Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Projeto de pesquisa apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda para cumprimento das exigências parciais para a obtenção de graduação em Arquitetura e Urbanismo sob a orientação do Profª Ruth Cristina Montanheiro Paolino.
Dedicatória
Dedico este trabalho exclusivamente aos meus pais Maria José e Norio, que são o meu espelho, e fizeram com que este sonho se tornasse real.
Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado força, paciência, serenidade e nunca ter me deixado desistir, mesmo nos momentos de dificuldade. Aos meus pais Maria José e Norio que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Ao meu namorado Michel, pelo incentivo, colaboração, compreensão e companheirismo, principalmente nos momentos de dificuldade. A minha Orientadora Ruth, que me conduziu com segurança e dedicação em todas as etapas da elaboração deste trabalho. Ao amigo Adalberto Montagnani, pela oportunidade concedida, e pela humildade em compartilhar comigo toda sua experiência e conhecimento. E a todos que contribuíram de forma direta ou indiretamente para conclusão deste trabalho.
possibilitando um espaço maior com a mesma qualidade
Resumo
acústica.
Este trabalho tem o objetivo de apresentar um projeto
para um anexo da Faculdade de Música – USP Ribeirão Preto, de acordo com as atuais necessidades levantadas. Procurou-se valorizar questões como: a flexibilidade acústica e espacial, o entorno composto em sua maior parte
por
vegetação
e
a
integração
entre
o
equipamento novo e o edifício existente. Este equipamento possuirá uma Sala de Concertos que
funcionará como a sede da Orquestra – USP Ribeirão Preto , para ensaios e concertos, e estará preparada para abrigar todos os tipos de apresentações musicais, além de possuir um outro pavimento composto por salas de aula prática que podem ser chamadas de laboratórios de experiências com vários tipos de instrumentos. Estas salas se constituem em módulos que podem ser usados individualmente ou ampliados conforme a necessidade,
Abstract This paper aims to present a project to an annex of the School of Music - USP Ribeir達o Preto, according to the current needs raised. Sought to enhance issues such as: flexibility and acoustic space, the environment composed mostly by greenery and integration of new equipment and the existing building. This equipment will have a concert hall that will serve as the headquarters of the Orchestra - USP Ribeir達o Preto, for rehearsals and concerts, and be prepared to accommodate all types of musical performances, as well as having another floor consists of classroom practice that can be called laboratory experiments with various kinds of instruments. These rooms constitute modules that can be used individually or expanded as needed, providing a larger space with the same acoustic quality.
Sumário I INTRODUÇÃO I Apresentação.........................................................................p.03 I.1 Objetivos.............................................................................p.09 I.2 Justificativa..........................................................................p.10 I.3 Procedimentos Metodológicos.......................................p.15 I.4 Espaços de apresentação musicais de Ribeirão Preto............................................................................................p.16 II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA II.1
A
evolução
da
arquitetura
de
espetáculos
musicais......................................................................................p.34 II.2
Geometria
e
acústica
em
salas
de
concerto...................................................................................p.49
II.3 Flexibilidade nos espaços ..............................................p.60 III Caracterização da área....................................................p.66 III.1 Referências projetuais.....................................................p.77 III.2 Conclusão das leituras projetuais..............................p.102 PROJETO ARQUITETÔNICO IV Programa de necessidades...........................................p.105 IV.2 Fluxograma....................................................................p.110 IV.3 Materialidade................................................................p.111 V Projeto...................................................................................p.113 VI Condicionamento Acústico.............................................p.116 VII Considerações Finais........................................................p.121 Quadro referencial das figuras..........................................p.123 Bibliografia..............................................................................p.125
Figura 10 - Planta esquemático Teatro Municipal....pg.23
Índice de figuras
Figura 11 - Vista da rampa de acesso ao Teatro Figura
01
-
Mapa
cadastral
de
Ribeirão
Preto..............pg.14 Figura
02
Municipal................................................................................pg.23 Figura 12 - Doca do Teatro Municipal............................pg.23
-
Mapa
de
Ribeirão
Figura
13
-
Mapa
de
Ribeirão
Preto................................pg.17
Preto................................pg.24
Figura 03 - Mapa de implantação do Teatro
Figura 14 - Planta da Platéia do Teatro Minaz...........pg.25
Municipal..............................................................................pg.19 Figura 15 - Corte esquemático do Teatro Minaz.........pg.26 Figura 04 - Desenho esquemático Teatro Municipal..pg.19 Figura 05 - Vista da lateral direita do Teatro
Figura 16 - Vista do palco para a platéia Teatro Minaz........................................................................................pg.26
Municipal.................................................................................pg.19
Figura 17 - Vista do palco para a platéia Teatro Minaz........................................................................................pg.27
Figura 06 - Planta esquemático Teatro Municipal...pg.20
Figura 18 - Vista da entrada que da acesso à sala de ensaios Teatro Minaz...........................................................pg.27
Figura 07 - Vista da fachada do Teatro Municipal....pg.23 Figura 08 - Vista do Foyer do Teatro Municipal.........pg.23 Figura 09 -Vista do palco para platéia.........................pg.23
Figura 19 - Planta da platéia Teatro Minaz.................pg.28 Figura 20 - Vista do depósito de fantasias e instrumentos do Teatro Minaz....................................................................pg.29 Figura 21 - Planta do palco Teatro Minaz...................pg.29
Figura 22 - Planta esquemática do Teatro Minaz......pg.31 Figura 23 - Vista do hall de entrada do Teatro Minaz.........................................................................................pg32 Figura 24 - Vista do Foyer do Teatro Minaz..................pg32
Figura 34- Vista do espaço destinado a platéia - teatro Vicenza....................................................................................pg.46 Figura 35 - Vista de uma das pinturas do proscêncio do teatro Vicenza.......................................................................pg.46
Figura 25 - Vista da fachada do Teatro Minaz............pg32
Figura 36 - Diagrama de interação entre música, acústica e arquitetura........................................................pg.50
Figura 26 - Vista dos camarins do Teatro Minaz..........pg32
Figura 37 - Geometria de teatros de arena..................pg.54
Figura 27 - Esquema que apresenta os principais elementos do Teatro grego.................................................pg35
Figura 38 - Teatro Arena de Ribeirão Preto................pg.55
Figura 28 - Um exemplo típico do Teatro Grego em que as fileiras de assentos se apoiavam na encosta de uma colina........................................................................................pg.35 Figura 29 - Vista da platéia do Teatro Romano antigo.......................................................................................pg.36
Figura 39 - Exemplo de um anfiteatro grego..............pg.55 Figura 40 - Exemplo de um espaço cênico Elizabetano............................................................................pg.56 Figura 41 - Geometrias de teatros Elizabetano..........pg.56 Figura 42 - Exemplo de um Teatro Italiano.................pg.57
Figura 30 - Platéia característica de um teatro antigo.......................................................................................pg.36
Figura 43 - Geometria de Teatros Italiano...................pg.57
Figura 31 - Espaço destinado à orquestra, do teatro antigo.......................................................................................pg.37
Figura 44- Tipos de configuração espacial do Teatro Múltiplo....................................................................................pg.58
Figura 32 - Planta do Teatro Olímpico do Teatro de Vicenza....................................................................................pg.44
Figura 45 - Esquema de zonas de sombreamento do som............................................................................................pg.62
Figura 33 - Imagem do palco do teatro de Vicenza .pg.44
Figura 46 - Esquema de posicionamento de espelhos acústicos...................................................................................pg.62
Figura 47 - Geometria de auditórios, teatros, igrejas, etc..............................................................................................pg.63
Figura 59 - Vista de quem está no terreno olhando para frente........................................................................................pg.75
Figura 48 - Gráfico do Tempo de Reverberação........pg.64
Figura 60 - Vista de quem está no terreno olhando para o lado direito..........................................................................pg.75
Figura 49 - Mapa dos acessos do Campus USP - RP.pg.66 Figura 50 - Mapa de localização do terreno, onde será implantado o projeto proposto........................................pg.67 Figura 51 - Vista do estacionamento da faculdade de música......................................................................................pg.67 Figura 52 - Prédio da faculdade de música da USP RP..............................................................................................pg.67 Figura 53 - Planta Pav. Térreo da faculdade de música......................................................................................pg.68 Figura 54 - Planta do Pav. Superior da faculdade de música......................................................................................pg.68 Figura 55 - Vista Interna do edifício - estúdio de gravação.................................................................................pg.70 Figura 56 - Vista Interna do edifício - sala de aula prática.....................................................................................pg.70 Figura 57 - Vista Interna do edifício - estúdio de gravação.................................................................................pg.70 Figura 58 - Vista da fachada do edifício da faculdade de música......................................................................................pg.75
Figura 61 - Vista do terreno onde será implantado a Sala de Concertos...........................................................................pg.76 Figura 62 - Vista do terreno onde será implantado a Sala de Concertos, que atualmente é utilizado como estacionamento do edifício existente..............................pg.76
Figura 63 – Sala São Paulo de Concertos, São Paulo, SP..............................................................................................pg.79
Figura 64 – Interior da Sala São Paulo.........................pg.80 Figura 65 – Platéia Sala São Paulo...............................pg.80
Figura 66 – Vista externa da cobertura Sala São Paulo........................................................................................pg.81
Figura 67 – Vista Interna da cobertura da Sala São Paulo........................................................................................pg.81
Figura 68 – Planta Pav. Térreo - Sala São Paulo........................................................................................pg.82 Figura 69 – Planta Mezanino - Sala São Paulo........................................................................................pg.82
Figura 70 – Planta 1º Pav. - Sala São Paulo........................................................................................pg.84 Figura 71 – Planta 2º Pav. - Sala São Paulo........................................................................................pg.84 Figura 72 – Planta 3º Pav. - Sala São Paulo........................................................................................pg.85
Figura 73 – Planta piso técnico - Sala São Paulo........................................................................................pg.85 Figura 74 – Entrada do Shopping Midway Mall, Natal – RN.............................................................................................pg.86
Figura 75 – Entrada do Teatro Riachuelo, Natal – RN.............................................................................................pg.86
Figura 76 – Mapa da cidade de Natal RN.............................................................................................pg.87
Figura 81 – Planta do Pav. Intermediário do Teatro Riachuelo................................................................................pg.90 Figura 82 – Planta do Pav. Superior do Teatro Riachuelo................................................................................pg.90 Figura 83 – Poltronas de diferentes cores dão toque lúdico ao projeto..................................................................pg.91 Figuras 84 e 85 – Circulação Vertical do Teatro Riachuelo................................................................................pg.91 Figura 86 – Vista do foyer do Teatro Riachuelo.........pg.91
Figura 87 – Vista do foyer do Teatro Riachuelo..........pg.92
Figura 88 – Detalhe do bar do foyer do Teatro Riachuelo................................................................................pg.92
Figura 89 – Urdimento, na área sobre o palco.........................................................................................pg.93
Figura 77 – Implantação do Teatro Riachuelo............pg.87
Figura 90 – Sala de Concertos em configuração de pista no show da banda Charlie Brown Jr...............................pg.93
Figura 79 – Vista da platéia do Teatro Riachuelo.................................................................................pg.89
Figura 92 – Sidney Opera House.....................................pg.94
Figura 78 – Cortes do Teatro Riachuelo.........................pg.88
Figura 80 – Planta do Pav. Inferior do Teatro Riachuelo................................................................................pg.89
Figura 91 –Modelo que demonstra a derivação esférica das conchas do telhado......................................................pg.94
Figura 93 – Implantação Geral do Sidney Opera House.......................................................................................pg.96
Figura 94 – Planta do subsola/porão Sidney Opera House.......................................................................................pg.96 Figura 95 – Planta Pav. Térreo Sidney Opera House.......................................................................................pg.97 Figura 96 – Planta 1° andar Sidney Opera House.......................................................................................pg.98
Figura 97 – Planta 2° andar Sidney Opera House.......................................................................................pg.98
Figura 98 – Planta nível pódio Sidney Opera House.......................................................................................pg.99 Figura 99 – Planta 1° andar Sidney Opera House.......................................................................................pg.99
Figura 100 – Corte do Teatro de ópera do Sidney Opera House.....................................................................................pg.100
Figura 101 – Corte da Sala de Concertos Sidney Opera House.....................................................................................pg.100 Figura 102 – Croqui do arquiteto Jorn Utzon............pg.102
Figura 103 – Perspectiva de locação de setores Sidney Opera House........................................................................pg.102
Figura 104 - Vista Noturna da fachada da Sala de Concertos................................................................................pg.118
Figura 105 – Vista da Lateral esquerda da Sala de Concertos...............................................................................pg.117
Figura 106 – Vista da Lateral direita da Sala de Concertos...............................................................................pg.117 Figuras 107 e 108 – Foyer da Sala de Concertos.........pg.118
Figuras 109, 110 e 111 – Vista interna da Sala de Concertos................................................................................pg.119 Figura 112 - Gráfico do Tempo de Reverberação.......pg.125
3
O edifício novo foi entregue no ano de 2011, possui
I. Apresentação O assunto escolhido para esta pesquisa é Conforto Ambiental Acústico que tem por finalidade entender de que forma o som interfere na arquitetura e mostra a forma mais adequada para se ter um ambiente de alta qualidade sonora e acústica. O tema delimitado é a elaboração de uma nova Sala de Concertos para a Orquestra Sinfônica da USP no campus de Ribeirão Preto, já que foi detectado, através de levantamentos e análises como maior problemática no campus a falta de um local adequado para que a Orquestra possa promover apresentações.
estúdios de gravações, salas de aula teórica e salas de ensaio, porém até hoje, apesar de os professores e alunos já utilizarem o prédio, ainda não foi inaugurado, pois a parte de acabamento do prédio não está totalmente acabada, falta fazer toda a parte de isolamento e tratamento acústico nas salas, ou seja, o item principal, já que se trata de uma faculdade de música. Este trabalho propõe também uma nova Sala de Concertos com uma ligação direta com o prédio existente. Esta ligação será feita por meio de uma passarela que ligará o pavimento superior do prédio existente com o pavimento superior da Sala de
Aproveitando que há pouco tempo foi construída
Concertos, que possibilitará aos estudantes e professores
uma nova edificação para a faculdade de música, esta
estarem sempre transitando de um prédio para o outro,
nova Sala de Concertos virá com o objetivo de promover
já que no estudo de campo, foi observado que o fluxo de
uma integração entre os prédios permitindo que um
alunos transitando por ali se estende por todo o dia, isso
complemente a atividade do outro.
mostra que esta construção estará sempre em uso, seja
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
4
por apresentações, ensaios ou experimentações feitas nos
possibilitando o estímulo estético, a formação do público
laboratórios específicos que a sala terá.
e a interação entre o saber produzido na Universidade e
A
palavra
chave
que
define
o
partido
arquitetônico deste projeto é a flexibilidade, que vem com o objetivo de garantir a simultaneidade de usos, ou seja, podem-se acontecer diversas atividades ao mesmo tempo, sem ter que uma parar para que a outra comece. A Orquestra Sinfônica da USP, fundada em 1975, é
a sociedade. Já se apresentou nas mais diversas salas de concerto do Brasil Sala São Paulo, por exemplo, e desde sua fundação, seu principal palco para a apresentação de concertos tem sido o Teatro Pedro II, Teatro Municipal, a Tulha e uma capela que se localiza no campus em Ribeirão Preto. Segundo Lizana (2008) p.2.
um órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão
Verifica-se que, independente da opção
Universitária e teve como primeiro regente o renomado
pela arte enquanto profissão são grandes os
compositor Camargo Guarnieri (1907-1993). Desde então, tem atuado ativamente em sua missão de estimular a
benefícios, para todos e em qualquer idade ou situação, do convívio com as artes e com a psicologia pela música, sabemos que a
educação e a cidadania em sentido amplo, incluindo em
música desenvolve, ainda, a percepção de
sua programação repertório de compositores brasileiros e
modo geral, desperta a sensibilidade, revela
sul-americanos, concertos educativos e didáticos nas
valores éticos, e estéticos tornando o ser
principais
humano mais sensível e criativo.
salas
Universidade. aprimoramento
de Com
concerto isso,
cultural
e
nos
procura através
campus
da
promover
o
da
música
e
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
5
O tema para este trabalho foi escolhido com base
representam uma “limitação intransponível” à acústica.
na pesquisa que foi feita com algumas pessoas que
Por isso, o espaço físico, então, exerce extrema
frequentam e utilizam o espaço da orquestra, que
importância na determinação do evento artístico-
disseram que o local apresenta algumas carências de
musical, atribuindo simultaneamente suas estruturas de
infraestrutura e conforto acústico, já que o som
composição com as inúmeras situações de propagação
produzido no local acaba gerando alguns transtornos
sonora. Como por exemplo, o tempo de reverberação
para salas próximas.
que é um dos princípios fundamentais para construção
Com isso o trabalho vem com o objetivo de apresentar uma nova proposta de uma sala de concertos, que servirá não somente para abrigar a Orquestra Sinfônica da USP, mas também servirá como um apoio onde os músicos possam se apresentar e ensaiar sem causar transtornos à vizinhança e a eles
de uma Sala de concertos de alta qualidade acústica, que é o tempo em que o som se apresenta audível em um determinado local, que pode ser uma sala de aula, um auditório, um teatro, um cinema, enfim, qualquer lugar que possa sofrer influência sonora. Segundo José Augusto Nepomuceno, in Sala São Paulo de Concertos, Revitalização da Estação Júlio
mesmos. Esta nova sala de concertos terá como função:
Prestes : o projeto arquitetônico, (2001) p. 127.
garantir a execução de tal atividade, abrigar o
Salas de concertos são espaços para a
espetáculo e de reconduzir a mensagem para o
música e exigem tempos de reverberação
espectador com qualidade, pois o lugar que a abriga atualmente apresenta restrições arquitetônicas que
mais longos que os teatros garantindo a clareza na audição da música dando vida à
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
6
sala, permitindo que ela “cante”. E para
que a sala seja funcional de forma a proporcionar o
que a sala possa cantar (e encantar) é
melhor desempenho acústico.
preciso
que
responda
com
excelência
acústica e generosidade.
Segundo José Augusto Nepomuceno, in Sala São Paulo de Concertos, Revitalização da Estação Júlio
O projeto que será proposto está diretamente ligado à ambientação arquitetônica com os princípios
Prestes : o projeto arquitetônico, (2001) p. 128. O projeto da Sala São Pulo é um exemplo
físicos da acústica, o seu conceito, sua volumetria, e sua
vivo no qual acústica e arquitetura
materialidade deverão estar casados com a acústica da
fundem-se num único corpo que é a
sala, de nada adianta ter uma volumetria maravilhosa e
própria sala. Tudo é acústica e tudo é
na hora do espetáculo o público não conseguir ouvir a
arquitetura. [...] Ao invés de congelar a
apresentação com clareza, ou a sala ter uma acústica perfeita, porém o lugar não oferecer condições de
acústica como disciplina complementar o que de resto é inaceitável num projeto de salas de concerto (...) tive neste projeto a
visibilidade para que as pessoas vão até lá, ou o seu
missão de desempenhar a acústica junto
entorno não ser apropriado para tal função.
com a arquitetura.
Uma Sala de Concertos trata-se de um projeto onde o espaço central (a Sala) para obter sucesso, necessita que sua arquitetura seja acima de tudo racional. Mais que a construção de um espaço agradável fisicamente e visualmente, é de extrema importância
Ribeirão Preto, apresenta construções específicas para tais atividades, como por exemplo: Teatro Pedro II, Teatro Municipal, Teatro Minaz, SESC e a própria sede da orquestra da USP que atualmente utiliza a tulha¹ (A
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
7
Sala de Concertos da Tulha (prédio do último quartel do
desejado, vulnerável a introdução de novas estruturas e
século XIX, outrora tulha de café da Fazenda Monte
materiais.
Alegre) já havia sido inaugurada em 1997. Desde então,
a Sala de Concertos da Tulha – que passou a pertencer ao Curso de Música – tornou-se um dos mais importantes
Para a construção desta nova Sala de Concertos da orquestra, será necessário fazer um levantamento no campus da cidade de Ribeirão Preto para verificar qual
locais para apresentações de corais e música de câmara
é o local mais apropriado para desempenhar tal função.
na região de Ribeirão Preto), entretanto, com condições
Este local também deverá ter características peculiares,
estruturais e de acústica de naturezas exclusivas e
atraentes para que convide o público a frequentá-la,
imutáveis concebidas para contemplar e condicionar
como por exemplo, facilidade de acesso, uma Sala que
simplesmente um tipo de apresentação. Quando exigidos
seja confortável em todos os sentidos e que apresente
para comportar outros espetáculos musicais, estes
uma arquitetura diferenciada e flexível capaz de
ambientes vêm como única alternativa à atribuição de
atender a diversos tipos de espetáculos. Já que não será
sistemas
eletrônicos,
equipamentos
sonoros
através capazes
da de
instalação
de
feita exclusivamente para apresentações da orquestra,
garantir
tal
mas sim para diversos tipos de apresentações artísticas e musicais.
desempenho necessário. Na maioria dos casos, as intervenções não atendem as especificações acústicas essenciais devido principalmente à disponibilidade de aparelhos no mercado e das possibilidades de intervenção no local
Segundo José Augusto Nepomuceno, in Sala São Paulo de Concertos, Revitalização da Estação Júlio Prestes : o projeto arquitetônico, (2001) p.125.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
8
O
projeto
concertos,
espaço reconfigurável, que favoreça todos os tipos de
principalmente na segunda metade do
instrumentos, permitindo alta clareza sonora tanto para
século
XX,
de tem
salas
de
procurado
atender
adequadamente a uma ampla gama do repertório sinfônico. Assim embora seja possível construir uma sala de concertos de sucesso com uma “assinatura acústica fixa”
e tamanho único, o estado da- arte nesse
os alunos quanto para os professores. O projeto arquitetônico estará mais voltado ao interior do prédio do ao exterior, já que este prédio não será um marco na cidade, até porque sua baixa visibilidade não permite isso.
campo vem sendo o de projeto de salas que podem ser alteradas de maneira a atender a
demanda
acústica
de
espetáculos
diferentes.
É importante ressaltar que este novo espaço que será proposto, não será somente um local de apresentações, mas vem com o intuito de vencer o desafio, de torná-lo também
um
local
experimental
onde
alunos
e
professores possam fazer experiências com seus diferentes instrumentos e sons. Nestas novas salas de experimentações o projeto de acústica será feito partindo do conceito de flexibilidade, Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
9
verificar o que possui de equipamentos, o que falta, e
I.1 OBJETIVOS O objetivo geral é elaborar o projeto de uma Sala
qual a ligação que terá com a nova Sala de Concertos;
de Concertos no campus da USP de Ribeirão Preto para
- Fazer um levantamento dos espaços culturais e
não somente abrigar a Orquestra Sinfônica da USP, mas
para apresentações musicais, disponíveis atualmente no
também que seja flexível para a apresentação de
campus da USP e na cidade de Ribeirão Preto.
diversos espetáculos musicais. O projeto propõe, além da estrutura de apoio às apresentações, locais de ensaios e
- Verificar as possibilidades de acesso e escolher a mais viável e que possibilite maior visibilidade;
laboratórios de experimentações também. - Estudar através das referências projetuais e Os objetivos específicos:
bibliográficas, a ligação existente entre geometria e e
flexibilidade das salas de concertos, para que o projeto
características pertinentes para a construção de uma sala
atenda a proposta e cumpra seu papel diante de seus
de concertos que seja totalmente flexível;
objetivos;
-
Estudar
e
analisar
as
necessidades
- Fazer um levantamento do entorno do terreno para verificar condições de implantação, insolação;
- Pesquisar formas de projetar espaços flexíveis, através de estruturas ou materiais;
- Fazer um levantamento do edifício existente, da Faculdade de Música, para analisar o seu programa e
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
10
I.2 JUSTIFICATIVA A cidade de Ribeirão Preto concentra um grande e diferenciado conjunto de manifestações artísticas de todos os temas e gostos, desenvolvidas ao longo dos anos por célebres incentivadores. A música, uma destas manifestações, designa grande importância no cenário cultural local, tanto por sua produção quanto aos espaços destinados a apresentações. A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto OSRP representa uma das cinco melhores orquestras brasileiras, ícone da cultura regional, formada por 54 músicos de primeira qualidade, uma de suas missões é tornar a música erudita acessível à população, descobrir novos talentos e buscar incentivos federais e estaduais para investir neste produto cultural de qualidade indiscutível. A proposta de uma Sala de Concertos no Campus
e
professores
da
faculdade
de
música
realizar
apresentações musicais, terem uma qualidade de aula que possibilite enriquecimento de conhecimentos sem limitações acústicas e arquitetônicas, que apesar de a faculdade ter ganhado um prédio novo recentemente, possui limitações principalmente acústicas, ou seja, não apresenta nenhum tipo de tratamento e isolamento acústico. Desde 2008, a Orquestra Universitária da USP de Ribeirão Preto vem tornando possível a alunos do mais novo departamento da FFCLRP, estudantes de música em geral e músicos amadores autogerirem a prática orquestral, participando da escolha do repertório, candidatando-se a solistas ou regentes e compondo obras sinfônicas. Aberta a todo e qualquer interessado, a orquestra da USP recebe novos integrantes durante todo o ano letivo e seus monitores — bolsistas das pró-reitorias
da USP virá para tentar se não suprir, mas pelo menos
de Graduação e de Cultura e Extensão — asseguram o
minimizar carência de espaços adequados para os alunos
aperfeiçoamento e a reciclagem técnica de seus
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
11
participantes, com ensaios de naipe e atendimentos
O departamento de música possui alguns grupos estáveis que são eles: Grupos de violão da USP - RP;
individuais. O repertório renascentista é fundamental para a educação vocal, numa orquestra, o classicismo vienense, de Mozart, Haydn e Beethoven, é que vai esculpir a sonoridade sinfônica, equilibrando sopros, cordas e
GRUPURI - Grupo de Percussão; Oficina Experimental da Voz; Oficina Experimental de Instrumentos; Orquestra de Sopros e Percussão USP - CAUIM; Orquestra Universitária USP - RP; USP - CAUIM Jazz Band, Big Band.
percussão, e criando uma cultura musical diferente da
Através de um levantamento feito na cidade de
banda sinfônica que tem outro perfil. Dessa maneira, a
Ribeirão Preto identificamos alguns espaços existentes
orientação da Orquestra da USP é realizar uma sinfonia
utilizados para apresentações de todos os gêneros dentre
vienense por semestre, além de programas mais
eles musical, feitos para tentar suprir certas necessidades
"portáteis" com o naipe de cordas, que se aperfeiçoa
que este tipo de apresentação tem, dos que estão ainda
através dos concertos barrocos de Vivaldi e Telemann,
em pleno funcionamento nos dias atuais temos: Teatro
entre outros.
Pedro II, Teatro Municipal, SESC, sede da OSRP, dentre
A orquestra da USP tem participado ativamente da vida acadêmica, com apresentações em eventos do
outros. Ribeirão
Preto
é
uma
cidade
com
vasta
campus, entre eles a Semana da Composição, o Siicusp
diversificação cultural, a música que é uma manifestação
etc, sempre sob a regência de seus alunos, e contará este
cultural de grande importância, consegue reunir um
ano com a participação de professores solistas ou
grande número de pessoas em um mesmo lugar para
convidados para regê-la.
um mesmo propósito, e trazer felicidade e prazer à Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
12
população está presente na cidade, porém muitas das
Teatro Municipal : foi inaugurado em 1969. Possui
vezes esquecida, por falta de divulgação ou até mesmo
características de arquitetura Moderna, tem capacidade
por estar acessível apenas a uma classe social.
para 515 espectadores e se localiza na Praça Alto do São
A seguir breve levantamento dos pontos principais de Ribeirão Preto que servem como palco de apresentações para a música :
Bento. Teatro Minaz : Construído em favor da Companhia Minaz de espetáculos, tem capacidade para 266
Teatro Pedro II : foi inaugurado no ano de 1930. Por sua excelente acústica, o Teatro Pedro II é
espectadores e se localiza na Rua Carlos Chagas, no bairro Jardim Paulistano.
considerado um dos melhores teatros da América Latina,
Teatro de Arena : projeto de um auditório ao ar
destacando-se para a realização de concertos sinfônicos e
livre, com 15 lances de arquibancadas em forma de
em especial ópera (de acordo com seu projeto inicial),
ferradura terminado na concha acústica. É considerado
incluindo-se
orquestra
um dos poucos teatros totalmente em estilo grego. Tem
abrigando cerca de sessenta músicos e capacidade para
capacidade para 2100 espectadores sentados e se
1588 espectadores.
localiza no Morro do São Bento.
fosso
com
elevador
para
Está localizado no Quarteirão Paulista, no centro
Na cidade existem outros locais de apresentações
de Ribeirão Preto, mais precisamente no Rua Álvares
musicais, porém em sua maioria são locais privados, não
Cabral.
acessíveis a todo o público. Como por exemplo Teatro Pedro II, Teatro Minaz, etc. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
13
O novo espaço proposto terá programações mistas com apresentações privadas onde a entrada será cobrada, mas também terá programações abertas ao público com entrada franca, como por exemplo apresentações de pequeno porte como já foi citado; apresentado por grupo estáveis como por exemplo Oficina Experimental da Voz, ensaio da orquestra USP, etc. O porte do projeto foi definido através da quantidade de alunos que cursam atualmente a Faculdade de Música e através de uma análise feita da relação entre um equipamento projetado
para cidade e um
equipamento feito para uma escola, foi tirado uma média e constatou-se que uma Sala de Concertos de médio porte, ou seja, para aproximadamente 500
pessoas, atenderia as necessidades do campus da USP – Ribeirão Preto.
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14
Figura 01: Mapa cadastral de Ribeirão Preto, que mostra os locais onde se realizam apresentações musicais no município
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I.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para o desenvolvimento deste trabalho foi necessário realizar:
sinfônica da USP e alguns professores responsáveis pelos estúdios e salas de ensaio, e saber o que eles acham do lugar onde a orquestra se apresenta, onde ela ensaia etc, e o que poderia ser feito para melhorar as condições
- Visitas técnicas em edificações do mesmo uso para comparar uma com a outra e absorver o que cada uma tem de qualidade e verificar os defeitos para não cometê-los;
atuais. - Estudo de caso - foi realizado um estudo de caso detalhado no Teatro municipal de Ribeirão Preto e o Teatro Minaz, que são dois equipamentos da cidade que
- Análise de condicionantes para escolha do terreno, ou seja verificar viabilidades dentro do Campus da USP;
mais se aproximam em termos de capacidade e infraestrutura do projeto a ser proposto. Os softwares que foram necessários para o concebi
- Estudo de campo se divide em dois momentos o
mento desta pesquisa são: PowerPoint, Word, que são
primeiro relacionado à observação e entendimento de
ferramentas de apresentação e edição de texto
como se comporta o objeto de estudo que consiste em ir
respectivamente, o programa
até o campus da USP e conhecer não só os blocos da
verificação da insolação em relação as fachadas do
música mas também verificar em seu entorno quais são
objeto e o ArchiCad, como software de modelação de
atualmente os locais que estão disponíveis para a
maquete eletrônica.
apresentação da OSUSP. O segundo momento consiste em entrevistar alguns membros da própria orquestra Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
SOL-AR que ajuda na
16
I.4 ESPAÇOS DE APRESENTAÇÃO MUSICAIS
Para a realização deste estudo de caso foram considerados:
DE RIBEIRÃO PRETO - ESTUDO DE CASO Foi realizado um estudo de caso em dois dos
- Aspectos funcionais como : estacionamento,
teatros existentes em Ribeirão Preto, o Minaz e o
acessibilidade, sanitários, acessos e segurança, doca
Municipal, considerando alguns parâmetros principais,
(carga e descarga), público, atores/músicos, camarins
analisando qualidades e defeitos.
(localização e quantidade), saídas de emergência, quantas possui e onde estão localizadas;
Segundo Takahashi e Bertolli (2011) p.2. Salas de concerto são ambientes que primam por qualidade sonora, e suas
- Equipamentos técnicos : Cabine de luz e som, se
características arquitetônicas influenciam
tem e onde se localiza, urdimento, caixa cênica, fosso de
seu desempenho acústico. Essas salas devem
orquestra;
atender a requisitos específicos para uma acústica adequada, permitindo que o som
- Partido - Forma e função, ou seja, se o que a
se propague em todo o ambiente, de forma
arquitetura representada pelo lado de fora mostra
uniforme,
exatamente o que é por dentro;
bem
definido
em
suas
características e preservado em sua forma original.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
17
Teatro Municipal - Localização e acessos
.
O acesso ao teatro se localiza num morro, porém possui pouca visibilidade, e sua arquitetura também não chama tanta atenção, que na verdade deveria representar um símbolo para a arquitetura de Ribeirão Preto. Se localiza em um bairro próximo ao centro da cidade, com avenidas que facilitam o seu acesso. Um outro ponto positivo é que possui amplo estacionamento tanto para carros , quanto para ônibus. Possui Figura 02: mapa de Ribeirão Preto
área de carga e descarga ampla, e o seu entorno é muito bem arborizado.
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18
já que sua arquitetura deveria representar um símbolo,
- Forma e Função O Teatro Municipal de Ribeirão Preto, possui uma
um marco na cidade.
arquitetura onde a forma segue a função, ou seja, quem o olha pelo lado de fora sabe exatamente distinguir onde está a caixa cênica, onde está a platéia, onde é o palco; a sua arquitetura, a sua geometria evidenciam a função desempenhada. Em relação a geometria deste teatro, possui um formato meio que irregular, que favorece a sua acústica e consegue cumprir sua função de garantir ao espectador escutar com o máximo de clareza possível. Este tipo de geometria é muito boa pois evita cantos nas salas, o que faz com que o som não fique preso nestes cantos. Este teatro apresenta um tipo de arquitetura, assim como o teatro Guaíra de Curitiba, porém o Guaíra conseguiu unir num só projeto beleza, forma e função definidas e qualidade acústica, que no caso do Teatro Municipal de Ribeirão Preto, deveria acontecer também, Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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Figura 03: mapa que mostra a implantação do Teatro Municipal
Figura 04: desenho esquemático do Teatro Municipal
Figura 05: vista da lateral direita do Teatro Municipal
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- Esquema de fluxos O fluxo interno do teatro é muito bom, devido ser um teatro de médio porte, com capacidade para 515 pessoas, consegue-se ter acesso fácil a qualquer ponto da platéia, outro ponto positivo são
as saídas de
emergência, que se localizam nas laterais da platéia, e não as mesmas que a de entrada e saída, o que facilita muito a vazão em caso de emergência. Na questão de acessibilidade, o teatro responde bem quanto ao fluxo interno, que é feito através de rampas na platéia, já o fluxo externo de entrada é feito através de uma rampa totalmente fora da norma o dificulta sua utilização.
Figura 06: planta esquemática do Teatro Municipal Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
21
- Programa de necessidades O programa de necessidades é bom, para o tamanho deste Teatro atende bem demanda. Seu programa de necessidades é composto por :
Ar Condicionado - Sistema de ar condicionado para platéia equipado de atenuadores de ruído. Camarins - Seis camarins contíguos ao fundo do palco, sendo quatro de 3,50m x 2,50m e dois de 4m x 3,50m, servidos por dois banheiros com chuveiros, anexos,
Foyer - Capacidade para 500 pessoas. Acesso por
estes 2 maiores se localizam na parte inferior do teatro, o
meio de cinco portas duplas antecedidas por escadarias e
que é ruim para os atores com fantasias pesadas e
rampa de acesso para deficiente físico. Acesso para 30
volumosas, já que o acesso ao palco é feito por uma
pessoas ao redor de uma floreira central. Sanitários
pequena e estreita escada.
femininos e masculinos. Cortina. Palco - Palco 12 x 12m, Altura 7m, 08 pernas Bilheteria - Dois guichês ligados diretamente à
sendo 4 de cada lado, 01 cortina vermelha que fecha o
Administração do Teatro. O acesso do público à
palco, 01 rotunda preta, 07 varas de cenário maquinada,
bilheteria é externo. A bilheteria localiza-se na parte
02 varas de cenário não maquinada, 04 varas de luz
frontal do teatro.
maquinada
Auditório - Capacidade para 515 pessoas sentadas em poltronas estofadas e numeradas. Acesso
01 barra de Luz fixa, 01 passarela, 03 m de proscênio, 11m urdimento.
através de duas antecâmaras. Amplos corredores de circulação. Ar condicionado. Duas saídas de emergência. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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Cabine técnica de som e iluminação - Se localiza atrás da platéia acima da antecâmara, que o acesso é feito através de uma escada bem estreita. Doca - Há alguns anos foi realizada uma reforma de ampliação nos camarins, com isso o teatro acabou ficando sem doca, possui área de carga e descarga, porém o caminhão não consegue encostar para fazerem o descarregamento, que hoje é feito através de pranchas, o que dificulta e demora uma pouco mais o processo.
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Figura 10: planta esquemática do Teatro Municipal
Figura 07: Vista da fachada do Teatro Municipal de Ribeirão Preto
Figura 11: Vista da rampa de acesso ao Teatro Municipal Figura 08: Vista do Foyer
Figura 09: Vista do palco para a platéia
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Figura 12: Vista da área de carga e descarga do Teatro Municipal
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Teatro Minaz - Localização e acessos
O acesso ao Teatro é um pouco difícil, apesar de se localizar em um dos bairros mais antigos de Ribeirão Preto, o Jardim Paulista é um bairro excelente, na questão de segurança, pouco se houve falar de assaltos e furtos. Localiza-se próximo ao centro da cidade, numa parte mais alta, praticamente em um morro, isso dificulta Figura 12: mapa de Ribeirão Preto
um pouco sua visibilidade e seu acesso. As ruas são com declives bem acentuados e o Teatro não tem estacionamento. Como a zona onde se localiza é quase que toda residencial, são poucos os lugares onde se pode estacionar devido as entradas de garagens.
Figura 13: mapa de Ribeirão Preto
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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olha parece que foi projetado de maneira empírica, o
- Forma e função Arquitetura e partido arquitetônico : este Teatro apresenta arquitetura simples, composta de formas e linhas bem definidas e limpas, seu m arco principal é uma torre construída do lado esquerdo do prédio, suas
que acaba ao invés de ajudar, atrapalha quem está no palco, pois o som bate nestes degraus e acaba voltando a fonte localizada no palco, podemos ver isso claramente no esquema que será mostrado adiante.
esquadrias de ferro rebuscadas nos remetem a épocas passadas. Diferentemente do Teatro Municipal de Ribeirão Preto , que a forma segue a função, quem olha o Teatro Minaz por fora, não sabe distinguir onde está a caixa cênica, onde está a platéia. Em relação a geometria deste teatro, o formato retangular, não é o mais adequado para um teatro, devido as paredes serem uma paralela com a outra. Este formato tem também como característica ruim, os cantos, que fazem com que o som se acumule ali. O teto também não foi projetado de maneira adequada, foi feito em degraus, pelo estado que foi feito para quem Figura 14: planta da platéia do teatro Minaz
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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Corte esquemático do teatro, que mostra uma de Figura 15: corte esquemático do teatro Minaz
suas deficiências quanto a funcionalidade.
Pode-se
analisar
neste
corte,
que
não
demonstra
o
funcionamento adequado, pois, um teatro com estas dimensões não necessitaria de espelhos, apesar de ser retangular, sua profundidade é curta, para se fazer espelhos, e o teto apresenta alguns degraus que fazem função de espelho. Porém deforma errada, como pode-se ver no esquema, a fonte emite o som e ao invés dos “espelhos” distribuírem o som para a sala toda, o som acaba voltando grande parte para a fonte.
Figura 16: vista do palco para a platéia do teatro
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- Esquema de fluxos Já o fluxo interno do teatro é muito bom, devido ser um teatro pequeno, com capacidade para 266 pessoas, consegue-se ter acesso fácil a qualquer ponto da platéia, porém as saídas de emergência são as mesmas de entrada e saída da platéia o que não é bom, na hora em que for solicitada não será uma saída com boa vazão, dever-se-ia ter saídas de emergência laterais, para que a vazão seja melhor.
Figura 17: Vista do palco para a platéia
Na questão de acessibilidade, o teatro responde bem a alguns quesitos da norma, apresenta entrada diferenciada com rampa adequada a cadeirantes, o acesso a platéia é feito por rampas também que apresentam inclinação suave, porém na análise feita não foi constatado espaços na platéia, entre as poltronas para o cadeirante, o que sugere provavelmente que ele fique nos corredores, o que é nada confortável, para o cadeirante que fica na área de circulação. Figura 18: Vista da entrada que dá acesso a sala de ensaios
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Figura 19: planta da platéia do teatro Minaz Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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- Esquema de fluxos O fluxo atrás do palco tem como ponto positivo a localização dos camarins que ficam logo atrás do palco o que facilita aos atores o acesso ao palco, principalmente em dias que precisarem usar aquelas fantasia super volumosas e pesadas, em dias de espetáculos que são compostos por um número grande de pessoas utiliza-se também a sala de ensaios (sala bem ampla) como camarim também, e fica numa saída atrás do palco. Como ponto negativo temos que todo o depósito de instrumentos pequenos como por exemplo flautas, fantasias e acessórios, ficam na parte superior do teatro, sendo que o acesso é feito por uma escada estreita o que dificulta a passagem com os objetos.
Figura 21: planta do palco do teatro Minaz
Figura 20: Vista do depósito de fantasias e instrumentos
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30
- Programa de necessidades
Bandor e 4 módulos Dimmer. O Teatro conta com 2
O programa de necessidades é bom, apesar de alguns equipamentos estarem localizados em locais inapropriados,
apresenta
um
programa
bem
diversificado e que para este o tamanho deste Teatro
camarins (um feminino e outro masculino), com 1 chuveiro e 2 banheiros cada. Cabine Técnica, localizada ao lado do foyer em cima do hall de entrada, composta por : Mesa de luz e Mesa de som. Conta com sala de ensaio ampla com capacidade
atende bem demanda. Seu programa de necessidades é composto por : Fosso de orquestra, Sala de costura, Foyer, que se localiza
para 220 pessoas, 4 salas de aula , administração e um café.
em cima do hall de entrada, Toaletes para público masculinos e femininos, Depósito de materiais de 80 metros quadrados, que fica em cima dos camarins. O palco apresenta estrutura técnica de 10 metros de boca de cena, 12 metros de profundidade, Rotunda de 12 x 8 metros, 4 bambolinas de 12 x 1,50 metros, 5 pernas de cada lado do palco de 8 x 1,50 metros, Cortina de veludo de 12 x 8 metros. A iluminação é feita através de 4 varas, 10 refletores, 20 Refletores Pares 64 longos modelo italiano “Standard”, 05 Elipsoidais, 20 refletores PC MR
com porta gel 1000w, 16 refletores Fresnel MR com Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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Figura 22: planta esquemática do teatro
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32
Imagens internas e da fachada do Teatro Minaz
Figura 23: Vista do hall de entrada do teatro
Figura 24: Vista do Foyer
Figura 25: Vista da fachada
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Figura 26: Vista dos camarins
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34
II.1 A EVOLUÇÃO DA ARQUITETURA DE ESPETÁCULOS MUSICAIS
A exemplo do Teatro Grego A.C., as edificações eram erguidas nos flancos das colinas para diminuir as despesas. Os romanos preferiam os terrenos planos. Mas
A partir do momento em que o homem começou a representar suas emoções e sentimentos através do teatro, surgiu a necessidade de criar espaços específicos. E
até a metade do século I A.C., eles usavam construções de madeira que eram constantemente deslocadas de um lugar para outro.
assim apareceram construções de diversos estilos. As diferentes edificações sofreram influências culturais que se
O Teatro como conhecemos tem origem nos festivais religiosos gregos em honra ao deus Dionísio, a
espalharam por gerações.
partir do século VII A.C.. A seguir será feito um breve histórico da evolução dos teatros e espaços de apresentações artístico-musicais.
As apresentações aconteciam durante o dia, ao ar livre. A área da plateia, chamada de teatron, tinha a
Na antiga Grécia, em meados do século IV A.C., começam a surgir os primeiros teatros de pedra, com o intuito de consolidar um sítio destinado a valorizar representações e danças populares, a maioria delas de
forma de semicírculo com degraus escavados na encosta de uma montanha ao redor da orquestra - espaço circular que continha o altar de Dionísio onde o coro dançava e cantava.
cunho religioso. Mais tarde, com Sófocles, Ésquilo e Eurípides, o teatro grego assumiu um papel políticosocial importantíssimo, a se refletir na valorização de suas edificações no organismo da cidade. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
35
Figura 27 - O esquema apresenta os principais elementos do Teatro Grego
O Teatro, em Roma, também assumiu papel significativo a partir do período Helenístico. Com os planos expansionistas romanos, o teatro se configura como ferramenta de divulgação de ideais relativos à Urbis. O espetáculo dramático assume o papel de perpetuar
a
cultura
romana
nas
novas
terras
conquistadas. Além disso, reafirma-se a cultura clássica, principalmente, em relação à literatura e música. Mais tarde, os teatros romanos tornam-se cenário de pelejas envolvendo gladiadores e batalhas navais, entre outros espetáculos. No teatro Romano uma das principais Figura 28 - Um exemplo típico do teatro grego em que as fileiras de assentos se apoiavam na encosta de uma colina.
características construtivas era a parede de fundo que,
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36
conjugada
à
cobertura
da
cena,
melhorou
extraordinariamente a acústica dos teatros. O palco ganhou mais espaço e foi rebaixado para 1,50m, permitindo melhor visão aos espectadores sentados na orquestra. O palco era feito de tábuas sobre uma armação de alvenaria, com o proskênion - área de representação - e ao fundo, com três portas, a skene, que abrigava também os locais de guarda de material e troca de roupa dos atores. Alguns teatros eram cobertos por um toldo
Figura 29: vista da platéia do teatro romano antigo
pintado de cores alegres (velarium), para proteger os espectadores do sol. Surge a cortina de boca de cena (auleum). Os espaços característicos do teatro antigo são, basicamente, três: palco, orquestra e platéia.
Figura 30: platéia característica de um teatro antigo
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37
Orquestra : A orquestra, no teatro antigo,
Platéia : A disposição dos espectadores na platéia espelhava os diferentes estratos sociais, sendo os assentos mais disputados aqueles próximos ao palco. Engenhosas soluções
de
escadaria
asseguravam
acesso
arquibancadas.
às
constitui o espaço destinado aos músicos ou, no caso grego, ao coro. Suas dimensões, assim como o palco, variam de acordo com os exemplares gregos e romanos. O primeiro apresenta uma orquestra bem mais ampla; em contrapartida, no exemplar romano, acessos diretos à orquestra proporcionam um percurso alternativo para a área dos músicos, caminho que evita a interação com os acessos à platéia. Vitrúvio apresenta uma exposição detalhada dos princípios geométrico e proporcionais dos teatros antigos. Os procedimentos matemáticos se iniciam desde a confecção da planta, que tem como ponto
de
partida
uma
circunferência
de
base
empregada tanto para os exemplares gregos como romanos. No último caso, quatro triângulos equiláteros igualmente espaçados vêm inscritos na circunferência. Os vértices dos triângulos fixam as diretrizes para o Figura 31: espaço destinado a orquestra, do teatro antigo
dimensionamento dos diferentes espaços que compõem o edifício. No teatro grego são inscritos três quadrados na
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38
circunferência de base que, por intermédio de seus vértices, assim como no caso romano, definem a composição dos elementos da edificação.
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39
Sequência de construção teatro grego
` `
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40
Sequência de construção teatro romano
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41
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Já no teatro renascentista temos um exemplo entre o teatro antigo e o moderno que é o Teatro Olímpico de Vicenza (1583). O auditório, com degraus em semicírculo, pode ser considerado como tipicamente romano, mas as construções cênicas, e sobretudo os curiosos cenários fixos, revelam algo de novo. Na parede de fundo do palco, pomposamente decorada, aparecem três aberturas, sendo a central em arco. Por essas aberturas, divisam-se cinco ruas constituídas
por
cenários
sólidos
e
permanentes,
reproduzindo fachadas de palácios e ruas de uma cidade. Tudo admiravelmente estudado, permitindo aos
Figura 32- Planta do Teatro Olímpico de Vicenza
atores entrar e sair das casas, dobrar esquinas, etc.
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45
Andrea Palladio um dos maiores construtores da
Como Palladio morreu em 1581, os trabalhos
Renascença foi o responsável pelo projeto de construção
passaram às mãos de seu filho Silla e de Vincenzo
do Teatro Olímpico de Vicenza, o primeiro teatro coberto
Scamozzi que obedeceu às plantas originais, rascunhadas
de toda a Europa. A obra foi encomendada pela
em 1579. O auditório é em forma elíptica e comporta
Accademia Olimpica da cidade, e sua construção teve
apenas 400 pessoas. Estátuas em tamanho natural,
início em 1580, sendo finalizada em 1585. No dia de sua
baixo relevos e pinturas ampliam o esplendor visual
inauguração foi apresentada a peça Édipo Rei, de
deste teatro. O teto é pintado de azul, com nuvens
Sófocles.
brancas, dando ao espectador a ilusão de estar num local ao ar livre. Vincenzo Scamozzi aproveitou a magnífica Porta Regia do proscênio e criou três pequenas ruas cuja perspectiva lembra a antiga Tebas, local onde se passa a ação de Édipo Rei. Este cenário original permanece até os dias de hoje.
Figura 33: Imagem do palco do teatro de Vicenza
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46
Figura 34 : Vista do espaço destinado a platéia, do teatro de Vicenza
Figura 35 : Vista de uma das pinturas do proscênio, do teatro de Vicenza
Os materiais usados como mármore, estuque e
Ao final do século XIX muitos autores assumiram
madeira proporcionam uma excelente acústica. Nos dias
uma postura de criação bastante diversa daquela de
de hoje, apenas três teatros da Renascença permanecem
seus predecessores românticos. Passaram a usar a arte
ativos. O Olímpico de Vicenza, o Teatro all’Antica de Sabionetta e o Teatro Farnese, de Parma. Estes dois
como veículo de denúncia de acontecimentos da vida real.
tiveram sua arquitetura baseada no Teatro Olímpico. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
47
Já o teatro do século XX caracteriza-se pelo
As extravagâncias dos concertos musicais são cada
ecletismo e pela grande quebra de antigas tradições. O
vez mais espetaculares e caras, a internet proporciona o
design cênico, a direção teatral, a infraestrutura e os
espetáculo de música grátis e um novo império do som e
estilos de interpretação não se vincularam em um único
de outras tecnologias, embora o Estado combata os
padrão predominante.
hábitos dos jovens de utilizar essas tecnologias. Na
Na cenografia passaram a ser utilizados efeitos não realísticos. As próprias atividades de mudança de palco podiam
ser
vistas
pelo
público.
No
teatro
contemporâneo, tanto as tradições realistas como as não realistas convivem simultaneamente. Isso produz uma nova cultura do espetáculo, com o surgimento de megaespetáculos e de espetáculos interativos. Isso é evidente neste novo milênio e constitui novas formas de cultura global. A teoria social crítica se depara com novos desafios no mapeamento teórico e na análise dessas novas formas de cultura e de sociedade e de como elas podem conter novas formas de dominação e de opressão bem como a potencialidade para a
verdade, filmes, DVDs, eventos esportivos e espetáculos musicais circulam livremente pela internet, gerando o espetáculo do Estado que ataca os que violam as leis dos direitos autorais. Segundo Schmid 2005, pág. 298, “[...] no século XX,
a acústica teve importante desenvolvimento”. Num teatro ou auditório tornou-se um fator de projeto de primeira ordem. [...] O auditório em forma de leque resolve questões visuais; todavia permite que a potência do som se disperse espacialmente, não favorecendo os ouvintes quanto à acústica. E o auditório em forma de caixa de sapato, este sim tem sido consagrado com o passar das décadas.
democratização e a justiça social. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
48
Felizmente, os efeitos acústicos dos espaços não
Para analisar as condições de conforto acústico de
eram desconhecidos de Mozart, Haydn e Beethoven, os
um ambiente e a influência do meio externo. A
principais compositores do período clássico da música -
qualidade interna do ambiente refere-se em geral à
de meados do século XVIII ao início do século XIX. Tal
geometria do ambiente, à absorção sonora dos objetos e
período deixou algumas marcas na música posterior, que
superfícies, à potência e localização das fontes sonoras. A
perduraram até a música contemporânea. O concerto
influência do meio externo está associada à existência de
passou a ter, cada vez mais caráter popular. “Auditórios
fontes de ruído externo e à qualidade do isolamento das
cada vez maiores, para o público cada vez mais
superfícies frente a esse ruído. A forma e o tamanho da
numeroso, forneceram as condições acústicas para esta
sala são bem relevantes, pois contribuem diretamente
evolução da música.”
para o tempo de reverberação (volume e área das
A influência da acústica é tal que, numa mesma obra, deveria variar para realçar os efeitos. Hoje, tal
superfícies) e para o estudo geométrico das salas (reflexão e difusão).
operação é possível nas salas de concerto com volume variável, a exemplo da lume variável, a exemplo da Sala São Paulo, na capital paulistana. Pode-se fazer uma análise entre a geometria das Salas de Concertos e o desempenho acústico que elas apresentam. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
49
II.2
GEOMETRIA E ACÚSTICA EM SALAS DE
sala seria totalmente demolido, inclusive as pilastras. O som se propaga de acordo com princípios físicos, isto é, o
CONCERTO
som é uma onda mecânica, necessitando, portanto de O projeto de uma sala de concerto vai muito além de um simples design, pois sua característica exige o conhecimento de acústica sem os quais o projeto não
um meio material para existir. Qualquer alteração neste meio material causa perturbações ou alterações nas características deste som.
atende os requisitos mínimos necessários, no que se refere som.
Uma boa sala de concertos deve ter condições
Em 1962, o Philharmonic Hall foi inaugurado para
estruturais que permitam ao som se propagar em todo o
espetáculos, porém, em sua primeira exibição ocorreu
ambiente, de forma uniforme e cristalina, bem definido
problema com relação à propagação do som ambiente.
em suas características, os agudos e os graves bem como
Os músicos no palco não conseguiam ouvir as outras
os sons secundários devem ser preservados em sua forma
partes da orquestra, ecos no fundo do auditório podiam
original. Somente com a observância dos princípios físicos
ser ouvidos, e o mastro não podia ouvir o que toda
da acústica é possível projetar uma sala de concerto de
orquestra
boa
à
propagação
do
estava
tocando.
qualidade.
Muitas tentativas foram feitas para resolver a situação,
Ao abordar a questão de desempenho de ambientes,
mas todas falharam, até que chamaram Cyril M.Harris,
busca-se avaliar a adequação dos mesmos aos fins que se
especialista em acústica, para redesenhar a sala. Cyril,
propõem, verificando as condições de atendimento a
para executar o trabalho impôs a condição de que a
critérios de qualidade previamente estabelecidos. No
acústica teria precedência sobre a estética e o interior da
caso específico de desempenho acústico de ambientes,
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
50
necessidades
humanas
para
comunicação
com
privacidade por meio da fala e da música devem ser atendidas para prover condições de comunicação inteligível e consequente conforto acústico. A comunicação requer o uso de uma linguagem cuja inteligibilidade é influenciada pela arquitetura. Por linguagem, entende-se todo o sistema de signos que serve de meio de comunicação entre as pessoas e que pode ser percebido pelos diversos órgãos dos sentidos. Isto, então,implica na distinção entre uma linguagem visual, uma linguagem auditiva, outra tátil e assim por diante; ou em linguagens mais complexas constituídas, simultaneamente, de elementos diversos. No caso específico de salas de concerto a atenção deve estar focada na inteligibilidade da música no ambiente. O conforto acústico nesses ambientes está vinculado à inteligibilidade da música.
Figura 36: diagrama de interação entre música, acústica e arquitetura.
A Figura 36 apresenta um diagrama sintetizando a interação entre música, acústica e arquitetura para
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
51
dar condições adequadas de inteligibilidade e conforto
Um dos fatores a serem considerados em projetos de Salas de Concertos é a Reverberação e o Tempo de
acústico. Em fase de projeto de arquitetura de salas de
Reverberação,
concerto e teatros ou ambientes de uso múltiplo que
Segundo Belico 2011, pg 02, “ [...]a reverberação é
também são sedes de eventos sinfônicos, é necessário
o prolongamento da sensação auditiva gerada pelo
desenvolver uma análise de desempenho acústico do
reforço resultante da interferência entre duas ondas. O
ambiente em proposição, que pode estar sendo
tempo de reverberação é o tempo gasto para que o som
desenvolvida, inclusive, durante uma fase preliminar do
atinja o seu valor máximo ou mínimo, a partir do nível
projeto acústico. Seja pelo fato de o projeto ainda não
de
estar construído, seja por limitação de tempo e
A qualidade de uma boa sala de concertos depende,
econômica, quando nem sempre é possível dispor de
portanto da qualidade da reverberação que é resultante
experimentos ou programas de simulação computacional
da boa aplicação dos elementos defletores e elementos
em acústica para dar suporte às avaliações de
reflexivos; é o equilíbrio entre o som direto e o som
desempenho, é necessário desenvolver procedimentos
reverberante. A distinção das performances musicais
alternativos e simplificados para estimular o empenho de
ouvidas em grandes parques, ao ar livre, daquelas
arquitetos e consultores em acústica na concepção de
ouvidas em salas de concertos é resultado da boa
ambientes acusticamente adequados.
qualidade do som reverberante e a ausências de sons de interferência.”
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
equilíbrio.
52
Para
a
Reverberação
é
necessário
que
o
tratamento acústico distribua e determine a quantidade ótima de absorção sonora através de materiais e sistemas construtivos especiais para absorção sonora de forma a ajustar especificação de materiais de revestimento / acabamento interno às questões acústicas. Segundo Zein e Di Marco (2001), p.128. Quando se ouve um concerto sinfônico numa sala com acústica de qualidade superior fica-se imerso em um campo sonoro. Uma experiência delicada das relações espaço-tempo. Todo volume de ar da sala canta ou soa a partir de múltiplas reflexões do som nas suas superfícies. As salas de concertos que são excelentes cantam ou soam como instrumento. Nada nelas é colocado para corrigir o som.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
53
A
INFLUÊNCIA
DA
GEOMETRIA
NA
de
reverberação
entre
outros.
Em
alguns
até
privacidade, segurança etc. Uma sala, um quarto, uma
ACÚSTICA ARQUITEÔNICA
cozinha, um banheiro (toalete), uma sala de concerto, A arquitetura interage com o som, assim ela se presta a condicioná-lo por meio de sua propagação (através da palavra, música ou qualquer outro sinal audível),
controlando
a
propagação
de
ruídos
desagradáveis (atenua-os ou elimina-os), preservando a privacidade dos indivíduos ou então dissipando o som (conforme o local e sua necessidade). A percepção do espaço através do som é construída pelo conjunto de informações fornecidas pelo ambiente sonoro, cujas características são condicionadas pela configuração formal e construtiva do espaço, configurando uma imagem acústica do meio, de seu uso e de seus componentes.
um escritório entre tantos podem ser considerados um ambiente fechado. Pois bem, todos os estudos para que possamos compreender as características de algumas propriedades acústicas de uma sala se deram de forma empírica. Buscou-se um parâmetro de referência para estabelecer relações físicas, materiais e geométricas com todas as particularidades de cada item que compõem o espaço arquitetônico. Desta forma, a referência mais usual e já consolidada adveio de uma relação empírica através de características de reverberação no espaço fechado, seu volume presentes.
Um ambiente fechado é entendido como um ambiente em que temos o controle de suas condições
e
materiais
absorvedores
Estabeleceu-se
e/ou
reflexivos
conceitualmente
como
parâmetro o tempo de reverberação como o tempo necessário para a pressão sonora decair 60 dB.
físicas como temperatura, umidade, ventilação, tempo Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
54
Cada formato de auditório é favorável a um uso, assim é necessário adotar o partido arquitetônico a partir daquilo que o auditório deve atender. Os tipos de auditórios possíveis e sua melhor função são: Arena: Espaço teatral coberto ou não, onde o palco é inserido em nível inferior à platéia. Nesta tipologia a platéia é disposta em todos os lados ou em toda a circunferência do palco, podendo sua forma ser circular, semicircular, quadrada, trapezoidal, 3/4 de círculo, defasado, triangular ou ovalado. Assim como no teatro elizabetano, toda a estrutura do palco fica à vista do espectador, como por exemplo, à grelha para iluminação. Poucos edifícios teatrais são construídos nessa relação de palco e platéia.
Figura 37: geometria de Teatros de Arena
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
55
como árvores e montanhas ao definir sua implantação, pois estes são elementos que definirão a acústica do local.
Figura 38 : Teatro de Arena de Ribeirão Preto
Anfiteatro grego: A platéia é definida pelo
Figura 39 : exemplo de um Anfiteatro Grego
centro do palco onde acontece a cena, e existem muitas
Elizabetano: Apareceu na Inglaterra no período
áreas de atuação nas quais o orador ou ator pode se
de Shakespeare, por isso também é chamado de Palco à
posicionar, podendo mudar de área sem ser notado; é
Inglesa, ou ainda conhecido como Palco Isabelino. Possui
semelhante ao teatro de arena, de maior tamanho e sua
um palco misto que funciona como espaço fechado,
configuração é implantada ao ar livre, porém é preciso
retangular,
observar ventos dominantes e os anteparos naturais
(retangular ou circular), como um segundo plano
com
grande
ampliação
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
de
proscênio
56
(muitas vezes coberto) onde existem algumas aberturas, tais como janelas. Nessa configuração, a relação palco x platéia é diferente da estabelecida no teatro italiano. A platéia envolve o palco em três lados – frente e laterais.
Não há, na maioria das vezes, a presença da boca de cena e da caixa cênica, ficando toda a estrutura da área de cena à vista do espectador – varas de cenário, iluminação e outros recursos técnicos e operacionais. Assim como o palco italiano é um dos preferidos no teatro brasileiro.
Figura 40 : exemplo de um espaço cênico Elizabetano
Figura 41 : geometria de Teatros Elizabetano
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57
Italiano/ Teatro com proscênio: Caracterizado pela disposição frontal da platéia ao palco, o palco italiano é o mais conhecido e utilizado, dentre as tipologias existentes em que o palco fica em um nível elevado, separado da platéia, formando uma caixa "mágica". Possui palco retangular, em forma de caixa aberta na parte anterior, situado frontalmente em relação à platéia, delimitado pela boca de cena e, geralmente, de bastidores laterais, coxias, bambolinas, urdimento e cortina, além de um espaço à frente da boca de cena, chamado de proscênio.
Figura 42 : exemplo de um Teatro Italiano
Figura 43 : geometria de Teatros Italiano
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58
Teatro múltiplo: Os teatros chamados múltiplos são caracterizados pela possibilidade de montagem do palco em diversas posições, não possuindo uma caixa cênica propriamente dita. Varas de cenário e iluminação, varandas de manobra e carros contrapesados são colocados visíveis aos olhos do espectador, distribuídos por toda a extensão do espaço possibilitando liberdade de escolha do local e configuração do palco e platéia a ser instalada.
Figura 44 : tipos de configuração espacial do Teatro Múltiplo Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
59
Ambientes fechados designados prioritariamente para reproduzir música são bem mais complexos do que os destinados para a fala. É sempre difícil especificarmos o melhor tempo de reverberação, ou o tempo de reverberação ideal, o qual varia com o volume da sala, o tipo de música e o efeito desejado.
melhor efeito. Estes valores são subjetivos para indivíduos com "bom" gosto e atitude cultural. Uma sala de concerto poderá apresentar uma reverberação capaz de aumentar a energia sonora reverberante em até 15 vezes maior que a energia radiada direta. Subjetivamente, o campo sonoro poderá
Os ambientes destinados à música poderão ser um
causar uma sensação acústica duas vezes maior que a
pouco mais reverberantes do que salas de leitura,
proporcionada pelo campo direto. Este fator é que gera
biblioteca ou salas de conferências.
a sensação de potência ou grandiosidade associada com
O melhor tempo de reverberação está na faixa de
a música feita no período romântico.
0,5s para salas de estar, cerca de 1,0s para uma pequena sala usada para um solista de música de câmara e, acima de 2,5s para música de órgão ou oratórios nas grandes catedrais. Música clássica e barroca (sem órgão) geralmente requer um tempo de reverberação na faixa de 1,0s a 1,4s; entretanto orquestras musicais do século XIX têm requerido cerca de 2,0s de reverberação para produzir o Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
60
O maior desafio deste trabalho é propor a conexão
II.3 FLEXIBILIDADE NOS ESPAÇOS Uma
das
mais
fortes
tendências
no
desenvolvimento das técnicas construtivas ao longo do século XX foi a busca contínua pela flexibilidade, tanto
natural entre acústica, arquitetura e flexibilidade, ou seja, propor um edifício onde estes três itens diluam-se, entre si.
dos processos produtivos quanto dos edifícios produzidos.
A conexão entre Acústica e Arquitetura se dá na
Tal tendência acentuou-se na segunda metade do
pluralidade do melhor aproveitamento do espaço
século, quando a velocidade de mudanças na economia
quando se busca a qualidade em sua ocupação. A
e nas formas de vida das sociedades urbanas tornou as
relação entre ambas se dá através da estética
exigências sobre edifícios e suas técnicas de produção
proporcionada
cada vez mais diferenciadas e instáveis.
encontrada, cores, dimensões e funcionalidade associado
Por flexibilidade entende-se aqui a capacidade de
pela
"sofisticação"
da
geometria
ao conforto e o prazer na vivência de sua ocupação.
materiais,
O som é uma onda, portanto ele se espalha por
componentes, elementos e processos construtivos em
todo o espaço (três dimensões), desta maneira cada
atender a exigências e/ou circunstâncias de produção
espaço acústico deve preocupar-se com o desempenho
e/ou utilização mutáveis, sem que para isso haja
do som na sua arquitetura, com por exemplo, espaços de
variações significativas na quantidade de recursos
leitura devem absorver o som e permitir aconchego,
necessários à sua produção e/ou utilização.
espaços de gravação devem se isolar para não sofrerem
estruturas
construídas,
equipamentos,
alterações no seu resultado, porém os auditórios devem desempenhar diversas variações de tonalidade e Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
61
reverberação, de acordo com seu uso, assim o mais correto é que se projete diferente espaços para cada uma das finalidades, mas isto se torna inviável e custoso.
RELAÇÃO VOLUME DA SALA / EXPECTADOR (VALORES ADEQUADOS) TEMA
Desta maneira existem recursos que possibilitam o melhor desempenho, mesmo em diferentes situações (sala de música, teatral, cinema, palestra, dentre outras); o que se mostra mais eficaz é reduzir ou aumentar o volume interno da sala, por meio de variações, que podem ser feitas de inúmeras maneiras, uma delas é
M³ POR EXPECTADOR
SALA DE CONFERÊNCIA
4 m³
TEATRO /SALA CONCERTO/
5 m³
CINEMA ÓPERAS / IGREJAS
6 m³
trabalhar com a variação de altura do teto, assim o gráfico a seguir demonstra níveis adequados de volume interno de auditório para algumas situações:
Além disso, outra função que o teto pode desempenhar é, o de por meio de painéis, direcionar o som a áreas preferenciais (entenda-se que o melhor desempenho é o que direciona o som a toda a platéia igualmente), sem que este crie zonas de sombreamento para o som, como acontece na figura a seguir:
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
62
posicionamento destes espelhos para dar forma e beleza ao teto.
Figura 45 : esquema de zonas de sombreamento do som
Mas existem procedimentos que garantem que nenhuma parte da platéia fique prejudicada pela sombra acústica. Fazer um corte no auditório e analisar qual a área de atuação das lâminas ou curvaturas do teto, além de analisar os materiais utilizados é importante, já que eles podem prejudicar ou favorecer o desempenho sonoro. Estas lâminas ou curvaturas do teto desempenham função de espelhos acústicos, possibilitando a toda platéia, desde a primeira a te a última fileira, uma boa qualidade acústica. Dessa forma pode-se aproveitar o Figura 46 : esquema de posicionamento de espelhos acústicos Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
63
E isso acontece em todo o espaço acústico, principalmente m relação as paredes, que quanto mais paralelas forem pior será o seu desempenho sonoro, já que o som simplesmente atravessa a sala sem maiores atuações - assim quanto mais abertas as paredes, melhor será o seu desempenho, tanto sonoro quanto visual para
Figura 47 : geometria de auditórios, teatros, igrejas, etc.
a platéia.
As grandes salas de música possuem muitos
Ressalte-se que corredores devem ser evitados em
problemas para a acústica, mas isso pode ser amenizado
auditórios, já que criam um caminho de fuga para o
com técnicas construtivas e mantendo o som de fundo
som, o único caso em que este se faz necessário é nas
baixo. Quem vai a um teatro assistir a uma ópera
igrejas, onde este caminho é funcional.
prefere os menores teatros por várias razões, uma delas sendo a visual do palco. Outra vantagem que os teatros menores apresentam é para os cantores, uma vez que é mais fácil cantar. O som é mais alto num teatro pequeno do que em um grande - para orquestras isso não gera grandes diferenças já que o tamanho da orquestra pode se adaptar ao volume cúbico do teatro, mas para um solista
isso
pode
fazer
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
toda
a
diferença.
64
O tempo de reverberação é muito importante para o espetáculo e dependendo do estilo da apresentação, da música, e do volume do espaço, o tempo de reverberação ideal oscila para maior ou menor.
Figura 48 : gráfico Tempo de Reverberação Ótimos para a frequência de 500Hz Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
65
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
66
por serem mais próximas e para facilitar o acesso ao
III. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
local, sem ter que atravessar o campus todo.
- LEVANTAMENTO DE DADOS O projeto da Sala de Concertos será proposto na faculdade de música do campus da USP de Ribeirão Preto, no novo bloco que foi feito para faculdade de música, localizado na Rua Profª Maria Teles. Como podemos observar no mapa do Campus da USP de Ribeirão Preto existem 3 entradas para acesso ao campus: Entrada A: é feita pela Av. do Café Entrada B : é feita pela Av. dos Bandeirantes Entrada C: é feita pela Av. Luigi Rosiello Devido a localização do terreno onde será implantada a Sala de Concertos, que é um local de pouca visibilidade, seria mais indicada a entrada C ou B
Figura 49 :Mapa Campus da USP Ribeirão Preto
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
67
Figura 51 : Vista do estacionamento da faculdade de música
Figura 50 : Mapa de localização do terreno,onde será implantado o projeto proposto O terreno apresenta topografia bem acentuada, porém devido a recentemente terem construído uma edificação nova, o terreno foi planificado em dois patamares, um onde foi implantado o edifício da Faculdade de Música, e outro onde atualmente é utilizado como estacionamento, que posteriormente será o local de implantação da Sala de Concertos.
Figura 52 : Prédio da Faculdade de música da USP - RP
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
68
Neste novo bloco foi feito um prédio com um programa todo voltado a aulas práticas e teóricas de música. De acordo com o estudo de campo feito foi contatado que este prédio existente possui estrutura limitada para executar tal função, seu programa está definido basicamente em : - Pavimento Térreo : uma sala de gravação e processamento junto com orquestra e coro, sete salas de
Figura 53 : Planta Pav. Térreo do prédio da Faculdade de música da USP - RP
aula teóricas, uma sala de percussão e instrumento e partitura, sanitários masculino, feminino e acessível, uma copa, um DML e um espaço destinado a central de utilidades. Pavimento Superior : cinco estúdios e treze salas de ensaio individual. A entrada principal do prédio se dá pela rua Profª Maria Teles.
Figura 54 : Planta Pav. Superior do prédio da Faculdade de música da USP - RP Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
69
Planta Pavimento Térreo
Legenda Salas de aula Salas de ensaio coletivo Salas de ensaio individual Estúdio de gravação Planta Pavimento Superior
Circulação vertical e horizontal Copa
prática
Sanitários Área de convívio (entrada principal)
Figura 59 : Vista
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
Sala de Informática
70
Figura 55: Vista interna do edifício – estúdio de gravação
Figura 57: Vista interna do edifício – estúdio de gravação
O local é utilizado normalmente, porém ainda não foi inaugurado oficialmente, devido a falta de alguns acabamentos, principalmente os relacionados a acústicas que não foram feitos em nenhuma sala, o que atrapalha o andamento das aulas. Como pode-se observar nas fotos não há nenhum tipo de tratamento acústico no piso, nas paredes, nas Figura 56: Vista interna do edifício – sala de aula prática
esquadrias, nem no teto, ou seja, o prédio está cru.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
71
Em janeiro deste ano o Professor responsável por este setor fez uma solicitação de orçamento a empresa WSDG, uma empresa bem conceituada no mercado da acústica, e que já produziu inúmeros projetos que nos serviriam como referência.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
72
Estudo de insolação (a partir do software SOL AR)
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
73
- Nordeste : no verão não há incidência de sol a
Quanto a insolação pode-se observar no estudo
manhã toda, e a partir do meio dia mais nada, no
feito com as fachadas : - Sudeste : no verão a incidência do sol se estende pela manhã toda, já no restante da tarde não há incidência de sol, no equinócio (outono e primavera), incide sol pela manhã até aproximadamente 11:00 hrs.,
equinócio (outono e primavera), incide sol até 13:30hrs., depois o restante da tarde não, já no inverno há incidência de sol até 15:00hrs. E o restante da tarde mais nada.
depois a tarde também não há mais incidência
Noroeste : no verão não incide sol a manhã toda,
nenhuma, no inverno a incidência do sol acontece
porém há incidência de sol a tarde toda a partir do meio
somente até aproximadamente 10:00 hrs., depois o
dia,
restante do dia mais nada.
incidir sol a partir de aproximadamente 11:30 hrs., e se
- Sudoeste : no verão não há incidência de sol a manhã toda, porém a tarde toda há incidência, no equinócio (outono e primavera), começa a incidir sol a
no equinócio (outono e primavera), começa a
prolonga pelo restante da tarde, já no inverno há incidência de sol a partir de aproximadamente 10:00 hrs., e se prolonga pelo restante da tarde.
partir de aproximadamente 13:30 hrs., e se prolonga pelo
A partir desta análise foram projetadas algumas
restante da tarde, já no inverno começa a incidir sol a
soluções para o projeto baseadas no clima de Ribeirão
partir de aproximadamente 15:30 hrs., e se prolonga pelo
Preto.
restante da tarde.
Foram utilizados no Pav. Superior da Sala de
Concertos, em todas as fachadas “brises soleil” verticais Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
74
em alumínio, posicionados estrategicamente na direção
diretamente o ar a fim de reduzir a temperatura do ar
dos ventos e na insolação predominantes de Ribeirão
para a troca de fase a água no estado líquido para o
Preto.
estado gasoso, ou para vapor de água. Pode ser Como o equipamento projetado será utilizado
durante todo o dia, estes brises verticais possuem paletas móveis, o seu acionamento será através de controle remoto, posicionando-os de acordo com a insolação, ao longo do dia. (Ver detalhe prancha n°09)
realizado através de fontes de água como cascatas,
espelhos d’água ou até pela vegetação. Quando estes são instalados próximos às aberturas do edifício, o ar ou vento passam por eles levando o ar úmido e fresco para dentro dos ambientes.” (Ver detalhe prancha n°09)
Outra solução utilizada em favorecimento do
conforto térmico foi um espelho d’água que começa dentro do foyer e se prolonga por toda entrada principal passando por baixo do fechamento em vidro da fachada principal. Esta solução foi adotada a partir do conceito de Resfriamento Evaporativo Direto especificamente para este caso. Segundo
o
professor
Roberto
Lamberts
“O
resfriamento evaporativo direto consiste em umidificar Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
75
Figura 58 : vista da fachada principal do edifício da faculdade de música
Figura 59: vista de quem está no terreno olhando para frente
O entorno do terreno é composto de grandes áreas verdes, com vistas privilegiadas, já que o local onde se localiza é um dos pontos mais altos do campus, no limite do campus, nas fotos pode-se observar a cerca do limite passando ao lado.
Figura 60 : vista de quem está no terreno, olhando para o lado direito
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
76
O terreno possui uma área ampla rodeada por uma grande área verde, tem aproximadamente uma área de 3.000 m².
Figura 61: vista do terreno onde será implantado a Sala de Concertos
Figura 62 : o terreno onde será implantado a Sala de Concertos, atualmente é utilizado como estacionamento do edifício existente
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
77
III.1 REFERÊNCIAS PROJETUAIS O quadro teórico referencial de projetos arquitetônicos, em favorecimento da concepção do trabalho proposto, estimula a verificação de: - novas técnicas construtivas; - composições espaciais;
estar perfeitamente isolada do seu meio ambiente funcionando como uma caixa totalmente estanque e impermeável a sons e vibrações vindos de fora; internamente deve prover uma adequada difusão tanto dos sons refletidos em superfícies, sem que a demora entre som refletido e som direto configure uma percepção diferenciada, garantindo ao mesmo tempo a rápida extinção de cada um dos sons produzidos.
- intervenção urbana;
Segundo as autoras após atender estes parâmetros
- relações com o entorno de implantação;
a qualidade do som resultante pode ser definida segundo
- utilização adequada e planejada materialidade;
vários atributos, subjetivos, mas quantificáveis - tais como:
intimidade,
presença,
clareza,
vivacidade,
- teorias acústicas;
envolvimento, calor, brilho, balanço, mistura, textura,
-Flexibilidade acústica e espacial
etc. Estes nomes derivam frequentemente de analogias
Para Zein e Di Marco (2001), para se obter uma adequada qualidade acústica em uma sala de concertos é necessário atender a pelo menos duas preocupações distintas e complementares . Externamente, a sala deve
visuais, ou ao menos não acústicas, e sua perfeita definição
e
aplicação
é
assunto
de
tratados
especializados. Em geral, garante-se o isolamento das fontes de ruídos e vibrações exteriores para
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
78
pela
invólucros
- Conceitos Arquitetônicos: que estão ligados a
envolvendo o espaço da sala, onde cada
percepção espacial, efeitos especiais e intervenções
um
disposição deles
deve
de
vários
atender
não
só
as
necessidades acústicas como também as estruturais e de fechamento. Tais invólucros
urbanas. SALA SÃO PAULO DE CONCERTOS
devem ser organizados de maneira a independência
A antiga estação de trens da Estrada de Ferro
possível entre si, dispondo de sucessivas
Sorocabana abriga hoje o Complexo Cultural Júlio
camadas em todas as dimensões - ou seja,
Preste, sede da maior e mais moderna sala de concertos
guardarem
a
máxima
não apenas no sentido das paredes, mas igualmente de pisos e coberturas. (ZEIN E DI MARCO, 2001, p. 120).
da América Latina : a Sala São Paulo. Especialmente construída para receber as melhores orquestras sinfônicas do mundo, A Sala São Paulo
As referências foram escolhidas através de alguns critérios adotados como: -
Características
relacionadas
ao
tornou-se realidade após o trabalho de recuperação do monumental edifício da Estação Júlio Prestes, construído
Tecnológicas
conforto
térmico,
que
estão
lumínico
e
no estilo Luís XVI, marcado pela sobriedade dos ornamentos e detalhes.
principalmente o acústico, aos materiais utilizados e a
A solução encontrada para as intervenções realizadas
flexibilidade nos espaços.
nesse prédio histórico, baseou-se na intenção de estabelecer um diálogo adequado com espaço existente, valorizando os conceitos e as características de uma Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
79
construção anterior, ajustando-a a uma utilização
O projeto da Sala São Paulo possibilita a apresentação
distinta da original, que veio atender a uma demanda
de qualquer tipo de concerto, pautada pela alteração
da sociedade contemporânea, adequando-se à proposta
do espaço da sala de concertos gerada pela flexibilidade
de revitalização.
do forro com painéis móveis. Além disso, os elementos de composição foram concebidos para a reflexão sonora multidirecional, atendendo a recomendações acústicas. Figura 66 : Plateia Sala São Paulo O projeto apresenta uma área de 950 m², com um pé direito de 24 m. Possui capacidade máxima de 1388 espectadores. Sendo distribuídos em 3 níveis : No piso térreo tem-se a plateia central com 429 lugares, plateia elevada central com 165 lugares e a plateia elevada lateral com 216 lugares. O mezanino conta com
Figura 63: Sala São Paulo de Concertos, São Paulo - SP
Em sua nova utilização, a Sala São Paulo não apenas
o balcão mezanino de 179 lugares e o camarote superior com 80 lugares.
recupera o antigo edifício, mas também garante sua
O primeiro projeto evidenciado é a Sala São Paulo que
preservação por meio de uma ocupação significativa,
se identifica com o projeto por suas atribuições do projeto
que certamente o eleva à posição de marco da cidade.
de construção da edificação de elementos e estruturas
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
80
desenvolvidas em favor da acústica possibilitando as atividades mais variadas organizações musicais no mesmo espaço, tornando-o flexível e mutável; pelo fato desta edificação ter sido anteriormente uma estação de trem e ser totalmente adequada a uma sala de concertos;
Figura 65: Platéia Sala São Paulo
Para Nepomuceno (2001), todo auditório deriva de duas classes: os que evoluíram do som das cavernas e os que evoluíram do som ao ar livre . As salas de concerto evoluíram das cavernas e os teatros do som ao ar livre. A sala possui um palco com capacidade para 140 músicos Figura 64: Interior Sala São Paulo
com uma área de 320 m², quatro camarins privativos e oito coletivos têm sistema de ar condicionado, banheiros e espelhos iluminados.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
81
A geometria da sala, a disposição dos balcões, o desenho das frentes dos balcões, o posicionamento do palco, a inexistência de carpetes ou cortina, a espessura da madeira do palco, o desenho das poltronas, paredes pesadas, compõem na Sala S!ao Paulo um importante elenco
de
pequenas
contribuições
absolutamente
fundamentais para a qualidade do seu clima acústico. Para garantir essa flexibilidade acústica foi proposto um forro totalmente móvel, cujo deslocamento faria variar o
volume da sala, criando um “espaço acústico acoplado”,
Figura 66 : vista externa da cobertura da Sala São Paulo
situado entre o forro e o piso técnico. O som atinge não só o forro, mas o espaço acoplado, e com isso podem ser alteradas algumas nuances na resposta acústica da sala. O forro é composto por quinze painéis, com espaçamento estrategicamente definido; sua movimentação permite o aumento controlado do volume da sala e de seu tempo de reverberação.
Figura 67 : vista interna da cobertura da Sala São Paulo
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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Figura 68 : planta pavimento Térreo
Figura 69 : planta Mezanino
Legenda Foyer (hall de entrada,café, estar) Doca (carga e descarga)
Serão destacados nas próximas análises apenas os ambientes que são considerados fundamentais para o funcionamento de uma sala de concertos e que fazem
Sanitários
parte do programa de necessidades da sala de concertos
Palco
que está sendo proposta neste trabalho.
Elevador Coro
O foyer da Sala São Paulo é bem amplo e acolhedor,
Elevador piano
possui ambientes de estar (convívio), um café, sanitários
Circulação vertical e horizontal Platéia Camarins
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
83
e um bloco onde se concentra a parte de circulação vertical (elevadores). O palco tem um espaço bem amplo para comportar uma orquestra com qualidade, confortável o bastante a ponto de ter elevadores para o coro e piano. A platéia foi organizada, de forma a preencher o espaço de todos os lados do palco, permitindo vários pontos de visualização.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
84
As salas de ensaio foram projetadas acusticamente, para uma não interferir na outra, tanto que foram colocadas uma ao lado da outra, permitindo simultaneidade de usos. Os balcões foram desenvolvidos especialmente para ajudar no desempenho acústico da sala, tanto o seu posicionamento quanto ao material empregado, foram colocados estrategicamente em benefício da acústica da sala.
Figura 70 : planta do 1º pavimento da Sala São Paulo
Legenda Salas de ensaio coletivo Administração Balcão posterior e laterais Forro móvel
Figura 71 : planta do 2º pavimento da Sala São Paulo Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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O forro móvel é um dos elementos mais marcantes desta sala, pois através dele é possível configurar a sala para vários tipos de apresentação de músicas eruditas e clássicas, podendo se apresentar com alta qualidade sonora, solos, duetos, trios, quartetos, enfim até uma orquestra composta por aproximadamente 140 músicos. Este recurso auxilia na clareza das apresentações, e na distribuição uniforme do som por toda a sala. Nos outros dois pisos superiores, encontram-se o piso técnico responsável pelo funcionamento do forro,
Figura 72 : planta do 3º pavimento da Sala São Paulo
depósito e armação da claraboia do telhado.
Figura 73 : planta do piso técnico da Sala São Paulo
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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TEATRO RIACHUELO Em dezembro de 2010 foi entregue, em Natal, no Rio Grande do Norte, o Teatro Riachuelo que abriu suas cortinas pela iniciativa do Grupo Guararapes e sob a direção do seu presidente Nevaldo Rocha, dentro do complexo de compras e lazer Midway Mall, que também pertence ao Grupo. Implantado no terceiro piso do Shopping Center Midway Mall, um dos maiores do Nordeste, o Teatro Riachuelo possui infraestrutura versátil e atual, com configurações
Figura 74 : Entrada do Shopping Center Midway Mall
para plateia convencional, sala de espetáculos com pista e salão para eventos. O projeto arquitetônico, escolhido por concurso fechado em 2007, foi desenvolvido pelos arquitetos Rafael Perrone, Ângelo Cecco e Edna Nagle.
Figura 75 : Entrada do Teatro Riachuelo
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
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O projeto do teatro enfrentou diversos desafios técnicos em sua implantação, pois foi instalado no terceiro piso de um Shopping Center em funcionamento e o primeiro em Natal projetado para acolher a maior diversidade possível de espetáculos e eventos. A primeira questão foi de ordem estrutural, uma vez que a modulação original do centro de compras, erguido com estrutura de concreto pré-moldada, sofreu alterações em parte do térreo quando ali foi construído um Figura 76: Mapa da cidade de Natal - RN
supermercado. A alternativa foi a adoção de uma estrutura metálica para o teatro, apoiada sobre o pavimento do shopping center com a ajuda de suportes do tipo pé de galinha, recurso que possibilitou a adequada distribuição da carga. Também a laje de piso emprega chapas metálicas, com 15 milímetros de espessura e revestimento com peças ou mantas, para evitar a transmissão de vibrações.
Figura 77: Implantação do Teatro Riachuelo
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
88
Sobre a manta foi colocado piso de madeira certificada
Versátil, a configuração da sala tem capacidade para
com revestimento em carpete. As paredes foram
1.504 lugares na platéia convencional e para até
tratadas com placas de gesso de diferentes espessuras e
2.495pessoas quando usada como pista. O projeto tem
isolamento interno com lã de rocha, e por fim receberam
três níveis básicos no formato platéia.
painéis acústicos de madeira. Segundo
o
arquiteto
Rafael
Perrone
todo
o
detalhamento foi feito em função de não deixar passar vibrações. Para garantir desempenhos acústico, visual e de conforto térmico, foram realizados diversos protótipos e simulações por computador. O cuidado com a obtenção de bons resultados nessas áreas levou até mesmo à realização de um show como teste, antes da inauguração oficial. Outro desafio estava no limite da cobertura do centro de compras, que acabou por definir os perímetros não só para a cenotecnia, mas também para a ocupação da platéia dentro de uma curva de visibilidade confortável.
Figura 78 : Cortes do Teatro Riachuelo
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
89
O primeiro nível, o da entrada principal, do palco
Nas demais configurações, as fileiras de poltronas
e do acesso à platéia, está elevado em relação ao
da plateia ficam fixadas em plataformas deslizantes e
corredor do Shopping Center a fim de abrir espaço para
dotadas de motores elétricos, o que permite recolhêlas
a implantação do fosso de orquestra, do poço de
sob o nível de arquibancadas imediatamente mais
elevadores e das instalações hidráulicas. O nível
elevado.
intermediário leva a camarotes e frisas laterais e o superior conduz ao balcão nobre.
Figura 79 : Vista da platéia do Teatro Riachuelo
Figura 80 : Planta Pavimento Inferior do Teatro Riachuelo
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
90
Figura 81 : Planta Pavimento Intermediário do Teatro Riachuelo
Figura 82 : Planta Pavimento Superior do Teatro Riachuelo
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
Figura 83 : Poltronas de diferentes cores dão toque lúdico ao projeto
Figura 84e 85 : escadas com guarda-corpo em vidro
Figura 86 : Vista do Foyer
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
91
92
Um pouco acima do nível do corredor do centro de compras, o foyer de pé-direito triplo pode ser definido como uma caixa branca para receber as ambientações que correspondem a cada espetáculo. Ele tem piso revestido por mármore, paredes com painéis acústicos de madeira e é visualmente integrado com praça de alimentação do Shopping Center através de grandes portas de vidro, o que aproxima os usuários dos dois equipamentos.
Figura 88: Detalhe do Bar do Foyer do teatro
O desafio de fazer um local multiuso, com qualidade sonora tanto para o expectador, quanto para o artista, foi feito com muita elegância e com alta tecnologia. Foram necessários meses de estudos para se obter o resultado de acústica impecável e a qualidade sonora excepcional alcançada pelo Teatro Riachuelo. O grande Figura 87 : Foyer do teatro
desafio era atender toda a demanda de um espaço
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
93
multiuso, respeitando a variação dos sons de cada tipo
Um modelo acústico computacional avançado
de espetáculo sem comprometer a clareza de cada um
estudou as propriedades acústicas do teatro, definindo os
deles.
materiais que seriam utilizados na obra e qual a sua interferência final no projeto. Outro cuidado tomado pela equipe de técnicos foi em relação ao silêncio na parte interna do Teatro Riachuelo.
Para isso, foram
usadas paredes duplas, isolantes no ar condicionado, lajes de concreto, portas e acessos por antecâmaras acústicas.
Figura 89 : Urdimento, na área sobre o palco
Figura 90 : A sala com configuração de pista em show de Charlie Brown Jr.
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94
SIDNEY OPERA HOUSE A Sydney Opera House é um centro de artes performáticas na cidade de Sydney, Austrália. Foi projetada e construída em grande parte pelo arquiteto
dinamarquês Jorn Utzon (1918 – 2008), com seu projeto vencedor do concurso em 1957.
Figura 90 : Sidney Opera House
Inaugurado em 1973, é uma grande obra arquitetônica do século XX, que reúne múltiplas vertentes de criatividade e inovação, tanto na forma
Figura 91 : modelo que demonstra a derivação esférica das
arquitetônica como no projeto estrutural.
conchas do telhado
Sua forma compreende em três grupos de
“conchas” (Shell) abobadadas. Estas estruturas de conchas são definidas sobre uma vasta plataforma e estão rodeadas por terraços que funcionam como saguões de pedestres.
Figura 92: Sidney Opera House Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
95
Utzon concebeu os salões com tetos de madeira compensada
consistindo
de
gigante,
ondulante
livremente vigas dobradas. Estas vigas estruturais, abrangendo desde o arco do proscênio para a varanda traseira, seguido exatamente o perfil acústico para as salas. A maioria das salas de concerto teve painéis ligados debaixo de uma estrutura de suporte. Na Ópera de Sidney no entanto, as conchas auditórios eram eles mesmos estrutural sendo auto-portante e parcialmente suspensos dos cofres do telhado de concreto. Utzon, portanto, assumiu a difícil tarefa de harmonizar o formato acústico e demandas volumétricas com o estrutural.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
96
Figura 94 : planta do subsolo/porão
Figura 93 : planta de implantação do local
1. Sala de Concertos 2. Teatro Ópera
1. Estúdio de gravação e Sala de ensaios 8. Corredores de serviços (Dennis Wolanski Library since 1989)
3. Restaurante Principal
2. Teatro Drama
4. Pátio
3. Palco giratório
5. Pátio de Entrada
4. Teatro Ópera
6. Pátio Norte
5. Vazio 6. Planta Sala 7. Elétrica
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
9. Galeria
97
Figura 95 : planta do Pav. Térreo
7. Estúdio de gravação e Sala de ensaios (Dennis Wolanski Library since 1989)
1. Porta do Palco 2. Passagem Central de Serviços
8. Foyer Teatro Drama
3. Sala de exposições (nova configuração)
9. Teatro Drama
4. Foyer da Sala de Música (Bastidores
10. Teatro Drama, palco giratório 11. Escritórios Administrativos 12. Vestiários Teatro Drama 13. Saguão baixo para veículos
do teatro ampliado 1993) 5. Sala de música / cinema convertido para o teatro 6. Área de funcionários
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
15. área de armazenamento e cena área de troca 16. Palco giratório
do
Teatro
Ópera
17. salas de ensaio de produção (usada como área de reserva) 18. Restaurante
98
Figura 96: planta primeiro andar
Figura 97 : planta segundo pavimento
Pode-se observar com as plantas uma grande Legenda Salas de Concertos Bastidores
flexibilidade e simultaneidade de usos em uma mesmo lugar, com diversos setores não só ligados a música mas também a diversos tipos de apresentação, como Sala de Concertos, Teatro Ópera, Teatro Drama, entre outros.
Foyer Bar Salas de ensaio
Oferece um grande conforto aos músicos também com área de descanso, camarins individuais feminino e masculino, camarins coletivos feminino e masculino, restaurantes, bares, etc. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
99
Figura 98 : planta nível pódio
Figura 99 : planta nível auditório
Uma das características relevantes em comum com
Legenda
a Opera House Sidney, para o desenvolvimento da Sala
Salas de Concertos
de Concertos, foi o formato da sala do tipo arena, onde a
Auditório
platéia se acomoda ao redor de todo o palco, permite
Orquestra
um visão 360º. Deixa o palco mais flexível para a
Cabine de luz e som
organização dos músicos.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
100
O desafio era calcular o peso próprio das coberturas em concha, levando em conta o revestimento cerâmico, além de estabelecer uma relação entre as conchas externas e os tetos acústicos interiores. Na cobertura externa, telhas Figura 100 : corte Teatro Ópera
especiais de cerâmica sueca refletem o brilho do sol. As paredes, por sua vez, são feitas de pedaços curvados de vidro laminado.
Figura 101 : corte Sala de Concertos Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
101
Considera-se que a Ópera de Sydney foi construída em três etapas resumindo os três principais elementos da sua composição arquitetônica: o pódio (fase 1: 1958-1961), as conchas abobadadas (fase 2: 1962-1967) e as paredes de vidro e interiores (fase 3: 1967-1973). A solução de
design e construção da estrutura “Shell” (concha) levou oito anos para ser concluído e o desenvolvimento das telhas cerâmicas especiais para as conchas levou mais de três anos. O edifício arquitetônico é apoiado em 588 pilares de concreto afundados cerca de 25 m abaixo do nível do mar, Sydney Opera House levou dezesseis anos para ser construída, seis anos a mais do que o previsto e dez vezes mais do que seu custo original estimado.
Figura 102: croqui de Jorn Utzon
Figura 103 : perspectiva que mostra a localização de cada setor
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
102
III.2
CONCLUSÃO
DAS
LEITURAS
PROJETUAIS
TEATRO RIACHUELO Na leitura do Teatro Riachuelo pode-se destacar:
SALA SÃO PAULO
Pontos positivos : o projeto foi desenvolvido com alta
Na leitura projetual que foi feita na Sala São
tecnologia em termos de acústica permitindo uma alta
Paulo constatou-se alguns pontos positivos e negativos.
clareza ao espectador, independente do tipo de apresentação que esteja acontecendo, o que é outro
Como pontos positivos temos : que o projeto de restauro foi desenvolvido em uma área da cidade que estava degradada e esquecida, e que com esta intervenção passou a ser um marco na cidade de São Paulo; possui estrutura flexível para vários tipos de concertos e possui espaços com condições adequadas à
ponto positivo sua flexibilidade a diversos tipos de apresentações, vai desde de concertos a shows de rock, arquitetura limpa, com traços bem definidos, tem infraestrutura para comportar grandes espetáculos e sua geometria favorece a visibilidade e clareza do som a todos os expectadores.
acústica, tem infraestrutura suficiente para comportar Já
grandes espetáculos.
como
pontos
negativos
temos
:
pouquíssima
visibilidade, já que fica localizado dentro de um Como pontos negativos pode-se citar : não está preparada para simultaneidade de usos e não possui
Shopping Center, não possui extensão externa, ou seja, não permite apresentações ao ar livre.
espaço externo (esplanada), para apresentações ao ar livre. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
103
A forma com que Jorn Utzon trabalha a flexibilidade de
OPERA HOUSE SYDNEY Na leitura feita no Opera House Sydney, destaca-se:
forma a proporcionar a simultaneidade dos usos foi o principal fator que tornou este projeto ser uma
Pontos positivos : capacidade de abrigar grandes
referência, por exemplo concentrar em um mesmo local
espetáculos com clareza e legibilidade tanto para os
estúdios de gravação, salas de ensaio e Sala de
espectadores quanto para os músicos, representa um
Concertos, permitindo a simultaneidade de usos sem um
marco na arquitetura de Sydney, possui alta tecnologia
interferir no outro em termos acústicos.
em estrutura, materiais e tratamento e isolamento acústico e possui simultaneidade em usos.
Já a sala São Paulo foi escolhida pela forma com que o arquiteto organizou a platéia e pela configuração do
As referências projetuais embora serem projetos de
palco, onde não se tem cortina , não possui frente e
grande porte, foram escolhidas a partir de alguns
fundo, os músicos entram pelas laterais do palco e se
critérios já mencionados, sendo fundamental a forma
organizam de forma a proporcionar uma vista de 360º
com que cada um trabalha a flexibilidade tanto em
em relação a platéia, ou seja, de forma a proporcionar a
termos acústicos quanto espaciais e em alguns, como isso
mesma qualidade acústica e visual a qualquer lugar da
proporciona a simultaneidade de usos.
platéia até mesmo na última fileira.
Diante das análises feitas pode-se listar algumas soluções
O
e programas que serão utilizados no projeto proposto, ou
acusticamente, a ponto de comportar diversos tipos de
seja, que favorecem a arquitetura proposta.
apresentações artístico-musicais desde um concerto de
Teatro
Riachuelo
trabalha
sua
flexibilidade
música erudita até mesmo um show de rock; e Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
104
de
acontecerá semelhantemente, apesar de não estar
configuração de platéia dependendo do tipo de
construída dentro de nenhuma outra edificação, sua
apresentação.
localização desfavorece sua visibilidade, porém ainda sim
espacialmente
proporcionando
mudança
O projeto a ser proposto terá algumas semelhanças ao Teatro Riachuelo como, por exemplo, platéia flexível podendo ser em poltronas comuns onde todo o público assiste a apresentação sentado ou em formato de pista como podemos observar por exemplo em shows de rock. Outro ponto a ser considerado é a variedade de tipos de
é o melhor local a ser construída devido ao edifício existente e a ligação entre eles. Por isso sua arquitetura, não foi pensada para ser uma arquitetura que representasse algo a cidade, ou se tornasse um marco referencial. Valorizou-se a arquitetura interna do edifício já que este era uma das maiores deficiências do edifício existente.
apresentações que este Teatro comporta, diversos tipos de soluções acústicas tecnológicas que proporcionam tal desempenho. A pouca visibilidade é outro ponto em comum com o projeto a ser proposto, devido ao Teatro Riachuelo ter sido construído dentro de um shopping Center, sua visibilidade é mínima, sua arquitetura teve que ser toda a adequada a infraestrutura do edifício já existente, o shopping. No caso da Sala de Concertos da USP, Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
105
IV – PROGRAMA DE NECESSIDADES O projeto a ser proposto possui uma abordagem projetual arquitetônica, característica de uma Sala de Concertos de pequeno porte, para aproximadamente 500 pessoas, que depois de ter feito vários tipos de análises chegou-se a algumas conclusões que serão empregadas no projeto, para atender com qualidade não só o público mas também músicos, artistas, professores e alunos.
1. Palco Principal : foi mantido no mesmo nível em que se encontra a doca (área de carga e descarga), depósito e sala de manutenção para facilitar o deslocamento de instrumentos. As saídas de emergência foram posicionadas estrategicamente para facilitar a evacuação em caso de emergência e dimensionadas perante a quantidade de pessoas que a sala comporta, configura-se no quesito de Teatro Múltiplo, onde se tem um palco central e a
O programa de necessidades foi desenvolvido a
platéia a sua volta, no caso deste projeto não
partir de conceitos arquitetônicos, normas técnicas,
temos platéia nas laterais. Foi colocado abaixo
legislações pertinentes e também obrigatoriedades como
do nível 0.00 do terreno para que a platéia
: palco, platéia, salas de aula, laboratórios, salas
favoreça o acesso a cadeirantes e idosos, em
administrativas, depósito, circulação interna e externa,
relação ao nível 0.00 temos apenas um
sanitários e área de uso comum.
pequeno desnível de 90 cm, que será vencido
O terreno estará com a entrada principal voltada para a rua Professora Maria Teles, compreende uma
por meio de rampas acessíveis (i = 8,33% de acordo com a norma 9050), no Foyer.
área aproximada de 3.391,01 m² que ficou dividido em: Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
106
da
instalados no forro), que terão a função de
configuração do palco neste caso multiuso, será
fechamento, e diminuir o volume da sala com
escalonada, para melhor visibilidade de todos ,
isso varia o tempo de reverberação.
2. Platéia
:
foi
organizada
a
partir
atenderá a 492 pessoas , e devido ter dois tipos
3. Foyer : foi projetado bem amplo, com pé direito
de acesso um que dá a fileira mais alta e um
duplo, e grandes áreas de convívio. Possui :
que dá a fileira do meio, o cadeirante terá a
- Sanitários: feminino, masculino e acessível,
opção de escolher o lugar que melhor fique
com iluminação feita através de claraboia, que
para sua visão, evitando a mesmice de ficar
com o pé direito alto (h = 6m), não terá
sempre na primeira fileira o que nem sempre é
problemas
com
a melhor opção.
insolação;
serão
A platéia inferior possuirá um dispositivo com
acusticamente
trilhos instalados no chão, que possibilitará ser
desempenho da sala, já que sua parede
deslizada sob a platéia superior, deixando a
hidráulica teve que ser colocada na parede de
platéia com formato de pista, o favorecerá em
divisa com a Sala de Concertos;
caso de grandes apresentações ou shows onde
- Bilheteria : que não terá acesso direto ao
este tipo de platéia é pertinente.
espaço exterior devido o edifício ficar aberto o
No caso de apresentações de pequeno porte,
dia todo devido ao uso das salas de aula;
poderá isolar a platéia localizada no “fundo” do
ofuscamento para
palco, através de painéis deslizantes (com trilhos Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
devidamente não
devido
a
isolados
interferir
no
107
- Sala de administração: que será responsável
impede
pelo financeiro e questões administrativas do
(Detalhamento exemplificado na prancha nº
edifício;
09)
- Café: proposto em formato de ilha;
a
possível
entrada
de
animais.
4. Salas de aula : serão projetadas em cubos de
- Rampa: foi criada devido ao desnível existente
vidro acústico, onde pessoas quando passarem
entre o Foyer e a platéia, esta rampa foi
pelos corredores poderão assistir a aula, mas
calculada de acordo com as normas de
não escutarão nada, até para evitar que o som
acessibilidade;
de uma cruze com o da outra, estes cubos
- Espelho d’água: foi proposto para melhorar o
funcionaram
como
conforto térmico do edifício que começa dentro
possibilitando
serem
do foyer e este estende por toda passarela de
diminuídas, conforme necessidade, através de
entrada principal, seguindo o conceito de
painéis acústicos deslizantes e dobráveis que
Resfriamento Evaporativo. O vão existente
correm em um trilho instalado no teto, com
entre o fechamento de vidro da fachada e a
materiais isolantes apropriados que garantam a
linha d’água, permite a entrada do vento,
módulos
flexíveis
aumentadas
ou
qualidade acústica sem deixar vazar o som. Em
promovendo umidificação do ar e resfriamento,
algumas das salas, terão uma parede em
pela troca de calor por evaporação. Será
alvenaria
necessário o fechamento do vão com uma tela,
deslizantes com trilhos instalados na parede.
onde
serão
que não impede a passagem do vento, mas Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
instalados
painéis
108
5. Depósito
:
para
armazenamento
de,
Concertos, quanto no piso onde se localizaram as salas de aula;
instrumentos e figurinos; 6. Circulação Interna e Externa : a circulação
9. Áreas de uso comum : áreas que permitem ao
interna vertical será feita através de escada,
público um relacionamento entre si, com os
elevadores e rampas acessíveis, posicionados
artistas, músicos e etc, promovendo até um
estrategicamente, para o conforto de todos,
envolvimento com o entorno, que no caso deste
quanto a circulação externa foi colocado uma
projeto foi proposto fachadas com grandes
rampa que liga um edifício ao outro;
planos
de
vidro
e/ou
brises,
calculados
7. Estacionamento : não foi um item prioritário do
especificamente para proteger do sol, mas
projeto, pois, por se tratar de uma Sala de
também privilegiar o externo, para que as
Concertos implantada dentro do campus de
pessoas contemplem a paisagem que há no
uma faculdade, o que não vai faltar é lugar
entorno.
para estacionar os carros, sem contar que nem
10. Camarins : foram projetados para
trânsito intenso vai existir, principalmente se a
esta Sala um camarim coletivo masculino com
apresentação for a noite;
banheiro completo, um camarim coletivo
8. Sanitários
:
distribuídos
de
tamanho
e
feminino com banheiro completo
e um
quantidade, de acordo com as normas, e
individual, com um lavabo. O acesso ao palco
posicionados estrategicamente, para melhor
será feito através de plataforma elevatória ou
conforto de todos, tanto no foyer da Sala de
em caso de emergência por uma escada. Para
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
109
evitar rasgos nas paredes, e resolver a questão da ventilação e iluminação foram colocados tanto nos camarins quanto nos sanitários do piso das salas de aula, domus I.V.P. (iluminação e ventilação permanentes). 11. Acessos : os acessos ao edifício será feito pela fachada principal e pelas fachadas
laterais,
proporcionando
o
conforto de todos, terá um acesso exclusivo de estudantes e professores, que será por uma passarela que liga o Pavimento Superior do edifício existente com o Mezanino, do edifício novo, evitando as pessoas ter que percorrer longos
caminhos,
já
que
alunos
e
professores deslocam-se durante todo o dia na faculdade.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
110
IV.1 FLUXOGRAMA Segue abaixo o fluxograma, baseado no programa de necessidades em função da Sala de Concertos.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
111
IV.2
MATERIALIDADE
-
CONCRETO
vãos sem ter que pontuar os espaços com pilares, o que permite ser construído com grandes vãos internos.
PROTENDIDO E AÇO Dentre os materiais que se tem disponível hoje no
Além de tudo isso como a palavra que define o
mercado, o que possui um leque maior de possibilidades
partido arquitetônico deste projeto, é a flexibilidade, será
é o aço, além de ser um material totalmente sustentável,
utilizado neste projeto lajes de concreto protendido, que
tem inúmeras vantagens como :
permite a construção de ambientes independentes, sem ficar com vigas e pilares aparentes na estrutura.
- O aço é um material natural : é seguro sua matéria prima é encontrada em abundancia no planeta
Como o projeto da Sala foi desenvolvido com um
que é o ferro, é econômico, não produz resíduos e seus
pé direito alto, e o foyer acompanha esta mesma altura,
derivados são totalmente reutilizáveis;
a intenção foi deixar o foyer com uma grande vão livre para a circulação das pessoas, criando vários espaços de
- O aço é leve e resistente, reduz o impacto
convivência.
negativo dos locais de construção; Criar a aparência de uma arquitetura limpa, com - Economiza materiais e ajuda a preservar o solo,
formas bem definidas.
maximiza a luz e garante transparência. Estas são as principais condicionantes que fizeram com que a escolha fosse pelo aço, já que o projeto necessita de um material que consiga vencer grandes Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
112
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
113
Como o terreno é estreito e comprido e a sala ficou com
V. PROJETO O ponto de partido para definir o formato do prédio e toda sua configuração foi o formato da platéia e do palco.
formato retangular e é uma forma não recomendada para este tipo de uso, será instalado nas paredes painéis difusores do tipo OMNI 64, que servirão para diluir o som por todo o espaço quebrando todos cantos e paredes
Como se trata de uma sala multiuso em música terá apresentações de música clássica e erudita até mesmo um show de rock, optou-se pelo palco central com platéia na frente e atrás do palco e nada nas laterais, a platéia que fica atrás do palco só será usada quando necessário, foi instalado um painel preso em um trilho instalado no teto, que possibilita o fechamento da parte posterior do palco, já na platéia inferior da frente do palco foi instalado mecanismos que possibilitam que
paralelas da sala. As paredes A e B (conforme prancha 02), foram revestidas com placas de gesso com acabamento liso e mais de 5.000 microcavidades por placa que garantem alto
poder
absorvente
acústico,
além
de
baixa
propagação de chamas. De simples fixação com adesivo de contato, pode ser pintada e cortada, não desprende partículas nocivas e nem impregna odores.
aqueles 3 blocos de platéia deslizem para um fundo falso
Já nas paredes C e D (conforme prancha 02), foram
criado logo abaixo da platéia superior, deixando com
instalados difusores acústico OMNI64, que, é um difusor
formato de pista, quando necessário. (Ver detalhe no
que possui uma configuração que tem um alto
corte AA).
desempenho em todos os tipos de frequência (grave, média e aguda),devido seu formato comportar variações de profundidade. Ele é comercialmente vendido em Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
114
tamanho padrão com dimensões de 58,7x58,7cm e
vidro temperado com textura extremamente resistente,
profundidade de 11 cm, porém pode-se ser instalado em
inclusive ao atrito com metais pontiagudos ou estiletes.
diversas combinações, para esta Sala de Concertos
Suas propriedades são :
optou-se pela combinação de 4 difusores, colocados
•
estrategicamente na direção dos ouvidos do público. A instalação é feita através de 4 furos na parede com buchas comuns. A distribuição foi feita de estrategicamente, para
controle da transmissão de luz e calor – através da
filtragem ou bloqueio dos raios solares; •
controle de privacidade – pela possibilidade de
desenhos ocupando de 1 a 100% da superfície do vidro;
favorecer o público, de forma que quanto houver a
•
emissão dom som, o difusor direcione em vários ângulos,
serigrafada;
por se tratar de um difusor multi-direcional, o seu
•
desempenho é igual em qualquer posição.
durabilidade – tanto do vidro quanto da camada segurança – por reunir todas as vantagens do vidro
de segurança temperado.
Os grandes planos de vidro utilizados nas fachadas do
No mezanino encontram-se as salas de aula, que foram
térreo foram escolhidos do tipo serigrafados. O processo
organizados em módulos de salas grandes e pequenas
de serigrafia consiste na aplicação do esmalte cerâmico
podendo alterar a sua configuração deixando-as
(uma tinta vitrificada) no vidro comum, incolor ou
maiores.
colorido na massa. Em seguida esse vidro passa por um
independentes da cobertura do pavimento, deixou-se
forno de têmpera, onde os pigmentos cerâmicos passam
um vão livre de 80 cm, entre o final da cobertura das
Estes
módulos
a fazer parte do vidro. Ao final do processo obtém-se um Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
possuem
cobertura
115
salas e o início da laje de cobertura do Pav. Superior, para haja a passagem do ar se um lado pro outro sem criar
barreiras,
e
para
instalação
de
eventuais
equipamentos como, por exemplo, dutos
de ar
condicionado. O seu interior foi tratado acusticamente, seguindo os mesmos princípios da Sala de Concertos, ou seja, permitir o uso simultâneo das salas sem interferência e comportar o uso de qualquer instrumento sem desfavorecê-lo. (Ver detalhe prancha 10)
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
116
Figura 104: Vista noturna da Fachada da Sala de Concertos Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
117
Figura 105: Vista da Lateral esquerda da Sala de Concertos
Figura 106: Vista da Lateral direita da Sala de Concertos
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
118
Figuras 107 e 108 : Foyer Sala de Concertos
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
119
Figuras 109, 110 e 111 : Interior Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
da Sala de Concertos
120
VI. CONDICIONAMENTO ACÚSTICO
Este projeto a ser proposto necessita de comprovação,
Segundo Carvalho (2010), “Condicionar acusticamente
através de cálculos logarítmicos e gráficos, que o espaço
um recinto consiste em darmos a ele as melhores condições possíveis de audibilidade interna. E isso se faz segundo duas providências fundamentais: - corrigir o tempo de reverberação do recinto com base nas absorções acústicas internas;
projetado, destinado às apresentações musicais da Sala de Concertos, apresenta-se coerente com as propriedades acústicas. O nível sonoro ideal para uma sala de concertos é de no mínimo 70dB, para comprovar isso o primeiro cálculo representa o nível sonoro da sala, ou seja, se o som se
- promover a melhor distribuição possível dos sons
propaga com nível de intensidade sonora desejável até a
gerados internamente via superfícies refletoras (e/ou
ultima fileira.
absorventes) de sons, conforme uma geometria interna apropriada para o recinto.” ACÚSTICA NA SALA DE CONCERTOS O condicionamento acústico de uma Sala de Concertos
O cálculo é feito através da fórmula: L= 109 + 10 log W – 20 log D, onde : L – nível sonoro desejável
tem como objetivo controlar ou corrigir os ruídos dos
W – potência da fonte sonora, neste caso utilizou-se 10
ambientes, ajustando ecos, e tempos de reverberação
watts
com a finalidade de melhorar a inteligibilidade da
D – é a distância da fonte sonora
palavra e percepção dos sons em geral.
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
121
Primeiramente irá verificar se o nível sonoro da última
Com estes resultados verifica-se que o nível de
fileira é compatível ao valor mínimo já mencionado.
intensidade sonora está dentro dos parâmetros corretos ,
Como neste projeto há platéia em dois lados do palco, o
para apresentações musicais.
cálculo será feito nas duas direções. L(última fileira) = 109 + 10 log W – 20 log D L (última fileira) = 109 + 10 log 10 – 20 log 20,81
O próximo cálculo refere-se ao tempo de reverberação, ou seja, é o intervalo de tempo necessário para que o nível de intensidade de um determinado som decresça
L (última fileira) = 109 + 10 – 20 . 1,32
60Db após o término da emissão da sua fonte. A partir
L (última fileira) = 119 - 26,4
mais importante presente em uma Sala de Concertos.
L (última fileira) = 92 Db
Neste projeto será calculado o Tempo Ótimo de
de seu valor equilibrado, considera-se a característica
Reverberação (Tot), com base no volume total da sala e nos materiais utilizados. L(última fileira) = 109 + 10 log W – 20 log D
Dimensões da Sala de Concertos:
L(última fileira) = 109 + 10 log 10 – 20 log 11,37
Volume : 4.654,01 m³
L(última fileira) = 109 + 10 – 20 . 1,05 L(última fileira) = 119 – 21,11 L(última fileira) = 97 Db Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
120
SUPERFÍCIE PISO PLATÉIA
S A A A α α α (ÁREA)(m²) (125Hz) (500Hz) (4000Hz) (125Hz) (500Hz) (4000Hz) Parque sobre concreto 652,03 0,04 0,07 0,07 26,08 45,64 45,64 MATERIAL
ISO PALCO
Régua de madeira encerada com espaço livre por baixo
157,18
0,40
0,10
0,07
62,87
15,72
11,00
FORRO
Placa Roc IIIbruk 20mm
724,12
0,04
0,32
1,03
28,96
231,72
745,84
FORRO PALCO
Fibra de vidro
15,92
0,25
0,80
0,96
3,98
12,74
15,28
PAREDE A (ABSORVENTE) PAREDE B (ABSORVENTE) PAREDE C (SEM DIFUSOR)
Gesso áspero sobre alvenaria Gesso áspero sobre alvenaria Alvenaria comum 200 mm
95,83
0,02
0,04
0,05
1,92
3,83
4,79
160,00
0,02
0,04
0,05
3,20
6,40
4,80
203,06
0,01
0,02
0,03
2,03
4,06
6,09
PAREDE D (SEM DIFUSOR)
Alvenaria comum 200 mm
201,83
0,01
0,02
0,03
2,01
4,03
6,05
VISOR
Janela com vidros tipo blindex 10 mm Porta de madeira maciça
2,78
0,18
0,04
0,03
0,50
0,11
0,08
4,50 X 6= 27,00
0,13
0,08
0,03
3,51
2,16
0,81
PORTAS (6X)
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
121
PORTA PALCO DIFUSORES PESSOAS COM POLTRONA TOTAL
Porta de madeira maciça Madeira Maciça Envernizada Público sentado, em poltronas de teatro c/ encosto estofado
10,75
0,13
0,08
0,03
1,39
0,86
0,32
1,38x27 = 37,26 492 unidades
0,10
0,05
0,04
3,72
1,86
1,49
0,12
0,38
0,37
59,04
186,96
182,04
199,21
516,09
1024,23
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
122
Os valores dos índices de absorção dos materiais foram retirados do livro Acústica Arquitetônica, do autor Régio Paniago Carvalho.
Verificação na fórmula: Tr = 0,16 x volume total da edificação Absorção Total
Como se trata de uma sala que comportará vários tipos de apresentações musicais, a absorção total dos materiais foi calculado em três frequências 125 Hz, 500Hz e 4000Hz.
Tr = 0,16 x 4.654,01 516,09 Tr = 1,44 s De acordo com o gráfico do Tempo de Reverberação,
Após a verificação total da absorção dos materiais
responsável por indicar o tempo correto de reverberação
empregados na sala de apresentações, será calculado o
de cada tipo de ambiente, através de seu volume cúbico,
Tempo Real de Reverberação e depois verificado o
o índice do Tempo ótimo de Reverberação para esta
Tempo Ótimo de Reverberação (Tot), no gráfico
Sala de Concertos é de aproximadamente 1,43 s,
apresentado posteriormente que é de 1,44 s.
comprovando que a sala encontra-se com materialidade adequada para capacitação da acústica requerida.
- ABSORÇÃO TOTAL DOS MATERIAIS PARA 500 Hz = 516,09
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
123
Figura 112 : Gráfico do Tempo de Reverberação
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
124
VII. CONSIDERAÇÕES FINAIS De certa forma, Arquitetura e Flexibilidade juntas,
variadas funções ao mesmo local, além da relação com o entorno e com a paisagem construída presente e futura.
constituem a arte de construir, ordenar e organizar um
Este trabalho teve o objetivo de vencer justamente o
espaço apto às diversas ocupações, que levam em
desafio de unir em uma mesma edificação vários tipos de
consideração influências externas do meio e fatores
usos, sendo eles simultâneos ou não, e usos que podem
limitantes de projeto. Numa sociedade em permanente
variar. No caso da Sala de Concertos, por exemplo,
mudança a flexibilidade é cada vez mais um aspeto ao
apresentar desde um concerto de uma orquestra até
qual a arquitetura deve responder.
mesmo um show de rock, alterando o seu volume,
Ao unir as duas definições estabelece-se que a Arquitetura Flexível é a produção de uma arquitetura com conceitos de multiplicidade de usos aplicados em todo o edifício, ou seja, é uma arquitetura maleável que se modifica de acordo com as necessidades exigidas pelos usuários, podendo ser aplicado em todas as partes da
ampliando ou diminuído de acordo com o tipo de apresentação e a quantidade de público; modificar seu layout, podendo ser uma sala comum com poltronas onde todo o público assiste a apresentação sentado, ou ter uma parte onde o público assiste a apresentação de pé, num formato de pista. Já nos laboratórios localizados no piso superior, os
construção. A flexibilidade trabalha a relação entre os ambientes internos na medida em que se integram, e possibilita
ambientes poderão também ser expandidos ou não, de acordo com a aula ou o tipo de instrumento a ser estudado, através de divisórias acústicas flexíveis, que quando fechadas garantem total isolamento acústico, e
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
125
quando abertas permitem a expansão da sala. Nesse
Para a construção deste projeto é necessário passar por
sentido, pode-se afirmar que a flexibilidade elimina
uma avaliação de professores e responsáveis pelo setor
custos com reforma para a adaptação de um
da Universidade de são Paulo, com sede na cidade de
determinado espaço.
São Paulo para liberação de verba. Infelizmente é um
Este projeto funcionará como um equipamento de apoio a Faculdade de Música e a Orquestra USP, que possuirá não somente uma sede, mas também um local fixo de ensaios e apresentações, adequado as suas necessidades espaciais e acústicas.
processo demorado, como se constatou nas pesquisas de campo: ainda hoje, com o edifício da faculdade pronto e funcionando, estão fazendo cotações com empresas de tratamento e isolamento acústico, para adequarem o único estúdio de gravação que a faculdade de música possui.
Foram adotadas algumas soluções para melhorar também o conforto térmico, como o uso de espelho d’água e “brises soleil” verticais móveis, posicionados
estrategicamente na direção dos ventos e na insolação predominantes de Ribeirão Preto. Este equipamento foi projetado baseado em dados e informações reais coletadas no local de implantação, todos os cálculos e dimensionamentos foram feitos com dados reais de bibliografias pertinentes ao assunto. Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
126
- Figuras 30, 31, 32 e todas das pág. 38, 39, 40, 41, 42 e 43
QUADRO RERENCIAL DAS FIGURAS
http://www.usp.br/fau/dephistoria/labtri/6.teatros.html
- Figura 01 : arquivo pessoal Figuras
2,
3
; e
12:
https:
www.google.com.br/search?q=mapa+de+ribeirao+preto&i e=utf-8&oe=utf-8&aq=t&rls=com.yahoo:pt-
- Figuras 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25 : figuras pertencentes ao acervo pessoal do aluno preparadas para o desenvolvimento
27,
28
33,
34,
35
e
36
:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-
-Figura
e
29:
http://www.malapronta.com.br/blog/2011/08/11/fotos-delyon-na-franca/&usg=__CnJHGSqH0TWvyxoLnWpPIDLzRY=&h=435&w=580&sz=136&hl=ptBR&start=3&sig2=xlhDWXfdnHCtx7iGZFQ70g&zoom=1&t bnid=m81I8LjkMK1adM:&tbnh=101&tbnw=134&ei=iVa4UY
38
:
http://ribeiraopretomusical.blogspot.com.br/2011/04/movi mento-pro-arena-acontece-neste.html; -
deste trabalho; Figuras
Figuras
teatro/historia-do-teatro-5.php;
BR:official&client=firefox
-
-
Figuras
37,
39,
40,
41,
42,
43
e
44
:
http://marcosalves.arteblog.com.br - Figuras 45, 46 e 47 : curso de arquitetura e urbanismo – ufsc - tecnologia de edificação i – sem. 2008-2
-
Figura
49
e
http://www.pcarp.usp.br/pages/localizacao/
nOGtG40gGg2oHYCg&itbs=1&sa=X&ved=0CDEQrQMwA g; Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
50
:
127
- Figuras 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61 e 62 :
- Figuras : 91, 93, 94 , 95, 96, 97, 98, 99, 100, 101, 102, 103
pertencentes ao acervo pessoal do aluno, preparadas
Livro Sidney Opera House;
para o desenvolvimento deste trabalho;
- Figuras 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111 e 112 :
- Figuras : 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72 e 73 : Livro
pertencentes ao acervo pessoal do aluno, preparadas
Sala São Paulo de Concertos, Revitalização da Estação
para o desenvolvimento deste trabalho;
Júlio Prestes: o projeto arquitetônico; - Figura 74: http://www.edilsonsilva.com/2012/11/midwaymall-inaugura-amanha-decoracao-natalina/; - Figuras 76 e 77 : Google Earth; - Figuras 75, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/rafael-perroneangelo-cecco-edna-nagle-teatro-riachuelo-29-082011.html; -
Figura
92
:
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Sydney_Opera_House_S ails.jpg
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
128
atributos acústicos e características arquitetônicas de
BIBLIOGRAFIA - WISNIK, Guilherme; FIX, Mariana; LEITE, José Guilherme
Pereira;
ANDRADE,
Julia
Pinheiro;
ARANTES, Pedro - Notas sobre a Sala São Paulo e a nova fronteira urbana da cultura. Artigo publicado na Revista Pós, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da FauUsp, 2001; - FARDO, Lizana Caroline Monografia Escola de música: Estação dos sons, 2008;
salas de concerto aplicando o método da síntese da forma, Ambient. Constr. vol.12 no.1 Porto Alegre Jan./Mar. 2012; - SCHMID, Aloísio Leoni, Livro “A idéia de conforto”, Curitiba, 2005. - VALADARES, Victor Mourthé, palestra sobre “Acústica
em Salas de Concerto”, Belo Horizonte, 2006;
- BELICO, André Belico - Artigo sobre “Acústica nas
- DI MARCO, Anita Regina, ZEIN, Ruth Verde, Livro
Salas de Concertos”, São Paulo, 2011;
Sala São Paulo de Concertos, Revitalização da Estação
- ROSSO, T. (1976) Teoria e prática da coordenação
Júlio Prestes: o projeto arquitetônico, 2001;
modular FAU-USP São Paulo;
- DREW, Philip, Livro Sydney Opera House - Jorn Utzon,
- DORFMAN Gabriel, Flexibilidade como balizador do
Phaidon,2010
desenvolvimento das técnicas de edificação no século XX
- TAKAHASHI, Vanessa Fátima de Medeiros ;
- Trabalho de Pós-Graduação, Universidade de Brasília
BERTOLI, Stelamaris Rolla, Artigo- Relação entre
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2011;
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
129
- DANIEL, Monique Osmarina , CASSIANO Paloma Elisa - curso de arquitetura e urbanismo – UFSC tecnologia de edificação I– sem. 2008-2 -
Acústica
- http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-doteatro/historia-do-teatro-5.php; - CARVALHO, Régio Paniago, Livro - Acústica
Arquitetônica:
Arquitetônica - 2ª edição Revista e Ampliada, 2010.
http://www.arquitetando.xpg.com.br/acustica%20arquit etonica.htm -
Flexibilidade
do
aço:
http://pcc2435.pcc.usp.br/textos%20t%C3%A9cnicos/estrut ura/A%20flexibilidade%20do%20a%C3%A7o.pdf -
Teatro
Riachuelo
:
http://www.teatroriachuelo.com.br/Informacoes_Tecnicas. php -
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/rafael-
perrone-angelo-cecco-edna-nagle-teatro-riachuelo-2908-2011.html; - http://www.usp.br/fau/dephistoria/labtri/6.teatros.html
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
130
Sala de Concertos ensaio e aprendizagem para a Faculdade de música – USP Ribeirão Preto
LIMITE FINAL DO CAMPUS +2,20
+2,20
5,97
6,89
espaço de convivência
+2,20
11,18
projeção pergolado 11
projeção da passarela
10 09 08 07 06 05 04 03 02 01
pilares em estrutura metálica,
1,70
15têm a função de sustentar a passarela S
15
4,52 20
1,51
9,75
Projeção Mezanino
Espelho D'água
-0,40
Espelho d'água, solução adotada baseada no conceito de Resfriamento Evaporativo (Ver detalhe, prancha no 09)
±0,00
1,20
acesso ao Mezanino (Salas de Aula)
acesso a Sala de Concertos
A
4,00
acesso ao Mezanino (Salas de Aula)
24,14
S
3,20
3,20
rampa i=8,33%
ENTRADA PRINCIPAL
4,35
20
6,36
10,52
±0,00
4,77
4,24
1,20
3,59
7,46
Projeção clarabóia
café
9,39
3,48
20
7,85
Espelho D'água
-0,40
1,08 5
1,27
±0,00
3,70
±0,00
acesso ao Foyer
rampa i=8,33%
50
Vidro Serigrafado temperado 8mm
20
19,58 20
1,70
projeção da laje
±0,00
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
7,80
±0,00
plataforma elevatória
20
1,50
20 20 2,00
D
Projeção Mezanino
89
2,06 rampa i=8,33%
6,80
-0,86
D
1,00
5,00
Implantação Esc.: 1:250
-0,86
+0,90
1,20
4,03 20
doca carga/descarga
depósito
-0,86
1,86
4,00
7,60
oficina de manutenção em instrumentos
WC Masculino
D
3,60
4,30
WC Feminino
4,26
WC P.N.E. 07 06 05 04 03 02 01
±0,00
3,25
+0,90
2,00
3,00
1,80
Foyer
Ver detalhe, prancha no 09
fraldário
5,71
3,01
1,00
1,80
2,80
20
±0,00
Guarda-corpo em vidro temperado
1,66
±0,00
4,00
5,00
5,17
2,50
Foyer
20 20 ante-câmara
1,72
5,33
-0,86
26,95
E-03
B
Tema:
N
S
+0,90 cabine de luz e som
-1,86
2,56
Palco
1,00
±0,00
E-01
3,78
5,00
Totem
25,00
1,00
E-02
2,49
3,06
-1,86
Projeção Mezanino
1,72 20
4,28
±0,00
20,81 22,14
11,37
-1,14
1,46
elevador
1,80
23,71
20 74 A
20
ante-câmara
1,00
3,01
2,40
±0,00
10,45
3,00
+0,90
1,80
20,24
Vidro Serigrafado temperado 8mm
3,38
2,56
20
3,78
±0,00
administração
1,00
2,49
acesso ao Foyer
visor
3,20
bilheteria
D
4,29
07 06 05 04 03 02 01
projeção da laje
20
1,56
20
64
+0,90
acesso a Faculdade
rampa i=8,33%
D
20
-1,14
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
±0,00
rampa i=8,33%
S
20
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
5,41
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
E-04
B
projeção da laje
1, 50
15
LIMITE FINAL DO CAMPUS
15
+2,20
RUA PROFESSORA MARIA TELES
EDIFÍCIO EXISTENTE
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Legenda :
Edificação à construir
Edificação existente (Faculdade de Música)
Nota : Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Assunto :
Implantação - relação do edifício novo com o edifício existente e seu entorno
01 Folha:
espaço de convivência projeção pergolado 11
10 09 08 07 06 05 04 03 02 01
projeção da passarela
pilares em estrutura metálica, têm a função de sustentar a passarela
B
projeção da laje
S
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
rampa i=8,33%
rampa i=8,33%
D
D
projeção da laje
acesso ao Foyer Totem
visor
bilheteria
07 06 05 04 03 02 01
PAREDE C
acesso a Faculdade
Vidro Serigrafado temperado 8mm
administração
Espelho D'água Projeção Mezanino
Projeção Mezanino
ante-câmara placa de fibra de vidro, em formato convexo que tem a função de difusor, ou seja distribuir o som para todos com a mesma qualidade (Ver detalhe, prancha no 09)
elevador
S
Foyer
acesso ao Mezanino (Salas de Aula) Pessoa responsável pelo controle de entrada da Sala
A
PAREDE A
rampa i=8,33%
cabine de luz e som
S
E-02
PAREDE B
Palco
acesso ao Mezanino (Salas de Aula) acesso a Sala de Concertos
Guarda-corpo em vidro temperado
Projeção Mezanino
fraldário
WC Feminino
Projeção clarabóia
WC P.N.E. 07 06 05 04 03 02 01
doca carga/descarga
depósito
rampa i=8,33%
Espelho D'água
café
café
WC Masculino
D
D
acesso ao Foyer
rampa i=8,33%
D oficina de manutenção em instrumentos
ENTRADA PRINCIPAL
Foyer
ante-câmara
PAREDE D
A
E-01
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
S
E-04
Vidro Serigrafado temperado 8mm
projeção da laje
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
plataforma elevatória
E-03
B
Planta Térreo Esc.: 1:150 Tema:
N
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Legenda :
Parede de alvenaria de concreto armado 20 cm Parede acústica em madeira Parede acústica em madeira com difusores OMNI Parede com placas acústicas em gesso (absorvente) Parede de vidro duplo, acústico anti-ruído Brise metálico
Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Quadro de Áreas Terreno______________________________3.391,01 m2 ÁREA CONSTRUÍDA Térreo _______________________________2.300,57 m2 Camarins______________________________120,90 m² Mezanino (Salas de aula)_______________982,33 m² TOTAL__________________________3.403,80 m²
Assunto :
Planta Térreo - Sala de Concertos (Layout)
Folha:
02
15 5,97
6,89
espaço de convivência
+2,20
11,18
projeção pergolado 11
10 09 08 07 06 05 04 03 02 01
projeção da passarela
pilares em estrutura metálica,
1,70
15têm a função de sustentar a passarela S
15
9,75
Projeção Mezanino
10,45
Espelho d'água, solução adotada baseada no conceito de Resfriamento Evaporativo (Ver detalhe, prancha no 09)
±0,00
acesso ao Mezanino (Salas de Aula)
1,20
5,00
5,17
2,50
acesso a Sala de Concertos
A
4,00
acesso ao Mezanino (Salas de Aula)
24,14
S
3,20
rampa i=8,33%
3,20
cabine de luz e som
-1,86
2,56
ENTRADA PRINCIPAL
20
20
4,35
20
6,36
10,52
±0,00
4,24
1,70
4,77
1,20
19,58
acesso ao Foyer
rampa i=8,33%
Vidro Serigrafado temperado 8mm
projeção da laje
±0,00
7,80
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
plataforma elevatória
1,27
3,00
20 2,00
±0,00
1,08 5
±0,00
89
2,06 6,80
-0,86
D
D
-0,40
±0,00
5,71
5,00
3,60
-0,86
-0,86
rampa i=8,33%
+0,90
7,85
20
WC Masculino
7,46
café
3,70
07 06 05 04 03 02 01
1,00
20
doca carga/descarga
depósito
1,50
20
4,03
WC P.N.E.
1,86
4,00
7,60
oficina de manutenção em instrumentos
3,48
Projeção clarabóia
9,39
4,26
D
4,30
WC Feminino
Espelho D'água
50
+0,90
Projeção Mezanino
Ver detalhe, prancha no 09
fraldário
±0,00
±0,00
20
1,80
1,20
3,01
1,00
1,80
2,80
20
±0,00
Guarda-corpo em vidro temperado
1,66
Foyer
3,25
ante-câmara
3,59
20
-0,86
1,72
5,33
Palco
1,00
-0,40
E-01
3,78
Foyer
2,00
Espelho D'água
1,00
E-02
2,49
S
+0,90 5,41
-1,86
5,00
20
±0,00
20,81 3,06
-1,14
Projeção Mezanino
1,72 20
4,28 11,37 22,14
A
1,46
elevador
1,80
23,71
20 74
20
Totem
±0,00
±0,00
ante-câmara
1,00
3,01
25,00 Vidro Serigrafado temperado 8mm
3,38
3,00
20
2,56
+0,90
1,80
2,40
20
4,29 3,78
20,24
administração
1,00
2,49
±0,00
4,00
20
1,56
D
acesso ao Foyer
visor
3,20
bilheteria
07 06 05 04 03 02 01
4,52
rampa i=8,33%
D
projeção da laje
20
+0,90 64
-1,14
acesso a Faculdade
20
rampa i=8,33%
S
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
±0,00
20
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
1,51
B
projeção da laje
SAÍDA DE EMERGÊNCIA
E-04
1, 50
15
26,95
E-03
B
Planta Térreo Esc.: 1:150 Tema:
N
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Legenda :
Parede de alvenaria de concreto armado 20 cm Parede acústica em madeira Parede acústica em madeira com difusores OMNI Parede com placas acústicas em gesso (absorvente) Parede de vidro duplo, acústico anti-ruído Brise metálico
Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Quadro de Áreas Terreno______________________________3.391,01 m2 ÁREA CONSTRUÍDA Térreo _______________________________2.300,57 m2 Camarins______________________________120,90 m² Mezanino (Salas de aula)_______________982,33 m² TOTAL__________________________3.403,80 m²
Assunto :
Planta Térreo - Sala de Concertos (Dimensões)
Folha:
02-A
E-04
B
rampa i=8,33%
S
0,00
D
rampa i=8,33%
Projeção Mezanino
Projeção Mezanino
S
-0,86
-1,14
0,00
-1,86
+0,90 0,00
A
0,00
E-02
E-01
A
Projeção Mezanino
20
2,55
20
2,00
20
camarim individual
banho p.n.e
Planta Pavimento Esc.: 1:150 Tema:
N
circulação 9,61
projeção domus
D
D
0,00
1,65
rampa i=8,33%
rampa i=8,33%
1,60
+2,29
1,90
20 3,56 20 20
1o
20
projeção domus 6,12
plataforma elevatória
8,00
3,56
4,85
camarim coletivo masculino
20
20
projeção domus
2,35
2,00
camarim coletivo feminino
1,64 20
3,85
3,85
20 3,85
2,55
3,85 4,51
E-03
B
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Legenda :
Parede de alvenaria de concreto armado 20 cm Parede acústica em madeira Parede acústica em madeira com difusores OMNI Parede com placas acústicas em gesso (absorvente) Parede de vidro duplo, acústico anti-ruído Brise metálico
Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Quadro de Áreas Terreno______________________________3.391,01 m2 ÁREA CONSTRUÍDA Térreo _______________________________2.300,57 m2 Camarins______________________________120,90 m² Mezanino (Salas de aula)_______________982,33 m² TOTAL_________________________3.403,80 m²
Assunto :
Planta 1o Pavimento Camarins
03 Folha:
banco
Passarela i = 4%
pergolado em madeira
Passarela Coberta
E-04
B BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
Passarela Coberta
circulação Domus I.V.P.
Domus I.V.P.
Domus I.V.P.
wc feminino
wc masculino
SALA 01
SALA 02
SALA 03
SALA 04
BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
SALA 05
sala ver detalhamento em anexo
WC P.N.E.
D
circulação
SALA 06
SALA 07
SALA 08
SALA 09
SALA 10
SALA 13
SALA 14
SALA 15
Mezanino
A
E-02
E-01
A
elevador
BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
espaço de convivência
circulação
SALA 11
SALA 12
CLARABÓIA em estrutura metálica e vidro, permite iluminação e ventilação natural permanente
circulação
BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
TELHADO i = 10%
A iluminação e ventilação será feita através de domus I.V.P.
E-03
Planta 2o Pavimento Esc.: 1:150
B
Tema:
N
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Legenda :
Parede de alvenaria de concreto armado 20 cm Parede acústica em madeira Parede acústica em madeira com difusores OMNI Parede com placas acústicas em gesso (absorvente) Parede de vidro duplo, acústico anti-ruído Brise metálico
Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Quadro de Áreas Terreno______________________________3.391,01 m2 ÁREA CONSTRUÍDA Térreo _______________________________2.300,57 m2 Camarins______________________________120,90 m² Mezanino (Salas de aula)_______________982,33 m² TOTAL__________________________3.403,80 m²
Assunto :
Planta 2o Pavimento - Mezanino Salas de Aula (Layout)
Folha:
04
banco
Passarela i = 4% 11,48
pergolado em madeira
Passarela Coberta
Passarela Coberta
1,72
2,52
SALA 06
SALA 07
SALA 09
SALA 10
Mezanino
0,00
SALA 11
8,10
4,15
4,15
SALA 12
SALA 13
25
1,50
8,70
25
4,10
SALA 14
2,00 20
14,17
2,00
1,50
circulação
4,15
SALA 15
20
2,00 20
1,50
1,85 20
33,52
3,00 50
TELHADO i = 10%
CLARABÓIA em estrutura metálica e vidro, permite iluminação e ventilação natural permanente
BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
+6,20
4,50
50
4,50
4,00
1,85
circulação
24,64
14,71
20
16,85
5,00
14,21
4,47
5,50
2,00
+6,20 20
A
7,33
+6,20
20
E-02
+6,20
6,98
2,90
2,00 SALA 08
elevador
5,50 24,14
1,20
2,00
circulação
1,90
2,77 WC P.N.E.
D
7,20
E-01
SALA 05
11,95
SALA 04
20
SALA 03
2,92
wc masculino
SALA 02
5,50
SALA 01
2,77
BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
3,28
2,00
11,31
+6,20
12,13
A
BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
2,00
feminino
1,50
Domus I.V.P.
12,13
1,80
2,92
2,77 wc
+6,20
Domus I.V.P.
circulação
1,20
Domus I.V.P.
3,20
9,80
2,52
33,92
12,35
BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
6,52
E-04
B
50
A iluminação e ventilação será feita através de domus I.V.P.
E-03
Planta 2o Pavimento Esc.: 1:150 Tema:
N
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
B
Legenda :
Parede de alvenaria de concreto armado 20 cm Parede acústica em madeira Parede acústica em madeira com difusores OMNI Parede com placas acústicas em gesso (absorvente) Parede de vidro duplo, acústico anti-ruído Brise metálico
Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Quadro de Áreas Terreno______________________________3.391,01 m2 ÁREA CONSTRUÍDA Térreo _______________________________2.300,57 m2 Camarins______________________________120,90 m² Mezanino (Salas de aula)_______________982,33 m² TOTAL__________________________3.403,80 m²
Assunto :
Planta 2o Pavimento - Mezanino Salas de Aula (Dimensões)
Folha:
04-A
1,20 2,30
3,70
Corte 3 esquemático - Salas de aula Esc.:1:50
Vidro duplo acústico 10 mm
80
60
3,70 60
Divisória deslizante em painéis isolantes acústicos, que correm por um trilho instalado no teto
4,50
4,50
alvenaria de 20 cm
20
20
Trilho da divisória
20
20
Vidro duplo acústico 10 mm
Painel deslizante absorvente acústico, que corre por um trilho instalado na parede lã de rocha laje em concreto armado forro em placas de gesso, acabamento liso sanca em gesso
Corte 4 esquemático - Salas de aula Esc.:1:50
Painel deslizante difusor acústico, que corre por um trilho instalado na parede
4 Painel deslizante absorvente acústico, que corre por um trilho instalado na parede
3
Painel deslizante difusor acústico, que corre por um trilho instalado na parede Trilho da divisória
Detalhe Salas de aula Esc.:1:50 Tema:
N
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
SALA 01
4
Legenda :
Parede de alvenaria de concreto armado 20 cm Parede acústica em madeira Parede acústica em madeira com difusores OMNI Parede com placas acústicas em gesso (absorvente) Parede de vidro duplo, acústico anti-ruído Brise metálico
SALA 02
3
SALA 03
Divisória deslizante em painéis isolantes acústicos, que correm por um trilho instalado no teto Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Folha:
Assunto :
Detalhamento - Salas de Aula
04-B
pergolado em madeira
2,50 50
A iluminação e ventilação dos WC's, será feita através de domus I.V.P.
50
2,50
TELHADO i = 10%
50
1,00
TELHADO i = 10%
TELHADO i = 10% TELHADO i = 10%
5,00
1,50
3,00 50
BRISE verticais, feitos em estrutura metálica a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada através de controles mecânicos
4,50
50
4,50 TELHADO i = 10%
CLARABÓIA em estrutura metálica e vidro, permite iluminação e ventilação natural permanente
50
A iluminação e ventilação dos camarins será feita através de domus I.V.P.
Planta Cobertura Esc.: 1:200 Tema:
N
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Quadro de Áreas Terreno______________________________3.391,01 m2 ÁREA CONSTRUÍDA Térreo _______________________________2.300,57 m2 Camarins______________________________120,90 m² Mezanino (Salas de aula)_______________982,33 m² TOTAL___________________________3.403,80 m²
Assunto :
Planta de Cobertura
05 Folha:
1,50 5,50
4,50
sala ver detalhamento em anexo
+6,20 20 2,00 6,00
6,00
5,10
4,90
90
Foyer
0,00
0,00
0,00
BRISE verticais de angulação móvel, feitos em estrutura metálica, a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada, através de processos mecânicos automatizados (Ver detalhe, prancha no 09)
20 80 20
+12,00
6,20
+10,90
4,50
sala ver detalhamento em anexo
+7,20
+6,20 20
+6,20 plataforma elevatória
+2,29 15
5,04
4,55
5,04
4,04
3,71
2,60 2,50
4,55
5,10
6,00
TELHADO fibrocimento i =10%
13,40
sala ver detalhamento em anexo (prancha 4B)
sala ver detalhamento em anexo
20
+6,20
+13,50
1,00
13,40
2,90
4,00
+9,10
50
4,30
TELHADO fibrocimento i =10%
abertura tipo veneziana com paletas fixas em vidro, permite iluminação e ventilação permanentes
Espelho d'água, solução adotada baseada no conceito de Resfriamento Evaporativo (Ver detalhe, prancha no 09)
Difusor acústico OMNI 64, será instalado em combinações de 4 placas do difusor, variando a quantidade destes conjuntos por parede. Este difusor possui um alto desempenho acústico em todas frequencias (grave, média e aguda). (Ver detalhe, prancha no 09)
8,06
Platéia deslizante sobre trilhos
40
Fundo falso por onde, a platéia inferior desliza, e proporciona o formato de pista para a platéia
placa de fibra de vidro, em formato convexo que tem a função de difusor, ou seja distribuir o som para todos com a mesma qualidade (Ver detalhe, prancha no 09)
Talude +2,20
2,20
Corte AA Esc.: 1:150
cabine luz e som
4,00
-1,86
visor
20 1,00
-0,86
-1,14
saída de emergência
1,50
Palco
saída de emergência
5,80
79 1,21 57 1,21 55 1,21
0,00
7,86
saída de emergência
6,66
6,94
Talude +2,20
7,66
2,11
Forro em gesso com lã de rocha (Ver Detalhe)
4,00
+6,20
+10,90
20
+6,20
20
+12,00
20
13,40
sala ver detalhamento em anexo (prancha 4B)
BRISE verticais de angulação móvel, feitos em estrutura metálica, a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada, através de processos mecânicos automatizados (Ver detalhe, prancha no 09)
+13,50
20 80 20
1,50
TELHADO fibrocimento i =10%
Corte BB Esc.: 1:150
06 Folha:
Assunto :
-0,86
Placa Absorvente Acústica, anti-chamas acabamento com microcavidades que garantem alto desempenho absorvente (Ver Detalhe)
Nome:
Cortes A e B
Guarda-corpo em vidro serigrafado temperado, 6mm
-0,86
Difusor acústico OMNI 64, será instalado em combinações de 4 placas do difusor, variando a quantidade destes conjuntos por parede. Este difusor possui um alto desempenho acústico em todas frequencias (grave, média e aguda).
placa em formato convexo que tem a função de difusor, ou seja distribuir o som para todos com a mesma qualidade (Ver detalhe, prancha no 09)
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
86
3,00
90 -1,86
1,00 86
1,86
0,00
90
+0,90 (rampa)
Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Tema:
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
N
BRISE verticais de angulação móvel, feitos em estrutura metálica, a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada, através de processos mecânicos automatizados (Ver detalhe, prancha no 09)
+13,50
abertura tipo veneziana com paletas fixas em vidro, permite iluminação e ventilação permanentes
+11,20 Bloco onde se localiza os camarins, o acesso ao palco será feito através de plataforma elevatória, ou em caso de emergência por escada
edificação existente
O fechamento da passarela, será em vidro serigrafado branco, faz com que a iluminação natural entre, com menos intensidade, o que permite uma certa visibilidade, porém ameniza o calor que os raios solares incidem
+9,10
CLARABÓIA
+7,20em estrutura metálica e vidro,
permite iluminação e ventilação natural permanente +6,20
+6,20
+6,20
Passarela de ligação entre o prédio da Faculdade, e o Pavimento com as salas de aula prática i=4% Pergolado em madeira
+4,00 Entrada Principal
+2,29 +0,90 (rampa) Bloco onde se localiza a Doca, optou-se por deixá-la abaixo do nível 0,00, para que ela ficasse no mesmo nível dom palco, facilitando o descarregamento e delocamento dos instrumentos
espaço de convívio descoberto
Rampa da saída de emergência da platéia com inclinação adequada a acessibilidade (i=8,33%)
+2,20
+0,90 (rampa) Rampa da saída de emergência da platéia com inclinação adequada a acessibilidade (i=8,33%)
BRISE verticais de angulação fixa, feitos em estrutura metálica
Elevação 01 Esc.: 1:150
0,00
BRISE verticais de angulação móvel, feitos em estrutura metálica, a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada, através de processos mecânicos automatizados (Ver detalhe, prancha no 09)
Passarela de ligação entre o prédio da Faculdade, e o Pavimento com as salas de aula prática, i=4%
Escada de acesso ao patamar do Edifício da Faculdade
BRISE verticais de angulação fixa, feitos em estrutura metálica
Fachada em vidro serigrafado branco, dentre suas propriedades, destacamos a térmica, ou seja, faz com que a iluminação natural entre, com menos intensidade, o que permite uma certa visibilidade, porém ameniza o calor que os raios solares incidem
+13,50
abertura tipo veneziana com paletas fixas em vidro, permite iluminação e ventilação permanentes
+11,20 Bloco onde se localiza os camarins, o acesso ao palco será feito através de plataforma elevatória, ou em caso de emergência por escada
+9,10
+7,20 +6,20
+6,20
+6,20
BRISE verticais de angulação fixa, feitos em estrutura metálica
+2,29 +0,90 0,00
Elevação 02 Esc.: 1:150 Tema:
N
0,00
Bloco onde se localiza a Doca, optou-se por deixá-la abaixo do nível 0,00, para que ela ficasse no mesmo nível dom palco, facilitando o descarregamento e delocamento dos instrumentos
Rampa da saída de emergência da platéia com inclinação adequada a acessibilidade (i=8,33%)
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Nota : Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Assunto :
Elevação 01 e 02 - Detalhamento
07 Folha:
BRISE verticais de angulação móvel, feitos em estrutura metálica, a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada, através de processos mecânicos automatizados (Ver detalhe, prancha no 09)
Laje para proteção do acesso à Doca, em dias de chuva ou ensolarados
+13,50
BRISE verticais de angulação fixa, feitos em estrutura metálica
+7,20 +6,20
+6,20
Talude +2,20
+2,29
+2,20
+0,90 0,00
Elevação 03 Esc.: 1:150
0,00
0,00
A laje do pavimento superior avança sobre o jardim criando uma proteção, para a entrada frontal
Entrada lateral, que dá acesso ao Foyer
Saída de Emergência
Rampa de acesso à Doca, que se encontra no mesmo nível do palco, o que facilita o trasporte de instrumentos, sem ter que vencer grandes obstáculos
0,00
Vidro serigrafado branco, dentre suas propriedades, destacamos a térmica, ou seja, faz com que a iluminação natural entre, com menos intensidade, o que permite uma certa visibilidade, porém ameniza o calor que os raios solares incidem
BRISE verticais de angulação móvel, feitos em estrutura metálica, a angulação das paletas, varia de acordo com a insolação de cada fachada, através de processos mecânicos automatizados (Ver detalhe, prancha no 09)
+13,50
O fechamento da passarela, será em vidro serigrafado branco, faz com que a iluminação natural entre, com menos intensidade, o que permite uma certa visibilidade, porém ameniza o calor que os raios solares incidem
Passarela de ligação entre o prédio da Faculdade, e o Pavimento com as salas de aula prática i=4%
+9,10
abertura tipo veneziana com paletas fixas em vidro, permite iluminação e ventilação permanentes BRISE verticais de angulação fixa, feitos em estrutura metálica +6,20
+6,20
+2,70 +0,90 0,00
0,00 -1,14
Elevação 04 Esc.: 1:150 Tema:
N
Vidro serigrafado branco, dentre suas propriedades, destacamos a térmica, ou seja, faz com que a iluminação natural entre, com menos intensidade, o que permite uma certa visibilidade, porém ameniza o calor que os raios solares incidem
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Nota :
Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 )CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
Saída de Emergência
Saída de Emergência
Saída de Emergência
08 Folha:
Assunto :
Elevações 03 e 04 - Detalhamento
1,70
saída de ar
1
20
1,80
90 20
1,70
piso
contrapiso
15
Lã de rocha de 100 mm Forro em placas de gesso 5 mm, acabamento liso, espaçadas deixando um vão de 15 cm, por onde passará a luz
A iluminação será do tipo indireta, ficando atrás das placas do forro
Sanca em gesso
espelho d'água
Detalhe Forro Esc.: 1:25
Tela metálica para proteger contra a entrada de animais
Corte Esquemático - Espelho d'água Esc.: 1:25
Detalhamento Difusor OMNI 64
11
58,7
Cabo de aço, controlado através de processos mecanicos para fazer a manutenção
Painel em alumínio, pintado na cor branco
10
3,80
Porta painel
Vista Frontal Sem escala
Brise Vertical Móvel posicionado dentro do vão, com acionamento motorizado
Vista em Perfil Sem escala
Furos de Fixação (4)
Material interno será em fibra de vidro ranhurado Material externo será em fibra de vidro colorido
marca
O dimensionamento das peças foi feito baseado nos cálculos em função das dimensões da sala de concertos
1,00
Haste de acionamento motorizado
1,00
4,00
10
58,7
Detalhe WC's (Foyer) Esc.: 1:50
40
fraldário
Material interno será uma manta de lã de rocha, para impedir que o ruído dos banheiros chegue até a sala Mustwall Isolgomma, uma Corte 1 - WC's (Foyer) das propriedades deste material Esc.: 1:50 é reduzir o ruído de impacto
20
2,76
20
2,00
WC Masculino
divisória
Jardim
25
10 10 20 20
90
1,50
WC P.N.E.
20
Foyer
5,92
20
1
8
2,80
20
Vidro Serigrafado (fachada)
fraldário WC Feminino
Laje em concreto protendido
40
saída de ar
20
60 40 5 5 10
4,46
35
20
clarabóia
Detalhe Brise Móvel Esc.:1:50
Som incidente
saída de emergência
Fonte
6,00
79 1,21 57 1,21 55 1,21
7,86
5,10
2,31
Detalhe Placas difusoras Sem escala
Som Difuso
saída de emergência
saída de emergência
0,00
Corte esquemático Esc.: 1:150 Tema:
N
SALA DE CONCERTOS, ENSAIO E APRENDIZAGEM PARA A FACULDADE DE MÚSICA - USP RIBEIRÃO PRETO
Nota : Este é o resultado do trabalho intelectual de arquiteto sendo-lhe reservado os direitos autorais patrimoniais sobre o mesmo, estando proibida a reprodução exibição a cessão a terceiros ou emprego para outros fins além dos estipulados de acordo com a lei 5.998 do código civil CAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 3009-71 ) CONFEAP. ll ( 2.402/60 ), resolução 205 ( 30-09-71 ) CONFEA
Nome:
Jéssica Akemi Matsumoto 295556
Centro Universitário Moura Lacerda Novembro/2013
09 Folha:
Assunto :
Detalhamentos em geral