BIO Work & House

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BIO WORK & HOUSE

A APLICAÇÃO DO DESIGN BIOFÍLICO NOS ESPAÇOS COMPARTILHADOS PÓS PANDEMIA

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNILASALLE RJ | ARQUITETURA E URBANISMO | FTCC JENNIFER ANTUNES | ORIENTAÇÃO MARCELO MENDES | 2022.1



BIO WORK & HOUSE

APLICAÇÃO DO DESIGN BIOFÍLICO NOS ESPAÇOS COMPARTILHADOS PÓS PANDEMIA

Conclusão de fundamentos para Coordenação pedagógica do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário UnilaSalle_RJ, tendo como requisito parcial a obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNILASALLE RJ 2022.1 PROFESSOR ORIENTADOR: MARCELO RODRIGO FERNANDEZ MENDES ALUNO (A): JENNIFER GONÇALVES ANTUNES FERREIRA | MATRÍCULA: 0050015962



AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço aos meus pais, Abel e Jaciara, que tanto lutaram pela minha educação, sempre me deram apoio e nunca me deixaram perder a fé. Também a minha família, meu marido, Antônio Ricardo, e meu filho, Bernardo, que foram o meu estímulo diário nessa caminhada Sou grata a todos os professores e a Instituição do UnilaSalle que contribuíram com a minha trajetória acadêmica, especialmente ao professor Marcelo Mendes, responsável pela orientação desse projeto, e a Miriam Keiko, professora orientadora da disciplina. Obrigada por todas as oportunidades e ensinamentos que me deram durante o curso, fazendo essa trajetória muito mais ampla e completa.



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APLICAÇÃO DO DESIGN BIOFÍLICO NOS ESPAÇOS COMPARTILHADOS PÓS PANDEMIA

NOTA FINAL : ______ APROVADA EM: ____ /____ /_____

BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________

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JUNHO DE 2022

Conclusão de fundamentos para Coordenação pedagógica do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário UnilaSalle_RJ, tendo como requisito parcial a obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.


RESUMO Em um mundo de rápida urbanização e avanço da tecnologia, principalmente no centro das cidades, perde-se a ligação fundamental entre o ser humano e a natureza. À medida que nosso habitat mudou do mundo natural para o mundo construído, precisamos encontrar soluções para criar um habitat saudável no ambiente moderno. Além do mais em um período póspandemia de Covid 19, em que tivemos consequências drásticas para a sociedade houve mudanças na forma de trabalho como o sistema híbrido e também pudemos observar o crescimento da busca pela saúde física e emocional. Dessa forma, o trabalho de conclusão de curso propõe, dentro do tema da Arquitetura, elaborar o projeto de um edifício de uso misto, denominado BIO Work & House, no Centro do Rio de Janeiro, um dos maiores polos corporativo, comercial e histórico do Brasil, no qual sofre um processo de esvaziamento com as consequências da pandemia. Esse consistirá na integração de espaços compartilhados, unindo o Coworking e o Coliving, por intermédio do Design Biofílico, que se tornou o conceito do projeto e traz elementos naturais ao edifício, promovendo uma inclusão de sistemas e processos naturais. Consequentemente, causando redução do estresse, desacelerando a sociedade, estimulando a produtividade, o desempenho e, principalmente, garantindo a tranquilidade e o bem-estar das pessoas. O edifício será voltado para recém formados, empresários, microempreendedores, free lancers e autônomos do centro do Rio de Janeiro, que buscam um novo espaço afim de estimular o desenvolvimento, compartilhar experiências, trazendo bem estar no trabalho e também na moradia no centro da cidade. Dessa forma, atendendo o Programa Reviver Centro, projeto de lei desenvolvido pela prefeitura do RJ com objetivo de atrair moradores e voltar a aquecer a economia do local que sofre com um processo de esvaziamento. Palavras-chave: 1.Espaços compartilhados; 2. Coworking; 3. Coliving; 4. PósPandemia; 5. Design Biofílico


ABSTRACT In a world of rapid urbanization and advancement of technology, especially in the center of cities, the fundamental link between human beings and nature is lost. As our habitat has shifted from the natural to the built world, we need to find solutions to create a healthy habitat in the modern environment. Furthermore, in a post-Covid 19 pandemic period, in which we had drastic consequences for society and also changes in the way of working with the hybrid system, and human beings are in search of their health. In this way, this course conclusion work proposes, within the theme of Architecture, to elaborate the project of a mixed-use building, called BIO Work & House, in the Center of Rio de Janeiro, one of the largest corporate, commercial and historical centers of the Brazil, in which it suffers a process of emptying with the consequences of the pandemic. This will consist of the integration of shared spaces, uniting Coworking and Coliving, through Biophilic Design, which became the project concept and brings natural elements to the building, promoting the inclusion of natural systems and processes. Consequently, causing stress reduction, slowing down society, stimulating productivity and performance and, above all, ensuring people's tranquility and well-being. The building will be aimed at recent graduates, entrepreneurs, microentrepreneurs, free lancers and self-employed people from downtown Rio de Janeiro, who are looking for a new work space, in order to stimulate development, share experiences, bringing well-being at work and also at home in the downtown. In this way, in compliance with the Reviver Centro Program, a bill developed by the city of RJ with the objective of attracting residents and re-heating the economy of the place, which is suffering from a process of emptying. Keywords: 1.Shared spaces; 2. Coworking; 3. Colliving; 4. Post-Pandemic; 5. Biophilic Design


O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra -Aristóteles



SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO 1 Contextualização do tema 1.2 Delimitação do problema 1.3 Justificativa do tema 1.4 Objetivos específicos 1.5 Metodologia

2 CO.WORKING 2.1 Evolução dos espaços de trabalho 2.2 Surgimento e Definição 2.3 Principais modalidades e serviços 2.4 Vantagens e Desvantagens 2.5 Evolução dos espaços de Coworking no Brasi 2.6 Perfil dos Usuários do Coworking no Brasil

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3 CO.LINVING

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3.1 Surgimento e definição 3.2 Pilares e fundamentos do Coliving 3.3 Benefícios do Coliving 3.4 Vantagens e desvantagens 3.5 Perfil dos Usuários do Coliving 3.6 Coliving no Brasil

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4 O CENTRO DO RJ

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4.1 O centro do Rio de Janeiro 4.2 Programa Reviver Centro 4.3 O Corredor Cultural

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5 O DESIGN BIOFÍLICO

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5.1 O que é o Design Biofílico 5.2 Pilares do projeto biofílico 5.3 Impactos da aplicação do design biofílico no ambiente de trabalho

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6 ESTUDOS DE CASO

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6.1 Edifício Corujas / FGMF 6.2 Complexo Residencial Seestadt Aspern 6.3 CLOUD Coworking

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CONTEXTO

7.1 Localização do terreno 7.2 O terreno 7.3 Análise das condicionantes ambientais 7.4 Condicionantes legais 7.5 Entorno 7.5.1 Área construída e vegetações 7.5.2 Fluxo viário e pontos de ônibus, bike Itaú, metrô, BRT e VLT 7.5.3 Gabaritos 7.5.4 Uso e ocupação do solo

7.6 Problemas, pontencialidades e diretrizes 7.7 Público Alvo

8 BIO WORK & HOUSE 8.1 Programa de necessidades 8.2 Fluxograma 8.3 Conceito e partidos

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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REFERÊNCIAS 10 BIBLIOGRÁFICAS

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1. APRESENTAÇÃO 1. 1 Contextualização do tema 1.2 Delimitação do problema 1.3 Justificativa do temal 1.4 Objetivos específicos 1.5 Metodologia


1 APRESENTAÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA É fato que a pandemia de Covid-19¹ trouxe consequências drásticas para toda a sociedade, e muito se especula sobre a volta das jornadas de trabalho presenciais. Após esse período foi possível observar que o espaço corporativo ganhou uma nova forma de operar e com isso, foi preciso repensar se a chegada do home-office² mudaria o futuro de grandes escritórios. No entanto, há aqueles que acreditam que algumas mudanças pelas quais passamos ao longo da pandemia vieram para ficar e que o sistema híbrido de trabalho vai se tornar definitivamente uma solução para a nova rotina. Pois, ainda que a pandemia tenha mudado a forma como se vê o espaço de trabalho, algumas coisas não mudam. Uma delas, por exemplo, é a necessidade de interação entre os colaboradores de uma equipe. Portanto, contar com um ambiente físico continua a ser preciso para que possam desenvolver melhor seus trabalhos. Assim, nasce um espaço intermediário entre o ambiente doméstico e profissional que vem sendo nomeado de “terceiros espaços” (Do inglês, third places), termo utilizado pelo sociólogo Ray Oldenburg, para descrever outros locais que não a casa (primeiro espaço) nem o local de trabalho (segundo espaço) em que as pessoas frequentam para se reunir, socializar e desenvolver. Diante da crise econômica presenciada por inúmeros países nos últimos anos, o nível de desemprego se tornou crescente e as pessoas tiveram que desenvolver potenciais para se destacar e se diferenciar no mercado. A pressão no ambiente de trabalho e sua instabilidade afetou

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diretamente na rotina das pessoas e gerou o crescimento da Síndrome de Burnout, síndrome causada não só pela rotina e relações de trabalho, mas também pelo espaço construído em si (TRIGO et al, 2007). O número de empreendedores individuais cresceu de forma significativa, e também a necessidade de um nova demanda em um ambiente de trabalho que proporcionasse economia, relacionamentos e que fosse adequado para exercer atividades profissionais (LEFORESTER,2009). Assim, surge os ambientes de trabalho compartilhados, denominados Coworking, que constituem hoje um modelo contemporâneo da dinâmica de trabalho, e pode ser definido, segundo o site oficial Coworking Brasil (2019), como movimento de pessoas, empresas e comunidades que buscam trabalhar e desenvolver suas vidas e negócios juntos, para crescer de forma mais rápida e colaborativa. Dessa forma, tem-se como objetivo a interação entre profissionais de diferentes áreas de conhecimento e o compartilhamento de espaços e objetos, além de baratear o custo de infraestrutura e manutenção de um escritório fixo (LEFORESTER,2009). Essa tipologia de ambiente corporativo abre margem para novas perspectivas e novos usos ao local de trabalho, aumentando a possibilidade de criar uma atmosfera mais leve e extrovertida, que passam a proporcionar maior bem-estar e diversos benefícios aos seus usuários.

Covid-19¹: A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global (Ministério da Saúde). Essa causou uma pandemia no ano de 2019 de forma desastrosa, e trouxe muitas consequências para todo o mundo Home Office²: Home office é uma condição de trabalho onde o indivíduo exerce suas atividades remotamente, geralmente em um ambiente domestico.


Aliada com essa liberdade, a utilização do Design Biofílico permitirá a melhor interpretação de como as diretrizes projetuais poderão interferir na qualidade do espaço para quem o utilizará.

1.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA Segundo o coreano Byung-Chul Han, professor de filosofia e estudos culturais da Universidade de Berlim, em seu livro "Sociedade do Cansaço" (2010) ele descreve a atual sociedade em que vivemos em seu modo de ver. Segundo o autor, cada pessoa se tornou seu próprio empresário e estamos em busca de alcançar o inalcançável, sempre buscando desenvolver mais em menos tempo, maximizando a nossa própria empresa. É possível perceber que, na pandemia, os profissionais estão cada vez mais gerindo a sua própria rotina de trabalho, no entanto, isso faz com que os objetivos e metas aumentem nessa sociedade totalmente acelerada, além da concorrência existente e a necessidade de se destacar no mercado. Dessa forma, segundo o autor, vivemos na "sociedade do cansaço", essa que normalizou a cobrança e o aumento da quantidade de tarefas, e a busca por resultados rápidos. No entanto, com tanta pressão, as pessoas acabam adoecendo e desenvolvendo problemas irreparáveis de saúde.

De acordo com Kápas os espaços de trabalho inicialmente eram reflexos da influência da revolução industrial e do sistema de produção em massa, sempre tentando alcançar o rendimento máximo na linha de produção das indústrias. Portanto, os layouts dos escritórios pretendiam apenas simplificar o sistema de produção das empresas, visando sempre a expansão da quantidade e da produção. Desse modo, a organização dos ambientes de trabalho se espelhava nas fábricas, desde o posicionamento de cada equipe e seus respectivos líderes até a própria decoração das salas objetivavam unicamente a concentração na produção. Entretanto, as fábricas exerciam suas funções de acordo com o trabalho das máquinas, já que os escritórios funcionam com base no trabalho das pessoas (KÁPAS, 2008). A consequência disso está no grande número de ambientes de trabalho padronizados, sem identidade e que não valorizam a individualidade de cada funcionário e de cada função a serem exercidas, esquecendo das essências e necessidades humanas básicas e tornando o desempenho profissional mecânico, exaustivo e desestimulante, concebendo assim espaços cada vez mais desumanos, os quais afetam a saúde física e mental dos usuário. A partir desses pensamentos, é preciso compreendermos como os espaços afetam os indivíduos. Consequentemente, arquitetos estão começando a pensar nos edifícios não apenas considerando a sua estética e funcionalidade, mas concentrando o foco nos efeitos que é

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1 APRESENTAÇÃO possível causar proporcionando ao usuário não só a desaceleração, mas a diminuição dos níveis de ansiedade e estresse que os ambientes corporativos são capazes causar, podendo aumentar sua produtividade. Além da necessidade de pensarmos nos espaços de trabalho e como eles influenciam nos usuários diretamente, com o sistema híbrido³ pós pandemia devemos rever também como vai ser a procura por o "terceiro espaço". De acordo com a revista qualimovel, o centro do RJ é um dos polos corporativos de maior importância, onde possui a melhor oferta de infraestrutura e a maior quantidade de edifício da metrópole carioca, em que conta com mais de 5 milhões m² em escritórios. No entanto, segundo o istoédinheiro, o Rio de Janeiro é uma das capitais com pior situação no ramo imobiliário, a taxa de vacância nos aluguéis de espaços corporativos chega a 40%. De forma drástica, o Centro do RJ está sofrendo um processo de esvaziamento das cidades, tornando ainda mais perigoso o local. Por isso, foi desenvolvido o Reviver Centro, que é um plano de recuperação urbanística, cultural, social e econômica da região central do Rio. O maior objetivo do plano é atrair novos moradores e conter o processo de esvaziamento. Em contrapartida, segundo o diariodorio, as buscas por coworking no Brasil aumentaram. No estado do Rio de Janeiro, o mês de outubro apresentou um progresso de 42% em relação ao mês de setembro de 2021, conforme dados do Google Trends. Ou seja, muitos

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empreendedores, pensando nas inúmeras vantagens que um Coworking apresenta, mudaram seus pensamentos sobre ter um espaço fixo de trabalho e estão em busca de mudanças.

1.3 JUSTIFICATIVA DO TEMA Levando em consideração o fato de que é preciso ter mais qualidade de vida em ambientes corporativos, manifesta-se a necessidade de pensar em projetos focados em suas habilidades criativas e comunicativas em ambientes colaborativos, valorizando a qualidade acima da quantidade de trabalho exercido. Apesar deste tema estar ganhando grande relevância atualmente, é difícil deixar antigas formas de produções em massa, onde os espaços de trabalho são pensados com proporções desumanas, visando apenas a produção e deixando de lado o bem estar de quem frequenta o local. Causando assim danos a saúde física e mental. Dessa forma, o conteúdo apresenta como objetivo desenvolver um anteprojeto arquitetônico para o Centro do RJ, de uma edificação de uso misto com espaços compartilhados, integrando o conceito do 4 5 Coworking e Coliving através das diretrizes do Design Biofílico.

Sistema Híbrido³: O sistema híbrido é uma metodologia na qual o ensino ou trabalho é desenvolvido tanto de forma presencial quanto on-line. 4 Coworking: Coworking é uma nova forma de pensar o ambiente de trabalho. Seguindo as tendências do freelancing e das start-ups, os coworkings reúnem diariamente milhares de pessoas a fim de trabalhar em um ambiente inspirador. (Coworking Brasil) 5 Coliving: Coliving é um conceito de moradia compartilhada entre pessoas que buscam senso de comunidade, economia e um estilo de vida sustentável.


1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1.5 METODOLOGIA

- Identificar as potencialidades e problemáticas entre os espaços de Coworking e Coliving; - Analisar as evoluções dos ambientes de trabalho e entender qual a influência esses espaços podem influenciar para o bem estar do usuário; 7 - Definir diretrizes projetuais do Design Biofílico aplicada aos espaços compartilhados, principalmente ao ambiente de trabalho. 6 - Atender as necessidades do Programa Reviver Centro

Os dados referentes aos objetos de estudo foram obtidos através da análise e revisão bibliográfica de artigos científicos, leitura exploratória, analítica e interpretativa, acesso a dados de reportagens de modo que se estabelecesse um panorama sobre o tema e acesso a regulamentos e leis da cidade do RJ. Com o intuito de criar um acervo de conhecimentos para posterior aplicação do estudo no projeto final do curso de Arquitetura e Urbanismo, o presente tema percorre pela pesquisa histórica das formas de trabalho, análise, definição e aplicabilidade do termo Coworking e Coliving, identificação e diagnóstico da área elencada para o projeto, além também de três estudos de caso para exemplificar e materializar o conhecimento acerca do tema.

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Programa Reviver Centro : O Reviver Centro é um plano de recuperação urbanística, cultural, social e econômica da região central do Rio. O maior objetivo do plano é atrair novos moradores, aproveitando as construções existentes e terrenos que estão vazios há décadas em uma região da cidade com infraestrutura e patrimônios culturais de sobra. A criação de novas áreas verdes, estímulo à mobilidade urbana limpa e ativação do espaço público através da arte também fazem parte do projeto. (Reviver Centro) 7 Design Biofílico : Na arquitetura, usa-se o termo design biofílico, que busca ferramentas para reconectar as pessoas com o ambiente natural. (Revista Casa e Jardim)

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2 CO.WORKING 2.1 Evolução dos espaços de trabalho 2.2 Surgimento e Definição 2.3 Principais modalidades e serviços 2.4 Vantagens e desvantagens 2.5 Evolução dos espaços de Coworking no Brasil 2.6 Perfil dos Usuários do Coworking no Brasil


2 COWORKING 2.1 EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS DE TRABALHO Analisando Fonseca, verificamos que os sistemas de escritórios foram se desenvolvendo em decorrer da história, de acordo ocom as necessidades de cada época em que os padrões de espaço de trabalho foram criados, e também as mudanças nos layouts dos espaços físicos e mobiliários. Mas seguindo sempre as mudanças dos seres e as novas demandas. De acordo com o autor, em sua dissertação (Mestrado em Desing), até metade do século XIX, os ambientes de trabalho eram, geralmente, com condições ambientais insalubres: escuros, frios e com odores desagradáveis. Por mais de um século, os ambientes eram compostos por postos de trabalho com características físicas iguais (mesmas escrivaninhas e cadeiras) e organizados em fileiras idênticas, com exceção dos postos dos chefes que possuíam escritórios exclusivos. Após a primeira revolução industrial, no início do século 20, os padrões de trabalho e produção mudaram. O período de desenvolvimento tecnológico foi marcado por influências econômicas e culturais na história. Paralelamente, surgem no mundo modelos de produção que determinam os processos e procedimentos internos de uma empresa. Assim, surge o Fordismo e o Taylorismo, movimentos que influenciaram em vários sentidos diferentes no desenvolvimento do trabalho. Segundo o Mundo Educação, site da UOL, o Fordismo, modelo criado por Henry Ford, propôs um projeto de produção em massa, caracterizado por uma linha de produção através de grandes maquinários e instalações industriais e o Taylorismo foi o modelo instituído por Frederick Taylor que consagrou os modelos dos primeiros escritórios, em que já podíamos ver o controle da qualidade da produção.

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Analisando as imagens da época, podemos verificar que os espaços para atender essa demanda de produção taylorista eram rígidos, com um layout fixo e padronizado. Segundo Fonseca e Ferreira, esses seguiam linhas inflexíveis e numerosas fileiras sequenciadas, além da simetria ortogonal dos elementos arquitetônicos que acompanhavam os setores e a hierarquia organizacional proposta pelo modelo (FONSECA, 2004;FERREIRA, 2018). Abordando Fonseca (2004), Ferreira (2018) afirma que arquitetos e designers de interiores começaram a se atentarem para dinâmica de trabalho e o espaço físico em meados de 1930, época que Escola de Chicago (EUA) começou a contribuir para o desenvolvimento e execução de projetos inovadores, com edifícios altos e imponentes, feitos de concreto armado e aço, proporcionando estruturas mais firmes e a abertura de vãos cada vez maiores. Segundo Fonseca (2004), Frank Lloyd Wright foi o primeiro arquiteto a propor um espaço nos moldes da Escola de Chicago, com o projeto de sede da Cia. Larkin, projetada em 1904 em Buffalo - EUA. Esse, segundo Mahfuz (2019), colunista do site Vitruvius, era descrito na época como grande máquina, com um ambiente perfeitamente integrado (Imagem 01), e acima de tudo um local agradável para trabalhar, com espaços amplos, clarabóias, sossego, e jardins na cobertura.


Imagem 01: Planta Baixa Térreo - Edifício Larkin Administration Building

Fonte: Vitruvius- Caxias de Surpresa - Edson Mahfux,2019 Em 1963, surge também na Alemanha uma nova concepção de planejamento, o primeiro sistema integrado de mobiliário de escritórios e o conceito Open Plan ou de Planta Livre. Esses layouts partiam do princípio de que as salas fechadas eram barreiras que isolavam as pessoas e a necessidade de comunicação e interrelacionamento entre as áreas deveria ser considerada. Então foi proposta uma organização de layout em um espaço totalmente aberto, sem paredes, divisórias ou corredores, seguindo a geometria dos fluxos internos e a necessidade de comunicação entre as áreas. Além disso, é um modelo que estimula a convivência dos funcionários, abolindo o isolamento das chefias e gerências e também as separações físicas entre os diferentes departamentos da empresa.

Imagem 02: Osram Office, Burolandschaft layout

Imagem 03: Planta Baixa de um Escritório Panorâmico

Fonte: FERREIRA, 2018, p.27. Outros fatores que afetam a nova versão do ambiente corporativo são o uso de computadores e a comunicação remota por meio de celulares, aparelhos de fax e internet. Assim, o desenvolvimento da tecnologia da informação agregava uma maior flexibilidade no espaço de trabalho e na organização do espaço, antes baseava-se num sistema hierárquico e evoluiu para uma organização em equipe, podendo já nos anos 2000 ser considerada uma rede ligada. O fato é que o ambiente de trabalho se adapta ao atual sistema econômico e aos métodos de produção, de forma que uma estrutura corporativa se atualiza ao longo do tempo (ROCHA, 2018).

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2 COWORKING

Nessa fase, passam a ser valorizados os métodos que favoreçam as rápidas mudanças dos interiores dos escritórios, de modo que atendam às mudanças no modo de trabalhar e nas novas demandas das equipes de trabalho. A importância do posto de trabalho se alterou pela mudança onde o profissional não possui mais horário fixo de trabalho ou então possui atividades fora do escritório, não permanecendo em sua mesa fixa durante a semana inteira. Toda esta flexibilidade aliada à presença das telecomunicações também fez com que muitos transferissem seus postos de trabalho para suas próprias residências. A qualidade do espaço de trabalho, hoje é baseada na variedade, escolha e autonomia do usuário. A visão atual para esse espaço está ligada à teoria de que a excelente experiência no local de trabalho também gera benefícios diretos de desempenho comercial. Grandes locais de trabalho criam funcionários mais engajados e essa é a chave para a produtividade e o lucro dos negócios. Novas teorias sobre produtividade sugerem que os espaços de trabalho sem identidade visual resultam em funcionários menos eficientes e engajados. Do mesmo modo, um cenário homogêneo numa firma é prejudicial à criatividade. A arquitetura base das plantas de escritórios começou a mudar mais claramente na primeira década dos anos 2000, quando surgiu uma maior preocupação energética mundial, dando aparecimento ao programa de “edifícios verdes” no Brasil. Esses edifícios são classificados como aqueles que possuem maior eficiência energética, mas ao mesmo tempo com reduções do consumo de água e uso de materiais com menor impacto no meio ambiente e na saúde dos seus usuários, segundo a definição da IEA (2008).

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Segundo a revista Casa Vogue, o ideal é que os ambientes corporativos sejam pensados de modo a incentivar os empregados a comunicar-se entre si, moverse e rearranjar-se ao longo da semana ou do mês. Do mesmo modo que antigos aspectos rígidos da jornada vêm sendo flexibilizados, como a troca do “bater cartão” por um sistema simples de metas e prazos, o uso dos escritórios vem mudando. Em muitas firmas, não há mais lugares fixos, a interatividade entre colegas é intensamente incentivada, os animais são bem-vindos e os ambientes são mais dinâmicos. Os escritórios passaram a ter dimensões mais compactas e acessórios ou componentes que agreguem maior flexibilidade ao espaço. Os novos layouts buscam criar ambientes que abandonam disposições ultrapassadas que serviam apenas para uma parte dos profissionais que ali atuavam, trazendo novas funções e formas de trabalhar. As mudanças nos escritórios tornaram-se necessárias para maior aproveitamento do espaço, da luz natural, divisórias e móveis que oferecem dinamismo cotidiano e um mobiliário mais ergonômico são apenas algumas das alterações feitas nas estações de trabalho. Os autores Harrison, Wheeler e Whitelead (2004) sugerem uma classificação simplificando as maiores mudanças ocorridas e dos novos modos de trabalho, que são mostradas nos diagramas a seguir. Para complementar, foi colocado na Tabela 1 os espaços de Coworking como uma tipologia ainda não bem definida, que será foco deste trabalho.


Tabela 01: Classificação das mudanças dos modos de trabalho e sua evolução

ESCRITÓRIO CELULAR

PLANTA LIVRE

ESCRIT´´ÓRIO EM GRUPO / "LANDSCAPE OFFICE"

FILOSOFIA

Arranjo Representativo

Flexibilidade Organizacional

ÉPOCA

~1950

Meio de 1960

Final de 1960

> 20 estações de trabalho

1 a 2 pessoas (até 6 pessoas)

NÚMERO DE PESSOAS

1 a 2 pessoas (até 6 pessoas)

Ambiente mais ergonômico

"COMBI OFFICES"

COWORKING

Estrutura Comunicativa

Espaços Colaborativos Compartilhados

~1980

~2005

Diversas

Diversas

Fonte: Harrison, Wheeler e Whitelead (2004) | Elaborada por autor Imagem 4: As diferentes tipologias em edifícios de escritório

Empire State Building, projeto de Shreve, Lamb e Harmon, Nova Iorque, 1931.

Seagram Building, projeto de Mies Van der Rohe, Nova Iorque, 1958.

Commerzbank Headquarters, 1997

Exemplo de planta de coworking (Fonte: Pinterest)

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2 COWORKING Tabela 02: Diferenças entre o escritório convencional e os novos modos de trabalho

ESCRITÓRIO CONVENCIONAL TIPO

OCUPAÇÃO

ESPAÇO

-Trabalho isolado -Atividades individuais -Processo de rotina

-1 mesa por pessoa -Hierarquia clara -Estações de trabalho fixas ou individuais

-Mobiliário e espaços que indicam a hierarquia -Predominância dos espaços individuais

NOVOS MODOS DE TRABALHO -Trabalho de conhecimento criativo -Grupos, equipes, projetos -Trabalho interativo -Espaços de trabalho ligados por redes de comunicação - Espaços móveis ou Home Office

-Trabalho em grupo compartilhado, múltiplo e configurações individuais baseadas em tarefas -Layout e mobiliário voltados para as tarefas

Fonte: Harrison, Wheeler e Whitelead (2004) | Elaborada por autor

Na pesquisa apresentada pelo Gensler, 2019, também foi feito um estudo das mudanças nos modos de trabalho, observando um aumento do trabalho colaborativo e virtual, enquanto o trabalho individual, ainda muito importante, se reduz (gráfico 01).

Gráfico 01: Mudanças nos modos de trabalho

TRABALHO SOZINHO

54%

50%

45%

TRABALHO COLABORATIVO

17%

28%

30%

COLABORAÇÃO VIRTUAL

7%

28% 15%

14%

Fonte: Workplace Survey 2019 | Elaborada por autor

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2.2 SURGIMENTO E DEFINIÇÃO Segundo Leforester (2009), o ambiente de trabalho compartilhado surgiu entre os anos 2000 e 20005 nos Estados Unidos da América, em um cenário de crise financeira, aumento de desemprego, tentativas de reduzir gastos e o desenvolvimento de empresas individuais. Isso desencadeou o surgimento dos home offices, um modelo de trabalho onde os profissionais trabalham em casa (LEFORESTER,2009 ). Alguns profissionais optam por trabalhar em casa, porém essa escolha traz suas desvantagens como isolamento, conflito entre as atribuições da casa e do trabalho, limite ao desenvolvimento de network e acesso a novas oportunidades. Assim, uma solução encontrada para resolver esses problemas foi o desenvolvimento dos espaços de Coworking. De acordo com Zanon (2015), quando a flexibilização do trabalho foi possível, incialmente, houve um aumento na produtividade dos trabalhadores, já que eles estavam flexibilizando seus horários trabalhando em casa. No entanto, depois de um tempo observou que essa começou a decair, e o isolamento trouxe como consequência grave uma baixa produtividade. Além disso, as interrupções que acabam por acontecer em ambiente familiar que acabam atrapalhando no rendimento pessoal. De acordo com os dados do Zanon, em decorrência desse momento e com o sistema híbrido, os escritórios de coworking cresceram, como oportunidade para os problemas do home-office, com o intuito principalmente de retirar o isolamento desses profissionais e criar oportunidades de conexão com outras pessoas que compartilhassem os mesmos valores e dinâmicas, trazendo motivação e inspiração na hora de trabalhar.

O termo "Coworking" foi proposto pelo designer Bernie DeKoven em 1999, mas não tem correlação com uma plataforma de trabalho, mas sim com uma dinâmica. Só em 2005 o engenheiro de software americano Brad Neuberger criou o termo para o espaço físico em que profissionais compartilham (FERREIRA, 2018). A procura desses espaços foi também por parte de empregados liberais, freelancers, empreendedores e estudantes, pessoas que tinham sua forma de estudo e trabalho em suas residências, e consequentemente estavam insatisfeitos. Além da procura por uma boa rede de relacionamentos e um espaço ideal de trabalho, também a necessidade de mais conexões profissionais, o que não acontecia no modelo de home office, acabando por isolar os adeptos desse tipo de ambiente em relação ao mercado (LEFORESTER,2009). Assim o Coworking surge nesse contexto, como um espaço físico criado para suprir as necessidades de profissionais independentes. Esse tipo de espaço oferece toda infraestrutura que um escritório particular possui, porém de forma compartilhada, onde as empresas ou os usuários autônomos podem a qualquer momento contratar pacotes de utilização desse espaço. Assim, ao invés de cada empresa custear toda essa infraestrutura de forma individualizada, o compartilhamento é feito e os custos consequentemente são divididos e reduzidos por meios de plano curto, médio e longo período. Além disso, nesse tipo de local, são promovidos eventos e palestras, e são projetados ambientes que proporcionem interação entre os membros e a comunidade onde estão inseridas. Logo, favorece a criação de uma rede de relacionamento que pode influenciar na contratação de serviços, na

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2 COWORKING 2.3 PRINCIPAIS MODALIDADES E SERVIÇOS ampliação do conhecimento e no compartilhamento de experiências entre os usuários. De acordo com Leforester (2009) são espaços criados para interação, criatividade e ter a sensação de comunidade onde um pode ajudar o outro, tirando a seriedade que as empresas particulares utilizam nos seus escritórios, e trazendo ambientes mais leves, dinâmicos e criativos Diferente dos terceiros espaços que as pessoas se encontram para resolver questões profissionais em equipe, como cafeterias, praças ou shoppings, o Coworking é um local que contem toda infraestrutura, com espaços adequado para um trabalho profissional, mas também o compartilhamento de valores e serviços voltados para o ambiente corporativo, como recepção, telefonia, salas de reunião, copa, entre outro. Além disso, contrapondo os escritórios particulares, nos espaços de coworkings, a empresa se responsabiliza por toda manutenção da infraestrutura, limpeza, internet, contas a serem pagas como luz e água, a compra de materiais de serviços gerai e etc. Dessa forma, os empresários e profissionais autônomos não precisam se preocupar com essas questões. Em 2005, nasceu na Inglaterra o Impact Hub, escritório coworking que se torna a maior referência mundial para esses espaços, contando com diferentes tipos de ambientes e serviços para atender os clientes, proporcionando um conjunto de 8 diversidades e possibilidades. O ambiente físico é adequado para conter espaços como: salas de reunião, áreas de descompressão, cozinhas, banheiros, salas de aluguel, etc. O outro tipo está relacionado ao serviço prestado, independentemente de sua estrutura, tais como: endereço financeiro e comercial, escritórios virtuais, acesso à Internet em alta velocidade e networking com outros profissionais de outras áreas e empresas (GIANELLI, 2016).

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Os serviços oferecidos nos coworkings são inúmeros, variando de acordo com o público alvo de cada unidade. Entretanto, alguns deles são mais frequentes, segundo Ibiapina (2019), que serão vistas no quadro a seguir: Tabela 03: Principais modalidades e serviços

Fonte: Ibiapina, 2019 | Elaborada por autor


2.4 ´VANTAGENS E DESVANTAGENS Além desses serviços mais comuns, existem alguns que variam de acordo com o público alvo de cada coworking. Sendo assim, hoje encontramos coworkings que podem ser especializados em um público, ou abranger mais profissões, e consequentemente variando seu programa de necessidades de acordo com a demanda dos seus membros. Podemos encontrar estúdios de fotografia, de gravação, de cozinhas, de biblioteca, de espaço infantil, de espaço para animais, entre outras modalidades que se tornam diferenciais durante o processo de escolha do coworking. Afim de entender melhor essas atividades, segue tabela a baixo referente a infraestrutura e atividades mais presentes nas unidades de coworking no Brasil, segundo a pesquisa realizada por Coworking Brasil Org (2019). Tabela 04: Infraestrutura e atividades mais presentes nos coworkings do Brasil

Segundo Rogerio Fameli, para o site abertura simples, podemos identificar as vantagens e desvantagens do Coworking. As vantagens são: - Economia, tendo em vista a quantidade de gastos para manter um escritório particular; flexibilidade, pois os espaços podem ser alugados por diferentes períodos, além de oferecer a possibilidade de expansão e de contratação de serviços de acordo com a necessidade de cada membro da empresa; variedade de serviços oferecidos; sociabilidade dos espaços e a realização de eventos, que consequentemente geram uma sensação de comunidade e possibilidade de networking, facilitando a troca de serviços entre membros diferentemente do home office, onde os profissionais trabalham de forma isolada; trabalhar em um ambiente inovador e amigável, com pessoas de diversos ramos profissionais. As desvantagens são: falta de produtividade nos espaços compartilhados, pois conversas e informações consideradas confidenciais podem ser expostas aos outros usuários; barulho, pois quando o projeto do espaço é realizado, normalmente é de forma inadequada sem preocupação com a dimensão e acústica do ambiente, pode interferir na qualidade auditiva do local, causando barulhos e consequentemente a distração dos usuários; risco de hackers, que também preocupa os usuários de coworkings, gerando sensação de inseguranças aos usuários em relação a proteção de dados e informações; a impossibilidade de personalização do espaço quando os pacotes não possuem local fixo; possíveis choques de horários para utilização da sala de reuniões.

Fonte: Ibiapina, 2019 | Elaborada por autor

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2 COWORKING 2.5 ´EVOLUÇÃO DOS ESPAÇOS DE COWORKING NO BRASIL Em 2007 foi inaugurado uma franquia do Impact Hub no Brasil, primeiro escritório compartilhado do país, localizado na Rua Bela Cintra, na região centro de São Paulo (GIANELLI, 2016). De acordo com o último Censo Brasileiro de Escritórios Compartilhados (2019), atualmente existem 1.497 espaços de coworkings conhecidos no Brasil. O censo mais recente realizado pelo Coworking Brasil, no ano de 2019, mostra que mesmo com a crise econômica que o país enfrentou nesse ano, a evolução do mercado de coworkings brasileiros continuaram crescendo exponencialmente, tendo uma taxa de aumento de 25% em comparação ao ano de 2018.

Dentre os estados brasileiros possuem pelo menos um desses espaços em pleno funcionamento, salvo pelo estado de Roraima, o que comprova o sucesso no modelo do país.. O estado de São Paulo lidera a lista com 663 vagas ativas, seguido pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais, conforme gráfico a seguir: Gráfico 03: Ranking dos coworkings por estado 750

Gráfico 02: Crescimento do número de coworkings no Brasil 1.250

500

1.000

750

250 500

250

Fonte: Coworking Brasil, 2019 | Elaborada por autor

29

RJ SP

SC RS M G

PE PR

DF

2018

BA

2017

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2016

M T PB

2015

PA G O ES

0

0

Fonte: Coworking Brasil, 2019 | Elaborada por autor


O estudo ainda revela que 65% do total desses espaços conhecidos no Brasil estão localizados em cidades com mais de um milhão de habitantes, vale destacar que 68% dos coworkings brasileiros estão situados nas capitais dos estados, enquanto 32% ficam no interior. Além disso, 60% são localizados em área de zonas comercias, restando 37% em zonas residências e 1% em zonas universitárias. Por último, 31% desses espaços estão localizados em bairros não tradicionais.

Gráfico 05: Como a população considera o número de espaços na cidade

25% 53%

Gráfico 04: Localização dos coworkings no Brasil

65% + de 1 milhão de habitantes

68% Ficam na capital

60% Estão em zona comercial

Fonte: Coworking Brasil, 2019 | Elaborada por autor

22%

31% Ficam em bairro não tradicionaol

25% Superior a demanda 22%

Insuficiente para a demanda

53%

Suficiente para a demanda

Fonte: Coworking Brasil, 2019 | Elaborada por autor

Por fim, os espaços registrados foram questionados em relação a demanda de usuários e espaços disponíveis na sua cidade em questão, 53% responderam que os espaços são suficientes para a demanda, 25% consideram ser superior a demanda, principalmente nos estados do Sul, porém 22% ainda consideram esses espaços insuficientes para a demanda da sua cidade

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2 COWORKING 2.6 PERFIL DOS USUÁRIOS DO COWORKING NO BRASIL Em 2018 foi estimado pelo Coworking Brasil que mais de 214 mil pessoas frequentam espaços de coworking pelo menos uma vez ao mês, seja para utilizar as estações de trabalho, para reuniões ou eventos. Segundo (GIANELLI,2016) existem dois tipos principais de "Coworkers": os permanentes e os esporádicos. Os Coworkers permanentes são aqueles que alugam com certa frequência os Espaços que comumente são de dois modelos: os spots, que são áreas de trabalho individuais usadas em grande parte por freelances que praticam o Home Office ou salas para aluguéis semestrais, que geralmente são locadas por pequenas empresas. Os Coworkers esporádicos são de usuários que estão de passagem pelo local e que alugam os spots por períodos curtos. Muitos destes são conhecidos como Nômades Digitais. Praticantes e viajantes que percorrem diversos Lugares, estados e até países portando seus computadores e não possuem endereço fixo. (GIANELLI,2016,pag.55)

De acordo com Renato Ribeiro (2018) para o blog Rock Content: "Nômade digital é um profissional que trabalha online e, portanto, não precisa estar presente em um escritório, cidade ou país em particular. Ele pode trabalhar em qualquer lugar do mundo, desde que tenham uma boa conexão à internet. Alguns exemplos mais comuns de nômades são redatores, fotógrafos e designers". Ele afirma que não existe profissão específica para esse tipo de profissional, eles são produtores de conteúdo de maneira geral, mas poderiam ser arquitetos ou advogados, por exemplo, já que muitas profissões possibilitam esse trabalho remoto

Além desse tipo de perfil de usuário esporádico, em 2019 foi observado um salto na média de usuários permanentes nos espaços, que evoluíram de 21 usuários por coworking no ano de 2018, para 29 no ano posterior Gráfico 06: Evolução no número de usuários permanentes nos espaços 39

21 2018

2019

Fonte:Censo Coworking , 2019 | Elaborada por autor

A média das pessoas que circulam mensalmente é de 273 pessoas por espaço. Os contratos mensais dos usuários passaram a assumir a liderança de todos os contratos, e mais da metade dos usuários já permanecem ao menos 6 meses nos espaços Gráfico 07: Tipos de planos mais utilizados pelos usuários 73% Planos mensais 14% Plano por hora 8 % Plano por dia

Fonte:Censo Coworking , 2019 | Elaborada por autor

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QUAL O TEMPO DE PERMANÊNCIA DOS USUÁRIOS? Gráfico 08: Tempo de permanência dos usuários 5% - Menos de 3 meses 20% - De 3 a 6 meses 33 %- De 6 a 12 meses

Em relação ao gênero dos usuários que utilizam esses espaços, quase não se observa distinção, os dados são extremamente equilibrados, representados por 50% homens, 49% mulheres e 1% declaram pertencer a outro gênero, já em relação a idade a média encontrada foi de 35 anos, sendo de 18 anos a ideia mínima e 60 anos a idade máxima observada nesses espaços. Gráfico 10: Gênero dos usuários que frequentam coworkings

26 %- De 12 a 24 meses

49% Mulheres

50% Homens

1% Outros

9%- Mais de 24 meses

Fonte:Censo Coworking , 2019 | Elaborada por autor

Somado aos usuários conhecidos como freelancers ou nômades digitais, trabalhando como prestadores de serviços que não precisam de locais fixos, estão também entre os principais perfis de usuários de coworkings as pequenas empresas e start-ups, especialmente as individuais e aquelas administradas com poucos funcionários, sendo a maior parte dessas empresas de até 3 pessoas Gráfico 09: Tamanho das empresas que frequentam coworkings 35% 15% - Individual

24%

35% - Até 3 pessoas

15%

Fonte:Censo Coworking , 2019 | Elaborada por autor

O Censo ainda mostra que a maior parte dos usuários que utilizam um coworking não possuem filhos, são em sua maioria pós - graduados ou possuem ensino superior. E quase metade dos coworkers trabalhavam em home -office antes de migrar para um espaço colaborativo, A localização foi apontada como o ponto primordial a ser considerado na hora da escolha de um desses espaços, sendo o preço citado apenas em quarto lugar, o qual a maioria considera a ser um preço justo.

24 %- De 3 a 6 pessoas

10%

10 %- De 6 a 12 pessoas

1%

1%- Acima de 12 pessoas

Fonte:Censo Coworking , 2019 | Elaborada por autor

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2 COWORKING Gráfico 11: Perfil dos usuários de coworkings POSSUI FILHOS?

QUAL A ESCOLARIDADE? 65% não possui filhos

65% Sim 35% Não

ONDE TRABALBHAVA ANTES DO COWORKING 46% em casa

46% Em casa 37% Escritório tradicional 9% Outro coworking

41% pós graduado

46% em casa

46% Em local próximo 31% No coworking 22% Em casa

43% proprietários de empresa

41% Pós graduado 38% Ensino superior 18% Superior incompleto

43% Proprietários de empresa 31% Profissionais independente 26% Funcionários de uma empresa

QUAL TIPO DE ESTRUTURA UTILZA

PORQUE ESCOLHER O COWORKING? 29% Localização

36% mesas rotativas

29% Localização 18% Estrutura física 15% Networking

36% Mesas rotativas 29% Mesas fixas 28% Salas privativas COM QUE FREQUÊNCIA VAI AO ESPAÇO

ONDE COSTUMA ALMOÇAR?

QUAL O PERFIL PROFISSIONAL

COMO AVALIA O PREÇO PAGO PELO COWORKING

37% Diariamente

37% Diariamente 34% De 3 a 5x por semana 20% 1 a 2x na semana

Fonte:Censo Coworking , 2019 | Elaborada por autor

33

29% Localização

78% Consideram justo 17% Muito caro 5% Barato

A respeito de locomoção, o meio de transporte que os usuários de coworkings mais utilizam é o carro próprio (44%), no entanto, uma grande parcela faz uso de transporte público (30%) , e boa parte vai a pé (12%), sendo o tempo médio de casa para o coworking de 27 minutos aproximadamente. Em relação a troca de contatos, conhecida como networking, são inúmeras as vantagens práticas que já ocorreram nos espaços brasileiros, mostrando que mais do que uma teoria, a ideia realmente funciona, ao apontar que 36% dos entrevistados já foram contratados para um projeto, 73% dizem que já aprendeu algo novo com alguém que conheceu no coworking e 66% afirmam que não trocaria o coworking por um escritório convencional, mesmo se os custos fossem os mesmos. Sobre os aspectos de influência na vida pessoal, um dos pontos de mais interesse desse trabalho, os profissionais foram questionados se alguns fatores melhoraram ou não depois da utilização de um coworking e o resultado foi que mais de 60% apontaram melhora na saúde, vida social, networking profissional, organização pessoal, além de produtividade no trabalho. Por fim, 99% de todos os usuários participantes da pesquisa recomendam um coworking para um colega.




3 CO.LIVING 3.1 Surgimento e definição 3.2 Fundamentos do Coliving 3.3 Benefícios do Coliving 3.4 Vantagens e desvantagens 3.5 Perfil dos Usuários do Coliving 3.6 Evolução do Coliving no Brasil


3. COLIVING 3.1 SURGIMENTO E DEFINIÇÃO A vivencia em conjunto é algo comum desde nossos antecedentes, conforme a população foi crescendo a vida urbana precisou ser adequada para viver em comunidades. Para atender as necessidades privadas, foram executadas construções e habitações para a população. No entanto, é de se pensar, se os resultados desse comportamento valem para os dias atuais, já que com altos custos, pouca socialização e ocupação de grandes áreas não possuem grandes vantagens. Se analisarmos em uma linha do tempo, observamos que a primeira grande virada na vida humana aconteceu lá atrás, quando o homem deixa de ser nômade e passa a investir na agricultura e em moradias fixas. O segundo momento de revolução acontece com a industrialização e o estímulo ao capitalismo e a competição. Hoje, podemos dizer que estamos entrando em uma terceira era: a do compartilhamento. Um dos motivos de crise é a falta de espaços físicos, quando se trata de desperdício e individualização. O coliving surge então, como um movimento que pretende derrubar além de paredes, mas também estimular a integração, a sustentabilidade e, claro, a colaboração. De acordo com Grozdanic (2017) para o site Archdaily, os espaços de colivings consistem em moradias comunitárias onde as áreas de convivência de uma casa convencional são compartilhadas, em contrapartida a unidade habitacional privada é restrita ao quarto. Áreas como lavanderia, cozinha, sala de estar e jantar seriam "semipúblicas". Afim de eximir custos, compartilhar tarefas e despesas.

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Segundo o site Wikihaus, embora pareça ser um tema atual, o conceito de coliving originou-se em 1972. O Cohousing foi o primeiro projeto de residência compartilhada do mundo, localizado em Sættedammen, na Dinamarca. A comunidade possuía 35 famílias e sua idealização era preservar as moradias privadas e compartilhar os espaços de convivência, como cozinha e áreas de serviços, tendo como finalidade estreitar a afinidade entre os vizinhos. Considerando esse modelo de habitação, em 1988, o arquiteto norteamericano Charles Durrett passou a promover esse método em empreendimentos nos Estados Unidos, mantendo essa estratégia até os dias de hoje como ponto crucial para uma sociedade consciente quando falamos de sustentabilidade, como a The Cohousing Companny. Quando pensamos em coliving, logo recordamos das repúblicas estudantis ou hospedagens compartilhadas, no entanto, há uma grande diferença entre elas. Quando se trata de repúblicas, o publico alvo predominantemente são adolescentes e jovens adultos, e a finalidade da moradia é de ser passageira. Já quando se trata das vilas a diferença é estrutural, conta com núcleos diversos em um mesmo lote. onde as únicas áreas compartilhadas geralmente são as garagens, lavanderias e varais. O coliving possui um espaço totalmente pensado para a convivência em comunidade, onde até o pagamento das contas é acertado por uma empresa responsável e não pelos moradores. Os espaços possuem uma estrutura completa onde é possível a disponibilidade de academias, espaços de coworking que dificilmente encontramos em vilas ou repúblicas convencionais.


3.2 PILARES E FUNDAMENTOS DO COLIVING

A integração diz respeito à busca por um convívio harmônico que permita a união entre todas as pessoas de uma moradia colaborativa. Deve haver integração e harmonia entre pessoa e pessoa, mas também entre pessoa e ambiente. Por conta disso, a forma como um espaço de coliving é estruturado também precisa ser pensado para priorizar a integração.

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Segundo o site Sienge, o coliving possui pilares intrínsecos à moradia colaborativa que devem se fazer presentes entre as comunidades que compartilham uma moradia. São eles:

O coliving busca diminuir impactos ambientais através da construção consciente e do convívio compartilhado. Dessa forma, pessoas que buscam por opções de coliving costumam ter fortes princípios sobre responsabilidade ambiental e diminuição de impactos na natureza. Da mesma maneira, as empresas focadas na construção estilo coliving precisam compartilhar das mesmas iniciativas.

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Do ponto de vista econômico, o coliving apresenta-se como uma excelente opção. É comum que empreendimentos projetados sob a ideia sejam construídos com materiais de baixo impacto ambiental e contenham sistemas de reaproveitamento de água e captura de energia renovável, acarreta em imóveis mais econômicos e acessíveis. Além disso, com a divisão de custos em um espaço compartilhado, economicamente acaba sendo mais vantajoso do que ter que arcar com tudo sozinho

boração la

A colaboração é o que permite que as pessoas vivam harmoniosamente em ambientes com maior número de moradores e compartilhamento recorrente de diversos espaços. Um coliving deve prezar pela constante colaboração entre moradores, seja nas tarefas, nos limites estipulados para o compartilhamento ou noutras atividades consideradas relevantes para as pessoas envolvidas.

O manifesto coliving, criado pela Coliving.org, resume bem os principais fundamentos desse movimento: Tabela 05: Principais fundamentos do movimento de Coliving Comunidade em harmonia com a indivualidade

Projeção compartilhada de residências

Aproximação de pessoas e troca de experiências

Economia de recursos naturais

Consumo pensado na colaboração

Divisão de decisões e tarefas

Fonte:Coliving.org | Elaborada por autor

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3. COLIVING 3.3 BENEFÍCIOS DO COLIVING Uliving, é uma comunidade de coliving como moradia Estudantil Alguns benefícios da empresa e suas consequências no dia a dia: 01 Divisão de tarefas no dia a dia

Há inúmeras vantagens em uma moradia compartilhada, entre elas é dividir as tarefas domésticas do dia a dia. É possível fazer como forma de planejamento em escala, tarefas como cozinhar e limpar as áreas comuns entre a comunidade de acordo com a disponibilidade de cada morador. A possibilidade de compras em conjunto também ajuda a economizar em mercados e feiras. 02 Transporte e localização

Além de compartilhar os espaços em comum, também incentiva a coletividade na hora de oferecer carona a outros moradores. Isso ajuda não só a diminuir a poluição, mas também nos custos de combustível. Para facilitar a locomoção dos moradores, as unidades coliving costumam estar localizadas em pontos estratégicos como nos centros das cidades, próximos de pontos de ônibus e estações de trem e metrô.

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03 Novas culturas

O fato de conviver com pessoas de várias culturas e etnias, faz com que contribua para novas experiências. Agregando em sua vida mais conhecimento em conjunto, o que contribui para viver em comunidade e também colaborar para um mundo mais sustentável. 04 Assistência 24 horas

As moradias em sua maioria possuem assistência 24 horas a disposição, câmeras de vigilância e controle de acesso com trancas eletrônicas, para trazer tranquilidade e segurança aos residentes. 05 Aceita animais de estimação

Além de todos os benefícios que citamos acima, a Uliving aceita seus bichinhos de estimação.


3.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS Através de uma pesquisa para o Movimento Coliving pelo instituto Ipespe, do sociólogo Antônio Lavareda e da busca em sites é possível definir de forma geral algumas vantagens e desvantagens desse movimento. Vantagens Dividir custos entre os integrantes e economizar

Trocar conhecimentos, aprendendo e enriquecendo seus projetos empresariais com outras ideias e experiências profissionais. Pertencer a uma comunidade fora das universidades e do trabalho

Mais maneiras de socializar, conhecer pessoas e não se sentir isolado da sociedade

Desvantagens

Falta de privacidade

Bagunça de outras pessoas

Falta de segurança, por não conhecer os parceiros de moradia Morar em uma vizinhança colaborativa

Não gostar de outras pessoas na moradia, conviver com estranhos ou ter hábitos e perfis diferentes

Lugar mais modernizado Não ter autonomia para as decisões cotidianas

Divisão de atividades

Alugar por meses ou semanas

Crescer em um ambiente global, com pessoas de diferentes países, etnias e culturas

Levar uma vida sustentável, como por exemplo morar perto do trabalho e usar bicicleta ou ir á pé

As desvantagens tem muita importância no desenvolvimento desses espaços, pois é necessária a busca de soluções nos espaços e procedimentos da empresa para esses problemas que são recorrentes nos colivings serem atenuados. Como por exemplo: respeitar o próximo; estipular limites para som alto e barulhos; dividir tarefas básicas da casa; definir datas para as necessidades comuns; estipular regras de convivência

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3 COLIVING 3.5 PERFIL DOS USUÁRIOS DO COLIVING

Diagrama 01: Perfil dos usuários do Coliving Ido

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utônomos s, a e or

Fonte:Citas | Elaborada por autor

41

ns e estudan ve te o J

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Living Co

Público alv o:

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Normalmente a faixa etária que se arrisca a novos desafios possuem entre 18 e 30 anos, nessa idade as pessoas estão iniciando a fase adulta e encontram-se em busca de um local onde conseguem com baixo custo de moradia, vantagens de locomoção e também a possibilidade de dividir experiências de vida e de coworking com outras pessoas. Segundo o site Wikihaus, grande parte dos projetos nesse seguimento como o The Collective, em Londres, são voltados para jovens autônomos que buscam espaços de experiência e aprimoramento profissionais muitas vezes em ambientes compartilhados. Entretanto, de acordo com o site Citas, qualquer pessoa disposta a viver de acordo com os ideais de colaboração e compartilhamento pode morar em um coliving. Famílias e idosos buscam essa forma de morar por seu baixo custo mensal, nessas circunstancias os moradores formam uma rede de apoio que ajudam na atenção com as crianças. Por esse motivo, quem se interessa pelo coliving, deve avaliar se o edifício escolhido está de acordo com suas necessidades.


3.6 COLIVING NO BRASIL De acordo com a pesquisa realizada para o movimento coliving pelo instituto IPESPE, direcionado pelo sociólogo Antônio Lavared. Foi realizada uma pesquisa no estado de São Paulo, onde o intuito é compreender como as pessoas se dispõem para a possibilidade de conviverem em casas compartilhadas. Podemos observar a partir do gráfico abaixo que a aceitação é positiva, visando a possibilidade de diminuir gastos no dia a dia.

Gráfico 12: Crescimento do interesse em espaços compartilhados 66% - reijeitam a possibilidade de dividir moradia compartilhada 22% - Declaram admitir a possibilidade de , a longo prazo, viver em moradia compartilhada, desde que conheçam as pessoas com quem dividirão o espaço 8%- admitem a hipótese mesmo não conhecendo seus convivas

Fonte:movimentocoliving | Elaborada por autor

O que mais impressiona é que, levando em consideração esses índices para o país, por volta de 60 milhões de brasileiros estariam inclinados a viver essa experiência, mesmo sendo levado como algo recente no mundo e novo no Brasil

Apesar da vantagem econômica, muitos ficam receosos com a perda de privacidade, mas é levado em consideração o fato de poder estar abertos a conhecer gente nova no caso de estudantes e moradias temporárias. Dados sobre as áreas em comum também foram levados em questão, como podemos verificar a seguir: Gráfico 14: Tipo de mobília em residência compartilhada A moradia inteira deve vir mobiliada, tanto as áreas comuns como o espaço privado

61%

Apenas as áreas comuns das residências compartilhadas devem vir mobilidas, o espaço privado não deveria vir NS/NR

29%

10%

Fonte:movimentocoliving | Elaborada por autor Gráfico 15: Cozinha coletiva em residência compartilhada Mesmo com a cozinha coletiva, prefiro ter uma cozinha particular, mesmo que isso comprometa meu espaço privado

57%

Prefiro usar a cozinha coletiva, para não comprometer meu espaço privado

NS/NR

34%

10%

Fonte:movimentocoliving | Elaborada por autor

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3 COLIVING

Gráfico 16: Animais de estimação em residência compartilhada A favor nos espaços privados

33%

A favor tanto nos espaços privados como nos espaços compartilhados

NS/NR

28%

33%

Fonte:movimentocoliving | Elaborada por autor

Em suma, no Brasil, o conceito do coliving vem sendo reconhecido por conta da arquiteta Lilian Luboschinki, fundadora da Cohousing Brasil, ela faz uma consultoria para projetos da área. Segundo os dados do Cowkorking Brasil os principais motivos citados por quem toparia essa alternativa envolve a parte financeira. Afinal, dividir o espaço ajuda a economizar e, na prática, aumenta a disponibilidade de renda. Por outro lado, a privacidade é o ponto central entre os que não aceitariam estar em uma moradia compartilhada. A economista Deborah Seabra, do Grupo Zap, avaliou em entrevista à Época Negócios que a crise não é a única justificativa para o aumento da procura dessa modalidade.

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Fato é: iniciativas de coliving têm ganho muitos adeptos e empreendimentos pelo mundo. No Brasil, ainda há poucos projetos nas grandes cidades, mas muitos estudos em andamento, o que demonstra o potencial do país em abraçar essa tendência.




4 O CENTRO DO RIO DE JANEIRO 5.1 O centro do Rio de Janeiro 5.2 Programa Reviver Centro 5.3 Corredor Cultural


4 O CENTRO DO RIO DE JANEIRO 4.1 O CENTRO DO RIO DE JANEIRO O centro do Rio de Janeiro é um bairro no município do Rio de Janeiro, no Brasil, e ele definitivamente é um dos polos de maior importância comercial e corporativo do Brasil, onde circulam várias pessoas, inclusive uma grande massa de estudantes, já que conta com diferentes universidades em seu entorno. Mas também é ali que estão os maiores marcos arquitetônicos e culturais da capital carioca, e até mesmo do Brasil. Vale destacar que a cidade do Rio de Janeiro, principalmente na parte do Centro foi palco de algumas das mais importantes decisões e eventos da história do país. A cidade é mencionada oficialmente pela primeira vez quando a segunda expedição exploratória portuguesa, comandada por Gaspar lemos, chegou em Janeiro de 1502, à baía, que o navegador supôs, compreensivelmente, ser a foz de um rio, por conseguinte, dando o nome à região do Rio de Janeiro. O centro histórico foi desenvolvido graças à sua vocação natural como porto, foi explorada pelos colonizadores portugueses e escolhida como refúgio da família real portuguesa das guerras internacionais. Em 1763 foi quando a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi elevada à condição de sede administrativa da colônia do Brasil, até 1960, quando a cidade perdeu a condição de estar em um Distrito Federal. Restos arquitetônicos desse passado persistem até hoje, tendo se tornado importantes atrações turísticas. Engana-se quem pensa que o bairro parou no tempo, o Centro tem passado por uma constante renovação nos últimos anos. Embora toda a região do Rio seja antiga e ocupada desde os tempos coloniais, algumas ruas, praças e avenidas tiveram seu traçado modificado, ampliado ou incorporado

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às partes que foram demolidas. E também acelerada pela realização dos Jogos Olímpicos de 2016, a modernização atraiu edifícios corporativos, estrutura de comércio e serviços e melhorias no transporte público, tornando o bairro uma ótima opção para se viver. Isso provoca uma interessante mistura de estilos arquitetônicos, mesclando a tradição, com construções do início do período colonial, e modernidade, com arranhacéus e tecnologias de construções. Conhecida por sua grande quantidade de edifícios e sua melhor oferta de infraestrutura, a cidade conta com mais de 5 milhões de m² em escritórios. De acordo com informações dadas pela consultoria multinacional JLL, indicam que a capital fluminense ganhou destaque nas entregas de imóveis corporativos e possui diversas opções quando se trata de segmentos comerciais. Segundo a revista qualimovel o Centro "também é a área carioca mais verticalizada, com mais de 1.380 empresas que ocupam espaços classificados como AA, A e B, volume 32,1% do total do Rio e maior concentração de companhias da cidade, com destaque para ocupantes do setor de energia, financeiro e setor público. Segundo a consultoria, o estoque de imóveis comerciais classificados como AA e A (alto padrão) no Centro carioca corresponde a 30% (1.539 m²) do total de escritórios da cidade, com 80 edifícios. Outros 18% (932 mil m²) são de classe B, com 111 prédios. Já 52% (2.648 m²) são de classe C, com 443 edifícios."


No entanto, devido ao avanço da pandemia de covid-19 em 2019, as medidas de isolamento trouxeram consequências que esvaziaram os espaços corporativos e os bairros. Dessa forma, os preços dos imóveis comerciais caíram, aumentando opções de imóveis para alugar. Segundo o istoédinheiro, o Rio de Janeiro é uma das capitais com pior situação no ramo imobiliário, a taxa de vacância nos aluguéis chega a 40%, ou seja, muitas pessoas estão fechando e alugando os escritórios, para trabalhar home office e não ter despesas em um espaço que não é mais utilizado com frequência. De acordo com o último Censo Brasileiro de Escritórios Compartilhados (2019), uma análise de todas as cidades brasileiras com população de mais de 100.000 habitantes, constatou que 195 delas possuem espaços direcionados para o trabalho compartilhado. Com exceção de Roraima, todos os estados brasileiros possuem pelo menos um espaço ativo, incluindo o Distrito Federal. O estado de São Paulo lidera a lista com 663 vagas ativas, seguido pelo Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo que o Brasil tem um total de mais de 1.497 espaços conhecidos (COWORKING BRASIL, 2019). Com o sistema híbrido presente na maioria das empresas e franquias, o mundo dos negócios entendeu essa mudança de comportamento e se moldou de acordo com as transformações. E por isso, optam pelo coworking. Até 2019, as empresas de “grande” e “médio e pequeno” porte inseridas no coworking apresentavam um percentual, respectivamente, de 30% e 20%. Já em 2020, as grandes empresas somaram 60% da demanda total, conforme a avaliação da GoWork (líder brasileira em soluções inteligentes de escritório).

Levando em consideração as vantagens do coworking, muitos empreendedores precisaram se ajustar em seus ambientes de trabalho, migrando para espaços menores e com menor custo. Imagem 5: O Centro do Rio de Janeiro

Fonte: Revista VEJA Rio,2021

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4 O CENTRO DO RIO DE JANEIRO 4.2 PROGRAMA REVIVER CENTRO Todavia, o Centro do RJ está passando por um processo de esvaziamento da região e foi possível notar que com o surgimento da Covid-19 transformou a realidade no Brasil. Segundo o G1 Globo, é possível afirmar que houve uma significante diminuição nos fluxos da cidade em horários que deveriam ser mais movimentados. Por consequência disso, o poder executivo se mobilizou e criou a Lei Complementar nº229 de 14 de julho de 2021. Essa: Institui o programa Reviver Centro, que estabelece diretrizes para a requalificação urbana e ambiental, incentivos à conservação e reconversão das edificações existentes e à produção de unidades residenciais na área da II Região Administrativa - II RA, bairros do Centro e Lapa, autoriza a realização de operação interligada e dá outras providências. (PODER EXECUTIVO, Lei Complementar nº229 de 14 de julho de 2021)

Resumidamente, o objetivo do conjunto de decretos e projetos de lei desse programa é reformular o centro para trazer novos habitantes a essas áreas, com intuito de recuperar a movimentação nesses espaços. O projeto incentiva construir unidades habitacionais, fornecendo isenções de IPTU por até 10 anos, além disso podendo transformar o uso das edificações existentes para residencial multifamiliar ou misto.

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Até o início da década de 1960, o Centro do Rio tinha um perfil híbrido, que conciliava muitos imóveis residenciais com espaços comerciais. Era comum morar ali. Com a mudança da capital federal para Brasília, essa situação começou a mudar: boa parte dos habitantes saíram em busca de moradias em outras regiões da cidade, principalmente na Zona Sul. O Centro se transformou em um espaço quase que totalmente comercial. Agora, com toda a mudança provocada pela pandemia, talvez estejamos diante de uma retomada da vocação habitacional da região. (Schneider,2021)

Analisando e extraindo as diretrizes do programa Reviver Centro, podemos definir como as principais soluções : -Incentivos para quem construir unidades habitacionais ou transformar imóveis comerciais em residenciais; -Isenção de dívidas de tributos municipais e a isenção de IPTU por até 10 anos; -Previsão de aumentos progressivos do IPTU para os proprietários de imóveis vazios há vários anos; -Maiores incentivos são para os empreendimentos com unidades destinadas ao Programa de Locação Social da Prefeitura do Rio. como alternativa para as famílias cuja fonte de renda e capacidade de pagamento não se enquadrem nas normas dos programas disponíveis, atingindo as camadas sociais mais frágeis e evitando o processo especulativo na região a partir de investimentos públicos;


4.3 O CORREDOR CULURAL É de extrema importância destacar toda memória histórica que constitui o centro do Rio de Janeiro. Segundo o MultiRio, no intuito de preservar essas, políticas públicas municipais voltadas à proteção do ambiente já construído foram estabelecidas com a delimitação do Corredor Cultural e além de preservar o centro histórico, o projeto também originou o modelo da Apac – Área de Proteção do Ambiente Cultural. A aprovação da Lei nº506 de 17/01/84, que reconhece o Corredor Cultural como Zona Especial do centro histórico do Rio de Janeiro, definiu condições básicas para a preservação paisagística e ambiental de grande parte da área central ((RIOARTE 1985). Imagem 6: As áreas do Corredor Cultural

O Corredor Cultural foi assim batizado por Armando Mendes, então superintendente de Planejamento e um dos responsáveis pela concretização do projeto. A explicação para o nome era a de que “se existe a figura do corredor de tráfego, por que não poderia existir um corredor cultural?” (PINHEIRO, 2002b), e assim a nomenclatura se consagrou. Apesar de destinar-se à preservação de algumas áreas dentro do centro da cidade, o projeto do Corredor começou muito mais como um projeto de planejamento urbano do que de patrimônio histórico, e sua origem está no interior de uma Secretaria de Planejamento (PINHEIRO, 2002a). O projeto enfrentou oposições dentro da própria parte admnistrativa, como na Secretaria de Obras onde um grupo de técnicos defendia a demolição dos prédios antigos para alargamento das vias e construção de viadutos, e na própria Secretaria de Planejamento, que desenvolvia plano que previa a construção de novos arranha-céus impossibilitando a preservação pretendida pelos técnicos da equipe do Corredor Cultural. No artigo Participação em ações de preservação: o caso do Corredor Cultural do Rio de Janeiro , a arquiteta Thalita Pereira da Fonseca descreve as áreas que foram estabelecidas pela lei n.º 1139 de 16 de dezembro de 1987 do Corredor Cultural, que dentro dessa zona histórica da cidade foram três áreas principais que, observadas dentro do contexto urbano, destacam-se por apresentarem as características que o Corredor buscava. Essas veremos a seguir:

Fonte: Artigo :Participação em ações de preservação: o caso do Corredor Cultural do Rio de Janeiro a arquiteta Thalita Pereira da Fonseca | Elaborada por autor

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4 O CENTRO DO RIO DE JANEIRO

A primeira dessas áreas, demarcada em vermelho é o espaço da Praça XV de Novembro e suas imediações que conserva até hoje os elementos representativos da vida colonial, tanto em sua malha urbana de ruas estreitas, vielas e becos, quanto em seu conjunto arquitetônico de sobrados, palacetes e igrejas. A segunda área, dividida em duas partes, corresponde – em azul - às áreas do Largo de São Francisco e imediações, incluindo a Praça Tiradentes, e – em verde – à região da SAARA, e é caracterizada por um traçado mais regular e planejado e por uma arquitetura identificada com os estilos neoclássico e eclético, representativos da expansão da cidade no período imperial. A terceira área, identificada na Figura pela zona em amarelo, é a que guarda a maior diversidade de edificações, representativas dos principais períodos históricos, desde a colônia até o século XX; e compreende a área desde o Largo da Carioca até a Lapa9 . Também houve a instituição da Lei nº 506, de Preservação Paisagística e Ambiental do Centro da Cidade do Rio de Janeiro, conhecida como a Lei do Corredor Cultural, posteriormente revista e ampliada pela Lei nº 1139 de 16 de dezembro de 1987, disponível no site da prefeitura do RJ (http://prefeitura.rio/)

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Conforme a nova legislação e a arquiteta Thalita, essa: - Privilegiou as fachadas e os telhados das edificações, que deveriam manter seus elementos construtivos originais, enquanto que os interiores não receberam normas tão rígidas, ficando seu reaproveitamento a ser feito de acordo com as novas instalações, desde que se mantivessem os vãos de iluminação internos e as relações orgânicas com as fachadas evitando edificações e ruas artificiais com aspecto cenográfico. -Estabeleceram-se parâmetros para o gabarito das novas edificações de maneira a se tentar a compatibilização com as escalas existentes. - A manutenção de usos culturais e de lazer, proibiu a construção de edificações para uso exclusivo ou predominante de pavimentos-garagem, e isentou da obrigatoriedade a construção de vagas para veículos nos prédios preservados. -A colocação de placas com anúncios e letreiros também foram contemplados e para eles foram definidas normas que estabeleciam suas dimensões e sua localização na fachada. É possível perceber que ao longo da Avenida Rio Branco e da Avenida Presidente Vargas temos uma verticalização de prédios, mas próximos a essas áreas, a realidade morfológica é outra. A verticalização não se proliferou devido a esse projeto de preservação, renovação e revitalização do Corredor Cultural, se tornando uma área com escala diferenciada e homogênea em relação aos outros pontos do Centro.


Imagem 7: Igreja Nossa Senhora da Lapa, localizada na área do Corredor Cultural Fonte: Pinterest

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5 O DESIGN BIOFÍLICO 5.1 O que é o Design Biofílico 5.2 Pilares do projeto biofílico 5.3 Consequências da aplicação do design biofílico no ambiente de trabalho


5. O DESIGN BIOFÍLICO Com a Revolução Industrial, entre os séculos XVII e XIX, a população começou a sair do campo, onde eram realizados as práticas agrárias e começaram a se concentrar nos centros urbanos, afim de trabalhar e se remunerar das empresas e indústrias em crescimento. No entanto, hoje, analisamos as consequências dessa, que gerou uma intensa densidade demográfica nos centros urbanos, que só aumenta ao longo dos anos. Além disso, o homem sofreu um processo drástico ao se distanciar da natureza, que nos afeta diariamente direta ou indiretamente. Segundo o coreano Byung-Chul Han, professor de filosofia e estudos culturais da Universidade de Berlim, vivemos atualmente na "sociedade do cansaço", que é estabelecida pela valorização atual de indivíduos inquietos e hiperativos que se arrastam no cotidiano produtivo, realizando múltiplas tarefas nos centros urbanos. Diferente da sociedade disciplinar, nomeada popularmente como "sociedade pós-industrial" em que as pessoas obedeciam regras de seus chefes, na sociedade do desempenho, o sujeito do desempenho é senhor e soberano de si mesmo. No entanto, essa pressão de trabalhar e obedecer a si mesmo, causa uma busca que o resultado é inalcançável, o que leva uma eterna corrida pelo impossível Como consequências, tempos enfermidades como depressão, estresse, fadiga e frustações internas, esse resultado é desastroso. podendo causar síndromes como o Burnot, que afetam a qualidade de vida das pessoas e também a economia das empresas. E também, com esses centros urbanos caóticos de trânsito, poluições sonoras e do ar, edifícios verticalizados e pouca natureza, os problemas se intensificam ainda mais.

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Levando em consideração as consequências causadas por esse afastamento entre as pessoas e a natureza, surgiu a biofilia (COOPER E BROWNING, 2015). Com o progresso em estudos relacionados a Neuroarquitetura, é possível fortalecer a forma de aplicar a biofilia no cotidiano dos seres humanos. O interesse acadêmico onde entender a relação da natureza com o ser humano se deu após uma pesquisa realizada em 1984, onde pacientes hospitalizados foram distribuídos em quartos onde possuíam belas paisagens naturais, e foi possível constatar que tiveram diminuição de dor e uma recuperação mais rápida. (SEYMOUR, 2016). Após diversos experimentos ligados a saúde, foi constatado que o indivíduo quando em contato com a natureza teve uma melhora significativa, afirmando a ideia de que a biofilia é tão eficaz quanto uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos. (SEYMOUR,2016).

5.1 O QUE É DESIGN BIOFÍLICO Segundo Papierska (2017), 0 termo biofilia, tem origem grega e significa amor à natureza. Esse foi criado pelo psicólogo social Erich Fromm. No entanto, segundo Browning (2012), foi colocado em prática somente em 1958, quando o biólogo americano Edward O. Wilson percebeu as implicações que eram causadas pelo distanciamento entre os seres humanos e a natureza. Para Edward, a biofilia é a relação natural entre o ser humano e os outros organismos vivos.


Para Kerllet e Calabrese (2015) a biofilia é a necessidade essencial do ser humano de se conectar com a natureza, sendo algo intrínseco biologicamente, ele afirma isso se baseando no argumento em que 99% da história da humanidade as pessoas possuíam contato com a natureza, sendo o distanciamento das pessoas com o meio ambiente algo recente. Browning (2012) também afirma que a biofilia está relacionada a necessidade que os seres humanos possuem biologicamente de estar em contato com a natureza e que esse contato se reflete no bem-estar, na produtividade e em melhores relacionamentos. Dessa forma, o design biofílico é um estilo que se baseia nos conceitos da biofilia, com a intenção de melhorar não só no âmbito da funcionalidade dos espaços, assim como a qualidade dos mesmos, proporcionando maior bemestar, melhorando a saúde, desacelerando a sociedade e melhorando o desenvolvimento profissional das pessoas.

5.2 PILARES DO PROJETO BIOFÍLICO De acordo com Browning (2012), o design biofílico é baseado em três pilares principais. O primeiro desses pilares é a incorporação da natureza no espaço construído. Nele busca-se incluir elementos naturais no espaço construído, como plantas, fontes de água, aquários, jardins, luz natural e vista para a natureza exterior ao edifício. Como podemos observar na imagem 9 , nomeado de “Welcome, feel at work” e com data prevista de conclusão para 2024, o edifício desenvolvido pela Kengo Kuma & Associates para a Europa Risorse que é um empreendimento concebido para disponibilizar espaços de trabalho centrados na saúde e no bem-estar de seus funcionários Imagem 9: Projeto edifício "Welcome, feel at work" desenvolvido pela Kengo Kuma & Assicuates para a Europa Risorse

Imagem 8: Projeto Space Garden desenvolvido pelo escritório Arch-Studio de escritórios para a IncepTech em Budapeste, Hungria

Fonte: Archdaily, 2021

Fonte: Officesnapshots,2020

O segundo desses pilares trata-se dos análogos naturais. Esse pilar representa os materiais e padrões que remetem a natureza. Ele é dividido em quatro principais setores que são as obras de arte representacionais, a ornamentação, as formas biomórficas e o uso de materiais naturais. Kerllert

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5. O DESIGN BIOFÍLICO e Calabrese (2015) citam alguns exemplos desses elementos: obras de arte, materiais naturais, tecidos naturais e ornamentação inspiradas pelas formas da natureza (Biomimétrica). Browning (2012) afirma que a utilização desses elementos é muito eficiente em relação as reações biofílicas, porém, os resultados com os elementos vivos e dinâmicos são melhores. Por fim, o terceiro se refere ao caráter do espaço. Esse pilar se trata das reações psicológicas e fisiológicas em relação a organização espacial. Estudos afirmam que, devido ao ser humano ser nativo da África, a afinidade é maior por paisagens amplas, como nas savanas, que são caracterizadas por possuírem vegetação rasteira e pela presença de árvores que proporcionem sombras (KELLER et al. 2008 apud. BROWNING, 2012). Um exemplo relacionado a essa organização espacial é o projeto corporativo desenvolvido pelo Studio 13 Architects para empresa Barry Callebaut Offices & Chocolate Academy em Istambul, como podemos verificar a imagem 10, que apesar de possuir espaços bem delimitados há uma conexão visual muito bem definida, fazendo com que o usuário tenha clareza das coisas e entenda o espaço de forma rápida. Esse tipo de paisagem proporciona sensação de segurança, proteção e coerência e pode ser alcançado no ambiente construído com o uso de vistas para o exterior e conexões visuais entre ambientes internos (KERLLERT E CALABRESE,2015) Kellert e Calabrese (2015), também definem design biofílico em três pilares, que possuem conceitos similares aos definidos por Browning (2012). Sendo o primeiro chamado por experiência direta, semelhante a natureza no espaço construído, o segundo experiência indireta, semelhante aos análogos naturais e o terceiro experiência do espaço de lugar que se assemelha ao caráter do espaço.

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Imagem 10: Projeto corporativo para empresa Barry Callebaut Offices & Chocolate Academy

Fonte: Officesnapshots,2020

5.3 IMPACTOS DA APLICAÇÃO DO DESIGN BIOFÍLICO NO AMBIENTE DE TRABALHO Uma pesquisa global realizada em 2015 pela Incubadora Robertson Cooper, formada por uma equipe de psicólogos especialistas em bemestar, buscou documentar os reais impactos das aplicações do design biofílico no ambiente de trabalho. Nessa pesquisa foram coletados dados de 7600 funcionários de 16 países, sendo eles: Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, Espanha, Suécia, Dinamarca, Emirados Árabes, Estados Unidos, Canadá, Brasil, Austrália, Filipinas, Índia, China e Indonésia (COOPER, 2015)


Além disso, nessa pesquisa também foram analisadas quais eram os impactos do uso das cores, da vista para janelas e de elementos naturais dentro dos escritórios (BROWNING e COOPER, 2015). Em relação às cores, o amarelo, o azul, o verde e o branco, foram as cores que mais transmitiram motivação, produtividade, inspiração, criatividade, entusiasmo e felicidade, enquanto o cinza foi considerada desinspiradora e relacionada ao estresse, associado com baixo nível de entusiasmo, criatividade e produtividade, como pode ser vista na tabela a seguir: Tabela 06: Impacto das cores no ambiente de trabalho

COR

IMPACTO

AMARELO

Motivação, produtividade, inspiração e criatividade

AZUL

Motivação, produtividade, felicidade e entusiasmo

VERDE

Motivação, produtividade, inspiração e criatividade

MARROM

Felicidade

CINZA

BRANCO

Estresse e desinspirador

Motivação, produtividade, felicidade, inspiração e criatividade

Fonte: BROWNING E COOPER, 2015 | Elaborada por autor

Nos escritórios que haviam vista de uma janela para paisagens naturais, os funcionários costumavam passar mais tempo no trabalho, se sentiam menos estressados e mais produtivos e criativos. Enquanto nos escritórios que não possuíam vistas para uma janela, os funcionários reagiam de forma contrária (BROWNING E COOPER, 2015). A inserção de elementos naturais como o uso de luz natural, plantas vivas e paredes verdes, foram associados a maiores níveis de produtividade e criatividade, enquanto a falta desses elementos foi relacionada ao aumento de estresse e absentismo por doenças nos funcionários (BROWNING E COOPER, 2015). Também foi verificado que aqueles que trabalhavam em escritórios mais amplos e leves tinham maiores níveis de bem-estar, motivação, produtividade e criatividade (COOPER,2015). Assim, com a realização da pesquisa foi possível identificar que os usuários de espaços que possuem elementos naturais podem aumentar em até 15% a sensação de bem-estar (BROWNING E COOPER, 2015). No relatório, também são citadas pesquisas que comprovam a eficácia do uso de vegetações e elementos naturais no ambiente de trabalho. Por exemplo, foi feito um estudo no Reino Unido mostrou que os funcionários que trabalhavam em ambientes com iluminação e vegetação natural, eram 6% mais produtivos que aqueles que não possuíam esses elementos no ambiente de trabalho (BROWNING E COOPER, 2015). Além desses resultados globais, a pesquisa também verificou o que influencia na felicidade, criatividade e produtividade dos funcionários por país. No Brasil, em específico para a felicidade, o uso das cores branco e azul com a visibilidade para a vida selvagem. Para a criatividade, a visibilidade para lagos ou áreas com corpo de água e utilização de elementos aquáticos no ambiente de trabalho. Por fim, para a produtividade, uma visão para as paisagens campestres.

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6 ESTUDOS DE CASO 6.1 Edifício Corujas 6.2 Complexo Residencial Seestadt Aspern 6.3 CLOUD Coworking


6. ESTUDOS DE CASO A seleção dos estudos de caso foi fundamentada nos objetivos gerais e específicos do trabalho, além das categorias analisadas no referencial teórico, as quais terão influências diretas no resultado final de projeto. Foram analisados espaços que demonstram preocupação em proporcionar ambientes com boa qualidade para os usuários, adotando as particularidades estudas pelo design biofílico, visando principalmente o aumento na sensação de bem estar e desacelerar a sociedade nos espaços de trabalho e moradia no centro urbano.

Imagem 11: Fachada principal acesso Edifício Corujas

6.1 EDIFÍCIO CORUJAS Fonte: Archdaily,2016 DADOS: Nome do Projeto: Edifício Corujas Tipologia: Edifício Corporativo Arquitetos: FGM Área: 6.880m² Ano:2014 Localização: Vila Madalena, SP. Brasil Ficha 01: Dados sobre Edifício Corujas | Fonte: Archdaily, 2016

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Temos como a primeira referência projetual o Edifício Corujas, localizado no bairro Vila Madalena na cidade de São Paulo. A ideia do edifício era trazer espaços de escritórios de alto padrão, mas diferente dos tradicionais cubos de vidro espelhados localizados nos centros urbanos. O ponto de partida do projeto surgiu do desejo de criar uma arquitetura que possibilitasse que os escritórios tivessem, além de suas áreas fechadas, espaços avarandados generosos para reuniões externas, jardins privativos, áreas comuns abertas e muito verde integrando todos os espaços. A partir de um limite de gabarito de 9 metros e com um terreno peculiar de ser desenvolvido, a solução foi uma volumetria na horizontal, e desmembrar o prédio em duas edificações, frontal e posterior, o que possibilitou a implantação de uma praça interna aberta e de uso compartilhado.


A materialidade utilizada no edifício foi a de concreto pré-moldado que é aparente em toda a edificação. Também uma parte consta com uma laje em concreto protendido, que faz a cobertura do pavimento térreo, que é uma laje com grandes vãos. No centro foram desenvolvidas passarelas de estrutura metálica, presentes nos dois andares superiores que perfazem os caminhos até a porta de cada conjunto, e que foram inseridos de uma forma leve e com transparência sobre a praça. Imagem 12: Passarelas de estrutura metálica no centro do Edifício Corujas

Imagem 13: Planta Subsolo

Fonte: Archdaily,2016

Imagem 14: Planta Térreo

Fonte: Archdaily, 2016

Imagem 15: Planta 1º Pavimento

Imagem 16: Planta 2º Pavimento

Fonte: Archdaily ,2016

Fonte: Archdaily, 2016

Fonte: Archdaily,2016

Analisando a sustentabilidade, a edificação em si consta com vidro em todas as fachadas, afim de garantir a iluminação natural para todos os conjuntos durante o dia. Além disso, todo o embasamento foi revestido com a madeira, que consta com recortes com vidros, afim de iluminar a área externa na parte da noite com a luz interna. Os brises de telhas metálicas perfuradas também foi destaque no projeto, as quais foram utilizadas em pontos estratégicos nas fachadas. Esses possuem a função de "filtro solar", ou seja, são elementos que não impedem totalmente a iluminação, mas servem como filtro para insolação direta do sol fazendo um controle térmico dentro do conjunto e também consumo de energia

Imagem 17: Planta de Cobertura

Fonte: Archdaily,2016

Imagem 18: Cortes

Fonte: Archdaily,2016

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6. ESTUDOS DE CASO O edifício também incentiva a sustentabilidade de formas indiretas. Por exemplo, foram desenvolvidos vestiários no térreo, para quem chega de bicicleta, por exemplo, poder se limpar. E essas ficam expostas e penduradas também, afim de convidar aos outros a fazer o mesmo e estimular a uma vida mais sustentável. Imagem 19: Diagrama Edifício Corujas

Essa referência não está relacionada aos espaços de Coworking, nem Coliving, porém devido a sua implantação diferenciada com a proposta de valorizar e integrar áreas compartilhadas através do verde, ele se tornou um ponto de partida para o projeto Imagem 20: Perspectiva Edifício Corujas

Fonte: Archdaily,2016 Imagem 21: Acesso Edifício Corujas

Fonte: Archdaily,2016

Segundo o escritório FMG para reportagem da Galeria da Arquitetura, o paisagismo precisava se conectar com a arquitetura e trabalhar o conjunto, e a integração dessa foi super importante, o que o André Paoliello, paisagista, desenvolveu em todo projeto. O objetivo era atrair os usuários com esses jardins em vários níveis, os espaços verdes e todo o espaço integrado, garantido qualidade no trabalho dos escritórios do edifício.

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Fonte: Archdaily,2016


Imagem 22: Perspectiva varandas Edifício Corujas Fonte: Archdaily,2016

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6. ESTUDOS DE CASO 6.2 COMPLEXO RESIDENCIAL SEESTADT ASPERN DADOS: Nome do Projeto: Complexo Residencial Seestadt Aspern

Segundo o Archdaily (2020), este complexo residencial foi fundado em sete volumes paralelos podendo variar de quatro a sete pavimentos, além de um nível inferior onde fica localizada a garagem. Analisando, também é possível perceber que esses blocos possuem passarelas que se conectam, integrando toda a edificação e desenvolvendo espaços de convivência externa. (ARCHDAILY,2020)

Tipologia: Uso misto, residencial Arquitetos: Berger+Parkkinen Architekten, Querkraft Área: 36.600 m² Ano:2015 Localização: Viena, Áustria Ficha 02: Dados sobre Complexo Residencial Seestadt Aspern Fonte: Archdaily, 2020

Através de uma modulação escalonada, construída por blocos pararalelamente entree eles, analisamos o Complexo Residencial Seestadt Aspern, que segundo o site Archdaily (2020) , nada mais é do que "um conjunto de pequenas casas, onde se encontram sobrepostas e articuladas uma sobre as outras. Esse projeto foi idealizado pelos arquitetos Berger+Parkkinen Architekten,Querkraft, eles criaram diversos espaços tipo pátios, onde combina com as variações de relações visuais entre as residenciais e os espaços públicos" (ARCHDAILY,2020).

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Imagem 23: Perspectiva interna Complexo Residencial Seestadt Aspern Fonte: Archdaily,2020


Podemos analisar que, no centro da edificação temos o "cânion", nomeado no projeto como o coração desse. Nesse, segundo o site Archdaily (2020): o "grande pátio interior se configura como uma zona semi-pública que se conecta ao passeio público que relaciona o conjunto ao seu contexto urbano. Apresenta diversas características e paisagens, áreas com mudanças de nível e arquibancadas, oferecendo a seus moradores a oportunidade de se encontrarem e estabelecerem uma vida em conjunto" (ARCHDAILY,2020).

Imagem 26: Planta baixa térreo do Complexo | Fonte: Archdaily,2020

Imagem 27: Planta baixa subsolo do Complexo | Fonte: Archdaily,2020

Imagem 28: Planta de implantação do Complexo Fonte: Archdaily,2020

Imagem 24: Exemplo de planta baixa de apartamento do Complexo com 2 andares | Fonte: Archdaily,2020

Imagem 25: Exemplo de planta baixa de apartamento do Complexo com 2 andares | Fonte: Archdaily ,2020

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6. ESTUDOS DE CASO De acordo com a descrição feita pela equipe de projeto ao site Archdaily, os blocos vão sendo ocupados por diversos tipos de apartamentos, reformuladas de formas flexíveis que permitem uma variedade de perfis familiares. (ARCHDAILY,2020) Segundo a descrição, os arquitetos comentam que embora a construção possua muitos espaços abertos, os interiores são cobertos e apresentam positivas condições de conforto térmico e desempenho energético. Sua materialidade se destaca tanto em sua estrutura quanto nos acabamentos exteriores e interiores, auxiliando na sensação de leveza e profundidade. Além disso, segundo os dados da edificação para o site Archdaily, a sua estrutura foi executada em concreto aparente, suas instalações passam por um shaft técnico ligado a circulação vertical. E o posicionamento central deste núcleo técnico permite que os apartamentos possam ser espelhados, criando uma maior diversidade de aberturas nas fachadas. (ARCHDAILY,2020)

Imagem 29: Corte do Complexo | Fonte: Archdaily, 2020 Imagem 30: Perspectiva externa Complexo Residencial Seestadt Aspern Fonte: Archdaily, 2020

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6.3 CLOUD COWORKING DADOS: Nome do Projeto: CLOUD Coworking Tipologia: Interiores Corporativo Arquitetos: MESURA Área: 750m²

Segundo o escritório MESURA, o espaço se torna uma experiência inspiradora na hora de exercer as funções do dia a dia. Ao projetar um espaço de trabalho, duas funções diferentes coexistem na mesma área. Os trabalhadores precisam de um ambiente onde possam se concentrar, um espaço privado e confortável para trabalhar sozinho, se comunicar digitalmente e organizar reuniões. Por outro lado, eles precisam de mais espaços abertos para relaxar, recarregar e se inspirar, um espaço mais próximo de uma reunião social para integrar e conectar os usuários, do que de um escritório.

Ano:2017 Localização: Barcelona, Espanha Ficha 03: Dados sobre Cloud Coworking | Fonte: Archdaily, 2017

O proteto do CLOUD Coworking desenvolvido pelo escritório MESURA em Barcelona, na Espanha, foi pensado a partir da mudança dos espaços de trabalho e das novas formas desse. Como exemplo, o surgimento do freelance: um conceito individualista de trabalho que depende da colaboração dos outros. Em suma, essas são as pessoas que não trabalham mais dentro de um espaço de escritório de uma grande corporação, mas dentro de um café, em casa ou dentro de um espaço de coworking. Utiliza madeira, piso têxtil e cores escuras para as áreas de trabalho privadas, acentuando uma atmosfera de isolamento e concentração, enquanto cores vivas e seções abertas definem os ambientes comuns para relaxar e conversar com os outros. (MESURA, 2017)

Imagem 31: Perspectiva CLOUD Coworking Fonte: Archdaily, 2017

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6. ESTUDOS DE CASO O espaço conta com diversos postos de trabalho, os espaços que mais se destacam são os escritórios privativos, salas de reuniões, contém uma área de descanso comum e belas paisagens. É inevitável não comparar os dois mundos que existem nesse mesmo espaço, onde um exala concentração e tranquilidade, e o outro visivelmente se contrasta com áreas voltadas para a integração e flexibilidade de quem frequenta. Após uma rápida analise na planta, podemos ver que os ambientes fechados se concentram no meio, enquanto áreas comuns são espalhados no entorno. O que permite melhor distribuição da iluminação e visualiza o entorno como um todo, reforçando o conceito colaborativo, dinâmico e integrado que o coworking promove. Imagem 33: Perspectiva CLOUD Coworking | Fonte: Archdaily, 2017

Imagem 32: Planta Baixa CLOUD Coworking | Fonte: Archdaily, 2017

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Imagem 34: Perspectiva CLOUD Coworking | Fonte: Archdaily, 2017


Imagem 35: Perspectiva CLOUD Coworking Fonte: Archdaily, 2017

Imagem 36: Perspectiva CLOUD Coworking Fonte: Archdaily, 2017

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7 CONTEXTO 7.1 Localização do terreno 7.2 O terreno 7.3 Análise das condicionantes ambientais 7.4 Condicionantes legais 7.5 Entorno 7.5.1 Área construída e vegetações 7.5.2 Fluxo viário e pontos de ônibus, bike Itaú, metrô, BRT e VLT 7.5.3 Gabaritos 7.5.4 Uso e ocupação do solo 7.6 Problemas, pontencialidades e diretrizes 7.7 Público Alvo


7. CONTEXTO 7.1 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO O terreno escolhido para desenvolver o edifício Bio Work & House se encontra na Avenida Passos, nº 49, área delimitada pelo Corredor Cultural que foi estabelecida pela prefeitura do RJ como região do SAARA, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), Brasil. A cidade do RJ é uma cidade turística, e reconhecida pelas suas belezas naturais, como as praias e montanhas que fazem o cenário junto ao Cristo Redentor, estátua que retrata Jesus Cristo, localizada no topo do Imagem morro Corcovado. 37:

Avenida Passos, 49

CENTRO

C

o de d ida

SANTA TERESA

RJ

GLÓRIA Imagem 38: Imagem de satélite do Centro do Rio de Janeiro Fonte: Google Earth,2022

Fonte: Enciclopédia Global,2020 Mapa-múndi

Brasil

Estado do Rio de Janeiro

Cidade do Rio de Janeiro

Centro do Rio de Janeiro

Imagem 39: Localização do tereno | Fonte: Enciclopédia Global | Elaborada por autor, 2022

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Imagem 40: Localização do terreno e entorno | Fonte: Google Earth, 2022| Elaborada por autor

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7. CONTEXTO 7.2 O TERRENO Com área de 5.230,64m², o terreno atualmente é um estacionamento plano totalmente murado e sem vegetações. sendo uma quadra consolidada entre 4 ruas, a Avenida Passos, a Rua Beco do Tesouro, Tv. Belas Artes e a Rua Gonçalves Lédo, diferente dos outros lotes de seu entorno, que possuem a larguras pequenas comparada aos seus comprimentos. Vale ressaltar que no terreno já foi construído a Escola Nacional de Belas Artes, originalmente Academia Imperial de Belas Artes, um projeto de GrandJean de Montigny. que teve seu prédio demolido em 1938. Uma forma de homenagear o antigo prédio foi dando nome a rua do entorno de Tv. Belas Artes. Além disso. no ano em que completou os 450 anos do RJ, a prefeitura fechou essa ao trânsito e teve revitalizada as fachadas e interior de prédios em volta, que são importantes historicamente desde o tempo do Império. Afim de compreender melhor o terreno e seu entorno, foram indicadas as visadas em planta (imagem 42) de acordo com as angulações das fotos retiradas no local (imagens 43 a 48).

Imagem 41: Planta de situação do terreno Fonte: Base Cadastral RJ, 2022 | Elaborada por autor

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Imagem 45: Visada 3 (Beco do Tesouro)

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Imagem 44: Visada 2 (Avenida Passos x Beco do Tesouro)

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3

Imagem 43: Visada 1 (Avenida Passos)

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Fonte: Foto tirada no local por autor, Fonte: Foto tirada no local por autor, 2022 2022

Fonte: Google Maps, 2022

Imagem 46: Visada 4 Imagem 47: Visada 5 Imagem 48: Visada 3 (Beco do Tesouro x Gonçalves Lédo) (Gonçalves Lédo x Tv. das Belas Artes) (Avenida Passos x Tv. das Belas Artes)

Imagem 42: Imagem satélite terreno com as visadas Fonte: Google Maps, 2022 | Elaborada por autor

Fonte: Google Maps, 2022

Fonte: Google Maps, 2022

Fonte: Google Maps, 2022

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7. CONTEXTO 7.3 ANÁLISE DAS CONDICIONANTES AMBIENTAIS A partir dos gráfico 17 disponibilizado no site Projeteee, podemos definir que a cidade do RJ tem uma temperatura anual média de 24ºC. O verão (entre novembro e abril) é chuvoso. E o inverno (de maio a outubro) é seco. E, apesar do inverno chegar, o mês mais frio apresenta temperatura média acima de 18ºC. A estação mais quente na cidade dura entre dezembro a março. Nesses meses a temperatura máxima média diária facilmente ultrapassa os 30° C. Dessa forma, conclui-se que a cidade do RJ é uma cidade que na maior parte do ano presencia temperaturas elevadas, mas em alguns momentos temos chuvas e também as temperaturas diminuem e consequentemente temos a sensação de que esfriou. Imagem 50: Gráfico das temperaturas da cidade do RJ | Fonte: Projeteee, 2022

Imagem 49: Condicionantes ambientais do terreno Fonte: Base Cadastral RJ, 2022 | Elaborada por autor

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Analisando também o gráfico 18, podemos verificar que os ventos predominantes na cidade do RJ são do oeste, leste, noroeste e sudeste, no entanto, precisamos levar em consideração também a proximidade do terreno com a Bahia de Guanabara, que está a leste do terreno. O terreno não possui edifícios muito verticalizados próximos a ele por estar na área do Corredor Cultural, por isso também precisamos levar em conta a orientação do sol, que terá maior incidência direta nas futuras fachadas da Avenida Passos (fachada frontal) e na Rua Gonçalves Lédo (fachada fundos). Os ruídos também são um problema nesse terreno, principalmente da Avenida Passos que passa uma intensa quantidade de veículos, quanto da rua Gonçalves Lédo, que feirantes costumam usá-las para se instalar.

Imagem 51: Gráfico rosa dos ventos da cidade do RJ | Fonte: Projeteee, 2022

7.4 CONDICIONANTES LEGAIS Afim de buscar as legislações do terreno em questão (Avenida Passos, nº39), foi analisado os paramêtros urbanos a partir do site disponibilizado pela prefeitura Legislação Bairro a Bairro, disponível no site https://mapas.rio.rj.gov.br/. Como definido pela prefeitura, o terreno se encontra na zona AC2 e no setor do LC229/2021 Saara e também, como visto anteriormente, na Zona Especial do Corredor Cultural, regulamentado na Lei n.º 1139 de 16 de dezembro de 1987 que dispõe sobre a preservação de bens imóveis e de sua área de entorno, e dá outras providências. Também foi utilizado para desenvolver a tabela o Decreto nº 322 de 3 de março de 1976 e a Lei Complementar nº 229 de 14 de julho de 2021 no qual institui o programa Reviver Centro, que estabelece diretrizes para a requalificação urbana e ambiental, incentivos à conservação e reconversão das edificações existentes e à produção de unidades residenciais nas áreas descritas (Lei Complementar nº 229 de 14 de julho de 2021).

Imagem 52: Zonas do Rio de Janeiro Fonte: Legislação Bairro a Bairro RJ, 2022 | Elaborada por autor

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7. CONTEXTO A seguinte tabela (Tabela 8) foi desenvolvida a partir das análises das legislações citadas, para auxiliar no desenvolvimento do projeto e análise desse. Algumas regulamentações como ATE (Área Total Edificável) e IAT (Índice de Aproveitamento do Terreno) não estão sendo mais limitadas, pois essas foram suspensas devido ao Programa Reviver Centro, dessa forma não estão sendo computadas.

IAT (Índice de Aproveitamento do Terreno)

não computada

TO (Taxa de Ocupação)

não computada

Número mínimo de vagas de estacionamento de veículos motorizados

não computada

Afastamentos frontal e lateral

Para analisarmos o entorno do lote, foi considerado um raio de influência de 375m, o que dá quase 1km de diâmetro, uma distância considerada na categoria ótima para mobilidade a pé ou de bicicleta, segundo o Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento. Assim, foi utilizada essa metodologia pensando na sustentabilidade dos usuários do edifício.

15

ATE (Área Total Edificável)

Gabarito

7.5 ENTORNO

6 pavimentos até 24m de altura Mínimo de 3 metros

Tabela 7 : Legislações do terreno Fonte: Legislação Bairro a Bairro - RJ | Elaborada por autor, 2022

Imagem 53: Áreas de influência do entorno do terreno Fonte: Base Cadastral RJ, 2022 | Elaborada por autor

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7.5.1 ÁREA CONSTRUÍDA E VEGETAÇÕES Primeiramente foi elaborado o mapa de cheios e vazios para análise das áreas construídas e das áreas vazias no entorno imediato do terreno. Além disso, também foi destacado vegetações e praças próximas. É possível observar através desse que o mesmo é bastante adensado de edificações, com mínimas áreas vazias, o que também representa um fator importante para a escolha do lote. É através do Design Biofílico que essa área vai ser descomprimida de edificações. Assim como trazer mais verde para o Centro.

Imagem 54: Área construída e vegetações do entorno do terreno Fonte: Base Cadastral RJ e Google Maps, 2022 | Elaborada por autor

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7. CONTEXTO 7.5.2 FLUXO VIÁRIO E PONTOS DE ÔNIBUS, BIKE ITAÚ, METRÔ,BRT E VLT O terreno se encontra na Avenida Passos, uma via de fluxo intenso, que se conecta a Avenida Presidente Vargas (também de fluxo intenso) que conecta e distribui muitos veículos diariamente para o restante do Centro. No Centro do RJ temos muitas opções de locomoção pública. Como estações de metrô, pontos de ônibus variados em praticamente todas as ruas, 8 9 BRT e VLT também. E além disso, a cidade conta com pontos de Bike Itaú, um sistema de aluguel de bicicletas com preço econômico, a partir de R$ 5, disponível por meio de aplicativo para celulares Android e iPhone (iOS). que também incentiva a economia e a sustentabilidade para se locomover no local. (TechTudo). Além disso tudo, próximo ao terreno , um pouco mais distante, temos o Aerorporto Santos Dumond e o terminal CCR Barcas Praça XV que conecta o Centro, não só a Niterói, como ao restante do Brasil. Imagem 55: Fluxo viário e pontos de ônibus, bike itaú, metrô,BRT e VLT do entorno do terreno Fonte: Base Cadastral RJ e Google Maps, 2022 | Elaborada por autor 8

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BRT: O BRT (em inglês: Bus Rapid Transit) é um sistema de transporte público que possui alta capacidade de realizar um serviço rápido e eficiente. Com a utilização de corredores exclusivos, o BRT é atrativo por ser considerado um sistema moderno de transporte de massa sobre pneu. (MundoEducação) 9 VLT: VLT é a sigla de Veículo Leve sobre Trilhos, tradução literal do inglês Light Rail Vehicle (LRV), que é um sistema de transporte que está entre o metrô e o ônibus convencional, e, geralmente, não tem a sua faixa de tráfego exclusiva. (MundoEducação)


7.5.3 GABARITOS A fim de compreender melhor e analisar as alturas das edificações que foram restringidas a partir da Lei n.º 1139 de 16 de dezembro de 1987 definindo a Zona de Interesse do Corredor Cultural, foi desenvolvido o mapa de gabaritos. Esse foi legendado através das alturas correspondentes aos edifícios, assim como os limites definidos nas legislações. Dessa forma, analisando o mapa, podemos concluir que próximo ao terreno não temos tantas verticalizações das edificações, com a maioria entre 7 a 14m de altura, e conforme vai se afastando o cenário vai se modificando. Isso é consequência de tudo que foi limitado a zona do Corredor Cultural.

Imagem 56: Gabarito de altura do entorno do terreno Fonte: Base Cadastral RJ e Google Maps, 2022 | Elaborada por autor

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7. CONTEXTO 7.5.4 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO A partir do desenvolvimento do mapa de uso e ocupação do solo, podemos observar que o Centro, realmente possui poucas residências. A maioria dos edifícios são de uso misto, com embasamento comercial e pavimentações com escritórios e clínicas. Também consta muitos terrenos com estacionamentos, bancos, universidades e vários bens tombados, assim como visto anteriormente sobre a importância histórica do bairro para o país.

Imagem 57: Uso e ocupação do solo do entorno do terreno Fonte: Base Cadastral RJ e Google Maps, 2022 | Elaborada por autor

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7.6 PROBLEMAS, POTENCIALIDADES E DIRETRIZES

Afim de analisar os pontos positivos e negativos do terreno, e a partir desses chegar em soluções para um bom desenvolvimento do projeto, foi desenvolvida uma tabela (Tabela 8) que lista os problemas, as potencialidades e diretrizes para nortear no desenvolvimento do projeto e garantir qualidade e melhorias no projeto do Edifício Bio Work & House.

PROBLEMAS

POTENCIALIDADES

- INSEGURANÇA As ruas do entorno do terreno na parte da noite são pouco iluminadas, que corroboram em insegurança para as pessoas que passam no local - POLUIÇÃO Nas proximidades é possível perceber a poluição existente nas ruas, o odor e mau cheiro do lugar -VEGETAÇÃO O terreno possui algumas árvores, no entanto, em seu entorno podemos verificar a ausência de vegetações, o que interfere até no clima do local -RUAS A Rua Beco do Tesouro e Gonçalves Lédo e as calçadas contíguas ao terreno são estreitas e possuem uma aglomeração de carros que ficam estacionados sobre a calçada -TRÂNSITO Para chegar no local, o trânsito da Avenida Passos que conecta ao restante da cidade, é intenso e estressante

DIRETRIZES

- LOCALIZAÇÃO Como analisado anteriormente, o terreno se encontra em um dos maiores polos corporativo e comercial de todo o Brasil

-ILUMINAÇÃO A iluminação é de extrema importânica para o local, a fim de diminuir a insegurança existente na parte da noite

-HISTÓRICO O terreno está localizado na região do SAARA do Corredor Cultural, que possui toda sua importância histórica devido aos marcos arquitetônicos próximos e toda parte que foi desenvolvida na época do Brasil Colônia e assim como foi palco da Escola Nacional de Belas Artes

-INTEGRAÇÃO Afim de modificar as ruas e calçadas estreitas do local, e consequentemente também diminuir o odor, temos como diretriz principal a de integrar o terreno com a imediação, gerando acessos maiores de circulação tanto para os pedestres, através de praças externas áreas comuns abertas e muito verde integrando todos os espaços.

-TAMANHO O terreno possui um tamanho generoso, com 5.230,64m², o que difere dos terrenos do entorno que possuem larguras estreitas e comprimentos grandes -ACESSO A localização do terreno é de fácil acesso, devido a vasta disposição de pontos de ônibus, aeroporto Santos Dumond, estação de metrô, estações de VLT e Terminal CCR Barcas (catamarãs para Charitas) -CIRCULAÇÃO Mesmo com a pandemia e consequentemente o esvaziamento da cidade, ainda há uma gama de pedestres que passam no local

-ESTACIONAMENTO Para desafogar os carros das calçadas de pedestre temos como solução criar um estacionamento, tanto para os usuários do edifício, tanto para a cidade -SUSTENTABILIDADE Afim de propor sustentabilidade para a cidade e até no cotidiano dos usuários temos como diretriz o incentivo ao uso de bicicletas, tanto para chegar ao local, quanto para a qualidade de vida dos usuários, evitando estresses no percurso do trabalho ou casa.

Tabela 8 : Problemas, potencialidades e diretrizes do terreno | Elaborada por autor

84


7. CONTEXTO Ficha 05: Usuário do Coworking | Desenvolvido por autor

7.7 PÚBLICO ALVO A partir do referencial teórico analisado, o edifício BIO Work & House tende a atrair moradores e profissionais para o Centro do Rio de Janeiro que se encaixam nesse perfil de espaços compartilhados, tanto para morar ou para trabalhar. Dessa forma, o edifício consiste em fornecer uma estrutura completa principalmente para trabalhadores recém formados que estão se inserindo no mercado de trabalho, incentivando a esses a passar por esse caminho inicial que é difícil, além de trabalhadores autônomos e freelancers. O público alvo do projeto engloba também estudantes e profissionais experientes que necessitam de espaço para reuniões e palestras e que valorizam o networking. Assim, foram desenvolvidas fichas que traduzem a expectativa do público a ser conquistado pelo projeto.

PROFISSIONAL RECÉM FORMADO

CARACTERÍSTICAS 22- 26 anos

NECESSIDADES

Local de trabalho que não demande muito investimento

Mora com os pais ou de aluguel

Local de encontro com profissionais e fornecedores

FREELANCER

CARACTERÍSTICAS

NECESSIDADES Divulgar seu trabalho através do Networking

18/ 24 anos

Se reunir com colegas de faculdade e grupos de extensão

Mora com os pais ou de aluguel

Trabalhar como estagiário ou freelancer num local estruturado

Trabalha como design gráfico, fotografia, arquitetura, etc.

Realizar e promover exposições, oficinas e cursos

Utiliza transporte público ou bicicleta

Ter contato com o mercado e profissionais de diversas áreas

Ainda mora com os pais ou de aluguel

Trabalhar remotamente em um espaço com boa estrutura

Ficha 04: Usuário do Coworking | Desenvolvido por autor

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Tentar abrir seu próprio negócio

Ainda trabalha para outro escritório

ESTUDANTE (ESTAGIÁRIO)

CARACTERÍSTICAS

NECESSIDADES

22- 30 anos

Ficha 05: Usuário do Coworking | Desenvolvido por autor


PROFISSIONAL EXPERIENTE

CARACTERÍSTICAS Mais de 30 anos Possui casa própria

Tem carro próprio e escritório

NECESSIDADES Contato com outros profissionais de outras especialidades Local de trabalho com custos reduzidos Local para reuniões maiores e palestras

Ficha 06: Usuário do Coworking | Desenvolvido por autor

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8 BIO WORK & HOUSE 8.1 Programa de necessidades 8.2 Fluxograma 8.3 Conceito e partidos


8. BIO WORK & HOUSE 8.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

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Ambientes

COWORKING (SETOR CORPORATIVO) Área aproximada =2.000m²

A partir das pesquisas realizadas e com base na análise de projetos relacionados, o programa de necessidades foi dividido em 5 setores, o setor corporativo, o setor residencial , o setor administrativo, o setor de descompressão e o setor de apoio e suporte do edifício. No primeiro setor, o setor corporativo, temos toda a infraestrutura do espaço Coworking para atender seus usuários. Nesse setor foram previstas salas de reunião, salas privadas para pequenas empresas que estão iniciando, ou para estudantes que preferem isolamento, uma grande área de trabalho integrada nomeada como "open space". Também conta com áreas de impressão, copa, copa anti alérgicos, sanitários em todos os pavimentos e vestiário no térreo para atender os usuários que chegam de bicicleta, por exemplo, salas de meeting, espaço para eventos, booths, que são estações de trabalho, salas de conferências para serem realizadas palestras, apresentações e mini cursos, e auditório, um espaço maior para palestras, etc. E também consta com uma midiateca, espaço para leitura de livros digitais e pesquisas. O segundo setor é o residencial que consta com portaria, lavanderia, espaço para evento, um espaço de sala aberta compartilhado e cozinha, nomeado de "house center" e 3 modelos de apartamento que são listados no programa. No terceiro setor temos a parte administrativa do edifício e toda infraestrutura para atender os usuários, como recepção, sala administrativa e sala do diretor, salas de entrevista, onde serão realizados os contratos de alugueis e administração pelos gestores do espaço, etc. O quarto setor de apoio e suporte está toda parte destinada a serviço, composta pela parte mais técnica e de suporte da edificação, responsável pelos equipamentos que o edifício dispõe para a manutenção das atividades a serem realizadas no coworking e no coliving, que conta com estacionamento no subsolo, gerador, bicicletários no terreno, depósitos de material de limpeza e almoxarifado, salas de controle e segurança, e etc.

Área (m²)

Quantidade

Salas de reunião 01

25 m²

10 unidades

Salas de reunião 02

30 m²

5 unidades

Salas privadas

20 m²

10 unidades

Salas de meeting

10 m²

10 unidades

80 m²

3 unidades

Sala de conferências

50 m²

2 unidades

Auditório

100m²

1 unidade

Estúdios de gravação

15 m²

4 unidades

Refeitório

50 m²

1 unidade

15 m²

1 unidade

Midiateca

50 m²

1 unidade

Sanitários

30 m²

5 unidades

Vestiário

50m²

1 unidade

Áreas para impressão

10 m²

6 unidades

120 m²

1 unidade

10 m²

6 unidades

Open Space

Copa anti alérgicos

Espaço para eventos Booths

Tabela 9 : Setor Coworking do Programa de necessidades| Elaborada por autor


COLIVING (SETOR RESIDENCIAL) Área aproximada =5.215m²

Ambientes

Área (m²)

Quantidade

Portaria

25 m²

1 unidade

Lavanderia

25 m²

1 unidade

House Center

60 m²

1 unidade

Cozinha compartilhada

50 m²

1 unidade

30 m²

1 unidade

Sanitários

DESCRIÇÃO DOS MODELOS DE APARTAMENTO Apartamento LOFT Descrição: O apartamento LOFT é um apartamento prático, compacto e totalmente aberto, sem paredes divisórias, com pé direito duplo, janelas grandes e mezanino com quarto. Esse consta com sala, copa e espaço de estudo integrados, banheiro e quarto na parte do mezanino com 2 camas de solteiro podendo ser compartilhado por 2 usuários.

Apartamento SUÍTE Apartamentos -

Apartamento Apartamento Apartamento Apartamento

LOFT SUÍTE SUÍTES VARANDAS

Espaço de eventos

5.025m²

80 unidades

55m² 60m² 70m² 65m²

15 unidades 20 unidades 15 unidades 30 unidades

100 m²

1 unidade

Tabela 10 : Setor Coliving do Programa de necessidades| Elaborada por autor

Descrição: O apartamento SUÍTE é um apartamento que consta com 1 suíte e 1 quarto. Nesse temos cozinha, sala e área de serviço compactas e integradas, banheiro social e área de estudo, podendo ser compartilhado por 2 usuários, ou utilizado por uma famíla, por exemplo.

Apartamento SUÍTES Descrição: O apartamento SUÍTES é um apartamento que consta com 2 suíte. Nesse temos cozinha, sala e área de serviço compactas e integradas, lavabo e espaço de estudo, podendo ser compartilhado por 2 usuários, ou utilizado por uma família, por exemplo.

Apartamento VARANDAS Descrição: O apartamento VARANDAS é um apartamento que consta com 2 quartos. Nesse temos cozinha, sala e área de serviço compactas e integradas, um banheiro social e espaço de estudo, podendo ser compartilhado por 3 usuários, ou utilizado por uma família, por exemplo. Além disso, conta com, como o próprio nome diz, varandas.

Tabela 11: Descrição dos modelos de apartamento | Elaborada por autor

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8. BIO WORK & HOUSE

SETOR ADMINSITRATIVO Área aproximada =210m²

Ambientes

Área (m²)

Quantidade

Recepção

50m²

1 unidade

Diretoria

15 m²

1 unidade

Tecnologia da Informação 20 m²

1 unidade

Sala administração

20 m²

1 unidade

Sanitários

30 m²

1 unidade

Arquivos

15 m²

1 unidade

30 m²

1 unidade

15 m²

2 unidades

Sala de espera Sala de entrevista

Tabela 12: Setor administrativo do Programa de Necessidades | Elaborada por autor

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SETOR DESCOMPRESSÃO Área aproximada =1.710m²

Ambientes

Área (m²)

Quantidade

Lounge interno

25m²

4 unidades

Lounge externo

25 m²

2 unidade

30 m²

3 unidades

50 m²

1 unidade

25 m²

4 unidades

Espaço de descompressão

100 m²

1 unidade

Roof Top com bar

25 c m²

4 unidades

Café Área para descanso Varandas

Looby Sala de repouso Praça pública

80 m² 20 c m² 2.000m²

1 unidade 2 unidades 1 unidade

Tabela 13: Setor Descompressão do Programa de Necessidades | Elaborada por autor


Guarita com banheiro

20m²

1 unidade

600m²

1 unidade

Gerador

20m²

1 unidade

Bicicletário

30 m²

2 unidades

10 m²

6 unidades

25 m²

4 unidades

100 m²

1 unidade

Sanitários

25 c m²

4 unidades

Depósito geral

25 m²

3 unidades

10c m²

1 unidade

10 m²

6 unidades

SETOR APOIO E SERVIÇO Área aproximada =1.385m²

Estacionamento

DML Sala de controle e segurança Copa

Sala de baterias (No-Brake) Depósito de lixo temporário Abrigo de resíduos externo Lixeiras para reciclagem Caixa d água Casa de máquinas

c 10 m²

1 unidade

5 m²

6 unidades

c 25 m²

4 unidades

25 m²

4 unidades

Tabela 14: Setor Apoio e Serviço do Programa de Necessidades | Elaborada por autor

8.2 FLUXOGRAMA Para analisarmos de uma forma geral como o programa de necessidades se conecta, foi desenvolvido um fluxograma básico para tal entendimento. Em princípio, o programa prevê no espaço de descompressão áreas de descanso e áreas livres que conectará , principalmente através da praça pública todas as unidades do Edifício BIO, o setor coworking que vai conter o setor administrativo desse, o coliving, e de apoio e suporte.

DESCOMPRESSÃO

COWORKING

COLIVING

APOIO E SERVIÇO

SETOR ADMNISTRATIVO Diagrama 02: Fluxograma dos setores | Elaborada por autor

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8. BIO WORK & HOUSE 8.3 CONCEITO E PARTIDOS O princípio da idealização do projeto do Edifício BIO Work & House se originou das consequências da pandemia de Covid-19 que se iniciou no ano de 2019 e estamos presenciando hoje em 2022, drasticamente em específico, no Centro do Rio de Janeiro, um dos maiores polos corporativos e comerciais de todo o Brasil. Em suma, como relatado na parte inicial de fundamentação, com o sistema híbrido de trabalho, houve o fechamento de muitos escritórios físicos e pessoas aderindo o home office ou procurando espaços de trabalho compartilhados, afim de eximir taxas e também por outros motivos, como já mencionado. Muitos se questionam se vamos de fato voltar a ter cargas pesadas de trabalho diariamente, ou se vai continuar a flexibilidade de trabalhar em casa. Para cada caso é fato que tem pontos positivos e negativos. Então, afim de atender a demanda dessas empresas hoje que estão em busca, atualmente, desse "terceiro espaço" e amenizar os resultados dessa pandemia, o edifício consta não só com um centro de Coworking, com espaços de trabalho compartilhado e toda uma infraestrutura, mas também toda a parte residencial, com os espaços de moradia compartilhado, o Coliving, considerando também o Programa Reviver Centro, que busca atrair cidadãos para residir no bairro e aquecer a economia do local que hoje se encontra consideravelmente vazio, em comparação a época antes da pandemia. Dessa forma, temos como conceito do projeto o Design Biofílico, em que, como visto anteriormente, esse pode interceder na vida dos usuários positivamente, melhorando e garantindo a qualidade de vida em nosso dia a dia. Assim, o conceito do projeto visa atender essa multifuncionalidade com

93

o objetivo de ser um espaço diferente através da biofilia, que estimule os usuários positivamente, tanto na criatividade, dando incentivo ao trabalho, como na qualidade de vida. Em suma, no edifício de uso misto temos como proposta o trabalho (work, em inglês) integrado a casa (house, em inglês), através do design biofílico. Em resultado, o nome do edifício: Bio Work & House.

COWORKING (WORK)

DESIGN BIOFÍLICO (BIO)

COLIVING (HOUSE)

Diagrama 03: O nome do edifício Bio Work & House | Elaborada por autor


Com o objetivo de atender o conceito proposto do design biofílico, foram definidas partidos projetuais que vão conduzir no desenvolvimento e resultado do edifício, esses explicitados a seguir:

0

01 I

Utilização de vegetações e desenvolvimento de paisagismo nos ambientes e espaço externo, afim de garantir o contato com a natureza, e consequentemente a qualidade de vida

ee ir ais stru

es nt

ofilia i B

04 Mate

Promover a integração entre os espaços compartilhados afim de desenvolver espaços flexíveis, visibilidade e fluidez no edifício, mas também ao entorno com todo seu acervo histórico.

a apar e tur

02

ustenta 3S idade bil

egração t n

Garantir uma forma de vida mais sustentável, através da iluminação e ventilação natural em quase todo o edifício, mas também incentivando na forma de viver, com espaços pensados para pessoas que fazem uso de bicicleta, por exemplo

Leveza nos materiais e estrutura aparente que deixam os espaços mais fluídos e permeáveis, integrando toda a edificação com o entorno.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS


9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com as rápidas mudanças proporcionadas por um mundo globalizado, os espaços de trabalho e formas de morar acompanham as necessidades dos seres humanos e vão se moldando e modificando naturalmente. Com o acontecimento da pandemia de Covid-19 no ano de 2019, observamos muitas consequências e impactos nesses espaços. No Centro do Rio de Janeiro, um dos maiores centros corporativo, comercial e histórico do Brasil, tivemos um esvaziamento drástico no bairro, e até mesmo já foi instaurado o projeto de lei, nomeado de Programa Reviver Centro, para conter esses impactos e aquecer a economia do local. Dessa forma, sabendo dessa nova mudança, em um contexto que os cidadãos estão preocupados com saúde e formas de trabalho, empresas e pessoas já mudaram seus pensamentos, ainda mais com o sistema híbrido de trabalho, em que muitos fecharam suas portas e aderiram ao home office. Dessa forma, esse trabalho busca amenizar os efeitos dessa pandemia e atender os empresários, micro empreendedores, free lancers, por exemplo, a encontrar o espaço ideal de trabalho, por intermédio do projeto aqui proposto. A forma encontrada se tornou o conceito do projeto, o Design Biofílico. Esse tem objetivo de conectar o ser humano a natureza, desacelerando da "sociedade do cansaço", conceito utilizado por ByungChul Han, e diminuir os impactos da globalização. Afim de explorá-lo no projeto, foi proposto uma edificação de uso misto integrando o coworking e coliving, a ultima evolução dos espaços compartilhados de trabalho e moradia, para que atendesse não somente a busca por novos espaços e formas de trabalho, como também as necessidades do Centro do RJ, um bairro que tem grande importância para nossa nação.

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Aliado a isso, o edifício também propõe um estilo de vida mais sustentável e econômico para os usuários, com o incentivo de uso de bicicletas, a divisão de custos, o compartilhamento de espaços e também eximindo altas taxas de escritórios fixo, por exemplo.




10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARCHDAIlY. CLOUD Coworking / MESURA. Archdaily. Disponível em: https://www.archdaily.com/870495/cloud-coworking-mesura. Acesso em: 26 abr. 2022. ARCHDAIlY. Edifício Corujas / FGMF. Archdaily, Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/787289/edificio-corujas-fgmf-arquitetos? ad_medium=gallery. Acesso em: 26 abr. 2022. ARCHDAILY, GROZDANIC, Lidija. How Coworking and Coliving are Redefining Space as a Service, 2017. Disponível em: https://www.archdaily.com/785550/howcoworking-and-coliving-are-redefining-space-as-a-service. Acesso em 15 de março de 2022. ACHDAILY, "Complexo Residencial Seestadt Aspern / Berger+Parkkinen Architekten + Querkraft Architects" [Wood Housing Seestadt Aspern / Berger+Parkkinen Architekten + Querkraft ] 03 Nov 2020. ArchDaily Brasil. Acessado 14 Jul 2022. <https://www.archdaily.com.br/br/950596/complexo-residencial-seestadt-aspernberger-plus-parkkinen-architekten-plus-querkraft-architects> ISSN 0719-8906 BELLINTANI, Nath. Coliving: saiba como funciona a moradia compartilhada. Citas. Disponível em: https://www.citas.com.br/post/coliving-saiba-comofunciona#:~:text=Qualquer%20pessoa%20pode%20morar%20em,em%20seu%20dia%20a%2 0dia. Acesso em: 22 mar. 2022. BRASILIO, Patrícia. Moradia compartilhada cresce no país, com promessa de estilo de vida mais econômico e prático: Levantamento aponta que 30% dos brasileiros que buscam imóveis para locação aceitariam o coliving, mas falta de privacidade e insegurança ainda são barreiras. EPOCANegócios GLOBO, 5 maio 2019. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Economia/noticia/2019/05/moradiacompartilhada-cresce-no-pais-com-promessa-de-estilo-de-vida-mais-economico-epratico.html. Acesso em: 18 maio 2022.

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BIO WORK & HOUSE

A APLICAÇÃO DO DESIGN BIOFÍLICO NOS ESPAÇOS COMPARTILHADOS PÓS PANDEMIA


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