JG NEWS, OUTUBRO DE 2014
ANO XVIII - EDIÇÃO 193 - OUTUBRO DE 2014
Maestro Israel Menezes Galeria dos Imortais Kleiton Ramil Paulo Matricó Gustavo Galo Socorro Lira Uxia Cláudia Leite Roberto Carlos Marjorie Estiano Banda Malta Elton John Paul McCartney Rolling Stones
Artista Associado Sbacem Ademir Fogaça e o novo cavaco da Rozini
Comentários
Entrevistas
Lançamentos
Instrumentos Musicais & Acessórios
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SBACEM / CENTENÁRIO
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A Criação e a Sabedoria! O intrínseco na obra da criação envolve a volúpia do autor, compositor em se dirigir de forma harmônica aos pedestais no panteon do criador. São estrelas, flechas, cometas, raios e trovões no plano da velocidade da luz ou, quem sabe ainda, noutras dimensões comunicativas entre estes com capacidade de elevar o ser criador nas complexas relações da criação. Ora! Neste universo de bilhões de seres, nas diversas formas que envolvem a criação, apenas alguns são distintos e mais raros ainda são aqueles distintos e adentram para fazerem parte do tabernáculo do Mestre. Existe ainda, nessa relação aqueles mais distintos que fazem parte à mesa, dos clãs. Seres com a sabedoria superior emanada do encontro entre Deus e o homem. Uma centelha, bilionésimo de segundo, são diferenciados de nosso tempo mas, neste encontro representa uma vida diante da sabedoria. É claro, aceitem ou não essas passagens, se são verdadeiras ou não, não há como provar, são metafísicas, mas elas estão aí. São o crivo da vida. Surge daí o Compositor, Poeta e Filósofo Lupicínio Rodrigues, meu pai. Nasceu em 16 de setembro de 1914, no Bairro da Ilhota em Porto Alegre, cidade que tanto amou e cultuou. Filho de Seu Francisco e Dona Abegail Alvernes Rodrigues, teve 21 irmãos. "Lupi", como era carinhosamente chamado na família e entre amigos foi o primogênito da prole. Com seu jeito manso, calmo, terno, inspirado e observador detinha poderes ao compor, poder, empíricos de penetrar na "alma do ser", quando este estava agonizando pelo amor, envolto pela paixão e no sentimento. Sabia identificar nas "células microssômicas do ser", aquela ou aquelas que estavam dilaceradas, atingidas quase fulminadas, com danos irreparáveis no amor. E assim, como um "cirurgião cósmico", dissecava-as no ato do sentimento, envolto na dor e sofrimento do amor. "Observador inspirado", expunha a alma diante da "dor", dor que lhe valeu o título de "rei da dor de cotovelo", numa forma fácil, simples, independente, contendo conhecimento da verdade sobre o indivíduo sofrido, agonizante, amputado do seu amor, construía sua obra autoral, com profunda causa e raiz filosófica. Compôs um vergalhão em "versos que estão gravados na história", a partir da MPB, uma obra que em sua totalidade tem "luz, dimensão e propositura";
Lupicínio Rodrigues Filho autor Sbacem
é capaz de se recarregar nas vestes, no corpo, nas lágrimas, no sorriso, na felicidade, na saudade e nas vitórias. Por quê? É uma obra completa e sai própria de sua criação a visitar, navegar, voar pelo mundo. Sabe onde? No território da alma humana. "Lupi", nunca tocou instrumento musical. Seu instrumento era um o "corpo da dor e o amor", executado ao som de uma da batucada numa "caixa de fósforos". Compôs todos os gêneros musicais, marchas de carnaval, sambas, guarânias, valsas, hinos, músicas gauchescas, e está gizado entre os dez maiores compositores da Música Popular Brasileira. E, sobre tudo isto, soube receber o respaldo da Família, irmãos, irmãs e, de uma forma muito especial de minha mãe Dona Cerenita Quevedo Rodrigues. Foi a Mãe quem soube ser a musa, a esposa amiga e companheira em trinta anos de casados, e o poeta revelou em seus dez anos de casados afirmativas atemporais: "... dez anos estas a meu lado, dez anos vivemos brigando, mas quando eu chego cansado seus braços estão me esperando, este é o exemplo que damos aos jovens recém-namorados que é melhor se brigar juntos do que chorar separados"(Música Exemplo), eternos, amados e sempre apaixonados. O Pai construiu um legado: com esteio no sentimento, a razão, a dor do amor e foi conduzido, "calmo, sereno, terno", como era seu jeito, para a morada dos geniais, onde só os gênios habitam, se comunicam entre si do campo da imaterialidade para a imortalidade. Lupicínio Rodrigues Filho.
Patrícia Rodrigues
MATÉRIA DE CAPA
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Lupicínio Rodrigues, o "poeta das canções de dor-de-cotovelo"
Lupicínio é autor de diversos clássicos da Música Popular Brasileira. Considerado o pai do samba-canção, figura na galeria dos grandes compositores brasileiros. Compositor desde os 14 anos de idade, Lupicínio só conheceu o sucesso na década de 1930, quando uma de suas composições chegou ao Rio de Janeiro, onde o rádio era o maior veículo de comunicação da época e vivia o glamour e o sucesso dos cantores de rádio. Através da voz de Cyro Monteiro, a composição "Se acaso você chegasse" tornouse o primeiro sucesso nacional de Lupicínio Rodrigues e um clássico da história do nosso samba. Foi gravado inúmeras vezes por cantores como Risadinha, João Donato, Zilah Fonseca e Roberto Silva. Em 1960, foi
Lupicínio e seu filho
levado novamente ao disco por Elza Soares e tornou-se o primeiro grande sucesso da cantora. Nascido no bairro da Ilhota, em Porto Alegre, aos 12 anos, Lupicínio costumava fugir de casa para participar de rodas de música. Em 1928, aos 14 anos, compôs sua primeira música: a marcha "Carnaval", que não chegou a ser gravada. Três anos depois, a marcha foi a vencedora de um concurso de músicas carnavalescas no Rio Grande do Sul. Em 1935, escreveu com Alcides Gonçalves a música "Triste história". A composição ficou em primeiro lugar em um concurso realizado em Porto Alegre durante as comemorações do Centenário da Revolução Farroupilha. A música foi gravada em 1936, na RCA Victor, por Alcides Gonçalves. Antes das músicas de Lupicínio Rodrigues serem tocadas no Rio de Janeiro, o compositor já tinha sido visto e notado por Francisco Alves, quando o cantor excursionou a Porto Alegre, com os "Ases do Samba", em 1932. Mas a primeira música de Lupicínio a ser gravada pelo "Rei da Voz" foi o samba "Nervos de aço", em 1947. No ano seguinte, Francisco Alves repetiu o êxito com a gravação do samba-canção "Quem há de dizer". Segundo Lupicínio, suas músicas eram sempre inspiradas
em coisas reais. Um exemplo é a composição "Felicidade", escrita na época em que ele ainda era cabo do Exército, em Santa Maria. Lupicínio estava longe da família e sentia muita saudade. A música foi levada ao disco pela primeira vez em 1947 pelo Quarteto Quitandinha e tornou-se mais um dos clássicos da Música Popular Brasileira. Foi regravada diversas vezes. Uma das grandes alegrias de Lupicínio foi ter a composição gravada por Caetano Velloso, em 1974. Outra composição famosa de Lupicínio é o sambacanção "Vingança", escrito em 1951. Na época, havia uma polêmica entre Herivelto Martins e Dalva de Oliveira e "Vingança" acabou sendo incluída pelo público na disputa. A música foi gravada pelo "Trio de Ouro", mas o
grande sucesso foi alcançado na voz de Linda Baptista. Uma terceira gravação foi feita na Argentina por Alberto Marino e Orquestra Típica, em 1953, quando a composição recebeu uma versão castelhana, escrita por Augusto Roa Bustos. As músicas que mais rendeLupicínio, Vinícius de Moraes, Túlio Piva, Dorival Caymmi, Demosthenes Gonzales e Alcides Gonçalves
MATÉRIA DE CAPA
JG NEWS, OUTUBRO DE 2014 Lupícínio e Alcides Gonçalves
ram e que ficaram por muito tempo na boca do povo, segundo contou Lupicínio ao jornal Última Hora, em março de 1956, foram: "Brasa", com Orlando Silva; "Nervos de aço", "Quem há de dizer" e "Maria Rosa", com Francisco Alves; "Vingança", com Linda
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Batista e "Nunca", com Dircinha Batista. Lupicínio é autor também dos sucessos "Aves daninhas", "Cadeira vazia", "Esses moços" e "Volta", além do Hino Oficial do Grêmio. Em 1952, faleceu o cantor Francisco Alves, até então o
maior intérprete de Lupicínio. Porém, esta cadeira não ficaria vazia por muito tempo.
O destino aproximou o compositor do grande intérprete de sambas-enredo Jamelão,
MATÉRIA DE CAPA na época cantor contratado da Rádio Tupi. Por mais que a crítica duvidasse que uma composição de Lupicínio pudesse ser cantada com sucesso por Jamelão, o que ocorreu foi o contrário: nasceu a grande parceria Lupicínio/ Jamelão, cujo primeiro de muitos sucessos foi o samba-canção "Ela disse-me assim", gravado em 1959. Na década de 1960, Lupicínio Rodrigues teve algumas composições inéditas gravadas por Jamelão. O cantor e também outros artistas regravaram os grandes sucessos de Lupicínio. Em 1969, a canção "Primavera", de Lupicínio, interpretada por Isaurinha Garcia, ficou entre as 10 finalistas do V Festival da Record. No início dos anos 70, cantores como Gal Costa, João Gilberto, entre ou-
JG NEWS, OUTUBRO DE 2014 tros, ajudaram a manter viva a obra de Lupicínio Rodrigues, gravando diversas composições do autor. Em 1973, Lupicínio gravou seu último disco, "Dor-de-cotovelo", com treze canções de sua autoria. Foi um agradecimento e uma despedida. Terça-feira, 27 de agosto de 1974. Morria Lupicínio Rodrigues. Conforme ele mesmo disse a um amigo sobre o motivo de sua internação alguns dias antes: "Foi o coração. Amou demais". Os fãs de Lupicínio acompanharam o enterro cantando o samba "Se acaso você chegasse", acompanhados de violão e flauta, atendendo ao último pedido do compositor: "Não quero ninguém chorando no meu enterro. Quero todo mundo cantando "Se acaso você chegasse".
Acima: Lupicínio e Evaldo Roque. Ao lado: Lupicínio em gravação de seu disco.
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JG NEWS, OUTUBRO DE 2014 LANÇAMENT0 LITERÁRIO
Elias Nogueira eliassnogueira@gmail.com
"Histórias Secretas do Rock Brasileiro" em livro! Autor de livros emblemáticos desvenda o underground do rock nacional dos anos 1960/70 No livro "Histórias Secretas do Rock Brasileiro" o autor Nélio Rodrigues desvenda as aventuras de conjuntos (assim chamados na época) como A Bolha, O Terço, Equipe Mercado, Som Beat, Analfabitles, dentre outros em destaque no livro. As histórias ajudam a traçar um pequeno e valioso painel do cultuado, mas que ficou quase esquecido, rock underground brasileiro dos anos 1960 e 1970, quando vingou, com valentia, à sombra da repressão política e social e à custa da indiferença do grande público, da grande imprensa e até mesmo das gravadoras. Com sua verve idealista aflorada, essas bandas encararam a censura, o preconceito, as limitações do mercado, a precariedade dos instrumentos e a infraestrutura indigente para romper com as tradições e o conservadorismo de nossa cultura musical. Ao evoluir dos bailes (nos clubes) para os concertos de rock (nos teatros e ginásios) e dos covers para as composições próprias, acabaram dando ao rock uma linguagem peculiar, única e brasileira. ”Histórias Secretas do Rock Brasileiro” - Apresentação de Guerra e posfácio de Leo Jaime, Editora: Grupo 5W, 352 páginas e valor estimado em R$59,90. Nélio Rodrigues é autor dos livros Os Rolling Stones no Brasil (2000); Sexo, Drogas e Rolling Stones (2006), este
em coautoria com o jornalista José Emílio Rondeau, e Histórias Perdidas do Rock Brasileiro, Vol. 1 (2009). Também assina texto no livro The Rolling Stones: Discografia Portuguesa A 45 RPM, editado em Portugal, em 2011, além de ter assinado uma coluna sobre o rock brasileiro na revista especializada Poeira Zine. Ultimamente, tem atuado na viabilização de projetos para lançamentos da Groovie Records, de Portugal. Como foi que pintou a ideia de traçar o perfil underground dos primórdios do Rock Brasil? A ideia de escrever sobre bandas esquecidas veio exatamente pelo fato de eu, embora tenha visto algumas ao vivo ou pela TV, nunca encontrar nada a respeito delas em livros ou mesmo em reles documentários que fizeram sobre o nosso rock e nossa rica cultura musical. Não há nada sobre elas, e isso é impressionante! É como se elas nunca tivessem existido - ignorar essa parte de nossa cultura roqueira é ignorar parte da história, é deixá-la de fora de nossa memória coletiva. Algumas dessas bandas fizeram trabalhos que merecem atenção e reconhecimento como: Karma, Módulo 1000, Os Lobos, A Bolha, Equipe Mercado etc, que além de terem conquistado seu espaço, contribuíram para o desenvolvimento da cultura roqueira no Brasil. São os nossos bravos guerreiros do rock. Então, por que não colocar isso em
livro, não trazer à tona esse pedaço de história que tão poucos conhecem e que faz parte da evolução rock e do pop brasileiro? Foi difícil colocar tudo num só livro? Você chegou a conversar com alguns membros das bandas citadas? - Levei mais de 10 anos pesquisando e escrevendo sobre o assunto, entrevistando numerosos protagonistas, visitando bibliotecas e acervos pessoais, ouvindo discos, vendo vídeos e tudo mais que ajudasse a desvendar esse cenário do rock underground brasileiro. Na verdade, reuni muito mais histórias do que as que incluí no livro, à pedido da editora. Eles não queriam acabar com um produto mais caro, por isso. Nélio Rodrigues teve outros livros lançados? - Sim, eu também escrevi dois livros sobre os Rolling Stones. O primeiro deles chama-se "Os Rolling Stones No Brasil: Do Descobrimento à Conquista" e o segundo "Sexo, Drogas e Rolling Stones", que escrevi com meu amigo José Emílio Rondeau.
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MAESTRO ISRAEL MENEZES Prezados leitores, nesta edição a coluna MMN traz para vocês um pouco de música Erudita. Vamos falar sobre a carreira e o trabalho do Maestro Israel Menezes, regente da Orquestra Rio Camerata. Israel é natural do Rio de Janeiro e iniciou seus estudos de formação musical logo cedo, no Conservatório Brasileiro de Música, na Pró-Arte e na Casa do Estudante do Brasil, onde fez seu primeiro curso de Regência Sinfônica, em 1974. Depois ingressou na Escola de Música da UFRJ, no curso de graduação em Composição e Regência. Concluiu o curso diplomando-se em dezembro de 1980. Em 1989, obteve da UFRJ o diploma de Mestrado, teve como professores de Regência: Carlos Eduardo Prates, Cleofe Person de Mattos, Lutero Rodrigues e Roberto Duarte, de quem foi assistente na Orquestra de
Câmara de Niterói, de 1979 até 1986. No exterior, especificamente na Inglaterra, teve como professores de regência em cursos de aperfeiçoamento, os maestros Noel Long e Andrew Charity, na Ernst Read Music Association. Por duas ocasiões, Israel foi classificado por concurso público, para o cargo de professor-substituto de Prática de Orquestra e Percepção Musical da Escola de Música da UFRJ. Ainda em 1986, Israel fundou a Orquestra Rio Camerata (www.orc.art.br), da qual é Regente titular e Diretor Artístico. Também regeu a Orquestra do Teatro de Ópera do Cairo-Egito; Orquestra Ensemble Sto Benno de Munique-Alemanha; Orquestra Sinfônica do Festival Internacional de Surrey-Inglaterra, onde ao lado de 21 Regentes de várias nacionalidades foi considerado como melhor Regente e convidado para a performance final do festival, em dezembro de 2001, com Orquestra e Coro Filarmônico da Armênia no Aram
Khatchaturian Concert Hall, em Yerevan. Em 2002, Fundou, a Orquestra de Câmara do Colégio São Vicente de Paulo em Niterói. Israel tem atuado como Regente convidado em diversas orquestras no Brasil e no exterior, produzindo obras em primeira audição mundial, onde leva programas inteiros de compositores brasileiros para orquestras estrangeiras. Em maio de 2002, foi eleito membro titular da Academia Nacional de Música ocupando a cadeira nº 80 e em julho deste mesmo ano, regeu na "Madeleine" de Paris, com imenso sucesso de público e crítica, o Coro e Orquestra franceses "Wolf-
gang - Amadeus", no "Réquiem" de Mozart. Em maio de 2003, fez parte como único integrante sul-americano do Júri Internacional de Jeunesses Musicales em Bucareste-Romênia. Em 2004, fundou a Orquestra de Câmara da Faetec. e em março de 2005 regeu a Orquestra UWS Chamber strings da Universidade de Wisconsin. Em Março de 2007, regeu a Orquestra Enescu Ensemble no Krannert Center for The Performing Arts e recebeu elogios excelentes da crítica em Illinois-EUA. Para contatos com o Maestro Israel Menezes, entre no Site: www.israelmenezes.com
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LANÇAMENT0S FONOGRÁFICOS
GUIDI VIEIRA Ex Roqueira da banda Pic Nic agora parte para a MPB com disco solo.
GUIDI VIEIRA TEMPEROS INDEPENDENTE
Guidi Vieira lança ‘Temperos”, seu primeiro disco solo. A mistura de MPB, samba e choro agradou em cheio. Guidi coloca nas prateleiras um excelente produto que chegou ao mercado pelo sistema crowdfunding, ou seja, com a colaboração de seus fãs e amigos. Dez faixas de muito bom gosto e muito requinte. Vale a pena conferir!!!
WAL HEI CONTEMPLAÇÃO CIGANA MESTRE DOS MARES
MR. ARMENG MR. ARMENG SONY MUSIC
BOM DE OUVIR MIMI ROCHA MESTRE DOS MARES
ARLINDO NETO AO VIVO SONY MUSIC
HERLON ROBSON SAMPLER NO PÉ MESTRE DOS MARES
PAULO CÉSAR BARUK GRAÇA SONY MUSIC GOSPEL
MINISTÉRIO UNÇÃO DE DEUS CONFIA MK MUSIC
JUNTOS NA ORAÇÃO COLETÂNEA MK MUSIC
ELAINE DE JESUS MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA SONY MUSIC
HELOÍSA ROSA AO VIVO ALIANÇA
ASSEMBLÉIA DE DEUS INCOMPARÁVEL MK MUSIC
LUCAS LUCCO AO VIVO EM PATROCÍNIO SONY MUSIC
ELAINE DE JESUS MANIFESTAÇÃO DA GLÓRIA SONY MUSIC
LANÇAMENTO INSTRUMENTAL
JG NEWS, OUTUBRO DE 2014 Antonio Braga-Editor
O Cavaco invocado de Ademir Fogaça O paulistano Ademir Fogaça nasceu em Vila Basilândia. Músico, compositor e intérprete, tem mais de trezentas músicas gravadas com artistas como Belo, Leci Brandão, Exaltasamba, Turma do Pagode, Samprazer, Royce do Cavaco, Molejo, Sorriso Maroto, entre outros. Dentres esses sucessos, podemos destacar: “Dere” - nada mais, nada menos que o maior sucesso do cantor Belo; “Nani” , com o Arte Popular; e “Onde mora o pagode”, “Essa é a hora” e “Toda nua”, com Exaltasamba. Além desse sucesso todo como autor, seu lado instrumentista foi homenageado pela fábrica de instrumentos Rozini com um Cavaquinho Assinado, o Cavaco Rozini Rc13atnf Ademir Fogaça Ativo C/ Afinador 5790. Em entrevista exclusiva, Fogaça conta um pouco da sua caminhada rumo ao sucesso: Quando você começou a tocar cavaquinho? Que eu me lembre, foi por volta de 1992, quando resolvi fazer um curso de três meses num conservatório de música. Não foi o suficiente para me considerar um bom músico, isso aconteceu com a prática, frequentando as rodas de samba da zona norte de São Paulo. Aproveitei a teoria do conservatório e fui a busca de mais informação, em discos, revistas, nos palcos mundo afora. Depois, há uns cinco anos, voltei a estudar para escrever partituras na Clave de Sol. Sabemos que você é um compositor de mão cheia. O instrumento ajuda a compor? Melhora a composição? Compor é uma vocação, um dom. Não tenho dúvida de que o instrumento ajuda na criação, porém nem todo compositor é necessariamente um instrumentista. Tem gente que não toca nenhum instrumento e faz melodias lindíssimas e/ou letras maravilhosas. No meu caso, tocar um instrumento é um algo a mais e me ajuda sim. Como foi a sua aproximação com a fábrica de instrumentos Rozini? Foi por acaso. Eu tocava Banjo num projeto aos domingos e o meu instrumento deu problema. O pessoal da loja onde eu havia comprado o instrumento entrou em contato com o Zé Roberto, da Rozini, e assim começou nossa amizade e parceria. Depois que você teve um cavaquinho assinado com seu nome, o que mudou na sua vida? Mudou muita coisa, principalmente na minha carreira. É um reconhecimento de um trabalho feito com muito apreço e muita cautela. São anos de minha vida dedicados à música, ao instrumento. Lembro-me de como foi difícil comprar meu primeiro cavaquinho de qualidade. Lembro-me das dificuldades quando iniciante e agradeço a Deus a oportunidade de me capacitar. Você lançou um Livro, um DVD e um CD. Fale um pouco sobre esses lançamentos e da importância que isso teve na sua vida. Toquei no Grupo Gamação durante 10 anos, onde gravei quatro CDs. Em 2009 saí do Gamação e gravei um CD /DVD autoral, para registrar minhas obras. Esse projeto contou com participações especiais que me emocionaram muito, como a Turma do Pagode, Rappin Hood, Leandro Lehart, Rodriguinho, Grupo Sem Compromisso dentre outros. Dois anos depois lancei um livro intitulado "O Samba Nosso De Cada Dia", que teve uma excelente aceitação no mercado musical. E o quê vem por aí? Tenho um projeto num bar, na Vila Olimpia (SP), aos domingos, onde já estou há três anos e meio sempre com casa cheia e muito sucesso. Também estou concorrendo na disputa do samba enredo da Sociedade Carnavalesca Rosas de Ouro (SP), para o Carnaval de 2015. E muita composição está para vir à tona ainda este ano.
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LANÇAMENTOS FONOGRÁFICOS
ANTONIO BRAGA TRILHAS, TEMAS, EFEITOS... MESTRE DOS MARES
MARIENE DE CASTRO COLHEITA UNIVERSAL MUSIC
IVETE SANGALO 20 ANOS UNIVERSAL MUSIC
AMERICAN AUTHORS OH, WHAT A LIFE UNIVERSAL MUSIC
SAMBA SOCIAL CLUBE A MAIOR RODA DE SAMBA UNIVERSAL MUSIC
ROUPA NOVA EP INDEPENDENTE
CANÇÃO DO CÉU CANÇÃO DO CÉU SONY MUSIC GOSPEL
LUCIANA COLÓ O MAR E SEU SOL INDEPENDENTE
Márcio Paschoal COMENTÁRIOS DE MÁRCIO PASCHOAL
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paschoal3@gmail.com
Amazônia, Pajeú, Pauliceia e Porto - vasto Brasil musical CD "Amazônia, entre águas e desertos" - Socorro Lira A Amazônia não poderia estar em melhor companhia, revisitada pelo talento nordestino direto dos sertões do Brejo da Cruz. Uma delícia o novo trabalho da cantora e compositora paraibana Socorro Lira, o CD "Amazônia, entre águas e desertos", com destaque para o belo projeto gráfico e a capa de Elifas Andreato. Do início ao fim, 14 faixas que mostram o melhor do cancioneiro daquela região. Batuque, marabaixo, reggae, carimbó e valsa, tudo equilibrado e bem sonante. Tem a dança com os guerreiros do waiãpi, com letra de Joãozinho Gomes e o bolero autoral sobre os mistérios do desejo (flauta certeira de Enrique Menezes). Waldemar Henrique não poderia faltar em dois recortes mágicos, no "Uirapuru" do caboclinho falador, e no clássico "Tambatajá". Não é fácil interpretar esta última. Inicialmente trazida á tona por Fafá, teve com a paraense Andrea Pinheiro seu melhor momento. Socorro dá bem conta do recado, acompanhada por Jorge Ribbas. A saga da floresta, um alerta sob a forma de ponteio de Vital Farias, numa das melhores faixas. O reggae lento de "Porque é da natureza"(Cátia de França e Abel Silva) e a canção sobre texto de José Eduardo Agualusa, num cafuné da nega Xixiquinha, vindo das bandas angolanas, agradam em cheio. A genial "Gaia", de Nilson Chaves com letra de Eliakin Rufino, está perfeita (...o rio vê, o vento sente, a chuva chora,o raio lê, o peixe sonha, a rosa dança, tudo é o mesmo ser...). Encerramos com o carimbó festivogastronômico, regado a tucupi, jambu e camarão, do "Tacacá", de Luiz Gonzaga e Lourival Passos. Ponto de luz em sua carreira, um dos melhores trabalhos, sem dúvida, de Socorro.
CD "ASA" - Gustavo Galo Egresso do fértil grupo da Trupe do Chá de Boldo, jovens músicos da cena vanguardista (com o que isso possa melhor traduzir), o compositor e intérprete Gustavo Galo vem com seu cd-solo ASA, misturando baladas com bons arranjos e aliadas a uma poesia calcada nas letras irônicas e bemhumoradas. O deboche prevalece, mas lidando com o viés da crítica social. O disco tem a produção de Tatá Aeroplano e Gustavo Ruiz e conta com a presença de convidados especiais, como Ava Rocha, em "Asa" (Galo e Arruda), Lucinha Turnbull, em "Um Garoto" (Galo), Mauricio Pereira e Alzira Espíndola, em "Tomara" (Galo e Arruda), e o próprio Tatá Aeroplano em "Só" (Peri Pane e Arruda). Destaque para releitura de Walter Franco (Eu te amei como pude).Vale conferir.
CD "Lavradores" - Paulo Matricó O cantor e compositor Paulo Matricó, filho de peixe bom (seu Albino Pereira), cantador de cepa banhada nos repentes de Louro e Zé Catota, lança o nono álbum de sua carreira, o cd "Lavradores". De certa maneira, um tributo aos camponeses, aradores do vale do Pajeú. O que mais me agrada em Matricó é sua fidelidade às raízes e sua pegada forrozeira. Desde o emblemático disco de estreia, o acústico "Outro verso" (canções como "Pau de atiradeira" e "Moenda"), o artista vem mantendo seu estilo pé de serra verdadeiro. Neste disco, algumas faixas de destaque, como "Terra molhada"(clássico de Anchieta Dali), "Grande poder "(Mestre Verdelinho),"Na Roça"
(já gravada no referido Outro verso, acrescida agora de participação de Sevy Nascimento) e o lamento "Prece ao por do sol", dele e Evaldo Cavalcanti. Com direção musical e arranjos do parceiro Anchieta Dali, e contando com músicos como Beto do Bandolim, Luizinho, sanfona, Jirimum de Olinda, percussão e João Neto, viola de doze e guitarra, Paulo Matricó reafirma sua importância no cenário da nossa melhor música regional.
CD "O Sul em cima" - Kleiton Ramil Criado para a divulgação de artistas do sul do país (notadamente da cena portoalegrense), o programa de rádio "O Sul em Cima", sob o comando de Kleiton Ramil, celebra quatro anos de existência efetiva e produtiva, com o cd homônimo. Nesta coletânea a heterogeneidade é tônica, como na maioria das produções desse tipo. Destaque para "Estrela Guria"(melhor do disco), do violonista ex-Almôndegas Pery Souza; a "Milonga para los Perros" do Projeto CComa, mesclando instrumental jazzístico-eletrônico (trompete e percussão) interessante; "Por aí" , com Pedro Veríssimo (filho do Luís Fernando) que merecia melhor gravação; a original performance da cantora Gloria Oliveira em "Berlim Bom Fim"; e a dupla Lindsay e Isaac, na autoral "Awakening". Vida longa ao programa de Kleiton, sempre bem-vindo na oferta, tão rara hoje em dia, de proporcionar visibilidade a artistas afastados das obviedades da mídia.
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Viviane Marins
DEU NA INTERNET....
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Fotos do Túnel do Tempo
Bituca e Zunga, respectivamente, Milton Nascimento e Roberto Carlos.
Anitta recebe Disco de Ouro e DVD de Platina, e consegue mais de três milhões de visualizações de seu último clipe na internet. A artista recebeu das mãos do presidente da Warner Music, Sergio Affonso, o Disco de Ouro pelas 40 mil cópias de "Ritmo Perfeito", lançado no início de junho. o CD inclui sucessos como "Blá Blá Blá" e a atual música de trabalho da cantora, "Na Batida". O single também está presente no DVD "Meu Lugar", lançado junto com o CD, e que foi certificado com o DVD de Platina. Na foto além da artista e o presidente da Warner, também os produtores Mãozinha e Umberto Tavares.
Led Zeppelin, Robert Plant e Jimmy Page com a Craviola Giannini. Sonzão que emociona até hoje.
Pixinguinha em momento de descanso.
Elias Nogueira, Adriana Calcanhoto, Lupicínio Rodrigues Filho e Elza Soares, bastidores do show em homenagem ao grande compositor Lupicínio Rodrigues, no Teatro Rival/RJ.
Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda lançam clipe https://www.youtube.com/ watch?v=cGGRicNoODY O primeiro videoclipe oficial do Projeto Bossa Negra foi gravado em uma madrugada de maio no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Mais de cinco mil visualizações no YouTube aconteceram em apenas dois dias. Bossa Negra é o encontro de dois dos maiores expoentes da nova geração da música brasileira, o cantor Diogo Nogueira e o instrumentista Hamilton de Holanda, que transitam no samba, choro e jazz. O novo disco da dupla, além de músicas inéditas, também conta com releituras de grandes sucessos de Ary Barroso, João Nogueira e Paulo César Pinheiro. Uma das canções inéditas, "Brasil de Hoje", composta em parceria com Arlindo Cruz, foi criada durante uma conversa do trio pelo aplicativo WhatsApp.
DEU NA INTERNET...
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Corciolli, compositor, produtor e tecladista, completando 21 anos de carreira, com 32 álbuns autorais e cerca de 2 milhões de CDs vendidos, é considerado uma referência no mercado fonográfico independente. Sem o apoio de uma grande gravadora e da mídia em geral, seu trabalho alcançou notoriedade através de uma extensa divulgação boca-a-boca entre os fãs e apreciadores do gênero new age. Sua música - em grande parte instrumental - é aclamada em vários países, conferindo ao músico, reconhecimento entre os grandes nomes do gênero. Corciolli vem participando de coletâneas internacionais ao lado de artistas como Hans Zim-
mer, Vangelis, Sarah Brigthman, Enigma, Secret Garden, Diana Krall e Luciano Pavarotti. Há alguns anos, começou a compor trilhas sonoras para cinema, o que naturalmente agregou novas sonoridades ao seu trabalho autoral. Enquanto finaliza seu novo álbum INFINITO, o tecladista fez uma série de 7 apresentações - solo e em duo com o violinista Leonardo Padovani - por ocasião da 31ª EXPOMUSIC, feira internacional de instrumentos musicais, aliás a maior feira desse segmento na América Latina, que aconteceu de 17 a 21 de setembro no ExpoCenter Norte, em São Paulo. Vale conferir o CD de Corciolli que logo estará disponível nas prateleiras.
McCartney e Stones de volta ao Brasil... Paul McCartney e Rolling Stones passarão pelo Brasil em novembro e março, respectivamente. Paul fará turnê de "Out There! Tour", na qual toca cerca de 40 músicas. O repertório é formado por canções de seu álbum mais recente, "New", lançado em outubro do ano passado e também hits dos Beatles, Wings e outros de sua carreira solo. Sua última passagem pelo país foi em 2013, quando tocaram em Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO) e Fortaleza (CE). Os Rolling Stones ausentes das terras tupiniquins desde 2006, quando tocou na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), retornarão em 2015 com a turnê "14 On Fire", que apresenta 19 músicas. A maioria do repertório é formada por clássicos dos anos 60 e 70.
Paul McCartney divulga bastidores de "Early Days" https://www.youtube.com/ watch?v=VJWQi-j3-JM Em julho, o britânico Paul McCartney lançou o videoclipe oficial da música "Early Days" no YouTube, mas foi somente agora que o cantor divulgou o vídeo com os bastidores da produção. O registro de 29 minutos mostra Paul tocando violão ao lado do ator norteamericano Johnny Depp e outros músicos de blues. Apesar de estarem lá para gravar o clipe de "Early Days", a pequena apresentação dos músicos, registrada no vídeo dos bastidores, foi totalmente espontânea. De acordo com Paul, um 'making of' oficial de "Early Days" será disponibilizado no fim do ano para uma edição especial de seu disco mais recente, "New".
Alberto Guimarães
CORRESPONDENTE PORTUGAL
JG NEWS, OUTUBRO DE 2014
UXIA: UM CANTO DA GALIZA Na costa ocidental da Europa, no noroeste da Península Ibérica, a norte de Portugal e do Rio Minho, situa-se a Galiza, atualmente uma Comunidade Autônoma da Espanha. A Galiza é formada por quatro províncias: A Corunha, Lugo, Ourense e Pontevedra e tem como capital Santiago de Compostela. Alguns historiadores sugerem que ali se instalaram os celtas a quem se atribui muito do código genético do povo galego. Na Galiza falase atualmente o Castelhano e o Galego. O Galego é ali reconhecido como língua própria e tem com o Português um tronco comum, o Galaico-Português. A independência portuguesa no século XII propiciou a evolução distinta como línguas para o Português e o Galego. Mas traços comuns das identidades linguísticas e culturais da Galiza e de Portugal se mantiveram e depois se estenderam a outros territórios, sendo um deles o Brasil. A ligação entre a Galiza e o Brasil reforçou-se a partir do século XIX com a chegada aos portos brasileiros de inúmeros imigrantes galegos. Serve esta introdução para apresentarmos a cantora e compositora Uxia, um dos mais importantes nomes da música e da cultura da Galiza, de onde é natural. Uxia começou jovem a sua carreira musical, tendo ganho o Festival de Bergantiños em 1985. No ano seguinte, influenciada pelo despertar da poesia galega na música popular, gravou "Foliada de Marzo", o seu primeiro disco. Em 1986 integrou-se no grupo Na Lúa, coletivo que
muito contribuiu para o resgate e renovação da música tradicional galega. Com os Na Lúa, Uxia gravou dois discos e em 1991, deixou o grupo e gravou a solo o álbum "Entre cidades". Em 1995, Uxia lançou, com produção do português Júlio Pereira, "Estou vivindo no ceo", disco que assegurou a Uxia o definitivo reconhecimento internacional. Muitos outros discos se seguiram, muita foi a sua colaboração com outros músicos com quem dividiu palcos, para quem compôs ou produziu gravações. O fervilhante panorama músical galego tem sempre em Uxia uma referência de qualidade nas suas composições, no canto da sua bela voz, em todo o seu trabalho artístico. Ativa animadora cultural, Uxía coordena e produz projetos artísticos coletivos, como o Festival Internacional da Lusofonia Cantos na Maré, que volvidas já dez edições, é uma instituição firmada, com todo um trabalho que junta em palco na Galiza cantores e músicos de todo o mundo da lusofonia. Em 2011, Uxia esteve no Brasil onde, nos estúdios da Biscoito Fino gravou o CD "Meu Canto", com arranjos do violonista brasileiro, radicado na Galiza, Sérgio Tannus e direção musical de Jaime Alem, além das colaborações de músicos como Fred Martins, Lenine e Socorro Lira. O disco fez-se sobre o encontro da música galega com a música brasileira e portuguesa, juntando na voz
de Uxia, acordes e palavras de Cartola a uma música do português Zeca Afonso, ou celebrando a missão musical de Uxia num samba de João Nogueira e Paulo César Pinheiro. Em 2012, "Meu Canto" foi apresentado no Brasil com um bem-sucedido show na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro, mas Uxia já esteve noutros palcos brasileiros, designadamente no Encontro com a Espanha, em Niterói. No encarte de "Meu Canto", escreveu Jaime Alem: "Uxia tem o segredo do canto e segredos são para serem revelados". Uxia esteve recentemente no Porto para uma atuação com o cantor e compositor brasileiro Fred Martins, agora também a residir como a cantora, em Santiago de Compostela. Fred Martins, com sólida carreira no Brasil (foi já gravado por Zelia Duncan e Ney Matogrosso), será um bom assunto para trazermos aqui, o que tentaremos em breve. Para já, vamos dar conta da conversa que JG
NEWS teve com Uxia. Como canta Caetano Veloso "Minha pátria é minha língua". Fala Uxia: "Há muitos pontos em comum, além da língua, entre a Galiza e o Brasil. Na cultura do nordeste do Brasil, sobretudo nos textos populares antigos , encontram-se similitudes, quadras que são iguais. Isso mostra-se por exemplo na Folia de Reis. No que respeita à emigração galega para o Brasil, há um livro chamado República dos Sonhos, de Nelida Piñon, escritora brasileira filha de galegos, que a aborda de uma forma muito bonita e significativa". No seu caso particular, a forte ligação de Uxia ao Brasil começa em Niterói: "Há alguns anos eu cantei num festival muito interessante chamado Encontros com Espanha, que decorreu em Niterói. Ficou uma conexão forte entre os artistas galegos que foram ao festival e os músicos do Brasil. Fiquei fascinada com a cidade e com o seu ambiente musical e sempre volto lá. Um músico brasileiro que toca comigo, o Sérgio Tannus, é de Niterói. Ele fez um disco na Galiza chamado "Son Brasilego". De Niterói, também conheci depois o Marcelo Martins e o Fred Martins. Em seguida, claro, fui conhecendo outros artistas, como a Socorro Lira e o Chico Cesar, que são da Paraíba, o Lenine, e o Paulinho Moska. Essa geração de músicos tem uma abertura mental muito interessante também em relação à Galiza, porque foram ao Festival Cantos na Maré, e conheceram a realidade musical e
CORRESPONDENTE PORTUGAL
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cultural galega. E conheceram a questão linguística, que é fundamental para perceber porque existe essa cumplicidade". Haverá também algo de hedonismo a ligar a Galiza ao Brasil. Prossegue Uxia: " Eu me atreveria a dizer que há uma maneira de estar no mundo similar. O povo galego, como o brasileiro, adora a festa, a música na rua. Temos mais a ver do que parece. Aparentemente são povos distantes mas a filosofia de vida é similar. E o que digo sobre a Galiza, estende-se ao norte de Portugal". E, quisemos saber, o CD "Meu Canto", como surgiu, quais são as suas intenções? "Gravei esse disco com amigos do Brasil, pessoas de quem gosto, para mate-
rializar a minha brasilidade, o meu amor ao Brasil, e para celebrar os meus vinte e cinco anos na música. Então voltei ao formato em que comecei e que é tão popular no Brasil: a voz e o violão, embora hajam depois outros instrumentos. Aproveitei para gravar canções que eu tinha apresentado ao vivo e não tinha gravado. Ao mesmo tempo o disco é uma reflexão sobre o ato de cantar, sobre a voz como instrumento e sobre o poder extraordinário desse instrumento que trago em mim". Se "Meu Canto" é um forte contributo para a aproximação musical, e não só, da Galiza com o Brasil, ainda fica caminho por percorrer: "Falta ainda uma conexão maior entre o Brasil e a Galiza a nível musical. Falta tomar contato com toda a variedade e riqueza da música brasileira. E também com novos nomes. E carece ainda mostrar no Brasil o que se faz musicalmente na Galiza e assim expor através das músicas a realidade galega. Eu aprendi muito sobre Portugal através dos cantautores portugueses, como Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Sérgio Godinho, Fausto ou os mais jovens".
Um forte contributo para Foto de Paulo Ricardo estabelecer o nexo BrasilGaliza, tem sido o Festival Cantos na Maré, sobre o qual Uxia também nos falou: " Como disse uma vez Carlos Santiago, um poeta galego, o Cantos na Maré é como um regresso das voUxia e Fred Martins zes que partiram do porto da mãe galega e agora volda vai proporcionar surpretam a casa. Porque a língua sas". Quais os novos intervenasceu na Galiza e no norte nientes da música galega, de Portugal. É como uma viaUxia? "Há muitos. Os Talagem ao ventre materno. E barte, o pianista Abe Rábade, nós queremos fazer um festique trabalha com músicos val em que as pessoas de toportugueses…" dos os territórios da lusofoUxia é uma artista engajada nia se sintam em casa". não apenas com as causas Quisemos ainda que Uxia artísticas e culturais: " Temos nos falasse um pouco sobre de encontrar uma via para como está a música da Galihumanizar este mundo inza nos nossos dias: " Nós essensível. A música tem esse tamos num momento musipoder de alimentar os socal muito interessante, há nhos por um mundo diferenvariedade, riqueza musical. te. Como cantava Zeca De muitas escolas de música Afonso, seremos muitos, tradicional saíram novos seremos alguém". músicos. São autênticos A voz suave e terna de Uxia, virtuosos de instrumentos estabelece pontes, toca com como a gaita de foles, a delicadeza o coração de harpa, a sanfona ou viela de quem a ouve e manifesta-se roda, de instrumentos de quando canta os versos de percussão… E esse panoraPaulo César Pinheiro: ma não se limita à música O meu canto é uma missão celta ou folk. Agora há uma Tem força de oração/E eu música muito própria com cumpro o meu dever/Aos ritmos muito diferentes. Mas que vivem a chorar/Eu vivo a música de raiz teve um pra cantar/E canto pra viver desenvolvimento rico e ain-
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ESTRELAS BRILHANDO
Claudia Leitte A nova rainha de bateria da Mocidade Claudia Leitte aceitou o convite da Escola de Samba, carioca, a Mocidade Independente de Padre Miguel e estará na Marquês de Sapucaí, no dia 15 de fevereiro de 2015. A nova rainha de bateria da escola de samba foi recebida ao som de Elza Soares e ciceroneada por Monique Evans que ao lado do presidente de escola, Rogério Andrade, a coroaram. "Foi um momento único para mim, ver a quadra da escola lotada e sentir o amor da comunidade não tem expli-
cação. Teremos muitos momentos como esse. Meu coração é verde e branco e tenho certeza que vamos arrasar na avenida!". O Carnaval de Claudia Leitte começará na sexta-feira (13 de fevereiro), quando ela comandará o Bloco Cocobambu no circuito Barra-Ondina, em Salvador (BA). No dia seguinte, ela vai até Santa Rita do Sapucaí (MG), onde será uma das atrações da folia mineira. Na segunda e na terça (16 e 17 de fevereiro) será a vez de colocar o Bloco Largadinho na rua, também no circuito Barra-Ondina. Na quinta-feira (19 de fevereiro), Claudia Leitte volta à Bahia, dessa vez para agitar o Carnaporto, em Porto Seguro. (Assessoria)
Roberto Carlos DVD em Las Vegas Roberto Carlos realizou show em 6 de setembro, em Las Vegas (EUA), que será seu mais novo DVD, com músicas cantadas em português, espanhol, italiano e inglês. O DVD do Rei deverá sair próximo do Natal deste ano, mesma época que sempre saem os lançamentos de Roberto. Este ano, o artista já lançou o EP "Esse Tipo Soy Yo", com quatro músicas em -
espanhol, versão de "Esse Cara Sou Eu", que dá nome ao disco. O EP foi bem recebido, garantindo o primeiro lugar do iTunes, em onze países.
ESTRELAS BRILHANDO
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Lobos, Tony Platão, Paulo Miklos, André Frateschi, Sandrá de Sá, Leoni e João Barone. A faixa "Por Inteiro", de Del Rey, Jau e Paulo Vascon, está na trilha sonora da novela "Geração Brasil" (novela da Rede Globo).
Marjorie Estiano lança novo álbum "Oito"
Banda Malta recebe Disco de Ouro
https://www.youtube.com/watch?v=BMfH6u7TVho
https://www.youtube.com/ watch?v=b1BnK9iEPUw
Marjorie Estiano, cantora/atriz, lança o terceiro disco de sua carreira. Intitulado "Oito", tem a maior parte do repertório autoral (11 faixas, oito autorais): "Tirar algo de um lugar etéreo e ver aquilo tomando forma… 'Oito' é o registro do contínuo, do movimento", explica a cantora. O disco conta com uma versão do sucesso de Carmem Miranda, "Ta-hi", música composta por Joubert De
Depois de vencerem o reality show "Superstar" (Rede Globo) e lançar o álbum de estreia, a banda Malta carimba primeiro certificado de Disco de Ouro - "Supernova" vendeu 40 mil cópias. A faixa título foi a música apresentada na final do programa. O disco veio com 13 faixas, algumas apresentadas no programa e outras inéditas. A produção ficou por conta de Brendan Duffey e do baterista Adriano.
Carvalho; duas participações especiais, a primeira de Gilberto Gil que divide os vocais com Marjorie em "Luz do Sol" e Martinália que aparece em "A Não Ser o Perdão". Gravado durante intervalos que a cantora / atriz teve em dois anos enquanto filmava para o cinema, atuava no teatro, na TV e na turnê pelo Brasil com um projeto Beatles, ao lado de nomes como Liminha, Dado Villa-
Os maiores bateristas do Brasil usam POWER CLICK! Leo Rodriguez é Baterista e Percussionista, atua profissionalmente há 16 anos. Leo é proprietário do INSTITUTO DE BATERIA LEO RODRIGUEZ. Como educador leciona aulas de bateria e percussão há muitos anos. Atualmente acompanha o cantor Wander Peixoto e também atua como Band Leader do seu trabalho Instrumental Intitulado "Leo Rodriguez Band", além de outros projetos. Já acompanhou diversos artistas e grandes músicos como Fernanda Porto, Bianca Toledo, Leandro Zambianchi, Joe Medrano, Wanderson Bersani entre outros. "Ter uma ótima monitoração e um conforto ao se escutar é fundamental para mim. Com o DB 05 S eu tenho todo o conforto para poder ter uma monitoração perfeita e com qualidade, tanto em estúdio ou em shows ao vivo. Por isso, uso e indico POWER CLICK. Definitivamente o melhor!" (by Leo Rodriguez)
CDS, DVDS E BLU-RAYS
Robson Candêo (Curitiba)
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MUSICANDOMUSICANDO E, olha só quem acaba de lançar um novo Blu-ray lá fora, sir Elton John, com o título The Million Dollar Piano, em um espetáculo luxuoso no Colosseum, no hotel Caesars Palace, em Las Vegas, onde ele apresenta grandes sucessos de sua carreira, como sempre com grande interpretação, com a presença do grande percussionista Ray Cooper, e destacando também o piano criado pela Yamaha especialmente para ele, com direito a uma tela de led na lateral para projeções que remetem às músicas sendo executadas. E vou ser sincero, já vi muitos shows dele em DVD e Blu-ray e achei que esse título iria ser mais do mesmo, e por incrível que pareça, não é, pois ele conseguiu fazer um show diferente e muito legal novamente. E para quem ainda não reparou em gôndolas de supermercados e em ofertas nas lojas virtuais nacionais, estão aparecendo títulos a venda de artistas que não possuem qualquer show lançado em DVD ou Blu-ray, como esse do Bruno Mars - Concert
2012 - Doo Wops and Hooligans Tour que foi gravado em São Paulo pouco antes do lançamento do último álbum, mas quando Bruno já tinha ótimas canções como "The Lazy Song", "Bilionare" e o grande hit "Just The Way You Are". Um título com uma qualidade técnica duvidosa, mas como não tem nenhum outro show do cantor disponível para venda, o negócio é aproveitar esse que pelo menos tem toda a ótima interpretação de Bruno que faz valer a pena a compra. Outro DVD desta leva é o Pink Floyd - Especial Shows, um título duplo (em um único disco). O primeiro programa traz 11 performances raras ao vivo de programas de TV entre 1968 e 1971, quando o grupo tinha Sid Barrett na sua formação. O segundo traz um show de 1987, antes ainda do famoso álbum "Delicated Sound of Thunder" que foi lançado no ano seguinte, e músicas são praticamente as mesmas. Um título que tem imagem duvidosa e som somente em dois canais, mas que com certeza vai agradar os fãs ávidos por material da banda.
Nas novidades em CDs tem o primeiro CD da finalista do The Voice Brasil 2013 - Lucy Alves, com os grandes hits nordestinos que a fizeram encantar o Brasil ao som de sua sanfona, e até uma inédita composta por Marisa Monte e Carlinhos Brown. Também tem o novo CD de Gustavo Macacko Despontando para o Anonimato, para quem curte a nova MPB com boas letras e melodias. Para quem não viu, em setembro aconteceu o iTunes Festival (itunes.com) com shows gratuitos transmitidos pela Internet com grandes nomes como Robert Plant, Maroon 5, Jessie J, Lenny Kravitz e muito mais. Todos os shows ficam gravados e poderão ser vistos a qualquer momento até o final de outubro e valem muito a pena. E para finalizar, não poderia deixar de comentar sobre o lançamento surpresa do novo álbum da banda U2 - Songs of Innocence, durante o evento de lançamento do novo iPhone da Apple, e que está de graça (completo) para todos baixarem pelo iTunes até o dia 13 de outubro. Robson Candêo escreve também para o blog www.blurayedvdmusical.blogspot.com
EXPEDIENTE Editores Antonio Braga e Jorge Piloto
bém
Colaboradores
Rio de Janeiro
Nido Pedrosa, Viviane Marins, Elias Nogueira, Alberto Guimarães, Márcio Paschoal, Robson Candêo, Patrícia Rodrigues.
Bahia
Viviane Marins: (22) 98828-0041 (21) 98105-4941 bragaa@gmail.com
Jorge PIloto (71) 98299-5219 / 991718911 / 98647-7625 jorge.piloto@yahoo.com.br
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Redação: Rua Soldado Ernesto Coutinho, 10 Saquarema / RJ CEP 28.990-000 Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.
JG NEWS, OUTUBRO DE 2014
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