Portfólio Académico Luísa Oliveira

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luisa oliveira|portfolio


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índice 4|curriculum vitae 6|cidade, módulo e habitação| percurso e elemento arquitectónico; cafetaria e balneários de praia na Foz do Douro, Porto e, residência para 5 estudantes em Massarelos, Porto (2002-2003)

8|intervenção urbana e arquitectónica|residência de estudantes, café e espaço expositivo na praça de Lisboa, Porto (2004-2005)

10|desenho|figura humana e arquitectura (2002-2004) 12|habitação colectiva|edifícios de habitação na Boavista, Porto (2005-2006) 14|estudo e levantamento cartográfico|claustro do convento do Varatojo, Torres Vedras (2005-2006) 16|equipamento público|piscina e ginásio na Carcereira, Porto (2006-2007) 18|planeamento urbano|zona entre liceus Rodrigues Freitas e Carolina Michaelis, Porto (2007-2008) 20|estudo, diagnóstico e proposta de reabilitação|bairro de São Vítor, Porto (2007-2008) 22|a continuidade da tradição na modernidade|são 2009)

vítor, kreuzberg, schilderswijk e chiado (2008-


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curriculum vitae dados de identificação

Nome|Luísa Raquel Coelho Oliveira Data de Nascimento|16 de Julho de 1984 Naturalidade|Pinheiro Estado Civil|Solteiro Morada|Lugar de Vale Formoso – 4560-414 Paço de Sousa Bilhete de Identidade nº|12547973, de 07/05/2004 – Porto Telefone|255752801 ou 916980016

habilitações académicas

1999-2002|Escola Secundária de Penafiel (10.º, 11.º e 12.º anos do Agrupamento de Artes), Porto, Portugal – média final de dezassete valores; 2002-2009|Mestrado integrado em Arquitectura, na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Porto, Portugal – média final de catorze valores.

habilitações complementares línguas Português|muito boa oralidade, escrita e leitura Inglês|boa oralidade, escrita e leitura; Francês|razoável oralidade, escrita e leitura;

informática Windows; MSOffice; AutoCad; Adobe Photoshop; Adobe InDesign; Adobe Illustrator; Internet e seus principais serviços.

extra-curriculares Frequência em visitas de estudos realizadas pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto: 2003|Sul de Portugal (obras de Álvaro Siza); 2004|Barcelona (obras de Gaudí e Álvaro Siza); 2005|Sevilha, Córdoba (arquitectura moçárabe) e Granada (Alhambra); 2006|Lyon, San Sebastian, Pessac e Ronchamp (obras de Le Corbusier); 2008|Norte de Portugal (obras de Viana de Lima, Fernando Távora, Álvaro Siza e outros arquitectos portugueses).


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2008|Organização e frequência no Workshop sobre Arquitectura Sustentável, desenvolvido pelos fundadores do Tibá (no Brasil), o arquitecto Johan Van Lengen e cineasta Peter Van Legen. O workshop decorreu na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, de 5 a 9 de Maio de 2008; Frequência no Seminário Internacional de Arquitectura e Arqueologia “Interpretar a Ruína”, decorrido na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, de 16 a 18 de Outubro de 2008. 2009|Frequência na Acção de Formação sobre comunicação, gestão de grupos e dinâmicas de comportamento, no âmbito do Workshop da Universidade Júnior, decorrido no edifício da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, no dia 8 de Julho de 2009; Frequência no Seminário de “Gestão Urbana de uma Cidade Património Mundial” decorrido no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, nos dias 4 e 5 de Dezembro de 2009.

experiência profissional 2008|Levantamento cartográfico de uma habitação unifamiliar em Pinheiro, Penafiel, Porto. 2009|Monitora do Workshop “Universidade Júnior”, organizado pela Universidade do Porto. A actividade que acompanhei “...e se fosses arquitecto?” era direccionada para estudantes a iniciar ou a frequentar o ensino secundário, tendo decorrido na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, durante o mês de Julho; Levantamento cartográfico e projecto (em desenvolvimento) para o aumento de uma habitação unifamiliar em Irivo, Penafiel, Porto. 2010|Projecto (em estudo) de uma habitação unifamiliar em Paço de Sousa, Penafiel, Porto.

outras actividades Participação na Exposição “Anuária 2008” da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, com dois trabalhos académicos do 5º ano: um no âmbito da disciplina da Patologias da Construção com o “Estudo, Diagnóstico e Reabilitação do Bairro de São Vítor” (1974), do arquitecto Álvaro Siza, e na disciplina de Economia Urbana com a “Análise do Mercado Imobiliário Metropolitano” da região do Porto; Bolseira da Fundação Rotária Portuguesa, no concurso de bolsas de mérito, de 2002 a 2009; Catequista e Leitora na Paróquia do Divino Salvador de Paço de Sousa; Actualmente frequento formação para obter a licença de condução.


à esquerda: esquiços da proposta para cafetaria e balneários de praia; em baixo: maqueta da cidade, na qual posteriormente foi aprofundado um percurso e um elemento arquitectónico.

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cidade, módulo e

percurso e elemento arquitectónico cafetaria e balneários de praia na Foz do Douro, Porto habitação|residência para 5 estudantes em Massarelos, Porto

projecto I orientado pelo arq. Gonçalo Furtado Estes primeiros trabalhos resultam numa abordagem genérica da problemática da arquitectura e no domínio dos instrumentos e metodologia básica de projectação. O primeiro exercício- a cidade - trata da estrutura e composição de massas, vazios, ritmos, tensões, contraste, equilíbrio e unidade. Ao mesmo tempo explora os conceitos de escala, dimensão, tempo, luz, simbolismo, espaço construído e espaço natural. No entanto é um exercício abstracto sem um território definido. Os exercícios seguintes abordam já contextos reais, onde no primeiro, junto ao mar, se exercita a medida e o módulo, conceitos de ordem e sistematização para a construção de uma estrutura

de apoio à praia. O segundo já no interior do território da cidade consolidada aborda a resposta a um programa, uma residência para estudantes, aliando uma função e carácter à introdução dos problemas construtivos. Aqui o território desafia a uma solução capaz de unificar dois espaços separados por uma via de circulação. Opta-se então pela separação do programa. O terreno à cota mais alta acolhe as células individuais dos estudantes, que precisam de maior estabilidade e silêncio e à cota mais baixa encontram-se as áreas comuns de lazer e estudo. Ambas se encontram ligadas por um passadiço e tem como cenário a paisagem do rio Douro.

da esquerda para a direita: maqueta da cafetaria e balneários de praia e, maqueta da residência para 5 estudantes.


à esquerda: implantação e perfis a tinta da china da proposta para cafetaria e balneários de praia; à direita: plantas do rés-do-chão e do 1ºpiso a tinta da china da mesma proposta.

|7 em baixo: implantação e perfis a tinta da china da proposta para residência para 5 estudantes; à direita: plantas do résdo-chão e do 1ºpiso a tinta da china h h mesma proposta.


à esquerda e em cima: planta da implantação e esquiços da entrada e do pátio a tinta da china.

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intervenção urbana e arquitectónica projecto II orientado pelo arq. Alberto Lage

residência de estudantes, café e espaço |expositivo na praça de Lisboa, Porto

cota mais baixa onde se localiza o café e o espaço expositivo ou

junto à Cordoaria. A tensão entre os dois principais edifícios, torna-se a rótula entre os mesmos e origina um pequeno largo que servirá a entrada, apartir do qual todos os acessos ao edifício se desenrrolam. Já no que diz respeito ao café e ao espaço expositivo também o seu confronto dá lugar a um espaço característico pela sua transparência, formando um pequeno miradouro para a cidade e para a praça, ao mesmo tempo que se torna num acesso múltiplo. Assim, o projecto não vai contra a preexistência , mas assume as suas formas e a sua interioridade, procurando colmatar as suas

em completo diálogo com a cidade a uma cota mais elevada

falhas e adpata-la a um novo programa.

O projecto incide sobre o reordenamento de uma área consolidada da cidade, onde é necessária a análise do edificado, e do espaço público recorrendo à história e à teoria da arquitectura. Assim, a relação arquitectónica entre ao novo e antigo, entre proposto e pre-existente e entre linguagem arquitectónica e sistema construtivo torna-se objecto de reflexão deste exercício. A residência de estudantes proposta, funciona como cenário do espaço público que se localiza no interior da Praça de Lisboa. Este resulta em diferentes cambiantes podendo ser mais intimista, na

da esquerda para a direita: esquerda: maqueta geral da proposta à escala 1|200 e do largo da entrada à escala 1|100.


à esquerda: planta do résdo-chão a tinta da china; planta do 1º e 2º piso a grafite; à direita: perfis do módulo de habitar a grafite.

|9 à esquerda: perfil poente a tinta da china; perfis sul e norte a grafite; à direita: planta do 1º e 2º piso do módulo de habitar a grafite.


da esquerda para a direita: figura humana em esboço de pastel seco, grafite e carvão com pastel seco branco.

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desenho|figura humana e arquitectura

desenho I orientado pelo escultor José Maria Lopes e desenho II orientado pela pintora Raquel Pelayo As capacidades de observação, habilidade e o conhecimen-

partir de uma linguagem comum do mesmo (modos, técnicas,

to do acto do desenho e a sensibilidade dos valores estéticos,

códigos e sistemas de representação), a singularidade da sua ex-

são aqui explorados, premitindo criar condições para enfrentar o

pressão e adequação individual, no sentido de favorecer uma

acto de projectar com agilidade, espontaniedade e consciên-

livre e eficaz construção de imagens, desenvolvendo a aptidão

cia, estimulando ao mesmo tempo a presença durante o mesmo

em fazer e pensar o desenho (meio de representação e de ex-

de componentes simbólicas e poéticas.

pressão gráfica e plástica) na relação com a concepção e a

A evolução do percurso pelo desenho procura desenvolver, a

imaginação figurativa do projecto de arquitectura.

da esquerda para a direita: desenhos de figura humana em contorno a bic preta e esboço a carvão.


da esquerda para a direita: desenhos de arquitectura em esboço a lápis de cor, em contorno a bic preto e detalhe em grafite.

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em cima e em baixo: desenhos de desenhos de outros autores, procurando a experimentação das técnicas e das expressões gráficas e plásticas do universso histórico do desenho.


da esquerda para a direita: plantas do rés-do-chão, 1º piso, e alçado oeste.

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habitação colectiva |edifícios de habitação na Boavista, Porto

projecto II orientado pelo arq. Álvaro Andrade

Sob o tema da habitação e a cidade como enquandramento, este exercício permitui alargar conhecimentos sobre os problemas da habitação colectiva, ao reflectir sobre os modos de habitar, ao definir programas e elaborar espaços-célula que os reflitam, assim como, estudar a associação destas células mediante sistemas e disposições que constituam uma arquitectura eficaz e potenciadora. Ao mesmo tempo a inserção da habitação em contexto urbano, obrigou à análise e percepção dos processos e elementos de formação dos tecidos urbanos e a definição das morfologias urbanas. Assim, neste exercício figura uma relação dialética entre a inserção urbanística, a morfologia urbana e a tipologia arquitec-

tónica habitacional. Num terreno expectante que faz frente com a Avenida da Boavista, é proposta uma malha que remata e dá continuidade à existente. Da implantação é escolhido para pormenorização o edifício mais a sudoeste. O seu programa, bem como na maior parte dos restantes propostos, é composto por um rés-do-chão comercial, neste caso feito em duas cotas, e por pisos superiores de habitação. Neste edifício os seu acessos são verticais destribuindo-se depois para as habitações através de pequenas galerias interiores. A singularidade deste bloco é o seu papel de delimitador do espaço de uma nova praça em contacto com a avenida, sendo o seu principal protagonista.

da esquerda para a direita: vista aérea da maqueta, esquiço do edifíco da praça a grafite.


da esquerda para a direita: plantas e perfis do módulo de acesso vertical; pormenor construtivo de caixilharia.

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à esquerda: promenores construtivos da parede de fachada.


20,73

2,56

2,42

2,52

2,50

20,67

15,67

15,66 2,51

2,54

2,55 2,45

4,56

4,36

4,57

4,30

4,70

4,36

15,68

20,61

15,69

4,38

2,25

4,69

2,25

15,71

15,70

4,57

4,29

20,56

20,67

20,12

2,25

2,25

4,37

4,68

4,25

4,28

4,53

4,78

2,53

2,55

2,45

2,58 15,55

2,43

2,49

2,33

2,48

15,58

20,60

20,59

IGREJA

IGREJA

planta do piso 0, escala 1:50

planta do piso 0, escala 1:50

em cima: planta do rés-dochão e do 1º piso; em baixo: fotografias do claustro.

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medida da maior largura da galeria

medida da maior largura da galeria

medida da menor largura da galeria

medida da menor largura da galeria

estudo e levantamento cartográfico|claustro do convento do Varatojo, Torres Vedras

história da arquitectura portuguesa orientada pelo arq. Alexandre Alves Costa e pela arq. Marta Oliveira O convento do Varatojo situa-se num local outrora de fidalgos

ordens religiosas e converte-se em lar de idosos. Entretanto, os fra-

e seus palácios e traz consigo uma longa história de ocupações

des providencam que o convento se considere monumento na-

e transformações. Em 1470 é adquirido por D. Afonso V para a

cional, formando uma irmandade que é aprovada em1918. Em

construção de um convento, que se inaugura a 4 de Outubro de

1928 o governo cede o convento às missões franciscanas voltan-

1474. No entanto, desta primitiva construção pouco resta (devido

do a estabelecer-se o noviciado. Em 1952/53 o claustro é ainda

a um terramoto em 1531) e, assim, no século XVI D. João III refaz e

restaurado pela direcção geral dos edifícios e monumentos na-

aumenta o convento anterior.

cionais. O claustro do convento do Varatojo, torna-se a imagem

A partir de 1680 é destinado a colégio de missionários apostólicos.

de uma arquitectura mendicante e de um claustro “de serviço”,

Em 1834 com o assalto e a expulsão dos religiosos, levada a cabo

que revela o apego ao formulário chão introduzido pelo claustro

pelo governo liberal, o edifício é comprado pelo Barão da Torre

afonsino da Batalha.

de Moncorvo em 1845. Em 1861 foi readquirido pelo padre frei Jo-

A disciplina de história da arquitectura portuguesa pressupunha

aquim do Espírito Santo, restabelecendo a comunidade em 1910.

ainda a elaboração de um caderno de desenhos de viajem com-

A proclamação da República, leva novamente à expulsão das

posto por obras portuguesas datadas até aos fins do séc. XVIII.


1,22

1,22

1,22

42.5cm

0,81

0,27

12.2cm

4.4cm 11cm

9.75cm

11cm

0,80

0,27

0,80

0,27

0,80

0,27

0,80

1,24

3.5cm 1.3cm 3cm

35.5cm

12.3cm

32.6cm

1,52

29.5cm

2.54cm 2.47cm 1.3cm 3cm 1cm 3cm 2.5cm 1.03cm

14.32cm

13cm

13.99cm

4.4cm 1.3cm

12.4cm

6.7cm 28.31cm

1,14

1cm 148cm

1,52

87.9cm

109cm

86cm

62cm

2,28

2,37

109cm

2cm

medida menor da galeria do piso 1

12.3cm

3.1cm 1.6cm

24.6cm 12.3cm

30cm

27cm

1cm 1.3cm 4.5cm

9.8cm

3cm 1cm 1cm 7cm

9cm

1,14

7.2cm

10.7cm

1.5cm

18.8cm

5.5cm

9cm

2cm

27cm

medida menor da galeria do piso 0 Para realizar este estudo, escolhemos parte do alçado este, uma vez que nela se verificam as medidas que se repetem maior número de vezes por todo o claustro (consultar quadro respectivo). Verificámos que a largura das galerias tem relação com o alçado. Desde o topo do muro até à trave do piso 1 a largura da galeria de baixo "cabe" duas vezes. Por outro lado, metade de tal medida aproxima-se de 1,22m. 1,22m é, não só, a medida mais frequente entre as bases das colunas do piso de baixo, como também a altura das colunas do piso superior.

alçado e planta, meia coluna do piso 1, escala 1:10

à esquerda: estudo das proporções das colunas e do alçado do claustro; em baixo: perfil geral do claustro.

alçado e planta, coluna do piso 0, escala 1:10

à esquerda em baixo: desenhos do caderno de viagens do claustro do varatojo, da sé do porto igreja e do forte de são joão do porto; em baixo: i)claustro real da batalha, igreja de cedofeita, igreja de leça do balio, sé de braga e capela de são frutuoso de Braga vista do interior e do exterior.

No piso de baixo, metade da altura total das aberturas corresponde com o início do capitel das colunas. Os arcos são desenhados apenas com dois centros.

alçado e planta, coluna do piso 1, escala 1:10 22cm palmo

22cm palmo

21.56cm palmo manuelino

21.56cm palmo manuelino

No piso de cima, a distância entre colunas está relacionada com a sua altura, com o diâmetro das mesmas (que se repete 4 vezes no fuste) e com metade da largura da galeria inferior.

0,30

1,22

0,30

1,22

0,30

1,22


à esquerda: esquiço a grafite das “caixas”; à direita: planta do rés-do-chão; em baixo: maqueta da proposta.

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equipamento público |piscina e ginásio na Carcereira, Porto

projecto IV orientado pelo arq. Nuno Brandão

Este trabalho visou o desenvolvimento de um programa de equipamento público complexo, tanto na sua organização funcional como espacial e, enquandrado numa zona urbana bem caracterizada mas em transformação. O exercício não pretendendo ser um “projecto de execução”, aproxima-se o mais possível da realidade de uma encomenda directa, seleccionando no campo da edificação os aspectos genéricos capazes de materializar as intenções de projecto, desde o programa à solução formal e construtiva. A proposta parte da construção de uma plataforma intersectada por caixas, procurando dar uma nova frente para a avenida, de

cheios e vazios, na continuidade dos cheios e vazios da envolvente expectante próxima, criando uma dinâmica própria para o edifício, numa relação íntima entre espaços em caixa e caixas pátio. A intervenção fecha a envolvente traseira do terreno e coloca o edifício na continuidade do quarteirão da rua Pedro Hispano. O edifício vira-se para si mesmo, criando grandes transparências continuas que rasgam todo o edificio em torno dos pátios, relacionando-se como os seus espaços interiores, mas também com os espaço exteriores de jardim que vão penetrando as formas do edifício.


em cima e à esquerda: perfil longitudinal e transverssal da nave da piscina.

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à esquerda: alçados da proposta; à direita: pormenor construtivo da parede da nave da piscina.


à esquerda: planta do rés-dochão; em baixo: esquema geral da estratégia de intervenção no território - estrutura ecológica.

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planeamento urbano|zona entre liceus rodrigues freitas e carolina michaelis, porto

projecto V com a orientação do arq. Fernandes Sá e André Santos O exercício foca uma parte de cidade consolidada onde o projecto urbano se entende como espaço de articulação entre o plano e o projecto, entre o território e o objecto arquitectónico. Uma intervenção que utiliza instrumentos de planeamento adequados à formulação de respostas programáticas e projectuais para a resolução de problemas existentes e para a formulação de novas estratégias de transformação urbana, principalmente, ao nível de espaços públicos e colectivos. O exercício assenta numa estratégia de estrutura ecológica sobre a qual assenta a requalificação e a reordenação do edificado patrimonial e do espaço público, aliados a novos programas capazes de promover a dinâmica social e económica da área Entre Liceus. Exemplo disso é a Nova Praça dos Liceus que irá nascer no interior do quarteirão Maria Pia, onde os edifícios de interesse

patrimonial são mantidos e onde é dada continuidade à frente comercial da rua Augusto Luso no seu interior e, sob a qual está ainda previsto um parque de estacionamento subterrâneo. Este Praça seria o ponto de Ligação entre a praça D. Pedro Nunes/Largo do Priorado e a Estação de Metro. Para o primeiro a intervenção é ao nível do desenho do chão, onde os espaços verdes, as linhas de árvores, os passeios, os estacionamentos e os pavimentos são redesenhados, na procura de uma circulação pedonal mais segura, qualificada e fluida. Para o segundo, prevê-se também um novo ponto de permanência de pessoas, que ligará a cota alta e a baixa através de um café-concerto e de um novo acesso vertical. Deste modo, a intervenção reabilita e requalifica estruturas, que possam dar continuidade às relações nos espaços urbanos e nos precursos pedonais da cidade consolidada.


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em cima: pormenor construtivo de uma secção do perfil da praça.

1 lajeado de granito com 0.04 m x 0,6 m x 1,2 m de dimensões

2 argamassa de regularização com 0,04 de espessura

3 massame de betão com 0,08 m de espessura

4 agregado britado com 0,10 m de espessura

5 solo compacto 6 grelha metálico de escoamento de águas pluviais

7 lajeado de granito com 0,04 m x 0,60 m x 1,20 m de dimensões 8 betão

9 soleira de betão 10 microcubo de granito com 0,05 m de espessura 11 traço seco com 0,03 m de espessura 12 massame de betão com 0,08 m de espessura 13 agregado britado com 0,10 m de espessura 14 solo compacto 15 bloco de granito 16 soleira de betão 17 relva 18 terra vegetal

ao lado da esquerda para a direita: planta onde se sobrepõe o demolido e o construído e maqueta da nova praça; em baixo: alçados da nova praça.


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estudo, diagnóstico e proposta de reabilitação|bairro de São Vítor, Porto

patologia da construção orientado pelo arq. Nuno Valentim. Trabalho selecionado para a “Anuária” 2007|2008 da FAUP Este exercício surge pela urgente necessidade de preservar e reabilitar o património edificado. Assim procura-se reconhecer as principais patologias, muitas vezes associadas a desenhos e promenorização incorrecta do projecto de Arquitectura, identificar as causas e propor possíveis soluções. Situado na freguesia do Bonfim, o Bairro de São Vítor surge implantado numa rede de alta densidade habitacional. Orientado no sentido Este/Oeste, caracteriza-se por subverter o antigo sistema do lote das ilhas. Composto em banda por fogos tipo T3 duplex, com excepção de um fogo T4 na zona de vazamento do edifício, é parte integrante de um projecto que incluía a renovação dos edifícios existentes em torno do quarteirão, através de um sistema de passagens pedonais que ligaria o conjunto à malha urbana existente. Aparece inserido no projecto SAAl, e pretende responder à carência habitacional do pós 25 de Abril. Esta obra foi levada a cabo por uma

das brigadas do SAAL Norte e dirigida por Álvaro Siza, que entre outros incluía Domingos Tavares, Adalberto Dias e Souto Moura. Para a reabilitação do edifício, tivemos em conta o projecto original concluído em 1976 e o seu estado actual, alterado maioritariamente pelos próprios habitantes, de acordo com os interesses e necessidades de cada familía. Assim, decidimos manter uma linguagem que tivesse em conta estas realidades. Tomamos como referência a reabilitação da Bouça do mesmo autor e construída originalmente em meados dos anos 70 também pela Operação SAAL Norte. Este exercício pressupunha um estudo e diagnóstico inicial em trabalho de grupo e mais tarde um desenvolvimento individual dos sistemas construtivos. À minha responsabilidade ficou o levantamento da caixilharia de madeira original e a proposta de reinterpretação de uma nova caixilharia capaz de responder aos problemas de conforto, respeitando sempre o desenho original.


à esquerda e em cima: estudo e diagnóstico; em baixo: proposta de reabilitação.

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1 reboco delgado 2 poliestireno espandido_eps 3 poliestireno extrudido 4 lage alijeirada 5 grelha metálica 6 caleira 7 clarabóia 8 capacete de zinco 9 lajetas de pedra 10 argamassa hidrófuga 11 barrote de madeira 12 pré-aro de madeira 13 borracha de vedação

14 portada de madeira 15 caixilharia de madeira de abrir 16 vidro duplo 0,4mm e 0,6mm 17 soleira de madeira 18 perfis metálicos de fixação 19 pladur 20 parede de alvenaria 21 camada de forma 22 regularização 23 geotextil 24 barreira para vapor 25 chapa quinada 26 rufo de zinco


em baixo: plantas gerais das intervenções em São Vítor, Kreuzberg, Schilderswijk e Chiado e pictogramas dos edifícios propostos nesses mesmos projectos.

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a continuidade ti id d d da ttradição di ã na modernidade d id d |são vítor, kreuzberg, schilderswijk e chiado

dissertação de mestrado orientada pelo arq. Alberto Lage

O tema para o trabalho surge no segundo ciclo de estudos, do curso de arquitectura na Faup, no seguimento de um estudo teórico iniciado na disciplina de História da Arquitectura Contemporânea. A obra escolhida para o desenvolvimento do mesmo incidiu sobre a habitação colectiva em São Vítor um projecto de 1974, inserido no interior de um quarteirão na zona oriental da cidade do Porto, levado a cabo por uma brigada do SAAL Norte, dirigida pelo arquitecto Álvaro Siza. A análise inicial, desta obra de arquitectura, surge relacionada com mais três projectos de habitação colectiva do mesmo arquitecto. Por ordem cronológica temos: em 1979, na parte Este da capital alemã Berlim, um projecto não construído de renovação urbana em Kreuzberg; seis anos depois, em 1985 surge na Holanda, junto a uma importante via-férrea de Haia, a intervenção em Schilderswijk, saída também de um plano de renovação urbana da cidade; e, por fim, de novo em Portugal, a obra mais recente, situada na baixa Lisboeta, atingida por um grave incêndio em 1988, a recuperação da zona sinistrada do Chiado. Em que se traduz a continuidade da tradição na modernidade, nestes quatro casos de estudo? A arquitectura de Álvaro Siza não tem uma linguagem predeterminada, nem a procura. Procura antes resolver os problemas concretos dos contextos conflituosos com que se depara nos projectos, onde na maior parte das vezes só é possível fazê-lo aliando estratégias, à partida divergentes, como a tradição e a modernidade. Mas acima de tudo, o mais importante é que a arquitectura não se reduz ao edificado mas também ao espaço que este configura em seu redor, não o interior, mas o exterior, procurando um restabelecimento do espaço livre na cidade, muitas vezes remetido para o esquecimento, quando arquitectura ocupa em excesso os vazios da cidade, procurando rentabilizá-la, mas perdendo-se o espaço livre exterior também ele necessário à cidade, e ao seu equilíbrio. Álvaro Siza, tudo tem em conta: tudo se confronta, a sua resposta não é passiva, não foge aos conflitos, não toma nada como fixo e inalterável, nem segue uma evolução linear. Assim, apenas Schilderswijk está completa. São Vítor ficou inacabado subsistindo em um edifício em banda e em três casas nunca habitadas. O projec-

to para Kreuzberg nunca construído levou a que em intervenções posteriores, o interior do quarteirão fosse encerrado fechando a frente de rua opondo-se ao projecto de Álvaro Siza. O Chiado, iniciado há mais de vinte anos, ainda se encontra em transformação, e as plataformas de acesso ao Bairro Alto ainda não são possíveis. Mas todas estas experiências são para o arquitecto uma aprendizagem dos complexos mecanismos de desenvolvimento da cidade que informarão outros projectos em outras cidades. Só a experiência atenta do arquitecto face à cidade, em transformação, permite-lhe optar quais os valores com utilidade para serem restituídos ou reinterpretados e quais os novos valores a introduzir na cidade. É na realidade, nos factos urbanos, que a sua arquitectura e as suas formas se particularizam e se diferenciam, entre complexos mecanismos materiais, sociais e históricos, absorvendo o que considera válido e de acordo com o contexto em que se insere, não se limitando a ele nem imitando modelos, mas tomando tudo em consideração, na procura de alcançar o equilíbrio das formas e dos espaços. Ao apoiar-se na realidade, a compreensão da arquitectura tradicional, como uma experiência demorada de adaptação ao meio, permite que em São Vítor, em Kreuzberg, em Schilderswijk ou no Chiado, os elementos tradicionais que recupera nas suas obras não apareçam transcritas de forma pura, encontram-se transformados no seu significado para se adaptarem a um novo contexto: ruínas de granito coabitam com novas estruturas de betão, bem como o tijolo ora se encontra com telhados ora com coberturas planas, e a caixilharia original aparece reinterpretada, não usando o vidro duplo, mas a dupla caixilharia. Portanto, a sua atitude não assenta apenas em questões de linguagem mas, antes, as suas opções são tomadas pela relevância dos problemas concretos mais do que pelo carácter moderno ou tradicional. “O que importa saber em qualquer circunstância é, antes de mais, o que existia antes. É sempre a História que orienta o que vem a seguir. É a partir dela que nós encontramos as alterações ocorridas ou por acontecer, ou ainda o que apresenta conforto suficiente para fazer parte dos valores urbanos existentes.” Álvaro Siza, in entrevista com Dominique Machabert. Uma questão de medida. p. 186


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em cima da esqerda para a direita: fotografia do edifício em banda de São Vítor construído no interior do quarteirão e esquiço do arquitecto Álvaro Siza de um dos quarteirões inseridos no projecto para Kreuzberg; em baixo da esquerda para a direita: fotografia da 2º fase de intervensão em Schilderswijk e fotografia do pátio de um dos quarteirões no Chiado.


arquitectura


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