Plano de desenvolvimento do bairro de campinas

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PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO BAIRRO DE

CAMPINAS


Universidade Federal de Goiรกs - UFG Faculdade de Artes Visuais - FAV Disciplia: Seminรกrio de Projeto Professora: Marcelina Gorni Aluna: Jhersyka Cardoso Melo Orientador: Pedro Dultra Britto Pรกginas:


UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Faculdade de Artes Visuais - FAV Arquitetura e Urbanismo

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO BAIRRO DE

CAMPINAS Jhersyka Cardoso Melo Orientador: Prof. Dr. Pedro Dultra Britto

Goiânia, Julho de 2016.



ÍNDICE

P.6

INTRODUÇÃO

P.20

[FASE 1 - HISTORIOGRAFIA] CONTEXTUALIZAÇÃO P.9 Campininha das Flores: Onde tudo começou P.10 Goiânia: O sonho da nova capital P.13 Goiânia: A concepção urbana da cidade P.15 Goiânia - Campinas e o Art Decó P.15 Campinas: Cidade Satélite

P.17

[FASE 2 - TERRITÓRIO] O LUGAR DE PERTENCIMENTO P.17 Até onde vai Campinas?

P.20

[FASE 3 - CATEGORIZAÇÃO] P.23 Uso do solo P.25 Habitação P.29 Desenvolvimento Econômico P.33 Equipamentos Urbanos P.35 Equipamentos Sociais P.37 Mobilidade P.41 Acessibilidade P.49 Patrimônio Histórico e Cultural P.51 Meio Ambiente P.51 Diretrizes projetuais.

P.53

[FASE 4 - CENÁRIOS URBANOS] P.23 Centros e subcentros P.25 Problemáticas P.29 Potencialidades P.33 Acontecimentos P.33 Cenários urbanos

P.55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


INTRODUÇÃO

Durante o curso de Arquitetura e Urbanismo muitas inquietações foram aflorando a cerca do posicionamento do arquiteto e urbanista frente aos problemas da cidade. O seguinte trabalho parte diretamente de uma dessas perturbações, com o intuito de buscar meios mais efetivos de operar na qualidade do espaço urbano e arquitetônico, e consequentemente no funcionamento da cidade e nas suas interrelações sociais. Muitos foram os profissionais que durantes anos colocaram em prática os ideais de como deveria ser e funcionar uma cidade perfeita. Ideologias que em sua maioria só funcionavam no papel; renegavam a aproximação direta com o espaço, os seus aspectos históricos e sociais, a identidade e valores do seu povo, as necessidades reais dos seus usuários, o convívio e experimentação do seu território. Esse posicionamento pouco contribuiu e contribui na prática, e reflete diretamente no desequilíbrio interno do ecossistema da cidade, pois nega a diversidade característica de cada situação e lugar. Entender a cidade em todos os seus agenciamentos e rupturas, é o caminho para a sustentação mútua e contínua da diversidade, conceito esse essencialmente vital para existência e sobrevivência da dinâmica do seu próprio espaço. Foi então que, me orientando a partir dessas perspectivas sobre a cidade, escolhi, em meio a Grande Goiânia, a região do Bairro de Campinas para operar. Região esta que logo de início me despertou interesse pela representatividade da sua própria dinâmica, os conflitos internos e externos aos seu sistema, a trajetória histórica de seu povo, e a centralidade e importância ao qual representa para toda Capital e Estado.

Setor Campinas

MAPA

LOCALIZAÇÃO 1- Praça Cívica 2- Bosque dos Buritis 3- Estádio Olímpico 4- Parque Mutirama 5- Estação Ferroviária 6- Rodoviária 7- Parque Lago das Rosas 8- Hipódromo da Lagoinha


Setor Central

1200m 600m

5KM

4KM

3KM

2KM

1KM

M

500

M

250


Durante todo o processo de desenvolvimento da história do Setor Campinas em Goiânia-GO, desde que esta era apenas um simples povoado conhecida como Campininha das Flores até os dias atuais, o setor passou por grandes mudanças que transformaram a vida desse território e da sua população. O desenvolvimento chegou de forma acelerada e desordenada ao bairro, que aos poucos foi sendo esquecido estrategicamente pela atração que representava a nova capital de Goiânia. O comércio existente aos redores da 24 de Outubro foi devastando e mascarando muito das característica e identidade do bairro, a arquitetura e história do povo hoje muito se esconde atrás de grandes letreiros de propagandas das lojas, que aos poucos vai sendo deteriorada e demolida, ao mesmo tempo que é a própria ideologia de preservação que enrigesse o crescimento do bairro; e a dinâmica gerada pelo próprio comércio local nas avenidas também é a representação do abandono e a criação do seu próprio paradoxo quando os mesmos se fecham. A disputa entre o espaço público pelos pedestres e automóveis durante o dia cessa ao anoitecer, e desaparece com toda vida do lugar, criando uma gritante dualidade ao bairro: de dia, vida, movimento, agitação, diversidade, e a noite a morte, vazio, abandono e insegurança. Ao me aproximar com a realidade do lugar para descoberta de uma proposição projetual que se fizesse eficiente e necessária não pude virar as costas para esses acontecimentos do cotidiano. Uma intervenção pontual mesmo que refletisse na mudança do entorno, e na vida das pessoas em sua proximidade, não seria capaz de englobar todas as prioridades ao qual o bairro solicita de imediato. Portanto optei pela implementação de um Plano de Desenvolvimento do Bairro, o qual objetiva-se destacar as melhorias necessárias à comunidade no que diz respeito a infraestrutura urbana, ofertas de produtos e equipamentos urbanos; melhorando as suas condições de vida e o seu convívio social. Mas até chegar a esta conclusão muitos contratempos ocorreram: Durante o desenvolvimento do trabalho muitas coisas foram mudando, muitas dúvidas foram ocorrendo sobre as decisões a se tomar, muitos desencontros , e perdas no caminho. Mas com isso novas descobertas foram aparecendo. Minha pergunta sempre foi qual o caminho correto a se tomar para intervir na cidade. Essa pergunta foi norteando meu trabalho e hoje se tornou o meu próprio trabalho. A busca por um tipo de metodologia para a

implantação e intervenção na cidade resultou em uma espécie de guia que construí ao longo desse trajeto. Fato é que esse parágrafo só pode ser escrito quase no final da entrega de Trabalho de Conclusão de Curso-TCC. O que acarretou em um trabalho híbrido, com a junção de teoria e projeto. Narro a seguir as etapas relevantes ao qual fui apreendendo um pouco da cidade, nesse caso uma parte dela. De início, a regra fundamental de que era obrigatoriamente necessário uma apresentação projetual, acabou me desviando do meu objetivo inicial, visto que ainda estava descobrindo como intervir em Campinas. Durante o primeiro período de TCC mudei de tema duas vezes, pois afinal de contas tinha que me formar e entregar algo que pudesse realmente ser avaliado, ou seja, ganhar nota. Mas infelizmente ou felizmente, não pude desenvolver as novas propostas, pois algo não me permitia seguir em frente com minhas idéias. Parecia ao meu ver errado, continuar com uma proposta precipitada, sem análise real das necessidades locais, e ao meu ver, essa situação não me fazia o menor sentido. Durante toda essa resistência, perdi muito tempo; a primeira apresentação da banca pouco ou nada me contribuiu para o meu tema atual. Decidi por fim, abraçar minhas perguntas, dúvidas, receios, para investir em algo ainda a ser descoberto. Muitos falaram que era arriscado investir em algo que não temos domínio em um Trabalho de Conclusão de Curso, eu não duvido disso e nem estou aqui para contestar ou defender minhas decisões, acho mesmo que temos que fazer algo que individualmente nos dê razão. Independente dos devios pelo caminho, dos contra-tempo enfrentados, acho que fizeram parte de toda a construção desse processo e foram fundamentais para que o trabalho se afirmasse, ganhando a força e visibilidade ao qual era preciso. A partir daí o trabalho começou aos poucos tomar corpo e seguir com as seguintes distribuições: A primeira etapa do trabalhou concentrou-se na pesquisa histórica de surgimento e construção do bairro de Campinas, com o intuito de compreender todo o processo de ocupação do setor A segunda etapa propõe a delimitação de uma área que se fizesse condisente com a relação das pessoas e atividades envolvidas ao setor. A terceira etapa a categorização para organização de levantamentos e aproximação das condições e necessidades atuais de cada tema do bairro


associando a partir das necessidade com diretrizes gerais que trazem todo o conceito norteador das intervenções a serem feitas. A quarta etapa baseia-se no levantamento de dados retirada das categorias e as peculiaridades intrínseca de cada região, como as centralidades, características problemáticas e potenciais, para dividir o setor através de cenários urbanos. A quinta etapa propõe as especificações de cada um desses cenários apresentando as perspectivas esperadas para o seu futuro, seguindo assim uma linha de urbanismo que vem de baixo para cima, que leva em consideração o que a própria cidade espera dela mesma, e não o que esperamos da nossa cidade.


1 Hélio: A Praça Joaquim Lúcio era o centro inclusive de comícios políticos, festas, tudo era realizado em grande parte ali. Outra coisa: era um lugar agradável, bem arborizado, um lugar onde a rapaziada encontrada com as moças para namorar, coisa e tal, e foi modificada várias vezes. Tiraram aquele coreto antigo, fizeram um outro tipo art déco; tinha um relógio lá, um relógio alto, não igual aquele lá do centro, mas um relógio grande de quatro faces, sabe? Depois teve uma fonte luminosa e foi modificando. De vez em quando aparece um prefeito aí que arranca uma parte das árvores, arranca tudo! Faz uns canteiros, plantam umas árvores lá que não vai pra frente, né? (risos) ... Keith: Essa questão da revitalização, do patrimônio, digo do coreto... Teve uma eleição e tudo.... Hélio: Esse coreto tem foto dele aí. Esse coreto aí, tem um picareta aí, um amigo nosso, ele votou nele num sei quantas vezes, para ele poder ganhar. O coreto antigo. E ficou aquilo lá! Hoje não tem serventia nenhuma, porque está fechado. Dona Maria (esposa de Hélio de Oliveira): Cada pessoa que a gente pergunta: você votou naquele coreto que está lá? “- não votei no outro”. Hélio: O outro, não sei se você viu foto dele.... Keith: Vi. Hélio: Viu né? Então, o outro, ele era aberto em cima. Podia fazer, tretas, como eles falam, né? Cantores vinham, se apresentavam lá. E esse aí, fica fechado. Não tem serventia.

(Entrevista com Hélio de Oliveira ; TITO, 2008)


HISTORIOGRAFIA

Conhecer o bairro através de suas transformações temporais, foi para mim a etapa inicial e primordial nesse processo. A necessidade de entender a dinâmica humana atual, os valores e crenças atribuídos e os restos abandonados pelo próprio tempo foram fundamentais para nortear uma perspectiva de melhor apreensão da cidade, principalmente, tendo em vista o contexto histórico de mudanças na trajetória do Bairro de Campinas, que hoje representa a heterogeneidade desse próprio processo de formação, fazendo-nos ao mesmo passo que buscar o entendimento, também questionar o sentido ao qual revemos o tempo atual.

Legenda: Coreto - Praça Joaquim Lúcio


CAMPINAS CONTEXTO

Campinas, Bella Vista e Santa Cruz. Campinas, o local mais formoso de toda a província, está a 14 léguas de Bonfim e a 165 kilometros da capital, próxima ao Valle do rio Meia Ponte, numa vasta e pittoresca Campina que lhe deu o nome e regada por um límpido ribeiro – Cascavel. Foi fundada em 1810 por Joaquim Gomes da Silva Gerais, natural de Meia Ponte (...).”

(CAMPOS, 1985; p. 15-16)

Campininha das Flores: Onde tudo começou Muito antes de decretada como bairro pertencente ao município de Goiânia, Campinas ou Campininha das Flores como era conhecida, tinha sua própria história de conquistas, na qual obteve importante destaque na construção da nova capital do estado de Goiás. Campininha das Flores fundada em 1810 pelo alferes Joaquim Gomes da Silva Gerais surgiu como tantos outros arraias do entorno da região, à motivação em busca do ouro a caminho das Minas de Anicuns. Joaquim Gomes da Silva Gerais naturalizado de Meia-Ponte, hoje atual Pirenópolis, seguia com o seu grupo de exploradores para as minas quando impressionados com o cenário resolveram se instalar na região. O povoado ainda muito pequeno fora construído ao redor da Capela de Nossa Senhora da Conceição, onde teve seu patrimônio territorial doado pelos seus fundadores e fazendeiros locais, pertencente na época ao município de Bonfim atual Silvânia. “De acordo com as informações de Assuero de Siqueira, o arraial de 'Campinas, a 470 metros de altitude, foi fundado em 1816, por José Gomes da Silva Gerais. Criada pela Lei n°6, de 2 de agosto de 1853, foi desmembrada de Bonfim e elevada a Villa pela de n°287, de 15 de junho de 1907 (sendo instalada a 7 de setembro do mesmo ano) e, a cidade, pela lei n°476, de 8 de julho de 1914'. Divergente da informação de Assuero, que parece ter laborado em equívoco, são os relatos de Francisco Ferreira dos Santos, ratificados por Zoroastro Artiaga, pelos quais as origens de Campinas remontam ao ano de 1810 (...). No mesmo sentido um artigo de Henrique Silva, sempre minucioso em suas pesquisas, datado de 1887, a respeito de Bonfim (hoje Silvânia), em que descreve: ' O município possui três freguezias:

Em 1824, de acordo com CAMPOS (1985), o povoado era composto por 11 casas, três engenhos, trinta e quatro roças, uma fazenda de gado e uma população que contabilizava 45 pessoas. Mais tarde foram agregando-se ao povoado outras famílias vindas de fora, muitos de São Paulo e Minas Gerais, outros mesmo da própria Província e de outras partes do Brasil. A partir de 1894 com a chegada dos Padres Redentoristas é que a já então decretada freguesia, pela Lei provincial de 10 de julho de 1843, tomou impulso e maior destaque na região, transformando totalmente o cotidiano da pequena Campininha. A pedido do bispo de Goiás Dom Eduardo da Silva os missionários de origem alemã saíram a cavalo do Rio de Janeiro chegando depois de um mês de caminhada ao sertão de Goiás. Dos primeiros que chegaram estavam os missionários: Pe. Gerbado Wiggerman, Pe. João da Mata Spath e Pe. Miguel Siebler, o Diácono Lourenço Hubbauer, e os irmãos coadjutores Norberto Wagenlehner , Ulrico Kammermeier, Gerbardo Konzet e Floriano Rislhisl (mais tarde Pe. Vicene Grilhisl).

Legenda: Primeira turma de redentoristas alemães, 1894. Fonte: <http://redentorista.com.br/wp-content/uploads/2014/06/pioneiros_velho420x255.jpg> Acessado: 12/04/2016


Alguns dos missionários eram também artistas, arquitetos e outros marceneiros, construindo assim que vieram a antiga Igreja Matriz, a Igreja e o Convento da Vila São José, a antiga Casa dos Padres Redentoristas, o Santuário Velho de Trindade, o Santuário da Igreja de Bela Vista e de Aparecida e muitas outras obras: “No relato retro citado do Pe.João Ribeiro, enumeram-se, de forma sucinta, os benefícios por eles traduzidos para Campinas: 1) A casa dos padres que era parada obrigatória a todos aqueles que demandavam à capital ou o sul do Estado; 2) Construiram a nova Matriz, uma das mais majestosas do Estado em 1900 e o 2º cemitério; 3) Instalaram a primeira usina elétrica em Campininhas em 1921; 4) Editaram o primeiro jornal, também em 1921; 5) Promoveram a fundação do Colégio Santa Clara pela Irmãs Franciscanas alemãs (1922); 6) Introduziram a primeira motocicleta em Campinas (1922) e possivelmente em Goiás; 7) Instalaram o primeiro telefone do Estado entre Campinas e Trindade (1924) a 100 réis a telefonada; 8) Introduziram a segunda bicicleta em Campininhas; 9) Instalaram o primeiro relógio de torre de Igreja.” (CAMPOS, 1985; p.30)

Com as benfeitorias Campininha das Flores seguiu crescendo e se destacando ‘‘aliando o caráter de clima interiorano com a hospitalidade; os frequentes bate-papos entre as pessoas nas ruas, casas, praças e bares, a preservação dos costumes e tradições herdados em família; a forte religiosidade; a tranquilidade do dia-a-dia; a identificação do indivíduo com os valores coletivos e a ideia de comunidade’’. (CAMPOS,1985) No entanto, a notícia da construção de uma moderna cidade no interior do Brasil para ser a nova capital do Estado de Goiás havia chegado para mudar essa realidade , trazendo maiores perspectivas, crescimento e conflitos.

Goiânia: O sonho da nova Capital A Marcha para o Oeste lançada pelo presidente Vargas na década de 30, deveria expandir as fronteiras econômicas para o Centro-Oeste.Em conformidade com o movimento de progresso realizado pelo então presidente do Brasil, o interventor Pedro Ludovico Teixeira providenciou a mudança da nova capital goiana, uma luta política que já durava longos 180 anos. De acordo com seu interventor, Goiânia seria a ‘‘capital acessível que irradiaria progresso, marcharia na vanguarda, coordenaria a vida política estimulando a econômica, ligada à maioria dos municípios através de uma rede rodoviária planificada; Goiânia simbolizaria o avesso do atraso e retiraria o Governo de seu estado decadente’’. (DOSSIÊ –MANSO, 2010) Após discussões da comissão, nomeada por Pedro Ludovico, para escolha da área que seria destinada a nova capital, elegeu-se por um lugar com água em abundância, bom clima, topografia adequada e próximo a linha férrea. Tratava-se de Campinas. ‘‘O Interventor Pedro Ludovico Teixeira assinou o Decreto nº 2.737 em 20 de dezembro de 1932, nomeando uma comissão sob a presidência do então Bispo de Goiás Dom Emanoel Gomes de Oliveira e três técnicos: João Argenta e Jerônimo Curado Fleury, engenheiros, e Dr. Laudelino de Almeida, médico, Dr. Colemar Natal e Silva, advogado, Cel. Antônio Pirineus de Souza, oficial superior do Exercito, Antônio Augusto Santana e Gumercindo Alves Ferreira, comerciantes, para proceder ao exame das condições topográficas, hidrográficas e climatéricas das localidades de Bonfim (hoje Silvânia), Pires do Rio, Ubatan (hoje Erigineu Teixeira) e Campinas (hoje bairro de Goiânia). (FERREIRA; 1958, P.24 e 25). A comissão apresentou no dia 4 de março de 1933 um completo estudo sobre a região escolhida, mas Pedro Ludovico nomeou o Engenheiro Armando de Godoy, para proceder ao estudo definitivo da área. Ao avaliar as condições favoráveis do sitio escolhido, proximidade de Campinas, Godoy destaca:


‘‘... a pequena distância entre a área escolhida para servir de sede para a futura capital e a linha férrea; a localização da área no centro da zona mais próspera e habitada do Estado de Goiás; o clima, adoçado pelo grau hidrométrico; a vizinhança de matas que constituem elementos preciosos nas proximidades do centro urbano; as condições topográficas que favorecem o traçado viário moderno com suas ondulações; as condições hidrográficas que permitiam servir a sede com quantidade suficiente de água; a fertilidade do terreno; o papel importante de energia elétrica, da qual o desenvolvimento e a prosperidade do centro urbano dependeriam enormemente; e os materiais de construção que mais se figuravam na região. (DOSSIÊ – MANSO; 2010, P.47) Essa foi a razão pela qual Goiânia, “amamentada in totum pela Campininha, passou a ser uma espécie de Terra Prometida a todos os imigrantes, nacionais e estrangeiros.” (GOMES; 2002, p.31) Famílias inteiras vinham em busca de trabalho no canteiro de obras e outras muitas atrás da construção de um novo sonho, uma nova vida e futuro. As vilas foram dessa forma se formando com o intuito de receber esses novos moradores, as intermediações de Campinas foi uma delas. A relação que se fazia entre Goiânia e o antigo município confrontante se tornavam cada vez mais próxima. A ideia a princípio motivou não só as pessoas que vinham de fora, mas também os campineiros, pois a noticia trazia também consigo muitos benefícios para a cidade. ‘‘Com a oportunidade de Campinas sair do atraso que se mantinha no local , até então, muitos campineiros doaram terras para o Estado, hospedaram em suas casas operários que chegavam para trabalhar na construção civil; alguns aceitaram, até, propostas de desapropriações, cada um a sua maneira, contribuiu com a construção de Goiânia.’’ (TITO, 2008)

Fonte: POLONIAL, 2006, p.49


Goiânia: A concepção urbana da nova Capital O processo de elaboração e execução da planta urbana de Goiânia, foi marcado por uma explícita referencialização. Atílio Correa Lima, engenheiro - arquiteto escolhido para o planejamento da nova capital, tomou como base cidades europeias e norte-americanas para a construção do traçado da cidade, mostrando-se bastante atento à configuração do terreno, à necessidade do tráfego, ao zoneamento e ao loteamento; aplicativos estes desenvolvido pelo movimento moderno.

ele convergem, a Avenida Goiás, eixo norte-sul da composição urbana, é a via de maior destaque, sendo tratada como uma grande alameda. A avenida-parque, por sua vez, seria utilizada como um enorme passeio público, onde a elite faria o footing à tarde e à noite. No extremo norte dessa avenida, situada na parte mais baixa da cidade, localiza-se a zona industrial – junto a Estação Ferroviária, de modo a

“Para os urbanistas franceses, a cidade seria planejada para abrigar as atividades ligadas à produção, à circulação e ao consumo de bens industrializados. O sistema viário deveria permitir o escoamento da produção industrial de uma forma eficaz e rápida. A dimensão das vias obedeceria a uma hierarquia segundo a intensidade do trafego e importância na comunicação entre os bairros. Essa rede se caracterizou pelas rotatórias, vias curvas e em forma de grelha, vias em diagonal que se encontram em uma praça, um monumento ou um palácio. A rotatória é um espaço livre formado pelo encontro de várias vias públicas em um mesmo ponto” (DAHER; 2009). As referências modernas internacionais mostram o verdadeiro paradigma que possuem a interpretação utópica sobre a cidade a ser construída. De acordo com Arrais (2008), a representação de uma sociedade totalmente nova, oposta à sociedade real, eximida de seus males e vícios, enfatizava o caráter revolucionário e progressista da nova capital, que seguia em direção à um futuro moralmente superior. Propondo a monumentalização do espaço urbano através da apropriação criativa de modelos e ideários políticos, criava-se uma completa ruptura com o presente e a tradição urbanística local. A estrutura de Atílio Correa Lima para Goiânia incorpora todos esses contributos, privilegia as grandes perspectivas, estabelece o centro cívico e administrativo como elemento fundamental na composição, por ser visto por todos os pontos da cidade. No conjunto de vias radiais importantes que para

Legenda: Traçado urbano de Atílio Correia Lima <http://3.bp.blogspot.com/_LJHBrB752xY/TGrxm96b2LI/AAAAAAAAAeE/84bGWjpJHuU /s1600/Estudo+Urbano+Goiania+(1933)+Atiio+Correa+Lima.jpg> Acessado em 18/07/2016


possibilitar o seu crescimento ao longo da via de trens. O setor comercial distribui-se no cruzamento com a a Avenida Anhanguera. Concebido pelo autor como “área central da cidade, onde gravita o comércio, onde a construção é mais densa”, seu traçado em malha ortogonal privilegia o tráfego de veículos e as áreas de estacionamento. As praças e cruzamentos principais recebem uma atenção especial. Para evitar colisões de veículos, adotou-se o sistema de circulação obrigatória. (DOSSIÊ – MANSO; 2010, P.47) A pressão do crescimento acelerado e ininterruptos da cidade e as pressões socioeconômicas desencadearam no rompimento do Plano Original de Atílio Correia Lima. Assume então, Armando de Godói, formado na Suíça e na França de onde acabara de voltar, reformulando o antigo projeto. O Setor Sul desenhado por Atílio foi todo reformulado por Godói, recebendo o traçado das cidades-jardim. Esse bairro seria essencialmente residencial, mas com serviços para atendimento local. As quadras residenciais apresentavam vias internas para os fundos das casas e entrada social pelas áreas verdes. Segundo Daher (2009), a interferência do modelo inglês, implantado por Godói, no plano de Goiânia, entra em conflito com a cidade de Atílio, já executada parcialmente, pois são escolas de urbanismos com propostas quase que opostas, o desenho da cidade-jardim, mas sobre um sítio plano, impróprio ao modelo, pois esse tipo de terreno é compatível com o traçado das cidades francesas Como os urbanistas ingleses, Godói projetou Goiânia dentro de uma área e para uma população limitada: seu projeto foi concebido para no máximo 50 mil habitantes. A cidade teria uma faixa de áreas verdes ao seu redor, separando a área rural da área urbana com previsão de cidades-satélites para abrigar a população excedente. O projeto inicial de Atílio já fora implantado e ele fez a separação da zona residencial para o operário de outras zonas residenciais. Godói mantém essa separação no seu projeto. Embora Atílio já tivesse localizado no S. Central, as atividades ligadas ao lazer, Godói cria no S. Sul áreas de lazer, de importância secundária diluindo o caráter de

Legenda:Alteração urbana de Armando de Godoy no traçado de Goiânia. <http://3.bp.blogspot.com/_LJHBrB752xY/TGrxm96b2LI/AAAAAAAAAeE/84bGWjpJHuU /s1600/Estudo+Urbano+Goiania+(1933)+Atiio+Correa+Lima.jpg> Acessado em 18/07/2016> Acessado em 18/07/2016


centralidade do poder público, representado pelo Centro Administrativo adotado por Atílio, criando outro centro de cunho mais comunitário, que seria a Praça do Cruzeiro, no S. Sul. (DAHER; 2009, p.84).

Destacam-se, no hoje bairro de Campinas, os edifícios do Colégio Santa Clara na Praça Matriz, do Palace Hotel e do antigo Fórum na Praça Joaquim Lúcio, podendo contar ainda inúmeros exemplares com elementos art decó, modestos e humildes.

Atílio obteve a funcionalidade no traçado de Goiânia, em contrapartida Godói preocupou-se com a estética. Se compararmos o S. Sul, tanto no seu traçado quanto no seu espaço tridimensional, é mais dotado de curvas, recantos e espaços verdes, embora a topografia plana e a ausência de um entorno mais exuberante tenham reduzido as paisagens. Quanto à planta de Atílio, apesar de ter um desenho harmonioso e elegante, a busca pela funcionalidade tão perseguida configurou-se em um traçado racional, sóbrio e integrado ao sítio (DAHER; 2009, p.84).

Goiânia - Campinas e o Art Decó Os edifícios, construídos nas décadas de 1930 a 1950 em Goiânia, seguiram orientação Art Decó, tendência ditada pela moda estabelecida pelos centros do Poder da época. Estilo este que influenciou o traçado da nova capital de Goiás foi adotado nos edifícios públicos e serviu como modelo para grande parte dos edifícios institucionais particulares, isto é, comerciais, hotéis, escolas, etc., embora pouco utilizado em residências. Atílio não se limitou ao urbanismo, e acabou idealizando a arquitetura de muitos prédios da cidade, influenciadas pela explosão do Art Déco na época. Antes de se desligar do projeto inicial, o autor ajudou na construção dos setores Central e o de Campinas, estando lá a maior parte do acervo de monumentos de Goiânia. É importante elucidar a distinção entre arquitetura institucional, o qual demonstra maior riqueza de composição, ornamentação e detalhes enquanto na arquitetura privada contentam-se muitas vezes com uma ou outra característica decó apenas. Em algumas casas ou edifícios mais simples, às vezes há uma única platinbanda em zigurate a lembrar o estilo, escondendo o telhado colonial; outras vezes um mero friso em alto relevo ilumina a singeleza da fachada. (DOSSIÊ – MANSO; 2010, P.43).

Legenda: Edifícios no estilo Art-decó em Goiânia. <https://www.flickr.com/photos/naldomundim/8211987630/in/photostream/> Acessado em 18/07/2016

Campinas: Cidade Satélite Com o surgimento de Goiânia, Campinas começou a sentir as vantagens e desvantagens de tornar-se parte da nova capital. No início do século XX, mais precisamente ao longo da década de 30, a sua população urbana duplicou, ficando durante algum tempo maior que a população da cidade nova em construção. Com o aumento da população, a zona urbana de Campinas começou a expandir – de um lado, em direção ao Ribeirão de Anicuns, e de outro, ultrapassou o limite da Avenida Amazonas (depois Floriano Peixoto e hoje Avenida Anhanguera), enchendo de casas as Avenidas Pará e Paraíba (hoje, Ademar Ferrugem). Em muitos casos, as pessoas que chegavam de todos os lugares olhavam Goiânia e iam morar em Campinas. Até o próprio governo tinha de recorrer a Campinas por falta de acomodação em Goiânia. A antiga Vila Operária, dividida hoje entre os Setores dos Funcionários e Centro-Oeste, fora instalada aos redores do bairro. Tendo em vista relação de dependência e pertencimento com Campinas durante a construção de Goiânia muitas das características encontradas no lugar compartilham os


mesmo elementos identitários do bairro. O Setor Coimbra, área concedida aos irmãos Coimbra como forma de pagamento aos serviços prestados na construção de Goiânia, desde o início já apresentava destino certo. A terra mesmo delimitada para o loteamento e já inclusa no desenho da Cidade Satélite de Campinas, só foi ocupada anos mais tarde na década de 50, recebendo melhores serviços e infra-estrutura na década de 60. A Avenida 24 de outubro havia sido urbanizada entre 1937 e 1938 e, no início dos anos 40, a Praça Coronel Joaquim Lúcio estava construída, sendo, em seguida, modificada pela construção de um coreto sextavado de dois pavimentos e de um sobradão da cadeia pública. A Superintendência das Obras da Nova Capital elaborou, porém, um novo projeto para a praça, que passaria a ser chamada, oficialmente, de Jardim Público de Campinas. A população de Campinas começou a reagir contra a presença invasiva de Goiânia, contra a perda da autonomia municipal. Crescia um bairrismo exarcebado, que era a expressão do desejo coletivo de manter a integridade de Campinas e sua identidade cultural. (PROJETO ÁLBUM. O Popular-60 anos). Até que em 1935 Goiânia abraçou Campinas como bairro, fazendo com que esta perdesse sua autonomia e a relação harmônica entre os moradores. Mesmo hoje nota-se que não existe um sentimento de pertencimento de Campinas com sua cidade, Goiânia.

Expansão urbana de Campinas Década de 30

Núcleo Pioneiro de Campinas

MAPA

EXPANSÃO URBANA Muita coisa mudou daquele tempo pra cá [em Campinas], mas aqueles tempos continuam ali, parte viva e célula raiz da grande Goiânia de hoje. (MELO,1998, p. 152; Apud, AMARAL).

1- Praça Cívica 2- Bosque dos Buritis 3- Estádio Olímpico 4- Parque Mutirama 5- Estação Ferroviária 6- Rodoviária 7- Parque Lago das Rosas 8- Hipódromo da Lagoinha

Setor Campinas, delimitação atual

Cidade Satélite de Campinas


Estrada de ferro

Vila Operária

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Setor Campinas

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Setor Coimbra

Núcleo Pioneiro de Goiânia

Ocupação década de 50

1200m

600m



A delimitação espacial de um objeto de análise foi a segunda etapa necessária para aplicação de estudos e levantamentos. Para tanto, foi impossível não questionar os limites impostos pela delimitação atual do setor, realizada pela Prefeitura de Goiânia; já que podemos notar várias interferências que questionam esses mesmos limites; como a noção espacial dos moradores e visitantes, um sentido de identidade espacial existente, um sentido de exclusividade e uma compartimentação da interação humana no espaço, abrangendo nesse aspecto, diversas escalas tanto geográficas quanto sociais.

Legenda: Lago das Rosas. Fonte: Hélio de Oliveira



Até onde vai Campinas? Um bairro é uma subdivisão de uma cidade ou localidade, que costuma ter uma identidade própria e cujos habitantes partilham um sentido de pertencimento com o lugar. Kevin Lynch em seu livro ‘‘ A imagem da cidade’’ defende que as características aos quais determinam os limites do bairro podem ser de variadas naturezas como: texturas, espaços, formas, detalhes, símbolos, tipos de edificação, usos, atividades, habitantes, grau de conservação, topografia, etc. Conclui ainda que ao estruturarmos e identificarmos um ambiente, este torna-se mais legítimo sendo capaz de oferecer mais segurança e possibilitar uma experiência urbana mais intensa, que explora seu potencial visual e expresse toda a sua complexidade. Repensando o bairro e o lugar de pertencimento para delimitação de uma área de estudo ao qual se torna-se mais legítima, foram levantados e demarcados em cartografia elementos identitários dos habitantes locais que faz referência à Campinas: os edifícios externos que se reconhecem como sendo deste, alguns elementos que percorrem o imaginário das pessoas sobre o bairro e elementos estruturais e hídricos que constroem grandes fronteiras visuais e estabelece grandes limites ao mesmo. Tomando como base a expansão urbana do município de Campinas na década de 30 , a trajetória observada no bairro e todo o contexto ao qual foi-se estabelecendo, além da idéia de que toda a região ao oeste do Lago das Rosas (Córrego Capim Puba) e ao leste do Ribeirão Anicuns era Campinas , podese constatar que a relação com os bairros Centro-oeste e Setor dos Funcionários, onde era a antiga Vila Operária, Setor Rodoviário e partes do Setor Aeroviário, assim como a Vila Abajá e Vila São José se tornaram

bastante distintas, vista a relação de dependência que foi se formando durante a construção de Goiânia. Os eixos estuturais também foram levados em conta para a delimitação da área assim como a antiga estrada de ferro onde hoje passa a Avenida LesteOeste, a Av. Castelo Branco que apresenta também muito dos comércios atacadistas no Setor Aeroviário e a Av. Anhanguera que a muito tempo foi a única ‘‘ponte’’ viária entre Goiânia e Campinas. Partindo também dos marcos externos a própria delimitação atual do bairro referenciados pelos moradores de Campinas, como o Antônio Auccioly , Cemitério Santana, Igreja São José, o Parque Lago das Rosas, o Parque Campininha das Flores, Cais de Campinas e Rodoviária de Campinas, além de escolas e residênciais que carregam o nome do bairro é que delimitou-se a área a ser estudada para a aplicação do Plano de desenvolvimento do bairro.


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MAPA

O LUGAR Área do Bairro de Campinas UTP de Campinas Área encolhida para estudo 3

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1- Parque Lago das Rosas 2- Cais de Campinas 3- Cemitério Santana 4- Estádio Antônio Auccioly 5- Escola Ângulo de Campinas 6- Escola Técnica de Comércio de Campinas 7- Escola Sesi de Campinas 8- Parque Campininha das Flores 9- Igreja São José 10- Secretaria de Segurança 11- Rodoviária de Campinas 12- Colégio Milênio de Campinas 13- Residencial Campinas Dei Fiori


13 12 1

Comércio atacadista

Vila Operária

Comércio atacadista

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Setor Coimbra

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500m



Através do processo cognitivo de Categorização organizei a 3ª etapa do processo de apreensão da cidade. Com o intuito de reconhecer, através de suas similaridades e diferenças, os aspectos gerais do bairro para a descoberta de um conhecimento novo. Dessa forma realizei o agrupamento de entidades, objetivando a organização conceitual que rege o Plano de Desenvolvimento do bairro em questão. Assim a capacidade de organização, armazenagem, recuperação das percepções levantadas e observadas, bem como a utilização da informação em si na criação de diretrizes e propostas de intervenções se tornaria de mais fácil assimilação, ao mesmo tempo que também muito complexa. A Categorização dividiu-se em temas de relevância urbana, aos quais são de essencial atenção para o equilíbrio e bem estar social. Foram assim todas mapeadas, de modo que todas as informações coletadas pudessem compor parte de um grande e único sistema organizacional do bairro. Sendo pela leitura e interpretação desse sistema que proponho as primeiras diretrizes gerais de bairro. Essa primeira proposta prioriza integrar as várias regiões e cenários urbanos, levando maior infra-estrutura para as várias camadas existentes, dando assim força para que estas se mantenham e potencialize.

Legenda: Avenida Anhanguera


Segundo o plano diretor da cidade, a área do Setor de Campinas é classificada como de adensamento básico, para o qual é estabelecida a possibilidade de construção de até 9 metros para a laje de cobertura, com um índice de ocupação máxima de 50% para todos os terrenos, a partir de 6 metros de altura da edificação. As Áreas Adensáveis, não sofrem limitações de altura das edificações, sendo estas resultantes dos índices de afastamentos e ocupação previstos em lei. O uso que pode ser dado as edificações está definido segundo a categoria da via conforme o quadro que se segue. Categoria da via Via Expressa de Primeira Categoria (pista dupla) Via Expressa de Terceira Categoria (pista dupla)

Uso permitido

PERMITIDO TODOS OS OS USOS, EXCETO: Aqueles que não atendem a legislação ambiental.

Via Arterial de Primeira Categoria

PERMITIDO TODOS OS USOS, EXCETO: Grau de incomodidade GI-5.

Vias Coletoras (pista única e dupla)

PERMITIDO TODOS OS USOS, EXCETOS: Grau de incomodidade GI-4 e GI-5. PERMITIDO TODOS OS USOS, EXCETO: Grau de Incomodidade GI-2, GI-3, GI-4, GI-5;

Via local (pista única)

Atividade com área ocupada superior a 360m²; Os empreendimentos e atividades de nidos como Macro-projetos; Templos Religiosos com área ocupada pela Nave Superior a 450m²; Atividades de estacionamento (CNAE 522310000) com área superior a 3500m². PERMITIDO TODOS OS USOS, EXCETO:

Via local (pista dupla)

Grau de Incomodidade GI-3, GI-4 e GI-5; As atividades com áreas ocupadas superior a 540m²; Atividades de estacionamento (CNAE 522310000) com área superior a 3500m².

Seg uem alguns exemplos de que usos enquadram em cada Grau de Incomodidade: GI-1: Advogaods; agencias de viagens; corretor de imóveis; dentista. GI-2: Administração publica em geral; alojamento higiene e embelezamento de animais; apart-hoteis; empresa de distribuição de revistas e jornais; lavanderia industrial. GI-3: Aparelhos de placas e execução de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras pedras (comércio varejista); discotecas, danceterias, salões de dança e similares; ensino de idiomas; impressão de jornais; manutenção e reparação de embarcações e estruturas utuantes. GI-4: Fabricação de alimentos para animais; fabricaçaõ de motores elétricos, peças e acessórios; Reforma de pneumáticos usados; transporte rodoviário de passageiros. GI-5: Descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos; fabricação de artefatos de b r oc im e nt o par a us o n a co nst r uç ão; fabricação de caminhões e ônibus; produtos de outros tubos de ferro e aço.

MAPA

USO DO SOLO Delimitação do Setor Vias Expressas Vias Arteriais Vias Coletoras Áreas Adensáveis Áreas de Adensamento Básico


1000m

500m


O art decó, como descreve UNES, 2008, em seu livro ‘‘Identidade do art decó de Goiânia’’esteve presente em várias edificações de Campinas, fossem residências, instituições de ordem pública, ou pequenas casas comerciais. Ainda hoje é possível encontrar vários desses exemplares, principalmente em torno da Praça Joaquim Lúcio e da Matriz, e como vestígios da memória de uma época em que ainda era um simples e modesto povoado, o bairro apresenta algumas, embora poucas, edificações de características coloniais. Pouco se observa de edifícios de habitação coletiva no local Conforme o mapa apresentado, realizado a partir de dados do Censo de 2010, o número total de domicílios concentra-se em maior parte na zona norte afastando-se das intensas áreas comerciais da Avenida Anhanguera e 24 de Outubro, à leste nas proximidades do Parque Lago das Rosas e à Oeste próximo a Avenida Leste-Oeste e Ribeirão Anicuns que receberá futuramente a intervenção do mais novo e maior parque linear da cidade: Macambira Anicuns . Legendas: Casas antigas do bairro de Campinas Fonte:<http://goiasdenorteasul.com.br/programa_goiania--st-campinas_45> Acessado em 15/07/2016 MAPA

DOMICÍLIOS 0 - 195 196 - 306 307 - 417


1000m

500m


Legendas: Residências do Setor Campinas Fonte do autor

MAPA

DENSIDADE DEMOG. 0 - 4079.37

A través do seguinte mapa, também retirado do Censo 2010, pode-se perceber que a densidade demográ ca não segue a mesma relação da disposição dos domicílios. A maioria dos habitantes do local se concentram ao norte, depois da Av. Sergipe, onde o Comércio e trânsito tumultuado das Avenidas 24 de Outubro, Anhanguera, Independência e Castelo-Branco, ainda não chegou com tanta intensidade

4092.25 - 6851.52 6864.99 - 9615.24 9624.07 - 78106.28


1000m

500m


Como podemos observar no mapa seguinte retirado do plano diretor e no cotidiano da cidade, as Av. Anhanguera, Independência, Leste-Oeste e Castelo-Branco, que transpassam o bairro, são eixos importantes da cidade caracterizado pelo forte comércio, visto os benefícios que essa malha viária de grande uxo e infra-estrutura de transporte traz para a logística dos mesmos. Com a chegada do automóvel para a cidade, o comércio que era localizado restritamente nas Av. 24 de Outubro e Anhanguera, tomou proporções maiores e hoje toma quase que todo o bairro, sendo uma forte in uência para o estado de Goiás. Na região, podemos encontrar vários tipos de comércios, como os de atacado e varejo, malharia, couro e aviamento, móveis e eletrodomésticos, confecções de roupas e sapatos, vendas de máquinas de costura, aluguel e venda de artigos de casamento, lojas de decoração, e camelodromos. Atualmente Campinas é responsável pelo total de 74% dos impostos arrecadados em Goiânia, possuindo uma forte in uência econômica para a cidade e estado de Goiás. 4- Comercio fechado no Setor de Campinas 5- Calçada entorno da Praça A 6- Compercio a aberto no Setor Campinas 7- Comércio na Av. Bernardo Sayão 8- Calçada na Av. 24 de Outubro

LEGENDAS: 1- Comércio da Av. Bernardo Sayão 2- Ruas da Av. Bernanrdo Sayão 3- Mercado do Setor Centro Oeste

MAPA

EIXOS ECONÔMICOS Eixo Urbano de Desenvolvimento Econômico

Áreas de programas especiai de interesse urbanístico Centralidade econômica a qualificar

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ESTABELECIMENTOS 0 - 48 49 - 97 98 - 156 158 - 603

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500m


Os mobiliários presente na área são escassos e muitos não se encontram em estado seguro para o uso, em maneira geral não apresentam design atrativo ou que carregam uma relação de identidade própria; são padronizados, implantados sem uma análise das necessidades do entorno, e não oferecem um melhor conforto ambiental ao usuário. A iluminação em muitos lugares é insuficiente e a má manutenção deixa a desejar, sendo registrado luzes quebradas e fios de energia conectados a rede de forma irregular, provocando um amontoado de cruzamentos entre eles que poluem o visual do meio urbano e oferece risco para as pessoas.

1

Em muitos lugares não existe a informação de placas, que possibilitam informativos de locomoção, além das existentes estarem em péssimos estados de conservação e outras nem mais existirem. Piso tátil, equipamentos sonoros e placas para orientação de portadores de necessidades especiais não foram identificados no bairro. A região como um todo, sobretudo nas áreas comerciais não apresenta segurança para a transição do pedestre, onde se vê o carro como a principal prioridade.

LEGENDAS 1- Mobiliário na Praça do Esporte - Setor Centro Oeste 2- Mobiliário infantil da Praça Joaquim Lúcio 3- Calçada com falta de cabines de ônibus na Av. 24 de Outubro 4- Estado do mobiliário e calçada na Praça do Centro Cultural Gustav Ritter 5- Quiosque na Praça Joaquim Lúcio

6- Jardim do Centro Cultural Gustav Ritter abandonado pela falta de convívio 7- Pista de skate na Praça do Centro Cultural Gustav Ritter 8- Ponto de ônibus e bancos da Praça Joaquim Lúcio 9- Mobiliário do Parque Campininha das Flores 10- Bueiro tomado pelo capim 11- Mobiliário da Praça Gustav Ritter 12- Mobiliário da Praça Joaquim Lúcio

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MAPA

EQUIP. SOCIAIS SAÚDE

1 Hospital Materno Infantil 2 Hospital Samaritano 3 Cais de Campinas 4 Hospital Infantil de Campinas

A centralidade ao qual representa à Goiânia faz de Campinas lugar ideal para grandes equipamentos sociais na cidade. Os hospitais e maternidades são uma referência para todo o estado e recebe pessoas de outras cidades.

5 Hospital Coração de

As creches, escolas e colégios também compreende um grande número, devido a facilidade do transporte público do bairro com toda Goiânia. Muitas são as instituições públicas que obtiveram bons resultados na média regional do estado, embora estas não apresentam estruturas suficientes para um ambiente educacional saudável e estimulante aos seus alunos.

7 Centro de Referência em

Escolas como o Colégio Santa Clara, Escola Técnica do Comércio de Campinas e Colégio Professor Pedro Gomes fez parte da história do bairro, sendo lugares renomados pela educação de ensino que ofereciam, embora ainda hoje continuam sendo espaços concorridos, que apresenta elevado número de estudantes.

Jesus

6 Hospital Vitta Ortopedia e Fisioterapia

OUTROS

1 Secretaria de Educação, Cultura e Esporte do Estado - GO

2 Secretaria de Segurança Pública do Estado - GO

3 2º Batalhão Bombeiro Militar

4 5º Distrito Policial

Mesmo com a presença da Secretaria de Segurança Pública do Estado , e batalhão da polícia a região apresenta elevado índice de furtos, e a insegurança é uma das questões de maior reclamação entre os moradores e visitantes. A Praça do Esporte e Centro Cultural Gustav Ritter, ambas administradas pelo Estado, atual Secretaria de Educação, Cultura e Esporte - SEDUCE, que se concentra nas proximidades da região (ver no mapa), oferecem atividades esportivas e culturais à população.

5 Praça dos Esportes 6 Centro Cultural Gustav Ritter

EDUCAÇÃO CMEI Escola Pública Colégio Público Escola Particular Colégio Particular Faculdade Padrão


1000m

500m


A locomoção na cidade de Goiânia é realizada predominante por veículos automotores privados e o transporte coletivo (ônibus). A Praça A, terminal de Campinas, conecta com o eixo Anhanguera a região leste-oeste ligando Goianira a Senador Canedo, e possui linhas de bairro que dão acesso para vários lugares da cidade facilitando também o acesso da cidade para com o bairro, assegurando dessa forma o desenvolvimento das atividades econômicas.

LEGENDAS: 1- Carregadores de mercadorias na Av. Anhanguera. 2- Caminhões entorno da Praça A. 3- Av. Anhanguera. 4- Calçada entorno da Praça A.

O grande uxo de automóveis na região gera diversos con itos entre pedestres, exemplo crítico a ilustrar é a própria Praça A, que apresenta constantes engarrafamentos, perigos de travessia para os usuários do transporte coletivo e transeuntes, di culdade e demora na entrada e saída de ônibus do terminal e desconforto no espaço urbano, vista a prioridade oferecida ao automóvel. Nas ruas locais, tem-se uma forte concorrência na procura de vagas para estacionar carros, caminhões e motos, tanto que os estacionamentos privados também são de bastante número na procura de lucrar com a demanda. Dessa forma a paisagem urbana circundante a essa realidade, sofre com a degradação visual e a desvalorização do seu próprio espaço.

MAPA

TRANSPORTE 1

Linhas Alimentadoras do Transporte Público Coletivo

Parada de ônibus das Linhas Alimentadoras

Linha Expressa do Transporte Público Coletivo Parada de ônibus da Linha Expressa Terminais de ônibus

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1- Terminal Rodoviário


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MAPA

TRANSPORTE Via Expressa à implantar Corredor Viário Corredores Viários à implantar Ciclovias à implantar Interseção em desnível

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MAPA

TRANSPORTE Corredor preferencial à implantar Corredor exclusivo à implantar Corredor exclusivo à requalificar Estação de Conexão Estação de Integração

1000m

500m


O bairro apresenta maior número de população habitacional entre os idosos que só na UTP de Campinas (Divisão realizada pelo IBGE por fronteiras naturais e viárias) chega a 66% devido a historicidade e antigos moradores que não saíram do bairro mesmo com o crescimento acelerado do comércio. No entanto pouco se observa na política de acessibilidade do lugar em modo geral. Falta programas que incentive e dão suporte para o público da terceira idade, as calçadas não atendem os aspectos de segurança e suporte para portadores de necessidades especiais, e mesmo com tantas escolas as áreas de convívio e equipamentos públicos destinados aos jovens e crianças são minoria . Dessa forma a permanência do público é bem menor, e no quesito habitacional pode-se perceber que esse número é drasticamente inferior em relação aos da terceira idade, o qual vai diminuindo ainda mais com crianças, isto justamente pelo desequilíbrio entre habitação e comércio, e a falta de atrativos que possam ofertar melhores qualidades de vida para se criar uma família.

UTP Campinas 30319 habitantes População 10777 Domicílios MAPA

RESID.- 0 A 5 ANOS 0 - 36 37 - 71 72 - 106


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MAPA

RESID.-6 A 15 ANOS 0 - 76 77 - 149 150 - 223

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MAPA

RESID.-16 A 19 ANOS 0 - 35 36 - 70 71 - 105

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MAPA

RESID.-20 A 24 ANOS 0 - 47 48 - 92 93 - 137

1000m

500m


MAPA

RESID. - 60 ANOS 0 - 50 51 - 100 101 - 151 153 - 260

1000m

500m


MAPA

MULHERES/DOMICÍ 0 - 1.34 1.35 - 1.59 1.6 - 1.84 1.85 - 2.45

1000m

500m


MAPA

HOMENS/DOMIC. 0 - 1.14 1.15 - 1.45 1.46 - 1.76 1.77 - 3.5

1000m

500m


Campinas apresenta alguns edifícios tombados e muitos outros conservados conforme arquitetura original da época de sua concepção; além de edifícios culturais, museus e instituições religiosas que são pontos de interesse turístico e que contam um pouco da construção e trajetória do Bairro. Observa-se que atualmente esses mesmo edifícios não interligam-se ou se comunicam entre si a fim de garantir um roteiro que sustente o próprio sistema cultural aos quais foram destinados. As placas e identificação são escassas, e não há eventos correntes, como exposições ou apresentações artísticas, atrações culturais em geral que possam ser ofertadas aos moradores locais.

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9 MAPA

PONTOS TURÍSTICOS Roteiro Turístico

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1- Lago das Rosas 2-Teatro Inacabado 3- Cemitério Santana 4- Estádio Antônio Auccioly 5- Mercado de Campinas 6- Museu de Ornitologia 7- Praça Joaquim Lúcio 8- Fórum de Campinas 9- Biblioteca Cora Coralina (Antigo Palace Hotel) 10- Matriz de Campinas 11- Colégio Santa Clara 12- Centro Cultural Gustav Ritter (Antiga casa dos padres) 13- Praça José Rita Dias (Antigo Cemitério) 14- Parque Campininha das Flores 15- Igreja São José


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12 11

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500m


Projeto de Parque Linear Macambira Anicuns

O córrego Cascavel e Capim Puba que fez parte da vida de tantos campineiros como lugar de lazer, veio sendo degradado durantes anos. As águas e margens que antes eram conhecidas por sua preservação e beleza, hoje é sinônimo de descarte de lixo e esgoto, mau cheiro, falta de mata ciliar, e presença de construções irregulares nas Áreas de Proteção Permanente APP. O Parque Campininha das Flores permeado pelo córrego Cascavel e Av. 24 de Outubro, entregue a população do bairro em 2011, não apresentou desde então plantio de árvores para preservação e manutenção do seu ecossistema; além de ser pouco atrativo para a região. A arborização e espaços de convívio também é escasso e configura a baixa qualidade de conforto ambiental da região como um todo.

MAPA

MEIO AMBIENTE Áreas Verdes

Área de Proteção Permanent 1- Parque Lago das Rosas 2- Praça dos Esporte 3- Praça Valter Santos 4- Praça Joaquim Lúcio 5- Praça da Matriz 6- Praça João Rita Dias 7- Parq. Campininha das Flores 8- Praça Dom Prudêncio 9- Praça Santíssimo Redentor


te

Pouco arborização e áreas de convívio, especialmente nas áreas destinadas ao comércio

Degradação do Córrego Capim Puba

Enchentes, esgotos clandestino, casas em áreas de risco, falta de mata ciliar, mau cheiro Degradação do Córrego Cascavel

Enchentes, esgotos clandestino, casas em áreas de risco, falta de mata ciliar

1000m

500m


Equipamentos urbanos  Criar e adequar novos mobiliários públicos as necessidades locais;

Proibir elementos de exclusão de pessoas com o espaço ( grades irregulares, elementos perfurantes, etc);  Criar novas áreas urbanas (hortas comunitárias, poketpark e parklet) para atender a falta de espaços de convívio público;  Propor espaços para atrair mais jovens e crianças para o bairro.  Criar maiores incentivos ao manejo de resíduos, coleta seletiva, e compostagem de resíduos orgânicos. 

Habitação  

 

Estimular o adensamento nas regiões providas de infraestrutura de transporte; Criar meios que incentive mais pessoas a ocupar o bairro de campinas, a fim de aumentar o número de moradores e buscar o equilíbrio entre comércio e habitação; Retirar pessoas das áreas de risco e Áreas de Proteção Permanente - APP, locando os mesmo em habitações coletivas na proximidade; Aplicar mudanças no uso do solo que incentive o uso misto das edificações com o intuito de promover e assegurar maior diversidade em vários períodos do dia; Criar lei de permeabilidade visual em muros para aumentar e preservar o contato visual dos moradores com a rua, com o intuito de estreitar os laços entre moradores e a vida fora de suas casas.

Desenvolvimento econômico Incentivar o comércio de rua e as atividade econômicas de forma organizada;  Consolidar o entorno de eixos comerciais;  Criar lei de porcentagem para utilização de letreiros nas fachadas das edificações e aplicar projeto de lei para a despoluição visual das fachadas das edificações, criando plano de incentivos fiscais;  Criar unidades de atendimento e apoio aos clientes e comerciantes. (telefone, apoio policial, reclamação para procon, banheiros, etc). 

Equipamentos sociais        

Promover a interligação entre diferentes equipamentos públicos de modo a formar um sistema; Potencializar sistema gastronômico de bares, restaurantes e mercados dos bairros; Ampliar o programa do Centro Cultural Gustav Ritter; Requalificar a Praça do Esporte; Aplicar novos incentivos para a saúde, educação, cultura e esporte; Potencializar programa de cuidados com moradores de rua, usuários de drogas e crianças desabrigadas. Reabilitar o Estádio Antônio Auccioly, articulando o próprio estádio com a criação de um espaço aberto para o público; Requalificar o Mercado do Setor Centro Oeste.


Mobilidade

Patrimônio histórico e cultural  Implementar instrumentos que promovam a união entre políticas de uso

 Universalizar a mobilidade, assegurando como prioridade os pedestres e

     

os portadores de necessidades especiais, além de favorecer o ciclismo e o transporte coletivo; Requalificar Praça A; Av. Anhanguera e Av. 24 de outubro; Implantar ciclovias internas no bairro, ampliando o programa proposto pelo plano diretor; Requalificar ruas entre a 24 de outubro e Anhanguera de forma a priorizar o pedestre e liberar espaços para a transição dos mesmos; Implantar Edifícios garagens em pontos para desafogar o transito e retirar os estacionamentos das ruas. Propor resoluções para conflitos gerados pelo descarregamento das mercadorias nas ruas, caminhões e minitratores; Assegurar melhores pontos de travessias de todos os modais - ônibus, pedestres, ciclistas - sobre cursos d’ água e avenidas integrando o território.

  

e ocupação do solo com as políticas de Preservação do Patrimônio, apresentando propostas que articulam o diálogo positivo entre o novo e antigo; Criar circuito histórico, cultural e de lazer; Revitalizar e conservar edifícios históricos e de relevância para o bairro; Implementar programas que fomentam eventos e atrações culturais nos edifícos históricos e culturais de forma a criar e fortalecer o circuito histórico, cultural e de lazer; Realizar levantamentos de casas de importância histórica, que tenham condições de preservação, criando plano de incentivo fiscais para a conservação das mesmas.

Meio ambiente  Qualificar os passeios com iluminação, arborização e mobiliários

Acessibilidade Universalizar a acessibilidade, assegurando como prioridade os pedestres e os portadores de necessidades especiais.  Criar programas para o público de várias faixas etárias, priorizando atividades voltadas para idosos, que atualmente apresenta o maior número entre os moradores do bairro. 

   

próximo aos equipamentos públicos, os eixos de transporte, áreas residenciais e comerciais; Recuperar e preservar os cursos d’ água e áreas de proteção ambiental; Preservar arborização existente e proporcionar seu uso pela cidade como parte integrante do bairro; Requalificar parques e praças; Criar mais espaços de convívio com qualidade no bairro.


(MACEDO, 2010)


A partir de uma prospecção futura, foi demarcado nessa quarta etapa potenciais cenários urbanos; com o intuito de, através de acontecimentos, problemáticas e zonas centrais já consagradas, elevar os arranjos da cidade e fortalecer todo o sistema organizacional de bairro. As diversidades contidas em cada cenários são na verdade pequenos ecossistemas essenciais para o harmonioso funcionamento do bairro. É de suma importância trabalharmos com a demanda de necessidades, mas também as potencialidades existentes em cada uma dessas diversidades, cabendo ao arquiteto e urbanista o papel de catalisador desses acontecimentos. Os cenários urbanos, é colocado aqui como o grande alimentador dessa teia, ou rizoma, sendo de vital importância para a manutenção do mesmo e efetividade do macro planejamento contido na etapa anterior.

Legenda: Praça A


13

(VILLAÇA, 1998, p. 307)

16

Durante o processo de formação de Goiânia, e enquanto esta se consolidava como cidade, Campinas já era um centro urbano, sendo de vital importância no comércio para a então capital do estado; se tornando de certa forma, a Área Central da cidade, possuindo uma grande diversidade de comércio e serviços. (VAZ, 2002)

12

A partir da década de 50, o crescimento acelerado da população decorrente da expansão urbana da nova capital, ocasionou uma descentralização no arranjo comercial e de serviços do Setor Campinas para o Setor Central. Atualmente, Campinas atende a uma parcela da sociedade goianiense, principalmente às classes de baixo poder aquisitivo, o que o caracteriza como um subcentro popular. Como podemos perceber no mapa, o setor apresenta uma organização comercial bastante coesa, aglomerando-se com mesmas funções à curtas distâncias, gerando para o consumidor uma maior comodidade de escolha. As relações são diretas entre uma atividade e outra, dependente e ajuda a sustentar com maior facilidade a sua própria organização. É possível, por exemplo, em uma mesma rua, encontrar tanto um produto final a venda como sua própria matéria prima e o serviço para a fabricação da mesma.

11 5

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13 MAPA

POLOS E CENTRALIDADES Área encolhida para estudo

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SUBCENTROS

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8

13

1- Camelôdromo 2- Comércio de Malha, aviamentos, jóias e varejo em geral. 3- Atacadões 4- Couro e confecções de calçados. 5- Produtos Rurais 6- Comércio atacadista e varejista de roupas. 7- Artigos de Casamento. 8- Comércio e manutenção de máquinas para vestuários. 9- Comércio e manutenção de autopeças. 10- Distribuidoras e transportadoras 11- Hoteis e Rodoviária de Campinas 12- Shopping 13- Comércio de Bairro 14- Pregões e concertos de móveis e eletrodomésticos 15- Tabacos e artigos de fumo 16- Galpões de armazenamento (região em transformação) 17- Lojas de comércio e manutenção de games. 18- Lojas de música

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800m

400m


Pontos negativos

    

Área em transformação urbana; Grandes galpões abandonados; Área pouco atrativa, Grandes fachadas inativas Ruas isoladas e inseguras para o passeio público 

Trânsito caótico 39 citações Furtos 14 citações Pouco familiar 7 citações Muito cheio 49 citações Falta de estacionamento 50 citações Pouco limpo 5 citações

       

Estreitas 10 citações Mal cuidadas 1 citações Caminhões de mercadorias 1 citações

Ambulantes 1 citações Carrinhos de descarregamento 1 citações Mercadorias sobre a calçada 2 citações Pouca estrutura 3 citações

   

Falta iluminação 1 citações Mendigos 1 citações Drogados 1 citações

Área com grande fluxo de caminhões Ruas com pouco tráfego de pedestres e dinâmica de atividades e serviços, Ruas inseguras ao passeio público; Grandes galpões, com extensas fachadas inativas; Edifícios abandonados

   

Área precá arborização Transito co Perigos na pedestres; Calçadas m Priorização automóveis Excesso de Falta de es Inseguranç Desequilíbr comercial;

Industrias p córrego; Área pouco distribuída; Ruas sem s Vazios e ab urbanas;


   

Área degrada Habitações em áreas irregulares e com alto risco Esgotos Clandestinos Lixo e mal cheiro em todo a extensão do córrego

    

Área comercial de grande fluxo, porém com pouquíssima estrutura; Calcadas muito estreitas; Estacionamentos em todos os lados e extensões da rua; Falta de coberturas, sombras e áreas de descanso público; Falta de mobiliário público e centro de apoio aos comerciantes e compradores.

ária de mobiliário e o pública onturbado; a travessia de

muito estreitas o excessiva dos s e estacionamentos; spaços públicos; ça; rio habitacional vs

próximo a margem do

o movimentada e má

saída; bandonos de áreas

       

Áreas habitacionais pouco atrativas; Deficit de moradores jovens, adultos e crianças; Patrimônio engessado e mal preservado; Falta de planejamento urbano;

    

   

Área com grande número de estacionamentos; Desequilíbrio habitacional vs comercial; Fachadas inativas; Conflitos de descargas de mercadorias;

Área degrada Habitações em áreas irregulares e com alto risco Esgotos Clandestinos Lixo e mal cheiro em todo a extensão do córrego

Área com congestionamentos constantes Calçadas estreitas e insuficientes para o fluxo de pedestres Grandes conflitos entre ônibus, carros, motos, ciclistas e pedestres Estacionamentos em lugares de conflito; Comércio ambulante informal e desordenado;

MAPA

PROBLEMÁTICAS Área encolhida para estudo

800m

400m


Fábric médio

Área residencial 

Pontos positivos

Área residencial

Bom para compras 200 citações Transporte coletivo 17 citações Bairro histórico 27 citações Monumentos importantes 17 citações Igreja Matriz 10 citações

Fábricas de pequeno e médio porte

Área res

Habitação coletiva de alta densidade

Hotelaria

Use mixed   

Mora

Terminal modal

Polo de Transporte e distribuição 

Área azul 5 citações Próximo de tudo 5 citações Bom para morar 6 citações Atlético 2 citações Arquitetura 4 citações Praças 8 citações Cartório 2 citações Hotéis 1 citação Vizinhos 1 citação Colégios 1 citação

Uso misto

 

Comércio de bairro

Polo de produtos rurais

VLT


cas de pequeno e porte

Área residencial

sidencial Comércio de bairro

 

Confecções de roupas

Parque linear ViaExpressa

 

Escola de Artes

Área residencial 

Polo de noivas

adia estudantil 

Polo vestuário

Centro religioso

Uso misto

Marco zero

 

Uso misto

Polo de malhas 

Espaço de lazer

Comércio de bairro

Área residencial

Habitação coletiva de alta densidade

Centro Esportivo

Centro de eventos 

Comércio de bairro

Parque linear

Galeria à ceu aberto

VLT

Polo atacadista 

Confecções de roupas

Use mixed

Polo de couro e confecções

Polo de produtos rurais

 

Habitação coletiva de alta densidade

Terminal modal

Uso misto MAPA

POTENCIALIDADES Área encolhida para estudo

800m

400m



MAPA

ACONTECIMENTOS Área encolhida para estudo

800m

400m


MAPA

CENÁRIOS URBANOS



MANSO, Celina Fernandes Almeida. ‘‘Goiânia e o fenômeno urbano’’. In: Goiânia art decó: acervo arquitetônico e urbanismo – dossiê de tombamento. Goiânia: Instituto Casa Brasil de Cultura, 2010. p.38-51. MONTEIRO, Ofélia Sócrates do Nascimento. “Como Nasceu Goiânia”. Grá ca Editora Líder, industria e comércio. Goiânia – GO, 1938. AMARAL, Arthur Pires. “Campininha das Flores: narrativas de um drama social.” ARRAIS, Cristiano Alencar. ‘‘Monumentalidade, linhagem e estrutura narrativa:o horizonte de expectativa do projeto urbanístico de Goiânia’’.Tese de doutorado, UFMG, 2008. CAMPOS, Itaney Francisco. “Notícias históricas do Bairro de Campinas”; Goiânia: Prefeitura Municipal, Assessoria Especial de Cultura, 1985. COELHO, Gustavo Neiva. “Guia dos bens imóveis tombados em Goiás.” Goiânia: Trilhas Urbanas, 2005.

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