ANO XXIII - EDIÇÃO 238 - 25 JULHO a 25 AGOSTO 2018
Márcio Borges 45 anos-do Clube da Esquina DICAS - COMENTÁRIOS - LANÇAMENTOS CRÍTICA - OPINIÃO JG NEWS, ANO XXIII, ED. 238, 25 JULHO A 25 AGOSTO 2018
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MA TRIZ: PRAÇA MAHATMA GANDHI, 2, MATRIZ: GRUPOS 709 E 710 CENTRO, RIO DE JANEIRO, RJ CEP 20.031-100 TELEFONE ONE: (21) 2220-3635 TELEF ONE E-MAIL: sbacem@sbacem.org.br 2
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Antonio Braga - Editor
O mundo muda tão rápido que corremos o risco de ficar obsoletos antes dos 30 anos Não é à toa que o desemprego cresce, o nível de vida cai e as pessoas vão se virando fazendo coisinhas para sobreviver. Não fossem os enormes encargos trabalhistas até poderia se pensar que um dia o mercado de emprego formal voltaria ao normal. Normal? O que seria normal nos dias de hoje? Para aonde correr? O que fazer? Qual profissão seguir? Como será o mundo no ano que vem? Impossível prever qualquer coisa, tudo muda muito rápido. No Brasil então, nem se fala. Quem será o Presidente desta nação afundada em problemas, dívidas e ignorância. Quem será o destemido herói que salvará a pátria. Coitados de nós. Falando em discos, CDs, DVDs, BluRays... a nova geração nunca ouviu falar, muitos não têm a menor ideia do que se trata um LP, um cassete, uma fita DV. E o mercado digital vai lá sobrevivendo dos centavos depositados. Não consigo acreditar que gravadoras de grande porte suportem mais alguns anos vivendo de seus acervos - catálogos. Não dá para entender que compositores novos possam viver de suas obras como os antigos compositores viviam. Vai diminuir a produção fonográfica, vão sumindo os autores e a música que ficar será aquela que sempre ficou tocando há décadas nas rádios. Isso, claro, é uma previsão otimista, baseada na atual produção musical nacional que tende a ficar pior a cada ano que passa. Parece que o tempo dos gênios passou, foi uma época, não acontecerá mais. Assim como Pelé, seleção de 1970, foi aquilo, o melhor que nos aconteceu e nunca mais houve outra seleção igual, nem tão pouco outro Pelé. No mercado de editoras, que sempre viveu dos centavos depositados, parece que a sobrevida será maior, mas dependendo do modus operandi podem passar necessidade, tendo que ficar o diretor assumindo todas as outras funções num quartinho alugado em prédio misto - ele e ele mesmo. Não é o momento que é ruim, são as perspectivas que são péssimas. A verdade é que o mundo digital é maravilhoso, mas não dá dinheiro. Pelo menos não dá aquele dinheiro que o mundo dos produtos físicos dava. Não podemos voltar, pois depois que se entra nas nuvens não se vê mais nada. Não podemos suportar a deficiência do mundo digital, que é a insegurança, a multiplicidade, o excesso, o mesmismo, a cópia, a facilidade, os fakes etc, etc, etc etc. Inventamos o monstro e não temos mais como destruí-lo. Criador e criatura terão que se aturar e conviver na mesma jaula, ou não. Quebrem seus celulares, martelem as telas de seus NoteBooks, esqueçam Whats app, Facebook, E-mails, Faculdades EAD, Sites de música, e todas essas porcarias viciantes e peguem a estrada rumo ao infinito. Desliguem-se por semanas, que seja. A vida é muito mais que isso tudo e muito melhor sem isso tudo. A felicidade é interior, vem de dentro, não precisamos de nada para sermos felizes. JG NEWS, ANO XXIII, ED. 238, 25 JULHO A 25 AGOSTO 2018
EDITORIAL EXPEDIENTE Editores Antonio Braga e Jorge Piloto Colaboradores Elias Nogueira, Alberto Guimarães, Márcio Paschoal, Robson Candêo, Patrícia Rodrigues, Nido Pedrosa e Fábio Cezane.
Comercial Rio de Janeiro Antonio Braga Whatsapp: 22 98828-0041 CEL: 21 98105-4941 bragaa@gmail.com Bahia Jorge PIloto (71) 98647-7625 (71) 9922-1828 jorge.piloto@yahoo.com.br Redação: Rua Cristóvão Barcellos, 11/103, Laranjeiras/ Rio de Janeiro, RJ CEP 22.245-110 Os artigos assinados são única e exclusivamente de responsabilidade de seus autores. A revista JG News é a continuação, em formato revista, do Jornal das Gravadoras, fundado em novembro de 1996 pelo jornalista Antonio Sergio de Farias Braga, Registro Profissional 18.851 L87 fl8v, emitido em de 16/09/1986. 3
Márcio Paschoal COMENTÁRIOS DE MÁRCIO PASCHOAL
O START ME UP
DO ATOR MICK JAGGER O CLÁSSICO DOS ROLLING STONES E O FILME DE HERZOG Mick Jagger
Jason Robards
ANITA PALLEMBERG E MICK JAGGER
Uma das histórias mais curiosas retratadas pelo cinema é a do magnata peruano da borracha Carlos Fitzcarraldo. O cineasta alemão Werner Herzog cismou de registrar as façanhas desse excêntrico que, além de algumas ações mais obscuras, pretendeu construir um teatro de ópera, nos moldes do tradicional e imponente Scalla de Milão, em plena selva amazônica, mais precisamente na cidade montanhosa de Iquitos. Tal ousadia serviria de base ao roteiro do filme de Herzog. O que pouca gente sabe é a estranha ligação entre a realização desse filme e um dos maiores sucessos dos Rolling Stones: "Start me up". Final de 1981, início de 1982. Os Stones acabavam de excursionar numa turnê mundial comemorando vinte anos de carreira da banda. Enquanto isso Herzog seguia com 4
seus planos de filmagem, convidando o ator norte-americano Jason Robards para o papel principal, como Fitzcarraldo. Em uma conversa com sua amiga, a modelo e atriz Anita Pallemberg (aquela que já namorara todos os stones, em separado, acho), Herzog confidenciou-lhe que adoraria ter Mick Jagger em seu filme, no papel do
primeiro ajudante de Fitzcarraldo. Anita comentou que um dos sonhos de Mick era mesmo ser ator de cinema. Contato feito e o líder dos Stones se interessou pelo roteiro e se prontificou a trabalhar no filme, para surpresa geral. Anita ainda tentou alertá-lo de que as filmagens não seriam fáceis,
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COMENTÁRIOS DE MÁRCIO PASCHOAL Klaus Kinski
pois o roteiro incluía uma verdadeira batalha com o agreste peruano na Amazônia, convivendo com insetos e ambientes insalubres e culminando no transporte de um navio através da floresta. Inesperadamente, Jagger não só se dispôs a participar como também a ajudar na produção. Foram meses duros de labuta, com Jagger dedicado e aguentando firme as dificuldades inerentes ao maluco projeto. Com quase 40 por cento do filme
Klaus Kinski e Claudia Cardinale durante as as gravações
Klaus com José Lewgoy
pronto, o ator Jason Robards foi acometido por forte e grave disenteria, sendo aconselhado por seus médicos a não voltar a trabalhar no filme, em face daquelas condições tão adversas. Finalmente, com toda essa problemática, Jagger terminou também desistindo e voltou para ensaiar e gravar com os Stones. Keith JG NEWS, ANO XXIII, ED. 238, 25 JULHO A 25 AGOSTO 2018
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COMENTÁRIOS DE MÁRCIO PASCHOAL Klaus em cena de Fitzcarraldo
Richards já começava a dar sinais de inquietação e ameaçava romper com tudo. Diante dos entraves, Herzog decidiu substituir Robards por Klaus Kinski (além de excelente ator, pai da Nastasya) e retirar do roteiro o personagem de Mick Jagger. Como se sabe, o filme seguiu até o fim, superando os inúmeros problemas, sem Mick Jagger, mas com Claudia Cardinale lindíssima e um final apoteótico na cena final do navio subindo o rio sob a trilha sonora de Vincenzo Bellini, na
comovente ária em terceto de "A Te o Cara", imortalizada por Maria Callas. De volta aos estúdios, os Stones lançaram o álbum "Tattoo You". Pelo fato do envolvimento de Mick quase um ano com o filme de Herzog, que o impediu de compor, o disco trazia apenas sobras de gravações, adornadas aqui e ali com novos vocais e alguns riffs de guitarra de Keith. Assim veio "Start me up", canção que falava de energia e "recarga" moral e física (mais moral) na sua letras simples: "star me up, i' ll never stop". Era como se Jagger quisesse dizer ao mundo que não
ia parar ali nos quarenta e ia seguir em frente com seu meneio e requebros sob o ritmo de três acordes. E, como se pôde comprovar anos depois, haveria a sua confirmação: o velho dinossauro permanecia magnetizando plateias, e os Stones seguiam como um dos grupos mais longevos da história do rock. Depois de sua estreia, o filme "Fitzcarraldo" (com participações de José Lewgoy e Grande Otelo) logo se transformou num clássico, e o single "Star me up" passou nove semanas no número um das paradas americanas e inglesa, sendo sucesso no mundo inteiro e batendo recorde de vendas. O resto é história. (*) escritor e autor das biografias de João do Vale e Rogéria
Cardinale e Klaus em cena memorável do filme de Fitzcarraldo
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LANÇAMENTOS
LANÇAMENTOS DE CDs FÍSICOS
ARRANCO DE VARSÓVIA CANTA MARTINHO DA VILA MILLS RECORDS
INTEGRIDADE CLAUDIO NUCCI E FELIPE CERQUIZE MILLS RECORDS
HAMILTON DE HOLANDA SAMBA DE CHICO BISCOITO FINO
MARIA BETHÂNIA E OMARA PORTUONDO BISCOITO FINO
ROSAS PASSOS AO VIVO BISCOITO FINO
CHICO ARTISTA BRASILEIRO BISCOITO FINO
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Fábio Cezanne
cezannedivulgacao@gmail.com
LANÇAMENTO
Daniela Spielmann lança seu primeiro CD autoral em 20 anos de carreira Daniela e seu Quarteto
Há 15 anos sem lançar álbum solo, desde o bem sucedido "Brazilian Breath", de 2003, saxofonista lança "Afinidades", inspirado na amizade e nos afetos, com participações especiais de Aurea Martins, Sheila Zagury , Silvério Pontes, Alexandre Romanazzi, Beto Cazes, e muitos outros Lá vem ela de novo com sua luz e musicalidade. Depois de dois anos de ensaios, arranjos e gravações, a saxofonista e flautista Daniela Spielmann está lançando o CD "Afinidades", o primeiro disco autoral em 20 anos de carreira, a contar do álbum de estreia do grupo Rabo de Lagartixa, lançado em 1998. 8
Instrumentista virtuose, reconhecida por seus pares e por onde passa, nesse CD, Dani também se mostra como exímia arranjadora e compositora. Gravado com o seu Quarteto com Xande Figueiredo na bateria, Domingos Teixeira no violão e Rodrigo Villa no contrabaixo, todos amigos e parceiros de projetos musicais-o novo disco ganhou ainda diversas participações especiais, como Sheila Zagury (piano), Anat Cohen (clarinete), Silvério Pontes (trompete e flugel), Alexandre Romanazzi (flauta), Dudu Maia (bandolim), IdrissBoudrioua (sax alto), Beto Cazes (percussão), Nando Duarte (violão de 7; Cordas),
viola (DhyanToffolo), violoncello (Matheus Ceccato) e nos violinos Oswaldo Carvalho, Rogério Rosa, Glauco Fernandes, William Doyle. A atmosfera de sintonia, amizade e afeto é o que permeia todo o trabalho e se reflete em seu próprio nome: "Afinidades". "A afinidade ocorre quando há encontros verdadeiros, quando a gente se sintoniza com ideias, gostos e sentimentos de outra pessoa. Todas as músicas do álbum são dedicadas a pessoas e situações onde a afinidade aconteceu", explica Dani Spielmann. O CD contém faixas para estudo musical, sem os solos, e partituras em PDF para vários ins-
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LANÇAMENTO trumentos. A saxofonista compôs, arranjou e produziu um repertório com composições inspiradas em situações e afetos que vivenciou. Estudiosa da música brasileira, musicalmente, o CD abraça diversos gêneros brasileiros e hibridações como: maracatu, samba-choro de gafieira, afoxé, baião, samba-latino e bossanova, um reflexo também da pluralidade musical do quarteto. Fortemente marcado pela brasilidade, seja pelo repertório ou pela maneira de tocar, o quarteto se inspira na premissa jazzística de criação coletiva, ao vivo, primando por sutilezas de comunicação que só o tempo e o conhecimento profundo da alma musical permitem. O quarteto começou a se apresentar em 2001, período de lançamento do primeiro CD da saxofonista,"Brazilian Breath", indicado ao Grammy Latino em 2002. Ao longo do tempo, os shows contaram com as participações de Aurea Martins,
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Sivuca, Ricardo Silveira, Zé Menezes, Anat Cohen, Nicolas Krassic , Silvério Pontes e Zé da Velha, Zélia Duncan, entre muitos artistas. Desde então, o quarteto vem participando de inúmeros festivais nacionais e internacionais.
Daniela Spielmann Dá pra contar nos dedos a quantidade de saxofonistas brasileiras em atividade. Daniela Spielmann é uma delas e nome obrigatório entre os craques do saxofone. Seus grandes trunfos são a força interpretativa somada à criatividade de suas composições e arranjos. Sua trajetória é longa e farta de projetos importantes. Em 2001, lançou seu primeiro CD solo - BRAZILIAN BREATH, trabalho que foi indicado ao Grammy Latino em 2002. Fez parte da banda "Altas Horas" do programa homônimo, comandado pelo apresentador Serginho Groisman, do ano 2000 a 2014, na TV Globo elaborando arranjos semanais de acordo com o repertório do programa. É integrante também do grupo Rabo de Lagartixa, duo SpielmannZagury, Mulheres em Pixinguinha, Choro na Rua e Cordão do Boitatá.
Já se apresentou com grandes nomes do cenário da MPB Instrumental como: Sivuca, Zé Menezes, Zé da Velha e Silvério Pontes, Anat Cohen, cantores como: Aurea Martins, Moyseis Marques, Zélia Duncan, entre outros. Daniela participa anualmente como solista convidada desde 1998 no Clube do Choro de Brasília e em vários festivais como líder, no Brasil e no mundo em países como: USA, Argentina, Chile, Colômbia, France, Suíça, Portugal, Israel, Paraguai. Em 2017 foi convidada a dar aulas no Choro Camp em PortTownsend - Seattle, junto ao trio brasileiro e Anat Cohen. Ao longo do período em que trabalhou na TV se apresentou com inúmeros artistas de variados estilos como, Sidney Magal, Fafá de Belém, Paula Lavigne, Elza Soares, Jota Quest entre outros. Em 2014 começa a integrar o grupo de palco do Cordão do Boitatá tendo se apresentado e contribuído com arranjos nos palcos carnavalescos nos shows de 8 horas de duração com artistas renomados, internacionais e nacionais de diversos estilos e gêneros, como Kezya Jones, Graça Cunha, João Donato, Pedro Miranda. Em 2016 se junta ao trompetista Silvério Pontes e iniciam uma parceria no projeto Gafierando e Choro na rua.
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Elias Nogueira
eliassnogueira@gmail.com
LANÇAMENTO BOX
Quarteto em Cy Anos 60/70 - ao vivo
Ficha técnica do show Com 54 anos de carreira, Quar Quartteto em "Contraponto" Direção geral e produção: Aloysio de Cy abre o baú e lança Oliveira, direção musical: Oscar CasNeves, gravado ao vivo no Zum caixa com três sho ws tro shows Zum - Rua Barata Ribeiro, 90B Copacabana, Rio de Janeiro, 22 de históricos setembro de 1965. Quarteto em Cy: Caixa com três Cds "Quarteto em Cy - Anos 60/70 - ao vivo" com shows; 1965 (Contraponto), 1966 (O Y No Samba) e 1975 (Teatro da Reitoria UFF - Niterói). Todo material foi garimpado pelo produtor Marcelo Fróes, diretor e proprietário da gravadora "Discobertas", destacado nome no mercado musical por descobrir e lançar preciosidades musicais. O lançamento vem com ficha técnica e informações, minuc i o s a m e n te , detalhadas e impressas no encarte, com as informações necessárias e ainda com texto das integrantes do quarteto Cynara e Cyva, remanescentes da primeira formação do grupo. Realmente é uma preciosidade musical. 12
Cyva, Cybele, Cynara, Cylene; com MPB4: Ruy, Magro, Miltinho e Aquiles. Conjunto de Oscar Castro Neves: Oscar Castro Neves - violão, piano e órgão; Ico Castro Ne
ves - contrabaixo acústico; Ugo Marotta vibrafone e órgão; Alpheo Barroso Neto - bateria e a participação especial de Rosinha de Valença no violão. Produção executiva: Marcelo
Fróes em 2018; supervisão: Cynara Faria e Cyva Leite - áudios e imagens de arquivo pertencentes aos acervos de Cyva e Cynara. - O show "Contraponto" tem a marca de Aloysio de Oliveira, na direção e na produção. Em 1965, ele vinha produzindo shows na boate Zum Zum, de Paulinho Soledade. Shows com Sylvinha Telles, Lennie Dale, Aracy de Almeida, Sergio Porto e Billy Blanco, depois do antológico "Vinicius e Caymmi no Zum Zum", com o Quarteto em Cy e o Conjunto de Oscar Castro Neves, em 1964. Conhecemos o MPB4 em São Paulo em agosto de 1965. O Quarteto em Cy já havia gravado dois LPs para o selo Forma e estreado no Bottle's Bar, além de integrar o show de Vinicius e Caymmi. Eles foram em férias para São Paulo, onde fomos apresentados por Chico de Assis - que acabou dirigindo um show dos dois grupos no Le Club, em São Paulo. Ensaiamos por show músicas que tínhamos em comum e, quando voltamos pro Rio, Aloysio ouviu os rapazes e, como ex-Bando da Lua ele adorava grupos vocais, e resolveu produzir
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LANÇAMENTO BOX Cylene, Cynara, Cyva e Sônia junto com Marcelo Fróes e Miltinho (do MPB4)
Pitoco, Jorge, Wellington, Aurineide, Zezinho, Evaristo
o "Con-traponto", que reuniu em setembro os dois grupos com o conjunto de Oscar Castro Neves, mais a violonista Rosinha de Valença e a atriz Norma Bengell (esta apenas em alguns shows, antes de partir em viagem). Aloysio dirigia seus shows sempre com um conceito e, no caso deste show, ele inventou vinhetas e as musicou com Magro e Oscar. A respeito do conjunto, era a mesma formação que fez conosco o show de Vinicius/Caymmi no Zum Zum, só que com o nome de Rosinha como convidada - para, segundo Aloysio, "não fomentar nenhum ciúme" entre os dois grandes músicos. Coisas do Aloysio. (Cyva Leite) Rosinha de Valença também tinha uma participação muito especial nesse show, pois além dos lindos solos de violão, em dupla com Oscar, ela foi fundamental para levar o swing do show a uma potência altíssima. Nessa época havia o costume de se fazer, como nas peças de teatro, um "enterro do show", inventando mil cacos. Silvinha Telles, uma amiga bem humorada, entrava na brinca14
deira e subia ao palco para dar sua colaboração. Quando cantávamos o medley de sambas, por exemplo, ela jogava roupas esfarrapadas em cima de todo o elenco no palco durante "Chão de Estrelas" e o público sempre se deliciava. Cylene, assim como Cynara é Cinara, na certidão é Cilene. Nossa irmã caçula, ela acabaria se desligando do Quarteto em Cy no ano seguinte. Casou-se com um médico, o Dr. Osmar Chakur, e foi residir em Araraquara, no interior de São Paulo. Hoje com quatro filhos e quatro netos, ela é pedagoga estudiosa em Educação, professora universitária, e se dedica a escrever. (Cynara Faria)
Ficha técnica do show "O Y No Samba" Direção geral e produção: Aloysio de Oliveira; direção musical: Oscar Castro Neves; técnico de áudio: Umberto Contardi; gravado ao vivo no Teatro Santa Rosa na Rua Visconde de Pirajá, 22 - Ipanema - Rio de Janeiro, Agosto de 1966. Quarteto em Cy: Cyva, Cybele, Cynara e
Regina e ainda Billy Blanco na voz. Conjunto de Oscar Castro Neves: Oscar Castro Neves - violão, piano e órgão; Ico Castro Neves contrabaixo acústico; Ugo Marotta vibrafone e órgão; Alpheo Barroso Neto - bateria; Sergio Barrozo - baixo com participação especial de Roberto Menescal no violão. Produção executiva: Marcelo Fróes em 2018 com supervisão: Cynara Faria e Cyva Leite. - Este show "O Y no Samba", também dirigido e produzido por Aloysio de Oliveira, foi encenado no Teatro Santa Rosa, que ficava no início da Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, logo depois da Praça General Osório. O ano era 1966, a banda era o conjunto de Oscar Castro Neves, com participação de Roberto Menescal. Aloysio não sabia que título dar a show, cujos participantes eram Quarteto em Cy, Billy Blanco e Aracy de Almeida. E optou por "O Y no Samba pois a letra Y era uma constante nos nomes das atrações. Nesse show havia uma cena muito engraçada, quando os músicos cantavam "Brucutu" de peruca, numa ver-
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LANÇAMENTO BOX de passarem vaselina na corda do arco do contrabaixo do Ico, de forma que ele não conseguisse dar uma nota sequer no lugar. (Cyva Leite)
Wellington e Aurineide
Ficha técnica do show da Reitoria da UFF são pouco politicamente correta em que invertiam as sílabas e cantavam "brutucu". O público gargalhava sem parar. Esse foi o primeiro show com a cantora e jornalista Regina Werneck, que entrara para o grupo substituindo nossa irmã Cylene. E, como estávamos em plena ditadura, estávamos proibidas de cantar "Tamandaré" - creio que a primeira música de Chico Buarque a ser censurada, depois de nosso sucesso com "Pedro Pedreiro". A Censura havia invocado, achando um desrespeito com o Almirante Tamandaré, patrono da Marinha. Foi o alegado em 1966, as coisas se davam assim. Nessa época, como s músicos eram muito jovens, eles se divertiam fazendo "pegadinhas" uns com os outros, tanto no Zum Zum quanto no Santa Rosa. Uma vez colocaram uma casquinha de siri no teclado do Oscar, que no escuro, ao abrir a tampa no início do show, não entendia nada e não sabia o que fazer com aquilo. Também aconteceu
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Direção musical: Luiz Claudio Ramos; técnico de áudio: Gerson; técnico de luz: Maurício; gravado ao vivo no Teatro da Reitoria UFF - Niterói em 1975. Quarteto em Cy: Cyva Leite, Cynara Faria, Sonia Ferreira e Dorinha Tapajós. A banda era: Luiz Claudio Ramos - violão e guitarra; Pascoal Meirelles - bateria e Luizão Maia baixo; produção executiva: Marcelo Fróes (2018) com supervisão de Cynara Faria e Cyva Leite. - O Teatro da Reitoria é hoje o Teatro da UFF, em Niterói. Nesse show, já estávamos em pleno ensaio para o espetáculo "Resistindo", que estreamos em 1976 no teatro da Fonte da Saudade, o chamado Teatro da Pequena Cruzada, que ficava na Lagoa. A formação em 1975 já era com Soninha e Dorinha. Soninha, Sonia Ferreira, entrara em 1968 - durante o show do Crioulo Doido, quando eu e Cybele havíamos deixado o grupo para cantar "Sabiá" no FIC. Ela passou a ser a primeira voz do grupo, no lugar da Cybele. Dorinha Tapajós, filha de Paulo Tapajós, grande pesquisador e cantor da Rádio Nacional, e irmã dos compositores Mauricio e Paulinho Tapajós, entrara em 1972 e fazia a quarta voz no Quarteto em Cy. Nesse show da Reitoria, cantamos arranjos novos elaborados por Luiz Claudio Ramos - como "Tanto Mar", do Chico, uma música que sempre nos emocionava, e
o público também. Cantamos também o "Rancho da Goiabada", de João Bosco e Aldir Blanc. Aliás, já nesse show, falávamos textos escritos pelo Aldir Blanc pro "Resistindo". Cantamos à capela um arranjo especial de "Por Causa de Você", do Tom e Dolores Duran, escrito especialmente pelo Luiz Roberto, integrante d'Os Cariocas. Nessa época entraram no roteiro alguns sambas canções que havíamos gravado para os dois volumes de nossa "Antologia", lançados na época pela Philips. (Cynara Faria). *Quarteto em Cy é um grupo vocal brasileiro formado inicialmente pelas irmãs Cybele, Cylene, Cynara e Cyva Ribeiro de Sá Leite, todas naturais de Ibirataia, Bahia e mudaram para o Rio de Janeiro em 1960. Com o apoio de Vinícius de Moraes iniciaram a carreira em 1964 com apresentações em boates do Rio de Janeiro. Ao longo da carreira o grupo teve formações diferentes - desde 2017 o quarteto é formado por Cyva, Cynara, Sônia e Corina.
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Alberto Alberto Guimarães Guimarães
DIRETO DE PORTUGAL
TIAGO NACARATO, CORAÇÃO MUSICAL EM PORTUGAL E NO BRASIL Tiago Nacarato é um cantor e autor português que se tem vindo a destacar, trabalhando no idioma Português, usando sotaques de ambos os lados do Atlântico. Tiago, filho de um músico brasileiro que se instalou em Portugal, ficou chancelado no seu DNA e na sua maneira de ser com espírito musical. Aos 18 anos decidiu intensificar a sua educação musical, tendo aulas de canto, guitarra, treino auditivo, teoria musical e combo. Durante esse tempo de aprendizado surgiram as primeiras oportunidades, sendo que um dos marcos mais importantes vem na sequência do convite de Pedro Cardoso (Peixe de Ornatos Violeta), seu professor na altura, para integrar uma orquestra de guitarras e baixos elétricos. O regresso às raízes brasileiras acontece alguns anos depois quando se junta à Orquestra Bamba Social como vocalista. A Bamba Social é um projeto que reune músicos luso-brasileiros residentes no Porto e que presta tributo a vários clássicos da música brasileira, recriando-os e acrescentando novas sonoridades. Em 2017, Tiago apresentou-se na TV, no The Voice Portugal, onde cantou com sotaque brasileiro o samba-canção "Onde Anda Você", de Vinicius de Moraes e Toquinho. O júri rendeu-se a uma forma segura, precisa e tanto emotiva como cool que ao tema o cantor soube emprestar. Houve ainda espaço para uma voz feminina apaixonadamente afirmar "Ele é muito gato!". De imediato o vídeo com a sua exibição no The Voice conquistou a internet, com imensas visualizações e comentários positivos. Para 18
os internautas brasileiros ele vinha comprovar a validade da MPB e reviam em Tiago legítima e necessária continuidade de uma música popular que muitos consideram vir sendo por vezes menosprezada. Tiago Nacarato não venceu a temporada de The Voice mas a sua voz e o seu porte conquistaram espaço. Daí para a frente Tiago continuou o trabalho com a Orquestra Bamba Social e ao mesmo tempo o seu trabalho particular ganhou novos rumos. Fez muitos shows, com sucesso, em salas de referência, como a Casa da Música, no Porto ou o Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Atualmente grava o seu primeiro álbum e o single de apresentação, "A Dança", é já um êxito. A sua agenda de shows individuais para os palcos portugueses nos próximos meses é intensa. Entretanto estará com a Orquestra Bamba Social a dividir palco com Marcelo D2, dia 27 de julho, na cidade portuguesa de Cantanhede. Chegando o último trimestre de 2018, Tiago Nacarato viajará para o Brasil, onde fará shows em formato voz e violão. Dois estão marcados: dia 17 de outubro no Rio de Janeiro, no Theatro Net Rio e uma semana após, no dia 24 de outubro, em São Paulo no Theatro Net SP. No passado dia 15 de junho Tiago fez 28 anos. Então, querendo partilhar o seu contentamento, escreveu no facebook: "Hoje, no meu dia de aniversário, estão a acontecer coisas incríveis: 100.000 visualizações no meu primeiro single "A Dança", uma entrevista na Rádio Comercial com direito a bolo e os concertos quase esgotados no Brasil!
Tudo isto me dá uma felicidade imensa!". Tiago tem feito um trabalho musical muito assente na música brasileira, mas agora com "A Dança" mostra estar integrado na música mais atual que se faz em Portugal. Falando com JG NEWS, Tiago Nacarato antecipa como deverá ser o seu novo disco: "A paixão pela música brasileira é evidente para quem segue o meu trabalho. Como intérprete sinto muito prazer neste gênero, mas como compositor sinto a necessidade de escrever e cantar em Português de Portugal. Acho mais espontâneo e verdadeiro trabalhar desta forma, como tal, e ainda sem certeza, o mais natural é que o meu disco de estreia seja todo ele interpretado com o sotaque de Portugal". Tiago Nacarato faz parte de uma geração que já cresceu e se formou com a internet. Quisemos saber qual foi a importância desse mundo da web para o seu contato com a música, ao que Tiago nos disse: "A internet, por incrível que pareça, não teve grande influência nos meus primeiros passos na música, mas sim as cassetes e CD's que enfeitavam a minha casa. Esse primeiro contato, acho que ainda hoje em dia, me influencia mais do que a internet na escolha das canções que decido interpretar". Determinante para Tiago foi pois ser filho de músico: "Ser filho de pai músico foi sem dúvida uma grande influência para a minha decisão. O fato de desde sempre ter contacto com instrumentos, discos e palcos, fez crescer um bichinho cá dentro que hoje em dia se tornou naquilo que considero ser a minha carreira".
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DIRETO DE PORTUGAL Tiago confidencia-nos alguns dos temas que prefere: ""Casa préfabricada" de Marcelo Camelo, "O vento" de Rodrigo Amarante, " Último desejo" de Noel Rosa, "Onde anda você" de Vinicius e Toquinho, "As rosas não falam" de Cartola, "Rosa" de Pixinguinha ou "Como Uma Onda"de Lulu Santos. E muitas outras de Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, Chet Baker, Ella Fitzgerald, Dave Mathews, John Mayer ou Tom Jobim". Primazias mesmo, Tiago, dizemos nós. Tiago Nacarato diz ainda que o seu disco deverá sair no primeiro semestre do próximo ano. Sobre os
seus shows no Brasil, Tiago afirma: "Espero sentir uma grande comunhão com o público, dar e receber muito carinho e amor". Garimpe-se um ingresso para os shows brasileiros de Tiago Nacarato e ouça-se desde já o seu trabalho na internet, como, por exemplo, o bonito pedacinho de "O mundo é um moinho" de Cartola que Tiago cantou num intervalo
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das gravações do seu álbum e postou no facebook. Tiago Nacarato transparece entusiasmo e entrega na sua música, no seu trabalho. Afinal, em " A Dança" canta "sinto que o melhor da vida / é poder aproveitar / minuto atrás de minuto / num vaivém no mesmo lugar".
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ISSO É SUCESSO
O METEORITO ANITTA CHEGA A ASSUSTAR... Larissa de Macedo Machado, a Anitta, cantora, compositora, atriz, apresentadora e empresária brasileira, nascida em 30 de março de 1993, no subúrbio carioca de Honório Gurgel, Rio de Janeiro, com apenas 1,62 m de altura, depois do sucesso impactante no Brasil com suas músicas e performances, invade o mercado internacional obtendo grande êxito. Dia 17 de julho de 2018, a artista anunciou que será técnica da temporada de 2018 do reality show musical "La Voz México", a versão do "The Voice" no país. "Muito obrigada pela confiança. Essa é uma das experiências mais emocionantes da minha vida", postou em seu Instagram. Na página oficial do programa descreve-a como "uma artista multifacetada", "considerada a rainha do pop no Brasil".
SEMPRE AGRADECENDO AOS NOSSOS LEITORES PELA PREFERÊNCIA
RESULTADOS PARCIAIS DAS ÚLTIMAS EDIÇÕES DA REVISTA JG NEWS DIGITAL 20
JG NEWS, ANO XXIII, ED. 238, 26 JULHO a 25 AGOSTO 2018
PatrĂcia Rodrigues
Robson Candêo
robson.candeo@uol.com.br
LANÇAMENTOS
MUSICANDO Para quem curte dinossauros do rock, recomendo o álbum ao vivo de John Mellencamp - Plain Spoken - From The Chicago Theatre com seu contry rock mesclado com uma folk música de primeira.
E já que estamos falando de clássicos, que tal os maiores sucessos de Olivia Newton John, na maravilhosa voz de Delta Goodrem, que lançou o álbum I Honestly Love You, com direito a Physical, Xanadu e You're The One That I Want?
Cantora de R&B, a norteamericana Janelle Monáe lançou Dirty Computer, um álbum bem legal, com uma levada pop/alternativa bem gostosa.
Já Keith Urban, cantor country que parece pop, está com Graffiti U, um trabalho muito bom, seguindo sua linha romântica de grande sucesso. E falando em country, imperdível o som da dupla britânica The Shires que conseguiu fazer sucesso no reino unido com o gê-
nero americano, e não deixam a desejar no CD Accidentally on Purpose.
quem gosta do reggaeton que ele apresenta.
O colombiano Maluma traz no álbum F.A.M.E. o seu grande hit Felices los 4 e Corazón (versão para o hit Você Partiu meu Coração do Nego do Borel) no melhor da música latina urbana.
E um dos mais famosos cantores pops da atualidade, o jovem Shawn Mendes vem com um álbum homônimo que com certeza vai fazer tanto sucesso quanto os anteriores, com suas ótimas 14 canções.
Ainda falando em Latin Urban, o DJ colombiano J Balvin está com o trabalho Vibras, que traz os hits Mi Gente e No Es Justo, e outras boas músicas para
Outro cantor pop que faz muito sucesso, Charlie Puth também traz ótimas canções no álbum Voicenotes, incluindo o hit Attention e até a participa-
Robson Candêo escreve para o blog www.blurayedvdmusical.blogspot.com/.
LANÇAMENTOS
Um Bilhão de Visualizações ção do grande James Taylor na música Change.
Já os fãs do Elton John, vão poder curtir 2 ótimas coletâneas de músicas do cantor regravadas (porque não dizer reinventadas) por outros artistas. Uma é intitulada Restoration: The Songs of Elton John and Bernie Taupin que traz entre outros a banda Little Big Town, Miley Cyrus e Willie Nelson, no melhor estilo country. A outra tem o título de Revamp: The Songs of Elton John &
Bernie Taupin com Coldplay, Ed Sheeran, The Killers e muito mais, reescrevendo as melodias dos sucessos que cantaram, em momentos imperdíveis. Após a volta de Slash e Duff Mckagan para banda, rendendo ao grupo uma das turnês mais rentáveis e bem sucedidas atualmente, o Guns N' Roses, agora, tem mais uma razão para comemorar: o clipe de "November Rain" atingiu 1 bilhão de visualizações no YouTube.
Em seus novo álbum, Cris Delanno traz uma ótima seleção de músicas em português e inglês, incluindo hits da MPB (Me Liga e Outra Vez) e internacionais (We've Only Just Began e Crazy Little Thing Called Love) com sua voz doce e afinadíssima.
...e mais lançamentos em CD da Biscoito Fino
De acordo com a Forbes, este é o primeiro vídeo dos anos 90, e o primeiro a ser feito antes da chegada do YouTube, a alcançar tal marca. A música, escrita há 26 anos e que faz parte do álbum "Use Your Illusion" (1991), recebeu aproximadamente 560 mil visualizações por dia só em 2017. Além disso, o Guns N' Roses segue sendo a banda dos anos 80 mais visualizada no site por conta de "Sweet Child O' Mine, que tem aproximadamente 692 milhões de views. (Fonte: site Vagalume) h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / watch?time_continue=25&v=8SbUC-UaAxE
LANÇAMENTOS MUSICAIS ENVIEM PARA robson.candeo@uol.com.br
TRADIÇÃO E MODERNIDADE 72 ANOS DEDICADOS AO DIREITO AUTORAL
Nido Pedrosa
MERCADO MUSICAL
MÁRCIO BORGES
45 ANOS DE CLUBE DA ESQUINA Telo, Márcio, Vanessa e Zé
Márcio Hilton Fragoso Borges, mais conhecido como Márcio Borges, nasceu em Belo Horizonte no dia 31 de janeiro de 1946, numa família com dotes artísticos. Seu pai, Salomão Magalhães Borges, jornalista autodidata, tocava violão; sua mãe, Maria Fragoso Borges, professora primária, cantava em corais e tocava piano. Márcio é o segundo
filho de 11 irmãos, alguns deles envolvidos profissionalmente com música, a exemplo do músico e compositor Telo Borges, que neste momento está em New York participando de alguns trabalhos com Márcio. Na família Borges ainda podemos citar Lô Borges, Yé Borges, Nico Borges, Solange Borges e, o irmão
mais velho, Marilton Borges (pianista e compositor), também integrante do movimento musical Clube da Esquina. Este tocou por muitos anos com Milton Nascimento. Márcio considera este irmão mais velho como a grande influência de sua vida. Márcio Borges contou que morava em Santa Tereza, Belo Horizonte, e
Fotos - Germano Assunção e Isabel Borges Colaborou com a matéria: Cláudia Brandão e Márcio Borges
MERCADO MUSICAL
Márcio e Telo Borges
no período de sua adolescência, a família teve que se mudar por conta de uma obra que precisava ser realizada em sua casa. Nessa ocasião, a família Borges foi morar no centro de Belo Horizonte-MG, precisamente, no Edifício Levy. Foi neste lugar onde conheceu os vizinhos Wagner Tiso e Milton Nascimento tornando-os grandes amigos e parceiros musicais. Posteriormente, Milton, viria a ser mais um membro da família Borges, considerado como o 12º filho. Márcio Borges é poeta e importante letrista, coautor de célebres composições do nosso cancioneiro popular, em parceria com Milton Nascimento e com seu irmão o cantor, compositor e músico Lô Borges (coautor, inclusive, da letra da canção Clube da Esquina, primeira parceria com Lô Borges). A canção citada daria nome aos dois discos lançados e ao movimento Clube da
Esquina, cujo núcleo formado tem Márcio Borges como um dos pilares e principais letristas. Em entrevista exclusiva, Márcio Borges nos conta sobre a temporada em New York - USA para lançamento e produção de novos trabalhos: "Esta temporada em NY está servindo para consolidar grandes amizades, as de lá do Brasil e as daqui. Vim com meu irmão Telo Borges para cumprir uma agenda curta, mas deliciosa e de muito proveito. Foram dois eventos, uma noite no Zinc Bar, em Manhattan, e, outra no espaço Zart, no Brooklyn. Grandes músicos dividiram o palco comigo e com Telo, como o multi-instrumentalista Zé Luís e a multi-talentosa cantora Vanessa Falabella, fora as participações espontâneas de músicos presentes na plateia. A sensação que tenho é a de que estou
chegando aqui depois de minhas canções, que pisaram aqui bem antes de mim. Foi uma boa oportunidade dos brasileiros presentes cantarem juntos várias passagens deste acervo afetivo do nosso povo e das pessoas de outras nacionalidades conhecerem um pouco de nossa alma, através dessas canções que falam a língua universal da arte e anulam fronteiras. E um motivo extra de minha satisfação é que estou também desenvolvendo um trabalho com compositor, rapper e líder comunitário mineiro Flávio Renegado, que veio para New York para filmarmos parte de um documentário que estou fazendo com ele, sobre seus dez anos de carreira. Ele também fez uma participação especial num dos temas mais famosos do Clube da Esquina, introduzindo novas rimas e beats no grande hit da música mineira 'Para Lennon e McCartney'.",
MERCADO MUSICAL Flávio Renegado e Márcio Borges
Nascimento e muitos outros artistas do Clube da Esquina. Radica em New York, lançou um maravilhoso álbum que leva o título de 'Outras Esquinas' em homenagem ao movimento Clube da Esquina. Um trabalho com uma roupagem sofisticada para as canções desse movimento musical mineiro. Este é o terceiro CD da artista que, além de intérprete talentosa, conquista fãs por onde passa, por conta da sua melodiosa voz. Em seu repertório conta com músicas dos artistas e compositores mais importantes da música de Minas Gerais e da nossa Música Popular Brasileira.
Telo Borges
confidencia Márcio Borges. Aproveitando a oportunidade de Márcio ter citado Vanessa Falabella, Telo Borges, Zé Luís e Flávio Renegado, que são participações especiais de seus shows nos Estados Unidos, aqui vai um breve relato sobre cada uma dessas participações importantes:
Vanessa Falabella Excepcional cantora de Belo Horizonte que tem quatro CDs lançados e participou de várias gravações, festivais, além de ter divido palco com Lô Borges, Milton
Instrumentista, cantor e importante compositor, irmão de Lô Borges e Márcio Borges, também faz parte do seleto movimento mineiro. Começou a estudar piano aos 13 anos de idade e com 14 anos, compôs a música "Voa Bicho" em parceria com o irmão Márcio. Por mais de 15 anos integrou as bandas de Beto Guedes, Lô Borges e Flávio Venturini. De 2003 a 2008, foi tecladista, vocalista e violonista da banda de Mílton Nascimento, onde participou de apresentações no Brasil e exterior passando várias vezes por toda Europa, Japão, África, além de ter participado do CD e DVD "Pietá" de Mílton. Em 2003, ganhou o Grammy Latino de melhor canção brasileira, com a música "Tristesse" em parceria com Milton Nascimento.
Zé Luís Saxofonista, flautista, compositor, arranjador, produtor, multiinstrumentista - D'Addario Woodwinds International Artist, tem vários projetos e trabalhos solos, entre eles estão Sambismo, Ventos De Comércio, Caiapó, Banana
Guarani. Já gravou e tocou com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Cazuza.
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Flávio Renegado Rapper, compositor, instrumentista, poeta, ator e líder comunitário. Deixou os becos estreitos da favela para alcançar o mundo com seu talento nas mais diferentes influências. Som urbano agudo, influenciado pela multiplicidade da música contemporânea, que dialoga com batidas africanas, ritmos caribenhos, texturas do hip-hop americano, música eletrônica e o tradicional humor do nosso Samba. Renegado se apresentou em 2012 no Brasil Summerfest, no Central Park, e fez uma turnê europeia incluindo uma residência artística na Inglaterra com jovens criadores de diferentes partes do mundo. Se apresentou também em importantes festivais como Back2Black em Londres e Rio de Janeiro, além de ter estabelecido parcerias com a nigeriana Nneka, as brasileiras Mart'nália e Fernanda Takai, e, fez participação especial no primeiro DVD de Bebel Gilberto que também gravou uma de suas músicas 'Na Palma da Mão', em seu último álbum. Márcio Borges além de letrista e poeta, também é escritor. Em 1996, escreveu o livro "Os Sonhos Não Envelhecem - Histórias do Clube da Esquina". De 2004 a 2016, Márcio foi diretor do Museu Clube da Esquina, do qual é idealizador. Atualmente desenvolve trabalhos na área audiovisual, escrevendo roteiros, dirigindo filmes e participando de espetáculos musicais. Contatos com o artista: Cláudia Brandão - Produtora Executiva Tel.: 1 (929) 294 3061 E-mail: claudiabborges@msn.com whatsapp + 55 31 99677 0116
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