POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS DO GOOGLE DOCS, FACEBOOK, PODCAST, YOUTUBE E WIKI
SÃO LUIS 2013
Possibilidades pedagógicas do Google Docs, Facebook, Podcast, Youtube e Wiki
Os avanços tecnológicos que permeiam a vida cotidiana das pessoas não se limitam, ao uso de novos equipamentos ou produtos, tendo em vista que modificam comportamentos acima de tudo, ocasionando mudanças na forma de se ver o mundo que as cerca, de se comunicar bem como de produzir e adquirir novos saberes. Quando se pensa ou fala sobre essas tecnologias, imediatamente vem à mente a Internet e todas as suas possibilidades de desdobramentos, que invadem um grande número dos familiares. Essa invasão tecnológica gerou, a partir dos anos 80, os “nativos digitais” 1 - crianças que nascem e crescem em meio a essas tecnologias, manuseando, desde muito cedo, videogames, Internet, celular, MP3, MP4, MP5... IPOD, tablets. Esse convívio gera sujeitos que se caracterizam por receberem informações muito rápido, por utilizarem acessos randômicos como hipertextos e funcionarem melhor na e em rede. Crianças, adolescentes e jovens que frequentam os bancos de nossas escolas e universidades. Fazem parte do sistema educacional e constituem a denominada geração multitarefa, ou seja, veem TV, ouvem música, usam o notebook, teclam o celular, tudo ao mesmo tempo (ALVES; HETKOWSKI, 2007). Não se intimidam frente a um novo aplicativo, pois gostam de experimentálos; são blogueiros, navegantes da rede. Crianças e jovens que interagem, via rede, com os mais diversos produtos, lugares e pessoas. Vivem a rede, compartilham na rede, se conhecem via rede, vivenciam a chamada Web 2.0. Vivência, esta, que está longe de ser compartilhada pela grande maioria dos professores. Entretanto, os recursos ofertados por ela, usados pelos nativos digitais, estão aí, disponíveis para serem incorporados à práxis educativa. Mas como? De quê forma? Essas indagações ecoam no íntimo de muitos educadores que buscam se manter atualizados frente às inúmeras mudanças tecnológicas e suas possíveis aplicações no ambiente educacional, tendo em vista as contribuições que podem trazer à prática educativa. Contribuições que, segundo Akagi (2008) vão desde a anotação e discussão de aulas à escrita colaborativa de textos e projetos em wikis; à gravação de programas, pelos próprios alunos, e de sua distribuição no formato de MP bem como baixá-los para que sejam escutados no IPOD; passando pelo uso pedagógico.
Visando uma interação maior do que aquela com que se estava acostumado a ter, a Web 2.0 apresenta um grande número de serviços, muitos deles ofertados por sítios que possibilitam altos níveis de interação, compartilhamento, troca de opiniões não possíveis antes dela. Entre eles: Google Docs, Facebook, Podcast, Youtube e Wiki. GOOGLE DOCS Há uma infinidade de possibilidades de uso pedagógico ou de suporte às atividades do professor com o pacote de escritório do GoogleDocs. Abaixo procurarei listar algumas, mas outras sugestões de usos serão bem-vindas e podem ser feitas nos comentários desse artigo (e depois serão incorporadas à lista do próprio artigo): Uso do editor de texto: o editor de texto do GoogleDocs, além do óbvio uso como editor de textos mesmo, também permite a criação de textos compartilhados. Assim, por exemplo, o professor pode propor a criação de textos de forma colaborativa por equipes de alunos e criar um doc compartilhado por todos de uma mesma equipe e pelo professor. O GoogleDocs permite que até dez pessoas editem um documento simultâneamente e esse documento pode ser compartilhado com até 200 pessoas. Essa possibilidade de uso e edição compartilhada é útil para, entre outras possibilidades: propor produção de textos colaborativos; propor a realização de trabalhos em grupo; Criar glossários dinâmicos. Uso das planilhas eletrônicas: as planilhas eletrônicas também podem ser compartilhadas e editadas simultâneamente, o que permite usos parecidos com o do editor de textos e outros mais apropriados para as funcionalidades de uma planlha, como a disponibilização de notas e mesmo de uma lista de presença que pode ser preenchida pelo professor e disponibilizada instantaneamente para os pais dos alunos ou para a secretaria da escola. Outros usos possíveis são:
disponibilizar atividades que possam ser realizadas com o uso de planilhas eletrônicas. Esse caso é especialmente interessante para a disciplina de matemática, pois além de possibilitar uma melhor compreensão da aritmética e da álgebra, também permite a criação de gráficos e a compreensão de seu funcionamento;
Os gráficos gerados a partir das tabelas também são especialmente interessantes para disciplinas que os utilizam bastante, como a física, a biologia e a geografia; Uso como “banco de dados”, pois as planilhas eletrônicas permitem armazenar dados de forma organizada, recuperá-los de forma simples e manipulá-los de forma automatizada, mesmo em se tratando de muitos dados. Uso de apresentações de slides: as apresentações de slides são particularmente interessantes como ferramenta de apresentação de conteúdos, informações e esquemas didáticos com um visual atraente. O GoogleDocs permite também que se faça edição colaborativa dessas apresentações e que elas sejam compartilhadas online. Algumas possibilidades de uso para as apresentações de slides são:
produção de conteúdos didáticos pelo professor, esquemas didáticos e resumos;
produção e apresentação de trabalhos pelos alunos (lembrando que a edição compartilhada facilita o trabalho colaborativo de grupos de alunos);
Uso dos formulários online: os formulários online do GoogleDocs estão associados à planilhas e constituem um meio simples e rápido de coletar informações, gerar apresentações gráficas e análises estatísticas de dados. Alguns usos possíveis:
produzir questionários socioeconômicos dos alunos;
produzir diagnoses e pesquisas com os alunos ou com os pais, pois os formulários podem também ser acessados da casa dos alunos;
produzir pequenos testes e provas, ou atividades que os alunos possam realizar de forma autônoma e fora da escola.
Há ainda uma possibilidade de uso muito interessante que é a disponibilização de qualquer um desses docs na internet e sua incorporação em um blog, por exemplo. Abaixo vemos essa funcionalidade para um doc que eu criei no GoogleDocs e então armazenei no Slideshare (infelizmente não é possível ainda incorporar o documento diretamente no wordpress.com, mas outros blogs aceitam a incorporação usando a tag “iframe”) Grande parte da documentação do professor (caderneta escolar, listas de chamada, planejamentos, etc.) pode ser colocada na Internet e compartilhada publicamente. Pesquisas, diagnoses, testes e avaliações podem ser gerados e depois utilizados
diretamente pela Internet. Os alunos podem produzir trabalhos de forma colaborativa e usar as ferramentas de um pacote completo de escritório mesmo que os seus computadores não possuam nenhum. Até mesmo a própria secretaria, a coordenação e a direção da escola podem usar essa ferramenta web 2.0 para produzir, disponibilizar e compartilhar documentos (como o horário de aulas, o calendário escolar, etc.), e com a vantagem de não ter que hospedar esses documentos localmente. Documentos específicos e particulares também podem ser armazenados no GoogleDocs, mas aí deixamos de lado os fins pedagógicos e educacionais dessa ferramenta, por isso não vou entrar nos detalhes desse tipo de uso. O GoogleDocs permite atualmente que qualquer tipo de arquivo seja armazenado nele e compartilhado na web. Isso nos possibilita criar uma biblioteca compartilhada a partir de uma pasta pública. Além disso, a estrutura dessas pastas tem a mesma apresentação da estrutura de pastas de um HD de um computador comum e facilidades como “arrastar e soltar”, “copiar e colar”, etc. Resumindo: é tudo muito intuitivo e prático. FACEBOOK Como facilitador pedagógico, algumas características desta rede são propícias para a educação: As pessoas que fazem parte da rede de um determinado usuário podem interagir nos seus destaques, ou no que ele posta, ou seja, se o usuário disponibiliza uma notícia é possível fazer intervenções na sequência, entre elas: sinalizar positivamente, ou seja, que curtiu, compartilhar o post, ou seja, reencaminhar o mesmo texto para sua rede ou comentar o texto. Mesmo as pessoas que não são de sua rede podem receber suas postagens através de um amigo em comum e tem os mesmos direitos e permissões desde que o usuário libere isso no seu perfil. A interface possui atualização dinâmica e rápida, os seus posts não se perdem, pois ficam concentrados no seu espaço virtual, ou seja, seu perfil. É importante destacar que imagens, vídeos e links têm o mesmo tratamento dos textos escritos, ou seja, é possível: curtir, comentar e reencaminhar.
Porém têm-se alguns pontos que podem ser problemas no uso do Facebook como ferramenta pedagógica, dependendo do que será trabalhado ou da proposta de uso. No Facebook a rede é aberta o que significa que todos vêem os posts mesmo que o usuário esteja se dirigindo especificamente a uma única pessoa. As condições de privacidades não são muitas, mesmo quando o usuário determine em seu perfil as permissões, tem-se a opção de determinar quem vê o quê ou pode fazer o quê na sua página ou em seus posts. Não significa que é uma invasão a sua privacidade, mas a rede possui outra lógica onde a divulgação rápida é seu melhor trunfo. Isso se diferencia de outros sítios de relacionamento que são mais fechados. No entanto esse pode ser um ponto positivo dependendo de qual seja a intenção de uso.
PODCAST
Arquivo de áudio digital publicado por meio de podcasting na internet, como também para designar ao formato de transmissão com RSS; Além de arquivos em áudio, há também, arquivos em vídeo, os quais são denominados de videocast.
Seu surgimento contribui de forma significativa para a disseminação de
notícias e informações de forma rápida, segura e gratuita, constituindo-se num meio de comunicação de grande utilidade; O podcast desponta como uma alternativa prática de baixo custo, favorecendo uma metodologia de ensino e aprendizagem bastante motivadora, que pode proporcionar ao aluno um papel ativo na construção do saber, saindo do papel de mero receptor para ser um emissor e produtor de informação na web. Ao utilizar um podcast, o professor pode aliar informação e dinamismo às suas aulas. Mas antes de selecionar uma das ferramentas disponíveis, será necessário que ele avalie e teste as facilidades e dificuldades que cada uma delas pode apresentar. Após dar esse passo, o professor poderá disponibilizarmateriais didáticos, documentários, entrevistas, explicações das suas aulas em formato áudio que poderão ser acessadas e ouvidas pelos alunos a qualquer hora do dia e em qualquer lugar, podendo ser baixada até mesmo para um dispositivo móvel. O podcast permite que professores e alunos interajam sob a forma de comentários deixados no aplicativo. Para efetuar gravações não dependemos de muitos recursos para que elas fiquem com uma qualidade satisfatória, basta que sejam gravadas em ambientes com pouco barulho.
Quanto maior for a criatividade, melhor será o resultado final. Por isso, se combinarmos outros efeitos de som às nossas gravações, elas ficarão mais atrativas e contextualizadas. .Segundo BARCA et al. (2007) a utilização de podcasts em Educação pode trazer vantagens dentre as quais destacaremos:
Maior interesse no acesso aos conteúdos devido a novidade trazida pela ferramenta.
Favorece os diferentes ritmos dos alunos para aprendizagem, pois eles poderão escutar várias vezes uma gravação, podendo compreender melhor o conteúdo.
A possibilidade da aprendizagem fora do espaço escolar. Os alunos poderão escutar as aulas ou as explicações dos conteúdos pelo celular em ônibus, em casa, na academia etc.
Se os alunos forem incentivados a gravar episódios aprenderão muito mais, pois terão uma maior preocupação ao elaborar um bom texto e disponibilizar um material coerente para compartilhar com a turma.
Falar e ouvir constitui uma atividade de aprendizagem mais significativa do que o simples ato de ler, coadunando com o universo multimídia o qual o aluno está inserido no seu dia a dia.
Os podcasts também podem ser uma alternativa para o ensino e aprendizagem e trazer benefícios aos alunos que são deficientes visuais, pois permite que os mesmos tenham acesso às aulas através de gravações em formato áudio.
YOU TUBE
Ferramenta de autoria para publicação de vídeos. O YouTube, mais um serviço do Google, é um site na Internet que permite que seus usuários carreguem, assistam e compartilhem vídeo sem formato digital, pode se utilizado como uma ferramenta complementar às aulas, por meio de pesquisas realizadas, é o mais popular site do gênero, com mais de 50% do mercado em 2006. Qualquer pessoa pode acessar esse acervo infindável de vídeos e qualquer um, se respeitar as regras, pode mostrar suas imagens para milhões de usuários. Algumas possibilidades de compartilhamento a partir desse site são: - Curtas de animação; - Documentários;
- Mensagens; - Filmes; - Videoclipes, etc. O YouTube é uma revolução na cultura audiovisual, onde o mais importante é ser criativo, assistir aos vídeos dos outros, conhecer gente diferente e dar muita risada. Além de conhecer uma variedade de recursos comunicativos e refletir acerca de suas características amplia a experiência de todos e possibilita aos professores a escolha das ferramentas mais adequadas ao propósito educativo almejado.
WIKI As wikis servem também como repositório de todo o material de apoio às aulas. A wiki é uma ferramenta de grande potencial quando aplicada com competência e habilidade, pois facilita a colaboração entre os participantes, desenvolve o senso crítico e a capacidade do trabalho em grupo. A wiki se constitui, no âmbito da hipermídia, numa possibilidade concreta de,mediar a educação pela tecnologia.Apesar do potencial, a produção colaborativa das wikis no cenário escolar ainda é pequena, talvez pelas dificuldades dos professores no domínio da ferramenta, por não terem conhecimento dela na sua formação, pelo fato da escolaridade ainda estar, de certa forma, centrada na individualidade e não na cooperação entre os pares, entre outras. A colaboração implica em um grupo de indivíduos trabalhando em conjunto, trocando vivências e ideias, isto é, interagindo de maneira dialógica e problematizadora com vistas a um produto final constituído de conhecimentos vários onde todos os participantes possam ser igualmente favorecidos. O trabalho colaborativo potencializa o senso de cooperação e enriquece intelectualmente o grupo A participação ativa dos alunos caracteriza a maneira correta de produção colaborativa no processo educacional e pode ser alcançada com o domínio e a aplicação dos recursos da web, em especial com a ferramenta wiki. A sociedade está envolvida pelos recursos da Internet, quando vai ao banco,nas compras, nas pesquisas, nas comunicações. Assim, há que se oferecer uma educação que seja capaz de consolidar as aprendizagens, ampliar o conhecimento e compartilhar informações no processo educacional. As ferramentas da web 2.0, e em especial as wikis se constituem em fatores de geração de competências por meio de interações e de experiências, favorecendo sobremaneira as relações entre professores, alunos, levando-os à
reflexão.E, através da leitura desta proposta espera-se que professores e educadores,de um modo geral, façam uma reflexão profunda e recriem novas estratégias e práticas pedagógicas usando wikis.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, S.; BASTOS; R. Web 2.0 Recursos Tecnológicos e Formação. 2006. DISPONÍVEL EM: <http://www.slideshare.net/susana12345/web-20recursos-tecnolgicos-eformao-susana-ferreira-20061566 raquelbastos2006289>. Acesso em: 26 out. 2013. PODCAST-Rádio Escolar. In: Sala de Aula. Disponível em: <http://www.saladeaula.wikispaces.com/Podcast>>>>. Acesso em 26 out. 2013.
RIBEIRO, V. L. A Web 2.0 na educação. In: Informática na Educação. 2008. Disponível em: <http://verainfedu.wordpress.com/about/>. Acesso em: 26 out. 2013. WEBQUEST. In: Clube do Professor. Disponível em:< http://www.clubedoprofessor.com.br/webquest/>. Acesso em 26 out. 2013. FOLHA ON LINE. Entenda o que é a Web 2.0. In: Informática. 2006. Disponível em:< www1.folha.uol.com.br/folha/.../ult124u20173.shtml> . Acesso em: 26 out. 2013. WIKI. In: Netescrita. Disponível em: <http://netescrita.blogspot.com/>. Acesso em: 26 out. 2013. WIKIPÉDIA. WEB 2.0. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Web_2.0>. Acesso em: 26 out. 2013.