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2 . EDITORIAL
Caro Leitor, A cada edição a revista Na Rua busca ampliar sua dinâmica colaborativa por meio da abertura de mais seções para inscrições de colaboradores. Em seu segundo semestre de existência, a publicação se firma como um espaço propício para a experimentação de jovens produtores dos mais diversos conteúdos artístico-culturais. Ao logo das edições, a revista também passou a contar com o acompanhamento afetuoso e atento das equipes de colaboradores que por aqui passaram. A constituição desse tipo de pertencimento é uma demonstração de que a Na Rua consegue estabelecer um diálogo franco e criativo com os jovens. Um dos desafios colocados para o nosso processo editorial é o de registrar, da forma mais ampla, a diversidade de expressões culturais protagonizadas pelas juventudes capixabas.
colaboradores Flora Borlot Geylkson Diniz Jaqueline Pontes Kayo Marcell Luanny de Martin Saturnino Gomes
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6 . CIRCUITO
KAYO MARCELL
Fotos: Infinitas
Em cena,
Casa.Lab Infinitas
KAYO MARCELL
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CIRCUITO . 7
ma nova Casa cultural no centro de Vitória tem chamado a atenção de pessoas dispostas a se envolver com artes e suas diversas formas de produção e discussão.
compartilhamento com os internautas. A proposta é dialogar com o jovem sobre as formas contemporâneas de se produzir artes, sejam elas das mais diversas alas.
Há pouco mais de um mês o público de Vitória recebeu a notícia de um novo espaço cultural complementando a cena artística do município, um lugar destinado a shows, debates e exposição de artes. Em menwwwos tempo ainda foram confirmadas as apresentações da Banda Mais Bonita da Cidade (PR), do cantor Curumin (SP), de Lucas Santtana (BA/SP), entre diversos artistas locais. Rapidamente, o Casa.Lab Infinitas se fez presente em Vitória.
Contudo, enquanto a Casa é um projeto temporário, o Infinitas já nasce para ser contínuo, um meio de explorar de forma constante o que a cena cultural local e nacional produz para a sociedade. A programação da Casa será gratuita para o público, inclusive os shows. Estes vêm com uma proposta bem diferente: as apresentações musicais serão feitas na varanda do local e o público poderá acompanhar de diversas formas, desde live stream, até ao vivo na rua em frente ao espaço.
O nome do projeto engloba os criadores e envolvidos. O “Lab” vem da produtora Lab.Muy; o “Infinitas” vem do programa de rádio Tardes Infinitas, da Universitária FM 104.7; e a “Casa” vem do próprio espaço destinado ao projeto, uma casa localizada na Rua Barão de Monjardim, no centro histórico de Vitória. Unidos a diversos coletivos e produtores culturais, eles criaram não só o projeto de constituir um espaço físico, mas algo bem maior, o Infinitas, uma multiplataforma estruturada a partir de um novo jeito de se pensar comunicação, espaço urbano, cultura e arte. Entre os dias 30 de novembro e 14 de dezembro, o Casa.Lab Infinitas irá atuar temporariamente abrangendo transmissão integral pela internet, cobertura pelo rádio e
Fabrício Noronha, um dos idealizadores do Infinitas e curador da Casa.Lab, enxerga o projeto como algo inovador e necessário em Vitória. “Sem dúvida, a multiplicidade é o grande trunfo da Casa.Lab Infinitas. Ao integrar os conceitos do conforto de uma casa com as experimentações na investigação de linguagem, o evento irá dialogar ao longo de quase um mês com o que há de mais pulsante na cena cultural”, afirma ele.
Mais informações: Infinitas: facebook.com/tvinfinitas Tardes Infinitas: facebook.com/ tardesinfinitas Lab.Muy: facebook.com/LabMuy
10 . CIRCUITO
Foto: Regional da Nair
Foto: Forró K1
Foto: Assédio Coletivo
ALINE OLIVEIRA
RAÍZA DA SILVA
FLORA BORLOT
CIRCUITO . 9
Está sem grana?
Divirta-se gastando pouco em Vitória
Q
uem não gosta de sair com os amigos para se divertir sem gastar muito? Quem nunca desistiu de sair várias vezes por “sobrar mês no final do salário”. Em Vitória, existem opções de “rocks” relativamente baratos, alguns até mesmo de graça, para ocupar algumas tardes e noites de sábado. Há “rocks” para todos os gostos, basta saber onde procurar. Forró Para aqueles que gostam de um pé de serra, longe do forró eletrônico/ tecnobrega, uma opção para curtir mais de uma vez na semana é o Forró de Camburi. Ele acontece todas as quartas e sábados às 21h, no Quiosque 1, na praia de Camburi, e na Curva da Jurema toda terça feira às 22h. A entrada é gratuita. Festival de Música e Artes Os que preferem passar o fim de semana em algum lugar acolhedor, como um parque, e gostam de ouvir música de qualidade, não podem deixar de frequentar as edições do Festival Tarde no Bairro, produzido pelo Assédio Coletivo. O Assédio é um grupo de produtores e articuladores culturais que tem como objetivo fortalecer o cenário cultural do Espírito Santo valorizando a ação autoral de outros coletivos,
produtores, artistas e agentes culturais. Os principais projetos do Assédio são, além do festival, a Reviravolta Coletiva. O Tarde no Bairro é um festival de artes integradas e sua ideia principal é aproveitar os espaços públicos da cidade (praças, quadras, parques) para apresentar ao público do bairro artistas autorais (música, artesanato, artes visuais, poesias e intervenções). A proposta é de realizar um evento a cada dois meses. Em 2012, o festival contou com 14 edições, sendo que seis delas aconteceram nas cidades de Vila Velha, Cariacica e Santa Tereza. Em 2013, quatro festivais já foram desenvolvidas em Vitória e um em Santa Tereza. Para acompanhar a divulgação do evento, participar como banda ou artista que desejar expor seu trabalho, acesse a página do Assédio Coletivo no Facebook. Lembrando que a entrada nos festivais é sempre gratuita. A próxima edição do Tarde no Bairro acontecerá na Praça dos Namorados no dia 15 de dezembro de 2013, próximo domingo, a partir das 14 horas. As atrações musicais do evento serão: Mc Jack da rua, Blackslug, Camarilo, Mango Music. O público poderá contar também
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com intervenções e banquinhas. Roda de samba Quem gosta de uma roda de samba e blocos de carnaval provavelmente já ouviu falar do Regional da Nair. Desde 2008, amigos passaram a se reunir para tocar samba, e, aos poucos, agregando outras pessoas, passou a crescer. Nas palavras de Vitor Lopes, uma das “cabeças” por trás do Regional, “partindo da ideia da coletividade, o Regional da Nair entende que cada um dos que vão à roda faz parte do grupo”. O bloco, que ocupa as ruas do Centro de Vitória durante o carnaval surgiu em 2011, teve edições nos dois anos seguintes e promete mais uma em 2014. O Regional costuma fazer alguns encontros durante o ano, sem uma periodicidade definida, já chegando a se reunirem quatro vezes em um mês. Além da roda de samba tradicional, existe o Regional da Nair Convida, um encontro no qual uma banda de fora participa do evento. Só neste ano, a Orquestra Voadora esteve aqui, em janeiro, e Songoro Cosongo, em agosto. O último encontro aconteceu neste sábado (09/11), e o Regional convidou, desta vez, a banda Bixiga 70. Os eventos durante o ano são pagos, porém, a reunião do bloco durante carnaval é aberta ao público. Uma novidade é que, no dia 14 de dezembro, haverá um evento de prélançamento do novo bloco infantil, o Regionalzinho da Nair. Para acompanhar os eventos e saber mais informações, a Regional possui uma página oficial e um
FLORA BORLOT
grupo no Facebook. Os amantes do samba também podem contar com o tradicional Samba da Xepa que é realizado no Centro de Vitória. A roda de samba acontece todos os sábados na Rua Sete, juntamente com a Feira. A entrada é gratuita. Cinema O Cine Metrópolis, além de trazer diversas mostras e filmes que não rodam no circuito comercial dos cinemas, com opções alternativas que vão desde cinema francês a cinema produzido no Espírito Santo, também tem uma novidade: agora, os estudantes da Ufes entram de graça. O preço do ingresso normal para qualquer dia de exibição é de R$ 3,00. A Superintendência de Cultura e Comunicação e a Biblioteca Central da Ufes realizam todas todas as quartasfeiras, às 12h30, o projeto Curta Quarta, com um filme na qual um filme é exibido no auditório da Biblioteca, com entrada é franca. Outra opção é o Cine Jardins, em Jardim da Penha. O cinema exibe alguns filmes do circuito comercial mas opta por filmes alternativos. Os preços do ingresso (inteira) variam de R$12 a R$16. O Cine Jardins funciona todos os dias com sessões entre às 14h e 21h30. Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi) Oferece, gratuitamente, oficinas livres a crianças, adolescentes e adultos provenientes de qualquer cidade do
FLORA BORLOT
estado ou do país. A oferta varia conforme o semestre, sendo estas algumas opções de oficinas: o ator e a máscara, máscara para atores, crítica teatral, figurino, cenografia, produção, direção, maquiagem, consciência do movimento para terceira idade, dança contemporânea, balé, dança de salão, jogos dramáticos, iniciação teatral, preparatório para qualificação teatral, técnica circense, teatro para terceira idade, teatro brasileiro, construção de personagens (ator e formas animadas), teatro para professores e oralidade e educação vocal para professores, cavaquinho, violão e percussão. Para conferir os cursos disponíveis ligue para a Fafi e confira no número 3381-6924. Centro de Referência da Juventude (CRJ) Graffiti O CRJ localizado em Jucutuquara oferece diversos cursos gratuitos, sendo eles o grafite, teatro, quadrinhos, o forró que é um dos cursos mais frequentados e é oferecido pelo Projeto Forro lá, tem a capoeira e os ensaios abertos. Os horários de cada oficina são: Grafite - toda quarta feira, das 14h às 17h; Teatro - terça e sexta-feira, das 14:30 às 17h; e segunda e quarta-feira, das 18:30 às 20:30; Quadrinhos - terça e quinta-feira, das 18h às 20h; Forró - toda terça e quinta-feira, das 18:30 às 20:30; Capoeira - quarta-feira, das 19 às 20:30
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horas; Ensaio Aberto - quinzenalmente sempre às sextas-feiras. Parques O mais antigo deles é o centenário Parque Moscoso, um ótimo espaço para brincar, andar de bicicleta, jogar bola ou simplesmente contemplar a natureza, aberto entre 5 e 22 horas. Chácara Paraíso, no Barro Vermelho inaugurado em junho de 2013, com pistas de caminhada, bicicletários e playground. Esportes ao ar livre também têm vez no Parque Barreiros, que funciona das 8 às 22 horas. Para quem gosta de jogar tênis, a sugestão é o Parque Mata da Praia, aberto entre 7 e 22 horas. Pequenas trilhas e espaço para contemplar a natureza estão no parque Von Schilgen , na Praia do Canto, aberto aos moradores das 8 às 17 horas. Já no Parque Pedra da Cebola, que funciona das 5 às 22 horas. O parque da Fonte Grande, aberto das 8 às 17 horas, contrasta com a agitação da metrópole e convida a relaxar apreciando a natureza. Viveiro e horta de plantas medicinais são atrações no Parque Tabuazeiro, que funciona das 8 às 22 horas. Essas são algumas das opções para você que não quer gastar muito dinheiro em Vitória.
LUANNY DE MARTIN
Fotos: Rafa Rocha
12 . REMIX
SOLTA O PONTO
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ioneiro em unir o baile-funk ao electro-house-rock através de remixes e mash-ups, o que já rendeu parcerias com selos consagrados como Domino Records e Mad Decent, o dj e produtor Fredi Chernobyl mostra como fazer seu próprio edit daquela banda que você adora, de uma maneira tosca, divertida, pra zoar na web e na pixxxta. 1. Procure na internet, peça para
canal da música original.
um amigo ou compre o mp3 em alta resolução do som que você curte e quer
3. Selecione o beat, o synth (riff) e a
fazer sua versão - em outras palavras,
parte em que a voz meio que sola pra
um remix ou edit, sempre verificando
poder brincar. Fique com esses três
se a track tem “janelas” em que só fique
elementos caracterizando a música.
o sintetizador (que faz as vezes de um riff de guitarra característico se fosse
4. Desmonte a música usando esses
um rock), as batidas iniciais ou finais e
elementos, reordenando da maneira
alguma voz sem muita poluição sonora.
que você quer - sincronize com as suas próprias batidas e linhas de baixo, já
2. Jogue o mp3 no projeto de som
que você cortou o grave do som original,
usando o programa que você mais
lembra?
gosta. Ajuste o BPM (batidas por minuto) para a velocidade que você quer
5. Ouça o remix, conferindo - com
remixar e dê um corte de grave,
atenção - algumas vezes. Faça o upload
usando o equalizador geral no
na web e vá dançar.
LUANNY DE MARTIN
NOVIDADE . 13
Arte de rua surrealista do mexicano
Curiot
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ores vibrantes, formas animalescas que se misturam com humanas aludidas a uma série de tradições mexicanas, com formatos tribais e geométricos. Assim é a arte de Favio Martinez, aka Curiot, de encher os olhos.
14 . INTERVENÇÃO
V
ídeo mapping ou mapeamento de vídeo é uma técnica que consiste na projeção de vídeo em objetos ou superfícies irregulares, tais como estruturas de grandes dimensões. Através da utilização de um software especializado os objetos de duas ou três dimensões são formados virtualmente, a partir dessas informações o software interage com um projetor para adaptar qualquer imagem à superfície do objeto. O vídeo mapping ficou conhecido através da sua utilização em campanhas publicitárias e vídeos de música. Como fazer vídeo mapping A peça mais importante para fazer vídeo mapping é o projetor de vídeo cuja potência depende da área a cobrir. Por exemplo, quando se trata de uma projeção em pequenos objetos ou em uma sala chegam 5.600 lúmens, já aplicada a grandes superfícies e/ou a longa distância são necessários à volta de 20.000 lúmens. O tipo de lente a usar também é um aspeto muito importante, é aconselhável que seja o menos ampla possível. Relativamente à resolução, o mínimo necessário é de 1024 x 768 px. Após a escolha ou criação do objeto para suporte é produzida a sua réplica virtual. Seguidamente é formado um modelo da superfície de projeção e posicionado num ambiente virtual. A colocação do projetor em relação ao objeto é definida por coordenadas e, por fim, o ambiente virtual é complementado com a orientação xyz, a especificação da lente e posicionamento
GEYLKSON DINIZ
do projetor. Habitualmente, os principais passos são: Configuração - tem de ser feita à noite ou num ambiente escuro. O projetor deve ser colocado em frente ao suporte de projeção e deve estar perfeitamente horizontal; depois de estar bem posicionado. Fotografia do suporte de projeção - o ângulo da câmara deve ser exatamente o mesmo da lente do projetor de forma a que a imagem resultante seja a mais próxima possível daquela que o projetor “vê”. Calibração da fotografia - uma vez conseguida a fotografia certa, esta deve ser editada num software de edição de imagem, onde se aplica o valor da resolução do projetor ao tamanho da fotografia. Criação de máscaras - através de softwares como Adobe After Effects, Illustrator, Photoshop, Gimp, etc. são criadas máscaras dos diferentes elementos da fotografia, em diferentes camadas. Animação - depois de definidas as máscaras, criam-se os elementos a projetar, que podem ser feitos com os programas habitualmente usados para vídeo e/ ou animação, como por exemplo, Adobe After Effects, Modul8, Final Cut Pro, Adobe Premiere, Adobe Flash, Resolume, etc.
GEYLKSON DINIZ
INTERVENÇÃO . 15
Fotos: PixxFluxx
Vídeo Mapping
16 . ARTE
SATURNINO GOMES
A arte, de rua, M
uito comum nos grandes centros urbanos, o grafite está espalhado por toda a cidade, em suas mais variadas formas, cores e composições. Basta colocar os pés para fora de casa e olhar atentamente ao redor. Com certeza você vai encontrar alguma que expresse algum sentimento, conflito ou mesmo, algum questionamento sobre a realidade. Na Grande Vitória, não faltam exemplos de criatividade. Nas mãos dos grafiteiros esses suportes, de um dia para o outro, ganham uma nova cara, uma nova identidade e uma nova referência em meio ao monte de concreto da cidade. Por outro lado, não é difícil encontrar pichações dividindo espaço com placas de trânsito, monumentos históricos, praças, canteiros de obras e no patrimônio público. Elas também
O GRAFITE! fazem parte do cenário urbano e não costumam passar despercebidas pela população, que nem sempre sabe distinguir a arte do grafite e a pichação. Aliás, as duas formas de expressão foram confundidas por muito tempo e, em suas origens, ambas eram citadas pelo mesmo nome. Normalmente, o grafite distingue-se da pichação pela complexidade de suas formas, que podem contar com inúmeras cores, dimensões, profundidades, além de brincarem com a ilusão de ótica e com as perspectivas. No Brasil, assim como em outros países, a pichação é considerada uma contravenção. Nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98, a Lei dos Crimes Ambientais, a pichação é considerada vandalismo e crime ambiental. Quem cometer o ato, poderá receber pena de três meses a um de detenção e
SATURNINO GOMES
multa, que será arbitrada pelo juiz. No entanto, os juízes vêm adotando a aplicação de penas alternativas, como o fornecimento de cestas básicas a entidades filantrópicas ou a prestação de serviços comunitários pelo infrator. Um bom exemplo de como boa parte da população e até mesmo o poder público desconhece a diferença entre grafite e pichação, foi o caso da remoção das obras de arte que receberam dinheiro público para serem executadas em pontos de ônibus de Vitória. Elas faziam parte do projeto “Pontos de Arte”, que foi aprovado no edital Bolsa Cultura Jovem em 2012, pelo Programa Rede Cultura Jovem, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura e executado pelo Instituto de Ação Social e Cultural (Sincades), em parceria com a Prefeitura Municipal de Vitória. Os desenhos foram executados durante o mês de
ARTE . 17
setembro de 2012 e, em fevereiro de 2013, a Prefeitura Municipal de Vitória organizou um mutirão de limpeza, que removeu diversos trabalhos que foram comparados com pichação e sujeira. O grafiteiro Giu Dias, de 27 anos, que está no segundo período do curso de Artes, na Ufes, explica que o limite entre o grafite e a pichação é muito próximo. “Eu tive pouca experiência com pichação pela cidade, mas eu acho incrível. Quando penso em como a pessoa conseguiu chegar naquele lugar tão alto ou de tão difícil acesso, e conseguiu deixar sua marca, sua tag ou qualquer rabisco que seja, fico admirado. A pichação pode ser odiada por muitos, porque choca e é agressiva, mas é uma ferramenta de protesto, resistência e expressão. É uma situação que não vai se sujeitar a nenhuma lei ou regra imposta”, afirma.
18 . ARTE
JAQUELINE PONTES
A arte de rua lambe lambe
JAQUELINE PONTES
ARTE . 19
V
ocê já ouviu falar em lambe-lambe? Com certeza voc já deve ter visto nas ruas e centros urbanos cartazes colados em postes, muros, ponto de ônibus e outros lugares similares. O lambe lambe nada mais é do que posteres artísticos colados nesses lugares super urbanos inspirado nesses cartazes e no fotógrafo ambulante, sempre tentando passar mensagens
poéticas ou positivas.Para quem não conhece, até um tempo atrás os fotógrafos ambulantes eram conhecidos por fotógrafos lambe lambe, isso porque eles exerciam suas funções nas ruas é, espaços públicos como jardins, praças, feiras. Presente a partir do século XIX nos espaços públicos, teve um papel importante na popularização da fotografia. e sempre com montagens fotográficas em cartazes e nas próprias câmeras para divulgar. Como a arte gosta de imitar a vida, muitos artistas tem adotado essa forma de se expressar, buscando cada vez mais formas e espaços para espalhar e encher nossos olhos e cotidiano de cultura. Esse tipo de manifesto cultural
é conhecido como intervenção urbana já falamos dele por aqui, tem o intuito de distribuir arte em lugares urbanos, comuns nosso no dia-a-dia, sem ganhar nada em troca, e isso é o mais bacana, não precisar de museus ou galeria para alcançar. Algumas pessoas e artistas gostaram tanto da ideia que resolveram se entregar ao estilo e usar como decoração, forma de publicidade, estampas entre outras coisas que a criatividade permite.