Índice da Revista PF nº2:
Editorial Eu e os peixes… por Sandra Sophia As Minhas Corys por Freddy Valente Inicialização aos aquários plantados por Hugo Saldanha Montagem a passo e passo por Hugo Saldanha Ficha Metriaclima sp. “msobo” por Gmartins 3º Aniversário Peixefauna – Como foi Aquário do mês por Luis M. T. Torrão Concurso de Anabantideos do PF Concurso do 3º Aniversário Peixefauna Tema: Invertebrados Concurso do 3º Aniversário Peixefauna Tema: Plantas Concurso do 3º Aniversário Peixefauna Tema: Peixes Concurso do 3º Aniversário Peixefauna Tema: Aquário Passatempo Oceanário de Lisboa “ Tartarugas Marinhas – A viagem” por António Oliveira O Aquário Vasco da Gama Libertou uma Espécie de peixe de água doce que só existe em Portugal. Colecção de selos de interessantes espécies
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Editorial Após as calorosas boas vindas à Revista PF nº 1, não ficamos desatentos a um conjunto de elogios, bem como, criticas construtivas que os nossos estimados leitores e membros nos fizeram. Assim de imediato metemos mãos ao trabalho, para conseguir ultrapassar obstáculos e ir ao encontro de tudo o que nos pediram, nomeadamente , sermos mais arrojados e inovadores no campo do design e grafismo da Revista PF, e espero termos melhorado. Somos obrigados a agradecer não só a vós membros como a fundadores e administradores presentes e passados deste fórum , sem eles não era possível este sonho tornar-se realidade, a Revista PF nº2! Pedimos a vossa ajuda, quer em artigos ou novidades no vasto mundo da aquariofilia, contactem-nos e partilhem connosco através do fórum! Abraços
Ficha Técnica da Revista PF Director: Jamartins Subdirector: Vera Santos Colaboradores: António Oliveira, Bartmsilva, Freddy Valente, Gmartins, Hugo Saldanha, Luis Manuel Teixeira Torrão, Sandra Sophia, Sérgio Torres. Fotografia: Freddy Valente, Gmartins, Hugo Saldanha, Jamartins Luis Manuel Teixeira Torrão, Sandra Sophia e Vera Santos Design capa e paginação: Jamartins e Vera Santos Revisão: Jamartins, Freddy Valente, Sandra Sophia e Vera Santos Propriedade e publicação: PeixeFauna
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Eu e os peixes… por Sandra Sophia
• Este passatempo passou a fazer parte da minha vida há cerca de dois anos e meio. Tudo começou no dia do meu casamento e baptizado dos meus filhos. Na festa de Copo de Água o centro das mesas foi colocado um globo com peixes cometas. Esta ideia era para agradar principalmente as crianças, afinal a festa também era para eles. No final da festa os dividimos os peixes por quem queria e tinha possibilidades para os manter. Na altura eram muito pequeninos, e eu fiquei com uns 10. Comprei então um pequeno aquário para eles. Passados alguns meses depois de alguma pesquisa e depois de ver que o aquário era pequeno de mais para eles, decidi comprar um maior 50L. Mesmo assim não estava satisfeita com o aquário nem com os peixes. Comecei a ir a lojas de animais e achava os peixes de água quente muito mais interessantes ou diferentes. O meu marido começou com essa opinião, e eu também concordei. Um dia numa loja estava uma aquário de 60L em promoção e decidimos compra-lo. No inicio a manutenção era com ele, mas muito mal. Então decidi colocar mãos há obra. Ai começou o vício e passatempo. Fui tomando conta dos dois aquários, pesquisando na internet sobre as espécies que tinha adquirido. Quanto mais eu pesquisava e obtinha informação mais viciada ia ficando. Queria mais espécies diferentes, e daí mais aquários precisava. Hoje tenho 5 e mais 3 montagens de cubos. Há 2 anos que faço parte do Núcleo de Aquariofilia do Distrito de Aveiro (N.A.D.A.), no qual tenho vindo a aprender com outros colegas de passatempo, e onde nos divertimos com muitos encontros e actividades relacionadas com os Aquariófila.
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E estar todos os dias a aprender sobre todas as espécies e tudo o que se relacione com este passatempo. O meu maior interesse é só por espécies de água doce, mais especificamente, alguns Ciclídeos, como Discus, Ramirezis ou Escalares; Anabantídeos, Bettas Splendens; Víviparos, Guppys e Platys; e Invertebrados, como Camarões e Lagostins. Estas são algumas das minhas espécies preferidas, das quais tenho nos meus aquários, entre outras. Com o tempo fui vendo e pesquisando mais sobre esta espécie, Bettas Splendens e a sua morfologia, as variedades e cores fascinaram-me imenso. A maneira e modo de criação deles eram interessantes e tornou-se um desafio conquistado.
Comecei pela espécie mais encontrada, os Bettas Veil Tail, entretanto tenho exemplares de quase todas as espécies, Crown Tail, Double Tail, Halfmoon, Plakat, só ainda não tenho nenhuma espécie de Bettas Selvagens, mas está para breve. Por agora tenho cerca de 30 bettas, machos e fêmeas. Os espécimes selvagens por serem diferentes, interessantes e difíceis de se encontrar, serão, mais um desafio. Desses estou interessada em ter 3 casais tais como, Bettas Imbilis, Bettas Machai e Bettas Simplex. Mas também nestes é difícil escolher, porque tem espécies lindas.
A aquariofilia requer alguns conhecimentos, e para se ter algum sucesso, aconselho a uma breve pesquisa sobre espécies de peixes, principalmente peixes mais resistentes, peixes compatíveis uns com os outros, e uma certa diversidade de peixes, tipo peixes que andem no fundo, meio e cima de água, e escolha poucos peixes ao princípio. A montagem um aquário não poderá ser brusca, a sua manutenção, terá sempre de ter em conta os vários parâmetros da água,
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como pH, amónia, nitratos, fosfatos, etc. Para quem já é aquariofilista, pouco há a dizer, a maioria sabe o básico e muito mais que eu :), mas aconselho que explorem mais as espécies que mais gostam, relaxem com os vossos aquários. Boa Aquariófila. Sofia Bettas & Barbatanas http://bettasaquario.blogspot.com
As Minhas Corys por Freddy Valente •
Vou tentar fugir ao conteúdo técnico que tantas vezes lê-mos em artigos publicados quer nas revistas quer na Web, e ao mesmo tempo tentar revelar a minha recente paixão por esta espécie de peixe tropical. Como referi no parágrafo anterior esta minha paixão por Corydoras é ainda recente, pois apenas em 2009 reiniciei este hobby que tanto prazer nos dá a nós como aquariófilos. Como seria lógico o inicio deste hobby seja em que altura for e independentemente da idade em que começamos, os habitantes do(s) aquário(s) na maior parte das vezes são vivíparos e umas corydoras, e também na maior parte das vezes por falta de informação ainda metemos um pleco num aquário com 50L de volume porque achamos bonito.
O tempo passa e com ele vem a aprendizagem, a curiosidade, e as grandes dúvidas sobre os peixes. A minha paixão pelas corys nasceu assim. Certo dia cheguei a casa e a minha Aenus estava parada no areão, com dificuldades em se movimentar, em respirar, enfim inchada até não poder mais. Então, pesquisei, perguntei e a resposta que obtive foi unânime entre todos, a minha Aenus tinha os dias contados pois sofria de hidropisia, uma patologia originada por excesso de restos de comida o que fazia com que elas estivessem sempre a comer. Como qualquer um de nós, penso eu, fiquei algo triste pois eu gostava muito do bicho, mas lá me ia habituando à ideia.
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Afinal a bicha não morreu e tamanha felicidade levou-me a apaixonar-me por esta espécie e a querer saber mais. Foram horas e horas seguidas em frente ao computador, foram sites em inglês, em português, em espanhol, foi nicotina queimada até ao limite. Foi então que me comecei a interessar pela reprodução das Corydoras, algo que tinha pouco conhecimento que alguém tivesse tido sucesso, mas estava errado, pois encontrei bastantes relatos até mesmo em Portugal e fiquei ainda mais entusiasmado, mas iria durar pouco, pois profissionalmente fiquei sem tempo. A minha atenção aos peixes baseou-se em alimentação e TPA’s ao fim de semana. Até que 1 dia recebo uma sms no telemóvel a avisar-me que algo de errado se passava no aquário onde tinha as crias de guppies e as corys, o meu cardume de 6. Cheguei a casa, e instintivamente fui ver a temperatura. O termómetro marcava 20º e com excepção das corys todos os outros peixes estavam perto do termóstato, e para meu espanto começo a ver uma agitação enorme das corys, contudo tentei regular o termóstato e dei tempo para ver se era preciso ajustar ou não. Quando voltei reparei que tinha algo nos vidros do aquário, mas não fazia ideia do que era. Liguei o pc e abri a ultima página que tinha visto sobre reprodução de corydoras e lá estava a foto me que iria fazer feliz. Uma fotografia de uma postura de corydoras, com toda a explicação que me fazia falta naquela altura. Infelizmente essa postura não deu frutos, e passados uns dias outra postura foi feita, e nessa já tentei fazer algo. Foi então que liguei a um amigo e lhe perguntei como proceder, e embora tenha tido extremo cuidado, esta também não deu em nada. Aquele tempinho livre que eu tanto procurava apareceu, e de olhos nos sites da internet, que continham informação sobre reprodução, e em respostas às mensagens que enviei a quem já tinha tido sucesso na reprodução pus mãos à obra e preparei um aquário de 20L para as colocar.
Parecia um aquário de loja de tão limpinho que estava, e dei início a uma fase de alimentação à base de micro vermes e pastilhas para ao mesmo tempo tentar impor uma sujidade normal no habitat original aquando do tempo das chuvas. Algum tempo depois quando já mal as via segui todas as instruções e PUFF! a minha primeira desova intencional. Foram dias de pressão aliviada pelo facto de a cada dia que passava as baixas iam sendo menores, mas inevitáveis neste tipo de reprodução, assim como em quase todo o tipo de reprodução, penso eu.
Do cardume que me deu tamanha alegria restam apenas 4 indivíduos, 2 machos e 2 fêmeas, entre eles a Yokozuna, nome com o qual baptizei a minha gorducha, aquela que tinha os dias contados. Pois é ainda resiste e com bastante saúde apesar de já ter pregado uns sustos devido a sua teimosia de se meter em locais apertados Vai ser com estas que vou continuar a aprender e a aumentar a minha paixão, para que um dia possa criar um habitat para receber as Black Venezuela, e ai sim a minha paixão fica satisfeita, vai ser quase como um dia de casamento, mas até lá, as Aenus são as minhas meninas.
Passados 2 meses e alguns dias tive das maiores sensações que alguma vez tinha tido, pois entreguei as “minhas” crias aos seus novos donos, e ainda hoje não tenho certezas da totalidades de sobreviventes, mas creio rondarem as 90. Impressionante foi o facto de ao fim de 1 mês já ter quase todas reservadas, neste momento posso confirmar que fiquei com apenas 3 para mim.
Espero que tenham gostado do meu relato sobre a minha paixão por estes bichinhos a que ainda muita gente chama limpa-fundos apenas, e porque não também levar-vos a ficar apaixonados por elas. Podem encontrar alguma informação no meu blogue www.astronaddict.blogspot.com, e não hesitem em caso de dúvida, pois sempre que puder ajudar lá estarei.
Entretanto, não achei que fosse bom tentar outra desova pois não sabia se isso iria cansar as bichas ou não, e até hoje ainda não tive mais resultados. Vou iniciar em breve mais um processo de indução de desova, mas sem impor quaisquer tipo de objectivos, para não ficar insatisfeito e por em causa o que quer que seja.
Cumprimentos Subaquáticos. Freddy Valente
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Inicialização aos Aquários Plantados Já
pensou
em
montar
um
vidro e acrílico.
aquário
A escolha do tamanho e da forma do
plantado e não sabe como fazer? Não
aquário ficam totalmente ao critério do
sabe quais os equipamentos que são necessários?
Tem
receio
que
aquariofilista. No entanto é importante ter
a
em conta alguns aspectos importantes.
manutenção seja difícil?
Contrariamente ao que se possa pensar
Neste artigo pretende-se desmitificar a filosofia
dos
aquários
plantados
inicialmente, os aquários maiores não dão
e
mais trabalho, em termos de manutenção
demonstrar que não são assim tão difíceis de
manter.
equipamentos montagens
Serão
enunciados
essenciais assim
como
e cuidados do que os pequenos. Aliás é
os
mais
nestas
fácil
estabilizar
os
parâmetros
químicos da água em aquários maiores,
alguns
do que em pequenos. A manutenção
procedimentos que devem ser tidos em
normal
conta para o seu bom funcionamento. Por
de
um
aquário,
não
é
fundamentalmente o dobro caso o aquário
fim será demonstrado como fazer uma
seja maior;
montagem, passo a passo.
O crescente gosto pela aquariofilia levanos a querer ter mais peixes. Se só tivermos um aquário, se este for grande, podemos
fazê-lo
sem
problemas
de
excesso de população. Para começar neste fascinante mundo, um aquário com 60 litros já é uma excelente opção. •Uma nota importante, não compre globos de vidro para manter quaisquer peixes!
Aquário Os
aquários
têm
muitas
formas
Essa prática está actualmente proibida
e
por Lei!
tamanhos mas existem apenas dois tipos: 6
Filtro O filtro é o pulmão do aquário. O sucesso na manutenção de um aquário está directamente ligado à escolha adequada deste equipamento. Entre as funções do filtro podem-se enumerar as seguintes: Filtragem mecânica: Permite separar os detritos em suspensão na água. Geralmente é feita através de esponjas; Filtragem biológica: A utilização de cerâmicas porosas (por exemplo) permite que as bactérias se fixem com maior facilidade e são essas bactérias as responsáveis por transformar a amónia em nitritos e os nitritos em nitratos (ver ciclo do Azoto); Filtragem química: O uso de carvão activado tem como objectivo a extracção de metais pesados e algumas substâncias nocivas para os peixes. Em aquários plantados a filtragem química pode ser prejudicial para as plantas, uma vez que lhes serão retirados nutrientes importantes. Actualmente existem no mercado várias opções de filtros onde se destacam os seguintes: Filtro externo: Os filtros externos têm a vantagem de não ocupar espaço dentro do aquário, uma vez que são colocados fora do mesmo. Assim, podem ter mais espaço disponível para colocar matérias filtrantes, melhorando consideravelmente a capacidade de filtragem. Filtro interno: Os filtros internos, como o próprio nome indica, são colocados dentro do aquário. O seu tamanho não pode ser muito exagerado, caso contrário roubaria bastante espaço. Desta forma, o espaço disponível para matérias filtrantes também é reduzido. A escolha de um filtro, deve ser o factor principal a ter em conta no momento da compra de material, pois vai revelar-se muito importante a longo prazo. É preferível investir um pouco mais logo ao inicio para que se obtenham melhores resultados a médio longo prazo.
Termóstato O termóstato serve para manter a temperatura da água constante. Considera-se que 24-25ºC é uma temperatura aceitável para a maioria das espécies e plantas. Para o bem-estar dos peixes devem ser evitadas as variações bruscas de temperatura. Iluminação Na Natureza, o Sol fornece a luz que as plantas necessitam para realizarem a fotossíntese, num aquário plantado essa luz é fornecida e controlada por nós, logo é um factor muito importante! Quando se escolhe a iluminação para um aquário plantado, existem vários factores que devem ser tidos em conta, nomeadamente, o tipo da lâmpada, o seu tamanho, a sua temperatura de cor e a sua potência. A temperatura de cor é medida em Kelvin (K) e indica o espectro que é emitido por essa lâmpada. Este valor pode variar entre 2.500 e 22.000 K. O intervalo ideal para a realização da fotossíntese situa-se entre os 5.000 e os 8.000 K. Actualmente, existem vários tipos de lâmpadas usadas em aquários plantados, destacando-se as lâmpadas T8, T5, PLL e HQI Para um aquário plantado, e dependendo da exigência das plantas, poderá ser escolhida uma iluminação que permita um rácio de 0,5 a 1 W/litro. Substrato fértil O substrato fértil tem como finalidade oferecer os nutrientes necessários ao bom crescimento das plantas, entre ele pode salientar-se: Macronutrientes: São aqueles que as plantas consomem em maior quantidade e que devem estar sempre disponíveis. A falta de um destes nutrientes altera os padrões de crescimento das plantas. Os macronutrientes são o Azoto (N), o Fósforo (P) e o Potássio (K). 7
Micronutrientes: São nutrientes necessários para o crescimento das plantas mas são consumidos em pequena escala. Podem salientar-se, o Ferro (Fe), o Cobre (Cu), o Manganês (Mn), o Zinco (Zn), o Cloro (Cl), etc. O substrato fértil deve ser a primeira coisa a introduzir numa nova montagem, como será demonstrado na montagem passo a passo. Substrato inerte O substrato inerte tem como principal função a fixação das raízes das plantas. Neste tipo de substrato não existem nutrientes, e quando os há são apenas micronutrientes Quando se inicia uma montagem, prioridade das plantas é conseguirem alojar as raízes e de seguida ir à procura de “alimento”, ou seja, dos nutrientes existentes no substrato fértil, existente por baixo do inerte.
Não obstante, se for escolhida uma granulometria demasiado elevada, correse o risco de não se conseguir isolar em condições o substrato fértil, levando à passagem de nutrientes para a coluna de água. Desta forma, para um aquário plantado, a granulometria ideal para o substrato inerte deverá ser de 2 a 4 mm. CO2
Outra função importante do substrato inerte é isolar o substrato fértil da coluna de água. Isto é de extrema importância uma vez que, se o substrato fértil entra em contacto com a coluna de água, os nutrientes dissolvem-se e ficam disponíveis para as algas, algo que se deve evitar ao máximo. Um dos factores importantes na escolha do substrato inerte é a sua granulometria. Se esta for inferior a 2 mm, o substrato poderá compactar demasiado e corre-se o risco que este abafe as raízes das plantas impedindo o seu crescimento normal. 8
Na realização da fotossíntese, o CO2 (Dióxido de carbono) é um elemento fundamental, uma vez que é através da dissociação desta molécula que as plantas conseguem produzir o seu “alimento”, a glicose. Como tal, a introdução de CO2 num aquário plantado irá proporcionar às plantas óptimas condições de crescimento. A introdução de CO2 tem a particularidade de baixar o pH da água, uma vez que esta molécula quando dissolvida na água gera H2CO3 (ácido carbónico). Actualmente existem vários equipamentos/sistemas de CO2 para aquariofilia. Sistema de CO2 pressurizado: Consiste numa botija em que o gás se encontra alojado a alta pressão e na forma liquida. Através de um regulador de pressão consegue-se diminuir esta até valores que possibilitem a sua introdução no aquário, com o auxílio de difusores especiais. Este sistema permite obter um controlo na quantidade de CO2 que é introduzida. Sistema de CO2 de fermentação: Consiste num sistema em que o CO2 é gerado a partir da respiração de bactérias. Geralmente é utilizada uma solução composta por água, açúcar, fermento (bactérias) e bicarbonato de sódio. Com esta solução torna-se um pouco difícil controlar a quantidade de CO2 introduzido no aquário.
Montagem passo a passo Uma vez que já foram enunciados alguns dos elementos que devem ser tidos em conta quando se pretende iniciar um aquário plantado, será então descrita alguns passos importantes para a montagem propriamente dita.
Limpeza e colocação do aquário: Devese lavar o aquário com água corrente e limpá-lo para retirar quaisquer impurezas que possam ser prejudiciais para os futuros habitantes. Deve-se evitar o uso de materiais que risquem o vidro.
Colocação do substrato fértil: Em primeiro lugar deverá ser colocado o substrato fértil.
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Colocação do substrato inerte:
De seguida é colocado o substrato inerte, tendo em atenção de se criar um desnível, com uma altura de 4-5 cm à frente e 7-8 cm atrás.
Colocação da decoração: Escolhe-se e coloca-se a decoração composta, essencialmente por pedras e troncos.
Neste passo são plantadas as plantas.
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Enchimento: Por último, procede-se ao enchimento do aquário. Aqui utiliza-se a técnica do Mr. Oliver Knott, que consiste na colocação de folhas de jornal antes de se começar a encher o aquário. Com esta técnica o processo de enchimento é bastante mais rápido uma vez que não é necessário tanto cuidado para evitar destruir o layout ou para evitar que se levantem poeiras. Colocação dos equipamentos: Por último colocam-se e ligam-se todos os equipamentos necessários e pronto, a montagem está assim terminada.
Finalmente a montagem está concluída! Agora resta observar o crescimento da flora e ter em atenção alguns cuidados a ter com esta. Elaborado por: Hugo Saldanha Fotografia: Hugo Saldanha Referências: Almeida, Mauricio Xavier de; Suzuki, Rony; “Aquapaisagismo”; Aquamazon; 1.ª Edição; 2008; Revista Bioaquária; 11 www.peixefauna.com
Metriaclima sp. “msobo” Nome: Metriaclima sp. “msobo” Esta espécie pode ser encontrada desde As populações mais conhecidas em Portugal são a “Magunga Reef” e a “Manda”. Ciclídeo do Lago Malawi, no seu habitat natural vive entre 5 e 10m de profundidade nas zonas rochosas, alimentando-se da biocobertura dessas rochas, e de alevins que sejam encontrados.
Como é possível verificar, para manter esta espécie com saúde e qualidade de vida, as características da água do aquário deverão ser o que comummente se designa de “águas duras”, característica das águas do próprio lago. Se não for possível chegar aos valores ideais indicados, deve-se manter o mais aproximadamente possível, mas de forma estável. É preferível ter valores estáveis aceitáveis, do que valores oscilantes entre o excelente e o razoável. Alimentação: a alimentação é um factor fulcral na manutenção desta espécie (tal como dos restantes mbunas), que deverá ser rica em matéria vegetal, pobre em proteínas. Aconselha-se qualquer marca Premium de comida diariamente, com alface (por exemplo) uma ou duas vezes por semana (isto para peixes adultos).
Sempre que possível, as características da água deverão ser estas, aproximadamente: - Temperatura entre 22º (no Inverno)e 28º (no Verão) - pH: entre 7,8 e 8,6 - KH: cerca de 10º - GH: cerca de 7º
Tamanho máximo: com as condições ideais, tanto o macho como a fêmea poderão chegar aos 10cm. Tendencialmente, a fêmea fica mais pequena que o macho. Aquário: é aconselhado um aquário com pelo menos 1,20m de frente, e pelo menos 240L de água, para um casal ou trio e mais alguns mbunas. Substrato fino e algumas pedras ajudam na manutenção da espécie.
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Dismorfismo sexual: o macho apresenta um preto aveludado muito forte, com bastantes pigmentos azuis-ecuro e azuis-claro. A fêmea apresenta cores que vai desde o amarelo ao laranja. Comportamento: regra geral, é uma espécie muito agressiva, e muito territorial. Não é aconselhado (se é que é possível) manter mais que um macho no mesmo aquário. Quando assim é, os níveis de agressividade são elevadíssimos. É uma espécie muito bonita, e em que é apetecível colocar mais que uma fêmea por macho, devido à cor das mesmas. Esta situação deverá ser constantemente monitorizada (principalmente quando existe uma fêmea a incubar), pois a fêmea dominante poderá atacar a(s) outra(s) fêmea(a). No que se refere ao comportamento do macho, regra geral é indiferente ter uma ou mais fêmeas. Reprodução: é um incubador bucal maternal. No ritual de acasalamento, a fêmea deposita os ovos no solo; o macho fertiliza-os num movimento de dança giratório, sendo que a fêmea recolhe-os na sua boca de imediato, dando-se início à incubação. Este ritual poderá durar algumas horas. Ao fim de 10 dias os ovos eclodem, mas a fêmea irá mantê-los na sua boca mais 15 dias. Após este período, os alevins são libertados. Em cada incubação poderão haver cerca de 30 ovos.
Referências Bibliográficas: Konings, A. (2003). Guide to Back to Nature Malawi Cichlids. 2nd Edition, Cichlid Press. El Paso. USA
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Convivio do 3º Aniversário do fórum PeixeFauna No passado dia 2 de Abril, decorreu no Entroncamento um encontro de pessoal comemorativo do 3º Aniversário do Fórum PeixeFauna.
Foi um almoço agradável onde foi possível aos vários participantes conhecerem-se no terreno, (pois que on-line todos se conhecem), conversarem e até trocarem algumas espécies de plantas e peixes.
Á tarde, durante algumas horas estivemos nas margens de uma ribeira onde se deu continuidade ao convívio. Demos largas ao espírito de expedição e aventura e de camaroeiros em punho efectuamos algumas recolhas de camarões ibéricos entre outros. Por fim um excelente lanche com enchidos, o famoso toucinho do céu que vai sendo tradição e mais umas coisitas , também não se pode contar tudo, para concluir o dia. Ficou em todos os participantes a recordação de um dia sem igual e a vontade de o repetir num futuro próximo. De resto um muito obrigado aos membros Rodolfo e Baga pela organização deste excelente evento. 14
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Aquário do Mês A Revista PeixeFauna lança nesta edição uma nova componente que pretende dar a conhecer o que de melhor existe no nosso fórum. Baptizámos este espaço de . “Aquário do Mês”. Hugo Saldanha passou em revista os inúmeros tópicos existentes no Fórum PeixeFauna com imagens de montagens dos nossos membros e de entre os seleccionados apresentamos a Old Tree da autoria de Luís Torrão. Esta montagem ficou classificada em 19.º lugar no concurso International Aquascaping Contest 2011 promovido pelo Aquatic Scapers Europe, ASE. Os nossos sinceros parabéns ao Luís Torrão pela excelente classificação e os desejos de continuação do óptimo trabalham que tem desenvolvido em prol do Aquascaping Nacional. Queremos também agradecer ao Luís o facto de ter aceite o nosso convite e ter colaborado deste o primeiro minuto com esta nossa ideia.
Luís Torrão fala-nos sobre esta sua montagem: O Old Tree nasceu de uma ideia já antiga, nesta ideia que imaginei havia um grande tronco como elemento principal, que representaria um sopé de uma árvore já envelhecida do tempo e onde toda a natureza se desenrolava à sua volta.
Numa fase inicial fiz um esboço do que pretendia, não no papel mas sim dispondo os elementos de hardscape (troncos e pedras) no aquário, de forma a conseguir exprimir a imagem que tinha na minha imaginação. 16
Não foi tarefa fácil, pois sem algo físico para me guiar as correcções e os testes foram muitos. Tentei estabelecer harmonia entre as proporções dos elementos e espaço, afim de conseguir dar um sentido de profundidade acentuado.
Mesmo depois de toda a flora já plantada e em pleno funcionamento fiz alguns acertos inclusive no aspecto do tronco. Aspecto inicial do tronco . Existem alguns conceitos que tenho vindo a aplicar desde algum tempo, que podem criar alguma fricção com ideias mais antigas sobre a disposição dos inertes e flora.
Na zona frontal aplico os elementos mais pequenos, na zona média os elementos de maior porte e na zona do fundo elementos médios e pequenos. Tenho vindo a delinear a ordem desta forma pois é a forma como a nossa visão interpreta melhor o sentido de profundidade. A ordem mais generalizada é do mais pequeno para o maior, mas só faz sentido se o declive do substrato for pequeno ou nulo. O substrato deve fazer um declive de traz para a frente para corrigir a distorção provocada pela água, não aplico nenhuma regra aqui, mas por norma quanto mais largo for o aquário, maior deve ser o declive, neste caso tem 50 cm (100C x30A x50L) de largura, a altura do substrato é de cerca de metade da altura do aquário no lado esquerdo e um pouco menos do lado direito, vindo depois a decrescer até à frente tornando-se linear. Sobre a flora utilizada, tenho vindo a escolher as plantas pela textura visual que criam quando olhamos para um aquário como um panorama, é um pouco assim como pintar um quadro a óleo com as técnicas de Camille Pissarro, onde só no panorama geral se tem noção do que se representa, para criar estes efeitos de textura misturo regularmente algumas plantas na mesma zona a fim de criar reflexos de luz mais claros e mais escuros conforme a tonalidade das plantas, conseguindo assim uma maior diversidade de tons e texturas. Sobre a parte técnica pouco mais há a dizer, apenas acrescento que o fundo azul é uma lâmpada florescente azul reflectida numa parede branca, não tem nenhum mistério. 17
Neste aquário foi usada terra preta como substrato fértil, não é aquele húmus de minhoca que ainda não se encontra totalmente decomposto, mas sim aquela terra do vaso do jardim já antiga. Levou no cimo uma cobertura de areia fina para evitar a água de ficar contaminada com nutrientes. A fertilização líquida apesar de bastante completa foi sempre feita no sentido de apenas haver um indicador de existência, pois o verdadeiro alimento encontra-se no substrato.
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Data da montagem – 26 de Dezembro 2010 Setup Dimensões: 100C x 30A x 50l Filtragem: TetraTec EX700 Aquecimento: 100w Rena Iluminação – 1 Led SMD 50w 7500k 2 x Led 50w 6500k Substrato – terra preta, areia fina inerte Rochas – calcárias com revestimento acrílico Fertilização – CO2 , P2O5, NO3,K2O, FE, Florich Excel Água: pH: 6.8; Temperatura: 26ºC Flora: Eleocharis parvula, Microsorum pteropus, Vesicularia dubyana, Micranthemum umbrosum, Rotala rotundifolia, Blixa Japonica, Hemianthus callitrichoides Fauna: Paracheirodon innesi, Crossocheilus siamensis, Rasbora Alecrim, Caridina multidentata, Red Cherry
Neste aquário todos os elementos inertes que compõem o hardscape foram colhidos na natureza, a natureza oferece tudo o que precisarmos, mas tudo o que se usar deve ser alvo de investigação afim de não haver dissabores, usei pedras calcárias nesta montagem que é completamente desaconselhável, no entanto devido a sua natureza bastante solidificada não apresentavam qualquer impacto nas durezas da água, ainda assim algumas pedras foram revestidas com um verniz acrílico não tóxico e cozido num forno de alta temperatura. No caso de dúvidas usar sempre produtos comercializados em lojas especializadas. Luís Manuel Teixeira Torrão Aprendiz de Aquascaping, aprender e inovar. 19
Concurso de Anabantídeos do PeixeFauna Pontuações e concorrentes das 5 fotos premiadas
1ª -Foto 18 20 pontos Nuno Coelho
2ª -Foto 11 18 pontos Brunoramones
3ª -Foto 10 17 pontos Rodolfo Silva
4ª -Foto 19 14 pontos Nuno Coelho
5ª -Foto 22 13 pontos jamartins
Concurso patrocinado por Concurso realizado de 21 de Fevereiro a 13 de Março 2011 20
Concurso 3.º Aniversário do Fórum PeixeFauna Tema: Invertebrados
1ª -Foto 9 39 pontos Ricardo Isidro
2ª -Foto 3 39 pontos Rodolfo Silva
3ª -Foto 11 37 pontos Sérgio Torres
Concurso realizado de 19 a 27 de Março 2011
Concurso patrocinado por
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Concurso 3.º Aniversário do Fórum PeixeFauna Tema: Plantas 1ª -Foto 7 42 pontos Sérgio Torres
2ª -Foto 6 34 pontos jamartins
3ª -Foto 8 24 pontos Rui Choças
Concurso realizado de 19 a 27 de Março 2011
Concurso patrocinado por
22
Concurso 3.º Aniversário do Fórum PeixeFauna Tema: Peixes 1ª -Foto 17 39 pontos Rui Choças
2ª -Foto 18 34 pontos Monteiro
3ª -Foto 9 25 pontos jamartins
Concurso realizado de 19 a 27 de Março 2011
Concurso patrocinado por
23
Concurso 3.º Aniversário do Fórum PeixeFauna Tema: Aquário
1ª -Foto 11 29 pontos Sérgio Torres
2ª -Foto 14 29 pontos AquaBen
3ª -Foto 9 25 pontos Ricardo Isidro
Concurso realizado de 19 a 27 de Março 2011
Concurso patrocinado por
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Passatempo
1-Os habitats de mangais e estuários de rios denominam-se por Salobros. Estes caracterizam-se por : a) Água conter um teor de sal entre 30 a 38,8 g/L; b) Água conter um teor de sal entre 0,0 a 0,5 g/L; c) Água conter um teor de sal entre 0,5 a 30 g/L. 2-Em aquariofilia, nos sistemas de filtragem é frequente a utilização de carvão activado. Este componente faz parte de que tipo de filtragem? a) Biológica; b) Mecânica; c) Química. 3-Os cíclideos são uma família de peixes. Possuem uma característica única relativamente ás outras famílias de peixes. Essa característica é: a) Ligação estômago -intestino pelo lado esquerdo; b) Intestino com capacidade de efectuar absorver oxigénio do ar engolido á superfície; c) Possuírem um esqueleto cartilaginoso. 4-Conhecer o valores NPK em alguns tipos de aquários é importante. Isto significa : a) Níveis de foto-iluminação em graus Kelvin; b) Teores de macronutrientes na fertilização; c) Uma das fases larvar de alguns invertebrados. 5-Nos invertebrados há camarões classificados por ordem superiores. Isso significa que: a) Nascem já pequenos camarões; b) Atingem um tamanho superior a 35mm; c) Conseguem tolerar diversos tipos de salinidades.
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Oceanário de Lisboa e as "Tartarugas marinhas. A viagem.” apresenta a primeira exposição temporária no Edifício do Mar inaugurada no passado dia 7 de Abril,
Boas Foi inaugurado no Oceanário de Lisboa um novo tanque, tendo este 45 janelas, além dos espécimes que por lá se podem ver ,este tanque tem como habitantes principais, tartarugas marinhas, algumas em via de extinção, e outras da nossa costa, assim como as podemos apreciar tem também informação variada e detalhada sobre estas espécimes. Abraço António Oliveira.
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O Aquário Vasco da Gama libertou uma espécie de peixe de água doce que só existe em Portugal.
O Aquário Vasco da Gama libertou, no dia 14 de Abril, 400 exemplares de ruivaco-do-oeste (Achondrostoma occidentale), uma espécie de peixe de água doce que só existe em Portugal. Estes exemplares foram reproduzidos em cativeiro no AVG no âmbito de um projecto de conservação de espécies e plantas criticamente em risco em que esta instituição colaborou com a Quercus, a Unidade de Investigação em Eco-Etologia do Instituto de Psicologia Aplicada e a Faculdade de Medicina Veterinária (UTL). Os peixes serão libertados no rio Alcabrichel, no troço entre as localidades de Ramalhal e Abrunheira (coordenadas: 39°8'10.19"N - 9°12'55.36"W), perto do local onde foram capturados os seus progenitores. A reprodução em cativeiro do ruivaco-do-oeste foi realizada pela primeira vez no AVG, em tanques no exterior onde se simularam as condições naturais de ambiente e alimentação, e foi descrita num artigo publicado em 2010 no nº 41 da revista Journal of the World Aquaculture Society. Tanques de reprodução de peixes de água doce (foto AVG)
Ruivacos-do-oeste adultos nascidos no AVG.
http://aquariovgama.marinha.pt
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COLECÇÃO DE SELOS DE INTERESSANTES ESPÉCIES
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