Caderno Proud

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Proud


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Muito prazer,

Expediente

somos o Caderno Proud

Conheça o perfil de cada integrante do Caderno Proud

Seja bem vindo a primeira edição do nosso caderno. Por aqui, falaremos sobre assuntos relacionados às pautas do público trans, cultura drag e a provocação do público queer. Muito mais do que entretenimento, o Proud oferece matérias com muito conteúdo e credibilidade. Por aqui, você vai ficar por dentro da última temporada de RuPaul’s Drag Race, conhecer a irreverente Alma Negrot, ler os relatos de uma mulher trans na universidade, e se inspirar com o primeiro conto infantil com uma princesa trans. Fazer o Proud foi uma experiência única e enriquecedora. Conhecemos pessoas e histórias que nos motivaram. Nosso principal objetivo é passar todo esse aprendizado adiante, para nossos leitores. AME, INSPIRE-SE, LUTE.

JÉSSICA COFFERRI editora-chefe e produtora de conteudo

WENDEL DE MATOS diagramador e produtor de conteudo

Governo canadense quer aprovar projeto sobre os direitos do público trans No Canadá, o primeiro-ministro, Justin Trudeau apresentou um projeto de lei que garante proteção aos trangêneros contra o discurso de ódio. A emenda apresentada na segunda feira, 2 de maio, aciona a identidade de gênero aos motivos proibidos para a discriminação de acordo com os Direitos Humanos Canadenses. Assim como questões de raça, religião, idade, sexo e orientação sexual, quem ofender alguém por ser transexual, passa a ser enquadrado no Código Penal do país. Na última década, sete tentativas de aprovar uma lei similar a essa falharam, a mais recente, no ano de 2013. Dessa vez, a expectativa do governo é que o projeto passe facilmente pelo congresso, já que conta com o apoio da oposição e da maioria liberal no Parlamento.

WILLIAM BRIZZOLA Reporter e social media

A capa

Imagem: Internet

Representatividade nas novas campanhas da Avon

Foto: Dibulgação Avon

A marca Avon tem se destacado nos últimos meses, apostando em divulgações não binárias para seus cosméticos. Em abril deste ano, a drag Pabllo Vittar estrelou uma propaganda de maquiagem da empresa. Já no dia 28 de junho, no Dia Internacional do Orgulho LGBT, o Cantor Liniker, ao lado de Elke Mravilha e outros artistas que representam diversidade de gênero, foram protagonistas na campanha #SinaNaPele para divulgar a linha da BB Cream. Na propaganda, a fala “A pele é a tela e a maquiagem um instrumento da arte. Criar e se reinventar com as cores é para todo mundo, sem gênero, sem idade, sem raça, sem data de validade. Faz sentido, não faz? A maquiagem não deve ser camuflagem, deve ser escolha, empoderamento. Vem!” dá o destaque que não somente o público consome os produtos Avon. O vídeo de estreia da campanha fez sucessos nas redes sociais.

Nova York passa a reconhecer 31 gêneros diferentes Focado primeiramente na fotografia artística e autoral, Fine Art, documentação LGBT, na arte Queer e tudo que foi ou é Tabu, Bernardo Dal Pubel é formado em Fotografia pela UCS-Caxias do Sul . Trabalha com fotografia profissionalmente há 8 anos, destes, 6 foram dedicados inteiramente a arte LGBT. Com obras recebidas e reconhecidas por museus como Leslie Lohaam NY, Buenos Aires, Berlim entre outros. Atualmente além de fotógrafo e artista, ativista, também ministra aulas de Fotografia, imagem e artes. Nas horas vagas, Bernardo trabalha com o audiovisual, fotografia de viagem e natureza, e já ganhou premios, como da marca Go Pro, do Citibank internacional, entre outros. Ministra palestras sobre transexualidade, cultura LGBT e direitos humanos.

A Comissão de Direitos Humanos de Nova York oficializou a multiplicidade das identidades de gênero, e atualmente reconhece 31 diferentes tipos de gêneros. A nova convenção afirma que no lugar de somente duas ou três identidades oficiais, a Comissão apontou nada menos que trinta e uma nomenclaturas de gênero para serem usadas em âmbitos profissionais e oficiais. Insistir em chamar uma mulher trans de ‘ele’ ou ‘senhor’, mesmo que ela tenha deixado claro o pronome e título que prefere pode acarretar em punição. Segundo comunicado do gabinete do prefeito Bill de Blasio a lista é um guia para as empresas, que agora podem ser multadas em até 250.000 Dólares

instagram twitter facebook do cara Imagem: Internet

Abaixo confira a lista de algumas das nomenclaturas: Bi-Gendered (Bi-gênero) Femme Queen Female-to-Male FTM Gender Bender (Gênero fronteiriço) Genderqueer Male-To-Female MTF Non-Op Hijra Pangender (Pangênero) Transexual/Transsexual Third Sex (Terceiro sexo) Gender Bender Non-Binary Transgender Agender (sem gênero) Gender-Gifted

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Rupaul’s Drag Race: uma trajetória de sucesso O reality show americano é internacionalmente conhecido por lançar novos nomes no panorama atual de drag queens

A oitava edição do programa Rupaul’s Drag Race encerrou este ano mantendo a trajetória de sucesso, que possui fiéis telespectadores desde 2009. Em cada temporada apresentada por Rupaul (que dá nome ao reality), conhecemos alguma memorável “America’s next drag superstar”, expressão usada pelo mesmo para definir que a vencedora será a nova super estrela drag da América, em tradução livre. O título é alcançado depois de passar por desafios como montagem de looks, provas de atuação e maquiagem, lançados ao longo dos episódios.

Desenvolvido para a MTV norte-americana, sua rápida adesão do público levou a Corrida de Drags ao patamar de mais assistido do canal nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, foi exibido até sua quarta temporada pela VH1. Em 2015 passou a ser exibido pelo Multishow, que transmitiu com exclusividade na TV brasileira, a oitava temporada do reality. Para os interessados em conhecer, ou àqueles que querem assistir novamente, o serviço de streaming Netflix também oferece da segunda à sexta temporada do programa em sua plataforma.

Conheça as queens da última temporada A oitava temporada de Rupaul foi de 7 de março a 16 de maio. A vencedora dessa edição foi Bob the Drag Queen, concebida por Christopher Caldwell. Conheça um pouco mais das participantes dessa edição.

Robbie Turner

Dax Exlamationpoint Acid Betty

Thoghy Thor Kim Chi

Foto: Divulgação RuPaul’s Drag Race

Naomi Smalls Derryck Barry

Bob The Drag Chi Chi Devayne

Cynthia Lee Fontaine

Laila McQueen

Naysha Lopes


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OS CONCEITOS DE IDENTIDADE DE GÊNERO E ORIENTAÇÃO SEXUAL A lógica tradicional trabalha com uma divisão binária, composta de masculino e feminino. A partir deste conceito, o sexo ao qual a pessoa pertence é definido por suas características biológicas. Entretanto a palavra gênero, foi utilizada pela primeira vez pelo psicólogo John Money, em 1855, a fim de expressar uma diferença social e psicológica entre homens e mulheres. Em 1965, o psiquiatra John F. Oliven criou o termo transgênero, definindo quem não se identifica com o corpo no qual nasceu. Mas nem sempre esta classificação define a orientação sexual de cada pessoa, significando a atração sentida por outros indivíduos. Podem existir dificuldades, devido, à falta de informação, em compreender ao qual se pertence. Abaixo separamos algumas classificações e expressões importantes para entender o tema:

Identidade de gênero cisgênero: identificação com o mesmo sexo concedido no nascimento Identidade de gênero transexual ou transgênero: identificação diferente da concedida no nascimento Orientação Heterossexual: tem atração por alguém de outro sexo/gênero Orientação Homossexual: tem atração por alguém do mesmo sexo/gênero Orientação Bissexual: tem atração por ambos os sexos/gêneros Intersexual/ Intersexuado/ Hermafrodita: variação ou soma de características sexuais como cromossomas, gônodas e órgãos genitais, que representam anatomias não aplicadas ao masculino e feminino Androginia: quem assume postura social de ambos os sexos, seja através da mistura de roupas masculinas e femininas ou de comportamento Drag Queen: pessoa do gênero masculino que se veste com roupas femininas para fins artísticos e performáticos Drag King: pessoa do gênero feminino que se veste com roupas masculinas para fins artísticos e performáticos Queer: movimento teórico e político que estabelece uma crítica a construção social da orientação e da identidade sexual, defendendo que não existem papel sexual essencial ou biologicamente inscrito na natureza humana Crossdesser: que se veste da maneira socialmente aceita do outro sexo/gênero

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Fotos: Internet

Trans

cedendo As atuais personalidades da mídia que estão aumentando a visibilidade do universo trans

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o Brasil, Thammy Miranda é provavelmente a mais conhecida entre as celebridades transexuais, tendo realizado tratamento com hormônios e cirurgia até que conseguisse ficar satisfeita com seu corpo. Outras celebridades nacionais e internacionais também passaram pelo processo e também debatem a questão da visibilidade, mostrando que vieram sim para ocupar seu lugar na mídia. Conheça agora alguns dos exemplos que têm estado na militância pela causa:

Caytlin jenner A socialite e atleta americana ganhou reconhecimento após conquistar uma medalha de ouro no decatlo dos Jogos Olímpicos de Verão de 1976, em Montreal, no Canadá. Nesta época ainda era conhecida pelo nome de William Bruce Jenner. Em 2015, anunciou publicamente a nova identidade feminina em um ensaio para a revista Vanity Fair. Padrasto de Kim Kardashian, ganhou o apoio da enteada e também de diversos famosos, como o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, que manifestou em seu twitter a opinião sobre a coragem de Jenner. O documentário “I’m Cait” mostra sua transição e a adaptação das pessoas de seu convívio.

Laverne Cox A atriz faz parte do time do seriado Orange is the New Black, um dos mais aclamados pelo público da Netflix. Na trama, que se passa em uma penitenciária feminina nos Estados Unidos, interpreta a presidiária Sophia Burset. Assim como sua personagem, Laverne é uma mulher trans, que se destaca não somente como atriz, mas também escrevendo sobre os direitos deste grupo para o agregador de blogs americanos The Huffington Post. Além disso, foi a primeira transexual a ser indicada na categoria melhor atriz convidada em uma série de comédia no Emmy Awards.

Lea T Leandra Medeiros Cerezo, mais conhecida apenas como Lea T, é uma modelo brasileira que ficou famosa em 2010, sendo estrela de uma campanha da grife francesa Givenchy. No mesmo ano, protagonizou um ensaio fotográfico nu para a revista Vogue Francesa, e em 2013 realizou sua cirurgia de mudança de sexo, assumindo sua identidade transexual. Lea traz à tona em suas entrevistas as questões problemáticas enfrentadas diariamente, mesmo em sua própria família, que não demonstrou apoio durante o processo (seu pai é o jogador de futebol Toninho Cerezo). Em 2015, foi nomeada embaixadora global contra o preconceito da marca de cosméticos Redken, e eleita pela revista americana Forbes uma das 12 mulheres que mudaram a moda italiana, ao lado de personalidades como a estilista Miuccia Prada.

Lillly e Lana Wachowski As irmãs transgênero, mais conhecidas como The Wachowskis, são cineastas, produtoras e roteiristas americanas. Produziram, dirigiram e escreveram o roteiro da trilogia Matrix, onde conquistaram reconhecimento mundial. Lana assumiu sua identidade como mulher trans em 2012, enquanto sua irmã a fez no dia 8 de março em uma entrevista para o jornal Daily Mail, no Dia Internacional da Mulher. Atualmente, produzem e dirigem a série de ficção dramática Sense8, lançada em 2015 pelo serviço de streaming Netflix.

Chaz Bono Filho da cantora americana Cher, Chaz Bono passou pela cirurgia transgênera no ano de 2009. Desde então, tem se dedicado como ativista de direitos LGBT, sendo o autor de três livros sobre o assunto, e estrela do documentário Becoming Chaz, que relata a sua transição sexual. Chaz declara que apesar de sua mãe ter sido contra o procedimento no início, atualmente aceita sua identidade de gênero. Ele também segue a carreira artística atuando em musicais.

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Artista que faz performances pelo Brasil inteiro conta sua trajetória para o Caderno Proud

A METAMORFOSE

DE ALMA H e á pouco mais de um ano eu trabalhava numa sauna que oferecia shows diários de strippers e drag queens. Desde aí fiquei instigada com esse universo do sexo e da performance e comecei a me montar. Inicialmente brincando com stereótipos de gênero e com o passar do tempo rompendo-os. Comecei a fazer drag deixando em primeiro plano a androgenia, levantando a bandeira da não-binariedade. Com o passar do tempo comecei a me perceber como uma canalizadora de discursos, que eu poderia dar visibilidade a várias outras questões que também diziam respeito às minhas vivências enquanto uma bicha afeminada, não branca, de origem humilde. Passei a me dedicar à composição e destruição das formas, me reapropriando de conceitos de beleza e do que consideramos “humano”. Eu poderia ser uma ciborgue, shamã, uma entidade sombria, um ser de espinhos de papel e fazer da magia uma realidade. Da precariedade e do desconforto: assim nasceu Alma, numa vontade grande de fazer com que meu grito ecoasse junto das outras vidas que conheciam minhas experiências na pele.

Roupas de sucata, maquiagem barata, tinta de palhaço e próteses de papel no rosto construíram um novo corpo latino com cicatrizes profundas que dança a alegria e a tristeza de ser discordante. Artesanalmente, construí várias vezes um novo corpo de verdade. O estado performático de fazer drag para mim não consiste em construir uma personagem e sim em ser a metamorfose desse ser. É como o vento, que só faz sentido ser vento quando for trânsito, movimento. Morei um tempo na viagem, isso me fez estar atenta e forte pra vida. De ônibus ou na boleia do caminhão, passando por cidades, estados ou países vizinhos estive colorindo muros e rostos e ganhando meus trocados. Como qualquer artista independente passei por várias dificuldades mas também vivi momentos únicos que agregaram muito pro meu conhecimento. Talvez seja isso mais falte nos estudantes acadêmicos de arte: esforçarem-se pra saber o que é vida. Hoje moro no Rio de Janeiro, mas tenho desenvolvido meus trabalhos como artista visual, maquiador artístico, performer, DJ em outras cidades também (principalmente São Paulo e Porto Alegre). Iniciei a algum tempo as Oficinas de Maquiagem Criativa que tem viajado por

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Alessandra Meller, 27 anos, é mulher trans e atualmente cursa Enfermagem na Universidade Feevale. Conheça um pouco de sua trajetória:

CADERNO PROUD: Como foi esse processo de reconhecimento e aceitação da sua identidade trans?

Gênero Cidade: por um território livre de preconceito O projeto Gênero Cidade é uma iniciativa do estúdio de design Casulo Estratégico, e busca espalhar mensagens de respeito aos diferentes tipos de gênero pela cidade de Porto Alegre. O designer Renam Canzi elaboru os lambes artísticos que podem ser colados em paredes e postes pelas ruas ou em casa, com o objetivo é espalhar mensagens de respeito e igualdade. Com tamanho 48x66 cm Papel off-set 90g, os modelos custam R$ 15,00 cada um ou R$ 40,00 em trio, também podem ser encontrados para compra no endereço da Casulo (João Cândido, 40) ou na VILLA ARQUITETURA E ALGO MAIS (Gonçalo de Carvalho, 76 C/ sala 01). Confira alguns dos modelos disponíveis. e que também se encontram em tamanho maior nas páginas de nosso caderno:

Alessandra Meller: Desde a infância eu me sentia uma pessoa diferente, mas só na adolescência fui saber o que era uma pessoa transexual. Eu via isso como uma coisa ruim, foi só na fase adulta que pude saber, através de pesquisas, o que realmente era ser transexual, pois até o momento achava que eu era gay. Depois vi que a vontade e o sentimento era de uma menina presa em um corpo masculino, e então comecei as mudanças de tomar hormônio e de cirurgia plástica. PROUD: A tua família deu apoio durante a transição? Alessandra: Eu me surpreendi com a minha família, achava que eles não aceitariam e planejei mudança para outro estado. Porém quando contei eles me apoiaram, meu pai era uma pessoa muito preconceituosa, no entanto em relação a minha sexualidade nunca disseram “não, você não vai fazer”. Eu já tinha 22 anos, já tinha uma profissão, isso também ajudou a impor minha opinião pra eles. PROUD: E como reagiram as pessoas do teu convívio? Alessandra: Algumas pessoas não entendiam que eu continuaria sendo a mesma pessoa, mas com uma aparência diferente, e pra mim isso era complicado, porque eram minhas amigas. Me afastei de muita gente por essa questão. Hoje, depois de conversar com uma psicóloga, ela me explicou que é um luto que a pessoa sente, como se eu estivesse ocupando o lugar de outra pessoa, cuja a imagem está fixa na mente delas. Quando ela me fez pensar assim, mudei minha opinião mas no início me afastei de muitas gente. PROUD: E você enfrentou algum desafio para entrar na universidade e poder usar seu nome social? Alessandra: Eu já tinha trancado a faculdade em 2010 quando comecei a transição, e pedi o reingresso, mandando email para a coordenação e ganhei a carteirinha com meu nome social, e me reconhecem por esse nome. PROUD: Apesar de você estar em uma universidade, faz parte de uma minoria que consegue. Segundo dados da ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil, 90% das pessoas trans do país estão na prostituição. Como você vê esse cenário?

Foto: Alessandra Meller PROUD: Existe algum conselho que você gostaria de deixar para quem está se descobrindo agora e precisa de algum apoio?

Alessandra: Eu acho que tudo começa na família, a maioria não é aceita e para de estudar cedo, não completando o ensino médio, e isso afasta ainda mais do mercado de trabalho. Como são expulsas e abandonadas pela família, não tem estudo e são transexuais. Isso também acabou associando a pessoa trans ao sexo, e esse preconceito não é bem visto no mercado de trabalho.

Alessandra: A pessoa tem que procurar ser feliz. Muita gente não se assume trans por receio, por medo e não aceitação, e acabam vivendo um teatro, como se estivessem em um palco fingindo ser o que não são. Acredito que essas pessoas devem ser o que são, enfrentar e ter força, porque no futuro irão perceber que desse modo foram bem mais felizes.

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Imagens: Divulgação

“Joana Princesa” na luta contra a transfobia

Assiste aí! Confira as novidades do cinema e da tv que estão por vir!

O primeiro conto de fadas brasileiro com uma personagem transgênero foi lançado dia 28 de Maio, no Museu da Diversidade, em São Paulo. A obra de Janaína Leslão foi um dos destaques do evento chamado “Lançamentos em Favor da Diversidade Sexual”, que antecedeu a Parada do orgulho LGBT, do dia 29.

Procurando Dory traz personagem transgênero A animação Procurando Dory vai trazer a primeira personagem transgênero da história da Disney Pixar. A revelação foi da atriz Ellen DeGeneres, que dá voz a peixinha azul. A atriz contou ao jornal americano USA Today sobre a raia, que já apareceu em Procurando Nemo como professor dos peixes, chamada Ray e se transformando em Rhonda. Semanas antes, o primeiro trailer do filme já havia causado especulações por trazer um suposto casal lésbico. A estreia no Brasil acontece no dia 30 de junho.

Janaína, psicóloga e apaixonada por temáticas inclusivas, conta a história de uma princesa que, ao nascer, recebeu o nome de João, mas com o passar dos anos reivindicou ser chamada de Joana. Enfrentando a rejeição dos pais, que procuram a bruxa do reino para tentar reverter a situação, ela sai com um amigo em uma aventura em busca de um arco-íris mágico que tem o poder de transformar meninos em meninas, e vice-versa.

Foto: divulgação Disney Pixar

Outro destaque dessa obra é que seus personagens são inspirados em figuras históricas. O nome da protagonista faz referência a Joana D’arc, heroína francesa que liderou um exército de soldados durante a Guerra dos Cem Anos (1337 a 1453). Julio, seu amigo e companheiro de aventuras, teve o nome inspirado pelo historiador Jules Michelet, que tornou a história da guerreira popular. O nada amigável professor de natação, Pedro, recebeu esse nome alusão ao bispo Pierre Cauchon, presidente do julgamento de Joana D’arc pela Inquisição. No seu primeiro livro, “A Princesa e a Costureira”, a autora escreveu sobre um romance entre duas mulheres de mundos diferentes. Apesar receber críticas negativas por parte do público conservador, ela recebeu o Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, também em maio deste ano. “Todas as pessoas mais intolerantes, que não compreenderam a proposta inclusiva que me proponho a escrever, já esbravejaram após o lançamento do primeiro livro. Agora está tudo mais tranquilo”, disse a escritora. “Cada um no seu espaço e à sua maneira pode contribuir para uma sociedade menos intolerante. Acho que este livro é um tipo de contribuição. Eu espero que isso faça diferença na vida de algumas pessoas. É óbvio que eu não vou mudar o mundo com os livros que eu escrevo, mas espero que eles façam sentido na vida de algumas pessoas e que também acolham algumas pessoas”, afirma Janaína. A Joana Princesa vem para provar que o famoso final feliz, e viveram felizes para sempre, deve englobar toda a diversidade que existe na sociedade, independentemente de raça, situação social, orientação sexual ou identidade de gênero, completa a romancista.

Segunda temporada de Sense8 tem cenas gravadas no Brasil A série Sense8, disponibilizada pela Netflix, gravou cenas de sua segunda temporada no Brasil. As filmagens aconteceram em diversas partes da cidade de São Paulo, mas a parada principal foi na 20ª edição da Parada Gay, no dia 29 de maio. Jami Clauton, Alfonso Herrera, Brian J Smith, Max Riemelt, Freema Agyeman, Miguel Ángel Silvestre, Doona Bae e a diretora Lana Wachowsky subiram em um trio elétrico onde acenavam e interagiam com o público. Miguel e Alfonso ainda levaram os participantes a loucura protagonizando um beijo do casal gay da trama, Lito e Hernando. A nova temporada da série deve estrear no final de 2016. Foto: Amauri Nehn - BrazilNews

SOBRE JANAÍNA LESLÃO Nascida em Maringá e criada em Porecatu-PR. Psicóloga pela UNEP-Assis, onde se aproximou das questões de gênero, no atendimento a vítimas de violência sexual. No NEPS, Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Sexualidades, tornou-se uma militante feminista e LGBT. Eleita conselheira no CRPSP (Conselho Regional de Psicologia de São Paulo) para as gestões 2010-2013 e 2013-2016, está se especializando em Saúde Mental. Trabalha no SUS com prevenção ás violências autoprovocadas e interpessoais.

Allice Bombom ganha documentário A drag queen Allice Bombom é conhecida por vender chocolates pelos bares de Brasília durante a noite. Ao longo de 20 anos, acumulou histórias de sua trajetória e se tornou um ícone da cultura brasiliense, tendo seu nome comentando também em outros estados do Brasil. No dia 15 de junho, estreou o documentário Allice, que mostra um pouco de seu cotidiano e como ocorre sua personificação em drag.

Foto: Arnaldo Salganha

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