Escola de Design e Arquitetura

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ESCOLA DE DESIGN, ARQUITETURA E URBANISMO

ISABELLE PESSOA


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SUMÁRIO 01. ESCOLA DE DESIGN, ARQUITETURA E URBANISMO 02. O PARTIDO 03. O PROGRAMA 04. CIRCULAÇÃO E ACESSOS 05. OS AMBIENTES 06. MATERIALIDADE E LINGUAGEM ARQUITETÔNICA 07. CIDADE E CLIMA 08. SISTEMAS PREDIAIS 09. OUTROS DETALHES

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ESCOLA DE DESIGN, ARQUITETURA E URBANISMO

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A intenção de migração do curso de Design da UFPB, atualmente inserido no Campus IV, em Rio Tinto, para a sede principal levanta uma pergunta básica: onde ele seria subsumido no Campus I? Aliada à necessidade de adequação do bloco de arquitetura às demandas reais do curso - requerimentos estes que apresentam semelhanças com o curso de Design de produtos -, esta proposição ganha forças à medida que uma parceria torna-se viável.

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A união dos dois cursos em um mesmo bloco, criando uma só unidade criativa, possui como fator determinante uma integração física potencializadora de crescimento mútuo, com trocas fundamentais para uma formação profissional de qualidade, além de solucionar de forma eficiente questões programáticas.

Atualmente, apesar de inserido no Centro de Tecnologia, o curso de arquitetura e urbanismo apresenta-se isolado dos demais, tanto de maneira física quanto pedagógica. O mesmo acontece com o curso de Design no Campus IV. A necessidade de expansão do CT, oferece oportunidades de aproximação com formações de diferentes centros. Desta forma, o terreno escolhido apresenta-se como resposta chave para criar-se uma ponte entre os dois cursos supracitados e o Centro de Comunicação, Turismo e Artes, em especial com o curso de Mídias Digitais. O novo edifício estaria vinculado à realocação da Caixa Econômica e do Sintesp, além da demolição dos dois galpões que aí se encontram.

SITUAÇÃO DO TERRENO A Caixa Econômica Federal B Galpões C SINTESPB D Bloco de Mídias Digitais


D B A

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O PARTUDI

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O partido considera as questões citadas anteriormente no traçado das diretrizes projetuais e, além de uma assimilação com a própria UFPB, a integração do novo edifício com a cidade - precisamente com o bairro do Castelo Branco - e com as matas adjacentes é posta em discussão, buscando conexões. O lote escolhido apresenta posição estratégica, considerando-se visibilidade, pontos de transporte coletivo e acessos. Os projetos de escolas de design e arquitetura estão constantemente associados à necessidade de um forte elemento visual que represente a utilização final que recebe, que se dá por uma relação quase metonímica entre a forma que sedia o processo de criação. Assim, toma-se como objetivo a criação de um novo marco, destacado de seu entorno e que faça a demar-

cação de uma nova entrada, mas que apesar do contraste, tenha como objetivo fundamental a integração em diferentes escalas. A busca por um volume claro, legível e com forte impacto visual, com fácil percepção de um todo para a penetração no memorial coletivo, culminou na criação de um bloco mais alto que se adequa à geometria do terreno e ao tamanho do programa através de um giro, gerando enquadramentos visuais e delimitando acessos.


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SITUAÇÃO DO TERRENO (sem escala)

Diagramas de evolução formal do partido.

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A UFPB é uma das universidades mais verdes do país. Ainda assim, estabelece relações de segregação e negação às matas nela presentes, através de cerramentos e barreiras físicas. Os blocos são comumente posicionados de costas ao verde, ignorando todo seu potencial visual e recreativo. Buscando uma alternativa a este posicionamento citado, propôs-se um átrio aberto que faz a inserção do verde no edifício, tanto visualmente - através de diferentes direcionamentos de perspectivas visuais -, quando fisicamente, através de uma conexão sem barreiras físicas. A relação com a vegetação está relacionada com sua verticalidade, onde explora-se a integração física nos pavimentos mais baixos, e seu potencial visual nos superiores. 12


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O PROGRAMA O programa foi inicialmente dividido em cinco partes: Ensino, Pesquisa/Extensão, Serviços, Administração e por fim, Convívio/Exposição. A partir de uma setorização inicial, feita sob princípios mais lógicos e sendo regida por funcionalidade e condições ambientais - como insolação, sonorização e visuais -, o programa foi sendo ajustado segundo as relações almejadas entre os espaços e usuários. Considerando a importância das trocas entre professor e aluno, a ideia da escola proposta é a de convívio constante entre os dois grupos, evitando, assim, a setorização isolada em blocos de docentes e discentes. Desta forma, ao longo dos cinco pavimentos que compõem o edifício, optou-se por aproximar ateliês de aula a salas de professores e espaços de orientação, produção e exposição, que seriam integrados 14 às circulações horizontais - a partir do conceito de

promenade architecturale. A ideia é propor, através do espaço, a possibilidade de integração total - horizontal e vertical - entre os usuários do bloco, inclusive viabilizando a prática de exposição permanente. As apresentações poderiam não mais ocorrer nos ateliês, de maneira convencional, mas sim em pequenos e grandes espaços de convívio e exposição, de maneira a convidar o transeunte que passa a parar um pouco e aprender algo diferente.

EVOLUÇÃO PROGRAMÁTICA (sem escala)

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Diagramas que mostram duas propostas fundamentalmente diferentes de alocação do programa. A primeira, claramente setorizada, e a segunda, que busca a miscigenação de atividades e usuários. Legenda: em verde, ensino; rosa, professores; laranja, serviço; amarelo, administração; e em azul, pesquisa e extensão.


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As salas dos professores foram pensadas de forma a unir docentes segundo suas especializações, de forma a criar núcleos temáticos que pudessem ser assimilados pelo usuário do bloco facilitando o deslocamento interno e as práticas de orientação. Isso permitiria, ainda, um caminhar comum a partir do apoio mútuo em suas pesquisas e atividades acadêmicas diárias. Estes núcleos possuem de forma adjunta um espaço externo de orientação, para auxílio dos alunos, e de exposição, onde as produções pessoais dos docentes poderiam também serem mostradas, provocando curiosidade nos demais estudantes e pesquisadores. Espaços de produção e estudo, como a oficina, a biblioteca e o ateliê criativo, foram considerados como atividades também expansíveis para o átrio central e geradores de atividades de interesse para o observador, sendo alocados, portanto, no térreo e primeiro pavimento.

As refeições e lanches foram pensadas para acontecerem no átrio principal, de maneira mais desopilante, em contato direto com a mata verde. A lanchonete, prevista para ser adaptável segundo as necessidades do momento, poderia dar lugar a um átrio desobstruído para uma atividade que demandasse mais espaço ou mais formalidade. No térreo, propínquo aos espaços de exposição, previu-se uma copa coletiva mais informal, na forma de um balcão, para produção e uso dos próprios usuários do bloco.

novo acesso de pedestres da Universidade, ao lado da realocação da parada de ônibus. As vagas de estacionamento são alocadas na parte posterior do lote (20 vagas) e na própria rua - vagas existentes, apropriadas com a demolição dos outros quatro edifícios existentes.

O setor administrativo demandava fácil acesso, mas não necessariamente deveria ser alocado no térreo, onde preferiu-se dar lugar às atividades que pudessem extravasar para além das quatro paredes e apropriar-se de maneira intensiva dos espaços livres contíguos. Desta forma, foi posto no segundo pavimento, mais próximo ao lado externo, onde poderia ocorrer, ainda, trocas visuais com a cidade. Do lado externo, uma praça fica responsável pelo

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B A

C D

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N PLANTA DE COBERTA 1:750

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A Telha termoacústica sanduíche trapezóidal (i=5%) B Dutos de ventilação das escadas de emegência C Acesso coberta D Painéis fotovoltáicos E Condensadoras VRF F Telhado verde G Coberta ventilada mosaico


G B C

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N PLANTA TÉRREO 1:750 A Auditório B Escadas de emergência C Banheiros D Foyer E Átrio F Ateliê G Apoio funcionários H Almoxarifado I Clube 2 J Biblioteca/Materioteca K Oficina

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PLANTA BAIXA 1 PAV. 1:750

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A Ateliê criativo B Escadas de emergência C Banheiros D Ateliê E Sala de professores F Sala coringa G Administração H Sala de produção digital I Mezanino biblioteca J Mezanino oficina


E

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D H I

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N PLANTA BAIXA 2 PAV. 1:750 A Clube 1 B Laboratório de fotografia C Escadas de emergência D Banheiros E Centros acadêmicos F Escritórios modelo G Sala de professores H Convívio I Sala coringa J PPGAU K Convívio professores L Coberta ventilada mosaico

K G L

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N PLANTA BAIXA 3 PAV. 1:750

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A Ateliê B Sala professores C Escadas de emergência D Banheiros E Laboratório de informática F Sala coringa


B A

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N PLANTA BAIXA 4 PAV. 1:750 A Ateliê B Sala de professores C Escadas de emergência D Banheiros E Sala coringa F Telhado verde

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CORTE AA. 1:750

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CORTE BB 1:750

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CIRCULAÇÃO E ACESSOS Em uma escola de produção criativa constante, os corredores, fortes elementos estruturantes, constituem um verdadeiro potencial de exibição e elucidação, valorizando de forma simbólica e funcional os fluxos internos. O conceito de promenade architecturale, refinada por Le Corbusier, surge como uma chave para o desenvolvimento espacial, fundamentado na elaboração de vistas pré-definidas e na experiência vivenciada pelo transeunte. Considerando-se o potencial de integração com massas arbóreas em diferentes sentidos - física nos níveis mais baixos, e visual, nas partes mais altas -, a exploração dos percursos como elemento contemplativo do verde também ocorre como diretriz do projeto. Afim de dinamizar ao máximo os fluxos internos, po26 tencializando seu caráter de promenade, buscou-se

uma organização espacial que aumentasse os trajetos e melhor miscigenasse os diversos usuários do edifício. Dessa forma, alunos, professores, técnicos e funcionários transitam por todos os pavimentos. Para quebrar a monotonia do corredor e valorizar o passeio, buscou-se trabalhar um potencial visual e sensitivo, através de rasgos no piso, criando mezaninos, que possibilitassem perspectivas e contatos inter pavimentos, e com o exterior.


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RENDER CORREDOR DE PRODUÇÃO

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Além da ideia de corredor expositivo, incorporou-se também o corredor de produção. Mesas independentes e fixas foram previstas de forma radial ao redor do vazio e convizinhas à circulação principal. A transparência interna dos elementos de vedação e proteção permitem a maximização de permeabilidade visual entre as diferentes partes do edifício, possibilitando ver planos que estariam bem ao fundo. Por exemplo, quem está dentro do ateliê no terceiro pavimento tem vista para o átrio e para a cidade, plano externo ao edifício. Os passadiços foram pensados, ainda, segundo os princípios de luz e sombra - como podemos ver recorrentemente nas obras de Álvaro Siza -, livrando uma lateral de vedações opacas e evitando espaços enclausurados. As circulações verticais acontecem basicamente em três pontos do edifício, alocadas de forma estratégica

às distâncias percorridas pelo usuário. A primeira escada, situada entre a oficina e a biblioteca, apresenta de maneira integrada uma arquibancada. Ela serve, ainda, de evacuação de emergência para o primeiro pavimento do bloco. A escada que conecta os cinco pavimentos próxima ao auditório e ateliê criativo, isolada em todas suas laterais e localizada no meio de um espaço livre, foi tratada de maneira mais escultural, congruente à uma escola de design e arquitetura. Um dômus na coberta é responsável por uma iluminação quase cênica em alguns períodos do dia. A escada pode ser vista de diferentes lugares e está integrada a espaços de exposição e permanência. A terceira e última, posta do outro lado do átrio, foi feita em formato de U. O transporte vertical de produtos de grande volume ocorre através do elevador maior, dimensionado para 16 pessoas, que tem fácil acesso à área de estacionamento.

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Os acessos tiveram certa importância na volumetria final do projeto. A angulação de planos verticais foram pensadas visando a criação de perspectivas direcionais que demarcassem física e imageticamente as entradas.

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O térreo é conectado ao espaço externo em diferentes pontos que articulam esta transição. A entrada principal possui portas pivotantes. Os acessos 2 e 3 são feitos a partir de portões retráteis, embutidos no piso quando abertos, e permitem o fechamento da escola com menor interferência física e visual. À esquerda, diagrama de circulação vertical e, à direita, de principais pontos de acesso.

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OS AMBIENTES

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O ÁTRIO A ideia de criar um átrio interno, como uma adaptação do miolo de quadra, favorece apropriações mais intimistas para os estudantes e profissionais que vivenciariam o novo bloco. A dicotomia entre as duas áreas de convívio (praça externa e átrio) está fundamentada justamente nos usuários e nas ações praticadas em cada uma - a primeira, completamente integrada à rua, abriga a nova parada de ônibus e a permanência dos estudantes da UFPB de maneira geral, além de pessoas externas, como moradores do Castelo Branco. 36

O átrio interno, o coração do edifício, foi dimensionado para abrigar área de alimentação e expansão de

atividades práticas, oriundas dos ateliês, da oficina, laboratórios ou atividades de exposição. Todas as circulações principais acontecem ao redor do vazio, gerando permeabilidade e trocas visuais entre os passeantes. Segundo Ghel, com até três pavimentos de altura é possível a interação de pessoas situadas em diferentes níveis.


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ATELIÊ

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A integração, conceito que rege de maneira geral o projeto, também aparece como parte fundamental no funcionamento dos ateliês. Sua distribuição ocorreria por período, isto é, cada sala estaria destinada a uma turma específica. A ideia foi de sempre possibilitar a conexão de, no mínimo, duas classes distintas. Eles foram dimensionados buscando a possibilidade de adaptação constante, necessária no seu dia-a-dia. A diversidade de aulas que ocorreriam no ambiente demandou, além de adaptabilidade - espacial e de mobiliários (mesas com superfície móvel para desenho), possibilidade de cerramentos e maior isolamento acústico. Para isso, painéis de lã de rocha revestidos de poliestireno de alta densidade seriam deslocados por trilhos superiores. Seu giro de 360 graus permite recolhimento total ou parcial. Em um conjunto de dois ateliês, dois trilhos em eixos distintos - um vertical e outro horizontal - seriam suficientes para suportar várias espacialidades possíveis:

salas de diferentes períodos isoladas ou integradas; turmas do mesmo período segregadas ou não; e pequenas turmas distintas de períodos diferentes integradas ou não. Estes planos verticais servem ainda para suprir uma demanda intrínseca a um ateliê: espaço de exposição temporária e montagem de painéis semânticos. Armários são previstos para uso dos alunos. Os estúdios voltados para o átrio possuem-no como área de extensão da sala de aula e seriam, portanto, prioritariamente dos primeiros períodos de ambos os cursos, onde encontramos maior quantidade de atividades de experimentação. As matas e a cidade aparecem ambas como potencial contemplativo que auxilia o processo criativo. Ainda, a possibilidade de trocas visuais com o usuário externo justifica o uso de amplas esquadrias de vidro, com aberturas de correr, e possibilidade do uso de cortinas blackout.


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ATELIÊ CRIATIVO

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As atividades que estruturam os cursos de arquitetura e design vão muito além dos ateliês de aula. Os workshops, palestras, momentos de discussão e até mesmo apresentações de trabalhos acadêmicos têm fundamental importância no fomento criativo e na construção profissional individual. Os processos de concepção se fortalecem à medida que se vê o diferente e se cria repertórios semânticos. Assim, trocas entre alunos, professores e profissionais da área devem acontecer de maneira contínua e permanente. A ideia de se ter um ateliê criativo, de uso comum, é a de fornecer um amplo espaço amoldável que possa amparar atividades pontuais, como workshops, ou atividades contínuas, como a produção de trabalhos e estudos. Mais uma vez assumindo-se o caráter público da universidade, este espaço deverá servir a todos: estudantes, professores e profissionais, da instituição ou não. Ele funcionaria semelhantemente a um es-

paço de coworking, mas sem atividades prestadias. A existência deste tipo de ambiente pode servir de incentivo à permanência em uma escola de criação mesmo depois dos horários das aulas - aumentando as probabilidades de câmbios e integração. Seu acesso pode ocorrer através do interior da escola, mas também diretamente da rua através de uma arquibancada que o conecta ao térreo. O balanço de 7 metros do volume do terceiro e quarto pavimentos concede sombreamento total à fachada oeste, possibilitando o uso de panos de vidro que integrem o ambiente ao bairro do Castelo Branco. Esta transição se dá, ainda, por uma varanda que pode ser usada como extensão do ateliê ou como espaço de descanso. Mesas grandes e individuais devem misturar-se, permitindo sempre a flexibilidade necessária do ambiente. Aqui, as carteiras individuais deverão possuir amparos físicos que permitam a apropriação adequada do aluno, permitindo a montagem de painéis, maquetes, organogramas etc.


BIBLIOTECA E MATERIOTECA A biblioteca foi organizada em dois pavimentos - térreo e mezanino - buscando-se uma espacialidade mais dinâmica. No pavimento inferior estaria a maior parte do acervo e das mesas de estudo individuais. O mezanino foi pensado de maneira levemente mais despojada, permitindo pequenos agrupamentos. A escada em L cria um pequeno nicho central, onde locou-se uma pequena área de leitura com sofás e poltronas mais confortáveis. Um espaço administrativo foi previsto com armários para acervo restrito. O controle dos bens da biblioteca ocorreria através de adesivos magnéticos, possibilitando a abertura do mezanino sem a necessidade de um novo balcão, além de aumentar a segurança e reduzir a burocracia na entrada e saída do ambiente. Uma materioteca - acervo essencial para consulta

dos estudantes - foi prevista junto à biblioteca, por demandar controle e função semelhantes.

AUDITÓRIO O auditório foi um dos ambientes mais discutidos ao longo do projeto, no que diz respeito ao seu uso. Por ser um programa que demanda muito espaço, mas que tem prestância esporádica, mais uma vez utilizou-se o conceito de adaptabilidade para o layout.

próxima ao palco, um espaço amplo plano e livre foi pensado para layout flexível, com poltronas rotatórias removíveis. Uma área de depósito foi alocada abaixo da arquibancada, próxima à plataforma elevatória que garante acessibilidade para os três principais níveis do auditório: nível das poltronas soltas, do corredor intermediário e nível de entrada.

Seu dimensionado visou atender à demanda de eventos mais formais que pudessem unir os dois cursos, assumindo-se que cerca de cinquenta por cento dos alunos os frequentam. Assim, foram previstos aproximadamente 350 assentos fixos. Outras atividades menores poderiam acontecer neste ambiente, como reuniões do departamento, aulas ou apresentações. Desta forma, na parte anterior, mais

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ADMINISTRAÇÃO A área administrativa comporta dois núcleos separados - um para arquitetura e outro para o curso de design - contendo cada um: coordenação de graduação, coordenação de pós-graduação e departamento, todos com suas respectivas secretarias. Esta junção de setores hoje separados visa diminuir a burocracia que existe devido ao distanciamento destas entidades. Como em alguns momentos há a necessidade de reclusão, os nichos dos chefes e coordenadores podem ser fechados com painéis de correr. Pequenas salas de reunião foram previstas para suprir as demandas dos encontros com colegiados e outras atividades cotidianas.

SALAS DE PROFESSORES 44

As salas dos professores foram dimensionadas para aproximadamente dez gabinetes individuais, e posi-

cionadas de maneira estratégica com os ateliês de aula, para miscigenar alunos e docentes. Atividades de orientação e pequenas reuniões passam a ocorrer do lado externo, adjuntas às circulações horizontais.

LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA Dois laboratórios principais foram pensados para a EDAU: um para atender às aulas de computação gráfica - mas que poderia ser utilizado pelos alunos quando estivesse livre -, e outro independente de atividades de ensino, que comportaria máquinas de alto desempenho para trabalhos gráficos mais exigentes. Outros ambientes da escola possuiriam máquinas para uso livre dos alunos, mas de forma menos significativa, como a biblioteca e o atelier criativo.

SALAS CORINGA Salas coringas foram previstas nos pavimentos su-

periores para suprirem outras demandas que, eventualmente, não forem contempladas nos ateliês, como exigências específicas de algum docente. Estas salas são organizadas de maneira mais convencional, visando retroprojeções, mas possuem layout flexível, para adaptação segundo cada situação.


OFICINA A ideia da oficina, inicialmente pensada para fornecer amparo para os trabalhos manuais desenvolvidos em ambos os cursos, acabou sendo expandida para um Fab Lab, isto é, um laboratório de fabricação, inexistente até então na cidade de João Pessoa. Estes espaços visam oferecer todos os meios possíveis para fabricação do produto de uma ideia. Nele encontram-se equipamentos que facilitam o processo de prototipagem, com máquinas controladas digitalmente (ao contrário das velhas oficinas com tornos e fresas manuais), tais como: impressoras 3D, furadeiras, fresadoras, cortadoras à laser, serradeiras, fresadoras de circuito impresso, soldadoras, talhadeiras, etc. Em geral, máquinas CNC acessíveis aos alunos e que em conjunto sejam capazes de fabricar tudo, possibilitando assim ao estudante atingir a realização plena de seu projeto.

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LABORATÓRIOS DE PESQUISA E EXTENSÃO Os laboratórios de pesquisa foram divididos em dois núcleos e separados segundo afinidade do objeto de estudo. O Clube 1, alocado no terceiro pavimento, comporta o LPPM, o LECCUR, o LACESSE e LAURBE. Pequenos nichos foram delimitados com os gabinetes de cada laboratório, mas de maneira integrada no mesmo ambiente. Ele possui, ainda, uma sala de acervo, um depósito e espaços para reuniões. O Clube 2, composto pelo LM+P, LABCON, LABEME e o Pesquisa DESIGN, foi colocado no térreo - por trabalhar com objetos de maior volume, demandando acessos mais fáceis -, podendo expandir suas atividades para a praça externa, para o átrio interno, ou mesmo para os espaços internos livres de produção e exposição. Possui uma sala de ensaio e uma de prototipagem, além de duas salas de reunião. 46

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CENTROS ACADÊMICOS E ESCRITÓRIOS MODELO Estes espaços foram pensados para serem integrados com a escola, apesar de possuírem, cada um, uma sala própria. Estão todos dispostos um ao lado do outro, de frente para uma grande área livre para apropriação, que é vista de diferentes lugares do edifício. Este espaço, pensado para ser mais descontraído, possui mesas para reunião, mesas de jogos e sofás, auxiliando às atividades dos centros acadêmicos e fornecendo mais um micro espaço de permanência, com ambiência característica.

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MATERIALIDADE E LINGUAGEM

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A partir dos primeiros desenhos do partido, os grandes volumes e planos que foram sendo consolidados estiveram sempre atrelados a um impacto formal identitário, cuja relação com os materiais ganharam cada vez mais importância. A escolha do concreto aparente se deu por sua pureza, cor e textura, e por seu caimento em grandes superfícies lisas, presentes na fachada oeste. Outros materiais foram sendo acrescidos a medida que o projeto evoluía, como o vidro translúcido, onde os visuais eram prioritários, e o metal - nas chapas prateadas perfuradas e na webnet que protege o átrio. 48

A busca pela materialidade densa do concreto arma-

do é contrastada pela permeabilidade visual desejada, com o exterior e entre pavimentos. A rede metálica de alambrado como proteção do coração central possibilitou a demarcação das lâminas de concreto, sem precisar de guarda-corpos, aumentando a proporção de vazios em detrimento do cheio, do opaco. A sobriedade dos materiais escolhidos faz com que o ambiente se adeque à condição de plano de fundo estático, podendo-se ressaltar os objetos dinâmicos, como exposições de paineis, modelos etc. Ainda, contrastam e ressaltam o verde da vegetação contígua. Todo o processo projetual esteve alinhado à uma busca de autoconhecimento e descobertas, e a um con-

junto de experimentações. A linguagem que esteve sendo buscada deveria relacionar a densidade e tradição do concreto armado a materiais extremamente contemporâneos, como as chapas em alumínio, e os grandes panos de vidro translúcidos. Alguns arquitetos e projetos tiveram grande importância na construção desta linguagem, como Álvaro Siza - e seu uso do concreto, ou Rem Koolhaas - no diálogo de materiais distintos, por exemplo. A Escola de Design de Melbourne apresenta o átrio protegido por uma webnet, e a Escola de Arquitetura de Estrasburgo, o uso de materiais semi translúcidos nas fachadas.


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CORTE DE PELE 1, 1:75

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A Telhado verde B Laje alveolar protendida (h=160mm) C Pingadeira: placa de zinco (T=0,5mm) com abertura para exausão D Viga perfil I da série W530x138 (549x214mm), Gerdau E Viga perfil I da série W310x23,8 (305x101mm), Gerdau F Forro em MDF suspenso (e=20mm) G Armário em MDF H Placa de concreto celular para piso elevado 600 x 600mm I Estrutura de suspensão piso elevado J Viga alveolar castelada IPE600 (h=896,7mm), ArcelorMittal K Grelha para fechamento de fachada ventilada


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CORTE DE PELE 2, 1:75

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A Telhado verde B Laje alveolar protendida (h=160mm) C Viga perfil I da série W530x138 (549x214mm), Gerdau D Rufo com pingadeira: placa de zinco (T=0,5mm) E Forro em MDF suspenso (e=20mm) F Placa de concreto celular para piso elevado (600x600mm) G Estrutura de suspensão piso elevado H Viga alveolar castelada IPE360 (h=535,7mm), ArcelorMittal I Painel de vidro fixo J Estrutura de apoio painel de vidro K Fechamento de vidro com caimento de 2% L Inclinação de 2% para caimento de água com pingadeira M Mosaico em placa cimentícia N Coberta plana ventilada com lã de rocha ISOVER170 C8.1-8 O Laje de piso térreo


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A Mosaico em placa cimentícia B Coberta plana ventilada com lã de rocha ISOVER170 C8.1-8 C Laje alveolar protendida (h=160mm) D Pingadeira: placa de zinco (T=0,5mm) E Viga perfil I da série W530x138 (549x214mm), Gerdau F Forro em MDF suspenso (e=20mm) G Chapa perfurada em alumínio H Esquadria de vidro de correr com moldura acústica em PVC I Suporte painel de alumínio J Placa de concreto celular para piso elevado (600x600mm) K Estrutura de suspensão para piso elevado L Laje de piso térreo M Friso para elevação de laje de concreto


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CIDADE E CLIMA INSOLAÇÃO E ESTRATÉGIAS DE SOMBREAMENTO Questões climáticas acompanharam as tomadas de decisões em todas as etapas projetuais, desde a implantação no lote até as proteções solares. Já nos primeiros esboços, o edifício foi pensado longitudinalmente, alongado no sentindo leste-oeste, diminuindo assim a área de fachadas expostas ao nascente e ao poente, como pode ser visto no diagrama ao lado. O objetivo principal foi o de projetar a escola adequando-a às necessidades de conforto térmico da cidade de João Pessoa de maneira passiva, principalmente através do sombreamento e da ventilação. Por objetivar-se uma maior integração visual dos ambientes internos com o verde, principalmente os 58 atleliês, a fachada norte, mais próxima da mata e que

recebe maior exposição durante os meses do meio do ano, deveria ser mais permeável e translúcida. Para gerar o sombreamento necessário, os planos verticais foram recuados, gerando-se elementos horizontais que funcionariam como beirais de mais de dois metros de largura. Alguns dos elementos adjacentes, como a mata ao norte e algumas árvores do próprio lote, contribuem para o sombreamento de algumas partes do edifício. Grandes planos cegos e em balanço compõem a fachada mais crítica, a oeste. Estes proporcionam sombreamento total ou parcial dos planos verticais dos pavimentos inferiores, possibilitando sua abertura e o uso de materiais translúcidos que viabilizam maior integração com o exterior, com a cidade.

As grandes superfícies cegas de concreto absorvem muito calor, o que acarretaria o aumento da temperatura interna dos ateliês, e foram, portanto, trabalhadas como fachadas ventiladas, com paredes duplas e juntas abertas, com uma lâmina de ar em uma cavidade de aproximadamente 20cm, produzindo o efeito chaminé e a ventilação permanente da câmara (ver corte de pele 1). As fachadas longitudinais, ao sul, com exposição sazonal, foram protegidas com placas perfuradas e brises verticais dimensionados com auxílio do programa Solar Tool.


DIAGRAMA SOLAR Carta solar de João Pessoa com implantação do edifício de maneira longitudinal no sentido leste-oeste, e exposição e sombreamento dos volumes principais que o compõem.

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DIAGRAMA DE INSOLAÇÃO EM SUPERFÍCIES

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Este diagrama foi gerado através do programa da Autodesk Formlt 360, e mostra o grau de exposição das fachadas e cobertas do edifício, sendo o amarelo a superfície mais exposta e o azul, a mais sombreada. Com ele podemos perceber que as estratégias de sombreamento para as esquadrias de vidro foram eficientes. e que a escolha das cobertas têm fundamental importância no conforto térmico da construção.


AS COBERTAS Os três blocos principais do edifício possuem cada um uma solução distinta de coberta, de acordo com suas condições específicas de altura e função, por exemplo. O bloco mais alto, com cinco pavimentos, foi coroado com uma coberta em telha metálica sanduíche termoacústica, com inclinação de 5%. Sua escolha se deu por eficiência energética e menor demanda de altura para a cumeeira e platibanda. O segundo bloco, com quatro níveis, possui telhado verde transitável, uma área de descanso para os usuários da escola, com ótima vista para a cidade e para a universidade. Por fim, o terceiro bloco, com dois pavimentos, possui coberta ventilada com isolamento termoacústico em lã de rocha, coberto com um mosaico de placas cimentícias. Sua escolha se deu por sua baixa altura, que o torna visível pelos usuários do entorno e o impossibilita de possuir material reflexivo.

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ESTRATÉGIAS DE VENTILAÇÃO Segundo a rosa dos ventos de João Pessoa, as rajadas predominante provêm do SE. No entanto, com a grande massa arbórea localizada a sudeste do lote escolhido, estas correntes são enfraquecidas e percebe-se uma maior incidência de ventos atípicos oriundos do SO. Duas simulações distintas podem ser vistas nas páginas seguintes. Ainda objetivando o conforto térmico da edificação, adotou-se como estratégia de resfriamento a ventilação cruzada. Para tanto, as fachadas a sul demandaram porosidade, permeabilidade visual para a cidade e univeridade, além de proteção contra a chuva.

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VENTILAÇÃO CRUZADA SO (à esquerda) VENTILAÇÃO CRUZADA SE (à direita)

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SIMULAÇÃO DE VENTOS

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Esta imagem foi gerada através do software da Autodesk Flow Design, simulando a incidência de ventos oriundos do SE.


SIMULAÇÃO DE VENTOS Esta imagem foi gerada através do software da Autodesk Flow Design, simulando a incidência de ventos oriundos do SO.

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AS FACHADAS SUL E SUDESTE As fachadas sul e sudeste do edifício têm duas funções extremamente importantes que remetem à conceitualização do partido e à eficiência construtiva: a integração visual da escola com o entorno; e a entrada dos dois ventos predominantes supracitados (SE e SO). Grandes paineis de vidro ficaram responsáveis por esta articulação de exterior e interior, e foram posicionados de maneira alternada, criando espaços vazados para a entrada das correntes de ar. Esta solução foi aliada à estratégia de sombreamento: brises verticais que funcionariam também como montantes estruturais dos paineis translúcidos. O espaçamento entre eles (1,50 m) ocasionaria um sombreamento total do interior. Estes montantes foram, portanto, especificados em chapa metálica perfurada, permitindo a entrada dos ventos, e sombreando parcialmente, podendo ainda ter diferentes graus de perfuração de 66 acorso com seu posicionamento.


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SISTEMAS PREDIAIS A ESTRUTURA O edifício é sustentado por uma estrutura híbrida, com pilares mistos - aço e concreto -, vigas metálicas, e sapatas pré-fabricadas em concreto. Devido aos grandes vãos demandados pela espacialidade almejada, os pilares mistos apresentaram-se como boa alternativa para reduzir seu diâmetro e potencializar sua capacidade estrutural. O concreto como envoltório do perfil metálico fornece-o proteção contra incêndio e corrosão. Para vencer os maiores vãos - no átrio, por exemplo - e os balanços - de 7 a 8 metros -, utilizou-se vigas alveolares casteladas. O auditório apresenta vigas 68 vierendeel.


C

A

(à esquerda) VISTA SUPERIOR DA ESTRUTURA

F

(à direita) VISTA ISOMÉTRICA DA ESTRUTURA

A Viga perfil I da série W530x138 (549x214mm), Gerdau B Viga perfil I da série W310x23,8 (305x101mm), Gerdau C Viga alveolar castelada IPE600 (h=896,7mm), ArcelorMittal D Viga alveolar castelada IPE360 (h=535,7mm), ArcelorMittal E Viga vierendeel (h=1200mm) F Pilar perfil I da série W360x32,9 (349x127mm, Gerdau, com capa circular de concreto G Pilar perfil H da série W250x80 (256x255mm), Gerdau, com capa circular de concreto H Sapata isolada de concreto pré-fabricado

D

E

B G

H

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MAQUETE ESTRUTURAL - ÁTRIO

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Para vencer o grande vão do átrio central (19 metros), utilizou-se vigas alveolares, uma vez que perfis I com dimensões maiores que 60cm de altura não são encontrados no mercado. Elas possibilitam maior eficiência estrutural e economia de material.


MAQUETE ESTRUTURAL - AUDITÓRIO Objetivando-se um auditório livre de pilares internos, buscou-se uma estrutura capaz de vencer todo o vão que o compõe (22 metros). A viga vierendeel foi escolhida, com altura de 1,20 metros.

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Os sistemas prediais foram organizados a partir de dois eixos verticais principais, os blocos de serviço, que comportam: áreas técnicas, escadas de emergência, elevadores e sanitários; e a partir deles são distribuídos horizontalmente por pavimento.

ÁGUA POTÁVEL, PLUVIAL E ÁGUAS CINZAS

ÁGUA POTÁVEL + ÁGUA INCÊNDIO ÁGUA PLUVIAL + ÁGUAS CINZA ÁGUA PARA REUSO ESGOTO AR CONDICIONADO CENTRAL - VRF

O sistema hidráulico funciona em par com uma rede de reutilização de águas cinzas e pluviais para abastecimento das bacias sanitárias e jardins. Os reservatórios (superiores e inferiores) possuem juntos capacidade para 85000 L de água potável, sendo 20% destinado à reserva de incêndio.

e descartadas.

SISTEMA DE RESFRIGERAÇÃO O sistema de resfriamento adotado foi o de VRF (volume de refrigerante variável), de ar condicionado central. Este sistema apresenta vantagens como menor custo energético, facilidade de instalação, menor número de unidades condensadoras, entre outras. A unidade evaporadora interna escolhida é a Slim dutada linear, e as unidades condensadoras foram alocadas na coberta do volume mais alto.

SISTEMA HIDROSSANITÁRIO As águas negras oriundas das descargas, não mais reutilizáveis, são transportadas pelo eixo vertical dos banheiros para fossas sépticas, para serem tratadas

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SISTEMA LÓGICO O sistema lógico foi previsto na forma de cabeamento estruturado, com dois eixos verticais principais. As instalações são transportadas horizontalmente por pavimento através do piso elevado, permitindo maior flexibilidade layouts, fator extremamente importante para a proposta de ateliês e de laboratórios. Ainda, as tomadas demandadas nas áreas de circulação e produção podem ser facilmente adaptadas no piso.

SISTEMA ELÉTRICO Paineis fotovoltaicos foram previstos na coberta para gerar a maior parte da energia consumida no Escola, aproveitando-se de um elemento presente em todas as épocas do ano. Dois cálculos de consumo médio foram feitos, um tomando-se como base o número de usuários - aproximadamente 800, e outro, a metragem quadrade, obtendo-se resultados bastante 74 distintos.

Se produzida de maneira excedente, a energia poderia ser exportada para iluminação do entorno imediato, contribuindo ainda para a redução do consumo da cidade.

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA As escadas de emergência foram dimensionadas levando-se em conta a metragem quadrada da maior lâmina: a do pavimento 3 (2229 m2) e foram organizadas em dois núcleos, acopladas a banheiros, shafts e salas técnicas dos sistemas lógico e elétrico. CABEAMENTO ESTRUTURADO SISTEMA ELÉTRICO SAÍDAS DE EMERGÊNCIA


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DETALHES

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COBERTA VENTILADA A escolha da coberta ventilada com lã de rocha da ISOVER se deu pela necessidade de unir eficiência e estética, uma vez que, por sua baixa altura, ela é vista de diferentes pontos da escola e de edificações vizinhas. Ela pode aparecer como alternativa à laje plana impermeabilizada, extremamente ineficaz para o clima tropical.

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Placas de lã de rocha - de densidade 150 ou 170 - são colocadas sobre a laje alveolar, e um colchão de ar é criado a partir de suportes de alvenaria ou barrotes de madeira. A inclinação de 2% é criada com um novo elemento, podem ser até mesmo placas de madeira, alocado sobre os barrotes estruturantes.

Este elemento nivelador recebe uma manta impermeabilizadora, como o oxiasfalto, por exemplo, que será responsável por impedir a passagem de água para as camadas inferiores. A coberta pode ser coroada com materiais diversos. No caso da EDAU, escolheu-se a criação de um mosaico com placas cimentícias de diferentes tons de cinza e branco. O encontro com a platibanda deve receber manta impermeabilizadora nas suas laterais, como mostra o detalhe 2 na página ao lado. A exaustão da lâmina de ar ocorre pontualmente onde se faz a captação de águas pluviais.

DETALHE COBERTA 01 E 02 - 1:10 A Placa cimentícia B manta impermeabilizadora C barrote de madeira estruturante D lã de rocha ISOVER E Laje alveolar protendida F lâmina de ar G elemento nivelador


A

B

C

E

F

G

A

B

C

F

G

D E

D

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ARRIBA ABAJO A solução dada para o teto das áreas externas ao ateliê foi o de forro em mdf (e=20mm) modular, com formato triangular e disposto de maneira diferenciada, adaptando-se às inclinações da própria edificação. O módulo base deverá ter seus catetos de 60cm, como as placas de concreto celular do piso elevado. Em áreas de estudo externas, podem ser previstas perfurações acústicas nos módulos, incorporadas à paginação do forro. Os ateliês possuem forro acústico retangular branco e carpete HTA (high-traffic-areas) no piso elevado, com desenho modular também feito a partir de triângulos.

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O encontro dos pilares com o forro e com o piso deverá será demarcado com um friso de dois centímetros, permitindo seu descolamento visual.


ENCONTRO DO PILAR COM O FORRO DE MDF

ENCONTRO DO PILAR COM O PISO ELEVADO

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