Edição concórdia 81 anos de Emancipação Político-Administrativa
Concórdia Dá gosto viver aqui
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esta ediçao, a Revista do Vale mostra aos leitores a realidade atual do município de Concórdia, com um roteiro que começa com a primeira semente do município, plantada no curso do Rio Queimados. Uma seleção de fotos cedidas pelo grupo de amigos “Os Bons Tempos de Concórdia”, permitirá ao leitor percorrer a história do município.
Julho / 2015
R$ 15,00
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Conc贸rdia, Julho / 2015
Editorial “Se o sonho uma forma tivesse e a esperança, um lugar pra morar, levariam teu nome: Concórdia, pois aqui se os consegue abraçar. Pronunciando teu nome querido, nosso amor se traduz em canção. Corações todos juntos cantemos: És, Concórdia, Concórdia de irmãos!. Esta música de composição de Sérgio Jeremias de Souza e a Valsa Concórdia “Ela nasceu pequenina e cresceu,cheia de belezas mil, grande será, pois seu nome já está, na geografia do Brasil”, de autoria do poeta Wilson Cancian, demonstram um pouco da história do município de Concórdia. E com esta consideração que o município deve ter, a Revista do Vale SC, tem o prazer de entregar no mês de aniversário a edição Concórdia 81 anos, em forma de um presente por toda a história produzida no município. Sendo esta uma época em que a superficialidade e as redes sociais tem desestimulado a leitura por parte desta nova geração e que as raízes não têm sido evidenciadas como eram antigamente, você vai poder ler a história de algumas personalidades que promoveram progresso e história para a região, sendo esta uma cidade que começou a ser reconhecida além da Sadia S/A. Esta empresa impulsionou os negócios e o progresso até os dias atuais onde a qualidade de vida tem o reconhecimento por todo o país. Buscamos levantar dados, mostrar fotos e fatos que para muitas pessoas que desconhecem a história, possam manter viva a raiz de progresso e cultura que o município tem a oferecer aos concordienses. Com a distribuição destes exemplares, esperamos promover para você leitor que nasceu em Concórdia uma recordação boa e relembrar fatos que marcaram sua vida e para você que não conhece a história do município, saiba que Concórdia tem várias marcas e marcos desde antes de sua fundação, que ocorreu no ano de 1934 até os dias atuais. Promover a cultura, estimular a vida e contar histórias, esta é a essência da Revista do Vale SC. Através da frase “Recordar é viver” você vai poder viajar por estas páginas e ver como esta cidade de cantos e encantos continua sendo um belo local para morar e que através das matérias, poderá olhar para o futuro com a certeza de que todos estão em um caminho certo de progresso e realizações através dos costumes e tradições aqui deixados por estes pioneiros. Parabéns ao município por seus 81 anos de progresso, conquistas e realizações. Parabéns aos concordienses que continuam acreditando, incentivando e promovendo o progresso no município.
Boa leitura,
Revista do Vale SC
A revista que recorda o que é bom.
Compartilhando os bons tempos de Concórdia
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tella Maris Sarayva Paludo nasceu no ano de 1950 em Joaçaba, mas no início de 1955, se mudou para Concórdia onde seu pai abriu e gerenciou a primeira agência do Banco Nacional do Comércio, que tinha sua matriz em Porto Alegre. Em 1956, Stella Maris iniciou seus estudos no Jardim de Infância do Colégio São José, onde estudou até o ano de 1969. Ela diz que “Concórdia foi tudo em minha vida. Meus melhores amigos e recordações são dos 14 anos que lá morei. Divertíamos-nos muito, em famílias, com passeios pelo interior, festas de Igreja, bailes, etc. Tudo tinha seu momento.”. Todos os momentos em que ela passou no município são relembrados com saudosismo. Stella relata que as escolas sempre tiveram um bom nível de ensino e que o comércio
sempre tinha novidades. Apesar do curto tempo em que passou pela cidade, suas lembranças e admirações para com tudo são as melhores. “Muito do que sou, devo ao fato de ter vivido em Concórdia e convivido com seu povo. Aprendi muito.” Através do amor adquirido e pela saudade no convívio com as pessoas com quem cresceu, em conversas com os amigos Ernani Brescianini, Paulo Roberto Machado de Lima e Santina Goss Kopp, eles fundaram no ano de 2010 um grupo no Facebook para compartilhar fotos de suas épocas, o nome já diz tudo: “Os Bons Tempos de Concórdia”.Para finalizar, Stella explica: “Com o Grupo no Face pretendemos reencontrar amigos e resgatar memórias. E para estes 81 anos da cidade, desejo toda a felicidade e progresso a eterna Capital do Trabalho.”
Revista do Vale SC Ltda – CNPJ: 83.576.421/0001-92 - Diretor: Gilberto da Silva – Departamento Financeiro: Andreia da Silva Gonçalves - Jornalista responsável: Márcia Regina Dickmann – RJPSC 01415 – Editor Chefe: Danilo Gomes – Jornalista: Ricardo Lunge - Departamento comercial: Ilmar das Neves - Ivo Luiz de Oliveira - Andréia da Silva Gonçalves - Aux. Administrativo Monaliza Golçalves da Silva - Designer Gráfico: Jefferson Luis Soares (48)9644-9080 e Anuncios - Marcelo Oliveira 3329-2065– Impressão Gráfica: Gráfica SulOeste - Fotos : Foco Propaganda – Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Concórdia – Ricardo Lunge - Arquivos: Jorge Antônio Coldebella e Stella Maris Sarayva – E-mail: revistadovalesc@hotmail.com – Rua: sete de setembro,1.893 – Centro – Blumenau –SC Concórdia, Julho / 2015
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De Vila Queimados a Concórdia
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história de Concórdia não faz muita referência à época anterior a 1912, ano em que se verificaram incursões mais demoradas, como conseqüência dos movimentos da Guerra do Contestado, questão de limites entre os Estados do Paraná e de Santa Catarina. Primeiramente, a localidade era conhecida pelo nome de Queimados, topônimo que se originou da queimada de alguns corpos que ficaram abandonados após uma luta entre os fanáticos do Contestado. A construção de uma estrada de ferro ligando o estado de São Paulo ao Rio Grande do Sul, iniciou o desbravamento das terras da região oeste e outras perto do curso do Rio dos Queimados. A “ Brazil Railway Co”, iniciou os trabalhos no ano de 1908 e conclui no ano de 1910. Isso trouxe um número grande pessoas que olhavam para as terras com um objetivo de iniciar seus negócios. A empresa Brazil Railway Co, foi criada para colonizar estas terras. A Brazil Development and Colonization Company, tinha sua sede em Portland, Estados Unidos e começou a atuar no Brasil em 13 de Março de 1912, quando os primeiros imigrantes começaram a chegar. Considerado o pioneiro da colonização, José Fabrício das Neves, já residia nas terras que mais tarde seriam a cidade de Concórdia. Até 1925, a localidade era chamada de Queimados ( relatos contam que os após brigas e lutas, pessoas eram
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queimadas e jogados no rio que cortava a colônia). Concórdia, foi desbravada por jagunços e caudilhos . Ainda colônia do município de Cruzeiro (hoje Joaçaba) teve a partir do desenvolvimento problemas para se desvincular, pois os moradores gostariam de ver o retorno dos impostos pagos em forma de melhorias para o vilarejo. Com a propagação e confiança através da Companhia Mosele, os pioneiros fizeram um abaixo assinado pedindo a criação de um distrito através de Concórdia. Foi então que o prefeito de Cruzeiro, Coronel Passos Maia, vendo o crescimento do vilarejo, definiu no ano de 1927, elevando Concórdia da categoria de colônia, para a instalação de um novo distrito. Com os investimentos e novos colonizadores chegando ao novo distrito de Cruzeiro, todos já poderiam ver e saber que existia um grande potencial e assim, já almejavam uma autonomia para se tornar um município. No dia 12 de Julho de 1934 o Coronel Aristiliano Ramos, assinou um decreto criando o município de Concórdia, que em uma festa solene foi instalado no dia 29 de Julho de 1934, o distrito com então 21.086 habitantes é instituído no cenário nacional e se estabelece como um novo município. O primeiro prefeito da cidade foi nomeado, o Coronel José Luiz de Castro - De 20/07/1934 a 09/01/1935, assim como os outros seis prefeitos seguintes,
(Segundo Dalla Costa, de 09/01/1935 a 30/03/1937. Dogello Goss, foi prefeito de 30/03/1937 a 12/12/1945 , Heródoto Pereira Guimarães, de 12/12/1945 a 30/03/1946 , Fioravante Massolini, de 30/03/1946 a 16/05/1947, Carlos Büchele, de 16/05/1947 a 22/12/1947 ,Geraldo Mariano Günther ,de 21/12/1947 a 22/12/1947 ). Depois o município teve outros 13 diferentes prefeitos eleitos, foram eles: Fioravante Massolini , de 22/12/1947 a 31/01/1951 e de 31/01/1956 a 31/01/1961 , Attílio Francisco Xavier Fontana , de 31/01/1951 a 07/05/1955, Domingos Machado de Lima , de 07/05/1955 a 31/01/1956 e de 31/01/1961 a 31/01/1966 , Luiz Suzin Marini, de 31/01/1966 a 31/01/1970 , de 01/02/1983 a 01/01/1989 . Mário Pagnoncelli governou Concórdia de 31/01/1970 a 19/12/1970, Adílio Hilário Mutzenberg, de 19/12/1970 a 31/01/1973 , (prefeito substituto), Neudi Primo Massolini, de 31/01/1973 a 31/01/1977, Ivo Frederico Reich, de 01/02/1977 a 01/02/1983, Odacir Zonta, de 01/01/1989 a 31/12/1992 , Moacir Sopelsa , de 01/01/1993 a 31/12/1996, Leni Maria Perotti Suzin Marini ,de 01/01/1997 a 31/12/2000, Neodi Saretta ,de 01/01/2001 a 31/12/2004 até 31/12/2008 e chegando ao atual, João Girardi , que assumiu no dia 01/01/2009.
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Dá gosto viver aqui Hoje são 72 mil habitantes. Ao longo dos últimos anos seus administradores, em parceria com a iniciativa privada, têm concentrado investimentos em três setores distintos: emprego, educação e saúde. Procurando diversificar a economia o poder público vem oferecendo total apoio a novas empresas e novos setores.
Nas páginas seguintes a Revista do Vale SC mostra aos leitores um criterioso roteiro que começa com a primeira semente do município, plantada no curso do Rio Queimados. Uma seleção de fotos cedidas pelo grupo de amigos “Os Bons Tempos de Concórdia”, permitirá ao leitor percorrer a história do município.
Fotos de Stella Maris Sarayva
oncórdia não para de crescer. Investimentos em todas as áreas influenciam diretamente na qualidade de vida da população. Com planejamento bem definido e ações estruturadas, o município vem caminhando a passos largos. Há também um trabalho incessante com a tecnologia a serviço de todos.
Anos 40
Anos 40
Anos 40
Anos 50
Anos 50
Anos 60 Concórdia, Julho / 2015
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Origem do nome de “Concórdia”
Escola Prefeito Attilio Fontana
Jorge Antonio Coldebella
Moinho Concórdia - 1956
Praça Dogelo Goss - Anos 60
Primeiro cinema de Concórdia
Primeira Estação Rodoviária
Localização e descendência Concórdia está situada na região oeste de Santa Catarina e tem uma linha territorial de 797,260 Km², sendo seus limites ao norte, pelo município de Lindóia do Sul, Ipumirim, Arabutã e
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Irani; ao sul, pelo Estado do Rio Grande do Sul, o município de Alto Bela Vista e Peritiba; a leste pelos municípios de Jaborá, Presidente Castelo Branco, Ipira; e a oeste pelo município de Itá. Conta
Stella Maris Sarayva
RInterior do Comércio da Igreja esq. Nssa. com Pinheiro Sra. doMachado, Rosário, anos anos50 50
Jorge Antonio Coldebella
R do Comércio esq. com Pinheiro Machado, anos 50
Jorge Antonio Coldebella
Stella Maris Sarayva
Existiu também um fator determinante entre os moradores da vila para que o nome fosse trocado. Era por causa da força negativa que o nome exercia por uma lenda que havia no local. Contavam que “Vila Queimados”, remetia-se a questão do rio que cortava a vilarejo estivesse sendo um depósito de caboclos, que para muitos, eram queimados após suas mortes e depois jogados naquelas águas. Outros moradores diziam que só eram jogados aqueles caboclos que não tinha familiares para fazer o enterro, então após suas mortes, eram queimados e jogados no rio. Após a determinação e troca do nome a denominação queimados continuou na história de Concórdia, sendo até os dias de hoje o nome do rio que corta a cidade.
Stella Maris Sarayva
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conhecida “Vila Queimados”, pertencia ao município de Cruzeiro, atual Joaçaba, e levou este nome até 1923, quando de fato ficou conhecida como Concórdia. Muitos conflitos existiam pela demarcação das terras que a empresa Brasil Development and Colonization Company fazia, o que gerava um desconforto com o pessoal comandado por José Fabrício das Neves. Para facilitar esta situação houve um acordo mediado por Victor Kurudz e assim a paz esteve novamente no município e o nome foi determinado através de uma frase que deu fim aos conflitos: “Diante do que acabamos de combinar, do que acabamos de concordar, este lugar passa a ter o nome de Concórdia”.
também com cinco distritos: Engenho Velho , Planalto ,Presidente Kennedy , Santo Antônio e Tamanduá . As descendências predominantes são italiana e alemã.
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Brasão e Bandeira sentando a magnífica cascata do estreito do mesmo rio. Como suporte, dois ramos de trigo de sua cor (verde ou ouro); abaixo entre o escudo e o listel, três espigas de milho de sua cor (verde e ouro). Listel de goles, carregando o nome do Município - CONCÓRDIA em ouro. Tudo encimada da coroa de ouro de quatro torres, simbolizando, como todas as cores de brasão a autonomia Municipal. As cores, goles (vermelho), sinople (verde) e blau (azul) representam com seus simbolismos, o valor a intrepidez, o espírito decidido dos concordienses, a esperança, a abundância e a liberdade Municipal e a nobreza e a serenidade do povo, sempre disposto ao
trabalho e a paz para a riqueza e o bem estar do Município do Estado e da Nação representados pelo ouro e prata. Lei Nº 955 de 18 de novembro de 1968, criou o Brasão de Armas e oficializou a Bandeira do Município de Concórdia. (Fonte: www.concórdia.sc.gov.br).
Fotos de Stella Maris Sarayva
Brasão adotado é o escudo português, clássico, dividido em mantel de goles (vermelho), sinople (verde) e blau (azul). Em chefe uma pomba pousante de prata, com um ramo de lírio, de verde e prata no bico, simbolizando paz, a harmonia, a concórdia, que é o nome do Município; em contra-chefe, o emblema do comércio e da indústria de Concórdia; no mantel, sob o Cruzeiro do Sul, em prata o rio Uruguai, também em prata. O primeiro como símbolo nacional dos céus do Brasil, e o segundo como um emblema de amizade como divisa do Município de Concórdia e o Estado do Rio Grande do Sul e repre-
Visita da Miss Sta. Catarina, Edith Donin ao Clube Juventus, anos 50
Time feminino do Juventus
Anos 40/50 - Coroação de Nossa Sra. , fim de maio, na Igreja Nossa Sra. do Rosário
Visita do Rotary de Joaçaba ao afilhado, Rotary de Concórdia, na escadaria do Clube Aliança, anos 50.
Alunas de música do Col. S. José, anos 50
No ano do tricampeonato, 1970, fanfarra do Col. S. José. Concórdia, Julho / 2015
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Caetano Chiuchetta, um legado histórico
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história de Caetano Chiuchetta, gaúcho de José Bonifácio (Erechim -RS), se entrelaça com a história de Concórdia, através das atitudes desbravadores que ele teve ao chegar nas terras da Vila Rio dos Queimados. Com a visão empreendedora que tinha ainda jovem, aos 23 anos, foi atraído pelo anúncio de emprego da Empresa Colonizadora Mosele, Everle e Harons e Cia Ltda. E pelo destino, Chiuchetta deveria estar em Concórdia, pois na sua certidão de nascimento, constata-se o mesmo dia e mês do aniversário do município e o seu falecimento se deu aos 95 anos, também no dia 29 de Julho, do ano de 1995. Mais do que coincidência, a partir disso construiu uma história. Com seu jeito empreendedor, analisou as necessidades da vila e em Abril de 1925, montou o que era chamado na época de “bodega” (bar), para ali vender produtos das mais
variadas necessidades, desde alimentos até utilidades e roupas. Neste pioneirismo, foram dele os primeiros comércios da vila, desde padaria até o primeiro hotel. A informação também era veiculada por seu incentivo, através de boletins que Caetano patrocinava pela sua empresa. “A Economia do Povo de Caetano Chiuchetta e Cia Ltda”, assim como o primeiro rádio na vila, que foi instalado na bodega e movido a bateria. Na época era uma atração para todos que queriam saber das novidades através da “caixa falante”. Mais tarde Chiuchetta instalou um alto falante na janela, para que todos pudessem ouvir, já que na bodega só entravam homens. A primeira bomba de combustível também veio através deste pioneiro, que a instalou ao lado do seu comércio. Vizinho do então prefeito Dogelo Goss, Chiuchetta foi convidado para irem até a praça central plantar algumas mudas de árvores que o prefeito tinha
trazido de Jaraguá do Sul, e lá passaram o dia com suas pás e picaretas. Passados alguns anos, começaram a se reunir com mais alguns amigos embaixo destas árvores, e através de Ângelo Spricigo, foram convidadas pessoas como Alberto Biavatti, Eliseo João Zanatta, Adelmo Budant entre outros. Todos se reuniam sob aquelas árvores, onde conversavam, tocavam violão e cantavam, e apartir destas reuniões deu início ao Clube de Veteranos. Participou também da fundação do Clube Aliança (hoje Clube 29 de Julho), Clube dos Motoristas, Guaycurus Futebol Clube, Associação Comercial Industrial, Câmara de Dirigentes Lojistas, SER Sadia, entre outros. Além da Praça Dogelo Goss, teve participação na construção do Hospital São Francisco, Colégio Professor Olavo Cecco Rigon, o terreno onde foi construída a SCAF (Sociedade Concordiense de Auxílio Fraterno) e também na esquina Leonel Mosele e Marechal Deodoro,
próximo à prefeitura. Naquele local estão ainda hoje as construções mais famosas, pois ali foram localizados os seus comércios, bem como a residência de Chiuchetta, até o seu falecimento. O pioneirismo de Caetano Chiuchetta é um marco para o município. Não há como falar da história de Concórdia sem citar o personagem de Caetano Chiuchetta, que promoveu inovações e desenvolvimento junto com os demais desbravadores das terras concordienses. Ele soube usar com competência e desenvoltura o que a cidade tem de melhor para gerar, ou seja renda e melhores condições a toda a população. Chiuchetta foi casado com dona Itália e geraram seis filhos, Osvaldo, Ida, José, Oscar Antônio, Maria Salete e Antônio Carlos. Família tradicional, ainda hoje oferece muitas histórias, bons exemplos e boas lembranças a todos que conhecem o histórico do município. In memoriam
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Secretário da Agricultura e Pesca fala de sua gratidão ao município
Moacir Sopelsa e sua trajetória através de Concórdia
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deputado estadual Moacir Sopelsa, hoje atual Secretário da Agricultura e Pesca de Santa Catarina, é enfático ao relembrar sua trajetória por Concórdia e chegando aos dias atuais. Nesta cidade, destaca que se formou um cidadão, um homem que teve uma visão da vida ao lado de seu pai, onde trabalhavam como agricultor e produtor. O início de sua vida pública se deu através da criação do primeiro núcleo de criadores de suíno de Concórdia, e depois sendo presidente da Associação dos Criadores de Suíno de Concórdia. Sopelsa destaca que foi a partir deste momento em sua vida que começou a despertar para uma vida como líder comunitário. Depois, foi candidato a vereador no município, no ano de 1982, sendo eleito e começando a sua vida pública. Lembra que o seu pai lhe deu alguns avisos sobre o trabalho em meio à política, pois apartir daquele momento ele não viveria mais para si mesmo e para sua família e sim para o seu povo, o seu eleitorado. Destaca também outro aviso; “meu pai foi realista ao me dar conselhos e ressaltar para eu não prometer aquilo que eu não poderia cumprir, ainda mais na vida política, pois somos vistos e cobrados”. Moacir Sopelsa também foi Secretário da Agricultura, Indústria e Comércio de Concórdia na administração do prefeito Luiz Suzin Marini e do Doutor Julio César Ribeiro Neves. Na memória deste líder político está também
Secretário discursando na Assembléia sobre Expo Agro 2015 que ocorre em Concórdia
outo cidadão de destaque do município, Álvaro Antônio José Pille, que para Sopelsa, foi quem o ajudou nas questões públicas e de quem aprendeu muito como se deveria trabalhar no meio político administrativo. Quando Pille estava exercendo a função de Secretário da Administração Municipal, o deputado foi Secretário de Agricultura de Concórdia. Quando prefeito eleito, no ano de 1992,
Moacir Sopelsa diz ter um sentimento de felicidade por ter o município no seu currículo, relembra que um braço direito que teve em sua administração foi novamente Álvaro Pille, como Secretário de Administração, e que o ajudou a implantar lealdade, transparência, respeitar as pessoas, tendo sempre critérios íntegros, respeitando as pessoas e assim a prefeitura poderia honrar os seus compromissos com os concordienses. Após se lançar para a vida política estadual, foi secretário adjunto da Casa Civil do governador Paulo Afonso Vieira e depois no ano de 1998 , candidatando-se a deputado estadual foi eleito e reeleito, sendo que no segundo mandato, no governo de Luiz Henrique da Silveira, foi o Secretário de Agricultura do Estado. As reeleições começaram a ser consecutivas como deputado estadual, e hoje, já está em seu quinto mandato. Neste ano foi convidado pelo governador Raimundo Colombo para ser o Secretário da Agricultura e Pesca.
Sopelsa entregando para o governador Raimundo Colombo o certificado de Zona Livre de Peste Suína Clássica concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)
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Moacir Sopelsa em seu gabinete na Secretaria de Agricultura e Pesca
O município e suas potencialidades Para falar de Concórdia, Sopelsa lembra da área da agricultura, pois vê inovações como a EMBRAPA ( Empresa Brasileira de Pesquisas de Aves e Suínos), e ressalta o empreendedorismo de Attílio Fontana, pois ali iniciou a Sadia, que hoje é BRF .” A Sadia concerteza foi uma propulsora do desenvolvimento concordiense e hoje não é mais só uma empresa de Concórdia,Santa
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dificuldades. Hoje como Secretário da Agricultura e Pesca de Santa Catarina, destaca que o estado é o maior produtor de Suínos e o segundo maior de Aves, e Concórdia é um município destaque ajudando nestes índices. Santa Catarina é o único estado dentro do país livre de febre aftosa e mundialmente é somente aqui no Brasil que existe este caso, pois geralmente é o país que recebe o certificado de liberação e autorização. Neste ano de 2015 Sopelsa esteve em París (França) para receber por Santa
Só tenho a agradecer por esta cidade em que me criei, pois tudo o que sou veio deste município e não me falta vontade de ver Concórdia melhor”, conclui.
Catarina ou Brasil, é do mundo” destaca o Secretário. Falando de administração pública, o deputado estadual relembra de todos os prefeitos que passaram antes dele e que ficaram após, pois segundo Sopelsa, cada um fez um bom trabalho para que o município chegasse onde está nos dias atuais. Ressalta que mesmo Concórdia não tendo uma topografia favorável para a agricultura, o povo concordiense se destaca e acaba se sobressaindo em meio a todas estas
Catarina o certificado de estado livre da peste suína clássica, este resultado é um empenho dos produtores que tem feito o melhor para o estado. Para falar sobre o futuro do município, o Secretário da Agricultura e Pesca de Santa Catarina, diz que é necessário consolidar outras atividades, como o turismo rural, infraestrutura e sedes das localidades no interior do município e segundo Sopelsa, é nesta direção que podem existir um crescimento. Levando esta diversifi-
cação, entende que o turismo poderá ser uma fonte de crescimento, e dando como exemplos os municípios de Itá, Piratuba e Ipira, destacando também as festas tradicionais ( como as alemãs e italianas), com isto o turismo vai ser um progresso e vai trazer um destaque para a região. “ Vejo um futuro promissor para o nosso município”, enfatiza.
Orgulho ao falar do município “Falar de Concórdia me orgulha muito”, com alegria e emoção, Sopelsa relembra quando Concórdia era menor e ele se deslocava do Parque de Exposições até o Colégio São José, que hoje é o Colégio Olavo Cecco Rigon, lembrando dos campinhos de futebol e do rio dos queimados onde em vários pontos tomavam banho e brincavam, junto de outros amigos de infância. O Secretário de Agricultura de Santa Catarina deseja parabéns aos 81 anos de fundação político administrativa, porém para Sopelsa, Concórdia não está de parabéns somente por este aniversário, mas o município está sempre de parabéns, pois segundo ele mesmo destaca, o povo de Concórdia sempre foi batalhador e empreendedor, trazendo ao município um respaldo diante dos novos investidores que olham para a principal cidade do Alto Uruguai Catarinense. Concórdia, Julho / 2015
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Orgulho de viver em Concórdia Viver em Concórdia é uma alegria estampada na fisionomia de cada concordiense, independente da função que cada um ocupa, como se pode ver nos depoimentos desta página.
Opções de trabalho Amanda Laste, dentista. “Gosto de morar em Concórdia, considero uma cidade organizada e com muitas opções de trabalho”. Ela gostaria que as opções culturais fossem maiores, pois ainda faltam mais atrativos para este meio. Porém se diz uma concordiense grata pelo que a cidade pode oferecer e trazer de benefícios para toda a população.
Potencial Luiz Alberto Mazocco, empresário - “Moro há 60 anos em Concordia. Fazem 38 anos que estou no comercio, sempre acreditando no crescimento e no potencial que a cidade vem oferecendo nesses 81 anos. Tem um povo ordeiro e trabalhador, que fazem dela uma das melhores cidades em qualidade de vida do país”.
Desafios Jandelino Pozzo, 60 anos, porteiro. – “Concórdia é uma cidade boa para se viver e que tem qualidade de vida muito boa. Com o crescimento da cidade, muitos desafios a prefeitura terá pela frente porém nada que tire o brilho deste município”. Para ele, Concórdia é uma cidade tranquila e através dos anos muito crescimento vai ocorrer ainda.
Artesanato Leonardo Raul Pereyra, Artesão. Há mais de 20 anos no município diz que é um orgulho morar em Concórdia. Uma cidade que o acolheu muito bem e através do seu trabalho de artesanato tem conseguido desenvolver os seus dons e formar uma família. “Eu gosto pra caramba daqui, não há lugar melhor, posso garantir”, conclui.
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Oportunidade Salete Vicenzi, está há 22 anos na praça com sua barraca de alimentos. Sempre bem humorada e com boa disposição para atender a todos ela diz amar o povo de Concórdia, “Agradeço a Deus pelo trabalho que tenho e pela oportunidade de estar no centro da cidade, de bem com as pessoas . “É uma alegria estar todos os dias ali para atender e falar com a comunidade”.
Evolução Sunamyta, 28 anos - Trabalha no Hospital São Francisco e declara “Gosto muito da cidade e das pessoas, além de termos uma cidade calma para se viver”. Ela acredita que o transporte público teria que melhorar para a população. Contudo vê Concórdia “em constante evolução, o que ajuda as pessoas a terem expectativas quanto ao trabalho e ao futuro”.
Atrativos Luiz Dalla Costa, taxista há oito anos – “ Concórdia é uma boa cidade para se morar. Tem seus belos atrativos, como a rua coberta, a praça, locais que embelezam a cidade e encantam os visitantes”. Ele gostaria que o município melhorasse suas ruas, para deixar a cidade ainda mais bonita. “Tenho orgulho da minha terra”, diz ele.
Agricultura Olinio Gasperini, 67 anos, agricultor – “Sou feliz por morar no município. Devo dizer que sinto falta de um investimento maior na agricultura e nas estradas de acesso ao interior. Mesmo assim sou concordiense de coração e vejo muitas coisas boas na minha cidade. Em cada canto tenho um amigo e isso é o que importa”.
Futuro Odario – “Quando Concórdia comemora 81 anos quero destacar meu orgulho de viver nesta cidade, onde tenho amigos e sempre encontrei motivos e clima favorável para fazer amigos e apostar no futuro da cidade. Uma cidade depende de cada morador. Se cada um fizer a sua parte todos viveremos felizes. Boa sorte Concórdia.
FAROL S/A: Uma empresa concordiense
A
empresa foi fundada no ano de 1997, na cidade de Concórdia por um grupo de empreendedores que idealizavam uma empresa especializada na produção de farinhas e óleos de origem animal, a partir do processamento de subprodutos provenientes de abatedouros. Inicialmente, trabalhava apenas com o processamento de resíduos de aves. Com uma grande variedade de farinhas e óleos, é reconhecida pelo ótimo padrão de qualidade dos seus produtos. Hoje tem capacidade para processamento de mais de 40 mil toneladas de matérias primas por mês e uma capacidade mensal de produção de mais de 12 mil toneladas de farinhas e óleos. Possui frota própria de mais de 70 caminhões para transporte de matérias primas e produtos acabados. A empresa conta atualmente com um qua-
dro de mais de 600 funcionários. Possui uma área técnica qualificada, com engenheiros e técnicos especializados em todos os setores, atuando na gestão da empresa visando sempre a melhoria contínua para garantir qualidade aos produtos fabricados.
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A empresa conta atualmente com um quadro de mais de 600 funcionários"
Unidade Farol Concórdia, local de início das atividades da empresa
Através da matriz, outras cinco unidades já existem dentro de Santa Catarina, que são elas: Farol Seara, Farol Nova Itaberaba, Farol Biguaçu e a New Company Ambiental em Concórdia. A expansão da empresa rompe comas fronteiras catarinenses e está presente também com a AvetecBrazlândia,no Distrito Federal e no estado do Paraná com a Focam Carambeí, Faricon - Toledo, Faricon – Paranacity. A inovação também faz parte do dia a dia da Farol, que através da reciclagem de
resíduos do agronegócio (lodos flotados e biológicos, cama aviária, cinzas, resíduos de incubatórios e varredura de silos) com o sistema de compostagem tecnificada, melhorando assim o aproveitamento destes materiais. A compostagem é uma biotecnologia que traz vantagens, tanto do ponto de vista ambiental, por evitar a disposição de matéria orgânica em aterro sanitário; como de segurança alimentar, ao produzir um fertilizante orgânico, que favorecer a reciclagem de nutrientes (nitrogênio, fósfo-
ro, potássio), utilizados para uso agrícola, fechando o ciclo da cadeia produtiva. Esta empresa concordiense atualmente exporta seus produtos para diversos países ao redor do mundo graças a sua evolução constante e incansável. Tendo em vista o crescimento e desenvolvimento nos últimos anos, novos desafios fazem parte do dia a dia e assim desenvolver novos negócios em países e continentes diferentes, proporcionando melhores oportunidades , atendendo a clientes e mercados cada vez mais exigentes. Concórdia, Julho / 2015
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HINO DE CONCÓRDIA Letra: Sérgio Jeremias de Souza Música: Padre Ney Brasil Pereira Se o sonho uma forma tivesse e a esperança, um lugar pra morar, levariam teu nome CONCÓRDIA, pois aqui se os consegue abraçar. Estribilho: Pronunciando teu nome querido, nosso amor se traduz em canção. Corações todos juntos cantemos: és, CONCÓRDIA, concórdia de irmãos! Ao caboclo que aqui mourejava e imigrante sua força juntou: e, o que outrora já foi Contestado, em CONCÓRDIA e em paz se mudou. Brota o fruto de tuas entranhas se lançada a semente no chão. Na riqueza de tua agricultura há abundância: certeza de pão Na pecuária, a suinocultura, e tua avicultura também, se transformam em farta comida entre nós, e nos mares além. Construída com sonhos de ontem, com fé e o trabalho dos teus, a CONCÓRDIA que o teu nome encerra é o penhor de mais bênçãos de Deus. Fonte: Lei nº 2.632 de 19 de agosto de 1992
VALSA CONCÓRDIA Autor: Poeta Wilson Cancian Ela nasceu pequenina e cresceu Cheia de belezas mil Grande será, pois seu nome já está Na geografia do Brasil Deus a proteja sempre Que esteja em perigo A fartura de pão Mesmo a criança que brinca no chão Sabe de cor a canção Lá em Concórdia se canta e se diz Nossa gente é contente é feliz Lá lá lá lá lá lá Gente piu bona mai piu nascerá El bambino la mama e pupa Tuti felicitá Quando escurece, Concórdia aparece noiva vestida de véu Vai se casar com a luz do luar Depois morar lá no céu
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Rogério Pacheco diz que a cidade ainda tem muito para conquistar
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m município trabalhador, assim define o advogado e vereador Rogério Luciano Pacheco, 47 anos, que só tem a agradecer por ter sido acolhido de forma tão completa desde o ano em que chegou com seus pais em Concórdia, em 1975. Nestes 40 anos de história junto á população concordiense. Pacheco firmou sua carreira profissional e foi através da política que começou a conhecer mais o município e também ser conhecido. Ele comenta que ser vereador era algo que não estava em seus planos, mas a partir de 1994, como conselheiro tutelar, seu lado social começou a lhe inspirar para que se preocupasse mais com as pessoas. Após dois anos á frente do Conselho Tutelar, Rogério recebeu um convite do PMDB para ser candidato a vereador. Faltavam apenas cinco meses para as eleições, mas aceitou o desafio, e para sua surpresa foi eleito. Depois disso já foram 5 mandatos consecutivos como vereador. Desde 2005 está filiado ao PSDB. Ele relata que como entendia que o vereador tem que prestar contas do seu trabalho, logo que assumiu seu primeiro mandato começou a fazer isso. Ele acredita que este comportamento gerou confiança para com a população, desde lá tem colhido bons frutos e a consequente permanência na Câmara de Vereadores. Pacheco aproveita esta oportunidade para agradecer a população que tem acreditado no seu trabalho. Entende que muitas coisas ainda devem ser feitas, porém destaca a questão social
de Concórdia como algo bom. “O município traz um bem estar para todos que moram aqui. Existem dificuldades como em todas as cidades, porém aqui temos uma ótima qualidade de vida”, comemora. Para o vereador, o município vai melhorar muito ainda, pois conforme ele mesmo destaca, o perfil da cidade é de um povo que não desiste nunca. Como a populaçáo é formada por pessoas que começaram suas vidas aqui, o tradicionalismo é muito forte, as raízes são respeitadas e segundo Pacheco, isso ajuda muito, apesar das adversidades. Para o futuro do município, Rogério espera que todos consigam efetivamente ampliar o desenvolvimento econômico. É uma questão que ele mesmo aponta como uma necessidade a ser repensada entre todas as instituições, sejam elas públicas ou privadas. “A área empresarial tem feito sua parte e por isso o município chegou onde está nos dias atuais.” Para finalizar, o vereador declara seu amor pela cidade onde diz ter recebido muitas coisas boas, formando uma família e criando dois filhos. Pacheco entende que o município é admirado fora dos seus domínios, com uma bela história de crescimento. “Fazemos parte desta história bonita pois é algo que chama a atenção onde se comenta o nome de Concórdia. A cidade tem uma energia muito boa e queremos que isto fique eternamente neste povo, o município está de parabéns por estes 81 anos bem vividos e desenvolvidos por todos que por aqui passam. Parabéns Concórdia”, encerra.
Memorial Attílio Fontana: Uma história dentro da história
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través da vida histórica do fundador da Sociedade Anônima Concórdia (SADIA), hoje BRF, criou-se um memorial para Attílio Fontana, inaugurado no dia 07 de agosto de 2000, na casa em que o empreendedor viveu, construída no ano de 1949. Está localizada na Rua Romano Anselmo Fontana, 675, em Concórdia, meio-oeste catarinense. O memorial nasceu da necessidade de se manter a história de um dos maiores empreendedores, que muito fez não só a Concórdia, mas também ao Brasil. Desde que foi aberto, além de contar a história do fundador da SADIA, o local recebe exposições de artes e apresentações culturais, de terça á sábado das 15 ás 19 horas. O responsável pela apresentação do que existe na casa é Artêmio Filho, gestor cultural do Memorial há dois
anos e meio. Ele fala sobre como ocorrem as exposições e apresentações dentro da casa, recebendo as pessoas para demonstração deste espaço no município. “ O memorial tem um contato forte com a população, aquilo que Concórdia está vivendo na atualidade sobre cultura, e se firmando como um centro cultural para toda a região.” Define o gestor. Dentro do espaço o visitante tem a oportunidade de conhecer a história do homem que ajudou a desenvolver o município. Conta a história do empreendedorismo de Attílio Fontana e do início da SADIA, mostrando uma exposição que é permanente. O local também é aberto para que artistas e autores de obras literárias apresentem suas obras. Existem também ações paralelas como o “Cinema no Jardim”, projeto que acontece nos dias de verão em parceria com o SESC
O gestor do memorial é Artêmio Filho, que fala com entusiasmo do homem cujo trabalho foi essencial para o crescimento de Concórdia
(Serviço Social do Comércio) onde o filme é projetado no lado de fora da casa e crianças são convidadas a assistirem sentadas na grama. Outro evento que mostra como o local é cultural e eclético é o “Rock na Casa”, evento que segundo Artêmio reúne em torno de 2 mil pessoas em um único dia,onde são feitas apresentações e oficinas que envolvem o gênero. Neste ano o Memorial comemora 15 anos, o gestor cultural destaca que o ideal da associação que mantém o espaço, é a projeção sempre pensado em dar continuidade as memórias e histórias que se constroem na região e de divulgar o que existe de cultura no município. Números recentes mostram como o interesse tem aumentado pelo local. No ano de 2012 foram feitas mil e quinhentas vistas e no ano de 2014 este número aumentou para seis
mil e quinhentas. O objetivo para 2015, segundo Artêmio, é chegar a dez mil visitas. Sobre o futuro do local Artêmio destaca que Associação dos Amigos do Memorial Attílio Fontana, através de Luiz Fernando Furlan, cedeu o espaço por 10 anos prorrogado por mais 10 anos,” então por mais 20 anos o memorial vai estar neste local”, informa o gestor cultural. Em nome do Memorial, ele deixa os parabéns ao município de Concórdia e lembra; ”é nossa responsabilidade preservar a história e que nestes 81 anos Concórdia mantenha os traços de fundadores como o próprio Attílio e de Caetano Chiuchetta, pessoas que foram exemplos para que pudéssemos chegar a este estágio de desenvolvimento. Nossa cidade de certa forma é nova, mas tem muita história para contar”, constata o entrevistado.
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Álvaro Pille, 80 anos de
perseverança e exemplo
Oitenta anos mas com disposição de causar inveja a qualquer jovem. Decididamente, a idade cronológica não condiz com a vitalidade, o ânimo e a lucidez do Doutor Álvaro Pille, que poderia, sem dúvida, comparar-se a uma pessoa com a metade de sua idade. Juiz aposentado, exsecretário de Estado da Segurança Pública e escrivão do crime, Álvaro Antônio José Pille, 80 anos, 53 deles dedicados a vida pública, nesta publicação relata sua passagem pelo município de Concórdia, onde atuou por 22 anos.
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s oito décadas de vida do consagrado jurista catarinense Álvaro A. J. Pille, foram celebradas em 25 de novembro último. “Me sinto muito bem fisicamente e a cuca está nos trinks. Me sinto confortável”, brinca o entrevistado. Com essa simpatia e boa vontade, recebeu a reportagem da Revista do Vale SC. Ao seu característico estilo descontraído contou um pouco de sua vida, especialmente o apego regional que preserva com tanto amor. Álvaro Pille nasceu em Itá. Lembra que seus avós figuraram entre as famílias colonizadoras do município. Foi engraxate, vendedor de picolé e carregador de malas. Ainda jovem já demonstrava que teria um grande futuro pela frente. Orgulhoso diz que foi o funcionário número um da prefeitura de Itá, nomeado em 13 de dezembro de 1956 como tesoureiro contador. O primeiro registro do vínculo do entrevistado com a cidade de Concórdia foi no ano de 1944, quando em viagem, ele e seu avô Pedro Paludo, partiram de carona em um caminhão de carga com destino a Herval do Oeste, viagem que durou cinco dias. Ao passarem pela cidade, ficaram hospedados no Hotel Concórdia, de propriedade de Alberto Boff, onde mais tarde foi a primeira agência do Banco do Brasil na cidade. A chegada de Álvaro Pille para morar e trabalhar na cidade deu-se em 1957, quando com Altir Webber de Mello, começou a trabalhar como auxiliar de fiscalização da Fazenda de Santa Catarina. Um fato que ele lembra sobre esta época é que
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sua mãe não gostava deste trabalho, pois questionava o que ele iria multar sobre os políticos, que na visão dela, não faziam nada. Mas este trabalho teve um curto espaço de tempo, logo no ano de 1958, foi nomeado Escrivão do Crime, e permaneceu por 18 anos nesta função, ocupando o lugar de Olavo Weschenfelder. No ano de 1968 voltou a estudar, e assim até o ano de 1970 formou-se como contador, na escola de Comércio de Concórdia, que segundo o Álvaro Pille, era chamado de “Ginásio Noturno”, onde hoje é o Colégio Cenecista Concórdia, o Cnec.
Prestígio inquestionável: Cidadão benemérito de Itá, Cidadão Concordiense e Indaialense. A partir do ano de 1970 até 1975 foi para Erechim, prestou vestibular em Passo Fundo e frequentou a faculdade por cinco anos no curso de direito. “Eu ia e voltava duas vezes por semana”. Formado, prestou concurso para juiz de Direito e foi aprovado. A nomeação ocorreu em 1977. Depois no ano de 1979 firmou residência na cidade catarinense de Indaial, onde permanece até hoje. Um fato que aconteceu em Concórdia e que marcou a vida e que, de tempos em tempos ele relembra, é quando um soldado entrou na sala em plena audiência, e Álvaro estava sentado como escrivão, e o militar ao entrar na sala, puxou a arma e deu três tiros executando o preso que estava sendo julgado. Algo que para ele ficou marcado, e lhe deixou em pânico no mo-
mento do ocorrido. Outra lembrança que tem também, é que todos os domingos pela manhã, através da função de escrivão do crime, fazia visitas ao presídio para conversar com os presos, onde ficava a manhã toda. Ponderando ter mais lembranças boas do que as lembranças más ele relaciona inclusive alguns amigos que teve no município, como Geraldo Mariano Gunther, Carlos Buschelle, Luiz Suzin Marini e Moacir Sopelsa.
Dr. Álvaro afirma que não se arrepende das escolhas que fez. “Faria tudo de novo”, diz o entrevistado Dr. Álvaro Pille se confessa honrado por ter recebido o título de Cidadão Benemérito de Itá, além de ser cidadão concordiense e indaialense”. Ele viveu por 22 anos entre os itaenses e mais 22 com os concordienses. Atualmente reside, em Indaial. Já se vão mais 36 anos nesta cidade. Sua trajetória não parou na carreira de tesoureiro contador. Lembra ter sido nomeado auxiliar de fiscalização da Fazenda do Estado de Santa Catarina. Confessa, porém, que não gostava muito da função por ter que insistir nas pessoas e multar. Ao abrir uma vaga para escrivão do crime da Comarca, ele se inscreveu e foi aceito em 1957. Reconhece que a vontade era sempre superior, não sossegava. Formado em direito, persistente e dedicado, Álvaro Pille prestou concurso para juiz de Direito, sendo aprovado. A nomeação ocorreu em 1977. Hoje está aposentado.
Dr. Álvaro afirma que não se arrepende das escolhas que fez. Pai de três filhos, garante que com o esforço do trabalho conquistou mais do que imaginou. “Na vida tive bem mais que pensei. Sou feliz!”, comemora.
Homem público de princípios, Pille foi juiz de direito e secretário de segurança pública de Santa Catarina Na vida pública começou desde cedo através do incentivo de seu avô Pedro Paludo, que foi o fundador da cidade de Itá, Santa Catarina. Fez parte da UDN (União Democrática Nacional) e do MDB ( Movimento Democrático Brasileiro), mais tarde foi o Presidente do Diretório Municipal do PMDB ( Partido do Movimento Democrático Brasileiro) em Concórdia e também presidente
de honra do partido. Teve como um mentor, um exemplo público, que chegou como advogado na cidade, Carlos Buschelle, um homem que ele sempre admirou nos trabalhos realizados no município e como deputado. Na prefeitura de Concórdia trabalhou como Secretário de Administração entre os anos de 1984 até1989. Sobre o aniversário de 81 anos do município, Pille deseja que Concórdia continue neste progresso, sendo este município importante dentro do Estado de Santa Catarina e que produz cada vez mais satisfação e futuro ao seu povo. “ Pois quando se fala de Concórdia as pessoas prestam atenção, porque sabem que vem coisa boa.” comemora. O entrevistado também colaborou, inclusive, com a prefeitura de Concórdia e com outras cidades do Estado. Foi Secretário de Segurança Pública no governo de Casildo Maldaner e frenquentou a Escola Superior de Guerra no Rio de Janeiro, não perden-
do tempo. Orgulha-se, segundo ele próprio, de ter “ciganeado pelo Estado, atendendo várias prefeituras e atendendo solicitações profissionais de conhecidos. Mantendo ativo ainda um escritório de advocacia, que pratica em casa, Pille tem uma receita simples para chegar aos 80 anos com disposição e vitalidade. “É preciso ânimo, persistência, disposição e dedicação em tudo que fizer. Mesmo após aposentado, o ex-juiz, ex-secretário de segurança e advogado continuou trabalhando, segundo ele, no mínimo 14 ou 15 horas por dia. A leitura é uma de suas grandes companhias. “Leio muito, recebo cinco jornais diários e mais 20 semanários e oito revistas. Sempre procuro me informar”. Na sua vivência Álvaro Pille diz ter visto e presenciado muitas transformações acontecerem. No país, cita como um grande marco a volta do exercício da democracia.
Portão de sua residência em Concórdia colocado no seu jardim em Indaial.
Por ser um colecionador nato e fazer questão das lembranças que tem por onde passou, Álvaro Pille também demonstrou ter um carinho muito grande pela cidade em que morou, levou de recordação o portão de sua residência em Concórdia e colocou no jardim de sua casa em Indaial. " Pensei, já que vou embora, vou levar junto, pelo menos é algo que me
faz lembrar dos bons tempos que tive em Concórdia" relata. Além do portão existem quadros de pessoas com quem Álvaro conviveu, jornais, revistas e vários outros objetos dentro do seu acervo de puro bom gosto que este senhor faz questão de recordar. Quem sabe, seja este um dos seus "combustíveis" para viver bem com a idade que hoje ele tem.
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Ângelo Spricigo, um sapateiro que foi muito além dos sapatos
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m homem que desbravou profissões clássicas de sua época e com pouca procura nos dias atuais. Sapateiro, construtor, restaurador e compositor. Este é Ângelo Spricigo, nascido em 24 de Abril de 1915, em Urussanga, Santa Catarina. Conhecido na cidade por seus empreendimentos, é apresentado a esta nova geração como o dono da maior coleção de máquinas de costura do país. Sua história começa a se consolidar no município em 1944, quando ao visitar familiares projeta uma vida de oportunidades e volta à sua cidade natal, para no ano seguinte, retornar a Concórdia onde abriu uma sapataria, marco inicial de sua vida de sucesso. Ao lembrar dos comércios de então, Spricigo relata que existiam a Casa Bernardi e a Casa Chiuchetta, “ únicos locais disponíveis para comprar o que precisássemos.” Como sapateiro seus fregueses acabavam se tornando seus amigos. Recorda vários momentos de ficar conversando, já que trabalhava muitas horas por dia. “Tinha dias que eu ia até meia noite, uma hora da manhã, para dar conta do serviço.” Muito econômico, com o dinheiro que ganhou como sapateiro,
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investiu na compra de alguns terrenos e consequentemente fazendo construções para depois vender ou alugar. Sua visão empreendedora logo visualizou a construção civil como um negócio rentável. Arrojado, vendeu a sapataria para dois rapazes que trabalhavam com ele e associou-se ao engenheiro, com ele entrando no ramo. “Fui trabalhando na construção até que aguentei”. Para este centenário empreendedor, o que mais o incentivou nessa atividade foi quando construiu o primeiro prédio de quatro andares, o que lhe deu um rendimento maior, estimulando-o a fazer cada vez mais negócios imobiliários. Uma das pessoas que mais o incentivou na época foi um engenheiro civil chamado Raul, que o auxiliava
Relatos de um homem que aos 100 anos oferece inestimável exemplo de vida.
e direcionava nas construções. No seu currículo podem ser identificadas algumas construções conhecidas dos concordienses, como a capela do Santuário Nossa Senhora da Salete, prédios como do Hotel Don Pita e um prédio que leva o seu nome na rua do Comércio. Outra construção e criação de Ângelo Spricigo é o Clube de Veteranos de Concórdia. Tiveram início na Praça Dogello Goss, embaixo de uma árvore, onde sob o seu comando alguns amigos se reuniam para cantar e tocar violão, o que também é uma das suas paixões. “Aprendi a música sozinho, tinha um violão e com ele comecei a tocar e cantar, foi um dom de Deus”, comemora o entrevistado.. Sempre que tinha oportunidade, Ângelo Spricigo dividia com os amigos a alegria da música, para cuja atividade sempre teve facilidade. “Ouvia a música, descobria a nota e saia cantando”, explica. Essa atividade não ficava limitada somente ao grupo familiar, atuava no clube de veteranos ou com os amigos que o admiravam e incentivavam seus dons musicais. “Sempre gostei de estar com os amigos, costumava cantar na igreja, onde comparecia aos domingos. Era minha alegria estar lá a cada final de semana” relembra.
O início de um acervo histórico Ele possui a maior coleção de máquinas de costura do país
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obre o museu que hoje leva o seu nome, situado na parte de baixo de sua residência à rua Romano Anselmo Fontana, Ângelo Spricigo considera um privilégio contar com esse acervo, onde os destaques são máquinas de costura dos mais variados modelos, que começou a colecionar, lembra, após um período doloroso em sua vida, no falecimento de sua esposa em 1997. Com 82 anos e disposição de sobra, à época, Spricigo precisava ter um objetivo maior para ajudar a se recuperar na perda de sua mulher. Foi neste momento que ao ver a máquina de costura que era da falecida, resolveu recuperá-la, e a partir deste momento não parou mais. “Começar a arrumar as máquinas de costura foi casualmente, vi a máquina da minha esposa e comprei uma máquina igual a dela, as pessoas foram oferecendo máquinas e eu fui comprando, outras foram sendo doadas, quando vi já tinha umas 300 máquinas”, relata. Ângelo acordava cedo e já tinha seu dia traçado, arrumar e restaurar as máquinas de costura. Nessa atividade ficava muitas vezes mais de oito horas por dia dedicando-se a restauração, pois para ele todas deveriam voltar a funcionar.
O que era um hobby, começou a ter site www.angelospricigo.com.br tamum valor imensurável a este senhor, bém foi criado para que todos tenham que em 2014 foi certificado pela em- acesso a este importante acervo. presa RANK BRASIL, como o maior colecionador de máquinas de costura do país. Hoje, Spricigo tem mais de mil e duzentas máquinas de costura em seu acervo e continua recebendo novas peças através de doações, enquanto outras são adquiridas com recursos próprios. Uma de suas alegrias é receber visitas. Ele se orgulha em ser o maior colecionar de máquinas do Brasil. “Fico imensamente feliz quando alguém procura conhecer minha coleção de máquinas. Às vezes as pessoas vêm do Rio de Janeiro, São Paulo e outras cidades, fico feliz e isso me traz mais incentivo de continuar” descreve. Na recuperação de máquinas, ele conta com o auxílio dos familiares para continuar a coleção e manutenção do museu. O entrevistado sempre manteve uma atividade intensa, passeando e restaurando máquinas, rotina que manteve até os 98 anos, quando passou a ter alguma dificuldade de locomoção e não pode continuar as suas “obrigações diárias”. O museu fica aberto para visitas nas quintas e sextas feiras, das 14 ás 18 horas e com horário marcado. O Concórdia, Julho / 2015
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“Concórdia é minha terra”
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om invejável bom humor, quando questionado sobre a idade que gostaria de atingir Spricigo não vacila. “Já cheguei aos cem anos, agora o que vier é lucro”. Mas para ter esta idade e ainda poder brincar com isto, ele é categórico sobre o que considera receita para sua longevidade: “É a saúde, a pessoa tendo saúde vai longe. Se você não tem saúde, nada vai bem, não dá nem para trabalhar”, afirma. Outro motivo de alegria é de nunca ter contraído doença grave e ainda brinca: “a pior doença foi uma sarna que eu peguei, não recordo de ter ficado hospitalizado”. Ele agradece por isso e avisa: “como não tenho doença vou ficar vivo para sempre”. Dizendo que “Concórdia é minha terra”, Spricigo lembra do início de sua vida, julgando ter bons motivos de recordação. Outra receita que ele prescreve como remédio para manter o bom humor e o otimismo: “Vivo bem, tenho muitas amizade, gosto de receber visitas, de amigos que vem aqui cantar, mas principalmente de pessoas que vêm visitar a coleção de máquinas.” Ele destaca o lado familiar, assinalando que “a família é tudo para mim. O que vale na vida da gente é ter uma família que nem a minha, não tem nada melhor, isto é uma grande coisa”. Com a alegria de quem chegou aos cem anos com a certeza do dever cumprido, ele prefere não dar conselhos, mas sugere um caminho para uma vida feliz e realizada. “O que eu digo para vocês é o seguinte, guardem sua saúde com zelo e quem não tem procure ganhar a saúde, pois somente assim vocês vão viver bem, viverão felizes”, sugere o centenário colecionador. Questionado se gostaria de fazer mais alguma coisa na vida, Ângelo Spricigo demonstra altruísmo e convicção admiráveis. “Gostaria de consertar ainda máquinas de costura, isto é uma
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alegria para mim, mas eu não tenho mais condições de trabalhar, porém fico feliz pelo que fiz até os dias de hoje. Agradeço a Deus pela idade que Ele me deu, viver cem anos não é para qualquer um”, reconhece.
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Vivo bem, tenho muitas amizade, gosto de receber visitas, de amigos que vem aqui cantar, mas principalmente de pessoas que vêm visitar a coleção de máquinas.”
Comércio e Indústria, associativismo que gera resultados em Concórdia
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competência e vocação empresarial do comércio e indústria de Concórdia é um diferencial que tem garantido o desenvolvimento do município. Quem assegura é o presidente da Associação Comercial e Industrial, Edson Argenton. Nos últimos anos, diz ele, os empresários têm reconhecido que um bom planejamento ajuda na economia, e assim, associação tem ajudado no planejamento de melhores locomoções para estas empresas e dar condições estratégicas , englobando mobilidade social, pessoas, segurança, educação e treinamento de pessoas para as mais diferentes atividades. Outro ponto que o presidente aponta é sobre os jovens concordienses, pois antes o que ocorria era que eles saiam para estudar fora e ficavam, hoje em dia tem mudado, e eles têm voltado ao município continuando o desenvolvimento de muitas empresas. Edson destaca que existem universidades excelentes em Concórdia e que a indústria tem ajudado a desencadear a projeção para novos cursos. Para ele, o setor moveleiro tem ganhado destaque, a indústria do conhecimento e o setor de software e programação, igualmente tem crescido, algo inédito na região. Para ele, isto deixa uma coisa bem clara, que existe no município o empreendedorismo. A Associação Comercial e Industrial de Concórdia (ACIC), foi fundada através da iniciativa do empresário Jacob Biezus, primeiro presidente, em 1958, sendo que a primeira diretoria reuniu pioneiros que estavam iniciando seus comércios. O primeiro local foi oferecido por José Chiuchetta e depois mais
tarde teve sua sede própria na rua Anita Garibaldi, onde permanece até hoje. Passados 57 anos, hoje o presidente Edson Argenton tem sua gestão até o ano de 2016. Ele destaca que a ACIC trabalha através da visão associativista, buscando ser articuladora para a indústria regional. Argenton é empresário, já participou da entidade na gestão 2012/2014 como Diretor, e diz que esta experiência abriu sua visão sobre a importância que a entidade tem para Concórdia. Comenta que hoje no município existe uma estabilidade interessante dentro da indústria voltada ao agronegócio, grande âncora da economia local, o que traz muitos serviços e gera um ciclo de atividades para toda a população, define o entrevistado. Para Edson Argenton Concórdia é um polo de novos negócios, não de mega indústrias e sim de melhorias no que já existe. Para ajudar no desenvolvimento do município, Argenton fala sobre uma estratégia da ACIC. A associação empresarial conta hoje com os grupos setoriais,onde são auxiliadores para mostrar ao associado suas demandas e necessidades. Foi criado também um plano de planejamento de controle, onde são fiscalizadas as obras que estão ocorrendo e que foram planejadas, se estão dentro do cronograma. O atual presidente destaca o último núcleo criado, COMEX ( Núcleo de Comércio Exterior), onde a entidade incentiva os empresários mostrando que todos podem exportar, tirando da análise local e abrindo novas oportunidades. Sobre o futuro do município, Argenton vê a entidade que preside como polo de referência. “Concórdia tem grande projeção e espa-
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Concórdia tem grande projeção e espaço para crescer, principalmente em qualidade de mão de obra, sendo reconhecido como um município com bons produtos e serviços, em cujo setor tem grande potencial”
ço para crescer, principalmente em qualidade de mão de obra, sendo reconhecido como um município com bons produtos e serviços, em cujo setor tem grande potencial”. Sobre os 81 anos do município, Argenton destaca que Concórdia é um berço fantástico para se morar, uma pessoa pode até sair da cidade, mas quem ficar aqui pode ter certeza de ter uma cidade cada vez melhor, analisa. Ele aposta num futuro promissor, por isso cumprimenta empresários, trabalhadores e toda a população, por construirem uma sociedade exemplo para os catarinenses, conclui. Concórdia, Julho / 2015
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Benetti fala de sua vida pública e admiração por Concórdia
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tualmente com um escritório no centro de Seara, onde atua como despachante, Severino Benetti, filho do agrimensor José Benetti e Clementina Moschetta, Benetti, nasceu em Seara no ano de 1945. Hoje com 70 anos, 46 deles dedicados á vida pública, filiado ao PMDB desde 1969. Elegeu-se vereador pela primeira vez no ano de 1976, após cuja eleição, foi vitorioso em mais 3 disputas. Ainda na juventude foi impulsionado por Dorvalino José Rech, um dos ex-prefeitos de Seara. Benetti tem vivido seus dias procurando desenvolver o melhor para a população e para as pessoas com quem convive. Com a vida pública, Benetti teve oportunidade de conhecer vários lugares no país e também aprendeu a ter um contato maior com as pessoas, trazendo assim uma proximidade com a população, o que lhe proporcionou conhecer várias personalidades de Concórdia, como o ex-prefeito Luiz Suzin Marini, Neudi Massolini e o ex-deputado estadual, Ademir Bortollini. Ele ainda inclui em seu rol de amigos, o deputado estadual e ex-prefeito de Concórdia, Neodi Sareta,
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Fioravante Massolini, que trabalhou com o seu pai como vendedor de terras e agrimensor, além do ex-delegado Luiz Augusto Buschelle, Mario Pagnocelli, e Álvaro José Antônio Pille. Este, quando foi Secretário de Segurança Pública, foi o responsável em assinar a carteira de Severino Benetti, como despachante autorizado. Benetti também é amigo pessoal de Moacir Sopelsa, Secretário de Agricultura, a quem é muito grato. Inclusive no mês de abril, Severino esteve com Sopelsa na Assembléia Legislativa para que Benetti
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Todo o povo de Seara tem admiração por este município, podemos dizer que somos filhos de Concórdia”
recebesse uma homenagem por seus 46 anos de filiação ao PMDB. “Conheci Moacir na década de 80, o qual merece meu respeito e minha admiração”. Hoje presidente de honra do partido no município de Seara, Benetti relata a importância de ter o município de Concórdia como um exemplo de cidade. “Todo o povo de Seara tem admiração por este município, podemos dizer que somos filhos de Concórdia”, enfatiza Benetti. Depois de ser emancipada em 1954, Seara seguiu seu caminho e continua em seu desenvolvimento. Para falar dos 81 anos que o município está completando, Benetti relata como é importante ver Concórdia continuar progredindo. Ele parabeniza toda a população que tem investido e que tem acreditado neste progresso, lembrando sempre das pessoas que desbravaram e administraram o município no passado para que chegasse a ser o que é nos dias de hoje. “Parabéns Concórdia por seus 81 anos, e que seu futuro seja ainda melhor através de quem vai estar a frente deste importante município do Alto Uruguai Catarinense” Conclui.
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Girardi diz trabalhar para um desenvolvimento maior
prefeito João Girardi, em seu segundo mandato no município se alegra ao relatar de como o município se encontra nos dias atuais. Observa que muito ainda tem para se fazer em uma cidade deste porte e que um bom planejamento é imprescindível para um desenvolvimento real e satisfatório para a população. “Concórdia completa 81 anos com muita honra. Através dos índices que tem sido levantado pelas entidades responsáveis, os números concordienses tem mostrado o reflexo de um povo que trabalha para crescer. Podemos ver o futuro com boas perspectivas”, comora o entrevistado. Girardi é enfático ao explicar que os números não são construídos do dia para a noite, portanto, lembrar-se dos pioneiros, desbravadores, primeiros comerciantes e empresários, se faz necessário para continuar crescendo, todos os habitantes de uma cidade são necessários para o seu progresso. Manter a qualidade de vida é o objetivo de todo administrador público e para o prefeito de Concórdia não é diferente. Ele destaca que as ações que foram feitas por todos os outros prefeitos ajudaram o município a estar desta maneira e que com isto não se perdeu as características, as tradições locais, onde todos têm respeitado as diferenças existentes em cada setor da sociedade. O crescimento social faz muitas cidades perderem seu ar local, a comunicação diária, o bom diálogo, isto é presenciado e percebido em outros grandes centros no país, porém Girardi destaca que há boa socialização em Concórdia. “ A cidade cresceu mas se manteve muito comunicativa. Me sinto feliz e com uma responsabilidade grande,porém tranquilo em poder dialogar com a sociedade.” Falando em crescimento e futuro, o prefeito concordiense destaca o projeto Concórdia 2030, um plano de governo estendido para a sociedade, onde empresários fazem parte desta comissão para dialogar e planejar um futuro crescimento permitindo que as futuras gerações criem novos postos de trabalhos, mantenham os que já têm e possam aumentar suas rendas para que os investimentos internos não diminuam. “Hoje, com a estrutura que temos no município, é pertinente um aumento nos investimentos, pois a estrutura criada auxilia nas novas oportunidades.” Para se ter uma geração futura qualificada, João Girardi acredita que a educação superior deve estar sempre alinhada com este crescimento, para isso, concentra esforços para que exista uma unidade da Universidade Federal da Fronteira Sul. Porém, destaca que os esforços também
são desprendidos para as instituições aqui presentes para que exista um fortalecimento unificado e todas estas fontes de ensino estejam fortalecidas e preparadas para o desenvolvimento das futuras gerações. O turismo também foi abordado pelo prefeito que acredita em um futuro promissor para com este segmento dentro do município, desenvolvendo novas perspectivas para este ramo na região oeste. Como o município tem a maior bacia leiteira do estado e um dos maiores rebanhos de suínos, Girardi entende que a estrturação do
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Hoje, com a estrutura que temos no município, é pertinente um aumento nos investimentos, pois a estrutura criada auxilia nas novas oportunidades.”
homem do campo seja a cada dia feita com mais detalhamento e projeções que facilitem com que os filhos destes agricultores continuem este trabalho, já que a agricultura familiar é uma marca forte em Concórdia, em perder a qualidade de vida, para que as futuras gerações possam ter suas oportunidades aqui na cidade. Um Plano diretor da propriedade rural é desenvolvido para que a agricultura e pecuária estejam cada vez mais em expansão, sendo estes segmentos que tem um grande valor na economia local. “Campo e cidade têm as mesmas condições de vida, todos merecem crescer neste município, respeitando suas diferenças e particularidades” destaca. João Girardi sabe que existe uma grande missão municipal pela frente, reconhecendo que a cidade está crescendo e é necessário manter a qualidade de vida que todos os concordienses já conhecem. Otimista, o prefeito demonstra confiança e gratidão a todos os que fizeram e fazem história em Concórdia, sabendo que com um povo assim as projeções são as melhores. Com isto, ele deixa uma mensagem a todos os concordienses: Estamos de passagem e que esta passagem seja marcante, que a gente possa se orgulhar não só do trabalho mas das pessoas que nos cercam diariamente. Com estes 81 anos Concórdia , chega firme e forte e com perspectivas de um futuro promissor” Conclui. Concórdia, Julho / 2015
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João Batista, uma história de honestidade e caráter
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onstituir uma família é o projeto de vida de qualquer casal que decide viver um matrimônio. Não foi diferente para João Batista da Silva e sua esposa Idecina Lemes da Silva, dois gaúchos originários de Taquari-RS. Como todas as pessoas que pisaram em solo concordiense, vieram em busca de um futuro melhor para eles e a família. Juntos, tiveram 11 filhos, sendo que um deles, Manoel, nasceu sem vida. As dificuldades que eles tiveram foram aquelas encontradas em toda grande família, trazer sustento e ensinar cada um dos filhos a serem pessoas ho-
nestas e comprometidas. Os anos se passaram e todos os filhos cresceram bem e saudáveis, podendo cada um trilhar o seu caminho, olhando para o patriarca com admiração e a certeza de que foram bem encaminhados. João Batista sempre deixou claro aos filhos que era necessário caráter, acima de tudo, para promover mudanças onde quer que cada filho estivesse. Sempre acreditou em cada um dos herdeiros sabendo que fariam a história desta família continuar. Trabalhador, este homem levou sempre em suas mãos as marcas de um guerreiro, dia após dia vencendo cada batalha tendo a certeza, ao lado de sua fiel es-
posa, que poderiam se alegrar com o rumo de cada um dos seus filhos. Com este espírito de confiança e expectativa, João Batista da Silva sempre acreditou na cidade que o acolheu e depositou confiança nos filhos, sabendo que cada um faria sua trajetória se espelhado no exemplo de um honesto homem trabalhador. Ele faleceu em 1993 e Idecina em outubro passado. Dois filhos permanecem em Concórdia e os demais migraram para outras regiões de Santa Catarina e no estado do Paraná. Hoje continuam a geração que o pai, João Batista, começou. in memoriam
Fone (49) 3444 1668
Rua: Domingos Machado de Lima nº 431 - Centro - Concódia Concórdia, Julho / 2015
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Rubi Eduardo Lunge, de atleta a empresário bem sucedido
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o sair de Erechim (RS) no ano de 1956 para ser jogador do Guaycurus Futebol Clube, Rubi Lunge não poderia imaginar que sua vida se completaria em Concórdia. Convidado por dirigentes do clube que foram visitar a cidade de Erechim e o viram jogando no Ipiranga, lhe chamaram para conversar e fizeram uma proposta para jogar no Guaycurus. Rubi de pronto aceitou o convite e ao avisar seus pais sobre a proposta o indagaram com a pergunta; “ onde fica Concórdia ? “ Fica em Santa Catarina”, disse ele sem dar mais detalhes, pois não conhecia a cidade. Após arrumar as malas, o desportista veio desbravar as terras concordienses. “Ao chegar já gostei muito das pessoas daqui”, relata. Na juventude, além de atleta, também trabalhava e logo abriu um escritório de contabilidade, e depois inseriu a venda de materiais para escritório e também seguros. A trajetória no futebol não foi muito longe, porém já instalado, Rubi se destacava no voleibol, ”este era o esporte que eu mais gostava”, destaca, e isto lhe permitiu fazer parte da primeira equipe dos Jogos Abertos de Santa Catarina, em Brusque, no ano de 1960. Na ocasião disputou também o basquete, na época chamada de “bola ao cesto”. Sempre um entusiasta do esporte teve uma vida de prática esportiva ativa, jogando uma “boa pelada” com os amigos no ABC Piscina Clube até os 60 anos. O jeito aventureiro continuava em Rubi, que montou uma granja, localizada no bairro Guilherme Reich, porém ele disse que era um negócio difícil e necessitava ter uma estrutura grande, analisando que não seria um bom empreendimento, acabou desistindo. O seu destaque pro-
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fissional porém foi com a corretora de seguros. Como corretor de seguros ele começou a participar de entidades como CDL( Câmara de Dirigentes Lojistas), onde foi presidente no ano de 1975 e da ACIC (Associação Comercial e Industrial de Concórdia), sendo eleito presidente de 03/02/1987 á 11/01/1988. Neste ano
Relato de um homem que construiu uma vida ao se aventurar como atleta amador.
de 2015 a empresa que ele iniciou completou 59 anos de serviços na região de Concórdia. Rubi, ao lado de Maria, sua esposa, casados ha 58 anos, formaram uma família de sete filhos; Rudimar, Rubinho, Ribamar, Rubens, Rúbia, Rosângela e Rubi Júnior, e que lhe deram 10 netos e dois bisnetos. Trata-se de família hoje tradicional, que através deste homem tem um reconhecimento dentro do município. Perguntado sobre o porquê do seu sucesso e do prestígio que desfruta, Rubi responde: “Só é lembrado quem faz coisas boas. Nós temos que fazer coisas boas, pois somente assim seremos lembrados na nossa trajetória”. Com toda a sua dedicação e trabalho em todos estes anos, Lunge resume a sua saída da cidade gaúcha e sua vida em Concórdia na seguinte frase: “Foi muito bom sair de Erechim, pois aqui em Concórdia conquistei tudo o que eu queria”, encerra.
Saretta fala do orgulho de representar Concórdia Divulgação
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deputado estadual, Neodi Saretta, destaca a admiração que tem pelo município de Concórdia e por sua gente. Formado em Ciências Contábeis e Direito, foi prefeito da cidade entre os anos de 2000 á 2008. Entusiasmado com o estágio atual de desenvolvimento ele constata que “Concórdia é praticamente tudo para mim e para minha história. É uma cidade com altíssima qualidade de vida, que valoriza acima de tudo o convívio familiar”. Saretta começou sua vida pública como vereador no município, em 1988, ficando na história como o mais novo vereador do seu partido. Após este tempo, foi eleito em 1994 para deputado estadual em dois mandatos e após passar pela prefeitura, está novamente na Assembleia Legislativa. Quando relembra de seu tempo na cidade, o parlamentar comenta como foi importante atuar na gestão desta importante cidade do Alto Uruguai Catarinense. Como prefeito recebeu alguns prêmios, como o de Melhor Gestão Fiscal Responsável do País em 2002, “Prefeito Mais Responsável do País”, foi reconhecido também pela Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) como “Prefeito Amigo das Crianças”. Ele recebeu também o Título de “cidadão concordiense” concedido pela Câmara de Vereadores de Concórdia no ano de 2009, “de cuja honraria muito me orgulho”, comemora. Neudi Saretta enfatiza ter muito a agradecer à população de Concórdia por ter acreditado em seu trabalho por todos estes anos. Lembrou ainda que na gestão participativa os concordienses foram essenciais para que os trabalhos fossem executados. Ele continua com forte ligação com o município, interagindo não só com a administração municipal, mas também com a população, cujo contato considera imprescindível. O entrevistado considera como essencial em Concórdia hoje, a qualidade de vida que o município oferece, componente que as pessoas mais procuram hoje em dia. “Concórdia tem esse quesito”, diz. Outro ponto que ele destaca é a vocação agroindustrial e vantagens para o agronegócio. Sobre a educação fala da relevância de ter o instituto federal e a luta incessante por uma faculdade da fronteira sul. “Concórdia tem um foco importante no polo educacional”, destaca Saretta. Na saúde percebe o mesmo desempenho,
considerando que o município tem se empenhado para que a população receba dos cuidados necessários, como a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Admite, porém, que a exemplo de outros municípios catarinenses, a falta de recursos seja empecilho para investimentos de maior abrangência. O ex-prefeito, que revela indisfarçável entusiasmo ao falar do seu berço na vida pú-
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blica, termina parabenizando o município por estes 81 anos, ao mesmo tempo em que agradece a todos aqueles que começaram Concórdia, aqueles que investem no local. Saretta conclama a todos para continuarem acreditando no município. “Quem gosta da cidade pode continuar a investir, pois ela tem as características de um local tranquilo e bom para se viver” finaliza.
Concórdia é praticamente tudo para mim e para minha história. É uma cidade com altíssima qualidade de vida, que valoriza acima de tudo o convívio familiar” Concórdia, Julho / 2015
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Leni Suzin Marini, persistência, dedicação e amor ao próximo
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professora Leni Maria Perotti Suzin Marini, tem motivos de sobra para orgulhar-se da Concórdia que ajudou a construir. Foi prefeita do município, de 01 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000. Casada com o também exprefeito Luiz Suzin Marini, dona Leni tem como principais marcas de sua personalidade a persistência, dedicação e amor ao próximo. Ela participa desta edição da Revista do Vale SC, falando um pouco de sua história. Nascida em primeiro de outubro de 1942, no então distrito de Ipumirim (na época vinculado a Concórdia), a entrevistada lembra que seu envolvimento político nasceu do desejo de servir sua comunidade, em 1965, quando seu noivo, o Luizinho, já vereador, foi candidato a prefeito. Em seus mandatos políticos sempre atuou no trabalho social, abraçando a causa junto ás pessoas carentes, fazendo visitas e auxiliando na medida do possível. Leni Maria Perotti Suzin Marini, foi vice Prefeita de Concórdia de 01.01.1993 a 31.12.1996. Atua há vários anos na Rede Feminina de Combate ao Câncer de Concórdia, da qual foi uma das fundadoras. Sempre auxiliou nas atividades sociais com crianças carentes, mulheres e ações da terceira idade. Filha de Rizieri João Perotti e Angela Rosa S. Perotti, Leni é mãe de seis filhos: Luizita, Raquel, Marta Helena, Luiz Júnior, João Alberto e Rafael. Depois de ter realizados seus principais sonhos de vida, como professora e mãe de família, a ex-prefeita, sempre conciliou com desenvoltura as atividades políticoprofissionais, sem descuidar do atendimento familiar. Na época, como primeira dama suas ações sempre foram voltadas para o lado social, participando da criação da maioria dos Clubes de Mães e Grupos de Idosos formados em Concórdia na segunda gestão do Luizinho, na década de 80. Sempre foi gratificante, diz ela, exercer atividades inerentes ao Executivo, “poder administrar a terra que nasci, mais ainda em um momento em que a mulher, com sacrifício e tenacidade foi ocupando espa-
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ços por ela conquistados. Hoje, apesar de ter seus direitos garantidos pela constituição, sabemos que há muito para conquistar”, constata. Ao falar de suas atividades nas funções públicas e na sociedade, ela começa lembrando da fundação do Grupo de Idosos, Mães e Gestantes carentes do município. Como fundadora da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Concórdia no ano de 1987, assumiu a presidência por duas vezes. É membro da diretoria de diversas entidades assistenciais de Concórdia, entre elas APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), SCAF (Sociedade Concordiense de Auxilio Fraterno), Casa da Amizade e participação na Pastoral da criança. Tem vários prêmios conquistados: Destaque Meio Oeste Catarinense 1992 em Joaçaba; Destaque Político Profissional Feminino- Oeste Catarinense 1995 em Chapecó; Destaque Feminino 1995 em Concórdia; Destaque Esportivo em 1997, Troféu “ O Jornaleiro”; Premio TOP de Marketing politico em 1999; Destaque Prêmio de Qualidade Master em 2000. Após destacar que Concórdia tem um povo trabalhador e ordeiro que muito colabora no progresso e crescimento do município e do Estado, através de empresas, indústrias e comércio. Essas forças, diz ela, projetam cada vez mais nossa terra para um trabalho conjunto e proporciona sequência das administrações municipais. Ela se orgulha ainda de, como prefeita ter administrado e cumprido fielmente a lei da responsabilidade fiscal, governando Concórdia até a passagem do primeiro para o segundo milênio. Como mensagem pelo aniversário da cidade, a professora Leni Maria Perotti Suzin Marini, enfatiza que “a conjugação de esforços e vivacidade dos que escolheram Concórdia como sua morada e dos que tiveram a felicidade de aqui nascer, tornou a cidade referência em qualidade de vida. Sinto-me extremamente gratificada por poder contribuir com o desenvolvimento das potencialidades do nosso querido município”.
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A conjugação de esforços e vivacidade dos que escolheram Concórdia como sua morada e dos que tiveram a felicidade de aqui nascer, tornou a cidade referência em qualidade de vida”, diz a ex-prefeita
Luiz Suzin Marini, um homem público que fez história
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ma pessoa prestativa, assim é o exprefeito em dois mandatos no município de Concórdia, Luiz Suzin Marini. Começou a trabalhar desde cedo e tem no seu currículo, além de posições políticas, as profissões de operário, comerciante, motorista e agropecuarista. Seu jeito de liderar na comunidade de Cachimbo chamou a atenção do partido UDN (União Democrática Nacional), e então foi convocado para ser candidato a vereador em 1963, quando ocupou seu primeiro cargo público com 28 anos. Com o bom trabalho executado, Luizinho como começou a ser chamado, concorreu ao cargo de prefeito, sendo eleito e ocupando o a administração municipal de 1966 até 1970. Este vasto currículo foi crescendo, e Marini foi novamente prefeito em Concórdia entre 1983 a 1989. Depois, ainda concorreu a deputado estadual, ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa ente 1991 a 1994 pelo PMDB e depois reeleito no ano de 1995. Neste mesmo ano foi Conselheiro do Tribunal de Contas, eleito pela Assembleia Legislativa e empossado no dia 22 de Novembro. O último cargo antes de se aposentar foi o de Presidente do Tribunal de Contas em 2005, quando no final daquele ano veio a despedida. Era o que o próprio Luizinho esperava, porém, um pedido do então governador Luiz Henrique da Silveira (in memoriam), para ocupar a vaga de secretário na SDR ( Secretaria de Desenvolvimento Regional) no ano de 2007, lhe fez voltar ao meio político administrativo. E foi após este cargo, no fim daquele ano, que Luizinho saiu da sua vitoriosa vida pública. Para falar do município o exprefeito é enfático: “Concórdia é uma cidade grande e bem desenvolvida, tive a felicidade de nascer aqui. Precisamos
olhar com bons olhos, agradecendo a todos que contribuíram e que escolheram aqui para morar, todas as pessoas são importantes para o crescimento do município, e isto deve ser lembrado por todos.” Ele relembra que todos os prefeitos fizeram as suas partes, contribuindo com o que tinham em mãos e por isso o município está a cada dia conquistando novos espaços, tanto no cenário estadual como no nacional. Quando lembra de seu início como vereador, relata que naquela época não havia remuneração e tudo era por conta do próprio político “ era a vontade de mudar que nos fazia legislar” afirma. Depois como prefeito, lembra-se dos poucos recursos que existiam em suas mãos para uma cidade que sempre esteve em desenvolvimento. Porém, se alegra ao lembrar de como a população reconhecia os trabalhos que eram executados, e isto ocorreu tanto no primeiro como no segundo mandato. O entrevistado diz ter três fortes lembranças que marcam sua vida. A primeira é que ele tem em sua memória cada uma das equipes que trabalharam com ele em suas gestões, por todos os lugares em que passou. A segunda lembrança foram as dificuldades encontradas com a seca de 1968, maior seca que o município já passou no Rio dos Queimados, e assim foi necessário retirar a água do Rio Suruvi, insuficiente esta quantidade, ainda foi necessário depois tirar a água do Rio Jacutinga que hoje abastece o município. A terceira lembrança foi a versão contrária a ocorrida em 68, a maior enchente no município, no ano de 1983, que trouxe grandes prejuízos a Concórdia. Nestas duas últimas Luizinho recorda da solidariedade do povo e entendimento de que o prefeito necessitaria de apoio para reestabelecerem as condições normais
de convívio. Ao ser questionado sobre obras de suas administrações, Luiz Suzin Marini destaca os investimentos no esporte concordiense e tem sua alegria ao comentar sobre a Praça Dogelo Goss “ Se tem algo que me motiva em ver que contribui com o município é ver a praça nestes moldes em que projetamos” Sobre o futuro do município, Luizinho destaca que Concórdia vai crescer muito ainda e engrandece o fato de a agricultura e pecuária continuarem fortes, ajudando o município a ser uma potência nestas questões. Como um homem visionário para as questões públicas, Luizinho comenta sobre as novas gerações; “ A juventude que vem crescendo vai ter ser-
viço e condições de poder auxiliar na expansão do município, colaborando para que seja a verdadeira capital do trabalho como é denominada desde antigamente.” A alegria deste senhor ao tecer comentários ao município é contagiosa. Para finalizar os relatos sobre a sua vida nesta terra que fez ser quem ele é. Suzin Marini deixa um recado de gratidão ao povo concordiense:“ Queremos expressar nosso profundo agradecimento a todos que contribuiram para o progresso deste grande município, a valorosa população concordiense que talhou no Alto Uruguai Catarinense uma cidade próspera e acolhedora. Parabéns Concórdia pelos 81 anos de existência” finaliza. Concórdia, Julho / 2015
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SINDICON, trabalhando para a economia regional
Presidente Leocérgio Sarturi fala dos trabalhos sindicais em Concórdia
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niciando suas atividades no dia 30 de agosto de 1984, por iniciativa de um grupo de proprietários e representantes do comércio varejista de Concórdia, o Sindicato do Comércio Varejista do município teve como primeiro presidente, Herbert Hugo Nilson. A primeira reunião da entidade foi na sede da Associação dos Motoristas de Concórdia,quando então criaram a Associação Profissional do Comércio Varejista de Concórdia, elegendo a sua diretoria provisória. No dia 6 de dezembro do mesmo ano, em decisão tomada em assembleia dos seus associados, a Associação Profissional tomou caráter sindical e passou a receber a denominação atual. Passados 31 anos,o atual presidente do SINDICON, Sindicato do Comércio Varejista de Concórdia, é Léocérgio Sarturi, que há 30 anos está em Concórdia e 20 deles no meio empresarial. Ele relatou sobre o trabalho deste órgão junto ao comércio, onde é responsável por ser um “braço direito “ para que todas as empresas possam ser efetivas em seus trabalhos esclarecendo dúvidas de como exercer suas atividades de acordo com as leis. Através do sindicato são levantadas questões e o empresariado é convidado a estar inteirado nos assuntos pertinentes e atuais para definir o rumo de suas ações. “Onde cada ação ajude o município a crescer”. Destaca o presi-
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dente. Léocérgio engrandece o empresariado concordiense, pois ele mesmo pode comprovar que no município a maioria dos empresários investem aqui os seus lucros e ajudam para que o melhor seja feito na região. Quando são levantados os assuntos no meio empresarial, o sindicato promove ações que venham ao encontro e possam debater junto ao poder público e assim apresentadas ideias que promovam as condições necessários aos meios econômicos, evitando travar o desenvolvimento da região. O Sindicato foi criado pensando na defesa das empresas, através de um grupo de empresários, além de Concórdia, mais 14 municípios da região da AMAUC ( Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense) fazem parte e são representados pelo SINDICON. A diretoria é composta por 13 empresários e mais uma secretária que trabalha na sede da entidade. O presidente Sarturi, parabeniza todos os prefeitos que começaram esta história, desde 1934, uma história bonita, onde cada prefeito acreditou no município para chegar onde está hoje. Ele finaliza dizendo que “é necessário destacar também os empresários que acreditam no município e não medem esforços para atrair recursos e promover o melhor para esta cidade, e isso só tem a fazer Concórdia crescer”, encerra.
Comércio forte, a CDL tem tudo a ver com isso que promovem as empresas, fomentando os negócios nos mais variados setores da economia. O associado sabe da importância das Campanhas, por beneficiarem os consumidores, que participam e aprovam a ação. O Sábado D com horários diferenciados de funcionamento dos estabelecimentos também recebe o apoio das empresas, ampliando as vendas nas datas comemorativas. Neste ano, comemorando quatro décadas e meia de fundação da entidade, foi lançada em abril a Campanha de Prêmios Me Leva com Você que sorteará até dezembro 41 vale compras de R$300, três motocicletas e mais um carro zero. Campanha mais do que aprovada pelos associados que já sentem os reflexos positivos da inciativa. A CDL nasceu quando Concórdia completava 35 anos de história, lembra Zat. Na época o comércio era
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oncórdia possui um comércio pujante e em plena expansão, exemplo para Santa Catarina. Quem assegura é Moacir Zat, presidente da Câmara de Diretores Lojistas do município. O sucesso do comércio, diz ele, é a preocupação permanente dos empresários, sempre ocupados em inovar e oferecer excelência em produtos e serviços, assim como atendimento de qualidade aos clientes. Nossos empresários estão sempre de olho nas tendências de mercado. Nosso varejo vem se moldando ao longo dos anos, apostando em qualificação tanto dos seus colaboradores, como dos gestores, além de investir em novos processos de gestão. Transformar o presente em uma grande oportunidade de evolução, tem sido o grande desafio da CDL de Concórdia, diz o presidente. Segundo Moacir Zat, a entidade que dirige trabalha com parcerias, o que faz a diferença nos resultados das ações e projetos, em especial das campanhas
Moacir Zat reconhece o trabalho de presidentes, diretores e conselheiros que passaram pela CDL Concórdia, bem como da equipe de colaboradores atuais que tornam a entidade um grande pilar de sustentação das empresas. Sobre os 81 anos de Concórdia e os desafios para o futuro, o entrevistado destaca a necessidade de inovar em um cenário cada vez mais competitivo e em constante evolução. Segundo ele, “é necessário suporte e é isso que oferecemos aos empresários da cidade desde 1969. Ao longo desta caminhada muitos desafios que nos fizeram crescer e ter a certeza que estávamos no caminho certo. Com a missão de representar as empresas, a CDL iniciou o século XXI com instabilidades e vulnerabilidades econômicas o que nos impulsionou a mudar e buscar novas estratégias, uma delas a parceria com o SEBRAE. Pois hoje não
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Concórdia trabalha com parcerias, fazendo a diferença nos resultados das ações e projetos, em especial das campanhas que fortalecem as empresas e fomentam os negócios nos mais variados setores da economia. tímido. O trabalho desempenhado em equipe ganhou força resultando em novas ideias que possibilitaram o desenvolvimento e instalação de novas empresas. E foi graças a está união que a marca se tornou referência e sinônimo de credibilidade não apenas em Concórdia, mas no estado e no país. Aprendemos com o tempo, em 45 anos foram muitas conquistas, mudamos o comércio e transformamos a cidade em modelo de economia, agregando a outros setores como agronegócio e transportes de cargas. Temos um trabalho forte, desde 1970, através do Serviço de Proteção de Crédito SPC, maior Banco de Dados da América Latina Confiabilidade e segurança em prol do desenvolvimento fazem parte da missão da entidade que oferece em 2015 um vasto portfólio de oportunidades aos associados.
são apenas as empresas que se moldam, mas também os consumidores que estão mais conscientes dos gastos e preocupados com as contas futuras, além de estarem bem informados sobre tudo. Com o apoio de nossos associados e colaboradores, estamos escrevendo uma história de luta e defesa do movimento lojista e das empresas. Reiteramos nosso apoio em todos os momentos e parabenizamos a população pelo empenho e dedicação ao longo desta trajetória de construção do munícipio. Afinal são oito décadas de trabalho incansável que tornam hoje nossa cidade menção em qualidade de vida, 1ª do estado no ranking de desenvolvimento humano e prospecção de geração econômica, social e política. Parabéns aos quase 75 mil habitantes, a festa é de Concórdia e os méritos são de todos”, encerra. Concórdia, Julho / 2015
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