“CONSTRUTORES DE PONTES” – Mediação para Organizações
Não se escolhe ter ou não ter conflitos, mesmo que se tente evitá-los ou deixá-los como se não estivessem ali. São eles inerentes aos seres humanos e, como tais, não escapam de suas personalidades, de seus medos, egoísmos e aborrecimentos. Na maioria das situações de trabalho ele está presente, sendo impossível evitá-lo. Os conflitos no âmbito laboral se originam de variadas fontes, sejam as relações de poder ou as relações interpessoais, que produzem diversificados resultados de rendimento, cooperação e interdependência, dependendo do manejo dos mesmos. Neste contexto o conflito é uma expressão de insatisfação ou desacordo, sendo resultado de expectativas divergentes, objetivos contraditórios, interesses antagônicos, empobrecimento da comunicação interpessoal, ou, até mesmo, de insatisfação nas relações entre os colaboradores. Analisar todas as questões inseridas nos conflitos, para que sejam identificadas as possíveis causas, aparentes e/ou subjacentes, é de extrema importância. Olhar para a cultura da empresa, com seus objetivos, sua estrutura organizacional, seus estilos de liderança, é um passo preliminar para a identificação dos conflitos que ali se instalaram. As empresas, ao longo de seu crescimento e desenvolvimento, lidam com mudanças. Estas mudanças implicam diretamente no complexo sistema das relações humanas que ali se encontram, que precisam ter capacidade de resolver inumeráveis conflitos que aparecem no dia-a-dia, seja entre setores, departamentos, colaboradores, coordenadores, empregados e supervisores. Tratar o conflito como gerador de mudança não e fácil, mas a oportunidade não pode ser perdida. Tratado a destempo, pode o conflito ganhar uma dimensão que se torna sem controle e prejudica todo o desenvolvimento e crescimento já adquiridos, o que chamamos de impulso vertical. Porém, tratado a tempo, com uma intervenção adequada, poderá o mesmo beneficiar a empresa, consolidando a mudança dentro do esperado, com crescimento, impulso horizontal. Bem se nota que o capital humano das empresas é fundamental e gerador de crescimento. Sabe-se que os custos econômicos gerados pela tratativa inadequada dos conflitos, nos quais ficam sem solução, aumentam muito para as organizações. Muitas empresas se organizam verticalmente, onde a prevenção do conflito é tratada com sua total supressão. Por outro lado, as empresas que se organizam horizontalmente jamais querem passar por cima do conflito, muito menos suprimí-lo. A prevenção está na abordagem das causas que o geraram, manejando com cooperação as diferença que ali se instalaram.
Segundo Ury (2000) nas empresas é necessário ter sujeitos com capacidade de perceber os conflitos antes mesmos destes eclodirem. São estes os "construtores de pontes", cujo potencial é de criar vínculos transversais quando o conflito é real e presente. Alguém que promova o diálogo entre os empregados, lidere novos projetos sob uma perspectiva neutra, e que ajude a gerar vínculos novos baseados na confiança e na boa comunicação. A empresa moderna sabe que para o êxito de seu pleno desenvolvimento precisa valorizar estes "construtores de ponte", os mediadores, que sabem como lidar com os conflitos de maneira eficiente. Jacqueline Padão Mediadora