[P A I S A G E N S - N E U R O L Ó G I C A S #04]

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[PAISAGENS NEUROLÓGICAS - ARTE & CIÊNCIA]

edição #04

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[PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE & CIÊNCIA] da autoria, coordenação e desenvolvimento de Isabel Maria Dos é o tema de um projeto transdisciplinar que se centra em Arte e Ciência destinado à participação e encontros de investigadores (artistas e cientistas), à formação de Docentes do Ensino Básico e Secundário, abrindose ao público. Este projecto, sem fins lucrativos, destaca-se quer a nível local, o que inclui, a academia de Coimbra, os concelhos de Coimbra e Condeixa-A-Nova, quer a nível nacional pela sua essência de conceito singular, gerador e promotor de Cultura, de criação do espaço de discussão, debate de ideias, de partilha de experiências estéticas e científicas e de transmissão do conhecimento emergente, promovendo a investigação, a formação (científica, pedagógica e artística) na exploração dos vários campos da Arte e da Ciência, que se pretendem articulados, interligados e discutidos nas Humanidades do Mundo Contemporâneo. O evento integra um conjunto de comunicações e “acontecendos” artísticos, uma acção de formação acreditada de 25 horas/1 crédito (em fase de acreditação) para Docentes do Ensino Básico e Secundário, um workshop, uma exposição colectiva de arte e ciência comissariada, uma exposição individual de arte da instalação participada, um conjunto de debates e um jantar de encerramento com arte da performance. Perspectiva-se o diálogo – que convoca a reflexão sobre “a coisa” comungada que nesta edição #04 se centra no mote: [POÉTICAS, POLÍTICAS E FILOSOFIAS DO CORPO] com a presença de participantes com comunicações nas áreas como as Arte Plásticas nas várias vertentes – Visuais e Sonoras (Digitais e da Electrónica, Multimédia e Intermedia, Arquitectura, Desenho, Cenografia, Arte da Performance, Dramaturgia, Ciberliteratura, Teatro Contemporâneo, Poesia Visual, Holografia, Dança e Cinema), da Estética, da Filosofia, da Psicologia, da Política e da História, bem como da História da Arte, da Engenharia Física, da Medicina (nas várias áreas), Neurociências, Computação e Engenharia da Informática, Inteligência Artificial, Matemática, entre outras. Esta edição contempla doze sessões distribuídas por cinco andamentos programados para os dias 4, 11, 18, 24 e 25 de Novembro de 2017 - nos concelhos de Coimbra e Condeixa-A-Nova.

parcerias CMC - CÂMARA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA | CNC - CENTRO DE NEUROCIÊNCIAS E BIOLOGIA CELULAR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA | TAGV - TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE | CFAE MINERVA - CENTRO DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS | CFAE - NOVA ÁGORA - CENTRO DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS.

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programa

andamento

andamento

andamento

andamento

andamento

dia 04 NOV.

dia 11 NOV.

dia 18 NOV .

dia 24 NOV .

dia 25 NOV .

sábado

sábado

sábado

sexta-feira

sábado

Parte#01 |15H00 Museu PO.RO.S Auditório

Parte#01 | 10H00 CNC-UC Auditório

Parte#01 | 10H00 Museu PO.RO.S Auditório

Parte#01 | 14H00 TAGV - Sala B

Parte#01 | 10h00 CNC-UC Auditório

ISABEL MARIA DOS, APRESENTAÇÃO DE [PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA] (PARCERIAS E PROGRAMA DA EDIÇÃO #04, 2017)

FREDERICO DINIS, [A (DES)CONSTRUÇÃO DA RESILIÊNCIA] NAZARETE CATRÉ, [PARA ALÉM DO CORPO E DA IMANÊNCIA: A INTERPELAÇÃO DA TRANSCENDÊNCIA…] RÚBEN GOMES, [DO PAPEL PARA O ECRÃ: O CORPO COMO UM ÓNUS]

MARIA CATRÉ, [CONHECER A DIMENSÃO IMATERIAL DOS ESPAÇOS (CONDITIO SINE QUA NON PARA A APROXIMAÇÃO DA ARQUITECTURA AOS SEUS UTILIZADORES): METODOLOGIA(S)] ADELAIDE CHICHORRO FERREIRA, [DA LÍNGUA E OUTRO(S) CORPOS ESTRANHO(S)] MARCO ANDRÉ MADUREIRA, [ÉTICA DO TRANSUMANISMO]

TELMA JOÃO SANTOS, [ENTRE A INVESTIGAÇÃO MATEMÁTICA E A CRIAÇÃO ARTÍSTICA: UM CAMINHO POR PERCORRER]

ANDRÉ ROSA, [CIEBÒRGUE COMO (RE)PROGRAMAÇÃO DEBOCHADA, POLÍTICA E CRIATIVA DE CONHECIMENTOS INCORPORADOS PELOS CORPXS SEM PREGAS] MANUEL VALENTE ALVES, [O CORPO, A CIDADE E O FIM DA HISTÓRIA] JOÃO MENDES RIBEIRO, [CAMPO EXPANDIDO DA ARQUITECTURA: ENTRE O OBJECTO E A ARQUITECTURA]

ISABEL MARIA DOS, [O PERIGO DE UM CORPO COM EMOÇÃO]

Parte#02 | 18H45 Museu PO.RO.S ABERTURA DAS EXPOSIÇÕES: Sala de Exposições [CASA-CORPO] EXPOSIÇÃO DE ARTE E CIÊNCIA DE: FREDERICO DINIS ISABEL MARIA DOS JOÃO MENDES RIBEIRO MARIA ISABEL AZEVEDO MANUEL VALENTE ALVES PAULO RODRIGUES SANTOS TELMA JOÃO SANTOS COMISSÁRIA: CLÁUDIA FERREIRA Capela [CORPO GASTO VESTINDO O TEMPO] EXPOSIÇÃO 1 VÍDEO INSTALAÇÃO DE:

Parte#02 | 15H00 Museu PO.RO.S Auditório ERNESTO COSTA, [PARECER E SER OU A REALIDADE DO ARTIFICIAL] CLÁUDIA FERREIRA, [TELA HABITADA: O CORPO] PAULO RODRIGUES SANTOS, [IMMUNO.EDITING]

Parte #03 | 21h30 Museu PO.RO.S Pátio FREDERICO DINIS, [WHISPERINGS]

Parte#02 | 15H00 TAGV – Sala B TELMA JOÃO SANTOS, [LABORATÓRIO: MATEMÁTICA-CORPO]

Parte#02 | 15H00 Museu PO.RO.S Auditório

Parte#02 | 15H30 Museu PO.RO.S Auditório

VITOR COSTA, [A VIVÊNCIA ARTIFICIAL DE UMA MORTE AUSENTE] LINO FERREIRA, [O ENVELHECIMENTO NUMA PERSPECTIVA BIOLÓGICA] FRANCISCO LAVRADOR PIRES, [IDENTIDADES MULTIPLAS, “DIGITAL TWINS” E ENTIDADES DISTRIBUIDAS]

ISABEL MARIA DOS, [O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE] PEDRO BARBOSA, [DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DA CIBERLITERATURA À UFOLOGIA] LUIZ FELIPE PONDÉ, [O HUMANO CAÍDO]

Parte#03 | 20H30 Local a designar (Pousada de Condeixa ou Cafetaria do Museu da Ciência)

ISABEL MARIA DOS

[NEUROLOGICAL DINNER] JANTAR DE ENCERRAMENTO COM ARTE DA PERFORMANCE DE: ANDRÉ ROSA ISABEL MARIA DOS TELMA JOÃO SANTOS FREDERICO DINIS (somambiente)

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custo de entrada: uma ou mais peças de vestuário (novo ou usado a depositar por cada visitante na obra de instalação) EXPOSIÇÕES PATENTES: de 4 .11 a 24.12.2017

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INVESTIGADORES, ARTISTAS E CIENTISTAS PARTICIPANTES CONTEÚDOS E NOTAS BIOGRÁFICAS

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ADELAIDE CHICHORRO FERREIRA apresenta: [DA LÍNGUA E OUTRO(S) CORPOS ESTRANHO(S)] (comunicação) sinopse | Um corpo estranho que me apoquenta quotidianamente são os óculos, que deixo por todo o lado, como continua a ser normal, até ver. Menos normal é este segredo que aqui vos deixo: já tinha tido os meus quatro filhos quando aprendi o significado de body, numa loja de lingerie, um termo que anybody ou mesmo everybody conhece, designando uma peça de roupa interior. Até aí eu era somebody que, para efeitos de lingerie, usava no body, portanto. Esse tipo de loja era um local estranho para corpos como o meu, que se abastecem em qualquer lugar onde as cuecas possam ser preferencialmente 100% de algodão. O meu corpo é estranho, porque estranha toda essa parafernália de roupinhas & adereços & sapatinhos. E assim o mundo estranhou-me, sem eu sequer dar por isso, tão atenta estava eu a ele, mundo, e tão ignorante me ia tornando em matéria de corpinhos bem-feitos e outros patrimónios anatómicos estranhos. Poderão adivinhar muito mais acerca deste tão abrangente tema, porquanto outro corpo estranho em mim acabou por se tornar a língua portuguesa, por via da qual tentarei demonstrar que talvez não exista nada à face da terra que não seja maravilhosa e por vezes incomodamente estranho, consoante a perspetiva, porque sem isso não há alma que sobreviva. bio | Adelaide Chichorro Ferreira é professora de Linguística alemã e Portuguesa e Tradução no Departamento de Línguas Modernas e Literaturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Tem vindo a dedicar-se a diferentes tópicos no domínio da Ecolinguística, também com uma ênfase na escrita criativa, no sentido de preservar a diversidade linguística que é hoje tão necessária, assim como o conhecimento não hegemónico que tantas vezes ela transporta. Alguma bibliografia: - Karl Heinz Delille, Maria Francisca Athayde, Adelaide Chichorro Ferreira (coord.), A língua alemã: situação e perspectivas (Textos de Konrad Ehlich, Adelaide Chichorro Ferreira/Francisca Athayde, Maria José Terroso, Anette Kind/Susanne Munz e Joana Vieira dos Santos), Centro Interuniversitário de Estudos Germanísticos, Coimbra, MinervaCoimbra (= cadernos do cieg, n.º 24), 2006; - Adelaide Chichorro Ferreira (ed.) “Dito €-feito: (co)incineração, produção limpa e (crio)reciclagem. Ensaio de Ecolinguística Aplicada”, coordenação de Adelaide Chichorro Ferreira, cadernos do cieg, n.º 21, Coimbra, CIEG/MinervaCoimbra, 2006. - Adelaide Chichorro Ferreira “Léxico e Estilo do ‘Desenvolvimento Sustentável’” (Alemão-Português), cadernos do cieg, n.º 13, Coimbra, 2005, com CD-Rom de anexos.; - “'Nature' and 'Environment' in German and Portuguese Sustainable Development Strategies for Johanesburg 2002”, in: Collegium Antropologicum, vol. 28, suplemento 1, 2004, p. 207-227, ISSN 0350-6134; - “Friedenssoldaten mitten im Operationstheater: die Waldbranddiskussion in Portugal im Sommer 2005”, in A. Fill, H. Penz, W. Trampe (2006), (eds.), Sustaining Language. Essays in Applied Ecolinguistics. LIT Verlag Dr. W. Hopf, Wien, Berlin, 2007, p. 161-179; - Ferreira, Adelaide Chichorro, 2014, «Sorry for bothering, but words of hope must be rescued. An almost narrative review of Ecolinguistics», in: Journal of Political Science and Public Affairs. Citation: Ferreira AC, J Pol Sci Pub Aff 2: 136. doi: 10.4172/23320761.1000136; - Ferreira, Adelaide Chichorro Ferreira, «Musas, musos e o museu pós-colonial: Porta aberta para o «encolhimento»?», no prelo.

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ANDRÉ ROSA apresenta: [CIEBÒRGUE COMO (RE)PROGRAMAÇÃO DEBOCHADA, POLÍTICA E CRIATIVA DE CONHECIMENTOS INCORPORADOS PELOS CORPXS SEM PREGAS] (comunicação) sinopse | Avançando um pouco mais na aposta mítica e política “blasfémica e irónica” do ciborgue de Donna Haraway, que perturba a ordem económica e subjetiva neoliberal nas diferenças e rachaduras coloniais/modernas, proponho o ciebòrgue (ebò + ciborgue) como reprogramação de poderes e saberes numa “macumba” anticolonial, onde magia, biotecnologia e cura se entrelaçam em dimensões incorporadas de conhecimentos participados entre as convivialidades performáticas. O ciebòrgue como corporalidades tecnovivas e mágicas, com seus dispositivos invisíveis, acoplados, ingeridos em poções e miniaturas de poder, que desmontam a economia global da representação, desestabilizam a natural materialidade do corpo-objecto requerida na permuta capitalista de constituição do que se enquadra na categoria de humano ou nas condições que o arremessam e subalternizam como negação, falhas e desvios. bio | André Rosa nasceu em Amparo, São Paulo, Brasil, 1980), Actualmente, vive e trabalha entre Brasil e Portugal. É Performer, Actor, Dançarino, Encenador e Professor de Artes Performativas. Desenvolve o Doutoramento em Estudos Artísticos - Teatrais e Performativos na Universidade de Coimbra, na criação de (sub)poéticas para corpxs sem pregas entre performance, pedagogia e dissidências sexuais anticoloniais. É mestre pelo Programa de PósGraduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia com pesquisa na área da pedagogia da performance. Fez Licenciatura em Educação Artística (Dança e Teatro) pela Universidade Estadual Paulista, em São Paulo. Há 20 anos trabalha com as linguagens das artes da cena e performáticas, onde integrou alguns coletivos artísticos, dentre os quais se destacam: o Núcleo Vendaval, Teatro Gente-de-Fora-Vem, NuMiollo e Família Varnel. Recentemente, fundou o Movimento Sem Prega (Brasil/Portugal), que abrange um conjunto de pessoas e atividades de diferentes campos de investigação cultural, política e linguística, funcionando como uma estrutura laboratorial nômade em performance, dança, teatro e pedagogia. Assim, os últimos trabalhos criam espaços e corpos repletos deconvivialidades performáticas: Na ContraCapa, Desire Borders, AmPunheta, Gatilho#2, Freak Show Park, Prato Feito, Baci e Tran(S)arau. CLÁUDIA FERREIRA apresenta: [TELA HABITADA: O CORPO] (comunicação) sinopse | Entre o composto Logos-Razão e o Corpo estabelece-se uma relação intrincada, sobre a qual é imperioso que nos detenhamos. Afigura-se essencial, na perseguição de uma perspectiva comparada, e dando voz à afirmação de Luce Irigaray relativa à diferença sexual – que considera ser a grande questão da nossa época; facetar as heranças através de um enfoque duplo: masculino e feminino. Adoptamos, para tal, uma posição genealógica: detemonos na ciência médica, concretamente, na prática anatómica que a sustenta primordialmente, e concluímos pelas causas remotas e modernas da afonia pública das mulheres, correlativas da construção de um cadáver neutro; chamamos à nossa indagação Tela Habitada, obra de Helena Almeida datada de 1976, e problematizamos o corpo, a distância, a proximidade, em suma, a(s) perspectiva(s). bio | Cláudia Ferreira nasceu em Coimbra no ano de 1972. Ultima a sua tese de doutoramento, intitulada O Rosto das Horas: o feminino e o masculino, com a arte, em Estudos Contemporâneos e na Universidade de Coimbra. Em termos de formação alia a História da Arte aos Estudos sobre a Mulher, áreas que associa através de um enfoque filosófico. Escreve regularmente na rubrica de Arte da Mutante, Art, Culture & Lifestyle Magazine; foi professora, 6


produtora, revisora de texto, e desempenha actualmente as funções de consultora cultural. Comissariou a exposição [casa-corpo] da edição #04 de [PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA], Museu PO.RO.S, novembro, 2017. ERNESTO COSTA apresenta: [PARECER E SER OU A REALIDADE DO ARTIFICIAL] (comunicação) sinopse | Hoje a Inteligência Artificial está de novo na moda, muito por culpa dos desenvolvimentos tecnológicos recentes e de mudanças sociais muito substantivas. E com este regresso à superfície, emergem as velhas questões de sempre: podem as máquinas ser inteligentes? Poderá alguma vez existir uma consciência artificial? Um dia as máquinas tomarão conta do (nosso) mundo? Em síntese: em que medida as máquinas são? Para melhor responder a estas questões importa primeiro perceber os fundamentos da própria abordagem cientifica e metodológica, para depois poder partir para o diálogo entre a ciência e a (nossa) metafísica. É disso que nos ocuparemos nesta apresentação. bio | Ernesto Costa é Professor Catedrático no Departamento de Engenharia Electrotécnica da Universidade de Coimbra, onde concluiu a licenciatura em 1976. Obteve o grau de doutor do 3º Ciclo em Informática Teórica pela Universidade de Paris VI, em 1981, e o grau de Doutor em Engenharia Electrotécnica pela Universidade de Coimbra, em 1985. Ao longo da sua carreira académica ocupou vários cargos, tendo sido, nomeadamente, Presidente do Departamento de Engenharia Informática (DEIUC), Presidente da Comissão Científica (DEIUC), Director do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC). Desde Dezembro de 2012 que é membro eleito do Conselho Geral da Universidade de Coimbra. A sua área de interesse científico é a Inteligência Artificial, e, em particular, tem trabalhado em Computação Evolucionária, Vida Artificial, Sistemas Complexos, Aprendizagem Computacional, Cognição e Biologia Computacional. Faz parte do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC), onde fundou e liderou o Grupo de Inteligência Artificial (GIA) e, mais recentemente, o Grupo de Computação Evolucionária e Sistemas Complexos (ECOS). Desde Março de 2017 que é membro do Executive Board da sociedade cientifica SPECIES, de que foi um dos fundadores. Participou em vários projectos científicos, e os seus trabalhos obtiveram vários prémios internacionais. Em 2009 recebeu o EvoStar Award for Outstanding Contributions to the Field of Evolutionary Computation, um prémio europeu de carreira. Publicou mais de 150 trabalhos científicos em livros, revistas e actas de conferências, e organizou vários eventos científicos em Portugal e no estrangeiro. FRANCISCO LAVRADOR PIRES apresenta: [IDENTIDADES MULTIPLAS, "DIGITAL TWINS" E ENTIDADES DISTRIBUIDAS] (comunicação) sinopse | Os simulacros de uma presença "Omnicanal" através de unidades de processamento neuronal em "pedra", compõe dinâmicas de interação no espaço/tempo reconstruindo-se em campos de identidades multiplas. Não fui eu ! foi o meu "Digital Twin" que interage "over the air" e sente em tempo real, pensa, diz e faz num continuum imersivo, do qual interdependo em "closed loop". Em contacto com entidades autónomas distribuídas, o meu "Duplo Digital" entra em Hiperespaços Abertos, enquanto o real evolui no conflito e cresce na contradição e na diversidade com o virtual, o aumentado e o holográfico . bio | Francisco Lavrador Pires foi Senior Research and Strategic Thinker na Portugal Telecom Inovação, key account manager e consultor para o Empreendedorismo Associativo. Com vasta experiência em engenharia, design thinking, técnicas de criatividade e liderança, desenvolvimento e implementação de projetos, programas e portefolios numa ampla gama de setores industriais. 7


Francisco Lavrador Pires faz Investigação & Desenvovimento em "Tecnologias Cognitivas e Prospetiva de Oportunidades Reais para Empresas e Organizações Não Governamentais ". "Keynote speaker" nas áreas de liderança digital, transformação de negócios, inteligência de projeto, engenharia contínua e software automation, Neuro Computação ; Cultura, Competências e Instrumentos para E-Learning e Transmissão/Partilha de Conhecimentos a Distância. Na Defesa e Compreensão de "Identidades Multiplas" assume a liderança de programas de Cibersegurança e Intelligence Threat Detection através de respostas regulamentares e standards ISO ( International Standard Organization) com vista a uma superior compreensão de "Duplos Digitais" perante a emergência de DAOs - Distributed Autonomous Oranizations. FREDERICO DINIS apresenta: [A (DES)CONSTRUÇÃO DA RESILIÊNCIA] (comunicação) sinopse | Em formato de comunicação apresenta-se [de]construction - uma performance inspirada na história e nos valores culturais das diferentes apropriações ao longo do tempo de Conímbriga, que combinou diferentes meios, tendo sido apresentada no Museu Monográfico de Conímbriga em julho de 2017. [de]construction centra-se num diálogo entre dois performers, mediado pelos meios sonoro e visual. Um dos performers enquadra-se como narrador, lembrando e imaginando outros lugares possíveis através da construção das narrativas sonora e visual em tempo real. O outro performer funciona como uma metáfora da resiliência, um corpo que habita num espaço/tempo, descontextualizado das suas características formais e representativo da ambiguidade, da pertença, da reminiscência, da decadência e da intemporalidade, de um outro qualquer espaço/tempo. Nesta comunicação procura-se (des)construir um lugar específico, explorando um processo de investigação e de criação pessoal que resulta da intersecção entre a arte, a tecnologia, a identidade e o espaço, procurando ainda refletir sobre a importância do contexto local (site-specific) e do sentido de lugar (sense of place) e tendo como ponto de partida a apropriação de memórias e de arquivos. apresenta: [WHISPERINGS] (concerto intermedia) sinopse | Apresenta-se uma performance audiovisual que procura envolver o ouvinte numa névoa de recolhimento, numa experiência meditativa e intimista, pensada para usufruir e fruir o espaço de apresentação. whisperings procura revelar narrativas sonoras e visuais evocativas e terrenas, quer se trate de uma participação ativa ou passiva. O ouvinte-observador passivo encontra pedaços instantâneos de serenidade absoluta enquanto uma atenção mais profunda revela uma viagem cruamente retratada e algumas vezes dramática, construída por memórias. Uma união de êxtase e movimento em frente que relaxa e fascina de forma igual, onde melodias e estórias integradas emergem como fantasmas, apenas para anunciar a sua presença antes de se derreterem no éter. bio | Frederico Dinis é investigador e compositor intermédia, que utiliza meios sonoros e visuais, e que desenvolve o seu trabalho recorrendo a diferentes formatos. É conhecido pela concepção de paisagens sonoras e visuais que procuram gerar interpretações diversas e transportar o público para lugares desconhecidos e o seu trabalho tem sido abraçado por museus, salas de concerto, festivais e espaços públicos. Atualmente encontra-se a desenvolver a sua linguagem com o objetivo de promover processos audiovisuais inovadores e explorar as relações e diálogos entre som e imagem no Doutoramento em Estudos Artísticos da Universidade de Coimbra. É investigador colaborador do CEIS20 – Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra. https://fredericodinis.wordpress.com 8


ISABEL MARIA DOS apresenta: [PAISAGENS NEUROLÓGICAS – ARTE E CIÊNCIA] edição #04, 2017 (apresentação) sinopse | Sessão de abertura, apresentação do programa, parcerias e apoios da edição #04, 2017 de [PAISAGENS NEUROLÓGICAS - ARTE E CIÊNCIA: POÉTICAS, POLÍTICAS E FILOSOFIAS DO CORPO]. apresenta: [O PERIGO DE UM CORPO COM EMOÇÃO] (comunicação) sinopse | [...] Depois de um colapso resultante de uma grande guerra, um grupo da espécie humana resiste e agrega-se numa região do planeta. Conseguiu-se geneticamente abolir a doença das emoções e sentimentos e, embora os cientistas estejam a fazer ainda grandes avanços, para se suprimir definitivamente esta doença debilitante diagnosticada, ainda não foi obtida uma cura fiável. O governo chamou a esta doença de “síndrome de operacionalidade sistemática”. Como a sociedade está cada vez mais ameaçada por este problema de saúde, que tem surgido como uma virose, todos os doentes contaminados pelo “síndrome de operacionalidade sistemática” terão de ser fortemente medicados. A medicação-inibidora oferece um meio fiável de atenuar os sintomas e de retardar as várias fases da doença, permitindo que as vítimas mantenham os níveis emocionais monitorizados. Assim, os seres humanos contaminados são enviados para a unidade hospitalar de correção onde, depois do início do tratamento, num curto período de quatro a seis meses, a maioria dos doentes infectados sentirá uma completa incapacidade de amar ou de odiar, de sentir emoções. Uma das fases do tratamento conduz ao suicídio dos utentes, mas este é frequentemente assistido pelos técnicos de saúde na unidade hospitalar. Quaisquer emoções ou sentimentos são indesejados e não permitidos e, no caso de suspeita da existência de emoções, os doentes são prontamente denunciados por qualquer elemento da sociedade. Qualquer tipo de emoção humana é considerada e vista aos olhos de todos como uma ameaça social. Por este motivo são inexistentes as relações amorosas, os prazeres da intimidade, os contactos físicos incluindo os sexuais, qualquer troca de fluidos - através do beijo, através do sexo, através do corpo. De modo a obter eficácia no controlo do perigo do amor, outros sentimentos e moções, são também convocados pontualmente pelo governo humanos-fêmea, seleccionados especificamente para a função da reprodutibilidade humana, de concepção em laboratório ultracontrolada. [...] Realidade ou imaginação? É o que se pretende trazer à fala. apresenta: [O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE] (happening) 1

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sinopse | Um happening na sua acção #02 concebido para espaço público com recurso a um texto matriz com tratamento no campo da literatura cibernética e às composições textuais resultantes de combinações de computação generativa - trabalho de Pedro Barbosa, “História De Um Homem Citadino”. Neste trabalho explora-se a plástica sonora polifónica, a voz humana dessincronizada mesclada com a palavra, significados e multicontextos com ligação à vida de um quotidiano demente no mundo contemporâneo real, o caos humano (individual e colectivo) e a condição humana transtemporal em que, o poder do comungar do comer do pão não ausente, é gerador do silêncio. Uma situação inter-mediada pelas orientações da performer em tempo real presente e por um tutorial distribuído que convoca a(s) experiência(s) estética(s) na acção participada do público gerador de sentido. 1

Allan Kaprow, (1958). A acção #01 de “O Pão Nosso De Cada Dia Nos Dai Hoje” decorreu em “Olhar para trás e seguir em frente!” no TEDXCoimbra, Galeria Santa Clara, Coimbra, 26 de Outubro de 2016. 2

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apresenta: [CORPO GASTO VESTINDO O TEMPO] (instalação vídeo participada) sinopse | [...] Porque eles foram mais que muitos. Pobres. Vazios. Talvez, na essência, miseráveis e o sangue, no final, ainda lhes corria nas veias e porque gastaram o Tempo vestindo o corpo, e porque gastaram o corpo vestindo o Tempo, perdendo-se pelo caminho apertando botões, perdendo-se pelo caminho - desapertando botões, concebeu-se [corpo gasto vestindo o corpo] - uma instalação vídeo participada e efémera de Isabel Maria Dos que convoca toda a comunidade local e o público em geral visitante lançando-lhes o desafio de coautoria - na participação da conclusão da composição de cor e (i)matéria na obra final. Para tal, no momento da visita à instalação vídeo, no interior da Capela do Museu PO.RO.S, propõe-se a cada visitante que deposite uma ou mais peças de vestuário usado no espaço - ali indicado pela autora. Da exposição patente até ao dia 24 de Dezembro, em véspera do Natal, todas as peças de vestuários depositadas serão doadas e distribuídas por instituições de caridade do concelho. bio | Isabel Maria Dos, com nome de registo civil de Isabel Maria Pereira dos Santos, nasceu em Coimbra em junho de 1967, é compositora intermedia, investigadora independente, com interesses de exploração em arte interativa – participação do público gerador da obra final. – É licenciada em Artes Plásticas – Pintura – pós-graduou-se no DFUA - Departamento de Física da Universidade de Aveiro (1998) e é doutoranda em Estudos Artísticos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. – Realizou os estágios na Escola Superior Leonardo Da Vinci – Section Arts Appliqués et Design – Boulevard de Villefontaine. – Participou em “Au Tournage D’un Film Pour Les Bts Audiovisuel”, Givors, França. – Foi “Jovens Criadores 96”. – Participações nas exposições nacionais de destaque: – VIII e IX Bienal de Arte Internacional de Vila Nova de Cerveira; III Bienal de Arte da Fundação Cupertino de Miranda – Exposição Multimédia “Estruturas Da Informação” com DFUA e DECA Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro); – International Symposium On Solubility Phenomena; – “Estruturas da Informação” no Departamento de Física da UA, Aveiro, 2000; Projeto Na(r)tural: Natureza e Arte no D.F.U.A., Aveiro Digital, desenvolvido pela World Wide Web Consortium (W3C). – Foi formadora convidada da área da Arte da Instalação para o Projeto Educativo do T.A.G.V. (Teatro Académico de Gil Vicente) – em “Instalação, Fotografia & Som”. – Foi conferencista no Colóquio Internacional “Conceitos e Dispositivos de Criação em Artes Performativas”; – Artigo de destaque: “Entre Arte E Ciência, Uma Linha Desfocada”, Revista Rua Larga. – Dedica-se ainda à docência no ensino artístico desde 1995. É docente de Artes Visuais do Quadro de Nomeação Definitiva do Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro de Coimbra. Referência ao seu trabalho de performance-instalação intermedia “Paisagens Neurológicas: Sem Bilhete de Vota”, na publicação “Evocações da Arte Performática (2010-2013)”, Paco Editorial, 1ª ed. 1ª, São Paulo, Brasil, 2016, p. 222. É formadora acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua da Universidade do Minho. – É autora e coordenadora dos projetos transdisciplinares: – [Paisagens Neurológicas – Arte e Ciência]; – TRANS[acto] Transdisciplinary And Anti-Artistic Global Project, decorrido em Portugal (junho de 2015) e no Brasil (setembro de 2015). “Para Além De – Denominador Comum Em Experiências Estéticas E De Vida, De Interesses De Exploração Em Um Percurso” foi o tema que apresentou como oradora no TEDXCoimbra, Coimbra, 2015. [O Pão Nosso De Cada Dia Nos Dai Hoje] (acção 1) foi o trabalho nas áreas da Arte da Performance e Happening que apresentou no TEDx Coimbra 2016. isabelmariados.com

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JOÃO MENDES RIBEIRO apresenta: [CAMPO EXPANDIDO DA ARQUITECTURA: ENTRE O OBJECTO E A ARQUITECTURA] (comunicação) sinopse | Trata-se de uma comunicação de apresentação de exemplos de micro-arquitecturas, de dispositivos de escala intermédia, entre o objecto e a arquitectura, onde a presença do corpo tem um papel central no processo de concepção dos objectos. Cada dispositivo ganha o seu verdadeiro sentido com a presença do corpo humano. Procura-se estabelecer categorias críticas de reconhecimento do território onde a Arquitectura e a Arte interagem, promovendo novos percursos interpretativos, abrindo caminho a novas possibilidades de investigação. bio | João Mendes Ribeiro nasceu em Coimbra em 1960. Arquitecto pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em 1986. Doutorado pela Universidade de Coimbra, em 2009. Professor Auxiliar do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Prémio Architécti 1997 e 2000. Prémio Diogo de Castilho (Coimbra) 2003, 2007, 2011 e 2017. Prémio FAD (Barcelona) 2004 e 2016. Gold Medal for Best Stage Design, Quadrienal de Praga, 2007. Prémio Enor (Vigo) 2009. Prémio BIAU (Cádiz) 2012 e (São Paulo) 2016. Prémio AICA/MC (Associação Internacional de Críticos de Arte/Ministério da Cultura) 2007, pelo conjunto da sua obra. RIBA Award for International Excellence (Londres) 2016. Selecionado para o European Union Prize for Contemporary Architecture – Mies Van Der Rohe Award (Barcelona) em 2001 e 2015 e finalista do RIBA International Prize (Londres) 2016. Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2017. Em 2006 foi distinguido pela Presidência da República com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. LINO FERREIRA apresenta: [O ENVELHECIMENTO NUMA PERSPECTIVA BIOLÓGICA] (comunicação) sinopse | O que é o envelhecimento? Os números e o impacto social do envelhecimento. O envelhecimento cardiovascular. Causas do envelhecimento cardiovascular. O programa de investigação em envelhecimento na Universidade de Coimbra. O projecto ERA Chair em envelhecimento financiado pela comunidade europeia. O estudo do envelhecimento com recurso a células estaminais. A utilização de nanotecnologias para modular a actividade de células estaminais endógenas. bio | Lino Ferreira nasceu em Santo Tirso em 1971. Licenciou-se em Bioquimica pela Universidade de Coimbra tendo depois realizado Doutoramento num programa misto entre a Universidade de Coimbra e o Rensselaer Polytechnic Institute (Nova Iorque, EUA). Realizou o seu pós-doutoramento no MIT (Massachusetts Institute of Technology, Boston - EUA) em células estaminais e nanotecnologias. Regressou a Portugal em 2008 para lançar o seu grupo de investigação em Engenharia de Tecidos no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. Em 2010 venceu o prémio Crioestaminal para a melhor investigação na área biomédica em Portugal, em 2012 recebeu um projecto do European Research Council (ERC) e em 2016 recebeu um projecto ERA-Chair em envelhecimento na Universidade de Coimbra. Desde 2007 é um dos coordenadores do programa de doutoral MIT-Portugal. Em 2009 fundou a Matera, um projecto empresarial na área de biotecnologia, e tecnologia desenvolvida no seu grupo levou a formação de vários projectos internacionais (Exogenus Therapeutics, Gecko Biomedical, entre outros). Desde 2008 atraiu mais de 8 milhões de euros em financiamento.

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LUIZ FELIPE PONDÉ apresenta: [O HUMANO CAÍDO] (comunicação) sinopse | A história da humanidade é ampliar o espaço da técnica e acuar a natureza. O futuro deverá trazer uma interação entre matéria cibernética e humanos que não respeitará nenhuma regra ética a não ser o utilitarismo narcisista na sua face mais agressiva: busca de saúde, felicidade e gozo do corpo. Associado a isso, o consumo de bens genômicos de precisão estabelecerá uma separação cultural, jurídica e religiosa entre sexo e reprodução humana. Tudo que a esquerda fará é cobrar direitos genômicos e de aperfeiçoamento cibernético do humano "para todos". O mercado de aperfeiçoamento do humano criará o novo humano, o novo contrato social e o novo sistema de direitos civis. Não dispomos de nenhum recurso político, jurídico ou ético que impeça esse processo, mesmo que ele possa trazer danos psicológicos e sociais de alta monta. bio | Luiz Felipe Pondé nasceu em Recife, no estado de Pernambuco, no Brasil. Frequentou na sua juventude o curso de Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, que, por opção, não concluiu – por lhe crescer um seu maior interesse - a Filosofia. É doutorado pela Universidade de São Paulo. Realizou o seu pós-doutoramento na Universidade de Tel Aviv. É filósofo, escritor, jornalista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e da Fundação Armando Alvares Penteado e é autor de catorze livros. Destacam-se nesta breve nota biográfica os seus livros: O homem insuficiente: Comentários de Psicologia Pascaliana (2001); Conhecimento na desgraça: Ensaio da Epistemologia Pascaliana (2004); Crítica e profecia: filosofia da religião em Dostoiévski (Critic and Prophecy: Philosophy of Religion in Dostoievski) (2003); Do pensamento no deserto: Ensaio de Filosofia, Teologia e Literatura (The thought in the desert: An Essay on Philosophy, Theology and Literature) (2009); Contra um mundo melhor: Ensaios do Afeto (2010), O Catolicismo Hoje (2011); Guia Politicamente Incorreto da Filosofia (The Politically Incorrect Guide of Philosophy") (2012). MANUEL VALENTE ALVES apresenta: [O CORPO, A CIDADE E O FIM DA HISTÓRIA] (comunicação) sinopse | Há muito tempo que a literatura e a imaginação colectiva identificam a civilização com a cidade, transmitindo-nos uma série de conexões, entre as palavras que derivam da raiz grega pólis e das raízes latinas urbs e civitas. Na cidade ideal descrita por Platão na República, profissionalização e divisão do trabalho eram condições indispensáveis a uma existência eficiente, tal como num corpo. No Renascimento, os teóricos da arte irão subscrever a analogia do corpo com a cidade que Vitrúvio, no século I a. C., havia inscrito no seu tratado De Architectura . No século XVII, Hobbes, em Leviatã, vê o Estado como um ser vivo, em que a moeda permite a circulação e as colónias a descendência, numa visão mecanicista e economicista da vida. No século XIX, Hegel acreditava que, com o advento do Estado mundial, resultante da globalização política, acabariam as guerras entre Estados e todo o planeta ficaria sob a jurisdição de um governo mundial baseado na racionalidade, ou seja, um Estado da transparência absoluta que determinaria o fim da História. Entretanto, o desenvolvimento da técnica associada à Economia acabou por fazer emergir o conceito de pós-humano, uma variante biotecnológica do paradigma narcisista da subjectividade que poderá pôr fim à humanidade tal como a conhecemos, sujeitando os humanos aos desejos e dependências criados pela tecnologia. bio | Manuel Valente Alves é médico, investigador e artista plástico. Como investigador o seu trabalho tem-se focado na história da medicina e do pensamento médico e as suas ligações 12


com a arte, a ciência, a tecnologia e a cultura visual. Fundou e dirigiu o Museu de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e foi docente e co-regente da disciplina de História da Medicina na mesma Faculdade. É autor, editor e co-editor, mais de duas dezenas de livros, e foi curador de mais de uma dezena de exposições institucionais. É membro da Academia Nacional de Medicina de Portugal. Paralelamente à sua actividade no campo da medicina, é artista plástico, expondo regularmente em Portugal e no estrangeiro desde 1983. Utiliza como suportes preferenciais a fotografia, o vídeo e o desenho. A sua obra plástica encontra-se representada no Museu Calouste Gulbenkian – Colecção Moderna, Colecção Nacional de Fotografia, Caixa Geral de Depósitos e outras colecções privadas e institucionais. MARCO ANDRÉ MADUREIRA apresenta: [ÉTICA DO TRANSUMANISMO] (vídeo-conferência transmissão a partir da Alemanha) sinopse | Há cerca de dois milhões de anos, o humano hábil, ou Homo habilis, aprendeu a usar ferramentas em pedra. Mais de um milhão de anos mais tarde, o Homo erectus aprendeu a dominar o fogo. Apesar destas conquistas parecerem humildes em comparação com enviar uma pessoa para a lua, tendem a ser consideradas os primeiros indicadores da nossa capacidade de transcender as nossas limitações biológicas. Outros animais também sabem usar ferramentas. O que parece ser um traço exclusivamente humano, é a capacidade de transcender ou redirecionar as suas condições biológicas no sentido de um resultado não utilitário. Ou seja, não só muitos de nós procuram ativamente meios de garantir segurança, alimentação, abrigo... como o fazem outros animais, também vivemos a fantasia de perfeição corporal, dos conhecimentos profundos, da imortalidade, da força sobrehumana… Uma transcendência que tem potencial para ocorrer no futuro próximo é de particular interesse para o meu estudo, nomeadamente o aumento radical da longevidade. bio | Cresci no Luxemburgo. O mestrado que escolhi foi em estudos norte-americanos em Coimbra. Estou atualmente a trabalhar no doutoramento em Munique, a capital da cerveja na Alemanha. Para o mestrado e para o doutoramento decidi olhar para algo realmente relevante: as ciências modernas. Para o doutorAmanto preocupo-me com a questão do transumanismo. Tenciono ficar pela Alemanha porque em muitas estradas aqui não existe limite de velocidade e as universidades não exigem propinas. Apesar do doutoramento e do meu emprego a tempo inteiro, consigo arranjar algum tempo para as minhas paixões: desenhar o Mewtwo dos Pokémon e rever episódios de Dragon Ball Z (aqueles com os Androides e o Cell); chatear a malta das universidades que vive no seu mundo isolado (ou como eles dizem: na torre de marfim); patins em linha, salsa (a dança) e cozinhar (por vezes usando a outra salsa). MARIA CATRÉ apresenta [CONHECER A DIMENSÃO IMATERIAL DOS ESPAÇOS [CONDITIO SINE QUA NON PARA A APROXIMAÇÃO DA ARQUITECTURA AOS SEUS UTILIZADORES]: METODOLOGIA(S)] (comunicação) sinopse | O propósito da arquitectura é o de servir o seu utilizador, algo que se concretiza na relação dos espaços com os sujeitos e comunidades que os habitam. Importa, por isso, conhecer, para além das características físicas, a dimensão imaterial dos lugares composta por narrativas e relações sociais, significados, práticas, legado, história e cultura [enraizados nos espaços e na arquitetura] para que, partindo da identidade plural e única de cada lugar, o estudante de arquitetura possa aprender a adequar as propostas de intervenção às necessidades dos seus utilizadores e às particularidades do contexto. Que metodologias privilegiar no ensino de projecto? Qual a pertinência do cruzamento disciplinar com outras áreas do conhecimento, como as Ciências Sociais e Humanas?

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bio | Maria Costa Catré, nasceu em 1994, em Coimbra. Concluiu o Mestrado em Arquitetura pelo Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra em 2017. Enquanto estudante, participou na exposição “Ectoplasma, ou o fantasma do cadaver exquis", sob a direção do Professor António Olaio, para a 16ª Semana Cultural da UC (2014); na exposição “Cidades do Futuro/Cities of the Future”, sob a direção do Professor Mauro Couceiro, para a 18ª Semana Cultural da UC (2016). Participou também no workshop e congresso internacional Muiscarch’17: Designing with(in) Istanbul na Turquia (Maio 2017) NAZARETE CATRÉ apresenta: [PARA ALÉM DO CORPO E DA IMANÊNCIA: A INTERPELAÇÃO DA TRANSCENDÊNCIA…] (comunicação) sinopse | Atravessando o tempo, povos e distintas culturas, a dimensão espiritual presente no ser humano é geradora de múltiplas manifestações, entre elas as religiosas, que o [re]ligam ao Transcendente. Ainda que, durante uma época, essas exteriorizações tenham sido vistas como uma forma de neurose ou de alienação social, atualmente os estudos têm evidenciado que assim não é, pelo contrário: elas apresentam sobretudo repercussões positivas em aspetos concretos da vida das pessoas como sejam a sua saúde, o seu bem-estar e a sua qualidade de vida [física, psicológica, do meio envolvente, das relações sociais]. Num mundo conturbado como aquele em que vivemos, contrabalançados que estamos na dupla vertente da nossa condição humana de seres demens e sapiens, tenebrosos e luminosos, decadentes e resgatáveis; de seres que vivem, respetivamente, entre o dia-bólico que os mergulha na obscuridade e o sim-bólico que os anima para a luz (Boff, 1998), questionamo-nos: é essa dimensão espiritual o que [verdadeiramente e apesar de tudo] nos humaniza? bio | Nazarete Catré (Maria Nazarete Costa Catré) nasceu em Angola, em 1963. É licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Enveredou pela área da Educação, exercendo as funções de Professora. Por isso, a sua formação integra ainda o Curso Básico de Ciências Religiosas e o Curso de Desenvolvimento Pessoal e Social e Pósgraduações/Formações Especializadas em Educação Especial, Animação Socioeducativa, Administração Escolar e Educacional, Bibliotecas e Animação da Leitura. Doutorou-se em Psicologia (especialidade Psicologia da Educação) pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra em associação com a Universidade de Lisboa. Publicações: Costa Catré, M.N., Ferreira, J.A., Pessoa, T., Pereira, M., Canavarro, M. C., & Catré, A. (2014). O domínio SRPB (Spirituality, Religiousness, and Personal Beliefs) do WHOQOL-SRPB. Revista Análise Psicológica, 4, 401-417. doi: 10.14417/ap.872 Costa Catré, M.N., Ferreira, J.A., Pessoa, T., Catré, A. & Catré, M.C. (2016). Espiritualidade: Contributos para uma clarificação do conceito. Revista Análise Psicológica, 34, 1, 31-46. doi: 10.144417/ap.877 PAULO RODRIGUES SANTOS apresenta: [IMMUNO.EDITING] (comunicação) sinopse | O conceito de que o sistema imunológico pode reconhecer e destruir células transformadas foi inicialmente descrito na hipótese de imunovigilância do cancro de Paul Erlich, Macfarlane Burnet e Lewis Thomas. Recentemente, descobriu-se que o sistema imunológico pode editar/esculpir os tumores. Esta edição biológica serve de mote para o tema casa-corpo. Em que medida a nossa casa, o nosso corpo, reconhece, elimina, se equilibra ou sucumbe quando algo escapa ao nosso controlo bio | Paulo Rodrigues Santos: Formação em Ciências Biomédicas, Bioquímica, Biologia Celular, Biomedicina e Ciências da Saúde em Coimbra e Colónia. Estuda a interacção do sistema imunológico com o cancro na Faculdade de Medicina e no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra. Tem abordado a resposta imune e a forma como alterações celulares e moleculares deste sistema podem ser usadas no desenho de novos 14


tratamentos. É o realizador e locutor programa semanal de jazz :ruclub na Rádio Universidade de Coimbra. PEDRO BARBOSA apresenta: [DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DA CIBERLITERATURA À UFOLOGIA] (comunicação/entrevista em debate) sinopse | Não tenho, nem posso, nem quero ter, todas as respostas. Estou cheio de perguntas. Por isso nada tenciono expor. Mas estarei disponível, sim, para um debate de ideias. Debate que poderá ir da Ciberliteratura à intervenção Extraterrestre e Extradimensional no nosso planeta. Depende da interacção que a Isabel Maria Dos decida propor. Em co-produção. Quando ensinava, sempre preferi ensinar o que não sabia, não o que sabia: isso tinha um sabor a redundância. Se conseguir transformar respostas em perguntas, valerá a pena o encontro. O computador ensinou-me: “A capacidade do responder está na capacidade do perguntar”. Assim seja. Aberto(s) ao acaso - sua metafísica. bio | Pedro Barbosa é natural do Porto. Licenciado em Letras (Filologia Românica) pela Universidade de Coimbra e Doutorado em Ciências da Comunicação (especialidade: Semiótica) pela Universidade Nova de Lisboa. Leccionou e realizou investigação em várias universidades do país e do estrangeiro: Faculdade de Letras do Porto, Universidade de Paris X (Nanterre), Universidade de Siena (Itália), Universidade Louis Pasteur (Estrasburgo). Na Universidade de Estrasburgo desenvolveu com Abraham Moles um trabalho de investigação no âmbito da arte gerada por computador. Ex-professor coordenador na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (Instituto Politécnico do Porto) e ex-professor convidado na UFP, integra como investigador os seguintes Centros: Centro de Comunicação e Linguagens (CECL) da Universidade Nova de Lisboa; Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência (CTEC) e Centro de Texto Informático e Ciberliteratura (CETIC) na UFP; Núcleo de Pesquisas em Hipermídia (NUPH) na PUC-São Paulo (Brasil); Centre de Recherches sur les Textes Électroniques Littéraires (CERTEL), na Universidade de Artois (França). Obras principais Ensaios: «Teoria do Teatro Moderno» (Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores – 1ª ed. 1982); «Aspectos da Renovação Dramatúrgica na Trilogia do Teatro-noTeatro de Pirandello» (1993); «Metamorfoses do Real: arte, imaginário e conhecimento estético» (1995); «A Ciberliteratura: criação literária e computador» (1996); «Arte, Comunicação & Semiótica» (2002); «Teoria do Teatro Moderno: a hora zero» (2ª edição, 2003); «Ciberliteratura, Inteligência Artificial e Teoria Quântica» (ebook, 2012). Teatro: «Eróstrato» (rito teatral - 1984); «Anticleia ou os Chapéus-de-Chuva do Sonho» (peça falada - 1992); «PortoMetropolitanoLento» (1993); «PortoImaginárioLento» (2001); «AlletsatorXPTO.Kosmos2001» (ópera electrónica – 2001); «Sacrilégio Teatral» (2ª ed. de Eróstato – 2004); «Há Alguém Aí?» (2ª ed. de Anticleia – 2004). Ficção: «O Guardador de Retretes» (logoficção - 1976, 1978, 1986, 2007); «Prefácio para uma Personagem Só» (quase novela 1993); «Histórias da Menina Minhó-Minhó» (para crianças - 1988, 2009). Ciberliteratura: «A Literatura Cibernética 1: autopoemas gerados por computador» (1977); «A Literatura Cibernética 2: um sintetizador de narrativas» (1980); «Máquinas Pensantes: aforismos gerados por computador» (1986); «Teoria do Homem Sentado» (livro electrónico) (1996); «O Motor Textual» (livro electrónico infinito) (2001). Ufologia: «Na Órbita da Questão Extraterrestre: fábulas ufológicas e outros ensaios» - (ebook, 1ª ed. 2014; 2ª ed. 2016); «Em nome do Cosmos 1 (crónica de um contacto alienígena)» - Sob o signo de Adeni Saba (2016); «Em nome do Cosmos 2 (crónica de um contacto extraterrestre)» - Sob o signo de Tshuntsha Ptshba (2016); «Em nome do Cosmos 3 (crónica de um contacto extraterrestre)» - Miragem: estrela Antares (2017). pedrobarbosa.net

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RÚBEN GOMES apresenta: [DO PAPEL PARA O ECRÃ: O CORPO COMO UM ÓNUS] (comunicação) sinopse | Mais que um mero relato de uma narrativa que é consubstanciada na imagem reproduzida em meios físicos como ecrãs dos televisores, telas dos computadores, ecrãs dos tablets e smartphones ou das salas de cinema, há um conjunto de aspectos indestrinçáveis do storytelling que o tornam uma marca societária e nos levam a questionar a sua origem, processo e receptividade. Nos “Persona”, de Ingmar Bergman, ou “A Pele que Habito”, de Pedro Almodóvar, o corpo assume um ónus que nos transporta da sua concepção e visualização através dos dispositivos supracitados até a uma opulenta reflexão da condição humana. É, pois, pretensão reflectir sobre eles desde o que potenciou a sua escrita e produção até aos significados substractos que nos transmitem. bio | Rúben Gomes tem interesse pelos mais diversos aspectos da vivência em sociedade. Praticou teatro e jornalismo amadores durante o ensino secundário. Essa experiência inspirou-o para o percurso que iria realizar no futuro. Realizou a licenciatura e o mestrado em Estudos Artísticos, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. No presente, os seu estudos centram-se na área dos Estudos Fílmicos e da Imagem. Paralelamente à actividade académica, participa em projectos de educação não-formal do programa Erasmus+, da União Europeia. TELMA JOÃO SANTOS apresenta: [ENTRE A INVESTIGAÇÃO MATEMÁTICA E A CRIAÇÃO ARTÍSTICA: UM CAMINHO POR PERCORRER] (comunicação) sinopse | A ideia de que, ao fazer investigação científica se convoca o lado “racional” e de que, ao criar um objecto artístico, se convoca o lado “emocional”, como se fossemos duais e separáveis, esteve presente durante muito tempo nas nossas sociedades; só há algumas décadas se começou a diluir o dualismo mente-corpo, ou dualismo cartesiano. Muitos trabalhos têm sido desenvolvidos nas relações entre arte e ciência, e em particular entre dança e matemática e que têm promovido uma maior proximidade: a matemática como gerador de criação e de leitura/compreensão em dança, a dança e o movimento como complementos de aprendizagem matemática, a compreensão de uma a partir da utilização da outra. Apresentarei alguns artistas e cientistas que cruzam a matemática e a dança, como a dupla Karl Schaffer e Eric Stern, Katarzyna Wasilewska, entre outros, e também entre a matemática e a arte da performance, como Esther Ferrer e Irma Optimist. Introduzirei um modelo relacional em criação artística, onde são usados alguns conceitos matemáticos bem conhecidos, e duas das performances onde este modelo foi utilizado em várias direcções: On a Multiplicity e In Between Selves. Este modelo foi construído como modelo de criação, apresentado algumas dificuldades quando é utilizado na leitura/compreensão de outras performances, tornando necessária a sua abertura para diferentes aplicações e respectivas limitações contextuais. Será apresentada a performance AIM, de Flávio Rodrigues, como estudo de caso. Abordarei um pouco a investigação que tenho desenvolvido em Cálculo das Variações, centrada no Princípio do Máximo Forte e obtenção de estimativas para as soluções de problemas de minimização, e a forma como ela participa num olhar artístico e crítico sobre as possibilidades de construção de relações possíveis entre criação artística e investigação científica apresenta: [LABORATÓRIO: MATEMÁTICA-CORPO] (workshop) sinopse | Trata-se de um workshop centrado na exploração do cruzamento da Matemática, Movimento e Dança, relações e aprendizagens com um conjunto de atividades práticas previstas para 180 minutos será dado por Telma João Santos (formadora com registo de creditação nº CCPFC/RFO-37984/17). Neste workshop-laboratório serão partilhados alguns exercícios e jogos colaborativos específicos que permitem desenvolver, em oficina, 16


competências físicas, sociais e de compreensão de conceitos matemáticos abordados nos ensinos básico e secundário. Os padrões geométricos, a trigonometria, a estatística, a resolução de equações simples, a noção de limite, os paradoxos da lógica matemática, bem como a utilização de conceitos na criação de pequenas coreografias, onde a noção de “belo” está presente em ambas as áreas, são alguns dos temas abordados. Os vários exercícios e jogos são, na maioria, colaborativos, o que permite a participação de todos os formandos, bem como a gestão das relações entre eles, o debate das várias formas possíveis na resolução de problemas ou questões matemáticas, e a definição de regras e limites ao longo do processo. Este workshop tem como objectivo principal fornecer competências aos professores do ensino básico e secundário para que possam desenvolver algumas actividades dinâmicas em sala de aula, no jardim, no pátio ou no ginásio da escola, nas relações entre o movimento criativo ou a dança e alguns conceitos matemáticos associados aos vários graus de ensino. Estas actividades contêm em si vários objectivos nas aprendizagens dos alunos, pelas suas características: trabalhar e pensar em conjunto, estabelecer regras estruturais para que a actividade possa decorrer da melhor forma, participação activa de todos os alunos, movimento do corpo nas suas várias vertentes – coordenação, respiração, locomoção, noção de espaço, do outro, de si – e um trabalho muito intenso sobre o foco. Muitas destas características não são muito usuais no contexto de uma aula habitual de matemática, podendo ser também um elemento motivador e conciliador dos alunos com alguns conceitos matemáticos. Referências Bibliográficas: [1] Schaffer, K. and Stern, E., Math Dance with Dr. Schaffer and Mr. Stern, 2001. [2] Renesse, Christine von; Ecke, Volker; Fleron, Julian F. and Hotchkiss, Philip K, Discovering the Art of Mathematics – Dance, National Science Foundation, 2015. [3] Leandro, Cristina. A Dança Criativa e a Aprendizagem no 1.º Ciclo do Ensino Básico: Contributos de uma abordagem interdisciplinar no Estudo do Meio, no Português, na Matemática e na atitude criativa, Tese de Doutoramento, FMH- UL, 2015. [4] da Silva e Costa, Ana Margarida. A Interdisciplinaridade entre a Expressão Criativa e a Matemática no 2º ciclo da Escola de Dança Ana Luísa Mendonça. Relatório de Estágio de Mestrado, ESD-IPL, 2015. [5] Rosenfeld, Malke. Jump Patterns: Percussive Dance and the Path to Math. Teaching Artist Journal 9(2), 78–89, 2011. bio | Telma João Santos é Doutorada em Matemática – Cáclulo das Variações – desde 2011 e Doutorada em Artes – Arte da Performance – desde 2016. Ensina na Universidade de Évora desde 2000 no Departamento de Matemática e desde 2015 também no Departamento de Artes Cénicas. Desde 2016 que desenvolve performances, onde a investigação em matemática está presente. Tem feito investigação em Cálculo das Varações, sobre as analogias, interferências e possíveis paradigmas entre os cálculo das variações e a performance, bem como sobre processos colaborativos no que respeita a documentação em performance. telmajoaosantos.net VÍTOR COSTA apresenta: [A VIVÊNCIA ARTIFICIAL DE UMA MORTE AUSENTE] (comunicação) sinopse | A morte asséptica e a falência da religião activam uma nova vivência da morte e transformam os cemitérios oitocentistas - autênticos museus a céu aberto - em destino turístico onde os vivos são seduzidos pelos mortos. Esta relação é, no entanto, experienciada em antonímia, quer pelo (des)relacionamento existente entre o visitante e o tumulado, quer pela incapacidade de apreender o discurso iconológico presente nos monumentos funerários do romântico século XIX. bio | Vítor Costa é licenciado em História da Arte e, desde 2010, assistente convidado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). É igualmente investigador no CAACP (Centro de Estudos Arqueológicos, Artes e Ciências do Património), encontrando-se actualmente a concluir o seu doutoramento em História da Arte, um estudo centrado na problemática da Arquitectura e Arte Cemiterial no século XIX. 17


exposição colectiva arte e ciência [CASA-CORPO] comissária CLÁUDIA FERREIRA

sinopse | O/as fazedore/as de [Casa-Corpo] provêm da Arte e da Ciência: que aliam, desalinham, constroem, estruturam, em suaves veios que, aparentemente visitados pela divergência, afinal estabelecem conexões apenas inesperadas numa civilização habitada por contrastes que urge problematizar, e reflectir. [Casa-Corpo], Casa-Corpo, casa e corpo, morada. Emmanuel Levinas afirma que a experiência do mundo se dá através de uma morada, sendo que esta é marcada pela presença feminina, sinónimo mesmo do acolhimento. Portanto, os caminhos encetados no/pelo exterior estão indelevelmente situados numa matriz interior, onde constela todo um reduto voluminoso. Esta exposição, portanto, convoca essa matriz interior na forma de núcleo, exemplarmente exemplificado no/pelo corpo, cujos limites pressupõem distâncias. São estas que possibilitam, todavia, as singularidades na diferença; do contraponto, de onde não se ausenta uma musicalidade específica, advêm os contágios.

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f icha técnica e artística autoria | coordenação | desenvolvimento ISABEL MARIA DOS investigadores | artistas e cientistas participantes ADELAIDE CHICHORRO FERREIRA ANDRÉ ROSA CLÁUDIA FERREIRA ERNESTO COSTA FRANCISCO LAVRADOR PIRES FREDERICO DINIS ISABEL MARIA DOS JOÃO MENDES RIBEIRO JOÃO LEMOS PINTO LINO FERREIRA LUIZ FELIPE PONDÉ MARIA ISABEL AZEVEDO MANUEL VALENTE ALVES MARCO ANDRÉ MADUREIRA MARIA CATRÉ NAZARETE CATRÉ PAULO RODRIGUES SANTOS PEDRO BARBOSA RUBEN GOMES TELMA JOÃO SANTOS VITOR COSTA e x p o s i ç ã o [c a s a – c o r p o] artistas e cientistas participantes FREDERIGO DINIS ISABEL MARIA DOS JOÃO MENDES RIBEIRO MANUEL VALENTE ALVES MARIA ISABEL AZEVEDO PAULO RODRIGUES SANTOS TELMA JOÃO SANTOS e x p o s i ç ã o [c a s a – c o r p o] comissária CLÁUDIA FERREIRA neurologIcai dinner | jantar de encerramento performativo partIcipantes ANDRÉ ROSA (arte da performance) ISABEL MARIA DOS (arte da performance) TELMA JOÃO SANTOS (arte da performance) FREDERIGO DINIS (som-ambiente) fotografia e vídeo de arquivo GUILHERME FORTE NEVES

| cortesia

parcerias C M C . CÂMARA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA C N C . CENTRO DE NEUROCIÊNCIAS E BIOLOGIA CELULAR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA T A G V . TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE C F A E . M I N E R V A . CENTRO DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS C F A E . N O V A Á G O R A . CENTRO DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS apoios técnicos e de logistica C M C . CÂMARA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA C N C . CENTRO DE NEUROCIÊNCIAS E BIOLOGIA CELULAR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA T A G V . TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE L A B C O D E . CENTER OF RESEARCH-CREATION AND TRAINING IN ART AND SCIENCE D F U A . DEPARTAMENTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO apoio à divulgação C M C . CÂMARA MUNICIPAL DE CONDEIXA-A-NOVA C N C . CENTRO DE NEUROCIÊNCIAS E BIOLOGIA CELULAR DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA T A G V . TEATRO ACADÉMICO DE GIL VICENTE C F A E . M I N E R V A . CENTRO DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS C F A E . N O V A Á G O R A . CENTRO DE FORMAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS R U C . RÁDIO UNIVERSIDADE DE COIMBRA

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NOVEMBRO 2017

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