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ÍNDIO NÃO É FANTASIA
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EDITORIAL Isabele Matos belinha.06@gmail.com
Emilly de Jesus emillyjesussantanasantos@gmail.com
Larissa Camile Sena lccamilesenasouza@gmail.com
Arthur Cruz arthurcruzdasilva@yahoo.com
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EQUIPES DE EDIÇÃO DAS SEÇÕES _______________________________________________________________
OPINIÃO Enzzo Lucas Eduarda Adorno Geovanna Cordeiro Íris Morena
MÚSICA Asafe Ézer Israel Sá Marcos Paulo Pedro Carvalho
DEMARCAÇÃO DE TERRAS Ana Luiza Luara Gomes Gabriel Ferreira Vinícius Nazário
CULINÁRIA Williane Bonfim Daniele Santana
CULTURA Rebeca Menezes Elaine Ramos Emanuelle Sanmartin Anailda Gonçalves
VIDA INDÍGENA FORA DA TRIBO Natalie Silva Mirella Lopes Estefane Kailane Kamilly Bispo
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SUMÁRI
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1. Carta ao leitor 2. SEÇÕES 2.1. Opinião 2.1.1 O índio na literatura e na língua brasileira
2.2. Música 2.2.1 Influências indígenas na música brasileira
2.3. Demarcação de Terras 2.3.1 Funai
2.4. Culinária 2.5. Cultura 2.6. Vida indígena fora da tribo
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O Brasil, hoje, é miscigenado, formado pelas três grandes etnias: a branca europeia, sobretudo a portuguesa, diversas contribuições africanas e os mais variados povos indígenas.
"Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" (Constituição Federal de 1988), o Índio é Brasileiro. "Índio não é fantasia", frase impactante da ativista indígena Katú Mirim (32) que luta pela representatividade dos povos indígenas. Segundo a rapper paulista, seu povo e ancestrais sofrem de racismo e etnocídio desde quando o Brasil foi invadido e colonizado; quando seus antepassados foram torturados, massacrados e, parcialmente, dizimados; suas culturas, crenças e tradições desrespeitadas por aqueles que se denominaram “descobridores” e “donos” do Brasil.
Muitas questões ainda não foram discutidas sobre o verdadeiro legado deixado pelos nativos do nosso país. A história cultural das etnias nativas é pouco estudada e aplicada na grade curricular.
Quando lecionada, é feita de maneira estereotipada, racista e desrespeitosa. Um exemplo disso é a falta de instrução do educador em determinadas escolas e instituições, principalmente no Ensino Fundamental, quando o estudante invés de se aprofundar nas raízes estruturais dos indígenas, ensinam às crianças a se fantasiar desse povo, fazendo uso de detalhes preconceituosos como: uso de penas, cocares e pinturas representativas e ritualísticas (o que remete a um desrespeito às tradições), podendo se enquadrar em apropriação cultural.
Voltando há mais de meio milênio, século XVII mais precisamente, o Brasil: Uma terra desconhecida do mundo Oriental, seus habitantes: ainda não haviam nome reconhecido por si mesmos (como poderiam ser chamados “índios” ou “indígenas”?) vivendo tranquilamente (ou não) as suas vidas, de acordo suas culturas (pois havia diversos povos). Comparando com a sociedade que ocupa o território brasileiro na atualidade, qual o motivo da diferença cultural se não fomos os pioneiros na ocupação das mesmas terras (descendentes miscigenados de índios, portugueses, britânicos, entre outras ascendências)?
Ativista Katú Mirin ao 6 fundo
Segundo o censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2001 (realizado a cada 10 anos), o número atual é de aproximadamente 700.000 mil pessoas, muito menos de 1% da população brasileira. Houve um período em que os quase 5 milhões representavam os 100%, isso significa que duas cidades de Salvador (BA) foram dizimadas, não apenas em números, mas também culturas inteiras, histórias e visões que explicam de maneiras distintas sobre a construção do mundo e universo, a riqueza dos mais de 1.400 povos e mais de 1.300 línguas perdidas ou cortadas da história de forma violenta e ignorante.
Mesmo diante de tantas dificuldades, a resistência coletiva manteve alguns povos de pé até hoje. Boa parte ainda mantém sua identidade intacta, enquanto outros tiveram uma determinada parcela de influência externa (influência dos outros povos de outros continentes), porém não é novidade que, apesar de todo o contexto histórico de abuso cultural (endoculturação) e privação de liberdade, ainda há poucos que mantém a sua tradição, musicalidade, hábitos, costumes, sua alimentação, sua vivência e convivência, pontos os quais são bem destacados no livro Iracema, do autor José de Alencar. Um livro com escrita e vocábulo bem rebuscado para a época. Com uma leitura mais atenta é possível fazer uma boa interpretação dos textos, notando a complexidade linguística e a cultura dos povos, assim como a sua alimentação, no qual o autor cita diversas especiarias naturais, como o mel, farinha d’água, os instrumentos musicais de guerra como o boré (estilo de trombeta feita de taquara) e a inúbia; os seus ritos sagrados e crenças, como os Deus Tupã e o seu guerreiro protegido enviado para a tribo do povo Tabajara, o protagonista masculino: Martin, que se apaixonou pela mais bela moça da tribo, a proibida Iracema, bela moça dos lábios de favos de mel.
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Figura 4- 2ª edição do livro “Iracema” por José de Alencar(1829-1877)
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É perceptível que a opinião é formada por diversas pessoas e diversos temas. Para chegar em uma ideia concreta, é necessário que um indivíduo tenha a sua convicção formada, afinal, a tese define o caráter do indivíduo, por isso temos como objetivo buscar o ponto de vista das pessoas do IFBA - Campus Simões Filho sobre o Índio na língua e na literatura portuguesa. Falar sobre o índio ultimamente tem se tornado muito dificultoso, afinal é um tema pouco discutido, com isso diversas opiniões são descartadas por falta de quem ouça.
Falar sobre o índio ultimamente tem se tornado muito dificultoso, afinal é um tema pouco discutido, com isso diversas opiniões são descartadas por falta O índio na língua e na literatura brasileira tem sido esquecido no entendimento de muitos, e, consequentemente, a maior parte dos brasileiros não sabe da importância que os indígenas têm na nossa literatura já que são a base de tudo que hoje existe no Brasil
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O ÍNDIO NA LITERATURA E NA LÍNGUA BRASILEIRA
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Mesmo que não tão frequente na mão das pessoas atualmente, livros são importantes fontes históricas; mesmo aqueles que não são feitos de fatos. Em um livro podemos saber da história de um povo pelas palavras usadas, pela forma de descrever um cenário ou até mesmo pela forma de descrever um personagem e seus costumes.
As histórias didáticas sobre indígenas sempre deixaram muito a desejar ao falar sobre índios como indivíduos, já os contos que usam indígenas como personagem principal ainda usam uma imagem criada pelos primeiros autores a escreverem histórias que se passam no Brasil. A imagem que temos do índio em um conto é de um heroi guerreiro, quando sabemos que nessa época, na verdade, o índio foi a vítima.
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Essa imagem foi criada a partir da necessidade de ter uma identidade mais brasileira e reafirmar a nova pátria Brasil, usando como base o cavaleiro medieval europeu com traços brasileiros. A grande problemática é:
Você acha que essa distorção do índio, ainda que com “boa” intenção de aceitação desse povo como heroi, contribuiu para o nacionalismo??
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Para Ivo Falcão, professor de também muito problemática, Língua Portuguesa e literatura, “a porque, por exemplo, no formação da nossa história, da romantismo lá de José de literatura brasileira tem algumas Alencar, que foi um dos que mais fases, e especificamente, o utilizaram a figura dos indígenas momento do romantismo é o como sendo o heroi nacional, momento também que vem ao como a maior figura de lado de representação. consolidação Quando ele toma A figura do da identidade por exemplo em “O indígena, ela é desse povo Guarani”, Peri para brasileiro. Nesse ele ser o heroi trazida para os projeto nacional no livro, ao livros de literatura lado de Ceci, a nacional que foi criado de como branca mocinha e para ele ser é que a gente existe uma relação construído como o ia pensar a amorosa aí. Peri ele identidade do se coloca, mesmo heroi nacional. Brasil, a sendo essa figura literatura auxilia nesse processo heroica, no identitário, auxilia através da sua lugar de subserviência diante da própria arte. Se no Quinhentismo mulher branca que é Ceci, ele a figura do índio é trazida como vai colocar sua vida em perigo, sendo uma figura bestial, como por exemplo se investir em ingênuo e facilmente dominado, uma briga com uma onça para no romantismo fica mais salvar a vida dela. Então continua observando que ele sofisticada essa relação, porque como herói servil é um projeto eles começam a colocar esse branco de nação, ou seja, ele indígena como sendo heroi, não tem autonomia, ele não é então se espera que esse índio aquele que é crítico na sua ele vá adquirir uma coloração construção de personagem, ele dentro do texto como sendo uma aparece como heroi, mas um figura representativa para nossa heroi a serviço do branco.” nacionalidade. Essa construção do indígena continua sendo
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O Guarani, da Trilogia de JosĂŠ de Alencar.
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“A partir do momento que uma cultura é descrita através da perspectiva de uma outra população esta tentará sobrepor seus costumes/práticas como o ‘correto’ a ser seguido.” -SILVA, Igor.
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No que diz respeito aos indígenas, como estes pertenciam uma linguagem própria, aqueles que dissertaram sobre suas vivências tiveram o controle em como atribuir a sua imagem, podendo haver veracidades assim como falácias.” Com esses pontos de vista podemos perceber que é claro na forma que o indígena é retratado nos primórdios do Brasil a influência do julgamento dos brancos portugueses na sua imagem. Só há uma mudança nesse cenário quando acontece a fase literária do modernismo (fase atual) no Brasil, fase essa que o índio e seus costumes são retratados através de sua própria visão o que os deixa livre de julgamentos e, assim, descritos de forma mais “crua”. Nos dias atuais, há uma evolução perceptível pois temos meios de encontrar literatura escrita por índios com “facilidade”.
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É possível até encontrar uma livraria online com um acervo rico em obras apenas de escritores indígenas; o nome da livraria é “Maracá Conectando saberes” (www.livrariamaraca.com. br/escritores-indigenas).Lá é possível encontrar diversos escritores, como Auritha Tabajara, Edson Krenak, Eliane Potiguara; e obras para todo tipo de leitor, separadas por categorias que vai de “crônicas” à “leitor curumirim”. É evidente que ainda há pontos que necessitam de melhora e a visibilidade ainda não está no seu auge, mas, enquanto brasileiros temos o dever de ajudar esse movimento valorizando a arte dos “brasileiros originais”.
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INFLUÊNCIAS INDÍGENASNA MÚSICA BRASILEIRA
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A grande taba erguia-se no fundo do vale, iluminada pelos fachos da alegria. Rugia o maracá; ao quebro lento do canto selvagem, batia a dança em torno do rude. ALENCAR, José de. Iracema. P.4.
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Devido a carga herdada por nós pelos indígenas nos mais variados âmbitos socioculturais, conduzimos este artigo especificando a influência deixada na música brasileira. Referente ao lugar da música na cultura indígena, ela desenvolvia um papel importante ao conduzir as práticas ritualísticas. Isso levava à harmonização entre suas divindades cultuadas e sua forma de adoração, utilizando-se de instrumentos de sopro como as flautas, instrumentos percussivos dentre eles o chocalhos, além da riqueza no canto (vocal) que é a maneira de conduzir o ritual.
Flauta de bambu
Maracá
Entre os mais variados instrumentos temos o maracá, bastante citado na obra Iracema escrita por José de Alencar. Bastante utilizado em práticas religiosas e guerreiras , esse instrumento era comumente utilizado no ritmo caboclinho que iremos especificar ao decorrer deste trabalho.
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Os jesuítas compreenderam a importância que a música tinha para os índios, então incorporaram em seus arranjos artifícios usados na música indígena gerando maior facilidade na catequização. Como demonstrado através da plataforma digital Rádio Yandê, temos conhecimento de como as influências contribuíram nas mais variadas composições, gerando um crescimento no área musical pelo povo indígena, havendo uma mescla entre seu estilo e os outros já existentes, tal como o pop. Como exemplo disso temos os artistas Wera Mc e Oz Guarani com a música Pemomba Eme, qual é cantada em sua própria língua indígena com características na harmonia mesclando com o ritmo Trap. Por conseguinte, iremos apresentar alguns ritmos brasileiros que foram influenciados na parte harmônica e rítmica.
Wera MC
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Em segundo lugar temos o ritmo carimbo que surgiu em detrimento da colonização portuguesa com os nativos indígenas, pois eles se viram obrigados a saírem do local em que estavam alocados e se espalharam em diversas regiões, proliferando seus costumes, crenças e sua cultura. Uma tribo chamada de tupinambás que se refugiaram na parte litorânea do Pará em busca de um desabafo, libertação de um canto preso e adoração a divindades, criaram um ritmo hoje conhecido como carimbo marcado primordialmente por apresentar um andamento monótono com características de forte marcação dos pés, uma dança visada na imitação de animais e práticas do trabalho cotidiano. Com o passar do tempo o carimbó foi evoluindo devido ao forte engajamento da própria tribo tupinambá ao que diz respeito a herança cultural passada de geração à geração o que acabou acarretando em inovações com enfoque na criação de instrumentos, seu principal foi o chamado curimbó que em tupi (língua falada por diversos nativos) refere-se ao tambor feito de tronco de árvore, no qual “Curi” significa pau e “mbó” refere-se a oco ou furado, em soma traduz pau oco que produz som.
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O Caboclinho é um ritmo originário do estado de Pernambuco, assim como alguns ritmos já citados neste artigo. Este ritmo altamente influenciado pelos indígenas desta região, desde o seu nome a vestimenta característica. O seu próprio nome já é usado para designar filhos
de indígenas com os portugueses (“brancos”). No que diz respeito ao seu ritmo, ele é marcado profundamente pelo estalido das peacas (espécie de arco e flecha de madeira) que serve para conduzir ritmicamente o estilo musical. O ritmo passou por inúmeros processos de mudança até chegar ao que
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conhecemos hoje, porém preservaram o mesmo jeito de conduzir rítmica e harmonicamente, além de utilizar alguns instrumentos como: ganzás e maracás. Partindo para o último ritmo musical a ser apresentado, temos a catira também conhecida como cateretê, qual se apresenta como uma dança proliferada nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, tendo como suas primeiras manifestações relatadas no período colonial. Sua origem ainda é discutida por muitos historiadores embora em sua maioria tenham concordado que a mesma tenha surgido através de uma junção de diferentes culturas com fortes influências tupis, lusitanas, espanholas e africanas. Dando enfoque na influência indígena, acredita-se que as
principais tribos que contribuíram foram as de origem tupi, suas danças com coreografias circulares com ritmo marcado pela batida dos pés e cantos segundo estudos foram primordiais para dois passos mais utilizados da catira conhecidos como “serra abaixo” e “serra acima”. O movimento de serra acima é manifestado pelos dançarinos que rodam uns atrás dos outros, da esquerda para a direita; O movimento serra abaixo é utilizado após darem uma volta completa, os dançarinos se viram e seguem para trás fazendo movimentos da esquerda para a direita.
DEMARCAÇÃO DE TERRAS
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Qual a função da demarcação de terras? Em algum momento você já se perguntou sobre a importância da Demarcação de terras indígenas?
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Nada melhor que começar o tema Demarcação de terras explicando qual a sua função e finalidade, assim trazendo uma breve introdução sobre um tema tão delicado e tão pouco debatido dentro do âmbito social. A presença dos índios no território brasileiro é muito anterior ao processo de exploração e devastação das nossas riquezas e cultura imposto pelos europeus que aqui atracaram marcando nossa história de uma forma que nunca deverá ser esquecida e praticada novamente.
O índio sempre foi o alvo principal dos europeus, pois, até então a terra que um dia seria nomeada Brasil, os pertenciam, e para dar início ao processo de colonização precisavam coibir e impor um regime de superioridade. Mesmo após a independência do Brasil( 7 de setembro de 1822), o indígena assim como hoje em dia, era retratado como um povo transitório, e isso fica evidente na literatura brasileira da época com José Martiniano de Alencar (18291877), um dos escritores mais renomado dentro da
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sociedade brasileira, após a independência. Além de escritor José de Alencar era um político e escravista que não citava os escravos em suas obras. José de Alencar também não citava os portugueses em suas histórias, por esta causa os índios era o seu alvo principal. A literatura indígena de Alencar era composto por Ubirajara(1874) onde os indígenas não tinham contato com a civilização branca, O Guarani(1857) onde houve o primeiro contato do índio com o branco e Iracema(1865) que já incluía a civilização branca na sociedade e os portugueses. Todas as três obras serviu para propagar a ideia que ele tinha do Brasil, porém, era livros conservadores onde Alencar acreditava que os portugueses ajudaram a moldar um caráter civilizatório para o Brasil. Por fim em seus livros o índio não ia contra os portugueses. Com todo nosso histórico antigo e atual, vem à tona a
função e importância da Demarcação de terras indígenas, que tem como objetivo maior sempre garantir aos indígenas a terra que é sua por direito, onde determina a real extensão dos limites demarcados impedindo a ocupação de terceiros. Com isso, os indígenas têm segurança para conviver em harmonia com a sua tribo e assim, podendo cultivar seus alimentos e praticar seus rituais com segurança, sem o medo de terem suas terras invadidas, ou até mesmo tomadas para o desmatamento.
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E como a Funai entra nisso?
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A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi criada por meio da lei n° 5.371, no dia 5 de dezembro de 1967. O objetivo da Funai é implementar políticas e garantias para que os direitos dos povos indígenas sejam cumpridos de forma eficaz. A função da Funai também é estabelecer a demarcação de terras, regularização e fiscalização do território indígena, garantir que ocorra uma conscientização sobre a violação e os direitos dos povos indígenas, além de fazer propostas governamentais para que não ocorra situações de violência, criminalização e preconceito.
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Quando falamos sobre os direitos indígenas constituídos por lei em função da demarcação de terras ao decorrer da nossa história, nos deparamos com a barreira do desconhecido. Poucas pessoas se
Assim como na obra Iracema, publicada em
interessam de fato sobre o assunto e consequentemente criam pensamentos precipitados, baseados na mídia, muitas vezes tendenciosas e rasas.
1865, de José Alencar, que retrata a disputa de terras na
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época, entre tribos. Atualmente, essa disputa é dada entre os indígenas que resistiram ao longo do tempo, mantendo sua cultura e costumes
Os direitos indígenas vêm sendo debatido pelo governo há vários anos. Em 1910, foi criado o S.P.I (Serviço de Proteção aos Índios) fundado por cândido Mariano, um importante e pioneiro nome em pró do movimento indígena em torno da demarcação de terras. Sua
preservados contra o sistema atual que tem como objetivo retirar as terras pertencente aos indígenas por direitos constituídos.
criação se deu pelo decreto nº 8.078 de 20 de junho de 1910, a qual foi uma vitória de setores republicanos, sendo de inspiração positivista. Cândido Mariano tinha como seu principal objetivo o reconhecimento e participação
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dos povos indígenas na formação da nação brasileira, indo na contramão do pensamento da época. O velho código civil brasileiro de 1916, tratava os índios como “relativamente incapazes”, entendia o índio como categoria social transitório, que um dia desapareceriam todos do Brasil. Em 1973, foi promulgada a lei de nº 6.001, que dispõe sobre as relações do estado e da sociedade brasileira com os índios. Seu nome ficou conhecido como o Estatuto do Índio. Em 2010, o indigenismo oficial no Brasil completou 100 anos. Ele foi o movimento intelectual nacionalista, caracterizado pela defesa e
valorização das indígenas no país.
populações
Na década de 80, foi criada a atual Carta Constituição Brasileira, mais conhecida como a Constituição Federal de 1988, considerada a mais completa das constituições. Foi aprovada no dia 22 de setembro e promulgada em 5 de setembro. Ela apresentou avanço importante para criar um sistema de normas a fim de proteger os direitos e interesses indígenas. Os direitos constitucionais dos índios encontram-se definidos mais especificamente no título VIII, assegurando a organização social, costumes, língua, crenças e tradição.
A Funai e a ditadura militar 18
Entrando no cenário da ditadura militar é evidente os planos de desapropriação dos direitos indígenas, onde foi uma época marcante por almejam tornar o índio ponto de atração, com o objetivo de afastá-los de áreas estratégicas que tinham interesses comerciais. Sendo assim os militares concentraram os serviços de assistência básico e
principalmente habitação, para tornar mais vulnerável e menos preciso o acesso a informações sobre a comunidade indígena para os pesquisadores e militantes da época. Por conta de todo o ocorrido surgiu diversas revoltas e manifestações na década de 80 em prol dos direitos indígenas e foram cada vez mais reconhecida a luta pela causa.
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Década de 80- Governo Collor e mudanças
Com toda a revolta dos povos indígenas e seus apoiadores, a Constituição de 1988 acabou por implementar cuidados novos aos indígenas. Foi reconhecido o direito à diferença ( Art. 231), o que incentivou a consolidação de
associações que lutavam juntamente a eles. Para isso acontecer, foram abertas vias de comunicação dos índios com o Congresso Nacional e o Ministério Público. Em 1991, uma comissão foi instalada para reavaliar o Estatuto do Índio, na
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qual foram questionados temas como as situações jurídicas dos índios e as responsabilidades assistenciais da FUNAI, regulamentação do uso e exploração dos recursos naturais. Em 1994, foi paralisada. No início da década de 90, a FUNAI foi transferida para o
Ministério da Justiça e alguns parlamentares anti-indígenas apostaram na proposta de fechá-la. Novamente foram feitas mobilizações indígenas para que isso não acontecesse, pois haveria um grande vazio administrativo.
PROPOSTA DOS GOVERNOS ANTERIORES PROPOSTA DOS GOVERNOS ANTERIORES REFERENTE A DEMARCAÇÃO DE TERRAS REFERENTE A DEMARCAÇÃO DE TERRAS
Em meados do ano de 2009, o governo Lula pronunciou por meio de um decreto presidencial, um projeto de reconstrução da FUNAI, no qual tem a proposta de disponibilizar uma maior capacidade de atuação onde vivem os povos indígenas.
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As administrações executivas regionais e postos indígenas foram substituídas por coordenações técnicas locais e regionais as quais passarão a desenvolver ações participativas juntamente aos povos indígenas. Nesta estrutura está sendo desenvolvido a criação de conselhos construtivos nos quais os indígenas e as organizações parceiras iriam argumentar a respeito das decisões destinadas a eles. .
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O presidente Jair Bolsonaro decidiu que a função de demarcação de terras fosse transferida da FUNAI para o Ministério de Agricultura, porém o congresso alterou essa decisão e novamente encarregou a FUNAI como responsável para essa função.
No dia 19/06/19, o presidente editou uma medida provisória, dentre as decisões tomadas pelo presidente, ele devolveu a demarcação de terras para o Ministério da Agricultura e diz que não pretende fazer novas demarcações com a seguinte fala:
“É uma pressão externa, a pressão de ONGs de fora do Brasil. Só tem reserva indígena praticamente em área rica. Nós queremos é integrar o índio à sociedade, o índio é um ser igual a eu e você. Quando ele se apresenta a nós, ele quer televisão, quer internet, quer futebol, quer ir ao cinema. Ele quer fazer o que nós fazemos; quer ir ao médico, quer ir ao dentista. É isso que nós queremos para o índio, integrar à sociedade como um ser humano igual a nós”.
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BENEFÍCIOS DA DEMARCAÇÃO DE TERRA EM PROL DA BIODIVERSIDADE
A demarcação contribui ativamente para a biodiversidade, pois com ela uma determinada área florestal é preservada e é consideravelmente isenta de desmatamento e poluição urbana. A demarcação também inibe a exploração da madeira não reflorestada, que é uma das principais causas do desmatamento, além de incêndios florestais causados pela ação humana, que tem um enorme impacto ambiental e afeta o ecossistema. A demarcação das terras indígenas é um benefício para toda sociedade, porque mantém um equilíbrio ecológico e um controle climático global, preservando o bioma e consequentemente salvando animais e plantas do risco de extinção, que pode ocorrer por causa da perda do seu habitat natural, a poluição, incêndios etc. A demarcação garante um desenvolvimento sustentável a biodiversidade e a sociedade.
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CULINÁRIA INDÍGENA NO BRASIL
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O “Ubirajaba’’, de José de Alencar, reflete o índio protagonista que tem uma grande representatividade para a base da formação do povo brasileiro. Através de um olhar do nacionalismo romântico, romance estabelece a característica do índio, relata sua cultura e tenta evidenciar as relações entre os índios e os europeus. O texto ainda relaciona com a culinária indígena, uma vez que expõe o que o índio utiliza para se alimentar, aproveitar o que a natureza oferece eles, tendo como base a mandioca, macaxeira, aipim, carnes de caça, peixes e raízes.
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Os hábitos alimentares indígenas podem se dividir em seis partes: Mágicos são pratos reservados pessoa para outro, como funeral, para os espíritos. Em determinadas nascimento matrimônio, gestação. aldeias, é o pajé que separa uma parte do alimento que está sendo Para os índios, o consumo de preparado e o deposita em alimento em período inapropriado determinado ambiente, a fim de pode trazer graves problemas. que os espíritos também se Para os índios Bororos que vivem no alimentem daquela comida. Mato Grosso, por exemplo, as mulheres quando dão a luz não Alimentos indígenas podem se alimentar com carne de de resguardos são os que devem tatu e nem de tartaruga, pois ou não ser consumidos durante um acredita-se que esses alimentos período, em que há um rito de tornam seus bebês raquíticos, ou passagem. São cerimônias que seja, fracos, e os pais devem ficar determinam a passagem de um três a cinco dias após o parto sem estado social de um grupo ou comer ou beber água fresca. No Maranhão, as índias urubu-kaapor
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que estão próximas de terem a menarca tomam sopa de aipim e podem comer apenas tartaruga branca, os peixes mandi e aracu e chibé. E os índios tupinambá quando nascem um bebê, o pai fica proibido de comer carne, peixe e sal durante três dias, alimentando-se de apenas uma espécie de farinha nesse período. Alimentos indígenas interditos são proibidos de serem ingeridos por toda a tribo indígena. No Sul do Brasil, há índios kaingang, que assim como os Rikbaktsa, do norte do Mato Grosso, não comem tamanduás. Para os kaingang, foram os tamanduás que ensinaram a eles cantos e danças, e por isso devem gratidão a esse animal. Os índios xikrin, Pará, não comem o jáu (peixes). Os karajá, do Tocantins, não comem tatu. Os tapirapé, do Mato Grosso, não comem bicho-preguiça. De uma maneira geral, o que impede uma tribo indígena de
não consumir a carne de um determinado animal são as crenças, por exemplo. Alimentos indígenas compensatórios são aqueles que os índios recebem como recompensa antes ou após uma tarefa árdua, como caça ou a construção. No grupo krahô, localizado no Tocantins, cada homem oferece para uma mulher, que nao seja esposa, um alimento que encontrou na mata. Em retribuição, essa mulher oferece uma comida preparada por ela. Desta forma, a amizade entre os integrantes da tribo é constantemente fortalecida. Alimentos indígenas privativos podem ser exclusivos para alguns integrantes da tribo ou para um determinado grupo. No Mato Grosso, os índios suyá apenas os homens podem consumir o miúdo da anta.
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PRATOS TÍPICOS DA CULINÁRIA INDÍGENA Quando se fala em culinária indígena, muita gente pensa que alimentação indígena é baseada só em alimentos naturais ou diretamente da natureza, como frutas e folhas. Donos de natureza rica, eles possuem vários pratos populares do nosso país e que fazem muito bem para a saúde. Como exemplo, temos o beiju, semelhante à tapioca, um prato dos índios que viviam na região onde está o estado de Pernambuco. Tratase de um produto originado da massa da mandioca. Outro exemplo é o chimarrão, muito comum no sul do país. Ele é feito erva-mate moída e água a aproximadamente 70 graus celsius pelos indígenas kaingang, guarani, aimará e quíchua, servido em uma cuia, cujo líquido é tomado através de uma bomba, uma espécie de “canudo” metálico.
Beiju de farinha d’água
Beiju de tapioca
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RECEITA A paçoca original é feita com carne de sol e farinha de mandioca, pilando- se os alimentos. Segue uma receita para você se divertir na cozinha! Ingredientes: o 1 kg de carne de sol cortado em pedaços pequenos o ½ xícara (chá) de manteiga o 3 cebolas grandes cortadas em pedaços o 2 xícaras (chá) de farinha de mandioca torrada Modo de preparo: Na véspera, limpe a carne de sol, retirando a pele e a gordura em excesso, coloque de molho em uma tigela coberta com água. No outro dia, escorra e reserve. Numa frigideira grande, aqueça a manteiga e o óleo, acrescente a carne e a cebola e deixe-a fritar, mexendo de vez em quando até que fiquem dourados e quase secos. Retire do fogo e espere esfriar um pouco. Coloque a carne e a farinha no pilão (pode ser preparada no liquidificador ou no processador), acrescentando um pouco de cada vez. Soque até obter uma farofa. Tempere a gosto.
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A cozinha brasileira sofreu várias influências, mas a culinária indígena não se dissolveu na aculturação. Como a culinária negra hoje dificilmente legitima a comida indígena, permaneceu relativamente fiel aos modelos quinhentistas e aos padrões da própria elaboração das farinhas, assados de carne e peixe, bebidas de frutas.
Primeira chef indígena brasileira Kalymaracaya
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CULTURA
O QUE É CULTURA? 32
A palavra cultura apesar de ser muito transmitida no dia a dia, o seu significado é um pouco extenso. Conforme diferentes conhecimentos a cultura possui várias definições como nos ramos das ciências sociais e nos dicionários. É o conjunto de conhecimentos, crenças, artes, costumes, culinária e tradições.
33 A cultura não pode ser feita individualmente, portanto não existe cultura superior e nem inferior. Ela é transmitida de gerações para gerações, através dos mais velhos para os mais novos, dessa forma ela não se mantém a mesma, pois os velhos costumes acabam sendo deixados ou transformados.
T R A D I Ç Ã
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A definição de cultura no olhar da sociedade é bastante relativo, mas quando pensamos na cultura indígena sempre associamos as mesmas coisas como: ocas, canoas, caça, arco e flecha. A cultura indígena, contudo, vai muito mais além do que isso, eles possuem grande diversidade na cultura, ou seja, não é somente viver em ocas, dormir em redes, etc.
Os europeus influenciaram muito na cultura indígena, tornando a imagem do índio como um povo mal e agressivo. Em um dos livros de José de Alencar por nome Ubirajara, mostra a vida indígena de forma pura e simples, sem as interferências da Cultura europeia, diferente dos outros livros como Iracema e o Guarani que tem a influência da cultura europeia. Alguns costumes indígenas estão presentes no nosso dia a dia, como o ato de comer aipim, milho, peixes, frutas, dormir em rede, etc. No Brasil, calcula-se que existam cerca de 230 povos indígenas.
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Apesar de pensarmos que a cultura indígena é única para todos os povos, na verdade é totalmente diferente, cada povo possui sua própria cultura, todos, porém, com o mesmo objetivo de luta. Os indígenas que habitam no Brasil possuem diversas maneiras de vida, como por exemplo, o povo Guajajara que são um dos povos mais numerosos do Brasil, habitando em cerca de 10 terras indígenas no Maranhão. Segundo a índia Yúna Guajajara, o seu povo preserva a cultura, tradições, etc. Principalmente a festa da menina moça (moqueado), que é uma passagem da menina para a mulher adulta. Yúna acrescenta dizendo que o significado dos rituais é continuarem preservando e respeitando as suas tradições, cultura e lutas do seu povo para não deixar morrer por coisas da sociedade “branca” e evangélica. O seu povo tem uma boa relação, se ficarem desunidos, nunca irão para frente, a união é uma boa forma para a melhoria da comunidade, diz Yúna. De acordo com Yúna, seu povo Guajajara fazem muitos artesanatos principalmente para utilizar em dias de festas tradicionais. Yúna mencionou que “Quando vem algumas não indígena na aldeia, sempre perguntam se tem artesanatos para vender, como brinco, cocar, bolsinha, tereré, pulseira, redinha, etc. Então pra isso que fazemos”.
Yúna Guajajara Como indígena, ela menciona que eles nunca vão desvalorizar as suas culturas, tradições e conquistas pelos seus direitos, Yúna também ressalta que “Só porque estamos no século XXI e vamos continuar a valorizar as nossas culturas, tradições costumes e lutas”. Para Yúna, em relação à frase muito polêmica “Verdadeiros donos do Brasil”, ela diz que “os povos indígenas são dos verdadeiros do Brasil realmente”. De acordo com Marcelo Venturi, escritor do site coladaweb.com, segundo a FUNAI, apenas recentemente a sociedade começou a se conscientizar que os indígenas são parte integrante da vida nacional. Sendo assim, os indígenas participam assim como os demais brasileiros, da política, economia, saúde e educação.
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Além disso, alguns indígenas hoje em dia, tem sua própria marca de roupas, e a produz, como exemplo, a índia Weena Tikuna:
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Primeira marca indígena, sobre os grafismos, escama de Ãtape coral x escama de Tori. A calça escama de cobra coral com escama de tartaruga é muito retratada nas cestas e utensílios e traz uma boa energia porque protege das coisas negativas por ser uma cor poderosa e protetora.
A VIDA INDÍGENA FORA DA TRIBO 40
Busca-se, neste texto, apresentar uma visão sobre os índios que vai além do imaginário estereotipado. Os índios que se propõe retratar aqui obtiveram o êxito no ingresso em universidades e na ocupação de cargos jamais pensado pela sociedade não-indígena que eles poderiam ocupar.
Os povos indígenas estão cada vez mais inseridos na sociedade da zona urbana. Eles não estão somente na Amazônia ou nos campos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, no Brasil, na zona urbana, habitam cerca de 324.834 habitantes indígenas, o que equivale a 36,2% da população total de indígenas em todo o território nacional.
PRATO
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Sabe-se, hoje, que há índios que habitam diversas tribos e que exercem diversas funções profissionais, tais como: professores, técnicos em farmácias, deputados, cineastas, editores de áudio etc. O ingresso dos povos indígenas nas universidades públicas e privadas vem aumentando a cada dia, principalmente através de projetos que visam o seu ingresso nesses espaços, a fim de permitir a obtenção do Ensino Superior. A maioria dos indígenas estão ingressando nas universidades particulares, uma vez que elas se encontram mais próximas às suas aldeias, o que permite maior locomoção. Por conta da dificuldade de localização e da dificuldade de ingressar por vestibular em universidades públicas, foi sancionada a lei de cotas 12.711 que permite maior acessos dos indígenas em universidades públicas. Através dessa lei, as
instituições de Ensino Superior Federais devem delimitar um número vagas para os índios que estudaram em redes pública.
Da mesma forma com que os povos indígenas estão conseguindo ter êxito em universidades, eles estão conseguindo também ter ocupação em trabalhos fora da tribo, como: a indígena Tainara Ferreira da Silva Terena, que ganhou o concurso Miss Brasil 2008; o indígena Alex Pankararu que é coordenador de um site indígena www.indiosonline.org.br; o indígena Wilson Matos da Silva, pós-graduado em Direito Constitucional; e, também, a indígena Joênia Wapichana que é a primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal.
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Com as oportunidades que os indígenas tiveram para ingressar nas universidades, vários deles tiveram êxito como os estudantes Amayara Silva Souza e Vazigton Guedes Oliveira, as quais concluíram com êxito a Pós-Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG.
Os indígenas Amayara Silva Souza e Vazigton Guedes Oliveira que se formaram em medicina pela universidade federal de Minas Gerais.
Há outros exemplos exitosos que merecem ser mencionados: um grupo indígenas, composto por 50 alunos de comunidades diferentes, se formaram em Licenciatura Intercultural pela Universidade Federal de Goiás UFG.
A primeira turma indígena composta por 50 alunos que se formaram no curso de licenciatura intercultural da universidade federal de Goiás.
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Muitos desses indígenas que conseguem se formar tem a intenção de um dia ainda voltar para as suas tribos e ajudar os seus familiares. Infelizmente, nem todos que saem de suas tribos em busca de especializações e melhoria de vida, logram o êxito esperado. Com as dificuldades que encontram ao tentar
arrumar emprego ou ingressar em uma faculdade, muitos optam pelo trabalho informal, como, por exemplo, o artesanato que é sua principal mão de obra. José de Alencar, autor do livro “Ubirajara”, mostra os índios como um povo com costumes, culturas diferentes do que conhecemos. Mostrando
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como era o povo indígena antes dos portugueses. Os índios não eram um povo que não sabia se defender, e que não possuíam uma vida, mas eram um povo que possuíam valores importantes, como: bravura, coragem. Fazendo com que conhecêssemos os índios e descobríssemos que são um povo que não desistem de seus objetivos. O livro “Ubirajara” trata em seu primeiro capítulo de um caçador sobre uma luta entre Jaguarê (protagonista) e Pojucã
(antagonista), na qual eles tiveram inúmeras chances de desistir, porém eles nunca o fizeram. Este trecho vem mostrar o quanto o índio é perseverante e não desiste. Com essa qualidade, ele pode alcançar muitas coisas, sendo uma delas a formação profissional. Os indígenas mostram que a sua origem ajuda a eles a conseguirem e a enfrentarem todos os obstáculos que eles passam na sua vida em busca da garantia do seu espaço estudantil e universitário na sociedade.
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Aqueles que nĂŁo se recordam do passado
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EstĂŁo fadados a repeti-lo -Santayana, George
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Hey, vocĂŞ sabia disso? Opa, nĂŁo sabia. Tranquilo. Agora vai ficar sabendo :-D
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Existem cerca de 55 grupos de indígenas isolados em locais remotos da Amazônia. Alguns são até desconhecidos.
A índia na capa da revista é Penha Goés da tribo Yanomami, Amazonas, aos 22 anos em 1997, na contracapa é a mesma, porém aos 39 anos em 2015.
De acordo o código civil, o índio pode usufruir da terra das reservas, porém não tem o direito a tomar qualquer terreno como propriedade
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O ato em uma tribo de comer outro índio de outra tribo é chamado de antropofagia, um ritual sagrado no qual ao comer a carne de um indivíduo estará também absorvendo a energia e espiritualidade do ser
O Tupi era a língua mais falada no Brasil até o século XVIII, algumas palavras permanecem em nosso vocabulário, por exemplo: Amendoim, pipoca, capivara, carioca, catupiry, Mingau
Existem também a Olimpíadas indígenas, ou Jogos Indígenas, com modalidades como: arco e flecha, canoagem, cabo de guerra, entre outros.
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Agradecimento
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