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//CARTA DE APRESENTAÇÃO

O objetivo principal da PICTURE é trazer fotógrafos não conhecidos do meio para mostrar seus contrastes, formas de atuação diferenciada e como veem o mundo, sempre lembrando outras formas de expressão através da arte e respeitando diferenças culturais, regionais, políticas e raciais. Na revista traremos um formato de fácil leitura por escritores independentes e com foco nas imagens respeitando sempre a forma de ver o mundo do fotógrafo ou artista e dando enfoque as suas imagens. Se divirtam e fotografem!

EDIÇÃO 1/2018 ISADORA DE PAULA FIGUEIREDO DESIGN - EDITORAÇÃO

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//SUMÁRIO

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REALIDADE OCULTA - pág 08

TÁVIA JUCKSCH - pág 24

OMAR VICTOR DIOP - pág 10

BACO EXÚ DO BLUES - pág 24

EVELYN BENCICOVA - pág 12

ISADORA NÃO ENTENDE NADA - pág 25

BOGDAN GÎRBOVAN - pág 16

VOMIT3D - pág 25

TITO MOTTA - pág 17

BOLOVO - pág 26

DELFINA CARMONA - pág 18

TINA YU - pág 26

LUCAS LANDAU - pág 19

BRYAN PLUST - pág 27

@CESINHA - pág 21

ENCOSTINHO - pág 27

@MOFEBAMUYIWA - pág 22

MARI CARVALHO - pág 30 e 31

@ALIENCREATURE - pág 23

@IRAVILLE - pág 30 e 31

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//spotlight

REALIDADE OCULTA // REVELANDO O TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL

Esses registros foram feitos por fiscais do trabalho, policiais rodoviários/federais, entre outros integrantes de órgãos que atuam no combate ao trabalho escravo no país com a intenção de revelar as condições de trabalho de muitos indivíduos. Essas fotos fizeram parte de uma uma exposição itinerante na Bahia e servem de alerta para a sociedade.

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omar victor diop// liberty

Nesse ensaio o africano demonstra como os negros foram vistos nos vários processos exploratórios ao longo dos anos e a ordem cronológica dos protestos africanos diante à essas mudanças. Sempre usando formações que se repetem, muitas cores e vários líderes desses protestos tendo sua própria imagem como personagem principal em algumas fotografias. omarviktor.com

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evelyn bencicova // asana

O ensaio da Eslovaca foi retirado de um clipe musical no qual fez a direção artística, nele ela retrata em sentimentos a metamorfose de ter crises existenciais no processo de formação como uma pessoa integrante do mundo e ao mesmo tempo a agonia de se sentir sem forças para lutar com as coisas que estão externas a nós. Evelyn utilizou de cores claras e lugares fechados para representar o mundo como se fosse um vazio e nós sozinhos diante a tudo isso. evelynbencicova.com behance.net/evelynbencicova

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//view

BOGDAN GîRBOVAN

Fotos de uma série que nomeou de “Two months nowhere” no qual passou 2 meses andando por lugares que não conhecia na Romênia e registrou os pequenos detalhes que lhe chamavam a atenção de toda aquela confusão. girbovan.ro

tITO MOTTA

Com toda naturalidade e sem muitas edições ou ajustes em suas fotos tiradas do celular, Tito retrata pequenas pedaços de seu cotidiano, e pequenos retratos do Brasil, especificamente, São Paulo, sempre tendo um tom cômico e de coincidência nas coisas que muitas vezes nem reparamos no dia a dia. @titomotta

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delfina carmona

É fotógrafa e faz criação visual, suas fotos exploram as cores quentes do seu cotidiano, fotos comuns porém sempre bem produzidas e editadas, levando uma naturalidade ao contexto que ela encontra, sempre usa objetos comuns e texturas de paredes, reflexos de luz e transparências, tudo isso traz uma organização e leveza ao seu trabalho, que tem base na Argentina.

@delfinacarmona

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lUCAS LANDAU

Fotógrafo do Rio de Janeiro tendo vários projetos que captam a essência do povo brasileiro e dos problemas que muitos sofrem, se intitula “contador de histórias” e é isso que tenta passar na face das pessoas as quais capta, tendo cunho jornalístico e artístico enxerga pequenos detalhes e os expõe. @landau

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//para conhecer

@cesinha

Fotos de celular captadas de SĂŁo Paulo e do Brasil, perspectivas, cores e alinhamentos dos contrastes diĂĄrios.

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@mofebamuyiwa

Fotรณgrada do ramo da moda que sรณ capta mulheres negras, ensaios que exaltam o poder das mulheres e dias especiais para as mesmas.

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@aliencreature

Fotos de coisas simples, mas com enquadramentos precisos, para apreciar a natureza em conjunto com nosso meio.

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//otherview

TÁVIA JUCKSCH

As Tattoos de Távia Jucksch envolvem a botânica e representações da fauna unindo projetos de desenho manuais , pins, velas feitas a mão com seu pai e um delicado trabalho de visão gráfica de suas composições.

taviajucksch.com @tavia.jucksch

baco exú do blues

As músicas autorais de Baco contém letras marcantes com cunho de crítica e sexual, com seu novo álbum “ ESÚ”, Baco já aparece como um grande nome da música brasileira e rap sendo destaque até na capa da revista rolling stones.

@exudoblues Baco Exu do Blues BacoOficial

isadora não entende nada vomit3d Literatura e pintura aquarelada de Isadora não entende nada, sempre sobre amor, com pequenas doses de realidade, encanto e coragem, seus textos abraçam e fazem pensar, só assim se pode definir sua arte.

isadoranãoentendenada.com @isadoranaoentendenada IsadoraNaoEntende Nada

Marca independente que traz desenhos gráficos com coleções que envolvem o mundo geek, filmes, personagens, animais etc mas tudo com um toque manual e colorido sempre pensando no conforto e tendências.

vomit3d.com.br @vomit3d Vomit3d

Nesta obra Baco personifica o paradoxo: bem e mau, sagrado e profano, deus e homem, destacando a palavra “Esú” (o orixá africano Exú) dentro de “Jesus” (entidade máxima do catolicismo) na capa, inspirada em uma fotografia de Mário Cravo Neto.

“Exú e Jesus são pessoas que andaram no caminho do meio”, debate. “Por que Exú é tão demonizado e Jesus é tão ovacionado? Eles eram tipo: ‘Independente do que é bom ou errado, nós aceitamos os dois e vivemos os dois’.”

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bolovo

Grupo independente que traz em suas filmagens o cotidiano de seus amigos com o skate e uma pitada de humor, suas produções os possibilitaram ter uma loja de roupas e explorar mais seus ensaios fotográficos trabalhando até em conjunto com a MTV.

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Tina yu

Suas esculturas são destaque mas Tina envolve muitas outras técnicas como, pintura acrílica, aquarela, colagem e além de tudo faz artes gráficas com criatividade, criando personagens e situações estranhas mas com lindos detalhes e atenção a composição que se torna impecável.

bolovo.com

tinayuartist.com

@bolovo

@tina.yu.artist

Bolovo

TinaYuart

BolovoProductions

TinaYuArtist

bryan plus

Artista gráfico que une em seus trabalhos desenhos e o uso de softwares 3D, em suas fotos usa recursos de softwares de manipulação de imagens para deixar com tons surreais e inimagináveis.

bryanplust.com Bryanplust @bryanplust

encostinho

O personagem de Márcio, um zineiro que a partir da ideia de um demônio camarada que traz dicas de convivência decidiu escrever e desenvolve-lo para mostrar que todos temos nosso lado bom e ruim. Ele pode ser encontrado em sua loja online como boneco ou zine.

elo7.com.br/mar ciosno/loja @encostinho

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//não esquecer

PRECISAMOS PROCURAR AMORA Por: Mariana Carvalho O amor veio para mim em uma tarde de las costas, minha maior alegria era al-

domingo com sua melhor forma procurando testar minha mente e meu coração, desafiou-me a escrever sobre uma tal de amora na qual eu nunca havia ouvido falar, e como se não bastasse me deu apenas uma semana para isso. Eu estava completamente encantada com a sua presença que aceitei o desafio e acabei me esquecendo de perguntar quem era essa coisa com nome de fruta. Quando dei por mim ele desapareceu. Como eu, Mariana faria para achar Amora, seria ela uma menina com nome de fruta? Passei o resto do meu domingo pensando sobre isso, começaria a procurar por algo no dia seguinte para não perder tempo. Na segunda resolvi acordar às 6 da manhã e sair andando por ai para perguntar por ela, mas no caminho, bem na quadra 9 do meu bairro estava a padaria de Seu Joaquim. Logo me veio lembranças dos 12 e consequentemente de minha mãe. Eu sentia muita falta do cheiro do pão quentinho saindo do forno, do barulho da colher batendo na xícara cheia de café e da escultura que meu bolo de chocolate de sempre tinha. Sabe, algumas coisas na nossa vida são impagáveis, uma delas era ver minha mãe sorrindo com os olhos quando me via feliz com a chegada do bolo, talvez ela gostasse de sempre me ter por perto e hoje quase nem nos falamos mais. Seus cabelos são os mais bonitos que alguém poderia querer, os cachos fazem o desenho certinho descendo pe-

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guém dizer que eu tinha os seus traços, porque sua beleza era a maior de todas... Minha tolice é tamanha que me perdi completamente, vocês deviam me avisar quando perdermos o foco, precisamos procurar Amora. Histórias familiares e pensamentos soltos não podem fazer parte de coisas importantes como essa história. A partir de agora tudo que for resto é bastardo. Voltei pro agora e segui meu caminho, eu não sabia como encontrar Amora já que havia tanto tempo que me perdi. Peguei um ônibus as 7:15 com direção para o centro, parei na frente de uma floricultura e decidir entrar para ver se alguém tinha alguma informação, logo de cara encontrei rosas brancas e azuis, e elas me lembraram minha vó, mas não tanto quanto as orquídeas roxas colocadas no canto direito de lá - Tudo que me faz lembrá-la inquieta o coração, porque quando sentimos falta de algo que já se foi é quando percebemos que a vida nos ocupa o tempo que deveria ser das pessoas importantes antes delas partirem. Aos 15 minha vó me presenteou com rosas brancas e três anos mais tarde, azuis, e com 20 eu já não via mais espaço nas rapidezes do dia para estar perto dela. Com o aperto no peito e a dor que caminhava comigo ali dentro, resolvi ir para outro lugar, antes perguntei para a dona da floricultura se ela conhecia Amora, e engraçadamente me respondeu “é uma fruta, não é?”...

O dia mal havia começado e eu só con- das em meus olhos e depois das tamanhas seguia pensar o quão difícil isso seria, da próxima vez eu corro do amor antes mesmo dele me dirigir a palavra. Passei horas procurando em lojas, praças, até em cemitérios e nada dessa menina. O cansaço me veio às 16 horas, mas naquele dia não fui para a minha casa, depois de anos resolvi procurar o colo de alguém que eu sabia que estaria lá, mudei o caminho e quando dei por mim estava ali com a minha mãe, os traços da idade já cobriam todo seu rosto, mas seus olhos ainda eram os mesmos que sorriam sempre ao me ver. 612 dias tinham se passado desde a ultima vez que resolvi vê-la, contando daqui pra frente, zero. Terça feira eu comecei as buscas meio dia, procurei em todas as escolas da minha cidade e nada dessa menina, então quando dei por mim estava em becos escuros completamente desesperada tentando encontrar alguma coisa que me levasse a ela. O desespero bateu na minha porta e a loucura se fazia presença ali, eu não estava mais acreditando que o amor esteve comigo, eu o vi, mas os olhos enganam e quando dei por mim a lua já brilhava no céu. Sentei em uma praça podendo sentir minha sanidade sendo levada por meus medos, então daquele jeito que a gente menos espera, o amor veio até mim pela segunda vez, em uma noite de terça. Perguntou-me por quais motivos a desistência se fazia presente em mim, também disse que as lagrimas estavam pesa-

observações soltou que nunca havia dito que Amora era uma coisa ou uma menina, muito menos que seria apenas uma fruta... “Vocês humanos estão tão preocupados em ver que ficam cegos e surdos, são incapazes compreender o simples”. Desapareceu. Mais uma vez. Quarta feira sai para procurar Amora, mas dessa vez eu só quis pensar o que era Amora. Então de longe escuto o som do violoncelo dando algum sentido à vida e ali pude sentir meus ouvidos em uma grande conversa com meu coração. Fui seguindo o som e quando percebi estava na entrada do teatro e logo na minha frente no jardim, uma orquestra se fazia arte. Naquele momento minhas emoções estavam em verdadeiro caos e meu corpo dançava suavemente mesmo estagnado. A felicidade em mim era tão grande que nem me dei conta da pessoa a me observar, moço alto com olhos castanhos, um solista tímido. Então naquele dia não voltei sozinha para casa, assim como em todos os outros dias, e acabei por me esquecer de Amora e o amor resolveu não aparecer mais para mim. Tempos depois eu recebi uma carta de amor, dessa vez as rosas eram vermelhas, e na despedida “Com amor a”, e assim conheci Amora. A menina que não era menina nem fruta, era amor. Com amor a mim, a ele. ou a morte e a vida. Com amor a tristeza feita à felicidade. Com amor ao amor, e a nós. Agora, eu vejo, talvez nós só não estivéssemos olhando.

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