Plantando um jardim

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Elsbeth Lotte Irene Willecke (Coordenadora)

Plantando um jardim Origem, metamorfose e transformação do Anahata


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Plantando um jardim Origem, metamorfose e transformação do Anahata



Elsbeth Lotte Irene Willecke (Coordenadora)

Plantando um jardim Origem, metamorfose e transformação do Anahata

Florianópolis

2016


Plantando um jardim Origem, metamorfose e transformação do Anahata

Elsbeth Lotte Irene Willecke (Coordenadora)

planejamento e supervisão | Elsbeth Lotte Irene Willecke Textos | Christina Baumgarten Direção de arte, projeto gráfico e capa | Alexandre Oliveira / Infinitta Leitura Fotos | Daniel Rischbieter, Ricardo Silva e Luís Rovella atendimento executivo | Leonita Fernandes / Infinitta Leitura Revisão | Robert Willecke Impressão e acabamento | Coan Indústria Gráfica

W698p

Willecke, Elsbeth Lotte Irene.

Plantando um jardim: origem, metamorfose e transformação do Anahata. / Elsbeth Lotte Irene Willecke. - Florianópolis: Infinitta Leitura - Editora Personnalité, 2016.

160 p. : il.

ISBN 978-85-93178-01-6

1. Ciência Espiritual. 2. Autoconhecimento. 3. Anahata. I. Título. CDU 299 Ficha catalográfica elabora por: Tatiana Quadra e Silva Capistrano – CRB14/1327

48 9119-1137 | 48 9619-9144 infinittaleitura@gmail.com


Levamos 20 anos para crescer, mais 20 anos para amadurecer. Só depois é que nos tornamos sábios. O que fazemos com toda nossa sabedoria? Para não perdê-la, a doamos. Como sementes vão brotar e outras tantas novas árvores, nossa terra frutificar! Em Blumenau, uma destas sementes foi plantada há 23 anos. E que árvore frondosa e forte gerou! O lugar não era um deserto, mas está à beira de um rio que muitas vezes transbordou. Ao contrário do que se pensa, na lama não afundou; o rio com suas areias e minerais a terra fortificou. E no meio daquele barro todo, pequenas pepitas de ouro deixou. Lá vieram os garimpeiros, muitos detritos foram desprezados, mas o ouro foi direto ao coração dos homens e lá começou a brilhar; as pessoas enxergavam o ouro, queriam também se dourar; começaram a se limpar, crescer e desenvolver, e muitas começaram a brilhar! Já eram tantas que o brilho ofuscava, enquanto em outros lugares, a escuridão ainda reinava. Então aqueles que já brilhavam para estas regiões se deslocavam; aos poucos toda terra foi se iluminando e se tornando um sol a brilhar, dar luz, calor e amor. Uma grande roda de amigos, processando e melhorando tudo a sua volta.

Gudrun Burkhard



Agradecimento

A

ideia do relato aqui apresentado surgiu de uma inspiração de outro livro, que conta a história do meu avô e da empresa que ele deixou, igualmente construída com a dedicação e colaboração de muitas pessoas, e

principalmente com a confiança na ideia inicial. E aqui não foi diferente. Este relato é um tributo para as pessoas que acreditaram e participaram do processo de construção deste projeto, que tornaram o sonho realidade. E como medir, avaliar esta história de sucesso de todos os envolvidos? Logo surgiu com muita clareza, que tal feito só poderia se dar através do relato das diferentes histórias, das diferentes vivências, seja dos mestres, dos alunos, ou ainda de outras diferentes participações. Existe uma rede ainda muito maior do que esta contemplada aqui no livro, à qual agradeço, e honro muito. Sou muito grata às pessoas que se empenharam mandando seus relatos e nutro profundo respeito e reverência por estas histórias. As pessoas que por aqui passaram são pioneiras, tiveram coragem, confiaram na sua sabedoria interna, no seu discernimento. Agora, com a história escrita vem a celebração, pela transformação, pela conquista de novos patamares da essência de cada pessoa que acreditou e participou destes 23 anos de caminhada...

Elsbeth Willecke – agosto de 2016

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Apresentação

N

a medida em que comecei a trabalhar com a autora deste livro, Christina Elisa Baumgarten, na construção do texto que melhor explicasse para as pessoas como foi a consolidação desse espaço e todas as

suas metamorfoses, descobri que a história do Jardim, do Anahata e minha história pessoal estão profundamente entrelaçadas desde sempre. Talvez só agora, com o relato da história “PLANTANDO UM JARDIM...”, tenha me dado conta dessa ampla tapeçaria e de todas as conexões, portanto uma oportunidade de INTEGRAÇÃO profunda dentro do meu Ser com a minha história.

Elsbeth Willecke,

Nasci em 25 de Julho de 1941. Minha mãe foi uma mulher

terapeuta e fundadora

forte, corajosa e determinada, que era apaixonada pelas flo-

do Anahata.

res e pelo seu jardim. Meu pai era estudioso, tinha muitos livros, lia muito, tocava órgão e, naquela época, já era praticante do autoconhecimento. Eu queria estudar, fazer faculdade, mas meu pai não permitiu, pois, na época, não era usual para mulheres. Fiquei frustrada, e a vontade de estudar sempre me acompanhou. Então, aos dezenove anos casei com o Romeu que foi meu companheiro durante quarenta anos. Dessa união nasceram nossos quatro filhos muito amados, e com vinte e seis anos eu já era mãe de quatro crianças loiras e lindas. Hoje tenho quatro netos e também dois bisnetos encantadores.

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Sempre com um espírito curioso e irrequieto, em 1973 abri minha própria loja de flores, a Blumenhaus Floricultura. Era uma inovação na época, quando as muitas mulheres ainda cuidavam exclusivamente da casa e dos filhos. Eu me realizei plenamente com este empreendimento, trabalhava rodeada com a beleza das flores. Foram elas que me inspiraram para o mundo da energia, afinal, eram seres vivos. Também me apaixonei pelas pessoas que se apresentavam como meus clientes. E tinha mais a casa e os filhos. Foram anos repletos de muito trabalho e de grandes conquistas e realizações. Construímos uma nova casa na Rua Coronel Feddersen, uma vez que toda a antiga casa, localizada na Rua Sete de Setembro, passou a abrigar a Floricultura. Sem perceber, mudamos de um lugar fora da enchente para um lugar dentro da enchente. E esta não tardou a chegar. Em 1983, quando morávamos há apenas sete anos na nova casa, as águas chegaram e nos expulsaram do nosso lar. Perdi o meu chão, e como tantas outras pessoas em Blumenau, tivemos que morar durante três anos na casa de outros. Para mim isto foi muito pesado e, em consequência, adoeci com uma febre emocional, que depois teve desdobramento em diferentes doenças reumáticas. Então veio um longo período de seis anos em busca de curas e soluções. Mas essas buscas começaram a apontar-me um novo caminho. Através de muitas pesquisas, leituras (que eram raras na época), foi emergindo em mim uma forte vontade de ajudar pessoas como eu, que também estava sendo ajudada na época. Eu estava profundamente grata às pessoas que o Universo estava colocando no meu caminho e queria estender isso a outros, que também tivessem essas mesmas necessidades. Assim surgiu o Anahata Instituto de Autodesenvolvimento, que na época eu chamava de “pronto socorro do futuro”. Ele foi

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instalado na casa antiga, que fora abandonada depois das enchentes, pois construíramos uma nova casa, próxima, mas dessa vez fora do alcance das águas. Com o surgimento do Anahata foram chegando os parceiros de vários lugares e diferentes origens. De repente, despertei para a beleza do processo: o conhecimento que eu tanto procurara fora, agora estava dentro de casa. Sentia-me muito feliz com isto e também apaixonada pelas pessoas que apoiavam a ideia, que vinham procurar ajuda, fazer os cursos, etc. Sempre com o apoio do Romeu e da minha família, em 1995 fui estudar nos Estados Unidos, na Barbara Brennan School of Healing. Formei-me em 1999 e depois fiz mais uma formação de um curso básico de Medicina Antroposófica, que terminou em novembro de 2001. Enfim estava realizado o sonho de estudar da juventude! Mas não consegui celebrar as minhas conquistas. No mesmo mês de novembro de 2001 faleceu o Romeu. Novamente, não só perdi meu chão, como também entendi que se aquilo tivesse acontecido durante minhas viagens de estudo aos Estados Unidos, eu não teria me formado. Os anos que se seguiram foram difíceis, parecia que tudo o que eu tinha aprendido estava sendo testado. Comecei a escrever meu livro “CONHECER-SE”, e durante dois anos trabalhei nesse projeto, tentando sobreviver. É impressionante como um evento como este desestrutura tudo em volta. Família, filhos, amizades, tudo muda. Para mim foi como um doutorado de todos os ensinamentos, agora aplicados na prática. Então chegou 2011 com uma nova enchente. Já fazia vinte e oito anos que não entrava água na casa antiga, e houve novamente aquela invasão, com a água na altura do peito.

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Foi então que decidi abandonar a antiga estrutura do Anahata, transformando-o para uma forma mais leve, mais ágil, e, com outras doze pessoas, criei o Portal Papillon, agora na internet. 2012 chegou, com muitas mudanças e o espaço agora chamado de Jardim do Anahata, abrigando as mesmas iniciativas de desenvolvimento pessoal, numa proposta de trabalho compartilhado. 2013 e 2014 foram anos de um novo mergulho na doença, com mais aprendizados, novos testes para os meus ensinamentos. O grande aprendizado dessa etapa foi reconhecer o amor dos meus filhos, como cada um a sua maneira se empenhou para minha cura. Nunca me senti tão amada! E agora que este livro traz toda essa história escrita, isso me parece mais um belo botão que floresce. Posso olhar para trás e afirmar que estou muito feliz com este jardim cheio de diferentes flores, pessoas que confiaram no projeto, na orientação e na caminhada...!

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Apresentação

Capítulo 1:

As sementes (de 1983 a 1993)

68 36 Capítulo 2:

Os brotos começam a despontar (de 1994 a 1995)

Capítulo 3:

Plantas vigorosas, um jardim se apresenta (de 1996 a 1997)


Índice

104 88 Capítulo 4:

O jardim em plena maturidade (de 1998 a 2000)

Capítulo 5:

Fenecendo para ressurgir (de 2001 a 2011)

138 122 Capítulo 6:

Um novo ciclo, o jardim renasce (de 2012 a 2016)

Linha do Tempo do Jardim do Anahata


Menor que o meu sonho eu nĂŁo posso ser. Lindolf Bell

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CapĂ­tulo 1

As sementes (de 1983 a 1993)

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Os sonhos premonitórios (maio de 1983) Elsbeth acordou assustada e levou alguns momentos até reconhecer o lugar onde estava. Ao olhar em volta e identificar o aconchego do seu quarto de dormir e a presença de Romeu dormindo ao seu lado, começou a se acalmar e o coração foi diminuindo o ritmo desenfreado das batidas. Tivera um sonho muito perturbador e, nos primeiros instantes do despertar, aquelas imagens pareciam tão vivas que lhe trouxeram um profundo desespero. Porém, à medida que se levantava, caminhando pelo quarto conhecido, a calma foi voltando. Estava na SUA casa, aquela casa construída com carinho e esmero, e que representava o sonho de sua família. Era uma grande realização, localizada na Rua Coronel Feddersen, gozava da conhecida tranquilidade daquele local, acrescida pela beleza do enorme jardim que lhe servia de entorno, e que fora tão amorosamente construído por suas mãos. No sonho, cujas imagens boiavam vívidas em sua mente, ela vira a casa totalmente encoberta pelas águas do rio Itajaí-Açu, sendo visível apenas o topo do telhado! Mas a medida que se envolvia nos afazeres do seu corrido dia a dia, a impressão angustiante ia se desvanecendo lentamente. No entanto, aquele sonho não seria como milhares de outros que temos e que, ao longo do dia, caem no esquecimento. Intimamente Elsbeth percebia que aquelas imagens ficariam para sempre impressas na tela de sua mente, de maneira indelével e impressionante. Ainda mais porque o sonho se repetiu, depois de alguns dias. Alguns dias depois, ainda no mês de maio, outro sonho impressionante a fez acordar sobressaltada. Era outro daqueles, que se imprimem com a força de um sentimento na alma de

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quem passa por essa experiência e nunca mais são esquecidos. Dessa feita, viu-se num local desconhecido, com muitas paredes brancas, onde não havia portas nem janelas nem sequer teto, enquanto o chão era um verdadeiro mar de violetas perfumadas. Ela se viu caminhando por entre as violetas, com cuidado para não machucá-las, enquanto olhava para aquelas paredes muito brancas, que pareciam estranhas, como se fosse um local um pouco translúcido, etérico até. A presença das flores e a força do sonho trouxeram uma sensação de êxtase, uma profunda alegria na alma, sensação essa que ficou impregnada em cada célula do seu corpo para sempre. A flor era um elemento constante na vida de Elsbeth. Herdara da mãe um profundo amor e habilidade com elas, tanto que, alguns anos antes, tivera a coragem e o pioneirismo de iniciar seu próprio negócio, a Floricultura Blumenhaus. Sua iniciativa fora tomada numa época em que as mulheres eram essencialmente donas de casa e a grande maioria de suas amigas estranhou um pouco a sua atitude. Mas logo se tornaram clientes e uma nova rotina se instalou, concorrida e realizadora, na vida da jovem mulher. A expansão do negócio, instalado na própria casa da família, levara o casal a planejar a construção de um novo lar, o que fora executado com grande amor, entusiasmo e muito planejamento. A obra estava consolidada e já moravam ali havia sete anos. Com muito amor e dedicação, o casal havia transformado uma área um pouco enlameada, com muito mato e com trechos encobertos de capim cortante, em um jardim que encantava os olhos de quem por ali passasse. De uma exuberância colorida, o jardim se derramava em avenidas de flores, em meio ao verde intenso dos gramados, preservando com cuidado uma grande área da Mata Atlântica original.

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A desgraça e a doença Os sonhos ocorreram durante o mês de maio de 1983 e apenas alguns meses depois, no dia 7 de julho daquele mesmo ano, Elsbeth viu, com imenso pavor, a concretização do primeiro sonho. Uma devastadora enchente engoliu a cidade de Blumenau, atingindo níveis históricos e trazendo catástrofe e destruição em massa. A água invadiu ruas, casas, praças, levando na sua esteira a lenta, esforçada e paulatina construção de milhares de vidas dedicadas. A destruição foi generalizada, pois ninguém esperava que o rio atingisse níveis tão elevados e os moradores de áreas nunca dantes inundadas foram pegos de surpresa. Foi o caso da residência dos Willecke. Com dor no coração, o casal viu aquele terrível sonho se materializar… somente a ponta do telhado da casa ficou de fora da água lamacenta que invadiu tudo sem pedir licença. A família foi para a casa de parentes e Elsbeth caiu de cama. O choque fora demasiado e uma febre de fundo emocional se instalou, persistente e corrosiva, no seu corpo e na sua alma. Perdeu a maior parte dos sentidos, perdeu a voz, o paladar e quase não conseguia enxergar, somente ouvia calada a circulação de pessoas à sua volta e o desespero do marido, que se via sem recursos para socorrê-la, já que o mal não tinha explicação médica aparente. Com o passar dos dias, a febre começou a ceder e, estranha “curiosidade”, os graus da temperatura do corpo de Elsbeth baixavam na exata proporção em que baixavam os níveis das águas. Durante dias se revelou esse paralelo estranho e instigante. As águas iam meio metro mais abaixo, a temperatura corporal baixava meio grau… e assim sucessivamente, até que ambas se normalizaram. Com a descida das águas, os habitantes de Blumenau

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se defrontaram com um quadro assustador: a destruição deixada pela catástrofe. Assim como as marcas da enchente ficaram evidentes externamente, o choque e a dor das perdas marcaram internamente muitas pessoas, Elsbeth entre elas. E o fenômeno se repetiu um ano depois. Em agosto de 1984 sobreveio outra enchente e o nível do rio foi ainda mais alto. Naquele momento ela ainda não sabia, mas ali se iniciava uma longa caminhada que a levaria definitivamente para a jornada do autoconhecimento e da expansão da consciência. A dor e a doença foram os veículos que a fizeram despertar para outras faixas da realidade que nos cerca e, por muito pesquisar e procurar, acabou descobrindo realidades nunca antes sonhadas para quem, mesmo inteligente e atualizada, até então vivera uma espiritualidade de superfície. Como milhares de outras pessoas, manifestava uma fé tradicional, herdada de sua história familiar, naturalmente sem questionamentos ou grandes interrogações. Mas as sucessivas doenças que passaram a acometê-la, levaram-na a enveredar por um caminho que iniciou com grandes dúvidas, prosseguiu através de surpreendentes constatações e desembocou na formação de uma nova consciência. Foram longos anos de buscas e por quês, e foi no tormento da metamorfose que Elsbeth construiu, paulatinamente, o que viria a se transformar na missão da sua vida. Buscar – e também oferecer aos outros – novas e palpitantes explicações para os instigantes enigmas que abarcam o ser humano desde que o mundo é mundo. Um extenso e impressionante panorama foi se abrindo diante dos seus olhos, novas realidades foram sendo reveladas e ela começou a divisar, no meio do caudal de informações que lhe chegavam, explicações para grandes questões que intrigam toda a humanidade, e que foram trazendo a revelação da verdadeira amplitude de cada ser humano, que supera em muito a esfera

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da superfície aparente. Junto com as descobertas, foi crescendo um imenso desejo de repartir suas descobertas com as outras pessoas. A mera observação da realidade a sua volta mostrava o quanto o ser humano, em geral, andava carente de penetrar e compreender as profundas realidades que se escondem sob a superfície material que é a vida cotidiana. Esse conhecimento passou a influenciar profundamente o seu trabalho como florista. Mesmo sem perceber, os arranjos da Blumenhaus estavam mudando. Segundo Elsbeth,

se tornaram arranjos espiritualizados, que simplesmente aconteciam. O cliente encomendava um arranjo para uma determinada pessoa, me contava um pouco da sua história, e eu procurava traduzi-la com a linguagem das flores e das cores no arranjo. Fazia isto de maneira despretensiosa, completamente presente, e o resultado era surpreendente. A pessoa que recebia o arranjo vinha me agradecer, ela conseguia ‘ler’ a mensagem no arranjo, um tipo de comunicação, que a natureza e as flores proporcionam para quem está aberto para esta comunicação. As flores foram a ponte entre a floricultura e o Anahata, os dois trabalhos eram com seres vivos, uma ponte entre as flores e as pessoas.

Os arranjos florais da Blumenhaus marcaram época em toda a cidade de Blumenau e arredores. Mas aquilo era pouco e Elsbeth queria mais… muitos anos haviam se passado desde aqueles sonhos, sua escalada no rumo do autoconhecimento já a transformara numa pessoa totalmente diferente daquela mulher que ficara arrasada pela catástrofe, mas uma ânsia interna como que a consumia, indicando que havia mais a ser feito.

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Em 1986, a família já construíra uma nova casa e a antiga, atingida pelas águas, fora usada em parte para a nova construção. Num gesto de sustentabilidade, haviam aproveitado da antiga construção tudo que fora possível: portas, janelas, assoalho, telhado, etc. Da velha casa só haviam sobrado a estrutura e as paredes, marcadas pelo marrom das águas que a tinham invadido tão violentamente. Elsbeth, com seu natural senso prático, queria riscar do seu mapa visual aquela mancha de dor, destruindo o que havia sobrado para transformar a área numa quadra de esportes. Mas Romeu, como que numa ressonância do processo pelo qual passava a mulher, insistia que não deveriam fazê-lo e que, em algum momento, aquele local manifestaria alguma utilidade.

As viagens e a construção de uma nova realidade Elsbeth continuava sua dupla jornada: como empresária no ramo da floricultura e no autoconhecimento, buscando leituras, tratamentos alternativos, enfim fazendo uma verdadeira peregrinação. A nova casa, dessa feita construída no alto do morro, ficou pronta em 1986. Nesse mesmo ano, novamente em maio, três anos depois dos sonhos premonitórios, uma empresa de Blumenau encomendou violetas para presentear suas funcionárias. Elsbeth mandou trazer de São Paulo os 998 vasos necessários para atender a vultosa encomenda. Por falta de lugar para armazenar tal mercadoria, orientou seu funcionário a levar os vasinhos para a velha casa abandonada, que ofereceria uma logística adequada ao atendimento da encomenda. No final da tarde saiu da empresa, no centro da cidade, e resolveu ver como haviam

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ficado acomodadas as flores naquele local. A lembrança desse significativo momento ainda está impressa em sua mente e em seu coração, conforme narra:

cheguei na casa e um sol poente de maio punha reflexos dourados naquelas paredes que, até então, eu sempre olhava com tanta mágoa e dor. Mas ao começar a caminhar por entre as flores, todas espalhadas pelo chão, me vi como que transportada para uma outra dimensão… eu estava dentro daquele sonho que tivera havia exatos três anos, naquele recinto iluminado e com todas aquelas violetas ‘olhando’ para mim. Se você olhar bem, a flor da violeta forma uma espécie de ‘rostinho’ e, naquele momento, eu vi milhares de rostinhos me olhando e querendo me dizer algo… mas o que seria? Foi ali que comecei a associar meu sonho com aquele lugar.

Aquele momento revelador dispararia nela uma busca pelo sentido maior de todos os fatos que haviam mudado tão drasticamente o rumo da sua vida. Em janeiro de 1990 foi para o Instituto Artemísia, em São Paulo, fazer o curso Biográfico com a Dra. Gudrun Burkhard. Foi também naquele período que conheceu e fez um curso com o casal Angela Bento de Carvalho e Marcel Grezet, que trabalhavam com cura e autoconsciência.

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Depois do primeiro, não parou mais e realizou diversos treinamentos com a dupla, trazendo-os inclusive para ministrar um “Atelier de Cura e Autoconhecimento” na cidade de Blumenau. O evento teve por local o Grande Hotel Blumenau, pois o Instituto Anahata era ainda apenas um embrião na cabeça de Elsbeth. Foi também um período rico em sonhos inspiradores e, em pouco tempo, o projeto da instituição se desenhou na sua cabeça. A casa e o projeto que estava se desenhando na sua tela mental tinham uma relação, um propósito: estruturar naquele imóvel que, até então, não tinha mais utilidade, um local no qual as pessoas poderiam ter acesso ao conhecimento que está além do intelectual, trabalhar suas questões internas e elaborar sentimentos, pensamentos e necessidades, em busca de maior equilíbrio e expansão de consciência, um instituto de autodesenvolvimento do ser. “Um pronto socorro do futuro”, nas suas próprias palavras. Não havia onde se inspirar, era algo totalmente novo a ser criado. O que se seguiu foram meses intensos, tanto de trabalho prático – reforma e adequação do espaço físico para a instalação do local naquela casa que queria tirar da memória – quanto de esforço espiritual, na busca da melhor formatação para o funcionamento do espaço. Como que para preparar o ambiente, uma escola infantil do método Waldorf, de cuja diretoria, sua filha Bettina participava, precisou de uma nova sede e se transferiu, temporariamente, para o imóvel em questão. Além do enorme auxílio na reforma física do local, era como que uma limpeza energética e uma preparação para a destinação futura do local, para adequar-se ao que o futuro lhe reservava. As crianças foram, assim, as precursoras do projeto do Anahata.

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Em busca de respostas, Elsbeth peregrinou pelo Brasil. Foi a Curitiba consultar a renomada numeróloga Yolanda Brand, para uma análise dos fatores numerológicos intrínsecos ao projeto, tais como data de fundação, nome do espaço e outros. Desejava muito conhecer outros espaços esotéricos em funcionamento, então foi também para a cidade de Nazaré Paulista, acompanhada de Maria Salete Lobe, para um encontro com Sarah Marriot que, com Trigueirinho, ali fundara um local de trabalho inspirado na comunidade escocesa de Findhorn. Novamente a sincronicidade do universo se fez presente com um forte recado para ela: o encontro foi marcado para as vinte e duas horas, a energia elétrica havia caído e ela teve que caminhar até a sala de Sarah sob a luz da Lua cheia. Atravessando um longo corredor, dos dois lados, uma profusão de violetas nas janelas, iluminadas pela Lua. Uma atmosfera ao mesmo tempo mágica e aparentemente onírica, que a remeteu ao mesmo cenário recorrente do antigo sonho: as violetas e a sua mensagem de cuidado e amor pelo ser humano. A entrevista foi muito bem-sucedida e Elsbeth recebeu um grande incentivo da respeitada pesquisadora, que destacou a importância de sua iniciativa: “Cada vez mais, o que o ser humano necessita é abrir as portas de sua consciência, explorar seu mundo interno e se abrir para novas realidades. Espaços que proporcionam isso é do que o mundo está mais necessitado.” Definida a missão, Elsbeth arregaçou as mangas e se pôs em campo. O universo conspirou e muitas pessoas alinhadas com o projeto e sua filosofia começaram a aparecer e se manifestar para integrarem-se. Opiniões, sugestões, parcerias, possibilidades… de todo o lado vinham diariamente novas inferências para a construção “espiritual” do trabalho, já que o espaço físico estava definido e ia se transformando com as

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obras. E foi assim que aquela casa, antes desprezada pela dor da qual havia sido palco, se transformou num lindo lugar de cura, consciência e expansão dos conhecimentos: nascia o Anahata Instituto de Auto Desenvolvimento. Junto com o Instituto, nascia também a terapeuta Elsbeth Willecke. Foi naquela época que ela agregou ao conhecimento já adquirido em diversos cursos, o trabalho de Barbara Ann Brennan, através do livro Mãos de Luz, que lhe foi presenteado pelo marido Romeu. E ali se abriu a imensa porta do trabalho de cura e autoconhecimento que estruturaria nos anos seguintes: os grupos de estudos.

Jogando sementes na terra enlameada Ao final do dia 3 de agosto de 1993, a antiga casa da família Willecke emanava uma luz especial. Todas as suas salas estavam iluminadas, perfumadas e enfeitadas. Naquela noite, nascia o instituto e eram jogadas na terra fértil das mentes humanas ali reunidas as sementes do que viria a ser um ponto de mutação para a cidade e seus moradores. No discurso de inauguração, Elsbeth conseguiu sintetizar toda a caminhada que a levara aquele momento e os porquês que desembocavam naquele dia e hora, naquela realização.

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Quero dar-lhes as boas vindas nesse lugar que hoje oficializamos. Vou falar um pouco sobre esse espaço, que hoje recebe um cunho oficial. Muitos de vocês aqui presentes já sabem o que pretendemos realizar aqui, outros não. Antes de mais nada, é um lugar de paz e muita luz, para receber pessoas que estejam procurando por isso. A ideia é antiga. O que já foi um sonho, gestado ao longo de 10 anos, agora vem ao mundo como algo forte, definido, bem formado. Seguramente está nascendo algo novo em Blumenau! Mas o que é o Anahata? O que se pretende realizar aqui? Essa deve ser a indagação de muitas pessoas. Antes de mais nada, é um centro de cura, no qual pessoas capacitadas, através de diversas terapias, ajudam quem vem nos procurar a encontrar a sua própria essência. Por isso a denominação de Auto Conhecimento. Por que conhecer-se é a verdadeira cura, entrar em contato com quem se é de verdade, e a partir daí assumir o que se veio realmente fazer no mundo. Isso se alcança de diferentes maneiras, pois as pessoas são diferentes e suas necessidades e caminhos também. Assim sendo, nossa postura sempre foi holística, abrangente, sem fronteiras e sem limites, de acordo com o grau de consciência de cada um. Nós estamos aqui todos juntos numa jornada de aprendizado. Quero falar um pouco do significado do nosso nome. Anahata é uma palavra em sânscrito que significa “música das esferas”, o som inaudível do universo, que engendrou Ahata, que é o som que podemos perceber com o nosso ouvido normal. Ao mesmo tempo, é o nome do chakra do coração, o nosso chakra cardíaco, sede das emoções. Se não tivermos a capacidade de abrir nossos corações, nada

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acontecerá. Ele faz a ligação entre o mundo físico e o espiritual. E essa é a chave da cura, o AMOR INCONDICIONAL. Esse é um fator indispensável para todas as pessoas que vão participar desse projeto. Minha percepção é de que esse é um projeto de muitas mãos, e muitos virão para ajudar a tocar essa obra, sempre focados na intenção, que é o que realmente conta aqui. Dessa forma atingiremos nosso objetivo maior, que é o de acender a luz que todos trazemos dentro de nós, melhorando assim nossa família, nossa cidade, nosso país e nos juntando a todas as luzes que já estão acesas nesse planeta. Também quero agradecer a todas as pessoas que me ajudaram a trazer o projeto até aqui, que me apoiaram na gestação dessa caminhada. Em primeiro lugar ao Romeu, meu marido, que não só cedeu o espaço físico, como também fez um grande esforço de compreensão de tudo o que estava nascendo, bem como aos meus filhos, que amo muito. A Ângela e Marcelo, mestres que me iluminaram com seu conhecimento. Igualmente às pessoas que estão comigo nessa jornada desde o início, tais como Salete, Janeti e outros. Mencionando nessa equipe Sérgio e Ricardo, que vieram de tão longe para fazer o primeiro trabalho oficial de terapia nesse instituto. Cabe ainda agradecer aos funcionários da Blumenhaus Floricultura, que muito colaboraram e se esforçaram no sentido de me liberar para que eu pudesse me dedicar a esse trabalho. Finalmente, cabe agradecer a Deus pela proteção recebida durante essa jornada. O espaço é de todos, sejam bem-vindos!

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Em seu discurso, Elsbeth fizera menção aos terapeutas baianos Sérgio Resende Couto e Ricardo Martins de Farias, que haviam chegado até ela nos meses anteriores e tinham se disposto a ficar algum tempo em Blumenau, implantando o que, naquelas alturas, era um trabalho totalmente novo. Estruturado em workshops e cursos com diferentes temas, o trabalho dos psicoterapeutas seria o primeiro grupo de sementes a serem lançadas na terra recém-preparada do Instituto, e de seus primeiros frequentadores. Ao final da noite de celebração, Elsbeth saiu para o jardim e observou que Sérgio olhava fixamente para o céu estrelado da fria noite invernal, de maneira compenetrada. Ele estava postado em meio ao bosque, exatamente no local onde, atualmente, está instalado o totem de madeira denominado Totem Celebrando a Vida. Chegou perto dele, perguntando o que tinha achado da festa e ele, virando-se para ela, respondeu com os olhos brilhantes: — A verdadeira festa está lá....! Apontando para o céu, completou sua explicação: — Os anjos estão comemorando com alegria o surgimento desse espaço. Nossa atmosfera está repleta de luzes e bênçãos, pois hoje mais uma luz se acendeu nesse planeta! Ao final da festa, reunida com o marido e os filhos, Elsbeth comemorava o sucesso da largada inicial. Apesar da estranheza que esse tipo de assunto ainda causava na maior parte das pessoas, muitos amigos, conhecidos e clientes haviam aceitado o convite e estado ali, para conhecer a proposta. A preocupação com a seriedade e a consistência dos propósitos ficara clara para todos, e a pedra fundamental do trabalho já estava lançada, pronta para frutificar. Nos dias atuais, refletindo sobre todo o processo de construção e consolidação do trabalho, Elsbeth percebe, olhando para o jardim, o quanto ele foi e ainda é, além de cenário, um protagonista importante do processo. Ela resume da seguinte maneira o processo como um todo:

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As raízes do Jardim do Anahata datam dos anos setenta. Inicialmente uma mata fechada que ao longo de uma década foi se transformando num grande jardim. Sempre contou com a dedicação de jardineiros capazes e a minha paixão. Foi com amor no coração e gratidão na alma, sempre inspirada, seguindo a orientação do Universo, enfrentando desafios e mudanças, que nunca deixei de acreditar no potencial transformador da Natureza. Assim depois das grandes enchentes em Blumenau de 1983/1984 o jardim passou por uma grande metamorfose, alguns anos na verdade tentando processar o que foi tudo aquilo. O volume de água, ficar submerso durante 10 a 15 dias, a quantidade de lama, que inclusive mudou o desenho do jardim. Tivemos que abandonar a casa, o jardim ficou silencioso durante anos, tentando processar o que havia acontecido. Acabaram os risos, as conversas, tudo ficou escuro, quieto. Igual à metamorfose da borboleta dentro do casulo, foi um tempo de desvendar, de entender, o que o Universo estava sinalizando com esta grande destruição. Através de sonhos e inspirações ao longo de mais uma década foi se revelando aos poucos, o que viria a ser o novo projeto neste mesmo lugar. O projeto seria com pessoas, desenvolvimento e crescimento pessoal, consciência, mudança, transformação. Para Blumenau, uma cidade de muitas tradições, um projeto inédito, novo, desafiador até assustador. Ao mesmo tempo fascinante e libertador. Muitas pessoas apoiaram, acreditaram e ajudaram a construir este

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novo. Assim nasceu o Anahata em Blumenau. Apesar de ser totalmente inovador, tinha suas raízes bem plantadas da tradição dos blumenauenses, que sempre foram pioneiros, desbravadores, dispostos a lutar, sempre superando os desafios das adversidades. E quem acolheu este trabalho foi o Jardim. Ao longo de mais duas décadas foi revelando esta vocação, silenciosamente acompanhando o crescimento e desenvolvimento das pessoas que igual a sementes foram se tornando plantas resistentes, jovens árvores, muitas hoje gerando novos frutos. Depois da enchente de 2011 veio uma nova mudança para o trabalho, uma nova metamorfose. A partir de 2012, o antigo Anahata Centro de Desenvolvimento Humano se transformou numa linguagem mais moderna, mais acessível a todos na internet, hospedado no site www.portalpapillon.com.br. O Jardim foi mais uma vez testemunha de uma grande e importante mudança. Não ficou muito tempo em silêncio. Agora, com esta transformação, ganhou um novo nome, uma nova identidade: o Jardim do Anahata. Ou seja, é o jardim do coração! Atualmente, hospeda o mesmo trabalho, agora numa outra oitava, com a mesma proposta de desenvolvimento de pessoas, consciência, através de diferentes abordagens que seguem uma mesma linha mestra: de Conhecimento do Si mesmo, do ser cidadão planetário e do ser pertencente do Universo.

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Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lanรงa toda a forรงa de sua alma, todo o universo conspira a seu favor. Johann Wolfgang Goethe

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CapĂ­tulo 2

Os brotos começam a despontar (de 1994 a 1995)

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Nos primeiros dias de funcionamento do Anahata Instituto de Auto Desenvolvimento, uma das primeiras providências foi a contratação de Ivete Marlene Dorow Ludwig como secretária do Instituto. Indicada por Janeti Jungklaus, parceira de primeira hora dos trabalhos, Ivete começou com a necessária vontade para implantar um trabalho que ainda estava nos seus primórdios. E ela recorda com clareza das dificuldades e alegria daqueles primeiros tempos: Janeti Jungklaus

No começo não tínhamos estrutura nenhuma, fui eu mesma quem providenciou a instalação de um telefone e da estrutura básica necessária para começar a trabalhar. Eu lembro que ficava ao telefone, conversando com as pessoas de uma lista que a D. Elsbeth me passara, explicando para cada uma sobre os primeiros trabalhos que estávamos implantando, era muito difícil falar para as pessoas de coisas que elas nunca tinham ouvido falar.

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Ivete Marlene Dorow Ludwig


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Logo depois da inauguração, aconteceu o primeiro curso oficial do Anahata: “Relacionamento, Comunicação, Expressão e Casamento”, ministrado por Sérgio Resende Couto e Ricardo Martins de Farias. Os terapeutas baianos haviam aceitado o desafio de permanecer alguns meses no Anahata, inclusive residiam no próprio local, e implantaram os primeiros atendimentos e trabalhos, que eram coordenados por Janeti Jungklaus. Ela recorda desses primeiros tempos com imenso carinho e destaque para a importância que todo aquele trabalho viria a ter para a cidade de Blumenau.

A criação do Anahata foi um grande desafio, pois tudo era muito novo, mas o que imperava na pequena equipe que se aglutinou em torno da Elsbeth, era o espírito de que estávamos fazendo algo muito bom e importante e que apenas no futuro se poderia avaliar os resultados de tudo aquilo.

Além de Janeti Jungklaus e Ivete Ludwig, o grupo inicial que atuava sob a coordenação de Elsbeth Willecke contava também com Maria Salete Lobe que juntas, com imensa boa vontade e dedicação, iam fazendo a coisa acontecer. Em 28 de agosto Sérgio Resende Couto e Ricardo Martins de Farias ministraram um segundo curso, dessa vez tendo como tema o Amor, e no início de setembro foi a vez do tema: “Leis da Mente e a Cura”, sempre por essa mesma dupla. Mas a diversidade dos carismas e das necessidades individuais demandavam o incremento do leque de opções a serem oferecidas

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pelo Instituto. Assim, ainda naquele primeiro ano, aconteceram um curso de Numerologia, ministrado por Yolanda Brand e o atelier de “Auto Conhecimento, Cura e Desenvolvimento Pessoal”, com Angela e Marcel de Carvalho Grezet, agora já no Anahata. No mês de setembro também foram implantadas as aulas de Yoga, inicialmente com o professor Leandro Heuser. Foi também naquele período que os primeiros terapeutas se instalaram e começaram a atender no Anahata: Janeti Jungklaus com massagens

terapêuticas;

Elsbeth

Willecke com alinhamento energético, Claudia Obenaus com orientação de atividades físicas e Maria Salete Lobe com aconselhamento familiar. A inquietude de Elsbeth fazia com que estivesse sempre em busca de novas formas de processar necessidades e conteúdos internos das pessoas, e havia tempo que ela via a arte como uma forma eficaz para isso. Tanto que fizera diversos cursos, em diversas expressões artísticas, como forma de acessar seu eu interior. A ideia de aproximar as manifestações artísticas da psique humana levou-a a iniciar um ciclo de

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Angela e Marcel de Carvalho Grezet


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trabalho de terapia através da arte, ainda naquele ano de 1993. Com a presença de artistas como Elke Hering Bell, Lindolf Bell, Lygia Roussenq, Alberto Luz e Pedro Dantas Rodrigues, entre muitos outros, foi iniciado o trabalho que acontecia em duas esferas: eram organizadas tardes de vivência e troca de ideias, nas quais esses artistas falavam sobre o seu processo criativo e em seguida foram formados grupos de arte terapia, que reuniam interessados sob a coordenação dos próprios artistas. Dentro desse mesmo projeto foram convidadas outras pessoas que compartilhavam suas biografias e experiências de vida. Aconteceram oficinas de argila, escultura, pintura, desenho, tecelagem e outras, que oportunizaram às pessoas o convívio e a reflexão profunda através do fazer artístico. Segundo a criadora do Instituto,

na terapia artística, as pessoas têm a oportunidade de se expressar através da arte, usando-a como forma de autoconhecimento. A arte constrói uma ponte entre o concreto externo e o subjetivo que há dentro de cada um, sendo a criação de uma obra de arte um ato de expressão de si, de extrema alegria. Assim sendo, e considerando toda criação uma obra sagrada, cuja contemplação nos enche de júbilo e alegria, a terapia artística é uma forma eficaz de compreender nossos processos internos. E principalmente de reconhecermos nossa capacidade interna, que muitas vezes está soterrada por crenças e limites. A arte também é uma forma de cura.

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O entusiasmo e adesão dos artistas convidados foi grande. Lindolf Bell, inesquecível e renomado poeta, que também participou do programa, deixou gravadas algumas palavras que bem expressam o sentimento de adesão ardorosa e a contemplação provocada pela proposta:

No Anahata um anjo guarda as suas asas. Onde? Perguntar-se faz parte do sonho e a identidade comum do sentimento. Haja coração. Aqui me reencontro de alguma maneira e me sinto maduro para viver e conviver.

O ponto culminante do ano que chegava ao fim, repleto de realizações, foi a realização do primeiro curso de Biografia Humana, com a equipe do Instituto Artemísia, de São Paulo, formada por Edna Andrade, Dieter Pfister, Suzana Andrade e Amparo Del Moral, nos dias 25 a 30 de novembro. A introdução do estudo Biográfico, baseado nos ensinamentos da Antroposofia, foi uma grande conquista do Anahata, pois estes conceitos oportunizavam aos participantes o acesso ao que havia de mais avançado nos estudos de autoconhecimento daquela época. Com apenas quatro meses de funcionamento, o Anahata já dizia a que tinha vindo, despertava o interesse e a curiosidade de centenas de pessoas e, principalmente, fazia o seu trabalho de disseminação de uma nova ordem de pensamentos. Em dezembro daquele primeiro ano, a equipe se reuniu para avaliar tudo o que tinha sido

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feito e deliberar sobre as demais demandas e necessidades do Instituto. Ao pequeno conselho original, formado por Janeti Jungklaus, Ivete Marlene Dorow Ludwig, Elsbeth Willecke e Maria Salete Lobe juntaram-se também Karin Diana Stoltz, que até então era secretária da Floricultura Blumenhaus mas, por afinidade, vinha se ligando cada vez mais as atividades do Anahata. Também Paulo Roberto Ostermann, advogado que elaborou os Estatutos necessários à formação do Instituto, passou a dar a sua contribuição efetiva, com preciosos conselhos de ordem jurídica. Além desses, veio fazer parte do grupo o jovem psicólogo Alcides Ignácio Junior que, a partir do início do ano seguinte, passaria a fazer parte do corpo de terapeutas fixos do Anahata. Com a partida da dupla baiana, a questão da psicoterapia ficara em aberto, e Elsbeth tinha plena consciência dessa necessidade por parte dos frequentadores. De nada adiantava começar a instigar novas atitudes nas pessoas se elas não encontrassem um suporte terapêutico, sempre que necessário. Alcides, especializado em Gestalt Terapia, foi uma importante contribuição ao Anahata nesse sentido. Na reunião, o grupo também decidiu que seria necessária a elaboração de um folder que explicasse para as pessoas o que era o Anahata, como funcionava, quais os trabalhos oferecidos e facilitasse o contato com os interessados. Era necessário estruturar as várias esferas de

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trabalho oferecidas pelo instituto: os atendimentos fixos, os trabalhos de continuidade e os cursos e workshops de curta duração, que eram as muitas sementes que continuavam a ser jogadas na terra fértil. Já em janeiro de 1994, o folder foi elaborado e passou a ser distribuído de maneira artesanal, de porta em porta, para toda a população de Blumenau. O Anahata chamava atenção, despertava curiosidade e até certo medo nas pessoas, por tratar de assuntos novos e tão pouco convencionais, mas o empuxo da necessidade interna fazia as pessoas esquecerem seus receios e frequentarem os seus trabalhos, na busca de respostas e soluções para suas questões internas. O trabalho do Anahata, agora completamente estruturado em sua formulação inicial, continha a seguinte espinha dorsal: • programação anual de cursos consistentes; • formação de grupos de estudo e apoio para dar continuidade ao conteúdo dos cursos e suporte aos seus frequentadores; • oferta de tratamentos alternativos e terapêuticos através de um mix de terapeutas conceituados, que interagiam entre si; • t rabalhos diversos com o corpo físico. Além disso, a firme intenção de sua fundadora era complementar esse leque de opções com a implantação de um trabalho voltado às crianças e adolescentes e a formação de uma biblioteca. O folder de informações a respeito dos trabalhos do Anahata era renovado periodicamente, pois as novidades eram muitas e o constante incremento na oferta de trabalhos obrigava a seguidas alterações. Aquele local, que antes era apenas uma casa abandonada e um jardim destruído, abrigava novamente um trabalho fértil, útil e movimentado. Bettina Willecke, filha da fundadora, elaborou recentemente uma interessante digressão e análise sobre o processo do jardim, a partir da sua vivência como filha da fundadora e vizinha do espaço:

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Quase na metade dos anos 70 um terreno, uma brotação de água e muito capim cortante… tudo isso e mais uma jovem família na aventura de desbravar um pedacinho da mata atlântica em Blumenau. O jardim começou assim, fins de semana com churrasco quase no mato fechado. Lentamente, com auxílio do primeiro jardineiro, surgiram uma lagoa aqui, muito tempo depois outra lá… foram anos de transpiração, investimento e melhorias contínuas nesse projeto. Meus pais nutriam grande amor e afeto pela natureza e proporcionaram a mim e aos meus irmãos a possibilidade de grandes descobertas nesse espaço que ocupou grande parte de nossas vidas. Depois de anos finalizou-se a casa, e com ela o jardim, um contorno que realçava a construção e nossas vidas. O que mais aprecio no jardim são suas lagoas e as ninfeias, suporte para belas libélulas e outros insetos. A projeção de azuis, roxos, pretos e cinzas sob as folhas, que cria efeitos de incisão ora do sol ora de sombras, foram chamarizes para que eu o retratasse desde os onze anos de idade até os dias atuais. Como artista plástiBettina Willecke, filha da fundadora

ca, gozei do privilégio, acompanhada de outras alunas, de retratá-lo ao ar livre, sob a orientação da professora Lygia Roussenq. Me ficou uma lembrança muito vívida das ilustrações botânicas que fazia, de maneira apaixonada, de pequenas espécies que floresciam no jardim, tais como peperômias lisas e rajadas, minhas árvores preferidas e até de pássaros. Fato marcante e curioso: meus pais plantaram duas lindas árvores nesse jardim, um plátanus na entrada, que dizíamos ser da minha mãe e o glorioso pinheiro do brejo, junto às lagoas, que era a

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preferida do meu pai. Ele adorava sentar-se sob a sombra desse pinheiro e chegou a instalar uma tomada elétrica ali para poder ouvir música enquanto descansava sob seus galhos frondosos. Para quem sempre teve esse tema, o mundo vegetal, no coração, poder estudá-lo e amá-lo, tendo-o sempre ao alcance das mãos e dos olhos, foi fundamental. Quando, bem mais tarde, minha mãe e eu visitamos Giverny, tivemos a inspiração de instalar uma ponte, que só não significou a conclusão definitiva do jardim porque esse é um ser mutante, mas deu um caráter de elo entre esses dois jardins, guardadas as proporções. Depois houve uma nova etapa, com a fundação do Jardim de Infância Miosótis, que proporcionou a chegada das crianças, da alegria das cantigas, o frescor das brincadeiras revivendo o jardim e a casa abalados pelas fortes enchentes dos anos 80. Esse período foi uma espécie de elo que fez a ponte entre a propriedade que era a nossa casa e o que seria no futuro, um espaço que passou a proporcionar conhecimento e expansão consciencial para as pessoas. Acredito que essa é a missão desse pequeno oásis que construímos aqui.

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Com foco na pureza infantil e alinhada com o pensamento no futuro, Elsbeth Willecke entendeu que o Anahata, para ser completo, não podia prescindir de um trabalho com crianças. Foi assim que surgiu, no início de 1994, o projeto Viola Mammola (nome italiano da violeta), voltado para crianças, com diversas atividades e encontros periódicos. A presença das crianças teve o condão de trazer a energia da transformação, dissipando de vez as memórias de devastação, lama e destruição. O que começou incipiente, com simples atividades de recreação, que aconteciam aos sábados e incluíam plantio de mudas e cantigas de roda, evoluiu ao ponto de se estruturar como um trabalho terapêutico eficaz e específico para a mente e a psique infantis. Era coordenado por Janeti Jungklaus e Vera Matias Bauer. As atividades incluíam trabalhos de recuperação da mata ciliar do Rio Itajaí-Açu, conscientizando as crianças da profunda inter-relação entre o ser humano e a natureza, conscientização de temas como preconceito, silêncio e cooperativismo, entre outros. A programação também incluía oficinas criativas de argila, papel reciclado, pipas e teatro, etc. Muitas crianças que por ali passaram, hoje adultos, destacam a importância do trabalho na formação da sua psique. É o caso de Fernando Rischbieter, neto da fundadora, que deu o seu depoimento:

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Lembro-me bem daqueles dias. Reciclávamos papel, fazíamos artesanato, amarrávamos orquídeas em árvores do jardim, aprendíamos sobre como cuidar de uma horta… Até do cheiro do pão integral feito pelas professoras eu lembro! Olhando em retrospectiva, foi um privilégio de, naquela época (estamos falando de um pouco mais de 20 anos) esses valores terem sido absorvidos por nós quando crianças, valores que estão tão em voga hoje em dia. Tenho amizade até hoje com pessoas que conheci no Viola Mammola, sendo algumas delas bastante próximas. A experiência foi tão marcante para elas quanto para mim, e é de extrema importância notar que, tendo um referencial tão positivo desde pequeno, estes valores passam a fazer parte da vida das pessoas de forma estrutural. Todos nós temos uma horta e plantas em casa, para citar só um exemplo. Coincidindo com a época do Viola Mammola, passamos a morar, minha mãe e irmão, Bettina e Daniel, no mesmo terreno que o Anahata. Portanto, minha vida inteira eu estive ali por perto, acompanhando as atividades. Lembro do desafio de, ainda criança, ter que explicar para meus amigos o porquê de, na minha casa, as pessoas abraçarem as árvores!

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Quem também mantém memórias mágicas do Projeto Viola Mammola são as irmãs Mariana e Roberta Ostermann.

Minhas memórias do Anahata tem um tom um pouco surreal. Lá eu fazia coisas que eram muito incríveis e mágicas para uma criança, como reciclar papel com minhas próprias mãozinhas. Lembro de não querer ir embora e achar o lago do jardim um grande mistério mágico (eu até sonhava com ele). Não tenho claro todas as passagens que vivi, mas é fácil acessar a magia que sentia sempre que entrava por aquele portão e era dia de brincar e aprender no Anahata

, afirma Mariana.

Já sua irmã Roberta, que era muito pequena ainda, lembra apenas de uma parede de vidro de onde se via o mato e o jardim. Lembra também da reciclagem de papel e de lanternas de papeizinhos coloridos que se fazia com balões. Lanternas essas que sua mãe Sulita ajudou a fazer para um mágico passeio luminoso pelas ruas próximas ao Anahata, na noite de São João. “Foi lindo demais!” reafirma ela. Dessa forma, toda a família de Sulita esteve envolvida com o projeto. Ela mesma empreendeu uma grande caminhada de autoconhecimento, frequentando inúmeros trabalhos do Anahata, ao longo dos anos. Ainda com referência a diversidade de atividades, essa talvez tenha sido uma das maiores habilidades inspiracionais de Elsbeth Willecke. Seu olhar sempre se voltou para todas as necessidades, as implícitas e as explícitas, do ser humano integral. E foi assim que duas iniciativas fundamentais foram trazidas para

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o Anahata no início de 1994: a astrologia, com o advento da participação de Sergio Seixas, e a orientação para a alimentação natural e nutrição com foco na saúde, através de inúmeros cursos ministrados pela dupla Elaine de Azevedo e Ricardo Pchara. Sergio Seixas traz vívida, na mente, a lembrança do seu primeiro contato com Elsbeth:

lembro quando o telefone tocou na minha casa, no início de 1994, e aquela mulher se apresentou e me pediu para elaborar seu mapa natal. Eu executei o meu trabalho, enviei a ela a fita pelo correio e logo depois ela me ligou novamente, convidando-me para ir a Blumenau. Fui a primeira vez cheio de expectativa e dúvidas, sentimentos esses que se exacerbaram assim que cheguei no local. Que cidade era aquela, que mexia tanto com as minhas emoções? Junto com meus dilemas pessoais, tive o prazer de conhecer um trabalho estruturado de maneira inteligente, responsável e generosa. Começou ali uma história de amor, afeto e ligação, tanto com o espaço quanto com a Elsbeth, com quem estabeleci uma empatia cármica. Eu encontrei em Blumenau uma parte da Alemanha que faz parte da minha ancestralidade e que gerou um misterioso laço que nos une por toda a existência.

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No dia 15 de março Sergio Seixas realizou o primeiro de uma série de trabalhos que passaria a fazer no Anahata, com uma palestra falando sobre Astrologia. Nos dias seguintes ministrou um curso e atendimentos individuais em astrologia, iniciando uma parceria ininterrupta com o Anahata, que perdura até os dias atuais. Ainda no mês de março a mente irriquieta da fundadora do Anahata foi a responsável por mais uma iniciativa memorável. Foi inaugurada uma biblioteca no Anahata. Segundo Elsbeth,

Esse foi um momento especial na vida do Anahata. A biblioteca foi um importante segmento na vida do instituto, porque são os livros que nos dão acesso ao conhecimento, na verdade eles são uma janela para o infinito. A leitura pode levar a viagens fantásticas e a redescoberta de nós mesmos. Por isso, a biblioteca, naquele momento, foi um complemento do trabalho lá desenvolvido, apoiando os processos pessoais e muitas vezes até completando o trabalho terapêutico. Adquirimos livros de filosofia, psicologia, saúde, alimentação, testemunhos pessoais e técnicas de cura e autoconhecimento e os colocamos a disposição dos frequentadores do Anahata, para pesquisa e enriquecimento do dia a dia. Emprestávamos os livros para quem se associasse à biblioteca e também os deixávamos a disposição para leitura e pesquisa no local, possibilitando seu amplo acesso e consulta. Foi criada uma associação de amigos da biblioteca e muitos livros importantes foram doados para a formação inicial do acervo. A obra crescia e encontrava ressonância nos corações de seus simpatizantes.

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Ainda em 1994, o Anahata trouxe para a cidade de Blumenau cursos e vivências nas mais distintas áreas do autoconhecimento. Foi realizado um curso sobre Energia e Chakras, ministrado pela própria Elsbeth Willecke, houve a apresentação e um curso de Bio Dança, pela ministrante Clarice Correa, e, pela segunda vez, Angela e Marcel de Carvalho Grezet ministraram o seu Atelier de Cura e Autoconhecimento. Também Yolanda Brand voltou ao Anahata para ministrar um segundo curso sobre Numerologia. Atualmente falecida, a estudiosa deixou então gravadas no livro de registros do Anahata suas palavras:

Lá pelas tantas do livro da vida, encontrei nas palavras de Pitágoras a seguinte recomendação: Vá até o Anahata, de Blumenau, e transmita uma das minhas sementes, a numerologia. Eu sei que nesse lugar as pessoas vão procurar respostas para perguntas como quem eu sou, de onde eu vim e para onde vou. Foi assim que Pitágoras me falou e eu, amorosamente, estou cumprindo essa missão!

Importante lembrar que muito do trabalho do Anahata foi, desde seu início, ancorado na sabedoria dos anjos. Com profunda reverência por esse conhecimento, Elsbeth trouxe, no mês de julho de 1994, a palestrante e ilustradora Neyde Soares Inneco para falar sobre os anjos e o crescimento espiritual dos homens. Autora das ilustrações do Livro dos Anjos, Neyde foi instada a identificar qual era o anjo que regia os trabalhos do Anahata. A res-

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posta ressoou com toda a proposta do trabalho: o anjo do Anahata era o Anjo da Abundância! E abundância nunca faltou nos trabalhos. Tanto em amor, receptividade e acolhimento quanto na oferta de trabalhos sérios, responsáveis e bem estruturados. Lisle Scussel, frequentadora de primeira hora do Anahata e participante de muitos dos seus trabalhos, sempre afirmava e cunhou um título especial para o Anahata. Segundo ela, “aqui é a casa dos anjos!” Essa reverência pela sabedoria angélica como orientação espiritual para o espaço prosseguiu sempre, tanto que cada Noite da Partilha, em cada trabalho realizado no Anahata, era sempre aberto com a escolha aleatória de um anjo, para aconselhamento e direcionamento do trabalho. Mesmo nas reuniões de cunho administrativo, quando eram tratadas questões de ordem prática, um anjo era escolhido e regia todo o encontro, dando a tônica do trabalho. Nas palavras de Neyde Soares Inneco, quando fez a escolha do anjo que regeria o Anahata,

o Instituto Anahata é uma manifestação do plano divino. É de minha vontade que o anjo desse instituto, e todos os demais anjos continuem trazendo as inspirações necessárias para o seu crescimento. E que as energias da cooperação, da alegria, do entusiasmo, do amor e da cura, possam sempre estar presentes, fluindo através daqueles que aqui vierem, seja para doar ou receber.

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Quando comemorou um ano de existência, em agosto de 1994, a equipe do Anahata pode usufruir de um profundo sentimento de realização por tudo o que já havia sido feito. Apenas um ano, tantas realizações! Os trabalhos já iniciados tiveram sua continuidade, a exemplo dos de Nutrição e Saúde Natural, Biográfico, Astrologia, Numerologia, Tarot, cura, arte terapia e os trabalhos com as crianças através do Viola Mammola. Presentes ao evento de comemoração de aniversário, Angela e Marcel de Carvalho Grezet comemoraram de maneira especial essa alegria, pois eram parceiros de primeira hora, considerados padrinhos e parceiros da iniciativa pela própria fundadora, que sempre se referia a eles como sendo uns dos seus muitos mestres. Naquela ocasião, o casal deixou gravada uma mensagem no livro do Instituto: “Porque fazemos esse trabalho? Para alcançar a evolução, a expansão do nosso próprio ser pois, na ajuda ao outro, estamos nos ajudando. Somos todos células de um mesmo universo em expansão.” Outra novidade implantada naquele ano foi o Projeto 4 Estações, de música, com a realização de sucessivos concertos, sendo primeiro o da Primavera, quando se apresentou o músico Tadeu Amaral com um recital de violão clássico. Segundo ele,

foi um prazer imenso estar ao lado de pessoas tão ricas de pensamentos e ideais. Desejo que a minha música tenha feito brotar mais uma semente nesse lindo jardim

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No Concerto de Verão, que aconteceu também naquele ano, a apresentação ficou por conta de Everton Gloeden, com violão clássico. Ainda em 1994 aconteceu o primeiro Seminário dos Sonhos, ministrado pelo Dr. Carlos da Silva, residente na Suíça. Foi no final daquele ano que a energia da Terapia Floral, que passaria a ser uma das grandes âncoras dos trabalhos voltados para a cura no Anahata, adentrou o Instituto através da palestra “A filosofia das diferenças através do mapa astral e dos florais de Bach”, ministrada por Paulo Roberto Moreira Guimarães. Daquele ponto em diante, grande e fértil seria o aprendizado com a terapia floral, desembocando em diversos cursos de formação, grupos de estudo e inúmeros terapeutas que descobriram a aperfeiçoaram a sua vocação para essa terapia através da gama de trabalhos oferecidos pelo Anahata. A partir de 1998, o Anahata receberia Telma Buarque, que realizou extenso e bem estruturado

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trabalho nesse segmento, formando inúmeros novos terapeutas que, de frequentadores, chegariam a ser colaboradores no âmbito do Instituto. Foi em dezembro de 1994, mais especificamente no dia 15, que Elsbeth teve a inspiração para realizar a primeira Noite da Partilha, encontro que perduraria por todo o tempo de existência do Instituto na sua forma original. Ela explica o conceito dessa grande confraternização:

A Noite da Partilha aconteceu todos os anos, durante 17 anos de 1993 a 2010, sempre no mês de dezembro. A sala sempre cheia, era um evento esperado por todos, sempre muito prestigiado. Era a oportunidade na qual cada um dos presentes podia compartilhar suas conquistas, seus desafios, ou mesmo o seu silêncio, tudo era acolhido. O importante para as pessoas era compartilhar sua experiência, o que tinha sido aquele ano para cada um. Os depoimentos seguiam seu curso no círculo, a vela no centro da mandala dos anjos, a magia do fogo aquecendo e acolhendo tudo, ao mesmo tempo em

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que tudo era acolhido por todos. Para mim era um momento especial, porque era quando podíamos sentir, diria até mensurar, o TRABALHO GRANDE, como eu o chamava. Este trabalho eram todos os trabalhos somados e seus resultados. Eu me sentia muito feliz e recompensada, um verdadeiro presente de Natal. Ao mesmo tempo se percebia, através da partilha, o quanto cada pessoa ali estava comprometida com a sua caminhada, e o que aquele ano tinha representado para ela. Junto com os relatos aparecia com clareza a grande teia de contribuição dos nossos parceiros de jornada, nem sempre presentes fisicamente, e também se percebia um maior entendimento de como os diferentes trabalhos se interligavam. Enfim, era o dia em que, tal como um termômetro, podíamos medir o desempenho do Anahata no seu propósito maior, que sempre foi o desenvolvimento das pessoas, as que ensinavam e as que vinham aqui buscar orientação.

O ano de 1995 começou com uma mudança na estrutura administrativa. Ivete Ludwig deixou o cargo de secretária, que foi integralmente assumido por Karin Diana Stoltz, até então funcionária da Blumenhaus Floricultura. Ela já vinha dividindo funções com Ivete desde o ano anterior, mas nessa ocasião desligou-se definitivamente da Floricultura e abraçou, com imensa dedicação, os trabalhos do Anahata. Segundo Elsbeth Willecke, o Instituto teve duas “mães”, ou seja, duas pessoas que seguraram a estrutura básica dos trabalhos: a mãe biológica, a própria fundadora, que foi quem gerou e gestou a ideia, as instalações e a fundamentação teórica de todos os trabalhos e aquela que chamou carinhosamente de mãe de criação. E recorda:

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O Anahata sempre foi um local de acolhimento e nutrição às pessoas, e era a Karin que fazia esse acolhimento. As pessoas chegavam, sentavam-se perto da Karin e ficavam horas aqui, conversando, desabafando e relaxando, e era da Karin essa tarefa, o que ela fazia com muito amor e sentimento de doação. Também era ela que, com extrema dedicação, encaminhava as pessoas e telefonava, explicando cada novo curso ou proposta do Anahata, atraindo os frequentadores para os diversos trabalhos com suas explicações longas, detalhadas e pacientes”. Lembrança que foi complementada pela própria Karin: “Eu acreditava muito nessa proposta e então, me sentia inspirada e motivada para explicar e argumentar com as pessoas sobre as nossas atividades.

Como extensão do trabalho que havia iniciado com a criação da biblioteca, Elsbeth fundou, em parceria com Flávia Valentim, uma livraria denominada “Horizonte Espaço Alternativo”. O mix de livros era voltado para publicações de autoajuda, de cunho filosófico, espiritual, esotérico e místico. Naquela época, era difícil o acesso a esses títulos, que ainda não haviam inundado o mercado editorial, como ocorreu alguns anos depois. Mas havia muita coisa boa sendo publicada ao redor do mundo e Elsbeth queria que as pessoas pudessem ter a oportunidade de entrar com contato com todo aquele caudal de informações novas. Foi dessa forma que ela encontrou e leu o segundo livro de Barbara Ann Brennan, Luz Emergente, no qual havia completa informação sobre os cursos que ela ministrava. Elsbeth descobriu então que havia uma escola, que oferecia formação nesse conhecimento, administrada

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pela própria Barbara. A partir da leitura daquele novo título da mesma autora, Elsbeth tomou uma difícil decisão. Faria a formação longa e exigente ministrada na Barbara Brennan School of Healing que, ao longo dos cinco anos seguinte, lhe traria uma imensa quantidade de informações e conhecimento. Enquanto isso, no Anahata, os trabalhos seguiam celeremente seu rumo. Em março, o Instituto recebeu Rita de Cássia de Oliveira, psicóloga paulista que ministrou um curso sobre autoestima e que realizaria muitos outros trabalhos naquele local. Foi também durante o primeiro semestre daquele ano que as Danças Circulares Sagradas e da Paz Universal foram pela primeira vez apresentadas ao público frequentador da casa, trazidas pela terapeuta Renata Ramos. Em outra iniciativa, Elsbeth Willecke e Flávia Valentim realizaram uma formação específica e em seguida iniciaram as sessões do Jogo da Transformação, que seria realizado trimestralmente a partir de então. Esse jogo terapêutico foi criado por Joe Drake e Mary Inglis, na comunidade de Findhorn, uma associação sem fins lucrativos, parte de uma comunidade espiritual composta de cerca de quatrocentas pessoas e espalhada em torno da baía de Findhorn, ao norte da Escócia. Fundada em 1962 por Peter e Eileen Caddy e Dorothy Maclean, a comunidade tornou-se conhecida pelo seu trabalho com as plantas e a comunicação com os reinos naturais. Seu compromisso com a prática espiritual no dia a dia e a comunicação com a inteligência da natureza resultaram em jardins extraordinários, desenvolvidos em solo arenoso e árido. Essa afinidade com o Jardim do Anahata traria muitos frutos no futuro. O livro de Eileen Caddy, Abrindo Portas Interiores, junto com o Livro dos Anjos e o Livro das Atitudes, orientariam e influenciariam muitos dos trabalhos do Anahata.

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Ainda no primeiro semestre de 1995 aconteceram cursos de Tarot com Marcelo Passos, o workshop “Vivendo a manifestação”, com Neide Soares Inneco, o curso “Nutrição, saúde e culinária natural”, novamente com os ministrantes Elaine de Azevedo e Ricardo Pchara, uma palestra sobre Biodança, com Elaine Corrêa, e o workshop “Líderes para o futuro”, com Alberto Barros e Endre Kiraly, entre outros relevantes trabalhos. O projeto 4 Estações teve sua continuidade nesse ano com a realização dos concertos de Verão, Primavera, do Outono e o mais marcante, do Inverno, quando toda a orquestra jovem da Escola de Música do Teatro Carlos Gomes se apresentou sob a

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regência de Lolita Mello nos jardins do Instituto, num espetáculo de beleza e espiritualidade inesquecíveis. O programa Viola Mammola realizou em 1995 uma iniciativa fantástica, um concurso de poesias ecológicas nas escolas de Blumenau. Participaram crianças de 8 a 14 anos de diversas escolas do município e os textos premiados foram publicados em livro, lançado no dia 20 de maio numa bonita cerimônia no Anahata. Foi ainda nesse ano que aconteceu o primeiro Encontro de Parcerias, uma iniciativa que teria continuidade nos anos seguintes e viria oportunizar muitas trocas entre os terapeutas atuantes no Instituto. Em outras inciativas daquele ano, Elsbeth Willecke ministrou o curso “A sutileza das flores”, Juracy Cançado, do Rio de Janeiro, proferiu uma palestra seguida de curso com o tema “Do-In e Fisiologia Energética Chinesa” e Amábile Dorigatti falou sobre “O corpo e sua mediação no processo construtivo da história individual e coletiva”, além da introdução dos estudos em Musicoterapia, trazidos pela dupla Gilcar Villas Boas e Amélia Schimabukuro, de Curitiba, que deram continuidade ao programa nos anos seguintes. Outro destaque de 1995 foram cursos e trabalhos inéditos que marcaram o início de uma longa caminhada com as flores. Elia Mitsuko Kitamura ministrou o primeiro de muitos cursos de Ikebana e em seguida Bene Catanante coordenaria uma vivência denominada “A sutileza das flores”, que seria o embrião da formação do grupo “Sempre Viva” de arte a partir de flores prensadas e secas. Bene Catanante deixou suas impressões a respeito do trabalho realizado e do embrião que floresceu vigoroso nos anos seguintes:

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Na universidade da vida, onde cada um está no melhor lugar, estamos agora no Anahata. Viemos trazer flores prensadas e algum conhecimento, e levamos uma energia viva de muito amor e persistência, para que nossos sonhos, como as flores, antes de morrerem se transformem em realidade, se expandam além de nossa vontade e possam beneficiar outras tantas almas, através da beleza, em conexão com o propósito maior!

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Karin Stoltz, que participou desde o início do grupo Sempre Viva e foi uma de suas fundadoras, menciona a importância desse trabalho na ancoragem energética do Instituto:

O trabalho com as flores prensadas tem uma forte conotação psicológica, pois inúmeros conteúdos internos afloram durante a sua prática. Esses cursos e o grupo que se formou, tiveram o condão de atrair diferentes tipos de pessoas para o Anahata, e isso sempre funcionou como um despertamento. A pessoa vinha para trabalhar com as flores e acabava descobrindo outros trabalhos e processos que iam em seu benefício.

Lisle Scussel, que iniciou com Karin o grupo Sempre Viva, falou emocionada sobre essa rica experiência:

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O ritual era assim: antes da coleta das flores no jardim, escolhíamos um anjo para vibrar pelo trabalho durante a semana toda, pois nossas reuniões eram semanais. A colheita das flores era feita individualmente em silêncio, com muita observação, admiração e respeito pelas flores que decidíamos colher. Depois toda a colheita era colocada junta e passava a ser coletiva, num exercício de desapego. As flores ficavam na prensa durante uma semana, esperando para serem perpetuadas nos cartões. E no seu manuseio a criatividade era uma habilidade que requeria muita paciência e foco, fazendo dessa uma prática muito espiritual. Nosso trabalho era temático, assim antes do Natal as flores desenhavam nos cartões anjos, velas, sinos, árvores e na páscoa, coelhos, cestas e ovos, por exemplo. Depois de pronto o trabalho vinha a contemplação e a avaliação dos nossos estados íntimos. Os cartões sempre tinham a intenção de levar uma mensagem de amor para quem os adquirisse. Além disso, praticávamos a solidariedade, pois o resultado da venda dos cartões era em parte direcionado as pessoas que necessitassem de um atendimento ou quisessem fazer um curso no Anahata. Nosso atelier era, para nós, um lugar sagrado, uma sala especial cedida pelo Anahata na qual, por muitos anos, tivemos a oportunidade de praticar esses valores. Além do trabalho executado nesse local, também divulgamos nosso trabalho numa feira artesanal, no Senac, numa escola para crianças em idade escolar e numa creche (CEI) para crianças de 5 anos, que se divertiam colhendo as flores, prensando e colando em cartões, tudo de uma maneira lúdica. Foi só quando o Anahata transformou o seu perfil, que deixamos aquele espaço, isso em 2012, quando então fizemos uma doação para o Hospital Santo Antônio do saldo da poupança que tínhamos para esses fins. Deixamos aquele espaço com a certeza de que o aprendizado ali adquirido, para nosso desenvolvimento pessoal, ressoa até hoje e para sempre.

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O ano de 1995 finalizou com a segunda edição da Noite da Partilha, uma confraternização que, naquele ano, reuniu expressivo número de participantes, uma prova de que o Anahata estava desempenhando, com grande sucesso, o seu papel na sociedade em que estava inserido. Era cada vez maior o número de pessoas encantadas e beneficiadas com o leque de opções oferecidas pelo instituto, como demonstra o testemunho de Edna Bergan Born:

Numa época de auto afastamento do convívio social, em pânicos nunca bem compreendidos e admitidos, ali estava eu fazendo estudos em grupo, mais do que nunca sendo amorosamente conduzida, bem atendida e acompanhada, mais calada e ouvinte do que qualquer outra coisa. Nessa época, estava vivendo como podia. Querendo e precisando mostrar 'ser especial', muitas vezes precisando juntar as partes já no começo do dia... Foram lindos, agradáveis, felizes e difíceis anos de vida, aprendizagens e apoio. Quantas vezes estava sentada, dentro de brasas existenciais, bravamente sendo estimulada a reconhecer essas dificuldades, tristezas e vivências, para ressurgir das cinzas mais forte. A cada lição aprendida e compreendida, o sentimento de alegria, de vitória, da vida pulsando! Por isso meu coração é pleno de agradecimentos por todo crescimento que as vivências nos jardins do Anahata me proporcionaram!

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O real ato da descoberta consiste, nĂŁo em achar novos territĂłrios mas sim em enxergar com novos olhos. Marcel Proust

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CapĂ­tulo 3

Plantas vigorosas, um jardim se apresenta (de 1996 a 1997)

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Brigite Peterhans, psicoterapeuta especializada em Gestalt Terapia, da cidade de Joinville, foi recomendada por Alcides Ignácio Junior e passou a fazer parte do corpo de profissionais que atendiam no Anahata. Em viagens que se tornaram semanais, ela formou um conjunto de pacientes que marcaram sua carreira, conforme ela relembra:

Muitas foram as sementes lançadas. Houve as que germinaram, floresceram, se perpetuaram. Houve as que germinaram e tentaram florescer e houve até as que não conseguiram germinar. Destaco a interdisciplinaridade que moveu o Anahata, a abertura para as mais diferentes pessoas e profissionais das mais diversas áreas. Com isto pude oferecer o meu trabalho e aceitar o trabalho dos colegas. Lembro também do aconchego do espaço Anahata, que por si só já era ‘curativo'. Também foi importante perceber a ampliação da consciência dos clientes, como cresciam, se desenvolviam e principalmente como confiavam na parceria. Até hoje tenho notícias de alguns deles. Foi um contato que transcendeu, que foi além, que serviu para um processo de humanização. E o Anahata tinha esse humanizar, valorizar o humano e é o que me alimenta sempre: ‘o ser (verbo) humano’, vivido e acompanhado nos contatos dos atendimentos a partir da Gestalt-terapia, que tem a visão de homem valorizada, resgatada, destacada, respeitada. Maravilhoso foi receber o trabalho de outros profissionais, como da Elsbeth, que atendeu, além de mim, até a minha família. Desenhando os limites (contornos) do humano. Nada mais saudável do que ter a noção de suas potencialidades e limitações, é o que completa o Ser Humano e dá noção da realidade abarcável.

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Além do aumento gradativo de

profissionais

atendendo

no

Anahata, o ano começou muito ativo com diversos cursos, workshops e palestras, como: o projeto “No mind – Meditação Ativa”, com Deva Ilaa; a aula aberta com o tema “Desperte o magro que existe dentro de você”, com Rita de Cássia Oliveira; e as palestras abertas sobre Iridologia, proferida por Clodoaldo Pacheco, sobre “Tarot como autoconhecimento”, com Swami Dhyan Yukti, e “A natureza cura”, com Ramon Aramzati e Mauro Press, seguidos de trabalhos nos respectivos temas. No mês de abril, com o retorno periódico do astrólogo Sergio Seixas, o Anahata e seus frequentadores ganhariam uma parceira da maior valia e que, igual ao esposo, se ligaria de maneira indelével ao trabalho: pela primeira vez Lygia Franklin de Oliveira acompanhou o esposo Sergio Seixas e iniciou a sua caminhada como terapeuta do Anahata. São dela as palavras que narram, com vívidos contornos, a experiência de atuar pela primeira vez no local:

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As últimas semanas no Rio de Janeiro foram muito atribuladas. Só quando já estava no avião, vindo para Blumenau, foi que me surgiram uma série de indagações. Afinal, eu estava indo fazer um trabalho num lugar onde não conhecia ninguém. O Sergio me falava que estávamos indo para um paraíso, mas na verdade ele já tinha todo um trabalho estruturado lá, enquanto pasra mim tudo era um ponto de interrogação bem grande. Aí rezei e me entreguei. Chegamos aqui e o dia estava radioso, tudo brilhava. Num movimento muito veloz e ao mesmo tempo suavíssimo, percebi que no Anahata estava encontrando uma parte de minha família. Aquela família grande, cósmica. Parecia que eu era uma velha amiga e me senti completamente acolhida. Vi que estava num lugar onde pessoas e a maravilhosa natureza dão-se as mãos para realizar um grande trabalho. Todos a serviço da – tantas vezes árida – estrada da expansão da consciência. Percebi também a dignidade de todos que ali trabalhavam, que emana de quem aprendeu o verdadeiro sentido da vida. Fiquei surpresa com a facilidade e realizar o meu trabalho, de como as pessoas que aqui vem buscar seus caminhos estão receptivas. Com dificuldades, é claro, mas também ávidas pela vida. Então senti a importância e beleza desse instituto para Blumenau e para toda a grande obra, como um centro de alquimia da alma. Voltei para o Rio com um ponto de exclamação, muito feliz e agradecida, levando as mãos aquecidas e o coração sorridente. Me senti mais casada com o universo!

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Foi no mês de maio de 1996 que o Anahata recebeu uma visita ilustre, que muito honrou e alegrou os corações de seus membros. May East e Craig Gibson, coordenadores de Findhorn visitaram o Anahata, interessados em conhecer aquele lugar tão distante deles, localizados na Escócia, mas que, da mesma forma, trabalhavam afinados com uma nova ordem mundial. Realizaram uma palestra sobre o funcionamento da comunidade e deixaram gravadas suas impressões a respeito do que tinham encontrado:

Nos sentimos energizados e ampliados pelo amor recebido nesse centro de evolução da consciência humana. Ao tecer a conexão entre Findhorn e Anahata, comungamos nossos corações, mentes e espíritos.

Os trabalhos continuaram, numa agenda mais do que agitada, desenvolvendo trabalhos em múltiplas frentes, sempre pensadas sobre todas as necessidades humanas que iam sendo expostas pelos frequentadores, cada vez mais ativos. Segundo Karin Stoltz,

era enorme a procura dos terapeutas para desenvolverem seus trabalhos aqui. Eles observavam o quanto conseguíamos realizar e com que dedicação fazíamos a coisa acontecer, então todos queriam estar aqui. Mas a escolha era supercriteriosa, analisávamos com minúcia de detalhes cada proposta, para manter sempre elevado o conceito e a seriedade do que fazíamos.

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Elsbeth analisava a proposta terapêutica e Karin media a aceitação junto ao público frequentador e só então se tomava uma decisão sobre a aceitação do trabalho. Ainda em 1996 estrearam no Anahata o Eneagrama, a orientação alimentar da Antidieta e o curso de Dança de Raizes, com Ba Mamour, um músico e terapeuta senegalês, além da continuidade dos trabalhos que já vinham sendo realizados. 1997 foi um ano de mudanças estruturais. A percepção de Elsbeth a respeito do processo está assim fundamentada:

Sendo

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polo

nhecimento estava apoiado,

têxtil, Blumenau se ressentiu

um

importante

dando forma à sua conduta.

muito, no ano de 1997, dos

Logo por isso mesmo, mais fá-

efeitos da globalização. No

cil de administrar e lidar com

Anahata foi um tempo de pe-

a corrente de informações e

neirar, de separar o joio do

ofertas sobre cursos, diferen-

trigo, pois muitos eram os tra-

tes trabalhos, workshops, etc.

balhos oferecidos e somente

Depois dessa transforma-

alguns tiveram força e per-

ção, a estrutura do Conhe-

severança para sobreviver a

cimento

esta crise que demorou alguns

assim: os ensinamentos de

anos. Poucos alunos, conti-

Barbara

nuar acreditando nos princí-

um norte, um embasamento

pios, persistir, eram alguns

científico do Conhecimento;

dos desafios. Paralelamente,

as raízes da Antroposofia com

no Anahata, naturalmente foi

uma ciência Natural enraiza-

se desenhando sua espinha

ram no chão, (como tinha sido

dorsal, a base na qual o Co-

o trabalho com as crianças); o

no

Anahata

Brennan

ficou

indicaram


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Pathwork sinalizou o elo entre o passado e o futuro, o trabalho com a luz e a sombra; e os Florais, em toda sua trajetória, sinalizaram e apoiaram a Mudança e a Transformação no processo de todas as pessoas que passaram por aqui. Todos os outros trabalhos sempre se encaixaram dentro dessa árvore frondosa enriquecendo sua forma, seu formato. A sustentação e a nutrição do Trabalho vinha dos diferentes atendimentos individuais, que apoiavam os processos de cada pessoa que estava na sua busca individual.

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Os fatos mais relevantes do ano de 1997, no que tange aos novos trabalhos implantados, foram a introdução da prática de Tai Chi Chuan e da Acupuntura, com o mestre Byung Il Lee, o início de um programa consistente de formação em Terapia Floral, com Telma Buarque, e dos trabalhos do Pathwork, com Renate Muller Caminha. Telma Buarque relata a sua experiência junto ao Anahata:

Foram quase dez anos de troca e aprendizado intensos na minha vida. Eu vinha de Recife, uma metrópole com mais de um milhão e meio de habitantes, cidade com 479 anos de história, colonizada por portugueses e holandeses, e com grande concentração de problemas e pobreza. Chegava a Blumenau – Cidade Jardim ou Campo de Flores, como minhas alunas a chamavam com orgulho. Uma jovem cidade, com pouco mais de cem anos. Uma colônia que se transformou em um dos maiores e bem-sucedidos empreendimentos realizados por colonizadores da América do Sul – projetada por alemães, com outros imigrantes europeus. Eram realidades culturais muito diferentes. Foi assim que decidimos criar em Blumenau uma extensão dos cursos que havia criado em Recife. Decidimos vivenciar e aprender com nossas diferenças, aproveitar a ‘brasilidade’ que nos unia. Em 1998, realizamos a primeira turma da formação em Terapia Floral & Consciência Energética. Desde o primeiro módulo, criamos uma experiência de puro acolhimento, abertura e gentileza. Era o que eu sentia, não só quando estava nas aulas, mas em todos os lugares por onde circulava em Blumenau. Sentia o Anahata como meu paraíso aqui no Brasil. Lá, podia ir além das polaridades que trazia comigo, e podia ficar no meu centro, focada no aprendizado e

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troca que o momento presente pedia. As meditações que fazíamos em grupo, com a presença das árvores e orquídeas de Elsbeth e Romeu, os pinheiros, o pequeno lago com ninfeias, a horta, os palmitos, o canto dos passarinhos, os diferentes aromas, o silêncio... Tudo nos permitia ir além do tempo e do espaço de uma forma ancorada e prazerosa. No Anahata, também podia parar para refletir e ir além da troca de conhecimentos.

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Os Florais tiveram uma grande expansão desde que Telma Buarque trouxe a semente, passando por muitas formações de terapeutas, clientes, alunos, etc. Hoje, Anete Effting dá os cursos de formação, depois de, com outras terapeutas, buscar formação no exterior. São, portanto, sementes que germinaram e estão gestando novas sementes para o futuro. Também Renate Muller Caminha relembra essa importante trajetória, que se prolonga até os dias atuais, com o trabalho do Pathwork no Anahata.

Quando cheguei pela primeira vez no Anahata, minha sensação era de entrar no paraíso. O jardim do Éden e a casa das fadas. Tudo era de extremo bom gosto, simplicidade e aconchego. Elsbeth, uma mulher amorosa, com uma família linda, regia aquela orquestra com maestria. Ela abriu para mim não somente o Anahata, mas também sua casa. Passávamos horas de muito prazer, à noite após o curso, conversando sobre nossas experiências na vida e trocando conhecimentos. Pela manhã, me esperava com um delicioso café com cucas e bolos típicos da cultura alemã e eu descia para o Anahata para dar mais uma parte do curso, bem nutrida de afeto e guloseimas. Uma das grandes habilidades de Elsbeth é materializar a rede de conexões entre pessoas e conhe-

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cimentos. Ela, quebrando padrões, criou em

resolvi meu conflito. Ali naquelas 258 pales-

meio a uma cultura conservadora, uma ilha

tras, proferidas por Eva Pierrakos, encontrei

de inovação, com conhecimentos de vanguar-

reunidas e integradas todas as abordagens da

da focados na expansão da consciência e ou-

psique.

sando ligar ciência e espiritualidade. Esta é

No Pathwork descobri que ciência e espi-

a energia que respirava no Anahata. Pessoas

ritualidade poderiam andar de mãos dadas e

comprometidas com sua caminhada e com o

com ele fui muito além da dimensão do ego,

planeta passavam por ali, compartilhando o

entrei nas profundezas do meu ser e encontrei

seu saber, a sua experiência, levando outras

o verdadeiro sentido para minha vida. Este

pessoas a olharem para suas vidas a partir de

lindo Caminho me mostrou que não existem

uma nova perspectiva, ajudando o planeta na

vítimas nem algozes, mas sim, cocriadores

transição da dualidade para a unidade.

de suas realidades. Que aquilo que se mostra

Quando iniciei na psicologia um grande

fora é uma projeção do que está dentro. Que

conflito era ter que escolher uma das tantas

tudo que queremos mudar nos nossos pais é

escolas: psicanálise, humanismo, cognitivis-

o que precisamos transformar em nós mes-

mo, sistêmica, transpessoal... Todas elas ti-

mos. Que a vida é benigna e tudo que atraí-

nham conhecimentos fundamentais para o tra-

mos como problema, são tesouros de cresci-

balho com a alma humana, como decidir por

mento. Estes conhecimentos vivenciados por

uma e excluir as demais? Graças ao Pathwork

mim no dia a dia, foram passados às pessoas

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que vinham ao Anahata, assim como eu, ouvindo um chamado da alma. Por cinco anos eu ia a cada dois meses dar um workshop no paraíso. Com aquelas pessoas eu crescia e as ajudava a crescer. Foram muitas as conexões, algumas pessoas quiseram ir além e aceitaram meu convite para participar do Programa Pathwork de Transformação Pessoal, uma formação que eu coordenava, que além de ter como foco principal o processo de crescimento pessoal, habilita

profissionalmente.

Foi assim que Solange Wink, Marcia Inocêncio, Ingrid Georgi, Marcia Melo Reinert, Leda Mara de Souza e Avanir Luciane Herzmann Cardoso se tornaram profissionais do Pathwork na região. À medida que as primeiras colegas se formaram, deixei que elas dessem continuidade ao trabalho do Pathwork em Blumenau.

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Conforme sua narrativa deixa evidente, o trabalho do Pathwork inspirou muitas pessoas no Anahata. Todas elas tiveram uma valiosa contribuição na construção deste trabalho, preservando os ensinamentos através das palestras do Guia. Hoje Solange Wink e Leda Mara de Souza estão liderando vários grupos e o trabalho continua iluminando e trazendo luz para dentro das diferentes questões com as quais nos defrontamos no dia a dia. Os ensinamentos de Barbara Brennan ficaram estruturados dentro do livro Conhecer-se, e no curso do mesmo nome, ministrado por Elsbeth Willecke. O curso vem acontecendo durante todos estes anos e atualmente tem uma proposta bem prática, denominada “Conhecer-se Aplicado”. Maria das Graças Lucchi Boos conta a sua trajetória junto ao Anahata, iniciada em 1997 quando assistiu a primeira palestra sobre terapia floral:

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Quando vim assistir a primeira palestra

dos quais participei. Foi uma verdadeira luz

aqui no Anahata, trazia um certo medo do

que se acendeu, iluminando os caminhos

desconhecido que sabia encontraria aqui.

da minha vida.

Mas a demanda interna por novos conteú-

Só o fato de saber que o Anahata estava

dos já se fazia presente em mim, desde

lá, firme, numa cidade de mentalidade car-

que me tornara poeta. Escrever poesia é

tesiana como Blumenau, já era motivo de

um exercício de alma, que cria demandas

consolo para a minha alma. O Jardim sem-

profundas, cujas respostas eu vim encon-

pre foi um abraço de chegada e um acon-

trar aqui. O Anahata fez grande diferença

chego para a vida, servindo de suporte e

na minha vida com os inúmeros trabalhos

apoio para as minhas buscas.


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Uma nova proposta que passou a fazer parte do rol de possibilidades do Anahata em 1997 foi o trabalho da fisioterapeuta Barbara Schindler de Carvalho Leme, especializada em consciência corporal através do conhecimento das cadeias musculares. Blumenauense de nascimento, mas criada no Rio de Janeiro, voltou às origens e desenvolveu importante trabalho naquela esfera. Também palestras e cursos de Feng Shui foram incorporados a oferta de propostas do Anahata nesse mesmo ano. Em setembro de 1997, a equipe do Anahata participou, como convidada, de uma feira interna da Hering Têxtil, incluída na programação da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT). Foi surpreendente ver as pessoas da área produtiva da empresa curiosas, querendo entender e receber os atendimentos com florais, massagens, acupuntura, aromaterapia e outros trabalhos considerados estranhos e diferentes na fria análise popular. Era o Anahata iniciando uma fase de sair portas afora e mostrar seu trabalho fora do eixo restrito dos frequentadores diretamente interessados. Tanto que naquele mesmo mês, aconteceu a primeira exposição dos seus trabalhos de Ikebana na Praça da Harmonia do Shopping Neumarkt. Igualmente houve a participação da equipe do Anahata na Feira da Saúde da Ceval, evento anual do calendário de atividades daquela empresa. E culminando com esse trabalho de exibição externa, um convite de Solange Wink, que era então professora na Universidade Regional de Blumenau (FURB), os terapeutas Elsbeth Willecke, Telma Buarque e Bárbara Schindler de Carvalho Leme ministraram palestras aos alunos do Curso de Fisioterapia. Sentindo uma profunda necessidade de intensificar a comunicação com seus diferentes públicos-alvo, em outubro aconteceu a publicação da edição 01 do Informativo Anahata, em substituição aos folders que eram publicados até então.

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Foi nessa época que o Reiki entrou definitivamente no rol de trabalhos oferecidos pelo Instituto, através da terapeuta Vera Maria Flesch. Segundo ela:

Quando me formei como mestre e professora de Reiki, em fevereiro de 1997, logo procurei a querida Elsbeth, no Anahata, para oferecer aos frequentadores do espaço os cursos em todos os níveis de Reiki. Como o Reiki trabalha as questões emocionais e mentais, um dos meus primeiros objetivos foi o de oferecer essa terapia aos moradores da minha cidade natal. E assim comecei a ensinar o Reiki no espaço que já se chamava Anahata, em 1997. Desde então já se passaram 19 anos, como se fosse mais um ciclo de trabalho, idêntico ao tempo em que trabalhei como bancária. Nesse momento sinto muita gratidão por ter trocado aquela atividade anterior, com a qual as pessoas geralmente se mostravam insatisfeitas e frustradas, por esta atividade atual, em que as pessoas geralmente saem felizes e com a capacitação de praticar o Reiki para o resto da sua vida. Ainda que tenha levado os cursos a muitos outros lugares, principalmente ao Rio Grande do Sul, o Anahata sempre representou o espaço de cursos mais bem organizado, com grupos fortes e pessoas interessadas em aprender, e com alunos de toda a região, algumas vezes de outros Estados também.

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Assim, neste segundo ciclo de trabalho profissional, centenas de pessoas (mais de mil pessoas) foram iniciadas por mim em todos os níveis de Reiki, no Anahata. Conservo comigo todas as fichas de inscrição desses alunos, e com muitos deles ainda tenho contato e amizade. Dentre eles, formaram-se três mestres: a Niki Sakamoto, o sr. Udo May (residentes em Blumenau) e a Siceliana Zanon Fuzon (residente em Brusque). No Anahata também cresci muito, aprendendo com os terapeutas do espaço. Além disso, enquanto ensinava também aprendia com os próprios alunos, e esta é a melhor parte. Acho que me identifiquei também com essa energia leonina do Anahata, pois nascemos sob o mesmo signo, o Anahata, Elsbeth, eu e alguns outros terapeutas. As pessoas sempre saem satisfeitas, ainda mais quando podem frequentar um espaço harmonioso, que quase sucumbiu a algumas enchentes, mas sempre se renova depois de cada ameaça. Seus jardins estão cada vez mais bonitos. Os pássaros durante o dia e as rãs (ou sapinhos?) à noite são seus frequentadores mais assíduos, as flores se revezam o ano todo, colorindo e alegrando o ambiente, junto com as grandiosas árvores, a água e os lótus nos laguinhos, que são a flor símbolo do Reiki!

O movimentado ano de 1997 finalizou, como já se tornara tradicional, com a realização da Noite da Partilha, uma celebração que coroava, ano após ano, todas as atividades e conquistas do local.

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Quem olha para fora sonha; quem olha para dentro desperta. Carl Gustav Jung

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CapĂ­tulo 4

O jardim em plena maturidade (de 1998 a 2000)

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Rosemir Treml, amiga, vizinha e frequentadora do Anahata, e que fez formação em Terapia Floral e Astrologia através de seus estudos no Instituto, tomou uma decisão inusitada no início de 1998. Percebendo o grande afluxo de terapeutas de outros locais e a dificuldade de os mesmos permanecerem próximos do local onde desenvolviam suas atividades, abriu na própria casa uma pousada exclusivamente dedicada a eles, denominada “O Caminho Verde”.

Foi uma iniciativa pautada no amor e reconhecimento que sentia por todos

esses

mestres,

que com tanto carinho se deslocavam de seus locais de origem para compartilhar seus

conosco

conhecimentos.

Tínhamos extremo cuidado e atenção nessas hospedagens, e foi um período lindo da minha vida

, recorda ela.

Sobre os trabalhos de autodesenvolvimento, Rosemir tem lembranças tão fortes quanto as que dizem respeito a sua iniciativa empresarial:

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Frequentei o Anahata desde os primeiros tra-

pois já são vinte e cinco anos de caminhada

balhos, tanto que fiz o curso de Numerologia

conjunta. Sou grata ao Sergio e me orgulho de

com Dona Yolanda, que foi um dos primeiros

ser sua pupila e de dar continuidade à sua sa-

trabalhos que o Anahata ofereceu. Mas a mi-

bedoria e conhecimentos. E tudo isso foi pos-

nha grande descoberta, aquilo que eu sempre

sível por causa do Anahata, que fez a ponte

digo que estava escrito nas estrelas foi a as-

entre o que eu desejava, e nem sabia, e a ofer-

trologia, que me foi apresentada numa pales-

ta da melhor fonte de conhecimento possível!

tra do Sergio Seixas. Ao ouvi-lo, todo o meu

O respaldo de um local sério e idôneo tam-

amor pelo céu, pelas estrelas e planetas aflo-

bém foi fundamental para o desenvolvimento

rou instantaneamente. Presa de um profundo

dos meus trabalhos, mas acima de tudo vejo

encantamento, ao final da exposição fui per-

o Anahata como o facilitador de uma grande

guntar ao Sergio como se fazia para estudar

transformação na minha vida.” Sergio Seixas,

‘aquilo’! Recebidas as instruções, fui ao Rio de

por sua vez, deixa clara a reverência pela dis-

Janeiro para seguir meus estudos com ele e,

cípula que, segundo ele, “é a continuadora

depois de muito esforço e dedicação, tornei-

do meu trabalho, alguém que está ajudando a

me astróloga também. Muitos dizem que sou

disseminar os meus conhecimentos e, dessa

casada com a astrologia e eu até concordo,

forma, perpetuando o meu legado.

Naquele ano de 1998, Marina Stein, frequentadora de primeira hora do Anahata e de muitas de suas atividades fez uma virada filosófica que se tornaria uma prova da efetividade da atuação do instituto: passou de frequentadora a colaboradora do local. Por meio dos diversos cursos e formações efetuadas ali, desenvolveu um trabalho de massoterapia e passou a atender no Anahata. Muitos caminhos trilhados depois, atualmente Marina é praticante assídua da meditação, cujos fundamentos adquiriu em trabalhos no local. Segundo ela, a verdadeira meditação é uma atitude integral perante a vida e persiste em cada momento. Ainda nos dias de hoje uma grande admiradora da caminhada do Anahata, ela destaca:

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No Anahata eu sempre fui tratada não como eu era, mas como eu podia vir a ser, e isso me ajudou a desenvolver minhas verdadeiras potencialidades.

Sobre a meditação, Marina ainda destaca:

Pessoalmente, a prática da meditação resultou numa quietude e leveza internas, que me favorecem nos agitos e desafios do dia a dia. Fortaleceu em mim esse lado que quer avançar no caminho. Através da meditação, compreendi que somos ao mesmo tempo o escultor e a escultura; o obreiro e a obra... e essas ferramentas são de total utilidade em minha vida. A meditação me conectou com o sagrado e deu forças para viver e enfrentar os grandes desafios que a vida me trouxe.

Enquanto todos os trabalhos oferecidos pelo Anahata prosseguiam céleres, como a Terapia do Riso, palestras e encontros de Pathwork, cursos de formação em Terapia Floral, a continuidade dos cursos de Musicoterapia, palestras sobre os mais palpitantes temas que ocupavam a mente das pessoas, a comunicação com o público seguia célere através do informativo Anahata. Mas Elsbeth, sempre irriquieta, queria mais. A comunicação virtual experimentava uma grande expansão naquele período, e ela sentiu a necessidade de implantar um site, como forma de incrementar os contatos entre as pessoas e o Instituto.

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O ano de 1999 marca eventos emblemáticos para a fundadora, pois foi nesse ano que ela finalmente formou-se na Barbara Brennan School of Healing e, ao mesmo tempo, vivenciou problemas graves com uma doença de seu esposo, Romeu. Silenciosamente, ele era um forte esteio para os voos da esposa e, quando adoeceu com gravidade, Elsbeth sentiu-se como que perdendo o chão. Nessa época, a secretária do Instituto era Daniela Miranda e ela acabou sendo um pilar firme para a continuidade dos trabalhos, com o temporário afastamento de Elsbeth.

Fui muito feliz em passar um longo período nesse jardim, gratidão! Lindo e encantador, uma verdadeira imersão no silêncio, nos cantos dos passaros, no calor dos eventos, sempre acolhendo as pessoas para uma troca de boas energias, enfim um verdadeiro deleite. Guardo comigo boas lembranças. Meu lugar preferido era deitar logo depois do almoço embaixo da árvore que se transforma a cada estação, uma árvore maravilhosa.

Diante desse quadro de necessidade de apoio, Elsbeth acabou trazendo para mais perto do Anahata seus filhos Robert e especialmente Andreas, que se dispôs a auxiliar na gestão administrativa e na elaboração do site. Andreas Willecke, um dos quatro filhos do casal, lembra desse período em que trabalhou mais próximo de sua mãe:

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Desde adolescentes, assistimos a jornada de busca da minha mãe e fomos testemunhas de um profundo e importante processo pessoal que ela desenvolveu. Mas foi só por volta do ano de 1999 que o momento vivido pediu uma maior aproximação minha com esse trabalho. Ela queria implantar um site, queria mudar coisas, impor um novo ritmo administrativo ao instituto, e eu abracei essas tarefas. Essa proximidade me fez conhecer e admirar ainda mais efetivamente sua caminhada e seu pioneirismo, a capacidade realizadora que sempre manifestou e a forma com que sempre exerceu sua liderança. Trabalhando no Anahata, e junto dela, aprendi e evoluí muito, por isso sou profundamente grato por ter, da minha maneira, colaborado para o sucesso do empreendimento.

Seu irmão Robert, que sempre assistiu a tudo de forma um pouco mais distanciada devido aos seus estudos e atividades profissionais, que foram realizados em outras cidades, completa o pensamento do irmão:

Acompanhei de longe o processo de superação da minha mãe e a trajetória de criação e fortalecimento do Anahata, mas pude perceber o quanto tudo isso irradiou para a sociedade e como o Anahata fez diferença na vida de muitas pessoas, graças ao pioneirismo da minha mãe.

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Em consonância com a entrada do Anahata na internet, Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira ministraram uma palestra com esse tema, denominada: “Psico-net – a rede dos eventos. Navegando nos desejos, fatos e significados”. Ainda em 1998 foram introduzidos no Anahata estudos sobre o Calendário Maia, com Roberto Polleto; a Dança do Ventre terapêutica, com Soraia Cani; Aromaterapia, com Vanessa Baumgarten; introdução à cultura do Bonsai, com Roberto Gutheil; vivências em Arte Terapia Gestáltica para grupos, ministrada por Lêda Maria de Campos e Aura Soma, com Zoraide Nair, entre outros. No mesmo ano, a incansável mente de Elsbeth a levou a fundar o espaço Girassol, que era ligado ao Anahata pelos mesmos propósitos, porém em espaço físico diferente e com foco em outro tipo de público. A filosofia que norteava a criação do novo espaço era a de oferecer uma nova opção em saúde, integrando opções que iam ao encontro das necessidades básicas do Ser, incluindo lojas que comercializavam produtos voltados para uma melhor qualidade de vida, além das atividades terapêuticas. Faziam parte do mix inicial de lojas a Confeitaria Bavária, a Loja Macrobiótica, a Floricultura Blumenhaus, a Horizonte Espaço Alternativo e a Dermablu. Na parte terapêutica o espaço contava com a Terapia Floral ministrada pela equipe formada por Rosemil Treml, Ellen Wolfram e Reynaldo Martins. Havia também a massagem terapêutica de Paulino Jun Kamigashima, a Psicoterapia com Cláudia Orçati e uma proposta de terapia corporal holística com Tereza Orçati. Sobre a proposta nova, Elsbeth afirmou então:

Acaba de nascer o irmão mais novo do Anahata, o Girassol Espaço Integrado. Esse espaço é diferente na proposta, mas é igual ao Anahata na essência. É com muito carinho que o irmão mais velho acolhe o irmão mais novo, ajudando-o com a experiência adquirida ao longo dos anos de trabalhos e resultados.

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A perspectiva de chegada de um novo século e a iminente virada do milênio trouxeram inquietação e questionamentos à sociedade humana em geral. Atenta a esses movimentos, o Anahata procurava promover atividades que fornecessem respostas a todas essas dúvidas. A programação voltada para o assunto começou com uma palestra da dupla Sergio e Lygia, que na sua primeira vinda do ano, abordaram o tema “Tendências de Blumenau de 1999 a 2000”. Foi também nesse ano que o Projeto Viola Mammola, dirigido às crianças, entrou numa nova fase e começaram a ser realizadas as colônias de férias, com uma grande diversidade de atividades voltadas ao desenvolvimento de uma consciência sistêmica nas crianças participantes. Enquanto todas as atividades aconteciam, reunindo expressivo número de participantes, os planos continuavam céleres, e quando comemorou seis anos, em agosto de 1999, o Anahata festejou com uma linda festa, incluindo um concerto de músicas de Bach e a interpretação do Mapa Natal do Instituto pelo astrólogo e grande parceiro Sergio Seixas. Atenta às grandes interrogações, Elsbeth afirmava então:

Estamos vivendo um período de mudança e transformação profunda, e tudo isso num processo aceleradíssimo. Aqui no Anahata estamos mergulhados nas mudanças, fazendo frente aos desafios. Afinal, estamos às portas da virada do século e as mudanças se fazem necessárias para podermos renascer. É importante parar para refletir sobre o novo aprendizado e agradecer tudo que alcançamos, pois agradecer e reconhecer nos conectam numa sintonia de almas, para que essa energia possa iluminar o nosso caminho do aprendizado, trazendo a luz para dentro da menor fresta do nosso processo evolutivo pessoal e planetário.

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O ano de 1999 marca o final das atividades regulares do casal Angela e Marcel de Carvalho Grezet junto ao Anahata. Tendo se mudado para a Suíça, foram forçados a interromper o ciclo de trabalhos que vinham desenvolvendo, sem que isso significasse um desligamento energético e sentimental com o local e as pessoas. Por ocasião do processo de coleta de depoimentos para esse trabalho, afirmaram emocionados quanta alegria é continuar a saber dos assuntos que envolvem esse produtivo e feliz período de suas vidas. Nas suas palavras:

O Anahata é um belo sonho que se tornou realidade. Como toda realização e toda e qualquer manifestação, começou no espírito, numa firme intenção, num propósito, numa motivação no coração e na alma da Elsbeth. O Anahata é como um caleidoscópio formado por uma multitude de fragmentos de consciências pouco a pouco a si reveladas. Da mesma forma que as nuvens que encobrem o céu claro se dissipam sempre. O Anahata foi e é ao mesmo tempo um motor de transformação, um processo de transformação e o resultado dessa transformação, para quem o criou e para os que ali passaram e passam – nós incluídos. Quando pensamos na Elsbeth, vemos flores e borboletas – a beleza reflexo da luz e da harmonia e a transformação. Aliás, no pré-Anahata, do qual tivemos o privilégio de participar, havia uma floricultura. Contra ventos e enchentes, a Elsbeth manteve a sua generosidade de partilhar cada abertura da sua alma. Quantas pessoas puderam, através do Anahata, redescobrir a felicidade, a perfeição que mora no nosso âmago, da qual emanam a luz e o amor que nos tecem? E quem feliz é, faz feliz o outro, não ‘aborrece’, não maltrata a si mesmo e nem o outro. Falar do Anahata é falar da Karin e de toda a família da Elsbeth, presente em cada descida de avião, em cada acolhida, no ‘astral’ do Anahata – a Bettina, o Andreas, o Neco, o Robi e o Romeu. A última lembrança que temos do Anahata é de nós dois sentados com o Romeu no banco do jardim. Falar do Anahata também é falar da FO – ‘frequência de onda’ - que atrai ao Anahata tantas pessoas e profissionais com os quais vivemos momentos inspiradores, amorosos, alegres.

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Em janeiro de 2000 foram iniciadas as reformas físicas da sede do Anahata, aconteceram também mudanças organizacionais e o lançamento oficial do site, que fora concluído. Em seguida, foram retomadas todas as atividades formais do Instituto, então sob a coordenação de Daniela de Miranda. O projeto Viola Mammola, agora numa parceria com o Sítio Esquilo Verde, realizou uma colônia de férias com Anja Meder e Fábio Steinbach; a formação em Terapia Floral, o Jogo da Transformação, as formações I, II e III em Reiki, com Vera Maria Flesch, Aura Soma, Danças Circulares Sagradas, as palestras, vivências e atendimentos com Sergio Seixas e Lygia Franklin, além de muitas outras. Além as atividades já consagradas ao longo dos seis últimos anos, algumas importantes atividades também foram implantadas, tais como a Biodança, com Mauro Rotenberg, a formação em Polaridade Sinergética, com Carlos da Silva; Curso de tecelagem com Roberto Costa; workshop “Recuperação natural da visão”, com Rolf Dinesh; curso de Jin Shin Jyutsu, com Eleonora Sofia Dupont; curso de Radiestesia e Radiônica, com Durval Pancera; vivência aberta sobre “Thai yoga Massagem”, com Cristina Marturano, e Cabalah numerológica, com Bhader. Enfim, a preocupação com a oferta de soluções e respostas para as demandas internas dos frequentadores continuava fazendo com que a atuante equipe do Anahata estivesse sempre em busca de novas atividades. E, continuando a estratégia de divulgação externa, a equipe de terapeutas do Instituto participou do Salão da Mulher, realizado pelo Serviço Social do Comércio (SESC) de Blumenau. Quando o Anahata comemorou sete anos de atividades, era grande e significativa a sua trajetória. Tanto que, em comemoração ao aniversário, houve a realização do segundo Encontro de Parcerias, com a presença de aproximadamente quarenta terapeutas atuantes no Instituto. Encerrava-se uma etapa, iniciava

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outra, pois a caminhada do autoconhecimento é uma estrada sem fim, em que a realização de cada etapa abre portas para novas jornadas da alma. Segundo Kátia Gonçalves, frequentadora assídua e de primeira hora do Anahata, sua trajetória pode ser definida assim:

Meu primeiro contato com o Anahata foi bem no início das atividades, com a terapia artística. Fiz um workshop com a Lygia Roussenq e dali para frente não parei mais. Tudo o que vinha eu abraçava, experimentava, pois sempre tive uma busca constante, uma inconformidade interna que era difícil entender, e lembro que a Elsbeth sempre me dizia para não me preocupar, que na hora certa as respostas viriam. E realmente, o Anahata me permitiu vivenciar a grande transformação de aluna, de frequentadora, para terapeuta, pois foi aqui que descobri o caminho das flores e da terapia floral, na qual trabalho atualmente. Posso dizer que o Anahata me salvou, orientando a minha busca, porque aqui eu caí em boas mãos e pude entender e canalizar a minha sensibilidade. Sempre digo que a alma da gente é muito mais sábia do que a gente acredita e a minha me trouxe ao Anahata e a todo o desenvolvimento que ele me proporcionou.

Quem descreve uma trajetória semelhante à de Kátia é Emília Zimmermann, também uma frequentadora de primeira hora que encontrou um caminho através dos trabalhos aqui realizados.

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Comecei fazendo um mapa astral com o Sergio Seixas e dali para frente não parei mais. Fiz muitos cursos, workshops, assisti palestras, participei de vivências, tudo que aparecia eu fazia. O resultado foi uma grande transformação interna e posso afirmar que o Anahata me ajudou a ser uma pessoa mais equilibrada, a ser a pessoa melhor que sou atualmente.

Ainda refletindo as novas necessidades dos seres humanos frente aos questionamentos provocados pela virada do século e do milênio, Elsbeth Willecke decidiu fazer uma série de mudanças no visual dos materiais do curso Conhecer-se e de outros materiais de divulgação do Anahata, para o que contratou a designer e publicitária Rosane Kurzhals. Foi um feliz encontro de almas afins, já que Rosane era também interessada pelos assuntos voltados à expansão da consciência e encontrou no Anahata um local apropriado para os desejos do seu coração. Em seu depoimento, destaca:

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Era começo do ano 2000. À época, eu trabalhava numa produtora e fui escalada para roteirizar um audiovisual do Anahata. Então, como roteirista, fui conhecer o espaço, os serviços e sua proprietária. O que encontrei ali me impressionou. Quanta sabedoria! Que lugar incrível! Que gente

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vanguardista! Não conhecia metade das práticas que aconteciam lá. Ver o mestre Li fazer Tai Chi no gramado, ao lado de um natural altar celta, formado por velhas árvores, era um colírio para quem estava, como eu, tão cansada de ver as mesmas paisagens da pequena cidade que queria se achar grande. Natural que, daí por diante, o Anahata não era mais apenas um cliente e a Elsbeth não era apenas a sua proprietária. O Anahata era o meu refúgio do caos. A esperança de que havia um lugar para ser, apenas, no mundo. Sem papéis, sem máscaras sociais, sem receitas prontas. O link estava feito. Algum tempo depois, Elsbeth veio me apresentar uns textos que ela queria transformar em apostila de um curso. Fiquei revoltada! Como? Aquilo não podia ser uma apostila! Era um livro! Um livro ótimo! Anos depois fiz a capa deste livro – O Conhecer-se. E ela me ofereceu participar deste curso. Minha história continuou compartilhada com o Anahata por cerca de, talvez, um setênio ainda após o curso. Nos despedimos com meu voo para São Paulo, onde vivo hoje. O Anahata também virou borboleta e voou para horizontes de azuis mais sutis. Mas sei que levo comigo o doce encanto desse tempo de desabrochar em espiral que foi a minha passagem pelo Anahata e do Anahata por mim. Um tempo que me fez ver que o sol brilha, sim, para todas as flores – basta que elas o persigam. Que não é o trabalho que nos sustenta, mas o nosso talento. Que a grande peça da vida, na verdade é uma grande pregadora de peças – e ela permite vários e vários ensaios, recomeços, mudanças de palco, de atores e até de roteiros. Que a má interpretação não tem nada a ver com a personagem, mas com a pouca experiência de quem está em cena. Que às vezes as pessoas interpretam tão bem seus papéis de autoridade, que esquecemos que elas também estão encenando. E que, mais do que câmera e ação, o que vale é ser luz.

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NĂŁo haverĂĄ borboletas se a vida nĂŁo passar por longas e silenciosas metamorfoses Rubem Alves


CapĂ­tulo 5

Fenecendo

para renascer (de 2001 a 2011)


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Em 2001,o informativo do Anahata, que chegava ao seu quinto ano, mudou de nome para “Jornal do Auto Conhecimento”, num reflexo de muitas mudanças internas que haviam se consolidado ao longo do ano anterior.

Anahata: um caminho para o auto-desenvolvimento Quando encontrei o Anahata

autoconhecimento persisten-

único local tenho encontrado

vislumbrei poder preencher

temente. Talvez pela abran-

a unidade na diversidade, o

um vazio que percebia cres-

gência de minha atuação,

que talvez seja a característica

cer em minha jornada pes-

este tem sido um forte pro-

que melhor reflita a qualidade

soal. Sempre foi muito forte

pulsor para que eu trabalhe a

deste instituto, encontramos

em mim a consciência da

mim mesma, as minhas ques-

diferentes possibilidades de

responsabilidade que temos

tões pessoais, encontrando

trabalhos, porém todos ali-

diante de toda e qualquer

assim a energia necessária

nhados com as diferentes ne-

inserção no mundo. A qua-

ao exercício da atividade pro-

cessidades evolutivas do Ser

lidade da atuação está dire-

fissional que me tem sido

Humano. Particularmente, em

tamente relacionada à qua-

confiada. Como uma gota no

todas as diferentes atividades

lidade do sujeito da ação.

oceano, percebo o meu agir

que aqui desenvolvo, é forte a

Somos nós que, através da

qualificando positiva ou ne-

autonomia que adquiro, como

nossa história pessoal, cons-

gativamente o todo, eis aí a

um dos resultados. É como se

truimos a história da humani-

grande responsabilidade.

apropriar de si mesmo liber-

dade, do Cosmos.

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Tornar clara esta respon-

tando-se de profundas amar-

Dentre as diferentes di-

sabilidade (em todos os níveis

ras que nos impedem de viver

mensões de manifestação do

de consciência e dimensões

e existir em plenitude. Embora

meu Ser, a atividade profissio-

em atuo no mundo) tem sido

sinta que esta jornada não te-

nal tem sido um importante

o papel das atividades que

nha limites de espaço e tem-

veículo para que eu busque o

desenvolvo no Anahata. Num

po, tem sido reconfortante e


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O mês de março trouxe novamente

o

casal

Sergio

Seixas e Lygia Franklin de Oliveira para o Anahata, e da programação

desenvolvida

por eles fez parte a palestra: “O que é necessário saber: a diferença entre conhecimen-

estimulador os frutos que já colho na minha vida, destacando o aspecto profissional. Atuo ao lado de 420 pessoas ligadas diretamente a mim, refletindo em nosso dia a dia todas as questões com as que viemos imbuídos nesta existência. Sempre soube

to e sabedoria”, uma vivência em campo de meditação, a palestra: “O céu de 2001”, e o workshop: “Missão espiritual – acessando a memória qualitativa”, além dos tradicionais atendimentos individuais. Ao longo dos anos desenvolvendo seus trabalhos no Anaha-

que os resultados do nosso

ta numa amorosa parceria, o

trabalho são a consequência

casal auxiliou uma larga e ex-

do grau de alinhamento entre

pressiva parcela de pessoas,

nosso Pensar, Sentir e Que-

com seus trabalhos focados

rer, e eu, no lugar da lideran-

em Astrologia e Tarot. Em

ça, necessito das ferramentas

seu testemunho, Maria Stela

que nos levem a esse alinha-

Piazera, frequentadora assí-

mento, tanto individual como

dua do Anahata desde seus

coletivo. Percebo minha atua-

primórdios, deixa bem clara

ção claramente!

a participação ativa desses trabalhos no auxílio que cada

Angela de Fátima Huf Marchi

um ia buscar ali.

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Sergio Seixas foi o grande responsável pelo início da minha caminhada. Eu tinha 56 anos, estava estagnada e achava muito tarde para começar alguma coisa. Sergio definiu assim o meu estado: estava vendo a vida passar, olhando da janela da minha casa. Aí começou a minha jornada. Criei um espaço para yoga em minha própria casa e, enquanto ele crescia, eu fazia cursos e mais cursos no Anahata. Fiz Pathwork, entrei na turma do “Feminino Selvagem” coordenada pela Mariana Sommer, fiz aromaterapia com a Claudia Obenaus, participei do trabalho com flores e folhas secas e da constelação familiar. Consultei diversas vezes o I Ching com Ion de Freitas Filho e fiz as danças circulares sagradas, só para citar alguns. O que resultou de tudo o que fiz? Posso dizer que mudei completamente. Eu era ansiosa e tímida, não tinha poder sobre a minha vida. Hoje tenho mais discernimento, acredito no meu direito de ser amada. Por assim dizer, saí da janela e dei sentido a minha vida!

No final do ano de 2001, Elsbeth Willecke completou a sua formação no Curso Básico de Medicina Antroposófica e logo em seguida enviuvou, tendo que administrar um grande vazio que a arremessou novamente na busca por conteúdos internos de profunda significação.

Quando o Romeu partiu, abriu-se um verdadeiro buraco na minha vida. Ele era o alicerce que me mantinha estruturada para efetuar toda a grande busca que vinha empreendendo. Ali entendi que, se ele tivesse partido antes, eu não teria completado as minhas formações, nem na Barbara Brennan School of Healing, nem no Curso Básico de Medicina Antroposófica. Por um lado, eu realizara um grande sonho, acalentado desde a infância, que era de estudar e por outro, eu me sentia profundamente só e com a mente cheia de interrogações. Foi um período difícil. O tempo que se seguiu foi de profunda busca interna e de elaboração de conteúdos, quando juntei todos os ensinamentos numa grande árvore do conhecimento, que me levaram a estruturar o trabalho que passei a fazer em seguida, com o livro e o curso ‘Conhecer-se'.

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De fato, os anos seguintes, ampliando os sete anos de grupos de estudo realizados por Elsbeth, desembocaram na formulação do curso que ministra até os dias atuais, denominado “Conhecer-se”, e que está em ressonância com o seu livro do mesmo nome, lançado em agosto de 2007. Em abril de 2004, com a saída de Daniela de Miranda da gestão administrativa do Anahata, foi contratada a jovem Roseleine Junqueira Bohmann, ou simplesmente Rose, como é conhecida. Com apenas vinte anos na época, ela conta que teve que enfrentar uma resistência inicial por causa da sua pouca idade, mas com pouco tempo de trabalho mostrou que tinha capacidade para atuar como coordenadora administrativa do Anahata.

Trabalhar aqui nesses dez importantes anos da minha vida, dos 20 aos 30, me ofereceu

muitas

oportuni-

dades de amadurecimento e clareza do meu caminho pessoal. Entrei uma menina e me transformei numa mulher ao longo desse período de intenso aprendizado e processos. Trabalhar com uma pessoa como a Elsbeth é uma honra e um privilégio, e o aprendizado é intenso, apenas observando a sua capacidade de realização.

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2005 também foi o ano que marcou o início dos atendimentos com Ion de Freitas, terapeuta de I Ching. Ele narra a sua experiência:

Meu ofício é o I Ching, o milenar texto de sabedoria chinesa, através de consultas oraculares e cursos de interpretação. Com a chancela do Sergio Seixas e da Lygia Franklin, antigos companheiros de trabalho no Rio de Janeiro, meu ingresso na equipe do então Anahata se deu em 2005. E existe alguém que não tenha sido arrebatado pelas impressões de sua primeira visita ao Anahata com seus amplos jardins? As majestosas árvores da frente, a bela e extensa casa de salas aconchegantes e janelas abertas para uma sucessão de gramados, e águas, e plantas, e flores... Comigo não foi diferente, surpresa e encanto na ensolarada manhã de agosto da minha chegada. Porém nem tudo eram flores do Anahata. Havia também as pessoas. Sobretudo Elsbeth, a visionária e inspirada hierofante que dera concretude ao sonho, e Rose, antes das danças, ainda no comando da secretaria, mas desde já, verdadeira elfa que era, impregnando o espírito do Anahata com a harmonia, a beleza e a serenidade que o tornaram no espaço tão distintivo que é. E depois no correr dos meus 7 anos de atuação os inúmeros colegas, alunos e clientes que tive a satisfação de conviver, vários dos quais se tornaram grandes amigos.

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Indo ao encontro de um anseio há muito latente entre as pessoas que faziam parte do processo, o Projeto Viola Mammola foi implantado em algumas escolas e creches públicas municipais de Blumenau, através da intermediação de Regina Zeferino Weisheimer, prolongando-se até 2008.

O caminho para conseguir aprovar essa implantação foi muito longo”, afirma ela, destacando a dificuldade de convencer os burocratas da validade de um programa inovador e diferente. Mas a batalha foi vencida e um grupo de terapeutas do Anahata passou a desenvolver atividades com crianças dos Centros de Educação Infantil (CEI), nas quais mesclavam-se o lúdico e o desenvolvimento de uma nova consciência. “Quinzenalmente a equipe do Anahata ia desenvolver linguagens artísticas com as crianças, tais como consciência corporal, tai chi chuan, arte com as flores prensadas e outras atividades. Como forma de integrar as duas linguagens, foi organizada uma noite de encontro entre as equipes dos CEI´s e o pessoal do Anahata. Foi muito especial, principalmente para o pessoal dos CEI´s, usufruir de um encontro com espiritualidade e experiências sensoriais.” Regina ainda conclui falando que, ao lado do significativo trabalho executado nos CEI´s, ela também desenvolveu uma importante caminhada para a vida dentro do Anahata. “Sempre participei de tudo, fiz muitos cursos e formações. Quando a gente bebe dessa água não consegue mais sair, o autoconhecimento vai descortinando novos panoramas e dá vontade de ir sempre mais adiante. Aqui encontrei e desenvolvi cuidado humano e consegui dissolver muitos dos meus conflitos. Foi o aprendizado adquirido aqui que me auxiliou a enfrentar um dos maiores desafios da minha vida, o câncer. Elsbeth assumiu essa ‘bronca’ comigo e se tornou meu chão espiritual, apoiando e orientando a minha caminhada. Graças a isso saí inteira do processo, surpreendendo a todos... passei por tudo isso e estou aqui!

Sutilmente e sem que as pessoas sequer percebessem que o processo estava em andamento, fatos começaram a se alinhar e ocorrer, levando vagarosamente a grande mudança que o Anahata experimentaria dali

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a alguns anos. Em 2005, por exemplo, Daniel Rischbieter, neto de Elsbeth Willecke, fundou uma produtora de vídeo e montou seu escritório na casa de sua mãe, Bettina, que mora junto ao Jardim do Anahata. Alguns anos depois as mudanças o obrigaram a buscar outro local e a escolha recaiu na sede do Anahata, iniciando um processo que resultaria num espaço de trabalho compartilhado. Nesse mesmo ano algumas alunas que haviam concluído a formação em Terapia Floral com Telma Buarque começaram a se reunir para fazer estudos de caso, trabalho que desembocaria na ocupação de novos espaços na sede do Instituto, depois de sua dissolução. Mas em 2005 esse panorama ainda não ficara claro para as pessoas que militavam no Instituto, e as atividades continuavam intensas e bem organizadas, sob a batuta de Elsbeth e Rose. Em 2007, nova e arrojada iniciativa levou os benefícios do Anahata para a esfera empresarial. Numa inédita parceria com o Anahata, uma empresa química de Blumenau criou o que foi denominado “Espaço Girassol”. Quem explica o processo é Helena Mantau Lodetti, que foi a pessoa de ligação entre a indústria e o Instituto.

Uma vez por semana, por al-

cesso. Duas ou três semanas

gumas horas, Elsbeth atendia

depois, havia o retorno. Cada

colaboradores que buscavam

atendimento tinha duração de

ajuda por estarem passando

30 minutos, mas tinha pro-

por

ou

fundidade e apesar de todo

orientação

sigilo, percebia-se mudanças

para alguma questão do mo-

importantes e duradouras nos

alguma

necessitando

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dificuldade de

mento. Na consulta, fazia-se

colaboradores que se benefi-

o diagnóstico do problema

ciaram deste espaço. A em-

trazido e as causas ocultas.

presa, além de proporcionar

Também era elaborada uma

a estrutura, pagava os aten-

fórmula contendo de 1 a 7

dimentos realizados por Els-

florais, para dar apoio ao pro-

beth. Os colaboradores paga-


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Também foi no ano de 2007 o lançamento do DVD “O desabrochar da alma humana”, elaborado em parceria com Rosane Kurzhals. O trabalho é uma homenagem ao sábio, poderoso e nutridor espírito da natureza e das suas muitas manifestações, objetivando a conexão do ser com a energia amorosa abundante no cosmos. Utilizando cores, sons e imagens inspiradoras, o DVD visa levar o espectador a um estado superior de consciência, prece, gratidão, alegria e celebração da vida. Nem é necessário dizer que todas as imagens, de autoria de

vam pelos florais. O Espaço esteve ativo até 2008 e em 2010 foi reaberto, por cerca de mais um ano. Foi uma experiência muito marcante e especial! Um projeto inspirado em acolher amorosamente pessoas, conscientizando-as da responsabilidade de suas escolhas em um ambiente diferente do habitual com relação à escuta terapêutica.

Patrícia Mothé Mergulhão, foram feitas no Jardim do Anahata. Muitos, incontáveis, casos de superação dão o testemunho do fantástico trabalho de expansão de consciência promovido pelo Anahata e seus trabalhos. Um exemplo é de Solange Dickmann, participante desde as primeiras reuniões de formação, quando um pequeno comitê se aglutinou em torno de Elsbeth para viabilizar a criação do Instituto. Solange relembra:

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Quando me aproximei da Elsbeth e me interessei pela formação do Instituto, internamente eu estava muito depressiva e angustiada. Mas eu queria muito me curar e visualizava o Anahata como um caminho para isso. Fazendo mapa natal com Sergio, tarot com a Lygia, além de muitos outros cursos, workshops e vivências, aos poucos fui ficando forte e aprendendo a viver com espiritualidade. Aqui aprendi a ter consciência do corpo e do espírito, enfim, posso dizer que aprendi a ter consciência do meu ser. Eu renasci para uma nova vida, dessa feita com total consciência do meu papel no universo, graças a todo o trabalho realizado no Anahata. Elsbeth eu considero uma guia que me conduziu pelo caminho da sabedoria.

Importante ainda o testemunho de Geraldine Nebelung, que era amiga pessoal da fundadora do Anahata muito antes de tudo acontecer e acompanhou, participando ativamente, de toda a sua história.

Quando casei e vim morar em Blumenau, Elsbeth foi minha primeira amiga, então eu acompanhei todo o processo muito de perto. Inclusive quando ela começou a sua busca, pude ajudar, pois trabalhava com turismo e organizava as viagens dela da melhor maneira possível. Quando ela iniciou o Anahata, eu estava numa fase complicada e precisava de ajuda. Nunca imaginei que a ajuda viria dali em um volume tão significativo e resoluto. Eu era parte da casa, participava das palestras, dos cursos e de todos os trabalhos que tanto me apoiaram na minha caminhada. Admiro a coragem da Elsbeth, implantando e mantendo um trabalho tão novo e único numa cidade como Blumenau. A verdade é que, ao longo dos anos, mesmo quem tinha preconceitos foi se desenvolvendo e usufruindo dos resultados benéficos dos trabalhos do Anahata. A nossa vida é uma trança, interagimos e auxiliamos uma a outra por toda a vida. Se eu tivesse que resumir essa história em três palavras, seriam harmonia, ética e liberdade!

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Em novembro de 2008, após uma grande enchente que assolou Blumenau e região, o Anahata, que não foi atingido, organizou uma equipe para atendimento aos flagelados nos abrigos, que recebeu o nome de “Florais para o Vale”. O projeto recebeu doações de essências florais de diversas empresas distribuidoras e até da Holanda. A Terapia Floral, que viera num processo crescente de amadurecimento e já formara muitas terapeutas a partir da formação com Telma Buarque, foi fator determinante nesse atendimento. Silvana Hilgenberg, terapeuta floral formada no Anahata e hoje ocupante de uma sala no Jardim do Anahata, lembra dessa situação:

Foi em 2007 que comecei a ocupar uma sala aqui no espaço para atender com a terapia floral, cuja paixão adquiri e desenvolvi aqui também. Depois da enchente de 2008 ajudei a formar a equipe que desenvolveu o projeto Florais para o Vale, através do qual atendemos emergencialmente os flagelados das enchentes e permanecemos no suporte por um ano. Foi fantástico observar o progresso dos nossos pacientes, o retorno deles era muito legal.

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Ao completar quinze anos de existência, o Anahata já não era mais uma experiência tímida e iniciante. Tinha maturidade e robustos resultados para mostrar o acerto de sua iniciativa. E na retaguarda de todo esse processo formidável, de trabalho intenso e organização aprimorada, sempre esteve a figura de Elsbeth Willecke, uma mulher admirada de maneira unânime por todos que tiveram a felicidade de passar pela sua vida. Através de seus trabalhos de cura, harmonização energética, terapia floral e os ensinamentos sintetizados no método autoral denominado “Conhecer-se”, auxiliou gerações de pessoas, conduzindo os perdidos ao rumo e os necessitados até a sua autoajuda. Seu filho Romeu Ernesto Willecke Junior dá um parecer a respeito do processo pessoal que levou a mãe a transcender seu papel maternal e social para o de uma verdadeira defensora do autoconhecimento:

Fico imaginando por quais caminhos andou o pensamento da minha mãe, para transformar todas as reflexões motivadas por um profundo processo de doença, numa iniciativa corajosa como essa. Ela é uma pessoa agregadora, sempre fomentou as coisas nas quais acreditava e tinha o dom de fazê-las crescer e, no caso do Anataha, somou a isso dois fatores importantes: os cursos que fez e o apoio que recebeu do meu pai. Sem ele provavelmente ela não teria conseguido, então eles formaram uma dupla imbatível nessa caminhada. Também admiro a sabedoria dela de ter percebido a hora de desembarcar do projeto como líder e embarcar em novos tempos e sonhos, cumprindo todas as etapas do projeto. Esse sonho que ela sonhou há mais de vinte anos é hoje uma estrela no firmamento das pessoas que almejam melhoria na qualidade de vida. Hoje vejo que o Anahata é um projeto muito bem realizado com começo, meio e fim, assim como tudo na vida.

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Pessoas beneficiadas diretamente pelo trabalho de Elsbeth, seja pelos atendimentos, seja pelos ensinamentos, são muitas e todas têm ricas histórias e testemunhos para dar. Nadine Olinger Berndt é uma delas.

Comecei a frequentar o Anahata assim que houve a virada do milênio, pois essa foi uma época que nos trouxe grandes questionamentos e eu queria entender esses aparentes mistérios. Vivia desafios pessoais que me fizeram procurar um suporte para as ansiedades e medos gerados no processo. Comecei pelo curso ‘Conhecer-se’ e ali começou uma linda jornada de autoconhecimento. Depois fiz ‘Contratos Sagrados’ e outros cursos, sempre com Elsbeth, e daí comecei a fazer atendimentos com ela também. Lembro que nos nossos encontros ela sempre enfatizava que a doença era um caminho para desenvolver atitudes curadoras, e esse entendimento me marcou muito. Superei minhas crises e me tornei mais capaz de lidar com pessoas e situações, a partir do que aprendi. Resumindo, com a Elsbeth aprendi a ter espiritualidade e paz!

Nas palavras de Ruth Bergan também se encontra a satisfação de quem, de maneira despretensiosa, encontrou até mais do que ousaria pensar em buscar, frequentando os trabalhos do Anahata:

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Eu sempre esperava pelo dia de ir lá. Seja nos cursos que fiz, como nas reuniões mensais com a Elsbeth, ou nas noites de partilha e de lançamento vivenciadas! Era muito importante para mim! Olhando as fotografias que tenho desse tempo, numa delas senti falta do Nero, pois ele não apareceu junto... Ele era o cachorro da Elsbeth, que segundo ela, gostava de aprender também com o grupo! Como era importante o grounding e meditação que fazíamos ao final das reuniões! Sempre saía melhor de lá, mais equilibrada, mais em paz. Essa harmonização foi uma bênção em nossas vidas e sinto falta disso até hoje. Ela unia o grupo. Lembro das colegas, das falas da Marina, da Amália... Sempre gostava de estar com todas. Sinto-me agradecida à Elsbeth, por tudo o que nos ensinou e proporcionou!

Outro testemunho tocante é o de Rodrigo Valoski, aluno do curso Conhecer-se. Ainda adolescente,

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cheio de problemas, dúvi-

“A primeira viagem foi uma

que fui ao Anahata, com-

das e medos, procurava por

grande

mas,

preendi que havia achado

expectativa

um lugar onde eu pudes-

quando conheci o Anahata,

ali o lugar que ia me ajudar

se confiar e sentir-me em

a Elsbeth e o seu trabalho,

a evoluir, ser alguém me-

casa. Após ler o livro Mãos

a conexão foi feita, fiquei

lhor. Mesmo o lugar sendo

de Luz da Barbara Brennan,

extremamente impressiona-

muito longe da minha cida-

procurei

terapeutas

do com o profissionalismo

de, encarei isso como algo

credenciados e acabei por

e harmonia do local. O ‘Har-

que poderia me ajudar ainda

encontrar

monizar-se’,

rea-

mais, me fazer sair da zona

Blumenau, que era o mais

lizado pela Elsbeth, foi um

de conforto e provar para

perto da cidade onde eu

divisor de águas na minha

mim mesmo que eu tinha

moro, Curitiba” explica ele.

vida. Depois da primeira vez

força de vontade suficiente.

pelos o

Anahata

em

trabalho


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Ano após ano continuei a ir ao Anahata, e, além do ‘Harmonizar-se’, acabei por conhecer vários outros cursos e eventos,

vida. Em todos esses anos, a

soais, porém com o tempo e

tal como ‘Conhecer-se’, minis-

minha evolução foi enorme,

com a evolução pessoal que

trado também pela Elsbeth, o

eu posso dizer que se eu não

aconteceu comigo, amadureci

Tarot e Astrologia, ministra-

tivesse conhecido o Anahata,

e evolui, me ligando de forma

dos pela Lygia e o Sergio, e o

eu não sei quem e como eu

mais holística a tudo. O Anah-

Reiki, ministrado pela Vera. O

seria hoje, não poderia ter es-

ata foi mais do que eu espera-

Reiki acabou sendo uma das

colhido um caminho melhor e

va, foi o divisor de águas na

maiores peças do quebra-ca-

mais acertado. No início, eu

minha vida.

beças que faltava em minha

trazia muitos problemas pes-

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Vale ainda conhecer o testemunho de Leonardo Dellagiustina, também aluno do “Conhecer-se”:

A primeira impressão que tive quando conheci o Anahata foi excelente. Um jardim com diversas flores, árvores frondosas, lagoa, exuberante natureza e uma bela casa, remetiam a aconchego e paz. Este ambiente era propício para o estudo de si mesmo, para trabalharmos com as nossas virtudes e, principalmente, trazer à tona as sombras de nossa personalidade. A primeira palestra que fui era a apresentação do curso ‘Conhecer-se’. Este era justamente o curso que eu procurava. Baseado na prática do livro ‘Mãos de Luz’ e em alguns outros sistemas, na época desconhecidos para mim, através da instrutora/terapeuta Sra. Elsbeth, pessoa que transmitiu grande experiência vivida e uma busca sincera, atributos com os quais me identifiquei e também procurava. Estava decidido, eu faria o curso! Assim começou a minha jornada de estudos no Anahata, através do ‘Conhecer-se’, através da Sra. Elsbeth, mulher que cuidava das flores do harmonioso Jardim do Anahata e que trabalhava também para o ‘desabrochar das almas’ de pessoas que ali circulavam.

Parecia impossível, mas aconteceu! Em setembro de 2011, a catástrofe se repetiu. As águas vorazes do Rio Itajaí-Açu inundaram a sede do Instituto Anahata, numa trágica repetição de tantos anos atrás. Se o processo que deu origem ao Anahata iniciou numa enchente, o processo que

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finalizou suas atividades, da forma como estavam estruturadas, foi desencadeado por outra. O desânimo de ver a sua obra mais uma vez abalada pela intrusão indesejável das águas fez com que Elsbeth, ao longo dos dias que se sucederam ao ocorrido, tomasse uma difícil decisão. O Anahata, enquanto instituto fisicamente constituído, iria acabar! Novos tempos se apresentavam, novos desafios apareciam e estava na hora de reformatar os processos e gestar algo novo. O trabalho do Anahata, desenvolvido ao longo dos dezoito anos anteriores, lhe conferira uma efetiva maioridade. Agora os tempos eram de novos rumos, diferentes propostas e mais leveza no processo. E foi assim que nasceu o Portal Papillon. O grupo base de terapeutas que atuavam no Anahata foi reunido e a proposta foi apresentada: depois de dezoito anos trabalhando num endereço fixo e estabelecido, a proposta era a expansão das atividades através da formação de um portal na Internet, que passaria a hospedar terapeutas, trabalhos e propostas do grupo. Uma ideia tão nova e revolucionária quanto aquela que, há quase duas décadas, dera origem ao Instituto. Rose, auxiliar e grande parceira de Elsbeth na gestão do Anahata, lembra do impacto daquela decisão:

O fechamento do Anahata me pegou de surpresa, mas se analisarmos bem, já havia no ar uma energia de mudança, muitas pessoas adotando outros formatos de atendimento, mas a enchente acelerou o processo.

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Nosso maior medo não é de que somos inadequados. Nosso medo mais profundo é de que somos poderosos além da conta. É a nossa Luz, e não a nossa Sombra que nos assusta. Nós nos perguntamos, quem sou eu para ser brilhante, bonito, talentoso e fabuloso? Na verdade, quem você é para não SER? Você é um filho de Deus. Você fazendo pouco de si, não serve ao mundo. Não existe nada de iluminado em se diminuir, de forma que os outros ao seu redor se sintam inseguros. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus que está dentro de nós. Isto não está somente em alguns escolhidos; isto está em todas as pessoas. E quando deixamos a nossa luz brilhar, inconscientemente damos permissão para que os outros façam o mesmo. Ao mesmo tempo em que nos liberamos do nosso próprio medo, nossa PRESENÇA automaticamente libera os outros. Nelson Mandela, em seu discurso inaugural como Presidente da República da África do Sul


CapĂ­tulo 6

Um novo ciclo,

o jardim renasce (de 2012 a 2016)


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Em janeiro de 2012 a psicoterapeuta Márcia Ferrão, então coordenadora do Pathwork, procurou Elsbeth para se instalar no antigo local, a fim de atender seus grupos, numa extensão dos trabalhos que vinha desenvolvendo ali. Elsbeth relutou um pouco, não era bem isso que ela desejava, ser uma espécie de “locadora de espaços”. Desde que a segunda enchente a atingir o espaço a fizera decidir pela finalização do Instituto, ela se voltara para o jardim, numa percepção de que o seu trabalho encontrara a sua continuidade ali, entre as flores, grama e lagos daquele pequeno paraíso. Mas Márcia insistiu e Elsbeth acabou cedendo. Em seguida veio o grupo de Terapia Floral, que ela coordenara até o ano anterior, mas de cuja coordenação abrira mão para Anete Beatriz Effting, outra frequentadora de primeira hora ou, como ela gosta de dizer, “cria do Anahata”. Segundo Elsbeth,

é impressionante e uma das maiores belezas do nosso trabalho, observar quantas pessoas, que aqui acorreram, em busca de cura para seus males, e que acabaram encontrando um caminho profissional através das terapias. Formamos muito terapeutas florais, mestres reikianos, outros terapeutas alternativos que hoje são conhecidos e respeitados, e começaram aqui como pacientes.

Anete Effting é certamente um desses casos. Frequentadora do Anahata desde o ano 2000, passou por inúmeros trabalhos e atendimentos oferecidos pelo Anahata até se tornar terapeuta floral, professora de formação em terapia floral e coordenadora do grupo de estudos em florais, que atua sob a égide do Portal Papillon.

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O Anahata foi desde sempre um local onde me senti acolhida e identificada. Aqui sempre foi a minha família de alma, a salvação da minha vida, porque se eu não tivesse encontrado esse acolhimento e reconhecido meu verdadeiro caminho, talvez estivesse perdida até hoje.

O fato é que o grupo de terapeutas florais precisava de espaço físico para suas reuniões, para ministrar cursos e realizar atendimentos, e, em acertos com Elsbeth, também passou a ocupar um espaço físico no extinto Anahata. Sem que quaisquer das pessoas ali percebessem, começava a se delinear um novo formato do antigo propósito, um espaço de trabalho compartilhado dentro do jardim, agora denominado Jardim do Anahata. Tudo a ver com a filosofia sempre praticada pelo Anahata! O jardim se expressava, cada vez mais lindo e harmonioso, contendo por assim dizer aquela nova proposta de trabalho. Em julho de 2012, outra aquisição veio corroborar o novo perfil que o antigo instituto estava desenhando. Adelaide Hennemann Bertoncini, professora de Yoga e dona da Escola Mitra Yoga procurou Elsbeth para alugar um espaço para sua escola.

Eu estava estabelecida no centro de Blumenau, mas sempre que passava na frente do Anahata, para visitar parentes, meu coração batia mais forte e eu suspirava. Que sonho seria dar aulas de yoga num espaço tão privilegiado e harmônico quanto este! E aquilo que eu achava impossível aconteceu. Procurei a Elsbeth, conversei com

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ela e deu tudo certo, a minha escola veio se integrar nesse novo espaço que passava a ser chamado de ‘Jardim do Anahata’. A energia dele mudou a dinâmica da minha escola e levei algum tempo para ancorá-la aqui. Mas hoje considero um privilégio desenvolver minha prática em ambiente tão acolhedor, que inspira bem-estar e relaxamento. Outro aspecto fantástico de estar aqui é a possibilidade de interação com outros profissionais que também atuam na área do autoconhecimento. Instalar a minha escola aqui me fez entrar numa nova egrégora, que oportunizou crescimento pessoal e ao meu trabalho. Acho que formamos uma teia e a minha escola é um dos fios dessa incrível trama de acolhimento e expansão da consciência.

Ainda naquele mesmo ano Rose, que passara a ser administradora do Portal Papillon, em parceria com Nana Toledo, trouxe as danças circulares. As terapeutas, junto a Silvana Hilgenberg (terapeuta floral) e Kátia Kegel (nutricionista), formaram uma nova equipe que também passou a atender no espaço de trabalho compartilhado. Em 2013, o neto de Elsbeth, Daniel, mudou sua produtora de vídeos para o Anahata.

Aqui sempre foi a casa dos meus avós, a minha referência quando criança, mas aos poucos percebi uma dimensão maior do espaço, quando passei a ocupá-lo profissionalmente. É muito bom vir diariamente para esse espaço, conviver aqui, nesse entorno lindo e envolvente que, além de conter minhas memórias mais preciosas, me inspira com sua beleza. Minha avó e eu nos entendemos muito bem, temos uma linguagem comum, e essa confluência de ideias não só aumentou quando vim trabalhar aqui, como também gerou um trabalho conjunto. Fizemos em parceria o audiovisual ‘As quatro estações do Jardim do Anahata’ e temos muitos outros planos nesse sentido.

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O audiovisual representou uma canalização de energias, necessária após o encerramento das atividades do Instituto. O projeto serviu de ponte para o que estava por vir... mais uma mudança! Segundo Elsbeth,

além do texto, que eu escrevi, Fernando compôs a trilha sonora, Daniel captou as imagens no jardim e produziu o vídeo. O lançamento foi em junho de 2013, muitas pessoas compareceram e o lugar estava mais uma vez iluminado, acolhedor e festivo. Edna fez um creme de alho-poró servido num pãozinho italiano... hum!

Os espaços da casa que fora o instituto foram ocupados organicamente, de maneira suave e complementar e, em 2013, lá estavam a escola de Yoga, a sala dos grupos de Pathwork, atualmente coordenados por Solange Wink, a produtora de vídeos de Daniel, a sala das terapeutas que fazem atendimento floral, respiração e nutrição e a sala de atendimento de Elsbeth, que jamais saiu do seu local original. Mesmo com todas as mudanças e revezes, ela seguia atendendo seus pacientes, muitos dos quais estabeleceram com ela um vínculo indestrutível. Além dos muitos casos já citados, há o testemunho de Niki Sakamoto, que sintetiza com brilhantismo a sua trajetória:

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A primeira vez que fui ao Jardim do Anahata foi em um dia muito frio do mês de maio de 2006 para fazer o Nível I do curso de Reiki, com Vera Maria Flesch. Esse dia foi um divisor de águas na minha vida. Recebi a iniciação na energia Reiki, tive o meu primeiro contato com a natureza do Jardim e percebi que a partir dali eu tinha feito uma escolha e iniciava um caminho de aprendizado, busca e autodesenvolvimento. Desde aquele dia até hoje, o Jardim me acompanha: lá conheci pessoas maravilhosas, tive experiências incríveis e, assim como o Jardim, fui expandindo e me transformando. O Jardim é um lugar mágico. Um espetáculo da natureza cuidado e planejado com muito amor. A beleza delicada, o colorido e o perfume das flores, o cair das folhas secas no outono, as imponentes árvores, o banco, o balanço, o lago e a ponte formam uma harmoniosa orquestra para os olhos. Acho que poderia ficar horas sentada no banco embaixo do pé de Platanus, observando a paisagem e refletindo sobre a vida.

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Tive a oportunidade de ver e rever

norância de muitos, as adversidades e

todas as estações do Jardim: Prima-

muitas vezes a fúria da natureza, com

vera, Verão, Outono, Inverno. E tirar

o único propósito de ajudar as pessoas

uma lição de cada uma delas. Foi ali

a encontrarem a sua essência e se de-

que fiz meu primeiro mapa astral com

senvolverem como seres humanos.

o Sergio, minha primeira leitura de

Eu me tornei paciente dos florais da

Tarô com a Lygia, Respirei, tive conta-

Dona Elsbeth, foram muitas fórmulas e

to com os arquétipos (a Rainha, a Co-

sistemas (Bach, Californianos, Austra-

municadora, a Artista, a Guerreira) no

lianos) e cada um teve o seu tempo

curso ‘Contratos Sagrados’ ministrado

e função na minha vida. Ela acompa-

pela Dona Elsbeth e, depois de alguns

nhou e acompanha até hoje cada ciclo

anos e um longo caminho, me tornei

da minha vida Pessoal e Profissional,

Mestre de Reiki nesse local. Um pou-

sempre me guiando e ampliando a mi-

co depois que comecei a frequentar o

nha percepção sobre os acontecimen-

Jardim do Anahata, ganhei o presente

tos. Foram tantos medos transforma-

de conhecer a verdadeira Mãe e Rainha

dos em coragem, dores transformadas

desse lugar, Dona Elsbeth Willecke,

em esperança, tristezas transformadas

fundadora e idealizadora do Jardim do

em força e muitas alegrias transforma-

Anahata, autora do livro Conhecer-se,

das em estímulos. Revendo todo esse

terapeuta floral e grande estudiosa e

trajeto, impossível não me emocionar

curadora energética. O Jardim existe

com todo meu processo de transfor-

graças a essa mulher. Corajosa, pio-

mação pessoal e sentir uma gratidão

neira, espiritualizada, inteligente, em-

imensa por ter ela na minha vida. Se

preendedora e à frente do seu tempo.

ela fosse uma flor (porque para mim

Porque ela, com toda a sua sensibilida-

ela é uma flor) ela seria um girassol,

de, um dia teve um sonho com violetas

que está sempre na direção da luz e a

e anjos, e resolveu transformar esse

todos ilumina.

lugar em um espaço de cura e desenvolvimento pessoal enfrentando a ig-

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O espaço do Jardim do Anahata foi crescendo em sacralidade, paz e proteção espiritual de uma maneira que é absolutamente palpável para qualquer pessoa que transita por lá. Mesmo do mundo virtual surgem comentários como o de Cynthia Yara Blank:

Minha vida mudou ali, 1994. O lugar é mesmo para metamorfoses, inspirador. Sempre tem retorno para mais etapas, para borboletas de todas as cores e especies, mariposas. De profundo respeito e recomendação constante. Às vezes só de ver o banco do jardim acalma, e parece estar aí como te esperando...

Desde Evaldo Machado, o jardineiro que há anos segue as orientações de Elsbeth e cuida de cada cantinho do imenso parque no qual se transformou o jardim, sendo em parte responsável por sua beleza, ordem e cuidado, até cada visitante, aluno ou transeunte que tem a felicidade de passar por ali. Marget Hoops Luz, amiga e frequentadora de primeira hora, e que durante muito tempo desenvolveu cursos de Feng Shui no Anahata, é um exemplo disso. Ela afirma que até os dias de hoje, que não está mais ligada a nenhum trabalho específico dos que ali são desenvolvidos, sempre que pode passar por lá, senta no banco sob as árvores, admira o entorno e enleva a alma com a beleza do jardim.

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É sentada lá que as memórias voltam e refaço os passos que tracei, ao longo de mais de 20 anos, acompanhando a jornada de Elsbeth e do Anahata. Minha história com o Anahata vem de antes mesmo do seu começo, pois meu marido, Alberto Luz, sempre foi um artista plástico à frente do seu tempo, bem como a Elsbeth e o Anahata. Certa vez nos encontramos com ela e, conversa vai conversa vem, ele contou que andava sendo compelido a pintar de maneira compulsiva uma série de quadros, cuja inspiração ele vinha não sabia de onde. E pediu insistentemente que Elsbeth os visse. Quando conheceu o trabalho, ela ficou embasbacada. Eram seis obras, todas com o tema das borboletas, e, de uma forma inexplicável, elas continham um recado. Tinham sido feitas para ela e sintetizavam a sua missão e caminhada na Terra. Esses quadros estiveram desde sempre nas paredes do Anahata e, quando o Instituto foi desfeito, foram para a casa da Elsbeth e lá continuam, ilustrando o traçado de vida dessa fantástica mulher que ela é. Quanto a mim, é fácil resumir. Minha vida se divide em antes e depois do Anahata. Foi aqui que me descobri e desabrochei para a verdadeira corrente energética da vida!

O Pathwork, que foi um dos trabalhos de base do Anahata, continuou após a extinção do instituto e passou a fazer parte da nova proposta de trabalho compartilhado, inicialmente com a psicóloga Márcia Ferrão. Atualmente a coordenadora é Solange Wink. Segundo ela,

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o Pathwork foi a minha grande descoberta, e desde que eu o conheci passou a ser meu norte, meu guia pela vida. Segui a minha caminhada de estudos sempre próxima da Elsbeth, nos reuníamos semanalmente para troca de ideias e ela me orientou nas minhas múltiplas formações. Hoje, que coordeno os grupos de Pathwork aqui, tenho profundo respeito pela generosidade desse espaço e da Elsbeth, que sempre fez questão de dividir seus conhecimentos com todos a sua volta.

A multiplicidade de efeitos do Jardim na vida das pessoas é uma energia que se espraia sem limitação de tempo ou espaço. É possível notar esse encantamento também nos netos da fundadora do Jardim do Anahata que, mesmo morando em outra cidade – Florianópolis –, usufruem e cultuam a energia do Jardim. Thiago Guedes Willecke, filho mais jovem de Robert Willecke, assim se expressa:

Para mim o Jardim do Anahata guardará para sempre a conotação de ‘casa encantada da Oma’. Conviver com aspectos místicos e com a jornada do autoconhecimento que é comum a muitos membros da minha família me trouxe respostas para muitos enigmas existenciais e a figura da minha avó é a peça central nesse quebra cabeças. Tenho a maior admiração pela minha avó Elsbeth, por ter encontrado um propósito para a vida e tê -lo transformado numa realidade palpável.

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Já sua irmã Rafaela Willecke afirma que cultiva, até os dias atuais, uma profunda memória afetiva com o local.

Com certeza deixamos uma energia amorosa naquele local, quando, por exemplo, procurávamos ovinhos em meio aos canteiros de flores e galhos de árvores, na ocasião da Páscoa. Mesmo que não soubéssemos, essa energia deve ter se incorporado ao projeto que, tanto tempo depois, desembocou num lindo empreendimento.

Lygia Franklin de Oliveira, uma das mais antigas parceiras do Anahata, com seu marido Sergio Seixas, também continuam desenvolvendo suas atividades dentro da nova proposta de trabalho compartilhado. Ela é quem sintetiza, com brilhantismo, a trajetória e o processo do Jardim do Anahata e de sua fundadora:

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O Anahata é a realização de um projeto de expansão da consciência humana que deu muito certo. A alma de Elsbeth, que ressoa em uníssono com a minha, nos dá uma profunda compreensão da necessidade de trabalhar com essa expansão, apesar da coragem necessária para vencer as resistências que sempre existiram. Eu sempre fui observadora da força dessa mulher e a admiração se fazia constante. Sergio e eu vínhamos e íamos embora, mas ela ficava aqui e sustentava toda essa estrutura com a força do seu caráter. Nas nossas idas e vindas, passamos a levar muitas mudas que ela, amorosamente, nos dava e hoje temos um pequeno Jardim do Anahata em Pássara, nossa propriedade no Rio de Janeiro. Formamos com ela e com esse lugar um laço imensurável, cujo vínculo permanece perenizado. Para mim o Jardim do Anahata é um lugar de trocas profundas, tanto com pessoas quanto com a natureza, é a plena construção de um sonho!

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No ano de 2014, o arcabouço espiritual do novo projeto que se oficializou com o nome de “Jardim do Anahata” ganhou um símbolo de forte significado. Depois de uma visita aos jardins de Monet, em Giverny, na França, Elsbeth teve a inspiração de construir uma ponte sobre um dos lagos do jardim, a que chamou Ponte da Integração. Era a ideia da nova formação estrutural do jardim que tomava forma, integrando o velho, o novo e os profissionais que acorriam ao espaço, buscando desenvolver suas práticas num local onde a energia já havia sido preparada para isso. Em 2015, foi a vez da escultura em madeira que foi denominada “Totem Celebrando a Vida”.

A origem dessa peça é uma gigantesca raiz resgatada de uma área inundada pelo artista plástico Juliano Guidi. Sempre falei que se um dia eu encontrasse uma obra que traduzisse o nosso trabalho e o nosso propósito aqui, eu compraria esta obra. Mesmo porque a arte sempre esteve presente na minha vida e por consequência ajudou muito a desenhar o formato de todo processo de criação deste lugar. A pedra que dá base para esta escultura, é uma pedra de moinho (que serve para moer grãos). Foi um presente do meu sogro, quarenta anos atrás. Pacientemente, ela esperou todo este tempo para Servir de Suporte. O autor, Juliano, trabalha com madeira resgatada de áreas inundadas e as transforma em belíssimas esculturas ou diferentes objetos úteis. Nada mais apropriado para traduzir a história de quem já esteve submerso, integrou, transformou e transcendeu sua história. A peça valoriza o Jardim do Anahata nas diferentes fases e traduz nossa

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história literalmente. A Arte é uma revelação para o espectador. Então, no Totem podemos ver e interpretar vários ângulos: o eixo vertical – Céu e Terra; a junção do masculino-feminino; a integração da Luz e da Sombra; e muito mais. Ele nos faz enxergar a importância do resgate da nossa história, de juntar nossos pedaços, de honrar tudo, os bons e os maus momentos da vida para a integração de um novo começo, sempre.

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Segundo Elsbeth, uma mulher sempre à frente de seu tempo,

a publicação desse livro em 2016 tem forte conotação de conclusão de um ciclo. Mas quem poderá saber que outras etapas haverão de vir?

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Linha do tempo (de 1983 a 2015)


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Maio de 1983 – Elsbeth Willecke inicia a trajetória de construção mental do Anahata a partir de alguns sonhos premonitórios;

Agosto de 1993 – contratação de Ivete Marlene Dorow Ludwig como secretária do Instituto;

04.09.1993 – Curso “Leis da mente e a cura”, ministrado por Sérgio Resende Couto e Ricardo Martins de Farias;

03.08.1993 – Inauguração oficial do Anahata; elaboração dos Estatutos do Instituto e formação de uma diretoria;

14.08.1993 – Realização do primeiro curso oficial do Anahata: “Relacionamento, comunicação, expressão e casamento”, ministrado por Sérgio Resende Couto e Ricardo Martins de Farias;

28.08.1993 – Curso sobre Amor, ministrado por Sérgio Resende Couto e Ricardo Martins de Farias;

10.09.1993 – Curso de Numerologia, ministrado por Yolanda Brand;

Setembro de 1983 – Implantação das aulas de Yoga no Anahata, inicialmente com Leandro Heuser;

10.11.1993 – Início do ciclo de trabalhos da Terapia Artística, com a presença de artistas como Elke Hering Bell, Lygia Roussenq, Alberto Luz e Pedro Dantas Rodrigues, entre outros;

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22.10.1993 – Realização do curso: Autoconhecimento, cura e desenvolvimento pessoal, com Angela e Marcel de Carvalho Grezet;

25.11.1993 – Realização do curso Biografia Humana, com a equipe do Instituto Artemísia, de São Paulo, formada por Edna Andrade, Dieter Pfister, Suzana Andrade e Amparo Del Moral;


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Fevereiro de 1994 – Publicação do primeiro folder do Anahata, contendo toda a programação do Instituto;

04.03.1994 – Realização do primeiro curso de Nutrição e Saúde natural, com Elaine de Azevedo e Ricardo Pchara;

15.03.1994 – O astrólogo Sergio Seixas realiza, pela primeira vez, uma palestra no Anahata, falando sobre Astrologia. Nos dias seguintes ministrou um curso sobre Astrologia e realizou atendimentos individuais em astrologia, iniciando uma parceria ininterrupta com o Anahata, que perdura até os dias atuais; Abril de 1994 – O psicólogo Alcides Ignácio inicia atendimentos especializados em Gestalt Terapia;

14.04.1994 – Realização de uma tarde de troca de vivências, com a participação de mais de 20 pessoas. Essa prática se tornaria cíclica no Anahata, ocorrendo 2 vezes por mês;

05.05.1994 – Apresentação e curso de Bio Dança, pela ministrante Clarice Correa;

Março de 1994 – Início do programa Viola Mammola, voltado para crianças, com diversas atividades e encontros periódicos; início também das atividades de atendimentos fixos de inúmeros terapeutas no Anahata, tais como Janeti Jungklaus, Claudia Obenaus, Maria Salete Lobe e Elsbeth Willecke, entre outros;

28.03.1994 – Inauguração da Biblioteca do Anahata, sob a coordenação de Maria Salete Lobe;

07.04.1994 – Realização do segundo curso Biografia Humana, com a equipe do Instituto Artemísia, de São Paulo;

18.04.1994 – Realização de um curso sobre Energia e Chakras, ministrado por Elsbeth Willecke;

11.05.1994 – Realização da segunda tarde de troca de vivências, com expressiva participação;

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15.05.1994 – Realização do segundo Atelier de Cura e Autoconhecimento, com Angela e Marcel de Carvalho Grezet;

02.07.1994 – Início do curso sobre Numerologia, com Yolanda Brand;

15.07.1994 – Palestra aberta com Neyde Soares Inneco. Tema: Os anjos e o crescimento espiritual dos homens. Nos dias seguintes, curso com esse mesmo tema;

10.08.1994 – Reunião festiva em comemoração ao primeiro ano de existência do Anahata;

15.09.1994 – Terceira edição do Curso Biográfico com a equipe do Artemísia, de São Paulo;

14.10.1994 – Seminário dos Sonhos, ministrado por Carlos da Silva;

04.11.1994 – Palestra seguida de curso: “Autoconhecimento, cura e desenvolvimento pessoal”, com Angela e Marcel de Carvalho Grezet;

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01.07.1994 – Palestra sobre Numerologia, com Yolanda Brand;

06.07.1994 – Início da programação de sessões de Tarot para autoconhecimento, com Marcelo Yuki;

27.07.1994 – Realização do curso: Processos de Cura e transformação, com Elsbeth Willecke;

26.08.1994 – Curso “Nutrição e saúde natural”, ministrado novamente por Elaine de Azevedo e Ricardo Pchara;

23.09.1994 – Início do Projeto 4 Estações, de música, com a realização do Concerto de Primavera. Apresentação de violão clássico com Tadeu Amaral;

28.10.1994 – Palestra aberta, seguida de curso com o seguinte tema: “A filosofia das diferenças através do mapa astral e dos florais de Bach”. Ministrante: Paulo Roberto Moreira Guimarães;

17.11.1994 – Inicio do curso de “Astrologia para autoconhecimento”, com Sergio Seixas;


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19.11.1994 – Curso sobre Radiestesia, com Yolanda Brand; 08.12.1994 – Realização do Concerto de Verão dentro do Projeto 4 Estações, com um recital de Everton Gloeden; 15.12.1994 – Realização da primeira Noite da Partilha;

Março de 1995 – Elsbeth Willecke abre, em parceria com Flávia Valentim, uma livraria voltada para publicações esotéricas, denominada Horizonte Espaço Alternativo;

25.03.1995 – Danças Circulares Sagradas e da Paz Universal, com Renata Ramos;

Janeiro de 1995 - Karin Diana Stoltz, até então funcionária da Blumenhaus Floricultura, assume a coordenação administrativa do Anahata com Ivete Marlene Dorow Ludwig;

12.03.1995 – Realização do curso de Auto Estima, com Rita de Cássia de Oliveira;

01.04.1995 – Primeira sessão do Jogo da Transformação, que seria realizado trimestralmente a partir dessa data, coordenado por Elsbeth Willecke e Flávia Valentim;

04.04.1995 – Curso de Tarot com Marcelo Passos; 20.04.1995 – Realização do Concerto de Outono, dentro do projeto 4 Estações; 29.04.1995 – Workshop “Vivendo a manifestação”, com Neide Soares Inneco;

10.05.1995 – Palestra sobre Biodança, com Elaine Corrêa;

05.05.1995 – Curso “Nutrição, saúde e culinária natural”, novamente com os ministrantes Elaine de Azevedo e Ricardo Pchara;

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17.05.1995 – Workshop “Líderes para o futuro”, com Alberto Barros e Endre Kiraly;

08.06.1995 – Realização do atelier “Cura e projeto de vida”, com Angela e Marcel de Carvalho Grezet;

14.06.1995 – Palestra “Libertar-se para viver”, proferida por Tereza Cristina Demétrio;

24.06.1995 – Curso “A sutileza das flores”, com Elsbeth Willecke;

12.07.1995 – Palestra “O corpo e sua mediação no processo construtivo da história individual e coletiva”, proferida por Amábile Dorigatti;

04.08.1995 – Palestra aberta com Sergio Seixas, sobre o tema “Família e Missão”;

16.08.1995 – Palestra “O caminho da física e o novo paradigma”, proferida por Wilson Deschamps;

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20.05.1995 – Cerimônia de premiação do concurso de poesias ecológicas, promovido entre os participantes do Projeto Viola Mammola;

11.06.1995 – Realização do 1º Encontro de Parcerias;

21.06.1995 – Terceiro concerto do Projeto das 4 Estações, Concerto de Inverno com a Orquestra Jovem do Teatro Carlos Gomes, sob a regência de Lolita Mello;

30.06.1995 – Palestra proferida por Juracy Cançado, do Rio de Janeiro, seguida de curso teórico vivencial “Do-In e fisiologia energética chinesa”;

03.08.1995 – Jantar festivo em comemoração aos 2 anos do Anahata;

13.08.1995 – Oficina “Terapia do Riso”, ministrada por Deva Ilaa;


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18.08.1995 – Palestra e curso “Vivendo a manifestação”, com Neide Soares Inneco;

13.09.1995 – Palestra “Porque adquirimos bem-estar, saúde, felicidade através do autoconhecimento”, com Paulino Jun Kamigashima;

27.09.1995 – Concerto da Primavera, dentro do Projeto 4 Estações;

11.10.1995 – Palestra sobre Menopausa, com Luiz Carlos Lins;

14.10.1995 – Vivência “A sutileza das flores”, com Bene Catanante, que seria o embrião da formação do grupo “Sempre Viva” de arte a partir de flores prensadas e secas;

06.11.1995 – Curso de Tarot com Marcelo Passos

20.08.1995 – Palestra e curso sobre Auto Estima, com Rita de Cássia de Oliveira;

22.09.1995 – Palestra e curso sobre Musicoterapia, ministrado por Gilcar Villas Boas e Amélia Schimabukuro

09.10.1995 – Curso de Ikebana, com Elia Mitsuko Kitamura;

13.10.1995 – Palestra e lançamento do livro “A voz da montanha”, com Miguel Ângelo Filiage e Bene Catanante;

27.10.1995 – Oficina de Danças Circulares Folclóricas dos povos, ministrada por Renata Carvalho Lima Ramos;

02.12.1995 – Curso Culinária de Natal Especial (receitas para um natal saudável), com Ricardo Pchara;

13.12.1995 – Concerto de Verão, do Projeto 4 Estações, acompanhado de exposição de trabalhos artísticos dos diversos grupos de arte terapia do Anahata;

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18.12.1995 – 2ª edição da Noite da Partilha; 20.12.1995 – Desligamento de Ivete Marlene Dorow Ludwig do Anahata; Karin Diana Stoltz assume integralmente a coordenação administrativa 26.02.1996 – Projeto “No mind – Meditação Ativa”, com Deva Ilaa;

25.03.1996 – Palestra “A natureza cura”, com Ramon Aramzati e Mauro Press;

12.04.1996 – Palestra aberta de Sergio Seixas, com o tema: “Mudar o passado, se dar um presente”;

18.03.1996 – Aula aberta com o tema “Desperte o magro que existe dentro de você” com Rita de Cássia Oliveira;

10.04.1996 – Pela primeira vez Lygia Franklin de Oliveira acompanha o esposo Sergio Seixas e inicia a sua caminhada como terapeuta do Anahata;

25.04.1996 – Palestra aberta sobre Iridologia, proferida por Clodoaldo Pacheco; 29.04.1996 – Palestra aberta com o tema “Tarot como autoconhecimento”, com Swami Dhyan Yukti;

03.06.1996 – Aula aberta sobre “Orientação alimentar e antidieta”, com Raquel Barros; 18.07.1996 – Curso “Relacionamento Homem & Mulher”, com Edna de Andrade e Ronaldo Perlatto;

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07.05.1996 – Palestra aberta sobre “Práticas e princípios da Comunidade Findhorn”, com May East e Craig Gibson, que visitaram o Anahata;

14.06.1996 – Palestra “Auto realização e projeto de vida”, com Carlos da Silva;


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09.08.1996 – Palestra “Meditação para o homem moderno”, com Swami Dhyan Yukti;

20.09.1996 – Palestra aberta com o tema “O que é necessário fazer”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

27.02.1997 – Palestra sobre Eneagrama, ministrada por Márcio Schultz;

25.03.1997 – 1ª reunião de grupo de estudos quinzenais coordenado por Elsbeth Willecke;

15.04.1997 – Curso “Orientação alimentar e antidieta”, com Raquel Barros;

19.06.1997 – Palestra sobre Tai chi chuan, com Byung Il Lee;

29.08.1996 – Palestra sobre Eneagrama, ministrada por Márcio Schultz;

04.11.1996 – Aula aberta sobre o atelier de Auto Estima, ministrado por Rita de Cássia Coelho de Oliveira;

14.03.1997 – Palestra aberta com o tema: “1997 – Ano de Júpiter e Urano em Aquário”, proferida por Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

27.03.1997 – Aula aberta sobre Eneagrama, ministrada por Márcio Schultz;

13.05.1997 – Palestra e curso de Dança de Raízes, com Ba Mamour;

20.06.1997 – Palestra sobre Terapia Floral, com Telma Buarque;

11.07.1997 – Palestra sobre Pathwork, com Renate Muller Caminha, seguida estruturação de um grupo de estudos sobre o tema;

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24.07.1997 – Palestra “A invenção do futuro – construção e descontrução do amanhã”, proferida por Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira; 29.08.1997 – Palestra e curso sobre Musicoterapia, ministrado por Gilcar Villas Boas e Amélia Schimabukuro; 19, 20 e 21 de setembro de 1997 – Exposição de trabalhos de Ikebana do Anahata na Praça da Harmonia do Shopping Neumarkt; Outubro de 1997 – As terapeutas Elsbeth Willecke, Solange Wink, Telma Buarque e Bárbara Schindler de Carvalho Leme, integrantes do Anahata, foram convidados para ministrar palestras aos alunos do Curso de Fisioterapia da Universidade Regional de Blumenau (FURB); 02.10.1997 – Workshop sobre Feng Shui, com Helena Gomes;

06.10.1997 – Palestra “Consciência pelo movimento”, com Bárbara Schindler de Carvalho Leme; 06.11.1997 – Palestra “Blumenau 97/98 – Tendências e significados de uma cidade em transformação”, proferida por Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

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16.08.1997 – Palestra sobre o Calendário Maia, com Paulo Roberto Poetto;

Setembro de 1997 – A equipe do Anahata participa, como convidada, de uma feira interna da Hering Têxtil, incluída na programação da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT);

19.09.1997 – Palestra sobre Pathwork, com Renate Muller Caminha;

01.10.1997 – Publicação da edição no 01 do Informativo Anahata, em substituição aos folders que eram publicados até então;

03.10.1997 - Palestra sobre Terapia Floral, com Telma Buarque;

20.10.1997 – Palestra sobre Auto Estima, com Rita de Cássia Oliveira;


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14.11.1997 – Palestra sobre Pathwork, com Renate Muller Caminha; 12.11.1997 – Início do workshop de Tecelagem, com Maria Carmem Von Linsingen; 18.11.1997 – Palestra “O Corpo sonoro”, com Ba Mamour; 20.11.1997 – Palestra “Rapa Nui – a ilha mágica”, proferida por Paulo Kronenberger; 21.11.1997 – Curso de Ikebana natalino, com Elia Mitsuko Kitamura;

13.12.1997 – Início do workshop de Balancing, com Carlos da Silva;

25 a 29.11.1997 – Participação da equipe do Anahata na Feira da Saúde da Ceval, evento anual do calendário de atividades daquela empresa;

15.12.1997 – Noite da Partilha; Janeiro de 1998 – Rosemir Treml, amiga e parceira do Anahata, abre em sua casa uma pousada exclusiva para hospedar terapeutas em trabalho no Anahata, denominada Caminho Verde;

24.01.1998 – Sessão de Jogo da Transformação, com a coordenação de Elsbeth Willecke;

27.02.1998 – Palestra e curso sobre Musicoterapia, ministrado por Gilcar Villas Boas e Amélia Schimabukuro;

13.01.1998 – Início do Curso especial para casais “Terapia do Riso”, com Deva Ilaá;

06.02.1998 – Palestra sobre o Calendário Maia, com Roberto Polleto;

03.03.1998 – Início do grupo de dança do ventre terapêutica, com Soraia Cani;

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03.04.1998 – Palestra sobre Pathwork, com Renate Muller Caminha;

16.04.1998 – Palestra e vivência “O perfume do movimento – campo de meditação”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

08.05.1998 – Palestra sobre Reiki, com Vera Maria Flesch; 11.05.1998 – Palestra sobre Aromaterapia, com Vanessa Baumgarten; 17.06.1998 - Palestra sobre Terapia Floral, com Telma Buarque; 26.06.1998 – Palestra sobre Pathwork, com Renate Muller Caminha; 11 e 12.07. 1998 – Curso de introdução à cultura do Bonsai, com Roberto Gutheil;

18.07.1998 – Vivência em Arte Terapia Gestáltica para grupos, ministrada por Lêda Maria de Campos;

20.07.1998 – Vivência em Ritmo, Expressão e Raízes, com Ba Mamour; 25.07.1998 – Seminário de Tai Chi chuan, com Byung Il Lee; 27.07.1998 – Palestra “Consciência pelo movimento”, com Bárbara Schindler de Carvalho Leme;

03.08.1998 – Palestra aberta sobre Aromaterapia, com Vanessa Baumgarten;

01.08.1998 – Fundação do Girassol – Espaço Integrado, ligado ao Anahata pelos mesmos propósitos, porém em espaço físico diferente;

10.08.1998 – Palestra aberta sobre Gestalt Terapia, com Alcides Ignácio Junior;

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13.08.1998 – Palestra aberta com o tema “Eu, a família e o mundo. Um olhar sobre o momento”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

23.08.1998 – Abertura da 2ª exposição de arranjos Ikebana do Anahata no Shopping Neumarkt;

27.08.1998 – Início do Curso Reiki II, com Vera Maria Flesch;

05.09.1998 – Palestra aberta sobre Aura Soma, com Zoraide Nair;

15.09.1998 – Palestra aberta sobre Chakras, com Elsbeth Willecke;

22.09.1998 – Palestra aberta sobre Aura Soma, com Zoraide Nair;

15.08.1998 – Vivência “Campo de meditação”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

24.08.1998 – Vivência aberta em Dança de Raízes, com Ba Mamour;

29.08.1998 – Início do Curso Reiki I, com Vera Maria Flesch;

11.09.1998 – Palestra sobre Pathwork, com Renate Muller Caminha;

18.09.1998 – Palestra vivencial sobre Danças Circulares Sagradas, com Ana Maria Machado;

28.09.1998 – Palestra vivencial “Consciência pelo movimento”, com Bárbara Schindler de Carvalho Leme;

06.10.1998 – Palestra sobre Terapias naturais, com Leandro Heuser;

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17.10.1998 – Curso avançado de Bonsai, com Roberto Gutheil;

05.11.1998 – Palestra “Tendências de um mundo em transição”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

12.11.1998 – Workshop “A natureza do afeto”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

20.11.1998 – Palestra “Terapia com essências florais”, ministrada por Telma Buarque;

15.12.1998 – Noite da Partilha;

25.01.1999 – Início do curso de férias para crianças, dentro do Projeto Viola Mammola;

03.03.1999 – Início da Formação de Instrutores em Tai Chi Chuan, com Byung Il Lee;

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24.10.1998 – Palestra e início do curso sobre o Calendário Maia, com Paulo Roberto Poletto;

07.11.1998 – Vivência aberta “Campo de meditação”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

13.11.1998 – Palestra “Tendências de Blumenau de 1999 a 2000”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira. Início do curso “Formação em Astrologia”;

07.12.1998 – Projeto “No Mind”, com Deva Ilaa;

01.01.1999 – Trabalho organizacional interno do Anahata, com formação de nova diretoria e organização de suas diretrizes de funcionamento e atividades;

23.02.1999 – Palestra aberta sobre Aura Soma, com Zoraide Nair;

05.03.1999 – Palestra vivencial sobre Danças Circulares Sagradas, com Ana Maria Machado;


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19.03.1999 – Palestra “Psico-net – A rede dos eventos. Navegando nos desejos, fatos e significados”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

08.07.1999 – Palestra “Homeopatia à luz das ciências modernas”, com Catarino Hernandez;

12.07.1999 – Início do projeto Viola Mammola de férias;

05.08.1999 – Início do workshop “A construção sistêmica da família no contexto trigeracional”, com Maria Salete Graf;

20.05.1999 – Palestra “O Caminho evolutivo da doença para a cura”, com Angela e Marcel de Carvalho Grezet;

12.07.1999 – Encontro de meditação “O veículo para a liberdade”, com Deva Ilaa;

01.08.1999 – Comemoração do aniversário de 6 anos do Anahata, com o Concerto de Bach e a interpretação do Mapa Natal do Instituto;

11.08.1999 – Realização de um encontro de meditação e vigília “Orai e Vigiai”; 23.08.1999 – Início da oficina específica “Arte – modos de ver”, com Lygia Roussenq;

16.09.1999 – Palestra sobre “Biografia Humana” com a presença de Gudrun Burkhard, Marisa Clausen Vieira, Luigia Nardone e Tito Lívio Soares;

11.09.1999 – 3ª exposição de Ikebana do Anahata no Shopping Neumarkt;

08.11.1999 – Encontro e práticas de Jin Shin Jyutsu, com Eleonora Sofia Dupont;

29.11.1999 – Workshop com o tema “Esse fenômeno chamado stress”, com Angela e Marcel de Carvalho Grezet;

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20.12.1999 – Noite da Partilha do milênio no Anahata, celebrando 7 anos de existência;

10.01.2000 – Início das reformas físicas da sede do Anahata, mudanças organizacionais e lançamento do site;

02.02.2000 – Início dos estudos de Chi Gong, com Byung Il Lee; 07.02.2000 – Reinício das atividades anuais do projeto Viola Mammola; 18.02.2000 – Palestra aberta sobre Biodança, com Mauro Rotenberg; 19.02.2000 – Vivência de Biodança, com Mauro Rotenberg; 25.02.2000 – Palestra aberta “Os sonhos na vida pessoal e profissional do terapeuta”, com Carlos da Silva;

01.03.2000 – Inicia uma nova dupla de secretaria no Anahata: Daniela Miranda e Sandra Hoffmann;

08.03.2000 – Participação do Anahata no Salão da Mulher, realizado pelo SESC de Blumenau;

13.03.2000 – Curso de tecelagem com Roberto Costa;

154

26.02.2000 – Início da formação em Polaridade Sinergética, com Carlos da Silva;

04.03.2000 – Sessão de Jogo da Transformação, com Elsbeth Willecke;

10.03.2000 – Início do Módulo II em Formação Floral, com Telma Buarque;

17.03.2000 – Palestra aberta “Autoridade em tempos permissivos”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;


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23.03.2000 – Workshop “3 de maio – a grande conjunção em Touro”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

29.03.2000 – Conferência aberta sobre Cura&Consciência, com Angela e Marcel de Carvalho Grezet, seguido de curso;

07.04.2000 – Palestra e início das vivências em Biodança, com Mauro Rotenberg;

27.04.2000 – Início das formações I, II e III em Reiki, com Vera Maria Flesch;

06.05.2000 – Módulo I de Danças Circulares Sagradas, com Ana Maria Machado;

26.05.2000 – Palestra sobre o tema “Recuperação natural da visão”, com Rolf Dinesh; 02.06.2000 – Curso de Jin Shin Jyutsu, com Eleonora Sofia Dupont;

04.07.2000 – Palestra aberta sobre Iridologia, com Jeanete Hinterholz;

28.07.2000 – Palestra “O que esperar de um astrólogo”, com Rosemir Treml;

13.04.2000 – Palestra com o tema “O desenvolvimento do ser humano em suas diversas fases da vida”, com Brigite Peterhans;

02.05.2000 – Palestra aberta sobre Aura Soma, com Zoraide

24.05.2000 – Palestra sobre o tema “O nosso equilíbrio no dia-a-dia, com Brigite Peterhans;

27.05.2000 – Workshop “Recuperação natural da visão”, com Rolf Dinesh;

01.07.2000 – Módulo II de formação em massoterapia oriental, com Byung Il Lee e Wladmir Manzan;

06.07.2000 – Palestra “Homeopatia à luz da psicologia e da física quântica”, com Catarino Hernandez;

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04.08.2000 – Em comemoração aos 7 anos do Anahata, realização do segundo encontro de parcerias, com a presença de aproximadamente 40 terapeutas atuantes no Instituto;

14.09.2000 – Palestra “Homeopatia e doenças crônicas”, com Catarino Hernandez;

06.10.2000 – Início do workshop de Jin Shin Jyutsu, com Eleonora Sofia Dupont;

10.10.2000 – Início do Curso de Radiônica, com Durval Pancera;

26.10.2000 – Palestra aberta “Cabalah numerológica”, com Bhader;

25.11.2000 – Curso de Ikebana natalino – iniciantes, com Elia Mitsuko Kitamura;

08.08.2000 – Curso de Radiestesia, com Durval Pancera;

20.09.2000 – Palestra e vivência aberta sobre Thai yoga Massagem, com Cristina Marturano;

09.10.2000 – Início do Curso de Radiestesia, com Durval Pancera;

19.10.2000 – Palestra “O que é biografia humana”, com Rosa Machado;

23.11.2000 – Curso de Ikebana natalino – aprofundamento, com Elia Mitsuko Kitamura;

11.12.2000 – Inicio da Colônia de Férias Esquilo Verde, parceria entre o Viola Mammola e o Sítio Esquilo Verde, com Anja Meder e Fábio Steinbach;

18.12.2000 – Noite da Partilha; 10.01.2001 – O Informativo do Anahata, que chegava ao seu 5º Ano, mudou de nome para “Jornal do Auto Conhecimento”;

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29.01.2001 – Inicio da Colônia de Férias Esquilo Verde, parceria entre o Viola Mammola e o Sítio Esquilo Verde, com Anja Meder e Fábio Steinbach;

16.02.2001 – Início das formações em Reiki I, II e III com Vera Maria Flesch;

09.03.2001 – Palestra “O que é necessário saber: a diferença entre conhecimento e sabedoria”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

12.03.2001 – Palestra “O céu de 2001”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

22.03.2001 – Palestra “A aura humana”, com Vânia Maria Abatte;

17.04.2001 – Início do Curso Livre de Terapia Holística, com Durval Pancera;

12.02.2001 – Pathwork processual, com Renate Muller Caminha;

03.03.2001 – Início do curso de Feng Shui, com Claudia Seadi;

10.03.2001 – Vivência “Campo de meditação”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

15.03.2001 – Workshop “Missão espiritual – acessando a memória qualitativa”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

06.04.2001 – Pathwork processual, com Renate Muller Caminha;

20.04.2001 – Apresentação de casos em Terapia Floral, com Telma Buarque;

05.07.2001 – Palestra “A energia humana”, com Vera Maria Flesch;

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27.07.2001 – Palestra “Mudança – tempo de preparo”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

02.08.2001 – Workshop “O masculino no mapa astral”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

06.08.2001 – Curso introdutório de cerâmica, com Roseli K. Moreira;

22.09.2001 – Início do curso de Feng Shui, com Marget Hoops Luz;

09.11.2001 – Palestra “Uma nova ordem mundial”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

18.12.2001 – Noite da partilha e exposição dos trabalhos de cerâmica;

27.02.2002 – Início do Grupo de Formação Básica “Conhecer-se – o conhecimento do ser integrado”, com Elsbeth Willecke;

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31.07.2001 – Workshop “Tendências para o semestre”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

03.08.2001 – Aniversário de 8 anos do Anahata;

15.09.2001 – Ritual da primavera de Danças Circulares, com Ana Maria Machado;

18.10.2001 – Palestra “Pensando com o coração – de um pensar que causa morte para um pensar que gera vida”, com Margarethe Larsen;

20.11.2001 – Curso “O resgate do poder criativo nos relacionamentos”, com Elsbeth Willecke e Telma Buarque;

23.02.2002 – Início do Grupo de Estudos “Criando União – o significado espiritual dos relacionamentos”, com Elsbeth Willecke;

15.03.2002 – Palestra aberta “O ano de 2002 – tendências planetárias dos próximos 12 meses”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;


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11.05.2002 –Início do seminário “Consciência é a resposta”, com Robert Happé;

11.07.2002 – Palestra aberta “Qualidade de vida”, com Elsbeth Willecke;

03.08.2002 – Aniversário de nove anos do Anahata;

Setembro de 2005 – O Projeto Viola Mammola é implantado em algumas escolas e creches públicas municipais de Blumenau, através da intermediação de Regina Zeferino Weisheimer, prolongando-se até 2008; Agosto de 2007 – Lançamento do livro “Conhecer-se” e do DVD “O desabrochar da alma humana”, de autoria de Elsbeth Willecke;

Setembro de 2011 – Após ser novamente atingido por uma grande enchente, o Anahata como instituto encerra definitivamente as suas atividades, passando a funcionar virtualmente como um portal na internet, o Papillon;

Junho de 2013 – Festa de lançamento do DVD “O Jardim do Anahata e as 4 estações”, realizado numa parceria entre Elsbeth Willecke e seus netos Daniel e Fernando Rischbieter;

27.06.2002 – Início do Seminário Biográfico, com a equipe do Núcleo Biográfico de Florianópolis;

26.07.2002- Palestra aberta “Quando as previsões não funcionam”, com Sergio Seixas e Lygia Franklin de Oliveira;

21.09.2002 – Formatura das turmas de terapia Floral módulos 1 e 2;

Abril de 2004 – Início das atividades de Roseleine Junqueira Bohmann como coordenadora administrativa do Anahata.

Novembro de 2008 – Após a grande enchente que assolou Blumenau e região, o Anahata organiza uma equipe para atendimento aos flagelados nos abrigos;

Janeiro de 2012 – Início do Jardim do Anahata, agora como um espaço de trabalho compartilhado. A primeira terapeuta a ocupar o espaço é Márcia Ferrão, com os trabalhos do Pathwork, seguida de outros terapeutas e da escola de Yoga Mitra;

Novembro de 2015 – Aquisição e instalação do Totem Celebrando a Vida, de autoria do artista plástico Juliano Guidi.

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Este livro foi impresso pela Coan Indústria Gráfica para a Infinitta Leitura – Editora Personnalité em novembro de 2016.


Plantando um Jardim 21x21 AF.indd 162

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(Coordenadora)

Elsbeth Lotte Irene Willecke

(Coordenadora)

Plantando um jardim Origem, metamorfose e transformação do Anahata

Plantando um jardim

Origem, metamorfose e transformação do Anahata

Elsbeth Lotte Irene Willecke

Capa Plantando um Jardim AF Coan.indd 1

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