Centro de Apoio à Saúde e Bem-estar 1
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Centro de Apoio à Saúde e Bem-estar
Jamily Andrade Soares Orientador: Dani Hirano Centro Univeristário Belas Artes Trabalho Final de Graduação São Paulo, dezembro de 2020 3
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“O significado final de qualquer edificação ultrapassa a arquitetura; ele redireciona nossa consciência para o mundo e nossa própria sensação de termos uma indentidade e estarmos vivos. A arquitetura significativa faz com que nos sintamos como seres corpóreos e espiritualizados. Na verdade, essa é a grande missão de qualquer arte significativa.” Juhani Pallasmaa 5
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Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus e Nossa Senhora Aparecida, por sempre iluminar meus caminhos e me dar saúde e sabedoria para ir em busca dos meus sonhos. Aos meus pais Edson e Alessandra, que são minhas maiores inspirações. Obrigada por me apoiarem, acreditarem em mim e fazer com que tudo isso se tornasse realidade. À minha irmã Jessica, por ser minha maior companheira e por me incentivar a ir atrás dos meus sonhos. Ao meu cunhado David, por torcer por mim. À minha avó Berenice, por me dar amor e carinho. À toda minha família, que sempre vibrou pelas minhas conquistas. Aos meus amigos, que foram minha família nesses 5 anos morando em São Paulo, por todo companheirismo, conversas, risadas e momentos que ficarão guardados comigo para sempre. Ao meu professor orientador Dani Hirano, por me ensinar mais sobre Arquitetura a cada orientação. Aos professores que contribuíram para o meu aprendizado. A Arquitetura mudou minha vida, abriu meus olhos para um novo mundo. Me fazendo enxergar tudo e todos com sensibilidade e empatia. Que esse seja apenas o começo de um grande sonho! Enfim, arquiteta!
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Sumário 01. Apresentação 1.1- Introdução 1.2- Justificativa e Relevância do Tema 1.3- Público Alvo 1.4- Objetivo Geral 1.5- Conceituação 1.6- Fenomenologia 1.7- Peter Zumthor 1.8- Steven Holl 1.9- Juhani Pallasmaa 1.10- Arquitetura Sensorial 1.11- Steen Eiler Rasmussen 1.12- Millicent Gappell 1.13- Maria Lúcia Malard 1.14- Humanização 1.15- Jorge Ricardo Santos de Lima Costa 1.16- Jarbas Karman 1.17- João Filgueiras Lima 1.18- Estudos de Casos Centro Maggie de Oldham Centro de Saúde Hospital Sarah Kubitschek
02. Território
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2.1- A cidade 2.2- O Hospital Regional de Taubaté 2.3- Definição do terreno
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2.4- Levantamento fotográfico 2.5- Legislação
03. Projeto 3.13.23.33.4-
70 72 76 77 78
Pesquisa Programa Quadro de Áreas Partido
04. Transições Espaciais
82 84 92 96 100 104 110 114 115 116 122
4.1- Térreo Público - Pátio central 4.2- 1º Pavimento Socila - Vegetação 4.3- Pavimento Social - Elemento água 4.4- 3º Pavimento Íntimo - Visões 4.5- Terraço Lazer - Luz 4.6- Cobertura 4.7- Grelha estrutural 4.8- Corte Ampliado 4.9- Fachadas 4.10- Vegetação
05. Considerações Finais
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06. Bibliografia
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Apresentação
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1.1- Introdução Para a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OMS), o conceito saúde vai além da ausência de doenças, e sim quando é possível ter um complemento de bem-estar físico, mental e social de uma pessoa. Quando uma pessoa se torna paciente de um hospital, por qualquer que seja sua doença, além dos tratamentos clínicos, sua recuperação está diretamente ligada a qualidade do ambiente e a interação com outras pessoas. O avanço da medicina, faz com que os tratamentos sejam cada vez mais eficazes. Porém, por muito tempo, a questão do auxílio ao bem-estar completo de pacientes, familiares e colaboradores, foi deixada de lado pelos avanços da tecnologia aplicada na medicina. Mas, nos últimos anos a arquitetura vigente nos ambientes de saúde, tem passado por um processo de transformação, dando destaque a qualidade do ambiente e se preocupando em distanciar os ambientes do aspecto hostil dado as instituições de saúde e hospitais. O conceito de humanização é o principal fator para aproximar o ambiente físico dos valores humanos, colocando o homem como o grande foco do projeto. Com isso, o presente trabalho final de graduação tem como proposta um projeto de edificação que consiste em um Centro de Apoio à Saúde e Bem-estar, localizado na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, situado das proximidades do Hospital Regional de Taubaté, atribuindo a cidade um novo conceito de espaço de tratamento e acolhimento das pessoas. Assim, o Centro disponibili 12
zará suporte físico, emocional e social aos frequentadores, favorecendo o contato social para que haja troca de experiências, acesso à informação e uma qualificada experiência espacial e sensorial,que proporcionará novas vivencias, garantindo conforto, segurança e acolhimento, levando a uma recuperação mais eficaz e saudável.
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1.2- Justificativa e Relevância do Tema O Hospital Regional de Taubaté, é referência em casos de médio e alta complexidade em toda região do Vale do Paraíba, que abrange 39 municípios, cerca de 2,5 milhões de pessoas. Oferecendo o que há de mais moderno em tecnologia para diversas especialidades. A demanda do Hospital chegou a 20 mil sessões de quimioterapia no ano de 2015, além de consultas e exames. Por ser uma referência regional, o Hospital recebe pessoas de todo o Vale, fazendo com que além do desgaste físico causado pelos tratamentos, muitas das vezes invasivos, faz com que haja também um desgaste mental e financeiro, pelo fato da locomoção e distanciamento da família, dificultando e até prejudicando a sua recuperação completa sob todos aspectos. Diante desse cenário, considerando a premissa de que a qualidade do ambiente pode acelerar o processo de cura e o melhor desempenho de um tratamento, contribuindo com a descompressão, a melhoria da ansiedade, pressão arterial e delírios causados por determinados medicamentos ou procedimentos clínicos, deste modo, cabe ao arquiteto, ser responsável e sensível a esta simbólica relação do homem com o ambiente. “...indivíduos com suporte social apresentam menores níveis de estresse e sensações de bem-estar mais frequentes do que aqueles que não têm nenhum tipo de apoio da família, amigos ou sociedade.” (VASCONCELOS, Renata, apud ULRICH, 1990)
Assim se insere o motivo e justificativa da construção de um Centro de Apoio à Saúde e Bem-estar, nas proximidades do Hospi 14
tal que fará com que seus frequentadores tenham todo o apoio físico e mental para superar dificuldades causadas por seus tratamentos, além de informação adequada, inserção na sociedade, oficinas e cursos, atendimento com profissionais e hospedagem para que seus resultados sejam ainda mais promissores, tudo isso unido a uma boa arquitetura, que traga novas experiências.
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1.3- Público Alvo • Pacientes em tratamento: Acolher pacientes, para que a fase de tratamento seja menos traumática, tendo apoio e convivência com pessoas e profissionais que entendem da situação, amenizando o desgaste físico e mental. • Familiares: Dar apoio psicológico, como terapia e outras atividades, proporcionando conhecimento e segurança aos familiares. Fazendo a integração entre outras pessoas que estão na mesma situação, proporcionando um sentimento de ajuda mútua. • Pacientes pós cura: Auxílio na reintegração social, profissional e emocional da pessoa pós tratamento. Encontrando uma retomada de vida saudável e com menos limitações, além de encorajar outras pessoas com suas experiências. • Público em geral: Abrir as portas do centro para voluntários que ajudem nas atividades e eventos como palestras e oficinas, trazendo novas experiencias para os pacientes. Além de não limitar o uso do centro apenas para os pacientes em tratamento no Hospital Regional de Taubaté, mas sim, para qualquer pessoa que sentir necessidade de um local agradável e acolhedor.
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1.4- Objetivo Geral O trabalho presente, visa a concepção de um Centro de Apoio à Saúde e Bem-estar, com o intuito de reproduzir espacialmente novas atmosferas, que provoquem novas sensações e reflexões aos seus usuários, espaços nos quais sejam bem qualificados e que influenciem positivamente nas pessoas. Objetiva-se mostrar a eficácia da arquitetura no bem-estar das pessoas e como o edifício e a ambiência podem contribuir como uma forma de cuidado paliativo. A intenção em proporcionar ambientes em que o usuário tenha uma relação mutua com o edifício, onde ele possa ter a integração do espaço interno e externo, fazendo com que seus sentidos sejam trabalhados de forma estimulante para seu progresso, atingindo a saúde de corpo, mente e alma, evidenciando a importância de nos relacionarmos com o meio em que vivemos e frequentamos. Fazendo com que as pessoas que frequentam o centro não se sintam doentes e/ou improdutivas.
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1.5- Conceituação Para o denvolvimento de todo este trabalho final de graduação, tiveram três conceitos fundamentais que nortearam toda a pesquisa e foram essenciais para definir todo o partido do projeto de edificação. A seguir os conceitos de Fenomenologia, Arquitetura Sensorial e Humanização, serão brevemente explicados através de arquitetos que demonstram muito bem como a arquitetura se comporta diante destes conceitos, nos quais sempre tentam aproximar o homem do objeto (espaço), através de estímulos dos sentidos e sensações.
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1.6- Fenomenologia O conceito de fenomenologia foi criado pelo filósofo Edmund Husserl (1859-1938). E sua definição é dada pelo estudo de um conjunto de fenômenos, e como eles se manifestam através do tempo e espaço. É uma matéria que estuda a essência das coisas e como elas são percebidas no mundo.
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1.7- Peter Zumthor - Atmosferas
O arquiteto Suíço, fala sobre o conceito de “atmosfera”,” [...] um ambiente, uma disposição do espaço construído que comunica com os observadores, habitantes, visitantes e, também, com a vizinhança, que os contagia.”, afirma Zumthor (2009, p.7), tendo em vista descrever a ambiência e/ou o sentimento gerado nas pessoas que utilizam o ambiente. O arquiteto fala em seu livro Atmosferas que a percepção emocional e intuitiva de um espaço, se dá logo ao entrar, nos primeiros segundos, como uma primeira impressão. O processo de percepção se faz do diálogo entre a pessoas e o objeto, que neste caso é o frequentador e o ambiente, e a atmosfera é algo que está nas duas partes desse diálogo, como uma espécie de canal, um denominador comum da situação de vivência. As atmosferas podem adquirir caráter emocional e inconsciente, variando de acordo com o estado emocional e corporal de quem vive no espaço, sendo algo subjetivo. “Qualidade arquitetônica só pode significar que sou tocado por uma obra.”, afirma Zumthor (2009, p.11). Destaca a materialidade e suas infinitas maneiras de serem trabalhadas, e como agem sobre nossa percepção, como diz: “Materiais soam em conjunto e irradiam, e é desta composição que nasce algo único.”, Zumthor (2009, p.25).
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Figura 01 - Termas de Vals de Peter Zumthor Fonte: ArchDaily
Figura 02 - Termas de Vals de Peter Zumthor Fonte: ArchDaily
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1.8- Steven Holl - Percepções Arquiteto Norte Americano, Steven Holl fala em seu texto Questões da Percepção: Fenomenologia da arquitetura, sobre a arquitetura poder inspirar e transformar nossa existência no cotidiano. Afirma que a arquitetura, dentre as artes, é a que capta a imediatez nossas percepções sensoriais. A passagem do tempo, a luz, da sobra, transparência, como também texturas, materiais e detalhes. Só a arquitetura desperta simultaneamente todos os sentidos. “Uma experiência cinemática de uma catedral de pedra [...] só a arquitetura oferece as sensações táteis da textura da pedra e dos bancos polidos de madeira, a experiência da luz cambiante com o movimento, o cheiro e os sons que ecoam no espaço e as relações corporais de escala e proporção. Todas estas sensações se combinam numa experiência complexa que passa a estar articulada e a ser específica, embora sem palavras. O edifício fala dos fenômenos perceptivos através do silêncio.” (HOLL, 2011 apud Fracalossi, 2012)
Em sua obra Intertwining, o arquiteto mostra uma perspectiva sobre a fenomenologia das essências, mostrando que através da arquitetura percebemos as essências e colocamos ela de volta a existência. Fazendo com que a arquitetura tenha a tarefa de unir a forma, espaço, luz, material, cor e sombra tornando-se uma entidade de entrelaçamento, como diz Paula em seu mestrado. A arquitetura pode moldar um viver e sentir entrelaçado com o espaço e o tempo, o que pode mudar a maneira como vivemos. A fenomenologia diz respeito ao estudo das essências; a arquitetura tem o potencial de colocar as essências de volta à existência. Através da forma, espaço e luz, a arquitetura pode elevar a experiência da vida cotidiana a partir dos vários fenômenos que emergem de locais específicos, programas e arquiteturas. (HOLL,1996 apud AMORIM, 2013, p. 71) 24
Figura 03 - Igreja do Santíssimo Redentor, Menis Arquitectos Fonte: ArchDaily
Figura 04 - Capela Joá, Bernardes Arquitetura Fonte: ArchDaily
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1.9- Juhani Pallasmaa - Sentidos
Arquiteto e fenomenólogo Finlandês, Juhani Pallasmaa, fala da Arquitetura Multissensorial, em que a ideia de que todos os sentidos fazem parte da percepção do espaço arquitetônico, influenciando na experiencia existencial. Pallasmaa explica esse assunto em um dos seus livros, Os olhos da pele. A arquitetura e os sentidos. Neste, destaca que as principais formas de percepção são os cinco sentidos propriamente ditos; audição, visão, tato, olfato e paladar. Destaca que em uma experiencia arquitetônica multissensorial, a sensibilidade háptica assume um papel indispensável visto que o sentido do tato interage com os outros sentidos para a percepção dos espaços, já que para Pallasmaa, vemos a suavidade, o aveludado, a dureza dos materiais, a profundidade, quase como “tocar com os olhos”. Ressaltando cada um dos sentidos em particular e sua relação com a arquitetura. O ponto mais relevante de seu discurso é o encontro do corpo com as coisas ao seu ao redor. Um a obra de arquitetura não é experimentada como um a série de imagens isoladas na retina, e sim em sua essência material, corpórea e espiritual totalmente integrada. Ela oferece formas e superfícies agradáveis e configuradas para o toque dos olhos e dos demais sentidos, mas também incorpora e integra as estruturas físicas e mentais, dando maior coerência e significado à nossa experiência existencial (PALLASMMA, 2011, p.11)
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Figura 05 - Casa Estúdio, Luis Barragán Fonte: ArchDaily
Figura 06 - Casa Estúdio, Luis Barragán Fonte: ArchDaily
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1.10- Arquitetura Sensorial O conceito de arquitetura sensorial está ligado diretamente a percepção e os sentidos humanos, e como eles podem ser explorados por um edifício, proporcionando experiencias únicas, ativadas pelos sentidos.
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1.11- Steen Eiler Rasmussen - Vivenciar Arquitetura
O arquiteto dinamarquês, em seu livro Arquitetura Vivenciada discorre a respeito de questões básicas da arquitetura, como planos de cor, escala, luz do dia, ritmos, textura e acústica, de maneira a instigar a percepção das pessoas e mostrar a grande amplitude a arquitetura tem, ressaltando como perceber as coisas que nos cercam, dando ênfase ao olhar atento. O autor expõe que na arquitetura não há regras ou critérios para caracterizar um bom edifício, mas sim pontos que quem usa o ambiente pode notar e assim se aproximar da sua essência. Explica como as pessoas deveriam analisar qualquer construção para obter uma experiência imersiva. “Não é suficiente ver arquitetura; devemos vivencia-la. [...] Devemos residir nos aposentos, sentir como nos circundam, observar como nos levam naturalmente de um lado para outro” (RASMUSSEN, 1986 apud MELO, 2019, p.18) Rasmussen, reforça o papel do arquiteto em proporcionar a relação de entrosamento entre, pessoa e obra. Afirmando que “o arquiteto é uma espécie de produtor teatral, o homem que planeja os cenários para as nossas vidas”. (RASMUSSEN, 2020 apud DIAS, 2017, p.4).
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Figura 06 - Sesc 24 de Maio, Paulo Mendes da Rocha + MMBB Arquitetos Fonte: ArchDaily
Figura 07 - Sesc 24 de Maio, Paulo Mendes da Rocha + MMBB Arquitetos Fonte: ArchDaily
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1.12- Millicent Gappell - Bem-Estar
Segundo Gappell, o bem-estar físico e emocional das pessoas, é diretamente influenciado por seis aspectos: luz, cor, som, aroma, textura e forma. Estes fatores no ambiente tem um alto impacto no psicológico e no físico das pessoas que utilizam um espaço bem projetado. Aspectos justificados pelo estudo da psiconeuroimunologia¹, que é a arte e ciência de produzir ambientes, que ajudam a acelerar a cura de doenças, evitar doenças e proporcionar o bem-estar. Estudando os elementos do ambiente, os estímulos sensoriais e a relação entre o estresse e a saúde, e esses estudos demonstram a importância da variação de estímulos sensoriais. (GAPPELL, 1991 apud VASCONCELOS, 2004, p. 46).
1 O termo Psiconeuroimunologia foi introduzido por Robert Ader, em 1981, para definir o campo da ciência que estuda a interação entre o sistema nervoso central (SNC) e o sistema imunológico
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Figura 08 - Credit Valley Hospital Fonte: Architectmagazine
Figura 09 - Credit Valley Hospital Fonte: Architectmagazine
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1.13- Maria Lúcia Malard - Ambientes Receptivos
Malard, fala em seu artigo Os objetivos do quotidiano e a ambiência, que para a apropriação do ambiente, envolve a interação recíproca do usuário/espaço, em que o usuário molda o os lugares segundo suas necessidades e desejos, tornando assim os lugares receptivos. Logo, os lugares receptivos são aqueles em que as pessoas se sentem em harmonia, e a ambiência do ambiente é o que proporciona essa comunicação. Mas para que essa ambiência aconteça, Malard faz uma divisão entre aspectos subjetivos e aspectos objetivos. Em que os aspectos subjetivos são ativados pela maneira em que os materiais, cores, texturas e formas são combinados para compor o ambiente. Já os aspectos objetivos são ativados pelas condições térmicas, acústicas, lumínicas e dimensionais. “Se uma pessoa está sentindo muito frio ou muito calor ela não se sentirá confortável de maneira nenhuma, por mais bonito e atraente que seja o lugar onde ela estiver.” (MALARD, 1993, p.4).
Ambos resultam em efeitos comportamentais, mas a diferença entre eles é que os aspectos subjetivos estão ligados a cultura, enquanto os aspectos objetivos estão referentes a condição humana.
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Figura 10 - Residência Milan, Marcos Acayaba Fonte: ArchDaily
Figura 11 - Residência Milan, Marcos Acayaba Fonte: ArchDaily
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1.14- Humanização Faz parte desse conceito atender às necessidades e expectativas do usuário do espaço. É necessário conhecer as características de quem irá utiliza-lo e as principais atividades dos usuários, e diante disso projetar ambientes adequados.
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1.15- Jorge Ricardo Santos de Lima Costa - Humanização Hospitalar
No discurso de Costa, para humanizar um ambiente, aparecem a ideia de lar e intimidade. Para o arquiteto muitas vezes o hospital pode ser uma experiencia traumatizante para o paciente, pois ele sai do domínio privado, que é seu lar e uma ambiente familiar, de dimensões reduzidas que transmite o bem-estar e acolhimento e vai para um de domínio público, o hospital, que é completamente estranho, impessoal, com escalas de espaços maiores, sem o poder de apropriação do local. A questão da proximidade nesse espaço é fundamental para pensarmos em um ambiente que se proponha a harmonizar e curar o indivíduo. A escala dos objetos e espaços internos parece que se amplia, em vez de reduzir-se e atingir um estado de bem-estar humano. O sentido de proximidade entre os objetos, sujeitos e espaços é necessário para a amenização do vazio do homem em crise. Urge a necessidade de uma aproximação física, de um preenchimento pelo afeto, com a respectiva atenuação da dor e a conquista da aceitação individual e social. (COSTA, 2001 apud LUKIANTCHUKI; SOUZA, 2010, n. 118.01).
Logo, para Costa, a humanização do hospital, diminui a distância entre hospital e o paciente. E essa aproximação se baseia na metáfora do lar, aumentando o processo de cura física e mental.
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Figura 11 - Centro Maggie de Leeds, Heatherwick Studio Fonte: ArchDaily
Figura 12 - Centro Maggie de Leeds, Heatherwick Studio Fonte: ArchDaily
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1.16- Jarbas Karman - Hospital e Hospitalidade
Karman usa a figura metafórica de um hotel, para humanizar os espaços hospitalares. Acredita que os pacientes devem ser vistos como clientes. Em que a humanização do espaço deve proporcionar o bem-estar aos usuários, aliviando suas angústias e assim diminuindo o tempo de internação, justificada pelo fato de este ser o ambiente de maior permanência dos pacientes. “Projetos de hotéis onde o hóspede às vezes fica apenas um dia exigem tratamento especial para atrair o público. O mesmo deve ocorrer com o hospital, onde a permanência é mais prolongada”, afirma Karman (1997, p. 44).
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Figura 13 - Projeto de Safdie Architects e Perkins+Will para área de ensino e pesquisa do Hospital Albert Einstein em São Paulo. Fonte: Projeto Batente
Figura 14 - Projeto de Safdie Architects e Perkins+Will para área de ensino e pesquisa do Hospital Albert Einstein em São Paulo. Fonte: Projeto Batente 41
1.17- João Filgueiras Lima - Humanização e Relação Ambientes Naturais
Em seu discurso João Filgueiras Lima, Lelé, faz a relação da humanização com a natureza e a integração de obras de arte. Segundo ele, apesar de edifícios hospitalares, serem projetos complexos e rigorosos em questão a funcionalidade, a beleza não pode ser excluída. Visto a beleza como palavra chave para a humanização, já que ela “alimenta o espírito”. Ninguém se cura somente da dor física, tem de curar a dor espiritual também. Acho que os centros de saúde que temos feito provam ser possível existir um hospital mais humano, sem abrir mão da funcionalidade. Passamos a pensar a funcionalidade como uma palavra mais abrangente: é funcional criar ambientes em que o paciente esteja à vontade, que possibilitem sua cura psíquica. Porque a beleza pode não alimentar a barriga, mas alimenta o espírito. (LIMA, 2004, p.50).
O arquiteto procura a humanização/beleza por meio de ambientes amplos, no qual jardins e obras de artes são convocados para contribuir no espaço a capacidade de cura. Além do uso de ventilação e iluminação naturais, assim tornando o ambiente mais natural e mais humano. As obras de arte entram em pinturas, painéis coloridos, murais, entre outros, buscando espaços mais alegres e belos.
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Figura 15 - Residência José da Silva Neto, Lelé Fonte: SOSBrutalism
Figura 16 - Residência José da Silva Neto, Lelé Fonte: SOSBrutalism
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1.18- Estudos de Casos
Figura 17 - Centro Maggie de Oldham Fonte: Archidaily
Figura 18 - Centro de Saúde Fonte: Archidaily
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Figura 19 - Hospital Sarah Kubitschek Fonte: Revista Projeto
Centro Maggie de Oldham Centro de Saúde Hospital Sarah Kubitschek 45
Figura 20 - Centro Maggie de Oldham, dRMM Fonte: Archidaily
Figura 21 - Centro Maggie de Oldham, dRMM Fonte: Archidaily
Figura 22 - Centro Maggie de Oldham, dRMM Fonte: Archidaily
Figura 23 - Centro Maggie de Oldham, dRMM Fonte: Archidaily
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Centro Maggie de Oldham Ficha técnica: Autor: dRMM Local: Oldham, Reino Unido Ano: 2017 Área: 260m²
Os centros Maggie, são espaços que oferecem suporte para pacientes em tratamento de câncer. A edificação é como uma caixinha de surpresas construída em madeira, simples e sofisticada. Pilares esbeltos fazem parte da sua estrutura, para que o edifício pareça estar flutuando sobre um abundante jardim. No oásis central da edificação, uma árvore copada atravessa o edifício, trazendo a natureza para dentro. Os ambientes internos são repletos de luz natural e vistas inesperadas para o jardim, emolduradas por grandes aberturas. Os painéis de madeira utilizados, além de ser o principal acabamento da edificação, também cumprem função estrutural. A madeira traz de volta a esperança, humanidade e aconchego necessário, com o objetivo de transformar o caráter asséptico da arquitetura hospitalar, vivenciada pelos pacientes em tratamento do câncer. Uma das sedes do Centro Maggie foi escolhida com referência, pelo mesmo propósito de cuidado e acolhimento ao paciente que será aplicado no Centro de Apoio. Além, mais uma vez, a forte influência da madeira como principal revestimento. A presença das grandes aberturas que proporcionam visibilidade com o externo, além de proporcionar luz natural e percepção do ciclo circadiano. Também o aparecimento da vegetação e sua integração com o ambiente interno.
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Figura 24- Centro de Saúde, Nord Architects Fonte: Archidaily
Figura 25- Centro de Saúde, Nord Architects Fonte: Archidaily
Figura 26- Centro de Saúde, Nord Architects Fonte: Archidaily
Figura 27- Centro de Saúde, Nord Architects Fonte: Archidaily
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Centro de Saúde Ficha técnica: Autor: Nord Architects Local: Copenhagen, Dinamarca Ano: 2011 Área: 2250m²
Baseado na premissa de que pesquisas comprovam que a arquitetura pode ter um efeito positivo na recuperação de pacientes, o projeto parte para uma escala menor de edificação, podendo assim oferecer uma atmosfera acolhedora, humana e confortável, podendo auxiliar as pessoas na recuperação. Projetado como uma série de pequenas casas combinadas em uma só, o centro fornece um local apropriado para uma instalação de saúde moderna, mas sem perder a escala confortável e individual, na qual traz sensação de aconchego e acolhimento. As casas são conectadas por uma cobertura, moldada como um origami japonês, trazendo toda a característica ao edifício. O edifício resume-se a um lounge de entrada, em que a partir dele pode-se ter acesso as outras partes da casa, como o pátio ajardinado, espaços para exercitar, cozinha coletiva, salas de reuniões em grupo, etc. Sua localização está próxima ao centro da cidade e na mesma área que o Hospital Universitário de Copenhagen, para que os pacientes possam ir ao centro depois do hospital. Este centro de saúde de Copenhagen foi escolhido como referência, por se tratar de um edifício que optou por um partido de trabalhar com uma escala menor de edificação, e de pensar nos cuidados para que o edifício não perca o aconchego e acolhimento. Além do uso do pátio interno, que traz iluminação e ventilação natural.
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Figura 29- Hospital Rede Sarah, Rio de Janeiro Fonte: Revista Projeto
Figura 28- Hospital Rede Sarah, Rio de Janeiro Fonte: Revista Projeto
Figura 30- Hospital Rede Sarah, Rio de Janeiro Fonte: Revista Projeto
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Hospital Sarah Kubitschek Ficha técnica: Autor: João Filgueiras Lima (Lelé) Local: Rio de Janeiro, Brazil Ano: 2008 Área: 52000m²
O Hospital é constituído de quatro edifícios interligados: Serviços técnicos; Internação; Serviços ge¬rais; Centro de estudos, residência e auditório. Separados por características similares e níveis es¬pecíficos de assepsia. Foram projetadas grandes coberturas, com pés direitos variáveis formando grandes sheds. O espaço resultante entre os tetos e as coberturas, com pés direitos sempre superiores a 4m, cons¬titui ao mesmo tempo um grande colchão de ar ventilado e um difusor da luz solar que penetra pelas aberturas dos sheds. Lelé, induziu sistema de ventilação flexível, com três alternativas de ventilação, para que o ar-condicionado seja o menos usado. Estes sistemas flexíveis possibilitam o uso da ventilação e iluminação natural. O teto em arco de policarbonato que se abrem através de sistema motorizado, permitindo a ventilação natural de todo o ambiente. O corredor-varanda da área de internação, adjacente à área de convivência, estabelece um contato direto entre os dois níveis, valorizando a integração visual e direta entre pacientes, equipe médica. Os pacientes internos podem sair para o corredor e observar todas as atividades que acontecem na área de convivência. Por mais que se trate de uma edificação de grande escala, o Hospital serviu como referência pela preocupação em proporcionar ventilação e iluminação natural, além de trabalhar com jardins internos e áreas de convivências coletivas, para proporcionar descompressão e relaxamento aos pacientes em recuperação. 51
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Território
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2.1- A cidade Taubaté desempenhou um importante papel na evolução histórica e econômica do país. Foi núcleo irradiador do bandeirismo no ciclo do ouro e um dos municípios de maior produção de café durante o surto cafeeiro no Brasil. Destaca-se até hoje como polo industrial, pecuarista e rizicultor, além de ter função cultural como Cidade Universitária do Vale do Paraíba, possuindo um dos melhores sistemas de educação da região. Sua localização estratégica, se dá, as margens da Rodovia Presidente Dutra, o maior eixo de circulação entre Rio de Janeiro e São Paulo. O fácil acesso a rodovias como Carvalho Pinto e Fernão Dias, e também a proximidade com grandes centros urbanos como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e os portos de São Sebastião e Santos, faz com que a cidade se torne um grande atrativo para que indústrias se instalem e desenvolvam nela. A cidade também é cortada pela Rede Ferroviária Federa. Conhecida como Capital da Literatura Infantil, por ser terra natal de Monteiro Lobato, a cidade situada no Vale do Paraíba, se estende por 324,90 km² e conta com cerca de 314.924 habitantes, segunda cidade mais populosa da região, com sua densidade demográfica de 504 habitantes por km². Apontado pela revista Veja como um dos 20 municípios brasileiros de médio porte preparados para se transformarem em metrópoles do futuro. Além de museus, monumentos, catedrais, parques, universidades entre outros, a cidade ainda possui o Mercado Municipal, que oferece produtos típicos da região.
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Figura 31- Mapa estado de São Paulo, localizando o Vale do Paraíba Fonte: Internet - Editado pela autora
Figura 32- Mapa Vale do Paraíba, destacando a localização da cidade de Taubaté Fonte: Internet - Editado pela autora
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Figura 32- Santuário e Praça de Santa Terezinha Fonte: Portal da cidade
Figura 33- Mercado Municipal de Taubaté Fonte: Wikimapia
Figura 34- Sítio do Pacapau Amarelo Fonte: O Globo
Figura 35- Praça Dom Epaminondas Fonte: Jornal O Vale
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Figura 36- Antiga Estáção Ferroviária Fonte: Assebléia Legislativa de São Paulo
Figura 37- Monumento em Homenagem aos Bandeirantes Fonte: Assebléia Legislativa de São Paulo
Figura 38- Prefeitura de Taubaté Fonte: Quiririm News
Figura 39- Departamento de Arquitetura Unitau Fonte: Unitau
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2.2- O Hospital Regional de Taubaté Desapropriado e comprado pelo Governo do Estado no dia 11 de maio de 2004, então pertencente a Secretaria Estadual da Saúde. O Hospital Regional é um hospital geral, voltado para casos de média e alta complexidade, com perfil cirúrgico. Com mais de 26 mil m² de área e um total de 249 leitos. Sendo referência para 39 municípios do interior do estado de São Paulo. Os serviços fornecidos pelo o hospital são: Pronto atendimento adulto e infantil, UTI geral e cardiológica, exames clínicos e diagnósticos e hemodinâmica 24h. Além de se destacar na especialidade de traumato-ortopedia, neurocirurgia, oncologia, cirurgia cardíaca, hemodinâmica e cardiologia intervencionista. E os tratamentos de doenças reais fez com que o Hospital Regional se tornasse o 1º polo de tratamento conservador ao paciente renal do Estado. O Hospital também leva o título de Acreditação de Excelência (nível 3) pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Oferecendo o que há de mais moderno em tecnologia para o Vale do Paraíba.
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Figura 40- Hospital Regional Fonte: Quiririm News
Figura 41- Hospital Regional Fonte: Hospital Regional
Figura 42- Corredor Unidade de Internação Fonte: Hospital Regional
Figura 43- UTI Fonte: Hospital Regional
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2.3- Definição do terreno O terreno escolhido para a implantação do Centro de Apoio à Saúde e Bem-estar, localiza-se no bairro Jardim das Nações, região central da cidade. Localização definida pela proximidade ao Hospital regional, menos de 200m de distância um do outro, facilitando o acesso e a relação de uso entre eles. A proximidade do equipamento proposto com o local do tratamento é de suma importância, pois o principal público-alvo poderá frequentar o Centro de Apoio antes ou após os tratamentos realizados no hospital, além de acolher suas famílias. Ressaltando também a proximidade com outros serviços e instituições de saúde. Como a prefeitura da cidade, delegacia e universidade UNITAU, gerando assim um fluxo continuo de pessoas e possiveis frequentadores do centro. O terreno de esquina, formado pelas ruas Uruguai e Portugal, é paralelo a ruas importantes e de grande fluxo da cidade, facilitando o acesso ao Centro de Apoio.
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Figura 44 - Localização do bairro Jardim das Nações e o terreno do projeto Fonte: Google Earth - Editado pela autora
Figura 45 - Localização do terreno do projeto e o Hospital, mostrando sua proximidade Fonte: Google Earth - Editado pela autora
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Figura 46 - Mapa Ser viços.Localização do terreno do projeto e os principais serviços localizado em sua proximidade Fonte: Google Earth - Editado pela autora
Figura 47 - Mapa Educação.Localização do terreno do projeto e as edificações de educação localizadas em sua proximidade Fonte: Google Earth - Editado pela autora 62
Figura 48 - Mapa Saúde.Localização do terreno do projeto e os serviços de saúde, localizados em sua proximidade Fonte: Google Earth - Editado pela autora
Figura 49 - Mapa Vias.Localização do terreno do projeto e a classificação das principais vias,localizadas em sua proximidade Fonte: Google Earth - Editado pela autora 63
2.4- Levantamento fotográfico No momento o terreno de 2618m² encontra-se vazio. Um grande terreno murado e à venda, sem uso algum. As ruas que cercam o terreno são movimentadas, largas e bastantes arborizadas, característica na qual será aproveitada no projeto de edificação. O gabarito das edificações ao redor são consideravelmente baixas.
Figura 50 - Localização do terreno e localização das fotos utilizadas para entendimento a região do entorno do terreno. Fonte: Google Earth - Editado pela autora 64
Figura 51 - Esquina da Rua Uruguai e Rua Portigual Número 01 Fonte: Google Earth
Figura 52 - Vista do terreno pela Rua Portigual Número 02 Fonte: Google Earth
Figura 53 - Terreno a direita, visto pela Rua Portigual Número 03 Fonte: Google Earth
Figura 54 - Terreno a esquerda, visto pela Rua Uruguai Número 04 Fonte: Google Earth
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Figura 55 - Imagem Av. Tiradentes Número 05 Fonte: Google Earth
Figura 56 - Vista do Hosp. Regional pela R. Nanci Kehier Número 06 Fonte: Google Earth
Figura 57 - Vista UPA Central pela R. Dr. Benedito Cursino dos Santos Número 07 Fonte: Google Earth
Figura 58 - Vista da prefeitura pela Av. Tiradentes Número 08 Fonte: Google Earth
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Figura 59 - Vista do Corpo de Bombeiros pela Av. Tiradentes Número 09 Fonte: Google Earth
Figura 60 - Vista da chamada Av. do povo pela Av. Professsor Walter Taumaturgo Número 10 Fonte: Google Earth
Figura 61 - Vista da Av. Professsor Walter Taumaturgo Número 11 Fonte: Google Earth
Figura 62 - Vista da Av. John Fitzgerald Kenedy Número 12 Fonte: Google Earth
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2.5- Legislação Segundo a Lei Complementar Nº 238/2011 que intitui o Plano Diretor Físico do Municipio de Taubaté, o terreno encontra-se em um Zona Central (ZC) que caracteriza-se por um uso diversificado de comércio, prestação de serviços, habitacional e institucional. Porém a Lei complementar Nº 412/2017, que revisa o plano diretor da cidade, determina em seus anexos que o terreno faz parte da Zona de Adensamento Preferencial (Z3) e em seu Quadro de Parâmetros Urbanísticos determina parâmetros para ocupação do terreno, como: • Coeficiente de aproveitamento (CA) : max. 4 / médio 2 / min. 0,25; • Taxa de ocupação (TO): max. 70%; • Recuo frontal de 5m; Recuos laterais não obrigatórios Pelo fato do terreno escolhido se localizar em uma esquina, segundo a Lei Complementar Nº54/1994 que dispõe sobre o Código de Obras do município, os lotes de esquina deverão respeitar os recuos frontais para ambos os logradouros. Além de atender que a cota do piso térreo não poderá estar a menos de 40cm acimado nível da rua. Levando em consideração que Taubaté é uma cidade histórica, a partir de do levantamento dos bens tombados no perímetro do terreno consta-se que o terreno não faz parte de nenhum área de influência, pois segundo o artigo 55 do Plano Diretor, a área de influencia de um bem tombado é de 300m das linhas periféricas do lote. 68
Figura 63 - Mapa Zoneamento Fonte: Plano Diretor da cidade
Zona
Usos Lote Permitidos mínimo e Usos (m²) Admitidos Zona de Serviço / 250 Adensamento Institucional Preferencial – Z3 CA= Coeficiente de Aproveitamento
Figura 64 - Mapa Bens Tombados Fonte: Iphan e Condephaat
Frente (m) 10
CA Máx. 4,0
TO= Taxa de Ocupação TP= Taxa de permeabilidade Figura 64 - Tabela com diretrizes da macrozona urbana Fonte: Plano Diretor da cidade - Editado pela autora
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Básico 2,0
Min. 0,25
TO Max. %
TP %
70
15
Gabarito Recuos de altura (m) Frente 5
70
Projeto
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3.1- Pesquisa Inicialmente havia-se pensado em um projeto tinha como objetivo criar um Centro de Apoio inteiramente voltado a pacientes com câncer. Um projeto de escala e localização diferente do projeto atual. Com o amadurecimento da ideia inicial, e mantendo o conceito de criar um centro onde as pessoas são acolhidas e o seu bem-estar é o principal foco, chegou-se na concepção do projeto em que está sendo apresentado neste trabalho. Porém, ainda se tratando da ideia inicial, foi feita uma pesquisa on-line em que pessoas que tinham ou já tiveram qualquer tipo de câncer e/ou familiares próximos, que vivenciaram o tratamento de perto deveriam responder a pesquisa, para que assim haver uma maior imersão no tema, entendendo as dificuldades e necessidades de quem enfrenta uma doença. E mesmo com o projeto tomando um rumo diferente, nova escala, novo local e não mais se tratando de um único público alvo, mas sim um público que abrange frequentadores do hospital regional e seus arredores, a pesquisa ainda foi eficaz. Com as respostas obtidas, e entendendo mais dessa atmosfera e suas necessidades, a pesquisa foi fundamental para a criação do programa de necessidades do centro, assim compreendendo a verdadeira demando de quem irá utilizá-lo. A pesquisa dispunha de 10 perguntas e 45 pessoas as responderam. Diante disso foi selecionada as principais perguntas e respostas para que o programa e o partido do projeto fossem fundamentados. As perguntas e respostas foram às seguintes: 72
Pergunta 01: “Qual atividade e/ou profissional você acha importante ter nesse centro de apoio para atender as necessidades de alguém que enfrenta um tratamento de câncer? Que não sejam médicos(as).” Respostas relevantes: • “Psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista e neurologista” • “Aulas de yoga, Aulas de dança profissionais de beleza” • “Algo que eles se sintam necessários e não que não sirvam mais pra nada, e deixar de se entregar” • “Instrutores de meditação” • “Oficinas de tapeçaria, artesanato, pintura...” • “Psicólogo, educador físico, terapeuta, atividades artísticas” • “Psicólogos / terapeutas/palestrantes motivacionais” • “Psicologo, nutricionista, TO e pessoas que ja venceram o câncer” • “Massagistas” • “Acompanhamento psicológico, fisioterapeuta e nutricionista.” • “Acho que um envolvimento com pessoas que passam da mesma situação, mostrar que não estão sozinhos este momento tão difícil e delicado.” • “Aulas de Yoga, plantação como Hortas, dança.”
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Pergunta 02: “Você acha que um ambiente influencia no seu bem-estar?” Resposta: 100% (cem por cento) das respostas foi “Sim”. Pergunta 03: “Para você, como é um ambiente ideal? Que faça você se sentir bem. Descreva o ambiente e se possível justifique.” Respostas relevantes: • “o que se aproxima mais com sua casa” • “Com muitas janelas pra ter bastante iluminação e ventilação. Cores claras pra trazer tranquilidade. Com contato com a natureza, se possível com barulho de água pra relaxar.” • “Com flores, é algo bonito e que nos traz paz ao ser apreciada.” • “Um local tranquilo, com grama, árvores e flores. Ambiente arejado!” • “Ambiente com muita luz natural...paredes todas de vidro...dando vista para um grande jardim...com gramado...muito verde...com música instrumental suave...com cheiro suave no ar..” • “Uma área com muito verde e contato com o natural, além de algum ponto de água, esses sons (rio, natureza) trazem paz e tranquilidade, além de provocar bem estar as pessoas”
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• “Grande e arejado. Com pouca aglomeração de pessoas e locais confortáveis. E é claro com atividades possíveis a se fazer dependendo dos pacientes que o frequentam. É importante que a pessoa visualize o local com tanto conforto e bem estar como a própria casa dela” • “Ambiente onde se preze a privacidade o conforto e a individualidade de cada paciente” • “Um ambiente arejado, iluminado, limpo e confortável. Com espaço verde, como árvores, flores. som ambiente ou também piano.” • “um ambiente ao ar livre que não pareça com um hospital” • “Um ambiente relativamente silencioso, claro, que receba luz natural, que tenha móveis confortáveis e uma área aberta contendo vegetação e aves.” • “Com bastante natureza, água, espaço livre”
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3.2- Programa
Figura 65: Diagrama de setorização Fonte: Produzido pela autora
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3.3- Quadro de Áreas Coeficinte de aproveitamento (CA) = 2,2 Taxa de Ocupação (TO) = 58%
Figura 66: Quadro de áreas Fonte: Produzido pela autora
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3.4- Partido O projeto busca: Relação interior/exterior: o principal objetivo de criar uma relação do interno com o externo é trazer a distração, induzindo as pessoas a esquecerem seus problemas e reduzindo o stress, trazendo aos olhos o ciclo circadiano, diferentes texturas, cores, vegetações, elementos, aromas e temperaturas, componentes que se tornam parte do ambiente, promovendo o bem-estar. Pátio central: desenvolver todo o programa ao redor de um vazio central, faz com que a todo momento as pessoas se sintam pertencentes aquele local, onde a visão permeia a todos os andares além do contato a todo momento com a vegetação do jardim interno, oferecendo acolhimento. Aberturas: as diferentes aberturas, faz com que o um mesmo local possa trazer diferentes paisagens, além da relação de luz e sombra nos ambientes, que impacta diretamente na melhoria do estado físico e psicológico das pessoas. Texturas: a presença de diferentes texturas, é importante para o estímulo sensorial, fazendo com que as pessoas “toquem” com os olhos e sintam a sensação das superfícies. Materiais como madeira e pedra estarão presentes no projeto, além de estimular também remetem a natureza.
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Presença de vegetação: além de ser um organismo vivo e levar vida aos ambientes, a vegetação terá a função de trazer texturas, cores e aroma ao projeto, estimulando as sensações de quem adentra os espaços. Elemento água: a presença da água além de estimular as sensações, colabora com a temperatura e umidificação dos ambientes além de servir como um espelho natural, trazendo. a luz e paisagens no seu reflexo.
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Racioínio Projetual
Figura 65 - Diagrama mostrando insolação, recuos e metragem Fonte: produzido pela autora
Figura 66 - Diagrama mostrando acessos Fonte: produzido pela autora
Conhecimento da área do terreno a receber o projeto de edificação, junto com a demarcação de seus recuos fontais obrigatórios de 5m determinados pelo Plano Diretor. Além do conhecimento da orientação solar, para que o uso da luz natual seja bem aproveitado.
Descontando a área dedicada aos recuos frontais, determinou-se o levantamento de um volume único. Definiu-se os acessos de entrada ao edificio, sendo a entrada principal dada unicamente na parte frontal do terreno, pertencendo a Rua Portugal. Já as duas entradas segundarias se dão na lateral do terreno, pertencentes a Rua Uruguai. Sendo uma entrada social e outra de serviço.
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Figura 67 - Diagrama mostrando volume e vazio central Fonte: produzido pela autora
Figura 68- Diagrama mostrando volume e vazios Fonte: produzido pela autora
Com o volume levantado e gabarito maximo definido, negativou-se desse volume, uma massa significativa, para que um grande vazio central fosse gerado, fazendo dele o princial elemento desse volume. Logo, todo o programa do projeto seria distribuido ao seu arredor. Sua intenção é que os usuários ao circularem pelo edificio voltem seus olhares contantemente para esse vazio, além de trazer iluminação natual a edificação.
Além do grande vazio central, outras subtrações no topo, lateral e fundo do volume foram feitas. Subtrações nas quais foram feitas de forma estratégica, para que a edificação se deslocasse das suas empenas, e assim gerassem novos pequenos patios e novas paisagens dentro de uma única edificação. Contribuindo também para a entrada de luz natural e ventilação cruzada, arejando os ambientes.
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Transições espaciais
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4.1- Térreo Público - Pátio central
O pavimento térreo tem a intenção de ser mais público, dispondo de programas que incentivem o uso em coletivo. Conforme seu layout mais livre e flexivel, e a pouca presença de fechamentos fixos, os ambinetes se fazem mais livres, podendo se adaptar ao uso, deixando o espaço mais permeável e trazendo a sensação de amplitude
ao térreo. A grande entrada principal e a abertura do café para a rua faz com que desperte a curiosidade de quem passa pela edificação, tornando-o mais convidativo. O grande pátio interno se torna o principal elemento, trazendo luz e vegetação ao térreo, além do uso do espelho d’água que tornam-se verdadeiros espelhos, refletindo 84
a paisagem. Os outros dois pequenos pátios tem aintenção de trazer novas paisagens e diferentes entradas de luz.
Figura 69: Imagem pátio central Fonte: Produzido pela autora
Figura 70: Planta baixa térreo Fonte: Produzido pela autora
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Aberturas na laje, entrada de luz natural
Café com pé direito duplo e aberto para rua, trazendo aplitude e permeabilidade ao espaço Circulação vertical
Figura 71: Corte A2 Fonte: Produzido pela autora
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Aberturas na laje, entrada de luz natural
Espaços de convivência interno
Café com pé direito duplo e aberto para rua, trazendo aplitude e permeabilidade ao espaço
Figura 72: Corte A5 Fonte: Produzido pela autora
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Espaços de convivência externo
Figura 73: Imagem pátio central Fonte: Produzido pela autora
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Figura 74: Imagem da cozinha Fonte: Produzido pela autora
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Figura 75: Corte perspectivado transversal Fonte: Produzido pela autora
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4.2- 1º Pavimento Social - Vegetação
No primeiro pavimento concentra-se atividades que podem ser feitas em coletivo. A presença de vegatação se faz constante nessa pavimento, contando com dois espaços de conviência externos, favorecendo a formação de novas vistas para fora do edificio. A escolha de posicionar a circulação interna voltada
para o vazio central, não apenas nesse pavimento, mas em todos, força a visão constante das pessoas para o pátio interno em que se encontra um jardim contemplativo, fazendo com que as pessoas possam ver a movimentação do espaço, as texturas, cores e cheiro da vegetação
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Figura 76: Corredor voltado para o pátio Fonte: Produzido pela autora
Figura 77: Planta baixa primeiro pavimento Fonte: Produzido pela autora
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Aberturas na laje, entrada de luz natural
Passarela contemplativa
Espaço de convivência externo Entrada de luz natural
Figura 78: Corte A1 Fonte: Produzido pela autora
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Pátio interno
Pátio interno
Figura 79: Corte A4 Fonte: Produzido pela autora
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4.3- 2º Pavimento Social - Elemento água
No segundo pavimento, encontra-se atividades mais serenas, porém não faceis de serem realizadas por um paciente. Logo o elemento água se fez presente nesse pavimento, trazendo o barulho e movimento da água, resultando em distração e calma aos frequentadores do centro. Seus reflexos fazem com que novas
paisagens sejam geradas através desse elemento. A presença de água estilula as sensações e contribuí para umidificação do ambiente. A ventilação cruzada é existente no primeiro e segundo pavimento, arejando os ambientes, melhorando a sensação de conforto e consequentimente o bem-estar das pessoas. 96
Figura 80: Segundo pavimento Fonte: Produzido pela autora
Figura 81: Planta baixa segundo pavimento Fonte: Produzido pela autora
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Figura 82: Vista para área de concivência externa, segundo pavimento Fonte: Produzido pela autora
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Figura 83: Vista área de concivência externa, segundo pavimento Fonte: Produzido pela autora
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4.4- 3º Pavimento Íntimo - Visões
O terceiro pavimento, classificado como íntimo, compreende por um andar formado apenas por quartos. Com o propósito de acolher pacientes e familiáres de pessoas que frequentam o hospital e/ou passam por tartamentos longos. E pelo fato de se tratar de um hospital regional que atende diverosos múnicipios, o
acolhimento dos familiáres para que eles estejam perto do paciente, faz com que cresça a sensação de segurança e diminua o desgaste e stress da locomoção. Podendo eles usufruirem de toda a programação do centro de apoio. Nesse andar há presença de vegetação, trazendo cores e texturas. As aberturas para o 100
para o externo trazem novas paisagens e a entrada de luz e ventilação.
Figura 84: Varanda dos quartos Fonte: Produzido pela autora
Figura 85: Planta baixa terceiro pavimento Fonte: Produzido pela autora
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Aberturas na laje, entrada de luz natural
Figura 86: Corte A3 Fonte: Produzido pela autora
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Figura 87: Varandas dos quartos Fonte: Produzido pela autora
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4.5- Terraço Lazer - Luz
O quarto pavimento que consiste em um terraço, que forma um grande espaço de convivência. Um andar para ser ocupado como quiser, podendo ser feitas festas e confraternizações, eventos, exercicíos, aulas, atividades e descanço. Um cozinha de apoio foi implantada para atender dias com confraternizações,
além de chuveirões onde as pessoas podem se refrescar e tomar sol. A presença de vegetação se faz presente, trazendo vida ao andar. Sua altura de gabarito testá próximo a altura das copas das árvores da rua, tirando proveito da paisagem que rodeia a edificação. O layout felexivel, faz com que esse 104
terraço seja aproveitado de diversas maneiras.
Figura 88: Vazio central Fonte: Produzido pela autora
Figura 89: Planta baixa terraço Fonte: Produzido pela autora
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Figura 90: Vista Terraço Fonte: Produzido pela autora
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Figura 91: Vista Terraço Fonte: Produzido pela autora
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Figura 92: Vista Terraço Fonte: Produzido pela autora
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Figura 93: Vista Terraço Fonte: Produzido pela autora
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4.6- Cobertura
A cobertura disposta de várias aberturas para que a luz natural seja bastante presente no terraço. O uso de pergolados e a grelha central, faz com a luz entre e projete sombra de diversas maneiras, trazendo uma sensibilidades e dramaticidade a essa luz. Aproveitando esse desenho natural da luz como um elemento arquitetônico
importante que ajude a compor o ambiente. Fornecendo a entrada dos fenômenos naturais da naureza, como o vento e chuva, reforçando ainda mais a relação interno/externo, fazendo com que as pessoas sintam esses fenômenos. Figura 94: Terraço Fonte: Produzido pela autora
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Figura 95: Planta baixa cobertura Fonte: Produzido pela autora
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Figura 96: Corte perspectivado longitudinal Fonte: Produzido pela autora
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4.7- Grelha estrutural
A estrutura do edificício se faz de vigas e pilares de concreto armado. Estrutura de vigas biapoioadas, simples, que atendem as necessidades estruturais. Os vãos variam de 4m á 8m. As lajes também são de concreto, em todos os pavimentos. Para formação dos jardins e espelhos d’água nos pavimentos, foram lançadas vigas invertidas.
Figura 97: Planta estrutural Fonte: Produzido pela autora
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4.8- Corte Ampliado Vidro
Grelha em concreto Camada impermeabilizante
Laje em concreto
Paredes em alveraria
Brises méveis
Viga invertida
Vigas de concreto armado
Janela busculante
Camada impermeabilizante Viga invertida
Forro em placas de gesso
Piso de vidro transitável
Guarda-corpo de vidro
Pergolados de concreto
Forro em madeira
Pilar de concreto armado
Fechamento em ripas de madeira Figura 98: Corte ampliado Fonte: Produzido pela autora
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4.9- Fachadas
Figura 99: Fachada 04 Fonte: Produzido pela autora
Figura 100: Fachada 01 Fonte: Produzido pela autora
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Figura 101: Fachada 02 Fonte: Produzido pela autora
Figura 102: Fachada 03 Fonte: Produzido pela autora
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Figura 103: Fachadas Rua Portigual e Rua Uruguai Fonte: Produzido pela autora
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Figura 104: Imagem entrada prinicipal do Centro de Apoio Fonte: Produzido pela autora
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Figura 105: Fachada da Rua Portugual Fonte: Produzido pela autora
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Figura 106 Fachada da Rua Uruguai Fonte: Produzido pela autora
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4.10- Vegetação
A escolha da vegetação foi feita cuidadosamento, para que houvesse uma composição de plantas que esttam em harmonia, trazendo, cores, cheiros, texturas e possíveis pássaros. A tabela foi feita para entender as dimenções, os periodos de floração e as necessidades de cada espécie, fazendo seu melhor uso.
Figura 107: Tabela de vegetação Fonte: Catálogo FDE
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Figura 108: Tabela de vegetação Fonte: Catálogo FDE
Figura 109: Tabela de vegetação Fonte: Catálogo FDE e Blog Plantei
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Nº: 4, 5, 19, 9 e 15 Nº: 4, 18, 7 e 15
Nº: 4 e 16
Nº: 4, 6 e 12
Nº: 4, 1, 18 e 17 Nº: 4 e 10
Nº: 10 e 15 Nº: 4, 21, 8 e 3
Figura 110: Vegetação pavimento térreo Fonte: Produzido pela autora
Nº: 4, 2, 9 e 15
124
Nº: 20, 14 e 11
Nº: 20, 14 e 11
Nº: 4, 6, 12 e 15
Nº: 20 e 13
Nº: 4, 17 e 7
Figura 111: Vegetação primeiro pavimento Fonte: Produzido pela autora
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Nº: 20 e 14
Nº: 20 e 13
Figura 112: Vegetação segundo pavimento Fonte: Produzido pela autora
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Nº: 20, 14 e 19
Nº: 20 e 13
Nº: 20 e 13
Nº: 20 e 13
Figura 113: Vegetação terceiro pavimento Fonte: Produzido pela autora
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Nº: 4
Nº: 4, 21 e 16
Nº: 4
Nº: 4
Nº: 20, 14 e 19
Figura 114: Vegetação terraço Fonte: Produzido pela autora
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Considerações Finais
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Com a importância que o Hospital Regional de Taubaté tem para toda a região do Vale do Paraíba, trazer o projeto de um Centro de Apoio para o interior do estado de São Paulo, foi a melhor decisão. Pois além do Centro cumprir com sua função de atender pacientes e pessoas que buscam ajuda, essa ideia pode se propagar e assim levar o conceito de uma arquitetura mais humanizada para outras cidades, atingindo mais pessoas. A grande maioria das pessoas quando questionadas sobre lugares que façam se sentir bem, involuntariamente, elas pensam em locais ligados a natureza e seus elementos. Muitas vezes não sabendo, por falta de conhecimento, que arquitetura pode sim, trazer esses elementos para dentro dos espaços e fazer com que os tornem mais agradáveis, deste modo trazendo o bem-estar. As soluções projetuais apresentadas neste trabalho, podem ser aplicadas em qualquer tipo de edificação. Soluções nas quais, devem ser pensadas desde que o início da concepção de um projeto, em que os resultados são colhidos posteriormente e sentidas pelas pessoas que frequentam os espaços. Logo, o papel do arquiteto é fundamental, para entender as necessidades do seu público alvo e tomar as melhores decisões. A humanização dos ambientes tornam as pessoas melhores e tiram de dentro delas o seu melhor.
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“Arquitetura não é para ser vista, é para ser vivida” (PAULO MENDES DA ROCHA)
131
Bibliografia
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