Caderno Especial ECAD
ANO XXI - EDIÇÃO 227 SETEMBRO DE 2017
Scalene Chico Buarque Tribalistas Detonautas Ilana Hazan Sergio Diab Fabiana Cozza Lorde Nickelback Katy Perry Beth Ditto The Coronas Hey Violet Cheap Trick Royal Blood Cleber & Cauan
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MA TRIZ: PRAÇA MAHATMA GANDHI, 2, MATRIZ: GRUPOS 709 E 710 CENTRO, RIO DE JANEIRO, RJ CEP 20.031-100 TELEFONE ONE: (21) 2220-3635 TELEF ONE E-MAIL: sbacem@sbacem.org.br 2
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Antonio Braga
Em novembro próximo faremos 22 anos de vida útil dentro do mercado musical nacional. O veículo nasceu, praticamente, junto com meu filho caçula, o Leon, que também fará a mesma idade no mesmo mês. Diferente do crescimento de uma criança que se torna adolescente e depois adulta, os veículos de comunicação ao longo desses anos sofreram as mais terríveis mudanças, muitos até deixaram de existir por força maior - acredito. Éramos jornal, em papel jornal, tamanho Standart, com tabloide gospel encartado, vendido em bancas de jornal. Depois passamos a ser apenas tablóide e finalmente revista impressa, física, impressa em papel couchê - o máximo! E foi assim durante muitos anos. O mundo digital foi chegando sorrateiro, sem grandes credibilidades. As máquinas fotográficas convencionais de filmes de rolo eram o que havia de mais sofisticado em imagens - a propaganda na televisão falava de cores vivas. Filmes de 400 asas, 800 asas, lentes magníficas, enormes. Máquinas com foco automático, caríssimas. E as maquininhas digitais chegando sem muita graça assim como sites, blogs, e-mails, depois Orkut, My Space, Facebook etc. Ninguém dava muita importâncias a essas coisinhas interessantes, mas secundárias. Num piscar de olhos as maquininhas fotográficas digitais acabaram com o mercado de revelação de fotos que empregava muita gente. Lojas inteiras fechadas por falta de clientes. Ninguém mais comprava filmes ou revelava fotos - tudo era agora digital. As revistas impressas e até mesmo os jornais diários nas bancas de jornais estão com seus dias contados. Estamos vivendo o final de uma era e o início de outra, a era digital. Li um artigo recente, escrito pelo presidente da Mercedes Bens, dizendo coisas como: A maior empresa de Táxi do MunJG NEWS, ANO XXI, ED. 227, SETEMBRO DE 2017
DENIS LOBO, UM AMIGO
do, não tem Táxi nenhum. É apenas um aplicativo de celular. Profissões como Advogado, Médico, dentre outras, desaparecerão em breve, pois teremos aplicativos para tudo. O mundo de hoje é definitivamente o mundo digital. Na dimensão física, durante esses 22 anos como editor desse veículo de comunicação tive o prazer de viver e conviver no mesmo tempo de Denis Lobo, que nos deixou recentemente. Um pai, um amigo e um camarada com uma visão extraordinária. Foi dele a sugestão de passarmos de jornal para revista e de revista impressa para digital. Ele sabia das coisas. Viveu várias épocas da humanidade. Passou por diversos governos, ditadura, o auge dos carnavais em clubes; a era do rádio; a chegada da televisão; o início das gravadoras e dos programas de música (como o programa do ‘Flávio Cavalcanti’); o início do direito autoral no Brasil; a explosão do samba-canção, da bossa nova, das marchinhas, do cinema em preto e branco, dos musicais nos teatros de revista etc. Denis era compositor, filho de compositor e amigo dos compositores. Sabia de suas lutas e suas dificuldades. Ajudou todo mundo. Deixa uma saudade imensa e uma sensação horrível em mim de saber que não poderei mais conversar com esse amigo.
EXPEDIENTE Editores Antonio Braga e Jorge Piloto Colaboradores Elias Nogueira, Alberto Guimarães, Márcio Paschoal, Robson Candêo, Patrícia Rodrigues, Nido Pedrosa e Fábio Cezane.
Comercial Rio de Janeiro Antonio Braga Whatsapp: 22 98828-0041 CEL: 21 98105-4941 bragaa@gmail.com Bahia Jorge PIloto (71) 98647-7625 (71) 9922-1828 jorge.piloto@yahoo.com.br Redação: Rua Cristóvão Barcellos, 11/103, Laranjeiras/ Rio de Janeiro, RJ CEP 22.245-110 Os artigos assinados são única e exclusivamente de responsabilidade de seus autores.
Acima, Denis Lobo com o atual presidente da Sbacem Fernando Magarça. Abaixo, entre os diretores da Sbacem Islan e Clailton.
A revista JG News é a continuação, em formato revista, do Jornal das Gravadoras, fundado em novembro de 1996 pelo jornalista Antonio Sergio de Farias Braga, Registro Profissional 18.851 L87 fl8v, emitido em de 16/09/1986. 3
Galeria dos Imortais Denis Lobo
Nascido no Rio de Janeiro em 1º de março de 1932, Denis era filho do compositor Haroldo Lobo. Ele foi um dos maiores divulgadores da obra do pai. Quando Haroldo Lobo faleceu, em julho de 1965, Denis trabalhou muito para que a última composição feita por ele fosse gravada. Era o samba “Tristeza”, de Haroldo Lobo e Niltinho. Segundo costumava contar, a música foi oferecida a diversos cantores e nenhum aceitou gravar, pois não acreditavam no sucesso de um samba de um compositor que acabara de falecer. O cantor Carlos Galhardo teria sido um dos que recusaram dizendo a Denis que "não gravava música de autor morto". Graças a seu incansável trabalho, "Tristeza" foi levado ao disco pelo cantor Ary Cordovil na RGE. Denis Lobo e sua mãe Sylvia, junto com Benil Santos, na época diretor da RGE, tomaram todas as providências para garantir a gravação e a divulgação da música nas emissoras de rádio. Foi um sucesso! O samba de Haroldo Lobo e Niltinho fez a alegria dos turistas estrangeiros no baile do Copacabana Palace e dos foliões do Theatro Municipal e demais bailes oficiais da cidade. Chegaram telegramas de todo o Brasil informando sobre o sucesso de Tristeza e sua consagração como favorito entre as músicas lançadas naquele ano. Os pedidos de discos à RGE multiplicaram e a tiragem teve de ser redobrada. Tristeza ultrapassou as fronteiras do Brasil e tornouse sucesso internacional, receben4
do diversas gravações no exterior. Eddie Barclay, um dos maiores editores de Paris, adquiriu os direitos autorais e levou o samba para a Europa. O esforço valeu a pena. Tristeza tornou-se o grande sucesso do carna-
Patrícia Rodrigues
val de 1966 e é um dos sambas mais executados até hoje. Denis recebeu muitos elogios da imprensa na época. Em uma entrevista à Revista O Cruzeiro, em 1966, Niltinho afirmou que "encontrou na pessoa de Denis Lobo, filho do gran-
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Niltinho, Denis Lobo, amigos e Benil Santos (diretor da RGE na época)
de mestre, um amigo leal, e contou incondicionalmente com a sua boa vontade. Se não tivesse contado com o apoio e o investimento feito por ele e sua mãe, Tristeza não teria alcançado seu lugar ao sol". A convivência com artistas e compositores e a influência do pai levaram Denis Lobo a seguir a carreira de compositor. "Eu vi meu pai ganhar pela primeira vez o concurso de músicas de carnaval da Prefeitura do Distrito Federal, com Juro, em 1938. Eu tinha seis anos de idade. Depois, acompanhei outras vitórias, outros sucessos dele. Meu pai nasceu pra carnaval! Era a época do ano em que ele era ele, feliz, na algazarra, fazendo música, brincando na rua fantasiado..." - afimou Denis em entrevista aos
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organizadores do Concurso Nacional de Marchinhas Carnavalescas da Fundição Progresso, em 2013. E foi nesse ambiente que Denis cresceu: vendo o pai compor, assistindo a movimentação de cantores que o procuravam para gravar suas músicas e, no período carnavalesco, desfilando no Bloco da Bicharada, comandado por Haroldo Lobo, nas ruas do Jardim Botânico. Denis Lobo compôs mais de 70 músicas, gravadas por cantores como Gilberto Milfont, Carlos Galhardo, Gilberto Alves, Clério Morais, Cauby Peixoto e Adelino Moreira, entre outros. Participou de diversos concursos carnavalescos nas décadas de 1960 e 70. É ele o autor das marchas “Bicho carpinteiro”, em parceria com Brasinha, gravada por Noel Carlos para o carnaval de 1967, e “Fessora”, com Osvaldo Nunes (1969), e do samba “Mais uma lágrima”, com José Orlando, gravado por Gilberto Milfont em 1973. Denis Lobo foi também um dos grandes defensores do direito autoral. Associou-se à SBACEM na década de 1960. Fez parte da Comissão de carnaval, do Conselho e da Diretoria. Foi presidente da SBACEM entre 2007 e 2017. Realizou um
imenso trabalho pelo engrandecimento da classe dos compositores e pela valorização, preservação e resgate da memória musical da MPB. Foi ele quem criou o título dessa coluna: Galeria dos imortais. O compositor Denis Lobo faleceu no dia 27 de julho de 2017, aos 85 anos, vítima de complicações cardíacas. Deixou em nós uma imensa saudade. Uma grande perda para a música popular brasileira e para o direito autoral. Principais sucessos: Acorda Maria (com Celso Castro) Basta acenar adeus (com Rutinaldo) Bicho carpinteiro (com Brasinha) Bonnie e Clyde (com Benil Santos) Caixa d'água (com Adelino Moreira) De tamanco na mão (com José Orlando) Fessora (com Osvaldo Nunes e Celso Castro) Gatinha manhosa (com Benil Santos e Raul Sampaio) Mais uma lágrima (com José Orlando) Peguei o gato (com Benil Santos e Osvaldo Nunes) Se Deus quiser (com José Orlando) Tô com o diabo (com David Raw e Noel Carlos) 5
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Márcio Paschoal *
CRÔNICA
VAMOS FALAR DE MÚSICA?
Vamos falar de música. Poderíamos comentar a nova do Chico Buarque, que dizem ser meio machista. Bobagem. Apenas uma letra que fala de amantes infiéis. Aliás, o adultério não é novidade para o moço dos olhos cor de ardósia. Não chega a ser rodriguiano, mas dá suas investidas. O letrista de "quero ficar no teu corpo feito tatuagem, que é para seguir viagem, quando a noite vem" não decepciona, para ódio daqueles que o odeiam. Falando em Chico e tatuagens, outro dia um deputado idiota (quase pleonasmo) fazia uma de henna com a palavra "Temer" em seu ombro. Tolice. Quando ele proferiu discurso dando loas ao nosso presidente em exercício, talvez quisesse referir-se ao verbo temer: temia que não aumentassem suas mordomias; temia não ser reeleito caso barrassem o Distritão; temia ficar sem a grana da campanha, caso os nobres políticos não votassem o fundo eleitoral (nova firula para substituir o Caixa 2 das empresas privadas). Coisa de mais de 4 bilhões. Acinte. Vai ficar por conta e na conta de nós, passivos contribuintes. Falemos de música. Músicas que celebram encontros, como o da cantora Fabiana Cozza com o pianista cubano Pepe Cisneros, feste8
jando a obra de Bola de Nieve. Encontro mais do que feliz. Diferentemente do meeting da nossa futura procuradora-geral Raquel Dodge com o Temer, na casa deste, dez da noite, fora da agenda. Tomara que os assuntos tratados difiram do abordado com o Joesley Batista. Parece que esse tipo de encontro marcado out of time e apud Fernando Sabino, passou a ser moda.
Pobre Bola de Nieve que não tem nada a ver com isso. E nada a temer, diga-se en passant. Voltemos à música. Para quem gosta de metal pauleira, uma dica é o CD "Dead Cross", que junta o cantor do Faith No More e o baterista do Slayer em dez faixas pesadas. Puro punk. Mais até do que a proposta do governador Pezão, lançando edital para a contratação de jatinho necessário à locomoção, ao preço de dois milhões e meio en-
quanto os servidores do Estado estão sem receber seus salários há três meses. Bota punk nisso. Mas não nos desesperemos, afinal nem tudo está perdido e o Maluf não consta da lista do Lava Jato. Temos algumas boas notícias. A atraente cantora e compositora americana Kesha vem com novo álbum, lembrando o poder feminino e outras nuances. É o seu terceiro disco. Para quem não lembra Kesha ainda está em batalha contra seu ex-produtor, ao qual acusa de abusos sexuais. Embora abuso mesmo seja a da classe política que, sem a menor classe, não está nem aí para quem a elege, faz o que bem entende, em benefício próprio e sem o menor pudor. E o voto ainda nos é obrigatório. Enquanto isso, Roberta Sá canta no Circo Voador, o novo Barão Vermelho faz show e Teresa Cristina mergulha no repertório de Cartola, lembrando que nossa cidade continua no abandono, as balas nos procuram, ninguém atravessa a Linha Vermelha sem emoção e o país, na pindaíba moral e monetária, aguarda por eleições ano que vem. Talvez à espera de um Messias de última hora ou de um míssil do Kim Jong-um direto em Brasília. (*) escritor, autor das biografias de João do Vale e Rogéria
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LANÇAMENTOS
Tribalistas Foram lançadas quatro músicas inéditas dos Tribalistas Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown: 'Aliança', 'Diáspora', 'Fora da memória' e 'Um só' nas plataformas digitais - prévia do segundo álbum do trio que tem também Pedro Baby e Pretinho da Serrinha como coautores das faixas 'Alianç'a e 'Fora da memória'. O disco cheio sai no final de agosto nos formatos de CD e DVD, vídeos das gravações e letras das músicas. No vídeo divulgação feito pelo Facebook, Marisa esclarece: "Há o mesmo espírito coletivo". Arnaldo complementa: "Esse segundo álbum tem a mesma espontaneidade. Foi gravado com os mesmos músicos, com a mesma equipe técnica". Brown fecha os argumentos: "Juntos, nós formamos um super jogador de três pernas". Esse projetão, lançado pela Universal Music, além de CD e DVD, conta com clipes já disponíveis em todas as plataformas digitais e um especial, a ser exibido pela TV Globo em 31 de agosto.
Chico Buarque "Tua Cantiga", novo single de Chico Buarque do álbum "Caravanas", tem letra de Chico e melodia do pianista Cristóvão Bastos. Caravanas, que chega no final de agosto nas lojas, é o 23º álbum solo de estúdio do artista, que tem produção de Vinícius França e direção musical e arranjos do maestro e violonista Luiz Cláudio Ramos. Embora tenha sido criticado pelo enredo da nova música, seja por ser assunto recorrente, seja pela posição politicamente incorreta frente a uma tendência conservadora que assola nossa sociedade tupiniquim, o fato é que faz parte do sucesso ser comentado, ser contestado, estar na boca do povo de alguma forma. Mas um sucesso de Chico que deverá emplacar outras faixas de seu novo lançamento. 10
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Elias Nogueira
ARTISTA EM DESTAQUE
Detonautas lança "Nossos Segredos" Com single novo, banda de rock carioca promete lançar sexto álbum em outubro "Nossos Segredos" é a nova música que o Detonautas Roque Clube apresentou para seus seguidores, no dia 11 de agosto, via plataformas digitais. Faixa, com letra de Tico Santa Cruz e melodia dos Detonautas Roque Clube e Régis Leal, do álbum de estúdio, intitulado VI. Com nove canções inéditas, o sexto disco de estúdio do grupo chega pela plataforma de distribuição digital independente, One rpm (ONE Revolution People's Music), em outubro. Com 3,6 milhões de seguidores nas redes sociais, o lançamento de "Nossos Segredos" marca o início das comemorações dos 20 anos de estrada da banda. "Nossos segredos é uma canção confessional. Um pedido de trégua, de paz. Uma segunda chance. Com
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pitadas de Beatles, Queen e Mutantes. Mas na forma Detonautas de fazer baladas. Acerta fundo no coração", afirma Tico Santa Cruz. Detonautas Roque Clube formada em 1997 na cidade do Rio de Janeiro - teve lançado em 2002, seu primeiro álbum, o homônimo Detonautas Roque Clube, com canções de destaque como a polêmica "Ladrão de Gravata", "Ei Peraê!", "Que Diferença Faz", "O Bem e o Mal", e embalado com os três hits "Outro Lugar", "Quando O Sol Se For" e "Olhos Certos", estas três músicas foram um grande sucesso nacional. No mesmo ano a banda abriu dois shows do Red Hot Chili Peppers, o primeiro no Rio de Janeiro para 10.000 pessoas, e o segundo em São Paulo para 50.000 pessoas no estádio do Pacaembu lotado. Em 2003 os Detonautas venceram
o premio VMB de banda revelação, ainda naquele ano abriram três shows da banda australiana Silverchair. Em 2004, foi lançado seu segundo álbum de estúdio, Roque Marciano, que rendeu o primeiro disco de ouro dos Detonautas, com influências do Hardcore melódico americano, desta vez a banda teve quatro hits, "O Amanhã", "O Dia Que Não Terminou", "Tênis Roque" e "Só Por Hoje", destaque também para as canções "Mercador Das Almas" e "Nada Vai Mudar". Em 2004 a banda lançou seu primeiro DVD, Roque Marciano - Ao Vivo lançado pela gravadora Warner Music Brasil. Em 2009 a banda gravou no Pólo de Cinema e Vídeo, o segundo DVD, "Detonautas Acústico" (2009), lançado pela Sony Music. Em 2012 a banda lança seu terceiro DVD, Ao Vivo no Rock in Rio pela MZA Music.
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Nido Pedrosa
COLUNA MERCADO MUSICAL
CD COISA DE MULHER A MPB DE ILANA HAZAN Nesta edição a Coluna Mercado Musical traz um breve relato do trabalho da atriz e cantora Ilana Hazan, para mostrar que não é uma novidade as apresentações de atores que estão acontecendo aos domingos no decorrer do programa POP STAR (TV Globo), onde são apresentados profissionais da teledramaturgia com aptidão para a música. Há muito tempo, atores vem se lançando na carreira musical e investindo no estudo da musicalidade, da técnica vocal, nas gravações de LPs e CDs, para abocanhar um público que admira seus trabalhos de interpretações na telinha! Acho essa iniciativa louvável para os atores, que saem ganhando com essa experiência musical, porque os qualificam numa outra área da arte que eles não têm grandes domínios, experiências e até mesmo formações. Por outro lado, acho que tanto o programa quanto a TV Globo, deveriam estar investindo na busca de novos talentos, de fato, para uma renovação da Música Popular Brasileira, porque, há muito não temos uma cantora ou cantor com trabalhos diferenciados ao nível de uma Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia, um
Ilana Hazan e Ary Sperling
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Milton Nascimento, Djavan, Alceu Valença, Gilberto Gil, Caetano, Gonzaguinha e mesmo ao nível da nova safra, como é o caso de Marisa Monte, Vanessa da Mata, Ana Carolina, Seu Jorge, Nando Reis, Frejart, entre outros importantes nomes da nossa MPB, que chegaram para mostrar um trabalho diferenciado, com qualidades de composições, qualidades vocais, de arranjos e musicais... É isso que a nossa MPB está precisando, de uma grande transformação, de uma grande renovação! Não podemos tratar uma música tão
rica, como é o caso da Música Brasileira, como se fosse uma coisa completamente descartável. Não é justo tratar dessa forma um país como o Brasil, que detém a maior musicalidade do planeta com uma eclética gama de ritmos e qualidade musical, definitivamente não podemos! - Bom, está dado aqui o meu recado! Agora vamos ao que interessa, o mais recente trabalho: CD Coisa de Mulher de Ilana Hazan que está sendo lançado nas lojas virtuais de música e conta com participações de algumas estrelas da música brasileira. Apresento aqui um pouco da JG NEWS, ANO XXI, ED. 227, SETEMBRO DE 2017
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COLUNA MERCADO MUSICAL
Ilana Hazan e George Israel
trajetória de Ilana Hazan que estudou teatro no Tablado (Maria Clara Machado); deste cedo começou a atuar quando participou da peça teatral, o musical 'Verde Que Te Quero Ver' de Paulinho Tapajós e Edmundo Souto, de onde também surgiram para o estrelato os atores Mauricio Mattar e Claudio Lins. Ilana Hazan e Banda
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Depois dessa experiência no teatro, Ilana partiu para várias participações em novelas, comerciais de TV, fotonovelas, filmes de curta-metragem e longa-metragem. Se tratando das novelas, participou de 'Mico Preto', da TV Globo onde interpretou Luíse; 'Lua Cheia de Amor' - TV Globo, interpretou Lana; 'Kananga do Japão' - Extinta TV Manchete, interpretou Tatiana; 'Ana Raio e Zé Trovão', também na extinta TV Manchete, interpretou Adelaide; 'Vamp', na TV Globo, par- Ilana Hazan e Denise Mastrangelo ticipou como a Fotógrafa da Nevile D'Almeida. Na música Ilana Natasha que era uma personagem foi aprimorando seus conhecimenprincipal da novela; Participou aintos, além de ter participado da peça da do seriado 'La Mamma' com teatral musical já mencionada, parDercy Gonçalves e do programa Os ticipou do 'Programa da Angélica' na Trapalhões, ambos trabalhos na TV extinta TV Manchete, onde interpreGlobo. No Cinema, atuou como pertou a música 'Acalanto' da composonagem principal do curta-metrasitora e tecladista Denise Mastrângem 'Um Lagostin Pra Beliscar' da gelo do Grupo Sempre Livre. Na cineasta Kátia Mesel, que divulgou década de 2000 fez turnê pela Reo 2º Festival Nacional de Cinema do gião Nordeste do Brasil, onde apreRecife para todo o Brasil e em lonsentou seu show em vários locais ga-metragem, participou do filme nas cidades do Recife-PE e Maceió'Navalha Na Carne' do cineasta AL. Posteriormente ao retornar para sua cidade natal, o Rio de Janeiro, foi estudar na Escola de Música Villa Lobos onde se formou e hoje dá aulas de iniciação musical, piano e violão para crianças e adultos na Barra da Tijuca - RJ. Depois de acumular experiência musical, Ilana Hazan lançou seu primeiro CD, intitulado: 'Coisa de Mulher', uma composição de Maurício Gaetani e Claudia Ventura. O álbum conta com participações de importantes compositores, grandes instrumentistas, produtores de peso da Música Popular Brasileira e apresenta dez faixas a saber: 1- Se Eu For seu Sonho (Leonardo Sperling Taiyo Omura), 2- Bay, Bay Amor (Rogério Meanda - Leonardo Sperling Taiyo Omura), 3- Alguém Como Você (George Israel - Alvin L), 4- Coisa de Mulher (Mauricio Gaetani - Claudia JG NEWS, ANO XXI, ED. 227, SETEMBRO DE 2017
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COLUNA MERCADO MUSICAL
Ilana e aluna de Iniciação musical
Ventura), 5- Estrela Cadente (Rosane Duá - Fred Pereira), 6- Tua (Rogério Meanda - Taiyo Omura), 7Vem Dançar (Eric Burling - Taiyo Omura), 8- Minta Pra Mim (Mauri-
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cio Gaetani), 9- Quero Mais (Mauricio Gaetani), 10Acalanto (Denise Mastrângelo - Paulão). Este CD Foi gravado e mixado no Estúdio Viva Voz e masterizado no Estúdio Visom. Produzido por Ary Sperling, com produção executiva de Leo Portnoi; Técnico de gravação e mixagem: Marcos Caminha; Arte de Capa: Marcilio Carmo; Fotos: Dario Zalis; Participações especiais de Milton Guedes (Sax e Gaita) e Rogério Meanda (Guitarras). Contatos para shows através do E-mail: ilanahazan.0803@ gmail.com Maiores informações acesse: www.facebook .com/ i l a n a . h a z a np o r t n o i www.myspace.com/ilanahazan w w w. n u m b e r o n e m u s i c . c o m / ilanahazan
Foto Priscila Tessarini
Milton Guedes
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LANÇAMENTOS ESPECIAL INSTRUMENTOS
Banjo Algarvea Clave Sonora Em madeira natural; braço em cedro; fundo e faixa em marfim imperial; aro de alumínio; cordal de aço carbono; pele animal. Versatilidade; Pegada anatômica e timbragem única, som singular harmônico. Instrumento calibrado e pronto para estudantes e profissionais da área. Melhor custo benefício do mercado. À venda nas melhores e mais importantes lojas de instrumentos musicais do território nacional. Vale a pena conferir!
Scalene lança clipe da faixa "Distopia” Magnetite, é o novo disco do Scalene que já teve duas de suas faixas reveladas pelas plataformas digitais, "Ponta do Anzol" e "Cartão Postal". A nova faixa de trabalho "distopia", chega ao canal de YouTube do grupo brasiliense com um videoclipe assinado por Rafael Kent. "Distopia" é uma música que ilustra bem a postura do grupo brasiliense. A experiência da estrada de Gustavo Bertoni (voz), Tomás Bertoni (guitarra), Lucas Furtado (baixo) e Philipe Mkk Nogueira (bateria) resultou em segurança no trabalho realizado e uma noção da responsabilidade da banda em falar sobre temas cada vez mais relevantes. O videoclipe de "Distopia" utiliza uma estética soturna e uma narrativa dinâmica para abordar a manipulação da fé. "É um problema seríssimo que ninguém enfrenta", comenta Tomás Bertoni. "Para o problema passar a ser encarado como deve, primeiro precisamos falar de forma sincera sobre o assunto", completa. 20
Diferente dos clipes anteriores do Scalene, o registro não traz os integrantes em cena, mas, sim, um ator como personagem central em uma espécie de curtametragem. No caso, um pastor que representa um dos falsos profetas descritos na letra de "distopia", um rock com manobras sonoras e distorções. Magnetite é o terceiro disco de estúdio do Scalene. Foi produzido por Diego Marx e gravado, no primeiro semestre de 2017, no Red Bull Studio São Paulo. O lançamento ocorre mais uma vez sob a chancela do selo Slap, da Som Livre. O trabalho vem de um apanhado das experiências do grupo desde 2015, entre eles o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa (por ÉTER, de 2015) e o lançamento do primeiro DVD da trajetória (Ao Vivo em Brasília, 2016).
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Robson Candêo
LANÇAMENTOS
MUSICANDO MUSICANDO Sergio Diab, guitarrista, produtor e compositor, lança seu segundo álbum com codinome Stratoman - Siempre True Siempre Blue som instrumental de primeira categoria, que mescla latino com toques de Carlos Santana e uma pegada caribenha com base em instrumentos de sopro. A cantora Lorde lança seu segundo álbum - Melodrama - um dos mais esperados do ano, que na minha opinião é melhor do que o primeiro. Tem de tudo para fazer história. Simplesmente isso. Escute somente a primeira faixa Green Light e me digam se não concordam? A banda Nickelback lançou Feed The Machine, com pegada roqueira - meio pesada, característica deles, combinada com algumas faixas mais lentas excelentes. E a pop star Katy Perry também já está nas paradas com
o novo álbum Witness, - boa pegada pop, destacando a ótima faixa Chained To the Rhythm.
E que tal o álbum Fake Sugar da cantora Beth Ditto, vocalista da extinta banda Gossip, que não deixa à desejar com seu primeiro trabalho solo. Pop/rock com bom ritmo, ótimo vocal e belas melodias. Ouça que vale a pena.
ta que faz um rock do bom e que tem tudo para dar certo. Ainda falando de rock´n´roll, a banda Cheap Trick que está na ativa desde o final da década de 70, lançou, now, seu mais recente trabalho - Lolita com pegada de rock mais antigo - show de bola. O dueto britânico Royal Blood lançou How Did we get so Dark, um rock mais alternativo e também muito bem executado. No fabuloso mercado sertanejo, a dupla Cleber & Cauan traz o álbum Resenha, gravado ao vivo, com muitas participações e um som bem acústico, predominando voz e violão, trazendo uma proposta como se estivessem tocando em uma festa com os amigos. Não é uma compilação de grandes sucessos, mas o resultodo é muito bom.
A banda irlandesa The Coronas já está no seu 5º CD - Trust the Wire com um rock leve, meio indie, delicioso de ouvir. Nessas horas é que lembro porque vale a pena ficar procurando coisas diferentes para ouvir. Com uma batida um pouco mais moderna, a banda Hey Violet lançou seu primeiro álbum - "O.D.D." primeiro álbum oficial dessa garoJG NEWS, ANO XXI, ED. 227, SETEMBRO DE 2017
Robson Candêo escreve para o blog www.blurayedvdmusical.blogspot.com
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Fábio Cezanne
MÚSICA INSTRUMENTAL
Sergio Roberto de Oliveira sai de cena e deixa legado importante para a música brasileira Compositor e produtor era um dos nomes mais atuantes da música contemporânea brasileira, tendo sido indicado ao Grammy Latino duas vezes e responsável pelos principais lançamentos eruditos da atualidade Preludio 21
Em julho, a música brasileira perdeu um importante protagonista. Lutando contra um câncer no pâncreas desde fevereiro do ano passado, o compositor e produtor carioca Sergio Roberto de Oliveira morreu, aos 46 anos, no dia 19, após duas décadas a serviço da música erudita, seja como compositor, seja como diretor da A CASA Discos, gravadora especializada no segmento, fundada em 1998, tendo lançado mais de 30 CDs. Duas vezes indicado ao Grammy Latino (2011 na categoria "Melhor Composição Clássica Contemporânea" e 2012 pelo CD "Prelúdio 21 Quartetos de Cordas" no qual atuou como produtor e compositor), Sergio Roberto de Oliveira vinha participando decisivamente do cenário musical brasileiro e internacional e continuou produzindo e compondo até o fim da vida. Sua ópera "Na Boca do Cão", com interpretação da soprano e atriz Gabriela Geluda e 26
direção de Bruce Gomlevsky, foi sua última obra escrita e ficou em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio, até o fim de julho. Mes-
mo bastante debilitado, produziu os discos "Trio Paineiras interpreta Compositores de Hoje" - no qual participa com sua música "Paineiras" e o CD de estreia do Harmonitango, com lançamento previsto para outubro. Desde sua primeira indicação ao Grammy Latino, em 2011, Sergio Roberto de Oliveira se dedicou intensamente na difusão de sua obra e da música de concerto carioca. Produziu e lançou inúmeros títulos neste segmento, como os CDs do Quinteto Lorenzo Fernandez, Trio Capitu, os dois do Duo Santoro, Cristiano Alves, Ayran Nicodemo, Ricardo Tacuchian, The Biedermeiers, Duo Bretas-Kevorkian, GNU, Orquestra Sinfônica Nacional, escrevendo obras para a maioria destes. Publicada nos EUA, Inglaterra e Alemanha, sua música já foi executada em 8 países, tendo sido convidado com frequência para palesJG NEWS, ANO XXI, ED. 227, SETEMBRO DE 2017
MÚSICA INSTRUMENTAL tras sobre sua Duo Santoro e Sergio obra no Brasil e no exterior. No campo da música para cinema, lançou em 2014 o curta "Ao Mar", e compôs a trilha para os filmes "Alla Prima" e "A Dívida", sendo indicado com o último no Festival Internacional de Cinema de Madri na categoria "Melhor Música para filme" e no International Filmmaker Festival of World Cinema de Milão na categoria "Melhor Trilha Sonora". Seu grupo de compositores, Prelúdio 21, é um dos mais ativos do mundo e tem tido destaque no cenário da música contemporânea brasileira, atuando há 17 temporadas ininterruptas. Oliveira era ainda membro do grupo de compositores Vox Novus, de Nova York, e da Academia Latina de Artes e Ciência da Gravação. A música erudita brasileira perde um dos seus maiores entusiastas e incentivadores. O compositor, que em diversos momentos admitiu ser a paixão seu principal combustível para a manutenção da gravadora - um investimento de baixíssimo retorno financeiro - levou a cabo sua missão de fomentador cultural que atribuiu a sai próprio e nos deixa um legado importante, com o registro fonográfico de centenas de obras contemporâneas, dando vida sonora a folhas de partitura. A música brasileira será eternamente grata.
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