SERGIMIRIM: ÀS MARGENS DO RECÔNCAVO

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Trabalho Final de Graduação apresentado junto ao curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFACS – Universidade Salvador, como requisito para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Janine Silva Nabuco Autora

Maurício Felzemburgh Orientador

Salvador – BA 2019.1




Agradecer,

talvez essa seja a palavra que nunca poderemos deixar de pronunciar, agradecer por tudo, esse é o segredo, por todas as coisas que deram certo e as que no nosso julgamento não deram, mas que nos planos de Deus acontecem da maneira exata. Agradeço imensamente aos meus incentivadores pioneiros, meus pais, Valdemir Nabuco e Severina Silva, pelo incentivo e força que sempre me deram, e o apoio em tudo que me propus a fazer. À minha tia e madrinha, Valdimarina Nabuco e aos meus avós, Valter Neves Nabuco e Marina Maria Alves, pelo carinho, cuidado e dedicação. Tenho em mente que sempre fiz o meu melhor para alcançar meus objetivos, graças a minha base, minha família, a eles todo o reconhecimento. Ao meu orientador Maurício Felzemburgh, agradeço a confiança e todo apoio prestado no decorrer desse período, meu prô eterno. Tentar explicar os caminhos da vida e o traço a qual eles nos levam, realmente é difícil, mas o que encontramos nesse caminho, independente das dificuldades no percorrer dele, me faz enxergar o quão me fortaleci e pude conhecer pessoas maravilhosas, meus amigos irmãos de faculdade e vida, arquitetos e urbanistas, Hiúri Rodrigues, Thais Nogueira, Gabriela Ambrozi, Alice Albertassi, Daniele Sodré, Isabelle Andrade, Antônio de Souza e Martha Valentine Ladeia, obrigada por segurarem a barra por todas as vezes em que pensei em desistir. Às minhas amigas: Francine Brandão, Malena Ramos, Derlaine Paes Leme, Gilma Elídio, Patrícia do Nascimento e Lis dos Santos, que de longe sempre me mandaram energias positivas e sempre torceram por mim. Os últimos e não menos importantes, Carlos Eduardo Ramos e Guedes Júnior, amigos e engenheiros, sem o apoio de vocês nada disso seria possível. Á minha coordenadora Helaine Souza, pela compreensão e força, a minha equipe da Coordenação de Educação Integral, na qual construí laços de amizade e consideração, meus mais sinceros sentimentos. Me sinto extremamente presenteada com a quantidade de pessoas que sonharam o meu sonho junto comigo e terão minha eterna gratidão. Queria agradecer também a todos que passaram pela minha vida e que de certa forma deixaram suas contribuições para a minha formação pessoal e profissional. “Culmino este ciclo, na certeza de que é apenas o começo de tudo.”


RESUMO Com o crescimento populacional, a expansão do espaço urbano avança em grande escala em diversas partes do mundo e consequentemente traz consigo uma série de problemáticas que são evidentes nas cidades e deixa à mostra a vulnerabilidade das políticas públicas urbanas diante do planejamento e ordenamento urbano, que têm como resultado déficits na infraestrutura com o uso incongruente dos recursos naturais e do solo. Desse modo, a proposta para a nova orla de São Francisco do Conde, região do Recôncavo baiano, principia da requalificação urbana que visa restabelecer e reestruturar os espaços públicos para as pessoas. O projeto inclui uma comunidade cultural às margens do rio Sergimirim resgatando e preservando a pesca e o artesanato que circundam o contexto socioeconômico local, com base nos estudos, pesquisas e visitas técnicas ao local acerca das particularidades que abrange aos instrumentos da LOUOS - Lei e Ordenamento de Uso e Ocupação do Solo, PDDM – Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal e do Código de Obras.

PALAVRAS-CHAVE Urbanismo; Requalificação; Planejamento urbano; Sustentabilidade; Espaço público; Orla; Cultura; Acessibilidade; Paisagismo; Conexão; Preservação.

ABSTRACT With population growth, the expansion of urban space is advancing on a large scale in various parts of the world, and consequently brings with it a series of problems that are evident in cities and shows the vulnerability of urban public policies in the face of urban planning, resulting in deficits in infrastructure with the incongruent use of natural resources and soil. Thus, the proposal for the new border of San Francisco do Conde, a region of the Bahia Recôncavo, begins with the urban renewal that aims to re-establish and restructure public spaces for people, which includes a cultural community on the banks of the Sergimirim river, rescuing and preserving the fishing and crafts that surround the local socio-economic context, based on studies, research and technical visits to the locality about the particularities that covers the instruments of LOUOS - Law and Land Use and Land Use Planning, PDDM - Municipal Development Master Plan and the Code of Works.

KEYWORDS Urbanism; Requalification; Urban planning; Sustainability; Public place; Edge; Culture; Accessibility; Landscaping; Connection; Preservation.


Figura 01: Píer de São Francisco do Conde.


Fonte: Valter Kabas Fotografia – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2013.



Figura 01: píer de São Francisco do Conde. Fonte: Valter Kabas, 2013. Figura 02: canoas franciscanas. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 03: o pescador e a tarrafa. Fonte: ANASPS, 2017. Figura 04: imagem Georreferenciada do Distrito Sede de São Francisco do Conde. Fonte: Conder, 2010. Figura 05: pescador no Rio Paraguaçu. Fonte: Railson Nascimento, 2018. Figura 06 e 07: balaústres da orla e canteiro de árvore, respectivamente. Fonte: acervo pessoal, 2018. Figura 08 e 09: calçada em pedra portuguesa e rampa de acessibilidade, respectivamente. Fonte: acervo pessoal, 2018. Figura 10: píer interditado de SFC. Fonte: acervo pessoal, 2018. Figura 11: gráfico de Taxa de Homicídio por 100 mil habitantes. Fonte: Jornal Correio, 2012. Figura 12: imagem Georreferenciada do Distrito Sede de São Francisco do Conde. Sinalizada com as praças existentes no centro do município. Fonte: Conder, 2010. Figura 13: velha guarda. Fonte: Akira Cravo, 2018. Figura 14: a canoa. Fonte: Moisés Dantas, 2013. Figura 15: Park Hunter’s Point South Waterfront. Fonte: ArchDaily - Fotógrafo: Albert Večerka, 2013. Figura 16: vista aérea do Park Hunter. Fonte: ArchDaily - Fotógrafo: Albert Večerka, 2013. Figura 17: vista aérea do gramado multiuso. Fonte: ArchDaily - Fotógrafo: Albert Večerka, 2013. Figura 18: vista aérea da área infantil. Fonte: ArchDaily - Fotógrafo: Albert Večerka, 2013. Figura 19: Masterplan – Park Hunter. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 20: Masterplan e acessos. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 21: Render da borda macia. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 22: Masterplan -Fase I e II do projeto. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 23: estrutura da cobertura. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 24: jardim ferroviário. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 25: terraço à beira mar. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 26: 3D – Urbanismo. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 27: seção Urbana. Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 28: vista da orla do Park Hunter. Fonte: ArchDaily, 2018. Figura 29: vista aérea da Orla do Guaíba. Fonte: Pinterest – Fotógrafo desconhecido, 2018. Figura 30: Orla do Guaíba – Vista aérea. Fonte: Gaúchazh, 2018. Figura 31: Guaíba à noite. Fonte: Gaúchazh, 2018. Figura 32: vista do Guaíba. Fonte: Gaúchazh, 2018. Figura 33: vista panorâmica da Orla do Guaíba. Fonte: Gaúchazh, 2018. Figura 34: maquete virtual da Orla do Guaíba. Fonte: Jaime Lerner, 2011.


Figura 35: maquete virtual da Orla do Guaíba. Fonte: ArchDaily, 2018. Figura 36: Render da Orla do Paranoá. Fonte: Estúdio 41, 2018. Figura 37: Render aéreo da Orla do Paranoá. Fonte: ArchDaily, 2018. Figura 38: Render do Lago Norte 3. Fonte: ArchDaily, 2018. Figura 39: Render em vista do Lago Sul 1. Fonte: ArchDaily, 2018. Figura 40: Render aéreo do Lago Norte 3. Fonte: ArchDaily, 2018. Figura 41: Render aéreo Lago Sul 2. Fonte: Estúdio 41, 2018. Figura 42: Render em vista do Lago Sul 1. Fonte: Gazeta do Povo, 2018. Figura 43: Render em vista do Lago Paranoá. Fonte: Gazeta do Povo, 2018. Figura 44: Bahia de água e sal. Fonte: Akira Cravo, 2018. Figura 45: bembé. Fonte: Akira Cravo, 2011. Figura 46: Orla de São Francisco do Conde. Fonte: IBGE, 1983. Figura 47: cafezal do povoado do Semidouro em SFC. Fonte: IBGE, 1962. Figura 48: delimitação do município de SFC. – 1. São Francisco do Conde, 2. Monte Recôncavo, 3. Mataripe. Fonte: IBGE, 1958. Figura 49: localização nacional e estadual. Fonte: IBGE, 2006. Figura 50: localização regional do município de SFC. Fonte: PDDM – SEPLAN, 2011. Figura 51: vista do município de São Francisco do Conde, seus limites e acessos por rodovias. Fonte: Google maps, 2018. Figura 52: localização das Ilhas do município de SFC. Fonte: Google maps, 2018. Figura 53: presentes à Iemanjá. Fonte: SECULT / PMSFC. Figura 54: procissão marítima de Santo Antônio dos Navegantes. Fontes: PMSFC. Figura 55: casarão do Cajaíba e Engenho de açúcar. Fonte: Rita Barreto – SETUR. Figura 56: Igreja e Convento Santo Antônio de Pádua. Fonte: HFSIBB. Figura 57 e 58: gráfico mapeado de População do último Censo [2010] e Densidade demográfica, respectivamente. Fonte: IBGE. Figura 59: comparativos econômicos a nível nacional, estadual e microrregional. Fonte: IBGE. Figura 60: gráfico mapeado do Salário médio mensal dos trabalhadores formais. Fonte: IBGE. Figura 61: comparativos de renda mensal a nível nacional, estadual e microrregional. Fonte: IBGE. Figura 62: gráfico mapeado de Esgotamento Sanitário. Fonte: IBGE. Figura 63: comparativos de infraestrutura básica a nível nacional, estadual e microrregional. Fonte: IBGE. Figura 64: os pescadores. Fonte: ANASPS. Figura 65: mapa de delimitação da área de implantação. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 66: mapa de percurso. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 67: mapa de delimitação da poligonal de estudo. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 68: mapa de sistema viário com a classificação das vias. Fonte: elaborada pela autora, 2018.


Figura 69: mapa de identificação das vias. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 70: mapa de referências e marcos históricos e culturais. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 71: gráfico de temperaturas. Fonte: Weather Sparks - modificada pela autora, 2019. Figura 72: gráfico de nebulosidade. Fonte: Weather Sparks - modificada pela autora, 2019. Figura 73: gráfico de chuva média. Fonte: Weather Sparks - modificada pela autora, 2019. Figura 74: gráfico de velocidade do vento. Fonte: Weather Sparks - modificada pela autora, 2019. Figura 75: gráfico de umidade. Fonte: Weather Sparks - modificada pela autora, 2019. Figura 76: carta solar até 21 de junho. Fonte: Analysis Sol-Ar - modificada pela autora, 2019. Figura 77: carta solar após 21 de junho. Fonte: Analysis Sol-Ar - modificada pela autora, 2019. Figura 78, 79 e 80: Amendoeira-da-praia. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 81, 82 e 83: Cássia-rosa. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 84, 85 e 86: Cássia-do-nordeste. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 87, 88 e 89: Coco-da-baía. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 90, 91 e 92: Flamboyant. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 93, 94 e 95: Mangue-branco. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 96, 97 e 98: Mangueira. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 99, 100 e 101: Monguba. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 102, 103 e 104: Palmeira imperial. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 105, 106 e 107: Sombreiro. Fonte: Pinterest, 2019. Figura 108: mapa de Macrozoneamento. Fonte: PMSFC – SEPLAN, 2017. Figura 109: mapa de Zoneamento Urbano. Fonte: PMSFC – SEPLAN, 2017. Figura 110: mapa de Partido Urbanístico. Fonte: PMSFC – SEPLAN, 2017. Figura 111: mapa de Macrozoneamento – Recorte de área (ampliação). Fonte: PMSFC - SEPLAN, 2017. Figura 112: mapa de Zoneamento Urbano – Recorte de área (ampliação). Fonte: PMSFC - SEPLAN, 2017. Figura 113: Parâmetros Urbanísticos – Anexo V do PDDM (em anexo). Fonte: PDDM – SEPLAN, 2017. Figura 114: Cristo sem cruz. Fonte: Moisés Dantas, 2010. Figura 115: análise SWOT. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 116: mapa da Malha Viária. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 117: mapa do Perfil Fundiário. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 118: mapa do Espaço Privado. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 119: mapa do Espaço Construído. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 120: mapa de massa vegetal e área de Mangue. Fonte: elaborada pela autora, 2018.


Figura 121: mapa de uso do solo. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 122: mapa de gabarito de altura. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 123: mapa hipsométrico. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 124: búzios. Fonte: Akira Cravo, 2017. Figura 125: mapa de diagnóstico. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 126, 127, 128 e 129: imagens do bairro da Babilônia, SFC. Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019. Figura 130, 131, 132 e 133: imagens da Orla, SFC. Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019. Figura 134, 135, 136 e 137: imagens do Centro, SFC. Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019. Figura 138, 139, 140 e 141: imagens do bairro da Baixa Fria, SFC. Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019. Figura 146, 147 e 148: quiosques na Orla de São Francisco do Conde. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 149, 150, 151, 152 e 153: calçada, balaústres e praça. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 154, 155, 156: habitações irregulares e esgoto. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 142, 143, 144 e 145: píer de São Francisco do Conde. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 157: mapa de propostas projetuais. Fonte: elaborada pela autora, 2018. Figura 158: quadro de botânica. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 159: Tupinambá, Bahia. Fonte: Elisa Braga, 2012. Figura 160: embarcações em São Francisco do Conde. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 161: rio Sergimirim. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 162: ilustração dos materiais. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 163: ilustração da concepção do projeto. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 164: grafismo indígena. Fonte: Pinterest – Modificada pela autora, 2019. Figura 165: ilustração da concepção da Comunidade Cultural. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 166: pôr-do-sol em São Francisco do Conde. Fonte: Júnior Guedes, 2018. Figura 167: localização. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 168: masterplan. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 169: ilustração de usos e atividades. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 170: ilustração esquemática de planta baixa - térreo. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 171: ilustração esquemática de planta baixa – segundo pavimento. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 172: ilustração esquemática da cobertura. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 173: ilustração de corte esquemático B-B’. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 174: ilustração de corte esquemático C-C’. Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 175: ilustração de corte esquemático A-A’. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 176: ilustração de corte esquemático D-D’. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 177: ilustração esquemática da fachada lateral esquerda. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 178: ilustração esquemática da fachada frontal. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 179: ilustração esquemática da fachada lateral direita. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 180: ilustração esquemática da fachada posterior. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 181: ilustração esquemática da secção urbana E-E’. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 182: ilustração esquemática da secção urbana F-F’. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 183: maré de São Francisco do Conde. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 184 e 185: perspectiva da rede tensionada. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 186, 187 e 188: perspectivas da área de banho e passarela. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 189: perspectiva aérea da área de banho e passarela. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 190: perspectiva superior da praça conectora. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 191: perspectiva de deck com arquibancada e rede tensionada. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 192: perspectiva frontal da praça conectora. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 193 a 200: perspectivas da praça conectora. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 201 a 208: perspectivas de deck, áreas de lazer e deck mirante. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 209: perspectiva aérea do trecho 2. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 210 a 217: perspectivas do trecho 2. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 218 a 225: perspectivas do trecho 2 e 3. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 226: perspectiva aérea do deck mirante. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 227 a 234: perspectivas do trecho 2 e 3. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 235 e 236: perspectivas do deck mirante e píer. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 237: perspectiva da área juvenil. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 238 a 245: perspectivas do trecho 3. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 246 e 247: perspectivas da praça Santa Rita. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 248 e 249: perspectivas aéreas da Comunidade Cultural. Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 250: perspectiva aérea do trecho 1. Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 251: rede de pesca. Fonte: elaborada pela autora, 2012. Figura 252: pescador. Fonte: Moisés Dantas, 2015. Figura 253: casarão de Cajaíba. Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 254: mar calmo. Fonte: Moisés Dantas, 2017.

O acervo fotográfico apresentado neste presente trabalho, surgiu da união de importantes profissionais da área. À Akira Cravo, Maurício Cunha, Iuri Souza, Moisés Dantas, Valter Kabas e Railson Nascimento, meus mais sinceros agradecimentos. – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora.



Tabela 01 - Métodos – atividades com a finalidade de compor e implementar na proposta do projeto. Fonte: Elaborada pela autora. Tabela 02 - Pré-dimensionamento urbano. Fonte: elaborada pela autora. Tabela 03 – Pré-dimensionamento da Comunidade Cultural. Fonte: elaborada pela autora.



ANASPS – Associação Nacional de Servidores Públicos, da Previdência e da Seguridade Social. APA – Área de Preservação Ambiental ATDHB – Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. BTS – Baía de Todos os Santos. CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente. CONDER – Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia. DF – Distrito Federal. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. HAB - Habitantes HAF – Homicídio por Arma de Fogo HFSIBB – Histórias, Fotografias e Significados das Igrejas mais Bonitas do Brasil. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. INEMA – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos INFORMS – Sistemas de Informações Geográficas Urbanas do Estado da Bahia. LOUOS – Lei de Ordenamento e Uso de Ocupação do Solo. MMA – Ministério do Meio Ambiente. PDDM – Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal. PIB - Produto Interno Bruto PMSFC – Prefeitura Municipal de São Francisco do Conde. RLAM – Refinaria Landulpho Alves – Mataripe. RMS – Região Metropolitana de Salvador. SEAP – Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca. SECULT – Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo. SEIA – Sistema Estadual de Informações Ambientais e Recursos Hídricos. SEMA – Secretaria de Meio Ambiente. SEMAAP – Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca. SEPLAN – Secretaria de Planejamento SETUR – Secretaria de Turismo da Bahia. SFC – São Francisco do Conde. SIM – Sistema de Informação Municipal.


Figura 02: canoas Franciscanas.

Fonte MaurĂ­cio Cunha / Janine Nabuco, 2018.




Figura 03: o pescador e a tarrafa.

Fonte: ANASPS, 2017.


INTRODUÇÃO

Desde os primórdios, as hidrografias sempre tiveram grande importância para as cidades e regiões, tanto na origem quanto na sua estruturação. As bacias e regiões hidrográficas são responsáveis em sua maioria, pelas divisões territoriais. Historicamente, sua importância se dá a relação do uso necessário pelo homem, seja na pesca, no uso pessoal, transporte, deslocamento ou abastecimento. São Francisco do Conde, localizado no Recôncavo baiano, margeado por rios e mar - a Baía de Todos os Santos – vive desses encontros. Desde o período dos primeiros habitantes locais, os índios. O município já tinha exploração, mesmo que em pequena escala, desses recursos naturais. Águas que também serviram como acesso à chegada da Colônia Portuguesa na região, a partir desse ponto, os corpos hídricos tornam-se meio de passagem principal, à exportação do produto retirado dos engenhos de açúcar para a capital, Salvador. Onde posteriormente emerge como potência econômica com a chegada da RLAM – Refinaria Landulpho Alves – Mataripe. Em tempos atuais, os corpos hídricos tomam a importância como agente modificador da paisagem, nesse contexto podendo possibilitar, além de fonte de recursos naturais, dinâmicas de lazer, na expectação que os cidadãos usufruam dos seus cenários. Embora seja necessário ponderar a exploração dessas potencialidades, que por vezes se apropriam de espaços indevidos contribuindo para a degradação ambiental. Dessa relação, surge a necessidade de integrar o meio urbano ao entorno imediato de São Francisco do Conde, intentando na requalificação da Orla. A requalificação urbana é um instrumento que busca em suas atribuições ligadas a integração e implementação de planejamento, a melhoria das condições urbanas, se abrangendo aos aspectos sociais, econômicos e ambientais. Sendo elemento mobilizador, viabiliza a reestruturação das qualidades urbanas. Como embasado anteriormente, o presente trabalho busca levar uma nova dinâmica para o local. O projeto tem como objetivo principal a requalificação urbana do sítio, a preservação da pesca, da mariscagem e do artesanato, que incentiva a cultura e reflete no contexto socioeconômico da região. Seguindo o fundamento de reurbanização, busca em sua finalidade atender as necessidades dos utentes, recuperando o espaço público e inserindo atividades diversas nos eixos conectores da poligonal. Para fomentar o aporte teórico do projeto de arquitetura e urbanismo, o mesmo enuncia alguns arquitetos, urbanistas e autores de renome, como: Jane Jacobs (Morte e vida das grandes cidades), Kevin Lynch (A imagem da Cidade), Jan Gehl (Cidades para pessoas) e Gordon Cullen (Paisagem Urbana).

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No contexto urbanístico, requalificação é a área do planejamento que busca regenerar os tecidos estruturantes físicos e sociais locais, atuando diretamente na cultura urbana e no desenvolvimento do território. O projeto intenta requalificar e reurbanizar a Orla de São Francisco do Conde e implantar uma comunidade cultural (que agrega ao equipamento, feira artesanal, gastronômica e um mercado do peixe). Na busca de valorizar o comércio e a cultura local. Na expectação de reestruturar o vetor de desenvolvimento, trazendo novas oportunidades e a valorização de atividades remanescentes, e que comitantemente está alinhado as diretrizes projetuais urbanísticas, que visa integrar o equipamento e o urbanismo ao meio social de forma amálgama.

O objeto do projeto consiste na Requalificação Urbanística da Orla de São Francisco do Conde.

Como requalificar o espaço urbano integrando os aspectos históricos e culturais, de modo que incentive o comércio local?

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Figura 04: imagem Georreferenciada do Distrito Sede de SĂŁo Francisco do Conde.


Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010.


Figura 05: pescador no Rio Paraguaçu.

Fonte: Railson Nascimento – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2018.



Figura 06 e 07: balaústres da Orla e canteiro de árvore, respectivamente.

No que se diz respeito a requalificação, revitalização e planejamento no contexto urbanístico, sabe-se que uma quantidade considerável de cidades, que tiveram um crescimento populacional significante e uma urbanização em grande escala, sofrera e sofre com o mau planejamento urbano, evidenciando essas fraquezas em espaços subutilizados, abandonados e/ou degradados. Com o intuito de reestabelecer os elementos estruturantes que compõe as áreas urbanas, o tema foi escolhido para promover a reutilização da zona central da região em foco, integrando a poligonal às suas imediações. Em busca de sustentabilidade, melhoria da qualidade da cidade e dos seus utentes. Figura 08 e 09: calçada em pedra portuguesa e rampa de acessibilidade, respectivamente.

Fonte: acervo pessoal, 2018.

A cidade foi escolhida para a elaboração do projeto de arquitetura e requalificação urbana, pelo valor histórico, econômico e cultural. O município, embora tenha diversas manifestações culturais, não há atualmente espaços que supram a necessidade local. As praças e espaços públicos existentes, precisam de reestruturação para a população local usufruir da Orla e das áreas circundantes, o intuito é devolver esses espaços para estimular o convívio comum de qualidade e preencher a carência de infraestrutura.

Fonte: acervo pessoal, 2018. Figura 10: Píer interditado de SFC.

Fonte: acervo pessoal, 2018 .


A cidade de São Francisco do Conde, apresenta um déficit de infraestrutura e espaços públicos de lazer, que incentive seus habitantes a terem uma vida coletiva de qualidade. A orla do centro, hoje é um local quase sem atrativos, uma área com potencialidade e localização privilegiada, encontra-se abandonada. A ausência de equipamentos urbanos adequados é um dos fatores que reflete no crescimento dos índices de violência. Como afirma, a pesquisa feita pelo jornal “Correio” no primeiro trimestre do ano de 2012. Na pesquisa foram apontados alguns municípios da RMS, onde, conforme o gráfico ilustrado ao lado, Figura 11: gráfico de Taxa de Homicídios São Francisco do Conde por 100 mil habitantes. aparece com taxa de assassinato de 95 por 100 mil habitantes, havendo um aumento percentual de +234,8% com relação ao ano de 2011, sendo o município onde houve o maior aumento da criminalidade entre as analisadas, ou seja, a cada 12 homicídios, 10 estão relacionados ao crime organizado. O crescimento populacional desordenado, juntamente com a falta de investimento em infraestrutura e segurança, está ligado diretamente a essa problemática social. Fonte: Jornal Correio – modificada pela autora, 2012.

Em entrevista dada ao Correio em 23 mai. 2012, o Secretário de Segurança Pública da Bahia, admite o desacordo entre os investimentos em segurança e a elevação dos números em violência e afirma: “Estamos aos poucos, refazendo a estrutura de segurança pública destes municípios [...] a quantidade que eles (as prefeituras) fizeram e a explosão demográfica que tiveram [...] Nós não conseguimos acompanhar ao mesmo tempo, pela questão orçamentária do estado” diz Maurício Barbosa, sobre os índices de criminalidade. No estudo do Mapa da Violência 2016, feito pelo sociólogo Julio Jacobo Wailselfisz, São Francisco do Conde ocupa o 81º lugar nacional em HAF – Homicídio por Arma de Fogo, por município com mais de 10 mil habitantes, tendo o Estado da Bahia nesse ranking, 349 municípios estudados. O sociólogo explica os maiores números nos estados do Nordeste: Fato significativo é que a maior parte das UFs do Nordeste apresenta elevados índices de crescimento na década 2004/2014; em curto espaço de tempo tiveram que enfrentar uma pandemia de violência para a qual estavam pouco e mal preparadas. (WAILSELFIZS, 2015, p. 23).

Em entrevistas realizadas, alguns moradores falam da sensação de insegurança e do abandono dos espaços públicos, da falta de equipamentos e no despreparo na esfera do serviço de segurança pública.

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Figura 12: imagem Georreferenciada do Distrito Sede de São Francisco do Conde. Sinalizada com as praças existentes no centro do município.

As praças existentes no centro do distrito sede de São Francisco do Conde, é de aproximadamente 7, na localização da Orla existem duas, e mais duas no seu entorno imediato. A praça Santa Rita, fica logo atrás do Centro Cultural, onde geralmente é palco para os eventos tradicionais da cidade, como as Festas de São João e demais festas de cunho cultural, um dos motivos de não haver mobiliários urbanos em seu espaço. Na extremidade da Orla, encontra-se a praça da Independência, de grande importância histórica, guarda em seu centro um monumento da época colonial, a praça já passou por reformas, mas hoje resta poucos mobiliários, dos poucos que sobram todos estão em deterioração. Essa praça é considerada uma das mais importantes, pois está ligada diretamente ao marco principal da cidade,

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o píer, que hoje está interditado. A grande notoriedade que a praça tem, se dá justamente por esse fator, ela pode ser vista pelos eixos perimetrais. A vege

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER – modificada pela autora, 2010.

dá justamente por esse fator, ela pode ser vista pelos eixos perimetrais. A vegetação existente é escassa, possuindo poucos locais de sombra. Assim que se acede a cidade pelo acesso principal, a praça da Bandeira e a Artur Sales são avistadas, estas possuem a topografia acidentada. A Artur Sales localiza-se quase em frente a um dos pontos históricos mais importantes do município, a Igreja e Convento de Santo Antônio de Pádua. Ambas as praças, estão em estado de abandono. Embora tenham vegetação satisfatória, seus espaços são carentes de mobiliários urbanos de qualidade e áreas polivalentes. Diante do que foi citado, é evidente a necessidade da requalificação urbana do local, tendo de fato componentes urbanos que são indispensáveis na reestruturação social, equilíbrio climático e ambiental da área de implantação, além da conservação dos bens históricos e culturais.

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OBJETIVO GERAL

Elaborar um projeto de requalificação urbana na orla de São Francisco do Conde com o propósito de criar áreas que potencializem o que o município têm a oferecer, valorizando a pesca e o artesanato, que fazem parte da cultura local, com base nos estudos e no levantamento de dados da poligonal e toda área circundante, nos aspectos físicos, sociais, ambientais, econômicos e políticos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Preservar a vegetação existente, a mata ciliar e inserir outras, conforme as resoluções projetuais;

Propor a manutenção e a conservação do rio e suas margens, através da regularização do saneamento básico das edificações, a aplicação de wetlands para tratamento de água e o replantio de vegetações nativas para a recuperação de áreas desmatadas;

• Identificar as carências e as vulnerabilidades urbanas; • Analisar a relação topográfica com o entorno imediato; •

Compreender o processo das ocupações existentes na área e o desenvolvimento social, alinhados as leis de parâmetros urbanísticos;

• Detectar as necessidades locais de acordo com as instâncias da população. •

Projetar o espaço urbano para que atenda às necessidades da área, criando uma dinâmica no espaço a partir de áreas polivalentes diversificadas;

• Propor a acessibilidade nos espaços projetados.

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Tabela 01: Métodos – atividades com a finalidade de compor e implementar na proposta do projeto.

Fonte: elaborada pela autora.

Para o desenvolvimento do projeto de requalificação urbanística, o mesmo recorre de métodos projetuais que se fazem necessários em seguimentos de vertentes e de estudos com o objetivo de auxiliar na concepção final do trabalho. Nessa perspectiva, o processo projetual perfila com os pontos de ordenamento urbanístico: a LOUOS – Lei de Ordenamento e Uso de Ocupação do Solo, PDDM – Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal e Código de Obras, alinhados com os parâmetros específicos das análises de condicionantes ambientais, topográficas, bioclimáticas, históricas e socioeconômicas. A seguinte tabela explana os propósitos visados para o cumprimento da sua finalidade, que comitantemente sintetiza as necessidades do projeto.

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ETAPA DE PESQUISA

As etapas de pesquisa foram divididas em fases de acompanhamento, de acordo com as metodologias utilizadas no presente trabalho, sendo elas: o estudo do local, o estudo sobre o tema de projeto, o estudo topográfico, para elaborar mapas e fazer análises de considerações ambientais, mapas de figura-fundo, uso do solo, gabarito de altura e hipsométrico.

PERCURSO METODOLÓGICO O percurso metodológico foi estabelecido a partir das etapas de pesquisa, onde primeiramente foram feitas visitas ao local de implantação do projeto para observações gerais, logo em seguida foram feitos os registros fotográficos e capturas aéreas com drone, para ter uma visão ampla do local. As análises relacionadas ao tema puderam ser estudadas através de livros, relacionados ao urbanismo e a história da cidade de São Francisco do Conde. Paralelo a isso, foram feitas visitas a dois órgãos públicos da cidade, a Secretaria de Planejamento para obtenção de dados, a base cartográfica e documentos vigente do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal, mapas e legislativo e após o recolhimento dessas informações, a segunda visita foi feita a Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, para o recolhimento de dados das espécies arbóreas existente na poligonal de estudo, para a elaboração do memorial botânico, prevendo a preservação das mesmas. Para completar os estudos de análise, foram feitas entrevistas com moradores, pescadores e transeuntes, também foi aplicado um questionário em uma plataforma digital, para além desses já citados, turistas/visitantes, para compreender melhor o espaço e suas necessidades através do olhar de seus usuários. Com todo material recolhido durante esse período de estudo, foi possível elaborar mapas de análises como de implantação, percurso e poligonal de estudo, sistema viário e identificação das vias, os marcos históricos e culturais, gabarito de altura, uso do solo, mapa hipsométrico, massa vegetal, perfil de malha viária, perfil fundiário, espaço privado e espaço construído, além de análise swot e potencialidades e conflitos. As etapas citadas serviram como base norteadora das diretrizes projetuais para fomentar o programa de necessidades e o pré-dimensionamento preliminar. Posteriormente definindo o conceito e o partido arquitetônico para então, a concepção do projeto de requalificação urbana, sendo reflexo das premissas estudadas.

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Figura 13: velha guarda.

Fonte: Akira Cravo Fotografia – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2018.


OS ESPAÇOS URBANOS

Os conceitos de definição dos espaços urbanos, estão relacionados a diversos termos técnicos, que apresentam ideias de conceituação para designar áreas verdes urbanas, sendo elas: sistema de lazer, espaço urbano, arborização urbana, praças e parques urbanos, dentre outros. Os espaços públicos urbanos, tem como característica principal, de utilização e propriedade de todos. O espaço público se torna determinante de encontros, reuniões, na relação que constituí atividades de cunho coletivo, na troca de experiências coexistências entre grupos variados, que forma a heterogeneidade social. De acordo com Lynch (2011, p. 13) “Os elementos móveis de uma cidade, especialmente as pessoas e suas atividades, são tão importantes como as suas partes físicas e imóveis [...].” A ideia do espaço público, nasce na Grécia Antiga, com as ágoras como representante dessa estrutura, onde as pessoas se reuniam e já se pensava e se discutia sobre as questões de coletividade. Na antiguidade grecoromana, o espaço público ganha titularidade, transformando as praças em locais de mais importância social. As áreas urbanas, se desenvolve com força maior no final do século XVIII, em Paris, a partir das necessidades de ações nas questões de saneamento básico, principalmente para amenizar as para a requalificar as condições existentes na capital, dá-se início com as obras de Haussmann, responsável pela reurbanização e requalificação dos espaços de Paris. A Inglaterra, na época da Revolução Industrial em meados do século XVIII e final do século XIX, sofrera com o desenvolvimento populacional e a grande concentração de pessoas nas áreas urbanas de modo irregular, a superlotação trouxera como consequência, as doenças e epidemias, embora ainda se discutisse na época, os reais motivos desses acontecimentos, como revela Leonardo Benévolo, em sua obra: Carlyle, ao constatar os males provocados pela Revolução Industrial, não individua as causas desses males em qualquer instituição que deva ser removida ou em qualquer força que deva ser combatida; por tanto não se indica remédios de ordem prática [...]. O católico Le Play está convicto de que a causa principal seja a desenfreada aplicação do liberalismo de Smith; o liberal Corbden está persuadido, pelo contrário, de que os males derivam de uma aplicação incompleta do liberalismo e da permanência da taxa sobre cereais; enquanto o socialista Engels pensa que o obstáculo a ser eliminado é a exploração capitalista de uma classe sobre as outras. (BENEVOLO, 2001 p. 155).

Na Inglaterra, a partir das problemáticas, que marca o início da tecnologia e industrialização, como as consequências do êxodo rural, vê-se a necessidade da urbanização. Com a chegada dos tempos modernos e a velocidade do desenvolvimento das cidades, as praças e áreas públicas, vão perdendo o valor e decaem como local principal de lazer e de uso coletivo, com a criação de novos espaços e equipamentos, como os shoppings.

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Na contemporaneidade, volta a se resgatar a importância e a necessidade de reurbanizar os espaços públicos deteriorados e abandonados, como reconhecimento de que “esses espaços possuem um caráter visual cada vez mais pronunciado. [...]” (SERPA, 2017, p. 19). O espaço público, historicamente tem importância nos aspectos de representação de manifestações de caráter artísticos, culturais e sociais. Segundo Jacobs (2011) é notório a autodestruição das diversidades nos pequenos rendimentos de atividades lucrativas, como as construções das edificações verticais, que desapropriam e ocupam espaços públicos, pequenos comércios e bares privatizando cada vez mais em grande escala, espaços esses, de grande representatividade e força no incentivo do fluxo de pessoas nas cidades. Essa problemática é uma das principais que surge como potencialidades para a busca da requalificação das áreas públicas e praças, na premissa de devolver a cidade para as pessoas. Atualmente, algumas cidades e centros urbanos sobrevivem a decadência temporária das estagnações dos seus espaços e se reerguem no intento de manter suas características, retornando como base de uso principal terminante.

A CONCEPÇÃO DA REQUALIFICAÇÃO URBANA

Após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1945 – 1975, distendeu-se “como período que precedeu a concepção da revitalização urbana [...]” (MOURA, et. al., 2006). Nos últimos 25 anos do século XX, pós-guerra, com a deterioração dos espaços, sentiu-se a necessidade, com a intensidade maior, de revitalizar e requalificar as cidades., surgiu consequentemente o interesse em fortalecer os solos urbanos, com forte valor fundiário, criando disputa entre os munícipios na intenção de posteriormente “privatizar” as intervenções de reestruturação urbana. Embora, no final do século XX, a reurbanização entre no âmbito de planejamento estratégico de cidade e território, como forma reestruturante de áreas em deterioração, como na debilidade de áreas centrais e periféricas das cidades. O processo de requalificação urbana, manifesta uma nova percepção, procurando reiterar os grupos sociais em seus espaços e fortalecer os grupos étnicos sociais e culturais, com o uso coletivo, com o intuito de amenizar a insegurança e a violência nos grandes centros, com o incentivo do uso dos espaços urbanos, como Gehl) explica a importância dessa reocupação espacial: A vida na cidade é um processo de autoalimentação, de autorrefoço. Algo acontece porque algo acontece, porque algo acontece. Após iniciada uma brincadeira de criança pode, rapidamente, atrair mais participantes. Processos similares ocorrem com as atividades de adultos. As pessoas vão aonde o povo está. [...] A vida da cidade não se desenvolve de forma automática. [...] Cidades vivas, requer uma estrutura urbana compacta, densidade populacional razoável, distância aceitáveis para serem percorridas a pé ou de bicicleta e espaço urbano de boa qualidade. (GEHL, 2013, p. 64; 69).

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Figura 14: a canoa.

Fonte: Moisés Dantas Fotografia – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2013.



Figura 15: Park Hunter’s South Waterfront.

Fonte: ArchDaily – Fotógrafo: © Albert Večerka / Foto divulgação, 2013


Figura 16: Vista aérea do Park Hunter.

PARQUE HUNTER’S POINT SOUTH WATERFRONT

FICHA TÉCNICA Ano do Projeto: 2013 Arquitetos: Thomas Balsley Associates, Manfredi Localização: Nova Iorque – Estados Unidos

Weiss

O projeto de Requalificação e Renovação da Orla Marítima de Long Island City, que é banhada pelo East River, por seus três lados, é a primeira fase de um masterplan, que apresenta a modificação de 30 hectares de área, da costa pós-industrial do rio, local que por volta de 1970 encontrava-se abandonado.

/

Figura 17: Vista aérea do gramado multiuso.

O parque é um novo projeto de modelo projeto urbanístico ecológico, é um exemplar para o desenho urbano inovador e sustentável. O local de implantação integra o urbano e o costeiro. O desenho urbano é reaproveitado da herança industrial que existia e a partir disso, foram criados locais que proporciona pontos de vistas privilegiados, estabelecendo um destino recreativo e cultural de múltiplas camadas. O desenho integrado costura a infraestrutura, a paisagem e a arquitetura para transformar o local em novos corredores ecológicos que se antecipam às inexoráveis pautas de inundações e ao aumento dos níveis de água do East River, transformando Hunter's Point South num novo paradigma cultural e ecológico.

Figura 18: Vista aérea da área infantil.

No seu entorno será construído uma escola e um projeto habitacional emergente, de aproximadamente 5.000 unidades, segundo informações dos projetistas ao ArchDaily. Projetos esses, que terão ligação direta com o parque, que oferecerá uma frente pública e novos espaços de recreação para as comunidades circundantes.

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Fonte: ArchDaily Fotógrafo: © Albert Večerka, 2013


Figura 19: Masterplan – Park Hunter

Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 20: Masterplan e acessos.

Fonte: ArchDaily, 2013. Figura 21: Render da borda macia.

Fonte: ArchDaily, 2013.


Figura : Masterplan Geral. Figura 22:xx Masterplan – Fase I e II do projeto..

Fonte: American Society of Landscape Architects, 2012.

1. Conexão entre a praça e parque. / 2. Área pet. / 3. Jardim ferroviário. / 4. Área Infantil / 5. Gramado multiuso / 6. Terraço à beira mar. / 7. Estrutura de cobertura / 8. Praia / 9. Entrada do Foyer / 10. Eco Península / 11. Píer secundário (descendo) / 12. Pântano / 13. Ponto Elevado / 14. Promontório do gramado / 15. Área de exercício para adulto / 16. Kaiak ponto. Figura 23: estrutura de cobertura.

Figura 26: 3D - urbanismo.

Figura 24: jardim ferroviário.

Figura 25: terraço à beira mar.

Figura 27: seção urbana.

Fonte: ArchDaily, 2013. Fonte: ArchDaily, 2013.


Figura 28: vista da orla Park Hunter.

PORQUE ESSE PROJETO FOI ESCOLHIDO?

O projeto de referência internacional, Park Hunter’s Point Waterfront foi escolhido primeiramente pela requalificação urbana feita na sua localização, antes, uma área industrial ferroviária, além da integração com o entorno, o projeto cria espaços mistos e valoriza pontos específicos ao longo da costa, preservando a vegetação existente e cultiva novos corredores ecológicos.

PRINCIPAIS PONTOS DE REFERÊNCIA

Traçado sinuoso

Desenho urbano Corredores inovador e ecológicos sustentável

Áreas de contemplação

Preservação e Vegetação abundante

Áreas de atividades diversificadas Fonte: ArchDaily, 2013.


Figura 29: vista aérea da Orla do Guaíba.

Fonte: Pinterest – Fotógrafo desconhecido, 2018.


Figura 30: Orla do Guaíba – Vista aérea.

ORLA DO GUAÍBA

FICHA TÉCNICA Ano do Projeto: 2018 Arquitetos: Jaime Lerner – Arquitetos Associados Localização: Rio Grande do Sul – Brasil

Figura 31: Guaíba à noite.

Figura 32: vista do Guaíba.

Fonte: Gaúchazh, 2018.

O Parque Urbano da Orla do Guaíba, situada na capital Porto Alegre, é um projeto que teve foco na regeneração urbana e ambiental do local, influenciando os aspectos sociais, econômicos e ambientais. O projeto integra em seu percurso a arquitetura, o paisagismo e a luminotécnica em diversas áreas de atividade, mostrando como o ambiente pode ser construído e natural alinhado a sustentabilidade. Tendo em vista o impacto no tecido social da cidade, com a recuperação de uma extensa área que antes encontrava-se degradada, busca a reestruturação do senso de pertencimento da população, conectando os espaços, as pessoas, a natureza, a cultura e a história local. Fazendo essas conexões com a malha urbana e integra seus acessos através dos diversos meios de mobilidade, sendo pedestre, ciclista, ônibus e automóveis. O programa utiliza a topografia existente e a forma orgânica, que se remete aos movimentos das águas, como partido arquitetônico e insere elementos de construção que se dispõem ao longo do parque, como rampas e escadas, sendo a última, ponto de apreciação, e que também dá acesso aos elementos de apoio, como sanitários e bares. O paisagismo foi intentado na preservação da mata ciliar existente e na reintrodução de novas espécies nativas, funcionando como espaço aberto e permanecente fonte de educação ambiental. Desse modo, o projeto de requalificação, a partir da recuperação da infraestrutura urbana e da criação de um marco, reintegra-se a malha urbana, trazendo um espaço público de qualidade aos seus habitantes e usuários, sendo também palco para diferentes tipos de manifestações culturais.

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Figura 33: vista panorâmica da Orla do Guaíba.

Fonte: Gaúchazh, 2018.

Figura 34: maquete virtual do projeto da Orla do Guaíba.

Fonte: Jaime Lerner, 2017.


Figura 35: vista da Orla do Guaíba.

PORQUE ESSE PROJETO FOI ESCOLHIDO?

O projeto de requalificação da Orla do Guaíba foi escolhido como referência nacional pela contribuição urbana e pela reestruturação do espaço. A disposição dos decks de madeira e a preservação da mata ciliar, assim como a acessibilidade e a forma do desenho urbano orgânico, são características importantes do projeto.

PRINCIPAIS PONTOS DE REFERÊNCIA

Traçado sinuoso

Decks de madeira

Áreas de contemplação e espaços de convivência

Aplicação da luminotécnica

Preservação da mata ciliar

Fácil acesso e integração com os meios de transporte público

Fonte: ArchDaily, 2018.


Figura 36: Render da Orla do Paranoá.

Fonte: Estúdio 41, 2018.


Figura 37: Render aéreo da Orla do Paranoá.

ORLA DO LAGO PARANOÁ

FICHA TÉCNICA Ano do Projeto: Concurso de 2018 (não construído) Arquitetos: Estúdio 41 Arquitetura Localização: DF - Goiás – Brasil

A proposta projetual para a requalificação da Orla do rio Paranoá, em Brasília – DF, parte da concepção de retomada do espaço público. A estrutura do projeto é dividida em dois segmentos: o Lago Norte 3 e o Lago Sul, subdividida em 1 e 2. Na pretensão de “[...] oferecer aos cidadãos em geral a possibilidade de usufruir de seu lago, de suas paisagens, enfim, da escala bucólica.” (VIDIGAL, 2018). O paisagismo foi integrado à vegetação já existente, preservando assim a mata ciliar às margens do lago. Os trechos contam com propostas de integração por sistema hidroviário, com a elaboração de rede de transporte perimetral, visando a interligação externa dos bairros circundantes à área de implantação do projeto, assim como a criação de sistema aquaviário, conectando os intermodais e dando a continuidade dos percursos peatonais junto com a parte ciclística à borda do lago. O trecho Sul 1 presume a instalação de um atracadouro para embarcações, de intento também às áreas de lazer e esporte. Ainda no ponto de lazer, é proposto uma “praia” (área de banho), delimitado por um píer sobre a água, criando uma piscina natural e que protege os banhistas das embarcações. Adjacente a mesma, cria-se uma área de eventos e atividades culturais ao ar livre, que conta com anfiteatro e casa de show. O trecho Sul 2 tem como planeamento o incentivo à prática de esportes aquáticos, como standup paddle, kitesurf e kayak. Seguido de áreas de serviço e comércio, entre outros. O último trecho Norte 3, propõe implantação de serviços como bares e lanchonetes, mais espaços de lazer como quadras poliesportivas, quiosque e píer de acesso para pedestres e ciclistas.

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Figura 38: Render do Lago Norte 3.

Figura 39: Render em vista do Lago Sul 2.

Fonte: ArchDaily, 2018.


Figura 40: render aéreo Lago Norte 3.

Fonte: ArchDaily , 2018. Figura 41 Render aéreo Lago Sul 12

Fonte: Estúdio 41, 2018. Figura 42: render em vista do Lago Sul 1 – Piscina natural.

Fonte: Gazeta do Povo, 2018.


Figura 43: Render em vista Lago Paranoá

PORQUE ESSE PROJETO FOI ESCOLHIDO?

O projeto da Orla do Lago Paranoá foi escolhido como referência nacional, apesar de não ter sido construído ainda, a proposta principal do projeto parte da concepção da retomada do espaço público para as pessoas, trazendo consigo espaços de atividades e esportes diversificados, área para banhistas, comércio, serviço e manifestações culturais, como teatro e casa de show. Os percursos peatonais estão interligados as áreas circundantes, juntamente com a ciclovia, facilitando o acesso de várias maneiras.

PRINCIPAIS PONTOS DE REFERÊNCIA

Traçado sinuoso

Decks de madeira

Áreas de contemplação e espaços de convivência

Preservação e Vegetação abundante

Preservação da mata ciliar

Áreas para a prática de esportes aquáticos Fonte: Gazeta do Povo, 2018.


Figura 44: Bahia de água e sal.

Fonte: Akira Cravo Fotografia – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2018.



Figura 45: bembé.

Fonte: Akira Cravo Fotografia – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2011.


SÃO FRANCISCO DO CONDE Segundo dados do IBGE, São Francisco do Conde é um munícipio localizado na região metropolitana de Salvador – RMS, pertenceu a capital baiana até o ano de 1697. Rica historicamente, é o terceiro município do Recôncavo, sendo o sétimo povoado mais antigo da Bahia (THURY, 2018) e ainda preserva grandes patrimônios culturais do Brasil Colonial. Anteriormente, denominada São Francisco da Barra de Sergipe do Conde, mas especificamente até meados de 1931, hoje somente São Francisco do Conde, é um município que remonta à construção de um engenho à foz do rio Sergimirim. As terras de lotes sesmados, foram outorgadas por Mem de Sá a Fernão Rodrigues Castelo Branco e posteriormente, herdadas por sua filha D. Helena, casada com D. Fernando de Noronha – Conde de Linhares (IBGE, 1958). As áreas que circundam a cidade foram conquistadas pelo império português, através de guerras renhidas com os índios que viviam às margens dos rios da região. Os índios pertencentes as tribos Tupinambás e os Caetés Negros tiveram forte influência no passado e deixaram um grande legado cultural para o município. A diversidade de etnias existentes ajudou a formar São Francisco do Conde culturalmente, as riquezas da cidade eram baseadas nas plantações de cana de açúcar, que principiou o desenvolvimento econômico regional, seguido da pesca. Os engenhos de cana de açúcar, a partir de 1950, aos poucos foi perdendo potência econômica com a prospecção de petróleo na região com a chegada da RLAM – Refinaria Landulpho Alves – Mataripe. A grande maioria dos povoados hodiernos estão localizados nas antigas zonas de engenho. (THURY, 2018). Figura 46: Orla de São Francisco do Conde.

Figura 47: Cafezal no povoado do Sumidouro em SFC.

Fonte: IBGE – modificada pela autora, 1983.

Fonte: IBGE – modificada pela autora, 1962.

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As terras de sesmaria foram concedidas a Fernão Rodrigues Castelo Branco, por Mem de Sá.

Foi determinada por carta Régia, a autorização de criar vilas no Recôncavo Baiano.

Na primeira metade do século XVII, foi fundado pelos frades franciscanos o primeiro convento, com início em 1618.


Figura 48: Delimitação do município de SFC – 1. São Francisco do Conde, 2. Monte Recôncavo e 3. Mataripe.

1. 2. 3.

São Francisco da Barra do Sergipe do Conde, transformava-se em São Francisco, e em 1944, São Francisco do Conde, nome que permanece até os dias atuais. Fonte: IBGE – Conselho de Estatística (p.6) – modificada pela autora, 1958.

Com sua emancipação, a vila criada no Recôncavo Baiano denominou-se São Francisco da Barra do Sergipe do Conde, por D. João de Lancastre. Sendo oficializada em 1698.

Segundo a divisão Administrativa, vigente em 1ª de janeiro do mesmo ano, o município passa a compor-se de três distritos, sendo eles: São Francisco do Conde, Mataripe e Monte Recôncavo.



ASPECTOS TERRITORIAIS Gerais Figura 49: localização nacional e de estadual.

Área: 269,609 km² Figura 50: localização regional do município de SFC.

Ano de Instalação: 1697 Microrregião: Salvador Mesorregião: Metropolitana de Salvador Fonte: ATDHB e SIM.

Fonte: IBGE e PDDM – SEPLAN, respectivamente – modificada pela autora, 2006; 2017.

São Francisco do Conde é um município localizado na região do Recôncavo baiano, está integrado na Região Metropolitana de Salvador. Segundo informações de dados do SIM, a cidade fica a 67 km de distância da capital baiana, ocupando 269,609 km² de extensão territorial. Os acessos rodoviários ao município podem ser feitos pela rodovia nacional BR-324, que dá acesso secundário

pela rodovia estadual BA-026, seguida pela BA-522 até a localidade. Outras rodovias que dão acesso ao município são: BA-523, BR-110 e BR-420. Segundo Jorge Thury, professor, geógrafo e escritor do município, em entrevista dada ao site Cajaíba Notícias no dia 30 de mar. 2018: “No que diz respeito às coordenadas geográficas [...] a localização do município [...] tem latitude de 12” 37’ 50” sul e 38” 40’ 20” oeste.”. São Francisco do Conde tem uma costa litorânea banhada pela BTS – Baía de Todos os Santos, que se encontra com o rio Sergimirim, afluente do rio Subaé e se une com outros corpos hidrográficos. Figura 51: Vista do município de São Francisco do Conde, seus limites e acessos por rodovias.

Fonte: Google Maps - modificado pelo autor, 2018.


ASPECTOS NATURAIS Figura 52: localização das Ilhas do município de SFC.

ILHA DE CAJAÍBA A ilha de Cajaíba está localizada em frente ao distrito sede de São Francisco do Conde, a ilha conta com uma extensão territorial de aproximadamente 8 km (LOPES, 2014). A ilha guarda histórias e patrimônios culturais do Brasil Colônia, como o casarão de Cajaíba (que possui acesso a uma praia particular e um Solar), sobrados coloniais e engenhos. ILHA DAS FONTES

Fonte: Google Maps – modificada pela autora, 2018.

A ilha das Fontes é conhecida pelas fontes de águas minerais e por serem de água doce. O encontro de alguns rios como o do Rio Paramirim com a Baía de Todos os Santos, o torna rico em formações de áreas de mangue. O trabalho de pesca e catado de marisco na região é forte por conta da sua estrutura geográfica. Além de ter histórias culturais importantes, a ilha abriga em seu território as ruinas de um engenho antigo. (PEDREIRA, 1984). ILHA DO PATY A ilha do Paty, está localizada a Sudeste do município sede de São Francisco do Conde, segundo professor e geógrafo José Jorge Thury, a ilha é composta por áreas de mangues e se integra ao distrito de Mataripe, com aproximadamente 180 habitantes locais. A comunidade tem como manifestação cultural principal a tradição das paparutas, além da devoção à São Roque. ILHA BIMBARRAS A ilha Bimbarras é de natureza particular, com aproximadamente 2 milhões de m² de área verde, banhada pela Baía de Todos os Santos, possui praias paradisíacas, áreas de mangue e onde vivem aves de espécies raras e diversificadas em seu território (ALMEIDA, 2013). Em breve a ilha será loteada e está prestes a se tornar o mais novo empreendimento de condomínios de luxo e sítio de praia.

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CORPOS HÍDRICOS RIO JOANES A bacia hidrográfica do Rio Joanes nasce no município de São Francisco do Conde, na região da Fazenda Campinas e desemboca no município de Lauro de Freitas, na praia de Buraquinho. O rio tem grande importância, por ser um dos principais abastecedores de água da RMS. Segundo dados do INEMA, o rio é composto por uma rede de drenagem, que tem cerca de 75 km e 245 km de extensão. Protegido por APA, possui em seu território, espécies arbóreas e aves, algumas de espécie migratórias. RIO SUBAÉ O alto da bacia hidrográfica do rio Subaé, encontra-se no município de Feira de Santana. Segundo o CRA – Centro de Recursos Ambientais – sua ocupação é datada entre o século XVI e XVII, ainda no período colonial, quando os engenhos de cana-de-açúcar eram as principais fontes de economia da região. É declarado como Área de Preservação Ambiental pela resolução do CONAMA. O rio quando desemboca em São Francisco do Conde tem como afluente o Rio Sergimirim e vai de encontro com a Baía de Todos os Santos. RIO SERGIMIRIM O Rio Sergimirim, antes, rio Sergi-mirim, segundo dados do IBGE, é um recurso de água, que desagua no Rio Subaé e banha grande parte do território baiano, de importância significativa a São Francisco do Conde, situado as margens da orla do município. BAÍA DE TODOS OS SANTOS A BTS, abrange a grande parte dos municípios baianos, tendo a mistura das águas salgadas com os rios que circundam as cidades, consequentemente, esses encontros formam as áreas de manguezais. Na época pré-colonial, já havia registros afirmados por Fernão Cardim (1980) e Frei Vicente de Salvador (1982) de que a região era ocupada por indígenas, até a chegada da Colônia Portuguesa, servindo de fonte para a pesca. (CAROSO, et. al., 2011).

INFLUÊNCIA FLUVIOMARINHA MANGUES São Francisco do Conde, apresenta uma área considerável de manguezais no município sede e nas regiões circundantes, devido ao encontro de águas de rio e mar. Essas zonas são exploradas por marisqueiras e pescadores, que sobrevivem da retirada desses mariscos, sendo de suma importância para a preservação do ecossistema e das espécies existentes, os mangues são monitorados pelo SEMA e SEMAAP.

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ASPECTOS CULTURAIS E DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO Figura 53: presentes à Iemanjá

FESTEJOS À IEMANJÁ A festa em homenagem a Iemanjá, acontece no dia 02 de fevereiro, onde os povos de axé e a comunidade local, fazem as reverências à rainha do mar, como de tradição, presenteiam com flores, perfumes e adereços. A festa tradicionalmente sai com o cortejo do Largo da Cubamba até o destino final, a Orla marítima. Figura 54: Procissão marítima de Santo Antônio dos Navegantes.

Fonte: PMSFC – modificada pela autora, 2018.

Fonte: SECULT / PMSCF – modificada pela autora, 2018.

SANTO ANTÔNIO DOS NAVEGANTES A festa de tradição em homenagem à Santo Antônio, acontece geralmente em dois dias, no primeiro dia as homenagens são feitas com missas ao padroeiro e no segundo dia acontece uma procissão marítima onde, os fiéis saem da Ilha das Fontes e partem para outras comunidades vizinhas dando continuidade as manifestações de fé e devoção. Figura 55: Casarão do Cajaíba e Engenho de Açúcar.

SOLAR CAJAÍBA – CASARÃO E ENGENHO O casarão antigo e a estrutura de engenho de cana de açúcar, fica localizado na Ilha de Cajaíba, pertenceu a Mem de Sá (IBGE, 1958), e tem grande importância histórica. Com arquitetura neoclássica, os patrimônios são considerados riquezas do século XVIII. Figura 56: Igreja e Convento Santo Antônio de Pádua.

Fonte: Rita Barreto Fotografia (SETUR) – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida ao autor -modificada pela autora, 2018.

IGREJA E CONVENTO SANTO ANTÔNIO Dedicado ao Padroeiro português, o convento e igreja, após alguns restauros, mantêm suas fachadas do ano de 1633 (IPHAN, 1941), conservando a história da época da colonização. Fonte: HFSIBB – modificada pela autora, 2018.

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ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS POPULAÇÃO E ECONOMIA São Francisco do Conde localiza-se na região do Recôncavo baiano, que tem sua área composta por 20 municípios do Estado da Bahia. Segundo dados do IBGE, com o último Censo de 2010, o município contava com 33.183 pessoas e a densidade demográfica de 126,24 hab./km², tendo nas estatísticas de 2018, a população estimada em 39.338 pessoas. A base econômica de São Francisco do Conde, atualmente se dá às atividades petrolíferas, devido a refinaria Landulpho Alves, sendo a segunda maior em capacidade do país, localizado no distrito de Mataripe. Nos dados do IBGE de 2015, o PIB per capita do município apresenta o valor de R$ 219,8 mil, havendo uma queda, pois o último Censo de 2010 registrou R$ 296,8 mil, sendo líder no ranking de nível nacional. O PIB per capita comparado aos de outros municípios do estado, ocupa a posição 1 de 470, quando comparado com outras cidades brasileiras, fica em 8 de 5.570. Embora seja uma cidade de riquezas, não significa que haja a distribuição dessas riquezas entre a população. Em entrevista dada ao G1, o coordenador de disseminação de informações do IBGE na Bahia, Joilson Rodrigues, explicou: “Se fosse a população de Salvador, o PIB per capita seria menor. Ele [PIB] é um modelo de quanto, em tese, cada cidadão participa na construção daquela riqueza. Isso de fato não acontece porque em se tratando de uma atividade única, o valor adicionado não se distribui pela população, salvo pelos impostos cobrados e empregos gerados aos cidadãos.” ¹ Figura 57 e 58: gráfico mapeado de População do último Censo [2010] e Densidade Demográfica, respectivamente.

Fonte: IBGE – modificada pela autora, 2018.

¹ entrevista concedida por RODRIGUES, Joilson. Indústria mantém PIB per capita elevado em São Francisco do Conde. [dez. 2012]. Entrevistador: Lílian Marques. G1 BA, 2012.

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Figura 59: comparativos econômicos a nível nacional, estadual e microrregional.

00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Fonte: IBGE – modificada pela autora, 2018.

TRABALHO E RENDIMENTO De acordo com as informações do IBGE, no ano de 2016, o município tinha o salário mensal dos trabalhadores formais de 5,2 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas era de 25,0% em relação a população total. Em comparação a outros municípios do estado, aparecia na posição 1 de 417 e 6 de 417, respectivamente. Comparando com outras cidades do país, ficava na posição 8 de 5.570 e 781 de 5.570. Considerando os domicílios com rendas mensais de até meio salário mínimo por pessoa, com o Censo de 2010, tinha em seu território o percentual de 42,5 % de pessoas nessas condições e ocupava a posição 389 de 471 e 2.420 de 5.570, comparado com os municípios do estado e cidades brasileiras, respectivamente.

Figura 60: gráfico mapeado do Salário médio mensal dos trabalhadores formais.

Fonte: IBGE – modificada pela autora, 2018.

Figura 61: comparativos de renda mensal a nível nacional, estadual e microrregional.

Fonte: IBGE – modificada pela autora, 2018.

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Como mostra as informações de estatísticas, o município tem índices de desemprego altos. Comparando o quantitativo de habitantes e o número de pessoas empregados formais, deixa evidente os problemas enfrentados pela população.

TERRITÓRIO E AMBIENTE Segundo dados do IBGE, o município de São Francisco do Conde possui em extensão territorial de 269,209 km² de acordo com o as estatísticas de 2017. Conforme o Censo de 2010, apresenta em seu território um percentual de 67,2% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 50,2 de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 66% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada, contendo bueiros, calçadas, meio fio e pavimentação. Em comparação com outros municípios do estado, ocupa a posição 34 de 417, 313 de 417 e 1 de 417, respectivamente. Quando comparado a outras cidades do Brasil, fica na posição 1.495 de 5.570, 4.122 de 5.570 e 5.570 de 5.570.

Figura 62: gráfico mapeado de Esgotamento Sanitário.

Fonte: IBGE – modificada pela autora, 2018.

Figura 63: comparativos de infraestrutura básica a nível nacional, estadual e microrregional.

Fonte: IBGE – modificada pela autora, 2018.

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Figura 64: os pescadores

Fonte: ANASPS – modificada pela autora, 2018.


ANÁLISE LOCAL ÁREA DE IMPLANTAÇÃO A área de implantação da proposta projetual, situa-se na Orla do distrito sede do município de São Francisco do conde, como ilustrado no mapa de implantação (ver figura 65 p. 75). A área delimitada conta com aproximadamente, 28.618 m² indo da Rua Barão do Rio Branco onde encontrase o píer, até o início da Rua José Joaquim Bulcão.

PERCURSO E POLIGONAL DE ESTUDO

O mapa de percurso (ver figura 66 p. 76) mostra os pontos da Orla que serão requalificados, marcados a partir do píer, seguindo para a praça da Bandeira, a Orla, a Praça Santa Rita e a Colônia de pescadores e marisqueiras. Para o estudo do entorno imediato do local, foi delimitada uma poligonal (ver imagem 67, p. 77) a partir de um círculo de ação, com um raio aproximadamente de 300 m, medido com base nas ruas que dão acesso direto a área de intervenção.

SISTEMA VIÁRIO

O sistema viário da poligonal, é classificada nos tipos coletora e local (ver figura 68, p. 78), que limitam a velocidade em 40km/h e 30km/h, respectivamente. Sendo as coletoras: rua Barão do Rio Branco, rua do Asfalto, rua Rui Barbosa e rua Policarpo de Oliveira e as demais, sendo via local.

MARCOS HISTÓRICOS E CULTURAIS No entorno da poligonal, foi mapeado algumas edificações de importância histórica e cultural da cidade (ver mapa 70, p. 80), onde estão o Convento e Igreja de Santo Antônio de Pádua, com sua construção datada em 1618, segundo fontes do IBGE, a Igreja deu origem ao “nascimento da cidade”, a Igreja Matriz de São Gonçalo, datada em 1689, em homenagem ao santo padroeiro da cidade, além do edifício sede da Prefeitura Municipal e do mercado cultural. (IBGE, 1958)

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Figura 65: mapa de delimitação da área de implantação.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010 – Modificado e elaborado pela autora.


Figura 66: mapa de percurso.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010. – Modificado e elaborado pela autora.


Figura 67: mapa de delimitação da poligonal de estudo.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010. – Modificado e elaborado pela autora.


Figura 68: mapa do sistema viário com a classificação das vias.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010. – Modificado e elaborado pela autora.


Figura 69: mapa de identificação das vias.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010. – Modificado e elaborado pela autora.


Figura 70: mapa de referências e marcos históricos e culturais.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010. – Modificado e elaborado pela autora.


ANÁLISE CLIMÁTICA

Figura 71: gráfico de temperaturas.

Segundo dados do Weather Spark, São Francisco do Conde registra as temperaturas mais quentes no final de novembro a início de abril, com a temperatura máxima média diária acima 33 ºC. A época mais fresca da cidade ocorre entre o início de junho e final agosto, com duração de quase 3 (três) meses, aproximadamente, com temperatura máxima diária em média abaixo dos 30 ºC, em dias mais frios a temperatura varia entre 20ºC para mínima e 29ºC para máxima.

Fonte: Weather Spark – modificado pela autora, 2019.

Figura 72: gráfico de nebulosidade.

No gráfico ilustrado, a porcentagem média, de céu encoberto por nuvens tem uma significativa variação sazonal durante o ano, o período menos encoberto tem início no mês de maio, terminando em torno do final do mês de outubro, durando aproximadamente uns 6 (seis) meses. O período mais encoberto se inicia no final do mês de outubro, terminando no final do mês de maio, com duração de 6 (seis) meses.

Fonte: Weather Spark – modificado pela autora, 2019.

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O gráfico relacionado aos períodos de chuva mensal média ilustra a variação entre os meses, que mostra a precipitação de chuva acumulada durante um período ininterrupto de 31 dias. Com uma variação significativa, em São Francisco do Conde chove em grande parte do ano, tendo seus períodos máximos durante o mês de maio, com acúmulo de 145 milímetros e o mínimo ocorrendo no mês de janeiro, com acumulação total média de 45 milímetros.

Figura 73: gráfico de chuva média.

Fonte: Weather Spark – modificado pela autora, 2019.

Em São Francisco do Conde, segundo os dados do Weather SparkI, o vetor médio de horário de vento, que indica velocidade e direção, em área ampla de 10 metros acima do solo. Tendo a velocidade média geralmente constante, sem tanta variação expressiva, a velocidade média permanece aproximadamente em 0,7 km/h de 10,7 km/h durante o ano inteiro e direção média horária predominante a leste.

Figura 74: gráfico de velocidade do vento.

Fonte: Weather Spark – modificado pela autora, 2019.

Figura 75: gráfico de umidade.

Conforme ilustrado, a cidade possui a variação sazonal moderada quanto a sensação de umidade. O período mais abafado ocorre em grande parte do ano, tendo início em setembro e terminando em julho, onde o nível de umidade chega a 88% do tempo. O mês de agosto é o período onde tem dias menos abafados com nível de condições abafadas de 84% do tempo.

Fonte: Weather Spark – modificado pela autora, 2019.

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Figura 76: carta solar até 21 de Junho.

Figura 77: carta solar após 21 de Junho.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010/Analysis Sol-Ar – Modificado e elaborado pela autora.


VEGETAÇÃO Segundo dados do IBGE, o município de São Francisco do Conde é caracterizado com o bioma natural a Mata Atlântica, sendo ele um bioma de floresta tropical que é rico em biodiversidade, outra característica da localidade é o encontro do Rio Sergimirim/Subaé com a Baía de Todos os Santos, formando o ecossistema de manguezais. Atualmente na Orla, encontra-se algumas árvores de espécies nativas e de mata ciliar, que serão Figura 78, 79 e 80: Amendoeira-da-praia. preservadas. AMENDOEIRA-DA-PRAIA NC: Terminalia Catappa FAMÍLIA: Cambretaceae ALTURA: 12-35m (grande porte) CLIMA: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical CICLO DE VIDA: Perene

Figura 81, 82 e 83: Cássia-rosa. Fonte: Pinterest

CÁSSIA-ROSA NC: Cassia javanica FAMÍLIA: Fabáceas ALTURA: 8-12m (médio porte) CLIMA: Equatorial, Tropical e Tropical úmido CICLO DE VIDA: Semipermanente

Figura 84, 85 e 86: Cássia-do-nordeste. Fonte: Pinterest

CÁSSIA-DO-NORDESTE NC: Senna Spectabilis FAMÍLIA: Fabáceas ALTURA: 6-9m (pequeno porte) CLIMA: Subtropical e Tropical CICLO DE VIDA: Perene

Fonte: Pinterest

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Figura 87, 88 e 89: Coco-da-baía.

COCO-DA-BAÍA

NC: Cocos nucifera FAMÍLIA: Arecaceae ALTURA: 15-20m (grande porte) CLIMA: Subtropical, Tropical, Tropical úmido e Equatorial CICLO DE VIDA: Permanente

Figura 90, 91 e 92: Flamboyant. Fonte: Pinterest

FLAMBOYANT

NC: Delonix regia FAMÍLIA: Fabaceae ALTURA: 6-12m (médio porte) CLIMA: Subtropical, Tropical e Equatorial Figura 93, 94 e 95: Mangue-branco.

CICLO DE VIDA: Perene

MANGUE-BRANCO

Fonte: Pinterest

NC: Laguncularia racemosa FAMÍLIA: Combretaceae ALTURA: 9-18m (médio porte) CLIMA: Tropical e Equatorial CICLO DE VIDA: Permanente Figura 96, 97 e 98: Mangueira.

MANGUEIRA Fonte: Pinterest

NC: Mangifera indica FAMÍLIA: Anacardeaceae ALTURA: 35-40m (grande porte) CLIMA: Subtropical, Tropical e Equatorial CICLO DE VIDA: Perene

Fonte: Pinterest

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Figura 99, 100 e 101: Monguba.

MONGUBA

NC: Pachira aquatica FAMÍLIA: Bombacaceae ALTURA: 6-15m (médio porte) CLIMA: Subtropical, Tropical e Equatorial CICLO DE VIDA: Perene

Fonte: Pinterest

Figura 102, 103 e 104: Palmeira imperial.

PALMEIRA IMPERIAL

NC: Roystonea oleracea FAMÍLIA: Arecaceae ALTURA: 12-18m (grande porte) CLIMA: Subtropical, Tropical, Mediterrâneo, Oceânico e Equatorial CICLO DE VIDA: Perene Fonte: Pinterest

Figura 105, 106 e 107: Sombreiro.

SOMBREIRO

NC: Clitoria fairchildiana R.A Howard FAMÍLIA: Fabaceae ALTURA: 6-15m (médio porte) CLIMA: Tropical, Tropical úmido e Equatorial CICLO DE VIDA: Perene

Fonte: Pinterest

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Figura 108: mapa de Macrozoneamento.


Fonte: PMSFC – PDDM. Mapa disponibilizado pela SEPLAN – modificada pela autora, 2017.


Figura 109: mapa de Zoneamento Urbano.


Fonte: PMSFC – PDDM. Mapa disponibilizado pela SEPLAN – modificada pela autora, 2017.


Figura 110: mapa de Partido UrbanĂ­stico.


Fonte: PMSFC – PDDM. Mapa disponibilizado pela SEPLAN – modificada pela autora, 2017.


MACROZONEAMENTO Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal de São Francisco do Conde, vigente desde 01/2017, a poligonal do projeto está localizada na Zona MZU–1 – Distrito Sede. O Macrozoneamento Municipal (ver figura 66, p. 75), estabelece o ordenamento espacial e cria diretrizes de Uso do Solo, levando em consideração suas vertentes sociais, econômicas e ambientais para as divisões territoriais.

Figura 111: mapa de Macrozoneamento – Recorte de Área (ampliação).

Fonte PDDM – PMSFC, 2017.

Macrozona Urbana 1 – Conforme disposto na Lei Complementar do Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal, é definida por: Art. 63: IMacrozona urbana 1 (MZU-1): determina a área urbana da Sede municipal.

ZONEAMENTO URBANO No PDDM de São Francisco do Conde, a poligonal de implantação do projeto encontra-se na Orla, essa área, no Complemento da Lei do PDDM está classificada como ZIHC-2 (Zona de Interesse Histórico e Cultural 2). O Zoneamento Urbano (ver figura 67, p. 78), assim como outras ferramentas de planejamento, utiliza parâmetros para demarcar essas áreas. O Zoneamento urbano tem como objetivo principal, organizar os aglomerados urbanos existentes no município, com diretrizes específicas de Ordenamento e Uso do Solo, como os instrumentos de políticas urbanas. De acordo com o Plano Diretor no Anexo IV, a região se caracteriza conforme exposta na figura abaixo:

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Figura 112: mapa de Zoneamento Urbano – Recorte de Área (ampliação)

Fonte PDDM – PMSFC, 2017.

Art. 86. Para demarcação das zonas, considera-se: I.a predominância de uso e ocupação e suas tendências; II.os aspectos geomorfológicos; III.as questões de funcionalidade dentro do contexto urbano; IV.os valores ambientais, culturais e paisagísticos das áreas; V.o acesso aos sistemas urbanos; VI.a compatibilidade entre a densidade e a infraestrutura instalada ou sua capacidade de ampliação. E descreve a Zona, como: Art. 87. Fica a Macrozona urbana (MZU), dividida nas seguintes zonas que têm como descrição e diretrizes básicas: XII. zona de interesse histórico e cultural 2 (ZIHC-2): zona que demarca a área da sede de São Francisco do Conde de relação direta com a Baía de Todos os Santos, onde estão localizadas as principais edificações que remontam a centralidade da sua ocupação primordial, devendo ser respeitada a sua configuração volumétrica de forma a manter a paisagem tradicional, e revitalizado o seu caráter de centro, ampliando a dinâmica e urbanidade local. Art. 88. Os diversos instrumentos de planejamento poderão ser utilizados nas seguintes zonas da Macrozona urbana da sede municipal (MZU-1), apresentadas no mapa do zoneamento urbano, ZU.01, Anexo IV:

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IV - Zonas de interesse histórico e cultural 1 (ZIHC-1): representam a área da ruína da Escola Imperial Agrícola; I.Zonas de interesse histórico e cultural 2 (ZIHC-2): compreendem a área de orla onde encontram-se o Convento de Santo Antônio, a Igreja Matriz de São Gonçalo, a Câmara Municipal, até a Travessa Santa Cruz.

PARTIDO URBANÍSTICO Inserido na Zona de Interesse Cultural e Histórico – 2, o Plano Diretor expõe estratégias urbanísticas na área em questão. As propostas conforme presentes no Anexo VII do PDDM, propõe a Revitalização da Orla que visa: Reestruturar o porto e os espaços públicos, requalificação de edifícios públicos com arquitetura adequada ao perfil da cidade (reestruturação da paisagem urbana), adequação do uso do solo, melhor aproveitamento da geografia, considerando as ações e projetos: a) Urbanização da Orla; b) Realocação da Garagem da Prefeitura e da Secretaria da Fazenda e utilização do espaço para integrar um conjunto reúna funções institucionais em um Centro Cultural na borda; c) Calçadão na encosta na face leste do Centro, com praças e mirantes articulando o Convento à Baixa Fria e à Nova Rodoviária; d) Implantação de equipamentos para reestruturação portuária.

QUADRO DE PARÂMETROS URBANÍSTICOS Figura 113: parâmetros urbanísticos – Anexo V do PDDM. (em anexo)

Fonte PDDM – PMSFC, 2017.

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ANÁLISE SWOT. Para nortear e fomentar as diretrizes projetuais, foi realiza a análise SWOT (ver figura 115, p. 101), levando em consideração as visitas feitas ao local e através de pesquisas e estudos aprofundados através de mapas de diagnósticos. A partir dessas vertentes, foram detectadas as forças, as oportunidades, as fraquezas e ameaças da localidade.

ANÁLISE URBANA DE FIGURA-FUNDO. Na obra de Vicente Del’Rio, arquiteto e urbanista, “Introdução ao Desenho Urbano no processo de Planejamento” publicado em 1990, são feitas análises dos tecidos urbanos, a partir do método de figura-fundo, com base nos princípios Gestalt, onde se pode analisar cada elemento que compõe o meio urbano. Para complemento dos estudos topográficos, foram elaborados mapas de figura-fundo da malha viária, perfil fundiário, espaço privado e espaço construído, no intento de compreender a composição estruturante do local.

PERFIL DA MALHA VIÁRIA O perfil da malha viária (figura 116, p. 102), tem características e formas orgânicas, que acompanham a sua topografia. Juntamente com o estudo de classificação de vias, é possível notar que a estrutura predominante da malha é de caráter local e coletora. Não há na poligonal de estudo, vias de propriedades arteriais.

PERFIL FUNDIÁRIO No perfil fundiário (figura 117 p. 103), são analisados os lotes e suas irregularidades na área de estudo, o perfil pode ser dividido em duas classes: os lotes retangulares e retangulares variáveis. Historicamente, o município por ter se originado a partir de lotes de sesmarias, é possível observar a regularidade em seu desenho, embora haja em sua grande maioria lotes retangulares estreitos e variáveis. Observando também, nota-se que os lotes mais antigos, como de igrejas e casarões fogem da regularidade padrão adotada, sendo maiores em sua escala.

ESPAÇO PRIVADO O local é ocupado em grande escala pelo espaço privado. As construções existentes são predominantes quanto em relação ao espaço público. É possível observar no mapa (figura 118, p. 104), que o espaço público formado, praticamente nasce dos encontros de avenidas, ruas e travessas que se encontram formando a malha, junto com seu entorno edificado.

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ESPAÇO CONSTRUÍDO O espaço construído analisa a regularidade das edificações e os recuos dentro do lote, de acordo com o mapa de estudo (figura 119, p. 105), podemos classificar os tipos de espaço em: edificações sem recuos laterais e frontais e edificações com recuos regulares. O primeiro tipo abrange as edificações residenciais, que em grande percentualidade encontram-se próximas umas das outras e algumas edificações de cunho comercial, não seguindo o padrão. Os lotes regulares estão representados em grande parte pelas edificações institucionais, religiosas e de serviço.

MAPA DE USO DO SOLO O mapa de uso do solo (figura 121, p. 107 e 108), foi estudado por fator predominante regional, ou seja, foi representado pela sua maioria em regiões distintas da poligonal. O entorno imediato da orla é composto por vazios urbanos e edificações de diversas classificações. O uso residencial é preeminente, seguido de uso misto (serviço e institucional) e comercial, além das edificações de importância histórica e cultural, como o Mercado Cultural, Sede da Prefeitura e igrejas, como o Convento Santo Antônio e da Igreja Matriz de São Gonçalo.

GABARITO DE ALTURA O mapa de Gabarito de altura (figura 121, p.109 e 110) representa as características altimétricas das edificações na poligonal e em seu entorno imediato. A altura das edificações varia em proporção à topografia de forma gradual, tendo algumas alterações devido as altas igrejas históricas, prédios públicos e privado.

MAPA HIPSOMÉTRICO O mapa hipsométrico (figura 122, p. 111 e 112), tem por finalidade, analisar a topografia e seus níveis altimétricos. A partir do mapa elaborado, com base nas curvas de nível do terreno, pode ser observado a variação da altura, proporção das massas e superfícies de água existentes na poligonal. Na área delimitada para estudo, ocorre uma variação altimétrica de 0 a 40 metros.

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Figura 114: Cristo sem cruz.

Fonte: Moisés Dantas Fotografia – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2010.


Fonte: elaborado pela autora, 2018.

Figura 115: anรกlise SWOT.


Figura 116: mapa da malha viรกria.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.


Figura 117: mapa do perfil fundiรกrio.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.


Figura 118: mapa do espaรงo privado.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.


Figura 119: mapa do espaço construído.

Fonte: elaborado pela autora, 2018.


Figura 120: mapa de massa vegetal e área de mangue.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010. – Modificado e elaborada pela autora.


Figura 121: mapa de uso do solo.


Fonte: elaborado pela autora, 2018.


Figura 122: mapa de gabarito de altura.


Fonte: elaborado pela autora, 2019.


Figura 123: mapa hipsomĂŠtrico.


Fonte: elaborado pela autora, 2018.


Fonte: Akira Cravo – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2017.

Figura 124: búzios.



DIAGNÓSTICO DE CENTRALIDADE E ADJACENTES O município de São Francisco do Conde como um todo, tem potencialidade para a exploração do turismo devido à localização privilegiada, incluindo as propriedades territoriais constituídas por ilhas: Bimbarras, Ilha das Fontes, Ilha de Cajaíba e Ilha do Paty. Para o diagnóstico local, os bairros vizinhos foram analisados como parte integrante da poligonal de intervenção que dão acesso tanto ao município como à orla. Os bairros analisados foram: Babilônia, Centro e Baixa Fria, sendo componentes do entorno imediato. Em grande parte, os bairros são predominantemente residenciais e menor tendência de verticalização, possuindo poucos prédios e edifícios em grande escala, onde existem também a diversidade entre as ocupações comerciais e institucionais, como Igrejas, escolas e Universidade. As análises paisagísticas foram definidas em: vazios urbanos, espaço degradado, barreiras visuais, ocupações irregulares e conexões urbanas. LEGENDA 01 CRESAM 02 MORADIAS IRREGULARES 03 RODOVIÁRIA 04 POUSADA 05 COLÔNIA DE PESCADORES 06 MERCADO CULTURAL

07 CÂMARA MUNICIPAL 08 PREFEITURA 09 PÍER 10 IGREJA STO ANTÔNIO 11 HOSPITAL CÉLIA ALMEIDA

12 FÓRUM


Figura 125: mapa de diagnรณstico.

Fonte: elaborado pela autora, 2019.


DIAGNÓSTICO PAISAGÍSTICO BABILÔNIA

Figura 126 e 127: imagens do bairro da Babilônia, SFC.

01 e 02 01 Área com moradias irregulares, passeio estreitos e sem pavimentação, espaços sem conexão, vegetação escassa, vazios urbanos e áreas segregadas.

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Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019.

Figura 128 e 129: imagens do bairro da Babilônia, SFC.

03 e 04

Área com predominância de edificações, calçadas sem acessibilidade e pavimentação, ocupação irregular do espaço com o estacionamento de carros.

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Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019.

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DIAGNÓSTICO PAISAGÍSTICO ORLA

Figura 130 e 131: imagens da Orla, SFC.

05 e 06 05

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Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019.

Área com diversos vazios urbanos, calçadas com pavimentação e acessibilidade irregular, buracos nas calçadas, áreas em abandono, priorização dos carros e estacionamento irregular de carros.

Figura 132 e 133: imagens da Orla, SFC.

07 e 08

Área com predominância de vazios urbanos, pouca vegetação, áreas abandonadas, falta de conexão com a orla, calçadas sem acessibilidade, barreiras visuais e poucos locais de travessia de pedestre.

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Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019.

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DIAGNÓSTICO PAISAGÍSTICO CENTRO

Figura 134 e 135: imagens do Centro, SFC.

09 e 10 09 Área predominantemente residencial, estacionamento de carros indevido nas ladeiras, ruas e passeios estreitos, vegetação escassa.

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Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019.

Figura 136 e 137: imagens do Centro, SFC.

11 e 12

Área caracterizada em sua maioria pelas edificações, praça abandonada, calçada com acessos e apropriações irregulares, estacionamento de carros indevido nas ladeiras de acesso à orla do município.

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Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019.

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DIAGNÓSTICO PAISAGÍSTICO BAIXA FRIA

Figura 138 e 139: imagens do bairro da Baixa Fria, SFC.

13 e 14

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Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019.

Área caracterizada em sua maioria pelas edificações, praça abandonada, calçada com acessos e apropriações irregulares, estacionamento de carros indevido na rua principal de acesso ao município, pouca vegetação, áreas sem vitalidade.

Figura 140 e 141: imagens do bairro da Baixa Fria, SFC.

15 e 16

Área com predominância residencial, passeios estreitos, edificações em locais irregulares e segregados, espaços sem conectividade.

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Fonte: Google maps – modificada pela autora, 2019.

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Figura 142, 143, 144 e 145: píer de São Francisco do Conde.

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A orla do município de São Francisco do Conde atualmente encontra-se em estado de abandono. Com o píer, um dos principais marcos de referência da cidade interditado, a cidade perde um equipamento de suma importância que facilita o deslocamento e atracação das embarcações, além da valorização na área do turismo. Fonte Maurício Cunha / Janine Nabuco, 2018.


Figura 146, 147 e 148: quiosques na Orla de São Francisco do Conde

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Fonte Maurício Cunha / Janine Nabuco, 2018.

Em toda orla da cidade há disposição de quiosques e áreas de convivência, todas encontram-se desativadas e abandonados.


Figura 149, 150, 151, 152 e 153: calçada, balaústres e praça.

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As problemáticas urbanísticas do município referemse as calçadas com rampas de acesso inadequadas, que prejudica a acessibilidade, os balaústres deteriorados que oferece risco aos utentes do local, as calçadas com buracos, as praças sem mobiliários adequados, como a Praça da Bandeira, um marco histórico local que se encontra abandonada. Fonte Maurício Cunha / Janine Nabuco, 2018.


Figura 154, 155 e 156: habitações irregulares e esgoto.

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Fonte Maurício Cunha / Janine Nabuco, 2018.

Um dos maiores problemas encontrados no município está ligado a algumas habitações construídas em locais inadequados que desencadeia outras adversidades no local, como o despejo de lixo e esgoto diretamente no leito do rio, devido a precariedade no saneamento básico. Problema esse que dificulta as atividades de pesca e mariscagem por comprometer as áreas de mangue, poluindo o rio e matando aos poucos o ecossistema.



DIRETRIZES PROJETUAIS As diretrizes de projeto foram definidas a partir das análises da situação atual da poligonal e do entorno imediato, as insatisfações foram identificadas através da comunicação com a população, onde se pôde alinhar as necessidades com o Plano de Desenvolvimento Urbano Municipal. Por tanto, para a resolução das problemáticas existentes, as diretrizes foram estabelecidas na:

• Requalificação da praça Santa e Rita e a praça da Independência; • Implementação de ciclovias e ciclorrotas; • Criação de decks para os utentes, formando pontos visuais estratégicos de contemplação; • Inserção de deck destinado a atividade de pesca; • Implantação da nova vegetação integrada as existentes; • Criação de espaço infantil e juvenil; • Criação de espaços de atividades polivalentes; • Implementação do novo píer juntamente com o atracadouro; • Inclusão de novos píeres destinados ao acesso para a prática de esportes aquáticos; • Inserção de novos quiosques; • Adaptação de área destinada à banhistas; • Proposição de Comunidade Cultural; • A implementação da praça conectora, que liga a Praça Santa Rita à Orla. • Implementação de mobiliários urbanos na poligonal; • Inserção de novos postes de iluminação; • Modificação do desenho urbano e paisagístico; • Realocação da Pousada Baía de Todos os Santos; • Realocação da Rodoviária Municipal, prevista em PDDM, para a Avenida Juvenal Eugênio Queiroz, nas proximidades da entrada da cidade pela BA522. • Realocação de moradias irregulares à beira do rio e nas margens do mangue, localizada no bairro da Babilônia, mudança prevista em PDDM como a reestruturação urbana e habitacional em área de interesse social.

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Figura 157: mapa de propostas projetuais.

Fonte: INFORMS – Todos os direitos reservados © à CONDER, 2010. – Modificado e elaborada pela autora.


PROGRAMA E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

Tabela 02: tabela de pré-dimensionamento urbano.

Fonte: elaborada pela autora.

O programa de necessidades foi estabelecido através da divisão dos atrativos propostos na poligonal dividido entre o projeto urbano e projeto arquitetônico, identificados nas tabelas abaixo:

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Tabela 03: tabela de prĂŠ-dimensionamento da Comunidade Cultural

Fonte: elaborada pela autora.


VEGETAÇÃO IMPLANTADA

Fonte: elaborada pela autora, 2019.

Figura 158: quadro de botânica.

A proposta da vegetação para a composição do paisagismo local busca restaurar e preservar as espécies nativas existentes e implantar espécies variadas, adaptadas a ambientes litorâneos e ao bioma de Mata Atlântica. As árvores têm uma variação entre pequeno, médio e grande porte e a diversidade das mesmas tende a criar uma nova dinâmica na poligonal, com a alteração das folhagens no decorrer das estações e a coloração vívida das espécies.

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CONCEITO O conceito do projeto nasce a partir dos estudos do histórico da cidade de São Francisco do Conde, sendo um projeto de requalificação de orla a mesma possui um marco na história e no surgimento do munícipio. Banhada por rios e mar, foi palco para grandes acontecimentos e o local serviu de alicerce para o desenvolvimento da cidade e dos povoados. O conceito está ligado ao rio Sergimirim, nome de origem tupi guarani, que significa, rio dos siris pequenos. O projeto busca homenagear os índios, primeiros habitantes que viviam as margens do rio. Fazendo conexão direta com a pesca, que é uma das identidades culturais marcantes do local e sobrevive até os dias atuais. A representatividade dessas atividades é de grande referência, tendo a pesca e a mariscagem como forte fonte de renda para boa parte dos moradores da região.

PARTIDO O partido urbanístico foi pré-estabelecido pelo plano original da malha, quase não sofrendo alterações, onde o projeto se adequa ao espaço existente.

ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS E URBANÍSTICOS

Os elementos projetuais foram definidos através das referências históricas da localidade, tendo como base os grafismos indígenas, com os traços aplicados no desenho urbano como representação da natureza, a partir das ideias dos grafismos indígenas. A canoa e as embarcações são representadas nos materiais de madeira utilizados no projeto por terem papéis de suma importância na área da pesca, sendo instrumento de deslocamento para a extração e a captura dos pescados. O elemento água, está refletido no projeto nas formas sinuosas, como fonte principal dessas atividades, como forma de representar a cultura local. Atrelado a eles, as aplicações das estratégias de requalificação urbana, amparado por teorias e conceitos relacionadas às problemáticas urbanísticas. Figura 159: Tupinambá, Bahia.

Figura 160: embarcações em São Francisco do Conde.

Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018. Figura 161: rio Sergimirim.

Fonte: Elisa Braga, 2012.

Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018.

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DESCRIÇÃO DO PROJETO VISÃO GERAL Para garantir um urbanismo ecológico, o projeto introduz métodos que melhor aproveitam e reaproveitam os recursos naturais e visa a recuperação do meio urbano no eixo Orla-Centro, com a utilização da técnica de irrigação por gotejamento, a inserção dos wetlands para o tratamento de águas efluentes. Paralelo a isso, foram implantadas vegetações nativas para recuperação de áreas desmatadas e preservadas áreas verdes destinadas à educação ambiental e integram esses meios aos espaços existentes. O projeto proporciona áreas de interação, lazer e convivência de qualidade, através dos percursos peatonais definidos que fragmenta os ambientes. Esses percursos conectam as principais praças da poligonal integrando-as à orla, dando uma nova dinâmica a área de intervenção. Devido a extensão da poligonal de implantação, a mesma foi dividida em três trechos para melhor entendimento das propostas projetuais.

TRECHO 1 No trecho 1, que se inicia na rua José Joaquim Bulcão, houveram intervenções significativas que mudaram toda a dinâmica do espaço já existente, como a realocação da rodoviária para o bairro da Baixa Fria, como já previsto pelo PDDM, assim como já previsto também, a realocação das residências irregulares localizadas à beira rio e sua grande maioria sem o tratamento adequado de saneamento básico, que dificultava ainda mais a situação do despejo de efluentes no leito do rio. Ainda neste trecho, a Pousada Baía de Todos os Santos também foi devidamente realocada para a rua Ministro Bulcão Viana, o espaço estava deteriorado e abandonado, com a utilização indevida dos recuos, a edificação se apropriava de todo o passeio, que impossibilitava a utilização pelos pedestres. Neste trecho pôde ser feito uma adaptação de uma parte do rio utilizada para o banho. Para adequar-se às mudanças, foram inseridos um deck de madeira plástica de material reciclado, sanitários, posto de salva-vidas e uma passarela para pedestres. Além da sua utilização de integração com outros ambientes, a passarela assegura o banhista a manter-se na sua área adequada, separando-o das canoas e pequenas embarcações. Em traçado sinuoso contínuo com a passarela, foi criado um caminho que leva a uma área de preservação (antes ocupada pelas edificações irregulares), nesta área foram aplicados os wetlands e vegetações nativas para a regeneração apropriada. No local foi inserido um deck de madeira reflorestada com uma rede tensionada para descanso e contemplação. Foi disposto às margens do rio, uma rampa para a facilidade de acesso das canoas e definido um local para a acomodação delas. Houve também uma mudança na paginação de piso urbano onde se encontra a colônia de pescadores. Já no local da antiga pousada foi inserido a Comunidade Cultural, equipamento que dá suporte aos pescadores e marisqueiras da região e ainda conta com oficinas, feira de artesanatos, sala de estudos, café, loja de materiais de pesca, áreas

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administrativas, o mercado do peixe e áreas para tratamento e cozimento do pescado. A comunidade agrega em seu espaço, uma praça externa, com a cobertura em madeira laminada colada trançada, que se conecta com uma das principais praças do munícipio, a praça Santa Rita, onde em épocas festivas serve suporte para as apresentações. Na praça não havia mobiliários e árvores, devido as festividades que ocorrem nela, então foi criado um mobiliário urbano para que este espaço tivesse utilização fora os períodos de festa. O mobiliário de madeira laminada colada é composto por dois lados e no centro um “jarro” que comporta árvores de pequeno porte e pode ser montável e desmontável, criando um espaço dinâmico. Na parte posterior da Comunidade Cultural, foi criado um deck de madeira com arquibancada, rede tensionada e passarela para área de apreciação e descanso. No final do Trecho 1, foi disposto uma área verde para utilização em piquenique e uma área secundária para a prática de slackline. Diante todo percurso da orla, os balaústres foram restaurados e preservados como referência histórica do local. A ciclovia/ciclofaixa foi pré-disposta em toda orla, integrando-se aos espaços existentes como forma estruturante de mobilidade.

TRECHO 2 No trecho 2, na rua Barão de Rio Branco, a orla tem seus espaços reaproveitados, antes, com áreas de vegetação e mobiliários escassos, os quiosques existentes estavam abandonados, sem locais para acomodações ou locais de sombra, a orla era pouco frequentada nos períodos diurnos. Uma das principais modificações nesse trecho, consideravelmente pode-se dizer que a inserção de novas vegetações adaptadas ao clima local, juntamente com as árvores existentes e a preservação de algumas áreas verdes foi a maior delas. O novo desenho urbano, consiste em sua forma natural de criar áreas que foram ocupadas com mobiliários, quiosques, mesas, barracas de acarajé e de água de coco. Houve a inserção de um espaço dinâmico para feira livre e adaptável a outros eventos. A quadra foi substituída por uma poliesportiva, podendo agregar na prática de diversos esportes, além de um espaço para a prática de skate, patins e patinete, também há áreas de alimentação, de apresentações de pequeno porte e para a prática de yoga e meditação. Nesse trecho, assim como no anterior, a passarela foi adequada ao ambiente, protegendo e preservando a mata ciliar existente.

TRECHO 3 Ainda na rua Barão do Rio Branco, o trecho 3 segue o mesmo padrão de desenho urbano de traçado sinuoso, composto por áreas de academia ao ar livre, de jogos de tabuleiro, de esta, de alimentação e preservação. O parques foram determinados em: infantil e juvenil, de acordo com as idades específicas, essas áreas são bem definidas, diferenciadas pela coloração do piso vegetal, são separadas por caminhos peatonais e espelhos d’água, onde

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possuem barreiras visuais naturais, como a vegetação e os bancos dispostos no seu entorno, para garantir a segurança dos utilizadores. A área de anfiteatro, foi desenvolvida em madeira de reflorestamento, cercada por vegetação, esse ambiente foi criado para atender as necessidades do espaço, estreitando as lacunas de carências antes existentes, tendo grande influência no âmbito de lazer e social. Os quiosques e os sanitários foram dispostos em toda orla de forma com que possam auxiliar na demanda dos usuários. Ainda nesse trecho, foi construído um deck destinado para dar suporte na prática de esportes aquáticos, como canoagem ou stand up paddle. Esse trecho conta com 3 praças na orla e mais uma praça na extremidade, a da Independência, agora conectada diretamente com a orla pelos percursos peatonais e a ciclofaixa, a praça foi totalmente revitalizada, tendo ambientes de descanso, estar, lazer, contemplação e alimentação. Como registro de um marco histórico, o monumento presente na praça foi restaurado e preservado. O antigo píer encontrava-se interditado devido a deterioração e a fragilidade de sua estrutura, o novo píer foi criado com o intuito de adaptar-se aos utentes que também fazem uso do atracadouro, disponibilizando em seus trechos bancos inclinados para descanso. Junto com o píer, o deck de madeira reflorestada conta com mirantes e pontos visuais privilegiados, ao lado foi construído um deck destinado as atividades de pesca. Em todo trecho do rio há pequenas concentrações de embarcações e canoas pesqueiras. Ao longo de todo o percurso da área de intervenção, o projeto foi pensado e cuidado para não agredir o meio ambiente, respeitando sua forma natural em busca de não alterar as tradições existentes com os moradores e a cidade.

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Figura 162: ilustração dos materiais.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Fonte: Pinterest – Modificada pela autora, 2019.

Figura 164: grafismo indígena.

Figura 163: ilustração da concepção do projeto.

Conforme o conceito definido (pág. 133), o desenho urbano foi projetado a partir do traçado dos grafismos indígenas, dentre muitos significados, os desenhos ilustrados ao lado representa a força, união, equilíbrio e proteção para os índios da tribo Pataxós. Fazendo elo com o projeto, que intenta no urbanismo ecológico, esses significados estão representados nos espaços dispostos ao longo da área de intervenção entre áreas de proteção ambiental, preservação da mata ciliar e tratamento das águas.

FORMA E VOLUME A forma do desenho urbano foi adaptada a malha já existente, assim como o volume do equipamento da Comunidade Cultural, que se adequa ao local no qual foi inserido. O desenho surge com os percursos peatonais cruzados que formam espaços urbanos, promovendo a interação entre eles, reforçando os eixos de ligação entre as praças Santa Rita-Orla e Orla-Independência, o desenho favorece a ventilação natural do local trazendo conforto as áreas propostas.

ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS Fortificando o conceito do projeto, a Comunidade Cultural apresenta nas suas fachadas esses elementos através dos pilares e dos painéis que as compõem. Esses elementos possibilitam a ventilação e iluminação natural, além de ressaltar a identidade histórica local.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 165: ilustração da concepção da Comunidade Cultural.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 166: pôr-do-sol em São Francisco do Conde.

Fonte: Júnior Guedes, 2018.



Figura 167: localização.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 168: masterplan.



Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 169: ilustração de usos e atividades.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 170: ilustração esquemática de planta baixa - térreo.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 171: ilustração esquemática de planta baixa – segundo pavimento.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 172: ilustração esquemática da cobertura.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 173: ilustração de corte esquemático B-B’.

Figura 174: ilustração de corte esquemático C-C’.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.

Figura 175: ilustração de corte esquemático A-A’.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.

Figura 176: ilustração de corte esquemático D-D’.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 177: ilustração esquemática da fachada lateral esquerda.

Figura 178: ilustração esquemática da fachada frontal.

Figura 179: ilustração esquemática da fachada lateral direita.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.

Fonte: elaborada pela autora, 2019. Figura 180: ilustração esquemåtica da fachada posterior.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 181: ilustração esquemática da secção urbana E-E’.

Figura 182: ilustração esquemática da secção urbana F-F’.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 183: maré de São Francisco do Conde.

Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018.



Figura 184 e 185: perspectiva da rede tensionada.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 186, 187 e 188: perspectivas da รกrea de banho e passarela.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 189: perspectiva aĂŠrea da ĂĄrea de banho e passarela.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 190: perspectiva superior da praรงa conectora.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.

Figura 192: perspectiva frontal da praรงa conectora.


Figura 191: perspectiva de deck com arquibancada e rede tensionada.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 193 a 200: perspectivas da praรงa conectora.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 201 a 208: perspectivas de deck, รกreas de lazer e deck mirante.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 209: perspectiva aĂŠrea do trecho 2.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 210 a 217: perspectivas do trecho 2.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 218 a 225: perspectivas do trecho 2 e 3.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 226: perspectiva aĂŠrea do deck mirante.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 227 a 234: perspectivas do trecho 2 e 3.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 235 e 236: perspectivas do deck mirante e pĂ­er.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 237: perspectiva da รกrea juvenil.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 238 a 245: perspectivas do trecho 3.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 246 e 247: perspectivas da praรงa Santa Rita.

Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 248 e 249: perspectivas aĂŠreas da Comunidade Cultural.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 250: perspectiva aĂŠrea do trecho 1.


Fonte: elaborada pela autora, 2019.


Figura 251: rede de pesca.

Fonte: Moises Dantas – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2012.



O processo do trabalho foi definido através de etapas de pesquisas e projetuais no intuito de concluir o objetivo inicial, objetivo esse que pôde ser identificado através de análises em comunicação com a população, que vive e sofre com problemáticas diárias. Os problemas principais detectados são a violência, a falta iluminação pública, consequentemente a falta de segurança, a falta de espaços públicos adequados com áreas para a prática de esporte e lazer, a apropriação inadequada de espaços que interferem no meio ambiente, como o despejo de materiais inapropriados no rio, causando alterações no ecossistema natural. Por outro lado, se tem as potencialidades do local, como o clima confortável, o entorno, que em sua maioria é caracterizada pelo comércio e por pontos históricos, tendo o píer como um marco e possibilidade para a ampliação do turismo náutico no município. Através do questionário aplicado aos moradores e visitantes foi possível compreender e interpretar o querer dos mesmos e assim o projeto de requalificação da orla de São Francisco do Conde, pôde ser uma proposta de intervenção urbana com o propósito de trazer novas práticas e uso para seus utentes, que propõe áreas polivalentes, de atividades mistas, como skate, patins, atividades aeróbicas, a academia urbana, a requalificação das praças da Independência e Santa Rita, com novo paisagismo, paginação de piso e a inserção de mobiliários urbanos adequados. Além da requalificação do píer, juntamente com a proposta do atracadouro, o píer para a prática de esportes aquáticos, para incentivo dessas atividades, a ciclovia e as ciclorrotas como forma estruturante de mobilidade, as áreas de contemplação e as áreas destinada a pesca. As grandes intervenções feitas no projeto foram a realocação da Rodoviária para o bairro da Baixa Fria, a realocação e a reestruturação urbana e habitacional em área de interesse social localizada a beira do rio, intervenções essas já previstas no Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal e a realocação da pousada Baía de Todos os Santos para a rua Ministro Bulcão Viana. As mudanças previstas foram necessárias para a expansão do espaço público com o intuito da utilização desses espaços pela população, priorizando os pedestres. A vegetação existente na poligonal é diversa, desde as espécies nativas às espécies exóticas. Para manter a diversidade, a nova vegetação do plano paisagístico, foi escolhida conforme o bioma natural da região, prezando as de origem nativa da Mata Atlântica adaptadas ao clima e que auxilia na recuperação das áreas desmatadas. Assim como os materiais utilizados no projeto foram escolhidos pisos drenantes que evita alagamentos devido a possibilidade de a água permear no solo e ajudar nos processos naturais, a madeira plástica e a madeira de reflorestamento, que é de suma importância na preservação das espécies nativas. De acordo com a soma dos processos, culmina-se o Projeto de Requalificação da Orla de São Francisco do Conde, Sergimirim: às margens do Recôncavo, por Janine Silva Nabuco como Trabalho Final de Graduação.

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Figura 252: pescador.

Fonte: Moises Dantas – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2015.



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Figura 253: casarão de Cajaíba.

Fonte: Maurício Cunha/Janine Nabuco, 2018.



QUESTIONÁRIO O questionário apresentado a seguir foi elaborado para identificar as reais carências e as potencialidades da área de implantação na visão da população, abrangendo o entorno e o município de forma geral para a fomentação do projeto de requalificação. Foram elaboradas 10 questões que abordam assuntos relacionados às problemáticas do local e a perspectiva de melhora na opinião dos moradores, visitantes e outros. O questionário foi elaborado e disponibilizado através da ferramenta do Google Forms. Através da plataforma, 34 pessoas responderam ao questionário e a partir dessas respostas foram gerados gráficos apresentados em cada questão.

Pergunta 01: Nome/Sobrenome A primeira pergunta do questionário refere-se à identificação das pessoas. Esses dados serão preservados por questões de segurança e privacidade. Pergunta 02: Qual a sua idade? A idade dos entrevistados varia entre 18 e 60 anos.

Pergunta 03: Qual o seu vínculo com a cidade? Figura xx: gráfico do questionário – Vínculo.

Em análise em relação ao vínculo com o município a grande maioria é morador, em segundo turista e em terceiro quem visita a cidade por necessidade comercial. Fonte: Google Informs. Elaborado pela autora.

Pergunta 04: O que você acha da cidade de uma forma geral? Figura xx: gráfico do questionário – Visão da cidade.

Em análise em relação visão dos entrevistados sobre a cidade de uma forma geral apenas duas opções foram assinaladas, a maioria disse que a cidade é boa e em segundo, que é regular.

Fonte: Google Informs. Elaborado pela autora.


Pergunta 05: Qual o nível de conservação dos espaços públicos do município (orla e praças)? Figura xx: gráfico do questionário – Conservação dos espaços públicos.

A análise em relação a conservação dos espaços públicos, os entrevistados classificaram a atual situação delas entre 52% ruim, 33,3% regular e 14,7% em muito ruim.

Fonte: Google Informs. Elaborado pela autora.

Pergunta 06: Como você considera a atual situação do píer do município? Figura xx: gráfico do questionário – Conservação do Píer

Em relação a conservação atual do píer do município, a grande maioria dos entrevistados com 69,7% classificaram como muito ruim e 30,3% classificaram como ruim.

Fonte: Google Informs. Elaborado pela autora.

Pergunta 07: Em relação aos balaústres na orla da cidade, você optaria pela permanência ou pela remoção dele? Figura xx: gráfico do questionário – Balaústre.

Fonte: Google Informs. Elaborado pela autora.

Em relação a remoção ou permanência do balaústre histórico encontrado na orla do município 100% dos entrevistaram optaram pela permanência do mesmo.


Pergunta 08: Em relação ao píer da cidade, qual a sua opinião sobre a inclusão do atracadouro ao mesmo (para atracagem rápida das embarcações) de cargas leves e pessoas? Figura xx: gráfico do questionário – Atracadouro.

Em relação ao atracadouro juntamente com o píer 100% dos entrevistaram optaram pela inclusão do mesmo.

Fonte: Google Informs. Elaborado pela autora.

Pergunta 09: Qual/Quais dessas intervenções urbanas citadas abaixo na sua opinião poderia melhorar as condições da Orla e do entorno? Figura xx: gráfico do questionário aberto I.

Fonte: Google Informs. Elaborado pela autora.

Pergunta 10: Ainda em relação a Orla da cidade, você sente falta de algum desses itens citados abaixo? Figura xx: gráfico do questionário aberto II.

Fonte: Google Informs. Elaborado pela autora.


Figura 254: mar calmo.

Fonte: Moises Dantas – Todos os Direitos Reservados © Autorização cedida a autora, 2017.






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