Jgnews228Magarça

Page 1

Caderno Especial ECAD ANO XXI - EDIÇÃO 228 OUTUBRO DE 2017

Madonna muda-se para Portugal

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

- Elvis Presley - Os Montros do Ula Ula -Ricardo Marques - Harmonitango - Kesha - Paulo Miklos - Dua Lipa - Dan Wilson - Avicii - Dallan - Will Hoge - The Winery Dogs - Far From Alaska - Arcade Fire - Karen Souza - Salvador Sobral

1


MA TRIZ: PRAÇA MAHATMA GANDHI, 2, MATRIZ: GRUPOS 709 E 710 CENTRO, RIO DE JANEIRO, RJ CEP 20.031-100 TELEFONE ONE: (21) 2220-3635 TELEF ONE E-MAIL: sbacem@sbacem.org.br 2

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


Antonio Braga

Crise ou mudança de hábitos?

EDITORIAL EXPEDIENTE Editores Antonio Braga e Jorge Piloto Colaboradores Elias Nogueira, Alberto Guimarães, Márcio Paschoal, Robson Candêo, Patrícia Rodrigues, Nido Pedrosa e Fábio Cezane.

Comercial

Nove lojas de instrumentos musicais já fecharam na Rua da Carioca e sei, de fonte fidedigna, que mais outras tantas estão com seus dias de atividades contados. Fora esse mercado de instrumentos musicais, outros tantos de lojas na mesma rua já findaram suas atividades. Não é o segmento que está ruim, não é a indústria nacional que não vai bem, não se culpem por esse desatino desenfreado que assola todo o país e o mundo. O formato 'loja física' está vivendo seu final, assim como também o disco físico (CD). Este, então, já está deixando de ser fabricado pelas grandes gravadoras. A moda agora é comprar tudo pela internet. Soma-se a esse novo conceito e costume a violência que acontece nas ruas e vemos todos os dias pelos noticiários das televisões. Nesse absurdo sem solução governamental, melhor mesmo não sair à rua e comprar pela internet. Soma-se ao fator 'perigo nas ruas' o fato da Globalização, onde temos acesso a tudo, de todos os lugares do mundo, e podemos e devemos (enfim) ter as novidades do primeiro mundo, que antes levavam séculos até chegar, fisicamente, por aqui. Compra-se mais barato na China e a entreJG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

ga tem sido, por enquanto, demorada, mas precisa. Um novo costume abala antigas estruturas e assim o mundo muda radicalmente. Os canais de televisão estão sofrendo há anos com a perda de receita para a nova onda mundial, onde os anúncios são ridiculamente mais baratos e têm uma audiência infinitamente superior. Já é costume de todos ligar a televisão e ficar olhando no celular os assuntos do Facebook ou as respostas do Whatsapp. Em um pouco mais de tempo não ligaremos mais a televisão, assim como já não ligamos mais o rádio dentro de casa. O rádio ainda sobrevive por conta do automóvel. Não dá para dirigir olhando o celular, então ouvimos rádio. O que está se configurando mundialmente, por enquanto, é o seguinte: Tudo que é fabricado está na China - local escolhido por ter a mão de obra mais escrava do mundo. Todo o Call Center em inglês está na Índia - motivo parecido, mão de obra barata que fala inglês. O pasto do mundo e a agricultura que sustentará os demais países fica no Brasil. Aliás, por falar em capitalismo, vamos admitir que conseguimos enterrar o Socialismo e o Comunismo - regimes onde uma elite

Rio de Janeiro Antonio Braga Whatsapp: 22 98828-0041 CEL: 21 98105-4941 bragaa@gmail.com Bahia Jorge PIloto (71) 98647-7625 (71) 9922-1828 jorge.piloto@yahoo.com.br Redação: Rua Cristóvão Barcellos, 11/103, Laranjeiras/ Rio de Janeiro, RJ CEP 22.245-110 Os artigos assinados são única e exclusivamente de responsabilidade de seus autores. A revista JG News é a continuação, em formato revista, do Jornal das Gravadoras, fundado em novembro de 1996 pelo jornalista Antonio Sergio de Farias Braga, Registro Profissional 18.851 L87 fl8v, emitido em de 16/09/1986. 3


EDITORIAL manda por tempo infinito e os demais abaixam a cabeça. Porém o regime sobrevivente, o capitalismo, está seguindo passos perigosos onde apenas os ricos mandam e os políticos obedecem. Nesse sentido estamos dando adeus à democracia (nascida na Grécia antiga), que seria, em tese, o poder do povo. Se os ricos elegem seus políticos para assegurar seus patrimônios, fazendo leis que os preserve, o voto popular apenas lhes dá legitimidade. Um regime de cartas marcadas, onde o povo é figurante de fundo de cena - necessário, mas não imprescindível. Não me refiro apenas às notícias relativas ao Brasil, esse regime é igual em todo o mundo. A corrupção já acontecia em Roma nos seus áureos tempos e foi a corrupção que destruiu aquele império milenar. A história se repete. O capitalismo está se autodestruindo. Nesse sentido a internet pode ser nossa salvação. Até que seja proibida, e será, é por ela que discutiremos e colocaremos novas ideias em prática. Será através dessa rede que acontecerá uma nova ordem mundial. Acredito que o mundo esteja precisando de uma lei segura para todos, talvez um único governo, uma única língua, uma única moeda (os bitcoin estão na liderança, por enquanto). Precisamos salvar o planeta, nossa casa, a única onde podemos sobreviver como raça, como dominadores. NecessiOs Diretores Islã e Clailton com O presidente Fernando Magarça

4

tamos de união e não de discórdia. Precisamos de água limpa e ar puro. Somos nós e somente nós que sujamos o ar e a água, fontes necessárias da vida de toda espécie deste planeta. O capitalismo, assim como os outros projetos de socialização, fracassou, feriu o ecossistema em busca de lucro. Vamos nos reinventar. Precisamos nos reinventar. O lucro é nada se este estiver nos matando. Uma outra forma de viver tem que ser apresentada à população, onde o bemestar esteja em primeiro lugar. Primeiro a vida. Enquanto o tempo passa coisas acontecem aos nossos olhos e nada fazemos para evitá-las. Sozinhos somos inúteis, contudo em grupos somos a maioria e a maioria vence. Formemos então grupos. Mudando de assunto, voltando ao mundo da música, mais precisamente ao do direito autoral - autores, escritores de música, compositores. Após a perda do irreparável Dênis Lôbo, mês passado, na Sociedade de Direito Autoral Sbacem, amiga e parceira deste veículo de comunicação há décadas, assume o novo presidente: Fernando Magarça. Magarça é autor (e cantor) conhecido no mundo do samba com dezenas de sucessos gravados por inúmeros intérpretes da nossa vasta MPB. Entre seus parceiros de composição estão: Xande de Pilares, Gilson Bernini, Dudu Nobre, Claudemir, Brasil do Quintal, Badá, Alexandre Nogueira, Moisés Santiago, dentre outros. E entre os artistas que já gravaram suas obras estão: Zeca

A Diretora Tesoureira, Ivonete com Magarça

Pagodinho, Alcione, Dudu Nobre, Neguinho da Beija-Flor, Grupo Revelação e Molejo. Fernando Magarça além de ser um compositor conceituado é também um músico muito requisitado. Percussionista natural, embala os pagodes por onde passa com maestria em Tantan, Surdo ou Pandeiro. Os rumos da sociedade de direitos autorais, Sbacem, agora estão nas suas mãos. Essa nova gestão promete um envolvimento mais próximo com autores; ações voltadas ao esclarecimento de dúvidas de seus associados; apuração personalizada; orientação profissional voltada às obras compostas, enfim, muita transparência. Que assim seja. Boa Sorte!! Dênis Lôbo, ex-presidente com o atual presidente da Sbacem Fernando Magarça

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


Patrícia Rodrigues

Armando Cavalcanti (19/04/1914 - 12/05/1964) Armando Cavalcanti de Albuquerque nasceu no estado de Pernambuco. Foi um dos maiores parceiros do compositor Klecius Caldas. Com ele, começou a compor, na década de 1940, uma série de músicas. A primeira foi "O velho bar", lançada por Francisco Alves na Rádio Nacional e gravada depois por Helena de Lima. A dupla de compositores lançou vários sucessos c a r n ava l e s c o s : "Marcha do gago", cantada pelo comediante Oscarito no filme Carnaval no fogo, em 1949, e Papai Adão, gravada em 1951 por Black-out. Ainda em 1951, teve o bolero "Jamais" e o samba "Bahia da primeira missa", escritos em parceria com David Nasser, gravados por Dircinha Batista, e o samba "Ó de penacho", parceria com Manezinho Araújo, gravado por Linda Batista. Em 1952, sua composição "Maria Candelária", satirizando o funcio-nalismo público, foi gravada por Black-out e tornou-se o maior sucesso do Carnaval. No ano seguinte, lançou "Máscara da face", mais uma parceria com Klécius Caldas levada ao disco por Dircinha Batista. Em 1954, a marcha "Piada de salão" foi a primeira colocada em um concurso carnavalesco. Em 1955, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas tiveram grande êxito no carnaval com a marcha "Maria Escandalosa", também gravada por Black-out. Na década de 1960, a dupla fez sucesso no carnaval com as composições "A letra jota", parceria com Ivo Santos; "A lua é dos namorados", parceria com Brasinha; "Marcha do paredão"; "O último a saber"; "A lua é camarada". JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

Stelinha Egg (18/7/1914 - 17/6/1991) Stella Maria Egg nasceu em Curiti-ba PR. Cresceu recebendo a influência do ambiente musical existente em sua família. Aos cinco anos de idade já cantava nas festas da Igreja Evangélica. Iniciou a carreira profissional na Rádio Clube Paranaense, em Curitiba. Venceu um concurso de melhor intérprete do folclore brasileiro e logo depois foi contratada pela Rádio Tupi de São Paulo. Na capital paulista trabalhou nas Rádios São Paulo e Cultura. No início dos anos 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi contratada pela Rádio Tupi. Na emissora carioca, apresentou-se ao lado de Dorival Caymmi e Sílvio Caldas. Stelinha dedicava-se também ao estudo e pesquisa do folclore brasileiro e gravou diversas composições de domínio público e folclóricas, como a toada "Garoto da lenha de Angico", a toada "Boi Barroso", "Samba lelê", "A moda da carranquinha", "Cantigas do meu Brasil" e outras. Sua estreia no disco foi em 1944, com a gravação da toada "Uma lua no céu... outra lua no mar", de Jorge Tavares e Alaíde Tavares e do coco "Tapioquinha de coco", de Jorge Tavares e Amirton Valim. Em 1950, foi eleita a Melhor Cantora Folclórica, no Congresso Internacional de Folclore, em Araxá, Minas Gerais. Em 1952, gravou a rancheira "Toca sanfoneiro", de sua autoria, em parceria com Luiz Gonzaga e a canção "Luar do sertão", de Catulo da Paixão Cearense. Stelinha Egg gravou também diversas composições de Dorival Caymmi. Nos anos de 1955 e 1956 excursionou à Europa. Apresentou-se na URSS, França, Polônia, Finlândia, Itália e Portugal acompanhada pelo maestro Lindolfo Gaia, seu esposo. É autora de "Jerônimo, voltei pra ficar", em parceria com Macedo Netto, e "Os olhos".

Lupicínio Rodrigues (16/09/1914 - 27/08/1974) Lupicínio nasceu em Porto Alegre - RS. Compôs sua primeira música em 1928, aos 14 anos: a marcha "Carnaval", que não chegou a ser gravada. Três anos depois, a composição foi a vencedora de um concurso de músicas carnavalescas no Rio Grande do Sul. Em 1935, escreveu com Alcides Gonçalves a música "Triste história". A composição ficou em primeiro lugar em concurso realizado em Porto Alegre durante as comemorações do Centenário da Revolução Farroupilha. A música foi gravada em 1936, na RCA Victor, por Alcides Gonçalves. Mesmo sem sair de Porto Alegre, as músicas de Lupicínio Rodrigues tornaram-se conhecidas no Rio de Janeiro, trazidas por marinheiros. Entre as composições mais cantadas pelos marinheiros, estava o samba "Se acaso você chegasse". Os diretores da gravadora RCA Victor ouviram o samba e se interessaram pelo autor. "Se acaso você chegasse" foi gravado por Cyro Monteiro, em 1938, e tornou-se o primeiro grande sucesso nacional de Lupicínio Rodrigues. Outra composição do gaúcho que alcançou sucesso nacional foi o samba "Brasa", gravado por Orlando Silva, em 1945. Dois anos depois, foi a vez de Francisco Alves transformar uma das composições de Lupicínio em mais um grande sucesso. O Rei da Voz levou ao disco o samba "Nervos de aço". É também do ano de 1947 a composição "Felicidade", um dos clássicos da Música Popular Brasileira gravado por diversos cantores e lembrado até hoje. Outros grandes sucessos de Lupicínio Rodrigues: "Quem há de dizer", "Vingança", "Nunca", "Aves daninhas", "Ela disse-me assim", "Volta" "Esses moços, pobres moços" e "Cadeira Vazia".

5


INSTRUMENTOS EM DESTAQUE

TECNOLOGIA DE PONTA E PODER CRIATIVO DE DUAS EMPRESAS INOVADORAS Guitarristas ousam. A Strandberg e a BOSS disponibilizam recursos que inspiram a criação de sons e ideias musicais inovadoras.

O V-BDN é um instrumento pioneiro e completamente novo que combina o atraente design da fabricante de guitarras Sueca Strandberg, com o avançado sintetizador de guitarra e a tecnologia de modelagem da BOSS. Baseado no popular modelo Boden J Standard, o V-BDN possui um design com todas as características que fazem das guitarras Strandberg únicas e atraentes para artistas do mundo inteiro. A tecnologia BOSS embutida na V-BDN leva o instrumento a sonoridades desconhecidas, com uma vasta gama de sons de guitarra, synth e sons de baixo a sua escolha, mais acesso rápido diversas afinações diferentes através de um simples knob. Disponível em uma linha de produção limitada, a incrível V-BDN oferece aos guitarristas modernos uma nova ferramenta para libertar a sua criatividade, apoiada pelas inovações renomadas de duas das mais progressivas companhias da indústria de instrumentos musicais.

Este é o Sax que Você está Precisando Nada supera o som do seu sax acústico favorito, mas às vezes aquele timbre pode não ser o mais apropriado para determinado trabalho. Qualquer que seja a situação em que você estiver tocando, o Roland Aerophone AE-10 oferece os timbres digitais de sax que você precisa. Escolha entre os tipos de sax alto, tenor, soprano e barítono, que respondem como os equivalentes acústicos quando você toca com dinâmica e articulação, graças à moderna tecnologia de modela6

gem Roland SuperNATURAL. Além dos timbres individuais, usando o recurso Full Range você pode configurar para que o som mude automaticamente de um tipo de sax para outro, conforme a região de notas. Você se dedicou muito para desenvolver a técnica do sax, mas a maioria dos instrumentos controladores digitais de sopro exige uma nova digitação o que acaba sendo um grande obstáculo. Esta transição fica fácil com o Roland Aerophone AE-10, graças ao layout similar ao seu sax acústico favorito. Além disto, o AE-10 possui um sensor de sopro montado

na boquilha que também funciona como sensor de mordida, possibilitando técnicas expressivas de vibrato e entonação. Até iniciantes poderão aproveitar de primeira com os diversos timbres internos. Tocar com o Aerophone AE-10 também fica muito divertido quando você conecta nele seu smartphone, para improvisar em cima das suas músicas favoritas. E graças à saída para fones de ouvido, você pode tocar direto, a qualquer hora, sem incomodar os vizinhos e nem sua família. Você pode conectá-lo também ao seu computador via USB para tocar sintetizadores virtuais ou instrumentos MIDI através do seu software de produção de música, com o controle por sopro possibilitando um novo mundo de expressão, impossível de ser obtido com teclados sintetizadores. (fonte: Assessoria) JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

7


Márcio Paschoal *

COMENTÁRIOS DE MARCIO PASCHOAL

paschoal3@gmail.com

CARISMA, GENIALIDADE E JOGO DE CINTURA ÁLBUM "ELVIS PRESLEY - O REI DO ROCK" Nem sempre o que é bom aparece logo. Às vezes precisa-se de um tempo de maturação. Aquilo que choca, o que é diferente, novidade, atrai atenções positivas e reações adversas, e essa linha tênue que as separa, pode definir destinos. A sorte também escancara algumas portas: estar no lugar certo, na hora exata, com as pessoas devidas, tudo pode conspirar a favor. Ou não, como dizia o velho compositor baiano, tão divino quanto maravilhoso. Pode ser. Mas o primeiro trabalho, tanto quanto o primeiro soutien ou a primeira relação sexual (sem ordem de importância, claro), dizem, ninguém esquece. Há inúmeros exemplos de artistas que estouram e não conseguem repetir a dose. E também seu inverso, começos claudicantes e desenvolvimento natural com a experiência. Vem de Nashville a estreia de um cantor branco, motorista de caminhão e aprendiz de eletricista, que cisma que é negro, parece ter enorme talento e, notadamente, carisma com as mulheres. Nada contra as aparências externas. Cauby Peixoto também trilhou o mesmo caminho. Genialidade à parte, os olhos cor de ardósia de Chico Buarque não atrapalharam. Fábio Jr só gravou porque começou galã de tevê, idem Maurício Mattar. Não são todos os casos, mas quase sempre a beleza ajuda se somada ao talento. Enfim, o seu álbum inicial, gravado nos estúdios da RCA, em Nova York , traz algumas surpresas e boas revelações. O frenético "Tutti Frutti" (Dorothy LaBostrie e Richard Penniman), 8

hit consagrado por Little Richard, e a dançante "Blue Suede Shoes", obra prima de Carl Perkins, não deixam ninguém parado. Rock puro, sem gelo. As canções se distribuem, misturando o gênero rockabilly a músicas pretensamente românticas e algum country. "I Love you because", de Leon Payne, e "Blue moon" (Rodgers e Hart) provam a qualidade do intérprete sem, no entanto, garantir ser um sucesso. Onde há fumaça pode haver fogo. É o caso de "Trying to get you" (Rose Marie McCoy e Margie Singleton), gravado em Memphis, no Tennessee. Do tradicional grupo de soul, The Drifters, vem a ótima de Jesse Stone, "Money Honey". Não arrisco dizer que o disco todo

é bom. Nas doze faixas, produzidas por Sam Phillips, há passagens realmente que chamam a atenção, outras só a voz melosa e propositadamente dirigida ao público feminino. Contudo, devem-se admitir algumas qualidades no moço. Os músicos convidados destacamse: Scotty Moore e Chet Atkins (amigo de Mark Knopfler do Dire Straits) nas guitarras; Bill Black no baixo; Floyd Cramer no piano; e D.J. Fontana e Johnny Bernero na bateria. Mirando no mercado teen e viajando na exploração de ritmos da moda, o disco diverte, embora não empolgue e, tirante o visual arrojado e o topete exagerado, o cantor rebola bem mais do que canta. Bem melhor que um Dean Martin e sem o alcance vocal de um Sinatra, o iniciante promete. JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

9


Fábio Cezanne

MÚSICA INSTRUMENTAL

Harmonitango lança seu CD de estreia

homenageando Astor Piazzolla Fotos Cicero Rodrigues

Trio formado por José Staneck (gaita), Ricardo Santoro (violoncelo) e Sheila Zaugy (piano) regravam, em formação inusitada, raridades e obras consagradas do músico portenho, como Adiós Nonino, Libertango La Muerte del Ángel, Deus Xango e Retrato de Milton Uma homenagem a Astor Piazzolla deve ser feita por músicos competentes, virtuosos e, principalmente, versáteis, que possam transitar entre o popular e o erudito tão habilmente quanto o consagrado, e muitas vezes incompreendido, músico portenho. Neste sentido, e em busca por diferentes sonoridades e novas formas de expressão, o Harmonitango chega ao seu primeiro CD, numa formação inusitada, com músicos de grande experiência came-

10

rística: José Staneck (gaita), Ricardo Santoro (violoncelo) e Sheila Zagury (piano). Última produção de Sergio Roberto de Oliveira, morto em julho de cancer no pancreas, o CD homônimo faz juz à diversidade cultural que tanto marcou a obra de Pìazzolla, agora com tempero brasileiro. A partir de suas múltiplas influências, a música de Piazzolla, também bebeu na fonte brasileira. No início de carreira, em sua ânsia de se tornar compositor erudito, o portenho foi ter aulas com a legendária Nadia Boulanger, mestre de alguns dos maiores criadores do século XX como Igor Stravinsky, Leonard Bernstein, Aaron Copland, os brasileiros Claudio Santoro, Camargo Guarnieri e Almeida Prado, além de nomes fundamentais da música popular moderna, como Egberto Gismonti e Quincy Jo-

nes. E foi a própria Boulanger quem lhe incentivou a desistir da carreira erudita e mergulhar de vez no tango, o ritmo que tanto o fascinava. Neste CD estão presentes duas de suas maiores criações: Adiós Nonino, dedicada ao seu pai que acabara de perder, em 1959; e Libertango, tema consagrado pelas interpretações do compositor e das várias releituras mundo afora. A Libertango se juntam, nesta gravação, Meditango e Violentango, que pertencem a uma série original de sete tangos (além dos três citados, Meditango, Undertango, Amelitango e Tristango) lançados em único disco, de 1974. Em Fuga y Misterio, o compositor resgata suas influências eruditas, onde encontramos uma fuga que integra, originalmente, María de Buenos Aires, uma JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


MÚSICA INSTRUMENTAL "ópera-tango" denominada pelo compositor como "operita". Essa mesma forma reaparece em La Muerte del Ángel, com momentos líricos magistrais. Ainda dentro da série "Ángel", Milonga del Ángel e Resurrección del Ángel, e e Oblivion, escrita em 1982 para o filme Enrico IV, do cineasta Marco Bellocchio. Deus Xango é um dos frutos dos encontros de Piazzolla com o saxofonista Gerry Mulligan: o disco Summit (Reunión Cumbre), de 1974. Já Retrato de Milton é dedicada a Milton Nascimento, que Piazzolla considerava como o grande representante da então nova geração de grandes compositores do Brasil. HARMONITANGO Através da fusão de seus estilos, o trio encontra na obra de Astor Piazzolla uma maneira de se expressar de forma emocionante e vibrante, valorizada pela riqueza tímbrica da harmônica, do violoncelo e do piano, criando uma sonoridade surpreendente dentro de uma obra fascinante. A similitude da sonoridade da harmônica com o bandoneon transfere à música de Piazzolla toda a energia de um dos mais importantes compositores do século XX, numa poderosa usina de sons valorizada pelos arranjos e pela execução do Harmonitango. Criado em 2010, o Harmonitango já se apresentou em diversas salas de concerto do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Brasília, Goiânia, Maringá, Londrina etc, sempre com grande receptividade do público e da crítica especializada, e tem como seu principal objetivo a divulgação da música de Piazzolla e também dos grandes compositores brasileiros, sempre com arranjos feitos pelos próprios músicos. Chamado de David Oïstrakh da harmônica pelo crítico francês Oliver JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

Bellamy e comparado aos músicos Andrés Segovia e Mstislav Rostropovich por sua atuação na divulgação e construção da poética de uma harmônica brasileira pelo crítico Luiz Paulo Horta, José Staneck criou um estilo próprio onde variados elementos se fundem numa sonoridade marcante. Desenvolve importante trabalho na área do ensino, e atualmente viabiliza um trabalho social de inclusão cultural levando o ensino de música através da gaita para crianças em diversas localidades do Brasil. Atua com diferentes formações camerísticas, e já foi solista de diversas orquestras sinfônicas brasileiras e internacionais. Ricardo Santoro é Mestre pela UFRJ e violoncelista da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Orquestra Sinfônica da UFRJ. Faz parte do Duo Santoro, do Trio Aquarius e do Trio Mignone, todos com intensa atuação no cenário musical brasileiro. Com o Trio Aquarius, participou de turnês pela Alemanha e Estados Unidos. Com o Duo Santoro, se apresentou no Carnegie Hall de NY e na República Dominicana. Gravou os CDs "BemBrasileiro" e "Paisagens Cariocas", com o Duo Santoro; "Trios Brasileiros" e "Peace to the city", com o Trio Aqua-rius; e "Francisco Mignone: obras para flauta, violoncelo e piano", com o Trio Mignone". É responsável pela primeira audição mundial de alguns dos

maiores compositores brasileiros,tais como Edino Krieger, João Guilherme Ripper e Ronaldo Miranda. Sheila Zagury é pianista, arranjadora e professora da UFRJ. Fez Bacharelado na UFRJ, Licenciatura e Mestrado na UNIRIO e Doutorado na UNICAMP, com tese a respeito de choro nos anos 1990. Musicista de formação eclética, com passagem na música erudita e no jazz, já atuou com vários artistas e grupos de renome como Eduardo Dussek, Ângela Rorô, Rio Jazz Orchestra, UFRJazz, Daniela Spielmann, Neti Szpilman e Marianna Leporace, e em numerosos espetáculos de teatro e shows em todo o Brasil e no exterior. Desenvolve diversos trabalhos artísticos com músicos, envolvendo choro, samba e jazz, tendo participado de vários shows e gravado CDs dentro desses gêneros, como "Mulheres em Pixinguinha", "São Bonitas as Canções", "Brasileirinhas" e "Orquestra Lunar". CD "Harmonitango" Gravadora: A CASA Discos Distribuição nacional: Tratore Preço médio: R$30,00

11


Elias Nogueira

ARTISTA EM DESTAQUE

Montros do Ula Ula Com nova formação, banda de rock carioca sai do alternativo e lança primeiro disco Depois de viver no underground carioca, os Monstros do Ula Ula com nova formação lança disco novo e cai na estrada - grupo de músicos tarimbados e com muita bagagem profissional. O resultado disso é o CD "A Balada do TikiSiriPolvo", primeiro disco deste quinteto. Entendam bem: a banda teve o seu começo com outra formação, porém somente agora lançam disco. Fizeram apresentação no emblemático Circo Voador e show de lançamento no festival de "Goiânia Noise Festival". Os Monstros do Ula Ula é, sem dúvida, a banda mais punk do cenário roqueiro do momento.

12

Lucky (o vocalista) canta diferente, inteligível, contrário de outras bandas que não se entende nada que o frontman fala. Formação: Lucky Leminski - voz, Diba Delgado - guitarras e vocais, Gus Santoro - guitarras e vocais, Olmar Lopes - guitarra baixo, Bacalhau - bateria e vocais. Aos mal informados, vale lembrar que esses músicos fizeram história também em suas ex-bandas, tais como: Planet Hemp, Robertinho de Recife e Metalmania, Autoramas, Matanza, Coquetel Molotv e Rated. Os Monstros do Ula Ula vieram com proposta diferente, mantendo a essência que fez nascer à banda. "Com o disco lançado em Junho de 2017 em parceria com Monstro Dis-

cos, a faixa "Sem Sentido"" remete ao primeiro vídeo single do disco.

Entre vis tando o vvocalis ocalis ta: Entrevis vistando ocalista: A ideia de reunir músicos tarimbados para integrar na nova formação... Hoje em dia, mais até do que no passado, pois a inocência acabou, a experiência de vida é uma força fundamental para quem está na cena da música alternativa. A despeito de nossos méritos, nós, da banda, temos uma amizade e carregamos experiências históricas de mais de 20 anos. Cada um viu o outro evoluindo. Monstros do Ula Ula retorna com tudo novo e também lançando o primeiro disco cheio. Isso quer di-

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


ARTISTA EM DESTAQUE zer coisas sem sentido, vai beber, vai fumar, vai se perder atrás de um rabo de saia no pole dance, não vai reclamar de tédio e vai voltar para casa satisfeito, pronto para outra e que assim seja. Longe da ressaca!

zer que agora e pra valer, a coisa é séria. Quando deu o estalo e como foi ter a ideia de gravar e lançar disco? Antes a banda era muito underground... Na essência os Monstros são bem underground e a banda sempre foi para valer, tanto que produzir e lançar um CD já era um objetivo desde a primeira formação, mas não aconteceu naquela fase. Somos um dínamo de diversão acima de tudo, numa gig dos Monstros do Ula Ula, você vai ter uma experiência mística com os Gurus Setiúnicos. Vai botar os demônios para fora e fa-

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

Gostaria que comentasse como foi à entrada do veterano baterista Bacalhau? De quem foi a ideia? Chamar o Bacalhau veio do Diba... ele já estava fora do Autoramas... achamos a ideia perfeita... as influências e motivações são as mesmas. Sobre o disco: como funciona o trabalho de criação, composição, arranjos, produção... Todos participam? Todos contribuem na criação das composições... a banda pratica uma "comédia de erros" buscando uma unidade com canções de rock n roll básico... acho que o mérito de uma canção é o refrão e as situações que vão levar para esse ápice. Bandas de rock n roll sueco feito

"The Hives", "The Hellacopters" os yankees do Eagles of Death Metal e Butthole Surfers estão presentes na fórmula química da banda. Faix as comentadas: aixas Sem Sentido - Loucura pouca é bobagem... é pura auto sabotagem. Love Song Hare Bo - Gurus Setiúnicos do rock abrindo corações, consciências e carteiras. O Médico e o Monstro - Um épico lúgubre de pura latinidade para quem gosta de contos sobre criador e criatura. Prenúncio do Mal - Mais latinidade no inferno tropical carioca. Amor Bruto - Música de puteiro dos anos 1970. Por Causa de Você - A culpa é sempre dos outros. As Coisas Boas da Vida - Tente dormir com tudo que acontece nessa "festiva". Não Posso Ficar - Fugitivo da Lei Marital e do bafômetro. **A antiga formação dos Monstros eram: Diba, Formigão (do Planet Hemp), Cadu (do Second Come) e Bernardo. (Elias Nogueira - é escritor/jornalista e assessor de imprensa)

13


Nido Pedrosa

COLUNA MERCADO MUSICAL

O SOM DO GUITARRISTA RICARDO MARQUES Instrumentista autodidata, músico e compositor, nasceu em pernambucano no dia 20/12/1959. Nos anos 78 e 79 participou de alguns festivais de música estudantil quando começou sua carreira artística. Em 1980, participou das excursões em São Paulo e Minas Gerais com o grupo 'A Banda do tempo' e ao retornar para o Recife, foi convidado a partici-

par do evento produzido e promovido pela Rede Globo Nordeste 'Vamos Abraçar O Sol', na praia de Boa Viagem em Recife-PE. Em 1982 forma o grupo 'Algodão Doce' e na ocasião produziu o musical 'Presença' no Teatro Paulo Freire, na cidade de Paulista-PE e ainda, participou como músico guitarrista do grupo 'Olho Da Rua'. Neste mesmo ano, participa do 3º Festival de Música Estudantil da cidade de Paulista-PE, ficando em segundo lugar com a canção 'Corações de Aço', de sua autoria e a partir daí, Ricardo se torna compositor. Em 1984 foi convidado para o grupo de Rock 'Cães Mortos', uma lendária banda do movimento Rock Pernambucano e participou da turnê de lançamento do compacto do grupo que leva o mesmo nome da banda. Em 1985, formou a banda 'Distúrbio Metal', com o qual participou dos seguintes eventos: '8º festival de Inverno da UNICAP'; 'Show

República Metálica' no Teatro Municipal Paulo Freire-Paulista-PE; Forte de Pau Amarelo-Olinda-PE; no Teatro Valdemar de Oli14

veira-Recife-PE; Forte das Cinco Pontas-Recife-PE. Nessa época, Ricardo Marques começou a tocar com bandas de baile, a exemplo da banda 'Os Tártaros' e participou de gravações em estúdios profissionais. Nos anos 90, passa a acompanhar como side-man, artista nacionais e internacionais como: Cátia de França, Erastos Vasconcelos, Azulão do Nordeste e o conceituadíssimo e importante percussionista mundial Nana Vasconcelos, e, ao lado de Nana, participa de shows, trilhas sonoras de filmes e do disco em comemoração aos 500 anos do Descobrimento do Brasil, um CD que conta ainda com as participações de Fagner, Zeca Pagodinho, Chico César, entre outros artistas. Este guitarrista ainda dividiu com Nana Vasconcelos a 'Direção Musical' do referido CD e participou como músico integrante d a banda de Nana do 'Filme Nzinga - A Rainha Africana', estrelado pela atriz global Thais Araújo. Em 1992 Ricardo Marques lançou a banda de Rock Progressivo Kastarrara, onde foi um dos fundadores e divide com o baterista Jaú Melo todo o repertorio do primeiro disco do grupo lançado de forma independente naquele mesmo ano quando rapidamente se esgotaram as 1.000 copais produzidas. Em 2006 lançou o segundo CD com a Banda Kastarrara 'Instrumental Music Fusion'. Algumas músicas destes segundo disco continuam tocando como trilha sonora de proJG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

15


COLUNA MERCADO MUSICAL gramas, a exemplo do programa Auto Motor e Auto Motor Shopping no Canal Nove da Tv Bandeirantes; na TV Clube-PE. As músicas de sua autoria 'Ultra Leve' e 'Sangue Quente' foram executadas na Rádio Transamérica, no programa Rocks Stage. Após ter participado, recentemente, como covidado do evento da Revista Guitar Player no Recife, Ricardo Marques vem fazendo Workshops e realizando apresentações no formato 'play a long', onde mostra um apanhado da sua carreira, como guitarrista, compositor e produtor musical. Maiores informações acesse: w w w . n 1 m . c o / ricardomarquesinstrumental www.facebook.com/ ricardomarques ou entre em contato pelo E-mail: ricardoguitarmarques@gmail.com

16

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

17


Robson Candêo

LANÇAMENTOS

MUSICANDO MUSICANDO Rainbow, novo álbum da cantora norte-americana Kesha, me surpreendeu bastante pela qualidade das canções - pegada Pop de 1a linha, musicalidade sensacional a fórmula certa para fazer sucesso até com o povo country. Vem com parceria inusitada com a rainha da country music Dolly Parton. Ex-Titãs Paulo Miklos lançou o álbum A Gente Mora no Agora terceiro da carreira solo. MPB com Pop . Vale a pena conferir. Em novembro tem show do Coldplay no Brasil e quem vai abrir os shows é a cantora Dua Lipa. Nunca ouviu falar? Procure conhecer. A moça mistura Pop com batida eletrônica. A faixa New Rules já é hit nas rádios, e as demais faixas não deixam a desejar. Cantor com um bom tempo de estrada, Dan Wilson, lançou o álbum Re-Covered, onde traz novas versões para seus antigos sucessos: como o hit Closing Time, e versões para os hits Someone Like You da 18

Adele e Treacherous, da Taylor Swift. Cantor pouco conhecido por aqui, mas de muita competência. Um dos maiores nomes da música eletrônica atual, Avicii, traz o EP 01, com 6 excelentes canções - todas com vocais de excelentes cantores. Não vejo a hora de lançar o álbum final. Certeza de ser um grande sucesso. Já a cantora Dallan lançou seu primeiro álbum, Overturn - com 8 ótimas canções pop - excelente voz e uma musicalidade incríveis. Will Hoge é um cantor de Country Music que faz uma mescla com Folk Music e que lançou o álbum Anchors, com 11 ótimas músicas no bom ritmo de um grande contador de histórias.

Robson Candêo escreve para o blog www.blurayedvdmusical.blogspot.com

Trio de rock californiano The Winery Dogs coloca à venda o álbum ao vivo Dog Years: Live in Santiago, duplo, com toda energia de um grande show de rock. Quem gosta de rock mais pesado, deverá conferir o novo trabalho da banda do Rio Grande do Norte, Far From Alaska - Unlikely - todo em inglês e com boa pegada. E que tal o novo álbum da banda canadense Arcade Fire Everything Now, que traz um bom indie rock. Agora prestem atenção nesse nome: Karen Souza, uma argentina que adora jazz e faz releituras de grandes hits internacionais mais antigos, em sua maioria. Ela tem 3 excelentes álbuns que valem cada centavo: Essentials, Hotel Souza e Essentials II. Entre algumas faixas tem Creep, Tainted Love, Billie Jean, New Year´s Day e Never Tear Us Apart. JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

19


INSTRUMENTOS EM DESTAQUE BANJO ESPECIAL

Banjo Algarvea Clave Sonora Em madeira natural; braço em cedro; fundo e faixa em marfim imperial; aro de alumínio; cordal de aço carbono; pele animal. Versatilidade; Pegada anatômica e timbragem única, som singular harmônico. Instrumento calibrado e pronto para estudantes e profissionais da área. Melhor custo benefício do mercado. À venda nas melhores e mais importantes lojas de instrumentos musicais do território nacional. Vale a pena conferir!

Aos nossos colunistas e anunciantes, mais uma vez, o meu Muito Obrigado pelas contínuas marcas de visitas e leituras. Sinal que estamos no caminho certo e que as edições digitais são, de fato, a nova realidade dos hábitos diários dos leitores de Música. Antonio Braga 20

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

21


22

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017




Alberto Guimarães

PORTUGAL

Madonna muda-se para Portugal Salvador Sobral diz: Até Já Portugal, setembro de 2017. Agora que aqui o verão chega ao fim, dáse conta da inexorável passagem do tempo. O ano entra na caminhada final. A vida de fato não para, como canta Lenine. Musicalmente, para já, muito se passou no decorrer deste 2017 em Portugal. Num país que vive um momento de otimismo, com uma economia que se relança, dá-se lugar a uma multiplicidade de ofertas musicais, seja através de shows em salas de grandes dimensões ou noutras menores que permitem uma relação mais intimista entre artistas e público. E também nos festivais de verão que acontecem um pouco por todo o país, aproveitando-se o clima ameno e paisagens envolventes encan-

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

tadoras. Um incontável número de nomes da cena rock internacional e afinal de todos os gêneros da música popular, animaram até agora, a par com músicos nacionais, palcos portugueses. E a música brasileira tem estado bem representada: Ana Carolina, Ivan Lins, Ney Matogrosso, Rodrigo Amarante, Jards Macalé, etc, - a lista total seria considerável - encarregaram-se de trazer com a sua música, uma boa participação verde-amarela. O que Portugal tem de salientemente positivo está a fazer com que muitos artistas se instalem aqui. É o caso de Madonna. Isso, a Madonna de "Material Girl". Já havia indícios de que a cantora estadunidense poderia estar a viver em Por-

tugal. Através do seu Instagram ela sinalizou este ano estar em Lisboa. Alguns meses atrás soube-se também que o filho adotivo de Madona, David Banda, treinou durante uma semana com o time sub-21 do Benfica, atual campeão português de futebol. A própria Madonna se mostrou no Instagram com a camisa encarnada (camisa gloriosa, permitam-me) do Benfica. Madonna está a descobrir Lisboa e faz eco disso no Instagram. Recentemente partilhou um vídeo gravado numa casa de fado do bairro lisboeta de Alfama em que ela própria canta "Like a Virgin", acompanhada por Dino D`Santigo, jovem cantor e compositor com origens em Cabo Verde. "Nunca se sabe que

25


PORTUGAL música vamos cantar quando estamos algures em Lisboa", escreveu Madonna. Madonna teve entraves por parte da alfândega portuguesa que não queria crer estar verdadeiramente a tratar com Madonna. Esse episódio remete para um antigo comercial da MTV em que se brincava com Madonna a ser barrada por um segurança quando a cantora tentava entrar para um seu show. Presentemente, vencendo qualquer eventual dificuldade, Madonna confirma que fica em Portugal e escreve: "…agora vivo em Lisboa. A energia de Portugal é tão inspiradora. Sinto-me muito criativa e viva aqui e estou ansiosa por trabalhar no meu filme LOVED e fazer canções. Este será o próximo capítulo do meu livro. É hora de conquistar o mundo de um ponto de vista diferente". Madonna mais uma vez reinventa-se, agora sob a luz fulgurante de Lisboa. Salvador Sobral. Noticiamos aqui

em JG NEWS a vitória este ano do jovem cantor português Salvador Sobral no Festival Eurovisão da Canção, certame realizado pela Eurovisão, uma rede europeia de estações de TV. Com a canção " Amar Pelos Dois", composição de sua irmã Luísa Sobral, Salvador arrebatou o prêmio, a admiração do público europeu e o coração dos portugueses. É que "Amar Pelos Dois" é um delicado exercício de como hoje em dia, com sensibilidade, inteligência e o recurso a um excelente apoio orquestral, se pode alcançar aquilo a que se chama sucesso musical. Os irmãos Sobral mostraram que a produção musical que as pessoas requerem não é necessariamente uma sonoridade indistinta, massificada. Depois do Festival Eurovisão, Salvador Sobral prosseguiu as apresentações musicais Portugal afora, como a do Festival de Vilar de Mouros em que aparece na foto que publicamos. Nas suas digressões transportou um repertório com standards de

jazz, músicas de Dorival Caymmi ou Bola de Nieve. Salvador Sobral tem já trabalho feito mas o seu futuro artístico é ainda muito promissor. Um coração pode ter uma grande capacidade de entrega musical, porém tem as suas vulnerabilidades. E o coração de Salvador Sobral obrigou-o, por indicação médica, a cancelar shows este verão. No passado dia 8 de setembro Salvador Sobral deixou um "até breve" ao seu público, saindo de cena temporariamente. Isso aconteceu nos Jardins do Casino Estoril, no Festival Internacional de Cultura. Foi um show de pura emoção vivida entre o público e Salvador Sobral. Salvador gosta de cantar, de estar na música, no palco com as pessoas, e o público, pode-se dizer, quase em geral, gosta de Salvador. Uma exaltação, uma despedida, bem plasmadas em "Hello Goodbye" dos Beatles que Salvador cantou. Boas vibrações para Salvador Sobral!

FOTO CARLOS GONÇALVES

26

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017

27


28

JG NEWS, ANO XXI, ED. 228, OUTUBRO DE 2017


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.