Centro de Atendimento à Mulheres Vítimas de Violência Doméstica

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CENTRO DE ATENDIMENTO À MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INSTITUTO FRIDA


UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO JESSICA DOMINGUES DOS SANTOS

CENTRO DE ATENDIMENTO À MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INSTITUTO FRIDA

SÃO PAULO 2020


JESSICA DOMINGUES DOS SANTOS

CENTRO DE ATENDIMENTO À MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INSTITUTO FRIDA Trabalho de conclusão de curso para a obtenção do titulo de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista-UNIP.

Orientador: Luiz Gustavo Della Noce

SÃO PAULO 2020



CENTRO DE ATENDIMENTO À MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA INSTITUTO FRIDA

Trabalho de conclusão de curso para a obtenção do titulo de graduação em Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Paulista-UNIP. Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA ______________/__/__ Prof. Universidade Paulista-UNIP ______________/__/__ Prof. Universidade Paulista-UNIP ______________/__/__ Prof. Universidade Paulista-UNIP



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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à todas as mulheres que precisam ser fortes o suficiente para se reerguer após uma grande queda. E as mulheres que me criaram e me ensinaram a ter essa força em todos os momento da minha vida.



AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me capacitar durante todo o curso. A minha família por sempre me incentivar e me ajudar, em especial a minha mãe Eliane Domingues, minha avó Anália Romano, minha tia Sandra Andrea, minha prima Juliana Domingues e ao meu pai Ronair Gomes, que sempre acreditaram em mim. Aos meus professores que ao longo dessa jornada me incentivaram e me tornaram a profissional que sou hoje, em especial à professora e coordenadora Beatriz Pacheco, professor Orlando Cruz, professora Tatyana Borazanian, professor José Ovídio, professor Fabio Manente e ao meu professor e orientador Luiz Gustavo Della Noche agradeço pela paciência e dedicação que teve ao longo desse período tão árduo do trabalho de conclusão de curso. Agradeço também aos meus amigos e colegas que tiveram paciência para me ajudar e entender minhas ausências, em especial a Larissa Lorraine que nunca me deixou desistir e me acompanhou noites e noites sem dormir. E aos amigos que ganhei durante esses anos acadêmicos, que foram fundamentais na minha trajetória.

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‘’Seguir receita tal A receita cultural Do marido, da família Cuida, cuida da rotina Só mesmo, rejeita Bem conhecida receita Quem não sem dores Aceita que tudo deve mudar Que um homem não te define Sua casa não te define Sua carne não te define Você é seu próprio lar’’ Triste, Louca ou Má – Francisco, El Hombre

‘’O silencio é o maior aliado do agressor’’ Nino Carneiro

‘’Se você não liga, não entendeu nada Vou resolver o problema dessa mina machucada’’ Preta de Quebrada - Flora Matos



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RESUMO O presente trabalho se refere a um tema muito recorrente nos dias de hoje, mulheres que sofrem de violência doméstica. Desde o principio das civilizações as mulheres sofrem com o patriarcado emplacado dentro de seus lares. Crescemos em uma sociedade com machismo estrutural e a falta de politicas publicas faz os dados de violência crescerem cada vez mais, aumentando assim o número de relacionamentos abusivos, agressões e feminicídios. O que as mantem nesses tipo de relacionamento é a dependência emocional e a dependência financeira. Com isso, o presente a seguir irá mostrar o quão importante é um espaço na sociedade que ofereça meios de qualificação que possa capacita-las e incentiva-las a se empoderar e buscar sua própria independência. Ressaltando que só um atendimento digno e eficaz é capaz de proteger as vitimas e encoraja-las a iniciar um processo jurídico e buscar ajuda psicológica. Para isso, me proponho a criar um espaço que ajude as vitimas a se restabelecerem na vida, contando com uma boa arquitetura e a busca incessante da igualdade de gênero. Palavras-chave: Mulher; Violência; Doméstica; Feminicidio; Patriarcado; Igualdade.

ABSTRACT The present work refers to a very recurring theme nowadays, women who suffer domestic violence. Since the beginning of civilizations as women, they have suffered from busy sponsorship within their homes. We grew up in a society with structural machines and the lack of public policies causes the data on violence to grow more and more, thus, the number of abusive cases, aggressions and feminicides. What as a type of relationship is emotional dependence and financial dependence. With this, the next job will show how important it is a space in society that offers means of qualification that can train and encourage them to empower themselves and seek their own independence. Emphasizing that a dignified and effective service is able to protect victims and encourages them to start a legal process and seek psychological help. To this end, I propose the creation of a space that will be created as victims to restore life, with good architecture and an unremitting search for gender statistics. Keywords: woman; Violence; Domestic; Femicide; Patriarchate; Equality.


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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Ilustração 1 – Mulher vitima de violência..........................................................................................................Capa Ilustração 2 - Punhos cerrados ...........................................................................................................................7 Ilustração 3 – União Feminina..............................................................................................................................9 Ilustração 4 - Mulher de costas...........................................................................................................................10 Ilustração 5 - Mulher chorando............................................................................................................................22 Ilustração 6 – Mulheres.......................................................................................................................................24 Ilustração 7 - Mulher sendo pisada.....................................................................................................................44 Ilustração 8 - Estereótipos de mulher..................................................................................................................54

LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Parâmetros de parcelamento do solo...................................................................................................................31 Tabela 2 – Parâmetros de ocupação, exceto de Quota Ambiental .......................................................................................31 Tabela 3 – Parâmetros de ocupação, exceto de Quota Ambiental........................................................................................31 Tabela 4 – .Registros de Atendimento do canal 180 de 2009 a 2017....................................................................................60 Tabela 5– .Áreas do CRM Eliane Grammont........................................................................................................................83 Tabela 6 – .Áreas do Térreo ................................................................................................................................................96 Tabela 7 – .Áreas do 1 Pavimento ...................................................................................................................................... 96 Tabela 8 – Áreas do 1 Pavimento ...................................................................................................................................... 97 Tabela 9 – Áreas do 2 Pavimento ...................................................................................................................................... 97 Tabela 10 – Áreas do 3 Pavimento ......................................................................................................................................97 Tabela 11 – Áreas 4 Pavimento ...........................................................................................................................................97 Tabela 12 – Áreas do 5 Pavimento ......................................................................................................................................97 Tabela 13 – Áreas do 6 Pavimento ........ .............................................................................................................................98 Tabela 14 – Áreas do Subsolo. ........................................................................................................................................... 98 Tabela 15 – Tabela de classificação das edificações quanto a ocupação ou uso .............................................................. 99 Tabela 16 – Tabela de Dados para o dimensionamento das saídas de emergência ........................................................... 99 Tabela 17 – Tabela de Número mínimo de saídas e tipos de escadas de emergência por ocupação ................................ 100 Tabela 18 – Tabela do Cálculo de tráfego nos elevadores ................................................................................................. 101 Tabela 19 – Tabela de cargas e vão máximo MF 70 laje metálica ......................................................................................106 Tabela 20 – Tabela de cargas e vão máximo MF 50 laje metálica ......................................................................................109


LISTA DE FOTOS

Fotos 1 – Rua Santa Catarina......................................................................................................................................................................................37 Foto 2 - Rua Santa Catarina.........................................................................................................................................................................................37 Foto 3 - Rua Antônio Macedo......................................................................................................................................................................................37 Foto 4 - Rua São Jorge................................................................................................................................................................................................37 Foto 5 - Rua São Jorge................................................................................................................................................................................................37 Foto 6 -Rua Benedito Dos Santos................................................................................................................................................................................37 Foto 7 - Bairro Tatuapé Antigamente.............................................................................................................................................................................42 Foto 8 – Tipologia Das Casas Do Bairro Tatuapé Antigamente....................................................................................................................................42 Foto 9 – Mulher Agredida Sendo Silenciada.................................................................................................................................................................49 Foto 10 – Andreia Alves Feitosa Após Uma Tentativa De Assassinato.........................................................................................................................50 Foto 11 – Andreia Feitosa Antes Das Agressões..........................................................................................................................................................53 Foto 12 – Foto Tirada Da Vitima Quando Estava No Hospital......................................................................................................................................53 Foto 13 – Andreia Feitosa Atualmente..........................................................................................................................................................................53 Foto - 14 – Mulher Agredida Silenciada........................................................................................................................................................................57 Foto 15 - Maria Da Penha Discursando Ao Lado Da Ministra Do Supremo Tribunal, Ellen Grace; E Do Presidente Lula, No Dia Da Sanção Da Lei Que Leva Seu Nome..............................................................................................................................................................................................59 Foto 16 – Foto Da Digital Influencer Nina Gabriela............................................................................ ..........................................................................65 Foto 17 – Foto De Uma Mulher Sorrindo .....................................................................................................................................................................65 Foto 18 – Curvas De Uma Mulher ...............................................................................................................................................................................65 Foto 19 – Cintura De Uma Mulher ..............................................................................................................................................................................65 Foto 20 – Globeleza Nayara Justino ...........................................................................................................................................................................65 Foto 21– Mulher Negra Com Cabelo Black Power . ...................................................................................................................................................65 Foto 22 – Frida Khallo.. ...............................................................................................................................................................................................67 Foto 23 – Telhado Verde......................... ...................................................................................................................................................................73 Foto 24 - Aplicação Da Lã De Vidro ............................................................................................................................................................................73 Foto 25– Telhado Verde.. ............................................................................................................................................................................................74 Foto 26– Brises Coloridos ..........................................................................................................................................................................................77 Imagem 27 – Filtro Fotovoltaico Opv .........................................................................................................................................................................78 Foto 28 -´Estacionamento Da Cmb Sp ......................................................................................................................................................................81 Foto 29 -´Área Externa - Cmb Sp Sp ........................................................................................................................................................................81 Foto 30 -´Fachada Da Cmb Sp Sp ...........................................................................................................................................................................81 Foto 31 Hall De Atendimento Da Cmb Sp Sp ...........................................................................................................................................................82 Foto 32 – Hall De Atendimento Da Cmb Sp Sp ......................................................................................................................................................82 Foto 33 – Sala De Oficinas Cmb Sp .........................................................................................................................................................................82 Foto 34 – Circulação.................................................................................................................................................................................................84 Foto 35 – Banheiros..................................................................................................................................................................................................84 Foto 36 – Sala De Espera.........................................................................................................................................................................................84 Foto 37 – Sala De Atendimento Psicológico.............................................................................................................................................................84 Foto 38 – Fachada Crm............................................................................................................................................................................................84 Imagem 39 – Pátio Interno – Fachada......................................................................................................................................................................86 Foto 40 - Detalhe Da Cobertura Metálica................................................................................................................................................................. 87 Foto 41 – Foto Tirada Do Pátio Interno.................................................................................................................................................................... 87 Foto 42 –Perspectiva Externa.................................................................................................................................................................................. 87 Foto 43 – Fachada Interna .......................................................................................................................................................................................87

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LISTA DE ABREVIATURAS A A.C – Antes de Cristo ART. – Artigo

C CEJIL – Centro de Justiça e Direito Internacional CIDH - Comissão Interamericana de Direitos Humanos CMB – Casa da Mulher Brasileira CNJ -Conselho Nacional de Justiça CPMI - Comissão parlamentar de inquérito CPTM- Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CEU - Centros Educacionais Unificados

D DDM – Delegacia da Mulher

O ODS - OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTOS SUSTENTAVEIS OEA - Organização dos Estados Americanos OMS – Organização Mundial da Saúde

P PDE – Plano Diretor Estratégico PLANMOB - Plano de Mobilidade de São Paulo;

S SENAI -Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SIAM Sistema integrado de atendimento a mulher

U UNIP – Universidade Paulista


LISTA DE IMAGENS Imagem 1 – Perspectiva vista de cima do entorno imediato do terreno .......................................................................................................36 Imagem 2 – Implantação do terreno .............................................................................................................................................................36 Imagem 3 – Modelo Ecológico dos principais fatores relacionados ao risco de violência doméstica por parceiro intimo ...........................47 Imagem 4 – Campanha para que as mulheres e cidadãos denunciem os maus tratos através do canal 180 .............................................60 Imagem 2– Fluxo do atendimento pelo canal 180 ........................................................................................................................................61 Imagem 5– Fluxograma de denuncia ............................................................................................................................................................62 Imagem 6– Estudo da Forma ........................................................................................................................................................................66 Imagem 7– Estudo da Forma ........................................................................................................................................................................66 Imagem 8– Estudo da Forma ........................................................................................................................................................................67 Imagem 9– Estudo da Forma ........................................................................................................................................................................66 Imagem 10– Estudo da Forma .......................................................................................................................................................................66 Imagem 11– Estudo da Forma .......................................................................................................................................................................66 Imagem 12 – Analise da posição do sol as 8:00hrs a.m ................................................................................................................................71 Imagem 13– Analise da posição do sol as 12:00hrs.......................................................................................................................................71 Imagem 14– Analise da posição do sol as 17:00hrs a.m................................................................................................................................71 Imagem 15– Analise de insolação...................................................................................................................................................................71 Imagem 16– Análise da incidência solar na fachada Oeste das 12hrs as 18hrs em todas as estações do ano............................................71 Mapa 17 – Análise da incidência solar na fachada Oeste das 12hrs as 18hrs em todas as estações do ano...............................................71 Imagem 18 – Rosa dos Ventos.......................................................................................................................................................................72 Imagem 19 – Analise do Vento ......................................................................................................................................................................72 Imagem 20 – Analise do Vento .....................................................................................................................................................................72 Imagem 21 – Analise do Vento no Subsolo ...................................................................................................................................................72 Imagem 24 – Detalhe do corte esquemático do telhado Verde......................................................................................................................77 Imagem 25 – Volumetria do edifício ..............................................................................................................................................................77 Imagem 26 - Brises coloridos ......................................................................................................................................................................77 Imagem 27 – Croqui da planta baixa do CRM Eliane Grammont .................................................................................................................83 Imagem 28 – Planta baixa térreo e superior setorizada ...............................................................................................................................86 Imagem 29 – Fluxograma do projeto ............................................................................................................................................................91 Imagem 30 – Diagrama com setorização .....................................................................................................................................................92 Imagem 31 – Reservatório superior de água potável .................................................................................................................................102 Imagem 32 – Implantação da guarita com detalhes construtivos................................................................................................................103 Imagem 33 – Implantação do térreo com detalhes construtivos..................................................................................................................103 Imagem 34 – Maquete estrutural ................................................................................................................................................................104 Imagem 35 – Maquete estrutural com identificação da guarita ...................................................................................................................104 Imagem 36 – Maquete estrutural com identificação do núcleo rígido...........................................................................................................104 Imagem 37 – Maquete estrutural vista de dentro.........................................................................................................................................104 Imagem 38 – Estudo da área de influência do pilar.....................................................................................................................................105 Imagem 39 – Identificação do pilar mais carregado.....................................................................................................................................105 Imagem 40 – Dimensão da telha metálica 70..............................................................................................................................................106 Imagem 41 – Materiais utilizados na laje Steel Deck...................................................................................................................................106

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Imagem 42 – Dimensionamento Da Telha Metálica ..................................................................................................................................107 Imagem 43 – Laje Do Corte Bb – Brinquedoteca......................................................................................................................................107 Imagem 44 – Especificação Das Siglas Da Viga ‘’I’’ Metálica ...................................................................................................................108 Imagem 45 – Viga No Corte Aa – Biblioteca ............................................................................................................................................109 Imagem 46 – Analise De Fatores Para Dimensionamento Do Vidro .........................................................................................................110 Imagem 47– Analise Do Gráfico ...............................................................................................................................................................110 Imagem 48– Detalhe Do Perfil Metálico ...................................................................................................................................................110 Imagem 49– Acessórios De Montagem....................................................................................................................................................110 Imagem 50– Volumetria Noroeste ...........................................................................................................................................................132 Imagem 51– Volumetria Sudoeste...........................................................................................................................................................132 Imagem 52– Entrada Principal.................................................................................................................................................................133 Imagem 53– Volumetria Nordeste ..........................................................................................................................................................133 Imagem 54– Praça Pública .....................................................................................................................................................................134 Imagem 55 – Praça Interna.....................................................................................................................................................................135 Imagem 56– Quadra E Arquibancada......................................................................................................................................................135 Imagem 57– Playground ........................................................................................................................................................................136 Imagem 58– Terraço ..............................................................................................................................................................................137 Imagem 59 - Hall Do Instituto .................................................................................................................................................................................................138 Imagem 60 – Sala De Espera Do Hall ....................................................................................................................................................................................138 Imagem 61– Sala De Aula Teórica..........................................................................................................................................................................................138 Imagem 62 - Entrada Para Os Cursos ...................................................................................................................................................................................138

LISTA DE MAPAS Mapa 1 – Mapa do Estado de São Paulo de 2017.......................................29 Mapa 2 – Mapa da Subprefeitura da Mooca................................................29 Mapa 3 – Mapa do Distrito Tatuapé..............................................................29 Mapa 4 – Mapa do entorno imediato do meu terreno...................................29 Mapa 5 – Mapa de Legislação......................................................................30 Mapa 6 – Mapa do Sistema Viário................................................................32 Mapa 7 – Mapa de Áreas Verdes ................................................................33 Mapa 8 – Mapa de Uso do Solo...................................................................34 Mapa 9 – Mapa de Euipamentos .................................................................34 Mapa 10 – Mapa de Gabaritos ....................................................................35 Mapa 11 – Mapa Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras ......38 Mapa 12– Ortofoto da PMSP de São Paulo de 2017...................................43 Mapa 13 – Mapa Sara de São Paulo de 1930 .............................................43 Mapa 14 – Vasp Cruzeiro de São Paulo de 1954.........................................43 Mapa 15– Mapa de Vegetação de São Paulo de 1988 ...............................43 Mapa 16 – Implantação com entorno imediato............................................81 Mapa 17 – Implantação CRM .....................................................................83 Mapa 18 – Cidade Tel Aviv, em Israel .........................................................85 Mapa 19 – Terreno ......................................................................................95



SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................ 22 1.1 OBJETIVOS GERAIS ........................23 1.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS........... 23 2. JUSTIFICATIVA....................................25 3. METODOLOGIA DA PESQUISA........25

1.

LEITURA URBANA

1.1 Legislação........................................30 1.2 Sistema Viário .................................32 1.3 Áreas Verdes....................................33 1.4 Uso do Solo e Equipamentos.........34 1.5 Gabarito............................................35 1.6 O Terreno..........................................36 1.7 Propostas.........................................38

1.

2.

HISTÓRICO

2. Histórico do Bairro........................................42 2.1 Evolução Urbana.........................................43 2.2 Tema.............................................................45 2.2.1 O que é violência Doméstica..................46 2.2.2 Entrevista.................................................51 2.2.3 Histórico da violência contra mulher.....55 2.2.4 Feminicídio...............................................58 2.2.5 Lei Maria da Penha Nº 11.340/2006........59 2.2.6 Medidas Protetivas..................................60 2.2.7 Como Funciona a Denuncia...................61


3.

CONCEITOS E REFERÊNCIAS

3.1 Partido Arquitetônico ........................65 3.2 Conceito da Forma.............................66 3.3 Conceito do Nome..............................68 3.4 Analise de Conforto Ambiental..........69 3.4.1 Analise solar.....................................71 3.4.2 Analise do Ventos............................72 3.4.3 Analise Acustica..............................73 3.5 Propostas Sustentaveis.....................75 3.5.1 Energia Limpa..................................78 3.6 Estudos de Caso.................................80 3.6.1 Casa da Mulher Brasileira...............81 3.6.2 CRM Eliane Grammont....................83 3.6.3 Abrigo em Israel..............................85

4.

PROGRAMA ARQUITETÔNICO

5.

LOCAL DE INTERVENÇÃO

5.1 Dados do Projeto........................................95 5.2 Tabela de Áreas..........................................96 5.3 Memorial de Cálculos – Escada................99 5.4 Memorial de Cálculos – Elevador............101 5.5 Memorial de Cálculos – Reservatórios...102

6.

O projeto

6.1 Plantas.....................................................114 6.9 Cortes ..................................................... 122 6.12 Fachadas................................................128 6.16. Volumetrias...........................................133

4.1 Programa de Necessidades ........................91 4.2 Fluxograma...................................................91 4.3 Setorização...................................................92 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................142 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................144


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1.

Introdução

A violência doméstica é um problema muito frequente nos lares brasileiros visto que a mulher sempre foi vista como a parte frágil do relacionamento e por motivos como: ciúmes, possessão, machismo, patriarcado, entre outros fatores, a mulher acaba ocupando essa função e é submetida a diversos tipos de violência. Um dos motivos que levam as mulheres a permanecerem nessa situação é a vulnerabilidade na qual elas se encontram, pois na maioria das vezes elas dependem financeiramente do cônjuge ou tem medo do que o agressor possa fazer caso ela realize uma denúncia. Essas questões que deixam a mulher vítima de violência doméstica em um quadro de vulnerabilidade social e emocional é o que me impulsiona a elaborar um Centro de Capacitação às mesmas, localizado na rua São Jorge, próximo a Avenida Celso Garcia. Após averiguar que a zona leste estava defasada de um equipamento publico voltado à saúde da mulher adequado, optei por um terreno no bairro do Carrão por se tratar de um espaço que está crescendo e passando por transformações significativas. Próximo ao metrô Carrão existe uma DDM, porém ela não conta com nenhum centro de referencia prestar a assistência necessária no estágio pós-denuncia, o que me impulsiona a elaborar um projeto que atenda essa necessidade.

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1.1 OBJETIVOS GERAIS ▪ Fornecer segurança e proteção às vitimas. ▪ Incentivar a independência emocional. ▪ Promover meios de qualificação, para incentivar a independência financeira ▪ Incentivar o empoderamento e autoestima. ▪ Fornecer

Ilustração 5 - Símbolo da igualdade de gênero

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ▪ Fornecer um local confortável e seguro onde elas se sintam protegidas pra realizar a denúncia. ▪ Oferecer atendimentos básicos de saúde, tais como de emergência médica, consultas de saúde intima. atendimento odontológico e atendimento psicológico. ▪ Oferecer atendimento jurídico com delegadas especializadas e defensoras públicas, onde elas poderão denunciar e dar sequência ao processo contra o agressor.

▪ Contribuir com a independência financeira, proporcionando cursos de capacitação para qualifica-las para o mercado de trabalho. ▪ Encaminha-las a lugares especializados, onde poderão se candidatar a vagas de trabalho na sua área. ▪ Fornecer espaço seguro para seus filhos de 0 à 5 anos enquanto as mesmas estiverem nas aulas. ▪ Empoderá-las oferecendo oficinas, palestras, aulas de defesa pessoal, dança, meditação, visando a segurança, confiança, bem estar e lazer dessas mulheres.

Fonte: Nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2017/06/Glossario-ODS-5 – Acessado em 12/05/2020

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2.JUSTIFICATIVA A escolha do meu tema é decorrente ao número alarmante de casos de violência doméstica no Brasil e no mundo.

As agressões não diminuem, pelo ao contrario só aumentam ano após ano, como pode ser analisado nos gráficos a seguir: Gráfico 2 – Número de agressões contra mulheres em 2014

Segundo uma reportagem da Folha de 2017, foram disponibilizados dados pelo Ministério da Saúde que comprovam um dado alarmante, onde a cada 4 minutos pelo menos uma mulher é agredida no Brasil Como um dos fatores que levam as mulheres vitimas de violência a se submeterem a relacionamentos abusivos regados a agressões físicas e verbais, é a falta de autonomia financeira, me dispus a elaborar um centro assistencial à essas mulheres, que além de fornecer os serviços básicos de atendimento emergencial e jurídico, vai proporcionar a elas uma oportunidade de se recolocar no mercado de trabalho, se qualificando através de cursos, para que assim elas adquiram sua independência financeira.

Gráfico 5 – Número de agressões contra mulheres em 2017

Fonte: Sinan/ Ministério da Saúde, acesso no site folha.uol em 2020 Gráfico 6 – Número de agressões contra mulheres em 2018

Fonte: Sinan/ Ministério da Saúde, acesso no site folha.uol em 2020 Gráfico 3 – Número de agressões contra mulheres em 2015

Fonte: Sinan/ Ministério da Saúde, acesso no site folha.uol em 2020

3.METODOLOGIA

Sabendo que o conhecimento é a chave da libertação, o intuito é capacitar essas mulheres e encoraja-las e se empoderar, com o auxilio de uma arquitetura projetada parar proporcionar o máximo de segurança e conforto possível.

Fonte: Sinan/ Ministério da Saúde, acesso no site folha.uol em 2020

Gráfico 1 – Número de violências registradas em 2018

Gráfico 4 – Número de agressões contra mulheres em 2016

A metodologia desenvolvida para o este trabalho foram pesquisas bibliográficas para entender a origem da violência contra mulher. Pesquisas em sites para levantar dados atuais a respeito da violência domestica e índices de feminicídios. Questionários com mulheres que vivenciaram de forma direta ou indireta a esse cenário. Pesquisa de campo em centro de referências para entender o funcionamento do local.

Fonte: Sinan/ Ministério da Saúde, acesso no site folha.uol em 2020 Fonte: Sinan/ Ministério da Saúde, acesso no site folha.uol em 2020, adaptado pela autora.

Entrevista com uma vítima de violência doméstica com o intuito de conhecer melhor como foi o processo da denuncia realizado por ela. Analise no Código de Obras do Estado de São Paulo e na PDE, para fazer meu projeto dentro dos parâmetros urbanísticos correto.

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Capítulo


LEITURA URBANA



Mapa 1 – Mapa do Estado de São Paulo de 2017

Mapa 2 – Mapa da Subprefeitura da Mooca

Mapa 3 – Mapa do Distrito Tatuapé

TATUAPÉ

Fonte: Geosampa, acesso em 2020 Sem escala

Fonte:https://www.encontramooca.co m.br/mooca/, acesso em 2020

Fonte: Elaborado pela autora

Mapa 4 – Mapa do entorno imediato do meu terreno

O terreno escolhido está localizado na Zona Leste do Município de São Paulo, na subprefeitura da Mooca (Mapa 2) que abrange os distritos: Pari, Brás, Belém, Mooca, Água Rasa e o Tatuapé, onde meu terreno se encontra, que pode ser identificado no Mapa 3. O terreno está no bairro Parque São Jorge, na Rua São Jorge com a Rua Santa Catarina, próximo de equipamentos público como A Unip, Senai Ttatuapé, Clube do Corinthians e o Hospital Municipal do Tatuapé. (Mapa 4). Ele es está próximo do plano de estratégico do Território CEU Carrão que está descrito na página 38 no mapa 11

Fonte: Geosampa, acesso em 2020 adaptado pela autora Sem escala Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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Mapa 5 – Mapa de Legislação

1.1 LEGISLAÇÃO O terreno está localizado na Zona Mista, zona da qual se pretende promover o uso residencial e não residencial com predominância no uso residencial de construções com gabaritos baixos e médios de diversos usos, evidenciando a preservação da forma urbana. Os índices de zoneamento que vão ser utilizados no meu projeto, previsto para a Zona Mista, permite uma taxa de ocupação de até 2 e um coeficiente de aproveitamento de 70%. Pode ser construído um edifício de até 28 metros de altura respeitando os recuos laterais de 3 metros e frontais de 5 metros. Itens constatados na tabela 1 e 2 da página 31. Conforme observado na Tabela 3, o terreno encontra-se no perímetro de qualificação ambiental PA1, que significa que 25% da área do meu terreno deve ser área permeável.

Fonte: Geosampa, acesso em 2019, Modificado pelo grupo LEGENDA

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Tabela 1 – Parâmetros de parcelamento do solo

Fonte: Lei 16.402/16/quadro 2A, modificada pela autora

Fonte: Lei 16.402/16/quadro 3A, modificada pela autora Tabela 2 – Parâmetros de ocupação, exceto de Quota Ambiental

Fonte: Lei 16.402/16/quadro 3, modificada pela autora

Fonte: Lei 16.402/16/quadro 3A, modificada pela autora Tabela 3 – Parâmetros de ocupação, exceto de Quota Ambiental

Fonte: Lei 16.402/16/quadro 3A, modificada pela autora Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


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Mapa 6 – Mapa do Sistema Viário

1.2 SISTEMA VIÁRIO

Minha área de intervenção está localizado próxima a duas vias arteriais importantes, a Av Radial Leste a Avenida Celso Garcia, ela fazem a ligação do bairro ao centro, o que facilita o acesso até o meu edifício, pois muitas linhas de ônibus passam por essas avenidas. A estação de metro mais próxima é a do Carrão localizada a 1,1km de distância.

Fonte: Geosampa, acesso em 2019, Modificado pelo grupo

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Mapa 7 – Mapa de Áreas Verdes

1

1.3 ÁREAS VERDES

O entorno do terreno escolhido possui massas arbóreas bastante significativas como podem ser obervadas no Mapa 7 ao lado.

São elas, o Parque do Piqueri, o Sport Clube Corinthians Paulista (1) , o Clube Esportivo da Penha, o Parque Municipal do Tatuapé Sampaio Moreira (2) que será o futuro CEU Carrão e o Parque Ceret.

2

São grandes áreas de lazer que proporcionam aos moradores do bairro mais qualidade de vida e servem como refúgio em uma região que cresceu de forma intensa e rapidamente.

Fonte: Geosampa, acesso em 2019, Modificado pelo grupo

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34 1.4 USO DO SOLO E EQUIPAMENTOS

Mapa 8 – Mapa de Uso do Solo

Mapa 9 – Mapa de Equipamentos Públicos

O distrito Tatuapé possui diversos usos como centros comerciais, shoppings, escolas, hospitais, delegacias, faculdades. entre outros. Porém o que predomina é o residencial. Meu entorno imediato possui alguns comércios, equipamentos institucionais como a UNIP, e a escola técnica SENAI, Orlando Laviero Ferraiuolo. Equipamentos de lazer como o clube do Corinthians e Teatros. Há bem próximo uma DDM, integrada a uma delegacia da polícia civil, ela fica localizada ao lado do metro Carrão e será extremamente útil para o meu projeto pois irá estabelecer uma ligação com meu edifício.

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Mapa 10 – Mapa de Gabaritos

1.5 GABARITO

A maioria das edificações do entorno do meu terreno é de até 2 pavimento, entretanto tem edifícios notáveis que superam os 9 pavimentos, como a UNIP e edifícios residenciais acima de 15 pavimentos.

Fonte: Geosampa, acesso em 2019, Modificado pelo grupo

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Imagem 1 – Perspectiva vista de cima do entorno imediato do terreno

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1.6 O terreno O terreno que escolhi para o meu projeto esta localizado na Rua São Jorge, no distrito do Tatuapé. Atualmente o terreno é ocupado por um estacionamento e como não está cumprindo sua função social optei por ocupa-lo com um equipamento urbano para atender a população local. Meu projeto tem como intuito proporcionar um equipamento de atendimento à mulheres vitimas de violência e a relação da edificação com o entorno se da por meio de uma praça publica na frente do meu terreno, com o intuito de proporcionar mais qualidade de vida para a população local, fornecendo um espaço de convívio com bastante área verde. Outro objetivo é incentivar a utilização de transporte público, pois ele está localizado próximo a Avenida Celso Garcia, da qual é atendida por uma diversidade de linhas de ônibus, e da Avenida Radial Leste que além de ter acesso à ônibus, possui o metrô e o terminal de ônibus Carrão.

Fonte: Google Earth, acesso em 2020, editado pela autora Imagem 2 – Implantação do terreno

FRAGILIDADES

3

Por ser uma área que cresceu de forma desenfreada, há poucas áreas verdes com o paisagismo adequado.

O sistema viário também se encontra precário, não atendendo as necessidades locais, causando muitos congestionamentos.

4

1

Poucos equipamentos de lazer e cultura nessa região.

2

POTENCIALIDADES Próximo a linhas de ônibus, metrô e terminais, o que facilita a utilização do transporte público.

Fonte: Google Earth, acesso em 2020, editado pela autora Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


1

Fotos da Rua Santa Catarina

2

Foto 1

Fotos da Rua Antônio Macedo

Foto 3

Foto 2

3

4

Fotos da Rua São Jorge Foto 4

Foto 5

Fotos da Rua Benedito dos Santos Foto 6

Fonte: Google Earth Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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1.7 PROPOSTAS URBANAS A área escolhida está localizada próxima ao Território CEU Carrão (Mapa 11) que compreende o eixo de estruturação da transformação urbana (ZEU), determinado pelo PDE (Lei 16.050/14) e Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo - LPUOS (Lei 16.402/16), que está relacionado à Linha 3 Vermelha do Metrô e ao Corredor de Ônibus Planejado na Av. Radial Leste (Av. Alcântara Machado e R. Melo Freire), segundo o Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras Perímetros de Ação da Mooca. Como há muitos equipamentos nesse território, a implementação do CEU irá promover uma grande interação nessa área. A intenção é estabelecer uma conexão norte e sul do distrito Tatuapé que hoje é dividida pela barreira da ferrovia das linhas do Metrô e da CPTM.

Objetivos ▪ Promover o desenvolvimento econômico com comércios e serviços locais.

▪ Melhorar os espalços públicos, principalmente os que estão ligados aos equipamentos públicos, transportes públicos e centralidades. ▪ Atender as demandas de lazer e esportes. ▪ Solucionar os problemas de saneamento ambiental, ressaltando a drenagem de águas pluviais. ▪ Melhorar a acessibilidade e mobilidade de acordo com o PLANMOB. ▪ Melhorar a segurança pública. ▪ Estimular o uso de praças públicas através da qualificação do paisagismo. ▪ Adequar o sistema viário, melhorando os conflitos causados pelo trânsito intenso. ▪ Incentivar o uso de transporte público,

Mapa 11 – Mapa Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras

Fonte:gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br, acesso em 2020 Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA



Capítulo


histórico


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2.1 HISTÓRICO O distrito Tatuapé foi uma das primeiras regiões a cultivar vinícolas, sendo a primeira instalada em 1551 por Brás Cubas, o que se tornou a principal fonte de economia do bairro e teve o auge no fim do século XIX quando imigrantes italianos instalaram suas vinícolas. O distrito foi dividido de forma desigual. Separado ao meio pela linha férrea, durante a metade do século XIX o lado norte tornou-se uma região industrializada, onde abrigava fábricas de empresas como por exemplo, o Grupo Vicunha, Bosch, Itautec/Philco e Souza Cruz. E a parte sul era toda dedicada a pratica rural, com muitas fazendas e chácaras. Já na segunda metade do século XX, essas chácaras foram dando lugares para os condomínios residenciais de médio e alto padrão, visto que a cidade vinha crescendo de forma acelerada. Isso atraiu para lá famílias com maior poder aquisitivo e incentivou o surgimento dos comércios locais e de áreas de lazer. Enquanto o norte se destacou como uma região de comércios populares, residências de gabarito baixo e galpões vazios devido ao fechamento de algumas industrias, que no final da década de 90 começou a ser desapropriado e passou a virar residências. Atualmente o Tatuapé possui duas estações de metrô, a Estação Carrão e a Estação Tatuapé metrô e CPTM e possui dois shopping centers, o Shopping Metrô Tatuapé que foi inaugurado em 1997 e o Shopping Boulevard, inaugurado em 2007.

Foto 7 – Bairro Tatuapé Antigamente

Foto 8 – Tipologia das casas do bairro Tatuapé antigamente

Foto 6

Fonte: http://vivatatuape.com.br/, acesso em 2020

Fonte: http://vivatatuape.com.br/, acesso em 2020

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2.2 EVOLUÇÃO URBANA

Mapa 13 – Mapa Sara de São Paulo de 1930

O Tatuapé sofreu mudanças significativas ao longo dos anos. Uma dela foi a canalização do Rio Tietê, o que pode ser observado na figura 5, onde mostra que em 1954 o Rio já havia dando espaço para o desenvolvimento da cidade. Já na figura 6 vemos claramente o crescimento do bairro, e que o rio sofreu mais alterações. Com o avanço da industrialização, a cidade de São Paulo foi se adaptando ao crescimento desenfreado, para isso precisava de espaço por isso canalizou-se os rios, verticalizou-se as edificações, as chácaras e galpões foram dando lugares as moradias e comércios e com isso as áreas verdes também ficaram defasadas. O parque do Piqueri era uma chácara existente desde 1927 (Mapa 14) . E em 1978 (Mapa 15 foi inaugurado o parque, após uma parte da chácara ter sido vendida. Atualmente com 97.272 metros quadrados, possui espécies arbustivas, herbáceas ornamentais, árvores de reflorestamento com Eucaliptos, alamedas de sibiprunas e árvores nativas como palmeiras, paineiras e alecrins de campina, e há também uma vegetação exótica como bambus e esptódeas.

Fonte: Geosampa, acesso em 2020, adaptado pela autora Mapa 14 – Vasp Cruzeiro de São Paulo de 1954

Mapa 12– Ortofoto da PMSP de São Paulo de 2017 Fonte: Geosampa, a cesso em 2020, adaptado pela autora Mapa 15– Mapa de Vegetação de São Paulo de 1988

Fonte: Geosampa, acesso em 2020, adaptado pela autora Fonte: Geosampa, acesso em 2020, adaptado pela autora Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

Parque Piqueri

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2.2 tema


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2.2.1 O QUE É VIOLÊNCIA DOMÉSTICA A violência doméstica é o abuso físico ou psicológico causado por um membro da família, com o objetivo de controlar o mesmo. Na maioria dos casos de violência doméstica, a mulher é a vítima e a maioria dos agressores são seus companheiros, sejam eles namorados, noivos, maridos ou ex-cônjuges. Há vários tipos de violência, tais como: violência patrimonial - qualquer ação que representa a subtração dos bens, onde um se apossa dos bens da outra pessoa ou a influência para apoderar-se de parte do seu patrimônio. Violência sexual - se configura por qualquer ato sexual feito sem o consentimento da outra pessoa, sendo ela sua cônjuge ou não. Violência física - qualquer tipo de ato violento contra a mulher, pode ser empurrões, tapas, chutes, agressões com objetos e etc. Violência moral - que consiste em calunias e difamações contra a vítima. E a violência psicológica- quando o agressor faz a vítima se sentir inferior e sempre culpando-a pelos seus atos errôneos, humilhando e acabando com a sua autoestima. Todas ela são classificadas pela Lei Maria da Penha (11.304/2006). Na maioria das vezes a agressão não começa direto na violência física, ela nasce na violência psicológica, onde a vítima se sente inferiorizada e o agressor aproveita dessa fragilidade para aplicar o patriarcado. Quando a agressão parte do cônjuge, na maioria das vezes se iniciam a partir de um relacionamento abusivo, que diz respeito a um relacionamento onde a atitude de posse predomina, e por ciúmes ou vontade de ter o domínio da outra pessoa, a vítima é submetida à episódios de violência psicológica, brigas, proibições e humilhações. Com isso o amor passa a ser como um vício, onde a vítima sente a necessidade da presença do agressor em sua vida mesmo que ele lhe cause mal. Isso pode acontecer porque o agressor a convence de que ela não conseguirá viver sem ele, e em muitos casos por não se tratar de uma agressão física as mulheres se sentem recuadas a denunciar.

É muito rotineiro que o agressor tente culpar a vítima pelo seu ato, tentando apontar os fatores que o levaram a cometer tal crime pois o patriarcado está implantado na sociedade há muito tempo, ele vem de dissipando, porém lentamente, portanto é de extrema importância essa busca pela igualdade entre homem e mulher. “É preciso identificar e desnaturalizar noções e práticas que reiteram lugares bastante rígidos para homens e mulheres na sociedade, para desmistificar estereótipos e compreender os mecanismos da persistente desigualdade. Esses papéis rígidos fazem parte de uma cultura que está introjetada em todos nós e é permissiva e, ao mesmo tempo, reprodutora de violências.” Ana Flávia D’Oliveira, médica, pesquisadora e professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Há uma pesquisa da OMS a respeito da violência causada pelo parceiro que adota uma perspectiva chamada: modelo ecológico de geração da violência, onde são pautados fatores que influenciam em um episódio de violência. São considerados fatores individuais da vítima e do agressor e o meio social dos mesmos.

Nesse modelo são considerados os fatores individuais, tanto das vítimas quanto dos agressores, e também os relacionados à qualidade da relação entre eles e ao meio social em que vivem – desde o círculo mais íntimo dessas pessoas, da comunidade local, até um contexto mais amplo, como o do país ou da sociedade em que vivem.(figura 6) Confira ao lado fatores que se relacionam, gerando um maior risco de que a violência suceda:

Ainda hoje muitas pessoas acreditam no termo popular ‘’em briga de marido e mulher não se mete a colher’’ e presenciam agressões e não denunciam, porém é de extrema importância a contribuição da sociedade, com um denuncia pode-se salvar uma vida.

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Imagem 3 – Modelo Ecológico dos principais fatores relacionados ao risco de violência doméstica por parceiro intimo

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“Os círculos mais alargados são relativos à comunidade, à sociedade. Os fatores que estão lá dizem respeito à legislação, normas culturais, desigualdade entre homens e mulheres em termos de participação política, acesso à informação, nível salarial. Tais fatores gerais se relacionam com fatores individuais, que podem ser desencadeadores de violência, como ter sofrido violência na infância ou testemunhado abusos em família.” Ana Flávia D’Oliveira, médica, pesquisadora e professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP.

Fonte: Lori HEISE, 2011, acesso pelo dossies.agenciapatriciagalvao.org.br em 2019 Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


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A respeito do perfil de vítima ou agressor, não existe um genérico e ninguém está isento de passar por essa situação. Não existe uma classe social, opção sexual ou qualquer outro estereótipo que define um ou outro, o que deve ser “A violação dos direitos humanos das mulheres atravessa gerações e fronteiras geográficas e ignora diferenças de níveis de desenvolvimento socioeconômico. A violência está mais presente do que se imagina em diversas relações e acontece cotidianamente.” Jacira Vieira de Melo, diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.

Segundo um estudo realizado pelo Dossiê Agencia Patrícia Galvão, Há cinco fatores que prolonga a situação de violência:

1

A discriminação contra o sexo feminino desde os tempos antigos a mulher é colocada como secundaria pela sociedade.

2

O papel tradicional de mãe onde as mulheres colocam os filhos e o pai dos mesmos como prioridade evitando de realizar a denúncia, pois muitas vezes ela depende financeiramente ou tem medo de que algo aconteça a seus filhos. Segundo um balanço realizado pelo SPMPR em 2014 80% das vítimas que relatavam o problema tinham filhos e 64% deles presenciavam o ato de violência e quase 19% deles também eram vítimas das agressões

3

A ameaça de morte, caso acabe com a relação ou faça a denúncia onde a vítima não se sente protegida após a denúncia e prefere não fazer.

4

5

A promessa de mudança de comportamento, onde a vítima acredita no arrependimento do agressor, nesse caso a mulher não deve ser julgada e sim passar por um acompanhamento psicológico para entende-la e ajudá-la a passar por esses ciclos.

E o último fator mas não menos importante, é quando a mulher vai realizar a denúncia e é desencorajada seja por um conhecido ou pelos próprios funcionais da delegacia, alegando que a mulher teve alguma influência ou culpa na atitude do agressor.

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‘’...Uma vez eu comprei uma mesa, ela chegou e eu mesma montei, quando ele chegou em casa achou que eu tivesse chamado algum homem pra montar pra mim. Não acreditando que eu mesmo tinha montado, ele me bateu.’’ Andreia Alves Feitosa, 45 anos.


2.2.2 ENTREVISTA


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Realizei uma entrevista com uma mulher chamada Andreia Alves Feitosa, de 45 anos que reside na zona leste do município de São Paulo, em São Miguel Paulista.

Ela tem quatro filhos, Manuela de 11 anos, Mateus de 21 anos, Thais de 15 anos e Victor de 24 anos. O crime ocorreu dia 26 de setembro de 2016, quando seus filhos não estavam em casa e o cônjuge a agrediu cruelmente.

Entrevistadora: O que o agressor era seu? Vítima: Marido, estávamos juntos há 16 anos, porém não éramos casados ‘’no papel’’. Entrevistadora: Ele já havia te agredido antes? Vítima: Sim, por diversas vezes.

Entrevistadora: Já pensou em ir para algum abrigo sigiloso de proteção? Vítima: Não. Não acho justo ter que largar minha casa e ficar presa em um lugar.

Entrevistadora: Você já tinha denunciado ele antes? Vítima: Sim, já tinha 8 boletim de ocorrência contra ele.

Entrevistadora: Quais eram os motivos que ele alegava quando te batia? Vítima: Ele me batia por qualquer coisa. Uma vez eu comprei uma mesa, ela chegou e eu mesma montei, quando ele chegou em casa achou que eu tivesse chamado algum homem pra montar pra mim. Não acreditando que eu mesmo tinha montado, ele me bateu.

Entrevistadora: Por que não se separava dele? Vítima: Após as brigas ele voltava com promessas de mudanças, ia ficando na casa até tudo voltar ao normal.

Entrevistadora: Ele bebia? Vítima: Sim, e usava drogas. Isso piorava pois fazia ele ver coisas onde não tinham.

Entrevistadora: E por que você aceitava? Vítima: A gente sempre acredita que eles podem mudar.

Entrevistadora: Me conta como foi a última agressão. Vítima: Ele havia saído, quando chegou em casa tinha uns amigos do meu filho em casa conversando comigo, ele alegou que eu estava com um ‘’vestidinho muito curto’’. Ele ficou furioso, agrediu eles e veio para cima de mim. Me deu um soco e eu apaguei, só me lembro de acordar no hospital.

Entrevistadora: Quando começaram as agressões? Vítima: Após 4 anos de relacionamento.

Entrevistadora: Você se sentia dependente dele? Vítima: Um pouco financeiramente por não poder trabalhar porque tenho uma filha com necessidades especiais, mas os filhos não foi o motivo que me manteve no relacionamento. Entrevistadora: Como foram as outras denuncias que você fez? Vítima: Algumas em delegacias normais, outras em Delegacia da Mulher. Na maioria das vezes não foram eficazes. A vezes ele me ameaçava na frente do policial e nada era feito. O ambiente das delegacias não era muito acolhedor. Nem as pessoas do atendimento.

Entrevistadora: Quem te socorreu? Vítima: Uma vizinha disse que viu ele me chutando muito, apoiando as mãos na maquina de lavar e pisando no meu rosto sem parar. Foi quando ela pediu ajuda, e ele fugiu. Entrevistadora: Você acha que foi premeditado? Que a intenção dele era te matar? Vítima: Sim, ele já havia me ameaçado 3 dias antes, dizendo: ‘’olha bem esse rostinho no espelho.’’

Entrevistadora: Você sentia medo de ficar na sua própria casa? Vítima: Sim.

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Entrevistadora: Quanto tempo você ficou no hospital? Vítima: Fiquei 12 dias internada, o que eu tive foi um Trauma Le Fort grau 2 e 3 que causou um afundamento facial quebrando meu rosto em várias partes, a única que não quebrou foi a parte do queixo. Após um anos fiz outra cirurgia de reconstrução facial. Deveria fazer outra na região do olho mas desanimei.

Foto 11 – Andreia Feitosa antes das agressões

Foto 13 – Andreia Feitosa atualmente

Entrevistadora: Como acharam ele? Victor Ramires(filho): Fui até a casa da mãe dele, onde estavam escondendo ele. Após trocas de agressões físicas, chamei a policia que o levou preso. Entrevistadora: Quando e como foi o julgamento? Vítima: Após um ano. Além de toda a situação, a ex-cunhada dele testemunhou contra mim dizendo que eu tinha dado uma ‘’machadada’’ na cabeça dele. Porém não foi levado em consideração pelo juiz por se tratar de uma acusação falsa. O advogado dele ainda tentou alegar que eu era errada por estar com os amigos dos meus filhos em casa, sendo que meus filhos não estavam. O juiz o condenou por tentativa de feminicídio, de homicídio e por mais 2 artigos. Ele pegou 10 anos e continua preso até hoje.

Foto 12 – Foto tirada da vitima quando estava no hospital

Entrevistadora: Ele tenta ter algum contato com você? Vítima: Sim, ele manda cartas, mas não respondo. Entrevistadora: Como ficou sua autoestima depois disso? Vítima: Quando eu levantei e me olhei no espelho fiquei arrasada. Eu era vaidosa, adorava maquiar meus olhos, hoje não consigo minha pele tem alergia. Mas ainda passo meu ‘’batonzinho’’. Entrevistadora: Já frequentou algum CRM? Teve acompanhamento psicológico? Vítima: Após o acontecido fui encaminhada para Casa Jezabel, tive alguns atendimentos psicológicos mas parei após um tempo. Prefiro fazer caminhada e as terapias em grupo. Entrevistadora: Quais sequelas emocionais ficaram após tudo isso? Como é para você pensar em ter um novo relacionamento hoje? Vítima: Não consigo me relacionar com ninguém atualmente, até tentei conhecer uma pessoas mas tenho vergonha de tudo que aconteceu. Não gosto que ninguém toque muito em mim e nem fale alto. Se vejo ou ouço falar de alguma agressão contra mulheres fico muito emocionada e choro.

Fonte: Acervo da vitima disponibilizado para autora em 2020

Fonte: Facebook, postada em 2016, acesso em 2020

Fonte: Acervo da vitima disponibilizado para autora em 2020

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2.2.3 HISTóRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER Desde o princípio é destinado à mulher um papel secundário na sociedade, as funções estavam limitadas aos serviços de casa e o cuidado do filho e do marido, o que tornavam elas submissas aos pais e ao marido. A religião vem desde sempre inferiorizando a mulher em relação ao homem. Na Bíblia Sagrada diz que a mulher deve ser submissa ao seu marido, obedecendo ele assim como a igreja obedece à Cristo. No Alcorão – Livro sagrado dos mulçumanos - Diz que ‘’Os homens são os encarregados das mulheres pois Deus preferiu eles, do que elas por que eles as sustentam. ‘’ E diz ainda: ‘’Os maridos que sofram desobediência das suas esposas podem castigá-las, deixálas sozinhas nos seus leitos e inclusive golpeá-las” (Surata IV, 34 (38); Cf. Surata 2ª, 228). Outro livro sagrado é o Rig-Veda – A bíblia dos Brâmanes, que faziam parte da elite religiosa na Ìndia antiga – Ele descreve as etapas da vida de uma mulher, onde quando criança devia se submeter ao seu pai, após se casar, ao seu marido e se o mesmo falecesse ela deveria depender dos seus filhos, e se caso não houvesse, deveria ser subordinada a algum parente do marido por parte paterna, mas jamais ficar independente e sozinha. Esse livros eram escritos e passados para a sociedade dizendo que essa era a vontade de Deus, eles tem cunho machista porque foram escritos por homens e essa era a vontade deles do momento. Logo, naquela época quando a mulher buscava independência não estava indo apenas contra a vontade de seus pais ou marido mas sim contra a vontade divina, da qual eles diziam pertencer. Outro fator que mostrava nitidamente essa desigualdade é o político. Quando os povos começaram a formar sociedades foram necessárias leis que os disciplinassem, elas variavam de grupo para grupo porem o que tinha em comum era o fato de deixar a mulher em segundo plano e sempre subordinada aos homens. Os Sumérios que se localizavam na antiga Mesopotâmia em aproximadamente 3.000 A.C, foi o primeiro povo a se organizar, eles fizeram grandes avanços, desenvolveram o sistema de pesos e medidas. Enquanto a maioria da população vivia ainda em florestas, eles estavam construindo cidades, fazendo leis, criando moedas e dividindo o dia em 24 horas e essas horas em minutos e segundos. Porém mesmo se tratando de uma sociedade tão bem desenvolvida, a mulher suméria era praticamente uma escrava doméstica. Se a mulher rejeitasse o marido, dava a ele o direito de joga-la no rio, porem se fosse ao contrário, caso o marido não quisesse mais sua esposa, ele podia dar uma pequena quantia em dinheiro para ele manda-la embora.

Em Esparta, as mulheres não eram vistas com discriminação, eram tratadas como os homens, pois era uma população que vivia em regime militar onde todos eram preparados desde cedo para as batalhas. E como os homens passavam muito tempo fora em decorrer das guerras, as mulheres tinham o direito de ter outro companheiro. Já na Roma, a situação era um pouco diferente, elas ainda eram subordinada aos homens, mas já possuíam o direito de estudar e do divórcio. Havia uma civilização chamada Celta, que era considerados bárbaros, o modo como homens e mulheres viviam, dividindo a função e buscando igualdade é a que mais se sobressai dentre as demais civilizações. Como foi retratado, desde os tempos passados as mulheres eram descriminadas pelas leis e religiões que insistiam em mantê-las em casa, inibindo sua presença em cargos públicos, empregos, politica, escolas e etc. O que gerou uma discrepância dos direitos entre os homens e as mulheres, sempre mantendo ela em segundo plano. Já atualmente a mulher vem ganhando seu lugar na sociedade, ocupando cargos de grandes empresas e em serviços que antes eram direcionados apenas aos homens, na política e tendo cada vez mais voz em um sentido geral. Mas isso só foi possível graças as mulheres que não aceitavam essa situação e protestavam exigindo igualdade, logo graças ao feminismo, onde elas precisaram lutar bastante para garantir diretos que antes era possível apenas aos homens. Os direitos para as mulheres começaram a surgir para favorecer a sociedade, como precisavam de mais mão de obra nas guerras e na cidade, foram permitindo que elas pudessem estudar e trabalhar, porém recebendo um salário inferior ao homem. Como já não era mais possível controlar a independência da mulher e impedi-las de trabalhar, a igreja precisava de motivos para tal, então criou um tribunal chamado Inquisição onde as mulheres que buscavam a independência do homem, tomavam cargos dos homens, se sobressaíam de alguma forma, ou por exemplo buscavam sexo fora do casamento, eram consideradas bruxas e após serem julgadas, eram queimadas vivas, em praça pública.

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2.2.3 HISTóRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA MULHER Isso inferioriza as mulheres novamente, trazendo para elas o papel secundário na sociedade, onde os cargos e oportunidades de estudo e emprego voltam novamente a fazer parte da realidade apenas masculina, já que já não era mais tão necessário a mão de obra feminina em batalhas. Sobrava então para as mulheres apenas atividades como tecelagem, culinária e bordado, com a finalidade de agradar os maridos com o mesmo.

Com isso as mulheres passaram a recorrer atrás de seus direitos, principalmente exigindo direito à educação. O contexto literário da época retratava a mulher como um ser frágil, dependente de um homem, que fosse resgata-la e domina-la. Com o passar do tempo, mudanças foram acontecendo pelo mundo como o avanço do uso das maquinas, revoluções sociais, impostos absurdos e grande miséria iam se espalhando. Na França, homens e mulheres saiam em protesto buscando por ‘’Igualdade, liberdade e fraternidade’’, o que foi alcançado com êxito porém esses direitos eram limitados apenas aos homens. O novo Estado tinha como objetivo estabelecer novamente leis que permitiriam ao marido domínio total sobre suas esposas, porém elas recorreram por seus direitos e apresentaram a Assembleia Nacional um documento que exigia a mesma liberdade para todas as mulheres. A forma que elas encontraram de se expressar e lutar pelos seus direitos foram através de escritos, livros foram publicados para levar essa mensagem até outras mulheres e incentiva-las e buscar seu lugar em meio a uma sociedade tão machista. Um exemplo de mulher que impactou as mulheres com seus escritos fora Olympe de Gourges, que publicou em 1971 um texto exigindo os direitos das mulheres, onde ela fala que ‘’os direitos que não podem ser tirados de uma mulher são: liberdade a propriedade, segurança e sobretudo a resistência à opressão.’’

Seus discursos engajavam diversas mulheres a lutarem pelos seus direitos, porem após dois anos ela foi assassinada. Sua morte foi justificada em virtude de que ‘’ela estava querendo se tornar um homem’’, esquecendo assim seu papel de mulher. Outros exemplos de mulheres feministas que lutavam e incentivavam mulheres a se empoderar, foram: Mary Wollstonecraft e Mary Shelley, na Inglaterra e Margaret Fuller, nos EUA, ambas foram pioneiras no feminismo, e tentavam convencer o homem de que a visão do patriarcado estava errada. Com o avanço das máquinas, as mulheres precisavam trabalhar pois a mão de obra estava escassa, logo elas foram autorizadas a trabalhar, entretanto a desigualdade permanecia visto que elas ganhavam menos do que os homens. Em 1868, nos Estados Unidos surgiu a Associação de Mulheres Trabalhadoras, liderada por Elizabeth Cady Staton e Susan B. Anthony, que lutavam não só contra a opressão que sofriam como operarias mas também como mulheres. O direito do voto às mulheres americanas só foi possível em 1920, e no Brasil esse direito foi concedido em 1932. Foram necessárias muitas lutas e protestos para alcançar esse direito, mas foi um grande passo, pois diante da lei ambos, tanto homens quanto a mulheres possuem o mesmo direito. Com essa conquista as mulheres perceberam que dependiam inteiramente delas para romper as barreiras do machismo e adquirir cada vez mais sua independência e seu lugar na sociedade, e desde então vem lutando para alcançar a igualdade. Um grande marco no que diz respeito a independência da mulher foi o aparecimento da pílula anticoncepcional nos anos 60. Pois o sexo para a mulher já não era mais voltado apenas para a reprodução, dava a elas o direito do ato sexual antes do casamento e escolher o momento e a circunstância que elas teriam os filhos.

O movimento feminista se expandiu e não buscava apenas pelos direitos no âmbito escolar, empresarial ou na política. Assuntos de questões sociais também estavam sendo exigidos, buscando assim uma igualdade totalitária em relação a forma de comportamento do homem e da mulher. ‘’Por isso, o feminismo não pode ser entendido como ideia única, um caminho definido. Ele é o resultado de todas essas ideias, de todas essas lutas, da enorme carga de sofrimento e humilhação que acompanhou as mulheres através dos séculos. Mas uma coisa é certa: em todos os momentos dessa história, elas sempre falaram em duas coisas que deveriam ser objetivo de todos nós: igualdade e liberdade. Se algumas feministas se desviaram por outros caminhos, não importa. Um dia, talvez o mundo venha a descobrir que a luta das mulheres foi a luta da humanidade. Uma humanidade que pode ser livre, sem preconceitos de raça, de ideias ou de sexo.’’ (André Carvalho e Kao Martins, 1992, p.60)

Porém isso ainda não é algo generalizado, ainda há lugares onde elas são tratadas como inferiores e é esse costume que baseia o patriarcado dentro de casa e que na maioria das vezes resulta na violência doméstica.

Já o machismo é o termo que define condutas sexistas onde defende que o gênero masculino é superior ao feminino, inferiorizando a mulher e colocando ela como subsidiaria na sociedade. É de demasiada importância ressaltar que o machismo não é o oposto do feminismo, visto que o feminismo busca por igualdade, e ele não é só cometido por homens há mulheres que possuem pensamento e comportamentos machistas.

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2.2.4 FEMINICIDIO É o homicídio da mulher motivado pela desigualdade de gênero, ou seja é a morte causada pela condição e ‘’situação’’ de ser mulher. Ao nomear o problema facilita a forma de identifica-lo e trata-lo, porém ainda não tem o devido reconhecimento e não é visto e falado com a intensidade correta.

Estima-se que por ano cerca de 2 milhões de mulheres, de todos os tipos de classes sociais e etnias, são submetidas a algum tipo de violência doméstica.

“Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar visibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que, em sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo contínuo de violências, cujas raízes misóginas caracterizam o uso de violência extrema. Inclui uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, como o estupro, e diversas formas de mutilação e de barbárie.” (Eleonora Menicucci socióloga e professora titular de saúde coletiva da Universidade Federal de São Paulo, foi ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres entre 2012 e 2015.)

Pesquisas realizadas pelo CNJ comprovam que em 2016 houveram 1.199.116 processos referentes à violência doméstica, o que é equivalente a um processo a cada 100 mulheres. E o número feminicídio foi de 2.904. . Esses dados são alarmantes, Segundo o UNODC, em novembro foram registrados dados que comprovam que as taxas de homicídios contra mulheres num âmbito global foram de 2,3 mortes para cada 100 mil mulheres no ano de 2017, e no Brasil a taxa é de 4 mulheres mortas a cada 100 mil, ou seja é 74% a mais do que a média mundial.

No Brasil é embasado na Lei nº13.104/2015, o que nota-se que é algo bastante recente, no Código Penal Brasileiro, está definido como um crime hediondo, tipificado, essa lei é a alteração do artigo 121 do Código Penal.

Segundo o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018), a cada 2 minutos uma mulher registra uma denúncia sob a Lei Maria da Penha. A cada 9 minutos uma mulher é vítima de estupro. Por dia cerca de 3 mulheres são vítimas do feminicídio. A cada dois dias pelo menos uma pessoa transexual ou de gênero diverso é assassinada. E podem ser vistos no gráfico a seguir:

É considerado um crime que poderia ser evitado caso a justiça e as ações sociais fossem mais eficazes. Há uma responsabilidade do Estado que ao se omitir, consente com a perpetuação dessas mortes.

Em 2012 o número de varas e juizados especializados em violência doméstica eram de 66, em 2017 já era 134 unidades.

Há estados brasileiros com baixo índice, porém não significa que a taxa de violência é menor, mas sim que o crime não é qualificado como deveria.

Gráfico 1 – Número de feminicídios no Brasil entre 2016 e 2017

Essa lei foi criada após a CPMI-VCM investigar a violência contra as mulheres nos estados brasileiros e recomendar que estabelecessem uma lei mais eficaz para esse problema. Para uma maior eficácia é necessário reconhecer o tipo de violência que a vítima está enfrentando, não subestimar o risco que ela está correndo e fornece todo respaldo necessário para que ela se proteja do agressor e sendo assim, a violência não se torne um feminicídio.

Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FRSP, 2018), acesso em 2019 Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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2.2.5 LEI MARIA DA PENHA Nº11.340/2006 Foi uma lei criada para todas as pessoas que se identificam com o sexo feminino que estão em situação de vulnerabilidade por ter sido exposta a algum tipo de violência causada por qualquer pessoa de seu convívio. Possui o nome de uma farmacêutica brasileira, cearense que sofreu agressões pertinentes do seu marido até chegar o episódio em que ele tentou assassina-la em 1993 com um tiro de espingarda do qual ela conseguiu escapar porém ficou paraplégica. Depois disso ele cometeu outra tentativa de assassinato tentando eletrocuta-la. Quando Maria foi denunciar o agressor, enfrentou o que muito mulher enfrentava: a descrença por parte da polícia e o descaso da justiça onde o suspeito aguardava o julgamento em liberdade. Em 1994 ela lançou um livro chamado ‘’Sobrevivi... Posso contar’’ onde ela conta o que ela e suas filhas foram submetidas E então resolveu mobilizar o CEJIL e o CLADEM, organismos que encaminharam o seu caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA em 1998. Seu caso só foi resolvido em 2002 quando o Estado brasileiro foi condenado por omissão e negligencia pela CIDH. Com isso o Brasil se viu obrigado a rever as leis voltadas a violência contra mulher e reformulou suas leis e policias a respeito desse assunto.

Conforme está descrito no Artigo 5º, é considerado violência doméstica e familiar qualquer ação ou omissão causada na mulher que lhe cause morte, lesão, patrimonial dano moral ou sofrimento físico, sexual ou psicológico. Sendo no âmbito doméstico quando a vítima e o agressor possuem um convívio permanente com ou sem vínculo familiar, no âmbito familiar quando ambos se consideram aparentados ou em qualquer outro tipo de relação de afeto que tenha ocorrido ou esteja acontecendo. A lei vem passando por alterações, o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro sancionou uma lei no dia 14 de maio de 2019 onde mudanças que facilitam a aplicação de medidas protetivas, fornecendo mais agilidade no que diz respeito a tomada de decisões pela polícia e justiça, onde o agressor deve ser afastado do local de convivência com a vítima assim que a denúncia for realizada, medida que deverá ser tomada pelo delegado ou responsável no momento. Além disso não será mais permitida a liberdade provisória do preso, quando a vítima estiver correndo risco de vida. Outra mudança é o prazo de envio do processo ao juiz, que era de 48 horas e passa para no máximo 24 horas, para que assim, ele decida a manutenção ou revogação da medida que será aplicada ao agressor, devendo avisar o Ministério Publico simultaneamente. Foto 15 - Maria da Penha discursando ao lado da Ministra do Supremo Tribunal, Ellen Grace; e do presidente Lula, no dia da sanção da lei que leva seu nome.

Graças a essa iniciativa, as denúncias aumentaram 86% pois as mulheres veem nessa Lei um respaldo da qual elas não possuíam anteriormente. Entre os benefícios que a implementação dessa lei, podemos citar a prisão do suspeito, a pena do mesmo pode ser acrescida, a pena não pode mais ser paga com doações de cesta básicas ou multas, ordem de afastamento e assistência econômica a vítima caso a mesma seja dependente do agressor. Segundo o Artigo 1º , a Lei cria mecanismos para impedir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, com o intuito de prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher entre outros tratados internacionais sancionados pela República Federativa do Brasil e indica medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Fonte: pt.org.br, foto tirada em 07.08.2006, publicação da noticia em 07/08/2018 e acesso ao site 13/05/2020

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2.2.6 MEDIDAS PROTETIVAS Ainda há muitos desafios para represar o feminicídio. É necessário que o Estado proporcione e divulgue medidas para as mulheres em situação de violência da qual elas se sintam seguras para realizar a denúncia.

Gráfico 7 – Registros de Atendimento do canal 180 de 2009 a 2017

“A violência contra a mulher é uma violação de direitos humanos. A gente consegue romper essa ideia de que, por um lado, essa violência é algo natural, que sempre aconteceu na sociedade e vai continuar acontecendo. Nós podemos afirmar, sem nenhuma dúvida, que a violência contra a mulher é um problema social” Afirmou Wânia Pasinato, uma das responsáveis pelo estudo. Com isso algumas medidas foram implementadas, uma delas é o atendimento telefônico pelo número 180 no qual qualquer pessoa sendo ela a vítima ou não pode realizar a denúncia.

Fonte: Dados extraídos do SIAM

2.2.6.1 180

Tabela 4 – Registros de Atendimento do canal 180 de 2009 a 2017

Imagem 4 – Campanha para que as mulheres e cidadãos denunciem os maus tratos através do canal 180 Fonte: Dados extraídos do SIAM Essa central de atendimento à mulher foi criada dia 25 de novembro com o principal objetivo de proporcionar a mulher informações sobre seus direitos e guia-las sobre a melhor forma de realizar a denúncia. Se trata de uma central que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, aqui no Brasil e em outros 16 países: Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco e Boston), França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/, acessp em 2020 A Lei que regulamenta esse mecanismo de defesa é a Lei nº 10.714/2003: ‘’Autoriza o Poder Executivo a disponibilizar número telefônico para atender denúncias de violência contra a mulher. - Decreto nº 7.393/2010 – institui a Central de Atendimento à Mulher. - Lei nº 13.025/2014 – altera o art. 1º da Lei nº 10.714/2003 e determina que o número telefônico destinado a atender denúncias de violência contra a mulher deverá ser operado pela Central de Atendimento à Mulher. ‘’

No início servia somente como fonte de conhecimento sobre seus direitos, encorajavam elas e se empoderar e fornecia informações de como elas realizavam a denúncia , porem em 2014 se tornou de fato um disque denúncia e os relatos eram encaminhados para os órgãos públicos porém algumas mulheres não autorizavam que aquela ligação desse início a uma denúncia propriamente dita. E então no dia 12 de junho de 2018 todas as ligações são encaminhadas para os órgãos públicos para que alguma providência seja tomada. Pode ser observado na tabela o crescente número de denúncias a partir dessa mudança: No Brasil os veículos de denuncia são: por telefone, no número 180, (email): ligue180@mdh.gov.br, aplicativo: Proteja Brasil e ouvidoria Online: http://www.humanizaredes.gov.br/ouvidoria-online.

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2.2.7 COMO FUNCIONA A DENUNCIA

61 Imagem 2– Fluxo do atendimento pelo canal 180

Fonte: https://www.gov.br/, acesso em 2020

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2.2.7 COMO FUNCIONA A DENUNCIA Imagem 5– Fluxograma de denuncia

Fonte: Criado pela autora, com base no fluxograma disponível no SPM; Ministério da Justiça e Cidadania, 2016, acessado em 2019.

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Capítulo


CONCEITOS & REFÊRENCIAS


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3.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO

Foto 18 – Curvas de uma mulher

Por se tratar de um centro de capacitação à mulheres, resolvi me inspirar nelas para a forma do meu projeto. Buscando referências em suas curvas. Assim como fazia o arquiteto e urbanista Oscar Niemeyer. Foto 16 – Foto da digital influencer Nina Gabriela

Foto 17 – Foto de uma mulher sorrindo

Fonte: allure.com, acesso em 2020, modificado pela autora Fonte: http://encrespageral.com.br/acesso em 2020, modificado pela autora

Foto 21– Mulher negra com cabelo blackpower

Foto 20 – Globeleza Nayara Justino

Fonte: Intagram.com/euninahabriella, acesso em 2020 modificada pela autora Foto 19 – Cintura de uma mulher

Fonte: Terra.com.br, acesso em 2020, modificado pela autora

Fonte:uol.com.br, acesso em 2020, modificado pela autora

“Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o Fonte: https://areademulher.r7.com, acesso em 2020, universo curvo de Einstein.” modificada pela autora Oscar Nyemeyer Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


3.2 ESTUDO DA FORMA Imagem 8

Imagem 7 Imagem 6

+

=

+

Fonte: Elaborado pela autora no programa Sketchup

Fonte: Elaborado pela autora no programa Sketchup

Fonte: Elaborado pela autora no programa Sketchup

Imagem 9

Imagem 11

Busquei projetar um edifício com formas orgânicas. Meu estudo inicial começou com a junção de dois círculos, como mostra a imagem 4. Depois juntei com uma forma retangular onde ficarão os blocos de circulação vertical e os sanitários(imagem 5).

Fonte: Elaborado pela autora no programa Sketchup Imagem 10

Fonte: Elaborado pela autora no programa Sketchup

=

Então contornei os círculos com dois formatos curvos acentuados e um arco convexo espelhado pequeno formando assim uma curva remetente as curvas das mulheres (imagem 6). Como um dor fatores primordiais do meu projeto é a seguranças dessas vitimas, optei por subir o atendimento para o primeiro andar, onde consegui um vão livre no térreo com pilotis.

Fonte: Elaborado pela autora no programa Sketchup

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A partir do segundo pavimento até o quinto há um recuo frontal respeitando a tabela 2 da página 31. Nesses pavimentos toda a borda curva do edifício possui varandas com o intuito de contemplação da paisagem e para fornecer sombreamento para o andar de baixo.

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3.3 CONCEITO DO NOME

INSTITUTO FRIDA

INS·TI·TU·TO sm

FRIDA KHALO 1907 -1954

1.Nome comum a certas agremiações de caráter cultural, artístico etc., ou a certos estabelecimentos de ensino médio ou superior. (Dicionário Aurélio 2000)

Seu nome completo é Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, foi uma pintora mexicana que retratava em suas obras sua vida sofrida. É um grande smbolo para o feminismo por enfrentar os tabus de patriarcado de sua época. Era bisexual, comunista e passou sua vida inteira lidando com graves problemas de saúde e com a infidelidade do seu marido Diego Rivera.

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3.4 ANÁLISES DE CONFORTO AMBIENTAL



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Imagem 12 – Analise da posição do sol as 8:00hrs a.m

3.4.1 ANáLISE SOLAR

Realizei algumas analises de insolação nos softwares So-lar, Sunclass e Com volumetrias no software Sketchup, e pude perceber que as fachadas que mais batem sol é a fachada Norte e a Oeste (Imagens 13,14 e 15).

Imagem 16– Análise da incidência solar na fachada Oeste das 12hrs as 18hrs em todas as estações do ano

Ao lado do meu edifício tem um prédio de gabarito acima de 17 pavimentos, porém não faz sombra na maior parte dos dias. Após as analises da insolação, optei por inserir brises verticais, marquise, vidro com proteção acústica e térmica. Fonte: Software Suncalc, adaptado pela autora

Imagem 13– Analise da posição do sol as 12:00hrs

Na fachada Oeste optei por brises verticais com ângulos betas de 30º e 60º a direita, fazendo sombra da 12:00 as 18:00 durantes todas as estações. Com exceção de um pequeno período das 12:30 as 14:00 no inverno (Mapa 18). Na fachada Norte o ideal seria um brise horizontal com o alfa à 45º(Mapa 17). Porém como meu intuito era gerar as mulheres uma vista de contemplação, minha alternativa para barrar a incidência do sol foi de uma marquise de 30cm e a utilização de persiana Rollet Blackout.

Fonte: Software Solar, adaptado pela autora

Mapa 17 – Análise da incidência solar na fachada Oeste das 12hrs as 18hrs em todas as estações do ano

Imagem 15– Analise de insolação

Fonte: Software Suncalc, adaptado pela autora Imagem 14– Analise da posição do sol as 17:00hrs a.m

Fonte: Software Solar, adaptado pela autora LEGENDA

Fonte: Software Suncalc, adaptado pela autora

Fonte: Software Solar, adaptado pela autora

EDIFICAÇÃO ÁREA PROTEGIDA PELO BRISE VERTICAL

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3.4.2 ANáLISE DOS VENTOS Imagem 21 - Analise do Vento no Subsolo Após analisar a frequência de ocorrência dos ventos na Rosa dos Ventos (imagem 18), notei que o fluxo maior de ventos vem do sentido sudeste.

Os banheiros também localizados na fachada sul possuem janelas maxim-ar em fita.

Com isso, posicionei um croqui da implantação do meu projeto no sentido sudeste do Software Fluxo Vento de três pavimentos para entender como o interior do meu edifício será ventilado.

No caso da impossibilidade do vento entrar por essa abertura, toda a fachada leste e norte possui janelas Maxim-ar na vedação da pele de vidro.

A imagem 19 representa o meu pavimento térreo onde tem uma abertura e o vento consegue adentrar por todo o edifício.

Para a ventilação do subsolo, foi feito um jardim com abertura para o térreo e uma janela na parede da rampa de veículos, o que tornou possível a ventilação natural.

Na imagem 20 eu representei os demais pavimentos, onde na fachada Sul não possui muitas aberturas, somente na sala do Almoxarifado. Então simulei a porta fechada do almoxarifado. Fonte: Corte AA parcial, desenvolvido pela autora no software AutoCad e modificado no Power Point.

Imagem 18 – Rosa dos Ventos

Fonte: Software So-lar

Imagem 19 – Analise do Vento

Imagem 20 - Analise do Vento

Fonte: Desenvolvido pela autora no software Fluxo Vento

Fonte: Desenvolvido pela autora no software Fluxo Vento

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3.4.3 ANáLISE ACÚSTICA

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Foto 22 – Telhado Verde

3.4.3.1 Telhado verde Além da captação das águas pluviais, o telhado verde funciona como uma barreira acústica para absorver os ruídos no quinto andar, onde acontece as terapias em grupo, palestras, meditações e etc.

Fonte: Ecotelhado, acesso em 2020

Foto 23– Aplicação da Lã de vidro

3.4.3.2 Lã de vidro Utilização da lã de vidro nas paredes de drywall sala de acolhimento, pois ela da diretamente para o Oeste, onde tem a Rua São Jorge onde passa muitos veículos. As paredes já possuem uma boa propriedade de absorção acústica e a lã de vidro serve como complemento. Aplicação desses revestimentos nas paredes internas de ambientes como as salas de atendimento psicológico, sala multiuso, brinquedotecas e salas de atendimento jurídico com o intuito de reduzir os rúidos.

Fonte: solucoesindustriais, acesso em 2020

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3.5 PROPOSTAS SUSTENTÁVEIS



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3.5.1 TELHADO VERDE

Imagem 24 – Detalhe do corte esquemático do telhado Verde

Optei por um telhado verde composto por 342,05m² de grama esmeralda e 345,80 de piso drenante de madeira. Com o intuito de captar água pluvial para utilizar no espelho d’água e na irrigação das áreas verdes. Fonte: Elaborado pela autora no software Autocad

Imagem 25 – Volumetria do edificio

Foto 26– Brises coloridos

Fonte: Galeriadaar quitetura.com.br, acesso em 202

3.5.2 BRISES Fonte: Elaborado pela autora no software Sketchup

Após o estudo de insolação optei por colocar brises na fachada Oeste. Eles serão de vidro coloridos formando um degradê de cores e abrirão até 30º pra direita. Eles serão revestidos com OPV que é uma filtro fotovoltaico da Sunewque absorve a luz do sol e tranforma em energia elétrica. No primeiro pavimento ele será colocado em toda a fachada com o intuito de proteger o espalho de acolhimento impossibilitando a vista de quem estiver fora do edifício. E do segundo pavimento até o quinto, os brises estarão nas janelas dos laboratórios e refeitórios.

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3.5.3 ENERGIA LIMPA Foto 27– Filtro Fotovoltaico OPV

3.5.3.1 ENEREA FOTOVOLTAICA O Filtro OPV é uma inovação no quesito energia solar, pois ele é leve, pratico, maleável e funcional. Podendo ser aplicado em qualquer tipo de superfície, ele se encarrega de absorver a energia so Sol e tranforma-la em energia elétrica. Optei por usa-lo nos brises horizontais da fachada Oeste e nos guarda corpos de todas as varandas da fachada Norte e Leste.

Fonte Ambienteenergia.com.br, acesso em 2020

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3.6 ESTUDOS DE CASO


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3.6.1 CASA DA MULHER BRASILEIRA O trabalho a seguir é um estudo sobre a Casa da Mulher Brasileira e sua análise projetual. INTRODUÇÃO A Casa da Mulher Brasileira é um dos programas do governo federal, se chama: Mulher, Viver Sem Violência, que foi criado em Março de 2013. O espaço oferece serviços especializados como psicólogos, assistentes sociais, advogados entre outros. O local funciona 24 horas por dia e é administrado pela união, estado e o município. DADOS GERAIS Área: 3.959m Projeto: Marcelo Pontes e Valéria Laval Localização: Rua Vieira Ravasco, 26 – Cambuci - São Paulo, SP Data: foi reinaugurado dia 11 de novembro de 2019

Os serviços oferecidos são: Acolhimento e Triagem, onde começa o atendimento à vitima. Apoio psicossocial, que oferece atendimento psicológico com o intuito de amenizar os traumas sofridos e aumentar a autoestima delas. Uma DEAM, Delegacia Especializada de atendimento à Mulher, que se trata de uma unidade da polícia civil que atua na proteção e investigação dos crimes de violência contra mulher. Juizado ou Vara especializada, que são responsáveis por processar, julgar e executar as causas. Ministério Público, responsável por promover a ação penal dos crimes e atual na fiscalização do atendimento da casa. Defensoria pública, serviço que presta assistência jurídica e acompanha as etapas dos processos judiciais. Alojamento temporário que oferece abrigo as vitimas que corram risco iminente de morte, com espaço para filhos. Brinquedoteca para crianças de 0 a 12 anos. Serviço de transporte para leva-las a lugares quando necessário. A Casa da Mulher Brasileira deveria ser implementada em todas as capitais do Brasil, mas até agora só foram feitas 7 unidades, e apenas 3 delas funciona corretamente. Se trata de um projeto padronizado que deve conter as seguintes asserções: • Integração espacial dos serviço. • Espaço aconchegante e seguro visando o acolhimento humanizado. • Redução de custos, por se tratar de uma obra publica. • Unidade visual e arquitetônica, tornando-a uma referencia na cidade.

Mapa 16 – Implantação com entorno imediato Foto 28 -´Estacionamento da CMB SP

Foto 29 -´Área externa - CMB SP

Fonte: Acervo da autor Fonte: Google Maps, acesso em 2020, modificado pela autora Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

Foto 30 -´Fachada da CMB SP


Foto 31 e 32 – Hall de atendimento da CMB SP

Imagem 25 – Planta baixa setorizada

Fonte: Acervo da autora.

ANÁLISE PROJETUAL O edifício tem como principal característica a cobertura ondulada nas cores verde e amarelo que representam a bandeira brasileira e na cor roxa que segundo a secretária de políticas para mulheres, significa proteção e acolhimento. Possui um pátio interno destinado a lazer das mulheres e seus filhos, por se tratar de um espaço interno proporciona a elas proteção. Ele também funciona como um integrador dos ambientes direcionando o fluxo interno. O sistema construtivo utilizado é alvenaria estrutural, por ser mais econômico e leva menos tempo na construção. O projeto se trata de módulos de 65x65m, onde cada módulo comporta uma serviço. Ele é o mesmo para todos os estados, só é reajustado segundo o terreno que for construído. ANÁLISE FUNCIONAL O edifício tem um bom fluxo com uma sala grande de triagem, a DDM fica próxima e em seguida os setores jurídicos. No centro tem um pátio interno que funciona como área de lazer, por ser interno proporcional segura ás vitimas. Ao lado da triagem tem uma brinquedoteca que também é bastante funcional, visto que é necessário um espaço adequado para as crianças ficarem enquanto as mulheres passam pelo processo da denuncia. O programa se relaciona de forma positiva com o projeto arquitetônico.

Fonte: TCC Arquitetura - Casa da Mulher: Centro de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência em Palmas, acessado pelo ISSUU, em 2020.

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83 3.6.2 CENTRO DE REFERÊNCIA à MULHER - ELIANE GRAMMONT

Mapa 17 – Implantação com entorno imediato

O trabalho a seguir é um estudo sobre o Centro de Referência Mulher Eliane Grammont e análise projetual da mesma. INTRODUÇÃO Centro de Referencia a mulher se trata de um espaço humanizado de acolhimento para as vitimas de violência doméstica, oferecendo a elas toda a assistência necessária para realizar a denuncia e adquirir a independência emocional. DADOS GERAIS Projeto: Prefeitura de São Paulo Localização: R. Dr. Bacelar, 20 - Vila Clementino, São Paulo – SP Ano do projeto:1990 Área construída: 91,15m² Área total: 141,15m² Uso: Institucional e assistencial. Sistema Construtivo: Concreto armado, vidro e aço.

Fonte: Google Maps Tabela 5– Áreas do CRM Eliane Grammont

Imagem 27 – Croqui da planta baixa do CRM Eliane Grammont ANÁLISE PROJETUAL

Fonte: Elaborado pela autora

Fonte: Elaborado pela autora Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

Se trata de um Centro de Referencia à Mulher, foi o primeiro a ser criado no Brasil, no dia 9/03/1990 e é uma grande referência na cidade de São Paulo. Muitas mulheres são encaminhadas para lá, para fazer oficinas ou participarem de programas do governo. Porém por não se tratar de um local de fácil acesso, nem todas tem disponibilidade de horários para frequentar assiduamente. O local também se encontra defasado de funcionárias, como psicólogas e assistentes sociais, que foram cortadas por falta de dinheiro do governo.


Foto 33 – Sala de oficinas

Foto 34 – Circulaçao

Foto 35 – Banheiros

Foto 36 – Sala de espera

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Fonte: Acervo da autora

Fonte: Acervo da autora

Fonte: Acervo da autora

Fonte: Acervo da autora

Foto 37 – Sala de atendimento psicológico

Foto 38 – Fachada

ANÁLISE FUNCIONAL O edifício possui apenas um andar, onde abriga o setor administrativo, a sala de espera, o almoxarifado, a copa, uma sala multiuso e duas salas destinadas ao atendimento da assistente social e atendimento psicológico. Há um espaço externo que é reservado para estacionamento dos veículos de funcionários e um anexo que atualmente é usado como depósito mas futuramente vai ser uma bibliotecae um memorial.

Fonte: Jornal zona azul, acesso em 2020 Fonte: Acervo da autora

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85 ABRIGO PARA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM ISRAEL O trabalho a seguir é um estudo sobre a um abrigo em Israel destinado a mulheres vitimas de violência doméstica.

Mapa 18 – Cidade Tel Aviv, em Israel

INTRODUÇÃO O local é liderado pela ativisita Ruth Rasnic que faz parte do grupo internacional ‘’Not To Violence’’. Foi projetado a partir de uma necessidade local, pois segundo a World Health Organisation, 45% das mulheres em Israel foram vitimas de violências em alguma parte de suas vidas. Pesquisas atuais mostram que esse número só vem aumentando e não só a violência contra mulher, mas contra crianças e adolescentes.

DADOS GERAIS Local:Tel aviv-yafo, Israel Arquitetos: Amos goldreich architecture, jacobs yaniv architects Ano: 2018 Sistema Construtivo: Concreto, metal, tijolo silicato, vidro

O abrigo serve como um refúgio para mulheres e crianças que se encontram em situação de vulnerabilidade causados pela violência. Foi um dos únicos abrigos que foram construídos com o auxilio e consultoria da equipe que iria utiliza-lo. O projeto foi inspirado no ‘’Okamoto’’ que projetou ao escavar uma montanha, isso inspirou o arquiteto a fazer uma espécie de pedra escavada por dentro, deixando duas superfícies, uma externa rustica e a interna lisa, que tornou-se o conceito principal do edifício que possui duas fachadas, sendo elas a interna voltada pro pátio e a externa passando uma sensação de segurança e proteção. Ao chegar no abrigo, cada família se instala numa pequena residência, e passam a ter uma rotina diária normal. Elas são separadas por funções comuns e são conectadas pelos corredores internos. Fonte: Goosle Maps O berçário é separado da edificação por possuir necessidades diferentes das ‘’casas’’, para que a função da creche seja cumprida.

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Foto 39 – Pátio interno 5.1 ANÁLISE PROJETUAL O projeto foi inspirado no ‘’Okamoto’’ que projetou ao escavar uma montanha, isso inspirou o arquiteto a fazer uma espécie de pedra escavada por dentro, deixando duas superfícies, uma externa rustica e a interna lisa, que tornou-se o conceito principal do edifício que possui duas fachadas, sendo elas a interna voltada pro pátio e a externa passando uma sensação de segurança e proteção. 5.2ANÁLISE FUNCIONAL Ele possui diversas funções como áreas comuns, jardim de infância, sala de informática, lavanderia, cozinha, refeitório e alojamentos independentes para cada família, acomodações dos funcionários, área administrativa, sala para atendimento psicológico, psicossocial e de defensoria, e espaços para voluntários de outras áreas que oferecem serviços gratuitos para as vitimas.

O espaço possui um pátio interno que funciona como integração desses ambientes, o fluxo se da por corredores que ligam os espaços externos e internos e gera interação entre as famílias que compartilham aquele espaço.

Fonte: ArchDaily

Imagem 28 – Planta baixa térreo e superior setorizada

Fonte: TCC FeeVale, acesso 2020 Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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Foto 40 - Detalhe da cobertura metálica

Fonte: ArchDaily

Foto 42 –Perspectiva externa

Fonte: ArchDaily

Foto 41 – Foto tirada do pátio interno

Fonte: ArchDaily

Foto 43 – Fachada interna

Fonte: ArchDaily

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PROGRAMA ARQUITETÔNICO


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4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES SETOR DE LAZER Sala para exposições; Sala Multiuso para reuniões, festas e palestras; Sala para aulas de artes marciais/defesa pessoal; Academia; Refeitório; Quadra; Espaços abertos; Espaço para os filhos.

ACOLHIMENTO Sala de espera; Área de atendimento; Brinquedoteca.

• •

SETOR DE SAÚDE Atendimento médico clinico, ginecológico e ortopédico; Atendimento odontológico; Atendimento psicológico; Ambulatório, triagem, salas de espera e sala de exames de imagem.

• • • • •

• •

SETOR JURÍDICO Atendimento delegada; Atendimento defensoria pública.

• • • • • • • •

SETOR ADMINISTRATIVO Administração do setor de saúde; Administração do setor institucional; Administração geral; Administração do setor de lazer; Administração do setor de jurídico; Administração do instituto; Refeitório para os funcionários; Sala de reunião.

CIRCULAÇÃO HORIZONTAL • Corredores internos; • Varanda; • Caminhos externos.

• • • • •

SETOR INSTITUCIONAL Salas para aulas teóricas; Salas para aulas práticas ; Laboratório de informática; Salas de estudo; Biblioteca.

▪ ▪ ▪ • • • •

4.2 fLUXOGRAMA

Imagem 29 – Fluxograma do projeto

CIRCULAÇÃO VERTICAL • Escadas e Elevadores.

• • • • • • • • • • •

ÁREAS MOLHADAS Banheiros femininos Banheiros masculinos Banheiros acessíveis; Lavanderia ÁREA TÉCNICA Depósito; Almoxarifados; Lixeiras; Sala de energia; Sala de gerador; Área dos Reservatórios Guaritas.

ESTACIONAMENTO • Vagas para funcionários; • Área de carga e descarga; • Vagas para ambulância.

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4.3 SETORIZAÇÃO

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Imagem 30 – Diagrama de setorização

Fonte: Elaborado pela autora no software Sketchup

LEGENDA PRIVADO

SEMI PÚBLICO - PRIMEIRO ATENDIMENTO CIRCULAÇAO VERTICAL

PÚBLICO

SEMI PÚBLICO – ALUNAS DO INSTITUTO

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Capítulo


LOCAL DE INTERVENÇÃO


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5.1 DADOS ÁREA TERRENO: 3.449,52 C.A previsto: 2 C.A atingido 1,70 ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA: 5987,74m² T.O máximo: 70% T.O atingido: 32% ÁREA CONSTRUIDA NO TERREO 1096,45 A.P prevista 25% A.P atingida: 25% População por pavimentos Térreo: 85 pessoas 1 Pavimento: 174 pessoas 2 Pavimento: 156 pessoas 3 Pavimento: 156 pessoas 4 Pavimento: 121 pessoas 5 Pavimento: 109 pessoas + 10 pessoas (serviços externos) Total: 811 pessoas

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5.2 TABELAS DE ÁREAS Tabela 6 – Áreas do Térreo

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 7 – Áreas do 1 Pavimento

Fonte: Elaborada pela autora Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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97 Tabela 8 – Áreas do 1 Pavimento

Tabela 9 – Áreas do 2 Pavimento

Tabela 10 – Áreas do 3 Pavimento

Fonte: Elaborada pela autora Fonte: Elaborada pela autora Fonte: Elaborada pela autora Tabela 11 – Áreas 4 Pavimento

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 12 – Áreas do 5 Pavimento

Fonte: Elaborada pela autora Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


Tabela 13 – Áreas do 6 Pavimento

Tabela 14 – Áreas do Subsolo

Fonte: Elaborada pela autora

Fonte: Elaborada pela autora

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99

5.3 MEMORIAL DE CÁLCULO - ESCADA Tabela 15 – Tabela de classificação das edificações quanto a ocupação ou uso

Tabela 16 – Tabela de Dados para o dimensionamento das saídas de emergência

Fonte: Norma Técnica 11/14 – Saídas de Emergência – Anexo A, acesso em 2020, Fonte: Norma Técnica 11/14 –Procedimentos modificado pela autora administrativos – Anexo A, acesso em 2020, modificado pela autora Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


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Tabela 17 – Tabela de Número mínimo de saídas e tipos de escadas de emergência por ocupação

Após os cálculos das áreas e da população de cada setor, analisei as tabelas e seguindo das Normas Técnicas do Corpo de Bombeiros, implementei no meu projeto a escada enclausurada à prova de fumaça, onde a escada é envolvida por paredes corta-fogo e portas corta-fogo, onde o acesso se da por antecâmara, com o intuito de proteger contra fogo e fumaça em caso de incendio,. Além de dois dutos, um para entrada de ar e outro para a sáida. Fonte: Norma Técnica 11/14 – Saídas de Emergência – Anexo C, acesso em 2020, modificado pela autora

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5.4 MEMORIAL DE CÁLCULO - ELEVADORES Tabela 18 – Tabela do Cálculo de tráfego nos elevadores

Após calcular a quantidade de pessoas que irão frequentar o edifício no caso de lotação máxima, fiz o calculo de tráfego de elevadores da empresa Neomot Technologier. Meu projeto terá 5 elevadores, sendo 2 de emergência. Cada um deles tem a capacidade de abrigar 8 pessoas por vez.

Fonte: Planilha Neomot de calculo de trafego nos elevadores, modificado pela autora. Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


5.5 MEMORIAL DE CÁLCULO - RESERVÁTORIOS 5.5.1 RESERVATÓRIO DE ÁGUA POTÁVEL BLOCO PRINCIPAL Fórmula: Nº de pessoas x 200 litros de água por dia x 2 dias 985 X 200 X 2: 394.000 litros 394/3: 131.333 litros

5.5.2 RESERVATÓRIO DE PLUVIAL Quantidade de chuva anual em são Paulo: 1.340mm 1.340mm – 20% de perda: 1.072mm por ano área permeável da cobertura: 687,85m² sendo 342,05 de jardim e 345,80 de piso drenante Reservatório inferior: 10m de largura x 10m de comprimento x 6m de altura

Reservatório superior 1/3: 131.333 litros

Fórmula: Altura x 100 x área permeável:

Reservatório inferior 2/3: 262.666 litros

0,6 x área do reservatório x 687,85m²: 41.253 litros de água: 42m³

Dimensões do reservatório superior Área Reservatório: 10mx5m: 50m² 131.335litros / 50m²: 2,62m de nível da água

41.353 / 365 dias do ano: 113,02 litros por dia

Dimensões do reservatório inferior Área Reservatório: 8mx6,72m² 262.667 / 53,76m²: 4,88m de nível da água

Essa água será utilizada no espelho d’água e para irrigar as áreas verdes.

GUARITA

Dimensões do Espelho d’água 136,54m²: 13,65 litros de água necessários.

Fórmula: Nº de pessoas x 200 litros de água por dia x 2 dias 5 x 200 x 2: 2.000

Reservatório de tratamento da água 14x15mx6m

Uma caixa d’água superior com capacidade para 2.000 litros de água. Imagem 31 – Reservatório superior de água potável

Fonte: Elaborado pela autora no software Autocad

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103

5.6 MEMORIAL DE CÁLCULO - ESTRUTURA Para a execução do projeto, optei pelo sistema estrutural misto, de concreto e aço.

Imagem 33 – Implantação térreo com indicações estruturais

Para atender a minha necessidade de lajes curvas, escolhi a Laje Steel Deck, que se trata de uma telha metálica preenchida de concreto, acompanhada por uma viga metálica em formato ‘’I’’. Os pilares são de 20x20 de concreto, posicionados em 11 eixos horizontais e 3 eixos horizontais retilíneos representados pelas cores amarelo e azul e 1 eixo vertical que acompanha a curva da laje, representado pela cor verde, conforme representado na Imagem 33. Os vãos dos pilares possuem dimensões diferente. A grande maioria é de 8mx4,20m e o maior vão é de 10,11m.

Além disso, meu edifício conta com dois núcleos rígidos. Sendo um com uma escada enclausurada a prova de fumaça com dois dutos de ar, um elevador de emergência e dois elevadores sociais. E o outro com uma escada enclausurada a prova de fumaça com dois dutos de ar, um elevador de emergência e um elevador social. Esses blocos podem ser observados na imagem 36. O projeto tem uma guarita para a entrada privada das alunas do instituto. Ele possui o mesmo sistema estrutural e seus eixos podem ser observados na imagem 32 a volumetria na Imagem 35.

Os vão da guarita na vertical são de 4,30m e na horizontal 3,55m.

Imagem 32 – Implantação da guarita com indicações estruturais

Fonte: Desenvolvido pela autora no software AutoCad e modificado no PowePoint. Fonte: Desenvolvido pela autora no software AutoCad e modificado no PowePoint. Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


5.6.1 maquete estrutural Imagem 35 – Maquete estrutural identificando a guarita

Imagem 34 – Maquete estrutural

Imagem 36 – Maquete estrutural identificando o núcleo rígido Imagem 37 – Maquete estrutural vista de dentro do terreno

Fonte: Elaborado pela autora no software Sketchup Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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5.6.2 PILAR Imagem 39 – Identificação do Pilar mais carregado Os pilares do projeto são de concreto e foram dimensionados segundo a área de influência do pilar mais carregado que pode ser observado na imagem 38 e 39. A da área de influência do pilar é de 45,30m². Com isso, fiz o pré-dimensionamento do peso das lajes. Considerando que meu projeto tem subsolo, térreo, 5 pavimentos e a cobertura possui uma área de lazer juntamente a um telhado verde, fiz os seguintes cálculos:

FÓRMULA: Área de influência do pilar x 1.100kg / 100 Subsolo: 45,30m² x 1.100kg: 49.830 Térreo: 45,30m² x 1.100kg + 49.830: 99.660 1 Pavimento: 45,30m² x 1.100kg + 99.660: 149.490 2 Pavimento: 45,30m² x 1.100kg + 149.490: 199.320 3 Pavimento: 45,30m² x 1.100kg + 199.320: 249.150 4 Pavimento: 45,30m² x 1.100kg + 249.150: 298.980 5 Pavimento: 45,30m² x 1.100kg + 298.980: 348.810 Cobertura: 45,30m² x 1.100kg + 348.810: 398.640tnf Com base nos cálculos o pilar deveria ter 398m². Então ele possui uma área de 400m² sendo 20cmx20cm. Imagem 38 – Estudo da área de influência do pilar

10,11

4,6

Fonte: Desenvolvido pela autora no software AutoCad.

Fonte: Desenvolvido pela autora no software Autocad e modificado no Power Point. Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


5.6.3 LAJE O sistema estrutural que eu escolhi para a laje do projeto é a Steel Deck, que consiste em chapas de aço galvanizado em formato trapezoidal preenchida de concreto. Essa laje foi escolhida porque permite a eliminação total ou parcial de escoras, o que reduz o tempo de construção podendo ser feito diversos serviços ao mesmo tempo. Por ser sustentável por produzir menos entulho visto que as sobras não são descartadas. O Steel Deck permite a passagem de dutos e instalações de formas mais fáceis e rápidas. Além de ter mais resistência a ao fogo, suportando até 30 minutos de incêndio. Dependendo do uso do edifício deve se aumentar a resistência ao fogo, podendo chegar até 120 minutos conforme indicado na NBR-14323.

5.6.3.1 LAJE BLOCO PRINCIPAL

Foi escolhido a empresa Metalform, e ao analisar a tabela 19 de cargas e vão máximos do modelo MF 70 com armação de ferro na concretagem, levando em consideração o maior vão do edifício de 1011m, o que mais se assemelha é o de 10,20m cuja espessura é de 150mm e espessura da forma merálica 90mm (Imagem 40). Tabela 19 – Tabela de cargas e vão máximo MF 70 laje metálica

Fonte: Catálogo Steel Deck da Metalform, acesso em 19/05/2020 Imagem 40– Dimensionamento da telha metálica

Fonte: Catálogo Steel Deck da Metalform, acesso em 19/05/2020

Imagem 41 – Materiais utilizados na laje

Fonte: Catálogo Steel Deck da Metalform, acesso em 19/05/2020

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5.6.3.2 LAJE GUARTIA

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Para a guarita foi escolhido o modelo MF 50 (Imagem 42), visto que o maior vão da guarita é de 4,30m, o que mais se assemelha na tabela 20 é 4,32m. Logo a altura da laje será de 10cm Tabela 20 – Tabela de cargas e vão máximo MF 50 laje metálica

Fonte: Catálogo Steel Deck da Metalform, acesso em 19/05/2020 Imagem 43 – Laje Steel Deck vista de frente no Corte BB no ambiente da brinquedoteca

Imagem 42 – Dimensionamento da telha metálica

Fonte: Catálogo Steel Deck da Metalform, acesso em 19/05/2020

Fonte: Elaborado pela autora no software AutoCad Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


Imagem 44 – Especificação de siglas da viga

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5.6.3 VIGA A Laje Steel Deck permite utilizar uma viga de concreto ou metálica. Optei por uma viga metálica em no formato ‘’I’’.

5.6.3.1 VIGA DO BLOCO PRINCIPAL A fórmula para calcular a altura da viga é: H: vão/20 O meu maior vão é 10,11m 10,11/20: 0,50m de viga O fabricante escolhido para o meu projeto é a empresa Gerdau. Após o cálculo, descobri que o meu ‘’d’’ (Imagem 44) é 500mm, então analisei a tabela 21 e o que mais se assemelha é de 524mm.

Fonte:https://www.gerdau.com.br/gerdauacominas/br/produto s/ calculodeequivalenciapf2.asp, acesso em 19/05/2020.

Tabela 21 – Tamanho de bitolas

Fonte: https://www.gerdau.com/br/pt/productsservices/products/Document%20Gallery/perfil-estrutural-tabela-de-bitolas.pdf, acesso 19/05/20020, modificado pela autora.

Logo minha laje terá 15cm e minha viga 52cm totalizando 67cm, arredondei para 70cm. Como meu pé direito de piso a piso é de 3,5, meu pé direito do piso ao teto ficou 2,80.

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5.6.3.2 VIGA DA GUARITA Dimensionamento: h: vão/20 h: 0,21m Após observar a tabela 22, constatei que a altura da minha viga será de 21,6cm. Totalizando 10cm da laje + 22cm da viga: 32cm. Sendo um pé direito do piso à laje de 3,50m. Tabela 22 – Tamanho de bitolas

Fonte: https://www.gerdau.com/br/pt/productsservices/products/Document%20Gallery/perfil-estrutural-tabela-de-bitolas.pdf, acesso 19/05/20020, modificado pela autora.

Imagem 45 – Viga vista de frente no Corte AA da ambiente da Biblioteca

Fonte: Elaborado pela autora no software AutoCad Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


5.7 MEMORIAL DE CÁLCULO VEDAÇÃO – PELE DE VIDRO Imagem 47 – Analise do gráfico Para a vedação da fachada leste e norte da edificação foi escolhido a pele de vidro do Fabricante Cebrace. Considerando uma largura de 2,50m e altura de 3,30, e levando em conta a predominância dos ventos de São Paulo, a espessura ideal é de 30mm, como pode ser analisado na imagem 46. Analisando o gráfico na imagem 47, que leva consideração a altura e largura, o perfil metálico se enquadra nas medidas apresentadas acima FA-200, cujas dimensões podem ser observadas imagens 48.

em que é o nas

As dimensões dos acessórios de montagem podem ser observados nas imagens 49,

Imagem 46 – Analise de fatores Imagem 48 – Detalhamento do perfil metálico

Imagem 49 – Acessórios de montagem

Fonte: https://www.cebrace.com.br/, acesso em 2020. Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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Capítulo


O PROJETO


6.1 Implantação térreo

114

IMPLANTAÇÃO PAVIMENTO TÉRREO 0 2

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4 6


6.2 1º PAVIMENTO

115

0 2

IMPLANTAÇÃO 1º PAVIMENTO Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

4 6


6.3 2º pavimento

116 .

0 2

IMPLANTAÇÃO 2º PAVIMENTO Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

4 6


6.4 3º PAVIMENTO

117

0 2

IMPLANTAÇÃO 3º PAVIMENTO Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

4 6


6.5 4º pavimento

118

0 2

IMPLANTAÇÃO 4º PAVIMENTO Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

4 6


6.6 5º PAVIMENTO

119

0 2

IMPLANTAÇÃO 5º PAVIMENTO Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

4 6


6.7 COBERTURA

120

0 2

IMPLANTAÇÃO COBERTURA Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

4 6


6.8 SUBSOLO

121

0 2

IMPLANTAÇÃO SUBSOLO

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4 6


122

6.9.1 DETALHES DO CORTE AA

DET. 1 – TELHADO VERDE

DET. 2 – ESPELHO D’ÁGUA Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


6.9 CORTE AA

VER DET. 1

VER DET. 12

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123


124

6.10 CORTE BB

VER DET. 3

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6.10.1 DETALHE DO CORTE BB

DET.3 – PLANTA DA PELE DE VIDRO E MARQUISE

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125


6.11 CORTE CC

12 6

VER DET. 4

VER DET. 5

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6.11.1 DETALHES DO CORTE CC

DET. 4 – PISO DRENANTE

DET. 5 – DETALHE ESTRUTURAL Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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6.12 FACHADA NORTE

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6.13 FACHADA SUL

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129


130

6.14 FACHADA OESTE

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6.15 FACHADA LESTE

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6.16 MAQUETE ELETRÔNICA IMAGEM 50 - VOLUMETRIA SENTIDO NOROESTE

IMAGEM 51- VOLUMETRIA SENTIDO SUDOESTE

DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP

DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


IMAGEM 52- ENTRADA PRINCIPAL

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DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP

IMAGEM 53 - VOLUMETRIA SENTIDO NORDESTE

DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


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6.17 ÁREAS EXTERNAS 6.17. 1 PRAÇA PÚBLICA IMAGEM 54 PRAÇA PÚBLICA

DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP

Praça pública na Rua São Jorge com bancos, equipamentos de lazer para crianças e vegetação, projetada com o intuito de proporcionar uma área de lazer para a vizinhança do edifício e de descanso para acompanhantes das vítimas.

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IMAGEM 55 - PRAÇA INTERNA

6.17. 2 PRAÇA PRIVADA

Foi projetada uma praça privada para às mulheres que frequentarem o instituto, com o intuito de proporcionar a elas uma área de lazer, descanso e contemplação. Nessa área irá conter bancos, mesas, playground para os filhos das mulheres e uma grande área verde onde as mesmas poderão utilizar para se encontrar e realizar atividades ao ar livre como medição, yoga e ginástica.

DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP

IMAGEM 56 - QUADRA E ARQUIBANCADA

Foi implementado também uma quadra, onde as mulheres poderão praticar esportes e participar de campeonatos de vôlei, basquete e futebol.

DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP

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136

6.17.2 PLAYGROUND DA PRAÇA PRIVADA IMAGEM 57 - PLAYGROUND

DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP

Pensando nas mulheres que são mães e precisam de um lugar seguro para vivenciar um momento de lazer com seus filhos, foi projetado um playground ao ar livre.

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6.17.3 TERRAÇO IMAGEM 58 - TERRAÇO

DESENVOLVIDO PELA AUTORA NO SOFTWARE SKETCHUP

Na cobertura do edifício as mulheres poderão estudar, se reunir, comer e relaxar. Foi projetado um espaço com mesas e guarda-sol, pergolado com cadeiras e sofás pensando no conforto e bem estar delas. Além de contar com um jardim que serve como absorção de água pluvial e uma pequena horta onde elas poderão utilizar algumas verduras no curso de culinária.

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138

6.18 AMBIENTES INTERNOS IMAGEM 59 – HALL DO INSTITUTO

IMAGEM 60 – SALA DE ESPERA DO HALL

IMAGEM 62 – ENTRADA PARA OS CURSOS

O hall de entrada para as salas de aula é privado e restrito somente para alunas e professores. Ele possui sofás para descanso, mesas para estudo e maquinas de alimentos e bebidas. O espaço conta com catracas eletrônicas para a segurança das mulheres.

Fonte: Desenvolvidos pela autora no software Sketchup Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


IMAGEM 62– SALA DE AULA TEORICA

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IMAGEM 63 – VISTA DA SALA DE AULA

As salas de aula são destinadas ao Ensino Médio para jovens e adultos e cursos profissionalizantes como administração, contabilidade, cabelereiro, manicure e rh, além de cursos de línguas estrangeiras. Na Imagem 62 mostra a vista que as alunas tem de dentro da sala.

Fonte: Desenvolvidos pela autora no software Sketchup Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


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6.18 AMBIENTES INTERNOS IMAGEM 64 - SALA DE ATIVIDADES FÍSICAS

IMAGEM 65 – SALA DE ATIVIDADES FÍSICAS

A sala de atividades física é um espaço onde as mulheres terão aula de defesa pessoal, artes marciais, aulas de dança, ginastica, yoga, entre outras.

Fonte: Desenvolvidos pela autora no software Sketchup Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA


IMAGEM 66 – SALA DE ESPERA

IMAGEM 67 – BALCÃO DE ATENDIMENTO

IMAGEM 68 – ATENDIMENTO INICIAL

Essa sala será o primeiro contato da vítima com o instituto, por isso foi pensado em um ambiente que passe proteção e conforto, utilizando cores alegres e vegetação. Ali a mulher terá um atendimento especializado e cuidadoso, onde será encaminhada para o setor jurídico, de saúde ou de proteção. O espaço também conta com uma brinquedoteca que os filhos poderão utilizar durante o tempo do atendimento.

Fonte: Desenvolvidos pela autora no software Sketchup Centro de atendimento para mulheres vítimas de violência doméstica - INSTITUTO FRIDA

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Considerações finais


143

Após o término desse trabalho pude concluir que as mulheres vitimas de violência doméstica necessitam de um espaço onde elas se sintam seguras e acolhidas. Além de apoio psicológico, jurídico e financeiro, onde elas conseguiam ser independentes e superar os traumas sofridos. Pensando nisso que desenvolvi meu projeto pautado na segurança e bem estar das mulheres independente da classe social ou idade, sempre visando proporcionar a elas proteção, unindo um atendimento humanizado e uma boa arquitetura.


144

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Violência Doméstica. Disponível em: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/viol encia-domestica-e-familiar-contra-as-mulheres/#o-que-e-aviolencia-domestica. Acesso em 07/05/2019 Livro Alcorão. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/alcorao.pdf Acesso em 12/05

Alcorão.

GALVÃO, Patrícia. Violência Doméstica. Disponível em: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/ acesso em: 30/07 20:30 Bolsonaro sanciona mudanças na Lei Maria da Penha. Disponível em: https://exame.abril.com.br/brasil/bolsonaro-sancionamudancas-na-lei-maria-da-penha/. Acesso em: 01/02/19 Lei Maria da Penha. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/lei-maria-da-penha/. Acesso em: 01/08/19 Informações ao Cidadão. Disponível em: https://www.mdh.gov.br/informacao-aocidadao/ouvidoria/RelatrioGeral2017.pdf. Acesso em 01/08/2019 MARTINS, André Carvalho e Kao Martins. Feminismo, 1992. Pág.60 IZUMINO, Wânia pasinato. Justiça e violência contra a mulher, o papel do sistema judiciário na solução dos conflitos de gênero,1998. Editora Annablume Feminismo, disponível em: https://www.todamateria.com.br/feminismo/. Acesso em: 02/08/2019 O que é feminicídio, disponível em: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/feminicidio/capitulos/oque-e-feminicidio/, acesso em 02/08/2019 Dimensão do feminicidio no Brasil, disponível em: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/feminicidio/capitulos/qu al-a-dimensao-do-problema-no-brasil/. Acesso em 02/08/2019

Poder Judiciário na aplicação da Lei Maria da Penha. Disponível em: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/feminicidio/pesq uisa/o-poder-judiciario-na-aplicacao-da-lei-maria-da-penhacnj-2017/ acesso em 03/08/2019 Cartilha da Volência. Disponível em: http://www.pmpf.rs.gov.br/servicos/geral/files/portal/cartilhaviolencia.pdf. Acesso em 03/08/2020 Letra da Música Preta de Quebrada. Disponível em: https://www.letras.mus.br/flora-matos/preta-dequebrada/.Acesso em 03/08/2019 Atendimento para mulheres. Disponível em: http://www.capital.sp.gov.br/cidadao/familia-e-assistenciasocial/servicos-de-direitos-humanos/atendimento-paramulheres-vitimas-de-violencia Acesso em 03/08/2019 Serviços para mulheres que sofrem violência doméstica. Disponível em: http://www.capital.sp.gov.br/noticia/saopaulo-disponibiliza-diversos-servicos-para-mulheres-quesofrem-violencia-domestica Acesso em 03/08/2019 Abrigo provisório. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/88021-casas-abrigo-oprovisorio-refugio-de-vitimas-da-violencia-domestica. Acesso em 03/08/2019 GEVID. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/GEVID . Acesso em 03/08/2019 Diretrizes para abrigamento. Diponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-aviolencia/pdfs/diretrizes-nacionais-para-o-abrigamento-demulheres-em-situacao-de-risco-e-de-violencia.Acesso em 10/02/2020 Rede de atendimento a mulher. Disponível em: http://www.compromissoeatitude.org.br/rede-deatendimento-as-mulheres-em-situacao-de-violencia/. Acesso em: 10/02/2020


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FAUR, Patricia. Amores que Matam. L&MP. 2008. Casa da Mulher Brasileira. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/03/problemasestruturais-falta-de-internet-e-obras-nao-concluidas-prejudicam-casada-mulher-brasileira.shtml. Acesso em 03/09/2019

CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Lei 16.642/2017. Disponível em: < http:// www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/urbanismo/ legislacao/codigo_ de_obras/index.php?p=237501> Acesso em: 10/03/2020

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