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MINHA HISTÓRIA

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FAMÍLIA DE ORIGEM

FAMÍLIA DE ORIGEM

Aqui segue parte da minha história, das minhas dificuldades nos relacionamentos, o que começou dentro de casa, inclusive com minha própria mãe. Necessitei meio século de vida para entender que os meus piores e melhores resultados intrínsecos ligados à minha árvore genealógica. Desde a adolescência, eu e minha mãe tínhamos altos desentendimentos, e isso impactou diretamente nas minhas relações, sendo que minha vida foi determinada pela minha infância, pela minha criação, pelo abandono que eu sentia. Minhas escolhas custaram alguns anos da minha vida, já que fui casada com um homem que nunca soube o que é CASAMENTO, nem o que essa palavra significa, logo EU ME CASEI, ELE não. Desde o início do nosso relacionamento relâmpago (2 meses) separamos casa, eu grávida, e não houve um único dia desse relacionamento que eu não ouvisse algum comentário sobre ele estar me traindo, mas escolhi ignorar toda e qualquer informação porque estava literalmente apaixonada, e a última opção seria o retorno para a casa dos meus pais, na minha cabeça eu não queria mais “aquele inferno”. Minha caminhada foi um tanto árdua, mas necessária, afinal hoje sei que não tive maturidade suficiente para fazer diferente, além de ter causado muitas dores para os meus pais e toda minha família. Como era possível estar bem causando sofrimento nas pessoas que mais amo? Sempre fui uma mulher de iniciativa e muito cedo comecei a me virar sozinha logo não me faltou vontade para continuar, apesar das humilhações no meu relacionamento e da vergonha que senti inúmeras vezes, quando por exemplo quando estávamos em alguns lugares públicos e as pessoas me olhavam me achando uma “coitada”.

No meu íntimo eu buscava um meio de sobreviver às traições, por exemplo eu gostava de ouvir meu companheiro dizer que tudo era mentira, que ele me amava, enfim era cômodo acreditar em tudo que ele dizia, e na contramão tinha os ciúmes que ele demonstrava de certos amigos meus, isso me fazia sentir realmente amada. Foram 15 anos entre idas e vindas, brigas, retornos, abraços e carinhos apaixonados até que num determinado dia chegou a minha exaustão física, emocional e psicológica, nesse momento busquei a primeira terapia de grupo, na Casa Espírita onde eu frequentava, e num período de 2 (dois) meses, com um encontro semanal foi o suficiente para me fazer DECIDIR entre ir ou ficar, e DEFINITIVAMENTE eu fui. Detalhe, não fui embora de casa, ainda, porque eu tinha medo da não aceitação por parte DELE, afinal existia um sentimento de posse com relação a mim, mas com a ajuda da Espiritualidade maior, do meu Anjo de Guarda os meus caminhos foram abertos, e aos poucos ele foi vendo e sentindo a minha infelicidade em estar na companhia dele, a minha repulsa e falta de amor, isso para um homem que tinha todas as mulheres aos seus pés chegava no mínimo a ser ultrajante porque feria sua hombridade. Cada vez mais fui ganhando força, e meus sentimentos em relação a ele já tinham se perdido no tempo, e os meus sentimentos em relação a mim ganharam força, e naquela ocasião a única pessoa que importava para mim era eu mesma . Isso refletia nele arrogância da minha parte, e para não “ficar por baixo” o comportamento dele começou a mudar, então aceitou a separação numa boa, pelo menos aparentemente até o momento da nossa saída de casa eu e nossa filha de 2 (dois) anos, momento em que ele se desesperou chorando compulsivamente. Foi um momento desafiador e muito doloroso, porque nosso filho naquela ocasião preferiu ficar na companhia do pai. A partir daí minha busca pelo Autoconhecimento não pára, inclusive em 2014 escrevi meu primeiro livro de poesias, que acredito ter sido meu certificado de alforria, onde transformei em versos o que meu espírito gritava, sem me preocupar com o julgamento

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das pessoas. Ali estava EU, pronta para estar na vida do meu jeito, sendo de fato quem eu sempre quis ser, mas que em determinado percurso do caminho havia me perdido. Por tudo que vivi é que sou quem sou! Graças ao meio século vivido pude compreender de onde vim, reconhecer e respeitar toda a minha história, com gratidão aos meus pais. Hoje RECONHEÇO que tudo que minha mãe e pai fizeram foi por AMOR, e foram as Terapias e os resultados que despertaram em mim a vontade de contribuir com outras pessoas, APRESENTAR caminhos e ferramentas poderosas para suas transformações, como correu comigo. A necessidade do nosso resgate está atualmente movimentando o universo, estamos sendo chamados cada vez mais a nossa autoestima/ Auto amor, cada vez mais a certeza de que ninguém precisa estar acompanhado para ser feliz, inclusive só depois de aprendermos a caminhar conosco mesmos é que seremos capazes de caminhar ao lado de alguém ou realmente merecer alguém ao nosso lado. Espero que minha história possa inspirar outras mulheres que como eu se sentiram feridas e humilhadas na relação afetiva, a buscar transformar suas vidas para melhor, nada é mais LIBERTADOR do que nosso próprio resgate. Faço parte da geração que começou a trabalhar cedo, mais precisamente aos 11 anos de idade, sendo que meu primeiro trabalho era auxiliar de dentista, por pouco tempo, a partir daí fui para a área de vendas primeiro roupas e depois calçados até ingressar no Quadro da Polícia Civil, no ano de 1991 através de concurso Público. Me formei em Direito em 1994, mas nunca tive interesse em praticar a Advocacia, e os anos foram se passando comigo dentro da Delegacia de Polícia exercendo o cargo de Escrivã de Polícia. Foram vários ciclos que desafiei a viver e todos tiveram início, meio e fim, tudo depende da nossa vontade, da força que construímos para vencer, seja qual for nosso obstáculo. Fui instigada a ser forte desde a infância, e isso me acom-

panhou, me acompanha e me acompanhará porque faz parte do meu Mapa Astral, tudo aquilo que está em nós, que vem da nossa ancestralidade, do que construímos e reconstruímos ao longo de nossas existências nos comanda. O que chamamos de uma força “estranha” não tem nada de estranho, é só nosso jeito egóico de ver as coisas, tudo parte da nossa centelha, é ela que deve ser ouvida, mas para isso temos de silenciar-nos do mundo. Não precisa ser de um dia para outro, mas pequenos movimentos diários em prol de nós mesmos, em silêncio é o que nos abre os nossos caminhos, porque primeiro descortina a mente, e abre espaço para ouvirmos nosso coração. Hoje conhecendo minhas tendências positivas e negativas torna mais fácil fazer os movimentos necessários, como entender o momento de calar, de simplesmente ouvir, bem como falar o esperado, buscando sempre o menos para o resultado mais. Conseguem entender por que Viver é Urgente? Não sou um caso isolado, ao contrário, eu sou o grito de muitas mulheres que estão perdidas em suas vidas, em seus relacionamentos, se sentindo frágeis, humilhadas, dependentes e sem ação.

Assim eu vivi muitos anos da minha vida e sei bem o que estou falando. Conheço o sentimento das mulheres com quem eu quero trabalhar, justamente porque já estive no lugar delas. Nós como seres humanos não temos condição de mensurar a dor, e nos cabe entender que a dor de uma , não é necessariamente a dor da outra, e cada uma dá no limite de suas forças, o que deve ser feito sem julgamento e distinção, o nosso olhar DEVE ser de amor, solidariedade e acolhimento. Muitas coisas na minha vida estavam fora de Ordem, inclusive no Trabalho fui desviada da minha função. À época que era vendedora fui deslocada várias vezes para o Crediário próprio da loja, outras vezes para o Caixa. Na Delegacia de Polícia eu e a colega exercia cargo de faxi-

neira se quiséssemos um ambiente limpo e organizado, também fomos telefonistas e até fui nomeada para atender como “Delegada de Polícia” exercendo a função de Delegada, mas quem recebia o salário é claro que era ele. Percebo atualmente que isso não foi uma troca justa, e me trouxe muita responsabilidade, danos físicos e emocionais principalmente. Toda trajetória profissional chocava com a vida pessoal, desgastante, exaustiva, já que eu ainda vivia sob pressão no relacionamento. Foram 15 anos consecutivos numa relação tóxica, sem saber que poderia ser intitulada assim. Eu era uma carente emocional que acreditei naquela época ter encontrado o meu Salvador, afinal dentro de casa, a minha relação com minha mãe era muito conturbada, e tudo que eu queria era sair dali. Na primeira oportunidade agi na RAIVA, e isso foi o início de outro ciclo de sofrimento. Dentro de casa com meus pais não estava bom, pior ainda foi o resultado das minhas escolhas. A princípio parecia mágico, porque no nosso primeiro encontro físico eu me engravidei, e ELE foi até minha casa e disse que estava disposto a assumir nós dois, ou seja, eu e a criança. Esse momento para mim foi o êxtase de felicidade!

Doce ilusão!

Foi o início de uma relação bonita e triste. Lembro-me que com 8 meses de gravidez, meu companheiro disse que ia viajar a trabalho, depois de 7 dias ele retornou com o corpo bronzeado, com a marca da sunga, de quem na verdade havia estado na Praia do Guarujá, na companhia de outra mulher, o que descobri na mesma semana. Chorei dias consecutivos, mas de tanto ouvir que era “mentira”, e que ele só aproveitou a praia porque estava naquela região, pronto. Foi o suficiente para eu fingir que era verdade e continuar ali esperando a chegada do nosso filho. Enfim chegou o dia tão esperado por mim, eu já não estava mais sozinha, aquele serzinho que antes estava na barriga chegou

para os meus braços. Eu o amei infinitamente desde antes, mas era indescritível aquela sensação de ser mãe, na minha cabeça aquele momento iria transformar minha vida e o meu marido também. Os anos se passaram e nada mudou. É claro que tínhamos momentos bons, porque quando ele estava comigo existia amor, e muitas vezes ele me defendia, quando “alguma mulher” do envolvimento dele se aproximava com ciúmes, na hora ele dava jeito de reagir afastando-as para longe da gente, mas é claro que isso eu também só sabia depois do ocorrido. Ainda nessas circunstâncias eu me sentia acolhida, não tinha idéia do quanto estava sendo ingênua e manipulada. O fato é que eu admirava a capacidade dele de amar. Simplesmente porque não tinha maturidade suficiente para entender que tudo aquilo não era amor. Logo que ganhei o bebê não pude amamentá-lo, porque meu leite secou, e como nunca havia feito uso de anticoncepcionais tive que começar a usar a partir dali, e em virtude da rejeição do organismo eu acabei engravidando novamente mesmo usando medicação, e a partir de dois meses quando o médico identificou a segunda gravidez suspendeu o medicamento. Desde o início eu estava com escapes de sangramento. Em 6 (seis) meses fui internada por 8 vezes, e nesse ínterim eu acabei descobrindo que tinha outra mulher também grávida do meu companheiro, e por razão do destino ou não perdi minha criança, e por pouco não perdi a vida, em virtude de uma infecção que por pouco não generalizou. Pasmem ou não, o meu marido negou anos a fio que a mulher que diziam estar grávida dele, não tinha nada a ver com ele, e EU? Acreditei é claro. Eu amava aquele homem mais que tudo e não imaginava a ideia de viver sem ele. A nossa relação continuou sobre altos e baixos. Aproximadamente dois anos depois eu saí de casa com meu filho e retornei para a casa dos meus pais, porque não aguentava mais a dor de tanta traição, e naquele mesmo fim de semana ele estava indo para uma festa e sofreu um acidente de moto, tendo impacto numa árvore, e após ser levado para o hospital, um dos colegas de trabalho

foi até minha casa e contou o que houve, e que dentro do hospital ele gritava por mim, aquilo me comoveu na hora e fui imediatamente para o hospital. Em virtude da gravidade do acidente ele foi encaminhado para a Capital, e eu o acompanhei com a roupa do corpo, porque foi tudo muito rápido, e dias depois com a realização de exames ficou constatado que ele havia perdido os movimentos do braço direito, sem chance nenhuma. Passados o tempo necessário retornamos para casa, e mais uma vez eu retornei na companhia dele, naquele momento eu pensava: “agora ele vai mudar o comportamento e a gente vai viver em paz”, imaginei que ali fosse o fim de uma história de traição. Tão logo a vida foi retornando ao normal, o comportamento dele voltou ao que era, e eu pessoalmente acabei me envolvendo em discussões com mulheres, na verdade eu estava lutando pelo que acreditava que era meu, santa ignorância. Enfim, não demorou muito para eu descobrir que ia embora de vez. Nessa ocasião surgiu a oportunidade de mudar de cidade para ocupar o cargo de “Delegada”, afinal eu era formada em Direito e tinha experiência e capacidade para corresponder às expectativas. Aceitei a proposta para ir embora e a intenção era me mudar com meu filho. Mais uma vez não consegui resistir às investidas do meu companheiro que era mestre em se ajoelhar aos meus pés pedindo perdão e repetindo que nunca mais ia acontecer nada para nos separar, e que me amava e isso que importava. Foi uma época em que vivemos mais tranquilamente, e passamos alguns anos sem eu tomar conhecimento de nenhuma traição, talvez porque estivesse em outra cidade, mas nem por isso o comportamento dele me agradava, afinal me deixava muito sozinha para frequentar bar e mesa de jogos. E, até tentei acompanhá-lo ao máximo, mas todo dia não dava né? Por volta do ano 2000 chegou uma intimação na nossa casa destinada a ele, e era para comprovação de paternidade, daquele

(a) filho (a) que ele havia negado terminantemente. Naquele momento eu fiquei gelada, e tudo voltou a minha mente, o meu sofrimento com a perda do bebê, e eu não queria acreditar que tudo aquilo estava acontecendo de novo, e dessa vez ele não se esquivou, definitivamente assumiu ser pai da adolescente que ele negou desde o feto. Houve um desequilíbrio tão grande da minha parte, e a partir dali, me sentindo completamente sozinha busquei a terapia que mencionei anteriormente, um processo chamado NAESAM (Núcleo de assistência Espiritual e Mental), na Casa Espírita que eu já frequentava. No princípio da nossa relação, dois meses foram suficientes para eu me unir em casamento e dois meses foram suficientes para eu descobrir que não queria mais continuar no casamento, definitivamente, estava exausta. Minha vida conjugal iniciou e findou com dois meses metaforicamente falando. A terapia em conjunto com as questões do espírito colocaram novas lentes em meus olhos e comecei a me ver, a prestar atenção em mim, no que eu queria fazer. Contudo passei a abrir mão do que não me fazia bem escolhendo sobre o que me dava prazer, em seguida já não me incomodava de ficar sozinha. Busquei cada vez mais a Casa Espírita, trabalho voluntário na casa da sopa, e isso foi me dando coragem para enfrentar meus medos e inseguranças, inclusive optei por ter mais um filho, desta vez veio uma menina. Ali já estava determinada a sair da relação. Aos poucos meu companheiro sentiu na pele a rejeição, e isso o incomodou profundamente, ele percebeu que já não havia mais sentimento da minha parte, e isso foi me dando mais força e coragem. Eu já não tinha mais medo. Graças a Deus! Não sofri agressão física e o sentimento de posse que me amedrontava também se foi.

Quando nossa filha fez dois anos eu já estava em paz para seguir em frente, sem medo, e de fato decidi recomeçar. De volta

a casa da minha mãe, literalmente recomecei do zero. Hoje aos 52 anos de idade me sinto no melhor momento, e acredito ter encontrado meu propósito de vida quando comecei estudar as terapias holísticas, isso foi o que me levou a auto cura das minhas dores, onde fiz todo o processo inverso, ou seja, me cortei por fora para limpar por dentro. Retornei ao passado para entender que tudo está certo como está, que minha história é a minha melhor versão de mim, e que graças a ela estou aqui hoje livre, leve , muito feliz e realizada. Vários ciclos fecharam para dar lugar a esse novo ciclo que construo agora, o de infinitas possibilidades, onde as percepções de agora são baseadas na minha auto-responsabilidade, no fato de que minha mãe e meu pai são os grandes e eu a pequena. Que minha criança não mais precisa sentir medo porque agora eu cuido dela com todo meu amor, e a vida pode ser maravilhosa, próspera, de muitas alegrias, principalmente quando o que se propõe a fazer está ligado ao bem maior. Quero acolher e ajudar pessoas/mulheres que estão em relacionamentos tóxicos, sem nem saber o que é, que estão infelizes na relação e não conseguem encontrar forças para fazer diferente, que estão na morte em vida, ou mesmo que estão sozinhas numa relação a dois. Na vida o Universo é cíclico, a Lua é cíclica, os meses, os anos, as estações, os nossos dias, enfim, a MULHER É CÍCLICA. Tudo está em movimento o tempo todo. Saímos de nossa infância e partimos para a adolescência, em seguida temos a nossa juventude e consequentemente a maturidade. A mulher de hoje é capaz de estar em plena forma aos 50 . Considero este o meu estado atual, e como eu existem milhares de mulheres se redescobrindo nessa idade, mas é claro que para chegar até aqui passei por poucas e boas. A seguir faço uma sinopse de mais ou menos como foi “a melhor idade” da minha vida.

Você MULHER que está na Primavera da sua vida preste muita atenção nos detalhes, pormenores, circunstâncias, enfim... Dê atenção às Luas, como você se sente na lua nova, na lua cheia, na minguante e crescente. Como você está antes, durante e depois da Menarca. Observe-se carinhosamente , se valorizando e tendo a compreensão do seu papel sagrado na humanidade. O seu Sagrado Feminino. Nas Luas claras você está para fora e nas Luas escuras você está para dentro! Esse é um CHAMADO/BAIXAR O VÉU! A prestar atenção em você, na sua vida, em como quer viver hoje, e como quer estar daqui a um ano, e daqui a 5 anos, e assim sucessivamente. Como eu gostaria de ter ouvido esse chamado de alguém sem ter tido tanto enfrentamento emocional, resultado de doenças psicossomáticas, autoimunes e outras consequências mais. Porém hoje tenho o sentimento de GRATIDÃO por tudo que vivi, senti, e que agora me faz ser acolhedora de todas as minhas dores e emoções para me disponibilizar a acolher a outras pessoas, principalmente as mulheres que se conectarem comigo e com minha estória, para juntas baixarmos o VÉU da ignorância emocional que nos aprisiona a um estado infantil e que nos impede de avançar em todas as áreas da nossa vida.

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