores acidentes não são recorrentes na região.

Figura 31 - Perfil da Via Arterial. Rod. Serafim Derenzi.

Fonte: Produção do grupo, 2020.

Figura 32 - Perfil da Via Coletora. Rua Felicidade Corrêa dos Santos.

Fonte: Produção do grupo, 2020.

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Fonte: Produção do grupo, 2020. Figura 34 - Perfil do Beco do Siri.

Fonte: Produção do grupo, 2020

61
Figura 33 - Perfil da Via Local. Rua Amadeu Muniz Corrêa.

Segundo o Mapa 20 de fluxos viários, a rua de fluxo mais intenso é a Rua Felicidade Corrêa dos Santos, seu fluxo é maior por ser a via que envolve o bairro das Ilhas das Caieiras e por ser uma das ruas que dá acesso aos bairros do entorno. Seu trecho mais próximo ao bairro Santo André apesar de não ter uma grande faixa de rolamento, comporta de forma adequada o fluxo que recebe, porém ao longo do resto de sua extensão a rua acaba tendo seu perfil diminuído, o que pode acarretar em um trânsito um pouco mais lento em alguns horários do dia.

Já a Rua Amadeu Muniz Corrêa e a Ladeira Dr. Bezerra de Menezes são ruas internas do bairro, vias locais, portanto tem um fluxo menos intenso, porém seu trânsito pode ter sua velocidade diminuída por conta de seu perfil mais apertado, tipo de pavimentação e por sua inclinação acentuada em alguns trechos.

62 10.2FLUXOS
Mapa 20 - Fluxo Viário. Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, Geoweb e Google Maps.

10.3ESTACIONAMENTOS E CONFLITOS NA MOBILIDADE URBANA

Mapa 21 - Estacionamentos.

Após análise do mapa de estacionamentos e conflitos é possível notar um baixo número de vagas de estacionamento formal, no bairro não existe a presença do sistema de estacionamento rotativo, e isso é de certa forma compensado com diversos trechos de vagas totalmente informais, onde os motoristas acabam parando seus carros até mesmo em cima das calçadas.

Os conflitos na mobilidade são causados justamente por conta desses fatores, as vias que já são estreitas diminuem ainda mais por conta do estacionamento informal e algumas calçadas tem seu espaço completamente tomado pelos carros parados, criando a necessidade de o pedestre utilizar a rua para continuar seu caminho.

63
Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, Geoweb e Google Maps.

É possível notar também a presença de alguns estacionamentos privativos, principalmente próximo às áreas com mais restaurantes, que naturalmente surgem devido às condições de parqueamento do bairro.

10.4ACESSIBILIDADE E CONDIÇÕES DE MOBILIDADE

As condições de mobilidade do bairro não são as melhores, suas ruas estreitas na maioria das vezes não apresentam calçamento com larguras e pavimentação adequadas, além de várias interrupções causadas pelos mais diversos elementos, como escadas, vegetação, postes etc. Em vários trechos o calçamento sequer existe, obrigando o pedestre a usar as vias de rolamento para se locomover.

Mapa 22 - Condições de Mobilidade e Acessibilidade.

Já nas ladeiras presentes no bairro, por conta de suas elevações, não permite o acesso de veículos, tendo que ser feito por meio de algumas grandes escadarias presentes em alguns pontos do bairro, o que acaba impossibilitando completamente o acesso, por exemplo, de algum usuário cadeirante.

64
Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, Geoweb e Google Maps.

Figura 35 - Imagem 01.

Fonte: Google Maps, 2020. Figura 36 - Imagem 02.

Fonte: Google Maps, 2012. Figura 37 - Imagem 03.

Fonte: Google Maps, 2019.

65

Figura 38 - Imagem 04.

Já em alguns trechos da Rua Felicidade Corrêa dos Santos é possível notar o calçamento um pouco mais adequado para os pedestres, pavimentação apropriada, piso tátil e rampas para acesso de cadeirantes, porém essas calçadas em melhores condições nunca duram muito, em poucos metros seu percurso é sempre interrompido com vários elementos e diversos desníveis.

Figura 39 - Imagem 05.

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Fonte: Google Maps, 2011. Fonte: Google Maps, 2019. Figura 40 - Imagem 06. Fonte: Google Maps, 2020.

10.5TRANSPORTE PÚBLICO

Mapa 23 - Transporte Público.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, Geoweb e Aplicativo Ponto Vitória.

A moradora e líder comunitária e também desfiadeira Eliana Santos Muniz Corrêa diz a reportagem da TV Gazeta, em 2013 que, antigamente, só tinha um ônibus que atendia o bairro. Ele saía sempre às 6h, às 12h e às 18h. E que depois começaram a invadir o manguezal da Ilha e surgiu o bairro São Pedro e o bairro começou a ter mais assistência ao transporte público.

Os ônibus que circulam no bairro hoje são as linhas: 010, 211, 310, 331, 535 e você pode consultar no aplicativo Ponto Vitória a previsão dos horários em que os ônibus passarão nos pontos de parada. O Ponto Vitória é um serviço oferecido aos usuários do transporte público da capital pela Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran).

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11.0 PERCEPÇÃO AMBIENTAL

Mapa 24 – Percepção Ambiental.

11.1VISUAIS

São considerados como marcos visuais, os pontos de referência em uma cidade. Sendo lugares que as pessoas não podem entrar, apenas observar. Mesmo que não possuam tal intenção, esses marcos podem ser elementos de localização. Deste modo, alguns marcos são identificados no bairro Ilha das Caieiras. Abaixo podemos identificar nas imagens, elementos paisagísticos naturais de destaque, que valorizam ainda mais as belezas do bairro.

68
Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória, Geoweb, Google Maps e análises do grupo.

Figura 41 - Morro Mestre Álvaro.

Fonte: Correspondances Transatlantiques, 2012.

Figura 42 - Baía de Vitória.

69
Fonte: Capixaba da Gema, 2017.

Figura

11.2PERCURSOS

É compreendido como caminhos os canais de circulação em que serviram de transição, geralmente sendo as ruas, calçadas, canais e ferrovias, elementos esses muito marcantes em nossas cidades.

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Figura 43 - Parque Natural Municipal Dom Luiz Gonzaga Fernandes. Fonte: Google Maps, 2019. 44 - Vista da Baia de Vitória a partir do Mirante da Igreja Nossa Sª da Conceição. Fonte: Google Maps, 2019.

A Rua Felicidade Corrêa dos Santos é o principal percurso da Ilhas das Caieiras, é a rua que tem a maior extensão e envolve o bairro quase que em sua totalidade. Por meio dela é possível acessar o deck e a área que ocupam a maioria dos restaurantes da Ilha, além de diversos pontos e edificações de grande importância, como escolas, creches e praças. Os maiores fluxos que foram identificados nessa rua são de pedestres e veículos, que em conjunto com o movimento do comércio traz maior vitalidade e permanência.

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Figura 45 - Rua Felicidade Corrêa dos Santos. Fonte: Google Maps, 2020. Figura 46 - EEEFM Elza Lemos Andreatta. Fonte: Radar Geral, 2019.

A Rua Amadeu Muniz Corrêa se liga a dois pontos da Rua Felicidade e corta parte do bairro, se destaca por também dar acesso a alguns restaurantes e bares, além de ser uma segunda rua de acesso à escola infantil do bairro (CMEI Magnólia Dias Miranda Cunha) e de importante acesso a EEEFM Elza Lemos Andreatta onde se localiza sua entrada principal.

11.3LIMITES

Na concepção de Lynch, podem ser considerados barreiras (rios, estradas, viadutos, etc.) ou como elementos de ligação (praças lineares, ruas de pedestres, etc.). Podem ter qualidades direcionais, assim como os caminhos. Ao longo de um rio, por exemplo, sempre se tem a noção de que direção se está percorrendo, uma vez que o lado do rio fornece essa orientação.

Visto isto, a Baía de Vitória é compreendida como um caminho, que direciona as pessoas por toda a extensão da Rua Felicidade Corrêa dos Santos, que por sua vez, é perceptível através do fluxo.

Figura 47 - Baía de Vitória.

Fonte: TripAdvisor.

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11.4PONTOS NODAIS

O Píer é o principal ponto nodal do bairro, próximo a ele se concentra grande parte dos diversos restaurantes presentes na ilha e parte das estruturas do deck são ocupadas como área de mesas pelos mesmos, além de dar acesso aos barcos dos pescadores locais. Por todos esses fatores, o píer é a área mais visitada pelos turistas, que buscam desfrutar da culinária desenvolvida na Ilha, ou por aqueles que apenas querem apreciar a bela vista da baía.

11.5SETORES

O bairro da Ilha das Caieiras é dividido em quatro principais setores, sendo: O setor alto do bairro, que é caracterizado principalmente pela sua grande elevação, é composto por ruas que junto às diversas escadarias dão acesso às edificações dessa área, que são em sua grande maioria residências.

O setor baixo é localizado próximo a baía na parte mais ao norte e noroeste do bairro, conta com a presença de diversos restaurantes acessados pelo trecho mais estreito da Rua Felicidade Corrêa dos Santos. É um dos setores mais movimentados por conta dos visitantes que querem desfrutar da famosa culinária desenvolvida no local ou por alguns que querem apenas apreciar a vista possibilitada pelos decks e píer existente.

Setor Píer/ Deck é localizado em frente a Rua Bandeirantes, apesar de existir a presença de casas, bares e restaurantes o destaque principal desse setor é o simples desfrute da paisagem que é possível pela presença do deck que cria uma espécie de parque linear.

O Setor das escolas é caracterizado pela presença de grandes espaços ocupados principalmente por instituições de ensino, sendo elas a EMEF Eliane Rodrigues dos Santos e a EEEFM Elza Lemos Andreatta.

11.6MARCOS

Segundo Lynch, sua principal característica é a singularidade, algum aspecto que é único ou memorável no contexto. Com isso, foram identificados 3 pontos como marcos, o Museu do Pescador, a Igreja Nossa Sª da Conceição e o Píer.

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Sendo estes referenciais de localização visualmente pelos moradores e por visitantes.

O píer por ser conhecido como um dos pontos mais importantes no turismo gastronômico do bairro, o Museu por sua história e agora pela sua restauração de fachada e a Igreja por sua escala em altura e seu mirante.

11.7IMAGEABILIDADE

Como se pode observar a Ilha das Caieiras é um bairro totalmente voltado para sua baía, é por meio desse encantador cenário natural apropriado pelos moradores, que diversas famílias, através da pesca e culinária, tiram seu sustento, e não apenas isso, a baía tem o importante poder de perpetuar costumes e hábitos por diversas gerações. Ensinamentos são passados através das mais inúmeras atividades que o rio comporta, e as imagens que esse polo cultural e gastronômico transmite não poderiam destacar um personagem mais icônico.

Junto às margens do rio é sempre possível encontrar as desfiadeiras de siri trabalhando, e destacam-se também, as casas todas pintadas com cores vivas e chamativas.

Figura 48 - Desfiadeira de siri Ilha das Caieiras.

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Fonte: DailyMotion, 2019.

Figura 49 - Crianças na Baía de Vitória.

Fonte: Rotas Capixabas, 2010.

Figura 50 - Pôr do sol Ilha das Caieiras.

Fonte: G1 ES, 2013.

11.8LEGIBILIDADE

O bairro da Ilha das Caieiras apresenta alguns aspectos que facilitam sua legibilidade, na Rua Felicidade Corrêa dos Santos, por exemplo, sua visual é marcada principalmente pela presença da baía que contribui muito para o aspecto legível da área, formando um espécie de caminho principal dentro do bairro.

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Fonte: Google Maps, 2020.

Porém, no setor mais alto do bairro, onde as ladeiras e escadarias são as formas de locomoção, a legibilidade acaba sendo prejudicada pela presença de alguns becos e por ser uma área composta por edificações prioritariamente residenciais, dificultando a criação de marcos visuais que facilitem na leitura da área muito também pela precarização da região.

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Figura 51 – R. Felicidade Corrêa dos Santos Fonte: Google Maps, 2020. Figura 52 – Ladeira R. Alegre.

12.0 COMPORTAMENTO AMBIENTAL

12.1COMPORTAMENTOS

O Bairro permite que as pessoas tenham convívio, através da estrutura comportamental onde os moradores adotaram para realizar suas atividades locais. Esse tipo de estrutura foi feita através do deck e píer para atender as necessidades dos comerciantes locais, facilitando para todos que frequentam o bairro.

Para os restaurantes e bares que possuem uma proximidade do espaço, foi adaptado pelo comércio formal para encontro e permanência entre visitantes que gera um grande movimento no local. Esses comércios se expandem na área externa com mesas para acomodar o movimento de pessoas durante o dia. (Figura 53)

Figura 53 - Visitantes usufruindo do comércio local

12.2MINI CENÁRIOS (APROPRIAÇÕES)

Um lugar simples e de rica tradição, a Ilha das Caieiras se destaca principalmente por sua relação estrita com o mar, desta forma, evidencia-se abaixo algumas imagens que demonstram de maneira direta os aspectos, atividades,

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Fonte: ES HOJE, 2019.

costumes, apropriações típicas e visuais singulares deste lugar. Vale destacar a tradição das desfiadeiras de siri, normalmente os homens vão para o mar pescar, e as mulheres fazem o beneficiamento deste produto, uma maneira antes despretensiosa de desfiar nas frentes das casas se tornou uma espécie de marketing e uma imagem registrada deste local.

Figura 54 - Festival da Torta Capixaba

Fonte: ES HOJE, 2019. Figura 55 - Fachada de casas

Fonte: A Gazeta, 2019.

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Fonte: A Gazeta, 2019.

Figura 57 – Píer

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Figura 56 - Muro da EEEFM Elza Lemos Andreatta. Fonte: André Luiz Magalhães Botelho, 2015.

13.0 PROJETOS E INVESTIMENTOS DE IMPACTO SOBRE A REGIÃO E O BAIRRO

Projeto Terra: O projeto terra foi concebido pela Prefeitura de Vitória como um programa de intervenção em áreas de assentamentos precários causados pelo processo de industrialização da capital e consequentemente crescimento e ocupação desordenada da cidade (MARINHO, 2012, pág. 106).

A Ilha consiste em um desses bairros, pois a ocupação desordenada do complexo demográfico da Grande São Pedro, a afetou diretamente, provocando uma grande degradação nos aspectos naturais da área, principalmente no mangue. O bairro também possui uma parte alta que teve uma ocupação mais recente após a retirada de terra para a urbanização dos bairros da Grande São Pedro, e hoje caracteriza-se por um loteamento (UFES, 2015).

Implementado a partir de 1998, o Projeto objetivou a incorporação dessas áreas ao tecido urbano da cidade, dotando-as de padrões e necessidades básicos e adequados, de modo a viabilizar a regularização fundiária e a preservação

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Figura 58 - Barcos atracados. Fonte: Jefferson Rodrigues, 2020.

ambiental, garantindo qualidade de vida e pleno direito à cidade aos moradores destas comunidades (PREFEITURA DE VITÓRIA).

Para talação eram identificadas áreasque necessitam de uma maioratenção por parte do poder público no que se refere ao desenvolvimento social, ambiental e urbanístico e a partir deste ponto definia-se as áreas de atuação, Ilha da Caieiras fazia parte da poligonal doze e atualmente já não pertence a áreas nas quais o programa concentra o seu foco de atuação (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2019).

Com relação aos resultados até o ano de 2012 na ilha é possível destacar no que se refere aos equipamentos públicos, o caso do Museu do Pescador e toda a urbanização de seu entorno, na orla ribeirinha. Quanto as escadarias essas estão em melhor estado se comparado a de outras poligonais que o projeto abrange (PLAN, 2013).

Figura 59 - Área de Restaurante do Polo Gastronômico da Ilha.

Fonte: Acervo César Azevedo, 2015.

Polo Gastronômico: A Ilha das Caieiras é um dos quatro polos gastronômicos criados pela Prefeitura de Vitória para incrementar o turismo e a culinária local, composto por quatorze restaurantes tornou-se Polo a partir do Decreto n° 16.532 assinado em 2015, a conquista é fruto de uma parceria entre o

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Sindbares/Abrasel, a Prefeitura de Vitória, o Sebrae-ES e empreendedores locais (SINDBARES,2015). Com sua implementação cabe ao Município incentivar a promoção e o ordenamento do local, mediante apoio dos órgãos envolvidos O polo proporciona aos frequentadores o acesso a produtos e serviços diferenciados, infraestrutura de boa qualidade e atendimento por profissionais capacitados periodicamente (PREFEITURA DE VITÓRIA, 2015). Os restaurantes ocupam grande importância no que se refere a geração de renda da população local, muitos dos moradores são donos de espaços assim, são funcionários ou até mesmo pescadores que tem seus produtos destinados a estes estabelecimentos, a definição de um polo trouxe maior visibilidade e consequentemente movimento para a região, entretanto os proprietários reclamam das condições do píer que implica diretamente nos rendimentos, pois muitos fregueses chegam pelo mar, e sem ter onde atracar acabam indo embora (GLOBO,2019).

Figura 60 - Fachada Museu do Pescador.

Fonte: Acervo de

2018.

Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU): O investimento neste equipamento público, proporcionou a população um espaço com Circuito Cultural, escolinha de futebole ginástica noturna, Centro de Apoio ao Empreendedor, Espaço de Qualificação e Inclusão Digital e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) São Pedro 1. Ele se localiza na Ilha das Caieiras, mas os serviços vão atender à população de dez bairros (A GAZETA, 2018).

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Diego Alves,

“O CEU é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), e o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, para criação de um espaço de promoção da cidadania” (A GAZETA, 2018). Este trouxe muitos benefícios a população, garantiu maior número de atividades para as famílias e ajuda aos pequenos empreendedores.

Projeto a Arte é Nossa: inspirado na cultura e na história da própria comunidade o grupo Cidade Quintal pintou várias fachadas do bairro. A ação é fruto do projeto “A Arte é Nossa”, da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória (Semc) e foi implementada no ano de 2019. Para tal, houve um processo de imersão e pesquisa na comunidade, todos os murais que acabaram se tornando uma galeria a céu aberto saíram de graça para a comunidade (A GAZETA, 2019).

Ao todo, seis casas, um restaurante e o muro da escola estadual Elza Lemos Andreatta formam a obra “Pessoas, percurso e paisagem”, do artista Renato Pontello. Já no Museu do Pescador, a obra acabou recebendo o nome de “Mulheres do Cais” e é uma criação das artistas Juliana Lisboa e Kika Carvalho. Para a execução o grupo recebeu R$ 100 mil reais (A GAZETA, 2019).

Hoje estes além de embelezar o bairro, contribuem para o turismo e aumentaram ainda mais nos moradores o sentimento de pertencimento (A GAZETA, 2019).

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Figura 61 - Fachada Museu do Pescador. Fonte: Acervo de Vitor Jubini, 2019.

Projeto Orla Noroeste: O projeto a ser executado foi anunciado em 2012 e prevê a melhoria de 13 quilômetros de orla incluindo a área pertencente a Ilha das Caieiras. Também serão feitas obras relacionadas a meio ambiente, segurança e mobilidade urbana. (A GAZETA, 2019)

O dinheiro é um financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e poderá ser utilizado a partir da assinatura do contrato, que deve acontecer até o final do mês de maio de 2019. O planejado é que as obras fiquem prontas em até cinco anos, sendo concluídas em 2024. Nela serão investidos 36 milhões de dólares. (A GAZETA, 2019)

Na Ilha este projeto aplica-se diretamente na área de píer, Segundo a Prefeitura de Vitória, este foi desativado por falta de manutenção, também declarou que um projeto está sendo elaborado e a expectativa da finalização da obra seja até o início de 2020 (G1 ES e TV Gazeta, 2019). Por conta dos riscos da corrosão a estrutura antiga foi retirada, mas duas boias ainda tinham sido mantidas no local. (A GAZETA, 2019)

Figura 62 - Píer desativado.

Fonte: A Gazeta, 2019.

De acordo com moradores da região, a falta do píer está causando prejuízo aos comerciantes, pois o local era um ponto de embarque e desembarque de pescadores e até mesmo turistas. O comerciante e pescador conhecido como Pirão, conta que os visitantes costumam atracar jet ski e lanchas e agora sem o píer

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flutuante não conseguem, acarretando uma queda de aproximadamente 70% no comércio. (G1 ES e TV GAZETA, 2019)

A garçonete Marina Ferreira da Silva Passos, que mora na ilha e trabalha em um dos restaurantes da região, diz ter baixas expectativas com relação à nova obra prometida. Além disso, conta que o comércio tem sido muito afetado com a falta do ponto turístico e que muitas pessoas acreditam que a culpa seja dos próprios moradores. (A GAZETA, 2019)

Enquanto a Prefeitura não começa as obras, os próprios moradores construíram decks para que os turistas desembarquem. Além disto, a população removeu as boias restantes por riscos de acidentes e para utilizar como pesqueiro, algumas madeiras que haviam sobrado foram retiradas também.

14.0 LEITURA COMUNITÁRIA

Após entrevistas com moradores e questionário aplicado virtualmente (Anexo), análise das questões apresentadas, com base em dados expostos pela Prefeitura de Vitória e reportagens, foi concluído que as maiores necessidades dos moradores são, manutenção e construção de um novo píer visto que é a principal garantia de acesso ao comércio e principal fonte de renda por estar diretamente conectados aos restaurantes.

A falta de infraestrutura das vias de acesso e calçadas, já que estas não são adequadas e acessíveis. Também foi enfatizado a maior valorização das áreas de lazer existentes na orla, devido a este mal desenvolvimento da Praça Antônio Ormindo Trancoso a população busca utilizar outros equipamentosurbanos de lazer nos bairros vizinhos

Outro ponto, seria a falta de visibilidade pela Prefeitura de Vitória referente ao Polo Gastronômico, a cultura e a demandas de projetos prometidos que são necessários com urgência, especialmente por tudo girar em torno da orla e seu comércio marítimo.

Contudo, apesar do déficit de investimento, a população reconhece os projetos de sucesso como, as fachadas feitas pela Cidade Quintal em conjunto da Prefeitura de Vitória, o reconhecimento do Polo Gastronômico, a implementação do Projeto Terra, revitalização do Museu do Pescador e construção do Centro de

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Esportes e Artes. Além disso, os moradores apreciam também o projeto feito na Praça Dom João Batista que fica localizada na orla do bairro São Pedro, que por sua vez é muito utilizada pela população da Ilha

15.0 ANÁLISE CRÍTICA DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL SOBRE A ÁREA DE ESTUDO (PDM)

De acordo com o PDU/2018 de Vitória, o Bairro Ilha das Caieiras se encontra no Zoneamento ZEIS 1 (Zona Especial de Interesse Social) e uma pequena parte na ZEIS 2 que pertencem a Macrozona Zona Urbana de Reestruturação, onde são permitidas atividades em G1 e G2 (atividades de pequeno e médio porte, respectivamente) e Empreendimentos Especiais. O gabarito se limita a 4 pavimentos, com uma altura máxima de 12m. Com base na análise do diagnóstico em comparação ao PDU, constata-se que o Zoneamento, uso do solo, bem como gabarito aplicado à região condiz com a realidade do bairro.

Dificilmente observam-se grandes investimentos em espaços públicos de lazer nas comunidades, como são feitos em áreas nobres da cidade. Tal fato, é observado na cidade de Vitória, onde diversas orlas recebem tratamento diferenciado das administrações municipais.

O bairro Ilha das Caieiras e alguns outros bairros da orla noroeste, considerada carente de diversos serviços, vêm recebendo investimentos públicos em ações de implantação de equipamentos públicos. Esses, tiveram nos últimos anos, suas reurbanizações, com a chegada de diversas melhorias e infraestrutura, essencial para uma vida mais plena e cidadã. Mesmo assim, cabe destacar que não é suficiente, pois uma divisão mais igualitária dos recursos públicos entre os bairros da cidade de Vitória.

Ao analisar os Índices de Controle Urbanístico, foi observado que os afastamentos mínimos de frente de lotes até 600 m² são isentos e afastamentos de fundos e laterais acima de 600 m² também. Em detrimento destes índices, podem causar insalubridade, má qualidade de vida e problemas no conforto térmico das moradias, por não obterem ventilação e insolação adequada.

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Além disso, não existe Taxa de Ocupação Mínima para as ZEIS 1 e ZEIS 2, apenas máxima, que varia de 70% a 100%. Devido aos lotes do bairro Ilha das Caieiras conterem metragem aproximada de 300 m², isso contribui para o aumento de áreas edificadas por utilizarem a taxa de ocupação de 100% do lote em contrapartida da Taxa de Permeabilidade que não necessita ser aplicada. O que gera outros problemas ligados à drenagem urbana, por não existir em sua maior parte locais para retenção de águas das chuvas pelo próprio terreno, que por sua vez causa alagamentos nas áreas mais baixas e áreas de riscos de deslizamentos nas áreas íngremes.

16.0 MAPA SÍNTESE

Mapa 25 – Mapa Síntese.

Fonte: Produção do grupo, 2020. Com base nos dados da Prefeitura de Vitória e Geoweb.

A Ilha, mesmo com seu histórico de ocupação informal, carrega consigo uma história rica em tradição e cultura que se materializa principalmente pela tradição dos pescadores e desfiadeiras de siri, que deu aos próprios moradores a oportunidade de terem sua renda e trazer uma gastronomia local. O bairro abriga também um grande potencial turístico, paisagístico e cultural. Tem seus visuais que

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possibilitam da ilha ser explorada tanto da parte baixa quanto na parte alta, se beneficiando de alguns pontos já existentes como a igreja Nossa Senhora da Conceição e seu mirante, o Museu do Pescador, o píer e áreas de lazer que se encontram subutilizadas, além da grande oportunidade de aproveitar-se da baía para se explorar o transporte por meio de um aquaviário, que auxiliaria na mobilidade favorecendo toda cidade.

Através de todo o diagnóstico realizado o grupo concluiu que a conformação do bairro e alguns problemas observados como a falta de acessibilidade, falta de espaços públicos na região mais alta do bairro muito se dá pela ocupação desordenada da Grande São Pedro e consequentemente Ilha das Caieiras.

É notório a setorização que existe entre parte alta e parte baixa, seja na diferenciação de acessos (alta se dá principalmente por ladeiras e escadarias que dificultam a locomoção), fachadas sendo as ativas concentradas de maneira majoritária na principal rua, Felicidade Corrêa dos Santos, que permeia o bairro e se localiza na parte mais baixa.

A maior parte do comércio do bairro se concentra na parte baixa da Ilha, todo e qualquer serviço como farmácia, padaria e peixaria, por exemplo, o que com que as pessoas terem que se deslocar, o que às vezes se torna uma dificuldade, seja pela falta de iluminação o que causa insegurança aos moradores ou pela mobilidade, que é um desafio devido a pavimentação de ruas e calçadas ser inadequada. Uma outra questão, que os moradores sentem falta no bairro é a inserção de um mercado, pois até então, precisam se deslocar até a divisa dos bairros vizinhos para efetuarem suas compras.

Ainda assim, é evidente que apesar dos investimentos já feitos na qualificação e revitalização da orla, ainda há necessidade de uma atenção maior. Uma possibilidade, é intensificar onde já foi investido, fazendo com que o píer alcance toda a orla do bairro, trazendo sua continuidade e uma estrutura de qualidade que assim os moradores e turistas possam desfrutar e trazer vivência em toda beira mar. Vale um olhar para a parte alta do bairro, com acessos e equipamentos públicos que promovam e diminuam a segregação entre os setores e promovam maior unidade entre todos os cantos da Ilha, diminuindo a segregação

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entre partes alta e baixa da Ilha das Caieiras, e sim tornando uma unidade dentro do bairro, promovendo qualidade de vida e oferta e espaços que atendam às necessidades da população.

Com base exposto no trabalho, o grupo concluiu e determinou algumas diretrizes bases para a formulação do Plano de Bairro, sendo elas: revitalização da orla, melhoria das condições de mobilidade, exploração de outros modais de transporte (aquaviário, ciclovia, etc), valorização dos equipamentos de lazer e explorar áreas para interação social, melhoria da infraestrutura urbana (iluminação, drenagem e pavimentação), explorar potencial paisagístico e turístico e diminuir a segregação entre o setor da parte baixa e parte alta do bairro.

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REFERÊNCIAS

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NOVO posto de saúde na Ilha das Caieiras. A Tribuna, Vitória, trinta, jan.2009. Disponível em: <http://www.ijsn.es.gov.br/ConteudoDigital/20170323_aj19246_bairro_ilhadascaiei ras_vitoria.pdf> Acesso em: 25 set. 2020.

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SEM píer flutuante, Ilha das Caieiras espera por projeto da prefeitura. A Gazeta, Vitória, vinte, ago.2019. Disponível em: < https://www.agazeta.com.br/es/gv/sempier-flutuante-ilha-das-caieiras-espera-por-projeto-da-prefeitura-0819> Acesso em: 23 out. 2020.

100 MILHÕES dólares para pacotão de obras em Vitória. A Gazeta, Vitória, nove, mai.2019. Disponível em: <https://www.agazeta.com.br/es/gv/100-milhoes-dedolares-para-pacotao-de-obras-em-vitoria-0519> Acesso em: 22 out. 2020.

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ILHA das Caieiras é ‘oásis’ na periferia e uma das bases culturais de Vitória. G1 ES, Vitória, oito, set.2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/espiritosanto/noticia/2013/09/ilha-das-caieiras-e-oasis-na-periferia-e-uma-das-basesculturais-de-vitoria.html> Acesso em: 24 out. 2020.

ALUNO capixaba envia foto armado e ameaça colega. Radar Geral, Vitória, quatorze, mar.2019. Disponível em: <https://radargeral.com/policia/aluno-capixabaenvia-foto-armado-e-ameca-colegas/> Acesso em: 22 out. 2020.

PASSEIO urbano e artístico na Ilha das Caieiras com Gabriel Ramos, arquiteto e poeta. Correspondances Transatlantiques, Vitória, um, nov.2012. Disponível em: <http://correspondancestransatlantiques.blogspot.com/2012/11/passeio-urbano-eartistica-na-ilha-das.html> Acesso em: 23 out.2020.

FIM de tarde na Ilha das Caieiras em Vitória. Capixaba da Gema, Vitória, vinte e dois, abr.2017. Disponível em: <https://www.capixabadagema.com.br/fim-de-tardena-ilha-das-caieiras-em-vitoria/> Acesso em: 24 out. 2020.

ANIVERSÁRIO de Vitória: eles ajudam a deixar a cidade mais bonita e gentil. A Gazeta, Vitória, cinco, set.2020. Disponível em: <https://www.agazeta.com.br/revista-ag/comportamento/aniversario-de-vitoriaeles-ajudam-a-deixar-a-cidade-mais-bonita-e-gentil-0920> Acesso em: 22 out. 2020.

FACHADAS de casas viram galeria de arte em Ilha das Caieiras. A Gazeta, Vitória, oito, out.2019. Disponível em: <https://www.agazeta.com.br/es/gv/fachadas-decasas-viram-galeria-de-arte-em-ilha-das-caieiras-1019> Acesso em: 24 out. 2020.

ILHA das Caieiras. TripAdvisor, Vitória. Disponível em: <https://www.tripadvisor.com.br/Restaurant_Review-g303320-d11543623Reviews-Ilha_Das_Caieiras-Vitoria_State_of_Espirito_Santo.html> Acesso em: 22 out. 2020.

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AO TRABALHO: veja como é o trabalho das desfiadeiras de siri no ES. ES TV, Vitória, doze, abr.2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/espirito-santo/estv1edicao/videos/v/ao-trabalho-veja-como-e-o-trabalho-das-desfiadeiras-de-siri-noes/5795949/> Acesso em: 22 out. 2020.

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