Guia da Au Pair Sem Mistério

Page 1


> Está querendo se candidatar a uma vaga de au pair? > Está atarefada com as listas intermináveis de preparação antes de embarcar? > Ou já aterrissou em terra gringa e está vivenciando uma das experiências mais revolucionárias da sua vida?

O guia da Au Pair sem Mistério nasceu da combinação de um monte de depoimentos de ex au pairs: o meu e o de dezenas de outras meninas-mulheres que resolveram encarar o desafio de morar fora. Essas histórias me fizeram compreender melhor porque algumas se sentem muito felizes durante o processo, chegando a estender o programa após os 12 meses iniciais, e porque outras se sentem frustradas e, às vezes, obrigadas a desistirem antes mesmo de completar 1 ano. Mais: porque algumas au pairs adoram a experiência com determinada família e uma outra, nessa mesma família, se sente infeliz? Estariam esses resultados ligados apenas ao fator sorte? Aposto que você já se perguntou isso!


Independente da etapa do processo em que você esteja, sei que essa é uma das incógnitas que mais nos preocupa. Sei também que, assim como em outras áreas da vida, dá para ser mais eficiente nas escolhas que envolvem o intercâmbio, contribuindo diretamente para o sucesso do projeto. Tá. E como eu faço para diminuir as chances de me sentir frustrada e aumentar as chances de me dar bem nessa experiência? Boa noticia: eu vou te ajudar a fazer isso com uma ferramenta simples, mas muito poderosa, chamada:

Ao experimentar o mapa, você entenderá como é possível conseguir um match mais alinhado às suas expectativas simplesmente respeitando seu “modus operandi”. Assim, você terá em mãos informações preciosas que te ajudarão a fazer escolhas mais conscientes.

Pronta? Bora lá! ☺


Você já deve ter ouvido falar. Mas, se ainda não teve essa oportunidade, chegou a hora. E olha... Depois que a gente conhece essa prática, não quer parar nunca de usá-la, porque traz muito benefícios em todas as áreas da nossa vida. Como você sabe, ou imaginou, autoconhecimento é o conhecimento de si mesmo, das próprias características, sentimentos, prioridades. É olhar pra dentro de si, com muito carinho, e perceber que a gente gosta de verdade e do que precisa, em termos de experiências e recursos, para se sentir realizado e feliz. Cada um tem seu “modus operandi”, que não é igual o de ninguém. É o seu jeitinho, a sua marca, a sua fórmula para viver melhor. Entendendo seu modo de agir, você consegue entender porque você se dá melhor com alguns tipos de pessoas, situações, lugares e até trabalhos. E com outros não. Quando você encontra esses recursos que estão alinhados com o que você é, sente, gosta e quer, experimenta a deliciosa sensação de estar usando aquilo que você tem de melhor. Assim, a vida pessoal e o trabalho rendem mais, com muito menos estresse. É quando a gente sente que está no caminho certo!

Mas quando a gente não se conhece o suficiente, se conhece de uma forma equivocada ou até se conhece, mas não respeita esse perfil, simplesmente faz escolhas que não tem nada a ver com a gente. E o resultado, você e eu conhecemos: infelicidade, frustração, desgaste físico e emocional. Esse processo de se autoinvestigar para se autoconhecer é interminável, porque a gente está sempre mudando. Mas é preciso começar hoje, o quanto antes, para viver de um jeito melhor. Quando a gente se conhece, se gosta e se respeita, o mundo passa a respeitar e valorizar mais a gente. Bacana, né não?


Agora, te convido a embarcar numa viagem ao mundão que estará sempre aí dentro de você, independente do pedacinho em que estiver pisando no planeta terra. Que tal tirar uns minutinhos com a tv, o notebook e o celular desligados para responder 3 perguntinhas que eu considero essenciais para quem quer voar mais alto e ir mais longe no programa?

De um jeito simples, sincero e sem medo de errar. Você pode, todos os dias, rever essa anotação e checar se as suas ações estão de acordo com quem você é e o que te faz bem. Em caso de divergência entre esses dois pontos, sempre há a chance de mudar de opinião e de história. (Psiu: pra te ajudar nessa tarefinha gostosa de fazer, eu preparei um Mapa do Autoconhecimento que está na próxima página ☺)

Agora, você deve estar me perguntando: Por que é tão importante saber quem eu sou para ter sucesso nesse programa de au pair? Lá vai a resposta, caso eu ainda não tenha te convencido até aqui: Por que se você não sabe quem é e nem para onde quer ir, vai escolher qualquer caminho, que serve para qualquer pessoa. Certo? E isso, posso dizer, aumenta significativamente as suas chances de se frustrar, perder o foco e até desistir do programa. Pior: você corre o risco de ser infeliz durante esse período que pode, sim, ser uma fonte de aprendizado e satisfação. Ser au pair não é uma prova dolorosa que você precisa vencer para subir ao pódio. Vamos fazer dessa experiência mais uma oportunidade de ser feliz, puxa vida!



Depois de investir um tempo no Mapa do Autoconhecimento, você terá colhido informações mais claras a respeito de você mesma e do que espera do intercâmbio como au pair. É muito provável que, antes desse exercício do autoconhecimento, você não tenha se dado a oportunidade de notar e valorizar todos os detalhes que envolvem essa decisão, né?

Para melhorar o inglês, para conhecer uma cultura diferente, para viver novas experiências, para viajar, para comprar coisinhas, para aprender a tomar suas próprias decisões, para pensar na vida, para fazer cursos extras, para ter histórias para contar... Independente das razões que te movem, imagino que a decisão de se tornar au pair carregue sempre a intenção essencial de se tornar uma versão melhor de si mesma. Certo?

Ok! Já concordamos que o que mais a au pair ou candidata à vaga quer é encontrar uma família legal, para poder realizar as suas metas pessoais e, então, se tornar uma versão ainda mais bacana de si mesma.


Chegamos à conclusão também que ter sucesso no programa não significa apenas cumprir o tempo a que se propôs (1 ano, no mínimo), mas significa especialmente ser feliz durante o caminho e tirar o máximo proveito da experiência. Afinal de contas, ninguém quer sofrer para colher os benefícios de ser au pair, certo? Eu não queria e sei que você também não quer.

Agora que já estamos mais familiarizadas com quem somos e o que queremos, te convido a desmistificar algumas afirmações que rondam a vida de quem quer ser ou já é au pair e contribuem muito mais para a frustração do que para a satisfação das candidatas. Importantíssimo perceber que, algumas dessas crenças, não são apenas alimentadas por agências de intercâmbio ou hostfamilies, mas são também disseminadas pelas famílias brasileiras e outras au pairs na tentativa equivocada de ajudar.

- Algumas agências nos fazem crer que as candidatas mais criteriosas na seleção das famílias, são menos valorizadas e correm o risco de ficar sem colocação. - Algumas agências nos estimulam a conseguir as comprovações necessárias para aceitação da candidata no programa, mesmo que elas não correspondam às nossas reais características pessoais e experiências. E nós aceitamos achando que estamos apenas agilizando o processo, sem nos questionar o que esse “perfil montado” poderá trazer de consequência no futuro.


- Estando já no programa, muitas hostfamilies nos fazem crer que devemos ser eternamente gratas pela oportunidade, independentemente das condições de trabalho e de relacionamento impostas.

- No caso de insatisfação, mesmo após tentativas sinceras e pacíficas de se acertar com a família e com a rotina proposta, somos levadas a adiar ao máximo a decisão de rematch porque, no fundo, a prática não é vista com bons olhos por ninguém. Mesmo que você tenha todas as razões para fazer isso. Esses são alguns dos componentes externos que, combinados a um autoconhecimento superficial, nos impedem de fazer escolhas conscientes e sensatas, realmente compatíveis com as nossas características, habilidades e expectativas. Muito disso para agradar a família brasileira, a agência de intercâmbio, a família americana ou a comunidade de au pairs da qual você faz parte. E não se enganem: em muitos casos, essas situações não são escancaradas, mas acontecem de forma velada, o que pode nos imobilizar ou nos convencer a aceitar aquilo que, não parece ser tão ruim, mas – de fato – pode sim representar um ato de desrespeito com a pessoas mais importante da sua vida: você mesma.

Desde que os direitos e deveres entre a au pair e a família estejam claros, e que você concorde com eles, tudo corre muito bem porque não há a sensação de desequilíbrio entre as partes. Mas se você não concorda, é importante questionar, compartilhar sua opinião e agir efetivamente – sempre de forma cordial – para garantir que os seus direitos sejam respeitados.


E antes de esperar que os outros façam isso por você, assuma a responsabilidade pelo seu bem-estar e felicidade. Não deixe que a aparente posição de poder imposta pelos contratantes (agências e hostfamilies) a intimidem. Se você tem as suas razões e lida com o problema de forma positiva e gentil, não há porque sacrificar seu bem-estar em nome de um intercâmbio. Dá para resolver!

Por outro lado, não permita que a sua comodidade a impeça de se conhecer cada vez mais e tomar decisões conscientes que te ajudarão a experimentar situações com mais propósito, que realmente trarão ganhos pessoais e profissionais, não só durante o intercâmbio, mas durante toda a sua vida. Vai valer a pena, pode acreditar!

Conheça a si mesma e determine suas metas. Saber quem você é, do que você gosta, e quais são os seus objetivos de vida vão te ajudar a escolher o tipo de vida de au pair você quer ter. Por exemplo: você é independente e gosta de trabalhar sozinha? Opte por uma família em que os pais trabalhem fora. Está indo para melhorar o inglês e também para fazer cursos extracurriculares na sua área como, por exemplo, gastronomia? Tente ficar em cidades nas quais você encontra cursos relacionados. Não sabe nadar e tem medo de dirigir, não diga que é expert nas duas coisas porque você provavelmente não terá a chance de aprender antes de começar a ser requisitada para essas atividades. Enfim, dedique-se de verdade a se conhecer antes de buscar uma família e leve essas informações muito a sério! Ao contrário do que recomendam por aí, não deixe que o match com a hostfamily seja resultado do acaso ou da sorte, apenas para agilizar o processo, diminuir a sua ansiedade e satisfazer sua agência de intercâmbio. Você pode e deve direcionar as suas escolhas de acordo com o seu perfil e uma das formas mais efetivas de começar a fazer isso é por meio do seu application.


Repeteco do bem ☺: garanta que você sabe bem quem você é, do que gosta e como funciona melhor na rotina da vida pessoal e no trabalho. Agora, garanta que o seu application reflita tudo isso para chamar a atenção de famílias que tenham a ver com o que você é e podem te proporcionar as experiências nas quais você se sentirá mais à vontade para exercer seus pontos fortes. Não vale se moldar para atingir um ideal que não corresponda à realidade. Você não vai conseguir carregar esse peso por 1 ano. E se conseguir, sacrificará sua saúde física e mental. Você já chegou na família e está se sentindo desrespeitada? Importante não tomar nenhuma decisão da noite para o dia. Dê-se a chance, e para a família também, de se adaptar com calma. Porém, se depois de um período de reflexão, ainda se sentir infeliz, procure conversar a respeito. É provável que tenha havido alguma divergência entre o seu perfil e o da família ou que uma das duas partes tenha demonstrado ser algo que não era realmente, muitas vezes, por desconhecimento ou por não considerar a informação importante nessa química. Também é possível que os acordos feitos antes do match e do embarque tenham sido esquecidos ou deixados de lado. Se isso está ferindo uma das partes, não deixe que continue. Se é você que não está cumprindo com o prometido, esforce-se para corrigir caso essa adaptação esteja ao seu alcance. Se é a família que está descumprindo, assuma a responsabilidade de comunicar a divergência e garantir que seus direitos sejam respeitados. O que fazer, na prática? Compartilhar e tentar chegar a uma solução conjunta, caso a incompatibilidade seja solucionável. Senão, considerar a possibilidade do rematch com maturidade e respeito tanto com você quanto com a família. Não tome essa atitude de forma precipitada e nem deixe para tomá-la tarde demais, quando você já tiver se desgastado e perdido a disposição para continuar no programa, mesmo que em outra família.


Espero, sinceramente, que tenha aproveitado essa nossa “conversa” . Talvez nem tudo o que você tenha lido aqui seja novidade para você, mas, seu eu puder contribuir mesmo que seja só um pouquinho para que seja mais feliz na sua jornada como au pair, terá valido a pena! Te desejo uma boa viagem, por novas terras e pelo autoconhecimento! ☺

Quer ajudar cada vez mais au pairs a terem acesso a informações relevantes para um intercâmbio bem-sucedido? Você pode fazer isso, compartilhando suas histórias e dicas! Nos ajude também a entender como esse guia contribuiu para sua experiência e como podemos fazer mais por você. Estamos te esperando nos nossos canais de comunicação! www.aupairsemmisterio.com www.facebook.com/aupairsemmisterio exaupair@aupairsemmisterio.com


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.