Fanzine Carta Programa Eleições Enecos

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Quem somos nós? Chapa Enecos Regional Nordeste 2 Anna Mello (Jornal - 3ºP) Phillipe Phaustino (RTV - 2º P) Raphael Duck (RTV - 2º P) Ruan Luca (Jornal - 4ºP) Uadi Nóbrega (RTV - 2º P)

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Chapa Enecos Nacional Aos Que Virão Agatha Cristie - UFS Andrew Costa - UFF Delosmar Magalhães - UFPB Joice Souza - UFPA Leonardo Maia - UESPI Lia Lauriano - UFC Isa Paula - UFPB Pedro Alves - UFS Roberto Oliveira - UFS Juan - UFMA

Apoio: CCHLA

Data das Eleições*:

17 e 18 de novembro Manhã, Tarde e Noite Decomtur *Podem votar os estudantes dos cursos de Comunicação Social e de Mídias Digitais

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Fanzine Programa Eleições da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social Regional Nordeste 2 Chapa Aos Que Virão Chapa Comjunto


A ENECOS (Executiva Nacional d@s Estudantes de Comunicação Social) é a entidade nacional representativa dos/das estudantes de Comunicação Social há 19 anos. Sua atuação se pauta nas bandeiras de luta: Democratização das Comunicações (Democom), Combate às Opressões e Qualidade de Formação do Comunicador (QFC). Na sua atual estrutura, a ENECOS surge em 1991, com uma dinâmica diferente, organizando os estados em coordenações regionais e tendo uma coordenação nacional. A ENECOS coordena os GET's (Grupo de Estudo e Trabalho), criados no Cobrecos (Congresso Brasileiro dos Estudantes de Comunicação Social). Esses grupos vem aprofundar as discussões que o movimento estudantil de comunicação defende e definir as políticas de atuação. Os Encontros Nacionais e Regionais enfatizam a importância da organizaçãoe que ela esteja ligada aos Movimentos Sociais da cidade e do campo, e num diálogo contínuo com a Academia e a educação.

Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social

Quem somos nós? 02

E esse tal de COMJunto, que não escreve certo nem o próprio nome... O COMJunto – Coletivo de Estudantes de Comunicação Social é um coletivo independente, que atua no Movimento Estudantil de Comunicação (Mecom), tentando aglutinar e articular os estudantes de comunicação da Paraíba. O Coletivo nasceu da ânsia por uma organização efetiva para os estudantes do curso. Numa tentativa de quebrar a idéia clientelista entre comunidade acadêmica e entidade

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Eixo: Combate às Opressões

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E a Paraíba na ENECOS? A Paraíba está inserida na Executiva pela coordenação regional Nordeste 2 (NE2), que agrega ainda PE e RN. Hoje, compõem a gestão da NE2 o Coletivo COMJunto e o Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFRN, na gestão “O caminho se conhece andando”, empossada no dia 23 de janeiro de 2010, no Cobrecos São Paulo. Atualmente, a UFPB é responsável pelo GET de Comunicação e Cultura Popular. O estudo do grupo tende a se voltar para um entendimento do que seria cultura popular, tentando agregar valores aos grupos urbanos marginalizados e excluídos socialmente.

A nossa história foi constituída sobre as marcas da opressão nos corpos e mentes dos/as escravizados/as. Mas não coisa do passado. Ainda hoje, as mulheres recebem menos por desempenhar o mesmo trabalho de um homem, além de cumprir dupla jornada de trabalho. Os nordestinos são massacrados, e os pobres, cada vez mais explorados. As mulheres pobres submetem-se aos trabalhos mais árduos, arriscam-se nas filas dos hospitais em busca de tratamentos específicos, e morrem ao utilizar métodos precários na tentativa de realizar abortos, que poderiam ser evitados se, no nosso país, o aborto fosse tratado como problema de saúde pública. O tratamento dado pela mídia, por exemplo, aos negros e negras é ainda mais precário. Primeiro, devemos nos questionar o que conhecemos da cultura de matriz africana: Por que conhecemos tão pouco? Por que suas religiões continuam sendo criminalizadas e não tem o direito de ter seus símbolos marcados no espaço público? Ainda há a opressão àqueles e àquelas que desafiam a concepção de que o amor só pode ocorrer e ser vivenciado entre um homem e uma mulher. A diversidade sexual é motivo de chacota ou desvio psíquico, a pluralidade e a liberdade de expressão são tomadas como erro, a cultura é considerada folclore, a arte, é artesanato. Queremos direitos comuns para nós, que temos nossas diferenças, mas que somos todos uma única classe. Queremos a superação do atual modelo econômico, que se mantêm na relação de opressão. A opressão à qual estão submetidos os movimentos sociais e o movimento estudantil são casos de reflexão. Vemos todos os dias estudantes sendo tratados por termos pejorativos nas mídias e movimentos s o c i a i s s e n d o c r imi n a l i z a d o s diariamente. Quem nunca viu uma matéria que mostra o MST como um bando de bárbaros invadindo propriedades alheias? Os grandes meios de comunicação simplesmente ignoram os avanços desses movimentos. O combate às opressões na sociedade atual é, certamente uma das tarefas essenciais daqueles e daquelas que desejam construir um mundo livre: justo, igualitário e fraterno. Qual o nosso papel nesse processo? Reproduzir essa lógica que humilha milhares de indivíduos ou fazer uma outra comunicação?

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Eixo: Democratização da Comunicação

Como assim, democratizar? Democratizar. Para que a palavra seja apreendida da mesma forma por quem fala e por quem lê e escuta, democracia pode ser entendida como governo do povo. Governo do povo; nosso governo. Poder gerido por nós e, em decorrência disso, distribuído de forma igual. Poder pode ser definido como possibilidade, autoridade, força, direito de agir e de mandar. Intrínseco a isso, decorre o conceito de cidadania.

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E você, manda em quê? Para além das bases técnicas da comunicação e dos produtos veiculados através desses suportes, a comunicação estabelece relações, determinações, condicionamentos, estruturações e reestruturações, vistos, muitas vezes, como processos espontâneos. Tais processos comportam-se, no entanto, como construções culturais de homens e mulheres. Desta forma, as mensagens lançadas nos veículos de comunicação ocupam espaço nas mentes e impõem-se sobre, não sendo assim, um processo recíproco. Há a diferenciação entre emissores e receptores. Tais papéis também podem não ser dispostos de forma tão clara. Um dos princípios democráticos é misturar tais classes, de forma que receptores comportem-se também como produtores de informações, a fim de se expandir o espaço e o tempo para a discussão. A comunicação costuma, ainda, portar-se de forma que se contradiz: dinamiza relações sociais na medida em que se estende para além de fronteiras físicas, e atrofia tais relações quando coloca mediadores entre os c i d a d ã o s . Pe s s o a s m e d i a d o ra s at u a m co m o representantes. E pessoas são, naturalmente, subjetivas e parciais. É como se estivéssemos informados acerca dos acontecimentos da sociedade através de uma única ou outras óticas que não a nossa. Alguém nos conta a história. A história de nós mesmos. A história que é vista e veiculada é realmente nossa? Comunicação é identidade, é poder ver-se representado e

também poder representar. Mais ainda do que falar se faz necessário que o direito de ver e ouvir visões de mundo diferentes das nossas, seja assegurado. Dessa forma, não tomaremos determinado sotaque, comportamento ou cultura como formas estranhas. A comunicação democrática pode oferecer meios para a compreensão de mundo e dos processos. É difícil entender o que nos cerca quando isso já nos é dado como processo pronto e acabado. A mídia é lugar para questionamentos, compartilhamentos, tensões. Para que os cidadãos possam fazer parte desse espaço de troca faz-se necessária a criação de condições para a compreensão da linguagem e dos artifícios editoriais utilizados pela mídia, que seja feita a análise crítica dos conteúdos e debate da estética. Com isso visa-se romper com a passividade e subordinação aos produtos veiculados a fim de que os personagens da história possam escrevê-la, de fato, com ajuda de quem dispõe das ferramentas. Nós, comunicadores sociais, podemos e devemos atuar nesse p r o c e s s o . Quais seriam as formas de implementarmos a democratização, gente? Semana pela Democratização da Comunicação; oficinas; rodas de diálogo, observatório da mídia; educação para mídia, produção de novas formas de mídia?

«Se você não se mexe, quem se mexe por você?»

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A gente cresce vendo aqueles filmes americanos, onde as universidades são incríveis, professores, motivados e alunos, beberrões. Mas quando chega à universidade pública brasileira descobre que nada do que você viu na TV se parece com a realidade que vai enfrentar diariamente. Laboratórios sucateados, prédios mal construídos e professores sem a devida qualificação. O que fazer? Será que tem jeito? O primeiro ponto passa pela mobilização dos estudantes para cobrar dos gestores maior atenção em relação a assuntos como esse, afinal, “se você não se mexe, quem se mexe por você?” Muitas vezes, os estudantes mais novos naturalizam a idéia de que não estão preparados ou mesmo que não são capazes de construir lutas dentro da sua universidade. Enquanto Executiva, nosso papel é de organizar e mobilizar os/as estudantes para que se identifiquem com as lutas emancipatórias do nosso povo, mostrando que têm poder suficiente para lutar por seus direitos mais antigos. Jeito tem, basta que nós lutemos pelas melhorias. As estruturas pedagógicas e físicas em nossa universidade, afetam diretamente a qualidade das nossas formações. O que é comunicação social? Qual o papel do comunicador e do conteúdo que ele produz? Ética se aprende em sala de aula? Um curso como o de Comunicação Social com alta carga teórica e prática, não deve ficar a mercê do descaso. A nossa gestão visa continuar com a campanha Somos todos Comunicação Social, propondo um novo sistema de avaliação. Precisamos construir outro modelo de avaliação que não apenas uma aplicação de provas. Que vise à construção de um curso mais dedicado a pesquisa, a extensão e ao ensino de qualidade. Buscando as expressões artísticas e culturais que os estudantes de comunicação produzem ao longo de sua formação acadêmica. No curso de Comunicação Social da UFPB são desenvolvidas pesquisas relevantes à sociedade, mas precisamos construir novos campos. Os estudantes, por exemplo, podem pensar e fazer a sua própria pesquisa e/ou projeto. Temos exemplos claros por aqui. Tivemos, no nosso curso, o programa Zuada desenvolvidos por estudantes de Rádio e TV. Outros mais recentes como o projeto de extensão Webrádio Intercampus, o grupo de pesquisa Observatório da Mídia Paraibana e a Empresa Junior de Comunicação foram construídos por estudantes das três habilitações e hoje são coordenados por professores do Decom. Ou seja, não é impossível, nós estudantes, a partir de iniciativas próprias, contribuir com as melhorias do curso e a nossa formação acadêmica e social.

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Eixo: Qualidade de Formação do Comunicador

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representativa, em 2008 se candidatou à disputa para o Centro Acadêmico (C.A.) Vladmir Herzog. Quando da perda eleitoral, o grupo decidiu que permaneceria atuante, com a meta de cumprir a carta-proposta enquanto chapa. Com o tempo, o COMJunto foi amadurecendo, conheceu a ENECOS, construiu espaços formativos de reflexão e ação, entre diversas atividades, como os projetos A oficina do mês é..., o Cineclube Jomard Muniz de Brito, o grupo de estudos Mídia Ativa. Atualmente, as atividades mais importantes do coletivo são as III e IV Semanas pela Democratização da Comunicação, que aglutinaram estudantes, professores, rádios livres e comunitárias, diversos movimentos sociais e organizações civis. Essas atividades trouxeram avanços à discussão e a ampliação da luta pela democratização da comunicação. A partir delas, deu-se início a organização da I Conferência Estadual de Comunicação Social, a retomada das atividades do Fórum Metropolitano de Comunicação, como também foi responsável por inserir a pauta em vários veículos e movimentos da cidade. Hoje o COMjunto reúne estudantes de diversos pensamentos e características de organização. É nesta mistura que construímos um movimento que vai além das barreiras da universidade, porém entendendo e pensando em novas perspectivas para utilizar este instrumento como parte de uma nova sociedade. Enxergamos que a educação é um fator importante na libertação dos seres humanos, para que cada um, na sua singularidade, se reconheça como agente transformador de sua realidade.

Somos Enecos!

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