ACE OF HEARTS

CHANTAL FERNANDO

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO

Disponibilização: Eva

Tradução: Vanessa Revisão Inicial: Julia Sezini Revisão Final: Keira Leitura Final: Perpetua Batista Formatação: Eva

Setembro/2019

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO Erin Dawson teve a vida perfeita crescendo em um lar perfeito com uma família perfeita. Seus pais deram a ela e a sua irmã tudo que uma criança poderia querer. Mas depois de saber que o homem que ela chama de ‘pai’ a vida toda não é, na verdade, seu pai biológico, Erin está determinada a encontrar o homem que é.

Armada com sua certidão de nascimento original, ela encontra seu pai, mas começa a questionar se sua mãe estava certa o tempo todo em manter essa informação enterrada. Acontece que ele é o presidente de um clube de motoqueiros, que não poderia estar mais longe da vida que Erin está acostumada. Mas ela está determinada a conhecer o homem a quem herdou os impressionantes olhos azuis. Apesar de conseguir o que quer e encontrar seu pai biológico, é o motoqueiro um pouco mais velho que ela, muito mais rude, mas incrivelmente sexy, que chama a atenção de Erin.

Como a nova “princesa” dos Cursed Ravens, Erin está aprendendo um mundo totalmente novo, mas seu pai deixou claro que ela está fora dos limites. Ace seguirá as ordens de seu presidente ou ele colocará seu coração à frente de seu dever?

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CHANTAL FERNANDO

Conhecer a si mesmo é o começo de toda a sabedoria.

—ARISTÓTELES

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ERIN

Eu não sei o que estou fazendo aqui.

Bem, isso não é inteiramente verdade. Acho que sei o que estou fazendo aqui.

Só não sei como vou passar por isso.

Estou tão deslocada, fora da minha zona de conforto, mas essa parte teimosa e determinada de mim não vai desistir até eu terminar o que vim fazer aqui. Ele pode não me querer ou querer alguma coisa comigo, mas pelo menos eu saberei. Pelo menos posso dizer que tentei. E quando souber, posso fechar o capítulo desta parte da minha vida. Posso parar de pensar e desejar fazer os ‘e se’ que se passam em minha mente. É uma noite de sábado e acabei de sair do táxi que me trouxe direto do ponto de ônibus. Quando ando em direção ao prédio, sei que cometi um grande erro ao escolher hoje para vir, mas é tarde demais para voltar agora. Não é o que pensei que seria. Estava imaginando algum tipo de armazém, não uma grande casa de dois andares em dois acres de terra. Apenas passando, você pensaria que uma família normal morava aqui. Não um monte de motoqueiros. Mas à medida que você se aproxima, começa a ouvir a música alta explodir e a ver as pessoas em todos os lugares. Torço minhas mãos, refletindo comigo mesma antes de entrar.

Posso fazer isso.

Ninguém presta atenção em mim quando me aproximo da porta, o que é provavelmente uma coisa boa, mas me faz questionar ainda mais. Olho para o meu jeans azul gasto e rasgado e botas pretas. Eu deveria ter tentado parecer mais bonita? As primeiras impressões

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CHANTAL FERNANDO importam como minha mãe sempre me disse. Embora eu possa não conseguir o melhor dele agora, durante o que parece ser uma festa selvagem, ainda quero que ele pense que sou seu mundo, não que eu jamais admita isso em voz alta. Olho para as pessoas reunidas em torno de suas motos. Homens vestidos de preto da cabeça aos pés, vestindo coletes de couro, todos bastante intimidantes em sua estatura e comportamento — altos, grandes e em grande parte tatuados — e mulheres exibindo muita pele. Olho para longe rapidamente, não querendo fazer contato visual com nenhum deles. Essas pessoas parecem que podem me comer viva. Como o homem grande com barba, ou a mulher ao lado dele, vestida com couro apertado, um colar em volta do pescoço, olhando fixamente para mim. E ainda algo dentro de mim não me deixa ir embora.

Estou tão perto agora.

Eu tenho que fazer isso.

Quando levanto a mão para abrir a porta, meu top preto sobe, e sinto o ar frio bater no meu estômago. Puxo meu top para baixo quando entro, meus olhos absorvem tudo ao meu redor. É como outro mundo aqui dentro.

Toda a pesquisa que fiz antes de vir não me preparou para o que vejo.

Há homens enchendo a sala mal iluminada, alguns sentados e alguns em pé, uma nuvem de fumaça em torno deles. A maioria está nos mesmos coletes de couro que vi do lado de fora, e olho para as palavras escritas nas costas de um deles. CURSED RAVENS MC. Um clube de motoqueiros. Eu definitivamente estou no lugar certo.

Há mulheres rindo e dançando, não como se fosse um clube, a menos que fosse um clube de strip-tease. Eu vejo duas dançando uma com a outra, e por um momento assisto, tanto chocada como hipnotizada. Noto alguns dos homens observando-as, o que é claramente o objetivo delas. Não sei o que pensar.

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CHANTAL FERNANDO Eu me sinto congelada no lugar, não tenho certeza de como estou destinada a encontrá-lo nessa multidão. Nunca vi nada assim em minha vida. Balanço a cabeça e arrasto os olhos para longe do show na minha frente, examinando ao redor das pessoas. Quando meus olhos passam por um homem sentado em frente a mim, dou uma olhada.

Talvez porque ele esteja olhando de volta para mim.

Ou talvez seja porque ele é o homem mais sexy que já vi na vida real.

Sentado no meio de um sofá de couro preto, com uma mulher em cada lado dele, ele está vestido de preto, um contraste com seu cabelo claro. Não consigo ver a cor dos seus olhos daqui, mas sei que também são claros. Tudo o mais sobre ele, no entanto, é escuro. Ele não sorri quando me olha da cabeça aos pés e de volta, e tenho que imaginar o que ele vê. Uma das mulheres sussurra algo em seu ouvido, mas ele não lhe dá nenhuma atenção, nem sequer vira a cabeça. Não, ele ainda está me observando, como um lobo observa sua presa. E não posso desviar o olhar, hipnotizada. Eu deveria, mas por alguma razão, não quero.

Um assobio à direita de mim chama minha atenção, enquanto um homem de cabelos escuros se aproxima de mim, lambendo bastante os lábios. Eu não gosto do olhar nos olhos castanhos deste homem.

“E o que temos aqui?” Ele diz, olhando para trás, checando minha bunda. “Eu não acho que já te vi por aí antes.”

Ele está seriamente tentando me reconhecer pela minha bunda?

Um pedaço de desconforto me atinge. Quão longe do meu hábitat estou? E se for inseguro para eu estar aqui? Eu nem sequer considerei que isso poderia ser arriscado. Estava tão focada em encontrar meu caminho até aqui que não pensei nos perigos.

Eu não tenho certeza de como isso vai acontecer, e não gosto do jeito que esse homem está olhando para mim como se eu fosse um pedaço de carne. Como se pudesse me ter se quisesse; como se eu já

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CHANTAL FERNANDO fosse dele. Um homem que está acostumado a conseguir o que quer. Eu nunca conheci motociclistas antes, e não sei o que pensar agora. Estou aqui apenas por uma razão e não para conversar com nenhum desses homens aleatórios.

Eu me viro para encará-lo. “Eu não estive aqui antes” admito, mudando de pé. “E também estou totalmente fora de seu alcance. Estou realmente procurando por...”

“Eu sei exatamente o que você está procurando” ele diz, sorrindo. Ele seria atraente se não fosse um idiota. Minha irmã, Éden e eu fazemos esse pequeno movimento quando um cara parece... pervertido. É uma ação involuntária com nossos dedos, uma que representa alguém cuspindo uma bebida. Se ela estivesse aqui, nós duas estaríamos fazendo isso agora. Esse cara é muito desprezível para o seu próprio bem. Isso realmente funciona com algumas mulheres?

“Por que você não volta para o meu quarto para que eu possa dar a você?” Ele gentilmente agarra meu braço, mas me afasto antes que ele possa me levar a qualquer lugar.

“Não, obrigada” digo, levantando o queixo e olhando-o nos olhos.

“Eu prefiro enfiar agulhas nos meus globos oculares e rolar no chão do que ir a qualquer lugar com você.”

Ele arqueia uma sobrancelha. “Você é atrevida, não é? Tem certo membro em mente então? Confie em mim, quem quer que seja, eles não darão à mínima se você me der um gostinho primeiro. Eu gosto de toda... vibe inocente que você está emitindo. Eu sou Shack, a propósito. Lembre-se disso, porque você pode estar gritando mais tarde” É, não.

Essa merda inocente não é uma vibe, e preciso sair dessa situação agora antes que ele descubra isso e provavelmente chute minha bunda daqui antes que eu possa encontrar Gage.

Eu olho para o homem sentado no sofá, e Shack nota e solta uma risada. “Sim, é claro que é de Ace que você está atrás.”

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CHANTAL FERNANDO Ace. O nome combina com ele. Eu gostaria que fosse ele aqui falando comigo ao invés desse esquisito. “Quem é essa, Shack?” Pergunta um homem com dreads loiros, me estudando, mas não de um jeito desprezível. Mais curioso. Ele tem belos olhos cor de âmbar e uma vibração calma que não posso deixar de absorver. A barba dourada em suas bochechas aumenta seu apelo.

“Eu chamo de ‘Vi Primeiro’”, Shack responde, mostrando os dentes. “Assim que eu conseguir que ela desista da porra do Ace hoje à noite.”

Eu oficialmente tive o suficiente.

Sou normalmente uma mulher muito calma e doce, mas no minuto em que sou forçada demais tendo a ter um pouco de temperamento. As coisas obviamente são um pouco diferentes por aqui, algo para o qual não estava necessariamente preparada, mas não me importo com quem são esses homens, eles não podem falar de mim como se eu não estivesse aqui. Como se eu fosse menos do que eles, só porque sou uma mulher e não parte do mundo deles.

Jogando minhas mãos para o alto, grito “Eu não estou aqui para foder ninguém! E parem de falar de mim como se eu não estivesse aqui; é fodidamente rude. Estou aqui para ver Gage Liam Parker. Então, se um de vocês gentilmente me orientasse isso seria muito apreciado.”

Assim que as palavras saem da minha boca, posso sentir a mudança na sala, a mudança repentina na atmosfera. É quase como se todo o ar fosse sugado, deixando-me lutando para respirar, enquanto os homens olham para mim de uma maneira completamente diferente, seu comportamento brincalhão se foi.

“Como você sabe o nome do nosso presidente?” Shack me pergunta; os olhos apertados e a mandíbula apertada.

Eu não sabia que Gage era o presidente deles, até o momento.

Merda.

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CHANTAL FERNANDO Agora é como se eles estivessem avaliando uma ameaça. É melhor do que ver a luxúria que estava em seus olhos, mas apenas ruim. Eu riria do pensamento de ser um perigo para qualquer um, mas não quero empurrá-los mais longe do que já tenho.

Desta vez, quando a mão de Shack agarra meu braço, ele não é gentil, nem brincalhão. Todo o seu comportamento mudou — não mais desprezível, uma vantagem perigosa sobre ele.

“Quem é você?” Ele exige, aumentando seu aperto.

“Deixe-a ir”, diz uma voz profunda e hipnótica. Viro a cabeça para ver o rosto bonito de Ace de perto. É ainda mais perfeito do que pensei que seria. Seus olhos cinzentos claros não revelam nada; eles são sem vida, mas também tão bonitos que quase dói olhar diretamente para eles. O pelo na minha pele arrepia, um tremor tomando conta do meu corpo. Eu nunca reagi assim a ninguém antes, e não sei por que está acontecendo agora. Sinto como se estivesse correndo para ele e para longe dele. Ou talvez eu precise fazer uma coisa ou a outra.

Shack me deixa ir, mas move seu corpo para mais perto do meu, como se eu pudesse tentar fugir. O medo me enche. Droga. Eu deveria ter pensado isso melhor. Nem sei se posso ficar de pé aqui, mas estando cercada por esses três homens imponentes, não sei o que pensar ou fazer. Posso ouvir a voz de Éden em minha cabeça, me dizendo que não deveria ter vindo. Isso não é uma boa ideia. Que algo poderia acontecer comigo, mas não escutei. Éden e eu somos muito diferentes e, embora ela sempre me ame e me apoie, isso não significa que me entenderá. Eu sempre fui a ovelha negra da família, e um pouco imprudente, e agora sei o por que.

“Vou buscar o Prez”, diz Dreads, deixando-me imprensada entre Ace e Shack.

“Qual é o problema?” Ace pergunta a seu amigo, um músculo batendo em sua bochecha. “Ela é demais para você lidar?”

Shack diz algo em voz baixa para ele que não consigo ouvir, mas posso adivinhar o que está dizendo.

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CHANTAL FERNANDO Ace traz os olhos de volta para mim, mais uma vez dando nada de volta. Se for possível, eles estão ainda mais cautelosos do que antes. O que eu fiz agora?

“Quem é você? Outra mulher querendo foder seu caminho até o topo?” Ace me pergunta, antes de compartilhar um olhar com Shack.

“Elas estão começando jovens hoje em dia, não estão, irmão?”

“Jovens e deliciosas”, Shack responde olhando para o meu peito.

Grande idiota.

Eu dou a ambos o dedo. Eles são idiotas. Por que têm que fazer suposições? Esses homens claramente têm grandes problemas de confiança. O que acham que vou fazer? Eu tenho metade do seu tamanho, em altura e largura, e eles poderiam facilmente me conter se quisessem. Acham que estou aqui porque quero foder meu caminho até o topo do clube? Eles não têm ideia. Se soubessem.

“Eu não te foderia se você fosse o último homem vivo” murmuro baixinho, enquanto cruzo os braços sobre o peito e estreito os olhos para Shack. Ignoro Ace, fingindo que ele não existe. É mais fácil assim. Não gosto de como ele falou comigo, e mesmo que não nos conheçamos, me incomoda que pense isso de mim. Ele não precisava ser tão rude.

“O que diabos você disse?” Shack me pergunta, mas decido ignorá-lo também. Meu temperamento está acelerado, tanto que todo o meu senso comum parece ter me abandonado. Tudo que posso sentir é tensão. Tensão entre eu e Shack — principalmente raiva — e um tipo totalmente diferente de tensão com Ace. Dreads reaparece e acena com a cabeça em direção ao corredor. Shack pega meu braço novamente e me puxa com ele, Ace nas minhas costas, até chegarmos a uma sala. Eu posso sentir seu corpo atrás de mim mesmo que não estejamos nos tocando. Ele é poderoso e não apenas fisicamente. Eu realmente não sei como explicar isso, mas é como se ele fosse um imã gigante, puxando as pessoas para ele. Estou tentada a me inclinar para trás e me pressionar contra o seu peito, apenas para absorver um pouco do que ele está jogando fora.

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CHANTAL FERNANDO Shack bate, e um homem fala “Entre.”

A porta se abre e sou conduzida para dentro de um espaçoso quarto de paredes brancas. Gage está sentado em uma grande poltrona de couro marrom no canto da sala, sem camisa, jeans aberto, a expressão irritada. Eu o vi antes, só em uma foto, quando ele era muito mais jovem, mas não tenho dúvidas de que é ele. À sua esquerda, há uma mulher dormindo em sua cama de bruços, nua. Mantenho os olhos nele, de repente me sentindo muito nervosa e desajeitada. Fui arrastada para cá como um criminoso comum, apesar de não ter feito nada de errado. Isso não é o que planejei quando decidi vir aqui hoje à noite. Não poderia ter me preparado para isso. Não sei porque, mas a cena diante de mim me deixa com raiva. Minhas mãos se fecham em punhos. Não é assim que as coisas deveriam acontecer. Eu já imaginei essa cena tantas vezes, mas não era para ser assim.

“Que porra é tão importante agora que não podia esperar até amanhã de manhã?” Ele pergunta em um tom calmo e rouco. Seus olhos azuis se estreitam levemente, e até eu posso dizer o quanto não está impressionado com toda a situação.

Bem, ele pode se juntar ao clube.

Shack se afasta para me revelar.

Gage cruza os braços sobre o peito. “Vocês dois estão aqui para me trazer uma garota? Eu pensei que havia algo errado.” Ele me olha, não parecendo muito impressionado. “Porque ela está aqui? Um pouco jovem para o meu gosto. Por que um de vocês não a tem? Melhor ainda, por que vocês não dão o fora do meu quarto para que eu possa dormir um pouco?”

Um pouco... jovem?

Por que um deles não me tem?

O que ele está pensando?

Você tem que estar brincando comigo agora. Isso só foi de mal a pior. Quem fala sobre as mulheres dessa maneira? E ele pensar que eu

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CHANTAL FERNANDO quero fazer sexo com ele? Eu não acho que fiquei tão enojada na minha vida.

Minhas unhas cravam nas minhas palmas. “Ninguém vai me foder!”

Não posso evitar, cuspo isso. Sou uma mistura de emoções agora, e nenhuma delas é boa. Eu me pergunto se ele pode ouvir o desprezo na minha voz. Ele não é nada como o que eu esperava. Fui ingênua em pensar que ele seria um grande herói que ficaria muito feliz em descobrir sobre mim, e que me receberia de braços abertos. Imaginei-o como um homem bom e forte. Alguém que eu teria orgulho de chamar de meu pai. Não sei exatamente o que esperava, mas não foi isso. Minhas expectativas estúpidas deveriam ter sido reduzidas. Realista. Ele é apenas um homem, afinal de contas, e um motoqueiro, e fui uma tola em pensar o contrário. Gage parece mais jovem do que os de meia-idade que eu sei que ele é, e ainda está tão bem quanto os outros homens aqui. Ele é sombrio, pensativo, e sua raiva silenciosa é dirigida a mim. Ele não diz nada ao meu desabafo, mas quase posso sentir a desaprovação flutuando dele.

Eu não sou nada além de um inconveniente.

Dormência começa a encher minhas veias. Aquele momento em que você percebe o quanto está fodido e sabe que tomou uma decisão ruim, me bate. Aquele momento de puro arrependimento. Eu nunca deveria ter vindo aqui.

“Ela pediu por você pelo nome” Ace diz, e não sei por que, mas seu calor nas minhas costas é de repente estranhamente reconfortante. Talvez porque tenha dito a Shack para me deixar ir quando este estava tirando a vida do meu braço. Ou talvez ele seja apenas o menor do mal que está nesta sala agora. De qualquer maneira, estou feliz que ele esteja aqui, mesmo que eu não tenha razão para estar. Eu me sinto mais segura.

Os olhos de Gage passam de impassíveis a curiosos e ameaçadores. “Só os meus homens sabem o meu nome verdadeiro” ele murmura, correndo um dedo grande pela barba escura em sua bochecha. Sua voz é enganosamente calma. “Como você sabe?”

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CHANTAL FERNANDO Tento enfiar a mão no bolso do jeans, mas ambos os braços são agarrados por Shack e colocados nas minhas costas antes mesmo de eu saber o que está acontecendo.

“Quem é você, a polícia?” Digo, sem fôlego. “Eu só vou tirar um pedaço de papel do meu bolso, seu idiota psicótico.”

Ace rapidamente dá um tapinha nos meus bolsos e acena para Shack, que instantaneamente me deixa ir. Eu dou a eles todo o olhar mais sujo que consigo reunir, então lentamente enfio a mão no bolso, com os dedos tremendo e puxo o documento dobrado.

Olhando-o bem nos olhos, hesito quando desdobro e entrego a ele. Quando digo a próxima linha, minhas palavras saem com raiva.

“Porque eu sou sua filha.”

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Sua expressão permanece a mesma, mas várias emoções passam em seus olhos. Descrença. Dúvida. Medo. Ele não acredita em mim, ou talvez esteja com dificuldades em processar minhas palavras. Talvez não saiba quem culpar ou como isso aconteceu. Talvez esteja com raiva de mim por dizer a verdade.

Não sinto falta da dor que também pisca em seu olhar, e é isso que me acalma um pouco.

Prendo a respiração enquanto ele abaixa o olhar para o papel a sua frente e olha para a minha certidão de nascimento, que parece reler algumas vezes, depois balança a cabeça. “Não, isso não pode ser.”

“A prova está em suas mãos” digo, me sentindo magoada por ele estar negando o que está bem na frente dele. Por que mais eu viria aqui fazendo tais reclamações? Não tenho nada a ganhar com a mentira. Um simples teste de DNA confirmaria facilmente que estou dizendo a verdade. Minha mãe mentiu sobre muitas coisas. Mas neste momento, duvido muito que me dizer que meu pai está em um clube de motoqueiros é algo sobre o qual ela mentiria.

Ace pisa ao meu lado e ergue meu queixo com a mão. Seus dedos estão quentes e ásperos. Ele me olha bem nos olhos e, por alguns segundos, estou perdida em profundidades cinzentas e sombrias.

“Sabe, os olhos dela são como os seus, Prez.”

E ele está certo, eles são. Idêntico em cor, forma e até os cílios grossos emoldurando-os. Ninguém mais na minha família tem olhos azuis.

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CHANTAL FERNANDO “Saiam todos” Gage exige, em seguida, olha para a cama, como se apenas lembrando que há uma mulher nua lá. “Porra. Na verdade, você vem comigo.” Ele aponta diretamente para mim. “Nós vamos conversar em outro quarto.”

Que consideração a dele, embora eu esteja feliz por me livrar da mulher com quem ele aparentemente teve relações sexuais. Nojento. Eu não tenho ideia de como dormiu durante toda essa conversa, a menos que ela esteja intoxicada ou algo assim.

Eu não vou tocar nisso.

Os homens saem, de volta para a festa, tenho certeza, mas não sinto falta do olhar persistente que Ace me dá antes que desapareça. Eu sigo meu pai para uma grande cozinha de estilo rural, com bancos e cortinas creme, meus braços em volta de mim. Surpreendentemente ninguém está lá, e há muito pouco barulho vindo da festa. Ele se senta à longa mesa de madeira, uma tão grande que deve ter sido feito sob medida, e hesito um momento antes de fazer o mesmo.

“Quero falar com ela.”

Eu suponho que a mulher em questão é minha mãe. Ele teria visto o nome dela na certidão de nascimento. Só para ter certeza, decido esclarecer.

“Quem?”

“Louise”, ele diz baixinho, olhando para o papel que ainda está segurando.

“Então você se lembra dela?” Pergunto, meio que surpresa que ele lembre. Ele é claramente um homem que passou por muitas mulheres. Eu não ficaria chocada se ele não pudesse lembrar de todas elas. Enquanto minha mãe não contava completamente sua história, ela disse que eles tiveram um tempo curto mas intenso juntos, mas que nunca teria sido capaz de lidar com seu estilo de vida. Ela o deixou e nunca olhou para trás. Eu não sabia exatamente o que ela queria dizer, mas agora entendo, e isso é só depois de estar aqui por cerca de trinta

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CHANTAL FERNANDO minutos. Na verdade, estou surpresa como a minha mãe religiosa, que esteve com alguém como Gage. Embora seja provavelmente completamente inapropriado, dadas as circunstâncias, estou meio impressionada com ela. Eu nunca teria imaginado isso nela.

Ele me estuda por um momento, um olhar estranho, quase melancólico no rosto. “Sim, eu me lembro dela.”

“Oh.” Bem, isso é uma coisa boa, certo? Se ele se lembra dela, talvez se importasse com ela de alguma forma.

E talvez faça o mesmo comigo.

Eu tiro o telefone do meu bolso, disquei seu número e o entrego para ele. Enquanto ele espera que ela atenda, vejo o quão tenso seu maxilar se torna, e sei que isso provavelmente não vai ser bom. Não é todo dia que um homem descobre que tem uma filha, e a mulher com quem ele se relacionou decidiu não contar a ele. Quando minha mãe admitiu isso para mim, acho que nunca fiquei tão zangada em minha vida. Eu não sei como ela justificou essa decisão, mas o que fez não é, e nunca será certo. Não era para ser sua escolha sozinha decidir se tenho Gage na minha vida ou não.

“Louise” ele grita ao telefone, em uma voz que eu não o ouvi usar até agora. Uma voz assustadora. Talvez esta seja a voz do presidente.

“Diga-me que isso não é verdade. Que você não escondeu a minha filha nos últimos vinte e tantos anos.”

Enquanto sua mão aperta meu telefone, olho para as minhas próprias mãos, incapaz de testemunhar a expressão de emoção em seu rosto. Ele parece realmente chateado que não sabia sobre mim. Isso é apenas uma coisa de orgulho? Ou ele teria realmente desejado me ter em sua vida? Eu nunca admitiria isso para ela, mas agora posso ver porque ela me tirou de tudo isso. Não é exatamente o ambiente em que você gostaria que um bebê crescesse. Durante toda a minha vida, senti que algo estava faltando. Eu tive uma boa vida, então não deveria reclamar, mas ainda não parecia completa. Como posso saber quem sou quando conheço apenas metade de mim?

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CHANTAL FERNANDO “Eu não posso acreditar que você fez isso” ele diz para ela, sua voz gotejando em amargura.

De pé, ele começa a enlouquecer. Pulo quando ele joga meu telefone, dá um soco na parede, depois dá um soco no armário de vidro, que quebra, enviando vidro por toda parte. Não sei o que fazer ou como reagir. Eu apenas assisto o homem que me deu a vida se quebrar em raiva, sentindo tudo conforme todas as suas emoções o atingem de uma vez. Eu sei como ele se sente, porque senti o mesmo quando descobri a verdade. Como se eu fosse roubada de alguma coisa; como se estivesse muito fora de controle em minha própria vida. Ele joga um prato na janela quando Ace, Shack e Dreads voltam. Ace me agarra e me puxa para fora do cômodo, enquanto, eu suponho, que os outros dois tentam acalmar meu pai. Eu poderia ter apenas literalmente conhecido Gage, mas sua reação faz meu peito apertar, e engulo o ar como se eu não pudesse ter o suficiente em meus pulmões.

Ele tem as emoções à flor da pele.

Assim como eu.

Quando paramos em algum lugar do corredor, Ace me examina, verificando se estou bem. “Você tem sorte de nenhum pedaço de vidro te atingiu. Por que você não saiu de lá quando ele começou a surtar?”

Mesmo se tivesse sido acertada, eu provavelmente não teria sentido. Eu me sinto entorpecida. “Eu não sei. Não conseguia desviar o olhar dele por algum motivo.”

Sua reação ao descobrir sobre mim está me matando, e isso me faz pensar como minha vida teria sido diferente se eu tivesse tido ele em minha vida. Talvez tivesse sido pior. Ou talvez eu tivesse um relacionamento estreitamente ligado com ele agora. Está tudo estragado. Estou perto do meu padrasto, claro. Eu o chamo assim agora, mas crescendo eu realmente achei que meu padrasto, Brock, era meu verdadeiro pai. Outra mentira que minha mãe inventou. Mas depois de colocar os olhos em Gage... eu sei que há algo que perdi. Vir aqui pode ter sido um movimento imprudente, mas sinto que fiz a coisa certa.

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CHANTAL FERNANDO “Você está bem?” Ace pergunta, seu braço tocando o meu enquanto se inclina contra a parede ao meu lado.

“Eu estou bem” digo, abaixando a cabeça e limpando sua preocupação. “É melhor eu ir, na verdade. Está ficando tarde.”

Voltarei ao motel e processarei tudo isso. Talvez amanhã Gage e eu possamos almoçar ou algo assim antes de voltar para casa. Uma conversa e uma refeição real para se conhecer e conversar com ele seria perfeito.

“Ele não vai querer que você vá” Ace diz, mais uma exigência do que qualquer coisa. “Ele acabou de descobrir sobre você, e claramente não está aceitando bem. Nós dissemos a todos para sair. Isso é mais importante do que uma festa.”

Agora que ele mencionou isso, a música parou. Posso ouvir vozes, mas é só isso.

“Eu fiz a coisa certa ao vir aqui?” Eu me pergunto em voz alta.

“Eu não sei” Ace responde, movendo-se na minha frente, os olhos cinza presos em mim. “Mas é tarde demais para voltar agora.”

“Ninguém pode me fazer ficar aqui se eu não quiser”, digo.

“Onde ela está?” Ouço meu pai gritar, e Ace me dá um eu te disse, veja.

Envolvo meus braços em mim. Isso é o que eu queria, mas agora não sei o que fazer. Ele quer que eu fique aqui no clube? Ele vai me perguntar se quero ficar? Ou apenas exigir isso? Porque se me perguntar, vou considerar isso. É loucura; acabei de conhecê-lo e ao resto dos homens, e não os conheço, mas ele é meu pai. Se ele exigir isso de mim, bem, vou andar direto por aquelas portas. Ninguém me diz o que fazer; não me importo se terei que me defender contra todo o MC. Quando meu pai se aproxima, olhando para mim como se certificando-se de que estou bem, me preparo para uma batalha. “Onde você está ficando?”

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CHANTAL FERNANDO “Em um motel, eu...”

“Você vai ficar aqui hoje à noite? Já está ficando tarde e...” Ele recua e limpa a garganta. “Você ficará?”

Exalo, feliz, ele está perguntando, em vez de ser um tirano. Embora a ideia de ficar em uma casa com um monte de motoqueiros não seja minha primeira escolha, já posso dizer que meu pai não deixará nada acontecer comigo. Além disso, meu motel é uma droga. “Posso ficar por uma noite, acho.”

Alívio aparece em seu rosto. “Alguém vai com você para pegar suas coisas” afirma, olhando para Ace. “Você vai com ela. Certifique-se de que todos saibam quem ela é e saibam que não devem sequer olhar para ela da maneira errada. Ela está fora dos limites para todos, incluindo você, e se alguém a perturbar, vou acabar com eles.” Ele se vira para mim e cobre minha bochecha com a palma da mão. É o primeiro toque que me dá. É macio, com a mesma mão que acabou de quebrar um quarto em pedaços. “A princesa dos Cursed Ravens, a que nem sabíamos que fodidamente tínhamos, voltou.”

Ele me lança um sorriso triste e sai andando, deixando-me com Ace. “Vamos” ele diz em um tom suave, me guiando com a mão na parte inferior das minhas costas. “Você já andou de moto?”

Ele está brincando? Minha mãe teria me matado se andasse de moto. Lembro-me de que no baile de formatura do meu colégio meu namorado tinha uma moto e ela só me deixou ir com ele se prometesse nunca andar nela. Eu pensei que ela estava apenas sendo superprotetora, mas aparentemente havia mais do que isso. Ela é tão hipócrita. Estou disposta a apostar que andava na moto do meu pai quando era mais nova que eu. Acho que ela não queria que eu seguisse seus passos.

Balanço minha cabeça, e o olhar que ele me dá em troca é divertido — um lampejo de seus dentes — e outra coisa... Satisfação?

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CHANTAL FERNANDO “Prepare-se para a experiência de sua vida, princesa” ele diz, parando em uma porta. Ele abre e entra, não tenho certeza se devo segui-lo. Acho que esse é o quarto dele. Sentindo-me intrometida, estou prestes a entrar quando ele volta com uma jaqueta de couro nas mãos, uma que tem um corvo negro de aparência maligna com olhos vermelhos me encarando — o emblema dos Cursed Ravens — e acena para a entrada. “Está pronta?”

“Tão pronta como jamais estarei” murmuro, ignorando os olhares quando saímos. Eu o sigo até a moto dele, onde o vejo admirá-la antes de se virar para mim e me entregar sua jaqueta.

“Você está dando para mim?” Pergunto surpresa, tirando isso dele.

“Sim. Coloque-a, ou vai congelar o seu rabo” ele diz, em seguida, pergunta “Espere, o quanto você tem de merda? Podemos colocar na moto ou precisamos de um carro?

“Apenas uma bolsa” digo, deslizando no couro quente e gasto. A jaqueta é propriedade do clube e, ao usá-la, parece que também sou. Eu não sei como me sentir sobre isso, mas gosto do cheiro do couro misturado com uma pitada de colônia masculina deliciosa. “Eu posso carregar no meu ombro.”

“Carregando pouca coisa, hein?” Ele diz, diversão entrelaçando seu tom. “Posso apreciar isso.” Ele me verifica em sua jaqueta, um brilho em seu olhar que não quero decifrar agora. “Isso fica bem em você.” “É bom” admito, passando meus dedos sobre o couro. “Pesado, mas bom.”

Ele acena em aprovação. “Qual é o nome do motel?”

Eu digo a ele, mas não me preocupo em dizer que só ficaria por uma noite antes de ir para casa, então realmente não precisava de muita coisa. “E você? Você não vai ficar com frio?”

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CHANTAL FERNANDO Ele está apenas vestindo uma camisa em V de manga longa preta, jeans e botas. Ele me disse que vou congelar, mas sem o casaco, ele também vai.

“Eu vou ficar bem” ele diz, entregando-me um capacete preto fosco. Eu o coloco, me sentindo um pouco estúpida, e muito claustrofóbica, mas tudo bem. Ele se encaixa corretamente, pelo menos vou estar segura. Ele pega sua moto e me diz para subir atrás dele. Com a minha frente pressionada em suas costas, eu hesitantemente envolvo meus braços ao redor de seus ombros, em um aperto muito desajeitado, até que ele os agarra e os traz sobre seu abdômen — que eu notei serem duros e extremamente definidos — e diz “Aperte, princesa. Não tenha medo.”

Ele me solta, e eu imediatamente sinto falta do calor de sua pele.

Não ter medo? Eu não tenho, o que é surpreendente. Por alguma razão, porém, confio que ele sabe o que está fazendo e vai me levar aonde precisamos ir com segurança. Ele não vai me prejudicar, e não apenas porque Gage machucaria qualquer um que tentasse.

Eu me sinto segura com ele. Sei disso desde que o conheci. É possível sentir a energia de alguém e sentir como se você soubesse algo sobre essa pessoa? Eu não sei. Sei que meu instinto está me dizendo que este homem, Ace, não vai deixar nenhum mal vir para mim.

“E seja o que for, não coloque os pés no escape” ele avisa, tocando suavemente meu joelho com a mão antes de colocar as duas mãos no guidão.

Olho para baixo e me certifico de que meus pés estão onde deveriam estar, agarrando-o como se minha vida dependesse disso, ele liga o motor, o barulho alto me fazendo pular um pouco. E quando decola, a princípio fico um pouco assustada e insegura. Fecho meus olhos nas primeiras curvas, mas depois de um tempo, eles se abrem, e não posso deixar de sorrir. Com o vento gelado me cercando e o calor contra meu peito, um sentimento de liberdade toma conta de mim.

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CHANTAL FERNANDO Estar pressionada contra esse homem grande, musculoso e selvagem...

Talvez aqui seja onde eu deveria estar.

Quando chegamos ao motel, tiro o capacete, arrumo o cabelo e vou pegar minhas coisas enquanto Ace fica para trás e espera. Depois, quando ando em direção ao escritório com a chave, o atendente me diz que o quarto já foi pago.

“Você não tem que fazer isso” digo, deslizando minha mão na minha bolsa enquanto ando de volta para ele.

“Acho que posso pagar cem dólares” Ace responde, o lábio se contraindo em diversão.

“Isso é irrelevante” digo, franzindo a testa. Tenho certeza de que ele tem muito mais dinheiro do que eu. Vou ser uma estudante universitária e, com certeza, tenho algumas economias, mas tento gastar o mínimo possível. Tenho trabalhado em um bar até a faculdade começar, por causa de sua flexibilidade e das boas gorjetas. Quando decidi que viria aqui, pedi ao meu chefe uma semana de folga.

“Você é do tipo que só procura por brigas, não é?” Ele pergunta, não parecendo desconcertado com esse fato. “Não vou te dar o que você quer, princesa. Sou um homem e quando você está comigo, tenho certeza de que qualquer um dos outros irmãos, sempre pagaremos. Não dê a mínima para o que é, então é melhor você se acostumar com isso. E se você se surpreender com isso, não sei com que tipo de garotos você está namorando.”

“Quantos anos você tem?”

Ele disse que é um homem, e fez comentário sobre garotos, então estou curiosa.

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CHANTAL FERNANDO “Vinte e oito”, ele responde, examinando meus olhos. “Por quê?”

“Apenas conversando” eu digo, encolhendo os ombros. Então ele tem sete anos de diferença comigo. Não é tanto assim — nós dois ainda estamos em na casa dos vinte.

E a idade não é nada além de um número de qualquer maneira.

Ele pega minha bolsa de mim e a põe nas costas. Parece ridículo porque as correias precisam ser alongadas para caber em seu corpo enorme, e também porque é rosa. Mas ele não se importa. E eu realmente gosto disso. É uma qualidade atraente quando alguém não se importa com o que os outros pensam ou vão dizer. Ace é claramente foda, então é claro que não vai se importar. Eu não acho que alguém além de seus colegas membros do MC teriam coragem de dizer qualquer coisa para ele de qualquer maneira.

“Como você está além de puxar conversa” ele murmura. “Aposto que é uma daquelas garotas que tem uma razão calculada por trás de cada pergunta. Jornalista de merda.”

Começo a rir disso, especialmente porque me faz pensar na minha prima Celina, que na verdade é jornalista e tem uma razão por trás de cada pergunta que faz. “O que te faz pensar isso?”

“Posso ver sua mente trabalhando por trás desses olhos azuis, princesa” ele diz, balançando a cabeça para mim, diversão escrita em seu rosto. “Você é problema.”

“Eu sou problema?” Digo, com a mão no meu peito. “Olha quem está falando! Sr. Cara Durão, sentado naquela festa, cercado por mulheres, agindo como um fodão. Você parecia numa cena de um videoclipe.”

“Agindo?” Ele repete, arqueando uma sobrancelha. E se inclina para frente, nossos lábios quase se tocando, e sussurra “Querida, eu matei por menos.”

Eu me forço a respirar. De perto, ele é ainda mais bonito.

Se ele me beijasse agora, não o pararia.

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CHANTAL FERNANDO Não, eu o beijaria de volta mais forte.

Limpo a garganta e reviro os olhos. “Você ouviu meu pai, ninguém pode me perturbar. O que significa que você pode tentar todas as suas táticas, mas todos nós sabemos a verdade — sou intocável.”

Ele me estuda por um segundo e depois joga a cabeça para trás e ri. “Viu? Problema.”

Talvez, mas ele parece trazer isso à tona.

Ele me desafia.

Eu só estive aqui uma noite e acho que já estou em apuros.

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CHANTAL FERNANDO 3

Aproveito o passeio de volta, e noto que Ace toma um caminho mais longo do que fez no caminho da ida. Descanso a bochecha em suas costas e fecho os olhos, imaginando como seria ter um homem como ele para mim. Tenho certeza de que é o que toda mulher quer, mas não o que todas recebem. Talvez seja apenas meu ser ingênuo, jovem e estúpido, mas isso não muda o fato de que gosto de estar perto dele. Eu quero estar perto dele.

Quando chegamos de volta ao clube, não quero sair da moto, mas hesitantemente escorrego e retiro o capacete. Espero até que ele esteja pronto, então entrego de volta para ele. “Eu poderia ficar aí o dia todo.”

Ele ri. “Suas pernas e bunda precisam de treino.”

Outro tipo de treino aparece em minha mente com suas palavras, e limpo a garganta e olho para longe por um segundo, um pequeno sorriso brincando em meus lábios. Graças a Deus ninguém pode ver na minha cabeça.

Nossas mãos se tocam quando ele tira o capacete de mim e o coloca no final da moto. Com minha bolsa ainda em cima dele, voltamos a entrar juntos e, embora a festa tenha acabado, ainda há algumas pessoas por perto. É sempre assim? Tenho a tendência de gostar do meu espaço e da minha privacidade, por isso não sei o quão bom isso vai ser. Há uma voz na parte de trás da minha cabeça me perguntando o que diabos estou fazendo, mas acabei de encontrar Gage, e este mundo é diferente de tudo que já vi antes. Não posso deixar de estar curiosa.

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CHANTAL FERNANDO Dreads se aproxima e sorri para a bolsa rosa ainda pendurada no ombro largo de Ace. “Combina com você.”

Ace nem sequer responde, em vez disso, olha para Gage, que acabou de entrar na sala. “Onde a colocamos, Prez?”

“Eu vou levá-la” meu pai diz, apontando para o corredor, e a realidade da situação me atinge. Vou passar a noite em um clube de motoqueiros com pessoas que acabei de conhecer. Eu sou conhecida por ser um pouco imprudente às vezes, mas isso está realmente demais até para mim.

Ace me entrega minha bolsa, então diz algo que só eu posso ouvir “Você se lembra onde é meu quarto?”

Concordo.

“Aberto para você, se precisar de mim” ele diz, então se afasta.

Surpresa me enche. Afinal, o que isso quer dizer? Ele acha que eu quero entrar em seu quarto durante a noite? Teoricamente, posso querer, claro, mas isso não significa que o faria. Que tipo de garota ele pensa que sou? Eu literalmente acabei de conhecer o cara, e está claro que Gage não quer que eu vá perto de nenhum de seus homens, o que é compreensível.

Sigo Gage pelo corredor, mas ele percebe minha cautela. “Você está segura aqui, Erin. Quero que saiba disso. E qualquer coisa que precisar, pegarei para você. Fique à vontade.”

“Obrigada” respondo, segurando a alça da minha bolsa.

Ele para em uma porta trancada, abre com uma chave, acende a luz e nós entramos. Todo o quarto é branco, das paredes à cama e bastante espaçoso. Há uma mesa e cadeira em um canto, uma cômoda na outra. A grande cama fica bem no centro, e há uma porta à esquerda, ligeiramente entreaberta, que deve ser o banheiro.

“Faça o que quiser com isso” ele diz, me observando. “É seu. Sempre será seu, se você decidir sair ou ficar.” Ele me entrega a

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CHANTAL FERNANDO chave, seu pomo de adão balançando enquanto engole. “Amanhã eu vou te dar um tour pelo lugar.”

“Obrigada” digo, forçando um sorriso. “Eu sei que isso é um pouco... demais.”

Seu lábio se contorce. “Sinto muito que você tenha me visto perder a cabeça antes. Eu não achei que Louise seria capaz de fazer algo assim, se for honesto”. Ele olha ao redor da sala, esfregando a parte de trás do seu pescoço. “Você cresceu com um padrasto?”

“Sim” digo, mudando de pé. “Brock.”

“Cara legal?”

Concordo.

Eu não falo mais nada; acho que ele teve dor suficiente por uma noite, e eu tive bastante confusão também. Ainda não tenho certeza se deveria ter ficado no motel, mas havia um olhar nos olhos de Gage que não conseguia dizer não. Ele realmente quer que eu esteja aqui.

“Bom” ele diz, limpando a garganta. “Obrigado por ficar. Se tiver algum problema, você até mim, ok?”

“Tudo bem” digo, mas nenhum de nós se move — apenas olhamos um para o outro, observando o outro, em um momento privado e quieto.

Este é meu pai.

Este é o homem que me deu metade dos meus genes e meus olhos azuis. Ele é um estranho, mas me sinto ligada a ele, e é o sentimento mais estranho. Quero dar-lhe um abraço, mas me sinto um pouco estranha em fazê-lo. Eu não sei que tipo de homem ele é. Tudo o que sei é o que vi hoje à noite e o que minha mãe me disse, nenhum fez jus a uma boa imagem. No entanto, há algo me fazendo querer darlhe uma chance.

“Estou feliz que você veio para mim” ele murmura, e posso ouvir a emoção em seu tom que posso dizer que quer mascarar. “Antes tarde do que nunca, certo?”

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CHANTAL FERNANDO Concordo. “Sim, é melhor tarde do que nunca.”

Levanto a cabeça e sorrio para ele.

“Você realmente tem meus olhos” ele diz, sorrindo e fazendo um som de diversão. “Mas muito melhor do que o meu.”

Rio disso. “Não é uma competição.”

Ele sorri de volta para mim. “Descanse um pouco, Erin.”

“Vou tentar.”

Ele sai e tranco a porta atrás dele e coloco minha bolsa na cama.

Quando olho em volta do meu quarto temporário, exalo. Tanta coisa aconteceu em tão pouco tempo e preciso processar tudo.

Tomo um banho rápido, escovo os dentes e visto o pijama. Quando estou prestes a me arrastar para a cama, decido pegar um pouco de água da cozinha, caso fique com sede durante a noite. Desbloqueando a porta, ando pelo corredor. O lugar está calmo, sem ninguém à vista, então estou confortável andando até a cozinha. Encontro uma garrafa de água na geladeira, então me sirvo. Gage disse para me sentir em casa. Quando estou voltando para o meu quarto, olho para o quarto de Ace. Eu ainda não sei o que ele quis dizer com a oferta para aparecer. Eu me viro e abro a porta, assim quando vejo uma mulher alta, magra e de cabelos escuros batendo na sua. Paro, observando para ver o que vai acontecer. Depois de um minuto, vejo a porta se abrir e a vejo entrar com a porta se fechando atrás dela.

Eu acho que a oferta dele não era só para mim. Eu não deveria me sentir tão decepcionada com isso depois de conhecer o homem hoje. Ele é claramente um homem de muitas mulheres, e é estúpido ter qualquer tipo de fantasia envolvendo ele. Ele provavelmente só quer ficar bem com meu pai e ser meu amigo. Seria apenas a minha sorte ser amiga de um homem cujas roupas eu quero arrancar.

Quantas mulheres ele diz para ir se elas ‘precisarem dele’?

Aposto que ele gosta de se sentir muito necessário.

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CHANTAL FERNANDO Eu também percebo que não tenho o meu telefone, porque meu pai jogou, e nunca fui verificar se estava funcionando. Não posso nem mandar uma mensagem para minha mãe para avisá-la que estou bem. Ela provavelmente está pirando depois de falar com Gage. Eu não posso lidar com isso esta noite embora; tudo acabou sendo demais.

Rangendo os dentes e me sentindo estúpida, fecho a porta do meu quarto e, desta vez, não acordo até a manhã seguinte.

“Como foi sua primeira noite, princesa?” Ace me pergunta na manhã seguinte, abrindo a geladeira enquanto me sento à mesa comendo cereal. Ele pega uma caixa de leite, fecha a geladeira, então sorri enquanto me olha. “Pijama legal.”

Estou no meu pijama de unicórnio de algodão rosa na frente de um grupo de estranhos e um homem que eu acho sexy como o inferno. Eu claramente desisti da vida.

“Obrigada. E sim, minha primeira noite foi maravilhosa” eu respondo sarcasticamente, sem me incomodar em olhar para ele. Não estou com vontade de lidar com Ace agora. Eu só estou aqui para ver Gage e depois sair.

Dreads entra e se senta ao meu lado, com uma cerveja na mão. Faço uma careta.

“Cerveja no café da manhã? Sério?”

Ele apenas sorri, olhos cor de âmbar dançando com diversão.

“Pra curar a ressaca.”

“Eu nem sei o seu nome” digo a ele. “Acabei de me referir a você na minha cabeça como Dreads.”

Ele ri e se inclina para trás em sua cadeira. “Que original.”

“Ei” digo, estreitando meus olhos. “É um ótimo apelido.”

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CHANTAL FERNANDO “Talvez você devesse continuar me chamando assim” ele reflete, tomando um gole de sua cerveja. “Isso funciona para nós, acho.”

Pisco. “O que funciona para nós?”

Ace se senta à nossa frente, me observando.

Eu não olho para ele. Olho para o meu cereal em vez disso. Muito mais seguro.

Dreads se levanta, o barulho de sua cadeira sendo arrastado pelo chão em voz alta na sala silenciosa. “Eu deveria levá-la às compras hoje.”

Levanto minha cabeça. “Comprar o que?”

“Roupas e merda para o seu quarto. O que você quiser” ele diz, encolhendo os ombros. “Você não trouxe muita merda com você.”

“Sim, porque ia conhecer Gage, depois voltaria para casa. Nunca pretendi ficar mais de uma noite ou duas” admito.

Não era exatamente um plano bem pensado, mais como uma decisão precipitada que tomei quando minhas emoções estavam fora de controle. Queria ver porque minha mãe não queria que eu viesse aqui. Talvez tenha sido parte rebelião, parte encontrando a mim mesma, não sei.

“Onde você mora?” Ace pergunta.

“Algumas horas daqui” digo, olhando para ele brevemente, em seguida, olhando para trás para Dreads. “Por que o Gage não pode me levar?”

“Ele tem algo acontecendo hoje” ele diz, encolhendo os ombros novamente. “Prez é um homem ocupado. Ele vai te ver quando voltar.”

Sim, mas sou filha dele. E ele deveria querer passar um tempo comigo. Ele não pode me pedir para ficar aqui e depois não me ver. Tento afastar a decepção, mas começo a me arrepender de ficar aqui, especialmente se ele não estiver por perto hoje.

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CHANTAL FERNANDO “Sim, tudo bem” digo, sabendo que não há muito mais que eu possa fazer agora. “Quando vamos?”

“Em uma hora” Dreads diz, olhando para sua bebida. “Eu vou parar depois desta.”

“Quão atencioso você é” murmuro em um tom seco, balançando a cabeça para ele em julgamento.

Ele sorri e desaparece, deixando-me com a única pessoa que realmente não quero ver agora. Não tenho nenhuma razão para estar descontente com ele, sei disso, mas sinto que essa atração por ele não vai acabar bem, e não preciso conhecê-lo.

“Você está bem?” Ele pergunta, parecendo preocupado. Seus olhos cinzentos se estreitam levemente enquanto me observa. “Eu sei que deve ser muito para absorver. Você dormiu um pouco?”

“Como um bebê. E sim, estou bem. Você sabe onde está Gage?”

Vou falar com ele eu mesma.

“Ele está com Verônica” ele responde, depois muda de assunto.

“Eu posso levá-lo para fazer compras em vez do Mac, se você quiser.”

Mac? Eu também prefiro Dreads.

“Não, está tudo bem” digo, encolhendo os ombros. “Eu vou com Dreads. E quem é Verônica?”

“A mulher do seu pai” ele diz, esfregando a mão pelo rosto. “Ele provavelmente está contando a ela sobre você.”

“Gage é casado?” Pergunto, meu nariz enrugado. Eu não sei porque, mas imaginei ele sozinho. Eu nunca considerei uma esposa na equação, uma madrasta, mas não sei por quê. Já faz tantos anos desde que ele estava com a minha mãe, é claro que ele estaria com alguém agora.

“Eles não são casados” Ace diz, em seguida, acrescenta em um tom mais baixo “E eu quero levar você.”

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CHANTAL FERNANDO “Espere” digo, um pensamento vindo para mim enquanto ignoro suas últimas palavras. “Ela era a mulher nua em sua cama na noite passada?”

Ace se encolhe e então limpa sua expressão. “Não.”

“Entendo” digo, arrastando as palavras silenciosamente meu recém-descoberto pai.

enquanto

julgo

“O que você entende?” Ace pergunta, inclinando-se em sua cadeira e me estudando. “Você sabe que não pode dizer merda para Verônica.”

“Entendo que todos os homens são porcos” digo, mostrando-lhe um sorriso falso. “E não se preocupe, não vou dizer nada. Não é da minha conta.”

As mulheres são tratadas de maneira diferente aqui. Parece que os homens são uma unidade, um forte, e as mulheres aqui devem ter seu próprio papel a desempenhar, o que é mais do que apenas estar na cozinha e no quarto. Minha mãe definitivamente não caberia aqui. Ela tem uma opinião sobre tudo e pode ser um pouco julgadora e condescendente às vezes. Eu sou como ela em alguns aspectos, e não em todos os outros.

“Nem todos os homens são porcos” Ace dispara de volta, franzindo o cenho.

“Apenas meu pai?”

“Eu nunca disse isso” ele diz, suspirando. “Vamos, vou levar você para fazer compras. Eu não me importo se você não me quer lá. Mac está bêbado e quero fodidamente te levar.”

Ele se levanta e sai, como se tivesse a palavra final. Ele não tem, e eu não vou fazer o que ele diz só porque disse isso. Eu nem quero ir às compras. Eu só quero ver Gage, talvez ter uma refeição com ele e depois voltar para minha vida real. Ele pode estar acostumado com mulheres seguindo toda a sua ordem, mas eu sempre fui uma pessoa que faz o que quero.

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CHANTAL FERNANDO Infelizmente, meu coração geralmente me leva ao invés de minha cabeça, e é por isso que estou aqui. Pareço ter um pequeno fraquinho pelo pai que nunca conheci, e talvez com sério medo de perder.

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CHANTAL FERNANDO 4

Depois de um longo chuveiro, para tentar limpar a minha cabeça, me visto em um jeans skinny e uma camiseta rosa.

Tudo que preciso é passar um tempinho com ele. Se ele está muito ocupado hoje, talvez eu deva sair agora. Eu obviamente não sou uma prioridade. Eu poderia chamar um táxi para me levar até a rodoviária e pular no próximo ônibus disponível, que me levaria para casa em cerca de quatro horas.

Mas e se eu não o vir novamente depois disso? Estou terminando de me vestir, pensando no que fazer, quando alguém bate na porta. Com um sapato, levanto-me e abro a porta, enfiando a cabeça para fora.

“Sim?” Pergunto a Ace, enquanto seus olhos encontram os meus. Tento ignorar o choque que atinge meu corpo em sua presença. Não sei o que é esta coisa entre nós, ou porque ele tem tal efeito sobre mim. Os homens aqui claramente têm um conjunto diferente de valores do que estou acostumada, ou a falta dele. Eu cresci em uma casa religiosa, aonde vamos à igreja todos os domingos e temos ideias claras sobre o que é certo e errado. Eu não sou uma pessoa julgadora, mas pelo que vi até agora com a forma como eles tratam as mulheres aqui, não gostaria de me tornar uma daquelas mulheres. Eu não quero ser enganada ou usada e descartada.

Eu sou uma romântica sem esperança, suponho.

Ou uma idiota.

Muito provavelmente a última opção.

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CHANTAL FERNANDO “Você está pronta?” Ele me pergunta, olhando para o meu corpo através do pequeno espaço vazio.

Abro mais a porta, depois me sento na cama para colocar o outro sapato. “Eu não preciso de nada.”

Estou prestes a dizer a ele que posso ir para casa, quando a próxima frase dele chama minha atenção.

“E comida?” Ele pergunta, entrando no quarto. Ele está vestindo tudo preto novamente — camiseta, colete de couro e jeans — e estou começando a pensar que isso é uma ocorrência regular para ele.

“Podemos almoçar ou algo assim, ou posso mostrar a cidade a você.”

Levanto a cabeça lentamente, tentando esconder meu interesse.

“Que tipo de comida?”

O cereal do café da manhã já está começando a se desgastar, e eu tenho um desejo por algo gorduroso. A cidade tem uma variedade muito maior de opções de comida do que estou acostumada na cidade em que moro, e não me importaria de comer tudo à vista antes de ter que ir embora. Costumo vir à cidade uma ou duas vezes por ano com minha família para uma pequena fuga, mas é só isso. E enquanto eu amo experimentar novos restaurantes, prefiro estar fazendo isso com meu pai. Talvez, se ficasse por perto, pudéssemos jantar, e eu poderia ir amanhã de manhã.

“Tudo o que você quiser” ele murmura, sorrindo para si mesmo, como se agora soubesse que tudo o que tem a fazer é mencionar comida para chamar minha atenção.

Odeio admitir que isso pode ser verdade. Eu sou meio boa de garfo.

“E nós podemos ir e consertar isso” ele acrescenta, puxando meu telefone e virando a tela rachada em minha direção. Merda, quase me esqueci do meu celular.

Estendo a mão. “É apenas a tela?”

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CHANTAL FERNANDO Ele acena e deixa o telefone na minha palma aberta. “Parece que sim.”

“Bem, ele pode definitivamente pagar por isso” murmuro baixinho, virando o telefone para trás e para frente na minha mão.

Ace faz um som de diversão, trazendo meus olhos para ele. “Não pense que isso será um problema, considerando que ele entregou seu cartão de crédito para você usar.”

Cartão de crédito? Que tipo de garota ele pensa que eu sou? Não quero o dinheiro dele. O dinheiro não pode comprar o que quero ou consertar qualquer coisa. Não vai me dar um relacionamento com Gage. Esse pensamento me deixa de mau humor novamente.

“Não se preocupe com isso, Ace” digo, suspirando. “Vou tentar falar com Gage, e se isso não der certo, vou para a rodoviária.”

“Não, você não vai” ele murmura, aproximando-se de mim, pensando que pode me intimidar com sua grande estrutura. “Vamos, estamos indo.”

“Ou o quê?” Pergunto a ele, cruzando os braços. “O que você vai fazer?”

Quando ele se inclina e me levanta em seus braços, bato em seu ombro. “O que você está fazendo? Você vai me levar pelo shopping assim também?

Meu estômago leva esse momento para roncar.

Alto.

“Veja, você está com fome. Pare de ser teimosa” ele rosna, me colocando para baixo. “Pegue sua bolsa. E vamos alimentar você.”

Suspiro pesadamente e pego minha bolsa. “Bem. Mas a comida é melhor ser foda e abundante. Quando poderei ver Gage?”

Ele fica na porta e espera por mim para atravessar. “Ele deverá estar de volta quando voltarmos. Ele teve que ir a algum lugar com Knuckles.”

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CHANTAL FERNANDO Knuckles? Nós dos dedos?

“Estou supondo que Knuckles é bom com as mãos?” Pergunto em um tom seco.

Ace ri baixinho e fecha a porta atrás dele. “Talvez ele quebrasse muito os nós dos dedos.”

“Sim, no rosto de outras pessoas” respondo, caminhando em direção à saída.

Mais risadas.

Enquanto caminhamos pelo clube, noto que o estilo de decoração de interiores inclui muito couro e caveiras, e não há desordem a vista. Os homens são obviamente minimalistas. Eu aponto para um dos crânios na parede. “Isso é real?”

“Sim” ele responde simplesmente. “Caveira de raposa.”

Abaixo a mão, enojada. Acontece que acho as raposas muito fofas.

“Quem caçou?” Pergunto, imaginando se é algo em que Gage está. Não que eu me juntaria a ele, tentando me relacionar, nunca poderia matar um animal por esporte. Ou por qualquer outro motivo. Eu não sou vegetariana nem nada, e sei que isso me torna uma hipócrita, mas nunca poderia fazer isso. Eu não estou julgando os outros que fazem, embora. Bem, não, ok, talvez esteja.

“A maioria de nós caça” é tudo o que ele responde.

Espero que ele me leve até sua moto, porque não consigo me lembrar qual é a dele em um estacionamento cheio delas, mas ele me leva a um BMW SUV. “Por que não estamos indo a moto?” Pergunto franzindo a testa. Estava ansiosa para estar de volta, o vento forte batendo nos meus ouvidos e bloqueando o mundo ao meu redor, tão perto de voar quanto jamais conseguiria.

Tão livre quanto jamais serei.

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CHANTAL FERNANDO “Se você vai comprar coisas, não podemos carregá-las na moto” ele murmura, abrindo as portas do carro com o apertar de um botão.

“Eu não vou comprar nada, só quero consertar meu telefone e pegar um pouco de comida” digo a ele, olhando ansiosamente para as motos. Recuo e ouço as portas trancando, o que significa que vamos para a moto.

“Vamos lá” ele diz, e não consigo parar o grande sorriso que se espalha no meu rosto.

Não perco o aceno de cabeça dirigido a mim, mas não me importo.

“Você costumava conseguir o que quer?” Ele me pergunta baixinho quando paramos em sua moto.

“Não.” Eu definitivamente não sou mimada, se é isso que ele está insinuando.

“De alguma forma não acredito nisso nem por um segundo” ele diz, entregando-me um capacete.

“Pense o que você quiser” respondo, amarrando meu cabelo em um rabo de cavalo baixo e deslizando o capacete. Eu deveria aprender a andar, então não precisarei depender de um homem ou andar atrás. Eu digo isso tanto quanto penso.

“Posso te ensinar” ele diz rapidamente, um brilho em seus olhos que envia um arrepio pela minha espinha.

“Talvez Gage vá me ensinar” respondo, encolhendo os ombros.

Eu não preciso gastar mais tempo com o Ace. Gage, por outro lado...

“Aqui” ele diz, deslizando a jaqueta de couro nos meus ombros.

“Nós vamos ter que te dar a seu própria jaqueta.”

Eu não acho que vou estar aqui o tempo suficiente para precisar de uma, mas não digo isso, apenas aceno e coloco a jaqueta.

“Obrigada.”

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CHANTAL FERNANDO Ace pega sua moto e faço o mesmo, envolvendo meus braços nele, mas não com muita força, mesmo que seja a minha primeira inclinação. Seu motor é alto, mas o som me enche de emoção. Eu não sei como vou voltar para a minha antiga vida agora que tive um gostinho disso. Quero fazer longos passeios todos os dias, e sim, eu adoraria que Gage me ensinasse para que um dia possa sentir essa liberdade sempre que quiser.

Talvez eu não seja feita para tudo isso, mas isso... isso entendo.

Assisto meu rabo de cavalo soprando ao vento na minha sombra enquanto cavalgamos em direção ao centro da cidade, todas as lojas que passam, tráfego e cenário me consumindo a atenção. Ignoro o calor de Ace pressionando contra mim e a sensação que isso me dá.

Preciso vê-lo como amigo e apenas como amigo.

Até parece idiota na minha cabeça.

Paramos, e saio da moto antes dele, removendo o capacete e arrumando meu cabelo, desprendendo e deixando-o cair em cascata pelas minhas costas. Olho ao redor do estacionamento, vejo o shopping e de olho volta para Ace, que está removendo seu próprio capacete e colocando-o na moto. Olho para a parte de trás de seu corte de couro enquanto ele faz isso, me perguntando se ele vai tirá-lo para entrar no shopping.

“Tudo bem, vamos consertar seu telefone” ele diz, passando por mim, seu braço nu roçando o couro de sua jaqueta.

Acho que é um não.

Corro para alcançá-lo e depois ando ao lado dele. “É aqui que você vem fazer compras?”

Ele solta uma risada e balança a cabeça. “Isso é mais... seu ambiente.”

“E que ambiente é esse?” Pergunto a ele, removendo sua jaqueta e segurando-a em minhas mãos. Ele tira isso de mim, carregando o couro pesado ele mesmo.

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CHANTAL FERNANDO “Não sei — feminino, caro” ele diz, encolhendo os ombros largos.

“Este é o maior shopping que temos. Se você não encontrar algo aqui, não poderá encontrá-lo em lugar nenhum.”

Olho em frente e franzo meus lábios. Eu posso ser feminina, mas não sou rica o suficiente para comprar coisas caras. Estou prestes a ir para a faculdade e meus pais são professores. Eu nunca fiquei sem algo, e nós temos uma boa casa e tudo, mas estamos longe de ser ricos. Ele me leva a uma loja de eletrônicos e pergunta o quanto eles cobram para consertar a tela do telefone. Entrego meu telefone para que eles possam dar uma olhada, e eles nos dão uma cotação de duzentos dólares.

“Quanto tempo vai demorar?” Ace pergunta ao cavalheiro mais velho.

“Eu posso fazer isso em cerca de uma hora” ele responde, e Ace acena.

“Tudo bem, obrigado.”

Com a mão nas minhas costas, saímos da loja.

“Então, temos uma hora para matar” digo, verificando todas as diferentes opções de comida enquanto nos dirigimos para a praça de alimentação. “É o que parece. Você quer comer agora ou mais tarde? “Ele pergunta, virando para mim. “Prez disse para comprar o que você queria. Tem alguma coisa em mente?”

Eu aponto para o carrinho de donuts. “Podemos começar com alguns deles.”

E então trabalhamos ao redor da praça de alimentação.

Nós nem sequer temos uma praça de alimentação onde moro; isso pode ser normal para ele, mas não estou acostumada com isso.

Ele ri baixinho. “Porra, você é fofa.”

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CHANTAL FERNANDO Abaixo a cabeça enquanto me sinto corando um pouco, não querendo que ele veja isso.

Prefiro ser linda, bonita ou sexy... mas acho que vou ficar com fofa.

Decido chamá-lo para o que vi na noite passada, apenas para ser aberta e honesta com ele. Se alguma coisa, sua resposta vai me ajudar a esquecer essa atração que tenho por ele, e talvez possamos até nos tornar amigos.

“Então sabe, quando disse que eu poderia passar pelo seu quarto se eu precisasse de alguma coisa na noite passada?” Eu começo, depois de pedir quatro donuts para nós dois.

“Sim” ele responde, me estudando. “Você nunca veio; você estava bem, não estava?”

“Eu estava bem. Eu praticamente fui direto para a cama” digo, me perguntando se deveria trazer isso ou apenas deixar acontecer. Isso realmente não muda nada depois de tudo. “Eu me aventurei na cozinha para pegar um pouco de água.”

Ele me estuda por um momento, sem revelar nada.

Continuo, incapaz de parar a diarreia verbal. “Eu poderia ter visto uma mulher entrar no seu quarto. Você... tem uma mulher ou algo assim?”

Talvez, assim como Gage, Ace trai sua mulher também. Depois do que vi até agora, acho que não seria incomum por aqui.

“Não, não tenho” ele responde, mas não elabora.

Então ele não é oficialmente comprometido, mas isso não significa que não estava transando com alguém ontem à noite.

Não quero me perguntar por que não gosto da ideia disso. Eu não tenho motivos para investir em qualquer tipo de pessoa que esteja fodendo.

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO “Então, e se eu tivesse aparecido?” Pergunto, porque aparentemente não tenho vergonha. Eu me arrependo de perguntar a ele no segundo que as palavras saem da minha boca, mas é tarde demais para levá-las de volta agora. Preciso mudar de assunto. Ele é solteiro e pode dormir com quem quiser. Eu não deveria ter mencionado isso, porque não é da minha conta.

Ele me estuda por um momento, sem revelar nada. “Você não apareceu.”

“Não” sussurro. “Acho que não.” “É por isso que você esteve pensativa a manhã toda?” Ele pergunta, divertido em seu tom de voz.

“Não” nego. “Eu tenho pensado a manhã toda porque fiquei no clube para poder passar um tempo com Gage, que simplesmente saiu por aí.”

“Você vai vê-lo quando voltarmos, não se preocupe” ele me garante. “Havia algo que ele tinha que fazer hoje que não podia cancelar. Acho que ele teria cancelado se pudesse.”

De repente me sinto um pouco mal-humorada com a coisa toda. Eu o surpreendi. Não é como se o mundo dele parasse só porque apareci. Murmuro “Acho que posso esperar.”

“Bom” ele responde.

Ele paga pelos donuts e depois seguimos em frente.

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CHANTAL FERNANDO 5

“Porra, como você come tanto e não engorda?” Ele me pergunta, seu olhar vagando sobre meu corpo.

“Eu não sou magra” indico, lambendo o ketchup dos meus lábios. “E continuo bem ativa. Eu não tenho minha carteira de motorista ainda, então ando para todos os lugares.” “É por isso que você pegou o ônibus até aqui?” Ele pergunta, com as sobrancelhas subindo. “Por que você não tem sua licença?”

“Eu moro em uma cidade pequena.” Dou de ombros, não querendo dizer a ele a verdade. “Leva apenas dez minutos para chegar a qualquer lugar, então realmente não precisei.”

“Você precisará disso se decidir se mudar para cá” ele ressalta.

“E você está falando sobre obter sua licença de moto quando não tem sequer uma para dirigir um carro?”

“Algo assim” respondo, sorrindo. “Uma garota precisa ter metas.”

“Você não disse nada sobre o meu comentário sobre a mudança para a cidade” ele diz, recostando-se no banco do shopping e me observando por baixo de seus cílios. “Você aceitaria?”

Mastigo e engulo minha batata antes de responder. “Eu começo a faculdade no próximo mês, então não acho que poderia me mudar mesmo se quisesse. Eu poderia voltar nos feriados e em alguns fins de semana, tenho certeza.”

Ace fica em silêncio por alguns instantes, a insatisfação vem dele em ondas. O que, ele achou que eu ia me mudar para cá? Eu não vou

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CHANTAL FERNANDO mudar meus planos, só porque o MC de repente entrou na minha vida.

“O que você vai estudar na faculdade?”

“Enfermagem” digo a ele. Foi uma decisão fácil para mim. Eu sempre quis um trabalho onde pudesse ajudar as pessoas. Quero ser útil, contribuir para a sociedade de alguma forma. Acho que vou ser uma boa enfermeira e estou realmente animada para começar a faculdade e esse novo capítulo da minha vida, mesmo sendo um pouco mais velha do que a maioria dos calouros. Depois que sofri um acidente de carro, tirei alguns anos de folga, trabalhei e economizei, e até fui para a Europa por seis meses para fugir. Sempre que alguém me pergunta sobre isso, digo a eles que fui viajar, mas nada sobre o acidente. Então, sim, eu vou ser uma caloura na faculdade aos vinte e um anos.

Espero que Ace faça algum comentário estúpido sobre meus planos ou algo sobre o uniforme da enfermeira, algo que ouvi muitas vezes dos garotos da minha cidade, mas ele me surpreende com sua resposta.

“Eu podia te ver como enfermeira” ele diz, com um brilho de aprovação brilhando em seus olhos. “Acho que você seria uma boa. Você parece ter determinação, com certeza.”

Talvez eu esteja apenas acostumada com garotos e ele não é um garoto.

Ele é um homem.

“Você me conhece há cerca de cinco minutos” indico.

“Eu vi você entrar em um clube de motoqueiros em uma noite de festa, invadir e exigir falar com nosso Prez. Você ignorou todas as mulheres muito mais velhas e mais experientes que estavam olhando para você, e ficou cara a cara com alguns de nossos homens sem recuar uma vez. Você é corajosa.”

“Corajosa sobrancelha.

ou

estúpida?”

Respondo,

arqueando

Seu lábio se contorce. “Talvez um pouco dos dois.”

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minha

CHANTAL FERNANDO “E eu não tinha ideia de que alguma das mulheres estava olhando para mim” digo a ele com sinceridade.

Estava ocupada demais olhando para ele.

“Elas estavam. Todos estavam.”

Brinco, cutucando-o com meu ombro. Talvez eu tenha determinação. Eu queria conhecer Gage, e não me importava com o que tinha que fazer para que isso acontecesse, eu faria isso. Até mesmo entrar em um clube de motoqueiros.

“Eu acho que ele quer que você cuide do seu quarto e o torne seu para que fique” ele admite suavemente. “Ou sinta que você tem uma segunda casa.”

“Se ele quer que eu fique, deveria estar sentado ao meu lado agora em vez de você” respondo.

“Ele acabou de descobrir que tem uma filha” Ace responde, levantando o braço para descansar ao longo das costas do banco, atrás do meu pescoço. “Você pode querer dar-lhe alguma folga.”

Abro a boca e a fecho.

“Ele deveria estar fazendo um esforço, no entanto” respondo.

“Quero dizer, ele poderia ter vindo e me visto antes de sair e me dito que ele tinha que estar em algum lugar. Isso teria sido melhor que nada.”

“As pessoas lidam com as coisas de maneiras diferentes, Erin” ele continua roubando uma das minhas batatas fritas e colocando-a em sua boca.

“Bem, eu pensei que você estava sendo sábio até que comeu a minha comida” digo a ele em um tom seco, movendo o pote para mais perto do meu peito. “Essa não é uma jogada muito inteligente.”

Seus olhos dançam com humor. “Eu sou sábio. Isso vem com a idade e a experiência.”

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CHANTAL FERNANDO “Quanto tempo eu vou conseguir a idade adequada?” Pergunto, revirando os olhos.

“Até atingir seus vinte e tantos anos.”

“Isso está a séculos de distância” respondo, parte brincando, parte sendo séria. “E eu vou te mostrar que sou muito madura para a minha idade. Tenho vinte e um, não dezessete.”

“Como você descobriu que Gage era seu pai?” Ele pergunta, com um brilho curioso em seus olhos.

“Encontrei a minha certidão de nascimento original” admito. “E confrontei minha mãe sobre isso. Ela me contou sobre Gage e como ele era um motoqueiro no Cursed Ravens MC. E nunca mencionou que ele era o presidente; não tenho certeza se ela sabe disso.”

“E então o que? Você decidiu por um capricho vir aqui e encontrá-lo? Ela sabia que você foi embora?”

“Sim, eu disse a ela que iria encontrá-lo, e não, ela não gostou. Depois de muitas brigas e dizendo a ela que eu ia aparecer em bares de motoqueiros aleatórios, ela concordou em me dar o endereço do clube, ou pelo menos onde estava quando o conhecia. Isso é tudo que eu tive que descobrir, realmente. Um nome e um endereço.”

“Eu fiz o máximo de pesquisas on-line que pude sobre motoqueiros, porque não queria vir no escuro. Eu não acho que eu estava pronta para a realidade disso.”

“Você é meio louca, sabe disso? Qualquer coisa poderia ter acontecido” ele diz, balançando a cabeça.

“Eu sei” admito, encolhendo os ombros. “Provavelmente não foi a coisa mais inteligente que já fiz, mas só precisava saber. Eu tinha que vê-lo com meus próprios olhos. Eu não posso nem explicar como é descobrir algo assim. É como se minha vida inteira fosse uma mentira e eu quisesse corrigir isso.”

“O que você estava esperando?” Pergunta ele.

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CHANTAL FERNANDO “Eu não sei” digo, olhando para as pessoas passando por nós.

“Eu não sabia o que esperar, estava apenas esperando que ele ficaria feliz em descobrir sobre mim. Se não ficasse, provavelmente teria sido um duro golpe.”

“Foi uma surpresa, com certeza” ele responde, e posso senti-lo me observando. “Você ainda mora em casa com sua mãe?” Ele me pergunta depois, e me viro para ver o julgamento escrito em todo o seu rosto.

“Sim” respondo, minha voz muito menor agora.

“Eu saí da casa dos meus pais quando eu tinha quatorze anos” ele me diz, não parecendo convencido, apenas afirmando um fato.

“Bem, isso é simplesmente ridículo” digo, franzindo a testa.

E muito triste, mas não digo isso, porque duvido que ele queira minha simpatia.

“Quatorze é jovem demais para estar por conta própria. Eu não tinha tido meu primeiro beijo aos 14 anos” digo a ele franzindo a testa.

“Para onde você foi?”

“Eu aluguei um quarto em uma pensão” ele explica, agindo como se não fosse grande coisa. “Eu era uma criança problemática, continuei a meter-me na merda e a minha mãe já tinha tido o suficiente.”

“Minha mãe adora me ter em casa ainda” digo a ele, comparando nossas diferentes vidas. “E sou muito próxima da minha irmã, Éden. Ela queria vir comigo nessa pequena aventura, mas eu disse a ela que tinha que fazer isso sozinha. Além disso, minha mãe provavelmente ficaria ainda mais furiosa se eu trouxesse Éden comigo. Não é exatamente um lugar que você quer levar sua irmãzinha que acabou de fazer dezoito anos.”

Torço meu corpo para ele. “Você tem algum irmão?”

Ele sacode a cabeça. “Não. Filho único.”

“Eu li um artigo no outro dia que dizia que apenas as crianças sozinhas são mais propensas a trair seus parceiros” digo.

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CHANTAL FERNANDO “Eu li esse artigo também” ele responde, cruzando os braços sobre o peito. “Não disse que os primogênitos são o segundo mais provável?”

“Pode ser.” Eu sorrio. “Mas você tomou o primeiro lugar.”

“Eu nunca traí uma mulher na minha vida” ele proclama, olhos cinzentos inabaláveis.

“Nunca?” Pergunto, me sentindo um pouco surpresa.

Eu só experimentei seu estilo de vida por uma noite. Mas mesmo nesse curto tempo eu vi coisas que me dão uma ideia de como são suas vidas. Como Ace é.

“Você tem que ser comprometido para trair” ele responde, contraindo o lábio. “E eu sou sempre solteiro.”

Ahhhh, uma brecha.

“Há quanto tempo foi seu último relacionamento?” Pergunto, sendo intrometida. Quero saber tudo o que puder sobre esse homem, no curto espaço de tempo que estou ao seu redor. Quero saber o que o faz funcionar e se ele é um bom homem por dentro, não apenas por fora.

Porque ele é muito bonito por fora.

“Você acabou de me chamar de bonito?” Ele pergunta, soando extremamente ofendido.

Merda, eu disse isso em voz alta?

Seus olhos se estreitam em fendas enquanto ele aguarda minha resposta.

“Não, claro que não. Eu disse ‘Quem você teve um relacionamento deve ter sido muito bonito’ minto, sem pestanejar.

Seus lábios apertam como se não acreditasse em mim, mas ele deixa deslizar. “Há cerca de quatro anos. Eu terminei. Ela estava com ciúmes e acabou se mudando para o exterior depois.”

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CHANTAL FERNANDO “Furiosa ciumenta?” Pergunto, arregalando os olhos.

“Sim, ela não achava que eu era confiável sozinho, nem mesmo por um segundo, então ela praticamente se mudou para o clube, e nós não estávamos destinados a ficar juntos. Nós brigávamos o tempo todo, e nós dois estávamos infelizes” ele explica, encolhendo os ombros. “Eu escolhi errado. E acho que é provavelmente por isso que sou solteiro desde então; não quero entrar em algo assim novamente.”

“Nem todos os relacionamentos serão assim” digo gentilmente.

“E quanto a você? Namorados?”

Eu não sinto falta do jeito que ele enfatiza a palavra garoto1.

“Não, sem namorados” respondo, jogando meu lixo na lixeira ao meu lado.

“Mentirosa” ele murmura baixinho, mas entendo.

“O que?” Estalo, meu temperamento queimando. “Por que eu sou uma mentirosa?”

“Quem é Clint, então?” Ele me pergunta, e meu queixo cai.

Espere o que? Como ele sabe esse nome?

Clint era meu namorado do colégio, meu único namorado. Nós namoramos por cerca de três anos, e ainda somos amigos agora, embora isso seja tudo o que temos desde o ensino médio. Como ele poderia saber disso?

“E como você sabe sobre Clint?” Pergunto, mantendo meu tom uniforme. Por dentro, estou fumegando. Ace não deveria saber qualquer informação que eu não tenha dado a ele.

Ele se levanta e me oferece sua mão. “Seu telefone deve estar pronto agora, vamos pegar.”

1

Em inglês, ele diz ‘boyfriends’, onde boy significa menino.

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CHANTAL FERNANDO “Por que você não responde a minha pergunta primeiro?”

Respondo, pegando sua mão e permitindo que ele me levante, mas isso não significa que eu vou deixá-lo tentar mudar de assunto.

“Eu não tenho que responder a uma garotinha” é a sua resposta curta.

“Garotinha? Você não tem mais nada para usar contra mim além da minha idade? Porque realmente não sou muito mais jovem que você” digo para ele, inflexível.

“Você pode ser o que eu disser que é” ele responde, um músculo tiquetaqueando em sua mandíbula.

Eu obviamente o estou empurrando agora, mas ele começou isso, eu não me importo com a raiva dele.

“Você não pode dizer algo assim e depois não explicar” rosno, seguindo-o enquanto ele se dirige para a loja de conserto de telefone, me ignorando. “Isso não é justo, Ace.” Ele caminha até o balcão e pergunta se meu telefone está pronto.

“Sim, está”, diz o homem, entregando-lhe o telefone. “Bom como se fosse novo.”

Ace entrega o cartão de Gage, e o homem pega e pede a Ace para colocar a senha. Ele me dá meu telefone e sai da loja, novamente, comigo tentando acompanhá-lo. Eu olho para a minha nova tela quando isso me atinge.

Meu telefone.

Meu telefone não tem uma senha e, embora a tela estivesse quebrada, o telefone em si ainda funcionava.

“Você mexeu no meu telefone?” Acuso, percepção me batendo.

“Como você pode fazer isso? É uma violação da porra da privacidade! O que há de errado com você? Você me chama de garotinha, mas isso é alguma merda imatura.”

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CHANTAL FERNANDO Ele para em seu caminho, com uma expressão que não revela nada. Tudo o que ele diz é “Não fui eu quem invadiu seu telefone, princesa” e depois continua seu caminho feliz.

Não foi ele?

Gage invadiu meu maldito telefone e deve ter visto uma mensagem do Clint, ou leu o nosso histórico de mensagens. Ainda nos comunicamos de vez em quando; ele já foi uma grande parte da minha vida, e provavelmente sempre permanecerá assim, de uma maneira puramente platônica. É verdade que ele afirma que ainda me quer de volta, mas não o vejo assim. Além disso, nunca mais poderia confiar nele. Ele me traiu depois do acidente, e acho que nunca poderia perdoá-lo por isso.

Que porra é essa? Isso não está certo, e não ligo para quem é meu pai, vou deixar que ele saiba disso.

Ando atrás de Ace até sua moto e continuo sem uma palavra.

Antes de sairmos, ele se vira para mim e diz “Você provavelmente deve colocar uma senha em seu telefone desta vez.”

Faço uma careta, mas fico quieta, fumegando por dentro.

Não vou deixar isso para lá.

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CHANTAL FERNANDO 6

A volta para o clube não esfria meu temperamento, nem a proximidade de Ace. Estou fora da moto e entrando para procurar por Gage antes de tirar o capacete. Um homem que eu nunca vi antes está sentado na bancada da cozinha, tomando uma cerveja, enquanto coloco minha cabeça, tentando localizar o homem que já quebrou uma regra fundamental na confiança entre pai e filha.

“Você deve ser Erin” diz o homem em um tom profundo, me estudando. Ele é bem atraente. Extremamente. E não do jeito que eu esperaria que fosse um motoqueiro. Eu sei que achei Ace muito atraente antes, mas isso foi antes de colocar os olhos nesse homem. Ele é lindo; essa é a única palavra em que consigo pensar para explicálo. Classicamente bonito nesse jeito de garoto da porta ao lado. Porra, as mulheres devem desmaiar por ele.

“Quem é você?” Pergunto a ele, entrando na estranhamente atraída para ele de uma maneira curiosa.

cozinha,

“Rogue” ele se apresenta, inclinando a cabeça, o cabelo loiro caindo na testa. “Ouvi muito sobre você.”

Rogue?

O nome combina com ele. Ele é como um cara bonito e arrojado de um desses romances antigos, apenas em couro. Ele poderia facilmente vestir um kilt, embora.

“Como o quê?” Pergunto, apontando para sua cerveja. “Posso ter uma dessas?”

Ele sorri e diz “Claro. Fique à vontade.”

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CHANTAL FERNANDO Abro a geladeira, pego uma cerveja e pulo no balcão ao lado dele, usando minha camiseta para torcer a tampa da garrafa sem machucar meus dedos. Eu dou um puxão longo e profundo e engulo.

“Não pode ser assim um dia tão ruim” ele murmura, tomando um gole de sua própria bebida. “Não são nem duas horas.”

“Diga-me o que você ouviu sobre mim” digo, ignorando seu comentário. Respiro fundo e acrescento “E não diga que você não tem que me dizer nada, porque você é um grande e assustador motoqueiro e sou apenas uma criança, porque vou fazer uma birra que vai superar a de Gage na noite passada.”

Rogue ri baixinho antes de responder. “Só ouvi que o prez recebeu um presente inesperado, isso é tudo.”

“Mais como a caixa de Pandora” murmuro sob a minha respiração.

Rogue ri com mais força desta vez. “Conheço seu velho há muito tempo, sabe disso? E acho que você é exatamente o que ele sempre precisou.” É realmente bom ouvir isso.

O pensamento de que posso trazer algo para a vida de Gage, talvez até suavizá-lo um pouco, faz tudo isso valer a pena.

“Mais responsabilidade?” Brinco, franzindo o cenho quando Ace entra na sala, observando os dois.

“Aí está você” ele murmura, parecendo muito infeliz comigo.

“Rogue” ele diz, acenando com a cabeça respeitosamente para o homem sentado ao meu lado.

“Como foi a sua excursão?” Rogue pergunta, dançando em seus olhos azuis claros. “Aposto que ela tornou interessante.”

“Maravilhoso” Ace responde em um tom seco. “Quase me senti como se estivesse de volta ao ensino médio.”

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CHANTAL FERNANDO Ele é tão idiota. Por que ele sempre tem que tentar me fazer sentir tão pequena? Ele vai ter que tentar um pouco mais se quiser me quebrar, porque não tem como eu deixar que saiba como as palavras dele me afetam.

“Se o ensino médio tivesse homens velhos e decadentes” respondo, terminando o resto da minha cerveja em um grande gole alcoólico.

Rogue quase engasga com sua cerveja, e eu realmente tenho que bater nas costas dele, entre seus ataques de riso e ar ofegante. Suas costas são muito duras; ele deve ser realmente musculoso por baixo da camisa preta de manga comprida com decote em V. “Não morra ao meu lado, Rogue acabei de te conhecer” murmuro, batendo nas suas costas ainda mais forte.

“Eu estou bem” ele diz, rindo ainda.

“Alguém se exercita” digo uma vez que ele pode respirar livremente novamente.

“Ok, é isso. Traga sua bunda aqui” Ace exige, movendo-se para a bancada e me levantando com as mãos apertadas na minha cintura.

“Coloque-me no chão, seu idiota!” Grito, tentando empurrá-lo de cima de mim.

Ele prossegue para me jogar por cima do ombro, o ar sendo arrancado de mim, já que ele não é muito gentil. “Tenho certeza que nosso vice-presidente já teve o suficiente de sua merda.”

“Pelo contrário” Rogue diz atrás de nós, rindo enquanto Ace me arrasta para fora de lá.

Vice-presidente?

Rogue é o segundo de meu pai? Isso é interessante. Eu provavelmente não teria apenas agido como eu fiz em torno dele se soubesse disso, mas é um pouco tarde demais para arrependimentos. Eu gosto do cara. Ele poderia ter me denunciado, ou me colocado no meu lugar, mas me deixou desabafar, e pareceu

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CHANTAL FERNANDO divertido com as minhas palhaçadas, ao contrário do homem que me carrega agora.

“Você pode me colocar no chão agora?” Pergunto a ele, batendo em sua bela bunda, que está bem na frente do meu rosto. “Eu queria que sua personalidade fosse tão legal quanto sua bunda.”

Ele para por um segundo, como se estivesse surpreso, antes de continuar para o meu quarto. Minha porta está aberta e depois fechada, e então eu estou voando pelo ar na minha cama. Eu salto uma vez antes de me acomodar, meus olhos não o deixando enquanto ele olha para mim, o peito arfando... raiva?

“Eu não sei por que você está tão chateado” digo, estreitando os olhos. “Eu sou aquela cuja privacidade foi violada.”

“Por seu pai, não por mim” ele ferve, mandíbula mais apertada do que já vi. “E isso é entre você e ele.”

“Ele disse a você o que estava no meu telefone” eu indico. “Então você teve uma conversa sobre isso. Se vocês queriam saber alguma coisa, deveriam ter só que perguntar! Então você lutou por mim? O aconselhou que, apenas talvez, invadir o telefone da filha que ele acabou de conhecer pode não ser a melhor maneira de começar um relacionamento pai-filha?”

“Eu não acho que você entenda como isso funciona aqui, princesa. Ele é meu prez. Eu não vou dizer a ele o que fazer, e mesmo se fizesse, ele não me escutaria” ele diz, cruzando os braços sobre o peito e olhando para mim. “Nós não somos os homens com quem você está acostumada. Somos uma raça completamente diferente.”

“Mas aqui está você” murmuro, me arrastando de volta no colchão até que esteja sentada contra a cabeceira da cama. “No meu quarto. Seu prez vai ficar bem com isso?”

Eu estou empurrando ele, eu sei. Mas preciso entender o que diabos está acontecendo aqui. Minha vida está fora de controle agora. Eu achava que sabia exatamente quem era, mas não sabia. Não faço ideia. Também não tenho ideia do que estou fazendo aqui agora,

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CHANTAL FERNANDO sentada em um quarto novo que é aparentemente meu, em frente a um homem por quem estou excessivamente atraída, mas que não posso ter, e ao fato de que neste novo mundo, com esta raça diferente de homens, aparentemente estou fora dos limites para ele.

“Bem, ele não está exatamente aqui olhando para você agora, está?” Ele dispara de volta, com a mandíbula apertada.

Seu comentário atinge sua marca e envolvo meus braços em mim e respiro fundo.

“Eu quero ir para casa” anuncio. Se para mim ou para ele, não sei.

“O que, você começou mas não aguenta? Talvez deva ir para casa, princesa, porque se isso for verdade, não sobreviverá a um dia aqui.”

“Eu já estive aqui por um dia” indico, levantando meu queixo. “E adivinha, babaca, estou viva e chutando.”

Ele se aproxima da cama e descansa os joelhos sobre ela. “Você teve um de nós com você em todos os momentos, e nenhuma das mulheres se atreveu a falar com você.”

“Por que isso?” Eu pergunto a ele, franzindo a testa em confusão. Agora que ele menciona isso, as mulheres não deveriam estar me dando as boas vindas? Ou pelo menos vindo dizer olá? Eu nem falei com a namorada de Gage, seja ela quem for. Nenhuma das mulheres foi apresentada a mim. Apenas que tipo de lugar sexista atrasado eles estão administrando aqui?

“Porque elas não são estúpidas” ele murmura, seu tom amolecendo um pouco.

“Ok, eu vou precisar de mais informações do que isso” digo a ele, meus olhos implorando a ele. Ele continua dizendo pequenos comentários como se eu fosse ler nas entrelinhas, mas não tenho ideia do que quer dizer.

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CHANTAL FERNANDO Ele se move para sentar na cama ao meu lado, recostando-se na cabeceira da cama e olhando para frente.

“Se você fosse o presidente de um clube de motoqueiros, e acabasse de descobrir que tem um filho, uma filha, o que você faria?”

Ele me pergunta baixinho.

“Eu não sei, eu acho que gostaria de conhecê-la” respondo, olhando para seu perfil bonito. “Talvez descubra tudo o que perdi ao longo dos anos.”

“Você ainda está olhando para isso do seu ponto de vista, não dele” ele aponta. “Lembre-se de quem ele é, Erin.”

Quem é ele?

Ah, ele quer dizer que tipo de homem ele é.

Se eu tirar o fato de que ele é meu pai, penso em que tipo de homem um presidente do MC seria. Ele seria forte e durão... Ele provavelmente fez algumas coisas desagradáveis em sua vida, e ele provavelmente lutou para chegar onde está hoje. Ele esteve na prisão? Eles fazem atividades ilegais aqui ou o negócio deles é apenas motos? Ele luta muito com outros homens? Como eles realmente tratam as mulheres aqui? Quero dizer mulheres que não são parentes ou casadas com eles.

De repente entendo o que Ace está tentando me explicar.

Se eu estivesse no lugar de Gage e tivesse feito algumas coisas obscuras na minha vida, não gostaria que minha filha soubesse ou visse esse lado de mim. Eu gostaria que meu filho pensasse que eu era um herói e não gostaria de desapontá-los.

Ele está com medo.

Talvez esteja pensando que a vida de seu clube me fará correr, ou que vou julgá-lo por suas escolhas de estilo de vida. Talvez ele não queira me perder quando acaba de me encontrar, e como eu, ele está confuso, como se de repente a vida não fizesse mais sentido.

Ou talvez eu esteja apenas esperançosa.

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CHANTAL FERNANDO “Eu preciso falar com ele” murmuro sob a minha respiração.

Preciso esclarecer isso de uma vez por todas e preciso convencêlo a me ver. O verdadeiro eu. Ele pode não me conhecer ainda, mas vai. Ele precisa. Eu não vim por todo esse caminho só para deixar a sensação de esgotamento, ou para deixar minha mãe esfregar isso de que ela estava certa.

Ela não estava certa.

Eu nunca vou me arrepender de vir aqui; é apenas algo que tive que fazer por mim mesma.

Ace vira o rosto para mim, olhando para os meus lábios. “E você está certa, ele não iria me querer aqui com você agora.”

Eu me mexo no colchão.

Eu tenho duas opções aqui: uma, posso ignorar o que quer que seja essa atração entre nós, e posso me concentrar na verdadeira razão pela qual passei pelas portas do clube. Ou, dois, eu posso explorar exatamente por que estou sentada aqui ao lado de um homem que acabei de conhecer, nossos corpos quase se tocando, e porque estou tão atraída por ele, provavelmente enfurecendo meu pai no processo, e recebendo todos os tipos de problemas.

Respiro fundo, lambo meus lábios secos de repente, olho em seus olhos e digo “Sim, mas como você disse, ele não está aqui.”

Acho que estou indo com a opção dois.

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CHANTAL FERNANDO 7

Ele estende a mão e cobre minha bochecha com a palma da mão.

“Tão linda” murmura, seu olhar traçando minhas feições dos meus olhos de volta para os meus lábios. Eu fui chamada de linda muitas vezes na minha vida, mas nunca foi mais importante. Meio idiota, mas gosto que ele pense assim, que esse fascínio não é uma via de mão única. Seus olhos cinzentos me prendem no lugar e quero me mover, mas me vejo incapaz de fazê-lo. Eu quero tocá-lo antes que o momento acabe. E não sei como me coloco nessas situações, mas parece que nunca entro no caminho fácil em qualquer coisa na vida.

“Clint?” Ele pergunta, inclinando a cabeça para o lado.

“Amigos” me pego respondendo, mesmo sabendo que não lhe devo qualquer tipo de explicação. Ainda estou zangada com toda a questão da violação de privacidade e não estou disposta a simplesmente esquecer isso. “Ele foi um namorado do ensino médio que me traiu, mas eu o perdoei como amigo. É isso aí. Eu não tocaria nele novamente nem se ele fosse o último homem vivo.”

Ele balança a cabeça lentamente, parecendo profundamente pensativo, algo jogando por trás daqueles olhos dele. “Ele sabe que você é apenas amiga?”

Meus olhos estreitam ligeiramente. “Sim ele sabe. Por quê? As mensagens que vocês leram fazem pensar do contrário?”

“Talvez.”

“E a mulher na sua porta na noite passada?” Pergunto novamente, vendo como justo é justo. Contei sobre Clint e agora ele pode me contar a verdade sobre o que aconteceu.

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CHANTAL FERNANDO “Ela saiu alguns segundos depois que entrou” ele admite. “Ela me queria; eu disse não. Fim da história.”

Há uma batida rápida e silenciosa antes de minha porta se abrir de repente, e Ace deixa cair a mão do meu rosto enquanto nós dois olhamos para a porta agora aberta. Eu não quero olhar para a expressão de Ace agora, mas só posso imaginar que parece culpado como o inferno quando olho nos olhos de um homem que nunca conheci antes.

“São quantos de vocês?” Eu me pergunto em voz alta, os olhos arregalados. “E eu poderia estar nua, sabe?”

“Provavelmente deveria trancar sua porta então” ele responde, cruzando os braços musculosos sobre o couro de seu colete. Seu olhar vai para Ace. “Ou talvez não.”

“Esse é Knuckles” Ace apresenta, instantaneamente movendo as pernas para fora do colchão e levantando-se, como se não pudesse ficar longe de mim rápido o suficiente.

“Prazer em conhecê-lo, Knuckles” digo, também de pé. “Você tem alguma ideia de onde está Gage? É como se eu estivesse brincando de esconde-esconde com ele o dia todo.” Faço uma pausa e acrescento “Exceto que ele é o único que está se escondendo.”

Os lábios de Knuckles se levantam nos cantos. Quando me aproximo mais dele, meu olhar vai para a prata em sua orelha direita. Ele me oferece sua mão e aceito.

“Então você é a única causando toda a comoção” ele diz, olhos castanhos enrugando nos cantos. Ele deve ter uns bons dez anos a mais que eu, mas é um homem bonito, com a cabeça raspada e a barba aparada. “E seu velho está lá fora.”

“Obrigada” digo, movendo-se para passar por ele. Paro quando nos vemos cara a cara. “Eles não te chamam de Knuckles porque você gosta de estalar os dedos, não é?”

“Não” ele responde simplesmente.

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CHANTAL FERNANDO “Pensei o mesmo” digo, olhando para os dedos cicatrizados antes de continuar meu caminho para fora do meu quarto e em direção à porta da frente. Ace e Knuckles seguem atrás de mim, então aparecem em cada lado de mim enquanto limpamos o corredor. Ace abre a porta para mim e mostro-lhe um sorriso grato antes de sair na luz do sol e dar uma olhada no estacionamento até encontrar meu pai. Ele está de joelhos, botas de couro cobertas de pó marrom, examinando uma moto preta. Perdido em sua concentração, ele não levanta a cabeça até que eu esteja perto o suficiente para tocar a moto na frente dele.

“Aí está você” digo, tentando manter a raiva fora do meu tom. Estou tentando ser compreensiva e ver as coisas do ponto de vista dele, mas não vou mentir, é difícil. Ser madura é um trabalho árduo. É mais fácil para eu fazer uma birra agora e perguntar por que ele me quer aqui se não vai passar algum tempo comigo, mas isso não vai ajudar na situação. Eu tenho sido uma filha toda a minha vida, mas ele acabou de se tornar pai.

Ele se levanta e enxuga as mãos em um pano. “Como foi a sua expedição de compras?” Ele pergunta, olhando para trás para seus homens.

“Sem complicações” digo a ele. “Eu tenho meu telefone de volta, então obrigada.”

“Pelo menos era o que eu poderia fazer” ele diz, balançando a cabeça em direção à moto. “O que você acha?”

Eu olho a máquina negra. Se estou sendo honesta, muitas das motos parecem as mesmas para mim, em condições variadas, é claro, mas há algo sobre isso. Parece mais elegante, mais bonita se você quiser, mas de jeito nenhum eu vou mencionar isso a ele. “É incrível. De quem é essa?”

“Sua” ele murmura, me pegando de surpresa. “É uma HarleyDavidson Street 500. Pensei que seria perfeita para você.”

Meus olhos saem da moto e voltam para ele rapidamente. “O-o que?”

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CHANTAL FERNANDO Ele está falando sério? Ele me comprou uma moto? E a mais bonita que já vi, assim. Eu nem sei o que dizer agora.

Foda-se.

“Ace me diz que você não pode dirigir ainda, então pensei em ensiná-la primeiro, isso é se você quiser.” Ele muda de pé, os olhos na moto enquanto ele dá um tapinha no banco com a mão. “Eu aprendi a andar antes de poder dirigir.”

“Realmente?” Pergunto, ainda chocada por sua surpresa.

Ele acena uma vez. “Sim. Eu era muito mais jovem que você.”

“Tudo bem, tudo bem, não há necessidade de esfregar isso na minha cara” respondo, balançando a cabeça em descrença.

Eu, Erin Moretti, tenho minha própria Harley-Davidson.

Meu pai é o presidente do Cursed Ravens MC. E agora tenho uma moto que ele vai me ensinar a pilotar.

Nunca pensei que estaria dizendo essas palavras. Como minha vida mudou tanto, em um curto período de tempo.

Eu não dirijo porque tenho medo. Quando eu estava aprendendo, tive um acidente, que nunca me deixou. Eu nunca mais voltei ao banco do motorista. Isso parece diferente de alguma forma, como se fosse um novo começo.

Não contaminada. É uma sensação boa.

Olho a máquina enquanto ela fica mais bonita simplesmente porque é minha. “Você não precisa me comprar uma moto, Gage.”

Ele não precisa me comprar nada.

“Eu queria” ele diz, encolhendo os ombros. Ele me observa enquanto examino a moto e me sento nela para ver como se sente.

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CHANTAL FERNANDO “Como eu pareço?” Pergunto a ele, então olho para Ace e Knuckles. “Eu pareço uma motoqueira sexy?”

Gage parece desconfortável com a pergunta, Ace franze a testa e Knuckles apenas ri.

“O quê?” Pergunto, apertando os dedos no guidão. Olho para trás para o meu pai e pergunto “Era nisso que você estava o dia todo?”

Então ele não estava me evitando? Acho que Ace está certo, ele está lidando com essa situação da única maneira que sabe. Pode não ser como quero, mas ele está fazendo o melhor que pode.

“Sim” ele responde em um tom áspero, com um aceno de cabeça para Knuckles. “Nós vimos esta moto à venda, mas foi uma caminhada para chegar lá. Knuckles me levou até lá, e então eu montei de volta até aqui.”

“Obrigada” digo a ele, sinceridade no meu tom. “Eu amo a moto, Gage. E mais do que qualquer coisa eu amo é que você vai me ensinar a montá-la.”

Ele sorri para mim e compartilhamos um momento de silêncio.

“Agora, quando começamos?” Pergunto a ele.

Eu só ia ficar aqui uma noite ou duas, no máximo, mas como posso sair agora? Vou ter que ligar para minha mãe e avisá-la que ficarei um pouco mais tempo, algo que ela não ficará muito satisfeita.

Ele ri da minha ânsia. “Que tal a primeira coisa a fazer amanhã de manhã?”

Eu noto uma mulher andando em nossa direção. Não posso adivinhar a idade dela, mas ela é definitivamente mais velha, apesar de seus jeans apertados e top vermelho; acho que ela pensa o contrário. Ela olha para mim quando se aproxima e fica claro que essa mulher deve ser Verônica, namorada de Gage. Minha suposição está correta, pois Gage rapidamente nos apresenta quando saio do meu novo brinquedo.

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CHANTAL FERNANDO “Verônica, esta é minha filha, Erin. Erin, esta é Verônica” ele diz sorrindo para mim, como se estivesse satisfeito. “Ela não é uma beleza?”

Quando ele me elogia, o orgulho em seu tom quase é minha ruína, a emoção ameaça derramar-me em forma de lágrimas.

“Prazer em conhecê-la, Erin” Verônica diz, lábios rosados formando um sorriso largo. “E, sim, Gage, ela é deslumbrante. Mal posso esperar para conhecê-la, não tenho dúvidas de que nós duas nos tornaremos amigas íntimas.”

Não sei dizer se ela está sendo sincera e, por algum motivo, o nome verdadeiro dele em seus lábios me irrita. Ainda assim, fui educada para respeitar os mais velhos, dando a ela o benefício da dúvida. Se esta é a mulher que Gage escolheu para ficar ao seu lado, tenho certeza de que ela é boa. Ele escolheu minha mãe, certo? Então tem bom gosto. Ou tinha bom gosto. Eu me vejo olhando para Ace para ver sua reação a Verônica, mas sua expressão está em branco. Geralmente é, embora. O homem parece ser um mestre em se esconder.

“Obrigada” respondo a ela. “E é bom conhecer você também. Eu queria saber aonde todas as mulheres por aqui foram.”

Ela sorri novamente, batendo os cílios e olha para o meu pai. “Eu não moro no clube, então não estou aqui o tempo todo, como acontece com a maioria das mulheres. Eu pensei que vocês dois queriam algum tempo juntos, então não quis me intrometer. Nós vamos ter um grande jantar aqui hoje à noite, então dessa forma você pode conhecer todo mundo da família Cursed Ravens. Confie em mim, todos vão fazer você se sentir bem-vinda. Estamos todos muito animados em ter você aqui, Erin.”

“Isso soa bem” digo a ela, forçando um sorriso. “Obrigada.”

Ela me acena. “Não é nenhum problema.” Então ela vira a cabeça para Knuckles. “Estamos todos morrendo de vontade de comer sua famosa massa novamente hoje à noite. Você tem que provar isso, Erin. Isso fará com que você nunca mais queira ir embora.”

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CHANTAL FERNANDO Minhas sobrancelhas sobem. “Você cozinha?”

Eu não sei porque estou tão surpresa, mas estou. Este lugar é meio Neandertal, com os homens no comando, pelo que eu vi até agora, e eu apenas imaginei as mulheres fazendo os papéis tradicionais de gênero e cozinhando e limpando para os homens. Não que haja algo de errado com isso, inferno, me considero uma mulher forte, e até mesmo eu provavelmente chegaria na cozinha para Ace. Não que eu jamais admitisse isso em voz alta. Deve haver algo na água aqui, ou talvez seja a testosterona flutuando no ar.

Knuckles cruza os braços contra o peito. “São tempos modernos do século vinte, Erin. Não há mais papéis tradicionais de gênero, e sabe de uma coisa? Os homens podem fazer multitarefas também.”

Sinto um sorriso lento espalhar-se pelo meu rosto. “Você sabe o que? Eu gosto de você, Knuckles.”

Ele é obviamente um homem para não mexer, mas eu acho que Knuckles pode ter um lado macio escondido debaixo da barba; a mão, polegar e tatuagens do antebraço; e as juntas marcadas por quem sabe quantas lutas.

“Eu também gosto de você, Trouble2“ ele responde, contraindo o lábio. “Eu sei que minhas garotas vão gostar de você também. Você vai conhecê-las hoje à noite.”

“Meninas?” Pergunto, esperando que isso não signifique algum harém de mulheres que ele carrega ou algo assim.

“Eu tenho duas meninas” ele me diz, com o mesmo orgulho em seu tom que Gage tinha. “Willow e Westley.”

“Nomes bonitos” digo a ele, suavizando meu tom. “Estou ansiosa para conhecê-las.”

Eu me pergunto se ele é casado. E olho para a mão dele, mas não vejo um anel. Meu celular vibra no meu bolso e o puxo para fora para ver uma mensagem de texto da minha prima Celina.

2

Problema

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CHANTAL FERNANDO

Sua mãe acabou de me ligar. Aparentemente, eu deveria te convencer de estar na estrada e dormir longe de motoqueiros.

Rio para mim mesma e rapidamente digito de volta, não querendo ser rude com a minha atual situação, mas precisando responder a isso.

Muito tarde. Já dormi com três e atualmente vivo fora do radar. Considerando jogar meu telefone para longe, então não tenho contato com o mundo exterior.

Ha-ha Se você precisar de mim, estou aqui. Esteja segura, priminha.

Deslizo meu telefone de volta e olho para cima, apenas para ver todos olhando para mim.

“Desculpem” digo rapidamente. “Minha prima está me checando. Mas falando em telefones, há uma conversa que você e eu precisamos ter” digo a Gage.

Percebo o olhar que ele compartilha com Ace. Espero não dar problemas a Ace, mas acho que Gage precisa saber que o que ele fez não está bem. Ele não confia em mim, é isso? Eu não sei, mas quero chegar ao fundo disso.

“Agora? Por que você não anda comigo e pode me dizer o que está em sua cabeça?” Ele diz, apontando para um caminho atrás do clube.

“Você pode dar uma olhada na propriedade; é lindo nessa época do ano.”

Concordo e nós dois deixamos o resto da multidão. Andamos em silêncio até chegarmos ao que presumo ser a visão que ele quer que eu

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CHANTAL FERNANDO aprecie. É espetacular. “Você possui tudo isso?” Pergunto a ele com admiração. Tudo o que vejo é verde. Árvores, plantas, flores... Eu nunca pensei que essa visão estivesse escondida atrás da casa de dois andares que esses homens chamam de lar.

“Nós temos” ele responde, olhando para os acres e acres. “Eu realmente herdei a fazenda e a casa. Eu reformei, claro, mas sim. É aqui que eu cresci, Erin. Apenas eu e meu velho. Eu não tinha irmãos nem irmãs, e minha mãe faleceu quando eu tinha uns sete anos, então quando ele também morreu, a casa me foi dada. Eu não estou perto de ninguém na minha família, então eu fiz a minha própria, e agora todos moram aqui.”

“Espero que haja mudanças”, digo em voz baixa, olhando para frente.

“O que muda?” Ele pergunta.

“Que você não está perto de ninguém em sua família” digo, olhando para os meus pés.

Ele estende a mão e envolve seu braço em mim, embora um pouco desajeitado, mas agradeço o gesto. “Erin, você é minha família” ele diz, limpando a garganta. “E eu adoraria se você viesse e ficasse comigo sempre que pudesse — você tem sempre um lar aqui agora e, algum dia, tudo isso será seu.”

Levanto os olhos e olho para a beleza que é sua terra, mas depois me volto para ele, observando seu perfil. “Obrigada, Gage. Eu adoraria vir passar um tempo com você, talvez quando tiver meu tempo de faculdade.”

“Eu também quero que você saiba que invadir meu telefone está completamente cruzando uma linha.”

Seu corpo enrijece quando ele estremece. “Eu só queria ver... Eu estava curioso, Erin. Porra.”

“Queria ver o que? Que tipo de garota eu sou? Achei que você poderia descobrir as coisas realmente falando comigo e me

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CHANTAL FERNANDO perguntando, ou me conhecendo da maneira correta?” Pergunto, levantando a cabeça e olhando para ele.

Ele suspira e admite “Você precisa tentar entender. Eu não sabia nada sobre você até que entrou no meu clube. As coisas são diferentes no meu mundo, e eu queria ter certeza de que você é quem disse que é e que não há nada que eu precise me preocupar. Eu tenho inimigos, Erin. Eu tinha que ter certeza.”

Meus olhos se arregalam quando entendo.

Ele tem problemas de confiança, mas queria ter certeza de que eu não estava escondendo nada ou tentando machucar ninguém.

“Eu acho que isso faz sentido, mas ainda assim. Eu sei que você é novo em todo o show de paternidade, mas a confiança é importante, e tem que haver algum tipo de limite.”

“Você está certa, e eu sinto muito” ele diz, fazendo uma pausa antes de acrescentar “Eu não consigo nem lembrar da última vez que me desculpei. O que você está fazendo comigo, garota?”

Meus lábios se contraem com isso. “Bem, estou feliz que você tenha me dado um pedido de desculpas. Agora não precisarei chamar o seu clube Snooping Ravens MC em vez de Cursed Ravens.”

“Graças a Deus por isso” ele responde, sorrindo. “E você está certa, isso é tudo novo para mim, e eu não quero estragar tudo.” Ele aponta para o clube. “Isso é tudo que conheço, Erin e nunca soube de você. Então agora estou pensando, e se você odiar isso, o jeito que vivo, ou não quiser fazer parte disso? O que eu devo fazer então? Eu não posso te perder quando acabei de te encontrar, mas isso é quem eu sou. É de quem sua mãe te manteve longe. Não sou um bom homem, sei disso, mas para você, para você, sei que poderia tentar ser. Eu te daria tudo o que tenho, a camisa das minhas costas, se necessário. Acho que não tenho ideia do que você está pensando agora, e eu meio que te joguei para os lobos...” ele ri baixinho. “Ou os corvos3, por assim dizer.”

3

A tradução literal do nome do clube é “Corvos Amaldiçoados”

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CHANTAL FERNANDO Eu passo na frente dele e olho em seus olhos. “Estou fora do meu ambiente aqui, sim, mas quero conhecer você, Gage, e sei que é quem você é. Eu nunca pediria para você mudar isso. Acho que só quero que me conheça e talvez passe mais tempo comigo. Não que os Ravens não tenham sido gentis comigo, porque eles têm sido ótimos, mas é por você que eu vim aqui. Eu não preciso da moto, embora eu absolutamente ame, e não preciso da sua casa. Eu só quero pôr em dia o que perdi todos esses anos, e quero ver de onde metade de mim veio, mais do que apenas os olhos.”

“Cuidado com o que você deseja.” Ele sorri.

Eu sorrio de volta e exalo profundamente, um peso subitamente tirado dos meus ombros.

Estamos exatamente onde eu queria que estivéssemos — na mesma página.

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CHANTAL FERNANDO 8

Depois de minha conversa com Gage, volto minha atenção à minha nova moto. Sorrio e corro os dedos sobre ela. “Eu vou te chamar de Black Beauty — Beleza Negra.”

“Que original” Ace brinca, a diversão exibida por toda a sua expressão. “É uma boa moto.”

“Boa?” Repito, minha voz se elevando perfeita. Maravilhosa. Um deleite absoluto...”

uma

oitava.

“É

“Entendo” ele responde, me cortando e rindo profundamente sob sua respiração. “Você ama isso.”

“Amo, mesmo que não possa montá-la. Quando você conseguiu sua primeira moto?” Pergunto a ele, curiosa.

“Meu pai me deu quando eu tinha dezesseis ou dezessete anos” ele explica, com aqueles olhos cinzentos me hipnotizando enquanto fala. “Ele era um motoqueiro também, em um MC diferente.”

“Era?” Pergunto baixinho.

“Sim, ele está morto há alguns anos” ele explica, mudando de pé como se estivesse de repente se sentindo desconfortável, o que me faz começar a me sentir um pouco desconfortável.

“Eu sinto muito” digo a ele, mas tudo que consigo é um encolher de ombros em retorno. Seu pai claramente não é um assunto que ele gosta de falar e entendo. Ninguém gosta de falar sobre perda, e ninguém precisa da lembrança de tudo que eles suportaram em sua vida. Viver no presente é o melhor caminho.

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CHANTAL FERNANDO “Então, ser um motoqueiro está no sangue?” Pergunto, mudando de assunto. Eu me aproximo mais dele, cutucando-o gentilmente com meu ombro. “Como está no meu?”

Ele balança a cabeça para mim, o lábio se contraindo. “Pode estar em seu sangue, mas não há membros femininos no Cursed Ravens.”

Eu faço um beicinho. “Então, o que fazem todas as mulheres aqui? Vaginas andantes?”

Ele faz um som entre o riso e asfixia e começo a bater nas costas dele, para o caso de ser o último. “Não vamos esquecer qual foi a minha primeira impressão de você, Ace. Sentado ali entre duas mulheres, parecendo um cafetão em um trono.”

“Você diz tanta merda” ele murmura baixinho, antes de passar os dedos pelo seu cabelo de aparência suave. “Bem, existem Old Ladys, que estão em relacionamentos com os membros, ou há pessoas que vêm para festas em busca de diversão temporária.”

“Então Verônica seria uma Old Lady então” suponho, mordendo o interior da minha bochecha.

Ace parece desconfortável de novo, mas ele me responde. “Não, Verônica não é a Old Lady de Prez. Ele nunca pegou uma.”

Estou um pouco chocada com isso, mas me faz querer conhecer ainda mais o meu pai.

“Então as Old Ladys, suponho que são respeitadas?”

Ace assente. “Sim, e se não fossem, quem quer que as desrespeitasse estaria cara a cara com a quem ela pertence.”

“Pertence?” Repito, frisando cada sílaba.

“Você quer a verdade, ou a baboseira?” Ele dispara de volta, me estudando. “É assim que é, princesa, e você está neste mundo agora.”

“Eu não sou uma Old Lady nem ficarei por aqui” indico.

“Você é algo mais especial do que isso” ele diz, movendo o olhar para a minha moto. “Eu não te chamo de princesa sem motivo. Todos

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CHANTAL FERNANDO os homens aqui dariam suas vidas por você por causa do quanto eles respeitam seu pai.”

Pondero suas palavras e o meu lugar aqui. E se eu quisesse que eles me respeitassem apenas por mim? Talvez eu não deva pensar demais e apenas tentar aproveitar o tempo que passo aqui com o Gage e com Ace. “Espero que não chegue a isso” provoco, olhando para sua moto, que agora está estacionada ao lado de Black Beauty. “Quando podemos ir a outro passeio em sua moto?”

“Amanhã talvez” ele murmura, olhando para o clube. “Todo mundo vai estar aqui em breve, para conhecê-la, então você vai estar ocupada hoje à noite.”

“E onde você vai estar?” Pergunto, descansando meu braço contra ele para que nossa pele esteja tocando enquanto estamos lado a lado.

“Onde você quer que eu esteja?” Ele pergunta, um brilho provocante em seus olhos.

Eu me movo então estamos encarando um ao outro. “Onde quer que eu esteja.”

“Knuckles está certo, você é problema” ele diz, recuando e colocando algum espaço entre nós. “Prez não vai gostar disso, Erin. Ele deixou suas regras bem claras quando se trata de você.”

“Nós não fizemos nada ainda, nenhuma regra foi quebrada” eu respondo, olhando para ele sob meus cílios. “Além disso, eu não estou no MC e ele nunca me disse para ficar longe de ninguém. Não é como se eu o ouvisse, porque ele não pode me dizer o que fazer.”

“Você acha que é melhor pedir permissão ou perdão?” Ele pergunta, mas antes que eu possa dar uma resposta, somos interrompidos.

“Aí está você” Dreads diz, olhos cor de âmbar sorrindo. Ele vem e fica bem entre nós dois e estuda minha moto. Eu não sei como ele

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CHANTAL FERNANDO não percebe a tensão persistente no ar, porém ou ele está completamente inconsciente ou ele não se importa e está ignorando isso.

“Não posso esperar para ver você nisso” ele diz, assobiando.

“Você seria a única mulher aqui que sabe montar.”

“Sério?” Respondo, chocada com a admissão. “Nenhuma delas quer aprender?”

Então, novamente, quem sou eu para questionar seus motivos? Eu nem tenho carteira de motorista. E estar na parte de trás de uma moto é uma experiência que eu não gostaria de desistir também, sendo pressionada contra o seu homem, sem nenhuma maldita preocupação no mundo.

“Não” ele diz, balançando a cabeça. “Acho que elas deixam a direção para nós. Está pronta para hoje à noite? Acho que você nunca esteve em uma festa como essa antes.”

“Muito selvagem?” Pergunto, com a testa franzida.

“Não, não é selvagem” ele diz, olhando para Ace por alguma ajuda, mas ele apenas fica em silêncio. “Apenas muitas pessoas, a maioria delas rudes. Nós temos algumas noites selvagens, mas esta não é a ocasião para isso.”

“Bem. Eu não estava nervosa antes, mas estou agora” admito, torcendo as mãos juntas. Eu me afasto de Dreads para poder ver mais de Ace. “O que eu devo vestir? Eu não trouxe muitas roupas, porque não achei que ficaria tanto tempo assim.”

Porra, talvez eu devesse ter parado de ser tão teimosa e realmente feito algumas compras esta manhã. Eu sei que Ace está pensando a mesma coisa, mas meu olhar estreito e lábios apertados o desafiam a dizer em voz alta. “É casual. Jeans e um top está bom” Ace diz, e percebo a checada que ele dá em meu corpo. Suponho que poderia usar o mesmo top e jeans que usava quando cheguei, porque eu não tenho muitas outras opções para uma festa, mesmo que seja uma descontraída.

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CHANTAL FERNANDO “Você não foi fazer compras esta manhã?” Dreads me pergunta, franzindo a testa.

“Nem pergunte” Ace resmunga, deslizando as mãos nos bolsos da calça jeans, provavelmente para não tentar me estrangular.

“Você foi às compras e não comprou nada? Que tipo de mulher é você?” Dreads pergunta, coçando o queixo. “Eu teria escolhido apenas alguma merda para você. Eu tenho muito bom gosto.”

Eu olho para o seu visual, que é um pouco hippie com motoqueiro — uma camiseta desbotada com corte de couro sobre ela e jeans escuros, desgastados, rasgados e botas de motoqueiro — e estremeço.

“Que pena que perdi isso” digo em uma voz doce. “Se você não estivesse bêbado esta manhã, talvez nós usássemos camisas de arcoíris combinando agora.”

“Eu não acho que você poderia fazer isso” Dreads murmura com uma cara séria, e quando Ace ri percebo que ele está falando sério, e se junta ao riso.

“Eu deveria ficar pronta” digo a eles, e dou um passo em direção ao clube. Eu quero ficar bem esta noite e me empenhar no meu cabelo e maquiagem.

“Eu vou levá-la ao seu quarto” Ace diz, ficando ao meu lado.

“Eu vou te ver daqui a pouco, Dreads” digo a ele com um pequeno aceno, então o deixo de pé junto às motos.

“Cuidado com isso, Ace” eu o ouço dizendo atrás de nós. Então acho que ele notou a tensão no ar.

Merda.

“Eu posso andar para o meu quarto sozinha, sabe” digo a ele.

“Mas você quer?” Ele pergunta, olhando para frente.

“Não.”

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CHANTAL FERNANDO Nós caminhamos lado a lado em silêncio até chegarmos ao corredor e então estendo a mão e coloco sua mão na minha, e apertoa com força. “Obrigada por andar comigo.” É inebriante estar perto dele e quero me perder nele, mas sei que não posso pedir a ele para desobedecer a ordem de seu presidente.

Talvez eu possa testar as águas hoje à noite. Pessoas bêbadas adoram conversar, e notei todo o álcool sendo levado para o clube hoje. Tem sido um tempo desde que bebi muito e estou meio ansiosa para me soltar esta noite e me divertir um pouco.

Paro na minha porta e uso a chave para abri-la. Odeio que me atrapalhe um pouco, confusa com a proximidade dele. Eu posso sentir seu calor atrás de mim, quase me tocando, e hesito por um momento, querendo convidá-lo para entrar, mas sabendo que provavelmente não deveria. Knuckles nos viu sentados juntos na minha cama hoje, ele vai dizer alguma coisa? E Dreads? Alguém que olhe para nós pode ver a ligação perigosa que se forma? Ou sou só eu e o que sinto?

A porta se abre, mas Ace não passa por mim.

“Quanto tempo você precisa?” Ele me pergunta, descansando o braço no batente.

“Uma hora deve ser suficiente.”

Um sorriso e depois ele diz “Te vejo daqui a uma hora.”

Ele caminha de volta para onde acabamos de chegar e o vejo sair, mordendo meu lábio.

O homem tem a melhor bunda que já vi.

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CHANTAL FERNANDO 9

“Nada mal, Erin, dá para o gasto. Especialmente sob as circunstâncias” digo para o espelho, me chegando. Por sorte, arrumei os itens essenciais para maquiagem e consegui fazer minha maquiagem favorita com um lábio nude. Adiciono um pouco mais de destaque às minhas bochechas para terminar, então há uma batida na minha porta. Eu abro com um sorriso, esperando Ace, mas Gage está lá. Meu sorriso não vacila.

“Ei, Gage.”

“Você parece... você está deslumbrante, Erin” ele diz, abrindo a porta ainda mais. “Eu só queria ver você.”

“Estou terminando de me arrumar” digo a ele, esticando a cabeça para fora. “As pessoas estão chegando agora?”

Ele concorda. Ele está vestindo seu habitual traje, jeans e couro, claramente não se incomodando em fazer qualquer esforço extra para qualquer um notar. Eu gosto disso nele. O que você vê é o que você recebe. Seu cabelo curto e escuro está arrepiado um pouco, como tudo o que ele fez foi passar os dedos por ele. “Sim, as pessoas entrarão e sairão pelo resto da noite. Apenas tenha cuidado, tudo bem? Amigos trazem amigos, por isso nem sempre sabemos e confiamos em todos que podem estar aqui. Os Cursed Ravens e eu estaremos com você, de olho em você, mas eu só queria que você ficasse atenta.”

“Eu vou estar” prometo a ele. “Nós vamos ter a nossa primeira bebida juntos?”

Ele balança a cabeça e solta uma gargalhada. “Você é menor de idade, garota.”

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CHANTAL FERNANDO “Com licença, eu tenho vinte e um anos.” Eu faço uma dança um pouco feliz, e posso dizer que ele está se divertindo com minhas palhaçadas e apenas brincando comigo.

“Vamos ver” ele responde, com os olhos azuis brilhando. Ele esfrega as mãos no colete de couro, como se houvesse algo grudento nelas, e diz “Tem bolo. Muito bolo.”

“E você tem comido um pouco, tem?”

“Eu precisava testar a qualidade antes que minha filha consumisse” ele responde, mantendo a cara séria.

“Aposto. Dê-me dez minutos e estarei lá fora para ajudar com o controle de qualidade” digo.

Ele acena com um sorriso e se afasta, enquanto fecho a porta e me inclino contra ela. Espero por Ace, ou eu apenas ando por aí e começo a me socializar? Termino de colocar minhas botas pretas quando há outra batida na porta, essa é mais alta, mais ousada. Corro para abrir e fico cara a cara com o homem com quem não paro de pensar.

“Eu sei que continuo dizendo que você está linda, mas não consigo pensar em nenhuma outra palavra para usar quando estou na sua frente.” É a primeira coisa que ele diz para mim.

“Esta é apenas a segunda vez que me chama assim. Mas suponho que você sempre pode obter um aplicativo de dicionário de sinônimos em seu telefone para o próximo elogio” provoco, olhando-o da cabeça aos pés. Ele mudou para um novo par de jeans escuros e está vestindo uma camisa preta, sem couro à vista hoje à noite, além de suas botas. Eu respiro fundo, amando o aroma quente e picante dele, aquele que permanece em sua jaqueta de couro, um que não é avassalador, o que me faz querer enterrar meu rosto na curva de seu pescoço. “Você parece...”

Sexy?

Fodível?

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CHANTAL FERNANDO Comestível?

Merda, talvez eu precise do aplicativo também.

Ele nem me deixa terminar. “Você parece estar fazendo isso difícil para eu me comportar esta noite. Como se a vida fosse realmente injusta agora e estivesse testando a merda fora de mim.”

“Você sempre é tão dramático?” Pergunto, tentando aliviar a tensão crescente.

“Não” ele responde, não me impedindo quando me aproximo mais dele, fechando os olhos e descansando a cabeça no peito dele.

“Isso vai ser um problema?”

“Você é um problema gigante, princesa” ele responde em um suspiro profundo.

“Que colônia você está usando?” Pergunto, me perdendo nele, ignorando seu comentário. Temos que ir a essa coisa? Prefiro sentar com ele na minha cama novamente, conversando sobre qualquer coisa e tentando conhecer um ao outro. “É uma Tom Ford, por quê?” Ele pergunta, passando a mão grande e calejada pelas minhas costas. Eu tremo quando a pele dele toca a minha onde meu top termina, e enquanto ele enfia o polegar no cinto do meu jeans, pressiono os seios contra ele.

“Cheira tão bem” admito, levantando a cabeça e olhando para ele.

O azul encontra o choque cinza, fogo e gelo e acho que me apaixono um pouco.

“O que?”

“Só me perguntando quando você vai me beijar” digo, lambendo meus lábios.

“Você é ousada para alguém tão jovem” ele murmura, colocando meu cabelo para trás da minha orelha.

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CHANTAL FERNANDO “Idade não significa nada, Ace. Conexão sim.”

As pessoas passam a vida inteira tentando se conectar com alguém. Sentir a atração, o elo e ser compreendido. Ser amado. Ele pode ser um grande e duro motoqueiro, mas não pode fingir que é diferente do resto de nós.

Ele gentilmente me empurra de volta para o meu quarto e fecha a porta atrás de nós, desta vez pressionando a fechadura. “É isso que temos? Conexão?” Ele me pergunta, parecendo duvidoso.

Antes que eu possa responder, porém, ele abaixa a cabeça, colocando minhas bochechas em suas palmas quentes e ásperas, e me beija. É gentil a princípio, suave e doce. Não tenho certeza. Tudo isso logo muda à medida que nos derretemos no beijo, seus lábios se tornando exigentes, gananciosos. Sua língua desliza dentro da minha boca e suas mãos se movem do meu rosto para a minha cintura, me puxando para mais perto. Eu gemo enquanto ele me inclina para trás, minhas costas arqueadas, como em um filme romântico. Seus polegares acariciam meus quadris e estou perdida nas sensações. Eu nunca fui beijada assim em minha vida, e tenho que me perguntar se não o tivesse conhecido, se algum dia o veria.

Ele tem gosto de bolo e agora posso aprovar a qualidade.

Eu posso senti-lo endurecer entre nós, seu pênis lutando contra o jeans, procurando uma saída. Despreocupadamente, chego entre nós e o acaricio, desejando que fosse sua pele nua contra a palma da minha mão. Ele é grande. Realmente grande. Já dormi com dois homens antes disso, e ambos nem chegam perto em comparação com o que sinto sob meu domínio.

Ele quebra o beijo e murmura “Foda-se.”

“Ace...”

“Como eu posso ir lá agora, com isso?” Ele pergunta, olhando para baixo em seu pênis.

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CHANTAL FERNANDO “Eu poderia cuidar disso para você.” Sorrio.

Ele não parece divertido.

“Estar sexualmente humorado?” Sorrio.

frustrado

faz

você

realmente

mal-

“Você está prestes a descobrir” ele grita, ajustando-se e olhando para a minha porta. “É melhor irmos até lá antes que eles nos procurem.”

Solto um suspiro, tentando ignorar minha própria frustração sexual. Esse beijo me deixou excitada, molhada e querendo mais.

“Não se preocupe, você não é o único que sofre aqui” admito, caminhando para a porta.

“Isso torna tudo pior” ele me diz, passando os dedos pelo cabelo em frustração, deixando-o para cima, parecendo que ele acabou de sair da cama.

Sim, tenho a sensação de que esta noite vai ser longa.

E não de um jeito bom.

“Como se sente, ficando no clube?” Verônica pergunta quando ela me encontra na cozinha. “É diferente” admito para ela. “Os homens são todos muito legais e interessantes. Sua casa é perto daqui?”

“Cerca de dez minutos de distância” ela explica, se servindo de um Scotch com gelo. “Gage está em casa algumas noites e passa o resto do tempo aqui. Você sabe, se há algo que você queira, ou qualquer coisa que eu possa fazer por você, tudo que precisa fazer é perguntar. Nós, mulheres, precisamos ficar juntas.”

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CHANTAL FERNANDO Essa mulher me confunde. Ela é super legal e eu não sei se é apenas o seu cabelo loiro e as sobrancelhas exageradamente arqueadas que lhe dão uma aparência quase vilã, mas não posso imaginar nós duas sendo melhores amigas ou algo assim. Desde que a conheci, não consegui lê-la, e realmente não gosto disso. Eu gosto de pensar que sou uma boa juíza de caráter. Talvez seja só porque ela está com meu pai e estou sendo mesquinha. Ela não fez ou disse nada de errado para mim, então talvez eu esteja apenas sendo um pouco... não sei. Não com inveja, mas talvez apenas tendo cuidado.

“Há quanto curiosamente.

tempo

vocês

dois

estão

juntos?”

Pergunto

“Cerca de três anos agora” ela diz, franzindo os lábios rosados em pensamento. “Sim, quanto a isso. Ele é o amor da minha vida. Um bom homem, seu pai.”

“Estou começando a aprender isso” digo a ela, lavando as mãos depois de comer uma fatia do bolo de creme de baunilha. Tomei algumas bebidas e estou curtindo a minha sensação de felicidade. Ace esteve comigo a maior parte da noite, mas o deixei na fogueira do lado de fora com alguns dos homens enquanto eu usava o banheiro, então parei na cozinha para pegar um pouco de água.

“Você vai sair e ter uma conversa com a gente?” Eu pergunto a ela, não querendo ser rude, e querendo conhecê-la um pouco mais. Se esta é a mulher que Gage tem em sua vida, devemos nos dar bem, certo?

“Eu vou sair depois que terminar aqui” ela diz, sorrindo. “Vá em frente e divirta-se, Erin.”

Eu aceno, forço um sorriso e volto para fora. Estou ao lado de Knuckles, que está assistindo suas duas filhas conversarem com algumas das outras crianças.

“Elas são lindas garotas” digo a ele.

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CHANTAL FERNANDO Willow é a mais velha e parece ter cerca de treze anos. Westley deve ser alguns anos mais nova, e ambas são semelhantes em aparência e cor.

“Eu sei” ele responde, franzindo o cenho. “Muito bonitas. Você pode imaginar quando Willow começar a namorar? Eu vou ter que ir para a prisão; é o único resultado possível.”

E Ace me chama de dramática.

“Tenho certeza que não é a única opção” respondo calmamente, tentando não rir. “Você poderia simplesmente não matar nenhum de seus encontros. Isso funciona também, sabe.”

Ele faz um som de rosnado.

Eu começo a cantarolar “As garotas só querem se divertir.”

“Apenas espere até que você tenha que apresentar um homem ao prez. Você já pensou sobre isso?” Ele pergunta, virando o jogo contra mim. “Ele teria que ser homem o suficiente para enfrentar todo o MC.” “Bem, lá vai você, muito entusiasmado, você não acha? Apenas um valente... ou o homem realmente estúpido estaria disposto a suportar isso tudo.”

“Isso é verdade” ele ri. “Então, o que está acontecendo com você e Ace?” Meus olhos se arregalam e questiono se acabei de ouvir direito.

“Desculpa?”

“Vocês estão sempre juntos, e os dois não conseguem manter os olhos um do outro. Mesmo agora, quando duas mulheres estão tentando chamar sua atenção, ele continua olhando para você.”

Minha cabeça dispara na direção que vi Ace pela última vez. “Que mulheres? É melhor que não estejam tentando pegar... qualquer coisa.”

Eu vejo Ace em pé conversando com Dreads e Rogue, sem mulheres à vista.

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CHANTAL FERNANDO “Ponto provado”, Knuckles diz, trazendo sua garrafa de cerveja aos lábios. “É melhor você ter cuidado. As coisas funcionam de maneira diferente por aqui. Ace vai estar em um mundo de problemas se ele cruzar qualquer linha com você.”

Suspiro profundo. “Estou começando a descobrir isso. Confie em mim realmente estou interessada nesse cara, mas está fora dos limites. Você não vai dizer nada, vai?”

“Não é da minha conta” ele me diz.

“Você estava agindo como se fosse a um segundo atrás” murmuro, apenas fazendo-o rir mais uma vez. “Estou feliz por ser tão divertida. Eu realmente não sei como esta será a minha vida.”

“Você foi meio que atirada no fundo do poço, não foi? Eu me lembro de ter conhecido sua mãe uma vez, sabe. Ela era uma mulher bonita e muito doce.” Ele faz uma pausa e depois acrescenta “Eu acho que sua personalidade é mais parecida com a do seu pai.”

“Isso foi feito para ser um elogio ou uma crítica?” Eu pergunto a ele, arqueando minha sobrancelha. “Eu realmente não posso dizer.”

Ele balança a cabeça e murmura “Também tem cérebro.”

“Que cérebro?” Gage pergunta, ao se aproximar de mim, olhando para nós dois. “Que merda você está dizendo à minha garota, cara?”

“Apenas apontando as semelhanças entre vocês dois” ele diz, voltando os olhos para suas filhas.

Eu decido virar o tópico para ele. “Então eles te chamam de Knuckles porque você é um bom lutador, certo? Você é o melhor lutador do MC então? Com quem você já lutou no MC antes?”

Deve ser isso.

As cicatrizes nas mãos falam por si.

“Esse era o nome do meu traficante de drogas” ele diz casualmente, sorrindo, depois sai, indo até Willow e Westley.

“Verdadeiro ou falso?” Pergunto a Gage.

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CHANTAL FERNANDO “Confie em mim, você não quer saber.”

Bem, merda.

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CHANTAL FERNANDO 10

Estou de volta ao lado de Ace quando vejo a mulher que estava na porta de Ace na noite passada, e meus olhos se estreitam. Ela está com outra garota e caminha de volta para dentro do clube, ambas em vestidos curtos e apertados. Não sei nada sobre essa mulher, mas já sei que não gosto dela. Eu nunca poderia gostar de quem Ace teve, ou já esteve com ele antes. E duvido que ela também gostasse de mim. Espere, ele já esteve com ela? Eu não acho que perguntei isso a ele.

“O que há de errado?” Ace pergunta, seguindo minha linha de visão para a mulher. “Oh. Você pode abaixar a guarda? Eu lhe disse que nada aconteceu e eu a mandei embora.”

“Você já dormiu com ela antes?” Pergunto a ele, precisando saber a resposta.

“Sim” ele admite instantaneamente.

“Pelo menos você é honesto” resmungo. “Esse é o seu tipo? Meth Chic, essas pessoas que se vangloriam por usar drogas?”

Eu sei que pareço insignificante, então digo a mim mesma para me acalmar, porque ele não fez nada de errado e embora eu possa estar mostrando minha idade neste momento, não me importo.

Ele olha para mim por um segundo, depois joga a cabeça para trás e ri, um profundo som estrondoso. “Meth chic? Eu gosto disso.”

“Claramente” murmuro sob a minha respiração.

“Deixe-me mostrar para você, princesa. Eu sou um homem com necessidades. Estar neste MC me garante buceta em torneira. Eu nem

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CHANTAL FERNANDO preciso trabalhar para isso. Então, sim, eu me permiti e me diverti, e não me arrependo nem um segundo disso.” Ele se inclina para mais perto, e em uma voz mais baixa acrescenta “Mas se eu estivesse com alguém, e nós fossemos comprometidos, seria fiel e leal e isso é mais do que você pode dizer da maioria dos homens hoje em dia.”

Então o Ace selvagem pode ser domado? Ok, domado é a palavra errada. Ele acha que pode se comprometer com uma mulher, se a mulher certa aparecer. Mas até então...

Meu olhar cai para seus lábios.

Eu quero lambê-los.

“Não olhe para mim assim” ele rosna, fazendo um som de frustração no fundo de sua garganta.

“Assim como?” Pergunto, afundando meus dentes no meu lábio inferior. Ele olha para longe, o pomo de Adão balançando enquanto engole, enquanto levo minha cerveja aos meus lábios e tomo um gole. Eu ouço alguns aplausos e olho para o clube. “O que está acontecendo lá?”

“Rogue deve estar cantando” ele responde distraidamente, me levando pelo meu pulso e me puxando contra ele.

“Rogue canta?” Pergunto, sobrancelhas batendo no meu couro cabeludo. “Ele é bom?”

“Sim. Ele toca violão também” ele explica, olhando para mim.

“Abra sua porta para mim hoje à noite.”

“O-o quê?” Pergunto, não tenho certeza de corretamente. “Você vai se esgueirar para o meu quarto?”

que

ouvi

Ele balança a cabeça lentamente. “Você está me deixando louco, Erin. Eu não vou te foder, eu não posso fazer isso com o meu clube, mas isso não significa que eu não possa ir passar a noite com você.”

Então sexo está fora dos limites, mas tudo está bem? Eu não sei como ele está justificando isso dentro de sua cabeça, mas aparentemente ele tem tudo resolvido. Não tenho ideia de como isso vai

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CHANTAL FERNANDO funcionar. As coisas teriam sido muito mais fáceis se tivéssemos ficado longe um do outro.

O que é uma fodida merda.

Shack vem e fica ao nosso lado, outro homem com ele. “Erin” ele diz, acenando para mim em saudação.

“Ei, Shack” respondo em um tom que poderia ser mais quente.

“Erin, este é Shovel” apresenta Ace, referindo-se ao outro homem, que é fortemente tatuado do pescoço aos dedos.

“Prazer em conhecê-lo, Shovel” digo, olhando em seus olhos castanhos quentes.

“Prazer também” ele responde, oferecendo-me um pequeno sorriso. “Tenho ouvido muito sobre você.”

“Já soube” digo, com um sorriso que pode ser ouvido no meu tom.

Shack pigarreia e depois murmura “Então, só queria dizer que sinto muito por ter te acertado ontem à noite. Como diabos eu deveria saber que você ia ser a filha do prez? Eu pensei que você fosse apenas uma...”

“Eu entendo” respondo, interrompendo-o de me fazer gostar menos dele. “E pedido de desculpas aceito.”

Ele me dá um sorriso e depois olha para Ace. “Eu pensei que Prez ia me matar quando descobriu o que eu disse a ela.” Ele se encolhe, em seguida, retorna o seu olhar para mim. “Eu não quero mais ficar a menos de meio metro de você.”

Eu reviro meus olhos. “Você vai viver, prometo.”

“Você não estava na nossa reunião do clube. Você deveria ter ouvido Prez dando a todos nós o ato de revolta, dizendo que nenhum de nós sequer pensaria em chegar perto de você desse jeito. Quero dizer, se um de nós fosse...”

“Isso é o suficiente, Shack” Ace repreende.

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CHANTAL FERNANDO Eu olho para Ace, que não está sorrindo ou parecendo nem um pouco divertido. Isso está entrando em território perigoso.

“Então, vamos ouvir Rogue” digo, mudando de assunto e tentando aproveitar esta noite. Esta celebração é para todos me conhecerem e quero estar presente. Eu puxo Ace para a casa, acenando para Shovel e Shack enquanto vamos e ele me deixa. Quando entro, vejo Rogue sentado em um banquinho com um violão nas mãos, todos ao seu redor, encantados com seu talento. Seu cabelo caiu na testa; ele olha para o instrumento enquanto canta e toca sem esforço.

“Eu amo essa música” sussurro para Ace. É “Waves” de Dean Lewis.

E Deus, a voz de Rogue é outra coisa. É rouca e suave ao mesmo tempo, profunda e deliciosa.

“Ele é incrível” digo.

“Ok, acalme-se” Ace murmura, enquanto seguro minhas mãos no meu peito sobre o meu coração.

Eu olho para ele e balanço a cabeça com espanto. “Ele é fodidamente incrível. Por que vocês estão escondendo ele aqui? Ele deveria ser famoso e o mundo deveria saber seu nome.”

Eu me viro para ver todos na sala olhando para o meu desabafo, e embora Rogue não tenha parado de tocar, ele mostra um sorriso em minha direção. “Ele tem um CD? Porque eu estaria disposta a comprar essa merda.”

“Não, a única vez que ele se apresenta é no clube” Ace diz no meu ouvido, causando arrepios na minha espinha. “Nós precisamos dele aqui mais do que o mundo precisa de fãs sobre sua bunda.” Ele me olha. “Além disso, ele tem fãs suficientes dentro do clube.”

“Eu sei, mas vamos lá, ele é tão talentoso.” Ele parece mais um superstar do que um motociclista, mas ei, quem sou eu para fazer esse julgamento?

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CHANTAL FERNANDO A música termina e aplaudo mais alto. Rogue anda até mim depois e envolve seu braço em mim casualmente.

“Você é incrível” digo para ele, olhando para o rosto. “E eu amo essa música. Eu poderia ouvir sua voz a noite toda. Você vai cantar mais alguma coisa?”

“Você tem algum pedido?” Ele me pergunta, com os olhos azuis cheios de calor.

“Mesmo? Você cantaria para mim?” Pergunto , mudando de pé em uma dança animada. “Você conhece Sam Smith? Que tal Too Good at Goodbyes?”

“Vou te contar uma coisa, vou aprender e cantar para a próxima vez” ele promete, soltando-me e olhando para o bar. “Eu vou pegar uma bebida, você quer alguma coisa?”

Eu balanço minha cabeça e levanto minha cerveja. “Estou bem, obrigada.”

Ele dá um tapinha no ombro de Ace quando ele passa, e eu o vejo sair. “Este lugar é apenas cheio de surpresas.”

Ace não parece divertido.

Eu sorrio para ele.

Ele não sorri de volta.

“Eu acho que você precisa de outra cerveja” digo a ele, colocando a minha na mesa e puxando-o para o bar. Tem um homem de pé lá, servindo bebidas para todo mundo e Ace me diz que ele é um Prospecto cujo nome é Jasper e ele está trabalhando para se tornar um membro ou algo assim.

“Então ele tem que fazer todos os trabalhos ruins?” Pergunto a ele em voz baixa, depois que Jasper entrega uma cerveja a Ace. “Todos nós já estivemos lá” ele explica. “Temos de eliminar os homens dos meninos, por isso fazemos com que os homens que querem ser sócios esperem por um ano.”

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CHANTAL FERNANDO “Entendi” digo, pegando minha cerveja da mesa onde deixei enquanto a música começa tocando de um grande conjunto de altofalantes. “Este lugar é perfeito para festas e reuniões. Vocês devem se divertir muito.”

Eu me pergunto como exatamente eles fazem seu dinheiro para o clube. Eu estava querendo perguntar, mas estava esperando pelo momento certo, então não pareço muito intrometida.

“Nós fazemos um pouco mais do que apenas festa” ele murmura, e percebo a falta do divertimento em seu tom.

Eu sou uma oportunista.

Eu tomo a abertura. “Como o quê?”

“Temos algumas empresas que administramos” ele diz, bebendo de sua garrafa. “Temos que ganhar dinheiro. Nós nos apressamos. Nós trabalhamos duro. E colhemos os benefícios.”

Tomo um gole da minha própria bebida e estou prestes a perguntar-lhe que tipo de empresas quando começo a tossir incontrolavelmente.

“Ace” consigo soltar em pânico.

Algo não está certo.

A última coisa que me lembro é de cair.

E Ace me pegando.

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CHANTAL FERNANDO 11

Meus olhos se abrem lentamente, luz solar os atinge. Levanto a mão para a minha garganta e acaricio a pele sensível com o meu dedo indicador, quase certificando-me de que tudo está onde deveria estar.

“Oh, bom. Estou viva” grito, minha voz embargada e todo o meu corpo sem energia.

“E obrigado, porra, você está” Gage diz da minha direita. Eu viro minha cabeça e olho para ele, e ele parece uma bagunça. Eu me pergunto quem parece pior de nós dois. “Eu não acho que eu já fiquei mais assustado na minha vida, Erin. E eu tive uma arma na minha cabeça antes.” Ele faz uma pausa. “Mais de uma vez.”

Espere o que?

“O que aconteceu?” Pergunto a ele, lembrando dos meus últimos momentos. “Eu estava conversando com Ace e depois...”

Eu olho em volta do quarto do hospital em que estou.

Merda, estou doente?

Será que meus modos de beber e comer demais finalmente me alcançaram? Eu tive uma boa corrida, mas para ser sincera, pensei que teria mais alguns anos.

“Você desmaiou” ele me diz, preocupação em seus familiares olhos azuis. Ele os esfrega com as duas mãos e suspira. “Eles acham que alguém tentou envenená-la.”

Pisco uma vez.

Duas vezes.

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CHANTAL FERNANDO Sacudo minha cabeça. “Não, isso não pode ser possível.”

“O médico não vai mentir, Erin. Eles encontraram traços de veneno em seu sistema, mas, felizmente, você não bebeu mais da sua cerveja ou poderia não estar aqui agora. Sua mãe tem ligado sem parar, mas eu disse a ela para não se preocupar. Talvez eu tenha... uhhh... minimizado o que aconteceu um pouco.”

“Eu aprecio isso” digo a ele. Eu amo minha mãe, mas não preciso dela aqui agora, sendo toda dramática e culpando papai por tudo e minhas aparentes habilidades de tomada de decisão. “Por que alguém iria querer me envenenar? Eu achei que foi ótimo ontem à noite, fui educada e conversei com qualquer pessoa com quem tenha entrado em contato!”

Eu até controlei meu rosto de cadela em repouso.

“Você foi perfeita, Erin” ele me garante, parecendo confuso. Provavelmente pelo fato de que estou defendendo minhas habilidades de hospitalidade quando tenho coisas maiores com as quais me preocupar agora.

Como quem me quer morta.

Alguém deve ter colocado algo na minha bebida quando fui ao bar com Ace para pegar uma cerveja.

Ace. “Onde está... todo mundo, papai?” Pergunto a ele, não querendo perguntar onde Ace está.

Seus olhos se arregalam quando eu o chamo pela primeira vez. Na verdade, escapou naturalmente. Ele abre a boca, depois fecha, claramente sem saber o que dizer. “Eu... gosto de você me chamando assim, Erin.”

Eu gerencio um sorriso. “Bom.” “Ace, Knuckles e Rogue estão na sala de espera” ele me diz. “Ace não foi embora desde que nós a trouxemos. Meus homens já são leais a você e é por isso que estou tão confuso e com raiva que isso

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CHANTAL FERNANDO aconteceu.” Ele se levanta e começa a andar; suas mãos cerradas em punhos... “E quando eu descobrir quem fez isso...”

Ele começa a resmungar sobre matar a pessoa, lentamente, em detalhes.

Eu seguro as mãos na minha frente. “Pai, você não precisa matar ninguém. Então alguém envenenou minha bebida... acontece o tempo todo, certo? Você não precisa ir para a prisão por causa disso.”

Ok, isso não acontece o tempo todo. E é um assunto sério, porque alguém me quer morta. Eu só estive aqui por duas noites, e alguém já quer que eu vá embora. A questão é, por quê? As pessoas no MC são todas de confiança de Gage, mas como ele disse, outras pessoas participam das festas que ele oferece. Ele me avisou. Eu não vi isso chegando — como poderia? Isso só serve para mostrar o quão pouco sei sobre esse mundo e o fato de eu estar por aqui como se fosse apenas uma festa normal me preocupa. Eu me senti intocável com meu pai, Ace e os outros homens ao meu redor, mas fui estúpida.

Papai continua andando, o que me deixa um pouco ansiosa. Só quero que ele fique calmo para que eu possa surtar. Nós dois não podemos surtar; alguém precisa permanecer no controle. Pânico agora não vai ajudar a situação.

E ele realmente mataria alguém? Ele matou alguém?

“Por que você não vai descansar um pouco, pai” digo a ele. “Você parece morto em seus pés. Podemos planejar sua tortura lenta quando você acordar.”

Ele para de andar e caminha até mim. Quando ele me dá o maior e mais caloroso abraço do mundo, não posso evitar, perco qualquer pretensão de controle sobre minhas emoções e começo a chorar. Esta é a primeira vez que nos abraçamos, o que torna tudo ainda mais emocionante.

“Isso é sua culpa por me abraçar” digo a ele, enxugando os olhos.

“Você não sabe quando alguém está tentando manter as emoções sob controle, abraçar sempre torna isso pior?”

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CHANTAL FERNANDO “Eu vou manter isso em mente” ele murmura, em pé, tristeza em seus olhos. “Os homens ficarão para vigiá-la enquanto eu for para casa, tomar banho e me trocar. Então estarei de volta aqui. O médico disse que devíamos poder levar você para casa esta noite.”

“Ok” respondo fungando. “Obrigada.”

Ele abaixa a cabeça. “Não me agradeça, Erin. Isso é tudo minha culpa.”

“A menos que você tenha tentado me envenenar, não, não é” digo a ele.

“Sabe, antes disso, eu teria declarado com confiança que eu não estava com medo de nada. Agora sei que isso não é a verdade.”

A emoção me atinge novamente e as lágrimas ameaçam retornar. Minha voz está rouca quando digo “Bem, não gostaria de facilitar as coisas para você, certo?”

Ele tenta puxar um sorriso, mas falha, depois sai do meu quarto de hospital. Não passa um minuto antes que Ace esteja ao meu lado e eu estou segura em seus braços.

“Maldito inferno, princesa” ele diz, me puxando contra ele.

“Estou bem.”

“Você foi envenenada — eu não acho que isso seja bem” ele diz, beijando o topo da minha cabeça.

Eu amo quando os caras fazem isso. No alto da minha cabeça, minha testa ou minhas têmporas, todas as ações amorosas e gentis que me atingem no estômago o tempo todo.

“Eu estou viva, no entanto” sussurro. “Eles vão precisar de algo um pouco mais forte que o veneno.”

“Eles vão precisar de uma porra do exército, porque agora que sabemos que alguém está tentando te machucar, todos nós estaremos em alerta” ele diz, cerrando os dentes. Ele suaviza a voz e me diz “Mas

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CHANTAL FERNANDO você não se preocupe com nada disso. Descanse e fique mais forte. Deixe-me preocupar com o resto.”

E isso é o que eu precisava.

Ele me segura e me sinto segura. Ele continua calmo, o que diminui minha ansiedade e começo a me sentir novamente no controle. Eu exalo e fecho meus olhos.

Alguém tentou me matar.

Está bem.

Meus olhos se abrem.

Não, não está bem.

Se eu for para casa agora, e deixá-los ganhar e dar-lhes o que eles querem? É provavelmente meu ser inteligente que sabe que não é exatamente seguro no clube para mim.

Um clube do qual meu pai é o presidente. Não deveria ser o lugar mais seguro para mim no mundo? Talvez seja a minha ingenuidade aparecendo, mas não acho que deva recuar. Se há alguém no clube que não é para ser, alguém que não é confiável ou leal, não devemos eliminá-los?

“Eu quero descobrir quem fez isso” sussurro para Ace. “Mas o lado lógico de mim está me dizendo para ir para casa agora, que tudo o que aconteceu não tem nada a ver comigo.”

Exceto que tem a ver, porque aconteceu para mim. É alguém tentando machucar meu pai ou alguém que simplesmente não me quer em sua vida?

“Nós vamos” ele me assegura, esfregando minhas costas em círculos reconfortantes. “Não me deixe ainda.”

“Você vai provar todos os meus alimentos?” Eu brinco, fechando os olhos mais uma vez.

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CHANTAL FERNANDO “Se eu tiver que fazer, Prez não vai deixar mais ninguém entrar no clube, exceto os membros, até descobrirmos quem fez isso” ele me explica baixinho. “E também vamos instalar câmeras.”

“E se fosse um dos membros embora? O que acontece então?”

Eu provavelmente estou paranóica, mas considerando o que aconteceu, sinto que é válido. Eu nunca pensei que algo assim iria acontecer comigo em toda a minha vida.

Acho que se ficasse no meu próprio mundo, nunca teria.

“Há apenas um mundo, princesa” Ace diz, beijando minha testa.

Eu derreto, mas não concordo com ele. Talvez para ele essa afirmação seja verdadeira. Mas para mim, isso é algo completamente diferente.

“Eu não sabia que tinha dito isso em voz alta” digo com um bocejo.

“Durma, eu vou cuidar de você” ele diz, consertando meu travesseiro e me conduzindo a deitar-me. “Rogue e Knuckles estavam esperando para ver você também, mas eu posso dizer a eles para esperar até que tenha acordado.”

“Não, deixe-os entrar” digo a ele, bocejando novamente. “É bom que eles estejam aqui.”

“Tudo bem” ele murmura, estudando-me por alguns longos segundos, um olhar estranho em seu rosto. Diferentes emoções passam por seus olhos antes que ele abaixe a cabeça e me beije nos lábios. “Eu não estava esperando por você.”

Eu sorrio com sono. “Ninguém estava.”

Ele me observa um segundo e sai para chamar os homens.

Exceto que estou dormindo antes que eles retornem.

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CHANTAL FERNANDO 12

“Você sabe que ronca?” Rogue diz logo que abro os olhos. “Quero dizer, estou feliz por você estar respirando e tudo, mas uau. Na verdade, você meio que parecia um motor de moto, então acho impressionante.”

Esfrego os olhos e olho ao redor da sala. “Você sabe que não é muito gentil trazer o ronco na conversa. Eu acabei de ser envenenada. O veneno me fez fazer isso. Então, basicamente, meu ronco é sua culpa.”

Sua testa franze. “Como você chegou a essa conclusão exatamente?”

Eu me arrasto, então estou sentada contra a parte de trás da cama, meus travesseiros contra a parte inferior das costas. “Alguém no seu clube me envenenou. Eu soube que você é o vice-presidente — VP, então é meio que sua culpa também, certo?”

Isso o deixa sério, mesmo que eu só quisesse dizer isso como uma piada. “Quem fez isso será tratado de acordo.” Ele faz uma pausa, estremece e acrescenta “A menos que seu pai ou Ace cheguem a eles primeiro. Então eles estarão mortos.”

“Eu não quero que ninguém morra por minha causa.”

“Eles não serão. Eles estarão morrendo por causa de suas próprias ações” ele diz, mas acrescenta um sorriso para suavizar suas palavras duras.

“Você sabe, como você é o VP? O que o Ace faz pelo clube?”

Pergunto a ele.

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CHANTAL FERNANDO “Ele é o tesoureiro. Lida com todo o dinheiro que entra e sai. Ele é inteligente e gosta de números.”

“Oh” murmuro, me distraindo.

Sei que ele é esperto e gosto disso nele.

Suspiro profundamente e Rogue deve tomar isso como preocupação, porque continua a me assegurar.

“Não se preocupe com isso, Erin. Nós vamos lidar com as coisas do nosso jeito. Nada disso é com você, e quem fez isso sabia que haveria terríveis repercussões. Mesmo assim ainda fizeram isso. Nós não queremos pessoas assim ao nosso redor. Precisamos confiar em todos os homens e mulheres, ou não temos nada. E Ace e Knuckles estão conversando com seu médico, que está sendo difícil e não quer liberála a nosso cuidado.”

Sorrio e levanto minhas sobrancelhas. “Você libertaria alguém a seu cuidado?”

Ele pisca um sorriso lento, um sorriso de derreter calcinhas.

“Foda-se, não.”

“Foi o que pensei” respondo, mudando nos travesseiros para ficar mais confortável. “Você sabe o que me faria sentir melhor?”

“Não, mas sinto que você vai me dizer” ele responde em um tom seco, inclinando-se para me dar toda a sua atenção.

“Se você cantasse uma música” digo, tentando parecer triste e piscando os olhos em exagero. “Isso pode tirar minha mente das coisas, sabe?”

Ele se inclina para trás na cadeira, braços em cada descanso. “É assim mesmo? Você quer que eu lance uma música para você, sem violão, nada?”

Concordo.

Ele olha para a porta e depois para mim. “Quando um deles entrar eu paro, e isso nunca aconteceu.”

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CHANTAL FERNANDO “Combinado.”

“Que música?”

“Você escolhe” digo a ele, descansando a palma da mão no meu queixo e esperando pacientemente.

Ele inclina a cabeça para o lado, parecendo um pouco infantil.

“Eu sei que música vai te animar.”

Quando ele abre a boca e começa a cantar “We Know the Way” do filme de Moana, sorrio de tal maneira que minhas bochechas começam a doer e me agarro a cada palavra sua. Sua voz é tão bonita, e eu absolutamente amo que ele, o vice-presidente de um clube de motoqueiros, conheça as palavras de uma música da Disney.

Quando chega ao fim, eu bato palmas e ele balança a cabeça, um pequeno sorriso nos lábios. “É a música favorita de Westley agora, e quando ela ficou doente algumas semanas atrás, eu aprendi para poder cantar para ela no hospital.”

Estendo minha mão para tocar a dele. “Você é incrível, Rogue. Você é um grande coração mole por dentro, não é?”

“Não” ele nega.

“Só um pouquinho?” Eu digo, batendo meus cílios. “Talvez apenas para meninas em hospitais?”

Ele ri baixinho, seus ombros tremendo. “Sim, deve ser isso. Deve ser minha fraqueza.”

“Todos nós temos uma fraqueza” digo a ele, apertando sua mão antes de devolver a minha para o meu colo. “Você sabe qual é a minha?”

“Ace?” Ele pergunta com um olhar ousado.

“Na verdade, eu ia dizer veneno” respondo, estreitando meus olhos e levantando meu queixo. “Mas muito engraçado.”

“Não é uma coisa engraçada sobre toda essa situação, querida” ele diz, então seu telefone toca. Ele responde com um olá agudo, depois

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CHANTAL FERNANDO um ‘Ok, logo chegaremos lá’ antes de desligar. Fico feliz pela distração, porque nem quero pensar em seu comentário anterior.

“Quem era?” Pergunto, mexendo no cobertor em cima de mim.

“Shovel” ele diz, deslizando o telefone no bolso.

“Eles chamam de Shovel porque é assim que ele mata as pessoas? Tipo, bate na cabeça com uma pá? Ou talvez ele apenas enterre os cadáveres com uma pá?” Pergunto, tentando inventar qualquer outra razão para um homem usar uma pá. “Ou talvez ele costumava trabalhar em um cemitério como um jardineiro ou algo assim.”

Rogue pisca lentamente algumas vezes e com uma cara séria, murmura “Na verdade, nós o chamamos de Shovel porque ele monta uma Shovelhead.” Ele faz uma pausa e depois acrescenta “É uma moto.”

“Oh” respondo, encolhendo os ombros.

“Você parece infeliz com o verdadeiro motivo. Você queria que ele matasse pessoas com pás?” Ele pergunta, parecendo prestes a rir.

“Você tem uma grande imaginação, Erin. Alguém já te disse isso?”

“Minha professora de inglês do décimo ano” respondo, estendendo a mão para pegar a água na minha mesa lateral. “Eu te ofereceria uma bebida, mas tudo que eu tenho é isso.”

“Não se preocupe comigo” ele diz com humor em seu tom. “Você é a única que precisa expulsar todas aquelas... toxinas.”

“Oh, você quer dizer minha cerveja envenenada?” Eu digo em um tom seco, enquanto tomo um gole da minha água. “É ruim que eu poderia realmente morrer por uma cerveja agora?”

A porta se abre e Knuckles enfia o rosto. “Arrume sua merda. Estamos te levando.”

“Espere, o que?” Pergunto, olhando entre ele e Rogue. “O que você quer dizer? O médico realmente não quer que eu vá embora

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CHANTAL FERNANDO agora? Não foi o que papai me disse. Ele disse que o médico disse que posso sair em breve.”

“Ele provavelmente faria o que estamos prestes a fazer” Rogue diz casualmente, levantando-se e tirando o jeans. “Acha que pode correr? Ou devo pedir a Ace para roubar uma cadeira de rodas?”

Meus olhos quase saltam para fora da minha cabeça.

“Não. Ninguém vai roubar nada. Deixe-me colocar meus sapatos. Eu juro, se eu morrer porque estou destinada a ficar em um hospital, adivinhe qual clube eu vou escolher para assombrar? Eu posso ser o primeiro membro do sexo feminino e você poderia me chamar de Ghost, o que acha?”

“Você fala muito” ele aponta, ignorando o meu discurso.

Ace enfia a cabeça e me vê colocando meus sapatos. “Você está pronta?” Ele pergunta me dando uma olhada.

“Sim, mas não roube uma cadeira de rodas. Você cria uma distração e eu fujo. Se alguém for deixado para trás... bem, eu não vou voltar por eles” afirmo, olhando para Rogue. “Porque eu não sou um membro, então eu não tenho que fazer nada dessa merda de fidelidade.”

Ace entra na sala, abre a boca e depois a fecha. “Do que você está falando? Por que eu roubaria uma cadeira de rodas?”

Ele olha para Knuckles, que cai na gargalhada.

“Você é um idiota” digo a ele, ignorando seus cacarejos enquanto me movo para Ace e o deixo me puxar para um grande abraço. “Ele me disse que eu tinha que correr para fora daqui porque você estava me levando contra as ordens do médico.”

“O médico cedeu porque Prez chegou. Portanto, não há mais necessidade de um plano de fuga. Como você está se sentindo?” Ele pergunta, depois olha para Knuckles. “Ela está sendo envenenada, você pode esperar até que ela esteja melhor antes de puxar essa merda?”

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CHANTAL FERNANDO “Claramente não” resmunga Knuckles, depois se aproxima de nós. “Mas estou com fome, então vamos sair daqui. Erin pode dormir em sua própria cama.”

Papai entra na sala e solto Ace para segurá-lo.

“Vamos para casa” ele diz para mim.

Casa.

Eu não sei mais onde é isso.

Verônica se ocupa de mim no segundo em que entro no clube, então começo a me sentir um pouco culpada por ela ser a suspeita número um a meus olho, e começo a duvidar de mim mesma. Ela está tão preocupada comigo e tem tentado ajudar de todas as formas possíveis.

“Posso te dar mais alguma coisa?” Ela me pergunta, parecendo preocupada. “Minha pobre menina, estou tão feliz por você estar bem.”

Se ela fez isso, é uma ótima atriz. Estou falando digna do Oscar. Seu batom rosa está um pouco manchado, mas não sei se devo dizer a ela ou não, então finjo que não percebo.

“Eu estou bem, obrigada, Verônica” digo a ela, suavizando em direção a ela. É legal ter alguém sendo minha mãe, especialmente depois de tudo que aconteceu. “Acho que só preciso tirar uma soneca.”

Ace entra enquanto ela continua pairando, com uma garrafa de água e alguns analgésicos na mão e sou grata porque tenho a pior dor de cabeça. Ele os coloca ao lado da minha cama e se senta ao meu lado.

“Você acha que pode engolir um pouco de comida ou só quer dormir?”

“Dormir, depois comida” respondo, desejando que ele pudesse deitar na cama e me abraçar. Como se estivesse lendo minha mente, ele se vira para Verônica e diz “O Prez está procurando por você. Vou

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CHANTAL FERNANDO manter o olho em Erin e depois Mac assumirá. Então você não precisa se preocupar com ela.”

“Ok, basta ligar se precisar de alguma coisa.” Verônica acena, hesitando antes de sair do meu quarto com a porta entreaberta.

Eu puxo Ace para a cama, ou pelo menos tento, mas ele não se move. “Apenas venha e deite-se comigo, por favor.”

Pele na pele seria ideal agora, mas acho que é pedir um pouco demais, especialmente considerando que qualquer um poderia entrar a qualquer momento para ver como estou.

“Foda-se” ele grita, deslizando suas botas pretas. “Mal posso dizer não para você agora.”

“Não diga isso” digo, estendendo a mão para ele. “Porque então eu vou te pedir o que realmente quero.”

Ele olha para a porta aberta, levanta-se e a fecha, depois fica ao meu lado, em cima da borda, o que é meio que uma merda, mas melhor que nada. Eu ainda coloco minha cabeça em seu peito e sinto seu corpo quente e grande ao meu lado, fazendo-me sentir muitas coisas.

Segura.

Protegida.

E com muito, muito tesão.

Mesmo envenenada, meu corpo reage à sua proximidade, tanto que começo a me sentir um pouco inquieta e cansada.

“O que há de errado?” Ele me pergunta, me puxando para mais perto, tentando me manter imóvel. “Tente descansar um pouco, você disse que estava cansada.”

Eu digo muitas coisas.

“Eu estava cansada” digo a ele, fechando os olhos e tentando voltar para aquele lugar. “Devemos colocar uma TV aqui e depois podemos assistir a filmes ou algo assim.”

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO Eu me pergunto como ele parece nu. Aposto que ele é grande e duro em todos os lugares certos.

Ok, não é isso que você deveria estar pensando agora, Erin.

“Eu posso fazer isso” ele me diz, beijando o topo do meu pescoço. Congelo com formigamentos correndo por todo o meu corpo, e espero que ele me dê um pouco mais do que isso neste momento.

Ele dá.

Arrastando seus lábios do meu pescoço, eu tremo toda vez que seus lábios tocam minha pele, e quando eles param em meus lábios retribuo, segurando seu rosto e o beijando profundamente. Ele chupa meu lábio inferior antes de se afastar, mas depois me dá outro beijo, como se ele sentisse falta da minha boca.

Não estou me sentindo bem, sinto cheiro de hospital e alguém tentou me matar, mas esse momento não poderia ter sido mais perfeito.

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CHANTAL FERNANDO 13

Acordo na manhã seguinte sozinha na cama, me sentindo eu novamente. Tomo uma longa e demorada ducha com água quente, me visto, lavo e seco minhas roupas antes que alguém esteja acordado. O clube é tão quieto no início da manhã, por isso, quando meu telefone toca quando estou saindo do meu quarto com outra ligação da minha mãe, hesito em responder, mas cancelei a ligação por tempo suficiente.

“Ei, mãe” digo na linha, tentando agir como se nada tivesse acontecido desde que a vi pela última vez.

“Erin Rose Moretti” ela rosna para mim, e quando o meu nome completo deixa seus lábios, sei o quão zangada ela está. “O que aconteceu com você? Gage disse que você não estava se sentindo bem e teve que passar uma noite no hospital? Por que você não me ligou? Foi a gripe? Você tem evitado minhas ligações!”

Seu discurso continua pelo que parecem alguns minutos antes que eu possa dar uma palavra. “Mãe, eu estou bem. Estou de volta ao clube agora, então você não precisa surtar. Eu apenas me senti um pouco... doente.”

Ou envenenada, mas tanto faz. Ela não precisa conhecer todos os detalhes.

“Eu estava preocupada, Erin” ela diz, parecendo triste, o que me faz sentir realmente culpada. “Quando você volta pra casa?”

“Eu não sei” digo a ela enquanto arrumo minhas roupas. “Talvez em algumas noites? Eu realmente sinto muito por não ter te ligado, mãe, mas sabia que depois de falar com você, eu me sentiria

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CHANTAL FERNANDO culpada. Eu disse que só ficaria aqui uma noite ou duas, no máximo, mas agora quero ficar um pouco mais. Tenho muito tempo antes do início da faculdade, então realmente não tenho pressa de ir para casa, certo?

Ela fica em silêncio por alguns momentos antes de falar. “Sua casa está aqui, Erin. Eu não gosto exatamente do pensamento de minha filha vivendo em um clube de MC com um monte de homens que nem conheço. Nenhuma mãe gostaria.”

“Então você não deveria ter ficado grávida de um motoqueiro, mãe” digo a ela, apontando o óbvio. “Você escolheu meu pai, não eu.”

Quando ela fica quieta, sei que magoei seus sentimentos, então quando falo de novo, uso um tom muito mais gentil.

“Você não pode confiar que o papai vai me manter segura?” Eu imploro a ela, certificando-me de manter meu tom gentil, para que não desperte a Terceira Guerra Mundial.

“Papai? Você o chama de pai?” Ela pergunta, parecendo surpresa e um pouco infeliz. “E Brock? Ele é seu pai também e o homem que criou você.”

Aqui vamos nós.

“Eu amo Brock, mãe, mas vocês dois mentiram para mim. Sim, ele me criou, mas só porque você nunca contou ao meu pai de verdade que eu existia! Então, desculpe se eu ainda estou me sentindo um pouco amarga sobre isso e é provavelmente a verdadeira razão pela qual tenho evitado suas ligações. Você mentiu para mim por toda a minha vida, não é exatamente uma coisa fácil de engolir e não acho que você deva tentar me fazer sentir mal por querer ficar aqui e conhecer meu pai verdadeiro.”

Mais silêncio.

Eu digo a ela que a verei em alguns dias e nós dois dizemos ‘tchau’ e desligo. Quando olho para cima, vejo meu pai parado na minha porta.

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CHANTAL FERNANDO “Quanto você ouviu?” Pergunto a ele, me sentindo terrível. Eu não gosto de discutir com minha mãe. Ela é uma ótima mãe, mas não sei como devo perdoá-la por isso. O que ela está fazendo comigo é injusto, especialmente trazendo a coisa de Brock. Sim, Brock sempre esteve lá para mim e tem sido um ótimo pai, mas isso não muda o fato de que ambos mentiram. Eles me afastaram do meu pai verdadeiro. Eu nem sei como eles justificaram isso.

Ele entra no meu quarto e senta na minha cama. “Você pensou que outro cara era seu pai?” Ele me pergunta. Posso dizer que ele está com raiva. Fumegante mesmo. Seus olhos estão correndo e há uma raiva mal escondida em seus olhos.

“Sim” admito. “Havia uma certidão de nascimento falsa e tudo mais. Eu só descobri a verdade quando encontrei o documento original e os confrontei. Ela admitiu que você era meu pai biológico e eu queria encontrá-lo e conhecê-lo naquele mesmo segundo. Ela não pode me culpar por estar curiosa sobre você. E se eu nunca encontrasse a certidão de nascimento original? Ela nunca teria me dito? Eu não sei. Estou tentando não guardar rancor, mas é difícil.”

Minha mãe e eu nos amamos, mas nunca tivemos um relacionamento fácil. Somos pessoas completamente diferentes e nós duas nos esforçamos para ver os pontos de vista umas das outras. Eu sou mais descontraída, enquanto ela pode ser muito tensa. Ela gosta de seguir as regras e eu gosto de quebrá-las. Quando ela dormiu com meu pai, essa deve ter sido a única coisa rebelde que ela já fez em sua vida.

Ele faz um som de frustração. “Eu não posso acreditar nisso. Eu pensei que você sempre soubesse, e que apenas esperou até estar pronta antes de vir me procurar. Eu não tinha ideia de que foi deixada no escuro também.”

“Eu não acho que eu queria que você soubesse” admito, olhando para as minhas mãos. “Eu não quero que você fique com raiva dela. Eu sei que não faz sentido, porque eu definitivamente estou com raiva dela...”

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CHANTAL FERNANDO “Mas você ainda quer protegê-la” ele murmura, balançando a cabeça. “Isso é compreensível. Eu não vou fazer nada — ela é sua mãe — mas porra, inferno, Erin, isso me deixa com raiva. Eu não sei o que deu a ela o direito de agir como Deus e decidir isso para nós dois. Ela deve ter realmente pensado que não eu queria você em minha vida.”

Ele olha para longe, balançando a cabeça ligeiramente. “Eu sei que meu estilo de vida não é perfeito para criar filhos, mas é possível. Olhe as garotas de Knuckles... elas são felizes e saudáveis e ninguém ousaria mexer com elas. Não faltará nada. Nós cuidamos dos nossos.”

“Eu sei disso” respondo, soltando um suspiro. “Eu acho que nós dois precisamos aceitar que não podemos mudar o passado e talvez nós precisemos deixá-lo ir e olhar para frente. Mais fácil falar do que fazer, eu sei.”

Considerando que eu apenas joguei na cara da minha mãe, de novo. Eu sei que vou ter que perdoá-la, mas é tão difícil. Eu me sinto tão traída, enganada e confusa.

Ela fez o que achou melhor, mas foi o melhor para mim ou para ela? Eu acho que ela foi egoísta em suas ações.

“Talvez ela tenha pensado que você tentaria me levar embora, ou talvez não quisesse me compartilhar. Eu não sei. Ela obviamente queria certa vida para mim, a cerca branca e tudo mais pelo qual eu não posso culpá-la, mas o que posso culpá-la é o fato de mentir” digo a ele. “E ela continuou mentindo. Ela poderia ter esperado e me dito a verdade quando eu fosse mais velha, pelo menos me dissesse que Brock era meu padrasto, não meu pai verdadeiro, mas não fez. Ela fingiu que éramos uma família feliz, a família perfeita e que nada precisava ser dito. Eu sei que vai ser difícil perdoá-la, mas segurar a raiva também não é saudável.”

E ela estava errada.

Eu sempre fui a ovelha negra da família. A mais alta, a mais durona, aquela com um pouco de rancor selvagem que minha mãe nunca poderia domar. Eu nunca fui com o fluxo; eu costumo fazer

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CHANTAL FERNANDO minhas próprias coisas, e ela nunca gostou disso. Minha irmã, Éden, é a filha perfeita. Eu nunca fui assim.

“Talvez você esteja certa” ele admite, forçando um sorriso e visivelmente tentando soltar sua raiva. “Você está aqui agora, o que é tudo que importa. Eu posso não ter estado lá para criar você, mas se eu soubesse, preciso que você saiba que estaria.”

Eu sorrio e tento aliviar o clima. “Minha primeira aula de direção deveria acontecer. A coisa toda do envenenamento vai adiar isso?”

“Temo que sim” ele responde com uma risada curta. “Eu quero verificar sua moto para ter certeza que está tudo bem primeiro.”

Meus olhos brilham. “Você acha que alguém tentaria mexer com isso?”

“Eu acho que não tenho ideia do que pensar” ele admite, em pé.

“Mas, a partir de agora, preciso ser cuidadoso. Eu não vou deixar mais nada acontecer com você. Entendo se você quiser ir para casa depois do que aconteceu. Estou com tanta raiva que nem consigo explicar. Nada disso acontece e aconteceu com a minha filha, a que acabei de encontrar. Meu sangue está fervendo. Nem quero que você me veja assim porque não sei o que vou fazer quando descobrir quem fez isso. Eu nunca quero que você veja esse lado de mim.”

Eu tomo minha decisão final aqui e agora. “Eu não vou para casa agora, pai. Vou ajudar você a encontrar essa pessoa.”

Eu não quero alguém assim ao redor do meu pai, perto de Ace. E se atingirem outra pessoa depois? Posso não ser uma garota durona. Não posso lutar; não posso dirigir; inferno, não posso nem usar uma arma. Mal sou maior de idade e nunca conheci motoqueiros até chegar aqui.

Mas você sabe o que?

Eu nunca recuo.

E quando estou contra à parede? É quando o meu sangue Raven aparece.

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CHANTAL FERNANDO 14

Ele abre a porta depois de duas batidas, me puxa pelos meus quadris e fecha a porta atrás dele, fazendo-me gritar um pouco.

“Bom dia, princesa” ele diz, dando-me um beijo rápido.

Ele está sem camisa.

E só usando um par de shorts pretos de seda.

Esta é a primeira vez que vejo seu peito nu e não consigo desviar o olhar dele. Ele é perfeitamente musculoso, não muito, nem pouco, com um bíceps de seis maços e esculpido. Ele é impecável. Eu nunca vi ninguém parecido com isso na vida real.

“Passa muito tempo na academia?” Pergunto a ele, limpando a garganta.

“Nós temos uma academia aqui” ele me diz, encolhendo os ombros. “Eu gosto de ficar em forma. Meu objetivo é nunca me tornar um daqueles motoqueiros com barriga de cerveja.”

“Bem, você definitivamente não tem uma dessa” falo.

“Você nunca vai me olhar nos olhos de novo?” Ele pergunta, rindo para si mesmo.

“Não.”

“Erin...”

“Você não tem tatuagens” indico.

“Isso é um problema?” Ele pergunta, distraidamente coçando um dos peitorais.

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CHANTAL FERNANDO “Não, é apenas interessante.”

“Você está me estereotipando?” Ele pergunta, se aproximando de mim.

“Sim” respondo, descansando minhas mãos em seu peito e sentindo sua pele nua. “Suponho que estou.”

“Nunca poderia decidir o que eu queria” ele explica, encolhendo os ombros. “Eu fico entediado facilmente, então eu provavelmente mudaria de ideia em qualquer coisa que escolhesse, de qualquer forma. Além disso, todo mundo tem tatuagem hoje em dia. Eu gosto de ser um pouco diferente.”

“Por que não estou surpresa que você fique entediado facilmente?” Pergunto, correndo minhas unhas suavemente pelo seu abdômen.

“Porque você é uma garota esperta” ele responde com um sorriso insolente.

Ele está sendo brincalhão e não estou acostumada com isso.

Há algo diferente nele. Ele está meio alegre, como se houvesse uma leveza sobre ele, como se um peso tivesse sido levado. “Eu pensei que você ainda estaria na cama.”

“Não, estou acordada desde cedo” digo a ele, olhando ao redor do seu quarto. Esta é a primeira vez que estive dentro dele e agora que tenho o preenchimento do corpo dele, absorvo tudo, desde sua cama king-size coberta de lençóis brancos até as lembranças da moto que ele tem em uma prateleira de madeira no canto do quarto. O quarto dele está bem arrumado. Muito arrumado.

Ele a limpa ou outra pessoa faz?

Não há fotos em lugar algum, mas há um desenho do emblema dos Cursed Raven pendurado acima de sua cama.

“Eu acho que você está se sentindo melhor então” ele me pergunta, levando-me para sua cama, sentando e me puxando para o

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CHANTAL FERNANDO seu colo. “Por sorte, eles fizeram você vomitar no hospital. Isso é provavelmente o que te salvou.”

Espere o que?

“Eles me fizeram vomitar? Por que não me lembro disso?”

Pergunto franzindo a testa.

“Você estava meio fora de si.”

“Então, você me viu vomitar?” Pergunto, parecendo horrorizada. “Ótimo, ótimo. É exatamente disso que preciso agora.”

Parece que vamos ficar muito confortáveis um com o outro em um curto período de tempo.

“Nós pensamos que você ia morrer, Erin. Confie em mim, um pouco de vômito não vai me perturbar” ele diz, as mãos começando a massagear meus ombros. “Você está tensa.”

“Eu posso te dar várias razões para explicar a tensão” murmuro, meus olhos fechando por vontade própria. “Isso é muito bom.”

Ele é bom com as mãos.

Não como se eu nunca pensei que ele não seria.

Há prós e contras com um homem que tem muita experiência, e este é um dos prós: você quase pode garantir que eles serão bons na cama. Minha prima Celina me disse isso. Ela é mais velha e tem mais experiência que eu. Ela também disse que é o mais difícil de manter, mas vou escolher ignorar esse pequeno detalhe.

Qual o potencial de um menino mau? Um motoqueiro. Um homem selvagem. Um homem poderoso.

Eu não sei, mas esqueço minha linha de pensamento quando Ace começa a beijar meu pescoço, lentamente, profundamente, seus lábios macios formigando minha pele. Eu aperto minhas coxas juntas e fecho os olhos e quando ele vira meu rosto em sua direção e prova meus lábios, eu me movo para ficar em cima dele. Posso sentir o quão duro ele está e logo o beijo se torna frenético, nossas mãos em todos os

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CHANTAL FERNANDO lugares ao mesmo tempo, nossos gemidos se sobrepondo. Meus dedos se movem para sua nuca, segurando enquanto ele me dá o beijo mais sensual da minha vida. Eu propositalmente empurro meu centro contra ele.

“E se alguém vier me procurar?” Pergunto-lhe contra seus lábios.

Ele me corta com outro beijo. É como se ele não estivesse incomodado se alguém nos pegasse mais. Alguma coisa mudou? Esse é o meu último pensamento enquanto ele está comigo em seus braços e seguro seus ombros.

“Ace?” “Mmmm?”

“O que você está fazendo?” Pergunto sem fôlego quando ele me empurra para trás contra a porta e começa a colocar beijos de boca aberta no meu pescoço.

“Merda” sussurro, arqueando o pescoço para dar-lhe acesso mais fácil. Eu suspiro quando ele morde minha carne sensível, sentindo o calor começando a se espalhar na minha parte inferior do estômago.

“Ace?” Ele me move de novo, desta vez de volta para a cama, onde me deita e olha para mim, aqueles olhos cinza me prendendo no meu lugar.

“Tão linda” ele sussurra, olhando em meu rosto antes de aterrissar de volta em meus lábios. “Seus lábios ficam rosa quando são beijados.”

Eu empurro seu peito. “É melhor eu ir.”

Eu não quero que ele se arrependa se as coisas continuarem. Ele geralmente é quem se afasta e tenho que imaginar o que mudou.

“Por quê?” Ele pergunta, sendo todo carinhoso e acariciando minha bochecha. “Eu não terminei com você ainda.”

Eu arqueio minha sobrancelha. “Normalmente é você que é cauteloso, por que parece que os papéis mudaram?”

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CHANTAL FERNANDO “Ninguém está desempenhando nenhum papel” ele responde, estudando-me de perto.

Estreito meus olhos, retornando o favor. “O que você tinha em mente?”

Ele traz seus lábios ao meu ouvido e sussurra “Eu gostaria de provar sua buceta, se você me deixar.”

“Oh” sussurro, piscando furiosamente. “Sobre o quê...”

“Posso, princesa?” Ele pergunta novamente, esperando pacientemente que eu responda, seus olhos cinzentos cheios de calor e desejo.

Eu aceno uma vez, e seus dedos começam a abrir o botão do meu jeans. Levanto os quadris e o ajudo a deslizar para baixo até que eles sejam jogados no chão em algum lugar e fico com uma camiseta branca de algodão e calcinha de renda vermelha. Eu sou o tipo de garota que sempre tem uma roupa íntima bonita e sexy para mim, mais do que qualquer outra pessoa, e nunca fui mais grata por isso do que agora. Ele beija minha boca, em seguida, até a minha clavícula e meus mamilos através da minha camiseta, que logo sobe, expondo meu estômago. Seus lábios se arrastam para baixo, passando pelo meu umbigo e até o topo da minha calcinha. Ele toma seu tempo, beijando, lambendo e mordendo, o que me faz se contorcer, incapaz de ficar parada.

“Pare de me provocar” sussurro, gemendo em reclamação. “Eu preciso de mais, Ace.” “E você vai conseguir” ele murmura, lentamente, puxando minha calcinha, expondo minha buceta nua. Ele faz um som profundo na parte de trás de sua garganta, então continua sua exploração, beijando meus ossos do quadril e, brincando, os mordendo antes de espalhar minhas coxas para correr sua língua ao longo do interior delas. Eu cerro os dentes e levanto a cabeça, observando cada movimento seu, me excitando ainda mais. Então sua boca está na minha buceta e suas mãos estão segurando minhas coxas separadas. Ele geme ao primeiro gosto de mim e não sei o quanto disso eu vou ser capaz de lidar.

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CHANTAL FERNANDO Minha cabeça cai para trás enquanto o prazer me consome, a magia de sua língua e o fato de que é ele, é Ace com a cabeça entre as minhas pernas agora, já estou à beira de gozar. Faz tanto tempo desde que tive um orgasmo, e ainda mais não sendo eu dando para mim mesma. Eu precisava disso.

“Eu fodidamente precisava te dar isso desde o momento em que você passou por aquelas portas” ele ressoa levantando a cabeça.

Merda.

Eu realmente preciso parar de falar para mim mesma em voz alta.

Ele começa a chupar meu clitóris e sei que está tudo acabado para mim, especialmente quando ele chega e começa a acariciar meus mamilos através da minha roupa. Para ajudar, levanto minha blusa e puxo o sutiã, mostrando meus seios para ele brincar como desejar. Ele não decepciona, esfregando, em seguida, sacudindo o polegar sobre os picos pontiagudos e aumentando a velocidade de sua língua enquanto pisca com precisão sobre o meu clitóris.

“Ace” sussurro, minhas coxas começam a tremer. Ele começa a gemer de novo, como se amasse o que está fazendo comigo, talvez até mais do que eu amo receber. Eu nunca soube que homens como ele existiam. Eu sinto que meu prazer é dele mesmo. Talvez essa seja a definição de um homem real. Ele mergulha mais fundo com a sua língua, o que me manda para a borda. Eu gozo dizendo o nome dele, meus dedos apertando os lençóis e fazendo sons mais altos do que o esperado. Eu tento me acalmar mordendo minha mão e deixo as ondas me consumirem.

“Oh meu Deus” digo, enquanto movo a minha mão, levantando a cabeça para olhar para ele, sentindo-me atordoada e satisfeita, satisfeita, mas também mais do que pronta para mais. “Isso foi...”

Ele limpa a boca com as costas da mão, o olhar em seus olhos interrompendo minhas palavras. Ele parece um lobo, olhando sua presa. Ele está prestes a dizer alguma coisa, quando há uma batida na

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CHANTAL FERNANDO porta dele. Eu pulo e agarro meu jeans e calcinha, tentando jogá-los o mais rápido possível, mas Ace não parece muito perturbado.

“Sim” ele chama, voz rouca.

“Nós estamos correndo, partindo em uma hora. Arrume sua merda” Mac chama por ele.

“Por quanto tempo?” Ace responde, parecendo frustrado com essa nova revelação.

“Apenas uma noite.”

“Quem vai ficar para trás?” Ele pergunta a Mac pela porta.

“Você se voluntaria?” Mac pergunta, parecendo divertido.

“Foda-se sim, eu vou.”

“O prez está ficando para trás, então não se preocupe, Erin vai ficar bem” ele diz e ouço seus passos no corredor enquanto ele se afasta.

“O que é uma corrida?” Pergunto a ele, totalmente vestido, que ele não parece muito animado.

“Significa apenas que todos nós temos que estar em algum lugar” ele diz, movendo-se para sentar ao meu lado. “E todos nós iremos juntos para lá. Deve ser um pouco longe, se vamos passar a noite.”

“O que você faz em uma corrida?” Pergunto a ele, estendendo a mão e puxando-o para mais perto de mim. “E ainda temos uma hora, certo?”

Ele faz um som de frustração. “Isso é assunto do clube, Erin. E preciso embalar e me preparar. Certificar de que minha moto esteja boa, então não.”

Olho para baixo em sua virilha. “Então eu não posso devolver o favor?”

“Porra” ele grita, suspirando pesadamente. “Eu acho que vou passar dessa vez. Se eu estiver atrasado, os homens vão me matar.”

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CHANTAL FERNANDO Ele ajusta seu pau dolorosamente duro.

“Que desperdício” murmuro.

Ele geme e parece que quer me matar.

Acho que a frustração sexual faz isso com você.

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CHANTAL FERNANDO 15

Ace pula no chuveiro, se arruma e depois sai com o resto dos homens, deixando o clube deserto, mas pelo menos vou passar mais tempo com meu pai enquanto estiverem fora. Estou na cozinha fazendo algumas panquecas quando Knuckles entra.

Também sem camisa.

Eu perdi um memorando ou algo assim? É como nada-de-calça às quintas-feiras, exceto sem camisa às terças-feiras? “Você não foi com o resto deles?” Pergunto a ele.

“Não” ele responde, parado atrás de mim para espiar a frigideira.

“Elas cheiram bem.”

“Pegue um prato, estou fazendo muito” digo, virando a que está na panela. “Por que não?”

“Westley está recebendo um prêmio na escola hoje e não quero perder isso” ele explica, trazendo um prato para mim e, em seguida, sentando-se à mesa. “Além disso, é apenas Prez e alguns prospectos aqui. É melhor ter cuidado extra, considerando os eventos recentes.” “É como uma cidade fantasma aqui agora” digo, empilhando quatro panquecas em seu prato e dando a ele. “Eu acho que preciso colocar uma TV no meu quarto. Eu posso passar a noite toda assistindo uma série no Netflix.”

Ele passa a mão sobre a cabeça careca com um sorriso brincando nos lábios. “Parece produtivo.”

Deslizo o xarope e olho para cima quando meu pai entra. “A menos que alguém queira me dar minha primeira lição de direção.”

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CHANTAL FERNANDO “Eu estava prestes a perguntar se você queria dar uma volta” ele diz, esfregando as mãos. “Eu verifiquei sua moto; ela está bem.”

“Minha moto não é ela, é um ele” aviso. “Você quer algumas panquecas?”

Ele acena e se senta ao lado de Knuckles, que está inalando suas próprias panquecas. “Então minha garota pode cozinhar? Ou todos nós vamos morrer?”

Eu considero fazer uma piada venenosa, mas decido que não.

“Minhas panquecas são as melhores” digo a ele, observando Knuckles. “Olhe para ele, ele está amando.”

Knuckles engole fodidamente boas.”

sua

última

mordida.

“Elas

são

muito

Eu sorrio. “Te disse.”

Eu entrego-lhe o prato e sirvo o meu, sentando com os dois.

“Antes de começarmos seu treinamento, precisamos ir primeiro às lojas” papai diz enquanto dá sua primeira mordida. “Oh porra, estas são realmente boas.”

“Sobrou mais?” Pergunta Knuckles, parecendo esperançoso.

Eu aceno e aponto para a frigideira. “Sim, algumas.”

Ele se levanta e pega enquanto pergunto “Por que vamos fazer compras?”

“Você precisa de equipamento de montaria” ele explica, derramando xarope em sua pilha. “Seu próprio capacete, jaqueta e botas. Você também pode comprar mais roupas para não precisar lavar roupa às cinco da manhã.”

“Eu tentei fazer silêncio” digo a ele, estremecendo. “Mas essa máquina de lavar roupa tem cem anos de idade.”

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CHANTAL FERNANDO “Nós podemos comprar uma nova também” ele anuncia, devorando o resto de suas panquecas. “Você estava certa, Erin. Melhores panquecas que eu já provei.”

“Estou feliz” respondo, observando-o com satisfação. “E não, não precisamos comprar uma máquina de lavar roupa. Apenas o equipamento de montaria e alguns tops estarão bem.”

E mais algumas calcinhas — como diabos eu deveria comprá-las com ele por perto? Eu sempre fui às compras com minha mãe, Éden ou Celina. Nunca com um homem, especialmente com um pai que acabei de conhecer.

Verônica invade a cozinha antes que ele possa responder. “Oh, aí está você.” Ela se inclina para dar-lhe um beijo rápido. “Bom Dia. Eu ia fazer um café da manhã, mas vejo que você já comeu.”

Ah Merda.

Será que eu estar na cozinha pise nos calos dela? Jesus, eu estava na verdade apenas fazendo um pouco de comida para mim, eu não estava tentando fazer isso uma competição sobre quem é a mulher no comando por aqui. Espero que eu esteja lendo muito isso e ela realmente não se importe com isso, mas percebi o tom dela quando falou.

“Melhores panquecas que já tivemos” Knuckles acrescenta, e eu sinto que ele está cutucando a merda, passando pela ruga em seus olhos.

“Eu vejo” Verônica bufa, soando uma mistura de desapontamento e um pouco irritada. Ela respira e sorri. “Você está livre agora? Sinto que não passei nenhum tempo com você.”

Papai está com o prato dele. “Estou levando Erin para as lojas para pegar alguns equipamentos de montaria e depois para uma aula de direção. Eu estou livre depois disso.”

Knuckles e eu compartilhamos um olhar. Esta é uma conversa muito estranha, então levanto com meu prato cheio e vou para o meu

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CHANTAL FERNANDO quarto comer. O lugar parece diferente sem Ace, por mais idiota que isso pareça.

Eu já sinto falta dele.

E a boca dele.

Eu vou precisar de um pouco mais disso também.

Termino meu café da manhã na cama e volto para a cozinha para lavar o prato. Verônica está sentada à mesa enquanto entro sozinha. Eu me pergunto se eu deveria me oferecer para fazer o café da manhã dela, ou se isso só vai piorar a situação. Eu decido tentar dar uma chance a ela, pelo amor de papai.

“Você comeu alguma coisa?” Pergunto a ela, caminhando até a pia e ligando a torneira. “Eu posso fazer algo para você, se quiser.” A oferta cai da minha boca, mas eu me arrependo no segundo que acontece.

Ela faz um som de hmmmph e recusa minha oferta. “Não, obrigada. Estou bem. Só vou tomar um café e depois fazer jardinagem até você e o Gage voltarem das suas aventuras. Alguém tem que manter este lugar.”

Ela está com um humor ruim porque o papai não está dando a ela a atenção que ela quer agora? Como se estivesse ouvindo meus pensamentos, ela continua.

“Sabe, Erin, você parece uma garota muito doce, e esse ambiente não é para todos. Eu sei que realmente não nos conhecemos, mas se você quiser conversar ou precisar de conselhos, quero que saiba que estou aqui. E sei manter um segredo.”

Eu aceno algumas vezes, considerando as palavras dela.

“Obrigada, vou manter isso em mente.”

Talvez ela não seja tão ruim assim?

“Nós deveríamos almoçar, ou algo assim, algum dia” ela também oferece.

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CHANTAL FERNANDO Estou prestes a responder quando duas meninas entram, ninguém menos que a garota ‘da droga’ e uma de suas amigas.

“O que vocês duas estão fazendo aqui?” Verônica pergunta, raspando a cadeira contra o chão enquanto se inclina para trás para encará-las. “O clube está no modo de desligamento. Ninguém está destinado a entrar ou sair.”

“Eu sei” diz a que se vangloria por usar drogas, parecendo envergonhada. “Eu não percebi e vim para pegar alguma coisa. Knuckles disse que eu posso entrar para pegar, mas depois temos que sair.”

“Bem, é melhor você se apressar. Os homens não estarão de volta até amanhã, e você sabe exatamente o que eles vão fazer hoje à noite...”

Espere, espere só um segundo. O que eles vão fazer? Eu pensei que eles estavam apenas indo em alguma coisa de corrida?

A garota levanta os olhos para mim e limpa a garganta. “Então você é a garota que Ace tem gasto todo o tempo dele.”

Eu dou de ombros e murmuro “Eu acho que sim. Você me tem em desvantagem. Enquanto você ouviu falar de mim, não tenho ideia de quem você é.”

“Eu sou Paulina.” Ela sorri e é pura maldade. “Pergunte a Ace, tenho certeza que ele vai te contar. Embora ele esteja provavelmente extremamente ocupado agora. Os homens amam... se satisfizer sempre que visitam outro clube. O que eles dizem? ‘Mudança é como o natal?’ Bem, seguindo seus comentários, mulheres diferentes também são como o natal.”

Oh inferno não.

O Ace vai foder outra pessoa hoje à noite? Eu literalmente pensei que ele estava indo em uma viagem de trabalho. Viagem de motoqueiros, qualquer que seja.

E eu o enviei com bolas azuis.

Porra do inferno.

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CHANTAL FERNANDO Ele pode não ser meu homem, mas não vou compartilhá-lo. Se ele quer foder as outras, tudo bem, mas não vou tocá-lo então. Eu não sou vadia de ninguém. Posso ser mais jovem e talvez não tenha a experiência de vida que os outros têm aqui, mas sei de algo.

Meu valor.

E nenhum homem vai me tratar pior do que mereço.

Minhas unhas cravam nas minhas palmas. “Obrigada pelo seu... conselho, Paula.” “É Paulina” ela diz e olha, descruzando os braços e expondo seu corpo magro.

“Certo. Bem, é melhor você ir. Já me disseram que só a família tem permissão para ficar aqui esta noite, porque você nunca sabe em quem pode e não pode confiar nestes dias, infelizmente” digo com um profundo suspiro. Eu volto meu foco para Verônica. “Eles provavelmente deveriam reforçar a segurança, parecem estar deixando qualquer um passar.”

“Ok, Trouble, abaixe as garras. Essas duas já estão saindo” Knuckles diz enquanto entra e observa a cena na frente dele. Ele olha para Paulina. “Eu disse cinco minutos, agora apresse suas bundas daqui.”

A garota com Paulina se aproxima de Knuckles, com um balanço exagerado em seus quadris. “Tem certeza de que não quer que eu fique? Você pode ficar entediado aqui hoje à noite sem ninguém por perto.”

Knuckles olha para ela, sai do alcance dela e depois olha para mim. “Eu vou sair com ela hoje à noite. Vamos nos divertir muito, não é, Erin?”

“Totalmente” respondo com um sorriso insolente. Eu dou a Paulina um sorriso com uma onda sarcástica. “Vamos ter certeza de te contar tudo sobre isso, Paula.”

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CHANTAL FERNANDO Verônica se levanta e me dá uma olhada. “Tudo bem, é o suficiente. Meninas, é melhor vocês irem.”

As duas saem e Verônica segue.

“E então essas duas” digo, encolhendo os ombros e pulando no balcão. “O que você sabe sobre essa garota?”

“Foda-se não, eu não vou ser arrastado para esta conversa” ele me diz, segurando as mãos em sinal de rendição. “Ela é uma das garotas do clube, então ela vem para festas ou qualquer outra coisa, é tudo o que sei.”

Eu considero isso. “Vocês compartilham essas 'mulheres do clube' ou como isso funciona? Eu sei que Ace dormiu com ela, estou apenas tentando entender tudo isso.”

“O que é isso? Ah, porra, Prez está me chamando” Knuckles diz, escapando da conversa e indo embora.

Merda.

Isso não é um bom sinal.

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CHANTAL FERNANDO 16

Mando uma mensagem de texto para Ace dizendo: Se você tocar em outra mulher hoje à noite, não se preocupe mais em olhar na minha direção.

Direto ao ponto e agora a bola está em sua quadra. Meu telefone toca quase imediatamente com sua resposta.

Com quem você tem conversado? Eu não vou fazer nada, não se preocupe. Ninguém vai satisfazer esse desejo, exceto você, princesa.

Bom. Mal posso esperar para você voltar. Sinto falta do seu corpo ao lado do meu.

Confie em mim, eu não posso esperar também.

Ligeiramente apaziguada, bato os dedos na porta do carro, olhando para frente enquanto fazemos o nosso caminho para pegar o meu equipamento de direção e roupas.

“Tudo bem?” Papai pergunta e viro a cabeça para ele ao som de sua voz.

“Siiiim” murmuro, arrastando a palavra para fora. “Posso te perguntar uma coisa?”

“Certo.”

“As mulheres que vi hoje no clube, Paulina e outra garota... Elas apenas ficam esperando conseguir um dos homens? Por que elas estão

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CHANTAL FERNANDO autorizadas a estar no clube o tempo todo?” Pergunto a ele, mexendo no meu cinto de segurança.

“Ok, não estava esperando por isso” ele solta, suspirando. “Estar no Cursed Ravens, Erin, vem com muitas coisas. Uma delas é as mulheres. As mulheres adoram ir ao clube para a festa, e há algumas que vêm o tempo todo para se divertir com os homens e há muito tempo.”

“Paulina?”

Ele concorda. “Sim, ela é uma delas.”

“Então ela apenas dorme com... Alguém?” Pergunto, fazendo careta.

“Uhhh” ele murmura, encolhendo-se. “O que eles fazem é da conta deles, mas sim, acho que sim. Eu acho que elas acham que se ficarem por perto, eventualmente um dos homens irá escolhê-las para ser sua Old Lady. Não estou dizendo que é o melhor plano.”

“A mulher que vi com você naquela primeira noite era uma daquelas mulheres?” Pergunto corajosamente, e posso ver como ele fica desconfortável. Mas estou curiosa.

Ele olha pela janela, sua mandíbula apertada. “É assim que as coisas são aqui, Erin. Eu não estou dizendo que é certo, ou é algo que você gostaria de fazer parte, mas é como as coisas são. E acontece que eu gosto delas desse jeito. O que faço é entre eu e Verônica, e não é da conta de ninguém.”

Franzo meus lábios.

Ele está certo e errado.

Ele está certo de que não é da minha conta o que faz, é sobre ele, mas não pode dizer que não é algo que eu gostaria de fazer parte quando me trouxe para sua vida está me fazendo parte disso.

Posso estar com um pé dentro e um fora?

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CHANTAL FERNANDO Talvez eu pudesse escolher o melhor dos dois mundos e fazer com que funcionasse assim para mim. Eu não vejo nenhuma outra opção agora. Ele está certo, é assim que as coisas são por aqui. Eu não tenho que fazer o que eles fazem, ou viver como eles vivem, mas basicamente ele está me dizendo que tenho que cuidar da minha vida. Se eu quiser ser bem-vinda aqui, preciso aceitar que há algumas coisas de que não gostarei e coisas que não posso mudar, e a menos que elas me envolvam diretamente, não devo tentar mudá-las.

Eu gostaria de poder.

“Eu posso cuidar do meu próprio negócio” digo a ele, tentando explicar por que estou perguntando sem contar sobre minha situação com Ace. “Não vou contar nada a ninguém, pai. Estou apenas curiosa é tudo. Eu vim aqui sem ter ideia no que estava me metendo, e você pode dizer que é assim que as coisas são para você e não para mim, mas estou aqui, não estou? É como se você estivesse confuso se me quer neste mundo ou não, mas não acho que pode ter as duas coisas. Ou eu sou parte disso, ou não sou.”

Ele estaciona o carro antes de me responder. “Eu não estou acostumado a alguém me questionando, Erin. Eu não quero que você tenha medo de me perguntar qualquer coisa, então estou tentando ser paciente e dar-lhe as respostas que quer. Sim, você é parte disso, mas através de mim. Eu tomo as decisões e decido o que acontece com você. Você nunca será convidada para uma festa selvagem onde os homens estão indo, porque isso não é algo que eu quero que veja. É hipócrita? Sim. Mas você é minha filha e posso escolher o que quero compartilhar com ou proteger. Eu sei que você é uma garota curiosa e sei que parece ter uma forte vontade e personalidade, mas às vezes vai ter que deixar as coisas acontecerem.”

“Isso não é realmente da minha natureza” admito, piscando-lhe um sorriso fofo e doce. “Mas ouço o que está dizendo. Você é o chefe, é o seu mundo e está apenas me deixando entrar porque sou sua filha, então preciso ser legal.”

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CHANTAL FERNANDO “Isso seria maravilhoso” ele diz, mas posso dizer que ele duvida pelo seu tom. “Quando liguei para sua mãe para lhe dizer que você não estava bem, ela me contou algumas coisas sobre você.”

Oh droga.

“Como o quê?” Pergunto casualmente, imaginando o que ela teria dito. Ela não contou a ele sobre o meu acidente, não foi? Porque isso é algo que apenas duas pessoas sabem e algo que nunca conto a ninguém.

“Quando você quer algo, não para até conseguir. E como é uma lutadora. E não desiste. E quanta força de vontade e mente tem. Ela está orgulhosa de você, sabe. Eu poderia dizer isso em sua voz. Ela pode agir como se você fosse muito rebelde para ela, mas ela te ainda ama muito, Erin” ele admite, sorrindo distraidamente. “Eu não acho que vou perdoá-la pelo que fez, mas ela te criou bem. Eu vou dar isso a ela. Não são muitas meninas que entrariam em um clube de motoqueiros fazendo exigências.”

“Eu acho que isso me faz estúpida” brinco, cutucando-o com o ombro. “Fico feliz que você goste que sou teimosa e forte. Eu vou ter certeza de trazer essa conversa para a próxima vez que você quiser me matar com as próprias mãos.”

Como quando ele descobrisse sobre Ace. Um pedaço de culpa me atinge. Embora ele nunca tenha me dito diretamente para ficar longe de seus homens, Shack insinuou tanto, e Ace mencionou isso também, então eu não posso agir inocente aqui.

Acho que estou tendo dificuldade em ver como isso pode ser tão errado para eu simplesmente querer estar com um homem que estou tão atraída. Nós somos ambos adultos. Nenhum de nós é casado ou está em um relacionamento.

Não sei o que diabos estou fazendo, mas não consigo me impedir também. Eu tenho a sensação de que isso não vai acabar bem, no entanto.

Isso é tão típico de mim.

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CHANTAL FERNANDO Ele ri e abre a porta. “Eu estou em uma aventura, não é?”

Ele não tem ideia.

“Você pode tirar outra foto, de um ângulo mais elevado?”

Pergunto ao meu pai, posando em meu novo equipamento. É mais pesado do que pensei que seria, e custou muito mais também. Mas amo isto. Eu pareço foda na minha jaqueta de couro preta, segurando o capacete preto-e-pink. Agora estou dando ao meu pai uma lição sobre ângulos para fotos nas mídias sociais e ele não está nem um pouco impressionado.

“Por que um ângulo mais alto?” Ele me pergunta rudemente, franzindo a testa em confusão.

“Porque então não há queixo duplo na foto” explico, marcando outra pose.

Ele abaixa a câmera e olha. “Quem te disse que você tem um queixo duplo? Eu vou matá-los. Você é perfeita.”

“Ninguém me disse nada” digo, retirando a jaqueta e sentando na grama ao lado dele. “É assim que você lida com tudo? Ameaçando matar pessoas?”

“Nunca falhou comigo ainda.” Ele sorri, dentes à mostra.

“Certifique-se de não vir aqui à noite. Eu sei que é lindo, mas achamos que há algo aqui fora.” Ele aponta através de sua terra coberta de árvores e arbustos.

“Como o quê?” Pergunto a ele, curiosa. “Lobos? Corvos?”

Seu lábio se contorce. “Definitivamente corvos. Mas alguns de nós já viram algo que parece estranhamente uma pantera.”

Aceno a mão no ar. “Soa como um daqueles programas ‘ache o Pé Grande.’”

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CHANTAL FERNANDO “Você vai comparar uma pantera ao Pé Grande?” Ele pergunta, jogando um pouco de grama para mim. “Você é incrível, Erin.”

“Eu acho que sou mesmo.” Sorrio, batendo os cílios para ele.

Quando voltamos do shopping decidimos sentar e curtir a natureza enquanto comíamos os hambúrgueres e batatas fritas que pegamos no caminho de casa. Junto com o equipamento, tenho um vestido, alguns tops e, felizmente, algumas roupas íntimas. Papai me deixou sozinha, e nunca pairou, então foi fácil. Ele me deu seu cartão de crédito e recusou-se a devolvê-lo, não que eu o usaria novamente. Eu não quero que pense que me deve alguma coisa, porque não deve e não espero nada. “Mas anotado, não vou me aventurar aqui à noite, porque há corvos e panteras por perto. Qual deles é mais perigoso?”

“Para você? A pantera. Para os outros...” Ele para, e até me dá uma piscadela.

O riso me escapa. Eu me inclino para trás em minhas mãos, a grama formigando minhas palmas. Fechando os olhos, olho para o céu e deixo a luz do sol tocar meu rosto. “Quem saberia que o paraíso poderia ser encontrado no quintal de um clube de motoqueiros.”

Ele faz um zumbido de acordo.

“Sabe, você nunca me contou como conheceu a mamãe. E se ainda não descobriu, ela não fala muito quando se trata de você.”

Ele se vira para mim e sorri, quase melancolicamente. “Eu realmente conheci sua mãe na beira da estrada um dia. Seu carro de merda tinha quebrado e parei na minha moto para ajudá-la. A bateria estava morta, e não havia nada que eu pudesse fazer, então ligamos para a assistência na estrada. Eu disse que daria a ela uma carona onde quisesse, se estivesse com pressa de ir a algum lugar. Ela disse que deveria almoçar com uma amiga, mas agora estava atrasada e teve que cancelar. Eu disse que a levaria para almoçar. Então ela subiu na minha moto e fomos embora.”

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CHANTAL FERNANDO “Espera. Minha mãe. Na parte de trás da sua moto, quando você era um completo estranho para ela. Tem certeza?” Pergunto em choque. Eu nunca poderia imaginar minha mãe conservadora pulando na traseira da moto de um estranho.

Meu pai ri. “Ela com certeza fez. Ela era uma profissional.”

Sorrio enquanto imagino a cena. “E então quanto tempo vocês... viram um ao outro?

“Alguns meses, acho que foi. Eu era apenas um prospecto na época, mas ela veio ao clube algumas vezes e eu poderia dizer que não gostou do que viu. Então um dia ela veio se despedir e caiu em cima de mim. Eu nunca mais a vi. Eu sempre pensei nela ao longo dos anos, imaginando onde e como estava, mas nunca pensei que a engravidei durante o tempo que passamos juntos.”

“Bem, ela está no país e se tornou professora” eu o atualizo. “Ela se casou com um professor e conseguiu o que sempre quis. Duas crianças e uma cerca branca.”

Ele faz um som de diversão. “Isso é o que sempre quis, não é? Eu só queria que ela não conseguisse seu sonho às minhas custas.”

“Estou aqui agora” sussurro.

“Eu sei” ele responde, sorrindo tristemente. “E agora, de repente, não consigo imaginar minha vida sem você.”

Nós compartilhamos um momento e um sorriso.

“Agora está pronta para esta lição? Vamos ter você andando de moto sozinha em um instante.”

Concordo. “Estou pronta.”

Ele se levanta e me oferece a mão, me puxando para cima. Começo a me sentir um pouco nervosa. Eu sei que não é o mesmo que dirigir um carro, mas o pensamento de estar no controle de uma máquina como essa me leva de volta ao acidente de carro que tive anos atrás, quando estava recém-saída do ensino médio. Embora eu não tenha uma carteira de motorista para outras pessoas, a verdade

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CHANTAL FERNANDO é muito diferente. Quando estava aprendendo a dirigir, tive um acidente que quase me matou. Havia cascalho na estrada e perdi o controle do carro, que derrapou e acabei batendo em uma árvore.

Minha mãe estava no banco do passageiro e, felizmente, ficou bem.

Mas perdi muito naquele dia e levei muito tempo para me recuperar.

E agora vou enfrentar meus medos e aprender a confiar em mim novamente.

Estilo motoqueira.

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CHANTAL FERNANDO 17

Sorrio e seguro o meu pai quando deslizamos pelas ruas. Depois de uma aula de uma hora, ele perguntou se eu queria dar uma volta.

Como se eu pudesse disser não.

Enquanto não me deixa andar de moto sozinha, ele me explicou o que era tudo e passou por toda a segurança. E me mostrou como ligar o motor e eu fiz algumas vezes, mas senti a sensação no final. Eu estava com medo e nervosa, mas não como fico quando penso em dirigir um carro. Talvez uma moto seja a resposta para o meu problema e logo vou ser a pessoa que zumbirá pelas ruas no Black Beauty, um capacete rosa e preto brilhando à luz do sol. Nós paramos na praia e caminhamos até a água, mergulhando nossos pés nas ondas.

“Eu morava na praia quando estava crescendo” digo a ele, sorrindo para o oceano. “Vivíamos a cinco minutos da água, então a qualquer momento que o sol estivesse fora, é onde você nos encontraria.”

“Você gosta de morar lá fora?” Ele me pergunta, olhando para o céu. “Não gostaria de se mudar para a cidade? Cidades do interior não são lugares que você deveria ficar para sempre.”

“Eu realmente gosto da faculdade lá” explico, encolhendo os ombros. “Alguns dos meus amigos irão para lá. É casa. Estou matriculada para o meu grau de enfermagem e depois disso, quem sabe onde vou acabar.” Olho para ele e acrescento “E não é tão longe que não possa ir e vir nos finais de semana e feriados.”

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CHANTAL FERNANDO “Eu sei” ele murmura, mas ainda parece um pouco triste com a coisa toda. “É só meio que uma merda, é tudo. Quanto tempo dura um curso de enfermagem?”

“Quatro anos.”

“E você pode transferir se quiser?” Ele pergunta, sua expressão em branco.

“Claro, acho que sim” respondo, olhando para os meus dedos cobertos de areia. “Eu duvido que a mamãe fique muito feliz com isso. Éden também.”

“Você é próxima da sua irmã, então?” Ele pergunta, vagando um pouco mais fundo na água, seus jeans enrolados até os joelhos.

“Sim, sou” respondo. “Mas ela é minha irmãzinha, então não posso contar tudo a ela. Eu provavelmente sou mais próxima da minha prima Celina.”

“A filha do irmão de sua mãe?”

Concordo, surpresa. “Sim. Você o conhece? Celina é muito divertida.” E tem um lado selvagem que eu posso compartilhar. “Ela também tem uma carreira incrível e é uma mulher completamente independente, então acho que me espelho um pouco nela.”

“Eu nunca o conheci, mas sua mãe falou dele.”

Estou prestes a continuar quando um respingo de água me atinge na cara. Limpo e afasto os olhos e olho para meu pai, que está lá com um sorriso e as mãos molhadas.

Oh, o jogo vai começar.

Eu chuto minha perna para cima e praticamente o encharco, então corro pela minha vida.

“Você não pode correr tão rápido quanto eu, velhote” digo para ele, rindo enquanto caminho de volta para sua moto.

Ele chega lá um minuto depois de mim, enquanto me inclino em sua moto com um sorriso maroto. “Ah, aí está você.”

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CHANTAL FERNANDO “Você é uma tola, sabe disso?” Ele anuncia, diversão dançando em seu olhar.

“Mamãe não te contou isso também?”

Ele pega seu capacete e diz “Na verdade, ela disse.”

Eu reviro meus olhos.

“É tão legal que ninguém tentou me matar de novo” digo para Knuckles, levantando minha garrafa de cerveja. “À vida.” “À vida” ele repete, tilintando sua garrafa contra a minha.

Abaixo minha bebida e mudo a música para “Unforgettable”, do French Montana. “Amo essa música.”

“Essa música é antiga” ele me diz, recostando-se na cadeira.

“Você é velho” digo a ele, trazendo minha garrafa aos meus lábios e inclinando-a de volta. “Quantos anos tem, afinal?”

“Velho o bastante.”

“Para ser mais esperto?”

Ele solta uma risada. “Você é uma espertinha assim como seu pai.”

“Posso te perguntar uma coisa?”

“Certo.”

Eu me inclino para frente, como se estivesse dizendo a ele um segredo, mesmo que ninguém mais esteja por perto e a música abafaria qualquer conversa de qualquer maneira. “Você acha que algum homem neste MC pode ser fiel?”

“Eu era” ele admite, rasgando o rótulo de sua garrafa de cerveja.

“Estive com a Flora por cerca de dez anos e nunca a traí, nenhuma

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CHANTAL FERNANDO vez. Ela nunca acreditaria nisso, no entanto. E se não há confiança em um ambiente como este, você não tem nada.”

“Flora é sua ex?” Pergunto.

“Sim. Não estamos juntos há anos, mas ela ainda gosta de fazer da minha vida um inferno sempre que pode.”

“Ela acha que você a traiu?”

“Entre outras coisas” ele me diz, levantando os pés sobre a mesa de café à nossa frente. “Eu entendo, realmente. Você vê alguns dos outros homens sendo infiéis e nós não dizemos nada a suas mulheres. Então acho que pensou que eu estava fazendo a mesma coisa com ela. Mas se me conhecesse, saberia que posso realmente ser leal. Quando estou solteiro, com certeza gosto de brincar, quem não gosta? Mas se for tomado, então estou com essa pessoa por uma razão e não vou desperdiçar meu tempo.”

“Você é um grande romântico?” Eu deixo escapar, terminando o resto da minha cerveja e pegando outra garrafa do refrigerador.

“Porque, Knuckles, eu acho que você é.”

“Não conte a ninguém, ou vou ter que te matar” ele brinca, passando a mão pela barba e sorrindo.

“Você pode entrar na fila” respondo em um tom sarcástico.

“Aparentemente, mais de uma pessoa quer me matar. Ou talvez tenha sido você.”

“Então meu nome de guerra seria Poison — veneno” ele brinca.

Nós dois começamos a rir, claramente tendo bebido demais.

“Próxima música é a sua escolha” digo a ele, levantando-se e começando a dançar sozinha. “Mas, por enquanto, vamos ouvir esse hino.” ‘No Lie’ de Sean Paul toca, e começo a cantar junto com todas as palavras.

Knuckles pega o telefone e começa a gravar um vídeo comigo cantando e dançando. “Eu vou mandar isso para Ace.”

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CHANTAL FERNANDO Congelo. “Não, você não vai!”

Eu corro para ele e tento pegar o telefone dele.

“Tarde demais” ele murmura enquanto pulo nele, mostrando-me a pequena bolha de enviado.

“Você é um idiota” digo a ele, suspirando. “O que acontece conosco deve ficar entre nós. As conversas, a dança, o canto, tudo. Você acabou de me dar um discurso sobre lealdade, e então vai e faz isso. Eu me sinto tão traída.”

Knuckles ri e me afasta dele. “Você é tão dramática, Trouble. É por isso que não procuro as mulheres mais jovens.” “É por isso? Ou é porque você não pode pegar os filhotes mais jovens?” Provoco, balançando minhas sobrancelhas.

Knuckles olha para trás e grita “Você ouve a merda que sai da boca da sua filha? Acho que vou ter que lhe ensinar uma lição.”

“O que você vai fazer? Além de ser informante para o meu pai” provoco, incitando-o. Sei que ele está apenas brincando. Gosto muito de Knuckles. Eu sei que ele tem uma boa reputação e é conhecido como o melhor lutador do MC, mas é um cara muito engraçado e descontraído. E é um ótimo pai. O jeito que ele fala sobre suas filhas, e o jeito que eu o vi estar com elas com meus próprios olhos... Ele realmente é uma boa pessoa.

Isso mostra que você não pode julgar as pessoas.

Papai entra, senta e pega uma cerveja, abrindo-a. “Olhe para vocês dois, agindo como crianças.”

“Sim, mas apenas um de nós é realmente sua filha” eu lembro a todos. E aponto para o meu peito. “E seria eu.” Sorrio para o meu pai e suspiro de contentamento. “Olhe para nós, tomando uma bebida juntos, como uma família disfuncional normal. E onde está Verônica? Eu pensei que vocês dois estavam tendo uma noite romântica juntos?”

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CHANTAL FERNANDO “Sim, ela foi embora” ele admite, estremecendo e esfregando a nuca. “Então eu pensei em vir e ver o que toda a comoção era.”

“Só eu e meu melhor amigo Knuckles tomando cervejas e conversas profundas e significativas” digo a ele, tocando minhas bochechas quentes com as mãos. É assim que sei que estou bêbada quando meu rosto fica quente.

“Seu melhor amigo?” ele pergunta, jogando a cabeça para trás e rindo. “Merda, você deve ser a única pessoa na face da terra com bolas suficientes para chamar o sargento de armas do Cursed Raven de seu melhor amigo.”

Knuckles é o sargento de armas do MC? Espere um segundo...

“O que é um sargento de armas?”

“Isso significa que ele é praticamente o executor do MC” papai explica, olhando para Knuckles. “Ele lida com todos os tipos de merda, geralmente com os punhos e ele não é alguém que você gostaria ver o seu lado ruim.”

Aceno a mão com desdém. “Ele não tem sido nada menos que bom para mim desde que passei por aquelas portas. Ele tem um coração de ouro e não ligo para o tipo de sargento que ele é. E eu não me importo se ele só é legal comigo porque sou sua filha também.”

Knuckles começa a rir estendo a mão e toco sua barba. “Você tem uma grande barba.”

“Obrigada” ele diz, olhando para o meu pai. “Podemos mantê-la, Prez?”

“Estou tentando” ele resmunga de volta, terminando sua cerveja em alguns grandes goles.

“Ei, eu estarei aqui sempre que puder, contanto que você me queira aqui. Mas tenho essa coisa chamada faculdade que preciso frequentar, que já estou alguns anos atrasada, para continuar minha educação e conseguir um bom emprego.”

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CHANTAL FERNANDO “Estou orgulhoso de você, Erin. Realmente estou, porra” papai diz, sorrindo tristemente. “Só queria ter mais tempo com você é tudo. Eu sei, estou sendo egoísta.”

“Você pode ser tão egoísta comigo quanto quiser” digo a ele, apertando sua mão. “Gosto que você me queira aqui, pai. É o que eu queria.”

Nós compartilhamos um olhar, algo passando entre nós.

Somos família, não importa se acabamos de nos conhecer.

Ele é agora uma das pessoas mais importantes da minha vida.

E ninguém pode tirar isso de mim.

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CHANTAL FERNANDO 18

Apoio o rosto com as mãos, gemo e forço os olhos abertos quando acordo com uma ressaca furiosa.

Tudo machuca.

Espero dez minutos antes de entrar no chuveiro porque sinto cheiro de cerveja e preciso de um novo começo para o dia. Depois que uso minha camiseta vermelha e calça preta, ando até a cozinha para pegar um pouco de água.

“Por favor, me diga que você tem alguns analgésicos?” Pergunto a Knuckles, que está sentado sem camisa na cozinha, comendo... sorvete? “Esse é o seu café da manhã?”

“Sim, quer um pouco?” Ele pergunta; a voz grossa do sono. “Há algum Advil no armário em cima da geladeira.”

Abro o armário e pego, depois uma garrafa de água e me sento, odiando a vida. “Quanto nós bebemos ontem à noite?”

Ele raspa o fundo da tigela, servindo o último sorvete. “Mais do que eu fiz em um longo tempo.”

“Bom dia” papai resmunga rispidamente enquanto entra, olhando ao redor da cozinha. “Eu preciso de bacon. Devemos ir e pegar alguma coisa?”

Tenho certeza de que pareço um emoji de olhos brilhantes agora.

“Podemos, por favor? Porque estou prestes a morrer.”

“Bunda dramática” Knuckles diz, esfregando a têmpora com o polegar. “Por que você está sempre falando sobre a morte?”

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CHANTAL FERNANDO “Porque me sinto como a morte! Talvez o meu nome de guerra possa ser Reaper — ceifeiro. O que você acha?”

Ambos me ignoram.

“A que horas todos voltam?” Pergunto enquanto estou de pé. Eu quero estar aqui quando Ace chegar em casa, não me estufando. Considero minhas palavras. Na verdade, me estufando provavelmente está no mesmo nível que vê-lo.

“Esta tarde” papai responde, pegando o Advil que deixei na mesa.

“Você sabe o que, Erin? Você é uma má influência pra seu velho pai” Suspiro. “Eu sou jovem e impressionável; vocês dois são velhos. Com seus séculos de experiência, você já deveria saber quando parar de beber.”

Eles compartilham um olhar, então ambos saem da cozinha, me deixando em paz.

“Isso significa que não vamos conseguir comida?” Grito sorrindo para mim mesma. Termino minha garrafa de água e, em seguida, envio uma mensagem para Ace.

Viaje em segurança para casa.

Vou em busca do meu pai, que me leva para comer comida gordurosa de ressaca. Eu pego algo para Knuckles também.

Não posso esquecer o novo melhor amigo.

O resto do dia é gasto sendo preguiçosa. Leio um livro e sento na cama, ainda não me sinto 100 por cento, mas fiz isso para mim mesma, então não posso reclamar.

Ouço o estrondo das motocicletas quando estou no último capítulo do livro, então corro para a porta da frente, vendo moto atrás de moto.

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CHANTAL FERNANDO Eu o vejo fora da multidão imediatamente. Acho que o conheço em qualquer lugar, mesmo entre motos que podem parecer semelhantes a alguém que não sabe nada sobre elas. Com meus olhos apenas nele, vejo quando desliga o motor, sai da moto e retira o capacete. Em seguida vem sua jaqueta de couro familiar, que segura em seus braços, então ele olha em direção à porta onde estou de pé. Começa a se mover, acelerar e não consigo parar o sorriso no meu rosto quando ele está diante de mim.

“Sentiu falta de mim?” Ele pergunta com um sorriso atrevido destruidor de calcinha.

Eu quero pular em seus braços e envolver minhas pernas nele e beijá-lo, como se não o visse há meses. Sei que foi apenas uma noite, mas é assim que me sinto. Eu me diverti sem ele — Knuckles e meu pai são hilários — mas com ele aqui, é quando me sinto mais em casa.

“Nem um pouquinho” respondo, dando-lhe um rápido abraço com meus braços ao redor de sua cintura e cabeça em seu peito.

“Eu te trouxe uma coisa.”

“Espero que não seja uma DST” respondo com uma cara séria e olhos arregalados.

Ele empurra seu pênis contra mim e posso sentir que ele está duro como uma rocha. “Você me deixou com isso e não mudou. Ninguém mais tocou, inclusive eu. Então não me dê nenhuma merda, Erin.”

“Você parece mal-humorado” afirmo.

“Eu me pergunto por que” ele rosna, levando-me para longe da porta quando os homens começam a entrar.

“Ei, Dreads!” Eu digo quando o vejo. “Como foi a corrida?”

“Foi boa!” Ele diz de volta, acenando com os dedos enluvados para mim. “Você teve algum problema enquanto estávamos fora?”

“Nenhum.”

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CHANTAL FERNANDO “Os vídeos que Knuckles estava enviando dizem o contrário” Ace murmura, mas ele não pode esconder a diversão em seu tom.

“Estava com meu pai” indico. “Em quanta dificuldade eu poderia realmente entrar?”

Ele era o único a fazer coisas obscuras que ninguém vai me contar, exceto Paulina. Tive que obter essa informação dela, e só porque ela queria jogar algo na minha cara. Eu me pergunto se foi ela quem colocou o veneno na minha bebida. Minha lista de suspeitos até agora é: 1. Verônica; 2. Paulina; 3. A amiga sem nome de Paulina que tentou pegar Knuckles.

Quanto mais penso sobre isso, Verônica não é mais o número um na lista. Ela tem sido nada além de adorável para mim, e isso me faz questionar. E se eu quiser que seja ela? Talvez seja eu, esperando que ela seja má, então a tire da jogada. Eu sei que é uma coisa terrível até mesmo pensar, e isso me deixa com vergonha dos meus próprios pensamentos, mas talvez eu esteja imaginando em alguma pessoa má que ela não é só porque é outra parte da vida do meu pai que eu não conheço. Não é como se meus pais fossem voltar a ficar juntos, então sei que é ridículo. Provavelmente ela nem é a malvada madrasta que estou a fazendo ser.

Papai passa por nós, parando para cumprimentar Ace. “Como foi tudo?” Ele pergunta. “Algum problema?”

“Não” Ace responde com um aceno de cabeça. “Foi bom pilotar. Rogue tem o dinheiro.”

“Obrigado” ele diz a Ace, batendo nas costas dele. Eu não sei porque caras fazem isso. Tipo, apenas abracem, tudo bem.

Papai olha para mim e diz “Como você está se sentindo?”

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CHANTAL FERNANDO “Melhor” digo a ele.

Ele olha entre nós dois, nos estudando por alguns segundos. O homem não é estúpido, tem que saber que algo está acontecendo, mas ele está ganhando tempo antes de nos matar ou mudou de ideia em toda a situação. Eu não sei qual é — ele é uma espécie de enigma.

“Bom” ele responde, olhando para a porta da frente. “Eu vou cumprimentar os homens.”

“Não deveria haver gostosas de biquíni fazendo isso?” Eu grito enquanto ele sai.

“Haverá quando você for para casa” papai diz, rindo.

Eu faço uma careta e viro meus olhos para Ace. “Ele está brincando, certo?”

“Sim, ele está brincando” Ace diz, abrindo a porta para o seu quarto, quando faz parada. “As mulheres não vão usar nenhuma roupa.”

Esse cara.

Entro e fecho a porta atrás de mim. Eu provavelmente poderia ter tentado parecer melhor do que com a calça que estou usando, top e com meu cabelo em um coque no topo da cabeça. Nenhuma maquiagem, nenhum esforço, nada.

Acho que ele me viu pior.

“Vou tomar um banho” ele diz, começando a se despir. Sento na cama e aproveito o show, mordendo o lábio inferior enquanto seu abdômen aparece. Ontem à noite, quando pensava nele, estava dizendo a mim mesma que devo ter exagerado o quanto o corpo dele era bom, mas não. É realmente incrível. “Melhor do que eu me lembro.”

Ele passa a mão pela barriga. “Gosta do que está vendo?”

“Gostaria de ver mais” respondo, olhando para a protuberância em suas calças.

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CHANTAL FERNANDO Eu não gosto de dar muitos elogios a Ace, porque sei o quão grande é o seu ego. Ele está acostumado a conseguir o que quer e quem quer e está acostumado com as mulheres que o perseguem sempre que ele está por perto. Eu continuo me lembrando da primeira noite que o vi, sentado na cadeira como um rei em um trono, cercado por todas aquelas mulheres bonitas.

Isso é o que ele está acostumado.

Mas, novamente, nenhuma dessas mulheres durou.

Ele ainda é solteiro, não tem uma Old Lady e está de olho em mim, pelo menos por enquanto.

Ele abre a calça jeans e remove junto com suas cuecas, e fica lá em toda a sua glória.

“Porra, senti falta desse corpo” sussurro, lábios. Inclino o dedo para ele. “Você viria até aqui?”

lambendo

os

Sou mais esperta do que comandá-lo. Ele provavelmente me obrigaria, só para me alegrar, mas ele nunca me deixaria verdadeiramente no controle. Para testar essa teoria, exijo “Deite-se na cama.”

Imediatamente eu lhe dou um olhar. Um Sinto muito, o quê? Veja. Eu simplesmente sorrio. Ele se aproxima e fica na minha frente, seu pau duro e grosso bem na frente do meu rosto.

“Eu queria fazer isso desde que coloquei os olhos em você” digo a ele, pegando seu pau na minha mão e acariciando algumas vezes antes de sugá-lo em minha boca. Posso não ser uma profissional nisso, mas sempre dou o meu melhor e realmente gosto de fazer isso. Muito parecido com os ruídos que ele fez quando estava caindo sobre mim, eu gemo enquanto pego o máximo de seu pênis em minha boca que posso conseguir. Ele é grande, então é difícil, e meus olhos começam a lacrimejar quando fico um pouco apressada, meu reflexo de engasgar entrando em cena. Eu o tiro e começo tudo de novo, usando minha mão para cima e para baixo, lambendo e chupando a cabeça dele. Seus

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO dedos apertam a parte de trás do meu pescoço, enquanto geme e sussurra meu nome.

“Foda-se o inferno” ele amaldiçoa, sua respiração engatando enquanto continuo a chupar, provocar e lamber seu pau pela primeira vez. Eu posso dizer que ele está perto, pelo seus gemidos mais altos e o jeito que a mão dele aperta meu pescoço. “Eu vou gozar, princesa.”

Eu sei que você vai, quero dizer, mas minha boca está um pouco cheia.

Quando ele goza, o primeiro esguicho bate na parte de trás da minha garganta e engulo rapidamente. Eu nunca engoli antes, mas por alguma razão quero prová-lo. Não é tão ruim, simplesmente não penso sobre isso e continuo engolindo enquanto ouço seus gritos de prazer, seus gemidos profundos e sons quando ele termina em minha boca. Sua mão perde o controle, mas permanece na minha nuca, acariciando minha pele. Eu o deslizo para fora da boca e olho para ele, um olhar presunçoso no meu rosto.

Ele me empurra de volta na cama, se posiciona entre meus quadris, tomando cuidado para não colocar seu peso em mim. “Você não tem ideia do quanto eu precisava disso.”

Ele se inclina e me beija, não se importando com o que acabou de acontecer.

Eu gosto disso.

“Sua boca, porra” ele continua, salpicando beijos em minhas bochechas, minha testa, meu nariz. “É boa mais do que apenas para brincadeiras e piadas espirituosas” digo, beijando o arco de seu pescoço e mordendo suavemente a pele.

“Minha vez” ele sussurra em meu ouvido, descendo pelo meu corpo.

Eu mencionei como estou feliz por ele estar de volta?

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CHANTAL FERNANDO 19

Eu viro a chave para a posição ligada, certificando-me de que a moto não está engrenada, e empurro o meu polegar direito para baixo no botão START. “Veja, estou no meu caminho para ser o primeiro membro do sexo feminino.”

“Preste atenção”, Ace repreende por trás de mim. Estou sentada entre as pernas dele na minha moto, os seus lábios no meu ouvido enquanto me diz o que fazer. Eu mostrei a ele o que já aprendi, e ele me mostrou como encontrar a ponta da embreagem, mas com o corpo dele em volta do meu por trás, estou me sentindo um pouco distraída.

Como ele monta comigo atrás dele?

Não consigo pensar em nada a não ser nas coxas grandes e fortes que me tocam e nas coisas que gostaria que ele fizesse comigo nessa moto.

“Como vou prestar atenção quando tudo que quero que faça é me dobrar sobre esta moto e ter o seu caminho comigo?” Pergunto a ele, soltando o guidão e girando meu corpo, então minhas pernas estão sobre as dele e meu rosto está na frente dele.

“Não me dê ideias” ele avisa, segurando minha bochecha com sua palma áspera. “Que porra eu vou fazer com você?” Ele pergunta, seu tom suavizando.

“Eu poderia te dar algumas ideias” sussurro de volta num sussurro, nossos olhos se conectando e segurando.

Eu não sei o que está acontecendo aqui, ou como isso aconteceu, ou como eu mesma me coloco nessas situações, mas o homem na

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CHANTAL FERNANDO minha frente está me consumindo. Eu nunca quis tanto alguém na minha vida.

E ele nunca será meu.

Essa é a realidade disso e preciso ser honesta comigo mesma.

Irei para casa e ele voltará a fazer o que faz. Não posso evitar isso. Eu não vou desistir da minha educação, e não posso vê-lo querendo ter um relacionamento de longa distância. Ele não é um homem que fica sem sexo. Estou surpresa que realmente não tenha tido nenhuma na noite passada, para ser honesta.

Ele faz um som mmmm, e move as mãos até a minha cintura, meus quadris e, em seguida, pousa na minha bunda. “Eu quero te tirar daqui hoje à noite.”

“Para onde?” Pergunto a ele, excitação me enchendo.

“Eu vou dizer a ele que estou te tirando para comer para ficar longe por um tempo” ele diz, beijando minha testa. “Eu vou lhe mostrar a cidade, levá-la para jantar e sobremesa, e podemos até ver um filme ou algo assim, se quiser.”

“Podemos ir na moto?” Pergunto a ele, soando esperançosa até mesmo para os meus próprios ouvidos.

Ele ri baixinho. “Sim, Erin. Nós podemos ir na minha moto.”

“Arranje um quarto!” Knuckles grita ao sair do carro, com duas sacolas de compras nas mãos.

“Que comida você conseguiu?” Pergunto quando ele se aproxima. Eu saio da moto, porque é um pouco estranho estar naquela pose íntima com alguém assistindo.

“Apenas algumas coisas para fazer o jantar para todos” ele responde, olhando para baixo. “Pensei em misturar um pouco.”

“Misturar as coisas ou porque Verônica e as outras mulheres não estão aqui para alimentar todo mundo?” Pergunto, sorrindo para ele.

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CHANTAL FERNANDO “Sim, onde diabos estão todas as mulheres?” Knuckles pergunta a Ace, franzindo a testa. “O lugar está ficando confuso e não há comida, e estou com fome.”

Ace olha para mim. “As mulheres solteiras não estão aqui porque Prez não quer deixar sua filha desconfortável, e Verônica não está aqui porque está com ciúmes dele passar todo o tempo com a garota.”

“Eu não sou criança” acrescento, revirando os olhos. “E não me importo se as mulheres estão aqui, diga a ele para deixá-las entrar.

Quero comer também, sabe. E não estou cozinhando para todo mundo toda noite, então precisamos delas.” Olho para Ace, e acrescento “Apenas nenhuma mulher que Ace lambeu, beijou ou fodeu.”

“São todas as mulheres que conhecemos.” Knuckles suspira, franzindo o cenho. “Você está arruinando nossas vidas, cara.”

Ace é conhecido como o homem prostituto do clube?

Confie em mim ele se destaca entre todos os homens. “É como se as mulheres dos Cursed tivessem entrado em greve.”

Sorrio, olhando entre os dois homens. “Sinto muito. Mas quando eu sair, as coisas voltarão ao normal. Você pode ser tão sacana quanto quiser, e não estarei aqui para me sentir desconfortável com isso e vigiar o seu comportamento.”

O pensamento de Ace com outra mulher me faz sentir um pouco mal do estômago, mas é o que é. Ele não é meu para ficar com ciúmes. Eu só vou apreciá-lo enquanto o tenho e depois deixá-lo ir.

Como aquele ditado.

Deixe-os livres ou seja o que for.

Ace faz uma careta na minha direção, mas o ignoro.

“Então, o que você vai cozinhar?” Pergunto a Knuckles, imaginando o que vou perder, já que não vou estar aqui para o jantar.

“Bife e outras merdas” é a sua resposta.

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CHANTAL FERNANDO “Adorável” digo, olhando de volta para Ace. “Que pena que vamos sentir falta deste bife e merdas.”

“Onde vocês estão indo?” Knuckles pergunta, colocando as sacolas no chão, como se nunca tivesse planos de sair.

“Fora” Ace responde, com tom que o desafia a empurrar ainda mais.

“Eu vejo” Knuckles murmura, acariciando o final de sua barba.

“Seja cuidadoso.”

“Sempre.”

Eu olho de Knuckles para Ace. “Tenha cuidado com o quê?”

“Nós não somos o único MC na cidade” Knuckles explica, olhando por cima de suas terras.

“Então você tem inimigos” penso, inclinando-me contra Ace. “E o que acontece se você se deparar com eles?”

“Espero que você nunca descubra” Knuckles diz, pegando as sacolas e indo em direção à porta da frente. “Mas divirtam-se vocês dois. Não faça nada que eu faria.”

“Como lavar minha barba?” Eu digo.

Ele me dá o dedo e rio.

Que cara legal.

“Eu nunca vi ninguém dar merdas a Knuckles e viver para contar a história” Ace ronca, colocando as mãos nos meus ombros e começando a me massagear um pouco. “Você tem sorte de ele ter uma queda por você.”

“Somos melhores amigos” digo, gemendo enquanto ele esfrega o polegar ao longo de um nó nas minhas costas. “Isso é tão bom. Que horas você quer sair hoje à noite? Preciso ficar bonita.”

“Seis?” Ele sugere, girando-me e envolvendo os braços em mim.

“E você já é bonita.”

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CHANTAL FERNANDO “Bem, mais bonita, então” digo, levantando a cabeça para olhar para ele.

Nosso tempo está chegando ao fim, mas não vou pensar nisso hoje à noite.

Não, esta noite vou estar no presente e aproveitar meu primeiro encontro com meu homem motoqueiro.

“Então, deixe-me ver se entendi” começo, precisando esclarecer.

“Você não esteve em um encontro real em quatro anos? Então, o que em feito? Trepa e foge?”

“Algo assim.” Ele sorri, tomando um gole de seu uísque. Quando Ace disse que íamos sair para comer, eu não achei que ele me levaria para o restaurante mais caro que existe. Eu não disse nada, mas já ouvi falar desse lugar e sempre quis comer aqui. Também ouvi dizer que há uma longa lista de espera, então não sei como ele nos conseguiu no último minuto. “E me poupe de seu olhar julgador.”

“Eu nunca sou crítica” fungo, levantando meu próprio copo para a boca. “Eu sou Aquariana. Somos conhecidos por sermos de mente aberta e rebelde.” É por isso que estou em um encontro com um motoqueiro proibido e um prostituto que provavelmente quebrará meu coração no final.

“Não me dê essa merda de signos.” Ele ri, colocando seu copo para baixo e me estudando. “As pessoas usam essa merda o tempo todo para agir como idiotas.”

Meu queixo cai aberto. Eu amo astrologia. Não as coisas do diaa-dia, mas o caráter de sinais e traços de personalidade; amo essa merda. “De que signo você é? Deixe-me adivinhar. Provavelmente um Virgem ou um Escorpião.”

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CHANTAL FERNANDO Ele continua. “Alguém lhe disse isso, não é?”

“Ha! De qual deles você é? O virginiano supercrítico, ou a loucura que é um escorpiano?” Pergunto a ele, franzindo a testa. “Quem teria me dito isso? Acha que estou andando pelo clube perguntando aos homens quando é seu aniversário?”

“Eu sou de Virgem” ele responde, os olhos cinzentos se estreitando. “Isso foi apenas um palpite de sorte. Eu não sou excessivamente crítico.” Ele faz uma pausa e suspira. “Você vai culpar tudo por eu ser de Virgem agora, não é?”

“Eu não estou culpando nada em você” digo, encolhendo os ombros. “Você me trouxe para o The Brave para comer, que é um restaurante que eu sempre quis ir, então não há nada de ruim que eu possa dizer sobre ti agora.”

Ele olha ao redor do restaurante. “Você gosta deste lugar, hein?”

Concordo. “Você está brincando comigo? É o lugar mais difícil de conseguir uma reserva. Eu tentei no meu aniversário de dezoito anos quando mamãe me trouxe para a cidade, mas não tive sorte.”

Ele se inclina para perto de mim, com a voz baixa. “Você sabe quem é o dono deste lugar, certo?”

Eu sacudo minha cabeça.

Ele começa a rir para si mesmo e espero pacientemente que ele termine. “Lembra que eu te disse que nós possuímos algumas empresas?”

“Qual é!” sussurro. “Vocês são donos deste lugar? Achei que você se referia a clubes de strip e um bordel ou algo assim, não um restaurante italiano chamativo e caro.”

Esses homens são apenas cheios de surpresas.

“Nós também os possuímos” ele diz casualmente, estendendo a mão e pegando a minha. “Mas isso é definitivamente onde a maior parte de nossa renda é gerada. Na verdade, era originalmente o negócio da família de Mac, mas era tinha outro nome naquela época, e nós o

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CHANTAL FERNANDO consertamos, mudamos o nome, melhoramos o cardápio, e fizemos reformas, e as pessoas simplesmente adoraram. Nós dificilmente ficamos mais aqui, mas todos nós costumávamos comer aqui o tempo todo.”

“Eu ainda estou em choque” admito.

A garçonete vem com nossas refeições, e nós dois agradecemos a ela enquanto coloca os pratos na frente de cada um de nós. Nós dois pedimos macarrão — eu um marinara de frutos do mar e ele um carbonara. Ele também tem um pouco de frango à milanesa e pão de alho. Tivemos ostras para um aperitivo, que foi a minha primeira vez a comê-las. Eu ainda não sei como me sentir sobre elas.

“Você nos subestima” ele diz, pegando o garfo. “Você vê o lado de nós que a maioria das pessoas nunca consegue ver, Erin. Nós não somos assim com todos, e acho que é aí que você está ficando confusa.”

Eu não quero admitir isso, mas talvez ele esteja certo. Eles tiveram que ser bons para mim desde o começo, respeitosos e me tratar como um deles. Se eu fosse um aleatório apenas entrando, teria sido um cenário totalmente diferente.

“Isso pode ser verdade, mas prefiro como as pessoas me tratam, então isso realmente não muda nada do meu ponto de vista.”

Eu sei que eles não chegaram onde estão agora sendo gentis com todos e seguindo a lei. Eles são motoqueiros. Mas ao mesmo tempo foram gentis comigo. Acolhedores. Então eu os vejo como pessoas boas. Para mim, eles são pessoas boas.

“Diga-me algo sobre você, Ace” digo, estudando-o. “Você acha que vai estar no MC para sempre? Como isso tudo funciona?”

Ele acena instantaneamente. “Sim claro. Os Cursed são minha família. E meu objetivo é subir na hierarquia e me tornar vicepresidente, e quem sabe? Talvez até um dia eu esteja liderando todo o MC.” “Ambicioso, então” respondo com um sorriso provocante. “Eu acho que todos nós precisamos de metas, certo?”

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CHANTAL FERNANDO “Algo parecido.”

Dou uma mordida na minha comida e gemo quando um camarão bate na minha língua. “Isso é incrível. Obrigada por me trazer aqui. Agora posso ticar um jantar no The Brave da minha lista de desejos.”

“Você virá para cá mais vezes, te asseguro” ele diz, como se não fosse grande coisa. E para ele provavelmente não é.

Será com ele, no entanto?

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CHANTAL FERNANDO 20

Depois de um jantar e sobremesa, vamos dar uma volta pela cidade a todas as vistas panorâmicas e pontos quentes. O lugar é tão vivo, tantas pessoas fazendo coisas diferentes. Tão diferente de casa. Eu inspiro todos os aromas e absorvo as novas experiências, amando cada segundo disso.

Estamos de pé lado a lado, num mirante da cidade quando ele pergunta “Você ainda quer ver um filme? Ou quer voltar para o clube?”

Eu me movo para ficar na frente dele, de costas para a vista.

“Depende de você, eu sou fácil.”

“Você está longe de ser fácil” ele murmura, inclinando-se e me dando um rápido sabor de seus lábios.

“Você tem gosto de mousse de chocolate.”

“Quero provar você de novo”, ele sussurra no meu ouvido. “Acho que eu poderia ficar viciado no sabor da sua buceta, Erin.”

Olho ao redor, corando, certificando-me de que ninguém possa ouvir, mesmo que ele tenha dito isso tão suavemente que não há chance de que alguém mais possa.

“O que, de repente você é tímida?” Ele brinca, beijando minha bochecha e depois pescoço.

Fecho os olhos e deixo minha cabeça cair para trás, dando-lhe acesso fácil. “Eu não sou tímida.”

“Você cheira tão bem” ele diz, lambendo meu pescoço. Suas mãos encontram meus quadris e me puxam contra ele e a luxúria toma conta, nada mais importando neste momento.

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CHANTAL FERNANDO “Eu quero você, Ace. Quero dizer realmente quero você” digo a ele, gemendo. “Quero seu pau dentro de mim. Você diz que só estive com garotos, bem, por que não me mostra como é estar com um homem?”

Esta manhã, depois que caí sobre ele, ele retornou o favor, fazendo-me gozar duas vezes com sua língua diabólica, mas não fez sexo comigo. Ele tomou banho e depois nos abraçamos na cama antes de sair para ver a minha moto.

“Foda-se o inferno, Erin” ele grita. “Eu tento ser bom ao seu redor e não é fácil.”

“E por que você está sendo bom?” Pergunto a ele, confusa. “Por causa do que meu pai disse? Você realmente acha que ele não sabe o que está acontecendo? Eu gasto a maior parte, se não todo o meu tempo com você. Estamos em um encontro do caralho agora, e ele tem que saber disso.” “É complicado” ele murmura, olhando para longe de mim. “É uma coisa de respeito, você não entenderia.”

“E comer minha buceta é respeitoso?” Pergunto, carrancuda, balançando a cabeça. “Eu não entendo, Ace. Você me quer ou não?”

“Querer você não é o problema.”

“Então o que é? Eu não faço sexo há muito tempo, estou falando a mais de um ano e gosto muito de você, Ace. Quero você. Quero que você me foda. Você vai me dar isso ou não? Porque parece um jogo que está jogando, e não tenho ideia do que está acontecendo. Eu vou sair em breve, e os homens fizeram sugestões de que você é basicamente um homem de garotas e fode montões de mulheres, então estou um pouco confusa sobre por que não vai me foder quando é óbvio que há algo aqui entre nós.”

Ele me empurra contra o corrimão e me beija, me punindo com seus lábios, seus dedos apertando minha cintura. Se eu o forçar para longe demais com a minha honestidade, então é muito ruim. Aparentemente, os homens não são bons em comunicação em

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CHANTAL FERNANDO qualquer idade. Ele termina o beijo e me puxa para sua moto sem dizer uma palavra. Eu subo nas parte de trás, a tensão entre nós em um pico de todos os tempos. Eu sei que ele não pode sentir meus mamilos enrugados através da minha jaqueta de couro, mas eu posso, e tudo que quero fazer é ter sua boca neles. Eu me agarro a ele enquanto ele pilota, me levando para sabe deus onde. Tento curtir o passeio, mas é difícil quando minha calcinha está úmida e fico sexualmente frustrada e confusa.

Não me entenda mal — amo a companhia dele, mas, para ser sincera, estou um pouco ofendida por ele foder qualquer mulher de salto alto... mas me foder.

Eu não entendo.

Ele não me quer tão mal quanto eu?

Ele usou a palavra respeito, mas tudo que quero é o desrespeito dele agora. Até deixarmos a cama, pelo menos, posso voltar a ser sua princesa.

Quando a moto para em um estacionamento, olho em volta e vejo onde ele me levou.

Um hotel.

Ah Merda.

Ele me leva para dentro, ainda em silêncio, e para na recepção.

“Você tem algum quarto disponível para esta noite?” Pergunta ele à senhora.

Ela aperta alguns botões no teclado e acena com a cabeça. “Sim senhor. Temos muitos quartos.”

Ele coloca seu cartão de crédito na mesa. “Uma noite, por favor, seu melhor quarto.”

Seus olhos se arregalam. “Senhor, o melhor quarto é três mil...”

“Tudo bem” ele diz, afastando a preocupação dela.

Abro a boca e depois a fecho.

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CHANTAL FERNANDO Isso é muito dinheiro, especialmente se não pudermos ficar a noite inteira. “Você tem certeza...?”

“Nem uma palavra sua” ele diz em voz baixa e profunda, de modo que só eu posso ouvir.

Suspiro pesadamente, mas ouço. Isso foi minha ideia, e se ele quer gastar milhares, isso é dele. Enquanto isso, eu nem tenho tanto dinheiro na minha conta de poupança, nem posso gastar tudo em uma noite. Depois que ela entrega a chave, ele pega minha mão e me leva até o elevador. Nós entramos, sozinhos, e assim que as portas se fecham, ele me empurra contra a parede e me beija, rudemente, levantando minhas mãos e prendendo-as acima da minha cabeça.

O ditado ‘Cuidado com o que você deseja’ passa pela minha mente.

Eu queria tudo dele e agora vou conseguir.

Mas estou pronta para isso?

O elevador para, e ele se afasta de mim, deixando-me ofegante.

Sem fôlego.

Eu me empurro para fora da parede e saio do elevador, Ace me segue de perto atrás. Eu não sei qual é o nosso quarto, então silenciosamente espero que ele me direcione. Com uma mão nas minhas costas, ele me leva para a direita e percorre um longo corredor. O hotel é impressionante, lindamente decorado e moderno, mas não tenho tempo ou a inclinação para parar e admirar a vista. Minha mente está focada em uma coisa em uma coisa só. Paramos em frente ao quarto 7328, e Ace abre a porta. Entro e olho brevemente ao redor antes de me virar e encará-lo. Ele está a cerca de um metro de mim e meu coração está começando a correr, o ar tão denso no quarto que não sei como não estamos sufocando. Ele coloca a chave na mesa e então tira sua jaqueta de couro, seguida por sua camisa azul-marinho. Ele tira o cinto, devagar.

“O que você vai fazer com isso?” Pergunto a ele, com os olhos arregalados, mas meu tom rouco e pecaminoso.

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CHANTAL FERNANDO Ele joga na cama com um sorriso, então desfaz o botão da calça jeans e os remove.

Ele não está usando cueca.

“Dispa-se” ele comanda.

Eu removo item por item — meu jeans, meu top e depois meu sutiã e calcinha — enquanto ele observa atentamente, absorvendo cada parte do meu corpo. Nada pode ser escondido dele, então fico ali, nua, deixando que ele se satisfaça. Meu corpo não é perfeito, mas sei que ele gosta do que vê e não me sinto constrangida. Eu me sinto bonita, sexy e animada. Eu sei que nunca vou me arrepender disso, mesmo depois que sair, se nada mais acontecer entre nós novamente.

“Você é perfeita” ele ronrona fechando o espaço entre nós. “Você me deixa louco, Erin.”

“O sentimento é mútuo” respondo, estendendo a mão para tocar seu paus, que posso ver endurecendo diante dos meus olhos. “Você não tem ideia do quanto quero você.”

“Por que não me mostra?” Ele pergunta, descendo para brincar com meus seios. “Deite-se na cama e abra as pernas para mim.”

Engulo em seco, então me sento na cama, recuo e deito. Provavelmente não é o movimento mais gracioso, mas tudo bem. Eu me certifico de que nossos olhos estão conectados enquanto lentamente abro minhas coxas, mostrando meu sexo cintilante. Ele toma seu tempo abaixando seu olhar para meu corpo antes de parar na minha buceta e lamber seus lábios.

“De joelhos” ele exige. “Eu quero que você se curve, então posso te lamber por trás dessa vez.”

Oh. Rolo e subo de joelhos, curvando-me para ele. Se ele não viu tudo antes, definitivamente viu agora. Eu realmente espero que tenha feito um bom trabalho, porque, sob essa luz, ele definitivamente conseguirá ver tudo. Mãos quentes seguram os globos da minha bunda e apertam,

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CHANTAL FERNANDO então uma língua molhada está em mim, me lambendo por trás. Eu nunca fiz isso antes, e me vejo sendo excitada pela posição nova e vulnerável de estar em meus cotovelos. Ele desliza um dedo dentro de mim enquanto lambe meu clitóris, fazendo aqueles ruídos de gemidos que me excitam tanto que mordo o travesseiro na minha frente. Quando ele desliza um segundo dedo para dentro, meu orgasmo me bate do nada. Eu grito enquanto ele tira cada gota de prazer de mim. Então ele se foi e o ouço abrindo um preservativo e deslizandoo, seu pênis pressionando contra a entrada do meu sexo. Antes que ele possa deslizar, empurro de volta contra ele, deslizando em sua ereção.

Ele geme e gentilmente bate na minha bunda. “Espera.”

“Não quero esperar” respondo.

Ele me puxa completamente e me rola então estou de costas. Inserindo-se entre as minhas coxas ele olha para mim.

“Beije-me” sussurro, e não preciso pedir duas vezes. Ele me beija devagar, profundamente e se empurra para dentro de mim ao mesmo tempo. Ele é grande, mas trabalha gradualmente e toma seu tempo. Levanto meus quadris para encontrar os dele, porque não quero ser uma estrela do mar, e cravar minhas unhas em suas costas enquanto seus golpes aumentam, girando mais rápido e mais profundo.

“Foda-se, você é tão gostosa” ele grita, beijando meu pescoço, chupando e mordendo, e me deixando louca. Em seguida, presta atenção aos meus seios, lambendo e chupando até que minhas costas fiquem arqueadas e não consigo nem lembrar qual é o meu nome, minhas mãos os aperta e os leva aos seus lábios. Ele se mexe e se move atrás de mim, na posição de conchinha, levantando minha perna e deslizando para dentro de mim. Fecho os olhos e apenas sinto enquanto ele beija minha orelha, meu pescoço, meu queixo, e alcança entre nós para brincar com o meu clitóris com os dedos. Eu gozo duas vezes antes que ele termine.

Nós dormimos por uma ou duas horas, eu me envolvo em seus braços, antes de acordar de novo com a boca entre as minhas pernas, seguida por outra rodada de sexo delicioso.

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CHANTAL FERNANDO E percebo que ele estava certo.

Eu nunca estive com um homem real antes.

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CHANTAL FERNANDO 21

Acordo, e sorrio antes mesmo de abrir os olhos, lembrando de ontem à noite. Eu ainda posso senti-lo, estou deliciosamente dolorida, enquanto preguiçosamente estico meu corpo. Nós voltamos para o clube às 6:00 da manhã e voltamos para os nossos próprios quartos. Eu não sei porque sentimos a necessidade de fazer isso, considerando que estivemos fora a noite toda, mas acho que agora que estamos de volta, nada realmente mudou. Longe do MC, sou só eu e o Ace, mas aqui é todo mundo. Não podemos apenas pensar em nós mesmos porque o MC é uma unidade.

E meu pai é o líder dessa unidade.

Tomo um longo banho, me visto e vou ver se Ace está acordado. Quando ele não atende quando bato na sua porta, vou para a cozinha. Estou passando por um dos quartos quando ouço a voz do meu pai.

“Eu te disse para fazer o que você tinha que fazer para mantê-la aqui!” Ele rosna. “Não ficar fora a noite toda, deixando-me preocupada com ela! A única razão pela qual eu não e matei por ir atrás da minha filha depois do meu aviso é porque eu não quero que ela vá embora.”

“Ela ainda está aqui, não é?” Ace responde.

Congelo no segundo que ouço sua voz.

Papai disse a Ace para fazer alguma coisa para me manter aqui?

Qualquer coisa?

Volto para a noite passada.

Bem, ele com certeza não fez nada, mas tudo.

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CHANTAL FERNANDO “Sim, ela está aqui, onde precisa estar, mas não quero que você a tire e não volte para casa novamente, Ace. Estou falando sério. Eu não queria que ela estivesse com um motoqueiro, mas se é isso o que vai precisar para fazê-la ficar, então que seja.” Ele faz uma pausa e acrescenta “Jesus. Eu sabia que vocês dois eram próximos, mas nunca pensei que você chegasse a isso. Se esta é a tática que você está usando, é melhor não machucá-la. Vou matá-lo devagar, na frente de todos os homens, para mostrar-lhes o que acontece quando alguém vai contra minhas ordens. E você pode dizer adeus a ser vice-presidente quando eu me demitir e Rogue assumir.”

Cubro o rosto com as mãos, tentando processar o que estou ouvindo. Parece-me que meu pai tem chantageado Ace para estar comigo para que eu fique aqui. Ele está prometendo que ele será vicepresidente?

Mesmo durante a explosão do meu pai naquela primeira noite, nunca o ouvi soar tão assustador; seu tom me faz querer ir se esconder. Isso é exatamente o que Ace estava tentando me dizer. Foi mostrado apenas o bom, o legal e a diversão. Não foi me mostrado a realidade.

Isso, aqui mesmo, é a verdade de quem eles são.

Ace está comigo porque meu pai lhe deu um incentivo. Então eu ficaria aqui. Então ele pode subir no mundo dos MCs. A coisa toda foi um grande jogo para eles. Uma farsa. E fui manipulada e traída o tempo todo.

Traída de novo por pessoas que eu achava que se importavam comigo, pelos dois homens que mais significam para mim.

Corro de volta para o meu quarto e tranco a porta atrás de mim.

Preciso dar o fora daqui, agora.

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CHANTAL FERNANDO Empacoto todas as minhas coisas, então me sento na beira da minha cama. Quero sair daqui sem problemas, sem drama, e apenas sair com a minha bolsa, com todos os caras ao redor, não vou conseguir isso. Talvez os homens tenham coisas acontecendo durante o dia e eu possa me esgueirar para longe. Vou ter que esperar pelo momento perfeito e depois sair. Eu sempre poderia chamar Éden, que levaria algumas horas para chegar aqui, ou Celina, que mora na cidade e é alguém que eu sei que vai me ajudar, não importa o quê. Eu até pesquiso o nome dela nos contatos do meu telefone, meu dedo indicador permanecendo sobre o seu número. Uma chamada, e ela estará aqui, mas por alguma razão afasto meu telefone.

Acho que não tenho vontade de explicar a situação para ninguém. Prefiro ficar sozinha.

Vou deixar uma carta, porque não quero que ninguém se preocupe comigo, dizendo que estou bem, mas decidi ir para casa ou algo assim. Esfrego distraidamente meu peito, quando ele começa a se sentir subitamente apertado, como se eu não pudesse respirar. Acordei tão feliz e agora me sinto tão usada e manipulada. Eles nunca me verão no mesmo nível que eles. Sou um peão. Talvez isso seja uma bênção disfarçada.

Agora mesmo, estou ferida.

Achei que tinha encontrado mais família, mas tudo que encontrei são homens que mentem para mim. Que fingem e manipulam. Não fui nada além de ingênua e confiante, uma jovem camponesa sem nenhuma ideia do mundo no que estava entrando. Sou tão estúpida. Estava disposta a tentar me adaptar apenas para manter essas pessoas na minha vida, mas o tempo todo eles estavam planejando conseguir o que queriam.

A traição é tão profunda que quase posso me sentir sangrando.

Homens como eles farão qualquer coisa para conseguir o que querem, mesmo à custa de outra pessoa. Volto para a cama e vou para debaixo das cobertas. Sei que para este plano funcionar preciso agir como se tudo estivesse bem, mas não sei como devo fazer isso. Eu não

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO sou tão boa atriz. Tudo o que sei é que alguém tentou me matar, meu pai está fazendo tudo o que pode para me fazer ficar inclusive usando minha atração por Ace contra mim, e quanto a Ace...

Isso é apenas a flecha atravessando meu maldito coração.

“O que você está fazendo?” Ace pergunta quando me encontra sentada na grama no mesmo lugar em que sentei com meu pai há dois dias, olhando por cima da propriedade.

“Aproveitando a luz do sol” digo a ele, forçando um sorriso.

“Eu me diverti muito na noite passada” ele diz, olhando para a grama. “Você me surpreendeu.”

“Como?” Pergunto, honestamente curiosa.

Mesmo que ele seja um pedaço de merda.

“Eu não sei” ele diz, inclinando a cabeça para o lado e trazendo aqueles olhos cinzentos de volta para mim. “Você é mais selvagem do que pensei que seria.”

Eu sorrio. “Nunca me subestime.”

“Não vou cometer esse erro novamente. Então, escute, eu queria saber se...”

“Ace!” Rogue chama para ele. “Temos que sair agora. Há um problema que surgiu e estamos sendo enviados para lidar com isso.”

“Porra, tudo bem” ele diz de volta, em seguida, envia-me um olhar de desculpas. “Voltarei daqui a pouco. Você quer alguma coisa enquanto eu estiver fora? Comida?”

“Não, eu estou bem” digo a ele, sorrindo tristemente. “Eu te vejo depois.”

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CHANTAL FERNANDO Ele se curva e beija o topo da minha cabeça. “Sou todo seu quando voltar.”

Ele nunca será todo meu. Duvido que ele quisesse ser.

Eu o vejo sair e entrar em um carro com Rogue.

Assim que ele e os outros homens estão fora de vista, volto para dentro, pego minha bolsa, deixo o bilhete e faço a minha fuga. Eu olho para o corredor, certificando-me de que está limpo antes de caminhar casualmente até a porta da frente e gentilmente fechando-a atrás de mim. Enquanto caminho para a estrada, vejo Verônica. Lembro-me das suas palavras e olho para ela, implorando aos meus olhos que ela não contasse a ninguém. Ela me dá um leve aceno de cabeça e se vira para voltar para dentro. Pela primeira vez, sou grata por ela. Eu sei que ela não vai contar ao meu pai.

Espero até descer algumas quadras antes de ligar para um táxi e pedir que me levem até a rodoviária.

Estou indo para casa.

Estou viajando a uma hora quando meu telefone toca, chamada depois de chamada, mensagem após mensagem. Pus no silencioso e coloquei meus fones de ouvido, abafando a realidade com música. Eu mandei uma mensagem para Éden, perguntando se ela pode vir me buscar quando meu ônibus chegar. Não entrei em contato com minha mãe, porque sei exatamente o que ela vai dizer e não é o que quero ouvir agora. Duas horas depois, eu me pergunto se estou exagerando. Mas então me lembro das palavras que ouvi, e como eles estavam discutindo como se não se importassem com o que eu queria ou o que era melhor para mim. Eles só se preocupam com eles mesmos.

O MC é sua família, e não importa que eu seja parente de um membro, nunca serei incluída nessa família. Eles nunca vão me respeitar como eu quero ser respeitada. Que idiota eu fui. Deveria ter ido a uma visita, conhecido papai, me divertido e voltado para minha

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CHANTAL FERNANDO vida real. Eu não deveria ter me perdido nesse mundo e, mais do que tudo, eu não deveria ter me perdido em Ace. Se estou sendo honesta comigo mesma, porque nunca senti que me encaixei de verdade, acho que pensei que talvez tivesse encontrado meu lugar. O lugar onde eu deveria estar. A peça que faltava na minha vida.

Quão ingênua eu fui.

Não me sinto culpada de evitar meu telefone, porque a carta explica que estou segura e que percebi o quanto preciso fazer antes de ir para a faculdade, e decido voltar a dar um salto na minha vida real. Eu me sinto tão entorpecida agora. Tão estúpida. Eu sabia que meu pai e Ace estavam insinuando minha permanência, mas o plano que eles trouxeram mostra que tipo de pessoas são.

Ed Sheeran me faz passar o resto da viagem de ônibus, e quando vejo minha irmã me esperando, sorrio. Éden não parece nada comigo, e todos agora sabem o porquê, mas ela é absolutamente linda, com seu cabelo castanho chocolate e olhos combinando.

“Olá, irmãzinha” digo, dando-lhe um abraço caloroso. “Obrigada por ter vindo me pegar.”

“Claro” ela responde, sorrindo. “Estou feliz por você estar em casa. Este lugar tem sido chato sem você.”

“Aposto.”

“Você quer tomar um café e algo para comer? Você pode me contar tudo sobre sua viagem.”

“Isso soa bem” digo a ela, jogando minha bolsa no banco de trás do carro dela, em seguida, pulo para o lado do passageiro. É uma droga que minha irmã mais nova dirige e eu não, mas meu medo me faz esquecer esse fato.

“O que eu perdi?” Pergunto a ela quando estamos na estrada.

“Não muito” ela responde, baixando um pouco a música. “Mamãe estava enlouquecendo por você estar com seu pai, e ela e papai

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CHANTAL FERNANDO brigaram um pouco sobre isso. Eu tenho trabalhado e tentado economizar dinheiro.” Éden acabou de terminar o ensino médio, mas ao invés de ir direto para a faculdade, ela decidiu tirar um ano sabático e viajar, então tem trabalhado duro em dois empregos de meio período e economizando tudo o que ganha.

“Eu nem sequer disse a mamãe que estava voltando para casa” admito, expelindo um suspiro profundo. “Você fez?”

“Não, ela está no trabalho” ela me diz. “Você a conhece, ela geralmente fica na sala de aula e faz sua avaliação, ou dá uma ajuda extra a algumas crianças se precisarem.”

Minha mãe é uma professora muito boa. Ela genuinamente se preocupa com as crianças de sua classe.

“Eu posso apenas imaginar o sermão que vou conseguir” resmungo, olhando pela janela para o ambiente familiar. É bom estar em casa, mas triste ao mesmo tempo. Parece que esse lugar é exatamente o mesmo, mas eu não sou. O tempo com os Ravens me mudou. Seja para o bem ou para o mal, é para ser notado. Deixei meu novo equipamento e roupas penduradas no armário do meu quarto. Eu acho que não vou precisar deles, já que não vou andar de moto aqui. Éden chega ao nosso café favorito e ocupamos nossa mesa habitual na parte de trás, junto à janela. “Então, como é o seu pai?”

“Ele é...” Paro, sem saber o que dizer. Se você tivesse me feito essa pergunta antes de eu ouvir essa conversa, ficaria delirante com ele. Mas agora? Nem sei como responder. “Não o que eu esperava. Ele não é apenas um membro do clube de motoqueiros — ele é o presidente. Então eu fiquei lá e conheci ele e seus homens, e foi legal, mas era hora de voltar para casa.”

Eu não vou contar a ninguém o que aconteceu. Não vou contar a ninguém sobre Ace. Apenas outro segredo para adicionar à minha coleção.

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CHANTAL FERNANDO 22

“Fico feliz que você esteja de volta em casa, onde pertence”, mamãe diz, me abraçando com força. Eu a aperto de volta e me deixo vulnerável por alguns longos momentos. “Por que não me disse que viria hoje? Eu teria feito sua refeição favorita.”

“Tudo bem, mãe” digo a ela. “Foi uma decisão de última hora, eu não tinha certeza se voltaria hoje ou amanhã” minto.

Olho para trás e digo olá para Brock. Eu cresci chamando-o de papai, e é o único nome pelo qual eu o conheci. Eu devo chamá-lo de Brock agora? É tão estranho, e não sei como lidar com a situação. Eu ando até ele e dou um abraço caloroso, que ele rapidamente retorna. “É bom ter você em casa, garota” ele murmura, limpando a garganta. “Espero que tenha encontrado o que estava procurando.”

Oh, encontrei muito bem.

“Obrigada” digo, sorrindo para ele.

“Eu posso não ser seu pai biológico, Erin, mas sempre serei seu pai. Eu estive lá no dia em que nasceu, e sempre estarei lá para você, não importa o que aconteça” ele diz para mim, olhando-me nos olhos.

“Ok” digo, com lágrimas em meus olhos. “Eu acho que há algo no meu olho.”

“Deve ser a sua rinite alérgica agindo” ele diz, apertando meu ombro.

“Sim, deve ser. Vou tomar um banho e descompactar minhas coisas” digo a ambos, caminhando para o quarto da minha infância e caindo nos lençóis florais. Enterro meu rosto no meu travesseiro e levo

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CHANTAL FERNANDO alguns momentos para me recompor. Então rolo e verifico meu telefone.

Trinta e uma chamadas perdidas.

Dez novas mensagens.

Deslizo as mensagens, a maioria delas é de Ace, mas uma é de Knuckles, então eu a leio primeiro.

Deixe-me saber que você chegou em casa com segurança, por favor. Te amo melhor amiga.

Eu sorrio tristemente para a tela. Porra, eu vou sentir falta de Knuckles. Digito uma mensagem rápida para ele e clico em ENVIAR. Estou em casa em segurança, melhor amigo. E já sinto sua falta.

Ele responde instantaneamente.

Obrigado porra. Bem, se você sente muita falta de mim, sabe onde me encontrar.

Ele não me questiona e agradeço. A próxima mensagem que abro é do Ace. Onde está você? Você está bem?

Essa foi a primeira, seguida por: Acabei de ver sua carta. Você saiu sem dizer tchau? Que porra é essa Erin?

Suspiro e apago as mensagens, assim como as outras dele, sem me preocupar em lê-las. Eu não apago as do meu pai, mas também não estou pronta para ler as dele. Eu sei que Knuckles vai passar a mensagem de que estou bem. Eu não quero que eles se preocupem comigo; não é atenção que estou procurando. Só preciso descobrir como devo processar tudo isso. Fui jogada em um novo mundo, depois retornei e não sei onde quero estar.

Estou me apaixonando por Ace. Eu sou tão estúpida.

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CHANTAL FERNANDO Não há dúvida sobre isso e agora preciso tentar parar esses sentimentos. Eu preciso esquecer ele, e sei o quão difícil isso vai ser. Eu gostaria de nunca tê-lo conhecido, gostaria de nunca ter conhecido homens como esses, e nunca ter conhecido esse tipo de atração instantânea e conexão com um homem. Talvez nunca mais o conheça. Mas só porque me sinto assim não significa que posso tentar justificar o que ouvi. Ele até gostava de mim?

Eu me sinto tão envergonhada que isso tenha acontecido. Nunca me senti nada antes, como fiz com Ace, e a coisa toda era uma piada para ele. Talvez tudo o que ele viu fosse uma garota jovem, confiante e ingênua que ele pudesse usar, provavelmente porque podia dizer o quanto eu gostava dele. Talvez seja por isso que ele não queria dormir comigo. Talvez estivesse apenas seguindo ordens. Que palavra papai usava? Ah sim, tática. Eu sei que ele gostou de mim até certo ponto, eu sei. Você não pode fingir alguns dos sentimentos e emoções, mas eu não deveria ter que questionar isso.

Eles falam de lealdade acima de tudo, bem, onde estava sua lealdade para comigo? Eles me chamaram de princesa do Cursed Ravens MC, mas me trataram como uma marionete. É como se não houvesse ninguém lá fora, eu posso realmente confiar e saber que eles têm meus melhores interesses no coração. Todo mundo está apenas fora de si.

Clint me traiu depois do meu acidente, quando mais precisei dele.

Minha mãe me manteve longe do meu pai biológico, e depois mentiu para mim sobre quem meu pai verdadeiro era.

Papai usou meus sentimentos por Ace para conseguir o que queria, que era para eu ficar com ele.

E Ace... Ace usou tudo isso para ter seu bolo e comê-lo também. Ele tentou ganhar tudo.

Eu. Sua classificação no MC.

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CHANTAL FERNANDO E a aprovação do meu pai para estar comigo.

A sua foi a pior traição de todas. Ele brincou com minhas emoções e agora eu nunca saberei se era real. É hora de olhar para frente, focar na faculdade e alcançar meus próprios objetivos pessoais.

Não há mais Cursed Raven.

Quando ouço o barulho das motos, digo a mim mesma que devo estar imaginando. Olho para a hora no meu celular, 9h00. Fecho os olhos e puxo as cobertas sobre o rosto, mas depois ouço de novo, mais alto desta vez, mais perto. Saio da cama, deslizando meus pés em chinelos de unicórnio rosa antes de abrir minhas persianas e olhar para fora.

Há três homens em motos na frente da minha casa.

Que porra é essa?

Ace, Knuckles e o próprio presidente.

Eles trouxeram Knuckles para me amolecer?

Rapidamente escovo os dentes e tento domar meu cabelo antes de sair do meu quarto e ficar cara a cara com minha mãe.

Merda.

“O que eles estão fazendo aqui?” Ela sussurra, seu cabelo selvagem fazendo-a parecer uma mulher louca.

“Eu não sei” respondo, ficando frenética. “Eu não tenho ideia, mãe, mas vou sair e descobrir.”

“O que eu devo fazer? Apenas ficar aqui?” Ela pergunta, franzindo o cenho.

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CHANTAL FERNANDO “A menos que você queira sair de pijama para ver o homem com quem me concebeu” respondo, caminhando em direção à porta. Eu realmente não a quero aqui fora, porque não quero que ela ouça a briga que está prestes a acontecer. Embora, conhecendo a minha sorte, ela seja capaz de ouvir minha voz alta de dentro da casa de qualquer maneira.

“Erin” ela repreende, murmurando algo baixinho.

Mostro-lhe um sorriso insolente e abro a porta da frente, o frio da manhã me atingindo com força total. Fechando a porta atrás de mim, ando até os homens, meus olhos em Ace, que desceu da sua moto e está em pé na minha garagem, esperando pacientemente, enquanto os outros dois homens estão fazendo o mesmo.

“O que você está fazendo aqui?” Pergunto a ele, envolvendo meus braços em mim. “Como sabe onde moro?”

“Você não pode simplesmente sair assim sem pensar que não queremos saber o porquê” ele me diz, com os olhos frios e duros. Sim, ele está chateado, mas você sabe o que? Eu também estou.

“Tenho certeza que posso fazer o que quero” respondo, levantando meu queixo. “Eu queria voltar para casa, então fiz. Todos vocês sabiam que eu voltaria qualquer dia de qualquer maneira, então não vejo qual é o grande problema.”

Knuckles e Papai se levantam e ficam de pé em ambos os lados de Ace. “Você saiu sem dizer adeus” papai murmura, um olhar confuso e triste em seu rosto. “Eu não entendi, o que aconteceu que fez você sair assim?”

Eu olho entre ele e Ace, as emoções me enchendo, e então me viro para Knuckles, o mais seguro de todos eles. Ele me mostra um pequeno sorriso, um olhar de conforto e agradeço.

“Eu ouvi sua conversa” digo a todos, olhando-os nos olhos. “Eu ouvi como você” eu digo para meu pai, “disse a Ace para fazer o que ele precisava para me fazer ficar. Não posso acreditar no quanto confiei em

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CHANTAL FERNANDO você e o deixei entrar, e depois ouvir isso... Eu não sou uma marionete que você pode tentar controlar. E, para ser honesta, não quero ver nenhum de vocês no futuro próximo. “Eu me viro para Knuckles e pergunto “Você sabia disso?”

Ele fica em silêncio por um momento a mais, me dando a resposta.

“Bem, que bom melhor amigo você é. Você prega sobre lealdade, mas não me deu nada. Muito parte da família, hein?”

“Erin, espere, eu sei que parece ruim, mas...”

Eu corto meu pai. Ele é a última pessoa com quem quero conversar agora. “Você disse a seus homens para ficarem longe de mim porque não queria que eu fizesse parte do seu estilo de vida, e agora tem isso. Não importa que mais tarde você tenha algum plano para usar os sentimentos que eu tinha por Ace contra mim só para conseguir o que queria. E não me faça pensar no fato de que todos o subornaram para subir nas fileiras do clube se ele fizesse o que pediu, o que não era nada menos do que quebrar a porra do meu coração.”

“Erin, não faça isso” papai diz para mim, estendendo a mão e depois retirando-a. “Pelo menos vamos nos sentar e ter uma discussão apropriada. Não é o que você pensa. Eu fodi, tudo bem, mas...”

“Não há mas.”

Pelo menos não desta vez.

Sua mandíbula está apertada e sua expressão está cheia de frustração. O que ele pode dizer? Ele foi pego em suas mentiras, e sim, eu sei que ele me ama. Quero dizer, olhe o que ele estava fazendo só para me deixar ficar com ele por mais tempo, mas porra, não é sobre ele. Ele não pode tomar decisões por mim, especialmente do jeito que tentou fazer.

E quanto ao Ace. Eu acho que ele realmente fará o que seu presidente quiser, inclusive foder com a filha dele.

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CHANTAL FERNANDO “Espere” Ace murmura, balançando a cabeça. “Deixe-me explicar, Erin.”

“O que há para explicar?” Eu digo, zombando. Olho para os meus chinelos e continuo “Vocês desperdiçaram a viagem. Como podem ver, estou bem. Você não precisa se preocupar comigo, e eu com certeza não vou me preocupar com você.”

Eu me viro e caminho de volta para a minha garagem, mas Ace me impede, agarrando meu pulso e me girando. “Eu queria você desde o primeiro segundo em que a vi, mas sabia que você estava fora dos limites. Então, depois que foi envenenada, quando Prez viu que nós gostávamos um do outro, ele mudou de ideia e me deu luz verde, e sim, é porque ele queria que você ficasse, porque ele ama você. Mas você pode realmente me culpar por ter a única opção que eu tive de ser capaz de estar com você sem trair meu MC e minha família? Tudo o que temos é real, princesa.”

Suas palavras têm efeito sobre mim, mas não o deixo ver isso. Ainda estou com raiva e não estou pronta para ouvir o lado dele. Tudo que eu posso ouvir é a conversa deles na minha cabeça, e tudo que eu posso sentir é a dor disso.

“Por favor, saia” digo a todos eles. “Minha vida está aqui e está claro o que vocês realmente pensam de mim.”

Ando de volta para dentro e fecho a porta atrás de mim, com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Os soluços que saem de mim são sons que nunca fiz antes. Como eu os deixei entrar tão facilmente? Eu pensei que tinha encontrado a minha família, onde deveria estar, mas agora eles tiraram isso de mim.

Mesmo agora, apesar de estar com tanta raiva e tudo o que quero fazer é atacá-los, não há mais nada que eu queira do que estar na parte de trás da moto de Ace ou no clube.

Eu não vou confiar neles novamente embora. E eu não sei se posso perdoá-los. Por que as pessoas estão sempre mentindo para mim? Todos sabiam o quanto eu estava magoada com as mentiras que

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CHANTAL FERNANDO mamãe me disse, e fizeram a mesma coisa. Não consigo pensar em nada pior.

Minha mãe espera por mim de braços abertos, e eu odeio que ela provavelmente soubesse que algo assim iria acontecer. Odeio que ela me viu chateada e mostrando emoção. Eu sei que não é certo pensar assim — afinal, ela é minha mãe — mas é nessa situação que ela sabia que eu ia falhar.

Ela estava esperando por isso.

E agora aconteceu.

Eu fui lá, minha cabeça cheia de esperança e sonhos, e cheguei em casa chateada, magoada e traída.

Ela não diz nada e por isso sou grata.

Ouço o barulho das motos enquanto elas saem da minha vida.

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CHANTAL FERNANDO 23

Na manhã seguinte, decido sair da casa e visitar minha amiga Mona da época escola primária. Nós nos vemos pelo menos uma vez por mês, e pensei em ir vê-la, já que queria sair de casa um pouco. Ela não mora muito longe, talvez uma caminhada de quinze minutos, mas pego meu skate para tornar o trajeto ainda mais rápido. Estou no meu ritmo, sorrindo, porque faz tanto tempo desde que andei e aproveitei o sol quente, quando o ouço antes de vê-lo.

“Eu não sabia que você poderia andar de skate” Ace diz atrás de mim.

Coloco meu pé no chão, parando meu movimento. “Você não sabe muitas coisas sobre mim.”

Eu me viro e vejo quando ele me alcança. “Eu posso ver isso. Podemos conversar?”

“O que você está fazendo aqui? Eu pensei que você estivesse em casa ontem” digo, limpando a garganta. Eu não esperava por ele e agora ele me pegou desprevenida. Minha raiva me deixou, agora me sinto resignada, esgotada. Odeio quando olho em seus olhos cinzentos, mesmo agora ainda há aquela faísca. Essa corrente. Eu ainda quero pressionar meu rosto contra seu peito, e permitir que ele me abrace, para esquecer que isso aconteceu para que possamos voltar a como as coisas eram.

Mas não posso fazer isso.

As coisas mudaram e não serei fraca e fingir que não.

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CHANTAL FERNANDO “Eu não vou para casa até que tenhamos uma boa conversa” ele me diz. “Eu vou ficar no motel aqui.” Ele faz uma pausa, em seguida, acrescenta “Porque eles nem sequer têm um hotel adequado. O que há com isso?”

“Cidades pequenas.” Dou de ombros. “Alguns dos apartamentos com serviços não são ruins.”

“Não vim aqui para perguntar suas avaliações sobre serviços de quarto.”

“Você falou nisso” indico. “Agora, se você não se importa, eu tenho um lugar para estar. Estou gostando muito de estar do lado de fora e estou tentando me distrair do fato de que o homem pelo qual eu estava me apaixonando estava apenas comigo porque seu chefe disse isso a ele.”

Ele perde isso, agarrando meu braço e me puxando para ele.

“Você não ouviu nada que eu disse ontem? Ou você estava muito ocupada gritando acusações para ouvir?”

“Oh, eu ouvi o suficiente no clube, não acho que há mais nada a ser dito, Ace” rosno, meu temperamento começando a aparecer junto com o dele.

Eu ouvi o que ele disse ontem. E talvez acredite nele. Mas a confiança se foi e isso não muda o fato de que eles me manipularam. Isso não é tão fácil de esquecer, mesmo que, como disse Ace, tudo entre nós fosse real.

“Todos vocês acham que podem fazer e conseguir o que quiserem, e você não dá a mínima para qualquer outra coisa” rosno de volta para ele. “Quanto tempo você queria me manter lá, hein? Queria me viciar em você? Bem, adivinhe, você já estava no meio do caminho.”

“Você não pode me dizer que estava se apaixonando por mim e depois ir embora, Erin” ele diz para mim, a voz agora calma e controlada. “Eu deveria ter dito a você o que seu pai tinha me dito, para que soubesse que eu estava com você porque eu não poderia não estar, não porque alguém me disse para fazer isso. Eu sou louco por você! Por

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CHANTAL FERNANDO que mais eu estaria aqui, no meio da rua, praticamente implorando por você só para me escutar? Você acha que eu normalmente sou assim? Porque deixe-me dizer, princesa, esta é uma fodida primeira vez. Eu não persigo mulheres.”

Nós dois estamos respirando pesadamente neste momento, olhando nos olhos um do outro, emoções correndo soltas. “É por isso que você estava adiando dormir comigo?” Pergunto a ele, levantando meu queixo. “Você se sentiu um pouco culpado?”

Ele suspira. “Eu queria te contar primeiro, então merda como essa não aconteceria” ele responde, um músculo batendo em sua mandíbula. “E sim, eu acho que não parece certo, mas como eu disse, isso não significa que não tenho sentimentos por você, Erin. E tudo entre nós era real, ninguém é tão bom ator assim. Você não pode fingir ter uma conexão com alguém; está lá ou não está.”

“Talvez tenha sido apenas uma conexão unilateral” eu sussurro, puxando meu braço para fora de seu aperto. “Eu me sinto tão idiota, Ace. Eu sabia que eu estava fora do meu alcance com você, com a coisa da idade, e toda a coisa de motoqueiro, mas pensei que talvez, apenas talvez... nem sei o que pensei.”

“Você acha que eu não sei disso? Foda-se a questão da idade; seu pai é meu presidente, Erin. Você pode tirar sarro de tudo que gosta, mas eu sou fiel ao meu MC. Posso ser fiel ao meu MC e a uma mulher? Certo. Mas quando você é filha dele, as coisas se tornam um pouco complicadas, então, desculpe. Eu fiz o que pude para dar a ele o que queria e estar com você, que é o que eu queria. Importa o que eu disse a ele quando te quis de qualquer maneira? Se eu não te quisesse, minha vida seria muito mais fácil agora. Você nem mora na cidade e está prestes a começar a faculdade e criar seu próprio futuro. Sem mim. Nada nessa situação é ideal, então não aja como se você fosse a única magoada aqui.”

Abro a boca e depois a fecho. Eu nem sei o que dizer sobre isso, porque ele soube dizer perfeitamente, nada sobre essa situação é ideal. Na verdade, tudo está contra nós, além do fato de que ambos parecemos querer um ao outro. Isso é suficiente?

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CHANTAL FERNANDO Dizem que o amor nem sempre é suficiente e, de repente, entendo isso. Há tantos outros fatores que entram em jogo para um casal ficar junto e ter um relacionamento feliz e saudável.

Por que ele está aqui mesmo? Isso não muda nada realmente, exceto que talvez ele possa sair conosco em bons termos, em vez de querer apagá-lo da minha vida e da minha memória. Mas ainda não podemos ficar juntos... Podemos?

Eu odeio que a ideia ainda esteja demorando em minha mente.

“O que você quer de mim, Ace?” Pergunto a ele sem rodeios, só precisando saber onde sua cabeça está agora, porque não tenho ideia.

“Venha para o meu motel comigo” ele murmura, levantando as mãos para cima com as palmas para frente. “Só para conversar, nada mais.”

Eu o estudo, a cautela me enchendo. Estou dividida. Eu realmente não sei por que teríamos mais nada para dizer um ao outro, mas ao mesmo tempo... é Ace. Olho para o meu skate. “Eu disse a minha amiga Mona que iria tomar um café e conversar.”

“Mona se importará se você trouxer um amigo para essa conversa?” Ele pergunta, piscando para mim aquele sorriso encantador.

Eu não sorrio de volta. “Acho que não” digo com hesitação.

Mona mora sozinha em sua casinha que seus pais compraram para ela. Eu volto no meu skate, mas ando mais devagar, para não ser rude. Eu não sei por quê. Eu deveria ser tão rude quanto quero, considerando tudo.

“Papai e Knuckles foram para casa?” Pergunto, olhando para frente.

“Sim, Knuckles teve que pegar suas meninas, e seu pai estava apenas com um humor de merda” ele admite, andando rapidamente para me acompanhar. Ele respira fundo e depois diz “Sinto muito que

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CHANTAL FERNANDO você tenha ouvido essas coisas. Eu sei que é fodido, mas seu pai te ama, ele simplesmente não sabe o que diabos está fazendo, como um pai recém-descoberto.”

“Não tente dar desculpas para ele” digo a ele, franzindo o cenho.

“Ele pediu para você fazer isso também?”

“Não” ele responde, parecendo ofendido por eu pensar nisso.

“Apenas presumi.”

“Quando você vai deixar isso pra lá?” Ele murmura, cerrando os dentes.

Percebo que ele não está acostumado a estar nessa situação. Ele está errado, sabe disso, e pelo que disse, realmente não dava a mínima, normalmente daria as costas.

Mas em vez de fugir, ele está andando comigo, enquanto eu vou de skate para a casa de uma pessoa que ele nem sequer conhece — outra menina que também é da minha idade e provavelmente não terá nada em comum com ele.

“Bem, aconteceu ontem, então eu não sei? Talvez daqui a seis meses? Eu vou te avisar” respondo, sorrindo um pouco doce demais para ser real.

Ele está tão divertido.

“Se soubesse que você viria, teria trazido meu skate extra para você.”

“Ou poderíamos ter andado de moto” ele responde em um tom seco, olhando ao redor da rua. “A que distância fica este lugar?”

“Não muito longe” digo. “Mas longe o suficiente para que você possa me dizer o que quer que queira me dizer sem que eu tenha que voltar para o seu motel.”

Ele pisa na minha frente, bloqueando qualquer movimento possível. “Eu sinto muito. Eu deveria ter dito a você, tanto como estava me sentindo e o que tinha sido pedido de mim. Agora cabe a você optar

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CHANTAL FERNANDO por me perdoar, ou se vai deixar seu orgulho teimoso arruinar algo que poderia ser incrível.”

Eu fico quieta, contemplando suas palavras. Quando chegamos à casa de Mona, bato duas vezes e espero a reação dela quando vê um metro e noventa do delicioso, mas idiota, homem ao meu lado.

“Ei, Erin” ela diz, sorrindo quando abre a porta, seus olhos, em seguida, pousando em Ace. “E oiiiiii para você.”

O sorriso de marca registrada de Ace faz uma aparição. “Eu sou Ace, espero que não se importe se eu me juntar a vocês duas para o café...” Ele olha para mim e sorri. “E conversas.”

Ele é tão esperto.

“Claro que não” Mona diz, gesticulando para nós entrarmos. “Um amigo de Erin é meu amigo.”

Entro e mostro a ela um olhar de olhos arregalados. Ela sorri, mostrando todo tipo de diversão.

“Você é alto” ela diz para Ace, estudando-o.

“Eu sei” ele responde, cruzando os braços sobre o peito. “Então, como você e Erin se conhecem?”

“Nós fomos para a escola juntas praticamente toda a nossa vida” Mona explica enquanto nos sentamos em seus sofás, com Ace ao meu lado e Mona nos encarando.

“Bom, então você saberá toda a merda sobre ela então” Ace murmura, descansando o braço ao longo das costas do sofá, atrás do meu pescoço. “Eu adoraria ouvir como ela era ao crescer.”

Mona ri e compartilha uma olhada comigo. “Ela era uma desordeira, com certeza, mas sempre tinha um coração de ouro. Eu lembro de uma vez que uma garota estava sendo intimidada, então Erin se levantou a favor dela e deu um soco na cara do valentão.” Ela sorri.

“Ela foi suspensa por três dias.”

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CHANTAL FERNANDO “Quantos anos ela tinha?” Ace pergunta, parecendo genuinamente interessado em sua história de minhas travessuras.

“Sete” Mona diz a ele. “E o que eu posso fazer para você beber?”

Ela se vira para mim e diz “Eu estou supondo um café com dois açúcares para você?”

Concordo.

“Ace?” “Eu vou tomar um café preto com dois açúcares, obrigada” ele diz para ela, aproximando-se de mim para que nossos corpos estejam quase se tocando. “É o seu verdadeiro nome Ace?” Ela pergunta a ele quando começa a se mover para a cozinha. “Ou é um apelido?”

“Apelido” ele responde e espero que Mona pergunte seu nome verdadeiro porque eu nem sei qual é.

“Qual é o seu nome verdadeiro?”

Isso!

Eu sempre soube que amava essa garota.

Ele olha para mim como se soubesse o que estou pensando, que esta é a primeira vez que vou ouvir o nome que está em sua certidão de nascimento. “Carson. Carson Kendrick.”

Carson.

“Bem, prazer em conhecê-lo, Carson” Mona diz, desaparecendo para nos fazer nossas bebidas quentes.

“Eu gosto dela” ele diz para mim suavemente, então só eu posso ouvir.

“Ela é uma mulher e ela é bonita, é claro que você gosta dela” eu digo com um rolar de olhos.

“Talvez eu goste dela porque ela não é má.”

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CHANTAL FERNANDO “Talvez não seja malvada porque não ouviu você falando merda sobre ela” respondo, irritada por ele estar trazendo isso de novo e que ele gosta de Mona, o que é absolutamente ridículo.

O que ele fez comigo?

Estou ferrada.

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CHANTAL FERNANDO 24

Mona traz o café, juntamente com um prato de queijo que ela fez para nós.

“Então você foi ao encontro do seu verdadeiro pai e voltou com ele?” Ela pergunta, cortando um pedaço de queijo para seu biscoito.

“Isso soa como uma história que eu gostaria de ouvir.”

“Eu não o trouxe de volta” indico. “Ele me seguiu até aqui.”

“Porque ela saiu sem nem dizer adeus” Ace acrescenta.

“Deixei uma carta” digo a Mona, suspirando. “Ele é velho, achei que uma carta seria mais apropriada do que uma mensagem de texto.”

“Eu não sou velho” ele rosna, olhando para Mona em busca de ajuda. “Ela é sempre assim... assim?”

“Malcriada? Teimosa? Uma dor no rabo?” Mona pergunta, assentindo. “Sim, sim ela é. Mas suas boas qualidades fazem valer a pena suportar as ruins.”

“Eu sei disso, ou não estaria sentado aqui agora” Ace admite, e posso sentir seus olhos em mim, mas olho para Mona ao invés dele.

“Vamos falar sobre você, Mona” digo, mudando de assunto.

“Como vai sua vida amorosa? Alguém novo desde a última vez que falamos?”

“Não” ela responde, parecendo satisfeita com esse fato. “Você deve ir à cidade na próxima vez e encontrar meu próprio homem viking alto, sexy e durão.”

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CHANTAL FERNANDO Suspiro e esfrego a mão no meu rosto. “Não dê a ele um motivo, confie em mim, ele não precisa disso. E ele não é um viking, porque ele não tem barba.”

“Eu posso deixar crescer a barba” ele diz, tocando o queixo como se estivesse imaginando. “Eu já tive uma antes, mas acho que me faz parecer mais velho.”

“Bem, você não iria querer isso” digo com uma cara séria.

“Eu encontrei Clint na mercearia ontem, ele perguntou sobre você” Mona continua, esquecendo o fato de que Ace ainda está ao meu lado.

“Clint ainda mora aqui, hein?” Ace diz, e agora ele é o único com um sorriso falso. “Claro que ele mora.”

“O que isso significa?” Pergunto a ele, franzindo a testa. “Mona e eu moramos aqui também, sabe.”

“Vocês dois discutem como um casal” Mona observa mastigando pensativamente um palito de aipo. “Por que você não me diz por que está tão bravo com ele, Erin, para que eu possa pesar?”

“Porque eu não quero falar sobre isso, ou sobre Ace. Quero falar sobre você e como esteve” bufo, pegando meu próprio aipo e mordendo, duro.

“Nós realmente não podemos excluí-lo da conversa” Mona diz, rindo. Ela está rindo! “É rude. E eu nunca vi você agir assim com um cara antes, então estou muito intrigada.”

“Eu sinto que estamos em terapia de casal agora” resmungo, mastigando. “Quando você vai voltar para casa?” Pergunto a Ace. “Depende.”

“Do quê?” Pergunto, engolindo e olhando para ele.

“De você. De quando me perdoar e perceber que é minha” ele diz casualmente, como se estivesse falando sobre seu dia ou alguma merda. “Não importa o que aconteceu, ou o que vai acontecer,

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CHANTAL FERNANDO princesa. Você é minha. E sabe de uma coisa? Eu sou seu também. Então admita, e então posso ir para casa e esperar você voltar para mim.” Ele faz uma pausa e depois acrescenta “Ou eu voltarei aqui quando puder. Veja, posso me comprometer. Sou flexível.”

Meu queixo cai e o mesmo acontece com o pau de aipo de Mona. Eu não esperava que ele fosse tão honesto e dissesse tudo isso, especialmente na frente de Mona.

Olho para a minha amiga pedindo desculpas. “Obrigada por nos receber, mas preciso ir. Eu vou ter você na minha casa na próxima semana algum dia?”

Ela acena com a cabeça. “Vá e resolva isso. Nós podemos nos atualizar sempre; estou na mesma rua.”

Eu me levanto e dou-lhe um abraço caloroso. “Te amo.”

“Eu também te amo.” Ela olha por cima do meu ombro para Ace. “Cuide dela.”

“Sempre” ele responde, agradecendo a Mona por tê-lo recebido. Eu rapidamente a ajudo a arrumar tudo, depois saio, pegando meu skate da frente de sua casa, onde o deixei.

“Onde você está indo agora?” Ele me pergunta, andando ao meu lado quando coloco o skate e fico em pé sobre ele.

“Eu não sei” sussurro.

E não sei.

Eu poderia ir para casa e tentar me livrar dele e dizer a ele que deveria me esquecer.

Ou posso voltar com ele para o seu motel, realmente ouvir o que tem a dizer, e depois foder seu cérebro.

Ele disse que eu sou dele e que ele é meu, e soou como se quisesse dizer isso.

E se ele está aqui apenas agora porque meu pai ordenou que consertasse as coisas? Ele ficou ofendido quando eu perguntei isso,

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CHANTAL FERNANDO mas certamente pode ver porque isso seria uma preocupação válida para mim. Minha confiança está abalada e não sei o que pensar. Eu não quero que os homens me vejam como fraca, como alguém que podem manipular e conseguir fazer o que quiserem. Talvez Ace esteja certo e meu orgulho seja o problema, mas eu também só quero me proteger. Minha vida foi muito mais simples antes de atravessar as portas do clube dos Cursed Raven, mas não posso me arrepender. Eu descobri muito sobre mim mesma e conheci pessoas que ficarão comigo para sempre.

Acho que preciso escolher.

Vou virar as costas para o MC? Ou vou dar uma segunda chance?

“Eu posso voltar amanhã, se você quiser” ele diz para mim gentilmente. “Não vou a lugar nenhum, Erin. Vou esperar o tempo que quiser.”

Porra.

Por que ele está sendo tão doce?

“Não fique todo mole comigo agora, Ace” digo, tentando aliviar o clima.

Se ele é um idiota eu posso lidar, e posso revidar dez vezes mais. Se é doce...

Merda.

“Vamos voltar para o seu motel” decido, falando com meu coração ao invés do meu cérebro. “Mas só para conversar. Nós não vamos fazer mais nada.”

“Ok” ele responde, e posso ouvir o alívio em seu tom.

“Onde está sua moto?”

“No motel, andei até aqui” ele admite, estendendo a mão para mim. “Caminhe comigo? Eu vou levar seu skate.”

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CHANTAL FERNANDO “Ok” murmuro, pegando o skate e entregando a ele.

Então pego sua mão.

E nós caminhamos juntos de volta para o motel.

“Ele disse que ninguém tocaria em você, mas então viu como estávamos um com o outro, e me puxou de lado e disse que me daria a luz verde com você, mas havia algumas condições” Ace explica.

Enquanto nós dois estamos deitados em sua cama de motel, olhando para o teto. “Ele disse que se eu te machucasse, ia me matar, então é melhor eu ter certeza de que realmente quero você; também disse que eu tinha que fazer o que precisasse fazer para você querer ficar no clube, em vez de voltar para casa. Eu disse a ele que seria honesto com você sobre toda essa merda, porque você merecia saber.”

Fico em silêncio, imaginando o que devo fazer sobre o meu pai. Ele foi muito divertido de se conviver, e sei que uma vez que superou o choque, ele estava muito feliz em me ter em sua vida. Acho que ele precisa aprender que, embora seja presidente de clube e possa controlar seus homens, não pode me controlar. Tenho certeza que isso o frustra, eu não sou nada além de uma garota do campo, afinal de contas, mas um relacionamento entre a filha e o pai não é o mesmo que o que ele tem com as pessoas ao seu redor todos os dias. O plano que ele tinha era egoísta, e me fez ver o outro lado dele, o que eu sabia que estava lá, mas nunca pensei em experimentar tão cedo.

“O que ele disse quando saí?” Pergunto a Ace, deslizando sob a colcha verde feia. Este motel é realmente horrível.

“Ele estava realmente preocupado com você, pensou que algo tinha acontecido, que quem tentou envenenar você tinha te sequestrado ou algo assim” Ace explica, e imagino a cena na minha cabeça. “Ele estava prestes a mandar todos nós em uma missão de busca para encontrá-la, mas então entrei em seu quarto pela segunda vez e dei uma olhada detalhada, e encontrei sua carta. Eu estava

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CHANTAL FERNANDO furioso, mas seu pai parecia magoado e, para ser honesto, nunca o vi assim antes.”

Suavizo um pouco em relação ao meu pai, mas não o suficiente para apagar o que ele fez. Eu sei que vou querer falar com ele de novo, mas ele precisa ver que o que fez não foi bom, e precisa estar disposto a mudar para que nosso relacionamento continue.

“Vocês realmente me machucaram” admito para ele com uma voz suave. Vulnerável. Apenas não queria estar perto dele novamente.

“Você percebe o quão fodida é a coisa toda?”

“Sim” ele sussurra, suspirando profundamente. “Desde que estamos juntos, acho que não passei por isso. Mas você está certa, tenho que me concentrar na sua felicidade, não a minha. Então você faz sua faculdade, e vou te ver quando puder. E quando você estiver pronta para encarar seu pai novamente, pode vir me visitar também.

Eu pisco lentamente algumas vezes. “Você acabou de decidir sem mim que vamos estar em um relacionamento?”

Ele ri baixinho. “Sim, acho que sim, mas depois de ouvir suas palavras ontem, você não precisa me dizer que os sentimentos não são mútuos.”

“Você é um filho da puta tão arrogante de...”

Ele me corta com um beijo suave nos lábios. “Eu sei o que sou, princesa, mas também vou protegê-la com a minha vida. Você pode me xingar sempre que quiser, e confie em mim, vou fazer o mesmo, mas no final do dia, tudo o que realmente quero é você.”

“Então você não vai foder mais ninguém, só vai esperar por mim?” Pergunto, ouvindo o ceticismo em minha própria voz. “Com todas as mulheres se jogando em você? De alguma forma, duvido muito disso, especialmente se não estou por perto e você não faz sexo há anos.”

“Você vai me dar uma chance?” Ele pergunta, rolando para o lado e me olhando nos olhos. “Isso é tudo que estou pedindo. Outra chance de provar.”

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CHANTAL FERNANDO Engulo em seco e aceno com a cabeça. Eu me movo para beijálo, e ele permite, mas apenas por um segundo.

“Eu prometi que nada iria acontecer aqui, lembra?”

“E vai me mostrar que você é um homem de palavra agora?”

Pergunto, franzindo o cenho. “Ace...”

“Posso te levar para jantar hoje à noite?” Ele pergunta, me cortando e beijando minha bochecha. “Você pode me dar um passeio pela cidade e me mostrar por que a ama tanto aqui.”

Concordo.

Como as coisas mudaram bastante de novo, em apenas um dia?

Depois de jantarmos no meu restaurante indiano favorito, caminhamos lado a lado pela rua principal da minha cidade.

“Então este é o seu centro da cidade?” Ele pergunta, soando levemente horrorizado. “É como uma longa rua.”

“Não é tudo o que temos” digo, soando um pouco defensiva, até para os meus próprios ouvidos. “Esta é apenas a rua principal, onde todos os cafés e coisas legais estão.”

“Então esta é a sua cidade?” Ele pergunta, me provocando. “Eu não sei como sobrevive aqui. Você não é uma garota de cidade pequena, Erin.”

“Eu sou o que quero ser” respondo, apontando para a sorveteria.

“Eu trabalhei lá quando estava no ensino médio.”

“Você gosta de sorvete” ele murmura, estendendo a mão e pegando a minha. “Você vê pessoas que conhece em todo lugar que vai?”

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CHANTAL FERNANDO “Erin?” Eu ouço uma voz familiar chamando, assim como essas palavras deixam os lábios de Ace. Merda.

Eu me viro e fico cara a cara com ninguém menos que Clint.

“Oh, ei” digo, cumprimentando. Ele parece o mesmo, com seu jeans com cinto, blusa branca e sorriso ainda mais branco. Seus olhos castanhos me consomem e isso me deixa um pouco desconfortável. Apesar de nos falarmos por texto, já faz um tempo desde que realmente o vi. “Clint, como você está?”

“Bem” ele diz, olhando para Ace, que é alguns centímetros mais alto que ele. “Quem é ele?”

“Este é Ace” digo, percebendo o quão rude estou sendo. “E Ace, este é Clint.”

“Este é o seu ex?” Ace pergunta, parecendo surpreso e enojado.

“Acho que seria você a salvá-lo em qualquer situação.”

Sim, Clint não é muito musculoso ou algo assim. Ele é mais do lado nerd, mas em minha defesa, ele era um dos garotos mais populares da escola, e nunca me senti como se fosse melhor do que ele.

Olho para Ace e reviro os olhos. “Pode parar?”

“Este é o seu novo homem, Erin?” Clint me pergunta, também parecendo surpreso. “Ele parece um criminoso.”

“Eu sou um criminoso” Ace responde, mostrando os dentes. “E não diga o nome da minha mulher novamente. Não gosto que saia da sua boca, e isso pode me levar a fazer algo que Erin pode ficar com raiva de mim.”

“Okaaay, já chega” digo, sorrio desculpando-me com Clint. “Sinto muito, é melhor eu ir embora. Se cuida, ok?”

Clint abre a boca, depois fecha, mas tudo que faço é tirar Ace de lá o mais rápido que posso.

Quando estamos a uma distância segura, diminuo meu ritmo.

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CHANTAL FERNANDO “Ele é um idiota” ele declara, olhando para mim com um olhar gentil em seus olhos. “Ele tinha tudo, perdeu e nem acho que percebeu. Não merece você, no entanto. Esse não é o tipo de homem com quem deveria estar, Erin. Você é muito mais do que a vida que ele lhe daria.”

Exalo lentamente, sem saber o que dizer sobre isso.

Então não falo nada.

Apenas aperto sua mão e caminho com ele pela noite, me sentindo segura, adorada.

E talvez até amada.

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CHANTAL FERNANDO 25

DUAS SEMANAS DEPOIS

“É estranho ver tantos rostos novos” digo a Mona enquanto percorremos o campus. “Essas pessoas ainda moram na cidade? Porque nunca os vi antes.”

“Eu nunca o vi antes também” Mona murmura, assobiando baixinho. “Eu lembraria desse rosto.”

Confiro o cara e aceno. “Ele é bonito.”

“Pessoas de todo o mundo ainda vêm aqui, Erin” ela explica. “Só porque somos uma cidade do interior, isso não os impedirá se tivermos os cursos que eles querem. Ou talvez eles não pudessem conseguir uma vaga em nenhum outro lugar.”

“Isso é verdade. E esta é uma boa faculdade” digo, olhando para os prédios mais antigos. “Não parecia tão grande do lado de fora.”

Mona me dá um olhar conhecedor. “Você vai ficar bem, Erin. E ainda podemos tentar almoçar juntas, dependendo de nossos horários.”

Estou um pouco nervosa. Eu sou mais velha que a maioria das pessoas aqui, por exemplo, o que me faz sentir um pouco envergonhada. Muitas pessoas fazem um ano sabático, mas eu fiz vários. Sei que vou ficar bem, mas é um lugar novo, e não tenho ideia do que estou fazendo ou para onde estou destinada, e é um pouco estressante. Nós nos sentamos na área gramada, esperando nossa primeira aula começar. Mona está estudando negócios, então não vamos estar em nenhuma aula juntas, mas, como ela disse, ainda podemos tentar nos ver. Vejo alguns rostos familiares passando, e por

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CHANTAL FERNANDO isso sou grata. Acho que vou conhecer novos amigos e me reunir com os mais velhos.

Meu telefone toca e abro a mensagem; é de Ace. Boa sorte no seu primeiro dia, princesa. Você será a melhor enfermeira que a faculdade já viu.

Sorrio para mim mesma. Trocamos mensagens e fazemos vídeo chamadas todos os dias desde que foi embora, e ele está planejando voltar para visitar-me neste fim de semana. Falei com meu pai ao telefone e disse que iria vê-lo quando estivesse pronta, contanto que não tentasse puxar nenhuma merda. Ele concordou. Eu não sei se sou perdoadora demais, ou se estou apenas sendo muito dura comigo mesma por perdoá-los, mas isso me faz pensar.

“Olá, senhoras” diz uma voz masculina. Olho para cima para ver dois caras ali de pé. “Vocês se importam se sentarmos aqui?”

Olho em volta do gramado, que tem muito espaço, mas dou de ombros. “Claro, é um gramado livre.”

Talvez Mona goste de um deles? Eles são ambos fofos, e posso vê-los sendo o tipo dela, especialmente o cara que falou. Ele é um pouco formal, bem vestido e tem um bom físico. Quero dizer, nada como Ace, mas bom para os padrões da nossa cidade.

“Obrigado” ele responde, sentando. “Eu sou Glen.”

Eu aperto a mão dele. “Erin.”

“Mona” ela se apresenta, sorrindo para Glen.

Acertei em cheio.

O outro cara, cujo nome é Roger, também se apresenta.

“Somos novos na cidade e não conhecemos ninguém, e vimos duas lindas mulheres sentadas sozinhas, então pensamos em sermos solitários com vocês” Glen explica, sorrindo para Mona. “Estou feliz que fizemos isso.”

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CHANTAL FERNANDO Reviro os olhos e Roger sorri.

“De onde vocês vieram?” Pergunto a Roger, conversando com ele. Ele parece mais tímido do que Glen, que claramente não tem problema em se expor.

“Do leste” ele responde, me contando tudo sobre a cidade em que cresceu. “Viemos aqui para obter nossos diplomas de negócios. A lista das pessoas que saíram dessa faculdade é insana, então queríamos ver o motivo de toda essa agitação.”

“A cidade é um pouco... chata, no entanto” Glen diz, encolhendose. “Mas, ei, estou aqui para estudar, então suponho que quanto menos distrações melhor.”

Compartilho um olhar com Mona, que está prestes a ser sua próxima distração.

“Sim, mas porque não há nada para fazer, você tem certeza de que não vai acabar bêbado o tempo todo? É faculdade, afinal de contas” provoco.

Mona decidiu não ficar nos dormitórios no campus, e por que se ela é dona de sua própria casa a cerca de quarenta e cinco minutos de carro. Eu, por outro lado, queria a experiência completa da faculdade, então estarei morando no campus. Minha companheira de quarto não estava lá esta manhã, então não tenho ideia de quem será, mas espero que nos demos bem.

“Tenho certeza que vou ser capaz de me conter.” Glen sorri, e então ele e Mona começam a falar entre eles.

Olho para Roger e digo “Então, acho que vamos ser velas.”

Ele puxa um doce de alcaçuz vermelho, quebra ao meio e entrega para mim.

Eu já gosto dele. “Obrigada.”

“Parece que sim” ele responde com a boca cheia de doce. “E, ao contrário de Glen, eu provavelmente não vou conseguir me conter.”

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CHANTAL FERNANDO Acabei de me encontrar um amigo de festa?

“Maravilha” respondo, mastigando devagar.

“Você tem um homem?” Ele pergunta, me estudando.

“Sim, por que você pergunta?”

“Bem, deve estar apaixonada, já que você não está dando em cima de mim agora” ele diz, balançando as sobrancelhas.

Eu rio alto. “Você se acha tão incrível, hein?”

“Eu sei” ele responde, mas com um sorriso atrevido, então sei que ele está apenas sendo um espertinho.

“Você é uma daquelas pessoas que começa calado, mas depois nunca se cala?” Pergunto, terminando a última mordida no doce.

“Talvez.”

Olho para a bolsa dele. “Que outras guloseimas você tem aí?”

Seu lábio se contrai e ele abre o zíper. “Pensei que você nunca perguntaria.”

E foi assim que Roger e eu nos tornamos amigos.

Quando todas as minhas aulas terminam, volto para o dormitório, completamente drenada de toda a socialização e novas informações para processar. Abro a porta e entro, vendo que minha colega de quarto chegou e está sentada em sua cama, com o celular na mão. Ela está vestida de preto, da cabeça aos pés, botas, jeans rasgados e um top apertado, mostrando sua figura magra. Seu longo cabelo preto cobre o rosto enquanto ela está digitando furiosamente, e não acho que tenha percebido que entrei.

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CHANTAL FERNANDO “Olá” digo em voz baixa para não assustá-la. Ela não responde, e então percebo que tem fones de ouvido. Passo para o lado dela e toco seu ombro, querendo me apresentar, mas um segundo estou de pé ao lado dela, e no próximo eu estou no chão e ela está de pé em cima de mim, punhos levantados em posição de luta.

“Quem é você?” Ela rosna, olhos castanhos estreitados, o cabelo caindo sobre o rosto como uma cortina. Ela é linda, de uma maneira assustadora, considerando que só me jogou no chão como se eu não pesasse nada.

“Erin. Sua companheira de quarto” respondo, franzindo o nariz.

“Prazer em conhecê-la também, kung fu Barbie.”

Ela estremece e me oferece sua mão, me ajudando. “Desculpe, Erin, foi apenas reflexo. Não se aproxime de mim, porque geralmente é assim que vou reagir.”

“Oh sim, bem, não farei isso de novo” murmuro, tirando o pó da bunda e arrumando minhas roupas.

“Desculpe” ela diz, soando um pouco envergonhada. Ela estende a mão. “Eu sou Clover.”

“Clover, esse é um bom nome” digo a ela, sorrindo. “É bom saber que se alguém tentar entrar, você pode lutar contra eles por nós.”

Ela ri e se senta novamente. “Bem, eu fui criada para não ser a donzela em perigo, mas minha própria heroína.”

Que ótimo pensamento.

“Eu já gosto de você” deixo escapar, indo para a minha própria cama e deitando. “As camas precisam de melhorias, mas tudo bem. É o primeiro dia da vida no dormitório, estou livre e sozinha, e posso fazer o que quiser fazer.”

“Quer assistir Netflix e comer um lanche?” Ela pergunta, amarrando o cabelo para cima, mostrando suas características impressionantes. Ela vai ter todos os homens do campus ofegantes — ela é impressionante.

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CHANTAL FERNANDO “Sim, eu adoraria. Quem precisa beber em excesso quando há compulsão alimentar? Estou certa?”

Embora eu pretenda fazer as duas coisas em algum momento.

Experiência universitária completa, lembra?

Clover ri, abrindo seu laptop antes de olhar para mim, um olhar divertido no rosto. “Que tal a série Sons Of Anarchy?”

“Claro, por que não” respondo, por dentro me encolhendo.

Eu nunca assisti, mas agora vou comparar tudo com a vida real.

E Ace é meu Jax.

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CHANTAL FERNANDO 26

“Clint, oi” digo enquanto o vejo caminhando até mim enquanto espero que meu pedido de comida esteja pronto. Cheguei em casa para passar uma noite com minha família, porque é o aniversário da minha irmã e não tem como eu perder isso. Eu não disse a ela que estava indo embora; em vez disso, disse que a veria no próximo fim de semana para uma comemoração de aniversário tardia. Pedimos comida chinesa, que fui enviada para pegar, enquanto mamãe termina o bolo de Éden. Éden ainda está no trabalho, então quando chegar em casa ela ficará surpresa comigo, o jantar e o bolo de chocolate da minha mãe.

“Erin” ele murmura, arregalando os olhos. E olha ao meu redor.

“Nenhum motoqueiro gigante com você neste momento.”

Eu mudo de pé. “Só eu desta vez.”

“Ele é seu namorado?” me pergunta, se aproximando. E enfia as mãos nos bolsos e me estuda.

Namorado não parece a palavra certa para o que Ace é para mim, mas aceno. “Como você tem estado?”

“Bem” ele responde, com a testa franzida. “Escute, há algo que eu queria dizer a você há algum tempo, e precisa ser cara a cara, mas eu mal a vejo hoje em dia e...”

“O que é?” Pergunto, cruzando os braços sobre o peito.

Ele engole em seco, seu pomo de adão balançando. “Eu sinto muito, Erin. Sabe, sobre tudo o que aconteceu. Eu era jovem e egoísta e não cuidei de você do jeito que deveria, e sinto muito por isso.”

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CHANTAL FERNANDO “Oh” sussurro, os olhos brilhando. Eu não esperava que ele mencionasse isso. É como se fosse um assunto de buracos negros, um assunto sobre o qual nunca se fala, mas que sempre permanece abaixo da superfície, o dano tão irreversível que sempre podemos senti-lo.

“Obrigada” digo a ele. “Pelo pedido de desculpas, eu agradeço.”

Mesmo que eu seja fosse forte o suficiente para perdoá-lo sem isso. Embora quando penso nos problemas de confiança que tenho com os homens, talvez não seja exatamente a verdade.

“Estou muito atrasado” ele murmura, olhando para seus tênis brancos. “Eu era um idiota.” “É passado agora” digo a ele, olhando ao redor do restaurante. “É melhor eu ir. Mas Clint?”

“Sim?” Ando até ele e envolvo meus nele. “Eu perdoei você, agora perdoe a si mesmo.”

Não quero que carregue isso com ele. Nós éramos jovens e fui eu quem caiu. Eu sei que ele sente muito pelo que aconteceu depois, e deveria sentir, mas acho que tudo que podemos fazer é tomar isso como uma lição, e aprender e crescer com isso.

Um sorriso triste, e então deixo o seu lado, não me sentindo mais leve, mas mais feliz por ele.

Nunca vou esquecer o que aconteceu.

Mas isso não significa que não possa ser feliz e ansiosa por tudo à minha frente.

Ser esperançosa.

Eu não vou mais olhar para trás, porque não há mais nada para mim.

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CHANTAL FERNANDO

Eu faço isso nas minhas duas primeiras semanas de faculdade, meus nervos se acalmam quando encontro novas pessoas e me acostumo com o estilo de vida. Quando você começa a se orientar, o campus não é tão grande e não há necessidade de surtar e ir meia hora mais cedo para cada palestra, que foi o que eu fiz nos primeiros dias. Verei Ace novamente hoje e mal posso esperar.

Eu o ouço antes de vê-lo, depois vejo quando ele vem na minha direção, parando no estacionamento do campus. Todos ao meu redor estão observando, imaginando quem ele é; percebo os olhares curiosos em seus rostos. Ele está todo de preto e quando tira o capacete, seu cabelo claro faz a sua aparição, e aqueles olhos cinzentos pousam diretamente em mim, como se soubesse exatamente onde eu estava o tempo todo. Com um pequeno sorriso, corro em direção a ele e pulo em seus braços, apertando-o com força.

“Bem onde você pertence” ele murmura, beijando minha bochecha, depois meus lábios. Deslizo pelo seu corpo, mas não o solto, meus braços ao redor de seus quadris.

“Senti sua falta” digo a ele.

“Eu também” ele responde, entregando-me o meu capacete preto-e-pink. “Você está pronta para sair daqui?”

Aceno e coloco meu capacete, esperando que ele suba antes que eu deslize nas costas atrás dele, segurando-o. Este é o meu lar. Na parte de trás de sua moto, meus braços em volta dele, sem outras preocupações no mundo. Eu senti falta desse sentimento, e dele, muito. O passeio para o motel é mais rápido que eu teria gostado, mas desfruto mesmo assim.

Ele rapidamente entra, e caminhamos para o quarto, de mãos dadas, só soltando quando ele tem que abrir a porta.

A porta bate atrás de nós, e seus lábios estão nos meus, e estamos recuperando o tempo perdido da melhor maneira possível. Ele

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CHANTAL FERNANDO me despe rapidamente, depois joga meu corpo nu na cama, antes de tirar a roupa e pressionar sua pele nua contra a minha.

“Porra, senti sua falta” ele grita, beijando meu pescoço. “Eu estava duro todo o caminho até aqui. Foi uma tortura.”

“Eu também senti sua falta, Ace” digo sem fôlego. “Deixe-me te mostrar o quanto.”

Eu tento jogá-lo de costas, mas ele não se move, então bato no ombro dele. Um beijo profundo e demorado e então ele me pega, deitando na cama com os braços cruzados atrás da cabeça. Eu levo um segundo para apreciar a beleza que é ele, da cabeça ao pau e de volta novamente.

“Você é incrível” murmuro, movendo-me para montá-lo, em seguida, me inclinando para frente e o beijando, enquanto minha mão alcança entre nós para acariciar seu grande pau, meus seios pressionados contra seu peito.

“E você é tão linda” ele sussurra, sua língua tocando a minha. Eu coloco seu pau na minha entrada e lentamente empurro para baixo até que ele esteja dentro. Isso parece diferente, de uma maneira boa, e de repente percebo por quê.

“Nós não estamos usando proteção!” Sussurro, começando a surtar. “Eu estou tomando pílula, mas...”

“Mas o que?” Ele me pergunta, segurando meus quadris e começando a empurrar. “Fui checado recentemente e não estive com ninguém além de você, então estou bem.”

“Você tem certeza?”

“Você tem certeza de que está tomando a pílula?” Ele responde descaradamente, rolando-me de costas e se esfregando contra mim.

“Claro que tenho certeza. Eu não vou colocar você em perigo, Erin.”

Seus lábios cortam qualquer resposta que eu poderia ter.

Porra, é tão bom tê-lo de volta.

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CHANTAL FERNANDO

Eu não sei porque, mas me sinto um pouco nervosa trazendo Ace para conhecer todos os meus amigos. Mona ele já conhece, mas é um pouco estranho misturar ambos os meus mundos, especialmente porque eles são tão diferentes, e não tenho ideia de como isso vai acontecer. Todos tínhamos decidido jantar e beber em um bar local, algo casual. Chegamos em sua moto, e sinto falta da chance que tive de aprender a montá-la e enfrentar o meu medo. Ainda espero que um dia possa continuar minhas lições, mesmo que seja Ace me ensinando.

Eu me sinto meio merda por perdoar Ace, mas ainda não perdoei o meu pai. Provavelmente deveria ser o contrário, família em primeiro lugar. Papai realmente me machucou, mas não sei se estou descontando nele porque não é meu primeiro pai a me decepcionar.

Mas ele é meu pai.

E eu amo ele. E já perdi muitos anos com ele.

E sinto falta dos homens. Knuckles, Dreads, Rogue, e até aqueles que eu não conhecia tão bem. Eles são uma equipe heterogênea de diferentes personalidades e temperamentos malucos, mas de alguma forma todos se dão bem juntos.

“Acho que quero ver o meu pai” digo a Ace enquanto caminhamos em direção à entrada.

“Ele vai amar isso” ele diz para mim, abrindo a porta. “Ele tem sido um fodido miserável e mal-humorado como merda desde que você foi embora, e está descontando em todos nós.” Tenho certeza de ouvilo murmurar baixinho “Especialmente eu.”

Vejo Mona, Glen e Roger sentados em uma cabine, cercados por mais de três bebidas.

“Por aqui” digo a Ace, levando-o com a minha mão na dele.

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CHANTAL FERNANDO “Erin!” Mona chama, acenando com os dedos para mim. “Aí está você.”

“Ei, pessoal” digo. “Este é Ace. Ace este é Glen e Roger, e você conhece Mona. Onde está Clo?” “Ela deve estar a caminho” Mona diz, deslizando pelo sofá.

“Venha se sentar. O que você quer beber?”

“Eu vou pedir alguma coisa” Ace diz, beijando no topo da minha cabeça. “O que você quer?”

“Só vou tomar um coquetel de algum tipo — me surpreenda” digo a ele.

Ele caminha até o bar e todos nós o observamos.

“Não admira que tenha recusado todos os caras que chegaram em você quando tem a ele” Roger diz, de queixo caído. “Quero dizer, você é bonita, Erin, mas como diabos você conseguiu ele?”

Eu jogo um guardanapo nele. “Idiota.”

“Eu só estou dizendo” ele diz, olhando para Ace. “Eu não sou gay, mas ele pode ser capaz de me influenciar.”

“Você pode dizer mais alto? Eu não acho que as pessoas do outro lado do bar te ouviram” sussurro, revirando os olhos.

“Ele não é mais quente do que eu, é Mona?” Glen pergunta, estreitando os olhos sobre ela.

“Não, claro que não” Mona diz, mas quando ele vira a cabeça, ela diz ‘Sim, ele é’ para Roger e eu. Quando começamos a rir, Glen começa a perguntar por que, o que só nos faz rir mais. Ace volta para a mesa com um coquetel e uma cerveja e se senta ao meu lado.

“Obrigada” digo, tomando um gole e recebendo um delicioso sabor de canela. “Isso é tão bom. Quer experimentar um pouco?”

Ele dá um gole rápido e acena com a cabeça. “Isso não é nada mal.”

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CHANTAL FERNANDO A conversa começa a fluir e percebo Ace fingindo que Roger não existe. Ele não olha para o seu lado, ou o envolve em qualquer conversa, mesmo que ele faça com Mona e Glen. Não consigo pensar em nenhuma razão pela qual ele não gostaria de Roger além de passarmos tempo juntos sozinhos. Não há absolutamente nenhuma atração entre mim e Roger, apenas amizade pura, então ele não tem nada para se preocupar. Acho que se Ace saísse com uma garota o tempo todo, eu meio que estaria imaginando quem é a garota e assumindo que ela queria o meu homem. É Roger embora.

Eu não posso nem levá-lo a sério e a ideia de ser mais do que amiga dele me faz estremecer.

Abaixo meu coquetel e tento aproveitar o resto da noite.

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CHANTAL FERNANDO 27

Estou de pé ao lado da moto de Ace quando Clover finalmente para e sai do carro. Noto olhando Ace um pouco com cautela, e então olha ao lado dele e me vê, então se aproxima.

“Quem é você?” Ela pergunta a Ace, depois vira a cabeça para mim. “Você está bem?”

“Eu estou bem” digo a ela, franzindo a testa. “Este é o meu homem, Ace. Ace, esta é minha colega de quarto, Clover.”

“Seu homem é um motoqueiro?” Clover pergunta, trabalhando atrás de seus olhos cor de avelã.

algo

“Sim, eu sou” Ace responde, estudando Clover. “Clover, ei. Onde eu já ouvi esse nome antes?”

Clover encolhe os ombros e coloca as mãos nos bolsos da calça jeans. “Há alguns de nós por aí. Você é de um MC? Não está usando nenhum emblema.”

“Estou aqui apenas para ver Erin, não em qualquer assunto do clube, então escolhi não usá-lo” Ace explica, franzindo a testa. “E o que você sabe sobre isso?”

Ela encolhe os ombros mais uma vez. “Erin e eu temos assistido Sons of Anarchy, o que eu posso dizer? Estou curiosa.” Ela se vira para mim. “Desculpe estou atrasada, Erin. Vai embora agora?”

Concordo. “Sim, mas todo mundo ainda está lá dentro.”

“Tudo bem, eu vou te ver na segunda-feira, então?” Ela me pergunta e eu aceno.

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO Ela sorri e se dirige para dentro do bar, deixando-me um pouco confusa com seu comportamento. Ela parecia quase desconfiada e não gostou do fato de que Ace ser um motoqueiro. Eu posso não saber muito nesta vida, mas meu instinto me diz que há mais em Clover do que ela está deixando transparecer.

“Essa é a sua companheira de quarto?” Ele pergunta, com um olhar estranho no rosto.

Eu concordo. “Ela é incrível, Ace. Ela é seriamente foda. E tenho certeza de que você percebeu que ela também é uma gostosa total.”

Não digo isso de uma maneira ciumenta, apenas declarando um fato.

Eu pego meu capacete na mão e sorrio para ele. Nós só tivemos uma bebida, seguida de jantar, porque sabíamos que estávamos indo para casa, mas ainda sinto esse zumbido. Eu sempre faço quando estou perto dele.

“Você se divertiu comigo e todos os meus amigos legais?”

Provoco, brincando cutucando-o com meu ombro.

“Eu sempre me divirto quando você está por perto” ele diz com um olhar encantador. “Knuckles estava me dizendo outro dia como você é uma das pessoas favoritas dele para tomar uma bebida depois que vocês dois se divertiram tanto naquela noite.”

“Nós realmente nos divertimos” digo melancolicamente, olhando para baixo. “Sinto falta de todos eles. Eu estava pensando nisso no caminho até aqui.”

“Você seria bem recebida de volta com os braços abertos” Ace diz em um tom suave. “Até mesmo o seu pai teimoso-idiota.”

Eu decido mudar de assunto. “Você quer fazer outra coisa agora? Ou apenas voltar para o motel e relaxar?”

“Vamos voltar” ele diz, um brilho de luxúria em seus olhos. “Mas vamos fazer mais do que relaxar.”

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CHANTAL FERNANDO “O que vamos fazer?” Pergunto com uma cara séria. “Eles têm alguns jogos de tabuleiro no motel. Monopólio?”

Ele me puxa para perto e sussurra no meu ouvido. “Eu vou te foder no chuveiro, contra os azulejos, e então vou te jogar na cama e comer sua buceta até você gozar tantas vezes que vai me afastar.”

“Oh” abro a boca, lambendo meus lábios secos de repente. “Bem, o que estamos esperando, então? Vamos lá.”

Ele me beija, só para me dar um gostinho do que está por vir, e depois pega sua moto.

Eu faço o mesmo.

Eu nunca fiz sexo no chuveiro antes, mas está na minha lista de desejos.

Outro desejo realizado.

Ace sai na segunda de manhã e eu volto para a vida universitária. Vou para casa jantar com mamãe, Brock e Éden na terça-feira, porque só estou a quarenta e cinco minutos de distância e esperam que eu passe pelo menos uma vez por semana. Éden vem e me pega, e nós conversamos toda a volta para casa. Eu nunca estive longe dela, e é uma mudança.

“Você falou com Gage?” Mamãe pergunta na mesa de jantar na frente de todos.

“Por quê?” Pergunto a ela, enfiando o garfo em uma batata assada. Ela nunca pode deixar nada em paz.

“Porque você estava muito chateada da última vez que ele veio aqui, então estou apenas curiosa” ela diz, tomando um gole de seu vinho tinto.

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CHANTAL FERNANDO “Eu falei com ele pelo telefone, mas estou pensando em ir lá no próximo fim de semana para visitar” digo, dizendo a verdade, mas sabendo que ela vai odiar.

“Eu pensei que você ia deixar tudo isso” ela responde em um tom de desaprovação.

“Ele é da família. Como você deixa isso pra lá?” Pergunto a ela, mantendo o tom uniforme. Tento mudar de assunto. “Como está tudo no trabalho?”

“Bem” ela responde, mastigando e engolindo antes de continuar.

“Estou pensando em me candidatar para o cargo de vice-diretora.”

“Isso soa maravilhoso” digo a ela, querendo realmente dizer isso.

“E você, pai? Como está tudo na sua escola?”

Ele ensina em uma escola local, enquanto minha mãe ensina no ensino fundamental. Eles se encontraram na igreja e o resto, como dizem, é história.

“Está bem, querida” ele responde, gentis olhos castanhos em mim. “Mesma coisa de sempre. Não é tão interessante quanto sua experiência universitária até agora, eu prometo.”

“Algum garoto em quem você está interessado?” Mamãe insere, olhando para o marido. “Sabe, eu realmente vi Clint no outro dia. Ele parece bem em forma.” Ótimo.

Minha mãe não sabe sobre Clint, ou qualquer coisa que aconteceu depois do acidente.

“Não, não há garotos” digo a ela, e, tecnicamente, não estou mentindo.

Porque Ace é todo homem.

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CHANTAL FERNANDO

Ace se oferece para vir me buscar na sexta-feira depois da minha última aula, mas digo a ele para não se preocupar com isso, que vou pegar o ônibus. Não há nenhum ponto nele montando todo esse caminho só para me dar uma carona, mas é muito bom que queira. Será às 21horas quando o ônibus chegar, mas significa que tenho uma noite extra lá do que se saísse amanhã de manhã. Eu ouço música durante toda a viagem, com os olhos fechados, sonhando acordada e cochilando. Eu não me importo com o ônibus, se estou sendo honesta, embora veja a maneira como as pessoas se encolhem toda vez que digo a elas que leva algumas horas para chegar à cidade. Estou acostumada com isso e é um momento em que estou sozinha com meus pensamentos silenciosos.

Pego minha bolsa quando estamos perto da estação, e sorrio para mim quando vejo Ace já esperando por mim. Ele tem um buquê de flores na mão e rio baixinho, divertindo-me com o gesto romântico. Eu não achei que tivesse um osso romântico nele, mas aqui está ele com duas dúzias de rosas vermelhas. Ele atravessa a estrada para chegar até mim e me beija na frente de todos, não dando a mínima para quem está assistindo.

“Para você” ele diz, entregando-me as rosas. Ele pega minha mala para mim e depois caminha comigo até o carro.

“Este é o seu carro?” Pergunto a ele uma vez que estamos instalados.

“Temos alguns para todos usarmos” ele explica, os olhos não me deixando, como se estivesse com fome apenas por me ver. “Então, apenas usamos o que estiver disponível. Às vezes as motos não são convenientes quando você precisa fazer merda.”

“Como pegar sua namorada com as mãos cheias de rosas?”

Pergunto, quando ele chega sua mão direita para descansar na minha coxa.

“Exatamente como isso.”

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CHANTAL FERNANDO Dizer namorado e namorada soa tão jovem, e me pergunto se isso soa estranho para ele. O que mais posso dizer? Parceiro? Eu sinto que isso é mais para relações de fato. Eu vou apenas dizer que ele é meu homem. Isso soa melhor.

“Estou tão feliz que você está voltando para casa” ele diz para mim, suspirando em contentamento. “Foi uma sensação de merda quando você saiu assim, e pensei que nunca voltaria.”

“Eu sei que o MC é tudo para você” digo a ele, olhando pela janela. “E acho que antes de tudo acontecer, eu estava começando a amar tudo sobre isso também.”

“Talvez você possa novamente” ele diz, apertando minha coxa.

“Depois que dar ao seu pai o inferno, assim como me deu.”

“O seu foi mais fácil” digo a ele, rindo.

“Eu sei” ele diz, soando sincero.

Ele estaciona o carro e está checando o telefone enquanto saio e olho para o clube, para aquelas portas de entrada familiares que mudaram a minha vida no segundo em que passei por elas. Ace então sai e pega minha bolsa, e seguro minhas rosas no peito, como se elas pudessem me proteger de enfrentar todos novamente, depois que eles sabiam o quão chateada eu estava. Eu me pergunto se os homens vão agir de forma diferente em relação a mim. Papai vai me abraçar ou será um pouco inseguro e reservado?

Porra.

Espero que não seja muito estranho.

Ace abre a porta para mim e entro, me preparando para a reação deles.

Eu posso fazer isso.

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CHANTAL FERNANDO 28

“Bem-vinda, Erin!” Todo mundo grita, me fazendo pular e quase deixar cair minhas rosas.

“Caramba” sussurro, absorvendo os balões, as decorações, e todo o MC que se reuniu para me surpreender.

Há uma placa que diz BEM-VINDA EM CASA, ERIN. DESCULPE, NÓS SOMOS IDIOTAS. Papai está no meio, um sorriso triste brincando em seus lábios. Eu vou para ele primeiro e dou-lhe um abraço, querendo mostrar meu respeito não só ao presidente, mas também ao meu pai. Temos muito que conversar e estarei dizendo a ele tudo o que quero, mas isso será em particular.

“Obrigado por ter voltado” ele diz para mim, o tom áspero.

“Espero que você não se importe, os homens queriam dar uma festa para você.”

“Eu sempre amo uma boa festa” digo a ele, correndo para Knuckles quando o vejo em pé no canto.

Dou a ele o maior abraço. “Você estava com saudades de mim?”

“Não, você sentiu minha falta?” Ele responde, me apertando com tanta força que mal posso respirar.

“Nem um pouco.”

Nós compartilhamos um sorriso.

“O lugar tem sido chato sem você, Trouble” ele diz baixinho, só para eu ouvir.

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CHANTAL FERNANDO “O que? Você quer dizer que ninguém está tentando matar mais ninguém?”

Ele solta uma risada. “Não. Está quieto como o inferno. Estou feliz em ter você de volta.”

“Fico feliz em estar de volta” digo, dando-lhe um beijo na bochecha barbada.

Ace vem e me agarra pela cintura, e é tão estranho poder ser carinhosa com ele na frente do MC agora. É um sentimento muito bom.

“Então, quem fez a bandeira?” Pergunto, olhando mais uma vez.

“Isso realmente fez a minha noite.”

“Esse seria eu” Knuckles diz, esfregando as mãos juntas. “Eu achei que gostaria. Realmente foi o toque final, acho.” “É perfeita” digo a ele. “Obrigada, Knuckles. Eu também gosto de como todo mundo é chamado de idiota só porque pertencem ao MC, mesmo que eles não tenham feito nada.”

“Sim, mas todo mundo sabia sobre isso, então basicamente somos todos idiotas.”

“Eu não vou discutir com você.”

A música começa a tocar e Verônica traz bandejas de comida para todos. Ela vem e me dá um abraço demorado e me pergunta como estive.

“Não foi tão ruim, como você tem estado?” Respondo, sorrindo para ela.

“Muito melhor agora que você está de volta” ela diz, oferecendome uma quiche. Eu tomo uma e agradeço a ela.

“O lugar não era o mesmo sem você” ela continua, suspirando profundamente. “Espero que você goste da quiche.”

“Elas parecem boas” digo a ela.

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CHANTAL FERNANDO Tudo o que posso pensar, porém, é que é melhor alguém comer a comida antes de mim, ou pode acabar como aconteceu da última vez. Ótimo, ser envenenada me arruinou para a minha coisa favorita no mundo.

Comida.

“Ei, Dreads” digo para Mac, dando-lhe um abraço. “Como você tem estado?”

“Bem” ele responde, levantando um baseado aos lábios.

“Sentimos sua falta por aqui.”

“Eu ouvi.”

Shack vem e diz olá e me dá um abraço. Que mudança desde a primeira noite que eu o conheci. Vou até a cozinha para encontrar um vaso para as flores, parando quando vejo Paulina e sua amiga lá conversando.

Sobre mim.

“Eu não sei por que diabos ela está voltando de novo”, rosna Paulina, as mãos nos quadris. “Foi muito melhor quando ela saiu. Nós podemos fazer o que quisermos. Agora temos que agir de novo com cuidado. E é uma porra de clube de motoqueiros; devemos ser capazes de fazer o que queremos. Como se eu quisesse sair por aí e foder Ace agora, eu deveria ser capaz” Eu vejo vermelho.

Estou prestes a dizer algo a ela quando a amiga dela diz “Ace está fora, Paulina. Ele não vai trair ela, você tentou e ele te rejeitou, então talvez deva se concentrar em um dos outros homens. E quanto a Rogue? Ele é VP e é gostoso.”

Espere um segundo.

Ela tentou?

Foder Ace? Essa cadela tem que sair.

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CHANTAL FERNANDO Entro na cozinha, procurando o vaso que vi no armário da última vez que estive aqui. Eu o puxo para fora, preencho com água, e então coloco minhas lindas rosas nela.

“Belas, não são?” Eu digo para elas, sorrindo um pouco docemente demais.

Ambas parecem desconfortáveis, provavelmente se perguntando se ouvi a conversa delas. Elas não têm poder aqui. Uma palavra para o meu pai e sei que ele iria expulsá-las permanentemente, mas não quero fazer isso. Preciso lidar com as coisas por mim mesma, como a mulher de Ace, não como a filha do presidente. Seco as mãos, então me movo para encarar Paulina.

Eu a olho com os olhos inexpressivos e digo “Ace é meu. Se você olhar na direção dele, vai se arrepender.” Ela tenta falar, mas levanto minha mão. “Eu não terminei de falar. Eu sei que você o fodeu no passado, blá, blá, e não me importo, porque isso foi antes de ele me conhecer. Eu ouvi o suficiente entre você e sua amiga sem nome aqui para saber que ele claramente não quer você.”

“Eu não estou com medo de você, sua puta do caralho” ela grita na minha cara. “Os homens aqui me amam demais para me ver partir, e isso inclui seu precioso Ace. Enquanto você está na faculdade, quem acha que estará aqui esperando que Ace ceda aos seus desejos? Para satisfazer suas necessidades? Eu sei o quão bom ele é com as mãos... e a boca.”

“Você é repugnante e não tem respeito próprio.”

“Oh, guarde sua santidade. Você não pode me julgar. Estou perfeitamente feliz. Quem sabe, talvez seu pai mostre interesse de novo.” Ela registra o choque no meu rosto. “Oh sim, eu também fodi seu pai.”

Ok, isso é um nível diferente de nojo. Meus ouvidos não podem ouvir essa merda.

Sem pensar, levanto o meu punho e a soco no rosto.

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CHANTAL FERNANDO “Ai” eu murmuro uma e outra vez, segurando minha mão; ela cobre o rosto enquanto o sangue começa a pingar de seu nariz. Espero que esteja quebrado, cadela suja. É Rogue quem entra primeiro e vê o que acaba de acontecer.

“Erin, onde está meu abraço...” Ele se vira, vendo o sangue. “Ah Merda. O que aconteceu aqui?”

Knuckles entra em seguida e casualmente vê a cena. E então olha para mim, sem perder o ritmo, e diz: “As coisas sempre ficam mais interessantes no segundo em que passa pela porta. Como você faz isso?”

Rogue pega uma toalha e entrega para Paulina. “Pare o sangramento.” “É só um pouco de sangue; ela não vai morrer” digo, assim que Ace entra, ouvindo minhas palavras.

“Jesus Cristo” ele murmura, olhando entre mim e Paulina. “O que você fez?” Ele se aproxima dela como se quisesse ajudar, até eu dizer “Toque nela e você será o próximo.”

Ele para no meio do caminho e se vira para mim.

“Erin se transformou em uma selvagem” Rogue anuncia, olhos azuis mais largos do que já vi.

Faço uma anotação mental para agradecer a Clover por me ensinar como fazer um gancho malvado.

“Uma selvagem ou uma Raven?” Knuckles dispara de volta, me estudando.

Ace pega meus braços e me puxa para fora da cozinha, de volta para a festa, onde os membros não têm ideia de que sua prostituta do clube acabou de aprender uma lição. Ele me leva ao bar e nos serve uma bebida.

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CHANTAL FERNANDO “O que aconteceu?” Ele exige, bebendo sua bebida como se realmente precisasse. “Você esteve aqui, tipo, cinco minutos, e sabe que eu não a toquei, ou não confia em mim?”

“Eu confio em você” digo a ele. Eu não menciono que a outra garota confirmou que Ace não fez nada. “Mas não gosto de alguém me dizendo como elas foderam tanto meu homem quanto meu pai. Você sabe o quão fodido isso é? Preciso de álcool para esquecer que já ouvi isso, porque estou fodidamente traumatizada.”

Papai vem até nós. “O que aconteceu?”

“Erin socou Paulina” Ace diz, estremecendo. “E acredite em mim, você não quer saber o porquê.”

“Eu disse Paulina e Jessie para sair, por que elas ainda estão aqui?” Ele pergunta, apertando a mandíbula. “Você está bem, Erin?”

Jessie.

A outra garota finalmente tem um nome.

“Nada que uma garrafa de vodca não consiga curar” digo a ele, bebendo minha bebida diante de seus olhos. “Na verdade, talvez não haja nada que cure descobrir que seu pai e seu homem dormiram com a mesma mulher e tê-lo jogando na sua cara.”

Papai recua, seu rosto fica vermelho, com raiva ou vergonha, não sei. “Com licença” ele diz, em seguida, ataca a cozinha.

Eu olho para Ace, que está olhando para baixo em sua bebida como se de repente tivesse todas as respostas da vida.

“Shots de vodka?” Pergunto. É a melhor ideia que já tive.

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CHANTAL FERNANDO 29

“Onde você aprendeu a socar assim?” Ace me pergunta, com a testa franzida. “Eu nunca pensei que fosse uma lutadora.”

“Minha colega de quarto me ensinou” explico para ele. “Ela é faixa preta de karatê e conhece todo tipo de merda.”

Knuckles se senta ao nosso lado. “Você está tentando pegar meu emprego? Você quer ser o executor dos Cursed Raven agora?”

Mostro a língua para ele. “Só quando se trata das mulheres.”

“Você quebrou o nariz dela” ele me diz, parecendo divertido, surpreso e um pouco orgulhoso.

“Bem, felizmente não é pelo nariz que vocês precisam dela” digo, mostrando um sorriso falso.

“Ei, não olhe para mim! Eu nunca fui lá” Knuckles admite, levantando as pernas na mesa de café à nossa frente. “Mas você não pode ir lutar com todas as mulheres com quem estivemos.”

“Bem, espero que nem todas sejam tão desagradáveis.”

“Você está fazendo com que ela reviva” Ace diz a Knuckles. “Olha, ela está ficando com raiva de novo.”

“Ei, ela não é minha mulher. É minha melhor amiga, então não vai descontar em mim” ele diz alegremente, levando a cerveja aos lábios. “E ela se defendeu. Eu não sei porque todo mundo está ficando tão preocupado com isso. Ela fez o que sentiu que precisava, para obter respeito. E eu respeito isso.”

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CHANTAL FERNANDO “Porque ela era doce e inocente quando passou por aquelas portas” Ace aponta, franzindo a testa. “Ela não tinha isso nela de socar alguém na cara.”

“E agora ela tem. E precisa disso para sobreviver por aqui; não pode ir correndo para o papai ou para você por tudo, se quer ser respeitada, Ace” Knuckles tenta explicar para ele. “Eu sei que ela é sua mulher, sua princesa ou qualquer outra coisa, mas ainda tem que viver aqui com todo mundo, incluindo as mulheres. E você não pode salvála de todas as mulheres, mesmo se quisesse.”

Ace suspira, como se pudesse sentir o peso do mundo em seus ombros. Estendo a mão e tomo sua mão; dou um aperto. “Knuckles está certo, você não pode me salvar das mulheres. E também está certo de que não é da minha natureza usual bater em alguém, mas ela me empurrou e está me empurrando. Então podemos esquecer isso e tentar aproveitar minha festa de boas-vindas, por favor?”

Eu me movo, então estou sentada em seu colo, com as pernas para o lado, e dou-lhe um beijo doce nos lábios. “Então, o que mais eu perdi por aqui?”

“Não muito” Ace me diz, passando a mão pelas minhas costas.

“Estamos trabalhando e acompanhando todos os empreendimentos comerciais. Nós fomos a outra corrida ontem, sobre a qual eu falei. Foi tão bom ter todos nós juntos.”

“Nós tivemos outra visita também” acrescenta Knuckles. “Então, outros Cursed Raven, mas de áreas diferentes. Ah, e Rogue entrou em uma briga com dois membros do Devils Gate.”

“Devils Gate?” Pergunto, olhando entre eles.

“Outro MC, com o qual não estamos exatamente em bons termos” Ace explica, tocando meu cabelo. “Rogue estava em um bar de motoqueiros e encontrou dois de seus membros. Eles começaram a falar merda e Rogue os fez pagar por isso. A tensão está alta agora, então estamos sendo muito cuidadosos. Não queremos que nenhum deles nos pegue sozinho.”

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CHANTAL FERNANDO “Isso é meio assustador” admito, aconchegando-me em Ace. “O que eles fariam se encontrassem um de vocês e houvesse um grande grupo deles?”

“Se ninguém estivesse por perto, eles nos matariam” Knuckles diz, um pouco casual demais para o meu gosto. Por que eles não parecem muito preocupados com esse fato? Saber que um grupo de homens iria matá-lo se tivessem a chance deve ser uma situação estressante. Você teria que vigiar suas costas o tempo todo e nunca saberia quando um dos seus irmãos poderia se meter em encrencas. Isso deve ser normal para eles, e a realidade disso é tanto alucinante quanto aterrorizante.

“Se for em público, não há muito que eles possam fazer além de lutar. As pessoas chamam a polícia, e nenhum de nós quer policiais envolvidos em nossos negócios.”

Toda vez que penso que estou finalmente me acostumando com esse mundo, aprendo algo assim. Eu ainda quero saber? Não é como se eles tivessem mudado ou parassem de fazer o que faz há anos por mim. Apesar de ser completamente contra quem sou, deixo passar. Não há nada que eu possa fazer.

“Isso faz sentido” digo, esticando o pescoço de um lado para o outro. “Eu preciso de uma massagem.”

“Vou te dar uma hoje à noite” Ace diz no meu ouvido. “E depois, vou fazer você gritar meu nome.”

Minhas bochechas esquentam e olho para Knuckles para ver se ouviu isso, mas ele está ocupado conversando com Dreads, que veio se sentar do outro lado dele.

Rogue também se junta a nós, seus olhos azuis cheios de humor.

“Eu não posso acreditar que você quebrou o nariz de Paulina.”

“Eu fiz isso por você. Eu as ouvi dizendo que você é o próximo da lista de alvos” provoco, e depois pergunto a todos “Vocês acham que foi ela quem tentou me envenenar?”

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CHANTAL FERNANDO “Eu não sei” Rogue responde primeiro. “Se fosse, eu não acho que estaria agindo sozinha; ela não é muito inteligente.”

“Ela tem os motivos” Dreads acrescenta, esfregando as mãos em sua última camiseta tingida. “Ela quer Ace, e agora com Erin aqui, não pode tê-lo ou vagar livremente no clube. Além disso, está com ciúmes porque Erin é muito mais gostosa.”

“Aw, obrigada, Dreads” digo, piscando-lhe um sorriso bêbado.

“Eu acho que sou mais quente também.”

“Isso nunca foi uma pergunta” Ace diz, balançando a cabeça.

“Ninguém é mais quente que você.”

“Veja, é por isso que eu te amo” digo, dando-lhe um beijo. Estou prestes a virar e dizer alguma coisa para Knuckles quando percebo o que acabei de dizer. “Oh, foda-se.”

“Você não pode retirar o que disse agora” ele murmura, parecendo divertido e feliz. “Você me ama e sabe o que isso significa?”

“Você vai correr porque você tem fobia de compromisso?”

Pergunto, encolhendo. “Também imagino que o pensamento de apenas uma buceta, provavelmente, assusta a merda fora de você.”

“Na verdade, significa que você está presa comigo, porque eu acho que também te amo” ele diz, beijando minha bochecha carinhosamente.

Eu estreito meus olhos nele. “Você acabou de dizer que acha que me ama? Acha? Você ouviu isso, Knuckles?”

“Eu ouvi. É muito difícil de não ouvir quando você está falando tão alto” Knuckles diz.

“Estou usando minha voz interior” digo, balbuciando um pouco quando os shots começam a me atingir. “Oh, ei, esta é uma ótima música. Você vai dançar comigo, Ace?” Eu pulo de seu colo e o puxo para cima, movendo meus quadris de um lado para o outro, e levantando minha mão livre acima da cabeça. Meu cabelo cai no meu rosto, mas não me incomodo em afastá-

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CHANTAL FERNANDO lo, apenas continuo dançando. Ace me gira e vem para ficar atrás de mim, as mãos nos meus quadris quando começo a moer nele. Acho que estou super sexy agora, mas provavelmente pareço absolutamente ridícula.

Knuckles provavelmente está gravando isso de novo e não hesitará em me mostrar de manhã, mas vou me preocupar com isso quando ficar sóbria. Eu giro e envolvo os braços em seu pescoço, pressionando meus seios contra o peito dele. Ele me pega e envolvo minhas pernas ao redor dele. Eu amo o quão forte ele é e quão feminina ele me faz sentir.

Aos meus olhos, não há nada que ele não possa fazer.

Ele me gira, o que provavelmente não é a melhor ideia, mas eu rio e me agarro a ele pela sua vida. Esta noite pode não ter tido um bom começo, mas há uma razão pela qual eu não fiquei longe. Esses homens estão longe de serem perfeitos, na verdade, há algo seriamente errado com a maioria deles, mas me fazem sentir viva.

Ace me faz sentir viva.

E amo meu pai, não importa o quê. Vamos lutar, e vamos bater de frente enquanto navegamos nesse relacionamento recémdescoberto, e tenho certeza de que, porra, não suporto o fato de ele ser controlador ou fazer intriga nas minhas costas, mas fora isso, sempre o terei. E ele sempre me terá.

“Arranjem um quarto, vocês dois!” Rogue grita, balançando a cabeça para mim.

“Rogue sabe a letra das músicas de Moana !” Eu deixo escapar, delatando-o.

O resto da noite é um borrão bêbado, mas lembro-me de dançar, rir e saber que fiz a escolha certa em voltar.

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CHANTAL FERNANDO

Estou de ressaca, meio adormecida e com muita fome, mas é quando meu pai me encontra na cozinha e quer conversar.

“Eu só quero que você saiba que eu realmente sinto muito sobre minhas ações, e o que você ouviu, e o fato de que eu estava sendo egoísta” ele diz para mim, puxando uma cadeira e sentando-se. “E me desculpe pela noite passada e pelo que Paulina disse. Você não deveria ter que ouvir coisas assim sobre mim.”

Não, não deveria.

No entanto, estou dormindo com um de seus homens, então não é só ele quem fez algo para tornar as coisas um pouco estranhas entre nós.

“Eu só quero que você saiba que, se quer estar em minha vida, precisa ser honesto comigo, e precisamos reconstruir a confiança entre nós” digo a ele. “Você realmente me machucou, pai. Não foi honesto e usou Ace contra mim porque sabia que eu gostava dele. Você praticamente o subornou!”

“Ele sempre se tornaria o vice-presidente quando Rogue se tornar presidente” ele admite baixinho. “Ace não é para ser apenas um tesoureiro. Eu sempre tive grandes planos para ele. Ele só não sabia disso ainda.”

“Então você planejou contra o seu próprio homem também?”

Pergunto a ele, balançando a cabeça em descrença.

“Sim, eu fiz. Olha, Erin, o que fiz foi errado, e sei disso agora. Me desculpe, eu te machuquei, e farei o que for preciso para você confiar em mim novamente. Mas precisa saber alguma coisa — quando se trata de você, eu faria qualquer coisa. A sua segurança é a minha prioridade, por isso, se houver algum momento em que eu achar que preciso fazer uma ligação para protegê-la, vou fazê-la. Você pode não gostar, mas esta é a verdade. Eu sou o presidente dos Cursed Raven e normalmente não respondo a ninguém.”

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CHANTAL FERNANDO “O que se passa nessa sua mente? Preciso que você prometa que toda essa manipulação vai parar, especialmente se me envolver.”

“Eu vou ser melhor” ele diz em voz baixa. “Eu não vou perder você de novo.”

“Nós realmente precisamos nos comunicar. E você precisa me deixar viver a minha vida — como eu quero, não como você quer que eu faça.”

“Eu sei” ele admite, estendendo a mão e pegando a minha.

“Aprendi minha lição, confie em mim. Odiei quando você se foi sabendo que nem queria que eu ligasse ou visitasse. Eu não vou estragar as coisas desta vez. Estou tão feliz em ver você de novo, Erin.”

“Estou feliz em ver você de novo também” responde, movendo-se para dar-lhe um abraço rápido. “Eu vou fazer um pouco de café, quer um pouco?”

“Eu adoraria um pouco” ele diz, sentando na cadeira e puxando o jornal sobre a mesa em direção a ele.

Eu faço três cafés e dou o dele, então o beijo na bochecha. “Vou voltar para a cama. Quer almoçar hoje, só eu e você?”

“Sim, isso seria bom.”

“Ok” respondo, em seguida, volto para o quarto de Ace com ambas as canecas na minha mão. Empurro a porta com o quadril e passo para dentro. Ace ainda está dormindo, então deixo sua caneca na mesa ao lado e sento na cadeira ao lado da cama e tomo meu café.

Não acredito que dei um soco na Paulina.

Já faz um tempo desde que eu bati em alguém. Na verdade, acho que a história que Mona contou para Ace foi a última vez, então eu era apenas uma criança.

Parecia bom, um pouco bom demais.

Posso ver porque Knuckles gosta de seu trabalho como executor.

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CHANTAL FERNANDO Termino meu café assim que Ace acorda com o dele, e então nós dois voltamos para a cama e caímos no sono novamente.

Eu disse a ele que o amava e ele disse que acha que me ama também.

Vai ser mais difícil do que nunca quando eu sair na segundafeira.

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CHANTAL FERNANDO 30

“Como senti sua falta” digo a Black Beauty, dando-lhe uma massagem. “Você é tão bonita quanto eu me lembro.”

“Você precisa aprender a montá-la” Dreads diz, chegando ao meu lado. “Não adianta desperdiçar a beleza dela, tê-la parada aqui.”

“Eu sei” digo, suspirando e me virando para encará-lo. “E é ele, não ela. O que você está fazendo hoje?”

“Nós possuímos uma loja de motos, então vou trabalhar lá hoje” ele explica. “É melhor eu ir, ou vou me atrasar. Mas se você tiver tempo amanhã, posso lhe dar uma aula de direção.”

“Parece bom” digo, acenando enquanto ele anda para sua moto e sai. Papai sai do clube, todo vestido com calças e camisa, pronto para sair para almoçar. Eu posso dizer que ele fez um esforço, e aprecio isso.

“Você parece bonito” digo a ele, dando-lhe um sinal de positivo.

“E você está linda” ele diz.

Nós caminhamos até o carro e ele abre a porta para mim. Agradeço e entro. Depois que ele entra no banco do motorista, pergunto “Então, o que você quer comer hoje? Eu fiz uma pesquisa no Google, e há um lugar de tacos muito legal se você estiver interessado em conferir. Além disso, estou pagando pelo almoço hoje. Porque é sempre você fazendo coisas para mim e quero agradecer por tudo.”

Ele se vira para mim e posso dizer que ele está tentando manter uma cara séria, mas no final ele acaba rindo. “Se você acha que vai pagar, tem muito a aprender. Eu nunca deixo uma mulher pagar, e você é minha filha, então não, nunca vai pagar. Eu perdi a sua infância,

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CHANTAL FERNANDO se você olhar dessa maneira, eu provavelmente te devo um cheque enorme por todos os aniversários e tudo que perdi.”

Franzo meus lábios e reviro os olhos. “Você é um homem das cavernas. Eu nem sabia que homens como vocês existiam mais. Estamos no século XXI. Existe uma coisa chamada igualdade de gênero.”

“Eu não dou a mínima” ele responde francamente. “Se a pior coisa que as mulheres podem reclamar é que eu quero pagar por merda, então eu diria que estou indo bem como homem.”

“Tenho certeza de que elas têm outras coisas que podem reclamar” respondo, ligando o rádio. “Se eu perguntar a Verônica, tenho certeza de que ela teria algumas coisas a dizer.”

“Oh, ela teria muito a dizer” ele murmura. “Agora, qual é o endereço deste lugar que você quer ir?”

Eu falo o endereço e ele coloca em seu GPS. “Então você teve uma boa noite ontem?” Ele me pergunta, apertando os dedos no volante.

“Eu tive.”

“Eu disse a Paulina para não voltar para o clube” ele diz, e estou surpresa que está trazendo isso. “Se ela tem um problema com você, então tem um comigo.”

“Que bondade sua, pai” digo a ele. “Eu sabia que você teria feito isso se eu te contasse, mas acho que eu queria lidar com as coisas sozinha, mesmo que eu lidasse com elas de uma maneira terrível. Mas ei, quando em Roma...”

Ele ri baixinho. “E daí? Você tentou pensar como um de nós lidaria com isso e decidiu quebrar o nariz dela?”

“Eu não planejei quebrar o nariz, eu apenas perdi a paciência e fui para cima dela” digo, olhando para o perfil dele. “Minha colega de quarto recentemente me mostrou a maneira correta de dar um soco e acho que queria testar o quão bem eu peguei.”

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO “Eu diria que você é uma estudante nota 10.”

“Eu acho que você está certo.”

Chegamos ao nosso destino e estou muito empolgada para experimentar esse novo lugar.

“Por que você está se movendo tanto?” Ele me pergunta, me observando fazendo uma pequena dança feliz antes de eu abrir a porta do carro.

“Estou animada” explico. “Eu realmente amo conhecer novos restaurantes.”

Seus olhos amolecem e é uma visão linda. “Se isso é o que te faz feliz, podemos sair para comer todos os dias.”

“Não me estrague” provoco, saindo do carro. “Eu poderia me acostumar com isso.”

“Você deve se acostumar com isso” ele diz enquanto subimos as escadas até a entrada. Ele abre a porta para mim e espera que eu entre primeiro. “Você não é apenas a princesa de Ace.” Meu coração se derrete um pouco mais.

E ele está certo, eu não sou.

Naquela noite, Ace tem que trabalhar. Não me pergunte onde, porque não tenho ideia, mas é só por algumas horas. Ele sai com Knuckles e Rogue, então eu me sinto um pouco melhor sabendo que eles nunca deixariam nada acontecer com ele. Ando para fora e me sento na grama, com um copo de vinho tinto na mão. Lembro-me do que meu pai disse quando nos sentamos aqui da última vez, ele me disse para não ir à floresta à noite porque há uma pantera que anda por aí. Eu sorrio para a memória, então me levanto para voltar para

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CHANTAL FERNANDO dentro. Eu me deparo com Dreads na porta, ele está com as mãos cheias de uma bandeja de mangas.

“De onde você tirou essas?” Pergunto a ele, olhando para a beleza de fruta.

“Eu fui ao mercado para obter algumas frutas para fazer uma vitamina” ele explica. “Mas esqueci delas e as deixei no carro. Levoume três viagens para trazer todas. Você quer uma?”

“Sim, por favor” digo, tirando uma da caixa e trazendo-a ao nariz para cheirar. “Esta é perfeita.”

Nós vamos para a cozinha, onde olho em volta para todos os produtos frescos. “Você gosta de vitaminas, então?”

Ele ri. “Sim. Eu gosto de criar novas receitas e fazer com que todos experimentem minhas criações, como a que fiz hoje. Quer experimentar? Tem morangos, amoras e maçã.”

“Claro, parece deliciosa.”

Ele me entrega um copo, sento e sinto o cheiro. “Este pode ter uma vencedora.”

“Espero que sim” ele responde, também sentando comigo. “Ela pode ser a cura perfeita para a ressaca.”

Eu tomo um gole e depois mais alguns. É tão saboroso quanto pensei que seria. Exceto então, congelo e solto o copo, minhas mãos indo para minha garganta.

Algo não está certo.

Antes que a escuridão me leve, tudo que vejo são belos olhos cor de uísque.

Bip. Bip. Bip.

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CHANTAL FERNANDO Eu posso ouvir as pessoas falando ao meu redor, mas não consigo abrir meus olhos.

“Ela vai conseguir?”

“Ela é forte, ela vai conseguir.”

“Você não sabe disso.”

“Ela morreu e eles a trouxeram de volta.”

Eu ouço o que eles estão dizendo, mas as vozes soam todas iguais. Eu não sei quem está falando. O que significa que eu morri? Isso é um sonho?

Ace? Onde ele está?

A escuridão me puxa mais uma vez.

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO 31

Abro os olhos e os esfrego. Meu corpo todo dói, e me sinto como merda absoluta. Ao lado da minha cama, desta vez, estão meu pai e Ace. Quando eles veem meus olhos abertos, meu pai começa a chorar.

“Graças a Deus.”

Ace rapidamente coloca um beijo na minha testa. “Você é uma lutadora dura, princesa. Porra, eu te disse para não me assustar assim de novo.”

“Eu sinto muito” meu pai diz, enxugando as lágrimas de seu rosto. “Isso é tudo culpa minha, eu não tinha ideia de que ela seria capaz de fazer algo assim.”

Espere o que?

“Quem?” Pergunto a ele, confusa e desorientada, mas sei que não há algo certo sobre o que ele está dizendo.

“Verônica. Ela tentou envenená-la novamente com uma de suas vitaminas. Ela é quem as faz, e é isso que encontramos ao lado de você quando você desmaiou no chão da cozinha. Ela deve ter feito um lote e depois adicionado algo no seu.

Verônica faz as vitaminas? Não...

Foda-se.

Culpa e pânico me enchem.

Verônica está sendo culpada quando não era ela, e desta vez eu sei disso com certeza.

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CHANTAL FERNANDO “Não era ela!” Eu digo a eles, tocando minha garganta com as mãos. “Pai, me escute, não foi ela. Foi Dreads.”

Ace e ele compartilham um olhar.

“Filho da puta” Ace rosna, perfurando a mão na parede.

“Mac? Tem certeza, Erin? Como você sabe disso?”

“Positivo. Ele me disse que é conhecido por fazer vitaminas, mas deve ter tentado imitar Verônica” digo, olhando entre eles. Eu não sei como Verônica vai nos perdoar desta vez. Nós realmente fodemos quando se trata dela, especialmente eu. Eu sou a pior enteada nãooficial que já existiu, e sei que vou ter que fazer as pazes com ela. Eu não sei como, mas vou tentar. “Onde ele está agora?”

“No clube.”

“Ele acha que eu estou morta? Essa é a única razão pela qual acha que não há problema em ficar lá.”

Eles compartilham um olhar.

“Você fica aqui com ela, eu vou lidar com Mac” papai diz para Ace, e me dá um beijo rápido no topo da minha cabeça.

“E depois de tudo isso acabar, você provavelmente deve pedir desculpas a Verônica” indico.

“Eu acho que vou me preocupar com isso mais tarde” ele diz, expressão dura. “Ninguém trai os Cursed Ravens, e ninguém vai atrás da minha menina.”

Ele sai furioso e eu meio que me sinto mal por Dreads.

Não é ruim o suficiente para impedir qualquer coisa que está prestes a acontecer com ele, no entanto.

“Por que você acha que ele fez isso?” Pergunto a Ace, deitandome e fechando os olhos novamente. “Eu pensei que ele gostasse de mim.”

“Eu pensei que ele também gostasse” ele responde, parecendo uma mistura de furioso, magoado e desapontado.

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CHANTAL FERNANDO Eu me movo e dou espaço para ele na minha cama de hospital.

“Vem.” Ele desliza ao meu lado e descanso a cabeça em seu peito.

“Temos que parar de nos encontrar assim.”

“Você precisa parar de acabar aqui.”

“Eu tentei. Uma deliciosa vitamina infestada de veneno.”

“Você é louca” ele respira, beijando minha têmpora. “Eu te amo muito, Erin. Se você tivesse morrido, eu não sei o que diabos eu teria feito. Provavelmente estaria na prisão por matar alguém de quem suspeitava de te machucar.”

“Sou como um gato.” Eu bocejo. “Nove vidas, baby.”

“Bem, coloque o resto em um banco, não precisamos usá-las agora. Acho que você me assustou o suficiente para a próxima década” afirma.

Meus olhos começam a ficar pesados. “Estou cansada.”

“Durma, princesa. Eu não vou sair do seu lado” ele sussurra, beijando minha bochecha. “Nunca mais.”

“O que você quer dizer com nunca mais?” Pergunto sonolenta, fechando os olhos. “Eu tenho que deixar você na segunda-feira.” “É segunda-feira” ele diz. “Você esteve dentro e fora de consciência por dias.”

“O que? Não.”

“Sim, Erin. Agora descanse um pouco. Seu corpo passou pelo inferno e voltou novamente.”

“Ele não é muito criativo” indico. “Usando veneno duas vezes. A menos que a primeira vez não fosse ele e ele quisesse imitá-lo.

“Teremos que ter cuidado. Nenhuma vez na minha vida achei que veria o dia em que um membro dos Cursed nos trairia” ele admite, esfregando círculos no meu braço com o polegar.

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CHANTAL FERNANDO “Nunca achei que alguém iria querer me matar. Duas vezes” admito, adormecendo.

Eu nem sequer ouço sua resposta.

Alguns dias depois estou de volta ao clube, atualizando minhas aulas on-line. Felizmente, meus professores foram legais sobre minha falta de alguns dias, desde que disse a eles que tive intoxicação alimentar. Minha mãe recebeu a notícia tão bem quanto uma mãe super-protetora, mas eu lhe assegurei que estava bem e estaria em casa assim que pudesse. Eu não posso ficar aqui para sempre. Dreads não estava no clube quando voltei, e era como se ele nunca tivesse existido. Sua foto está fora da parede e seu quarto está vazio. Acho que vou perguntar a Ace o que aconteceu com ele quando estiver pronta.

Ace me disse nada. A família de Dreads possuía originalmente Bravo's, e depois que o clube comprou, Dreads sempre achou que conseguiria de volta. Mas em uma reunião do clube, papai contou a todos como ele me adicionou a seu testamento, e tudo o que ele possui vai para mim.

Bravo’s está incluído.

Acho que deve ser por isso que Dreads me queria morta. Ace também me disse que Dreads estava basicamente apaixonado por Paulina, e ele teria feito qualquer coisa por ela. Ele estava querendo fazer dela sua Old Lady, mas ela estava sempre esperando por alguém melhor. E não ficou muito satisfeito quando descobriu que eu bati nela. Provavelmente pensou que ela o recompensaria por me aborrecer. Ele claramente tem gosto de merda. Então, junto com o fato de que eu iria basicamente obter o legado de sua família, aparentemente o empurrou para me envenenar. Ace e meu pai parecem pensar que o caso está encerrado, mas algo não se resume a mim. Eu

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CHANTAL FERNANDO pensei que Dreads era um cara legal, mas agora estou apenas questionando meu julgamento de tudo e de todos.

“Verônica não está falando com você ainda?” pergunto a meu pai quando ele entra no meu quarto com uma bandeja de comida. É como se ainda estivesse no hospital, mas com melhores opções de comida e companhia.

“Não” ele responde. “Mas ela vai superar isso.”

“Você a trancou em um quarto” eu lembro a ele.

“Ela tem sorte que foi tudo que fiz.” Ele estremece. “Ou talvez eu tenha sorte de ter sido tudo o que fiz.”

“A última opção.”

Ele se senta na minha cama e me entrega a bandeja. Tem cereais, torradas, suco, café e uma salada de frutas. Sem nenhuma das mulheres ao redor para fazer merda para eles, é engraçado ver os homens tentando se defender por si mesmos. Knuckles esteve na cozinha mais do que os outros, mas todo mundo está ajudando. Um homem tem que comer. Papai ou Ace geralmente me trazem o café da manhã todos os dias, algo que um deles preparou; é muito fofo.

E desnecessário.

Mas doce, no entanto.

Ace vai me levar de volta à faculdade quando eu estiver pronta. Ele disse que não há nenhuma maneira no inferno que ele está me deixando entrar no ônibus depois de tudo que aconteceu.

Espero que isso signifique que estou segura agora, porque quero poder voltar aqui.

Esta é minha casa também.

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CHANTAL FERNANDO Aceno para todos pela janela e vejo como todos eles desaparecem. Eu sei que voltarei quando fizer a minha pausa, mas ainda é triste deixar meu pai e Knuckles, e depois que Ace me deixar, ele partirá amanhã de manhã. Pelo menos tenho uma noite extra com ele, o que é melhor que nada.

“Você quer comer alguma coisa antes de sairmos da cidade? Você sabe que depois disso tudo é comida de posto de gasolina” ele me lembra, pegando minha mão enquanto dirige.

“Acho que estou bem” digo a ele. “E quanto a você?”

“Eu estou bem” ele diz, trazendo meus dedos aos lábios e beijando-os. “Então eu estava pensando, que tal eu começar a te dar algumas aulas de direção?”

“Não, obrigada” digo instantaneamente, sem sequer pensar nisso.

“Por que não?” Ele pergunta.

“Porque o pensamento de dirigir me assusta” admito, olhando pela janela.

“Mas você está bem quando alguém está dirigindo” aponta ele.

“Então não é um medo de estar no carro, é apenas estar no controle do carro?”

Eu concordo. “Sim, eu acho que não confio em mim mesma no banco do motorista, e realmente me assusta pensar em mim fazendo isso de novo.”

“Você já tentou aprender, ou está apenas sendo uma idiota teimosa?”

“Sim, eu tentei. E eu estava realmente confiante na estrada no começo. Eu sei que parece ridículo, mas é uma fobia. Se você olhar dessa maneira, pode ver porque eu não voltei atrás do volante” tento explicar.

“Eu não tinha ideia de que era tão ruim” ele admite, olhando-me pelo canto do olho. “O que aconteceu que fez você se sentir assim?”

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CHANTAL FERNANDO “Quando estava aprendendo, tive em um acidente de carro” digo a ele, mudando de posição. “E depois disso, eu nunca tentei dirigir de novo.”

“Todo mundo cai” ele diz, beijando meus dedos novamente.

“Eu estava grávida quando caí” eu deixo escapar, precisando lhe contar a verdade. “E o acidente me fez perder o bebê.”

Ele continua e aperta minha mão. “Porra, sinto muito, Erin. De quem era esse bebê?”

“Clint” digo, olhando para as minhas mãos. “Ele foi meu único namorado antes de você, e eu era jovem e estúpida, mas perder o bebê realmente me traumatizou. Minhas ações ao volante fizeram isso, e eu apenas não sou alguém que deveria estar na estrada. É mais seguro para todos desse jeito.”

“Coisas ruins acontecem” ele diz para mim gentilmente. “E as pessoas quebram todos os dias, Erin. Talvez se você tivesse um bom instrutor de condução que fosse paciente com você, poderia se sentir confortável o bastante para tentar novamente um dia.”

“Você não está decepcionado com o que eu te disse?” Pergunto a ele em voz baixa.

“Eu não vou julgar você” ele responde, franzindo a testa. “Somos todos humanos e nenhum de nós é perfeito. Você acha que eu não fiz um milhão de coisas estúpidas enquanto crescia? Minha lista é muito maior que a sua.”

“Posso imaginar” respondo, lambendo meus lábios secos. “Eu nem sabia se queria ficar com o bebê, sabe? Mas quando perdi, sabia que teria ficado. Fiquei tão chateada e triste por esta pequena vida que fiz, depois a matei sem dar uma chance sequer.”

“Foi um acidente” ele me lembra. “Você não bateu de propósito, Erin. Pare de se culpar. Coisas ruins acontecem a pessoas boas, é assim que o mundo funciona.”

“Isso é deprimente.”

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CHANTAL FERNANDO “Isso é a vida, princesa. Mas a vida também pode ser incrível” ele acrescenta, olhando para mim. “Pelo menos quando estou com você, é como me sinto.”

“Pare de ser fofo.”

“Eu não posso” ele murmura. “Talvez possamos ficar com você aprendendo a pilotar. Você parece se sentir bem com isso. Quem precisa de uma licença quando você pode percorrer as ruas em seu Black Beauty?”

“Isso soa como uma ideia que posso embarcar.” digo.

“Veja. Compromisso” ele responde, piscando um sorriso. “Mas, a propósito, se eu me deparar com Clint novamente, vou dar um soco no rosto dele, como queria pela primeira vez.”

“Ace!” “O que?”

“Ele não fez nada” digo a ele, girando meu corpo em sua direção.

“Por que vai bater nele?”

“Por te chatear? Não estar usando camisinha? O fato de ele ter fodido você em primeiro lugar quando você era minha.”

Ele parece muito sério também.

“Eu nem te conhecia” bufo para ele. “Você é inacreditável.”

“Eu ouço muito isso.”

“Claro que sim, porque você é ridículo” digo a ele, mas até eu posso ouvir o sorriso no meu tom. “Você não pode bater em todos os caras que me querem.”

“Você não pode socar todas as mulheres com quem eu dormi” ele diz, lembrando-me que eu sou a única que ficou física e não o contrário.

“Sim, porque preciso de uma equipe de pessoas para me ajudar, ou eu estaria rastreando suas mulheres para o resto da minha vida” murmuro, apertando os lábios.

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CHANTAL FERNANDO “Você é minha única mulher, Erin e eu amo você. Mas é um pouco fofo quando fica com ciúmes” ele responde, rindo baixinho. “Eu amo sua atitude.”

E eu simplesmente amo ele.

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CHANTAL FERNANDO 32

Você foi envenenada?” Clover pergunta novamente, os olhos arregalados em choque. “Por um colega MC? Quem diabos faz isso?”

“Um hippie com pavor, aparentemente” digo enquanto sento na minha cama de pernas cruzadas, um livro aberto na minha frente. “E agora tenho que me atualizar, e é um inferno.”

“O que eles fizeram com ele?” Ela me pergunta, parecendo curiosa.

“Eu não sei. Ele foi embora quando voltei, e ninguém parece querer mais falar sobre ele. É como se ele tivesse acabado de ser apagado da vida.”

“Provavelmente porque ele está morto” Clover diz casualmente, olhando para mim com preocupação em seus olhos. “Existe alguma coisa que eu possa conseguir para você? Ou de alguma forma eu posso te ajudar? Que coisa ruim para acontecer com você no primeiro semestre.”

“Estou bem, mas obrigada. E obrigada por me ensinar a dar um soco — que também foi útil.”

“Eu ainda posso perguntar?” Ela murmura, seu telefone tocando pela terceira vez. Ela ignora a ligação. “Meu pai continua me chamando.”

“Por que você não está atendendo?” Pergunto a ela, curiosa. Ela nunca fala sobre sua família ou sobre a vida em casa. Ela é um enigma. Tão misteriosa.

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CHANTAL FERNANDO “Eu vim aqui para tentar fazer as coisas por conta própria, longe de todos. Eu lhes disse isso, mas eles ainda tentam me ligar todos os dias” ela explica. “Isso não está me dando uma pausa e me deixando trabalhar a minha vida por conta própria.”

Com minha mãe, posso me relacionar.

“Eles provavelmente só sentem sua falta” digo, mas então imagine se minha mãe ou dois pais estivessem me ligando todos os dias. Sim, isso também me incomodaria. “Talvez diga a eles para ligar uma vez por semana. Defina alguns limites.”

“Sim, eu poderia tentar isso” ela decide, estudando-me por um segundo. “Obrigada pelo conselho, Erin.”

“De nada.”

“Agora venha, você comece a trabalhar, e vou fazer um pouco de café.”

Ela coloca a chaleira no fogão e abro outro livro.

Eu tenho que passar.

Ace volta para me ver no próximo fim de semana, quando sou pega no trabalho.

“Então, eu estive pensando” ele murmura, enquanto nos deitamos lado a lado no motel. “Talvez eu deva nos comprar uma casa aqui? Dessa forma, podemos ficar lá sempre que eu estiver aqui, e você pode morar lá em vez de morar no campus, ou o que for conveniente para você. De qualquer maneira, a opção estará lá e você nunca terá que se preocupar em não ter um lugar para ir. Você pode até ter festas lá com seus amigos.”

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CHANTAL FERNANDO Eu pisco lentamente. “Você quer nos comprar uma casa?”

Ele balança a cabeça, como se fosse uma coisa cotidiana casual.

“Sim, eu vi algumas boas perto do campus que estão disponíveis, então você pode simplesmente caminharia até lá. O que você acha?”

“Eu acho que devemos esperar até que eu ganhe dinheiro, então eu posso contribuir para isso” digo, rolando de bruços e levantando a cabeça para olhar para ele. “É injusto, caso contrário.”

“Eu tenho muito dinheiro, Erin” ele me garante. “Você não precisa se preocupar em contribuir com nada. E eu quero fazer isso, não é só para você, é para mim também. Não teremos mais que ficar nesses motéis ruins toda vez que eu visitar.”

“Então... estamos comprando uma casa?”

Ele sorri e borboletas aparecem no meu estômago. “Sim, princesa. Estamos comprando uma casa.”

Começamos a procurar casas e encontramos uma linda casa a apenas cinco minutos a pé do campus. Eu digo a Ace que é muito caro, mas ele não quer ouvir. Eu me pergunto como ele poderia pagar tudo isso, mas, assim como muitas coisas com o clube, eu realmente não quero saber.

“Por que precisamos de quatro quartos?” Pergunto a ele quando estamos voltando para o motel.

“Você precisa encarar isso como um investimento. Nós sempre podemos vender a casa no futuro.

“Meu pai sabe que você está comprando uma casa?” Pergunto a ele.

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CHANTAL FERNANDO “Sim, eu disse a ele. Ele adorou a ideia” ele diz. “Eu tenho outra surpresa para você, mas isso vai ter que esperar até que a casa seja oficialmente nossa.”

Eu bato minhas mãos. “Oooh. Eu amo surpresas. O que é isso? Posso ter uma pista?”

“Não.”

Eu faço beicinho. “Ahh, vamos lá. Me dê uma dica.”

“Não.”

“Tudo bem” respondo, olhando para ele enquanto dirige. Uma ideia vem para mim. “Alguém já te deu boquete enquanto você está dirigindo?” Pergunto a ele, enquanto o pensamento surge em minha mente.

“Isso não seria muito responsável” ele responde, contraindo os lábios.

“Então, isso é um sim, então?” Eu me viro, revirando os olhos.

“Existe alguma coisa que você não tenha feito?”

“Sim, ficar apaixonado” ele murmura. “Até você. Então você pode não ter sido a minha primeira por toda a merda sexual, mas você é minha primeira por isso, e isso significa mais do que todas as outras coisas.”

“Você é muito charmoso para o seu próprio bem, às vezes” murmuro, cruzando os braços sobre o peito. “Como eu vou ficar brava com você?”

“Você não vai.”

“Eu te amo, Ace.” “Obrigado, Erin.”

Eu bato no braço dele. “Falando em ser responsável, estou pronta para fazer o teste de motorista.”

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CHANTAL FERNANDO Eu não vou deixar nenhum medo me impedir de conseguir o que eu quero. Eu posso ou não obter minha carteira de motorista, mas sei com certeza que vou pilotar, e não apenas na traseira da moto de alguém.

Eu vou pegar minha licença de motocicleta, e vou fazer do jeito certo.

Black Beauty estará na estrada em algum momento.

Minha folga de inverno chega e volto ao clube no dia seguinte. Verônica vem para a cozinha, onde estou tomando um café e contemplando a vida, e é a primeira vez que a vejo desde que foi acusada de tentar me matar. Eu me sinto mal porque também achei que era ela. Se eu não tivesse visto Dreads com meus próprios olhos, teria assumido que era ela ou Paulina.

“Oi” digo, oferecendo-lhe um pequeno sorriso. “Posso te fazer um café?”

Eu posso ver que ela está prestes a declinar, mas depois muda de ideia. “Sim claro. Eu adoraria um.”

Eu me levanto e faço um enquanto ela se senta. Ela deve amar verdadeiramente meu pai se ainda está aqui. Ele a trancou em um quarto e disse que ele iria lidar com ela quando voltasse. Não faço ideia do que ele teria feito com ela, mas tenho certeza de que nunca a teríamos visto novamente. Colocando o café na frente dela, digo “Eu só quero me desculpar por tudo que aconteceu. Eu sei que Dreads fez parecer ser você, e meio que parecia ruim. Mas eu me sinto tão mal que foi acusada de algo que não fez.”

“Mas eu fiz isso” ela sussurra, voltando-se para mim com um brilho maligno em seus olhos. “Pelo menos a primeira vez eu fiz.”

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CHANTAL FERNANDO Ela envolve as mãos em meu pescoço e começa a apertar, tentando me estrangular. Eu me esforço para respirar, pontos aparecendo na minha visão, antes que ela desapareça completamente.

De repente, acordo sozinha na escuridão, ofegante.

Foi um sonho.

Puta merda.

Eu puxo os lençóis até o pescoço, como se isso pudesse me salvar.

Estou sozinha no dormitório porque Clover foi para casa por algumas noites.

Merda.

Talvez os sonhos tenham significados ocultos.

Ou será minha culpa pelo que aconteceu com ela me atingindo quando estou mais vulnerável?

Estou de volta à sede do clube no próximo fim de semana e, assim que entro pelas portas, percebo que algo não está certo.

“O que há de errado?” Pergunto a meu pai, que está sentado na cozinha com uma garrafa de uísque.

Sem copo.

Eu dou-lhe um abraço rápido enquanto ainda estou de pé e, em seguida, sento ao lado dele. “O que é?” Pergunto quando ele não responde.

“Bem, você sabe como colocamos as câmeras no clube? Nós não contamos a todos sobre isso. Apenas alguns membros sabiam, na verdade. Eu, Ace, Knuckles e Rogue. Nós estávamos passando por todas as gravações e encontramos Verônica e Mac conversando sobre você.”

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CHANTAL FERNANDO “O que eles estavam dizendo?” Pergunto, uma sensação ruim no estômago.

“Você estava certa, foi ela quem tentou envenená-la pela primeira vez.”

“Oh” sussurro, um arrepio subindo pela minha espinha. Meu sonho estava certo. Quão estranho é isso? Talvez eu seja uma médium agora. “Posso ver as imagens? Eu quero ouvir e ver por mim mesma.”

“Erin...”

“Estou envolvida nisso, então deveria a ver as imagens” digo a ele, com voz firme.

Ele hesita, mas depois se levanta e acena em direção à porta. Eu o sigo para um quarto em que nunca estive dentro. A sala tem uma enorme mesa de madeira maciça e muitos crânios de animais nas paredes. Ele me conduz através de outra porta, onde há uma mesa comprida contra a parede de tijolos da sala, com toda a vigilância da câmera, telas grandes e duas cadeiras de escritório. Sento em uma enquanto ele toca o mouse e faz uma pausa em certa parte em um dos vídeos. Quando ele aperta PLAY, prendo a respiração.

“Eu sei que foi você quem tentou envenenar Erin” Mac diz a Verônica, daquele jeito casual. Ele abre a palma da mão para revelar um pequeno frasco, que deve conter o veneno que ela usou ou algo assim, porque eu posso ver o choque em seu rosto.

“Onde conseguiu isso?” Ela responde, apressando suas palavras.

“O que, e se você tem o frasco? Isso não significa que eu usei isso.”

“Caiu da sua bolsa quando eu a movi e Paulina estava lá quando a encontrei. Então são dois contra um.”

“Todos os três estão fora do clube e nossas vidas para sempre, então você está segura agora” meu pai admite, raiva em seu tom.

O vídeo continua.

“O que você quer, Mac?” Verônica pergunta a ele. “Você ainda não contou a Gage, então deve haver uma razão.”

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CHANTAL FERNANDO “Você me deve” é tudo o que ele diz. “E quando eu chamar, você fará o que eu pedir.”

Ela fica em silêncio por alguns segundos, depois acena com a cabeça. “Bem.” Mac sorri, maldosamente, e sai com o frasco na mão. Papai para a filmagem e depois olha para mim.

“Por que Verônica fez isso?” Pergunto em voz baixa. Eu me lembro daquele dia em que saí de casa. Quando me viu saindo. Ela não estava me ajudando. Provavelmente estava grata por eu estar saindo.

“Eu não sei por que ela me odiava tanto. Eu nem sequer fiz nada para ela, e ela ainda tinha você, só tinha que compartilhar um pouco.”

“Eu não sei. Eu acho que todo mundo se sentiu uma merda sobre a situação, mas também ela sentiu que estava esquecida, e tudo agora era sobre você, o que ela não gostou” ele admite.

“Onde ela está agora?” Eu me atrevo a perguntar.

“Ela está embalando sua merda enquanto falamos” ele diz, tomando uma bebida diretamente da garrafa. “Ela nunca vai pisar neste lugar novamente.” Ele faz uma pausa e então murmura baixinho “Ou em qualquer outro lugar.”

“O que você vai fazer com ela?” sussurro, os olhos se arregalando.

Ele se levanta e me mostra um pequeno sorriso. “Não se preocupe com isso. Estou feliz por você estar bem, Erin, e todos os malditos traidores do MC se foram. Tudo o que eu quero é que você esteja em segurança e seja capaz de chamar este lugar de sua casa, sem nenhum ciúme.”

Ele beija o topo da minha cabeça, pega a garrafa e sai do quarto assim que Ace entra.

“Por que não me contou o que aconteceu antes de eu chegar aqui?” Rosno para ele.

Ele toma o lugar que papai estava ocupando. “Só aconteceu hoje e Prez disse que queria falar com você primeiro.”

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CHANTAL FERNANDO “Eu não posso acreditar nessa merda. Eu entendo que ela não gostou de mim aparecendo do nada, mas por que teve que ir a esse extremo?”

“Eu acho que ela achava que era a mulher no poder e controle, como era a namorada do presidente, mas ele nunca a fez sua Old Lady. E com você aqui, eu não acho que ela sabia o que deveria estar fazendo, ou qual era o seu lugar.”

“Então ela tentou me matar?” Sussurro. “Ela é louca pra caralho. Agora papai pode encontrar uma boa mulher, alguém que não seja tão psicopata.”

Ace ri. “Não se preocupe com seu pai; Não é difícil para ele encontrar uma mulher.”

“Sim, mas queremos qualidade, não quantidade” lembro a ele.

“Vou colocá-lo com alguém” declaro. “Eu deveria abrir um perfil de namoro online para ele.”

“Ele vai te matar. Além disso, você não pode, porque, como pode ver, é difícil encontrar pessoas em quem possamos confiar. Apenas certo tipo de mulher servirá para um presidente do MC.” “Bem, estou de olho” digo a ele. Algo me ocorre. “Você ainda vai ser vice-presidente um dia?”

Ele balança a cabeça lentamente, mudando de posição, claramente desconfortável com o meu questionamento. “No dia em que seu pai se demitir, Rogue se tornará presidente, e sim, eu serei o VP. Mas não é sobre você, Erin. Aparentemente, seria sempre assim, mesmo antes de você passar por aquelas portas.”

Eu me movo para sentar em seu colo e descanso minha cabeça em seu ombro.

Quando seus braços vêm ao meu redor, ele murmura “Bem onde você pertence.”

Eu sorrio, mas depois minha mente volta para a informação que acabei de descobrir.

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO Verônica tentou me matar.

Como se estivesse certo, meu pai retorna, mas ele não está sozinho.

“O que você diz para minha filha?” Ele range entre os dentes cerrados.

“Você vai se arrepender disso” Verônica responde, lágrimas escorrendo pelo rosto. “Ninguém vai amar você como eu! Ninguém mais vai aguentar sua merda! E aquela putinha vai tirar tudo de você, tudo pelo que trabalhou tão duro a vida inteira. Você já está dando tudo a ela, Gage. Você precisa ser esperto sobre isso. Eu te amo; não faça isso.”

“Você sabia como eu me sentia sobre ela vir aqui. Como eu me sentia sobre ser pai” ele diz a ela, com tom mortal. “Você sabia. E tentou tirar minha filha de mim quando a encontrei. Isso não é amor, Verônica. E se acha que é, tem algo seriamente errado. E se você chamar minha filha de puta de novo, não serei responsabilizado por minhas ações.”

Com a mão no meu peito, olho nos olhos dela. “Meu pai merece alguém muito melhor do que você e ele vai encontrar. Não vamos nem lembrar quem você é quando se for.”

Eu me levanto e caminho direto para ela. “Você é fraca e egoísta. Eu sinto muito que meu pai teve que passar por tudo isso só por causa de sua inveja. Eu não me importo se não recebo nada que ele tenha; tudo que quero é ele na minha vida. O sangue é mais forte que qualquer coisa, Verônica. Eu realmente tenho pena de você ser tão mesquinha a ponto de tentar se intrometer entre isso. Você não pertence ao Cursed Raven.”

Knuckles aparece, se aproxima, e agarra seu outro braço, o gelado em seu olhar enviando um arrepio na minha espinha. “Vamos lá. Esta é a última vez que você verá o interior do nosso clube.”

Ela começa a chorar mais, mas não sinto nenhuma simpatia por ela.

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CHANTAL FERNANDO Meu instinto estava certo o tempo todo. Eu nunca vou duvidar dele novamente.

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CHANTAL FERNANDO EPÍLOGO

UM MÊS DEPOIS

“Eu não tenho muitos amigos para convidar” digo a Ace, franzindo o nariz. “Mas minha irmã, Celina, Clover, Mona, Glen e Roger virão. Mamãe e Brock também. E todos os outros serão membros do MC, o que é suficiente para uma festa, como todos nós sabemos.” “É seu aniversário, Erin. Você pode convidar quem quiser. Quer andar de moto para mostrar suas novas habilidades?”

Ace e papai me ensinaram a montar e, a partir da semana passada, passei oficialmente no teste de pilotagem.

Eu sou a primeira mulher associada ao MC a ter sua própria moto e licença. Até mesmo Clover ficou impressionada.

“Eu acho que minha mãe teria um ataque cardíaco” resmungo, por outro lado, amando essa ideia.

“Eu organizei um DJ, e Knuckles está escolhendo o fornecedor de comida para você. Nós só precisamos comprar o álcool, e acho que estamos bem. Seu pai está deixando o lugar decorado para você.”

“Que coisa excitante é fazer vinte e dois?” Pergunto a ele, guinchando quando ele me levanta em seus braços e me joga por cima do ombro.

“Babe, você vai chegar a cem. Sabe por que?”

“Por quê?” Pergunto com cautela.

“Porque o mal vive para sempre” ele diz, rindo de sua própria piada.

The Cursed Ravens MC #1

CHANTAL FERNANDO “Perdão” digo, indignada. Eu dou um tapa na deliciosa bunda dele com minhas próprias mãos. “Você é o malvado de nós, muito obrigada. Sou a doce e inocente garota que você corrompeu.”

“Continue a dizer isso a si mesmo, fogo do inferno” ele diz, jogando-me no sofá e me cobrindo com seu corpo. “Você é perfeita para mim, sabe disso?”

“Obrigada por me dar uma festa de aniversário” digo a ele, sorrindo. “É a primeira que tenho desde que era criança.”

“De nada” ele canta no tom da música de Moana.

Eu começo a rir. “Você também não.” “É cativante.”

Nós compartilhamos um sorriso, e então ele me beija gentil e profundamente e me apaixono novamente.

Eu saio para tomar ar fresco, e a visão diante de mim traz lágrimas aos meus olhos.

Ambos os meus pais, apertando as mãos. “Obrigado por cuidar dela todos esses anos” meu pai diz a Brock.

Brock sorri tristemente. “Você não precisa me agradecer; eu a amo como se fosse minha.”

“E isso faz de você um bom homem” papai responde. “Ela tem sorte de ter você.”

“E você” responde Brock, abaixando a cabeça. “Obrigado por recebê-la quando ela veio e soltou a bomba em você. Ela ama você e posso dizer que se sente como se pertencesse aqui.”

“Acho que ela tem duas casas agora” ouço meu pai dizer em resposta. É possível ter dois felizes para sempre?

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CHANTAL FERNANDO Porque eu não acho que poderia ser mais feliz.

Quando Rogue canta a música de Sam Smith, a música que pedi a ele pela primeira vez quando o ouvi cantar, não posso evitar, começo a chorar. Esses homens podem ser tão atenciosos. Eles se lembram de coisas, apenas pequenas coisas, e depois usam isso contra mim para me deixar toda emocional.

“Oh meu deus, sua voz” Soluço, estragando minha maquiagem enquanto esfrego os olhos. “Ele é fodidamente incrível. É isso aí, vou gravar isso e enviá-lo como uma audição para o The Voice.”

“Ele é... uau” Celina sussurra, seus olhos arregalados como pires. “Ele é tão talentoso.”

“E bonito” digo, cutucando-a com o meu ombro. “E solteiro.”

“Não comece” ela me avisa, mas quando olho para ela, não é para Rogue que ela está olhando. É Knuckles.

Interessante.

Eu sorrio, minhas lágrimas param, enquanto olho em volta — todos os meus entes queridos, todos aqui para celebrar comigo. Meu coração está tão cheio e nem sei o que dizer. Quando a música termina, todos nós assoviamos e aplaudimos, e Rogue sai de cena quando Ace pega o microfone.

“Então, eu não posso cantar” Ace murmura, fazendo todo mundo rir. “E eu não sou muito bom dançarino, também. Mas o que posso fazer melhor do que qualquer outro homem é amar Erin. Então, na frente de todos os seus amigos próximos e familiares, eu quero fazer isso.”

Ele caminha até mim e se ajoelha. “Erin Moretti, você me fará o homem mais feliz do mundo e se casará comigo?”

Eu concordo. “Claro que sim.”

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CHANTAL FERNANDO A multidão fica louca, aplaudindo e batendo palmas enquanto Ace desliza uma pedra do tamanho da minha unha do polegar. É um belo diamante em forma de pêra, com um círculo de diamantes ao redor, e é simplesmente impressionante. “É lindo” digo, as lágrimas retornando.

“Não chore” ele sussurra, me beijando.

“Este é o melhor dia da minha vida” digo a ele quando se afasta.

“Até agora” ele acrescenta. “O melhor dia de sua vida até agora.”

Rogue começa a cantar “Perfect” de Ed Sheeran, e Ace e eu dançamos juntos.

Uma noite mais perfeita nunca existiu.

Quando eu passei por aquelas portas e pela vida de todos esses homens, nunca pensei que algo assim aconteceria. Eles me colocaram em todas as emoções possíveis, mas no final, nos tornamos uma família. Estamos longe de ser perfeitos, e todos nós vamos brigar de vez em quando, mas isso não importa, porque no final do dia, eles teriam minhas costas em um segundo.

Carson Kendrick é o amor da minha vida.

Nossa jornada não foi fácil, nem típica, mas eu faria qualquer coisa e passaria por qualquer coisa para chegar ao ponto em que estou hoje.

Onde estou agora, tão adorada e comprometida com o amor da minha vida.

Noiva aos vinte e dois.

Mas o que posso dizer?

Ace roubou meu coração.

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CHANTAL FERNANDO

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