ES DEVLIN ESTUDO DE CASO E OBRA AUTOR DO ESTUDO: JEFFESSON S. SANTOS PROFESSORA E ORIENTADORA: IASMIN JAIME
Esmeralda Devlin, mais conhecida como Es, é uma designer/cenógrafa londrina, talvez seu primeiro ponta pé inicial no mundo do set design foi quando um de seus tutores em sala de aula começou a instiga-la a estudar mais sobre design teatral, sempre muito intrigada por palavras, formas e musica, iniciou nesse campo um pouco desencorajada pois, a priori não gostava de teatro, dizia que era “um pouco chato” mas depois confessou que talvez não tinha sido apresentada ao teatro certo.
Estudou na Central Saint Martins, cursando o “Motley Stage Design Course”, um curso de fundamentos de artes e disse que lá se sentiu em casa, uma identificação com a sua gente, ou como ela mesma diz: sua “tribo”. Sempre envolvida no mundo das artes de uma forma ou de outra, conta que sempre pintou, fazia pequenos teatros, e até jogos de tabuleiro. Decidiu estudar literatura inglesa na Universidade de Bristol justamente por ter uma deficiência em palavras, após três anos de muito estudo e leitura, (o que confessa ter sido essencial para o que ela faz hoje em dia) ela se sentiu desesperada para criar, pela vontade de fazer aquilo sair do papel, e ter sua versão física e não só ler sobre, mas trazer para a tridimensionalidade.
Com uma lista invejável de clientes do mercado fonográfico mundial, diz que trabalhar com artistas como Kanye West, Beyoncé e Adele sempre é diferente, comenta que todos eles são artistas
visuais
em
algum
nível
pois
todos
já
viram
muito
sobre
quase
tudo
do
mercado
do
entretenimento, todos são curadores do que eles gostam, então tornam-se um processo de divisão de curadoria e repertório particular sobre o que eles gostam e sugerindo ideias as quais a cenógrafa acredita que melhor trarão essas ideias a vida. No caso de West, ela diz que se sente mais uma ajudante com a visão dele já pré-estabelecida, pois o rapper já é um artista visual nato, alguém que foi para escola de artes e tem uma visão mais palpável do que quer atingir e pensa igualmente nos visuais como na musica em si.
COSTUMA DIZER QUE SEU TRABALHO É ESCULPIR O PALCO, MAS O QUE ESTAVA SENDO ESCULPIDO MESMO É A EXPERIÊNCIA DO EXPECTADOR AO PRESENCIAR TAL PERFORMANCE.
ES DEVLIN ESTUDO DE CASO WATCH THE THRONE Es Devlin é uma artista designer que mescla as linguagens das visualidades com o conceito de palco desconstruído, mas certamente o seu trabalho busca criar interação e novas sensações com o público. É conhecida por criar esculturas performáticas de grande escala e ambientes que fundem música,
linguagem
e
luz.
No
geral
ela
utiliza
dos
espelhos
para
muitas
de
suas
construções
cenográficas, a partir desse meio consegue manipular o espaço e a percepção.
Na sua área de atuação, costuma ser questionada de onde vêm suas ideias. E ela diz que as suas ideias sempre surgem da busca constante pelo entendimento da luz e ela costuma chamar o seu trabalho de "esculturas de palco", e dessa maneira a sua cenografia acaba assumindo um papel de obra performática.
Acostumada a criar esculturas cinéticas e palcos para espetáculos de tamanhos e estilos distintos os quais envolvem óperas, peças de teatro, desfiles como (Balenciaga, Louis Vuitton) e grandes shows pop. Nesse cenário a sua carreira foi construída e consolidada, assumindo uma identidade própria no qual ela une tecnologia e alta performance.
A sua investigação acaba por buscar interpretações totalmente poéticas, os seus estudos cenográficos possuem um entendimento de linguagem e comportamento de quem encomenda os seus trabalhos, tanto que em algumas de suas falas no documentário Abstract da Netflix, disse que tanto ela quanto a sua equipe estudam as letras e músicas dos artistas, pois a partir desse processe eles conseguem narrar essa poética visual.
O trabalho que decidimos aprofundar foi a cenografia de show que ela planejou para os artistas Jay Z e Kanye West no qual os dois levaram em sua turnê conjunta um novo processo de direção de palco. A turnê Watch The Throne aconteceu em 2011 e buscava cenograficamente demonstrar
duas
representações
de
trono
e
essa
afirmação
foi
feita
pela
a
própria
Es
na
apresentação final do projeto.
Os dois tronos gigantes do cubo de vídeo traziam um pensamento poético de isolamento, poder e fragilidade. Primeiramente eles (os artistas) se encontravam em posição de poder, pois eles estavam à 4 metros de altura diante do público, mas ao mesmo tempo eles demonstravam ser vulneráveis, pois estavam distantes e o projeto cenográfico em si possuía essa fundamentação, com esse contexto a cenógrafa queria mostrar tensão de poder e falibilidade, pois havia a possiblidade deles caírem desses palcos pensando na dimensão e a maneira que ambos se movimentavam, essa questão também fazia parte desse jogo de narração visual.
ES DEVLIN Na
cenografia
para
esse
show
a
Es
teve
que
ficar
atenta
aos
múltiplos
detalhes
das
apresentações, tanto que ela diz que o cenógrafo deve ficar atento à qualidade do que será exibido, e isso determinará a estrutura do projeto, assim diante da locação o profissional saberá quais serão os equipamentos cenográficos necessários.
Um ponto que podemos destacar nesse projeto em questão é que toda a sua estrutura foi pensada e feita exclusivamente para essa turnê e também acentuar que houveram poucas adaptações e
essa
questão
influenciou
bastante
na
experiência
do
público,
diante
disso
cada
detalhe
foi
estruturado, tanto na montagem cenográfica total, quanto na execução de palco alocado que faz junção ao cubo de vídeo.
A cenografia Wath the throne em sentido geral teve a função de interagir com o público, pois os maiores impactos direcionados foram o sensorial e visual, a montagem em si fez com que os artistas tivessem um envolvimento atmosférico com o evento,
assim, a história de impacto que eles
queriam contar também estava ali no espaço cenográfico, mostrando o lugar de auge e conquista de Jay Z e Kanye West no universo musical predominado por pessoas brancas.
O estudo do projeto foi feito a partir da ampliação de vários símbolos imagéticos que criavam assim um roteiro de batalha, no qual o público tinha a percepção de participar dessa lógica também. É interessante dizer que Kanye West esteve em várias etapas e reuniões, se tornando um quase co-designer da Es, pois ele e o Jay Z, queriam se fazer presente na visualidade que estava sendo construída, tanto que West queria que o público tivesse a noção básica de como homens negros poderiam ser vistos dentro de uma estrutura social e por esse motivo que os cubos tiveram a altura de 4 metros.
Poder-se-ia dizer que a hibridez inaugural dos signos em mutação nos processos criativos híbridos reside no próprio artista e em seu vir a ser: podemos então situar
a
medida
desses
processos
no
“artista-signo
híbrido”
como
unidade
sintetizadora de formas e formatividades, em cujo estilo já se manifesta uma predisposição para essas escolhas artísticas. Parafraseando a epígrafe de Edmond Couchot
(1990),
vale
salientar
que
é
desejável
que
as
metodologias
aqui
apresentadas encontrem no sujeito um campo fértil para hibridações. (Evandro Fiorin, Arte e ciência, pág.13.)
Os painéis, os cubos de vídeo traziam cores e imagens que remetiam a identidade do álbum que estava sendo cantado, dessa maneira se projetavam luz a partir dos momentos, batidas sonoras e palavras faladas. Com essa interação performática o público acabava se sentindo parte do show com todo o dinamismo estava nessa desconstrução de palco não convencional.
ES DEVLIN As ilusões visuais é o que mais podemos perceber nesse trabalho de Devlin, pois as sensações são direcionadas, criando um vislumbre que tende acentuar cada vez mais a um olhar crítico e isso também faz parte desse acontecimento visual. Com esse pensamento e o discurso que ela
acaba
empregando
nesse
formato
cenográfico
entender o lugar que ela produz e o público que
ela
vai
fazendo
uma
busca
incessante
por
frequenta esses espaços "cênicos", ou até mesmo
com os que não estão pressentes, mas veem o seu trabalho por meio de um dispositivo,
ela entende
que essa modalidade também narra a sua proposta de cenário.
E esses
sistemas ilusórios desenvolvidas nos trabalhos da ES mostram que não temos
acesso direto à realidade. Eles quebram a nossa noção do processamento mental que proporciona a nossa experiência do mundo visível, ou seja, ela acaba criando um universo paralelo ao nosso e isso não foi diferente no trabalho que ela produziu para Jay Z e Kanye Wast
DESENHO E MAQUETES VIRTUAIS DA CENOGRAFIA
IMAGENS RETIRADAS DO DOCUMENTÁRIO ABSTRACT NETFLIX
ES DEVLIN PROJETO CENOGRÁFICO Para o processo de encenação utilizaram piso fenólico de alta capacidade para resistir à pirotecnia. A TAIT (Empresa global de telecomunicações) produziu dois enormes elevadores de coluna revestidos de LED. Os elevadores de coluna foram fabricados com decks de LED de 15 mm na superfície e painel de vídeo nos quatro lados. Também foram criados elevadores de tesoura que trouxe melhor performatividade para os artistas.
A PROPÓSTA PARTIU DA EXECUÇÃO DE 2 CUBOS DE VÍDEO
DETALHES DO PROJETO
KANYE WEST & JAY-Z WATCH THE THRONE ARENA TOUR 2011
IMAGEM RETIRADA DO SITE: ESDEVLIN.COM/WORK/KANYE-JAY-Z
ES DEVLIN
WATCH THE THRONE ARENA TOUR 2011
IMAGENS RETIRADAS DO SITE: ESDEVLIN.COM/WORK/KANYE-JAY-Z
ES DEVLIN
WATCH THE THRONE ARENA TOUR 2011
IMAGENS RETIRADAS DO SITE: ESDEVLIN.COM/WORK/KANYE-JAY-Z
ES DEVLIN
WATCH THE THRONE ARENA TOUR 2011
IMAGENS RETIRADAS DO SITE: ESDEVLIN.COM/WORK/KANYE-JAY-Z
ES DEVLIN
WATCH THE THRONE ARENA TOUR 2011
IMAGENS RETIRADAS DO SITE: ESDEVLIN.COM/WORK/KANYE-JAY-Z