FOTO ELIAS NOGUEIRA
ANO XX - EDIÇÃO 213 - DIGITAL 2 - JULHO - 2016
Marlene Gonzaga Leal Alaíde Costa Maria Tereza Marcio Texano Bíblia em áudio Vinil volta com força
REVISTA JG NEWS, ANO XX, EDIÇÃO 213 JULHO DE 2016
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COMENTÁRIOS DE MÁRCIO PASCHOAL
Márcio Paschoal paschoal3@gmail.com
Marlene, Victor Biglione, Gonzaga Leal e Alaíde Costa PORCELANA Alaíde Costa & Gonzaga Leal A cantora carioca, radicada em São Paulo, Alaíde Costa, com mais de cinquenta anos de carreira, divide a cena com o pernambucano de Serra Talhada, Gonzaga Leal, no cd "Porcelana". Canção que nomeia o disco, composição de Moisés Santana, sintetiza o melhor momento do dueto, harmônico, quase um conluio. O repertório traduz uma seleção que envolve várias gerações. Dos novos, João Cavalcanti, aqui
com a faixa "Em tempo", num amálgama com Capiba, em "Quando se vai um amor", com Gonzaga Leal, especialista no obra do compositor e instrumentista. Alaíde abre o disco, gravando em iorubá a canção de domínio público, "Omi Imalé", em mix com outra inédita, "Oiá" de Sérgio Pererê. No repertório há também Wisnik, Socorro Lira, Consuelo de Paula, Zeca Afonso e Caetano Veloso. Num arranjo singelo, marcando as horas, o destaque é a releitura de "Solidão", clássico de Alceu Valença. Vale conferir.
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TE PEGO PELA PALAVRA Marlene Registro histórico de um show da cantora Marlene, dos anos 1970, o cd que traz a trilha sonora do espetáculo "Te pego pela palavra", originalmente gravado em longplaying (1975) pelo selo Odeon, festeja uma artista de inegáveis recursos, tanto cênicos quanto musicais. Falar de Marlene e de sua arte pode soar meio saudosista, mas é sempre bom relembrar e avisar aos mais jovens ou incautos que houve uma cantora-atriz desse naipe. Egressa das agitadas apresentações em auditórios de rádios, especialidade em canções de Carnaval, Marlene surpreendeu seu público e os críticos da época com sua versatilidade e a forte presença no palco, cantando variados gêneros nesse show que virou disco. Com direção e repertório de Hermínio Bello de Carvalho, temos a raiz do samba (Lata d'água, Se é pecado sambar), o breque (Na subida do morro), o bolero no início da dupla Bosco & Blanc (Dois pra lá dois pra cá), a toada com a marca de Gonzaguinha (Galope), e um Milton do melhor tempo (Ponta de Areia). Um
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momento marcante da cantora paulistana batizada Victória Bonaiuti, que nos deixou em 2014, aos 91 anos.
VIOLÃO DE AÇO BRASIL Victor Biglione Depois do advento da bossa nova e da batida de João Gilberto, o violão de nylon
tornou-se ingrediente indispensável das gravações. Um tanto esquecido, o violão de aço retornaria algumas décadas depois. Um de seus melhores registros é o do guitarrista argentino, radicado no Brasil, Victor Biglione. O CD "Violão de Aço Brasil" (2015/selo Guitarra Brasileira) passeia por diversos ritmos brasileiros em forma de tributo do instrumentista, indo de uma interessante releitura do clássico de Cartola "As rosas não falam", passando pelos improvisos de Hermeto Pascoal ("São Jorge"), se es-
baldando no frevo de Senô (Duda no frevo), caindo dentro no samba de Baden Powell e PC Pinheiro ("Cai dentro") e no folclore nordestino, com "Muié rendeira". Bem-vinda também uma incursão ao berço original do artista, com um dos tangos mais conhecidos da dupla, Gardel e Le Pera, "Por uma cabeza". Victor é um dos artistas estrangeiros que mais participou de gravações com músicos brasileiros. Neste disco, ao lado de craques como Lui Coimbra, Carlos Malta, Jorge Helder, Marcos Ariel, Arthur Maia, entre outros, os arranjos assinados por Victor são o destaque. Evidente logo na abertura, com as cordas e o piano, no tema do filme "Tostão, a fera de ouro" (1970), composto por Milton Nascimento.
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Elias Nogueira
GENTE NOVA NO PEDAÇO
Maria Tereza: do rádio para as rádios, em breve, aguardem!! Cantora, compositora, professora de canto, produtora, enfim, multifuncional na cultura brasileira. Maria Tereza, mesmo sendo nova em idade, é experiente. Trabalhou como locutora de rádio e estudou teatro. Em 1997 deu a largada para sua carreira de cantora, direto de Petrolina, PE, onde nasceu (em 26 de abril de 1990). Em 2015, Maria Tereza fixa residência no Rio de Janeiro e começa a gravar seu primeiro disco autoral. Nele têm participações de peso da MPB como Victor Biglione, Carlos Dafé, Reppolho, dentre outros. Maria Tereza, nesta entrevista, fala um pouco sobre os acontecimentos artísticos de sua vida: Vejo que você ainda com 17 anos já era locutora de rádio... Estudei em um colégio diocesano. A Diocese tem uma emissora de rádio AM chamada "Emissora Rural" e desde o meu primeiro festival de artes, no Colégio Dom Bosco, a diretora me levava para participar do "Educação Prioridade Nacional", que era o programa do
colégio. Isso a partir de 1996. No final de 2006 passei na rádio para falar com o padre responsável e pedir para fazer um teste de locução de notícias, que para mim não seria muito difícil, visto que já gravara propagandas nessa mesma emissora, além de propagandas para a TV Globo local, através de uma agência publicitária, depois conhecida como Canejo. O meu teste foi produtivo. Recomendaram que ouvisse rádios de todo o país e encontrasse uma locutora que me identificasse. Comecei a gravar notícias e essa experiência seguiu por todo o ano de 2007. Tempos depois passei por outras emissoras de rádio e também cheguei a montar minha própria emissora. Coloquei caixas de som nos postes do meu bairro para passar as propagandas (que eu mesma gravava) do comércio local do bairro e adjacências - zona oeste de Petrolina. Então resumindo, diria que o rádio está presente desde os meus seis anos. Uma boa idade para se ingressar no meio artístico, não é?
A Maria Tereza cantora, quando despertou? Muito cedo, por volta dos nove anos, logo depois de ganhar um troféu como "Pequeno Poeta" em um festival. Foi tão bacana tudo aquilo que me senti incentivada a participar do festival seguinte como compositora mirim, isso em 1999. Incrivelmente, ganhei em primeiro lugar também, com a composição "O amor do Nosso
Senhor". Minha mãe era muito religiosa. [risos] Você dá aulas de canto. Como isso funciona? Olha, assim como para dirigir um carro é preciso conhecer o funcionamento e o manuseio adequado dos seus instrumentos, o ser humano para emitir sons com total precisão e sustentabilidade precisa conhecer as ferramentas de apoio que possui. Executar e administrar tais ferramen-
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GENTE NOVA NO PEDAÇO tas leigamente não é possível, somente um profissional capacitado da área pode esclarecer os caminhos a seguir. Eu penso que isso é fundamental para a MPB. Quais são as formas que você usa para criar? Você faz música e letra ou é melodista somente? Onde acha inspiração para compor? Eu ponho letra em música, ponho música em poema, faço os dois ao mesmo tempo, e também componho junto com parceiros. Minha
inspiração vem do que sinto e do que observo ao redor. Costumo descrever o ambiente, falar das formas dos objetos, citar o que estava na cena que descrevo. É algo orgânico, automático. Faço música em quaisquer circunstâncias, a qualquer momento... Quer que eu faça uma música agora? Dê o mote! (risos). Lembro de uma frase: "Existe várias formas de compor. Eu prefiro todas.", como disse o mestre Gilberto Gil. Fale-me o que Maria Tereza está fazendo
atualmente? Estou finalizando meu primeiro EP, intitulado "Folhas em Mim", com sete faixas: três delas somente de minha autoria (letra e música) e com arranjos e execução do multi-instrumentista pernambucano Yargo Feghali; as outras são: "Teus olhinhos na estante" (c/ Euclides Amaral) e participações especiais do
percussionista Reppolho e interpretada em dueto com o cantor Carlos Dafé; "Casca de amendoim" (c/ Jó Reis e Euclides Amaral), cantada em dueto com o parceiro Jó Reis e ainda, "Teus cheiro" (c/Euclides Amaral), além de "Estações", de Euclides Amaral e Renato Piau, com Renato Piau (violão e arranjos) e o violão solo de Victor Biglione.
Sobre o redator... Elias Nogueira é Escritor, Colunista e Assessor de Imprensa. E-mail: eliassnogueira@gmail.com
OS PEDAIS PREFERIDOS PELOS ARTISTAS DE PONTA!
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GENTE NOVA NO PEDAÇO
Marcio Texano foi arrebatador na maior casa de shows do Rio de Janeiro! Cantor sertanejo veio direto de Brasília para o Barra Music, e fez a festa com casa cheia! Dia 11 de junho o cantor sertanejo universitário Márcio Texano fez única apresentação na famosa casa de shows carioca "Barra Music" o maior palco da América Latina, na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro. Márcio além de cantar músicas do recém-lançado disco "Marcio Texano - Ao Vivo -
Na Balada" fez o público cantar junto nos vários sucessos interpretados, novos e antigos. Um artista acostumado a cantar para multidões. "Já cantei no Villa Country, em São Paulo - fomos convidados para o "Barretão 2009", cantamos para um público de 23 mil pessoas no palco da Nativa FM, um show inesquecível na maior e mais tradicional festa de rodeio do mundo. Fizemos outros shows marcantes, mas esse no Barra Music vai
ficar na história. O público cantou, basicamente, o show inteiro comigo. Foi um show realizador", disse Marcio após o espetáculo. Sobre cantar no Rio ele completa dizendo: "...é um desafio para mim. Rio de Janeiro é a cidade onde tudo acontece. É uma nova página em minha vida. Depois desse show fui convidado pra fazer outra casa que tem franquia no mundo inteiro, Pink Elephant (RJ), também na Barra. (Elias Nogueira)
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PRODUTO GOSPEL
Bíblia em áudio A MK Music e a Editora Vida se unem em parceria inédita para lançar no Brasil a BÍBLIA A MENSAGEM em áudio. Best seller em todo mundo no formato impresso por apresentar linguagem diferenciada, contemporânea com fácil interpretação, a partir de agora estará acessível aos brasileiros através de CD MP3, em vários volumes. Escrita pelo pastor norte americano Eugene Peterson, ganhou "voz" através do pastor Marco Ribeiro. E para dar início a este projeto grandioso e especial, já está à venda o primeiro CD com Os 4 Evangelhos - os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João - são quase 9 horas de áudio - um único CD. A BÍBLIA A MENSAGEM é uma tradução contemporânea com base nas línguas originais que procura preservar, na comunicação do dia a dia, o autêntico, natural e expressivo caráter da Bíblia. É uma paráfrase vibrante, escrita com base na linguagem que usamos para conversar com os amigos. Foram 10 anos de intenso trabalho do pastor Eugene, que interpretou a Bíblia de forma simples e convencionar. Tudo foi completamente revisado por uma equipe de renomados acadêmicos do Antigo e Novo Testamento, que garantem sua precisão e fidelidade às línguas originais. E a Editora Vida trabalhou durante 5 anos na tradução para a língua portuguesa. E para transformar o projeto em áudio, a MK Music convidou um dos maiores dubladores do Brasil, o pastor e ator Marco
Ribeiro, para emprestar sua voz a esse projeto. Marco trabalha nesse ramo há mais de 30 anos e já dublou as maiores vozes do cinema: Tom Hanks, Robert Downey Jr., Antonio Banderas, entre outros. Ele usa todo o seu talento para contar as passagens bíblicas como se estivesse ao nosso lado. É uma conversa entre amigos, com momentos de alegria, tristeza, paz, suspense, enfim, com todas as emoções que perpassam as Escrituras Sagradas. É como ouvir a história da vida muito bem contada, com interpretação dinâmica de tirar o fôlego. "Ficamos muito honrados com o convite da Editora Vida para transformar a Bíblia A Mensagem em CD e recebemos com muito temor e responsabilidade. Afinal, a Palavra de Deus é o que temos de mais importante, de mais precioso, pois nos direciona, nos posiciona. O desejo profundo de nosso coração é o crescimento do Reino, a expansão da mensagem de salvação. Que mais vidas sejam alcançadas pela graça do Senhor", compartilha Yvelise de Oliveira, presidente da MK Music. "Estamos felizes com esta parceria e queremos realmente que os frutos surjam e abençoem muitas vidas, ministérios. E que o povo brasileiro possa ter uma contato mais profundo com a Palavra de Deus", declara Sérgio Henrique, diretor da Editora Vida. A BÍBLIA A MENSAGEM ÁUDIO é diferente de todas as outras versões. Ela preserva a linguagem do dia a dia, o que torna os valores e as ideias cristãs mais
acessíveis ao público. Permite ainda que os ouvintes se aproximem dos eventos bíblicos e se identifiquem com as personagens. É como se estivéssemos ali, sentados com os discípulos para ouvir as palavras de Jesus. Cada milagre parece acontecer ao nosso lado. É uma experiência imperdível. No prazo de 2 anos, serão lançados 6 conjuntos em áudio: (1) Os 4 Evangelhos, (2) Atos, Cartas e Apocalipse, (3) Livros de Moisés, (4) Livros Históricos, (5) Livros de Sabedoria e (6) Livros Proféticos. SOBRE O AUTOR EUGENE H. PETERSON é pastor, acadêmico, escritor e poeta. Lecionou em seminário e se dedicou por quase trinta anos ao ministério eclesiástico, na região de Baltimore. Ele vive com sua esposa, Jan, em Montana, Estados Unidos, e é um dos líderes cristãos mais ativos e dedicados da pós-modernidade e professor emérito de teologia da espiritualidade no Regent College, em Vancouver, no Canadá.. SOBRE O NARRADOR MARCO RIBEIRO é pastor, dublador, diretor de dublagem e locutor. Preside a Igreja Assembleia de Deus Ministério Kairós, na Tijuca, Rio de Janeiro, onde vive com sua esposa e filho. É conhecido por seus trabalhos de dublagem estrelados por Tom Hanks, Jim Carrey, Robert Downey Jr., Will Smith, Antonio Ban-
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LANÇAMENTOS
ELAINE DE JESUS SOMOS A IGREJA MK MUSIC
VIVA ADORAÇÃO TEU AMOR MK MUSIC
THE 8 FULL TRILHA SONORA UNIVERSAL MUSIC
SOU LUNAS TRILHA SONORA UNIVERSAL MUSIC
NOVA JERUZALÉM LUGAR DA ADORAÇÃO MK MUSIC
FLORDELIS AO VIVO MK MUSIC
DENISE MATTOS É SAMBA INDEPENDENTE
PLACEBO UNPLUGGED UNIVERSAL MUSIC
BEN HARPER WHAT IT IS UNIVERSAL MUSIC
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Fábio Cezanne
MATÉRIA DE CAPA
Victor Biglione lança CD "Mercosul" seu 30º disco de carreira, e retoma veia autoral vinte anos após seu último disco de inéditas No ano em que se comemoram três décadas da estreia de seu primeiro disco solo, consagrado guitarrista aposta na fusão cultural e rítmica do continente sulamericano, reunindo em dezesseis faixas múltiplas referências sonoras, com linguagem cinematográfica, do jazz, tango e música andina aos ritmos brasileiros, fusion, classic rock e progressivo Após três décadas da estreia de seu disco solo homônimo, o guitarrista argentino Victor Biglione, radicalizado no Brasil há mais de quatro décadas, retoma sua veia autoral após 20 anos sem lançar discos de inéditas. A demora fez-se por esperar, pois o resultado surpreende pela gama de sonoridades e complexidades rítmica e melódica que compõem as 16 faixas de "Mercosul" (Independente / distribuição Tratore - preço médio 25 reais), seu 30º disco de carreira, uma ode à riqueza musical do nosso continente, abraçando uma infinidade de expressões culturais, com referências geográficas, folclóricas e antropológicas, numa incrível viagem com linguagem cinematográfica que só o tarimbado músico e sua bagagem em premiadas trilhas sonoras e na música brasileira e internacional podem se propor a realizar. Participam do disco Luiz Alves (contrabaixo), Roberto Alemão (bateria e percussões) e Claudio Infante (percussões), além do percusREVISTA JG NEWS, ANO XX, EDIÇÃO 213, JULHO DE 2016
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INSTRUMENTISTA
MATÉRIA DE CAPA sionista argentino Horácio Lopez, pianista Zé Lourenço, André Tandeta (bateria), dos percussionistas Arthur Dutra e Murilo o 'Riley, e programação do DJ Marco Antonio. O sincretismo sonoro de "Mercosul" já começa na música que abre o CD, "Chico Science Mangue Beat", dedicada ao saudoso músico pernambucano, apresentado pessoalmente a Biglione no início dos anos 90 pelo produtor e amigo Geraldo Magalhães. Através de uma surpreendente fusão de sonoridades e ritmos, a faixa anuncia de imediato a amplitude rítmica e harmônica do guitarrista, misturando viola de 12 cordas, guitarra, percussão, base eletrônica e, até, um "desafio" entre bateria e viola. A valsa "Mercosur para siempre",
tipicamente andina e mineira, traz a interpretação emocionante de Zé Renato, num clima virtuosístico, porém acústico e nostálgico. Em "Monte Aconcagua", Victor procura transmitir o clima solitário, instigante e desafiador do lugar mais alto da América do Sul empunhando, novamente, seu violão de 12 cordas e sua guitarra, com percussões exóticas e baixo "fretless", evidenciando seu diálogo com a modernidade. Uma das faixas mais completas sonora e instrumentalmente gravada em Buenos Aires e finalizada no Brasil - "Punta Del este lounge" se destaca pelo leque infindável de percussões, aliado a sintetizadores, guitarras, vozes, hammonds e vibrafones, que vão dos timbres mais rústicos aos mais modernos e de
última geração. O guitarrista argentino faz sua homenagem ao bairro turístico em que nasceu na música "San Telmo Tango y Bolero", acrescentando ao tango um lado "boêmio", criando uma melodia romântica através de violões de 6 e 12 cordas e contrabaixo tocado com arco. A brasilidade e o cosmopolitismo do guitarrista transbordam em "Juruna goes to New York", aproveitando o clima de selva criado por Claudio Infante e que deságua no mais puro jazz novaiorquino, com a bateria e o baixo abrindo espaço para Biglione ressuscitar timbres do órgão Hammond k9 através de sua guitarra, utilizando softwares e tecnologias. O sul do Brasil é representado por "Pinheiros do Paraná", cuja simplicidade melódica traz o guiFOTO ELIAS NOGUEIRA
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MATÉRIA DE CAPA tarrista empunhando a viola caipira para explicitar a diversidade musical brasileira. Já em "ABC Paulista - Parque Industrial", a guitarra volta com intensidade, numa atmosfera mais urbana, remetendo às grandes fábricas dessa região do estado mais rico do Brasil. Em "Oração na Mangueira para Iemanjá", o canto do saudoso Antonio Guintela, num forte clima de culto, soma-se à percussão de samba e guitarras no estilo Motown e, até, progressivas, não escondendo a temática sincrética que norteia todo o disco. Com o violão de nylon e inspirado na beleza do Caribe venezuelano, "Isla Margarita" traz uma melodia plácida e romântica para em "Via Lagos", em três movimentos ( I-Saquarema, II - Cabo
INSTRUMENTISTA Frio, III - Búzios), outra citação geográfica, resvalar num acid jazz com sotaque brasileiro. Em "Desierto Del Atacama", o tambor andino de Roberto Alemão junta-se ao violão com slide, num ambiente contemplativo em sintonia com o gigante deserto chileno. A trip sonora continua em "Guarani de Amambay", uma referência aos sofrimentos dos índios Guarani e Gran Chaco (Paraguai), numa balada pesada com lamentos e chicotes guitarrísticos. Já o Nordeste brasileiro surge em "Movimento do Calango", uma homenagem ao réptil
usado como alimento em momentos áridos do povo nordestino, na qual Biglione, através de conversor, executa um oboé para descrever o rastejo do animal. Através de guitarras psicodélicas e microfonias, junto com percussões e viradas de bateria, "Ayahuasca" sintetiza bem a agonia e alucinação desta substância encontrada na Amazônia, num ambiente sonoro bem característico dos anos 60. O guitarrista fecha o disco com "Adiós Pampanero", uma despedida nostálgica através do violão de 12 cordas, acordeon e reverbers
Sobre o redator... Fábio Cezanne é Assessor de imprensa, Colunista e instrumentista. E-mail: cezannedivulgacao@gmail.com
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Cajon Elétrico - R$ 260,00 Cajon Simples - R$ 160,00 Pedestal para Microfone - R$ 62,00 Líquido de fumaça (tuti fruti, menta e neutro) - R$ 30,00 Triângulo 30 cm - R$ 36,50
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Antonio Braga - Editor
NOVIDADES PARA UM NOVO MUNDO
Vendas de discos de vinil rendem mais que o YouTube As vendas de discos em vinil estão começando a fazer peso no faturamento das gravadoras. O que parecia utópico agora passa a ser um realidade - a volta ao passado, depois de alcançarmos a mídia digital. Quem foi que disse que tudo que é novo é melhor que o que já existia? Simplificaram tanto a música que ficou chato ouvir disco. O glamour do Vinil está de volta. Para ter uma comparação mais precisa, o vinil está pagando mais à indústria musical do que a exibição de vídeos no YouTube. Claro que não podemos pensar na ques-
tão da quantidade, a exibição é bem maior que a venda, porém os centavos que pagam é tão pouco, que, somados, não chegam ao faturamento da venda dos disc o s . Existem m a i s pessoas consumindo música online do que comprando LP nas lojas. Entretanto as vendas de vinis neste ano foram as maiores desde 1988. Nos Estados Unidos, os discos renderam US$ 416 milhões,
enquanto os streamings ficaram em US$ 385 milhões. No Reino
Unido, a venda de vinis foi de US$ 38,5 milhões e o streaming, US$ 37,6. Na França o
streaming ganha por pouco: o vinil pagou US$12,6 milhões e o streaming foi de US$12,7 milhões. No Lollapalooza Brasil 2016, por exemplo, teve movimento intenso na banca de vinis, que tin h a m preços variando entre R$ 29,90 e R$ 79, 90. Os mais procurados foram Beatles, Smiths, Ramones, Pink Floyd e Iron Maiden. Numa pequena rua na Barra Funda, um dos bairros mais tradicionais de São Pau-
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NOVIDADES PARA UM NOVO MUNDO lo, se esconde discretamente a fábrica de vinil do músico Michel Nath - com sete prensas. É a segunda fábrica de vinil da América Latina. A Vinil Brasil vem para competir com a carioca Polysom, única fábrica de vinil, até então, do continente.
As prensas foram encontradas num ferro velho e pertenceram à antiga gravadora Continental. O processo de restauração foi lento, mas já está tudo pronto para apertar as bolachas pretas. A capacidade é de 1000 discos por período.
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O mercado vai e volta, como na moda, nas linhas dos automóveis, na concepção da educação dos filhos. A gente experimenta o novo e decide se o antigo é ou não melhor. Nesse sentido, o Vinil, na minha opinião, é muito melhor.
OUTROS LANÇAMENTOS
EXPEDIENTE Editores Antonio Braga e Jorge Piloto
MPB4 Coletânea Universal Music
LUKAS GRAHAM Lukas Graham Warner Music
ANDREA BOCELLI Cinema Universal Music
Comercial MAURO SENISE Amor Até O Fim Fina Flor
REIK Des/Amor Westwood Entertainment
Rio de Janeiro Viviane Marins: (22) 98828-0041 zap (21) 98105-4941 bragaa@gmail.com Bahia Jorge PIloto (71) 8647-7625 (71) 9922-1828 jorge.piloto@yahoo.com.br
TERESA CRISTINA Canta Cartola Sesc Enviem seus lançamentos para a Rua Sold. Ernesto Coutinho, 10 - Saquarema-RJ Cep 28.990-000
Colaboradores Viviane Marins, Elias Nogueira, Alberto Guimarães, Márcio Paschoal, Robson Candêo, Patrícia Rodrigues e Fábio Cezzane.
EVINHA Uma voz, Um Piano Dez Arts
ROUPA NOVA Todo Amor do Mundo Sony Music
Redação: Rua Cristóvão Barcellos, 11/103, Laranjeiras/RJ - CEP 22.245-110 Os artigos assinados são única e exclusivamente de responsabilidade de seus autores. A revista JG News é a continuação, em formato revista, do Jornal das Gravadoras, fundado em novembro de 1996 pelo jornalista Antonio Sergio de Farias Braga, Registro Profissional 18.851 L87 fl8v, emitido em de 16/09/1986.
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