TFG Final - Arquitetura e Urbanismo - Loteamento ecológico - Ecossência

Page 1

ECO-LOTEAMENTO | 1


C1

Esse caderno conta com tecnologia QR-CODE, que são códigos de barras bidimensionais que direcionam o acesso a uma página da internet ou arquivo virtual, por meio da câmera de um smarthphone ou tablet. Onde ao unir tecnologia com funcionalidade, ainda ajuda o meio ambiente, pois ao invés de imprimir uma quantidade maior de folhas para explicar um assunto ou até mesmo mostrar um desenho em maior escala, pode-se gerar com QR-CODE com o arquivo e disponibiliza-lo online.

Para utilizar siga o passo a passo abaixo:

1

Abra a camera de seu smarthphone e aponte para o código que aparece no caderno

2 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

2

Clique no link que aparece na tela e espere a página carregar, e pronto, assim você tera acesso a todas as informações disponíveis


Agradecimentos Agradeço ao meu pai, que sempre que possível passava noites me ajudando nas maquetes, me levava para a faculdade sempre que eu virava a noite, mas principalmente por conta de todo o apoio e incentivo que me deu até hoje. A minha mãe, por me mostrar como não de deve deixar intimidar pelas diiculdades e encarar tudo com determinação. A professora Barbara, por todas as aulas e ensinamentos dados em todos esses anos, mas principalmente nesse ultimo, em que conseguiu me entender e ouvir em todos os momentos, me mostrando que iz a escolha certa em te-la como minha orientadora. A todos os outros professores que izeram parte de minha vida acadêmica, ajudando e incentivando a projetar sempre o melhor espaço para todos. A todos os meus colegas de classe e agora de proissão, pelas palavras de incentivos e partilha de conhecimentos. E a todos aqueles que junto comigo, entendem e estão comprometidos com a preservação do meio ambiente e querem fazer o possível para preservar o bem mais precioso que temos, a Terra.

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 3

C1


Sumário C1

Agradecimentos CAPITULO 1 Introdução CAPITULO 2 Ecologia Urbana Relação Homem x Cidade X Natureza Revolução Industrial e seus impactos ambientais Termos e conceitos Sustentabilidade Ecologia Bioilia Biorregionalismo CAPITULO 3 Estudos de caso BEDZED Glenwood Park Christie Walk CAPITULO 4 Área Mapa 1 - Localização Início da cidade de campinas Histórico do distrito Levantamento de dados Mapa 2 - Evolução Urbana Mapa 3 - Macrozoneamento Mapa 4 - Zoneamento Mapa 5 - Hipsometria Mapa 6 - Densidade demográica Mapa 7 - Hidrograia Mapa 8 - Áreas Verdes Mapa 9 - Unidades de conservação Mapa 10 - Áreas de preservação permanente Mapa 11 - Áreas suscetiveis a inundações Mapa 12 - Diretrizes viárias Mapa 13 - Equipamento públicos Mapa 14 - Vazios Urbanos Mapa 15 - Diretrizes Ambientais

4 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

3 7 9 12 15 16 16 17 18 18 21 23 25 27 29 30 31 32 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 46 47 48 49


Mapa 16 - Dispositivos de passagem de fauna Mapa 17 - Impacto e conlitos em áreas verdes Mapa 18 - Pontos e linhas de onibus Mapa 19 - Gabarito Mapa 20 - Topograia Mapa 21- Áreas verdes CAPITULO 5 O projeto Localização e situação Condicionantes naturais Mapa hipsometrico - situação atual Croquis LEED-ND Implantação setorizada Implantação Humanizada Corte Longitudinal e peris viários Corte Infraestrutura urbana Realocação de Habitantes APP’s Densidade Populacional Infográico de Habitantes por Tipologia Tipologia dos lotes Tipologia das construções Mobilidade e Raio de caminhada Ponte de carros Usos do sistema de lazer Encontro Quadras de esportes Academia ao ar livre Vestiários e bicicletários Estacionamento Canteiros Permanência Gestão do lixo - resíduos orgânicos e recicláveis Infraestrutura Urbana Verde Direção e escoamento da água da chuva Canteiro Pluvial e Biovaleta Iluminação Cartilha de loteamento Imagens 360° e album Referências Bibliográicas

50 51 52 53 54 55 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 68 69 70 72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 95 96 98 100 101 102 ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 5

C1


“Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais.” Victor Hugo.


De acordo com o último Relatório do Planeta Vivo da WWF (2018), o período atual é chamado de Grande aceleração, onde o aumento da população mundial e crescimento econômico tem impactos no mundo todo com a grande demanda de energia, solos e água. O que indica que as mudanças positivas e negativas ocorridas em todo o mundo nas últimas décadas, estão todas interligadas. Na sociedade moderna atual, onde a principal abordagem são os avanços tecnológicos, há uma série de elementos na natureza e sua biodiversidade que sustenta esse tipo de vida. Por isso, considerar que esses, estão desparecendo em um ritmo alarmante, revela que está no momento de mudança de certas atitudes. Os impactos ambientais reportados no Relatório da WWF (2018) evidência que nos últimos 40 anos a biodiversidade e população animal mundial diminuiu cerca de 60%. Com a sua maior concentração de perdas, localizada nos Trópicos e nas Américas do Sul e Central, onde chegou a uma redução de 89% em comparação a 1970. Ao analisar que um dos principais fatores da redução da biodiversidade é a exploração, a construção civil tem um dos impactos negativos mais signiicativos, uma vez que consome cerca de 50% a 75% dos recursos naturais, além de ser um dos maiores causadores do desmatamento e expansão da área urbana.

cação do projeto, está localizada na América do sul, na cidade de Campinas, São Paulo, Brasil. Especiicamente no distrito do Ouro Verde onde temos uma grande conurbação, em que o terreno estudado é um vazio urbano que se encontra isolado e esquecido no meio de vários novos loteamentos e empreendimentos novos, onde não houve a consideração do impacto na sua biodiversidade nesse pequeno ecossistema localizado no meio de uma grande cidade. A conservação da natureza e seus animais são somente uma parte da inluência que o pensamento ecológico traz. Não pode existir um futuro saudável, com climas alterados, sem água limpa, degradação e extinção de lorestas e consequentemente sem a biodiversidade da teia de vida que nos sustenta. Marcos Lambertini, diretor da WWF (2018) diz que, poucas sociedades izeram parte de uma transformação histórica durante os 4,5 bilhões de anos do planeta. Mas há atualmente uma janela de oportunidade inédita, mas urgente, de mudar o pensamento e estilo de vida, de modo a deinir o caminho a frente. Onde não mais modo de ignorar os sinais de aviso que o planeta está dando. Pois, o dia a dia, saúde e meios de sobrevivência dependem de um planeta saudável. Considerando que não se pode parar a expansão urbana ou o desenvolvimento urbano na sua totalidade. Há novas formas de adequar a cidade e construções a natureza, diminuindo assim os impactos ambientais. Com isso surge nesse trabalho uma proposta de criar um eco loteamento com ediicações mistas e modulares, que visa a harmonia e equilíbrio na integração onde possa coexistir sem comprometer o meio ambiente, revelando de forma mais consciente as pessoas de seu ecossistema e impactos sobre ele.

Desta forma a área de estudo escolhida para apliECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 7

INTRODUÇÃO

É sabido que o ritmo da vida contemporânea, acelerada e imediatista, tem causado impactos signiicativos no meio ambiental. A industrialização e urbanização trouxe inúmeros benefícios a sociedade, mas os malefícios estão amplamente relacionados com o meio ambiente.

CAPITULO 1

INTRODUÇÃO


“Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro.” Provérbio Indígena


Ecologia Urbana

Contudo, com a multiplicação da população humana e o crescimento da demanda econômica, nos últimos 40 anos4. Houve um grande aumento pela busca de energia, solos e água sem precedentes5, levando a uma sobrecarga dos sistemas. Levando a uma alta busca por recursos naturais, e causando uma redução na biodiversidade 6. Contribuindo assim para as mudanças cli-

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 4 1

2 Ver em Living Planet Report 2016 (2016), pág. 6

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 4-5

3

Ver em Living Planet Report 2014 (2014), pág. 8

4

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 8

5

Ver em Living Planet Report 2014 (2014), pág. 2

6

Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2018, pág. 5

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 9

ECOLOGIA URBANA

No entanto, a ciência nunca trouxe antes, tantas evidências sobre as consequências do impacto humano. Onde apesar da “Grande Aceleração” ter trazido

inúmeros benefícios para a sociedade humana, há uma relação direta com a decadência dos sistemas naturais da terra por conta disso. Constatando que tudo o que a sociedade moderna construiu, é fornecido pela natureza, e para continuar o desenvolvimento, é preciso manter e preservar esses recursos naturais. Mostrando que a natureza não é apenas “agradável de se ter”.3

CAPITULO 2

Atualmente, o mundo passa por um momento de mudança, onde uma nova era se inicia, o Antropoceno. No qual pela primeira vez na história da terra, uma única espécie — o ser humano — tem um impacto tão grande sobre o desenvolvimento do planeta.1 Não é de hoje que os cientistas têm alertado a população mundial, para o fato que a vida no planeta está sendo degradada como resultado das ações humanas. Onde há a necessidade de entender que, para um futuro próspero e seguro para a humanidade, é preciso interromper os impactos ambientais.2


CAPITULO 2 ECOLOGIA URBANA

Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2018, pág. 6 Tendências socioeconômicas - As taxas crescentes de mudança na atividade humana desde o início da Revolução Industrial. Os anos 50 marcam uma explosão no crescimento. Após esse período, as atividades humanas (à esq.) começam a interferir signiicativamente no sistema de suporte de vida da Terra (à dir.)

10 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


máticas, que repercute nos ecossistemas, espécies e até em alguns casos geneticamente.7

Essa degradação constante é a causadora de muitos impactos na diversidade biológica das espécies, na qualidade dos habitats e no funcionamento dos ecossistemas. Considerando que ¼ de toda a vida na terra se encontra abaixo de nossos pés, esses organismos indu-

O que torna o último resultado divulgado pela WWF (2018) preocupante, onde o Índice do Planeta Vivo (IPV) — indicador da situação da biodiversidade mundial e da saúde do planeta — com dados coletados desde 1970, mostra que de lá para cá houve um declínio na população de animais em 60%. Sendo sua maior queda na região da América do Sul e Central — onde se concentra 2/3 da biodiversidade da terra — com uma perda de 89% em comparação a 1970, por conta de degradação e desaparecimento de habitats.

CAPITULO 2

Hoje em dia, apenas 1/4 dos solos do planeta Terra está imune das atividades humanas, em que as áreas úmidas são a parte mais afetada, tendo perdido cerca de 87% de sua extensão, na modernidade. Sua projeção, se não houver uma mudança de atitude signiicativa a nível mundial, é a redução para apenas 1/10 de solos intocados, até 2050. Onde somente o crescimento urbano sozinho, é responsável por 27% da degradação do solo.8

zem as mudanças na estrutura e composição dos solos, sendo primordiais para regularizar os processos ecossistêmicos essenciais, tais como eles o sequestro de carbono, gases de efeito estufa e a absorção de nutrientes pelas plantas.9

ECOLOGIA URBANA

7 Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 8

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 8

8

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 14

9

Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2018, pág. 13

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 11


ECOLOGIA URBANA

CAPITULO 2

A biodiversidade é considerada como a “infraestrutura” que ampara toda a vida na Terra. Seus sistemas naturais e ciclos bioquímicos, gerado pela diversidade biológica permite assim o funcionamento estável da nossa atmosfera, oceanos, lorestas, paisagens e cursos d’água. 10 Fato é que a humanidade está usando mais do que à Terra pode fornecer, onde com o aumento da nossa Pegada Ecológica — indicador de consumo de recursos naturais — em 190%11, mostra a necessidade de 1,5 planetas Terras para prover os serviços ecológicos que vem sendo utilizados atualmente, de acordo com o tempo de regeneração necessário. A humanidade ultrapassou os limites ideais de regeneração, quando esquecem que ao cortar uma árvore, demanda menos tempo que o plantio e desenvolvimento de uma nova, onde pescar é mais rápido do que o ciclo de vida de crescimento de um novo peixe, ou até mesmo ao emitir mais carbono para a atmosfera do que as lorestas e os oceanos podem absorver.12

metas e expectativas equivalem no máximo a uma queda gerenciada de perda da biodiversidade.13 Que para estabelecer compromisso de clima e desenvolvimento sustentável, é necessário reverter totalmente a perda da natureza e sua biodiversidade. Para isso é necessário entender que a sociedade e economia dependem de um planeta saudável. Onde há o risco de pôr em frente as causas dos ganhos econômicos e sociais e não darmos conta da dependência dos sistemas ecológicos. Visto que os ecossistemas sustentam as sociedades que criam suas economias. Bem como a importância das escolhas feitas inluenciam nos passos dados de forma a garantir o planeta continuar vivo e sustentar as gerações atuais.14

Contudo, apesar de as tentativas de impedir essas perdas através de acordos mundiais, como o atual 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), suas 12 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

guês na parte superior direita do site)

Relação homem x cidade x natureza Ao analisar os fatos, percebe-se que cada momento histórico tem uma relação direta com a forma como o homem e a natureza se relacionam. Suas mudanças de atitudes, na maioria das vezes, estão associadas à sua atração do meio natural e sua biodiversidade. Onde necessitou o reconhecimento de que com sua forma de interpretação coletiva ou individual, está sujeito a mudanças, elencados aos fatos de que seus elementos não são duradouros e estão em constante transformação. Sendo assim resultantes do desenvolvimento do processo histórico, acometido por variados fatores, tais como eles as relações políticas, econômicas, sociais, religiosos, artísticos e ilosóicos.15

Fonte: Relatório Planeta Vivo WWF 2014, pág. 5

Você sabe qual é a sua pegada ecológica? Descubra nesse link. (Mude o idioma para Portu-

Na prática, a forma como a paisagem e o meio natural, junto com o meio urbano é projetado, relete os gostos e modas do período, onde tanto em seu modo objetivo, como seu modo ilosóico permanece em evolução. Observando também que as mais importantes mudanças de pensamento, são em seu contexto relacionado a capacidade de perceber a essência e compreender algo que antecede ao entendimento.16 Percebe-se que na Idade média, a natureza era retratada pela pintura de aspecto mais intuitivo, com

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 24

10

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 10

11

Ver em Living Planet Report 2014 (2014), pág. 8 12

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 24

13

Ver em Living Planet Report 2018 (2018), pág. 4

14

15

Ver em Leite (2019), pág. 45

16

Ver em Leite (2019), pág. 46

17

Ver em Leite (2019), pág. 49


características simbólicas representando suas diversas fases de concepção. O ser humano na época, estava tão preocupado com a sobrevivência e a salvação da alma, que acabava por deixar de lado a beleza da paisagem natural. Para eles, os campos signiicavam trabalho, os mares, tempestades e piratas, e o resto da terra levava com si o perigo de lorestas e pântanos desconhecidos.17

No momento em que as civilizações do mundo antigo estabeleceram seus interesses de forma que a comedir e embelezar a natureza, surge como em um conjunto solidário, o surgimento de conhecimentos de botânica, agricultura, engenharia e estética, que com a religião, estabelecendo com o ambiente uma relação de sobrevivência, sendo ela parcialmente harmoniosa com o ecossistema. Uma vez que não existia visão de conjunto, pois, suas dinâmicas entre homem e natureza se restringiam a uma área delimitada.20

Assim, quando a Igreja perde o apoio das classes inluentes, as ideias incentivadas por eles, a respeito de um “paraíso” terrestre, onde há harmonia do homem com a natureza leva a uma vida na terra satisfatória, deteriora-se. Promovendo a partir disso uma atitude de um viés mais moral, do que teológico com ela.22

17

Ver em Leite (2019), pág. 49

18

Ver em Leite (2019), pág. 50

19

Ver em Leite (2019), pág. 46

20

Ver em Leite (2019), pág. 46

21

Ver em Leite (2019), pág. 51

22

Ver em Leite (2019), pág. 52

23

Ver em Leite (2019), pág. 53

24

Ver em Leite (2019), pág. 54

Fonte: Disponível em https://2.bp.blogspot.com/-XIK5ezx2PMk/WTILFZ4QwhI/ AAAAAAAAF3M/cXcU9RKGK9oj0xkomQqQcY2Q4ebIDEm8ACLcB/s1600/188 38984_1450882394968481_248096968386543390_n.jpg

Com isso, até o século XVII, existia a assimilação de que para o contato do meio ambiente só se era possível com a aproximação do seu lado artístico e cientiico. Bem como seus conceitos organizacionais da arquitetura, pintura, música e literatura, sendo eles regular-

Onde ao identiicar as atuais fontes de beleza na natureza, traz também a possibilidade de selecionar somente o mais belo e eliminar o resto, construindo assim somente paisagens bonitas. Com isso os padrões geométricos e regulares ganham força, onde utilizam as águas também para ins ornamentais, coninando-as em margens circulares ou retangulares.23 Que somado aos impactos da Revolução Industrial, e sua incessante busca por matéria prima, começa a dizimar lorestas, causando também uma redução no número de animais.24 A partir daí, surge a percepção da degradação ambiental causada pelo desenvolvimento, levando a necessidade de associação entre os aspectos naturais ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 13

ECOLOGIA URBANA

A base da ruptura deu-se pela parte humana, de aceitar a existência de mudanças inter-relacionadas com o universo, garantindo assim sua maior inluência sobre sua forma e destino. Levando a uma nova concepção dos espaços, onde une os caminhos de forma a integrar as formas naturais, em sua geometria construída.21

CAPITULO 2

No entanto, paralelamente a esses receios, surge uma nova simbologia, onde descreve a paisagem natureza como uma imagem bucólica do mundo. Que ao serem observados em uma primeira etapa, simbolizavam uma identidade divina e numa segunda etapa, representando a perfeição. Dando início assim aos projetos, de forma a utilizar todo espaço para alimentos e ervas medicinais, sendo esse o único contato com a natureza.18

mente questionados e modiicados pela evolução da sociedade, e também por suas ciências e técnicas, e a sua percepção de modo individual e coletivo.19


Dessa forma passa a ter mais empenho na construção de modo a reconstruir o meio ambiente natural dentro dos seus limites e funcionalidades. Começando pela América e Europa, envolvendo pela primeira vez procedimentos, de consciência ambiental, e seus problemas de proteção, associados ao conhecimento humano, que indicavam inalmente um cruzamento de

ECOLOGIA URBANA

CAPITULO 2

do meio ambiente e arquitetônico juntos em uma paisagem que reconhece as restrições e as potencialidades de cada lugar. Levando a um despertar da consciência ambiental, e uma profusão de ideias que tornaram possível a compreensão do meio ambiente como ponto de real importância na vida das pessoas.25

A publicação do estudo de John O. Simons, no mesmo período, com o livro “Landscape Architecture”, procura considerar as “forças naturais” tais como sol, vento, temperatura, como elementos que promovem as organizações dos espaços e sua percepção . Airmando que ao se deslocar pela cidade, as pessoas não reagem somente às construções isoladamente, mas sim a sua composição com a paisagem natural. Sendo ela uma forma de integrar as pessoas, e não somente os edifícios.28 Surge então a ideia do termo “método ecológico” de McHarg, inluenciando a forma como se desenha a paisagem do meio natural, como um movimento ambiental, questionando as relações homem-ambiente, de maneira crítica socioeconômica, do modelo de crescimento dependente, ao qual atribui os abusos ambientais cometidos. 29 Assim, a intervenção do estudo na natureza com o passar dos anos, altera radicalmente a forma de interpretação do conceito da palavra, onde dentro dos vários signiicados, mostra que a natureza é parte do universo não criado pelo homem, que por conta dos seres humanos, parece simultaneamente menor, levando a abandonar a fé na estabilidade daquilo que se chama ordem natural.30

Fonte: Disponível em https://pbs.twimg.com/media/CiLXDbEWsAERAS0. jpg:large

fronteiras interdisciplinares.26 Surge então, no inal da década de 1960, a noção do “Novo Mundo” que levanta questões predominantes, em que a medida que o aumenta a população, a velocidade dos meios de transporte, a eiciência das comunicações, torna a vida mais complexa. Promovendo também a consciência da importância do meio natural, de modo a inluenciar as atitudes dos homens e sua percepção sobre ele.27 14 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

A crença de que a cidade é entidade separada da natureza, ou mesmo oposta a ela, dominou a forma como ela é percebida e continua, onde até agora afeta a maneira como é construída. Que impulsionadas pelas forças sociais e econômicas, a natureza somente empenha seu pequeno papel de forma a embelezar seus espaços com árvores e parques para promover encontros de grupos.31 Levando a necessidade do humano como parte integrante dos sistemas ambientais e maior causador das mudanças, considere os impactos ambientais. Onde sua manutenção e conservação inluencia na qualidade e harmonia que as pessoas têm com o ecossistema.

25

Ver em Leite (2019), pág. 57

26

Ver em Leite (2019), pág. 59

27

Ver em Leite (2019), pág. 60

28

Ver em Leite (2019), pág. 61

29

Ver em Leite (2019), pág. 61

30

Ver em Leite (2019), pág. 62

31

Ver em Leite (2019), pág. 63


Revolução industrial e seus impactos ambientais

Ver em Mostafavi e Doherty (2014), pág. 57 e 56 Ver em Resumo... (2019), acesso em 04/06/2019.

33

Ver em Farr (2013), pág. 95

35

Ver em Farr (2013), pág. 94

36

Ver em Farr (2013), pág. 95

37

Ver em Ribeiro (2017), pág. 20

Ver em Estudos Avançados (2012), pág. 51

38

Ver em Mostafavi e Doherty (2014), pág. 95

39

40

Ver em Aurora (2007), pág. 117

Fonte: Disponível em https://www.shutterstock.com/image-vector/vector-illustration-urbanisation-industrialisation-industrial-revolution-347877590

Sua contribuição para com a ideias da Revolução Industrial, são notáveis, onde surgida no mesmo século, é marcada por avanços tecnológicos que proporcionaram a exploração recursos naturais, levando ao surgimento de novas cidades, frutos dos novos meios de concentração da riqueza, em que o houve de uma percepção, onde o desenvolvimento só se mostrou possí-

Dessa forma, surge a real noção de initude dos recursos naturais e do seu gradual e perigoso esgotamento,38 motivando a elaboração de dezenas de trabalhos que acrescentaram uma visão transformadora do relacionamento do homem com a natureza, que forneciam assim como uma espinha dorsal, uma remodelagem total dos territórios existenciais do período.39 Em 1968, emerge então a formação do Clube de Roma, que em 1972, publica seu estudo “Limites do crescimento”, sobre os riscos da degradação do meio ambiente,40 onde propunha a desaceleração do desenvolvimento industrial nos países já desenvolvidos, e do ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 15

ECOLOGIA URBANA

O ápice foi na década de 1950 e 1960, onde com o crescimento da economia do mercado de modo descontrolado, trouxe consigo o acelerado processo de industrialização nas cidades, e êxodo rural, resultando em aglomerados urbanos nas grandes centralidades, próximo aos trabalhos industriais, dando ao ser humano a falsa liberdade de poder, ao moldar a natureza aos seus próprios interesses.37

32

34

A Revolução Industrial, trouxe consigo um novo tipo de pensamento ambiental, em que ciclos naturais foram interrompidos, abrindo espaço para uma era de consumo desenfreado, deixando de lado o pensamento da terra como um bem de consumo necessário para a sobrevivência. No qual acabaram por se deparar com os limites dos combustíveis fósseis, a chuva ácida, efeitos do uso do fosfato, pesticida, química industrial, esses e outros problemas que estão correlacionados.36

CAPITULO 2

Durante os séculos houve vários movimentos culturais, mas somente com a ruptura de pensamento trazido pelo Iluminismo, no século XVIII, observou-se um efeito fenomenal sobre a razão humana, em um curto período de tempo.32 O que levou ao início da modernidade, com seu movimento intelectual e mudanças políticas, econômicas e sociais, além de suas premissas de liberdade, igualdade e fraternidade.33

vel no momento que foi desligado do mundo natural.34 Como exemplo, ao inventar o motor de expansão ou motor térmico, em que a energia conseguiu se desligar do rio e foi transportada ao ambiente urbano. Ao mesmo tempo percebe-se que com o acúmulo de riqueza crescimento da população, todos acabaram por esquecer o que de fato eram esses desenvolvimentos e invenções modernas, ou seja, abstrações, e não verdadeiras emancipações de fatos enrijecidos e initos da natureza.35


ECOLOGIA URBANA

CAPITULO 2

crescimento populacional dos subdesenvolvidos. E uma ajuda entre eles para irmar o progresso igualitário.41 No mesmo período a Suécia, em decorrência das quantidades de chuvas ácidas assolarem os países nórdicos, propõe ao Conselho Econômico Social das Nações Unidas (ECOSOC), a realização de uma conferência mundial que promovesse um acordo internacional para a redução da emissão de gases responsáveis pelas chuvas ácidas. Resultando na primeira conferência internacional de governos com o objetivo de debater as limitações dos recursos naturais no planeta, Primeira Conferência Mundial Sobre o Homem e o Meio Ambiente, conhecida como a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972.42 Sucedendo a uma gradual consciência ambiental global, e a discussão do meio ambiente como uma questão política.43

Termos e Conceitos Sustentabilidade Origem: Latim - Sustentare que signiica sustentar, apoiar e conservar.

O termo surgiu pela primeira vez na província Saxonica da Alemanha em 1560, com a palavra alemã Nachhaltingkeit, que traduzida signiica sustentabilidade, para explicar a preocupação com do uso racional das lorestas, umas vez que a madeira era a principal fonte de matéria prima dos meios da época, onde seu lema era tratar as lorestas com cuidado, cortando somente o tanto de lenha que a loresta pode suportar, de modo a permitir ela de se regenerar e manter.44 Porem seu termo só foi difundido durante A Primeira Conferência Mundial Sobre o Homem e o Meio Ambiente, em Estolcomo, 1972, onde considera o problema ambiental como decorrente das externalidades econômicas próprias do excesso de desenvolvimento tecnológico agressivo, consumo excessivo e o crescimento demográico e baixo PIB. Colocando cara a cara Países desenvolvidos e subdesenvolvidos, onde os primeiros estavam preocupados com a crescente degradação ambiental que ameaçava sua qualidade de vida, e o segundo preocupado a não sofrerem restrições ambientais à exportação de seus produtos primários e terem seu já pouco crescimento obstruído ainda mais, colocando em conlito ambientalistas e desenvolvimentistas.45 Levando assim em meio a esse debate um novo consenso de que o desenvolvimento sustentável compõe de três pilares, o econômico, social e ecológico. Conceito criado em 1990, pelo Britânica John Elkington que o chamou de Triple Botton Line. Onde seu discurso era que “para ser sustentável, o desenvolvimento deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.”46

Fonte: Disponível em http://www.grdlubriicantes.com.br/wp-content/uploads/2017/11/sustentabilidade-C%C3%B3pia.png

16 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Conceitos que são aplicadas no modelo padrão do desenvolvimento sustentável dos dias de hoje. Porém, que ao se observar há realmente avanços, no sentido da diminuição do nível de carbono, utilização de energias alternativas, relorestamento das regiões degradadas, mas desde que não afetem os lucros, não enfraqueça a competição e não prejudique os progressos tecnoló-

Ver em Estudos Avançados (2012), pág. 53

41

Ver em Estudos Avançados (2012), pag. 53

42

43

44

Ver em Aurora (2007), pág. 117

Ver em Boff (2014), pág. 31 a 33

Ver em Estudos Avançados (2012), pág. 53 45

46

Ver em Boff (2014), pág. 44


gicos.47

Origem: Grega- Oekologie – Oikos que signiica casa e Logos que signiica estudo. Sendo assim a ecologia o estudo da casa.

47

Ver em Boff (2014), pág. 48

48

Ver em Boff (2014), pág. 64

49

Ver em Boff (2014), pág. 65

A causa ecologia passa a partir daí a ultrapassar as incertezas e ambiguidades existente e começa a ser entendia como um movimento de viés mais profundo, colocando em questão o conjunto de valores da modernidade. Tornando a ecologia como interlocutora, atribuindo a sua importância a integração das totalidades e holismo - ideia de que as propriedades de um sistema, quer se trate de seres humanos ou outros organismos, não podem ser explicadas apenas pela soma dos seus componentes – pavimentou o caminho a partir dai como forma de ressarcir a relação com a natureza.54

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 358

50

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 358

51

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 359

52

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 359

53

Ver em Silva e Schramm (1997),pág. 360

54

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 368

55

Sugerindo assim com base nos novos modelos cientíicos, a visão integrada dos ecossistemas terrestres, e a questão ambiental, de modo a ser tratada em nível global. A pontando assim a crise “eco-lógica”, e a questão como uma crise de conceitos e crise de projeto.53

Fonte: Disponível em http://portaldobibliotecario.com/wp-content/uploads/2015/07/sustentabilidade.png

Mostrando que há uma obrigação moral à natureza e aos ecossistemas, e propondo uma visão que não seja antropocentrista nas relações ambientais, o que diverge das questões de desenvolvimento sustentável por parte das politicas públicas de hoje em dia.55

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 17

ECOLOGIA URBANA

Ecologia

Contudo, somente no segundo período do século XX, é constituída coerentemente como “o estudo das relações dos organismos vivos ao seu ambiente, ou a ciência das inter-relações que ligam os organismos vivos ao seu ambiente”. Onde como forma de descrever os funcionamentos dos sistemas ecológicos no livro Fundamentals of Ecology, os irmãos Odum airmam em 1971, que tanto os organismo vivos e os ecossistemas vem como toda a biosfera, são capazes de criar e manter um estado de ordem no sistema.52

CAPITULO 2

Dessa forma, muitos são levados pela ilusão do discurso sustentável, somados ao fetichismo do mercado, obsessão pela riqueza e dominantes da fase atual da humanidade. Entretanto, a verdade é que não está correto, não é justo, não é ético que para buscar meios para a subsistência dos seres humanos, acabam por maltratar a natureza, destruir biomas, contaminar as aguas, poluir os ares e arruinar todo o sutil equilíbrio da biodiversidade existente no meio ambiente.48 A sustentabilidade deve atender todo o sistema terrestre, animal e humano, onde sem essa ampla perspectiva permanecerá apenas o discurso, cobrando o preço de perder o planeta e única casa comum que existente para o ser humano morar.49

O termo foi citado pela primeira vez por Ernest Hackel, 1866, como uma nota em seu livro Generelle Morphologie der Organismen, substituindo o termo biologia por ecologia e assim deinindo como a ciência do modo de vida e das relações externas do organismo.50


Bioilia Origem: Grego – Bio que signiica vida e Philia que signiica amor. Amor a vida.

do os sons e a paisagens a ser apreciados como formas de experiencia, utilizando a fauna e a lora de modo educativo, sempre em busca da preservação da biodiversidade. 59 Biorregionalismo

ECOLOGIA RUBANA

CAPITULO 2

Origem: Grego – Bio que signiica vida e Regere que signiica território. Território com vida, deinido por suas formas de vida.

Fonte: Disponível em https://www.imagenswiki.com/Uploads/imagenswiki.com/ ImagensGrandes/amor-natureza.jpg

O termo explorado por Edward Osborne Wilson, em seu livro “Biophilia”, em 1970, tem como base suas fundamentações psicológicas e evolutivas da atração humana pelo ambiente natural.56 Onde corresponde ao amor pela vida através da ligação emocional que os seres humanos possuem com outros seres vivos e natureza. Sendo o ambiente o responsável por essa conexão.57 Assim, ao utilizar esse conceito na construção, não somente como uma forma de desenho arquitetônico ou como modo de reduzir os impactos ambientais, seu objetivo tem como design biofílico a forma de enfocar a integração entre as áreas verdes externo e a vida interna do edifício. Que integradas ao contexto urbano, possibilitam o convívio de usuário e natureza de forma mais saudável, proporcionando aos moradores infraestruturas de qualidade.58 A Bioilia se torna assim a melhor opção para as cidades, onde proporciona melhor bem-estar e qualidade de vida por meio de espaço multissensoriais, levan18 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Fonte: Disponível em https://ecomindup.iles.wordpress.com/2018/03/cropped-iconocabeza4.png

O biorregionalismo surge na década de 1970, com vários escritos, entre eles o geólogo e antropólogo John Wesley Powell, que deine como uma ilosoia ligada a teoria e etnograia da antropologia humana ética e ambiental. Que quer dizer, em virtude da preservação ecológica todos os seus ambientes, ou seja, regiões, devem ser deinidos de forma a ser limitado por parte das características ecológicas e tipográicas.60 Pois, os seres humanos têm “culturas de habitats”, onde sua cultura e ética é deinida por base na região onde vivem,61 com um ideal de percepção, tornando assim as pessoas mais conscientes dos ecossistemas e dos impactos sobre eles, trazendo a forma de responsabilidade individual maior sobre a natureza.62

Ver em Silva e Schramm (1997), pág. 23

56

Ver em Lima e Montenegro (2018), pág. 16

57

Ver em Lima e Montenegro (2018), pág. 17

58

Ver em Lima e Montenegro (2018), pág. 17

59

60

Ver em Lockyer e Veteto (2013), pág.

7 61

Ver em Lockyer e Veteto (2013), pág.

8 Ver em Ligia (2015). Acesso em 06 maio 2019.

62


CAPITULO 2 ECOLOGIA URBANA Fonte: Disponível em https://pbs.twimg.com/proile_images/479487015621111809/ 53mx3P5l.jpeg

Ver em Mostafavi e Doherty (2014), pág. 31

63

Surge então por meio dos arquitetos e urbanistas, uma abordagem transdisciplinar do urbanismo ecológico, encontrando meios mais abundantes para lidar com os desaios que o ambiente urbano requer. O urbanismo ecológico emerge com sua principal característica chave, o reconhecimento da escala e a área de abrangência e impacto ecológico, além do seu território urbano,63 discutindo a sua capacidade de ser reversível, transitório e evolutivo, em sua totalidade.

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 19


Do ponto de vista do planeta, não existe jogar lixo fora: porque não existe “fora”. Autor desconhecido


Estudos de caso Os estudos de caso a seguir foram escolhidos, apesar de seu caráter sustentável, como formas concretas de urbanizações em áreas consolidadas que focaram no equilíbrio ambiental entre homem e a cidade. Promovendo formas diferentes de moradias, suas aplicações, problemáticas e soluções, que demonstram a viabilidade de projetos desse tipo e caráter ambiental. Mostrando que para sua consolidação e benefício ambiental só se é possível com uma mudança de pensamento de sua comunidade e moradores, onde com seus meios construtivos promovem a ecologia urbana, de modo a salvar o planeta. Servindo também como um palco de ensino para todos ao seu redor.

CAPITULO 3 ESTUDOS DE CASO ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 21


CAPITULO 3

CAPITULO 1 Fonte: http://storage.googleapis.com/www.bioregional.com/images/_hero/BedZED-7-years-on_credit-Tom-Chance.jpg

22 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


BEDZED Resumo do projeto Localização: Distrito de Sutton, sul de Londes, Inglaterra Plano diretor: Bill Dunster Archtects Empreendedor: BioRegional Development Group e Peabody Trust Cronograma: Projeto iniciado em 1996; construído em 2002 Unidades de habitação: 82 Área construída comercial: 2.500 metros quadrados de espaço para escritórios e equipamentos comunitários

A conquista do objetivo principal zerar as emissões de carbono, depende de vários fatores, e muitos deles estão ligados ao estilo de vida, não somente a construção da ediicação. Alguns dos elementos inseridos tem como objetivo promover uma consciência sustentável em seus moradores, que ajuda ao comportamento ecológico das ediicações.

Contendo unidades de uso misto, onde promove trabalho e moradia em um mesmo lugar, ajuda a eliminar os deslocamentos diários pendulares, e aos que precisam de automóveis, há um sistema de comparti-

Seus equipamentos de uso comunitário incluem os campos esportivos e um parque, próximos o suiciente para serem acessadas a pé. Bem como a união das ediicações sem recuo, promove uma interação casual entre os vizinhos que possibilita eventos conjuntos, como um mercado de fazendeiros, um festival de música e uma ceia de Natal orgânica entre eles. As ediicações foram desenhadas de forma a combinar vários fatores bioclimáticos, como as moradias voltadas para o sul otimiza o ganho de calor solar no inverno, e os locais de trabalho para o norte, com uma iluminação indireta e suave mantendo os equipamentos protegidos da super insolação. O sistema de vedação natural é passivo, e se faz útil junto como as vedações que excedem muito as exigências britânicas, sendo a base da economia de energia chegando a quase 100% de consumo renovável. Unindo também ao teto, coletores eólicos que pré-aquecem ao passar pelo ar quente e viciado que sai da ediicação, além de placas solares, com economias que chegam a 90% na calefação de ambientes e 25% na eletricidade, em geral. Na sua construção foi escolhido materiais em um raio de 56 km do terreno, o que evitou um deslocamento desnecessário e 15% dos que foram reusados e reciclados. Em grande parte, o êxito do BedZED, é resultado dos fortes laços comunitários que se formam por meio dos equipamentos compartilhados e do interesse em sustentabilidade. Onde seus moradores promovem hábitos sustentáveis enquanto criam um local agradável para se viver.

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 23

ESTUDOS DE CASO

Fonte: https://sites.google.com/site/sustainabilitycrisis/sustainable-spaces-bedzed-uk

lhamento de veículos verdes totalmente carregados por energia solar, estacionados no perímetro do empreendimento, possibilitando quadras permeáveis para pedestres e livres de automóveis.

CAPITULO 3

Área do terreno: 16.320 metros quadrados (1,63 ha)

Projetado para ser uma aldeia ecológica, foi implantado em um terreno da antiga estação de tratamento de Sutton. O projeto altamente moderno, tirou partido do fato da gleba ter sido comprado por um preço abaixo da média do mercado o que possibilitou a construção de empreendimento experimental. Considerado o primeiro projeto de edifício de uso misto com a premissa de zerar as emissões de carbono, apresentou alguns problemas desde sua concepção até a atualidade.


CAPITULO 3

CAPITULO 1 Fonte: https://www.tsw-design.com/wp-content/uploads/2014/09/Glenwood_Park_2.jpg

24 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


glenwood park Resumo do projeto Localização: Atlanta, Geórgia, Estados Unidos. Plano diretor: Dover, Kohl & Partners Empreendedor: Green Street Properties Cronograma: Construção iniciada em 2003; intervenções feitas pelos usuários e ocupação inal da área em 2009 Unidades de moradia: 325

Área do terreno: 11,2 hectares

blicos, como um parque elíptico central que oferece atividades como área de recreação, espaço comunitário e local de retenção de água. Sua participação no programa EarthCraft Homes,65 traz ainda maior credibilidade para o projeto, onde todas as moradias têm certiicado, garantindo assim qualidade do ar, prevenção contra a erosão do solo, gerenciamento de resíduos, eletroeletrônicos com selo Energy Star,66 materiais de reciclados entre outros.

CAPITULO 3

Área construída comercial: 6.500 metros quadrados

Seus empreendedores viram em Glenwood Park um antídoto para Atlanta, que é famosa por sua urbanização dispersa, grandes congestionamentos de trânsito, sendo uma metrópole onde a permeabilidade do pedestre é pouco pensada. Seguindo os conceitos do Novo Urbanismo64 aplicado a uma gleba a três quilômetros do centro de Atlanta, a estética vem como uma parte importante do projeto, onde suas mil arvores plantadas ao longo de suas ruas mostram a beleza e também fornecem sombra, reduzindo o efeito de ilha térmica urbana. Suas moradias chamam atenção por incorporar elementos históricos tradicionais que convidam os moradores a caminhar, admirar promovendo a interação dos habitantes em suas grandes varandas, com casas bem agrupadas.

Fonte: Disponível em https://gac.sndimg.com/content/dam/images/gac/fullset/2013/11/8/0/glenwood-park-apartments-4x3.jpg.rend.hgtvcom.1280.960. sufix/1429732959712.jpeg

Novo Urbanismo é um movimento voltado para o desenho urbano que defende o projeto de vizinhanças para pedestres com funções mistas de habitação e trabalho.

64

O mais forte programa regional de ediicações sustentáveis dos Estados Unidos.

65

66

Selo de eiciência energética

Os automóveis são desencorajados onde praças, lojas, restaurantes e escritórios se encontram a uma distância de cinco minutos a pé. As vitrines devem estar a no máximo três metros do passeio, mantendo a área agradável para os pedestres. Bem como sua densidade é quatro vezes maior que os loteamentos padrões, sendo mais produtivo economicamente. O projeto traz também como um dos objetivos principais a participação cívica através de espaços pú-

Considerado um dos elementos mais importantes da infraestrutura sustentável, há o sistema de gestão de água pluvial, que promove a redução do escoamento supericial em 2/3, e a água da chuva é direcionada para os jardins, e seu excesso é retido no parque central através de uma área projetada para esse im. Porem um ponto negativo do projeto é que apesar da transformação da área, ela não é acessível à população de baixa renda por conta do seu alto custo, e não tendo propriedades disponíveis para alugar. Devendo assim, de acordo com a sua implantação lexível permitir o atendimento a diferentes necessidades a seus moradores nos próximos anos. ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 25

ESTUDOS DE CASO

Fonte: Disponível em https://www.tsw-design.com/wp-content/uploads/2014/09/Glenwood_Park_1.jpg


CAPITULO 3

CAPITULO 1 Fonte: https://miro.medium.com/max/10944/1*Bp0gJnOlCyjj521__ivvHQ.jpeg

26 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


Christie walk Resumo do projeto Localização: Adelaide, Austrália Plano diretor: Ecopolis Architects Pty Ltd Cronograma: Empreendimento iniciado em 1999; fase inal construída em dezembro de 2006

Christie Walk surge por meio da organização sem ins lucrativos Urban Ecology Australia (UEA) introduzindo o urbanismo sustentável no sul da Austrália, pondo em prática a visão de uma “Ecocidade”, criando um empreendimento ecológico e socialmente responsável, em uma capital totalmente sujeita a urbanização dispersa e altamente populosa.

Há também a redução os gastos de energia, aplicando tecnologias bioclimáticas, como uma massa termo acumuladora e um sistema de ventilação operado pelo usuário. Com as tecnologias solares, aquecendo a água com calor do sol e nos apartamentos com cinco pavimentos uma placa fotovoltaica para produção da energia do aquecimento. O projeto também defende a aplicação do desenho urbano sustentável, em áreas de habitação popular, por conta de seus custos de energia baixos, que inluenciam no custo de vida. A localização a cinco minutos a pé de supermercado, rotas de ônibus, bonde e grandes parques também contribui na redução de custos.

Unidades de moradia: 27 Área construída comercial: 0 Área do terreno: dois mil metros quadrados

Christie Walk demonstra a força que um projeto comunitário tem quando se tem apoio da população e seu retorno para a comunidade. Onde com um pouco de esforço é possível de ser aplicado em empreendimentos urbanos focados na preservação do meio ambiente do mundo todo.

Com uma cobertura verde intensiva e um jardim comunitário funcional, a vegetação recebe a água da chuva armazenada nos reservatórios subterrâneos, e o esgoto tratado pelo sistema de tratamento in loco com base biológica, serve para regar o parque próximo.

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 27

ESTUDOS DE CASO

A visão da Ecocidade é trazida por meio do uso criativo de um terreno baldio em formato de T. E sendo considerado o primeiro empreendimento do tipo na região, sugere abordagens relacionadas a questões sustentáveis de ponta, onde ao mesmo tempo, inclusivo e orgânico.

CAPITULO 3

Fonte: https://collaborativecities.designforcommons.org/wp-content/uploads/ sites/16/2016/11/christiewalk.jpg

Desde seu primórdio, foi projetado para ser uma experiência educativa, onde em seus estágios iniciais, os membros da comunidade formaram uma cooperativa de empreendedores, que quando não conseguiam encontrar um empreiteiro, eles próprios se qualiicavam para ocupar essa vaga. Contudo, hoje há uma nova, chamada de Wirranendi para controlar desenvolvimento, que fornece também novos recursos educativos in loco, permitindo os moradores a espalharem seu conhecimento e história.


CAPITULO 4

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Artigo 225, da Constituição Federal

28 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


área A partir das discussões a respeito da ecologia urbana, e dos estudos de caso nos capítulos anteriores, surge agora uma nova percepção a respeito natureza e os impactos que o ser humano causa no meio ambiente. Com isso, este capitulo tem como objetivo investigar a história do local de projeto escolhido. Tal como ele mostra e explica o seu processo de urbanização. Ao compreender melhor a história observa-se como foi seu processo, suas causas e consequências e qual a situação atual do local. Levando assim a uma melhor compreensão da área, onde de acordo com os resultados obtidos vai proporcionar diretrizes de projetos de acordo com a necessidade.

ÁREA

CAPITULO 4 ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 29


CAPITULO 4

ÁREA

MAPA 1 - LOCALIZAÇÃO

Fonte: http://ambientecampinas.wix.com/mapeamento#!localiza%C3%A7%C3%A3o (2014)

30 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


Início da cidade de campinas Localizada na porção centro-leste do Estado de São Paulo (47°04’40’’ Longitude Oeste e 22°53’20’’ Latitude Sul), distante 96km a noroeste da Capital de São Paulo. Apresenta uma área de Transição entre o Planalto Atlântico Paulista (Leste) e a Depressão Periférica (Oeste), onde as áreas que correspondem ao Planalto Atlântico é parte da sub-região da Mantiqueira com relevos de morros e serras do Planalto Jundiai, o que eleva a altitudes máximas de 990m e na área de Depressão Periférica com relevos mais suaves de morros e morrotes com altitudes, representa a média de elevação a 680m acima do nível do mar.67

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019.

68

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019.

69

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019.

70

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019.

71

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019.

72

Ver em Campinas (2019). Acesso em 06 maio 2019.

73

No segundo período século 18, com a percepção da evolução das terras, ocorre uma grande busca por fazendeiros para instalar lavouras de cana e engenhos de açúcar com utilização de atividades escravas. O que levou ao progresso de outras dinâmicas econômicas, políticas e sociais.70 Instigado pelos interesses dos Fazendeiros, e pelo Governo da Capitania de São Paulo, o bairro rural foi transformado em Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso, em 1774, Vila de

A partir de 1930, surge a crise do café, e com ela a cidade “agraria” começa a assumir um aspecto mais industrial e de serviços. Levando assim a uma nova alteração em sua população, atraindo migrantes e imigrantes de diversas regiões do estado, pais e mundo, pela instalação de um novo parque produtivos composto de fabricas, agroindústrias e diversos estabelecimentos de serviço. Que como consequência do grande aumento da densidade populacional, culminou em um crescimento desenfreado de bairros e estabelecimentos sem infraestrutura urbana adequada, nas proximidades das fabricas e nas grandes e novas rodovias em implementação, como a Via Anhanguera, 1948, Rodovia Bandeirantes, 1979, e Rodovia Santos Dumont, 1980. Causando assim durante os anos de 1950 e 1990, um aumento de território em 15 vezes, à relação ao seu tamanho original e 5 vezes a sua população.73 Atualmente, Campinas ocupa uma área de aproximadamente 800 km², e 1,081 milhões de habitantes (Censo, 2010), sendo o terceiro município mais populoso do estado de São Paulo e decimo quarto do País, e conta com seis distritos (Sousas, Joaquim Egídio, Barão Geraldo, Nova Aparecida, Campo Grande e Ouro Verde).

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 31

CAPITULO 4

Ver em Caderno... (2019). Acesso em 06 maio 2019.

67

Sua origem deu-se no começo do século 18, como um bairro rural da Vila de Jundiaí, onde com a abertura do Caminho dos Goiases, instala-se entre Jundiaí e Mogi-Mirim um pouso de descanso para os tropeiros. O que resultou na impulsão e desenvolvimento de várias atividades, resultando em uma maior concentração populacional, decorrente nos próximos anos.69

Os cafezais, impulsionaram em pouco tempo, um novo ciclo de desenvolvimento na cidade, em suas atividades produtivas rurais, que a partir dele, passou a se concentrar um grande contingente de trabalhadores escravos e livres, vindo de todas as procedências em busca de novas oportunidades, culminado pelo início da era de revolução Industrial e suas modernizações em transporte, produção e vida.72

ÁREA

A cidade de Campinas – originalmente Campinas do Matto Grosso, por conta do contraste entre as paisagens do cerrado e loresta alta que encobriam o município na época - possui mais de 260 anos, num histórico que permeia pelo período colonial Brasileiro, imperial e republicano.68

São Carlos, em 1797, e inalmente Cidade de Campinas, em 1842. Época em qual as plantações de café já dominavam a região.71


Histórico do distrito espacial.76

CAPITULO 4

ÁREA

As transformações do período, de modo a atender a alta demanda de veículos do mercado,77 trouxe a ampliação e inauguração da Anhanguera, na década de 1940-1950,78 sendo ela fundamental para a instalação de maiores indústrias. Sucede no mesmo período, uma época de instituição de políticas de substituições de importações, levando a implementação de uma série de indústrias. Além da desconcentração industrial da metrópole paulista, na década de 1970, levada pela saturação de território.79

Fonte: FUPAM/PMC 2015 - Adaptação própria

Localizado na região sudoeste de Campinas, o distrito do Ouro Verde, como é reconhecido atualmente, até a década de 1970 não exibia uma população signiicativa, sendo estruturada somente por pequenos agricultores que moravam na região.74 Contudo, durante o período dos Planos de Melhoramento Urbano, 1930, surge o Plano Preliminar de Desenvolvimento Integrado (PPDI), induzindo a instalação do distrito industrial de Campinas.75 O plano nasceu como uma necessidade do capital agrário-industrial e do nascente capital industrial, de se expandir na localidade se tornando assim uma rentável cidade industrial. O período, marcado além disso com uma forte especulação imobiliária, deriva do crescimento do capital e indústrias, que provocando uma forte segregação socio32 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Com a expansão contínua da malha ferroviária e rodoviária, leva a um destaque a região pelo crescimento do setor industrial agro processador.80 Com isso e com a implementação do PDDI nos anos 1970 e 1980, que era entendido como um modelo espacial para organização de funções urbanas,81 surge a necessidade da criação de uma política de promoção industrial, um parque industrial para pequenas e médias empresas, o Distrito Industrial de Campinas (DIC).82 A área escolhida para a implementação do DIC, a mais própria foi na zona periférica, deinida como área loteada e não ocupada entre o Campos Elíseos e Viracopos, considerada “terra de ninguém”, resultado da especulação imobiliária, durante o período da instalação do Aeroporto de Viracopos (1960), com característica nem urbanas e nem rurais, que seus inúmeros proprietários desapareceram e ou são desconhecidos, o que leva a sua reocupação como uma otimização de uso do solo.83 Com o propósito de abrigar um grande número de indústrias que buscavam instalar suas atividades fora da Região Metropolitana de São Paulo, uma série de estudos recomendou a adoção da área como utilidade pública, necessitando assim sua desapropriação, e transferência ao município. Com o objetivo de vender

74

Ver em Lima (2013), pág.77

75

Ver em Lima (2013), pág. 23

76

Ver em Lima (2013), pág. 26

77

Ver em Lima (2013), pág. 29

78

Ver em Lima (2013), pág. 31

79

Ver em Lima (2013), pág. 33

80

Ver em Lima (2013), pág. 34

81

Ver em Lima (2013), pág. 35

82

Ver em Lima (2013), pág. 37

83

Ver em Lima (2013), pág. 39


a destinações industriais, a localização da área residencial não é levada em conta. O que culminou em uma eclosão de habitações nas zonas periféricas, resultado da ação estatal promovida pelo DIC, considerado somente como um evento “residual” da industrialização e urbanização, não contada como parte do processo.84

pessoal. Acrescentando ainda, de acordo como visto nas imagens aéreas, novos loteamentos de alto padrão, designados a classes privilegiadas, auto segregados, representado por uma atitude de isolamento “voluntario” de uma classe que não necessita de serviços públicos para manter-se.89

Com o passar do tempo, percebeu-se que o PPDI e o DIC previam uma ocupação industrial colossal. Mas as políticas criadas de forma a atrair, se mostraram ineicientes e provocou uma inocupação do local. Período que culminando com uma fase de grande crescimento populacional na Cidade de Campinas inteiro, intensiicando o déicit habitacional. Para sanar o problema, surge como alternativa o uso habitacional das áreas residuais do DIC, em parceria com a COHAB.85

Ver em Lima (2013), pág. 42

85

Ver em Lima (2013), pág. 52

86

Ver em Lima (2013), pág. 53

87

Ver em Lima (2013), pág. 66

88

Ver em Lima (2013), pág. 77

89

Ver em Lima (2013), pág. 104

CAPITULO 4

84

ÁREA

Porém, a distância da área central, assim como a falta de infraestrutura básica, resultado do planejamento anterior que previa um uso industrial, resultou em uma carência de serviços básicos de habitação.86 Que somados a ideia de fornecer o máximo de moradias no menor tempo possível, transformou-se em um produto, uma máquina de morar, um habitat, sem ser oferecidas oportunidades de um habitar e nem de participação popular de produção do espaço, com moradias rígidas e deinidas sem perspectiva de modiicação.87 Evolução do crescimento populacional na área, em especial na última análise, dos anos 2000 e 2010, vem diminuindo, seguindo o peril da maior parte de população brasileira, resultado da baixa taxa de natalidade.88 Somado a especulação imobiliária que, continua aumentando, surge ainda a necessidade de espaço de habitações de qualidade, visto que na área continua estabelecendo conjuntos habitacionais, e habitações irregulares, que se formam devido a necessidade de modiicar o espaço de morar junto com o desenvolvimento ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 33


Levantamento de dados Reconhecer o território escolhido é importante para que haja uma conexão entre as atividades e localidades da região e o projeto proposto.

CAPITULO 4

ÁREA

Levantando assim as informações disponíveis de modo a possibilitar e validar o andamento e a estruturação das ideias. Possibilitando assim a tomada das decisões corretas e concretas, de acordo com os dados disponíveis e suas interpretações.

34 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 2 - EVOLUÇÃO URBANA No mapa pode-se observar a evolução da mancha urbana de acordo com os períodos de industrialização e urbanização. Onde observa-se durante a época da 2° Revolução industrial um aumento signiicativo das áreas as distâncias entre elas, resultando em grandes áreas urbanizadas longe de toda a infraestrutura que antes era oferecido no centro. O que levou assim a criar eixos de reestruturação interligando essas áreas. O que continua acontecendo até os dias de hoje.

ÁREA

CAPITULO 4

Fonte: PMC apud SILVA, 2008 (1949-2000). Elaboração e demais dados: FUPAM, 2015. - Adaptação Própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 35


MAPA 3 - MACROZONEAMENTO De acordo com o Plano Diretor vigente LC n° 189/18, deine 3 macrozonas: •

“ MACROZONA MACROMETROPOLITANA

Situada integralmente no perímetro urbano, apresenta ampla diversidade de padrões de uso e ocupação do solo e áreas de grande vulnerabilidade socioambiental. É impactada por estruturas viárias, equipamentos e atividades econômicas de abrangência regional, nacional e internacional, sofrendo inluência direta e indireta pela proximidade dessas estruturas no território, que alteram dinâmicas socioeconômicas, culturais e ambientais.” •

“MACROZONA DE ESTRUTURAÇÃO URBANA

ÁREA

Situada integralmente no perímetro urbano, possui áreas reconhecidamente consolidadas e outras em fase de consolidação. Apresenta desigualdade na oferta de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, grande diversidade de usos do solo e múltiplas dinâmicas populacionais, além de áreas de fragilidade ambiental. Esta macrozona apresenta áreas ainda não parceladas e ocupadas possibilitando seu desenvolvimento a curto e médio prazo.”

CAPITULO 4

“MACROZONA AMBIENTAL

Situada na sua maior parte fora do perímetro urbano, apresenta meio ambiente natural e cultural preservados, com fragmentos de mata, importantes bacias e recursos hídricos, atividades econômicas de natureza rural. Os mananciais hídricos que abastecem a totalidade do município, o Rio Atibaia e o Rio Capivari, estão localizados nesta Macrozona.” Fonte : Plano Diretor Estratégico - Prefeitura de Campinas - Caderno de Subsídios - Janeiro/2017. Pág. 283-288

Fonte: SEPLAN (2016) - Adaptação Própria

36 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 4 - ZONEAMENTO De acordo com a Lei de Uso de Ocupação do solo vigente LC n° 208/18 deine o zoneamento das zonas urbanas • Zona Residencial – ZR: zona predominantemente residencial de baixa densidade habitacional, admitindo-se usos não residenciais de baixa incomodidade. • Zona Mista 1 – ZM1: zona residencial de baixa densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa e média incomodidade compatíveis com o uso residencial e adequados à hierarquização viária. • Zona Mista 2 – ZM2: zona residencial de média densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa e média incomodidade compatíveis com o uso residencial e adequados à hierarquização viária. • Zona Mista 4 – ZM4: zona residencial de alta densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa e média incomodidade.

ÁREA

CAPITULO 4

• Zona de Centralidade 2 – ZC2: zona deinida pelos eixos do DOT (Desenvolvimento Orientado pelo Transporte) de média densidade habitacional com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa, média e alta incomodidade. • Zona de Centralidade 4 – ZC4: zona deinida pelos principais cruzamentos de DOTs (Desenvolvimento Orientado pelo Transporte), centralidades de alta densidade habitacional, com mescla de usos residencial, misto e não residencial de baixa • Zona de Atividade Econômica A – ZAE A: zona de interesse estratégico para desenvolvimento de atividade econômica, destinada a usos não residenciais de baixa, média e alta incomodidade • Zona de Atividade Econômica B – ZAE B: zona de interesse estratégico para desenvolvimento de atividade econômica de caráter macro metropolitano, destinada a usos não residenciais de baixa, média e alta incomodidade

Fonte: FUPAM/PMC 2015 - Adaptação própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 37


MAPA 5 - HIPSOMETRIA Campinas apresenta relevos bastantes distintos, com regiões de relevos mais acidentados a leste, e as demais regiões apresenta relevos médios. A formação e divisões das principais bacias hidrográicas seguem as cotas altimétricas, acompanhando assim o relevo.

CAPITULO 4

ÁREA

Onde mostra a grande importância da análise topográica para a hidrograia, visto que ela inluencia também diretamente no processo erosivo e sendo um fator catalisador de fragilidades naturais do solo o que causa uma perda na qualidade e quantidade das produções da água uma vez que acontece.

Fonte: FUPAM/PMC 2014 - Adaptação Própria

38 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 6 - DENSIDADE DEMOGRAFICA Os dados apresentados no mapa ao lado mostram os baixos índices demográicos na maior parte de campinas, com exceção de alguns trechos com densidades médias e altas. As densidades altas, acima de 200 hab/ha, estão localizadas em sua maioria na porção central do território. Resultado do processo de verticalização enfrentado pelos últimos tempos. Outras porções de alta densidade estão localizadas em conjuntos de tipologias de até 4 pavimentos tão frequentemente encontrados em todas as regiões. E por último eventualmente encontradas em áreas de ocupação irregular ocasionados pelas divisões menores de 125m² por lote, e possuem maior taxa de moradores por domicílio. Todos resultados dos parâmetros urbanísticos atuais que estão incorporados nas tipologias, onde apesar de regulamentar nem sempre tem o resultado desejado.

ÁREA

Levando a altas discrepâncias entre as regiões e mostrando que nem sempre estão vinculados a classes sociais.

CAPITULO 4

Fonte: FUPAM/PMC 2015 - Adaptação própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 39


MAPA 7 - HIDROGRAFIA De acordo com o Caderno de Subsídios (2017) o município de Campinas apresenta uma grande região hídrica, resultado dos vários cursos d’águas existentes. Seus principais rios são o Atibaia, região leste e norte; Rio Jaguari, região nordeste; Rios Capivari e Capivari Mirim, região sudeste e Ribeirão Quilombo na região noroeste. Que são divididas em 5 sub-bacias hidrográicas: Atibaia, Jaguari, Quilombo, Capivari e Capivari-Mirim. Sendo os Rios Capivari e Atibaia os maiores responsáveis pelo abastecimento d’água, representando respectivamente 6,4% e 93,5%.

CAPITULO 4

ÁREA

Contando também com 161 cursos d’água secundários. Onde seus principais são os Ribeirões Anhumas e Cabras e os Córregos do Piçarrão, Tanquinho e Viracopos. Apresentando também 16,3 km de canalizações em 6 córregos.

Fonte: FUPAM/PMC 2014 - Adaptação Própria

40 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 8 - ÁREAS VERDES De acordo com o relatório promovido pela secretaria do meio ambiente e disponível online. Campinas conta com uma vegetação original predominantemente mata atlântica, encontra-se também algumas fragmentações isoladas de Florestas Estacionais, cerrados, brejo e vegetação rupestre. Observa-se também a maior parte dos fragmentos em áreas rurais, em especial na região norte onde está localizada a Área de Preservação Ambiental-APA e quais demonstram melhor estado de conservação. Dentro da área urbana as áreas verdes representam cercas de 200 km². Sendo eles 500 praças, 17 parques e bosques, 4 matas tombadas pelo CONDEPACC e 11 Áreas de Proteção Permanente pela Lei 6.743/01.

ÁREA

As itosionomias presentes são a Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Paludosa (mata brejosa), Vegetação Rupestre dos Lajedos Rochosos, Cerrado (sensu lato). bosques (plantados), recomposição lorestal, loresta mista, mata ciliar, campos de várzea e, FES/CERRADO áreas de transição entre a Floresta Estacional Semidecidual com o Cerrado.

CAPITULO 4

Fonte: http://ambientecampinas.wix.com/mapeamento#!vegeta%C3%A7%C3%A3o-natural (2014) - Adapdação própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 41


MAPA 9 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO De acordo com a análise feita pela Secretária Municipal do Verde de Campinas, as unidades de conservação são uma das maneiras de preservar a Biodiversidade. São elas: PNM - Parque Natural Municipal do Campo Grande: criado pelo Decreto Municipal 17.356/11. Área de 136,36 hectares composta de duas itoisionomias, a loresta estacional semidecidual e o campo de várzea. PNM - Parque Natural Municipal dos Jatobás: criado por meio do Decreto Municipal n 17.355/11. Esta Unidade de Conservação protege um remanescente de Cerrado, com área total de 107,34 hectares, localizado às margens do rio Capivari, na região do Campo Grande em Campinas. ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Santa Genebra: localizada em Barão Geraldo, foi criada por meio do Decreto Federal n 91.885/85. É um fragmento de 251,7 hectares de Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Paludosa do bioma Mata Atlântica.

CAPITULO 4

ÁREA

APA - Área de Proteção Ambiental Piracicaba/Juqueri-Mirim: criada por meio do Decreto Estadual n 26.882/87 e abrange uma área de 280.330 hectares, possuindo inúmeros fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e relictos de Vegetação Rupestre nos lajedos rochosos, além de Campos de Várzea nas planícies de inundação e fundos de vale. Abrangendo também outros municípios. Floresta Estadual Serra D’Água: criada por meio do Decreto n 56.617. Corresponde a uma área de 51,19 hectares de Floresta Estacional Semidecidual do bioma Mata Atlântica. APA - Área de Proteção Ambiental de Campinas: criada por meio da Lei Municipal n 10.850/01, abrange uma área de 22.300 hectares, incluindo os Distritos de Sousas e Joaquim Egídio e outros bairros, abriga inúmeros fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e de Floresta Paludosa, e relictos de Vegetação Rupestre nos lajedos rochosos, além de Campos de Várzea nas planícies de inundação e fundos de vale.

Fonte: https://planodiretor.campinas.sp.gov.br/timeline/timeline/48_reuniao_20_03_2017/Unidades_de_conservacao.jpg - Adaptação própria

42 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

APA - Área de Proteção Ambiental do Campo Grande: criada por meio do Decreto Municipal 17.357/11. A APA abrange uma área de 959,53 hectares, contem fragmentos de loresta estacional semidecidual, mata mista, áreas de inundação, fundos de vale e campos de várzea.


MAPA 10 - ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE De acordo com o Caderno de Subsídios de 2017 de Campinas, as áreas de Proteção permanente são todas as várzeas ou planícies de inundação, nas quais será permitida a implantação de áreas verdes, parques lineares, bacias de retenção conforme art. 190 da Lei Orgânica do Município. Também são consideradas Áreas de Preservação Permanente – APP e estão sujeitas ao mesmo regramento estabelecido no Código Florestal, as áreas situadas: I - Ao redor de nascentes, olhos d’água ou brejos (várzea úmida) contendo nascentes difusas, ainda que intermitentes, qualquer que seja sua situação topográica, com raio ou faixa marginal mínima de 50 (cinquenta) metros;

ÁREA

II – Ao longo de brejos (várzea úmida) associados a cursos d’água, em faixa marginal com largura mínima correspondente à APP já estabelecida para o curso d’água. Que é 50 metros Rios Atibaia, Rio Capivari, Rio Jaguari e Ribeirão Anhumas e 30 metros para os demais. São diretrizes especíicas para

CAPITULO 4

APP:

· Proibição de construção de ediicações, vias marginais ou a alteração da cota altimétrica original; · Reserva e recuperação de, no mínimo, 15 metros nas áreas de APP e a implantação de parques lineares, nos processos de regularização de núcleos habitacionais de interesse social, conforme art. 65 do Código Florestal; De acordo com o mapa ao lado e a última análise feita pela secretária. somente 17% das 2.498 nascentes estão preservadas. Os outros 83% que representa 2.075 que estão degradadas, e em sua maioria se localizam na área urbana. Fonte: Elaborado por CTeIA/SVDS 2014 - Adaptação própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 43


MAPA 11 - ÁREAS SUSCETIVES A INUNDAÇÕES Inundações são eventos naturais que ocorrem nos cursos d’água por conta das chuvas. Em condições naturais, as planícies e vales apresentam um lento escoamento supericial das chuvas, já nas áreas urbanas estes fenômenos são intensiicados pelas impermeabilizações do solo, retiicação e assoreamento dos cursos d’água.

CAPITULO 4

ÁREA

Atualmente Campinas conta com 28 pontos críticos de enchentes e inundações no município, onde suas principais causas são presença de construções muito próximas ao leito ou avançando sobre os córregos, parâmetros inadequados para o projeto de canalização dos rios e processo desordenado de impermeabilização da cidade.

Fonte: PMC/SEMPLUR 2018 - Adaptação própria

44 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


Mapas de SITUAÇÃO E ENTORNO imediato Áreas de diagnóstico

Mapa de situação

ÁREA

CAPITULO 4

Antiga Macrozona 5 Plano Diretor 2006

Mapa de entorno imediato

Terreno de estudo Fonte: PMC/SEMPLUR 2018

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 45


MAPA 12 - DIRETRIZES VIÁRIAS As diretrizes viárias são previsões de novas vias garantindo a continuidade da malha viária existente para implementação de novos empreendimentos e também para promover a ligação com as diversas regiões da cidade de modo a promover a otimização da circulação, e aumentando o atendimento aos diferentes modais.

CAPITULO 4

ÁREA

Elas são estabelecidas no Plano Diretor e possuem um quadro de descrição com áreas prioritárias.

Fonte: SEPLAN/PMC (2017) - Adaptação Própria

46 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 13 - EQUIPAMENTOS PÚBLICOS No mapa de equipamentos públicos, podemos observar uma boa quantidade de serviços na área. Porem ao analisar com a densidade do local, os equipamentos existentes não conseguem suprir toda a demanda do da região. Levando assim a ser umas das áreas de maior carência e falta de infraestrutura de toda Campinas.

ÁREA

CAPITULO 4

Fonte: https://planodiretor.campinas.sp.gov.br/timeline/timeline/48_reuniao_20_03_2017/Equipamentos.jpg - Adaptação Própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 47


MAPA 14 - VAZIOS URBANOS Pelo mapa, percebe-se que o traçado referente ao longo dos trechos viários principais apresenta uma maior ocupação. Com isso em locais mais afastados das grandes concentrações e vias rápidas acabam por icar segregadas levando a uma descontinuação do traçado urbano.

CAPITULO 4

ÁREA

Seu crescimento de forma desorganizada visando somete o lucro acaba por promover vazios urbanos o que acaba por promover maiores diiculdades de locomoção e acesso para a população.

Fonte: FUPAM/PMC 2015 - Adaptação própria

48 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 15 - DIRETRIZES AMBIENTAIS Na análise das diretrizes ambientais percebe-se um estudo com formas de interligar os parques lineares de Campinas. Podendo assim estabelecer uma forma de continuidade, onde há uma relação entre os espaços construídos e os espaços abertos. Normalmente localizados a fundos de vales, os parques lineares são forma de preservação do meio ambiente de baixa manutenção, onde há um uso social com caminhadas, lazer, contemplação e locomoção não motorizada. Tem como função ambiental proteger e conservar os recursos naturais, interligando também fragmentos lorestais e outros elementos da natureza.

ÁREA

Infelizmente apesar das diretrizes ambientais de parques lineares serem do Plano Diretor de 2006, muitos ainda não foram implantados.

CAPITULO 4

Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br/arquivos/seplama/macrozonas/mz5-4-diretrizes-ambientais.jpg - Adaptação própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 49


MAPA 16 - DISPOSITIVOS DE PASSAGEM DE FAUNA Continuando com o processo de pensamento relacionado com a interligação de parques lineares em Campinas, isso atrairia uma grande quantidade de animais e a biodiversidade eclodiria resultando em grandes áreas saudáveis para habitats de animais.

CAPITULO 4

ÁREA

Com isso fez-se um estudo de locais necessários para implementação de passagem de fauna ao longo de grandes ruas, avenidas e rodovias. Assim promove a interligação das áreas para os animais diminuindo um pouco (ainda que tenha) o impacto sobre o meio ambiente natural para essas espécies.

Fonte: SEPLAMA 2012 - Adaptação própria

50 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 17 - IMPACTOS E CONFLITOS ÁREAS VERDES Durante um estudo durante o Plano Diretor de Campinas de 2006, houve uma análise a respeito dos impactos e conlitos existentes nas grandes áreas de preservação ambiental. Observando e demarcando assim quais são as necessidades a serem tratadas nesses locais para conservar a natureza. Duas das maiores problemáticas são descarte irregular (por parte da população) e espécies exóticas invasoras, sendo essas suas muitas vezes relacionadas ao mesmo local.

ÁREA

CAPITULO 4

Fonte: SEPLAMA 2012 - Adaptação própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 51


MAPA 18 - PONTOS E LINHAS DE ONIBUS Ao analisar o mapa de pontos de linhas de ônibus pode-se observar várias localidades com acesso fácil a varios desses mobiliários. Porém, muitos locais não estão interligados por linhas diretas, fazendo com que pequenas distâncias tornem longas.

CAPITULO 4

ÁREA

Acarretando assim a um grande déicit de transporte público, levando a essa população da área a passar grandes períodos dentro do ônibus por conta da distância e diiculdades em chegar em seu destino.

Fonte: Moovit - Elaboração Própria

52 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 19 - gabarito No mapa de gabarito pode-se observar com clareza, grandes áreas urbanizadas com 1 e 2 pavimentos. Com exceção somente da área mais próxima ao córrego Pium, próxima aos DIC’s que contam com um grande complexo de habitações de interesse social, sendo característico delas moradias verticais de 3 a 5 pavimentos.

ÁREA

CAPITULO 4

Fonte: Google Street - Elaboração Própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 53


CAPITULO 4

ÁREA

MAPA 20 - TOPOGRAFIA

Fonte: Mapa topograico de Campinas DWG - Elaboração Própria

54 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


MAPA 21- ÁREAS VERDES A área de terreno escolhida está localizada entre três braços d’agua do córrego Friburgo. Sendo assim sua área de APP compreende boa parte do terreno, de fazendo necessário a preservação deste não somente para o ecossistema local, mas também para o geral, sendo ele uma parte importante do processo de interligação de áreas verdes de modo a promover habitats saudáveis para os animais, além de servirem para os seres humanos como forma de melhorar a qualidade de vida.

ÁREA

CAPITULO 4

Fonte: SVDS/PMC (2016) - Elaborado pela autora

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 55


CAPÍTULO 5

“Tentamos proteger a árvore, esquecidos de que ela é que nos protege.” Carlos Drummond de Andrade. 56 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


O projeto De acordo com o Conselho Brasileiro de Construções Sustentáveis a construção Civil é responsável por apropriar-se de 75% de tudo o que é extraído da natureza, sendo apenas 20% a 50% devidamente construídos, o resto é descartado, causando assim um volume de resíduos sólidos duas vezes maior que o comum, totalizando 60% dos resíduos totais existentes.

sólidos

Assim, o projeto do loteamento ecológico surge como uma maneira de demonstrar novos modos de urbanização na cidade, uma vez que elas e seus metabolismos são os responsáveis pelo consumo desenfreado de materiais, água e energia que tanto demanda dos recursos naturais terrestres.

O termo simbiose, na biologia, é descrito como qualquer relação de dependência entre duas espécies em contado direto, podendo ser benéica, prejudicial ou neutra entre os participantes. Dando signiicado a vida em comum e caracterizando como um só organismo.

OBJETIVO GERAL Possibilitar a expansão urbana minimizando os impactos negativos ambientais da construção civil.

CONCEITO Simbiose urbano-ecológico.

A relação do ser humano com meio ambiente é considerado uma dessas relações, uma vez que, sua origem é produto do mundo natural, e que logo tornaram a força dominante que molda os sistemas ecológico e físicos. Porem conforme o tempo avança cada vez mais há um distanciamento dessa fonte, e o esquecimento que o próprio bem-estar depende dos recursos naturais fornecidos pelo meio ambiente, e sua degradação e perda da biodiversidade é resultado das escolhas e passos dados até este presente momento.

PARTIDO co

Aplicar a Bioilia ao projeto urbano e arquitetôniCriar ambientes que convidem a andar e pedalar Preservar os recursos naturais

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Usufruir da topograia do terreno

Viabilizar o uso misto das ediicações

Respeitar a natureza e suas limitações

Aumentar a densidade urbana ários

Proporcionar o Biorregionalismo a todos os usu-

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 57

CAPÍTULO 5

Utilizar materiais ecológicos no projeto

Diminuir os percentuais de descarte dos resíduos

O PROJETO

Buscando pela sua inserção urbana, a requaliicações do território e também mediante o uso de construções ecológicas. Promovendo também um ambiente propício a caminhar, além de redução no consumo energético por meio de tecnologias alternativas verdes, assim como o uso do transporte público de qualidade e não poluentes. Conta também com Espaços públicos paisagisticamente concebíveis e sua arquitetura é adaptável e dur ável de forma a atender a todas as demandas necessárias.

Utilizar e valorizar recursos e serviços renováveis


lOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO Ficha Técnica da Área de Projeto Distrito: Ouro verde (2015) Área: 366.303,30 m² Bacia Hidrográica: Capivari – Microbacia 7 – Trecho Oeste Aquífero: Tubarão – 0 a 10 m³/h (sedimentar) Bairro: Mauro Marcondes Zoneamento: Zona Mista 1 (ZM1) Macrozona: Estruturação Urbana Área de Planejamento e Gestão (APG): Ouro Verde Unidade Territorial Básica (UTB): EU-37 Área Estratégica PMRH: Produção de água O natural vem icando em segundo plano em nossas vidas, valorizando-o apenas quando há uma falha no plano inicial. Apesar de termos leis que visam a regularização, a urbanização acelerada e suas soluções imediatistas, impedem a natureza de seguir seu curso de modo saudável.

O PROJETO

A área onde se localiza o projeto é uma iel representação dessa característica. A região caracterizada por várias barreiras físicas e naturais, mostra uma grande intermitência da malha urbana, com a má distribuição de infraestrutura e áreas ambientais escassas e degradas.90

CAPÍTULO 5

A escolha pelo grande vazio urbano, com quatro nascentes degradas e não preservadas, ao lado de recentes loteamentos de caráter social que foram aprovados sobre de braços e nascentes d’água, mostra a necessidade de um uso ecológico da área. Visto que a expansão urbana é uma das causas mais importantes de emissões de gases estufa,91 assim como a necessidade de grandes deslocamentos e o aumento da impermeabilização dos solos pelas construções reduz os espaços verdes.92

Fonte: Google Maps (Adaptado)

58 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Sem escala

90

Ver em Lima (2013), pág. 71

91

Ver em Farr (2013), pág. 12

92

Ver em Farr (2013), pág. 13


Condicionantes naturais Para um projeto ser ecológico há uma série de questionamentos a ser feitos a respeito de lugar e programa, e todo processo de concepção, seus estudos de implantação até os materiais e detalhes construtivos.93 Como principal característica, a escolha do lugar de implantação deve ser estratégica, porque uma construção não apresentará um bom resultado de balanço de carbono, se para chegar ao local necessita do uso de automóvel,94 assim como a implantação de um edifício na malha urbana, seu alinhamento, altura e orientação gera efeitos aerodinâmicos diversos, inluenciados pelo deslocamento do ar entre eles, alterando assim o microclima existente no local.95 A insolação também é outra característica que deve ser considerada, pois, causa grande impacto no uso do terreno. A boa insolação é fundamental para a energia solar passiva gerando conforto e qualidade de vida para os habitantes e redução no uso de energia elétrica.96 Isso mostra que os fatores climáticos locais, condicionam, determinam e originam o microclima, podendo ser benéicos de modo a criar espaços protegidos dos ventos e áreas com sombras e ensolaradas, ou maléicos, diminuindo ou aumentando a ventilação, ou criando zonas muito ensolaradas, frias ou úmidas, de acordo com determinados projetos.97 93 Ver em Farr (2013), pág. 7 Ver em Farr (2013), pág. 10

95

Ver em Sousa (2014), pág. 55

96

Ver em Jourda (2012), pág. 22

97

Ver em Jourda (2012), pág. 47

O PROJETO

94

Direção Ventos Predominantes (SE) Córrego Friburgo

CAPÍTULO 5

Orientação solar Área de Preservação Permanente - Rio Área de Preservaçao Permanente Nascentes

Escala 1:5000

Fonte: Elaboração própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 59


Mapa hipsometrico - situação atual

Toda área tem sua topograia e características principais como morros e bacias, tornando grandes condicionantes do traçado urbano, atingido em maior ou menor grau ao se fazer um loteamento, resultando assim em um ecossistema modiicado que pode ser agradável ou desagradável, estável ou instável, econômico ou antieconômico.98

Portanto, deve se considerar a topograia de forma cuidadosa, pois qualquer alteração pode provocar um desequilíbrio hídrico e ecológico na área,99 visto que geralmente os sistemas mais agradáveis são aqueles que contém menores alterações, que parecem terem sido desenvolvidos de modo espontâneo na natureza, o que os torna mais econômicos de implantar e economicamente mais estáveis. Mesmo assim, existem áreas sendo aterradas ou aplainadas, criando um peril topográico mais simples, com a justiicativa de facilitar a subdivisão dos lotes e implantação das residências.100 Isso gera uma quantidade grande de entulhos, que normalmente é transportado para longe e aumentando o custo energético e poluição, além de afetar o microclima. Em casos em que a movimentação de terras é extremamente necessária, como última solução pode-se alterar a topograia, mas somente se os materiais resultantes foram utilizados no próprio terreno, de modo a minimizar o impacto.101

O PROJETO

Outra perspectiva ao ser analisada é o desenho urbano, onde as soluções aos problemas não podem ser resolvidas somente na planta, um bom desenho deve levar em conta às três dimensões, e suas soluções devem ser escolhidas de forma a adaptar as condições topográicas.102

CAPÍTULO 5

586 m

Fonte: Elaboração própria

60 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

643 m

Escala 1:5000

98

Ver em Mascaró (2003), pág. 13

99

Ver em Jourda (2012), pág. 66

100

Ver em Mascaró (2003), pág. 13

101

Ver em Jourda (2012), pág. 66

102

Ver em Mascaró (2003), pág. 13


Croquis

3 - Deinição dos eixos e tipologias das áreas

6 - Deinição das ruas de acordo com a topograia e ventos

7 - Deinição das quadras intercaladas para diminuir a velocidade

8 - Eixos e tipologias mantidas, somente feita a adptação

11 - Deinição desenho das pontes seguindo o peril ecológico

12 - Deinição os usos do sistema de lazer

13 - Deinição os caminhos do sistema de lazer

4 - Parcelamento do solo, seguindo as diretrizes viárias, e tipologias

9 - Caminhos interno não suicientes, estudo de novos caminhos

14 - Edifícios publicos seguindo o peril ecológico do projeto

5 - As quadras e ruas retas não seguem o peril ecológico do projeto

10 - Deinição dos caminhos internos e delimitando a APP

15 - Alem das construções, mobiliário urbano tambem segue o mesmo conceito

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 61

CAPÍTULO 5

2- Estudo das condicionantes naturais

O PROJETO

1 - Estudo do terreno e diretrizes viárias existentes


LEED-ND O LEED for Neighborhood Development (LEED-ND) surge como uma forma de unir o edifício com a localização e contexto em que está incluído. A certiicação combina princípios do Novo Urbanismo, do crescimento inteligente e edifícios sustentáveis, e está voltada especialmente para o desenvolvimento de bairros novos ou existentes.103 Aliado a esses conceitos, o LEED-ND, estabelece mecanismos de incentivos para redução do espraiamento urbano, o que causa a diminuição da dependência do automóvel, e assim proporcionando espaços públicos convidativos ao uso dos pedestres, de forma a incentivar um modo de vida mais saudável e respeitando o meio ambiente que está inserido.

Guia de referência LEED-ND

Alguns dos benefícios alcançados pela certiicação LEED-ND são:104

(em Inglês)

Mínimo de 20% de redução do uso da água;

Calçadas com largura mínimas regulamentadas;

Mínimo de 10% de redução global do uso de energia;

20% de redução do número de deslocamentos (viagens);

Parques e serviços a uma distância média de 15 min de caminhada;

50% de material reciclado na infraestrutura;

Transporte público a uma distância de 5 minutos de caminhada;

Paisagismo sem espécies invasoras e com espécies de baixa demanda hídrica;

Passeios nas vias Árvores e e vias de canteiros pedestre

PLATINUM

CAPÍTULO 5

O PROJETO

O projeto Ecossência, foi projetado de forma a seguir esses conceitos. Como mostra a tabela abaixo, foi seguido sempre que possível as normativas recomendadas pelo LEED-ND, sempre buscando o melhor a melhor solução para o meio ambiente, ou seja, o nível Platinum.

Passeios com 1,8-2,4 m livres para pedestres, em condições excelentes e com boa manutenção. Sem obstáculos. Sem mobiliário urbano sobre a via de pedestres principal.

Árvores em canteiros lineares com 2,4 a 9,0 m de largura. Árvores com troncos de ø ≥ 90 cm, espaçadas a cada 4,5 a 9,0 m. As árvores oferecem sombreamento. Sem linhas aéreas de serviços públicos

Fonte: FARR (2013), adaptação própria

62 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Conectividade A maioria das conexões entre quadras é a cada 90 a 120 m. Quando as quadras são mais longas, trilhas ou outros passeios mantêm a conectividade.

Características das vias

Acessos de Parques e automóveis / estacionamento Vias locais

As vias têm entre 6,7 e 8,7 m de largura, com estacionamento em ambos os lados. Há meios-fios e estacionamento paralelo. Os automóveis não têm como subir nos meios-fios e invadir os passeios

Estacionamento em ambos os lados da rua. O estacionamento é permitido 24 horas por dia. Parques com pisos secos ou gramados ou espaços abertos a no máximo 240 m de todas as casas.

A maioria das quadras é acessada por vias locais. Não há acessos privativos para veículos nem fiação aérea na maioria das vias. As vias locais possuem Unidades de Habitação Acessórias ou outros meios de vigilância da rua.

Edificações / Vigilância 25 a 50 unidades de habitação por hectare ou mais. Não há garagens visíveis da rua. As moradias ficam de 3,0 a 9,0 m da rua. Há uma boa vigilância da rua (por meio de janelas ou varandas).

103

Ver em Farr (2013), pág. 22

Ver em https://www.gbcbrasil.org.br/ leed-for-neighborhood-and-development-crescimento-inteligente/

104


Implantação setorizada A implantação foi pensada seguindo os princípios LEED-ND, de forma a serem convidativas para o pedestre. A divisão de quadras contém a largura recomendada de 90 m a 120 m. De modo intercalado, ajudam a reduzir o tempo de escoamento supericial da água (runoff), durante a chuva, reduzindo portanto a velocidade da enxurrada e consequentemente diminuindo a quantidade de detritos levados para o leito do rio, que são a famosa causa do assoreamento. A localização dos sistemas de lazer deu-se de modo a conseguir atender todas as habitações dentro de uma distância mínima de 650 m², e perfazendo o perímetro da APP incentivando o uso e assim a apreciação do espaço preservado sem comprometer o meio ambiente. Exempliicando e ensinando o uso do espaço público sem comprometer o meio ambiente. A área institucional foi alocada no perímetro e próximo aos novos loteamentos, de modo a servir tanto a esse loteamento quando os ao redor e sua população em geral.

O PROJETO

TABELA DE ÁREAS ha 36,63 11,59 25,03

% 100 31,66 68,34

Sistema de Lazer Sistema Viário Área Institucional Área Verde (sem APP) Área Loteamentos

67.767,69 68.098,11 17.130,26 22.845,13 74.490,17

6,77 6,08 1,71 2,28 7,44

18,5 18,59 4,68 6,24 20,34

Escala 1:5000

Fonte: Elaboração própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 63

CAPÍTULO 5

Área total da gleba Área de preservação Área útil da gleba

m² 366.303,30 115.971,94 250.331,36


Implantação Humanizada

Implantação Humanizada em alta resolução

Co

rte

Inf

rae s

tru

tur a

rte

Co

CAPÍTULO 5

O PROJETO

Video mostrando uma prévia do projeto

l

ina

ud git

n Lo

Fonte: Elaboração própria

64 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000


cORTE LONGITUDINAL E PERFIS VIÁRIOS PERFIS VIÁRIOS - S/ escala

Corte Longitudinal PDF em alta resolução

CAPÍTULO 5

B-B

O PROJETO

CORTE LONGITUDINAL ESCALA 1:2500

C-C

A-A Fonte: Elaboração própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 65


cORTE INFRAESTRUTURA URBANA Legenda

E-E

1 - Escoamento do eluente já tratado para o rio 2 - Saída eluente tratado de forma secundária

D-D

3 - Diversos tipos de brita para iltragem

ESCALA 1:500

D-D

4 - Macróitas 5 - Entrada eluente já tratado de forma primária 6 - Biovaleta 7 - Canteiro Pluvial

4 1

2

8 - Cisterna armazenamento de água da chuva

5

3

9 - Filtro para água da chuva

ESCALA 1:250

11 - Eluentes Banheiro

E-E

12 - Eluentes Cozinha

O PROJETO

10

CAPÍTULO 5

10 - Calha para captação água da chuva

13 - Filtragem primária de eluente por Reator de bioilme

11

14 - Eluente tratado de outras casas, escoamento d’água dos canteiros pluviais e biovaletas

12 9 7

8

13 14

6 Fonte: Elaboração própria

66 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Corte Infraestrutura Urbana PDF em alta resolução

ESCALA 1:150


rEALOCAÇÃO HABITANTES APP Por conta do projeto aqui exposto, durante a análise da área percebe-se que apesar da legislação existente, onde determina que em todas as nascentes é necessário um raio distância de no mínimo 50 m de uma construção, para conseguir manter e preservar os recursos naturais, havia mesmo algumas construções regulares e irregulares. Levando assim a uma desapropriação, e realocando de um total de 45 construções (31 regulares e 14 irregulares) para dentro do novo loteamento proposto.

1

Quantitativo das construções Realocação para adequação da APP Nascente 1 - 11 irregulares

2

Nascente 2 - 5 regulares Nascente 3 - 8 regulares Nascente 4 - 8 regulares

Realocação para adequação do sistema viário Nascente 2 - 1 regular Nascente 3 - 2 regulares

3

Realocação para adequação do sistema de lazer Nascente 3 - 4 regulares

O PROJETO

Nascente 4 - 2 regulares

Nascente 4 - 3 regulares

4

Próximo a nascente 2 - 1 regular

Escala 1:5000

Fonte: https://geoambiental.campinas.sp.gov.br/pmapper/map_svds.phtml?conig=svds

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 67

CAPÍTULO 5

Realocação para adequação da distribuição dos lotes


dENSIDADE POPULACIONAL TABELA DE DENSIDADE HABITACIONAL Loteamento Unidades Habitações Habitantes População por Lote Habitação Unifamiliar Habitação Multifamiliar Misto

107

107

4

428

111

444

16

1776

54

54

4

População total Densidade Urbana (uni/ha) Densidade Residencial (uni/há)

216 2420 97 hab/ha 15,31 hab/ha

Infográico de Habitantes por Tipologia

Do ponto de vista do pensamento ecológico, as altas densidades ajudam a proteger áreas virgens e sensíveis,105 uma vez que concentra parte da população urbana em somente uma região da bacia hidrográica, reduzindo a área pavimentada por pessoa, o que melhora a qualidade da água, onde ajuda a promover um habitat saudável e intocado.106 Um sistema urbano ecológico só é possível onde exista uma densidade urbana média maior que 20 hab/ha. Mesmo que o mercado imobiliário determine a densidade urbana de um local, ele pode ser implantado através de ofertas de variados tipologias de habitações em um mesmo loteamento, variando de casas multifamiliares, unifamiliares e mistas. Incentivando a criação de uma área comercial para atender essa população a longo prazo, com mescla de usos, e os tornando acessíveis a pé, promovendo a redução da distância de caminhada, e gerando menos deslocamentos, comparado a outros lugares que dependem do uso automóveis para acesso. A medida que aumenta o numero de pessoas dispostas a caminhar pelas ruas, cresce o mercado primário de bens e serviços, promove um crescimento de uma maior diversidade de diferentes tipos de transportes coletivos, tornando-os assim melhores e maiores para atender a demanda. Tudo isso em conjunto torna por elevar o valor do solo, e estimula as construções compactas e a utilização de modo mais eiciente do espaço interno, além de serem mais eicientes em energia.107

CAPÍTULO 5

O PROJETO

A urbanização concentrada e o uso misto, além disso, permitem a implantação de sistemas distritais de geração de energia, calefação e refrigeração, reduzindo assim as emissões de dióxido de carbono, energia e deslocamento.108

68 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

105

Ver em Farr (2013), pág. 31

106

Ver em Farr (2013), pág. 32

107

Ver em Farr (2013), pág. 41

108

Ver em Farr (2013), pág. 31


tipologia dos lotes Ao criar o loteamento e a divisão dos lotes, levou-se em conta em primeiro momento o atendimento das necessidades diárias das pessoas.109 Assim, com um desenho urbano coeso, desde o momento em que os habitantes levantam para tomar café da manhã, até a noite em que vão dormir, podem desfrutar da vizinhança sem que necessite de um carro para isso. Ao possibilitar satisfazer as necessidades diárias das pessoas em um espaço reduzido, promove uma independência universal em todas as faixas etárias e o torna também um meio mais acessível para aqueles com problemas de mobilidade. Por isso, a ideia é mesclar usos do solo, com diferentes modelos de ediicações e moradias em um reduzido espaço, ocasionando assim uma redução no tempo e necessidade de deslocamento de automóveis, ao serem facilmente acessadas a pé promovendo um maior uso dos espaços públicos, levando consequentemente a uma maior segurança para os habitantes e usuários, além da melhoria da qualidade de vida.110 Diversiicando os tipos de habitação, possibilita que pessoas com diferentes rendas e estilos de vida morem em um mesmo loteamento, tornando-os melhores socialmente, e permitindo que criem raízes na comunidade ao conhecer os seus vizinhos, além de ocupá-los em horários distintos, contribuindo não somente para a vivacidade da área, mas também para a sua segurança.111

109

Ver em Farr (2013), pág. 32

110

Ver em Farr (2013), pág. 271

111

Ver em Farr (2013), pág. 123

Comércio Serviço

CAPÍTULO 5

As ediicações de uso misto são delimitantes a área do parque, de modo de promover uma habitação saudável e um constante luxo de pessoas. Já as residências estão localizadas na parte mais interior, onde possam acessar facilmente todas as variedades de uso próximas, de forma compacta em todas as direções a pé.

O PROJETO

Com isso é oferecido uma grande lexibilidade do uso do solo, onde são assegurados através do desenho a compatibilizando os espaços, que promove a conexão entre às três partes do loteamento, por um corredor principal com comércio e serviço no interior do bairro que chame a atenção aos pedestres a adentrar e conhecer o espaço.

Misto Habitação Multifamiliar Habitação Unifamiliar Escala 1:5000

Fonte: Elaboração própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 69


tIPOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES A tipologia dos lotes foi pensada como uma forma de criar parâmetros de construções que promovam com cada uma delas, um incentivo a caminhada, por conta de seus recuos (conforme indicado no LEED-ND) frontais mínimos observados nos lotes de comércio, serviço e misto, além de também promover um maior adensamento onde não se tem recuos, mas trabalhada de forma equilibrada por conta de suas altas taxas de permeabilidade.

Habitação Unifamiliar Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral Recuo Posterior Hab/lote Renda

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1 10 m 5,0 m a 7,0 m 1,5 m quando abertura 3m 4 Alta

Habitação Multifamiliar Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral

O PROJETO

Recuo Posterior Hab/lote Renda

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1 10 m 3,0 m a 5,0 m 1,5 m quando abertura 3m 16 Baixa

CAPÍTULO 5

Misto (Vias do parque) Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral Recuo Posterior Hab/lote Renda

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1 10 m 0,9 m a 2,4 m Sem recuo 3m 4 Média

70 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Comércio (Vias principais) Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral Recuo Posterior

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1,25 10 m 0,9 m a 2,4 m Sem recuo 3m

Seu coeiciente é trabalhado em moldes mínimos como indicado pelo LEED-ND, onde os parâmetros para obtenção do nível mais alto (Platinum) indica a necessidade de um alto coeiciente das construções, promovendo assim moradias qualiicadas para receberem mais moradores que os habituais. Seu tamanho de lote é de 200 m², o mínimo recomendado pela Lei n° 208/2018, de Uso de Ocupação de Solo de Campinas, vigente para o zoneamento, uma vez que quanto maior o lote, mais área desmatada, mais área urbanizada e menos áreas naturais preservadas. Suas diferentes tipologias de uso promovem os mais variados tipos de habitantes, possibilitando a utilização do mesmo espaço de diversas formas, tais como elas morar, locomover, produzir, trocar e entreter/ divertir. Evitando assim o deslocamento diário desnecessário, para outras localidades para buscar esses serviços.

Serviço (Esquina em vias principais) Lote (média) Área do lote Taxa de ocupação Taxa de permeabilidade Coeficiente de Aproveitamento Altura Máxima Recuo Frontal Recuo Lateral Recuo Posterior

10 x 20 m 200 m² 0,6 0,4 1,25 10 m 0,9 m a 2,4 m Sem recuo 3m

Fonte: Elaboração própria

A localização dos lotes de comércio e serviço foram deinidas nas áreas centrais e estão interligadas para um melhor acesso direto entre si, levando o público a usufruir das ruas principais conforme PRINZ (1980) sugere. Já os lotes mistos foram locados de frente para o parque e no perímetro do loteamento, de modo a não competir com a centralidade de comércio e serviço, e podendo atender a população que está passando ou usufruindo do espaço público de lazer.


Tipologia de construção e Modulação coberturas As construções públicas do loteamento seguem o mesmo princípio ecológico do loteamento. Sendo assim, foi feita a escolha do método de construção e materiais, pelo mais ecologicamente correto e compatível com a área. As construções existentes são a Cozinha comunitária, Garden shop, Café, Vestiários, Bicicletários e Ponto de ônibus. De certa forma o método construtivo e de fechamento se faz de forma distinta em algumas delas, e somente se repete nas coberturas. Fonte: Elaboração própria

No vestiário é feito um fechamento com tijolo ecológico reciclado de resíduo de construção, sem laje, somente cobertura, com fechamento entre as paredes e o teto de gradil, como guia para as trepadeiras, evitando assim o uso desnecessário de janelas, uma vez que o vestiário limita esse tipo de abertura, mas mantendo um espaço aberto para ventilação, e protegido das intempéries, além de refrescar o espaço protegendo da insolação solar direta.

A Cozinha Comunitária, o Garden Shop e o café, seguem o mesmo tipo construtivo. Com a cobertura suspensa por meio de pilares de madeira, seguidos por um fechamento de esquadrias metálicas de alumínio reciclável, com madeira na parte inferior e vidro na parte superior. Por conta da grande quantidade de iluminação permitida pelos vidros, faz-se necessário a utilização de aberturas de janelas de modo a possibilitar a ventilação cruzada e resfriar a construção. Portando na parte inferior de vidro logo após o fechamento em madeira, é utilizada janelas maxi-ar e na parte superior janelas pivotantes verticais, sendo as mais necessárias, uma vez que o ar quente é mais leve que o ar frio, então direcionam o luxo de ar frio para dentro da ediicação e o ar quente para fora.

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 71

CAPÍTULO 5

No Ponto de ônibus são apresentados duas partes, com ambas as coberturas sustentadas por pilares de bambus que remetem aos galhos de arvores, são leves e resistentes. Separados por meio de uma malha metálica de mesmo desenho, as folhas da cobertura, servindo de apoio para as plantas trepadeiras, incentivando o fechamento da área, e ocasionando uma diminuição da temperatura da área por folhagem, além de proteger da iluminação direta do sol e dos ventos. Os bicicletários seguem o mesmo princípio dos pilares dos pontos de ônibus, e estão sempre localizados junto ao vestiário.

O PROJETO

A cobertura das construções é feita por meio de uma malha em formato de folha combinada ao teto verde, painéis fotovoltaicos e vidro. Todos eles apresentam uma inclinação de acordo com a localidade, em direção ao sol, de modo a captar maior luz solar para os painéis fotovoltaicos, ao mesmo tempo que a inclinação protege a insolação direta do edifício. A junção da malha de cobertura também contém um sistema de captação de água da chuva, onde é direcionado, tratado e armazenado, podendo ser utilizado para manutenção do teto verde, ou dependendo da quantidade, até ser utilizado como reserva para atender a demanda hídrica da construção.


Mobilidade e Raio de caminhada Por ser um projeto com alto teor ecológico, visando a preservação dos recursos naturais como forma de preservar o meio ambiente, o loteamento vem com uma proposta das vias internas serem livres de carros. Assim seguindo os princípios apresentados por Douglas Farr no livro Urbanismo Sustentável (2013), onde explica que as pessoas desistem de andar e optam pelo carro quando tiver uma distância maior que 400m. A localização das ruas e seus espaços foram criados seguindo esses princípios. Nos perímetros do loteamento, se localizam os estacionamentos e bicicletários e próximo a eles também se localizam os pontos de ônibus, visto que as linhas de ônibus farão o contorno da gleba. O acesso as ruas internas se darão por pedestres ou ciclistas, porem as vias contam com 7 m de largura o que em uma necessidade há espaço e acesso para carros e veículos emergenciais e de serviço. Para os moradores, uma vez que não há estacionamento nas residências, é oferecido como alternativa o serviço de veículos verdes compartilhados, com 75 veículos, seguindo o princípio de 1 carro a cada 8 moradias como Farr (2013) sugere. Localizados junto aos estacionamentos, onde também se localizam os pontos de recarga, uma vez que os veículos são elétricos, evitando assim a o deslocamento desnecessário. O perímetro das APP são todas preenchidas com pistas de caminhas e ciclovias de forma a incentivar a utilização do espaço.

O PROJETO

Há tambem dentro do lotemento um sistema de transporte público, que funciona ocasionalmente, onde o morador pode solicitar o onibus e combina um ponto de encontro e uma rota via telefone, ou celular pelo aplicativo.

CAPÍTULO 5

Onibus e carros Carros Pedestre e ciclista Preferencialmente pedrestre Fonte: Elaboração própria

72 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000


Ponto de onibus O transporte público surge como uma forma de deslocamento motorizado para a população, mais ecológico que o carro individual, uma vez que um só veículo pode ser compartilhado com várias pessoas. Acarretando em uma redução do número de veículos no trânsito e tambem de vias cada vez mais amplas e minimizando o lançamento de gases nocivos na atmosfera.

Video

Imagem 360°

Ver em Farr (2013), pág. 34

Escala 1:500

Fonte: Elaboração própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 73

CAPÍTULO 5

Ver em Farr (2013), pág. 161

113

Os pontos de ônibus contêm duas partes, onde a parte da frente virada para a rua é onde se encontram os bancos, que não compreende todo o seu comprimento, deixando uma área para cadeirante ou carrinho de bebê, sem que atrapalhe a passagem. E a parte posterior conta com 5 paraciclos, que podem ser utilizados tanto para guardar bicicletas próprias, ou Fonte: Elaboração própria até, para aluguéis de bicicletas elétricas.

Sem Escala

O PROJETO

112

Para o transporte público se manter foram consideradas diferentes formas de preparar a localidade para o atender ao serviço, tais como, uma grande densidade com variedade de pessoas, distancias máximas de 400 m entres os pontos de ônibus no perímetro do loteamento e próximos aos estacionamentos e bicicletários, além de integrar ao uso do solo. Fazendo com que a frequência e a qualidade de transporte público aumentem, sendo rápido, frequente, regular e durante o maior período do dia112 criando assim um mercado estável de pessoas que percorrem uma distância curta a pé até o serviço de transporte público e ocasionando um lucrativo nicho de empreendimentos imobiliários tais como, venda ou aluguel de habitações, escritórios livres de carros e com custos mais baixos para essa população.113


Ponte de carros As pontes de carros fazem parte do eixo principal de ligação do loteamento, a via de comércio e serviço. Servindo como passagem de carros e outros veículos, como emergência e serviço. Possui separação entre as via de carros e de pedestres e ciclistas de modo a garantir a segurança dos usuários. A distinção entre ela é feita através de um canteiro de 1 m de largura, onde se localizam as plantas arbustivas e as árvores que permitem o sombreamento. Video Sem Escala

CAPÍTULO 5

O PROJETO

Imagem 360°

Projeto de Referência

Fonte: Elaboração própria

Projeto: Vancouver Land Bridge, Canadá, 2008, Jones & Jones Architecture.

Fonte: Elaboração própria

74 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:1250

Fonte: https://www.conluenceproject.org/river-site/vancouver-land-bridge/

A ponte é um projeto de revitalização e restauração da região. Possui uma vegtação paisagismo nativo da região, com captação de agua da chuva e obras de artistas locais, representando a cultura Indígena.


cAMINHOS ELEVADOS NA app Os caminhos elevados servem como uma forma de conexão entre o loteamento com a área de preservação permanente. Que ao delimitá-la, integra a população com o lugar sem que isso afete a fauna local, como normalmente ocorreria se fossem feitos caminhos normais na terra. As pontes foram alocadas dentro de uma distância de máxima 200 m cada, tornando-a confortável a se caminhar, com largura dos caminhos de 4 m, o que permite o uso conjunto tanto de pedestres quanto de ciclistas confortavelmente. Video

Nos caminhos elevados são aplicados a uma distância mínima de 15 cm do chão, utilizando uma armadura de metal reciclada e galvanizada, com fechamento em madeira e peitoris de proteção nas áreas em que a distância do caminho e o chão forem muito grandes. Além de ser acessível aos deicientes.

Sem Escala

Imagem 360°

Projeto: Trilha da lagoa de Narrabeen, Austrália, Fleetwwod Desing

Projeto de Referência

Fonte: https://www.lnchapasperfuradas. pt/en-gb/galvanized-grating

Escala 1:1250

Fonte: Elaboração própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 75

CAPÍTULO 5

A lagoa está localizada proxima as praias, sendo muito utilizada por seus moradores locais. Surgindo dai a necessidade de criar trilhas acessiveis em todas as áreas, que vão de pantanosas, a areia, de modo a não prejudicar o ecossistema.

O PROJETO

Fonte: Elaboração própria


Usos do sistema de lazer Os espaços públicos foram pensados de modo a seguir o eixo de comércio, levando a área de permanência próxima a essa região e servindo como apoio, além de contar com recintos para foodtrucks, e intercalando com as áreas de lazer, criando locais de apoio e atraindo as pessoas a permanecerem por um maior tempo no local. As áreas internas e mais distante das entradas foram pensadas para serem localizadas os serviços de lazer, onde oferecem maiores atrativos para as pessoas, fazendo ocuparem melhor os espaços e o tornando mais seguro, com maior luxo de pedestres. A área de encontro está localizada no entroncamento de ruas com grande luxo de veículos e transporte público, assim pode atender não somente população do loteamento planejado, como também a dos bairros ao redor. As áreas de estacionamento estão distribuídas pelo terreno de modo igualitário num raio máximo de 400 m de todas as construções, e próximo às ruas de carros, incentivando estacionar e adentrar o local a pé. As ediicações cívicas que atendem a comunidade são acessíveis de implantadas em áreas que apresentam maior atividade. 114

O PROJETO

Foi considerado também criar espaços públicos reduzidos e seccionados, evitando que grandes massas de ar se acumulem e absorvam a umidade. Contudo, mantendo-os razoavelmente abertos e densamente arborizados, utilizando sempre que possíveis superfícies gramadas, ou pisos intertravados com grama entre eles, para absorver a radiação solar e relexão aos pisos pavimentados. O espaço público externo é projetado de forma a ser confortável, e possibilitando uma grande diversidade de usos, o que permite por economizar as áreas internas das construções para esse mesmo propósito.115 Além de serrem acessíveis a todos.

CAPÍTULO 5

Permanência Lazer Encontro Estacionamento / bicicletário Fonte: Elaboração própria

76 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000

114

Ver em Farr (2013), pág. 123

115

Ver em Mascaró (2003), pág. 91


Permanência Os locais de permanência, contam com espaços livres, mobiliados com cadeiras e mesas, e em alguns casos foodtrucks, atraindo o público e o estimulando o convivio e se reconhecendo como núcleos da comunidade. Do ponto de vista do pedestre, se parece com uma sala de estar ao ar livre, com conigurações que permitem tanto reuniões organizadas, quanto espontâneas, variando conforme o tamanho e localidade. Além de contar com vegetação para proteção climática, e amenizar a temperatura local.116 Video Sem Escala

Imagem 360°

O loteamento conta com 8 diferentes pontos de permanência, em que 4 são pontos com foodtrucks, e localizados próximo ao eixo de comércio e serviço, além de servir como área de apoio, atraindo a população que está comprando a percorrer o espaço para descansar ou apreciar o local. Já os outros pontos estão distribuídos entres as áreas de lazer, com um mobiliário formado por bancos acoplados a canteiros com árvores e mesas, estilo piquenique, que possibilita a diversidade de usos.

O PROJETO

O material utilizados nos mobiliários é de madeira de demolição, em que são recicladas e passam por um processo que os tornam mais resistentes as intempéries.

118

Escala 1:1000

Fonte: Elaboração própria

Ver em Farr (2013), pág. 121

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 77

CAPÍTULO 5

Fonte: Elaboração própria


Encontro O local de encontro é aberto ao público e está posicionado fora da moradia e do trabalho, permitindo o encontro de pessoas de modo casual e frequente.117 Sua utilização é por meio de propósitos cívicos e comerciais, onde é confortável e acessível para várias pessoas, e aberto no mínimo 16 horas por dia cinco ou seis dias por semana, para ser visitada ao acaso. É permitida uma concessão para construção nesse espaço, de acordo com a cartilha do condomínio, onde seu dono é um comerciante que faz parte da população, e é uma igura conhecida, normalmente como um personagem social, que por compreender melhor a comunidade e ser o maior interessado no espaço, consegue oferecer um serviço mais completo, pois conhece todas as suas necessidades.118

Sem Escala

Video

Imagem 360°

17 ,28

21,79

CAPÍTULO 5

O PROJETO

17 ,0 3

Projeto de Referência

Fonte: Elaboração própria

78 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:1000

Fonte: Elaboração própria Projeto: Koeniglicher Hirschgarten, Munique, Alemanha.

Conhecido como o maior Biergärten (jardins de cerveja) da Alemanha, o projeto funciona como um parque anexado ao restaurante onde as pessoas vão lá para fazer picnic. Podendo levar comida de casa, ou comprando no estabelecimenFonte: https://www.hirschgarten.de/ to. popup-biergarten-muenchen-nymphenburg-cu2697.html

117

Ver em Farr (2013), pág. 142

118

Ver em Farr (2013), pág. 124


JOGOS A área de jogos surge como a diferente forma de atrair a população, localizada próximo a uma das entradas do loteamento e de frete para o eixo de comércio e serviço.

Video

Pensada em atender os diversos tipos de passatempo conta com 5 mesas de ping-pong, em concreto reciclado e rede em metal, oferecendo a prática de um esporte olímpico saudável que desenvolve o raciocínio, concentração e promove a interação, além de 6 mesas com tabuleiros ixos, de concreto reciclado e madeira de demolição, sendo popularmente conhecida para servir a população aposenta como uma estilo de lazer, podendo praticar os jogos de xadrez, damas, baralho, dominó entre outras. E fornece como uma terceira opção, 2 tabuleiros em tamanho humano, como uma atividade lúdica em que atraia a uma população mais jovem esse tipo de jogo, além de desenvolver habilidade de raciocino logico, expressão corporal, capacidade de socialização e integração, além de desenvolver um bom relacionamento interpessoais.

Sem Escala

Imagem 360°

O PROJETO

Escala 1:1000

Fonte: Elaboração própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 79

CAPÍTULO 5

Fonte: Elaboração própria


Quadras de esportes O esporte representa as relações entre grupos sociais urbanos, onde combinados com o trabalho e a vida enriquecem a vivência urbana. É um fenômeno cultural e social, que relete os atuais objetivos econômicos, ideológicos, políticos, culturais cientíicos e sociais. Sendo ele utilizado como um instrumento de saúde e lazer, oferece a população uma forma de descontar os sintomas negativos da sociedade atual, e que em muitas vezes, ao buscar uma atividade ao ar livre, promove um reencontro com a natureza.120

Sem Escala

O estilo de vida atual sedentário relete isso e assim a falta contato com a natureza, levando a proposta de quadras de esportes para a população local, como uma forma de unir esses atributos, buscando um estilo de vida mais saudável, que leva a se exercitar mais e promove uma maior disposição a caminhar, que resulta em uma maior preservação do meio ambiente.

Video

O sistema consta com 4 quadras: •

1 Poliesportiva de 16 m x 27 m

1 Vôlei de areia de 14 m x 22 m

1 Futebol Society de 16 m x 34 m

1 Basquete 3x3 de 11 m x 15 m Imagem 360°

CAPÍTULO 5

O PROJETO

As quadras estão alocadas com uma orientação norte-sul, evitando assim o ofuscamento ocasionado por raios solares, o material escolhido para o piso foi um emborrachado feito de pneu reciclado.

Fonte: Elaboração Própria

80 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:1000

Fonte: Elaboração Própria

As arquibancadas foram alocadas de modo a seguir a topograia do terreno, visto que já continha uma inclinação, de forma a respeitar ao máximo o terreno e evitar a retirada ou inserção de terra desnecessária no terreno. O material da arquibancada é feito de madeira de demolição e uma malha de metal galvanizado no entorno, evitando assim o desgaste da vegetação com o luxo contínuo de pessoas.

Disponível em https://luanatrentin. wordpress.com/2010/03/19/esportes-e-sustentabilidade/

120


Playground

Video

Imagem 360°

O parquinho infantil possibilita a criação de uma rede de amizade entre vizinhos e moradores do bairro, tão importantes para o modo de vida ecológico, onde ao levarem suas crianças ao brincar ali, os adultos interagem entre si e conversam criando uma rede de comunidade. Promove tambem a interação das crianças, onde aprendem a respeitar os espaços das pessoas, obedecer às regras e os direitos, dividir os brinquedos e o mesmo ambiente. Ideais tão necessários quando se pensa em preservação do meio ambiente, em que as ações individuais, impactam em toda a comunidade, e que para continuar tendo algo há a necessidade de conservação terrestre e do meio ambiente, cuidando assim do futuro das crianças e as gerações que estão por vir.121

Sem Escala

Outra parte importante ao levar as crianças para o parque é estimular as atividades físicas, evitando se tornarem sedentárias, contribuindo para a melhora da saúde delas, além promover o contato com a natureza, impedindo assim o desenvolvimento de inúmeros problemas psicológicos, como o aumento do estresse e o transtorno de déicit de atenção e hiperatividade (TDAH).122 O PROJETO

Escala 1:500

Fonte: Elaboração Própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 81

CAPÍTULO 5

Os playgrounds estão distribuídos em 3 pontos mais inferiores do loteamento, sendo assim mais seguros, além de 121 Ver em http://blog.aquarelaparques. estarem próximos às áreas de permanêncom.br/parquinho-na-praca-quais-as- cia e a academia ao ar livre. Os materiais -vantagens-desse-item-para-as-fami- dos brinquedos são de madeira plástica, produzida a partir de ibras vegetais, de lias-4/ plástico reciclável, sendo altamente du122 Ver em Farr (2013), pág. 36 rável, e mais segura para as crianças.123 123 Ver em http://blog.aquarelaparques. com.br/qual-playground-infantil-e-idealFonte: Elaboração Própria -para-a-pracinha-da-minha-cidade/


Academia ao ar livre Após séculos de aumento de longevidade humana, a obesidade está levando a uma diminuição de expectativa de vida, em que em sua maior parte se deve ao estilo de vida sedentário e em ambientes fechados.124 As inluências que o ambiente construído impacta sobre a saúde, vão além das escolhas individuais de estilo de vida. E assim a forma urbana tem inluência sobre o transporte ativo de deslocamento, e as atividades relacionadas ao trabalho e lazer.125

Sem Escala

Apesar de a necessidade de ter uma vida saudável ser do conhecimento de todos, nem todos tem acessibilidade aos serviços que promovem a prática de atividades físicas. Com isso surge a academia ao ar livre, que integrada ao parque, de graça e acessível a todos, torna-se mais um meio de prática de exercícios físicos para a população, onde promove uma melhor qualidade de vida, se praticada 30 min de qualquer atividade física no mínimo 5 dias por semana.126

Video

Imagem 360°

CAPÍTULO 5

O PROJETO

A academia foi projetada para prática de exercícios leves, onde possam ser utilizados desde os 16 anos até a terceira idade. Os equipamentos têm placas com os nomes das atividades, e desenhos do corpo humana mostrando quais são as musculaturas exercitadas, promovendo exercício de mobilidade dos membros inferiores e superiores, além de promover o fortalecimento da musculatura, e aumentar o equilíbrio e a coordenação motora. Fonte: Elaboração Própria

82 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:500

Fonte: Elaboração Própria

124

Ver em Farr (2013), pág. XIV

125

Ver em Farr (2013), pág. 97

126

Ver em Farr (2013), pág. 144


FEIRA LIVRE Deine-se como feira segundo o dicionário Houaiss, um equipamento público destinado à comercialização de produtos hortifrutigranjeiros, onde de forma periódica se apropria dos espaços publico e promove uma maior movimentação do espaço.

Video

A feira tem valor cultural e histórico, que como símbolo de ocupação das ruas, traz vivacidade para o espaço público e atente a demanda local, além de serem desmontáveis e adaptáveis. Ao comprar um produto da feira favorece os pequenos produtores e comerciantes locais. As feiras correspondem principalmente aos conceitos urbanos tratados por Jane Jacobs, já que trazem movimento as ruas e calçadas, garantem a segurança, e uma movimentação saudável para os comércios das redondezas, além da diversidade de pessoas pelo espaço.127

Sem Escala

A feira está localizada próxima a uma avenida movimentada, que além de atender a população do loteamento, atrai a população próxima, diminui o deslocamento desnecessário para os supermercados, e estimula uma nova tipologia de comércio, além promover um acesso cada vez maior a alimentos mais nutritivos e sem agrotóxicos. Imagem 360°

O PROJETO

127

Escala 1:1000

Fonte: Elaboração Própria

Ver em Morelli (2011), pág. 46

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 83

CAPÍTULO 5

Fonte: Elaboração Própria


vESTIÁRIOS E BICICLETÁRIOS O método de transporte verde mais comum é a bicicleta, porem, para a sua viabilidade existe uma série de características necessárias. São elas, segurança, topograia, permeabilidade e clima. Uma das principais problemáticas para a efetividade do uso da bicicleta como transporte alternativo no Brasil, em comparação aos países Europeus é o clima. O ciclismo é uma atividade intensa, que com o clima tropical, se torna inviável a prática sem gerar um desconforto ocasionado por suor. Além da maioria das empresas e escolas não possuem estrutura adequada para atender essas pessoas, que precisam de um local para tomar banho e se trocar.

8,45

Imagem 360°

CAPÍTULO 5

O PROJETO

9,6

3,13

Fonte: Elaboração própria

84 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Video

Por conta disso, foi pensado na distribuição de vestiários junto aos banheiros pelo loteamento, sempre com os paraciclos, e uma distância de no máximo 200 m de cada ponto de ônibus e estacionamento. Além de existirem dois no interior para atender as quadras de esporte e usuários do parque.

15,3

Sem Escala

Fonte: Elaboração própria

Escala 1:500


cARROS COMPARTILHADOS O uso do carro compartilhado, é utilizado como uma forma de minimizar os custos, visto que 20% dos gastos anuais são para o transporte privado, gerando um tipo de despesa que esgota os recursos das famílias e reduzem a viabilidade econômica das comunidades.128 Contudo, além disso, fornece uma redução do luxo dos veículos nas ruas, o que diminui a poluição, e torna fácil o acesso a carros, a uma parcela da população que não tem interesse ou condições econômicas de arcar com os custos necessários. O serviço é fornecido por uma empresa, onde através de um programa de aluguel de veículos para associados, a reserva é feita pela internet ou telefone e indica o veículo mais próximo ao seu local e que aberto por uma chave mestra eletrônica. A cobrança é feita mensalmente, e seus custos de combustível, manutenção, estacionamento e seguro estão incluídos na conta. O serviço de compartilhamento conta com 303 veículos elétricos para o loteamento, isso é 1 a cada 8 moradias, e está localizado nos estacionamentos do loteamento, onde ao se considerar a densidade, o transporte público e os usos mistos do espaço, se torna viável e permite o acesso de moradores e empregados ao serviço, que utilizam atender a maioria das necessidades diárias sem que precisem ter um automóvel próprio. Além de contar como uma forma secundária de deslocamento, com todos os benefícios de mobilidade que o automóvel traz, mas sem que tenha altos custos e contratempos que teriam ao ter um veículo, assim como corte de despesas supérluas como estacionamento, seguro e manutenção. A cada veículo compartilhado por meio desses programas elimina entre seis e 15 veículos de propriedade particulares, além ocasionar uma redução de 39% no número de quilômetros viajados por veículos, isso mesmo com aqueles que antes não possuíam automóveis próprios.129

O PROJETO

Tipo de carregador de carro elétrico

Estacionamento de carros elétricos

125

Ver em Farr (2013), pág. 106

126

Ver em Farr (2013), pág. 165

Fonte: https://i2.wp.com/die-tes- Fonte: https://media.nbcbayarea.com/ t f a h r e r. c o m / w p - c o n t e n t /u p l o a d s images/1940*1294/solar_carport.jpg /2017/04/530e10.jpg?ssl=1

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 85

CAPÍTULO 5

Fonte: https://www.enel.com.br/content/enel-br/pt/megamenu/Sustentabilidade/ iniciativas/archive/car-sharing/_jcr_content/carousel/items/image_911035642.img. jpg/1544434033150.jpg


Estacionamento Os zoneamentos atuais exigem de todos os estabelecimentos comerciais e de residenciais níveis mínimos de vagas de estacionamento,130 mesmo que próximos a estações de transporte público. Contribuindo assim para uma oferta excessiva de vagas, que reduz a densidade urbana, aumenta o custo e incentiva o uso do transporte privado.131 Para evitar esse tipo de problema foi pensado em alocar os estacionamentos no perímetro do loteamento a uma distância máxima de 400 m de todas as residências, de modo a atender toda a população de modo igualitário. Além de estarem próximos próximo aos pontos de ônibus e bicicletários. Sem Escala

Porcentagem total das

Vagas Veiculos elétricos (1 a cada 8 moradias) Visitantes

303

vagas

Quantidade de vagas

Idosos

5%

22

Cadeirante

3%

14

Motocicletas

20%

71

20 Total 323 vagas

Imagem 360°

Como o estacionamento serve em sua maioria para os carros compartilhados elétricos, cada vaga conta com um A cobertura das vagas é feita por carregador de veiculo por proximidade meio de painéis fotovoltaicos de 10,34 m², que é automaticamente desconectado onde servem para fonte de energia verde quando atinge sua carga total. para o carregamento dos veículos.

O PROJETO

CAPÍTULO 5

Video

A maior parte das vagas servem para atender os veículos compartilhados elétricos, além de servir com um ponto de recarga. Fora isso ainda conta com uma pequena porcentagem de vaga de visitantes e motos.

Fonte: Elaboração Própria

86 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Fonte: Elaboração Própria

Escala 1:1000

130

Ver em Farr (2013), pág. 50

131

Ver em Farr (2013), pág. 42


Horta urbana Coletiva A alimentação saudável e alimentos de boa qualidade são essenciais para a saúde pública, além de fornecerem benefícios econômicos aos sistemas de alimentação baseado em vivência de comunidade, e que são revertidos na criação de empregos e mercados autossustentáveis. Seus benefícios ambientais estão baseados na economia do consumo de energia, além de água e ar mais limpos e a recuperação do solo. Os benefícios comunitários vão desde a segurança dos alimentos, a melhoria da suade, embelezamento do bairro e reforço do vínculo entre pessoas e à Terra.132 Ao cuidar das hortaliças ao lado de seus vizinhos, os participantes acabam por conseguir de maneira modesta e não sentimental, construir uma base colaborativa e produtiva de comunicação integrada. Esse sendo um dos aspectos mais importantes da relação entre as responsabilidades individuais e ações coletivas.133 Pois, para se ter ações ecológicas é necessário o pensamento em coletividade, e de como suas atitudes individuais afetam e inluenciam o mundo todo.

Sem Escala

O projeto da horta coletiva conta com espaço para canteiro, estufas, minhocário, cozinha comunitária, permanência e uma loja de produtos orgânicos.

Projeto de Referência

O PROJETO

Projeto: Incredible Edible Todmorden, 2008 Autor: Pamela Warhurst

132

Ver em Farr (2013), pág. 180

133

Ver em Vasconcellos (2015), pág. 204

Fonte: https://www.guiaviajarmelhor. com.br/wp-content/uploads/2019/04/ cidade-na-inglaterra.jpg

Escala 1:1000

Fonte: Elaboração Própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 87

CAPÍTULO 5

Após ouvir uma palestra que a industria alimentícia causa um grande impacto na degradação ambiental, Pamela começou de forma voluntária em seu jardim uma horta onde todos poderiam se servir. A iniciativa agradou e incentivou a cidade, e outras hortas começaram a surgir.


Canteiros A direção dos canteiros segue o eixo Leste-Oeste de modo a contemplar uma área com maior tempo de exposição e orientação ao sol, onde a parte mais próxima ao interior do parque, recebe menos sol, sendo portanto, utilizado uma estufa para maximizar o crescimento. Contém, além disso boa ventilação, pois não apresenta barreiras ao seu redor que possam gerar sombra e atrapalhar o crescimento das hortaliças.

Sem Escala

É próxima o suiciente do rio, como uma fonte d’água, de modo que pode ser utilizada para irrigação, mas que não afete diretamente o leito. Deu-se preferência por uma área mais elevada e sem risco de alagamentos.

Video

CAPÍTULO 5

O PROJETO

Imagem 360°

Projeto de Referência

Fonte: Elaboração Própria

88 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:750

Fonte: https://www.zagat.com/r/olmsted-brooklyn#gallery

Fonte: Elaboração Própria Projeto: Olmsted Restaurante, Nova York, 2016 É um famoso restaurante no coração do Brooklyn, idealizado pelo chef Greg Baxtrom, em que produz toda sua comida em seu próprio restaurante na parte de traz, e fornece uma experiência imersiva aos seus clientes, podem desfrutar de uma refeição exclusiva em seu quintal.


cozinha comunitária A cozinha surge como um meio de integração da comunidade local, onde as refeições possam ser colhidas, preparadas e distribuídas em um mesmo ambiente. O encontro dos usuários nesse espaço para preparar refeições ainda incentiva a dispersão do conhecimento, onde podem ensinar uns aos outros receitas conhecidas e saudáveis. Além de incentivar o uso do espaço durante todo o dia, podendo ser acessado por qualquer integrante da comunidade ou visitante da região. Imagem 360°

A ediicação contém uma área para preparo de refeições em seu interior, com bancos e mesas em sua volta, e uma área superior com mesas para refeições conjuntas.

Sem Escala

Fonte: Elaboração Própria

45,17

22,3

47, 34

Projeto de Referência

O PROJETO

16,98

Projeto: Brooklyn Grange, Nova York, 2010

Fonte: https://www.brooklyngrangefarm. com/about-brooklyn-grange-1

Escala 1:750

Fonte: Elaboração Própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 89

CAPÍTULO 5

O Brooklyn Grange é uma empresa de agricultura em telhado nos Estados Unidos, que além de cultivar e distribuir legumes e eravas frescas, realiza eventos e programas educacionais em suas áreas de cultivos em arranha céus espalhados em 3 localidades de Nova York.


Permanência O espaço de permanência localizado na área externa da horta, surge como um meio de promover a integração da comunidade de maneira mais informal, não somente relacionada as refeições, mas também como a convivência. Podendo ser acessada em qualquer horário do dia, não estando totalmente vinculada o acesso a horta. O material do mobiliário é todo feito de madeira plástica e pallets reciclados. Video Sem Escala

CAPÍTULO 5

O PROJETO

Imagem 360°

Projeto de Referência

Fonte: Elaboração Própria

90 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:500

Fonte: Elaboração Própria Projeto: MazelTov - 81Font, Budapeste, Hungria, 2014, Studio Arkitekter

O objetivo do projeto é abrir um pátio para os visitantes do distrito que interpretam sua localização e função através da cozinha do Oriente Médio. Um lugar gastro-cultural de mente aberta, onde a comida do Oriente Médio cumpre Fo n t e : h t t p s : // i m a g e s . a d s t t c . c o m / com seu espírito cultural de aceitação e m e d i a / i m a g e s / 5 6 d 5 /e e 2 1 /e 5 8 e / união. ce2a/cd00/0040/slideshow/mazeltov_03_domolky_daniel_PRINT_002. jpg?1456860685


Garden shop A loja de comercialização de produtos orgânicos, é um espaço onde podem ser comercializados os produtos produzidos em excesso na horta, evitando o desperdício, e também uma forma de atrair uma população externa, não vinculada ao loteamento, que busca o consumo de alimentos orgânicos e o lucro ajuda a manter o local em pleno funcionamento e manutenção

Video Sem Escala

13,49

34,7

Video

63,28

O PROJETO

23 ,34

Projeto de Referência

Projeto: Petersham Nurseries, Richmond, 2004

Fonte: https://www.sfgirlbybay.com/2016/03/24/pretty-little-petersham/

Escala 1:750

Fonte: Elaboração Própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 91

CAPÍTULO 5

O viveiro foi idealizado pela proprietária Gael Boglione, que devido a sua cultura hippie procurava promover a mistura instintiva do amor e entusiasmo da natureza e pela terra, oferecerendo produtos e serviços em um ambiente tranquilo e bonito às margens do rio.


Gestão do lixo - resíduos orgânicos e recicláveis A forma como a sociedade atual vive, onde todo o lixo produzido é recolhido semanalmente em frente as suas casas e mandados para aterros sanitários distantes, o mais longe possível das áreas urbanizadas, faz com que não se tenha uma “visão” do lixo, ou seja, não há um enfrentamento real das montanhas de lixo produzido pelas pessoas, ainal o que está “Longe dos olhos, longe do coração”. Para reduzir o lixo produzido gerado, é necessário encontrar novas maneiras de conscientizar as pessoas, não somente com o modo como funciona a gestão do lixo, mas também com todos os problemas ocasionados por ele, mesmo que relacionados a reciclagem.134 Sem Escala

Video explicativo do funcionamento do biodigestor anaeróbico

Surge então através de programas de reciclagem e compostagem in loco formas mais simples e ecológicas de redução e gestão de resíduos domésticos para os moradores e suas comunidades.135 Onde a população descarta seu lixo doméstico corretamente separado em containers localizados em suas ruas, e pelas áreas de lazer há lixeiras de recolhimento seletivo a cada 50 m. Onde são recolhidos e enviados para o sistema de gerenciamento de lixo localizado no loteamento. Gestão de Resíduos Orgânicos - A forma mais correta e com menos impacto ambiental, é a gestão de resíduos orgânicos por meio de um sistema de biodigestão anaeróbico CSTB.

CAPÍTULO 5

O PROJETO

Fonte: https://www.wykop.pl/cn/c32011 42/comment_W4G8cZB3YFwJfeR5xu2c2wyqfUudEhbp.jpg

Fonte: Elaboração Própria

92 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:2000

Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/subprefeituras/upload/santo_amaro/imagens/Jogos_Cidade/ Foto_Materia_Triagem_2.jpg

Gestão de Resíduos Recicláveis - Centro de Processamento Seletivo de Materiais Recicláveis, pega todos os resíduos gerados pelo loteamento e separa, compacta e manda para indústrias especializadas para serem reciclados e reutilizados, evitando serem mandados para os aterros sanitários. Além de servir como uma forma educar as pessoas e mostrar como é possível uma gestão de resíduos ecologicamente correta e sem desperdícios. Ver em Mostafavi e Doherty (2014), pág. 28

134

135

Vem em Farr (2013), pág 29


área verde e PAISAGISMO A função da vegetação na cidade tem grande importância por sua capacidade de absorver o gás carbônico, produzir oxigênio, captar partículas suspensas e melhorar a umidade ambiental. Ao ser utilizada corretamente leva a uma redução de 3° a 6° graus Celsius, inluenciam no aumento de até 3 vezes no deslocamento a pé, valorizam os imóveis adjacentes em 3 – 6%, estabiliza os efeitos do clima em seus arredores imediatos reduzindo os extremos ambientais e proporcionam habitats saudáveis para aves cantoras inluenciando de forma positiva na audição humana.136 Assim ao escolher as espécies foi considerado não somente a relação ao modo como se comportam com o espaço urbano, mas também sua funcionalidade associada ao vento, iluminação e sombreamento. Foi preferido o uso de espécies nativas, pelo modo como elas estão perfeitamente adaptadas à todas as variações climáticas e físicas que ocorreram na região, e espécies raras, promovendo a proteção dos habitats.137 Rasteiras Imagem

A B C Imagem

D E

Nome Cientifico

Paspalum

Nativa

Função

Paspalum Não Reduncun Paspalum Notatum Não Fluegge Axonopus Não Barbigerus Arbustivas

Sim

Forragem

Sim

Forragem

Sim

Forragem

Nome Cientifico

Ameçada de extinção

Nativa

Função

Aspilia Ovatifolia

Sim

Sim

Calea Brittoniana Sim Pruski Lupinus Parvifolius Sim Gardner

Sim

Barreira e ornamentação Barreira e ornamentação Barreira e ornamentação

Grama-batatais Capim-Pulista

Ameçada de extinção

Sim

O PROJETO

F

Nome Popular

Arbóreas Imagem

G H

J 136

Ver em Farr (2013), pág. 37

137

Ver em Farr (2013), pág. 113

Nome Cientifico

Sucupira Cedro Pindaiba Mamica-cascuda

Grama-batatais

Nativa

Porte

Função

Bawdichia Sim Virgilioides Kunth Cedrela Fissilis Vell. Sim

Sim

8 a 16 m

Sombreamento

Sim

20 a 35 m

Sombreamento

Xylopia Brasiliensis Sim Spreng. Zanthoxylum Sim Riedelianum Engl.

Sim

10 a 30 m

Sim

8 a 18 m

Sombreamento e Fauna Sombreamento e Fauna

Capim-Paulista

Ameçada de extinção

Aspilia Ovatifolia

Calea Brittoniana Pruski

Sucupira

Fonte: Elaboração Própria *Imagem ilustrativa Cedro

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 93

CAPÍTULO 5

I

Nome Popular


iNFRAESTRUTURA uRBANA VERDE A infraestrutura verde é um termo que aparece cada vez mais em todo o mundo nas discussões sobre conservação e desenvolvimento, mas que vai além das estratégias tradicionais de conservação.138 Ela pode ser deinida como uma rede interconectada estrategicamente planejada e gerida de áreas naturais, paisagens rurais e outras áreas livres que conserva os valores e funções dos ecossistemas naturais, mantêm o ar e a água limpos, e proporciona um grande leque de benefícios para o homem e a vida silvestre.

O PROJETO

Onde ao priorizar a conservação da estrutura e os processos de paisagem, mantem e estabelecem uma conectividade física e funcional dos fatores bióticos, abióticos e culturais. Além de estimular as pessoas a focar no benefício do planejamento holístico do uso do solo e enfatizar a integração dos objetivos ambientais e econômicos.139

138

Ver em Farr (2013), pág. 114

139

Ver em Vasconcellos (2017), pág. 37

Canteiro pluvial

CAPÍTULO 5

Sentido Drenagem Urbana Pluvial Gestão do lixo Wetland construído horizontal Biovaletas Fonte: Elaboração própria

94 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Escala 1:5000


direção e ESCOAMENTO da água da chuva A drenagem e o manejo das águas pluviais consistem no gerenciamento da água da chuva que escoa no meio urbano, analisando de acordo com a análise do processo de urbanização, que impermeabiliza o solo, diiculta a iniltração e acelera o escoamento supericial das águas pluviais. A importância de um serviço adequado de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas torna-se mais clara para a população na medida em que se acumulam os efeitos negativos das chuvas, tais como alagamentos, inundações, deslizamentos e perda de rios e lagos. Uma vez que grande parte dos efeitos prenunciais das chuvas deve-se à ação do homem, uma ocupação desordenada de áreas urbanas e a cobertura de grandes áreas, as torna impermeáveis, ocasionam redução de iniltração das chuvas no solo.

Sem Escala

A cobertura do solo também provoca erosão, reduzindo sua qualidade, tornando-os mais pobres e até mesmo impróprios para a agricultura.

O PROJETO

Escala 1:1250

Fonte: Elaboração própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 95

CAPÍTULO 5

Fonte:https://pingpdf.com/pdf-aula-8-drenagem-urbana-slideshare. html


cAnteiro Pluvial e BIOVALeTA Canteiro Pluvial - são pequenos jardins de chuva em cotas mais baixas projetados para receber o escoamento supericial pluvial, alocadas nas calçadas das ruas substituindo as sarjetas.140 Biovaleta - São depressões lineares localizada ao longo das vias, preenchidas com vegetação, solo e elementos iltrantes com o objetivo de processar a limpeza da água da chuva ao mesmo tempo em que aumentam seu tempo de escoamento. Localizadas nos inal das ruas e em estacionamentos, ondem conseguem reter e limpar agua.141 Video Sem Escala Canteiro Pluvial Benefícios: Detenção e iltragem preliminar de água, iniltração, diminuição do escoamento supericial (runoff), promoção da biodiversidade, moderação da ilha de calor, evapotranpiração, captura de carbono, entre outros.

CAPÍTULO 5

O PROJETO

Fonte: Elaboração Própria

Imagem 360°

Funções Hídricas: Puriicação (Sedimentação, iltração e absorção biológica), detenção e iniltragem.142

Biovaleta

Fonte: Elaboração Própria

Escala 1:1250

Fonte: Elaboração Própria

Benefícios: Promover um pré-tratamento da água através da sedimentação, iltração e absorção biológica, deter a agua da 140 Ver em Vasconcellos (2017), pág. chuva, reduzir o runoff e servir com ele202 menteo estético. 141 Ver em Vasconcellos (2017), pág. Funções Hídricas: Detenção, puriicação 200 (sedimentação, iltração, absorção bioló140 Ver em Vasconcellos (2017), pág. gica) e condução.143 202 Ver em Vasconcellos (2017), pág. 200

141

96 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


WETLAND CONSTRUÍDo hORIZONTAL Wetland construído horizontal - É uma estação de tratamento secundário de eluentes onde o leito permanece constantemente alagado e pela presença de vegetação ocorre vários mecanismos de tratamento onde a água tratada possui potencial para reuso. De um ponto de vista ecológico, o luxo horizontal oferece mais adaptabilidade. Como o nome já previsto, em um wetland de luxo horizontal, a água residual passa pelos iltros horizontalmente, sob efeito da gravidade, assim o bombeamento, não é necessário. A im de reduzir a resistência hidráulica, o material de iltragem é mais grosseiro. Devido à presença de altos níveis de água no iltro, os processos de decomposição são principalmente anaeróbicos. 144

Sem Escala

Para o dimensionamento da área de tratamento de eluentes, calculou-se 3m² por habitante,145 resultando 3m² x 2420 habitantes = 7.260 m²

O PROJETO

Corte representativo do funcionamento de uma Wetland

Ver em em Farr (2013), pág. 187

Ver em http://brasil.rotaria.net/wetlans-uma-solucao-ecologica-de-tratamento-de-eluentes/

145

Fonte: https://www.wetlantec.com/wp-content/uploads/2015/01/NRhorizontaal-doorstroomd-helofytenilter-pomp-e1421270416646.png Fonte: Elaboração Própria

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 97

CAPÍTULO 5

144


Iluminação A iluminação pública é utilizada na rede urbana como um modo de oferecer conforto e segurança para os pedestres, e incentivar o uso noturno do espaço público. Embora necessária, a aplicação convencional acarreta em áreas extremamente iluminadas, provocando ofuscamento, poluição luminosa e desperdiça energia. Além de promover efeitos nocivos sobre a fauna, lora e seres humanos.

Sem Escala

Com isso a melhor abordagem, é utilizá-la somente nas áreas essenciais, variando o nível de brilho de acordo com o uso;146 utilizar lâmpadas de LED, que consomem menos energia e não emitem radiação ultravioleta;147 e o uso de protetores para direcionamento do luxo para o chão.148 Foi projetado então para o mobiliário urbano uma luminária com design lembrando uma árvore, onde seus galhos são onde segurarão as lâmpadas, e os protetores lembram folhas. Foram projetadas em duas alturas diferentes. Para atender tanto aos pedestres, quanto os carros. De modo a evitar o disperçamento da luz por alturas excessivas. Por conta das ruas do loteamento serem bem arborizadas, o poste de iluminação tem altura máxima de 4m e ica abaixo das copas das arvores.

O PROJETO

Projeto de Referência

CAPÍTULO 5

146

Projeto: Le Tree-Light, Lyon, França Autor: Pierre-Philippe Garde (COBALT)

147 https://revistapesquisa.fapesp. br/2017/05/23/o-impacto-da-luz-sobre-as-lorestas/, acesso em 21/10/2019

https://www.ecycle.com.br/component/content/article/35/1711-poluicao-luminosa-afeta-ciclos-naturais-dos-animais-dizem-pesquisadores.html, acesso em 21/10/2019 148

Fonte: Elaboração Própria

98 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

Sem Escala

Fonte: https://i.pinimg.com/564x /6d/e2 /17/6de2179f77d6f9f0ec6f33049a451 5e5.jpg

Ver em Farr (2013), pág. 121


Energia Solar Sendo um projeto ecológico, uma série de considerações foram a respeito do projeto e seu funcionamento. A forma de obtenção de energia é uma delas. As placas de paineis fotovoltaicas são o tipos mais utilizado de energia verde pelo mundo hoje, e foi a escolhida para ser utilizada no projeto. As placas vão servir para fornecer energia para todo o loteamento, atendendo a toda a população, assim como serZZ utilizada nos predios de uso público, iluminação pública e até no carregamento dos carros.

Para saber o tamanho e o sistema correto a ser utilizado, foi realizado um calculo médio de gasto de energia.

Consumo médio por categoria:

Ver em http://dadosenergeticos.energia.sp.gov.br/portalcev2/Municipios/Eletricidade/Detalhes_RA_Eletro

149

Consumo mensal baseado no uso de 1 lâmpada LED de 150 W, 12 horas por dia, 30 dias por mês

150

Sistema Indicado

Residencial: 205 kw/h149 x 605 uni = 124.025 kw/h

Comércio e Serviço: 2,628 kw/h149 x 56 uni = 147.168 kw/h

Iluminação Pública: 54 kw/h150 x 766 uni = 41.364 kw/h

Carros elétricos: 176,03 kw/h151 kw/h

Outras construções: 565 kw/h

152

x 303 uni = 53.337,09

Tamanho = 2895,91 kWp

Número de Módulos = 10.599 módulos

Área necessária = 20.278,25 km²

Economia mensal = R$ 145.821,55

x 12 uni = 6.780 kw/h

151

Estimativa Ambiental • Redução de CO2 na atmosfera = 61.156.501,97 kg CO2 • Equivalente de árvores plantadas = 436.952 arvores

Calculo feito em https://www.neosolar.com.br/simulador-solar-calculadora-fotovoltaica

153

ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 99

CAPÍTULO 5

Considerado como outras construções os vestiários, cozinha comunitária, garden shop e café (encontro).

152

Total de consumo mensal = 372.674,09 kw/h

O PROJETO

Considerado para o cálculo a média de 1083,33 km mensal rodado por carro (conforme https://www.gazetadopovo. com.br/automoveis/km-rodado-ano-carro-motorista-brasil/), Renault Zoe E50 R110 com autonomia de 320 km, e carregador elétrico de 22 kw (3x32A)

Sistema de Painel fotovoltaico153


Cartilha de loteamento Haverá uma cartilha, que irá compreender índices urbanísticos do loteamento, além daqueles previsto pela legislação municipal do zoneamento, devendo ser eles mais restritivos e voltados para o conceito ecológico do projeto. Além disso estarão previstos: • Manejo e funcionamento da horta e cozinha comunitária • Índices urbanísticos do lote • Uso dos carros compartilhados elétricos • Estacionamento • Gestão do lixo e reciclagem • Materiais de construção • Tratamento eluentes • Funcionamento Garden Shop • Coleta e utilização de águas pluviais • Feira livre • Eiciência energética das construções O PROJETO

• Eiciência hídrica • Paisagismo • Controle e uso das quadras

CAPÍTULO 5

• Funcionamento espaços de convivência

100 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


IMAGENS 360° E aLBUM

Imagens 360° Parte 1

Imagens 360° Parte 2

Imagens 360° parte 3

O PROJETO

Album com fotos e videos online

CAPÍTULO 5 ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 101


REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AURORA: O debate internacional sobre desenvolvimento sustentável: aspectos e possibilidades. Marília: Unesp, v. 1, dez. 2007. BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: O que é: O que não é. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. 200 p. CADERNO do Empreendedor e da Cidade Sustentável. Disponível em: <http://ambientecampinas.wix.com/ mapeamento#!>. Acesso em: 06 maio 2019. CAMPINAS. Disponível em: <http://www.campinas.sp.gov.br/sobre-campinas/campinas.php>. Acesso em: 06 maio 2019. CAMPOS, Ítallo de Andrade. Soluções Biofílicas como instrumentos de desenvolvimento socioeconômico em Coronel Fabriciano. 2015. 63 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, Coronel Fabriciano, 2015. Disponível em: <https://issuu.com/itcampos/docs/monograia_web>. Acesso em: 09 jun. 2019. ESTUDOS AVANÇADOS: Trajetória da sustentabilidade: do ambiental ao social, do social ao econômico. São Paulo: Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, v. 26, n. 74, 2012. Quadrimestral. FARR, Douglas. Urbanismo Sustentável: Desenho urbano com a natureza. Porto Alegre: Bookman, 2013. JOURDA, Françoise Hélène. Pequeno Manual do projeto sustentável. São Paulo: Gustavo Gilli, 2013. LEITE, Maria Angela Fagginpereira. A PAISAGEM, A NATUREZA E A NATUREZA DAS ATITUDES DO HOMEM. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/319046314_A_paisagem_a_natureza_e_a_natureza_das_atitudes_do_homem/fulltext/598d173baca272e57ad1b681/319046314_A_paisagem_a_natureza_e_a_natureza_das_atitudes_do_homem.pdf?origin=publication_detail>. Acesso em: 06 maio 2019. LIGIA, Ana. Biorregião. 2015. Disponível em: <https://www.estudopratico.com.br/biorregiao/>. Acesso em: 06 maio 2019.

CAPÍTULO 5

LIMA, Carolina Ros. Fernandes; MONTENEGRO, Victória Webster de Freitas. CIDADE EFICIENTE E SUSTENTÁVEL: TECNOLOGIA DA ARQUITETURA - QUALIDADE AMBIENTAL, EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E REÚSO DE ÁGUA - ESTUDOS DE CASO. 2018. 56 f. Monograia (Especialização) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Uniceub, Brasília, 2018. LIMA, Ivan Oliveira. CONJUNTOS HABITACIONAIS E SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL: O DISTRITO INDUSTRIAL DE CAMPINAS/SP (DIC). 2013. 171 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geograia, Analise Ambiental e Dinâmica Territorial, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013. LIVING PLANET REPORT 2014: Species and spaces, people and places. Gland, Switzerland: WWF, 2014. Anual.

102 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019


LIVING PLANET REPORT 2016: Riscos e resiliência em uma nova era. Gland, Switzerland: WWF, 2016. Anual. LIVING PLANET REPORT 2018: Aiming higher. Gland, Switzerland: Wwf, 2018. Anual. LOCKYER, Joshua; VETETO, James R. (Org.). Environmental Anthropology Engaging Ecotopia: Bioregionalism, Permaculture, and Ecovillages. 17. ed. United States: Berghahn, 2013. 329 p. 17 v. MARTINELLI, Gustavo; MORAES, Miguel Avila (Org.). Livro vermelho da lora do Brasil. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Conservação da Flora, 2013. 1100 p. MASCARÓ, Juan Luis. Loteamento Urbanos. Porto Alegre: L. Mascaró, 2003. MORELLI, Marina Briza. Vá para a feira (.com): Um projeto de incentivo ao uso do espaço público. 2011. 80 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Escola Cidade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.vaprafeira.com/download/vaprafeira_tfg_marinamorelli.pdf>. Acesso em: 02 dez. 2019. MOSTAFAVI, Mohsen; DOHERTY, Gareth (Org.). Urbanismo Ecológico. Brasil: Gustavo Gilli, 2014. 656 p. RESUMO - O Iluminismo - Pensadores e características. Disponível em: <https://www.sohistoria.com.br/resumos/iluminismo.php>. Acesso em: 08 jun. 2019. RIBEIRO, Maíra Casemiro. Caminhos Azuis para São Paulo. 2017. 102 f. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Unesp, Bauru, 2017. ROMERO, Marta Adriana Bustos. Princípios Bioclimáticos para o Desenho Urbano. Copymarket.com, 2000. SILVA, Elmo Rodrigues da; SCHRAMM, Fermin Roland. A questão ecológica: entre a ciência e a ideologia/ utopia de uma época. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p.355-382, 1997. Trimestral. STEFFEN, W., BROADGATE, W., DEUTSCH, L., GAFFNEY, O. & LUDWING, C. The trajectory of the Anthropocene: The Great Acceleration. The Anthropocene Review 2: 81-98, (2015) VASCONCELLOS, Andréa Araújo de. Infraestrutura verde aplicada ao planejamento da ocupação urbana. Curitiba: Appris, 2015.

CAPÍTULO 5 ECOSSÊNCIA - LOTEAMENTO ECOLÓGICO | 103


Repense a necessidade da impressão, utilize o QR-CODE abaixo para acessar o caderno online:

CAPÍTULO 5

A impressão deste caderno em folha sulite ocasionou em um custo de*:

104 | TFG - ARQUITETURA E URBANISMO 2019

* Calculo realizado em https://www.docusign.com.br/esign/Calculadora-Papel


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.