LUGARES POSSÍVEIS - NOVOS ESPAÇOS PÚBLICOS EM DIADEMA

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LUGARES POSSÍVEIS NOVOS ESPAÇOS PÚBLICOS EM DIADEMA

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JÉSSICA APARECIDA MOSCARITOLO GUEDES Orientada por Luiz Guilherme Rivera de Castro e Luciano Margotto

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

LUGARES POSSÍVEIS NOVOS ESPAÇOS PÚBLICOS EM DIADEMA

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

SÃO PAULO 2018 5


AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus por me dar forças em todos os momentos mais difíceis. Em seguida gostaria de agradecer a minha família, especialmente meus pais Ana Maria e Ricardo, que me ensinaram o valor do estudo e que trabalharam dia após dia para que esse sonho se tornasse realidade e meu irmão Igor, companheiro de todas as horas. Agradeço às preciosas amigas que fiz nesses cinco anos e que eu vou levar para a vida inteira, Aya Sato, Giovanna Nasser, Jaqueline Duarte, Leticia Baquini, Patricia Juvenal e Thais Yamada. Aos mestres Luiz Guilherme e Luciano Margotto, a cada aula e cada conversa, que fizeram com que esse trabalho se tornasse possível. As queridas Claudia Ventura e Ana Paula Cairrao, por toda paciência, carinho e ajuda nesse ano tão difícil e a toda equipe do escritório que me acolheu de braços abertos e que fazem os dias de trabalho mais divertidos. E finalmente, a meu grande amor, Claudio Junior, por todo o amor que tem a mim e por ser aquele que me ajuda a se levantar todas as vezes em que cai, sempre sorrindo e dizendo para seguirmos em frente. 6

Obrigada. 7


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O crescimento acelerado, aliado à ausência de planejamento territorial e de investimentos em políticas públicas para a acomodação da população, na cidade de Diadema, teve como consequência um padrão de ocupação do solo desordenado, marcado por significativo número de ocupações irregulares e de carência de infraestrutura básica gerando uma precária qualidade de vida à população. As áreas mais periféricas, ocupadas por pessoas com renda menor, e distantes do centro, são ainda mais carentes de equipamentos de lazer e de educação. Espaços públicos são espaços que pertencem ao público, abertos e acessíveis. Historicamente são centro de comunidades, são mais do que apoio à vida das pessoas, além de que estão carregados de significado, simbolizam histórias pessoais e espaços de rela cionamento e funcionais. Precisam, portanto, ser desenhados para beneficiar a sociedade. Espaços abertos à significação. Catalisadores, motivadores de eventos, acontecimentos inesperados , com programas não definidos. (GUATELLI, 2012, p. 22). E. são nas áreas de permanência que se manifestam as demandas dos cidadãos, não sendo simplesmente uma questão de construir mais edifícios e, sim, de tran infraestrutura, tendo como produto a atração de pessoas. É preciso enfatizar as realidades sociais na produção dos espaços públicos, entender as necessidades dos moradores, planejar para as pessoas que estão constantemente mudando, mas que irão utilizar aquele 10

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espaço todos os dias. O processo participativo afeta a vida das pessoas e elas precisam entender que o debate político sobre a qualidade dos ambientes, que elas vivem e frequentam, faz parte de sua cultura e precisam traduzir seus desejos e necessidades. Sair da casa dos pais, mudar de cidade, andar todos os dias pelos mesmos lugares, observar as pessoas serem obrigadas a andar por duas horas dentro do transporte público, quando desejam ir a um grande parque ou a uma boa biblioteca, levaram-me a fazer essa pesquisa, buscando novos modos para a produção de projetos, onde a comunidade possa participar do processo, e que os novos edifícios e espaços criados façam com que elas não tenham mais que buscar tão longe por coisas que deveriam estar ao lado de suas casas. Todos esses conceitos e desejos culminam no projeto da Biblioteca Parque Eldorado. Trato esse projeto como o início de um trabalho longo, que será seguido por outros estudos, ainda em Diadema, que reforcem a ideia de que é necessário olhar para comunidades mais afastadas e mostrar que esses lugares precisam de arquiteturas de qualidade e que representem essas pessoas de alguma forma, e que todos esses novos espaços públicos possam se tornar áreas de encontro e admiração de seus usuários, fazendo assim com que esses lugares tornem-se cada vez mais importantes para a sociedade. Que esses espaços incentivem aprendizado e cidadania.

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Detalhe 1:50 BIBLIOTECA PARQUE ELDORADO

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01.ESPAÇOS PÚBLICOS: O planejamento urbano negligencia a dimensão humana desde que fez o carro seu protagonista na disputa pelo espaço público, os pedestres viram seu espaço de estar e de permanência, sejam praças, parques e até mesmo a rua, transformarem-se em lugares sem segurança, sem conforto e sua dimensão social e cultural ameaçada. Os investimentos em espaços públicos sempre sendo colocados em segundo plano. Mas, nos últimos anos, principalmente desde meados de 2013, após as diversas manifestações que ocorreram principalmente em São Paulo contra o aumento da tarifa do ônibus, surgiram várias iniciativas a favor da cidade e o uso dos espaços públicos foi retomado intensamente de maneira democrática. Praças, ruas e parques têm sido ocupados para debates, manifestações, reuniões de comunidades como substitutos aos espaços privados. (GATTI; ZANDONADE, 2017, p.42). IMAGEM 1 - LARGO SÃO FRANCISCO CENTRO ABERTO

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02. O QUE SÃO: Por definição, espaços públicos são aqueles que pertencem ao público e que são abertos e acessíveis a todos. Na prática espaços públicos manifestam-se como espaços de qualidade, suportados por fatores específicos que estão além das dimensões físicas. Historicamente, são o centro de comunidades e tradicionalmente ajudam a moldar a identidade de cidades inteiras. Então, espaços públicos e edifícios são mais do que apoios à vida das pessoas, pois estão carregados de significado, simbolizam as histórias pessoais, as relações interpessoais, além de que dividem os eventos nos relacionamentos estendidos, nas famílias, nas comunidade e na ampla cultura. Espaços públicos de qualidade tem significado e função, espaços de sucesso atraem as pessoas, mas também criam espaços funcionais. Os espaços urbanos abertos precisam ser desenhados para beneficiar a sociedade como um todo, mas é importante especificar qual grupo em particular, a fim de assegurar que seus desejos foram levados em conta. É crucial reconhecer os tipos diferentes de usuários e seus vários interesses e necessidades, além de tentar 16

incorporar isso no processo de planejamento urbano. Espaços abertos à significação. Catalisadores, motivadores de eventos, acontecimentos inesperados, com programas não definidos. (GUATELLI, 2012, p. 22). Quando criamos e planejamos uma função ligada a um espaço público, o desenvolvimento e o planejamento precisam entender as preferências dos usuários do espaço.

IMAGEM 2 - LARGO SÃO FRANCISCO CENTRO ABERTO

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Para garantir a presença de toda a população sobre o espaço público, é necessário estarmos atentos a forma como as diferentes demandas e dinâmicas acontecem sobre as ruas, avenidas, praças e parques. Os espaços públicos têm para a cidade as funções mais diversas – como lazer, manifestação, simbologia -, e sem dúvida todos eles necessitam de uma qualidade no seu uso, na sua infraestrutura e na sua paisagem.

(SMDU, 2016, p. 3)

Em Modernidade Líquida, Zygmunt Bauman propõe quatro categorias ou tipos de lugares: êmicos, fágicos, não-lugares e espaços vazios. Afirma que a maior parte dos espaços públicos faz parte de duas grandes categorias que se afastam de um modelo ideal do espaço civil em direções opostas, mas complementares. (BAUMAN, 2001, p. 112-113). Espaços Êmicos são: espaços não hospitaleiros, que desencorajam a permanência, destinados principalmente à circulação e aos movimentos, os edifícios que estão ao seu redor não fazem parte da praça, fechando-se e dando as costas para ela. Espaços Fágicos enquanto: espaços físicos de consumo, destinados em “transformar o habitante da cidade em consumidor”, salas de concerto, cafés, pontos turísticos, áreas de esportes, shopping centers. Lugares onde o consumo é a atividade principal e passatempo individual. Por Não-lugares entende-se: são os lugares de residência e permanência temporária, organizados de forma que as diferenças existentes entre os usuários sejam irrelevantes durante sua estadia. Quanto aos Espaços vazios: Afirma Bauman, que esse termo foi estabelecido por Jerzy Kociatkiewicz 18

e Monica Kostera para designar espaços aos quais não são atribuídos significados e acabam se tornando invisíveis e inacessíveis. (KOCIATKIEWICZ; KOSTERA, 1999, apud BAUMAN, 2001, p. 120). São antes de mais nada “espaços vazios de significado”, que para Bauman seria melhor dizer “espaços não vistos”. Assim, os bairros pobres têm múltiplos significados, tanto para quem mora como para muitos moradores da cidade, mas não se sabe ao certo que tipo de relação aquelas jovens têm com esses bairros, talvez sejam áreas vazias em seus mapas mentais, a condição de classe faz com que elas nunca precisassem ter passado por ali, a ignorância de não olhar o mapa ou apenas mais uma área que elas não conhecem.

Imagem 3: Bairro Centro, Diadema

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O vazio do lugar está no olho de quem vê e nas pernas ou rodas de quem anda. Vazios são os lugares em que não se entra e onde se sentiria perdido e vulnerável, surpreendido e um tanto atemorizado pela presença de humanos”. (CASTRO, 2001, p. 122).

03. O QUE PODEM SER As áreas de permanência e, principalmente, os espaços públicos manifestam as demandas dos cidadãos, mas para garantir a presença das pessoas é necessário estar atento às diferentes necessidades e dinâmicas que a acontecem nos diferentes espaços onde as pessoas se encontram ou se reúnem. Pensar na qualificação do espaço público é pensar em diferentes formas de uso. Não é simplesmente uma questão de construir mais edifícios e sim transformar as estruturas existentes e renovar seus usos de acordo com as características das populações próximas, potencializando o domínio público. Para isso é preciso diversificar as atividades, para que elas atendam um grupo maior de usuários, além de melhorar as relações entre os usuários, cria-se um sentimento de segurança e qualidade em relação ao espaço, reforçando o sentido de pertencimento e de identificação em relação a cidade. (SMDU, 2016, p. 4). Podemos citar as experiências realizadas na esfera pública pela SP Urbanismo, durante a gestão de 2013-2016, que desenvolveu um projeto, onde incen-

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tivava o uso de diferentes espaços e as diferentes formas de ocupação pela população, transformando-os em espaços ativos, tentando resgatar o sentido simbólico dos lugares da cidade. Com base em três ações complementares, a SP Urbanismo, procuram resgatar a importância dos espaços e de seus projetos, sendo elas: 1. Implantação de um programa de usos e atividades em espaços subutilizados ou mesmo fechados. 2. Pesquisar e qualificar os processos de regulamentação e cooperação entre a administração pública e os cidadãos a fim de implantar novas formas de ocupar os espaços da cidade. 3. Construção de infraestrutura adequada de suporte para as atividades a serem desenvolvidas. Imagem 4: Dias das Crianças - AAJS

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O diálogo é um elemento de extrema importância no desenvolvimento de uma política pública de renovação dos espaços públicos. Soma-se a isso o contato frequente com a população por meio de diversos tipos de encontro, como oficinas, reuniões e audiências públicas, para o desenvolvimento de projetos que articulam políticas municipais voltadas para os mais diversos grupos e demandas. (SMDU,2016, p. 7).

04.ESPAÇO E LUGAR Os usuários, que podem ser os moradores, os frequentadores regulares, ou não, os pedestres que por ali passam, acreditam que o significado do lugar é baseado em suas experiências da dinâmica social. Os fatores sociais e culturais informam a experiência do lugar e o seu senso. O senso de lugar refere-se ao sentimento de pertencer ou fazer parte de um espaço físico, como um lugar, uma vizinhança, e o senso pessoal e coletivo da identidade vem do senso de pertencimento. Espaços são lugares que podemos nos lembrar, que fazem parte das nossas vidas, resultado de pessoas usando-os nas necessidades do dia a dia. São tão diferentes e carregam significados variados, trazem-nos emoções, pessoas e ideias. Espaços podem ser organizados através dos lugares, sendo classificados em três tipos: 22

1. Espaço concebido (representação do espaço, projeto): é a forma dominante do entendimento do espaço, é primária na operação dos planejadores. Envolve a ordenação de conhecimentos abstratos em valores, signos e códigos que são implícitos e explícitos. 2. Espaço percebido (prática espacial): Refere-se à mediação das experiências do espaço, que são coerentes e empiricamente mensuráveis. Envolve a interpretação de valores e códigos. 3. Espaço vivido (espaços de representação, projeto concluído): é diretamente produzido e experimentado como imagens e símbolos formados todos os dias pelos usuários. As ações estratégicas de ativação do espaço público podem servir de incentivo a atividades cotidianas, tais como alimentação, informação turística e de serviços, atividades lúdicas, esportivas e culturais.

(SMDU, 2016, p. 2)

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05. SENSO DE PERTENCIMENTO O processo de participação nas decisões que afetam a vida das pessoas é um componente integral de seu senso de estar suficientemente empoderado e de ter alguma influência sobre o curso dos eventos que vão moldar suas vidas. É necessário que as pessoas tenham papel principal para recuperar seu senso de pertencimento para poder cultivar o debate político sobre a qualidade do ambiente e da cultura das cidades. O objetivo da participação no planejamento é absorver as perspectivas públicas para o processo de planejamento e desenho atual do espaço público. A construção coletiva e as intervenções em espaços públicos, feitas a partir de processos participativos são uma oportunidade para desenvolvimento diversos e criação de estratégias conjuntas. (GATTI; ZANDONADE, 2017, p. 14). Para isso é necessário que exista um plano de processo participativo, que contemple os seguintes aspectos: A. Comunicação clara e transparência. B. Legitimidade e participação de diferentes grupos por interesses. C. Distribuição do poder, parcerias nos processos de decisão. D. Desenvolvimento de instrumentos democráticos de monitoramento e avaliação do processo.

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F. Construção de instrumento de controle e avaliação: implantação de ações previstas, onde podem ser apontadas diferentes

Imagem 5 : Diagrama do Lugar

Estabelecido o plano, temos as seguintes etapas para o processo de projeto: A. Ampla comunicação sobre o que será feito: É necessário comunicar-se, o que será feito, como, quem, quando, onde, porque. B. Nivelamento de informações: Cada integrante contribui para a partilha do conhecimento. C. Discussões e levantamento de informações: leitura da área ou do território, de acordo com o objetivo a ser alcançado. D. Tomada De decisões: a partir das possibilidades levantadas é necessário decidir qual caminho será seguido. E. Planejamento de ações: plano de trabalho, definição de como e quando as coisas serão feitas. 26

Imagem 6: Mapeamento Coletivo

06.PLACE-MAKING Surgindo em meados da década de 1960, quando visionários como Jane Jacobs, William H. Whyte, Jan Gehl e outros divulgaram ideias inovadoras onde o desenvolvimento das cidades deveria ser voltado para as pessoas, o place-making pode ser considerado o processo de transformação dos espaços em espaços qualitativos com o foco na dimensão social e ao mesmo tempo em espaços funcionais. É entendido como um processo que faz parte do desenho urbano que faz os espaços e os lugares mais vivos 27


e mais poderosos em significado. Na prática o place-making produz, de acordo com os moradores que são as pessoas que realmente irão usar o espaço, espaços com significado. Planejar para as pessoas, àqueles que estão constantemente mudando, a complexidade do processo do place-making tem aumentado graças às dinâmicas, sempre em transformação, além das necessidades e das preferências da sociedade, como o peso da sustentabilidade e dos problemas econômicos. Os espaços públicos projetados com função e significado são melhores planejados para a escala das pessoas. O foco principal do planejamento urbano é projetar edifícios e infraestrutura, sendo o produto final atrair pessoas, sendo o foco do place-making adaptar espaços para as pessoas, então, enfatizar as realidades e as necessidades sociais. O objetivo do place-making é baseado na premissa de que espaços públicos são enérgicos, seguros e lugares distintos para as pessoas que os usam. O place-making busca realizar grandes transformações nos espaços públicos, sem necessariamente grandes mudanças físicas, e segundo o Guia do Espaço Público, Para Inspirar e Transformar, de Jeniffer Heemann e Paola Caiuby Santiago, são necessários 11 princípios básicos: 28

1) O ESPECIALIS TA É A COMUNIDADE: Em qualquer comunidade existem pessoas que podem fornecer perspectivas históricas, levantar os principais problemas e a importância do local para quem é da região. 2) CRIE UM LUGAR, NÃO UM DESENHO URBANO: O objetivo é sempre criar lugares de encontros, lugares com um forte senso de comunidade e não apenas um desenho. Os elementos físicos devem se preocupar em fazer com que as pessoas se sintam bem-vindas e confortáveis no local.

Imagem 7: Centro Aberto

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3) ENCONTRE PARCEIROS: É fundamental para se ter sucesso e garantir as melhorias a serem realizadas no espaço. São importantes para dar suporte a tirar o projeto do papel. Identifique empresas, instituições e organizações presentes no bairro e entre em contato com eles e explique as intenções de melhoria. 4) ELES SEMPRE DIZEM “ISSO NÃO PODE SER FEITO”: Sempre haverá obstáculos no processo de criação de bons espaços públicos. Como por exemplo, um engenheiro de tráfego sempre dirá que é impossível fechar ruas apenas para o trânsito de pedestres, porque seu trabalho é facilitar o trânsito de veículo, mas fazer implementações em pequena escala com a comunidade pode demonstrar a importância desses lugares e ajudar a superar esses obstáculos. 5) VOCÊ PODE VER MUITO AO OBSERVAR O ESPAÇO: Ao observar como as pessoas usam, ou não, um espaço público é possível descobrir do que elas gostam e não gostam, o que funciona e o que não funciona. Através de observações ficará claro o tipo de atividades necessárias que podem ser incorporadas ao projeto. E depois de realizar as mudanças continue observando para entender como mantê-lo ao longo do tempo. 30

Imagem 8: O Que as Crianças desejam

6) TENHA UMA VISÃO PARA O ESPAÇO: A visão deve vir de cada comunidade e contempla três pontos importantes. a) saber quais atividades podem ser oferecidas no espaço, b) definir as intervenções que vão tornar o espaço mais confortável e atrativo e c) garantir que tudo seja feito para que o espaço seja um lugar importante para as pessoas, um lugar onde elas queiram estar. 31


7) A FORMA DEVE DAR SUPORTE A FUNÇÃO: Embora o desenho seja importantes, elementos como as ideias da comunidade, parceiros e a compreensão de como outros espaços públicos funcionam, vão dizer qual é a forma mais adequada para realizar a visão do futuro espaço público. 8) TRIANGULE: “Triangulação é o processo pelo qual alguns estímulos externos incentivam interações entre as pessoas e fazem desconhecidos conversarem como se eles se conhecessem”. (WHYTE, 1980). É necessário escolher a disposição de diferentes elementos que colocam o processo de triangulação em ação, como por exemplo aproximar um banco, de uma lixeira e de um carrinho de café para que funcionem em conjunto e naturalmente vão fazer como que as pessoas se aproximem e se relacionem. 9 ) COMECE COM O BÁSICO: SIMPLES, RÁPIDO E BARATO: Os melhores espaços experimentam possibilidades fazendo melhorias a curto prazo, que vão sendo testadas e refinadas ao longo dos anos. É importante começar com mudanças que possam ser implementadas em pouco tempo e com pouco dinheiro para que seja possível observar como as pessoas reagem a elas, o que dá certo continua e o que não dá certo pode ser modificado. 10) DINHEIRO NÃO É PROBLEMA: Por exemplo, ao término da implementação da infraestrutura básica do espaço, os elementos adicionados para fazer o espaço funcionar como bancos e flores não são caros Além disso, quanto mais a comunidade e os parceiros estiverem envolvidos na programação e em outras atividades, pode-se reduzir os custos do projeto. 32

11) VOCÊ NUNCA TERMINOU: Como espaços públicos atendem necessidades, opiniões e mudanças de comunidade, o que um dia foi positivo para determinado lugar, pode acabar se desgastando e as necessidades da comunidade pode mudar e diversos eventos não previstos podem acontecer, assim, é importante estar aberto a mudanças e que o espaço tenha uma gestão flexível, que entenda que é a mudança que constrói ótimos espaços públicos e cidades.

A criação de espaços públicos através do processo participativo oferece oportunidades aos usuários para serem parte do processo de planejamento, suportado pela adequada identificação do público-alvo e sua determinação e nível de envolvimento. Para criar espaços é necessário focar nas pessoas. A maneira convencional de planejamento precisa ser transformada. É necessário criar espaços que convidam, como se observa com o place-making combinado e com o planejamento participativo, podendo melhorar o planejamento e criar espaços funcionais, qualitativos e públicos.

Imagem 9: sesc no parque 33


07. DIADEMA Localizado na parte sudeste da Região Metropolitana de São Paulo, na região do ABC. Possui população de 386.089 habitantes, segundo o Censo do IBGE de 2010, com área de 30,7 km² e densidade demográfica de 12.687 hab./km², uma das maiores do país. Comparada com as outras cidades de região metropolitana, Diadema possui uma área territorial pequena, podendo ser comparada à um bairro da capital paulista. Devido à implantação de grandes indústrias multinacionais na região do ABC Paulista, coube à Diadema acolher pequenas e médias indústrias, cuja produção desempenham atividades complementares, principalmente, às atividades de São Bernardo do Campo, fazendo assim com que a atividade industrial se tornar a força motriz do desenvolvimento da cidade. (UNIFESP, 2014). Quando a indústria chega a Diadema (nos anos 60 e 70), acelera-se o crescimento demográfico, gerando uma expansão horizontal de grandes proporções, que não cria exatamente um espaço urbano (...). Diadema recebeu apenas imigrantes de baixa renda. Na ausência de um grupo significativo de alta ou mesmo média renda, configurando-se apenas dois segmentos no mercado de terras: um para usos industriais e outro para loteamentos residenciais e de baixa renda. (ROLNIK, 1999, p. 3). 34

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perda de 100 mil empregos nesta região. Estruturação essa que tem como característica a redução dos postos de trabalho na indústria que demandam baixo nível de qualificação profissional e a vinda de empresas inovadores em ciências e tecnologia, que necessitam de mão de obra especializada. Do ponto de vista territorial, essa transformação se caracteriza com uma clara mudança de ocupação, onde sendo analisada historicamente pode-se observar uma mudança, onde a indústria perde espaço para outros tipo de uso e de ocupação. (UNIFESP, 2014). Imagem 10: Diadema e São paulo

O crescimento acelerado aliado à ausência de planejamento territorial e aos investimentos em políticas públicas para a acomodação desta população teve como consequência um padrão de ocupação do solo desordenado, marcado por significativo número de ocupações irregulares e carência de infraestrutura básica gerando uma precária qualidade de vida para a população. Mesmo sendo a atividade industrial importante em Diadema, a produção na região do ABC vem desacelerando, devido ao fato de uma reestruturação produtiva que ocorreu nos anos 90 e foi responsável pela 36

08. ESPAÇOS PÚBLICOS NA CIDADE Muitas cidades brasileiras trazem a herança ibérica da cidade fundada em torno da igreja matriz, e isso não é diferente com a cidade de Diadema, tendo como dia do aniversário do município o dia 08 de dezembro, que é o dia de comemoração, segundo o calendário cristão, de Imaculada Conceição, que dá nome a igreja, e a pracinha existente em frente é popularmente chamada de praça da Matriz, localizadas no centro da cidade. Infelizmente a implantação dos novos espaços públicos da cidade, que se deram ao longo dos anos, fizeram-se partindo do 37


centro e não se expandiram muito em relação ao restante da cidade. Áreas mais periféricas, ocupadas por pessoas com renda menor e distantes desse centro, são carentes de equipamentos de lazer, mas nem sempre o problema está na falta de espaços públicos, e, sim, na manutenção e nos investimentos que estes espaços recebem, se são apropriados ou não para a população como espaço de lazer e de permanência. (GATTI, ZANDONADE, 2017, p. 44).

09.ONDE ESTÃO? CEU CENTRO DE ARTES E ESPORTES UNIFICADOS CENTRO CULTURAL E BIBLIOTECA SERRARIA CENTRO CULTURAL E BIBLIOTECA PROMISSÃO CENTRO CULTURAL VLADIMIR HERZOG E BIBLIOTECA PAINEIRAS CENTRO CULTURAL CANHEMA – CASA DO HIP HOP CENTRO CULTURAL DIADEMA (TEATRO CLARA NUNES) CENTRO CULTURAL ELDORADO CENTRO CULTURAL HELENY GUARIBA CENTRO CULTURAL NOGUEIRA CENTRO CULTURAL OKINAWA DO BRASIL CENTRO CULTURAL TABOÃO CIRCO ESCOLA DIADEMA PRAÇA DA IGREJA DA MATRIZ PRAÇA DA MOÇA PARQUE DO PAÇO PRAÇA LAURO MICHELS PARQUE ECOLÓGICO PARQUE POUSADA DOS JESUÍTAS PARQUE TAKEBE

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CEU CENTRO DE ARTES E ESPORTES UNIFICADOS: Oferecendo uma biblioteca, oficinas de fotografia, dança urbana, grafite, teatro, artes e etc. Tem uma programação de difusão cultural, alternando entre contadores de histórias, teatro infantil, bailes e sarau. Endereço: Avenida Afonso Monteiro da Cruz, 254, Jd. União.

CENTRO CULTURAL VLADIMIR HERZOG E BIBLIOTECA PAINEIRAS: Inaugurado em 1989, foi o primeiro espaço cultural fora do centro de Diadema. Oferece oficinas nas modalidades de belas artes e de culturas populares. Desenvolve ações formativas através de encontros, de workshops, de vivências, etc. Endereço: Rua Eduardo de Matos, 159 - Jd. Campanário. CENTRO CULTURAL CANHEMA – CASA DO HIP HOP: Criado em 1999, hoje é um espaço de referência à cultura de rua. Conta com oficinas de graffiti, de dança de rua, de DJ e composição de rimas. Além das oficinas de hip hop, oferece também várias linguagens artísticas, como teatro, circo, balé, dança, entre outras. Endereço: Rua 24 de Maio, 38 - Jd. Canhema.

Imagem 12 : CEU - Centro de Artes e Esportes Unificados CENTRO CULTURAL E BIBLIOTECA SERRARIA: Oferece serviços culturais como palestras, encontros com a comunidade, espetáculos de dança, de música, de teatro, etc. A Biblioteca disponibiliza ao público serviços de pesquisa e de empréstimo de livros, de oficinas de criação literária, de uso do computador e de acesso à internet. Endereço:Rua Guarani, 790, Serraria. CENTRO CULTURAL E BIBLIOTECA PROMISSÃO: Desenvolve trabalhos nos eixos de difusão e de formação artísticas. Oferece salas para atividades culturais, biblioteca com acervo infantil, juvenil, adulto e escolar, acesso à internet, exposições, palestras e vivências. Endereço: Rua Pau do Café, 1500, Jd. Promissão.

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Imagem 13 : Centro Cultural Canhema - Casa do Hip Hop

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CENTRO CULTURAL DIADEMA (TEATRO CLARA NUNES): Inaugurado em 1983 junto à Praça da Moça, conta com o Teatro Clara Nunes e a Biblioteca Olíria de Campos Barros. O teatro possui uma programação cultural intensa, recebendo mais de 20 espetáculos por mês. Oferece exposições regulares na área de artes visuais e diversas oficinas de teatro, dança e artes plásticas. Já a Biblioteca, foi inaugurada em 1967, sendo considerada o primeiro equipamento cultural da cidade. Tem como objetivo estimular a leitura e promover o acesso à informação por meio de livros, de CDs, de DVDs, de revistas e de internet. Endereço: Rua Graciosa, 300 - Centro. CENTRO CULTURAL ELDORADO: O Centro Cultural, Cine e Biblioteca Eldorado desenvolve atividades artístico-culturais, como oficinas de linguagem artística. Dá lugar a espetáculos como peças de teatro, shows musicais, saraus, entre outros. A biblioteca oferece acesso à leitura com consulta e empréstimo de livros, e espaço de convivência, com áreas para leitura e jogos de mesa. E o cinema possui uma sala de exibição, voltada apenas para a difusão cinematográfica. Endereço:R ua Frei Ambrósio de Oliveira Luz, 55, Eldorado. CENTRO CULTURAL HELENY GUARIBA: Homenageando uma atriz e ativista política desaparecida durante a ditadura militar, o Centro Cultural Heleny Guariba, é frequentado por todos os públicos, especialmente crianças e idosos. Oferece diversas oficinas gratuitas, como teatro, balé, música, artesanato e dança de salão. Sua programação cultural dá ênfase às artes cênicas, a música e as artes plásticas. Endereço: Rua Barão de Uruguaiana, 82, Jd. Ruyce

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Imagem

14:

Centro

Cultural

Heleny

Guariba

CENTRO CULTURAL NOGUEIRA: Inaugurado em 1992, oferece atividades de formação com ênfase nas artes cênicas. Sua programação proporciona à população espetáculos de dança, de teatro infantil e adulto, de shows musicais e de saraus. Endereço:Rua Marcos Azevedo, 240, Vila Nogueira CENTRO CULTURAL OKINAWA DO BRASIL: trata-se de um clube japonês, com atividades esportivas e grande eventos públicos e privados, como shows musicais, feiras e etc. Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1670 (próximo à Prefeitura) CENTRO CULTURAL TABOÃO: Inaugurado em 1992, oferece atividades culturais para o público de todas as faixas etárias. Desenvolve oficinas de dança contemporânea, de dança de rua, de dança cigana, de violão, de capoeira, etc. Endereço:Av. D. João VI, 1393 - Taboão.

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CIRCO ESCOLA DIADEMA: Inaugurado em 2008, disponibiliza oficinas de circo, de circo-teatro, de circo-música, de circo-dança e de padaria artesanal, trabalhando diretamente com a comunidade. Endereço:Av. Afonso Monteiro de Oliveira Cruz, 259 - Jd. União.

Imagem

Imagem

15:

circo

Escola

Diadema

PRAÇA DA IGREJA DA MATRIZ: Localizada no centro, em frente à Igreja Imaculada Conceição, padroeira da cidade, é considerada ponto inicial da cidade. Endereço: Avenida Antonio Piranga x Rua Manoel da Nóbrega PRAÇA DA MOÇA: localizada no coração da cidade, é palco de grandes shows e de concentrações de pessoas. Aos fins de semana a praça está sempre ocupada por diversos grupos, que praticam atividades diferentes simultaneamente. Endereço: Rua Graciosa X Avenida Alda. PARQUE DO PAÇO: Além do lago e da área verde, o parque oferece pista de caminhada, quadras esportivas, playgrounds, aulas de capoeira, zumba e tai chi chuan e tratamentos alternativos de saúde. Endereço: Avenida Antonio Piranga, 1380. 44

16:

Praça

da

Moça

PRAÇA LAURO MICHELS: presta homenagem ao ex-prefeito da cidade, sendo um local com diversos eventos de lazer e de cultura como encontros e exposições. Endereço: Avenida Antonio Piranga x Rua Amélia Eugênia. PARQUE ECOLÓGICO: Localizado no bairro do Eldorado, é bastante frequentado por pessoas que gostam de correr e caminhar. Possui um campo de futebol que atrai futebolistas moradores da região, torcedores, crianças e alunos da escolinha de futebol local. Endereço: Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 145 – Eldorado. PARQUE POUSADA DOS JESUÍTAS: Bastante arborizado, o parque oferece trilhas para caminhada. Endereço: Rua Professora Vitalina Caiafa Esquivel s/nº (atrás da Câmara Municipal). PARQUE TAKEBE: Com características de jardim japonês, oferece ao público quadra esportiva e academia ao ar livre. Endereço: Rua Yokohama s/nº - Jardim Takebe. 45


10.OS ESPAÇOS PREFERIDOS, USO E APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS EM DIADEMA A noção de público não é, pois, uma qualidade intrínseca a um espaço, mas, sim, uma construção social e política que resulta da combinação de vários fatores ,no sentido em que é atribuído por um determinado grupo social; da acessibilidade; da tensão entre estrangeiro e anônimo e o reconhecimento/reencontro; da dialética entre proximidade e distância física e social. (CASTRO, 2002, p. 54). Sendo a cidade de Diadema, desde de sua origem, uma cidade onde a maior parte de sua população apenas utiliza suas residências como dormitório, é possível perceber que os espaços públicos que são mais aproveitados por seus habitantes são os Campos de Futebol e todos aqueles que derivam desse, como, escolinhas, clubes de times locais, associações e etc. Nota-se, através do mapa a seguir, como são frequentes nos bairros e como são valorizados, pois se localizam próximos às escolas.

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Os espaços públicos têm sida ocupados coletivamente para a realização de manifestações, de atividade culturais, de cursos ao ar livre, de rodas de conversa, de comemorações públicas e privadas. Estas ocupações acontecem geralmente em espaços que possibilitam a reunião de grupos numerosos, em geral grandes áreas livres gramadas ou pavimentadas, ou mesmo as ruas [...]. (GATTI, ZANDONADE, 2017, p. 50

Imagem 17: Mapa da relação dos Espaços públicos e os campos de Futebol 48

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Sabendo-se que um mesmo espaço público pode acolher diversas atividades simultânea e sucessivamente, são nesses espaços que as comunidades dos bairros além de praticar esporte, ensinar jovens e adultos, reunir pessoas, praticam sua cidadania unindo os moradores para tomadas de decisão, com caráter local, decisão de uma data para comemoração específica, e caráter municipal, quando, por exemplo, decidem que desejam enviar uma proposta à prefeitura tentando uma possibilidade da melhoria na qualidade de vida das pessoas daquela região. Então, esses espaços são capazes de acolher atividades e públicos diversos, tornando possível sua coexistência e ressignificação a cada novo uso. As ruas são espaços abertos e de uso coletivo que também são focos de manifestações socioculturais muito comuns dentro das comunidades na cidade de Diadema. Jogos, reuniões, festas, encontros e todo tipo de atividades, que são realizadas em conjunto, ou que podem ser realizadas fora das casas, têm a rua como lugar ideal. E, é a partir da necessidade de criar oportunidades e de reunir os moradores, que nascem as associações de bairro que passam a ter um papel muito importante para a organização desses moradores e de todas essas atividades.

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11. A COMUNIDADE E OS SEUS REPRESENTANTES Na década de 80, com a vontade de atender as necessidades dos moradores do Jardim Sapopema e região, Geraldo Venâncio, conhecido como Geraldinho, e seus colaboradores decidiram criar a Associação dos Amigos do Jardim Sapopema, que é uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve projetos nas áreas de Educação, Esporte e Cidadania com o desejo de ajudar a comunidade local. O presidente e os membros da associação costumam se reunir para debater sobre os problemas do bairro para tentar solucioná-los. A associação acredita que educando as crianças, são capazes de formar adultos que podem retribuir à comunidade, criando assim um ciclo de apoio que a cada dia possa ajudar mais crianças e fazer com que a comunidade se torne cada vez menos violenta e mais ativa. Atualmente a associação conta com um imóvel, localizado na Rua das Palmeiras, onde através de parcerias oferecem cursos profissionalizantes, de educação básica, como matemática, palestras sobre cidadania, cuidados com a saúde, violência doméstica e triagem para atendimento psicológico. E, no fim do ano passado, coletaram assinaturas dos moradores para um protocolo da Eletropaulo que, posteriormente, seria 51


levado à prefeitura, tentando, assim, realizar melhorias na rede de infraestrutura do fornecimento de energia elétrica da região. A associação anualmente oferece uma festa chamada “O Dia Das Crianças”, que acontece no mês de outubro, onde ocupam a Rua das Seringueiras, com atividades para crianças e adultos de todas as idades.

Imagem 20 e 21: Dia das Crianças- Associação dos amigos do jardim sapopema

Imagem 18 e 19: Dia das Crianças- Associação dos amigos do jardim sapopema

A rua que vira parque, a rua que serve como referência, unidades de alto significado para quem sabe reconhecer. A transformação do lugar de passagem e de trabalho no lugar de encontro e de festa, possibilita vivência de caráter democrático e coletivo. (GATTI; ZANDONADE, 2017, p. 52). 52

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12. PROJETO PARTICIPATIVO

Imagem 22: matriz de planejamento para ações possíveis

A vida pública muda o tempo todo, a cada dia, mês, semana e através dos anos. Além disso, o design, o gênero, a idade, os recursos financeiros, a cultura e muitos outros fatores determinam como utilizamos o espaço público. É muito difícil incorporar esses diversos fatores da esfera pública na arquitetura, mas é essencial que sejamos capazes de criar espaços para as centenas, ou até milhares, de pessoas que ali passarão todos os dias. (GEHL; SVARRE, 2013, p.2).

13.PLANEJAMENTO O desenvolvimento de um projeto participativo eficaz, onde a população realmente se sinta parte do processo e crie uma identidade com aquele lugar, necessita do levantamento das principais características dos espaços públicos já existentes e dos hábitos dos moradores. É preciso identificar quais são os pontos negativos que pode prejudicar o bem-estar da população e sua qualidade de vida, e quais são as opções de melhorias, quais são as potencialidades e o que pode ser transformado em benefício para os usuários. Após a compilação desses dados, é possível organizar uma Matriz de Planejamento com ações possíveis para cada ocorrência. (GATTI; ZANDONADE, 2017, p. 66). 54

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O fluxograma, a seguir, refere-se ao desenvolvimento de projetos de espaços públicos, em que são apontadas as etapas necessárias.

Imagem 23: Fluxograma para desenvolvimento de projetos de espaço público 56

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14.INTERVENÇÃO Após a coleta de dados e de planejamentos das ações é possível iniciar as intervenções. Desenvolver o projeto e iniciar a obra é a forma tradicional de se fazer um projeto, porém essa forma está sujeita a apropriações inesperadas pela população, pois não é possível prever quais serão os impactos das transformações no território. Para ajudar nesse processo, uma das formas mais comuns de intervenção em um espaço público é através de um dos métodos de Jan Gehl, que tem se mostrado muito eficaz ao redor do mundo. (GATTI; ZANDONADE, 2017, p. 70).

15.APLICAÇÃO DE MÉTRICAS E EXPERIMENTAÇÕES Segundo a metodologia da Aplicação de Métricas e Experimentações, explicada em A Mayor’s Guide to Public Life, desenvolvida pelo Instituto Gehl, que tem como missão transformar o modo como as cidades são desenhadas fazendo do espaço público um dos principais vetores do desenho urbano, para implantação de projetos de espaços públicos temos as cinco estratégias a seguir: 58

1) MEDIR: É preciso mensurar onde as pessoas escolhem gastar seu tempo nos espaços públicos, assim como o que fazem baseado em suas escolhas, para que seja possível identificar a melhor forma de intervenção. 2) CONVIDAR: Os cidadãos estão acostumados a escolher, por exemplo, entre as opções 1, 2 e 3 de projetos que já foram planejados para determinados lugares, mas não são consultados sobre que tipos de projetos eles gostariam que fossem implementados. Convidar mais pessoas para participar do processo de planejamento, além de promover o engajamento da população, torna o projeto mais efetivo. 3) FAZER: Entender o quanto é importante o valor da vida pública a fim de implementar um projeto ou uma política de mudança que melhora o espaço público para poder começar por intervenções pontuais, em lugares já existentes e consolidados. 4) ENVOLVER: Os projetos para melhorar os espaços públicos precisam ser implementados de maneira flexível. Eles devem ser divididos em etapas para que possam adaptar-se à condições desconhecidas que podem surgir ao longo da implantação do projeto e para que as pessoas que irão utilizar aquele espaço possam opinar a respeito do que está sendo feito. 5) FORMALIZAR: As pessoas precisam ser ouvidas, as cidades podem ser mais interessantes e igualitárias quando as pessoas que serão mais afetadas pelo projeto são ouvidas e fazem parte do processo. 59


16.O QUE OS NOVOS ESPAÇOS PODEM PROPORCIONAR

Imagem 24: APLICANDO AS MÉTRICAS EM UM PROJETO

O Instituto acredita que essas estratégias podem inspirar a produção de espaços públicos, esperam que ajudem na execução de projetos e que eles possam privilegiar a escala do pedestre e a dimensão social.

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1) ESPAÇOS PRODUZIDOS PELA COMUNIDADE COMO CIDADE RECONHECIDA: Usar os espaços reconhecidos pela vizinhança e os conhecimentos técnicos da construção, aliados, de maneira a incentivar a sociedade a reconhecer que é participante da criação dos espaços públicos, amplia sua compreensão dos espaços urbanos como territórios e lugares de identidade. Integrar a participação da comunidade, fazendo com que o morador deixe de ser apenas o usuário final. Incentivar o processo participativo faz com que aquelas pessoas tenham interesse em cuidar daquele espaço, gerando assim uma maior sensação de segurança. 2) ESPAÇOS PÚBLICOS COMO EDUCAÇÃO POPULAR: Incentivar a discussão e uso dos espaços coletivos e de acesso público como áreas para atividades, fazendo com que esses lugares tornem-se espaços de aprendizado, trocas de saber e organização comunitária. As comunidades, hoje, são referência para outras organizações populares.

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17.BIBLIOTECAS PARQUE Espaços públicos deteriorados criam uma imagem de abandono e marginalidade, agindo de maneira negativa na percepção do usuário em relação aos espaços de uso coletivo de uma cidade. Com a falta de manutenção e infraestrutura, principalmente nas áreas periféricas das cidades, esses espaços são esvaziados, fazendo com que o cidadão não possa interagir com o outro, não vivenciando a diversidade e estabelecendo trocas, o que amplia o sentimento de individualidade. As crianças não brincam na rua e as escolas não usam o espaço público como extensão do pátio. (GATTI; ZANDONADE, 2017, p. 44). E é tentando reverter situações como essa, a cidade de Medellín na Colômbia, tem sofrido intensa transformação social e urbanística, sendo uma cidade que duas décadas atrás se encontrava numa sangrenta crise social e política. Em menos de 20 anos tornou-se inovadora e exemplar. Explica-se essa transformação através de: combate irrestrito à corrupção, transparência total nas decisões, participação da sociedade, prioridade à cultura e educação e “o melhor para os mais pobres”. A estratégia foi baseada em três questões: implementação de um sistema de transporte público e de acessibilidade eficiente e qualificado, pro62

visão de serviços públicos de qualidade para toda a população e planejamento urbano territorial de longo prazo. As biblioteca parque tem como principal objetivo impulsionar o desenvolvimento do entorno, criar espaços democráticos e diminuir as diferenças no acesso à cultura.

Dentre as inúmeras obras realizadas e projetadas, as mais marcantes são os parques bibliotecas, localizados nas áreas mais carentes da cidade, que constituem hoje novas centralidades de transformação e desenvolvimento social e cultural. Os lemas: “o melhor para os mais pobres” e “Medellín, a mais educada” sintetizaram os objetivos políticos e sociais da administração de Sergio Fajardo (2004/2007). Visitar os parques bibliotecas representa uma lição de cidadania, inclusão e desenvolvimento. As comunidades mais pobres e violentas experimentam um processo notável de transformação e de reinserção social e urbana. Os edifícios, de arquitetura altamente qualificada, escolhidos mediante concurso público de projetos (1), dignificam e são os motores da transformação. A sete anos de inauguramos uma nova geração de crianças que já configura o novo presente e futuro da cidade, plena de educação e civilidade.” (GHIONE, 2015. p. XX)

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BIBLIOTECA PARQUE SAN JAVIER Projeto: Javier Vera Localização: Comuna San Javier, Medellín Área: 5.600m²

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Como parte do plano de reintegração social do governo, deveriam ser instalados ao longo da chamada linha do metrocable, sistema de teleférico que opera em Medellín facilitando o acesso de pessoas que moram em regiões de difícil acesso ao transporte público, equipamentos de educação e cultura. A Biblioteca Parque San Javier está localizada a poucos metros do de uma das paradas do metrocable, e se conecta a uma área de passeio para pedestres através da encosta verde que segue a inclinação natural do terreno. O lote, que antes do projeto estava vazio, é delimitado em sua extremidade sul por uma prisão e desenvolve-se e abre-se para o lado oposto, retomando a topografia do lugar, desse modo esse projeto se comporta como uma arquitetura que gera conexões com seu entorno. Apenas a fachada norte encontra-se em um único plano e que é o mais baixo, criando um grande terraço urbano com vegetação e esse caminho conduz o pedestre até o metrocable. Na direção do declive, foram colocadas rampas e uma escadaria e medida que se sobe é possível ver os bairros que estão ao redor da biblioteca. o edifício é configurado através de blocos de concreto onde estão distribuídas as funções da biblioteca, como salas para uso de computadores, oficinas e acervo que alternam com uma série de espaços de circulação e permanência. O desnível entre blocos é de 1,50m de altura, seguindo o corte natural do terreno, e são vis65


tos como caixas que se projetam para a fachada, gerando acessos independentes. Possui uma cobertura inclinada única que serve como condicionador térmico e acústico. O acesso principal se materializa como uma ágora, com escadas que servem de arquibancada iluminada por cima. O que parece um bloco de concreto, é definido em seu interior como uma série de cômodos, enquanto as fachadas em plano de vidro, correspondem a circulação interna, toda as circulações se dão na direção leste-oeste, garantindo a iluminação natural dos corredores internos. A iluminação natural das salas se dá através de pátios internos, intercalados e isolados através de panos de vidro.

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BIBLIOTECA PARQUE LEÓN GREIFF Projeto: Giancarlo Mazzanti Localização: Antioquia, Medellín Área: 4.191m²

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Localizado na periferia da cidade, no início de uma grande área verde, sendo a única área livre da encosta o projeto foi construído como um mirante, que marca o início de um grande parque urbano. Pretende-se estabelecer uma relação com a paisagem e iniciar o desenvolvimento de espaços públicos em direção à montanha. O projeto propõe a organização do programa em um edifício em três partes ou três edifícios em um de modo que cada bloco possa funcionar independentemente um do outro, possibilitando que diferentes atividades aconteçam simultaneamente. O projeto se apresenta como uma plataforma vazias que funcionam como mirantes-praças e teatros para o encontro da comunidade, mantém sua relação com o entorno através de suas coberturas úteis, que servem também como áreas de apreciação da paisagem.

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Organizado em três blocos quadrados que foram rotacionados em relação ao terreno, adaptando-se à topografia e que são unidos por um corredor que atravessa toda a área da biblioteca. Constrói-se uma paisagem que dá continuidade à topografia, com um parque acontecendo na cobertura. Construído em concreto armado, cada bloco é independente apenas conectados por uma passarela também em concreto armado. Os materiais escolhidos para compor o edifício são de alta resistência, fácil manutenção e alta durabilidade. Buscou-se aproveitar as condições ambientais para desenvolver um sistema de ventilação cruzada, através dos pátios internos.

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18. LOCALIZAR Localizado na área sul da cidade de Diadema, a região do Eldorado que abrange os bairros de Sapopemba, Jd. Ellen, Jd. Navegantes, Jd. Maringá, Jd. Ivone, Jd. Marajá, Jd. Eldorado, Sta. Fé, Vila Paulina, Praia Vermelha, Sítio Joaninha e Iguassu, onde residem cerca de 40 mil habitantes, que representam 10,7% da população total da cidade. Segundo os indicadores de qualidade de vida, que podem ser mensurados pelos critérios de acesso à rede de água, de rede de coleta de esgoto, de serviços de coleta de lixo, de domicílios precários,etc, Diadema apresenta o pior índice de qualidade de vida da população atrelado ao baixo desenvolvimento humano, contando com grande parcela da população analfabeta, sem instrução e com poucos anos de estudo.

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Imagem 40: Eldorado, Diadema. 74

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19. OLHAR E APRENDER REFERÊNCIAS DE PROJETO Para pensar na Biblioteca Parque Eldorado, busquei referências de projetos com terrenos parecidos, como é o caso do terreno destinado ao Concurso para a nova unidade do IMPA, Instituto de Matemática Aplicada. Localizado no Rio de Janeiro, ao pé do morro, com uma grande área disponível mas que não pode ser totalmente utilizada por se tratar de uma área de floresta, além de envolver uma área de proteção, apresentar área de sobra e tratar-se de terreno abandonado. Procurei entender duas soluções diferentes dadas ao mesmo problema. Observei dois projetos que são distintos mas ao mesmo tempo parecidos. E são eles: A futura unidade do IMPA. por spbr arquitetos e brasil arquitetura.

Futura unidade IMPA: spbr arquitetos

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Futura unidade IMPA: brasil arquitetura

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20.DESENHAR E ESCREVER A ideia de fazer a Biblioteca Parque Eldorado, vem da necessidade que foi rapidamente percebida ao mudar para o bairro do Jardim Sapopema em Diadema, quando saí da casa de meus pais. Claramente tudo o que os moradores daquele bairro precisam fazer eles são obrigados a deslocar-se para São Paulo, o que para mim não tem o menor sentido, acaba não sendo justo. Por isso, decidi que gostaria de trabalhar e propor um projeto para aquela área. Escolhi um terreno com cerca de 15.000m², localizado entre três escolas que atendem todas as faixas etárias, desde as crianças menores no berçário até os jovens do ensino médio. Sendo esse terreno uma APA, Área de Preservação Ambiental, cuja área permeável do terreno precisa necessariamente ser mantida em 70%, partindo do principio que era necessário elevar a biblioteca em relação ao chão. A partir dai três grandes ideias nortearam todo o desenvolvimento do projeto sendo elas:

1) OLHAR: Era necessário estabelecer uma relação visual da biblioteca com seu entorno, ela não poderia ser fechada para o parque que seria instalado a sua frente. A biblioteca olha o parque e o parque olha a biblioteca.

OLHAR PARA ENTENDER

CAMINHAR PARA FICAR 2) CAMINHAR: Era de extrema importância que as pessoas fossem capazes de cruzar o terreno, principalmente do ponto mais baixo ao ponto mais alto, tendo cerca de 40 m de desnível.

BIBLIOTECA PARQUE

PARTICIPAR PARA USAR

3) PARTICIPAR: O parque seria desenvolvido para que todas as atividade oferecidas pelas associações de bairro da região pudessem sair das ruas e acomodarem-se em um local adequado. 80

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Estabelecidas as diretrizes básicas era possível começar. O programa desenvolve-se em cerca de 1.200 m², em quatro níveis diferentes e é cruzado por um funicular. Um funicular que liga o ponto mais baixo ao ponto mais alto do terreno, fazendo quatro paradas, sendo duas delas na própria biblioteca. O programa acontece ao longo dos diferentes níveis, contando com atividades básica de uma biblioteca como leitura e estudo mas também áreas para uso da internet, salas para filmes, áreas de convivência e um bloco dedicado unicamente às crianças. A estrutura apresenta-se em dois grandes pilares de concreto armado que sustentam vigas metálica e laje em steel deck. Ao topo quatro grandes vigas, sendo duas apoiadas sobre os pilares e outras duas travando o sistema e servindo de ancoramento para tirantes que sustentam os mezaninos de cada um dos blocos. Grandes caixilhos em alumínio estruturados sobre trilhos foram pensados para garantir o máximo de iluminação natural e a vista para o parque e ainda servindo para dividir os ambientes, podendo ser ajustados de acordo com a necessidade da atividade proposta e para a proteção dessas aberturas, foram pensados brises em

madeira, fixados em uma estrutura em alumínio, apoiada sobre a estrutura básica de concreto. Para obter o travamento estrutural no sentido contrário foram propostas passarelas que ligam os pavimentos através dos níveis. E, assim, acontece a Biblioteca Parque Eldorado, devidamente colocada sobre o morro, olhando para a cidade e fazendo parte da vida das pessoas.

21. PROJETANDO

BIBLIOTECA PARQUE ELDORADO

Imagem 45: As Novas Bibliotecas e seus programas 82

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Imagem 46: O Eixo do funicular e o programa da biblioteca 84

IMPLANTAÇÃO ESCALA 1:2000

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NÍVEL 0.00

86 NÍVEL +5.10

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1. 2. 3. 4. 5.

ACESSO / INFORMÇÕES ACERVO PERIÓDICOS ACERVO ATIVIDADES INFANTIL ACERVO/ESTUDOS

6. ACERVO/ESTUDOS 7. MULTIMIDIA/FILMES 8. INFANTIL/ ESTUDOS 9. ESTUDO/ COMPUTADORES 10. PESQUISA/ COMPUTADORES

11. 12. 13. 14. 15.

MULTIMIDIA/ COMPURADORES ADMINISTRAÇÃO ESTUDOS/ ACERRVO/ COMPUTADORES ADMINISTRAÇÃO / LIVROS ESPECIAIS CLUBE ESCOLA DE FUTEBOL SAPOPEMA


88 ACESSO / INFORMÇÕES ACERVO PERIÓDICOS ACERVO ATIVIDADES INFANTIL ACERVO/ESTUDOS

ACESSO / INFORMÇÕES ACERVO PERIÓDICOS ACERVO ATIVIDADES INFANTIL ACERVO/ESTUDOS

1. 2. 3. 4. 5.

1. 2. 3. 4. 5.

NÍVEL +11.70

NÍVEL +8.40

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11. 12. 13. 14. 15.

11. 12. 13. 14. 15.

6. ACERVO/ESTUDOS 7. MULTIMIDIA/FILMES 8. INFANTIL/ ESTUDOS 9. ESTUDO/ COMPUTADORES 10. PESQUISA/ COMPUTADORES

6. ACERVO/ESTUDOS 7. MULTIMIDIA/FILMES 8. INFANTIL/ ESTUDOS 9. ESTUDO/ COMPUTADORES 10. PESQUISA/ COMPUTADORES

MULTIMIDIA/ COMPURADORES ADMINISTRAÇÃO ESTUDOS/ ACERRVO/ COMPUTADORES ADMINISTRAÇÃO / LIVROS ESPECIAIS CLUBE ESCOLA DE FUTEBOL SAPOPEMA

MULTIMIDIA/ COMPURADORES ADMINISTRAÇÃO ESTUDOS/ ACERRVO/ COMPUTADORES ADMINISTRAÇÃO / LIVROS ESPECIAIS CLUBE ESCOLA DE FUTEBOL SAPOPEMA


90 MULTIMIDIA/ COMPURADORES ADMINISTRAÇÃO ESTUDOS/ ACERRVO/ COMPUTADORES ADMINISTRAÇÃO / LIVROS ESPECIAIS CLUBE ESCOLA DE FUTEBOL SAPOPEMA

MULTIMIDIA/ COMPURADORES ADMINISTRAÇÃO ESTUDOS/ ACERRVO/ COMPUTADORES ADMINISTRAÇÃO / LIVROS ESPECIAIS CLUBE ESCOLA DE FUTEBOL SAPOPEMA

11. 12. 13. 14. 15.

11. 12. 13. 14. 15.

6. ACERVO/ESTUDOS 7. MULTIMIDIA/FILMES 8. INFANTIL/ ESTUDOS 9. ESTUDO/ COMPUTADORES 10. PESQUISA/ COMPUTADORES

6. ACERVO/ESTUDOS 7. MULTIMIDIA/FILMES 8. INFANTIL/ ESTUDOS 9. ESTUDO/ COMPUTADORES 10. PESQUISA/ COMPUTADORES

ACESSO / INFORMÇÕES ACERVO PERIÓDICOS ACERVO ATIVIDADES INFANTIL ACERVO/ESTUDOS

ACESSO / INFORMÇÕES ACERVO PERIÓDICOS ACERVO ATIVIDADES INFANTIL ACERVO/ESTUDOS

1. 2. 3. 4. 5.

1. 2. 3. 4. 5.

NÍVEL +15.50 NÍVEL +26.00

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C B

A

C B

A

A

C B

CORTE BB

C B

CORTE AA

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A

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C B

A

A VIGA PRINCIPAL EM CONCRETO PROTENDIDO VIGA SECUNDÁRIA EM CONCRETO PROTENDIDO

C B LAJE INCLINADA,IMPERMEABILIZADA, COM SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL ATRÁVES DOS PILARES TIRANTES EM AÇO COM AFASTAMENTO REGULÁVEL ESTRUTURA EM ALUMÍNIO, FIXADA NAS VIGAS DE CONCRETO, PARA INSTALAÇÃO DOS BRISES EM MADEIRA BRISES EM MADEIRA, FIXADOS NA ESTRUTURA DE ALUMÍNIO CAIXILHOS PIVOTANTES EM ALUMÍNIO SOBRE TRILHO

LAJE EM CONCRETO MOLDADO IN LOCO

FORRO EM GRELHA METÁLICA ATIRANTADO NA LAJE DE CONCRETO

GUARDA-CORPO EM ESTRUTURA TUBULAR DE ALUMÍNIO

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CORTE CC

FECHAMENTO DO GUARDA-CORPO EM MADEIRA SEMELHANTE À DA FACHADA LAJE EM STEEL DECK, SOBRE ESTRUTURA METÁLICA PERFIL “H” METÁLICO

DETALHE FACHADA ESCALA 1:50

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Imagem 1: Centro Aberto – Largo São Francisco. Fonte: Gestão Urbana, 2015 Imagem 2: Centro Aberto – Largo São Francisco. Foto: Everton Ballardin, 2015 Imagem 3: Bairro Centro, tipologia industrial e residencial, Diadema, 2014 Imagem 4: Dias das Crianças – Associação dos Amigos do Jardim Sapopema, 2013 Imagem 5: O diagrama do lugar. Fonte: Agnew, 1987 Imagem 6: Mapeamento Coletivo na Oficina Participativa do Fórum Aberto Luz, Campos Elíseos em São Paulo, 2017. Imagem 7: Centro Aberto, São Paulo. Fonte: SMDU. Imagem 8: Intervenção em Santa Inês, São Paulo, busca entender o que as crianças desejam em um espaço público. Foto: Bela Rua. Imagem 9: Sesc No Parque. Minas Gerais. Fonte: Sesc Minas Gerais. Imagem 10: Diadema e São Paulo. Imagem 11: Localização dos Espaços Públicos na Cidade de Diadema. Imagem 12: CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados, 2015. Imagem 13: Centro Cultural Canhema, Casa do Hip Hop, 2015. Imagem 14: Centro Cultural Heleny Guariba, 2015. Imagem 15: Circo Escola Diadema, 2015. Imagem 16: Praça da Moça, 2015. 102

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Imagem 17: Mapa da Relação dos Espaços Públicos e os Campos de Futebol Imagem 18: Dias das Crianças – Associação dos Amigos do Jardim Sapopema, 2013 Imagem 19: Dias das Crianças – Associação dos Amigos do Jardim Sapopema, 2013 Imagem 20: Dias das Crianças – Associação dos Amigos do Jardim Sapopema, 2013 Imagem 21: Dias das Crianças – Associação dos Amigos do Jardim Sapopema, 2013 Imagem 22: Matriz e Planejamento de Ações Possíveis. Fonte: Espaços Públicos Leitura Urbana e Metodologia de Projeto. Imagem 23: Fluxograma do desenvolvimento de projetos do espaço públicos. Fonte: Espaços Públicos Leitura Urbana e Metodologia de Projeto. Imagem 24: Fluxograma de Aplicação de Métricas no Processo de Projeto. Fonte: Espaços Públicos Leitura Urbana e Metodologia de Projeto. Imagem 25 a 32: Biblioteca Parque San Javier. Imagem 33 a 39: Biblioteca Parque León Greiff. Imagem 40: Eldorado, Diadema. Imagem 41 a 43: Concurso Futura Uni104

dade IMPA, spbr arquitetos. Imagem 44: Diagramas – Olhar, Caminhar, Participar. Imagem 45: Diagrama: Relações dos programas de uma biblioteca da atualidade. Imagem 46: Diagrama: Eixo do funicular e o programa da biblioteca.

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ALOMA, Patricia Rodriguez. O espaço público como protagonista da cidade. 2013. Disponível em: <http://www.plataformaurbana.cl/archive/2013/11/14/el-espacio-publico-ese-protagonista-de-la-ciudad/>. Acesso em: 01 de fevereiro de 2018. ARQA. Biblioteca Presbítero Jorge Luis Arroyave. 2013. Disponível em: <http://arqa.com/ editorial/medellin-r/biblioteca-presbitero-jorge-luis-arroyave>. Acesso em: 25 maio 2018. ARQA. Parque Biblioteca Pública León de Greiff en Medellín. 2009. Disponível em: <http://arqa. com/arquitectura/parque-biblioteca-publica-leon-de-greiff-en-medellin-colombia.html>. Acesso em: 26 maio 2018. ARQUITETOS, Spbr. Futura Unidade do IMPA. 2015. Disponível em: <http://www.spbr. arq.br/portfolio-items/futura-unidade-do-impa/>. Acesso em: 26 maio 2018. ARQUITETURA, Brasil. Concurso IMPA. 2015. Disponível em: <http://brasilarquitetura. com/#>. Acesso em: 26 maio 2018. ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO JARDIM SAPOPEMA. Sobre Nós. Diadema, São Paulo. Agosto de 2014 Disponível em: <http://jardimsapopema.blogspot.com.br/>. Acesso em: 19 de 106

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