RESIDENCIAL PORTO ESTUDANTIL
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS CENTRO POLITÉCNICO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO PESQUISA E METODOLOGIA DO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
MORADIA ESTUDANTIL
ACADÊMICA: JENNIFER MORAES REYES ORIENTADORA: ISABEL SALAMONI 2012/01 2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ________________________________________________________________5 ASPECTOS OBJETIVOS DEFINIÇÃO DO TEMA____________________________________________________6 JUSTIFICATIVA / PÚBLICO ALVO__________________________________________8 REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITOS______________________________________________________________9 ASPECTOS HISTÓRICOS__________________________________________________12 ASPECTOS HISTÓRICOS - ESTADO ATUAL________________________________17 ANÁISE DE PRECEDENTES
CENTRO MULTIFUNCIONAL E RESIDÊNCIA DE ESTUDANTES_____________18 MORADIA ESTUDANTIL_________________________________________________28 CASA DO BRASIL________________________________________________________33 CONCLUSÃO ___________________________________________________________45 SÍTIO LOCALIZAÇÃO / JUSTIFICATIVA_________________________________________46 LEGISLAÇÃO____________________________________________________________48
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SUMÁRIO
ESTUDO DO ENTORNO
CARACTERÍSTICAS DO TERRENO________________________________________49 ESTUDO DO ENTORNO__________________________________________________51 RELAÇÃO CHEIOS E VAZIOS_____________________________________________52 MAPA FÍSICO AMBIENTAL_______________________________________________53 IMAGENS DO ENTORNO_________________________________________________54 MAPA ESTRUTURA VIÁRIA______________________________________________55 MAPA SERVIÇOS DIRETOS_______________________________________________57 CLIMA__________________________________________________________________58 PROGRAMA DE NECESSIDADES
SETORIZAÇÃO__________________________________________________________59 ORGANOGRAMA____________________________________________________________60 FUNCIONOGRAMA__________________________________________________________61 PRÉ-DIMENSIONAMENTO____________________________________________________63 CONCEITUAÇÃO____________________________________________________________71 ZONEAMENTO______________________________________________________________73 BIBLIORAFIA________________________________________________________________74 ANEXOS____________________________________________________________________ 75
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INTRODUÇÃO
Pelotas é um município brasileiro da região sul do estado do Rio Grande do Sul. Considerada uma das capitais regionais do Brasil, possui uma população de cerca de 328.275 habitantes (IBGE). Está localizado às margens do Canal São Gonçalo que liga as Lagoas dos Patos e Mirim, as maiores do Brasil, no estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, ocupando uma área de 1.610 km² e com cerca de 92% da população total residindo na zona urbana do município. Pelotas está localizada a 250 quilômetros de Porto Alegre, a capital do estado. Na história econômica do município destaca-se a produção do charque que era enviado para todo o Brasil, e fez a riqueza de Pelotas em tempos passados. Tanto a zona urbana quanto a rural de Pelotas conta com monumentos, paisagens e belas vistas, que levaram a televisão brasileira a escolher o município por algumas vezes como cenário para suas produções: "Incidente em Antares", cuja locação foi feita na zona do porto; "A Casa das Sete Mulheres", "O tempo e o Vento", entre outros. Hoje, como "Cidade Pólo Educacional", Pelotas conta com cinco instituições de ensino superior: Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Faculdades Anhanguera, Instituto Federal Sul-Rio-grandense (IFSul) e Faculdades de Tecnologia Senac-RS (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). Além do ensino superior, Pelotas também desponta como um dos principais locais de fornecimento de cursos de ensino técnico profissionalizante, ministrados principalmente pelo IFSul, com uma grande variedade de cursos desta natureza. Com isso, milhares de estudantes frequentam a cidade sendo que, na sua maioria são oriundos de cidades vizinhas como Canguçu, São Lourenço, Pedro Osório e até mesmo de outros estados brasileiros.
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ASPECTOS OBJETIVOS DEFINIÇÃO DO TEMA Na época das charqueadas, Pelotas era o principal centro econômico e comercial do Rio Grande do Sul. Seu porto acompanhava esta liderança e era o mais movimentado do Estado até meados do século XIX. As imagens são de 1895 (abaixo esquerda) e de 1912 (abaixo - direita).
A exploração comercial do Porto de Pelotas foi concedida pela União ao Estado do Rio Grande do Sul em 1928 e as obras foram iniciadas em 1933. O projeto inicial era de 3 armazéns e 464m de cais, que é a estrutura existente até hoje. O início das operações foi em 12 de janeiro de 1940. Hoje o Porto é administrado pela Superintendência de Portos e Hidrovias. Exerce importante papel no processo de desenvolvimento econômico da metade sul do estado na geração de trabalho e renda e na diminuição dos custos logísticos para as empresas exportadoras e importadoras da região. Recebeu a condição de porto alfandegado e, considerando sua proximidade com o porto de Rio Grande, é também um porto alimentador. Apresenta disponibilidade de armazenagem em áreas fechadas ou abertas. Ao redor deste porto de água doce, pouco profundo, construiu-se um bairro de fábricas e depósitos. Com a decadência econômica da cidade, o antigo bairro do Porto transformou-se em ruínas e vem sendo recuperado pouco a pouco, com projetos da Universidade Federal de Pelotas.
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ASPECTOS OBJETIVOS DEFINIÇÃO DO TEMA Onde antigamente era o Frigorífico Anglo, hoje existe um prédio moderno, onde se localiza parte dos prédios da UFPel. Mas os navios ainda entram e saem do Porto de Pelotas, com um fluxo extremamente reduzido de uma maneira que se pode ser admirada pelos moradores ao redor (o que não costuma acontecer). Após a compra do antigo Anglo (situado a beira do Canal São Gonçalo) pela Universidade Federal de Pelotas os "olhos da cidade" estão se voltando para o porto. Com a chegada da UFPel à região, houve uma evolução do Bairro. O movimento em certas áreas, a quantidade de pessoas e fluxo de carros cresceram muito. Hoje, além do grande movimento gerado pelo prédio do Anglo da UFPel, existe também grande movimento causado pelos Campus I e II da Católica, prédios da UFPel, que já se encontravam na área e também por alguns colégios como o São José. O número total de estudantes vinculados aos cursos de graduação da UFPel, UCPel, Anhanguera, CAVG e do IFSul, chega a, aproximadamente 20.000. Só a UFPel tem cerca de 10.000 alunos distribuídos em 53 cursos de graduação. Em torno de 60% dos estudantes de Pelotas não são naturais da cidade. Muitos são de baixa renda, e necessitam viajar diariamente até suas cidades de origem, afim de não gerarem maiores gastos. O que, também, é muito comum entre estudantes é o aluguel de casas ou apartamentos (o que neste período está supervalorizado graças à construção da Plataforma, situada na cidade vizinha de Rio Grande) portanto, essas moradias são, geralmente, divididas por um grupo de jovens (às vezes desconhecidos), o que muitas vezes gera um certo desconforto e insegurança aos mesmos. Outra opção de quem necessita morar em Pelotas mesmo com poucas condições financeiras, é se instalar em pensionatos ou, se for aluno da UFPel, tentar uma vaga para a "casa do estudante", mas as condições destes locais são muitas vezes inviáveis e podem gerar algumas consequências como a solidão, depressão e estresse, o que certamente prejudicará também o rendimento nos estudos.
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ASPECTOS OBJETIVOS JUSTIFICATIVA / PÚBLICO ALVO O tema escolhido baseia-se na necessidade presente na cidade de Pelotas, mais precisamente no Bairro Porto, de abrigar estudantes universitários. Atualmente, este é um público que vem crescendo muito na cidade, com foco maior na zona do porto, onde estão sendo desenvolvidos vários núcleos de universidades. Tentando suprir a falta de moradias para este público, está sendo proposto um conjunto de pequenos apartamentos. Estes, com capacidade para poucos moradores por unidade, de baixo custo mensal, com suporte financeiro para o dono do empreendimento e suporte funcional para os moradores, sendo sustentáveis econômica e ecologicamente. Seriam estes "suportes", salas comerciais para serem alugadas abrangendo lancheria, xerox, papelaria, lan house, lavanderia e farmácia. O público alvo então, são estudantes que precisam morar na cidade de Pelotas para evitar viagens constantes, já que além de ter um certo custo, é cansativa, perigosa e nela, perde-se bastante tempo durante o dia, o que para um estudante universitário é precioso.
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REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITOS
Existem três tipos básicos de Moradia Estudantil: • Residência Estudantil: é a moradia de propriedade das Instituições de Ensino Superior; •Casas Autônomas de Estudantes: é a moradia estudantil administrada de forma autônoma, sem vínculo com a administração de Instituição de Ensino Superior; •República Estudantil: é o imóvel locado coletivamente para fins de moradia estudantil.
República Coimbra - Portugal
República Partenon Ouro Preto
Projeto de Repúblicas Estudantis com uso de contêiners - França
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REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITOS
O que difere uma residência estudantil (em que o aluno paga uma quantia simbólica para residir em uma moradia fora do campus) de uma república é o gerenciamento do imóvel e os seus custos. Na república, os moradores têm de pagar aluguel, condomínio e contas de consumo, como energia elétrica, água e gás. São também os responsáveis pela compra dos móveis e utensílios domésticos. Na residência estudantil não existem esses custos – são as instituições de ensino que administram o imóvel. Outra diferença importante é que nas repúblicas os estudantes têm autonomia para realizar obras de manutenção e até benfeitorias, desde que entrem em acordo com o proprietário do imóvel. Isto não é permitido em uma residência estudantil porque o imóvel é administrado por uma entendidade pública. As residências para estudantes são diferenciadas de outros tipos de moradias, portanto alguns fatores devem ser abordados no projeto como: criar ambientes universitários que propiciem uma interação social e acadêmica informal aos moradores; o projeto e os materiais escolhidos devem ser adequados ao público alvo e de fácil manutenção. Para muitos alunos, morar em residências para estudantes é a primeira experiência fora de casa, com isso surgem algumas preocupações e também, preferências como: valor acessível do aluguel, a proximidade da universidade e do "centro" da cidade, acesso à internet, pouco ruído, cômodos de tamanho razoável, suítes, entre outros. Ao projetar é importante cuidar para que não fiquem ambientes monótonos, assim os alunos poderão escolher seus dormitórios de acordo com o padrão e o preço. Podendo haver dormitórios individuais ou coletivos com suítes ou banheiros coletivos.
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REFERENCIAL TEÓRICO CONCEITOS
"Estudantes são definidos como pessoas jovens, volúveis e com pouco dinheiro para gastar." Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto.
Pensando na frase acima junto à região proposta para implantar o condomínio de estudantes, percebe-se que neste, existem características favoráveis para tal acontecimento, terrenos com dimensões adequadas ao programa de necessidades, a acessibilidade dos usuários aos locais de estudo, transporte coletivo e infraestrutura. O condomínio será de propriedade privada, terá tipologia de habitação coletiva, oferecendo aos moradores, hospedagem, locais de estudo e lazer. Terá salas dispostas para serem alugadas por empresas que prestem serviços de apoio aos estudantes como lavanderia, xerox, papelaria, restaurante e lan house.
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REFERENCIAL TEÓRICO ASPECTOS HISTÓRICOS
O legado perdurável da Idade Média à civilização ocidental consistiu no estabelecimento das Universidades. A palavra latina universitas foi inicialmente empregada a partir do século XII para designar uma corporação de professores e alunos. Subdividiu-se depois em dois ramos: a de leis, a de artes e medicina. O local de ensino era chamado de studium. Somente a partir do século XIV, universitas passou a designar também a própria instituição, tal como hoje a entendemos. Durante o século XIII o crescimento das cidades estimulou a vida intelectual. Por esse motivo, esse foi também o século do triunfo de uma nova instituição; a Universidade. Surgiram universidades como as de Bolonha, Oxford e Paris. Tais universidades eram protegidas tanto pela Igreja como pelos grandes senhores feudais. Os cursos ministrados nas universidades eram Medicina, Direito, Teologia e Filosofia. As ciências da natureza não eram muito desenvolvidas, e praticamente só repetiam o que os gregos e os árabes já tinham dito. Bolonha (Bologna) Foi uma das mais antigas Universidades Européias. Começou como uma escola de leis, passando a ser considerada Universidade em 1158. Era uma Universidade de estudantes, ao contrário das demais. Na Idade Média, foi famosa em toda a Europa por suas escolas de Humanidades e Direito Civil. Oferece cursos de Artes, Direito, Medicina, Farmácia, Matemática, Engenharia, Agronomia, Medicina Veterinária e Pedagogia. No século XIII a cidade passou a contribuir para a contratação de professores. A cidade orgulhava-se de sua Universidade, que recebia estudantes de outras nações e chegou a ter 15.000 alunos no ano de 1320.
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REFERENCIAL TEÓRICO ASPECTOS HISTÓRICOS
Paris Fundada por Carlos Magno, a universidade de Paris era uma corporação fechada de professores, sem a menor participação dos estudantes na sua administração. A Universidade de Paris ficou sob o domínio da Igreja desde 1215. Exigia-se o celibato, tanto dos professores como dos alunos. Essa exigência foi abolida em 1452. A Faculdade de Medicina permaneceu sob o controle da Igreja até 1595. Por ser destacada pelos cursos de Teologia e Filosofia, a Universidade de Paris recebeu a denominação de Cidade-Luz. O médico que desejasse pertencer à Universidade deveria abandonar a cirurgia, sob juramento. A Universidade aprofundou, assim, a separação existente entre médicos e cirurgiões. O curso médico a partir de 1270 era dado em 6 anos, dividido em 2 etapas. Oxford e Cambridge Foram as primeiras Universidades inglesas. A Universidade de Oxford iniciou-se com estudantes e clérigos ingleses emigrados da França por razões políticas. Foi oficialmente reconhecida por uma Carta real de 1217. Em 1229, em consequência de um tumulto, parte dos estudantes transferiu-se para Cambridge, onde foi criada uma nova Universidade. O ensino médico em Oxford e Cambridge, tal como em Paris, continuou a ser dado em latim e era essencialmente teórico. A parte prática consistia na leitura pelo professor, de textos clássicos, que eram a seguir discutidos pelos alunos.
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REFERENCIAL TEÓRICO ASPECTOS HISTÓRICOS
A UNIVERSIDADE MODERNA A primeira universidade moderna foi a de Halle, fundada por luteranos em 1694. Halle foram adotadas pela universidade de Göttingen, fundada em 1737, e depois pela maioria das universidades alemãs e americanas. No final do século XVIII e começo do século XIX, a religião foi gradualmente substituída como força dominante à medida que as universidades européias se tornaram instituições modernas de ensino e pesquisa e secularizaram o currículo e a administração. Típico exemplo dessas tendências foi a universidade de Berlim, fundada em 1809, na qual a experimentação de laboratório substituiu a conjectura; doutrinas teológicas, doutrinárias e outras foram examinadas com novo rigor e objetividade; e pela primeira vez surgiram padrões modernos de liberdade acadêmica. O modelo alemão de universidade como um complexo de escolas de graduação que executavam experimentação e pesquisa e avançadas tornou-se influência mundial.
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REFERENCIAL TEÓRICO ASPECTOS HISTÓRICOS
A UNIVERSIDADE CONTEMPORÂNEA A partir do século XIX, a maioria das universidades adotou o princípio da liberdade de cátedra, que concedia a professores e alunos o direito de buscarem a verdade sem restrições ideológicas, políticas ou religiosas. As democracias liberais favoreceram essa prerrogativa, enquanto os governos autoritários ou os que sofriam influências de confissões religiosas a restringiram. A Universidade de Londres adotou dois conceitos revolucionários após a segunda guerra mundial: o de universidade aberta e o de cursos de extensão universitária. A partir de 1969, a universidade aberta facultou cursos por correspondência a quem trabalhava em regime de tempo integral. Os cursos de extensão universitária, que tinham o objetivo de levar o ensino superior às massas que a ele não tinham acesso, eram integrados por programas de rádio, televisão e escolas residenciais de verão.
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REFERENCIAL TEÓRICO ASPECTOS HISTÓRICOS
A CHEGADA DA UNIVERSIDADE NO BRASIL As primeiras instituições culturais e científicas de ensino superior no Brasil, surgiram somente no final do século XIX, com a chegada da Família Imperial ao país. Já a primeira universidade surgiu somente em 1912. Somente em fevereiro de 1808, surge o Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia e em abril do mesmo ano a cadeira de Anatomia é criada no Hospital Militar do Rio de Janeiro. O fato dos cursos que surgiram terem se voltado ao ensino prático engenharia militar e medicina - e serem ministrados em faculdades isoladas, marcou de forma contundente o ensino superior no Brasil e explica muitas distorções que até hoje estão marcadas em nosso sistema. Em 1839 surgiu no Brasil o ensino farmacêutico que, não existia nos tempos coloniais sendo criada então, a Escola de Farmácia de Ouro Preto. Em 1876, surgiu ainda em Ouro Preto uma nova instituição, a Escola de Minas. Em 21 de agosto de 1969, o Governo Federal congregou as duas escolas localizadas no município, instituindo a Universidade Federal de Ouro Preto como uma fundação de Direito Público. Desde então, a universidade vem se expandindo com a criação de novos cursos e vagas. A partir de 1997, a administração da universidade adotou uma política de duplicação do número de cursos de graduação e pós-graduação, providência que aumentou número de alunos, passando de 2.400 naquele ano, para mais de 5.000, no ano 2000 e fez crescer significativamente novas "repúblicas". Como em nenhum outro lugar no Brasil, as repúblicas de moradia estudantil de Ouro Preto são permanentes, no sentido de que não se dissolvem quando um grupo de alunos conclui os estudos. Os ex-alunos, por tradição, visitam-nas, em retorno, regularmente, mesmo depois de décadas de formados. Há esforços organizativos com o propósito de manter proximidade entre formados e não formados, desenvolvendo compromissos de entrosamento na vida profissional.
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REFERENCIAL TEÓRICO ASPECTOS HISTÓRICOS ESTADO ATUAL
A partir dos anos 40 do século XX, surgiram entidades de assistência estudantil cuja principal função foi a compra ou construção de casas para estudantes. O resultado da atuação da casa do estudante de Ouro Preto e da casa do estudante da escola de Minas foi a compra de grandes casas que abrigaram várias repúblicas. A organização das repúblicas, caracteriza-se por princípios como a autogestão, autonomia e cooperação. Existe, portanto, uma auto-suficiência dos estudantes em relação à universidade; a gestão interna baseia-se na democracia direta; há um estímulo à autonomia e liberdade do indivíduo cujo projeto de vida tende conjugar-se com o grupo, com base na cooperação, solidariedade e apoio mútuo. A importância das repúblicas é, pois, inquestionável em Ouro Preto, já que cumprem uma função importante na cidade e na universidade.
MORADIAS PARA ESTUDANTES EM PELOTAS Existem edifícios para estudantes com serviços essenciais, mas com valores expressivos com relação ao aluguel e condomínio, assim somente estudantes das classes sociais mais altas conseguem se manter nestes edifícios. São inadequados quanto as necessidades de um estudante, não são acolhedores, transmitem insegurança e desproteção, surgindo a solidão, depressão e estresse, prejudicando os estudos. Existem também pensionatos em condições precárias onde não há segurança. Falta vagas na casa do estudante da UFPel que já está superlotada e, além de tudo existe muita especulação imobiliária.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
CENTRO MULTIFUNCIONAL E RESIDÊNCIA DE ESTUDANTES Ficha técnica Equipe: Autor: Simão Silveira Botelho Docente: Prof.: Duarte C. de Mello Universidade Técnica de Lisboa Faculdade de Arquitetura Localização: Lisboa - Portugal Data de Projeto: 2011 Estrutura: Concreto e Aço Este projeto visa responder a três problemas fundamentais da Cidade Universitária de Lisboa: a falta de vida e a insegurança noturna do seu espaço urbano; a escassez de lugares de encontro entre alunos de faculdades distintas; a inexistência de uma residência de estudantes dentro do polo. Pretende-se, então, criar um lugar unificador e simbólico que complemente os atuais edifícios de uso comum, reitoria e cantinas, suprindo a falta de espaços comunitários na Universidade. A integração de uma Residência de Estudantes, dos Serviços de Ação Social da Universidade de Lisboa, de Espaços de Estudo, Salas Polivalentes (para ensaios de tunas e aulas extracurriculares, entre outras atividades), um Estacionamento Público (que substitui aquele que hoje existe no local de implantação do edifício) e Comércio num único edifício permite gerar encontros diversos entre utentes da UL, assim como entre estes e a população em geral. Esta multiplicidade de funções é controlada através da gradação do nível de privacidade dos espaços (desde o mais público até ao mais privado) e da qualificação dos espaços de transição que os interligam.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Criaram-se 3 zonas com cunhos distintos:
Praça – local público de encontro entre usuários e não usuários da universidade;
Perspectiva Fachadas Sul e Nascente
As zonas periféricas da praça induzem a estadias prolongadas: a sul, existem esplanadas; a oeste, mesas fixas de refeição para os utentes da cantina; a norte, bancos. Assim é assegurada a permanência nas zonas de bordo de espaço público (mais protegidas), o que estimulará o surgimento de atividades no seu espaço central (mais exposto).
Edifício Multifuncional – que serve exclusivamente alunos, professores e funcionários da universidade;
Rua Interior do Centro Multifuncional
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Corredores e pátios da residência de estudantes – apenas acessíveis aos seus habitantes e convidados.
Pátio Central da Residência de Estudantes Os pátios da residência de estudantes constituem zonas de estadia onde os residentes podem colocar mesas e cadeiras para permanências prolongadas. A zona exterior de refeições do pátio central relaciona as cozinhas dos edifícios habitacionais, promovendo o convívio. Foi dada especial importância ao desenho dos corredores de acesso a salas e quartos, aqui entendidos como ruas interiores (salas de estar comunitárias onde existem zonas de estadia), e à qualificação das antecâmaras dos quartos, pensadas enquanto lugares de expressão da individualidade (nelas, os habitantes poderão expor objetos pessoais, que serão visíveis da rua interior através de uma janela). Desta forma, estimulam-se as relações de vizinhança e os laços sociais.
Rua Interior da Residência de Estudantes
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
As ruas interiores de acesso aos quartos funcionam como salas de estar comunitárias, contendo bolsas de estadia. Pretende-se também que as antecâmaras de entrada nos quartos funcionem enquanto expositores de objetos pessoais, visíveis desde a rua interior através de janelas.
O ripado metálico da fachada sul privatiza os pátios da residência, assim como permite iluminar e ventilar naturalmente o piso superior do estacionamento. As fachadas da residência voltadas para a rua são cegas, estando todos os quartos abertos para pátios semiprivados.
Perspectiva Geral
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Perspectiva Fachada Sul
Rua Interior de Acesso aos Quartos
Pátio da Residência de Estudantes
Dormitório
Na figura apresentada a seguir (Planta Baixa) é perceptível o método de organização da planta,. De forma linear os ambientes são distribuídos gerando uma fácil leitura e um ótimo fluxo para os usuários.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Plana Baixa Piso 01
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Plana Baixa Piso 02
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Na fachada a seguir nota-se predominantemente a horizontalidade. Com linhas horizontais que determinam e salientam essa característica no volume, é possível perceber que esse atributo é composto por linhas verticais.
Fachada Norte e Cortes Longitudinais
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Cortes Transversais
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Módulos Habitacionais da Residência de Estudantes
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
MORADIA ESTUDANTIL Ficha Técnica Projeto: Cattani Architects Localização: Le Havre - França
O projeto é o resultado da transformação de contêineres antigos em unidades de alojamento modular equipados com todo o conforto. Montado em uma grade de estrutura metálica, os contêineres formam um edifício de quatro andares que abriga 100 apartamentos de 24 metros quadrados cada. A solução encontrada foi uma estrutura metálica que funciona como um suporte estrutural para os contêineres antigos, permitindo escalonar as unidades e criar um novo espaço para calçadas, pátios e varandas. As sequencias dos corredores transversais que dão acesso aos apartamentos na fachada criam uma sucessão de espaços cheios e vazios. O primeiro nível foi elevado do chão. Desta forma, nestas unidades os hóspedes podem desfrutar da mesma privacidade concedida às unidades nos andares superiores. Todos os apartamentos têm vista para um jardim interior e são equipadas em ambas as extremidades com paredes de vidro que permitem iluminação natural dos espaços. Vista a partir do jardim interior
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Para assegurar o conforto térmico e isolamento acústico, as paredes adjacentes ao exterior e aquelas que dividem as diferentes unidades foram revestidas com paredes de 40 centímetros de largura, de concreto armado, e dentro tem camadas de borracha para amortecer as vibrações. A fachada externa é projetada pela combinação de velhas “caixas”, repintadas em cinza metálico.
No interior, os designers optaram por paredes brancas e móveis de madeira. E cada estúdio tem um banheiro, cozinha e Wi-Fi gratuito.
Vista do interior
Vista do dormitório
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Implantação
Planta Baixa Térreo
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Planta Baixa Tipo
Cortes
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
CASA DO BRASIL Inaugurada em 1959, a Casa do Brasil é uma das 23 casas nacionais da Cidade Internacional Universitária de Paris. mais do que simples residência universitária, a Casa do Brasil é também um patrimônio de grande valor arquitetônico e cultural. O edifício em que funciona dispõe de alto prestígio no campo da arquitetura, fruto do projeto arrojado e original elaborado por dois arquitetos de renome internacional: Lúcio Costa e Le Corbusier. Desde 1985 está inscrita no Patrimônio Histórico Cultural francês. Inteiramente restaurado em 2000, o prédio ganhou novo destaque e recebeu uma infraestrutura moderna. Além dos alojamentos para residentes, a Casa do Brasil dispõe ainda de teatro equipado com cabine de projeção, área de exposições, biblioteca, sala de informática e sala de reuniões e/ou cursos. Toda esta rede de instalações faz com que a Casa do Brasil seja potencialmente um polo cultural por excelência, implantado num espaço privilegiado da capital francesa. Os quase 5.500m² de construção, ao mesmo tempo que causam impacto à primeira vista pela presença marcante do concreto, apresentam espaços internos funcionais que oferecem aos 121 residentes conveniências só encontradas ali. Diferente do que ocorre nas outras 36 casas de estudantes da cidade. Situada no coração de Paris, exatamente na Avenida Periferiche, a Cidade Universitária possui 40 hectares, com 37 residências para estudantes, de todos os países do mundo, Espanha, Suíça, Turquia, etc. Cada país possui sua casa, há uma biblioteca central, um restaurante, locais de esportes, teatro e muita área verde e lazer ao ar livre, constituindo um pequeno conjunto, fechado por grades de ferro , há ainda uma linha de metrô e quatro linhas de ônibus que passam pelo complexo. O condomínio é quase privado, um verdadeiro parque dentro de Paris.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Aproximação
Localização
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Como as demais, encontra-se isolada, possuindo uma composição aditiva de volumes articulados dispostos no terreno de forma não linear. Um jogo de volumes assimétricos e sem limites rígidos destacam o projeto, pois apresentam propriedades de leveza, dinamismo e impressibilidade. Um edifício com 05 andares de habitações + térreo. A implantação se compunha então de habitações de um lado, e de serviços, circulação vertical e salas especiais, do outro, a partir do térreo. As habitações voltadas para a Av. Periferique, e os serviços para os jardins da Citè Universitaire. 35
ANÁLISE DE PRECEDENTES
No térreo está instalada a maior parte dos locais destinados ao uso comunitário, a partir de circulações que integram os ambientes, ponto positivo no projeto de Le Corbusier. A administração, as salas para atividades culturais e o auditório, com capacidade para 150 pessoas, ficam no térreo onde também acontecem espetáculos, são promovidas conferências, exposições e coquetéis. No subsolo fica a lavanderia, equipada com máquinas de lavar e secar roupas, tábuas e ferro de passar. O térreo, com formas mais orgânicas, favorecendo a integração e com espaço mais unitário, encontramos o hall, cafeteria, o apartamento do zelador, lavabos, auditório, sala de jogos, elevador, apartamento e escritório do diretor, sala de tv, secretaria e biblioteca. No térreo tudo é muito integrado com espaços fluidos e circulações livres, grandes espaços e aberturas envidraçadas integrando o interior/exterior.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
A entrada principal é obtida por debaixo do volume central. Este pavimento possui um pé-direito mais baixo e ainda apresenta uma declividade interna toda direcionada para o espaço de estar, com grande integração. Este por sua vez apresenta-se todo envidraçado. As habitações são moduladas, sendo 78 apartamentos individuais e 22 para casais, sendo que podem ser conjugadas em duas para abrigar família de estudantes (mulher, marido e filhos). Têm por volta de 18m² os apartamentos individuais e 30m² os para casais.
Planta Baixa Pavimento Tipo São 15 módulos por andar e em cada andar há dois blocos de serviços, com uma pequena cozinha coletiva mas esta funciona somente para algumas reuniões entre moradores do condomínio, pois em cada apartamento existe uma pequena copa, tem-se em cada andar também um banheiro feminino e masculino, elevador e escada. Os corredores bem largos, as entradas dos apartamentos, com as portas coloridas de preto, azul, amarelo, vermelho e verde recuadas e o bloco apresentava uma leve curvatura que impede a visão do fundo do corredor.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES Os apartamentos estão dispostos lado a lado, voltados para a Periferique que é um pouco barulhenta, sendo que os moradores reclamam do barulho.Todos os apartamentos tem uma sacada voltada para a rua, com o peitoril em elementos vazados de concreto. No pavimento tipo o funcionamento se dá pela circulação onde encontramse as habitações modulares de um lado, dois módulos de serviços do outro, dispostos nas extremidades do corredor, no centro separando os dois módulos de serviços temos o elevador, o atelier e a sala de estudos. As formas geradoras destes volumes, apresentam-se bastante distintas. Um dos volumes tem a “ cunha” como figura geradora e os demais, o retângulo, reforçando a ideia de “movimento”; estas formas, dão identidade aos diversos setores e proporcionam sensação de bem estar visual aos usuários, sendo visível a organização em três eixos. A simetria do volume central é quebrada pelo movimento dos demais volumes, estabelecendo equilíbrio e um atraente contraponto entre os mesmos. Nos volumes laterais estão localizados os serviços e circulações verticais, estes de menor importância, apresentando aberturas menores, sem o privilégio de circulações externas. Le Corbusier tirou partido desta circulação externa, gerando uma fachada simétrica e linear. Observa-se uma característica forte do modernismo de Le Corbusier, a horizontalidade do prédio e o uso de pilotis. Uma forma pura, um volume retangular que aparentemente nos dá a impressão de estar encaixado em outro, formando um único.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES A fachada sudeste é perfurada, fragmentada onde estão as sacadas dos apartamentos, mas mesmo tendo as divisões verticais entre estas o volume como um todo é salientado dentro da unidade horizontal.
A casa do Brasil possui as características básicas do modernismo de Le Corbusier, construído em concreto armado aparente, com planta livre no térreo, pilotis, horizontalidade na fachada e terraço jardim (que apresenta problemas de infiltração). Estrutura independente, em esqueleto, na qual os pilotis ordenados fazem a sustentação do prédio. O concreto aparente é o material predominante, com textura rugosa dá aparência fria a construção. Outro material muito utilizado foi a madeira, usada nos caixilhos, nas portas maciças pintadas de várias cores, como preto, azul, amarelo, verde e vermelho. O vidro faz parte do pav. Térreo, iluminando as salas do mesmo. O piso usado no térreo é predominantemente ardósia preta por ser material natural e por ser resistente. O concreto aparente sendo o material predominante oferece subordinamento e valorização ao mesmo tempo dos outros materiais que resolvem aspectos parciais.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
O volume 1 está posicionado com a maior face para o norte. O volume 2 está posicionado de forma que as janelas dos dormitórios encontram-se voltadas a sudeste, uma falha no projeto de Le Corbusier, certamente porque ele escolheu privilegiar a vista dos apartamentos em vez do conforto térmico e lumínico, sendo que a melhor orientação para dormitórios e estar é a orientação norte, onde este não foi bem explorado sendo colocado neste sentido o serviço e circulações verticais. O volume 3 está inclinado ao norte.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
O térreo, com formas mais orgânicas, favorecendo a integração e com um espaço mais unitário, encontramos o hall, cafeteria, o apartamento do zelador, uma galeria, lavabos, auditório, sala de jogos, guarda roupas, elevador, apartamento e escritório do diretor, sala de tv, secretaria e biblioteca.
No térreo tudo é muito integrado com espaços fluidos e circulações livres, grandes espaços e aberturas envidraçadas integrando o interior/exterior.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Quanto ao isolamento acústico, os apartamentos estão voltados para uma avenida de grande movimento, sendo que vários moradores reclamam do barulho, mesmo assim houve uma preocupação quanto ao isolamento acústico, pois as paredes externas são espessas. Não se encontram brises nem bloqueadores solares, pois a fachada apresenta as sacadas que bloqueiam a entrada direta de luz solar nos apartamentos. Há piso aquecido em todo o prédio.
Vista apartamento casal Circulação externa
Sacada dos dormitórios
Vista apartamento individual
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ANÁLISE DE PRECEDENTES
Zoneamento
Projeção Pav. Tipo
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ANÁLISE DE PRECEDENTES A casa do Brasil na cidade universitária de Paris sofreu importante reforma após anos de deterioração e abandono, tornou-se um lugar de insegurança, mas em 1990, inaugurou-se nova fase a caminho da recuperação. Uma das primeiras providências foi organizar um big carnaval. Com a arrecadação, as cozinhas foram equipadas, instalou-se o sistema de portaria eletrônica e foi adquirido o primeiro computador para uso coletivo. Hoje, tem dois grandes motivos para reabrir suas portas. Um deles é receber seus hóspedes num prédio totalmente reformado. O outro é proporcionar aos visitantes a oportunidade de conhecer os mais de 40 anos de sua história através da recém-inaugurada exposição permanente, em homenagem a dois expoentes do modernismo, os arquitetos Lúcio Costa e Le Corbusier. Juntamente com a casa da suíça, a casa brasileira é uma das obras de Le Corbusier em Paris. Esse fato motiva intensa visitação de estudantes de arquitetura do mundo inteiro, interessados em apreciar exemplares do modernismo. Embora hoje o mobiliário não seja mais o concebido no projeto original, as cores permanecem visíveis e abundantes nos dois módulos que integram a estrutura de cinco andares. Para encontrar a casa do Brasil é só procurar pela casa toda colorida. Listras azuis, verdes, amarelas, pretas e vermelhas podem ser vistas tanto na pintura das sacadas, como no teto dos quartos e nas paredes dos corredores. E hoje há uma biblioteca de livros oferecidos pela embaixada do Brasil, com um acervo que agora totaliza mais de 12 mil títulos, todos de referência do Brasil. Existe ainda uma sala multiuso, onde em breve serão oferecidos cursos de português e a sala de informática, com computadores conectados permanentemente à internet. O acesso de veículos no condomínio é bastante limitado, uma vez que é dada prioridade aos pedestres. Tais características fazem desse complexo quase um condomínio privado, um verdadeiro parque dentro de paris, com grandes extensões de áreas verdes, ideal para longas caminhadas. Quanto às atividades culturais, existe uma publicação geral da cidade universitária que divulga o que é oferecido nas diferentes residências, como forma de promover as produções artísticas, tradições e costumes de cada país. Uma das festas mais conhecidas e aguardadas é o carnaval que acontece todos os anos na Maison du Brésil.
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ANÁLISE DE PRECEDENTES CONCLUSÃO Uma característica em comum entre os três modelos analisados que chama a atenção foi o uso da linearidade nos prédios. Essa propriedade, configurada pela circulação de simples legibilidade, atua como meio condutor dos deslocamentos internos e entre blocos, proporcionando bem estar aos usuários. No modelo - “Casa do Brasil” em Paris, chama a atenção as características de hierarquia e função organizadora que o volume central apresenta. Ele é responsável pela distribuição de todos os ambientes, incluindo os dois volumes laterais. Os espaços internos são funcionais e fluídos, proporcionando fácil leitura dos ambientes. Além de um zoneamento bem definido - de um lado as habitações e de outro os serviços e as circulações verticais. Quanto ao conforto térmico, lumínico e acústico do setor de hospedagem, as aberturas dos apartamentos estão voltadas para uma orientação solar não adequada para este tipo de ambiente, privilegiando apenas as vistas do entorno, sendo que Le Corbusier tentando valorizar estas vistas não deu atenção necessária ao conforto térmico, lumínico e acústico, sendo que o prédio é voltado para uma avenida de grande movimento e barulho de Paris, e muitos estudantes reclamam de serem incomodados com isso. Outra característica, esta mais específica, que se destaca foi a maneira pensada para os módulos habitacionais do segundo modelo analisado – “Centro Multifuncional e Residência de Estudantes”. Nesse modelo são apresentados dois tipos de módulos, o primeiro havendo banheiro e cozinha em comum para dois dormitórios, estes com espaço para duas pessoas, cada. O segundo havendo banheiro e cozinha em comum para 3 dormitórios individuais.
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SÍTIO LOCALIZAÇÃO / JUSTIFICATIVA O terreno localiza-se na Zona do Porto da cidade de Pelotas, próximo ao canal São Gonçalo, ao campus II - UCPel e o campus Anglo - UFPel. Mais precisamente na Rua Uruguai, entre as ruas Dona Mariana e Xavier Ferreira, medindo 101,50m x 59,40m, resultando em uma área de 6.029,10m². A escolha do local foi devido a valorização que quer se dar ao Bairro Porto, já que no momento está estagnado, sem desenvolvimento, sem investimentos. Também por concentrar as duas maiores universidades de Pelotas, levando em conta o grande potencial habitacional que o local possui e a proximidade com o centro da cidade.
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SÍTIO LEGISLAÇÃO
De acordo com o Código de Obras de Pelotas - Lei nº 5.528, a Habitação Multifamiliar é definida como uma edificação usada para moradia em unidades residenciais autônomas. Enquanto que Hotel Residencial é considerado um hotel ou assemelhado com cozinha (ou quitinete) própria nos apartamentos, independentemente da razão social ou nome-fantasia utilizado (apart-hotel, flat-service, residence-service e outros). A partir da definição acima foram constatados no Código de Obras uma série de requisitos específicos e também gerais que são fundamentais para a execução do projeto. No capítulo VII -Seção IV (Das Residências Multifamiliares) se encontram algumas das coisas que são exigidas no projeto, como: reservatório de água potável, instalações preventivas contra incêndio, entre outros. O projeto proposto, prevê salas comerciais no prédio, sobre isso no Art.157, diz que " Em prédios de apartamentos residenciais, só poderão existir conjuntos de escritórios, consultórios e compartimentos destinados a comércio exclusivamente no pavimento térreo, devendo possuir acesso direto e independente para o logradouro público, além de sua natureza não prejudicar o bem-estar, a segurança e o sossego dos moradores.“ Das instalações gerais, instalações sanitárias consta que, para edificações destinadas a uso residencial multifamiliar, deverão dispor de, no mínimo, um vaso sanitário, um lavatório e um chuveiro. Por serem apartamentos destinados a estudantes, o projeto conta com bicicletário, estimulando o uso do meio de transporte, a prática do esporte e, ainda, evitando a poluição e a superlotação das vias por meio de carros e motos. O espaço destinado para vagas de bicicletário deverá totalizar 5% (cinco por cento) do total de vagas destinadas para guarda de veículos conforme anexo 02.
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SÍTIO LEGISLAÇÃO
No Art. 246 da lei diz que "Os bicicletários deverão estar localizados próximos ao acesso, preferencialmente acesso principal, dos estabelecimentos, a uma distância máxima de 40 metros, em local que garanta a segurança e a conservação do equipamento e das bicicletas." De acordo com o III Plano Diretor de Pelotas o terreno escolhido se encontra em uma Área Especial de Interesse do Ambiente Cultural (AEIAC) da Zona de Preservação do Patrimônio Cultural (ZPPC). Sendo permitido: -Altura máxima de 10m -Taxa de ocupação de 70% -Isenção de recuos de ajardinamento e laterais -Recuo de fundos de, no mínimo, 3m. No Art. 152 - § 2º. consta que as edificações em lotes com testada igual ou superior a 10m poderão alcançar a altura de 13m.
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ESTUDO DO ENTORNO CARACTERÍSTICAS DO TERRENO
ÁREA - 6.029,10m² TOPOGRAFIA - inexistência de declividade, com mesmo nível em toda a sua extensão. VEGETAÇÃO - presença de árvores de pequeno e grande porte.
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ESTUDO DO ENTORNO CARACTERÍSTICAS DO TERRENO
Vistas do terreno:
F. 01
F. 03
F. 02
F. 04
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ESTUDO DO ENTORNO
O entorno é marcado pelo passado histórico da cidade, suas indústrias e suas características arquitetônicas que são representadas por importantes construções como a Fiação Pelotense, a Justiça Federal, o Moinho Pelotense, a Cotada S.A. e os armazéns do Porto. Caracterizada atualmente por ser uma zona residencial, a zona portuária de Pelotas já contou com forte movimentação, porém é o abandono e a calmaria que conferem o caráter do local nos últimos anos. Atualmente, com a implantação de unidades da Universidade Federal de Pelotas no bairro, houve um certo aumento no fluxo à esta direção, porém o movimento de pedestres e movimento gerado por atividades neste meio ainda é pouco.
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ESTUDO DO ENTORNO RELAÇÃO CHEIOS E VAZIOS
O mapa nos mostra que há densidade no local, ou seja, há predomínio dos cheios sobre os vazios, há poucos terrenos sem construções. Os terrenos apresentam na maioria, características comuns entre si com relação as suas dimensões ( 5 a 9 x 30 a 50m), são em grande número estreitos e profundos configurando construções no alinhamento predial com jardim interno. Essa arquitetura tradicional é retrato do passado histórico do Bairro, já que foi um dos primeiros a se formar na cidade, em função das charqueadas, canal São Gonçalo e Porto. Como características físicas da paisagem urbana encontramos construções de pequeno e médio porte, sendo 90% de altura inferior a 6,00m, sendo poucas as construções que excedem 2 pavimentos.
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ESTUDO DO ENTORNO MAPA FÍSICO AMBIENTAL
Há no terreno em estudo árvores de pequeno e grande porte plantadas na calçada do mesmo, e no momento está coberto com vegetação rasteira ( grama ). Em frente ao terreno existe uma praça com quadra de esportes e uma escola de ensino fundamental no centro da mesma. Logo após temos outra praça em frente aos armazéns do porto e receita federal, e um canteiro onde encontra-se um bicão de lanches inserido no centro do mesmo.
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ESTUDO DO ENTORNO VISTAS ENTORNO
Vista A
Vista B
Vista D
Vista E
Vista F
Vista G
Vista C
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ESTUDO DO ENTORNO MAPA ESTRUTURA VIÁRIA
As calçadas são largas, medem em média 3,00m de largura, e estão em péssimo estado de conservação. As ruas em volta do terreno em análise possuem de 9 a 10m de faixa carroçável.
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ESTUDO DO ENTORNO IMAGENS ESTRUTURA VIÁRIA
As calçadas são revestidas irregularmente, com vários tipos de calçamentos.
Não há calçada pavimentada no perímetro do terreno, é de terra batida.
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ESTUDO DO ENTORNO MAPA SERVIÇOS DIRETOS
Esgoto - passa em frente ao terreno, na rua Uruguai, esta rede vai até uma estação de tratamento localizada na rua José do Patrocínio esquina com a rua Almirante Tamandaré, desta estação sai uma tubulação pela rua Uruguai que vai para a segunda estação de tratamento localizada no entroncamento das ruas Benjamin Constant e Uruguai e desta sai uma tubulação que deságua no São Gonçalo. Água - a rede de abastecimento de água potável passa por três faces do terreno, o reservatório que abastece essa zona da cidade é o reservatório R3, com capacidade de 2000m³, localizado na rua General Osório esquina rua João Manoel. A rede de água está a uma profundidade de 1,50m do nível da rua. da noite.
Lixo - O recolhimento de lixo é feito Segundas, Quartas e Sextas no turno
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ESTUDO DO ENTORNO CLIMA
O clima de Pelotas é subtropical/temperado, com invernos relativamente frios, geadas ocasionais e ocorrência de nevoeiros; verões quentes com precipitações regulares, com as temperaturas máximas absolutas do ano por volta dos 30°C, aproximadamente.
A temperatura média anual da área urbana do município é de 17,5°C, sendo janeiro o mês mais quente e julho o mês mais frio. A umidade relativa do ar é bastante elevada (com média anual de cerca de 80%). Os ventos predominantes são do sudoeste no inverno e nordeste no verão.
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PROGRAMA DE NECESSIDADES SETORIZAÇÃO
•
Setor de hospedagem 01: dormitório, cozinha / estar, banheiro
•
Setor de hospedagem 02: dormitório individual, cozinha e banheiro coletivos
•
Setor social: sala de tv, sala de estudo, pátio
•
Setor de esportes e lazer: Sala de jogos, sala de ginástica, churrasqueira, banheiros
•
Setor administrativo: hall – recepção, sala administrativo, banheiro
•
Setor de serviços: lavanderia comunitária, depósito pra jardim, depósito materiais de limpeza, depósito de lixo, central de gás
•
Setor comercial: lancheria, lavanderia, xerox – impressão, papelaria, lan house, farmácia
Setor Serviços
Setor Administrativo
Setor de Hospedagem 01
Setor de Esporte e Lazer
Setor de Hospedagem 02
Setor Comercial
Setor Social
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ORGANOGRAMA
Acesso Serviço
Setor Serviços
Acesso Comercial
Setor Comercial
Setor de Hospedagem 01
Setor Administrativo
Setor de Esporte e Lazer
Setor de Hospedagem 02 Setor Social
Acesso Principal OBS: o Setor Comercial não tem ligação direta com outros setores, tendo acesso individual para cada sala. 60
FUNCIONOGRAMA
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FUNCIONOGRAMA
Hospedagem 01
Hospedagem 02
Acesso
Cozinha / sala
Acesso
Cozinha
Banheiro
Quarto
Quarto
Banheiro
Quarto
Quarto
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PRÉ - DIMENSIONAMENTO
SETOR DE SERVIÇOS ÁREA: 78 m²
ESPAÇOS
CARACTERÍSTICAS
EQUIPAMENTOS
Lavanderia comunitária
Local para lavar, secar e passar
Máquinas de lavar e secar, tábuas de passar, ferro elétrico e armários
Área estimada mín.: 40m² Depósito pra jardim Área estimada mín.: 15m²
Depósito materiais de limpeza Área estimada mín.: 15m² Depósito de lixo Área estimada mín.: 4m² Central de gás Área estimada mín.: 4m²
Possui finalidade de Prateleiras, máquina de guardar os equipamentos de cortar grama, equipamentos jardim, tendo acesso apenas de jardim por funcionários. Sala para guardar os materiais de limpeza do condomínio, acessado apenas por funcionários.
Prateleiras e armários.
Local de armazenagem e coleta de lixo
Toneis especiais para lixo
Armazenamento de gás
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PRÉ - DIMENSIONAMENTO
SETOR DE ESPORTE E LAZER ÁREA: 190 m² ESPAÇOS
Sala de ginástica Área estimada mín.: 100m²
Sala de jogos
Área estimada mín.: 60m²
Churrasqueira Área estimada mín.: 20m²
Banheiros Área estimada mín.: 10m²
CARACTERÍSTICAS
EQUIPAMENTOS
Local onde os moradores poderão se exercitar e ter contato com outros moradores.
Aparelhos de ginástica.
Ambiente de descontração para relaxar, jogar e encontrar amigos. Tem acesso para moradores e eventuais visitas.
Mesa de pebolim, ping pong e mini-snooker
Local para festas, reuniões de amigos e refeições. Com acesso para moradores e eventuais visitas.
Mesas, cadeiras, churrasqueiras, geladeira, freezer, fogão, pia
Local de higiene pessoal, com acesso para moradores e eventuais visitas.
Pias, vasos sanitários, espelhos
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PRÉ - DIMENSIONAMENTO
SETOR SOCIAL ÁREA: 140 m²
ESPAÇOS
Sala de tv Área estimada mín.: 60m²
Sala de estudo Área estimada mín.: 80 m²
CARACTERÍSTICAS
EQUIPAMENTOS
Onde um grupo de, aproximadamente, 15 pessoas, poderão assistir a filmes e relaxar.
Sofás, poltronas, tv e equipamentos de som
Sala reservada para estudos e leitura
Mesas, cadeiras, estantes
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PRÉ - DIMENSIONAMENTO
SETOR ADMINISTRATIVO ÁREA: 42 m²
ESPAÇOS
CARACTERÍSTICAS
EQUIPAMENTOS
Hall - recepção
Controlar entrada e saída de pessoas
Balcão, cadeira, poltronas
Resolver questões do condomínio (funcionários, financeiro, etc.)
Mesa, cadeiras, armário
Local de higiene pessoal, com acesso para moradores e eventuais visitas.
Pias, vasos sanitários, espelhos
Área estimada mín.: 20m² Administrativo Área estimada mín.: 12m²
Banheiro Área estimada mín.: 10m²
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PRÉ - DIMENSIONAMENTO
SETOR COMERCIAL ÁREA: 160 m²
ESPAÇOS
Lancheria Área estimada mín.: 90m²
Lavanderia Área estimada mín.: 35m²
Xerox - impressão Área estimada mín.: 35m²
CARACTERÍSTICAS
EQUIPAMENTOS
Local para alimentação (lanches, salgados). Ocupa espaço comercial do prédio tendo acesso individual. Banheiro para uso interno.
Balcão para atendimento, caixa, prateleiras, freezer, geladeiras, pia, mesas e cadeiras
Lavar, secar e passar. Ocupa espaço comercial do prédio tendo acesso individual. Banheiro para uso interno.
Máquinas de lavar/ secar, balcão para atendimento, estantes
Serviços de xerox e impressão. Ocupa espaço comercial do prédio tendo acesso individual. Banheiro para uso interno.
Balcão de atendimento, máquinas de xerox e impressão
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PRÉ - DIMENSIONAMENTO
SETOR COMERCIAL ÁREA: 105 m² ESPAÇOS
Lan house Área estimada mín.: 35m²
Papelaria Área estimada mín.: 35m²
Farmácia Área estimada mín.: 35m²
CARACTERÍSTICAS
EQUIPAMENTOS
Local para acesso a internet. Ocupa espaço comercial do prédio tendo acesso individual. Banheiro para uso interno.
Balcão para atendimento, computadores
Venda de materiais para estudantes. Ocupa espaço comercial do prédio tendo acesso individual. Banheiro para uso interno.
Balcões, estantes, caixa (pagamento)
Fornecimento de medicamentos próximo aos moradores do prédio e, também, dos moradores ao redor.
Balcão para atendimento, estantes, caixa (pagamento)
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PRÉ - DIMENSIONAMENTO
SETOR DE HOSPEDAGEM 01 ÁREA: 30,30 m²
ESPAÇOS
Dormitório Área estimada mín.: 15m²
Cozinha / sala Área estimada mín.: 12m²
Banheiro Área estimada mín.: 3,30m²
CARACTERÍSTICAS
EQUIPAMENTOS
Local para descanso
Produção de alimentos, estar
Fogão, geladeira, pia, mesa, sofá, rack para tv.
Local de higiene pessoal
Pia, vaso sanitário, chuveiro
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PRÉ - DIMENSIONAMENTO
SETOR DE HOSPEDAGEM 02 ÁREA: 33,30 m² ESPAÇOS
CARACTERÍSTICAS
EQUIPAMENTOS
Dormitório
Local individual para descanso
Cama, armário, escrivaninha
Produção de alimentos (servindo até 3 quartos)
Fogão, geladeira, pia
Local de higiene pessoal (servindo até 3 quartos)
Pia, vaso sanitário, chuveiro
Área estimada mín.: 15m² Cozinha Área estimada mín.: 15m² Banheiro Área estimada mín.: 3,30m² Soma das áreas:
Setores de serviço, esporte e lazer, social, administrativo e comercial – 715,00m² Setor de hospedagem 01 - 30,30m² x 50 = 1.515,00m² Setor de hospedagem 02 - 33,30m² x 60 = 1.998,00m² Total = 4.228,00m² OBS: .: As áreas foram calculadas conforme especificações mínimas do código de obras e dos livros “Neufort" e "Manual do Arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto". A quantidade de apartamentos foi calculada levando em consideração a área do terreno. A área de hospedagem somada as áreas dos outros setores resulta na taxa de ocupação definida pelo III P.D. – 70%.
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CONCEITUAÇÃO
A proposta de implantação do projeto nesse terreno surgiu a partir da proximidade deste com unidades da UCPel e UFPel, além da falta de conjuntos habitacionais para estudantes universitários na cidade e, principalmente, nesta região, onde está havendo um grande desenvolvimento pela chegada de novos prédios da Universidade Federal de Pelotas. O acesso principal ao prédio será pela Rua Uruguai, levando às áreas administrativas, de esporte e lazer, social e hospedagem. O setor de serviço terá acesso separado, assim como o setor comercial, que terá acesso individual para cada loja, com isso o fluxo gerado pelo comércio não prejudicará de alguma maneira o acesso e o fluxo aos apartamentos. Em relação a forma, a intenção é fazer com que o prédio se contraponha ao entorno em alguns aspectos, como: a linguagem arquitetônica, a volumetria do prédio (volume de 04 pavimentos - altura permitida pelo plano diretor de pelotas), pátio interno, para proporcionar fusão do interior com o exterior. O contraste e destaque da edificação serão argumentos de impacto, pois o objetivo é atrair a curiosidade daqueles que passarem na rua. Além da curiosidade, o condomínio deverá apresentar elementos convidativos e característicos de uma moradia, gerando uma transparente legibilidade da habitação em questão. As zonas de acesso e de convivência deverão integrar-se ao exterior, pois a intenção é promover o interesse das pessoas pelo interior do prédio e fazer com que, quem esteja dentro do mesmo, tenha sensação de amplitude e transparência, permitido pela fusão com o exterior através de grandes vãos e aberturas aliados ao vidro. Esses ambientes serão os responsáveis, pela criação do vínculo social e afetivo entre os usuários da habitação. No entanto, é necessário que alguns ambientes (as unidades de apartamento e os locais reservados para estudo) sejam trabalhados de forma mais intimista, com características arquitetônicas mais introspectivas, para denotar sentido de privacidade e pertencimento social.
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CONCEITUAÇÃO
O prédio como um todo deverá transparecer segurança, pois é um local onde o fluxo está crescendo e é indispensável que tanto usuários como familiares tenham esse sentido bem apurado. O projeto do condomínio para estudantes será configurado por ambientes aconchegantes e confortáveis. Cada zona contará com estrutura e dimensionamento adequados à suas funções, havendo a preocupação em equipar a habitação com mobiliário apropriado às necessidades dos usuários. O projeto contará com sistemas sustentáveis, como o recolhimento e reuso das águas da chuva, aproveitamento da energia solar e uso de protetores solar para economia de energia.
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ZONEAMENTO
Área verde
Taxa de ocupação de 70% - III Plano Diretor de Pelotas
OBS: o zoneamento acima foi baseado nas áreas calculadas no pré-dimensionamento.
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BIBLIOGRAFIA
http://www.brasilescola.com/historia/universidades-na-idade-media.htm http://www.ucs.br/ucs/tplPadrao/tplCooperacaoCapa/cooperacao/assessoria/artigos /imprimir/sistema_ensino_superior.pdf
http://universidades.universia.com.br/universidades-brasil/historia-ensino-superior/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade http://www.pelotas.rs.gov.br http://pelotascultural.blogspot.com.br http://wp.clicrbs.com.br
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.100/112 http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Federal_de_Ouro_Preto http://pessoas.hsw.uol.com.br/moradia-universitaria1.htm http://elessandragueller.com.br/blog/2010/11/moradia-estudantil-em-le-havre-nafranca/
http://maisarquitetura.com.br/complexo-residencial-estudantil-por-alberto-cattani http://www.mrm.mendes.nom.br/projeto-2008-44.htm http://www.capes.gov.br/bolsas/casa-do-brasil-na-franca http://www.ufrgs.br
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ANEXOS
CAPÍTULO II – DAS EDIFICAÇÕES SEÇÃO IV - DA ALTURA DAS EDIFICAÇÕES Art. 17 - A altura das edificações, para efeito de cálculo de índices urbanísticos, localizadas no alinhamento predial, será tomada entre o nível do passeio junto ao meio-fio até o ponto máximo edificado na fachada, sendo tolerada variação de 5% (cinco por cento) na altura máxima e este adicional não será computado para cálculo da altura total da edificação, até o limite de 1,25 metros de desnível entre a soleira principal do prédio e o meio-fio. Parágrafo único: No caso de recuadas, será tomada entre o nível da soleira da porta principal até o ponto máximo edificado na fachada, sem detrimento do estabelecido no caput deste artigo. Art. 18 - Serão permitidos elementos da construção, como reservatórios, casas de máquinas, sistemas de arrefecimento, que ultrapassem a altura máxima estabelecida, desde que implantados a uma distância nunca inferior a 1/3 (um terço) da dimensão longitudinal da edificação, medida a partir da face externa da fachada frontal ao logradouro, respeitando ainda, no fundo, distância mínima de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) medidos sobre a dimensão longitudinal da edificação, a partir da 4 face externa da fachada de fundos, e com área construída não superior a 30% (trinta por cento) da área construída do pavimento tipo. A altura final destes elementos, contemplando reservatórios, casas de máquinas e sistemas de arrefecimento, não poderá exceder a 8,00m (oito metros) para edificações com quatro pavimentos ou mais, 5,50m (cinco metros e cinquenta centímetros) para edificações de três pavimentos e 4,00m (quatro metros) para edificações com até dois pavimentos. § 1º. A distância de 1/3 (um terço) da dimensão longitudinal da edificação é aplicável a edificações com até quatro pavimentos; poderá ser reduzida para 1/4 (um quarto) quando a edificação for de cinco ou seis pavimentos, 1/5 (um quinto) para quando de oito a doze pavimentos, e no mínimo 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) para edificações com altura acima de doze pavimentos. § 2º. O pavimento de cobertura, se utilizado, será incluído no cálculo da altura máxima da edificação.
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ANEXOS
§ 3º. Será permitida, somente na Região Administrativa do Laranjal, a construção de terraço coberto aberto que ultrapasse a altura máxima estabelecida para a região, desde que atenda ao disposto no caput deste artigo, além de respeitar recuos laterais mínimos de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) de ambas as laterais da construção, não sendo permitido balanço. § 4º. Será permitido que o pé-direito do pavimento térreo tenha uma altura superior aos pavimentos tipo, e este adicional não será acrescido ao cálculo da altura permitida até o limite de 10% da altura máxima da edificação. Art. 19 - Quando da utilização de pavimento destinado à garagem com mais da metade da dimensão do pé-direito abaixo do nível do passeio, a altura remanescente não será acrescida ao cálculo da altura permitida da edificação. Parágrafo único: Nas edificações situadas na Área Especial de Interesse do Ambiente Cultural (AEIAC) da Zona de Preservação do Patrimônio Cultural (ZPPC), o acréscimo previsto neste artigo deverá ser analisado pelo órgão municipal de controle e preservação do patrimônio cultural. Art. 20 - Os pavimentos de subsolo não serão computados no cálculo da altura. SEÇÃO V – DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE Art. 21 - O Coeficiente de Permeabilidade do Solo (CP) constitui-se em uma porcentagem da área do terreno sem pavimentação, que deverá ser dotada de vegetação e arborização, facilitando a absorção das águas pluviais e aliviando a contribuição sobre o sistema de esgotamento pluvial público. § 1.º Para os casos de novas edificações, reformas com acréscimo de área construída ou acréscimos em edificações existentes, será exigido o atendimento ao percentual mínimo de 20% (vinte por cento) de Coeficiente de Permeabilidade do Solo, calculado sobre a área do terreno. §2.º Havendo interesse do usuário em receber incentivos do órgão responsável pela coleta de efluentes, poderá implantar o sistema de Caixa de Captação de Drenagem.
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ANEXOS
Art. 22 - Além do Coeficiente de Permeabilidade, será exigida capacidade, da Caixa de Captação e Drenagem, equivalente a, no mínimo, 1,00m³ (um metro cúbico) por economia na edificação, inclusive para Residências Unifamiliares, para fins de limpeza, abastecimento de caixas de descarga e regas de jardim e recomposição de reservas de incêndio. § 1º. Quando não atendido o CP mínimo, deverá ser acrescida à capacidade da Caixa de Captação e Drenagem a capacidade equivalente a 30 (trinta) litros para cada metro quadrado – da área remanescente do cálculo do CP – de terreno impermeabilizado, capaz de retardar o lançamento das águas no sistema público de coleta de esgoto pluvial; § 2º. Poderão ser utilizados, simultaneamente, os recursos das áreas permeáveis de terreno e das Caixas de Captação e Drenagem para atingir o percentual de permeabilização exigido; § 3º. Pode ser dispensado o CP nos casos em que comprovadamente, por meio de parecer técnico, seja desaconselhável a permeabilização do terreno. § 4º. Quando da implantação do sistema de captação e drenagem, mencionado no “caput” do artigo, ficará a edificação passível de receber incentivo por parte do órgão responsável pela coleta de efluentes. Art. 23 - A execução de Caixa de Captação e Drenagem será autorizada pelo município, mediante previsão nos projetos arquitetônicos submetidos aos órgãos públicos de análise. Parágrafo único: Para fins de fiscalização da correta capacidade do dispositivo, deverá ser facilitada vistoria, por parte dos fiscais do município, da instalação, antes de sua conclusão e fechamento.
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ANEXOS
SEÇÃO V - DAS RAMPAS PARA PEDESTRES NOS PASSEIOS PÚBLICOS Art. 94 - As esquinas devem prever rampas para travessias de logradouros com largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros) e comprimento mínimo de 1,60m (um metro e sessenta centímetros), medidas conforme projeção em planta baixa, obedecida a declividade máxima de 8,33% (oito vírgula trinta e três por cento) e as seguintes diretrizes: I - A construção de rampas deve reservar espaço livre para circulação com 1,20m (um metro e vinte centímetros) do limite da rampa até o alinhamento predial, e deverá ser previsto alargamento das calçadas, em projeto aprovado, se a largura da mesma for inferior a 3,00m (três metros); II - A pedra de meio-fio original deve ser enterrada, e por consequência rebaixada, até o nível do pavimento da via carroçável. Art. 95 - Para possibilitar a construção de rampas nos passeios, localizadas nas esquinas, poderão ser construídos alargamentos nestes passeios, denominados “orelha” ou “meiaorelha”, desde que com projeto aprovado pelos órgãos municipais competentes, observados os raios necessários à circulação de veículos, conforme o sistema de trânsito implantado e a hierarquia da via no sistema viário. CAPÍTULO V - DOS COMPARTIMENTOS SEÇÃO I - DA CLASSIFICAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS Art. 101 - Para efeitos da presente lei, o destino de compartimentos não será considerado apenas por denominação em planta, mas também por sua finalidade lógica decorrente da disposição no projeto. Art. 102 - Para as residências unifamiliares, o disposto entre o Art. 104 e o 129 e entre o Art. 136 e o Art. 144 tem caráter de recomendação, podendo ser adotadas outras soluções compatíveis com as Normas Técnicas da ABNT, desde que formalmente justificadas pelo responsável técnico legalmente habilitado. Parágrafo único: A justificativa do responsável técnico pela solução alternativa adotada para residências unifamiliares deve ser formulada por escrito, e se constitui em elemento integrante do projeto, a ser aprovado e arquivado pela Prefeitura Municipal.
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ANEXOS
Art. 103 - Os compartimentos são classificados em: I - De utilização prolongada; II - De utilização transitória; III - De utilização especial; § 1º. São compartimentos de utilização prolongada aqueles locais de uso definido, caracterizando espaços habitáveis, permitindo a permanência confortável por tempo prolongado e indeterminado, tais como as salas, cômodos destinados ao preparo e ao consumo de alimentos, ao repouso, ao lazer, ao estudo e ao trabalho. § 2º. São compartimentos de utilização transitória aqueles locais de uso definido, caracterizando espaços habitáveis de permanência confortável, por pequeno espaço de tempo, tais como as circulações, banheiros, lavabos, vestiários, depósitos e todo compartimento de instalações especiais com acesso restrito, em tempo reduzido. § 3º. São compartimentos de utilização especial aqueles que, por sua destinação específica, não se enquadram nas demais classificações. SEÇÃO II - DAS CONDIÇÕES A QUE DEVEM SATISFAZER OS COMPARTIMENTOS Art. 104 - Os compartimentos de permanência prolongada, deverão ser iluminados e ventilados por áreas principais; os compartimentos de utilização transitória poderão ser ventilados e iluminados por áreas secundárias. Parágrafo único: Os comedores, copas e cozinhas poderão ser iluminados e ventilados através de áreas secundárias. Art. 105 - Os compartimentos de permanência prolongada, à exceção das cozinhas, deverão atender aos requisitos abaixo: I - Possuir área mínima tal que permita a inserção de um círculo, com diâmetro de 2,70m (dois metros e setenta centímetros); II - Havendo um dormitório que preencha a condição acima, a área mínima dos demais deverá ser tal, que permita a inserção de um círculo, com diâmetro de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros);
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ANEXOS
III - Possuir pé direito mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta centímetros). § 1º. As cozinhas terão: a) Pé direito mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta centímetros); b) Área mínima de 5,00m² (cinco metros quadrados); c) Forma tal que permita inscrição de um círculo de diâmetro mínimo de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros); d) Pisos e paredes revestidos com material liso, lavável, impermeável e durável; Art. 106 - Os compartimentos de utilização transitória deverão atender o seguinte: I - Os sanitários e áreas de serviço terão: a) Pé direito mínimo de 2,20m (dois metros e vinte centímetros); b) Paredes internas divisórias com altura não excedente a 2,10m (dois metros e dez centímetros), quando num mesmo compartimento for instalado mais de um vaso sanitário; c) Piso pavimentado com material liso, lavável, impermeável e durável; d) Paredes revestidas com material liso, lavável, impermeável e resistente, até a altura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros); e) Os sanitários poderão ter ventilação direta por processo natural ou mecânico, por meio de dutos, ou ainda por poço de ventilação; f) Dimensões tais que permitam ao(s) box, quando existir(em), a inserção de um círculo com diâmetro de 0,80m (oitenta centímetros); disposição dos aparelhos que garantam uma circulação geral de acesso aos mesmos de largura não inferior a 0,60m (sessenta centímetros);
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ANEXOS II - Os corredores e acessos terão: a) Pé direito mínimo de 2,20m (dois metros e vinte centímetros); b) Largura mínima de 0,90m (noventa centímetros); c) Largura mínima de 1,20m (um metro vinte centímetros) quando comuns a mais de uma economia; d) Largura mínima de 1,20m (um metro e vinte centímetros) quando constituírem entrada e circulação de edifícios residenciais; e) Largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) quando constituírem entrada e circulação em edifícios comerciais ou habitações coletivas; f) Quando com extensão maior que 15,00m (quinze metros), ventilação que poderá ser por processo mecânico ou poço, para cada trecho de 15,00m (quinze metros) ou fração. III - Os halls de elevadores terão: a) Distância mínima entre a parede da porta do elevador e a parede fronteira de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros), em edifícios residenciais, e de 2,00m (dois) metros nos demais. b) Acesso às escadas. Parágrafo único: Qualquer destes itens deverá estar sujeito ao disposto nas Normas Técnicas da ABNT. SEÇÃO VI - DOS VÃOS DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO Art. 114 - Salvo os casos expressos, todo o compartimento terá aberturas para o exterior, satisfazendo as prescrições desta lei. Parágrafo único: As aberturas deverão ser dotadas de dispositivos, que permitam a renovação do ar, com pelo menos 50% (cinquenta por cento) da área mínima exigida. Art. 115 - O total da superfície dos vãos das aberturas para o exterior, em cada compartimento, não poderá ser inferior a: I - 1/6 (um sexto) da superfície do piso, tratando-se de compartimento de permanência prolongada; II - 1/8 (um oitavo) da superfície do piso, tratando-se de compartimento de permanência transitória; III - 1/12 (um doze) da superfície do piso, tratando-se de compartimento de utilização especial. 81
ANEXOS Art. 116 - Quando a iluminação e/ou ventilação de um ou mais compartimentos forem feitas através de outro, o dimensionamento da abertura voltada para o exterior será proporcional ao somatório das áreas dos compartimentos. § 1º. Estas relações serão se 1/5 (um quinto), 1/7 (um sétimo), 1/10 (um décimo), respectivamente, quando os vãos das aberturas se localizarem sob qualquer tipo de cobertura, cuja proteção horizontal, medida perpendicular ao plano do vão, for superior a 1,20m (um metro e vinte centímetros). Essa profundidade será calculada separadamente em cada compartimento, ou seja, em cada pavimento. § 2º. A área dos compartimentos cujos vãos se localizem à profundidade superior a 1,20m (um metro e vinte centímetros) será somada à porção da área externa do vão, situada entre este e aquela profundidade. Art. 117 - O local das escadas será dotado de janelas em cada pavimento. § 1º. Será permitida a ventilação de escadas, através de poços de ventilação, ou por lajes rebaixadas, salvo restrições legais pertinentes à prevenção de incêndios. § 2º. Será tolerada a ventilação das escadas, no pavimento térreo, através do corredor de entrada. Art. 118 - Poderá ser dispensada a abertura de vãos para o exterior em compartimentos cuja utilização assim o exija, desde que: I - Sejam dotados de instalação de ar condicionado, cujo projeto completo será apresentado juntamente com o projeto arquitetônico; II - Tenham iluminação artificial conveniente;
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ANEXOS CAPÍTULO VII - DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS AOS DIVERSOS TIPOS DE EDIFICAÇÃO SEÇÃO I – DA LOTAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES Art. 148 - Considera-se lotação de uma edificação o número de usuários, calculado em função de sua área e utilização. Parágrafo único: A lotação de uma edificação será o somatório das lotações dos seus pavimentos ou compartimentos onde se desenvolverem diferentes atividades, calculada através da área útil efetivamente utilizada no pavimento para o desenvolvimento de determinada atividade, dividida pelo índice determinado na tabela “TABELA PARA CÁLCULO DE LOTAÇÃO” constante do Anexo 01. SEÇÃO IV - DAS RESIDÊNCIAS MULTIFAMILIARES Art. 156 - As edificações destinadas a prédios de apartamentos, além das disposições desta lei que lhes forem aplicáveis deverão ter: I - Reservatório de água potável de acordo com as exigências do órgão responsável pelo serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto; II - Instalações preventivas contra incêndio de acordo com o que dispuser a ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas e a legislação municipal vigente; III - Distância entre dois pavimentos consecutivos, pertencentes a economias distintas, não inferior a 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros); IV - Para Conjuntos Habitacionais, o número de vagas de estacionamento ou garagens será equivalente a, no mínimo, uma vaga por unidade habitacional; V - Em prédios de apartamentos, o número de vagas de estacionamento ou garagens, será determinado pela Tabela constante no Anexo 2. § 1º. Nos casos de prédios situados em vias classificadas como Arteriais ou Coletoras, a critério do município, poderá ser exigido número de vagas superior ao previsto no Anexo 2. § 2º. Não será permitida a ventilação da área de serviço por meio de um poço.
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ANEXOS Art. 157 - Em prédios de apartamentos residenciais, só poderão existir conjuntos de escritórios, consultórios e compartimentos destinados a comércio exclusivamente no pavimento térreo, devendo possuir acesso direto e independente para o logradouro público, além de sua natureza não prejudicar o bem-estar, a segurança e o sossego dos moradores. Parágrafo único: Admitir-se-á a existência de prédios com atividade mista, residencial e comercial, desde que em pavimentos separados e com acessos verticais independentes. Art. 158 - O Código de Obras classifica as edificações conforme o tipo de ocupação e o uso predominante nas mesmas, de acordo com o art.250, CXXXVII. Parágrafo único: As edificações de uso misto são classificadas conforme as ocupações predominantes, sem prejuízo da observância das regras específicas para cada unidade, considerando o respectivo uso. SEÇÃO VIII - DOS PRÉDIOS COMERCIAIS Art. 164 - A edificação destinada a comércio em geral, além das disposições da presente lei que lhes forem aplicáveis, deverá: I - Ter, no pavimento térreo, pé direito mínimo de 3,50m (três metros e cinquenta centímetros): II - As portas gerais de acesso ao público deverão estar em acordo com a legislação e normas técnicas da ABNT relativas às Saídas de Emergência e acessibilidade; III - Ter abertura de ventilação e iluminação, com superfície não inferior a 1/10 (um décimo) da área do piso; IV - Ter os pisos e paredes revestidos com material liso, lavável, impermeável e resistente, nos casos de mercado de venda de gêneros alimentícios; V - Ter instalações Hidrossanitárias de acordo com as exigências do órgão responsável pelo serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto; VI - Ter instalação preventiva contra incêndio de acordo com as normas técnicas estabelecidas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e a legislação vigente. VII - Ter número de vagas para guarda de veículos calculado de acordo com o Anexo 2.
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ANEXOS Art. 165 - Os bares, cafés, restaurantes, confeitarias e estabelecimentos congêneres, além das exigências da presente seção que lhe forem aplicáveis, deverão ter: I - Na cozinha, copa, despensa e depósito com piso e paredes até a altura mínima de 2,00m (dois metros), revestidos com material liso, resistente, lavável e impermeável; II - Ter os sanitários dispostos em planta, de tal forma, que permita sua utilização pelo público; Art. 166 - Quando o empreendimento apresentar fornos, lareiras ou quaisquer dispositivos geradores de calor, deverão os mesmos apresentar sistema de isolamento térmico adequado, quando localizados em paredes de divisa da edificação; Art. 167 - As chaminés deverão atender ao disposto no Art. 145 do presente código de obras. Art. 168 - As farmácias, além das exigências da presente seção que lhe forem aplicáveis, deverão cumprir o previsto na legislação sanitária vigente e normas técnicas aplicáveis. Art. 169 – Os supermercados de qualquer porte, além das exigências da presente seção que lhes forem aplicáveis, deverão ter: I - O piso revestido com material resistente, impermeável, lavável e anti-derrapante; II - As paredes revestidas até a altura de 2,00m (dois metros), no mínimo, com material liso, lavável, resistente e impermeável nas seções de açougue, fiambreria e similares; III - Entrada especial para veículos, para carga e descarga de mercadorias, em pátio interno; IV - Ter instalações sanitárias para uso do público, para cada sexo, na seguinte proporção: a) Para o sexo masculino, 1 (um) conjunto de vaso sanitário, lavatório e mictório para cada 200 (duzentas) pessoas ou fração, conforme tabela de cálculo de lotação do Anexo 01; b) Para o sexo feminino, 1 (um) conjunto de vaso sanitário e lavatório para cada 200 (duzentas) pessoas ou fração, conforme tabela de cálculo de lotação do Anexo 01;
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ANEXOS CAPÍTULO VIII - DAS INSTALAÇÕES GERAIS SEÇÃO I - INSTALAÇÕES SANITÁRIAS Art. 220 - Toda edificação deverá dispor de instalações sanitárias conforme o disposto na presente seção, em função de sua lotação e da atividade desenvolvida. Art. 221 - Os índices para a determinação do número de pessoas serão os mesmos adotados na “TABELA PARA CÁLCULO DE LOTAÇÃO”, constante no Anexo 01 desta lei, devendo ser descontadas da área bruta da edificação, para este fim, as áreas destinadas a garagens; Art. 222 - As edificações destinadas a uso residencial unifamiliar e multifamiliar deverão dispor de instalações sanitárias nas seguintes quantidades mínimas: I - Casas e apartamentos: 01 (um) vaso sanitário, 01 (um) lavatório e 01 (um) chuveiro; II - Áreas de uso comum de edificações multifamiliares com mais de 02 (duas) unidades autônomas: 01 (um) vaso sanitário, 01 (um) lavatório e 01 (um) chuveiro; Art. 223 - As demais edificações deverão dispor de instalações sanitárias nas seguintes quantidades mínimas: I - Áreas de uso comum de edificações comerciais e serviços com mais de 02 (duas) unidades autônomas: 01 (um) vaso sanitário, 01 (um) lavatório e 01 (um) chuveiro; II - Locais de reunião: 01 (um) vaso sanitário e 01 (um) lavatório para cada 50 (cinquenta) pessoas; III - Outras destinações: 01 (um) vaso sanitário e 01 (um) lavatório para cada 20 (vinte) pessoas. § 1º. Quando o número de pessoas for superior a 20 (vinte), haverá, necessariamente, instalações sanitárias separadas por sexo. § 2º. A distribuição das instalações sanitárias por sexo será decorrente da atividade desenvolvida e do tipo de população predominante. § 3º. Nos sanitários masculinos 50% (cinquenta por cento) dos vasos sanitários poderão ser substituídos por mictórios. § 4º. Quando, em função da atividade desenvolvida, for prevista a instalação de chuveiros, estes serão calculados na proporção de 1 (um) para cada 20 (vinte) usuários. § 5º. Serão obrigatórias instalações sanitárias com características de acessibilidade universal, na forma e proporção previstas na ABNT – Associação brasileira de Normas Técnicas, legislação federal e demais legislações pertinentes, bem como as disposições da presente lei, no que couber. 86
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SEÇÃO VIII – DOS BICICLETÁRIOS Art. 245 - O espaço destinado para vagas de bicicletário deverá totalizar 5% (cinco por cento) do total de vagas destinadas para guarda de veículos conforme anexo 02. I - Quando o percentual de 5% resultar em um espaço inferior a guarda de 2 bicicletas, é mantida a obrigatoriedade de garantir as duas vagas; II – As dimensões, tamanho e modelos de bicicletário deverão estar em conformidade com os padrões definidos pelo Município de Pelotas. III - Fica obrigatório a implantação de bicicletário para os seguintes usos: a) Residencial Multifamiliar; b) Administração Pública; c) Indústria; d) Feiras e Exposições; e) Centro Comercial e Shopping Center; f) Supermercados e Hipermercados; g) Escolas de ensino fundamental e médio; e) Escolas de ensino superior, cursos preparatórios ou supletivos; f) Clubes; g) Centro de eventos; h) Ginásio de esportes; i) Parques; j) Espaços públicos com grande fluxo de pessoas como nas praias, canteiros centrais das avenidas e outros. Art. 246 - Os bicicletários deverão estar localizados próximos ao acesso, preferencialmente acesso principal, dos estabelecimentos, a uma distância máxima de 40 metros, em local que garanta a segurança e a conservação do equipamento e das bicicletas.
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CAPÍTULO X – DAS DEFINIÇÕES SEÇÃO I – DAS DEFINIÇÕES Art. 250 - Para efeitos do presente Código de Obras, são estabelecidas as seguintes definições: CV - HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR: edificação usada para moradia em unidades residenciais autônomas. CIX - HOTEL RESIDENCIAL: Hotel ou assemelhado com cozinha (ou quitinete) própria nos apartamentos, independentemente da razão social ou nome-fantasia utilizado (apart-hotel, flat-service, residence-service e outros).
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