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“A morte do jovem é um processo subjetivo. Ele não morre quando leva um tiro, mas dia-a-dia, nas diversas situações em que é excluído por sua condição social, cor de pele e endereço. Morre um pouco, cada vez que é agredido, escolhido para compor o paredão e assim, empurrado para a violência criminal e, finalmente, para a morte física.” (FB)
O QUE É ?
Fórum aglutinador de entidades da sociedade civil, movimentos populares e governos, que visa articular iniciativas e políticas públicas para a diminuição diminuição do índice crescente de homicídios de jovens, geralmente pobres, residentes em comunidades periféricas e negros (as).
VISÃO
Incidir sobre a violência e a discriminação racial, contribuindo para a construção de uma cultura de paz e respeito à vida, através do fortalecimento e da ampliação de políticas públicas voltadas à juventude.
SURGIMENTO Em 2005 ocorre a 1ª CONAPIR – Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial e em 2007 o Encontro Nacional da Juventude Negra – ENJUNE/RS, pautando pela primeira vez o tema do Extermínio de Juventude Negra como prioridade de políticas públicas; Em 2008 as Pastorais da Juventude lançam a Campanha Nacional Contra o Extermínio de Jovens, estimulando a formação de fóruns locais; No RS, em 2012, surgem novas iniciativas, como o seminário sobre extermínio da juventude realizado no Rubem Berta por entidades locais. Em janeiro de 2013 acontece oficina no FST organizada por FNMH2 e Canal Futura. Participantes aprovam criação de um fórum para tratar do tema. Concomitante, o Programa Juventude Viva (parceria entre a SNJ e SEPPIR) começa a ser articulado no país, tendo por foco a redução dos homicídios entre os jovens negros das 132 cidades mais violentas do país.
Oportunidades
As políticas públicas para juventude já existentes ou em implementação (PodJuventude/SJDH, Casas da Juventude, Centro de Referência da Juventude/ PMPA, Pronatec, Prouni, Estatuto da Juventude, Juventude Viva, Cultura Viva)
RS na Paz
Diversidade e expertise dos agentes envolvidos na formação do fórum
Facilidade de comunicação (redes sociais, novas tecnologias)
Consolidação de estatísticas (mapa da violência)
Coordenações e secretarias de juventudes nos municípios
Secretaria Nacional de Juventude e SEPPIR
Transversalidade do tema juventude.
DESAFIOS
Altos índices de homicídios
Baixa mobilização social
Juventude é pauta recente na sociedade
Cultura repressiva das forças de segurança
Legislação penal brasileira
Pulverização de iniciativas que buscam enfrentar a violência contra a juventude
Cultura do mercado de trabalho (aos jovens são destinados subempregos e se exige experiência sem dar oportunidade para isso)
Inversão de valores (alto consumo, apologia da droga)
Racismo Institucional
Plano de Ação Articulação da sociedade civil e movimentos sociais para ampliação da composição do Fórum Articular reuniões de apresentação do Fórum à Secretaria Municipal, Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e RS na Paz. Acompanhar a implementação do Juventude Viva;
VIOLÊNCIA NO BRASIL: problema com idade, cor/raça e território HOMÍCIDIOS NO BRASIL/2010: •
49.932 pessoas, sendo 26,2 /100 mil habitantes;
•
70,6% das vítimas eram negras.
•
53,5% do total eram jovens entre 15 e 29 anos (26.854 mortos)
•
74,6% dos jovens assassinados eram negros
•
91,3% das vítimas de homicídio eram do sexo masculino.
•
70% dos homicídios contra jovens negros
ocorreram em apenas 132 municípios brasileiros.
Estatísticas Brasil
Estatísticas Brasil
RS - Homicídios (1º quadrim. 2013)
RS – Homicídios (1º quadrim. 2013) – DADOS ABSOLUTOS
* A análise do quantitativo (dados absolutos) evidencia a proporção significativamente maior de homicídios praticados na Capital.
RS – Homicídios (1º quadrim. 2013) – HOMICIDIOS POR SEXO
Sexo identificado Vítima da vítima
%
População
Taxa para cada 100 mil hab.
Masculino
537
91
5.224.313
10,27
Feminino
55
9
5.511.577
0,99
Total
592
100 10.735.890
5,51
RS – Homicídios (1º quadrim. 2013)
HOMICIDIOS POR ETNIA
Pop. IBGE Censo 2010
% Pop
Taxa por 100.000 hab.
Etnia
Nº vítimas
% nº vítimas
Branca
472
76,7
8.900.007
83,2
5,3
Negra
138
22,4
1.725.166
16,2
8,0
No RS, 83,2% da população se declara branca enquanto a proporção das vítimas brancas é de 76,7%; Já as vítimas de etnia negra constituem 16,2% da população gaúcha, mas representam 22,4% das pessoas assassinadas; Além disso, a taxa entre negros é a mais elevada, chegando a 8,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes (1º quadrimestre 2013).
RS – Homicídios (1º quadrim. 2013) – HOMICIDIOS POR FAIXA ETÁRIA População Censo 2010
Taxa para cada 100 mil habitantes
0,75 %
1.706.199
0,29
49
7,4%
1.040.498
4,71
18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos
156 102 99
23,7% 15, 5% 15,0%
1.208.503 888.847 803.923
12,91 11,48 12,31
35 a 39 anos 40 a 44 anos 45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos a partir de 60 anos
48 51 33 22 18 27
7,3 % 7,8 % 5,0% 3,4% 2,7% 4,0%
741.085 756.238 768.545 689.715 581.490 1.452.547
6,48 6,74 4,29 3,19 3,10 1,86
TOTAIS
660
100 %
10.637.590
67,36
Faixa Etária
Vítimas
Menor de 12 anos
5
12 a 17 anos
% total de vítimas homicídio
por
A faixa etária de 18 a 24 anos concentra 23,7%, ¼ das vítimas. Somando-se as faixas de 18 a 34 anos chegamos a 54,2% das pessoas assassinadas! Chama a atenção a faixa dos 12 aos 17 anos, que reúne 7,4% das vítimas e apresenta uma taxa de 4,71 para cada 100 mil jovens!
RS – Homicídios (1º quadrim. 2013) – VÍTIMAS COM ANTECEDENTES
Através dos dados possíveis de serem avaliados, verificou-se que 79% possuíam antecedentes policiais como autores de crimes. Também foi possível avaliar que 46% dessas vítimas já haviam passado pelo sistema prisional, de maneira provisória ou com sentença transitado em julgado!
RS – Homicídios (1º quadrim. 2013) – Exemplo Territórios da Paz Rubem Berta
População / Etnia
Habitante Branca s Negra Amarela (Etnia IBGE)
Total Populacional
Proporç Proporçã ão de Home Mulher o de mulher ns es homens es por por etnia etnia 6.378 2.786 14
6.694 2.889 15
9.178
9.598
Vítima de homicídio/ Etnia Branca Vítima de homicídio Negra Proporção de vítimas para cada 10 mil habitantes Tx para 10 mil hab brancos Tx para 10 mil hab negros
69,5 30,4 0,2
69,7 30,1 0,2
Homens Mulheres 13 0 10 0 Homens
Mulheres
20,4 35,9
0,0 0,0
Os 35,9% homens negros por 10.000 habitantes correspondem a uma taxa de 63,78% no total das mortes por homicídio de homens negros, mas apenas 30,4% da população deste território, nesta faixa etária é composta de negros. A taxa de vítimas mulheres é nula.