UNIVERSIDADE VILA VELHA
JHONATAN CAMPOREZ
NEUROARQUITETURA Estudo do espaço e o comportamento humano.
VILA VELHA 2021 1
JHONATAN CAMPOREZ
NEUROARQUITETURA Estudo do espaço e o comportamento humano.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha, como pré-requisito do programa de graduação em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Cynthia Marconsini Loureiro Santos.
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JHONATAN CAMPOREZ
NEUROARQUITETURA Estudo do espaço e o comportamento humano.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha, como pré-requisito do programa de graduação em Arquitetura e Urbanismo. Aprovado em 06 de Julho de 2021.
COMISSÃO EXAMINADORA ________________________________________
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Prof. Cynthia Marconsini Loureiro Santos Universidade Vila Velha Orientador
Melissa Ramos da Silva Oliveira Universidade Vila Velha Convidado Interno
________________________________________ Arquiteta Juliana Nobre Convidada externa
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AGRADECIMENTOS Um momento muito importante na graduação é o trabalho de conclusão de curso: a hora em que estamos na reta final de um longo caminho que percorremos, repleto de muitas noites sem dormir e de muito aprendizado. Buscando uma melhor qualidade de vida, iniciei a carreira acadêmica em minha cidade natal (Linhares-ES). Ao me mudar para Vila Velha, conheci muitas pessoas, fiz novos amigos. Hoje tenho plena convicção de que fiz uma ótima escolha, pois irei levar para sempre em meu currículo o nome dessa tão prestigiosa universidade. Convém frisar que isso não seria possível sem o incentivo de pessoas importantes que tenho ao meu redor. Primeiramente, gostaria de agradecer ao meu pai, cujo sonho, assim como o meu, está se realizando com a minha formatura; à minha mãe e às minhas irmãs, que me deram muita força em todos esses anos; ao meu parceiro de vida, que devo todo companheirismo e compreensão, por estar sempre ao meu lado independente da minha decisão. O meu muito obrigado à minha orientadora, Cynthia, por abrir meus olhos e iluminar o caminho nos momentos confusos que cercavam minha mente, mantendo-me sempre com os pés no chão. Agradeço, também, ao nosso coordenador do curso, Clóvis, que é um grande amigo de todos os alunos, sempre muito solícito, e à professora Melissa, por ter me ajudado muito nas pesquisas. E, por fim, gratidão aos meus amigos da vida que me acompanharam nessa jornada e aos meus amigos de sala de aula pelo apoio, sempre recíproco; hoje estamos nessa fase final juntos e espero que nossa amizade se fortaleça cada vez mais.
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“A arquitetura terá muito mais impacto quando contar com a compreensão dos arquitetos sobre como o cérebro reage em diferentes ambientes.” John Eberhard (2003), Fundador ANFA.
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RESUMO A neuro está em todas as áreas do nosso cotidiano, na psicologia, na arquitetura, entre outras. Com isso o crescimento em busca de conhecimento vem aumentando cada dia mais, os profissionais da arquitetura têm se conscientizado e acreditando que usando os instrumentos da neurociência junto com a arquitetura para que possa melhorar o dia a dia das pessoas que estão naquele determinado ambiente, para que seja um local com sensações únicas. Espaços integrados, o uso de vegetação natural, utilização de cores especificas para cada ambiente, são elementos que valorizam e auxiliam no bem-estar das pessoas, em casas, empresas, áreas hospitalares, escolas, que os projetos não sejam somente pilares e vigas e sim locais para serem vividos e apreciados, que tenham saúde e valorizam a aproximação das pessoas. A residência viva veio para demonstrar o quanto essas variantes influenciam e valorizam a arquitetura. Palavras-chaves: Neurociência, bem-estar, sensações.
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ABSTRACT Neuro is in all areas of our daily lives, in psychology, architecture, among others. With this, the growth in search of knowledge is increasing every day, architecture professionals have become aware and believing that using neuroscience instruments together with architecture so that they can improve the daily lives of people who are in that environment, to that it is a place with unique sensations. Integrated spaces, the use of natural vegetation, use of specific colors for each environment, are elements that value and help in the well-being of people, in homes, businesses, hospital areas, schools, that projects are not just pillars and beams and yes, places to be lived and appreciated, that are healthy and that value the closeness of people. The living residence came to demonstrate how these variants influence and value architecture. Keywords: Neuroscience, well-being, sensations.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 – CÓTEX CEREBRAL.................................................................... 20 Figura 02 – ÁREA LOBO................................................................................ 15 Figura 03 – PÁTIO – ESCOLA ALTO PINHEIRO........................................... 30 Figura 04 – REFEITÓRIO – ESCOLA ALTO PINHEIRO............................... 31 Figura 05 – FACHADA – ESCOLA ALTO PINHEIRO.................................... 32 Figura 06 – CAPELA THORNCROW INTERNO............................................ 34 Figura 07 – TRELIÇA - CAPELA THORNCROW INTERNO.......................... 35 Figura 08 – SPA THERME VALS................................................................... 36 Figura 09 – CAMINHO THERME VALS......................................................... 37 Figura 10 – INTERIOR CENTRAAL BEHEER................................................ 39 Figura 11 – INTERIOR CENTRAAL BEHEER................................................ 40 Figura 12 – JANELAS ESTREITAS – MUSEU JUDAICO DE BERLIM.......... 41 Figura 13 – CORREDOR – MUSEU JUDAICO DE BERLIM.......................... 42 Figura 14 – RUA PEDESTRE......................................................................... 44
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Figura 15 – RUA ARBORIZADA..................................................................... 45 Figura 16 – RUA SEM ARBORIZAÇÃO......................................................... 46 Figura 17 – FACHADA WHOLE FOOD............................................................. 49 Figura 18 – SALA VIRTUAL........................................................................... 51 Figura 19 – MOVIMENTO DA PESQUISA..................................................... 52 Figura 20 – LOCALIZAÇÃO DO TERRENO.................................................. 55 Figura 21 – PRAIA SECRETA........................................................................ 56 Figura 22 – FAROL DE SANTA LUZIA.......................................................... 56 Figura 23 – PRAIA DO RIBEIRO.................................................................... 56 Figura 24 – ACESSO AO LOTE..................................................................... 57 Figura 25 – VIAS DE ACESSO AO LOTE...................................................... 59 Figura 26 – VISTA PARA MATA CASA DO GOVERNADOR......................... 60 Figura 27 – VISTA MORRO DO MORENO..................................................... 60 Figura 28 – ENTORNO................................................................................... 61 Figura 29 – ENTORNO................................................................................... 61
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Figura 30 – CARTA SOLAR EQUINÓCIO..................................................... 62 Figura 31 – CARTA SOLAR SOLSTÍCIO DE INVERNO............................... 63 Figura 32 – CARTA SOLAR EQUINÓCIO..................................................... 64 Figura 33 – CARTA SOLAR SOLSTÍCIO DE VERÃO................................... 65 Figura 34 – PERCURSOS INTEGRADOS TÉRREO..................................... 66 Figura 35 – PERCURSOS INTEGRADOS 1º PAVIMENTO........................... 67 Figura 36 – INTEGRAÇÃO DOS AMBIENTES SOCIAIS............................... 69 Figura 37 – INTEGRAÇÃO DOS AMBIENTES SOCIAIS............................... 70 Figura 38 – INTEGRAÇÃO DOS AMBIENTES SOCIAIS............................... 71 Figura 39 – INTEGRAÇÃO DOS AMBIENTES SOCIAIS............................... 72 Figura 40 – TERRAÇO JARDIM..................................................................... 73 Figura 41 – TERRAÇO JARDIM..................................................................... 74 Figura 42 – PLANTA BAIXA TÉRREO........................................................... 75 Figura 43 – PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO.................................. 76 Figura 44 – PLANTA BAIXA TERRAÇO JARDIM.......................................... 77
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Figura 45 – MOODBOARD MATERIAIS......................................................... 78 Figura 46 – ÁREA SOCIAL............................................................................. 79 Figura 47 – ÁREA SOCIAL............................................................................. 80 Figura 48 – FACHADA RUA SANTA LEOCÁDIA........................................... 81 Figura 49 – FACHADA RUA SANTA LUZIA................................................... 82 Figura 50 – ÁREA SOCIAL............................................................................. 83 Figura 51 – CIRCULAÇÃO 1º PAVIMENTO................................................... 84 Figura 52 – CIRCULAÇÃO DE AR................................................................. 83 Figura 53 –ENTRADA DE ILUMINAÇÃO NATURAL..................................... 86 Figura 54 – ILUMINAÇÃO BRISES............................................................... 87 Figura 55 – ILUMINAÇÃO NATURAL ÁREA SOCIAL................................... 88 Figura 56 – ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL SUITE.............................................. 89 Figura 57 – ILUMINAÇÃO NATURAL SUITE................................................. 90 Figura 58 – SUITE.......................................................................................... 91 Figura 59 – GRÁFICO.................................................................................... 92
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LISTA DE SIGLAS 3D - Tridimensionais ACC - Córtex cingulado anterior EEG - Eletroencefalograma MoBI - Imagem móvel do cérebro / corpo VR - Realidade virtual
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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 16 1.1. OBJETIVOS.................................................................................................. 17 2. NEUROARQUITETURA...................................................................................18 2.1. NEUROCIÊNCIA E O COMPORTAMENTO DO CORPO – CÉREBRO....... 19 2.1.1. IMAGENS................................................................................................... 19 2.1.2. EMOÇÃO.....................................................................................................21 2.1.3. SENTIMENTO.............................................................................................23 2.2. NEUROARQUITETURA– ESPAÇO E COMPORTAMENTO.......................24 2.2.1. CORES....................................................................................................... 28 2.2.2. LUZ............................................................................................................. 33 2.2.3. ESCALA E ESPAÇO.................................................................................. 38 2.2.4. URBANISMO.............................................................................................. 44
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2.2.5. A EXPERIÊNCIA NO ESPAÇO ARQUITETÔNICO................................... 50 3. PROJETO ........................................................................................................ 54 3.1. ESCOLHA DO TERRENO ............................................................................. 58 3.2. PROGRAMA .................................................................................................. 57 3.3. IMPLANTAÇÃO ....... ..................................................................................... 58 3.4. ESPACIALIDADE ........................................................................................... 66 3.4.1. ESPAÇO E ESCALA ........................................................................... 66 3.4.2. ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇO: PLANTAS BAIXAS.......................... 75 3.4.3. MATERIALIDADE E COR .................................................................... 78 3.4.4. LUZ ....................................................................................................... 84 4. PESQUISA ........................................................................................................ 92 5. CONCLUSÃO.................................................................................................... 93
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6. REFERÊNCIAS............................................................................................... 94
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1. INTRODUÇÃO A neurociência vem sendo aplicada em diversas áreas para entender o funcionamento do cérebro e assim compreender a reação das pessoas em diversas situações, através de estímulos gerados pelo cérebro. Na arquitetura ela nos mostra como uma simples mudança nos ambientes podem trazer grandes benefícios para quem utiliza aquele espaço, melhoria de pacientes em hospitais, a evolução de um aluno na escola. Não é somente em ambientes empresariais que a neuroarquitetura atua, em residências já é bem comum ser utilizado, principalmente nesse momento de pandemia, que muitas pessoas começaram a trabalhar em casa, alunos estudando de forma remota. A arquitetura junto com a neurociência traz estudos de como o ambiente pode melhor a autoconfiança de uma pessoa ou deixar ela mais ou menos concentrada, como resolver problemas da saúde mental através desde pequenas interferências até grandes construções. Atualmente o termo neuroarquitetura vem sendo muito utilizado por profissionais da arquitetura, a discursão sobre o assunto é importância do bem-estar que tem sido a principal característica dentro de um projeto. Por se tratar de uma matéria interdisciplinar, a neuroarquitetura, envolve diversas áreas de estudo que juntas desenvolvem métodos que mostram o quanto é importante se sentir confortável no ambiente em que vivemos. O estudo da forma, das cores, da iluminação, influencia diretamente nos benefícios que uma arquitetura bem projetada pode trazer. Com os estudos do cérebro apresentados, o trabalho vai trazer o entendimento da mente através de pesquisas sobre o comportamento do humano dentro do espaço construído. Entender como a emoção e o sentimento são reações de tudo o que vemos e como elas transpassa para nosso comportamento. Como a imagem é gerada e como ela influencia na satisfação de estar em determinado lugar.
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1.1. OBJETIVOS OBJETIVO PRINCIPAL Entender como nosso corpo funciona em relação ao ambiente construído e que sensação pode trazer e como ele poderá afetar as pessoas que frequentarão o espaço. Com base nos estudos apresentados, utilizando instrumentos da neuroarquitetura para realização de um projeto de uma residência unifamiliar. OBJETIVO SECUNDÁRIO Para chegar ao objetivo principal do trabalho, será necessário compreender alguns atos específicos, como: 1. Compreender o funcionamento do cérebro, através da neurociência; e entender as reações que o nosso corpo pode ter. 2. Conceituar imagem, sentimentos e emoções e suas aplicações na arquitetura. 3. Conceituar neuroarquitetura, mostrando as vantagens para os usuários. 4. Estudar como as cores, a escala, a luz podem influenciar nas sensações. 5. Desenvolver projeto de acordo com estudos.
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2. NEUROARQUITETURA 2.1. NEUROCIÊNCIA E O COMPORTAMENTO DO CORPO - CÉREBRO O nosso cérebro é composto neurônios, eles que fazem nosso sistema processar informações e estimular o corpo humano, interagindo com as células gliais que protegem e sustentam os neurônios. A neurociência explora a estruturação, com esse estudo conseguimos entender o funcionamento do nosso sistema nervoso. A neurociência para Robert Lan (2008), é uma ciência que junto a outras disciplinas estudam o sistema nervoso em conjunto com o cérebro, trazendo informações de como é o funcionamento do nosso organismo, como é transmitido as informações das nossas ações. Esse sistema é composto por: encéfalo sendo o ponto central, a medula espinhal e os nervos. Dentro do campo da neurociência temos algumas subdivisões: a Neuropsicologia, na qual estuda a ligação entre o cérebro e o comportamento humano, a Neurociência cognitiva que estuda a parte mental, o aprendizado, a inteligência, ela não corresponde somente ao sistema nervoso, mas também a experiências sensoriais adquiridas com os anos de vida, ainda temos a Neuroanatomia que seria a parte de como o sistema nervoso se organiza, a Neurofisiologia estuda cada função do sistema nervoso, as células, órgãos e por último a Neurociência comportamental, compreende como o nosso organismo (corpo) as condições do nosso interno, ou seja, como nosso corpo reage a emoções, os nossos sentimentos. Damásio (2011), afirma que o corpo está totalmente ligado ao cérebro, se interage um com o outro de forma natural através da rede sanguínea, ou pelos nervos periféricos que estão diretamente ligados a nossa face, além da nossa medula espinhal, ou seja, todos os nossos atos e emoções, são sentidos e transmitidos por meio desta conexão. Quando afirmo que o corpo e o cérebro formam um organismo indissociável, não estou exagerando. De fato, estou simplificando demais. Considere que o cérebro recebe sinais não apenas do corpo, mas, em alguns de seus setores, de partes de sua própria
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estrutura, as quais recebem sinais do corpo! O organismo constituído pela parceria cérebro-corpo interage com o ambiente como um conjunto, não sendo a interação só do corpo ou só do cérebro. Porém, organismos complexos como os nossos fazem mais do que interagir, fazem mais do que gerar respostas externas espontâneas ou reativas que no seu conjunto são conhecidas como comportamento. Eles geram também respostas internas, algumas das quais constituem imagens (visuais, auditivas, som, atos sensoriais) que postulei como sendo a base para a mente. (DAMÁSIO, 2011, p. 107).
O espaço onde estamos ou passamos, pode ser marcado por um detalhe podendo ser um mobiliário, ou um monumento, por milhares de formas. Essas lembranças podem ser trazidas através do cheiro, do toque, do paladar, do olhar, além de sinais das terminações nervosas que são captadas pela pele e levadas para o cérebro. 2.1.1. IMAGENS O cérebro forma imagens a partir do vivemos, vem à lembrança quando passamos uma determinada situação, ele tem a capacidade de formar uma cena com base do que estamos sentindo, do perfume, da textura, assim como já havia dito. As sensações são formadas em nosso córtex cerebral, nele é dedicado cerca de 30% para o processamento de imagens, é uma das regiões mais importantes, é nele que desenvolvemos nossa sensibilidade, além de ser responsável por interpretar as informações recebidas em nosso dia a dia.
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Figura 01 – Córtex Cerebral
Córtex Cerebral / Substância Cinza
Fonte: < https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cortex-cerebral > Acesso em 30 de setembro de 2020.
O córtex cerebral se divide em quatro partes, chamados de lobos. Nele podemos encontrar o lobo frontal, se subdivide em: Motor que é responsável pelo movimento das pessoas e pré-frontal responsável pela função executiva, ou seja, pelo pensamento, resolução de problemas, pela fala. O Lobo Occipital está ligado diretamente a visão, imagem. O Lobo Temporal que está associado ao sistema auditivo, nele tem a área Werneck que compreende a fala. E por último o Lobo Parietal, o qual é encarregado pela parte sensorial; o sentido, toque, a temperatura, além da manipulação espacial, que compreende o espaço onde estamos, uma visão 3D.
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Figura 02 – Área Lobo
Fonte: < www.todamateria.com.br/cerebro/ > Acesso em 30 de setembro de 2020.
2.1.2. EMOÇÕES James H. (2014), expressa que a emoção são respostas que o encéfalo dispara quando sente um estimulo, sendo ele por exemplo um sabor ruim ou cheiro bom. O encéfalo tem a função de sistematizar atividades musculares e reflexivas, além de produzir impulsos. Para Roberto Lent 2008, a emoção tem grande importância não só para os seres humanos, mas também para o reino animal. A função biologia apresenta como respostas as expressões comportamentais de forma que a expande a chance de sobrevivência do animal que poderia estar em perigo.
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A emoção é uma atividade primordial no coração da natureza humana. É a lente através da qual engajamos ou percebemos o mundo, e por esse motivo muitos neurocientistas gostam de distinguir entre emoção e sentimento. O processamento emocional ocorre durante o ato perceptivo, enquanto o sentimento é a nossa consciência desses eventos emocionais. O Lobo Líbico ou sistema límbico é responsável pelas nossas emoções, além do nosso comportamento e o processamento da memória, é formado por neurônios. Damásio (2011), explica que a emoção ela é recebida pelo cérebro, mas é transmitida para o corpo inteiro, deixando as pernas bambas, frio na barriga. Além disso, ajuda na regulamentação biológica, ou seja, o cérebro capta as informações e ajuda na adequação do corpo com o meio onde estamos. Damásio (2011), subdivide a emoção em primária, que são reações individuais onde somos programados dar como resposta a determinadas circunstâncias. Em outro lado Roberto Lent (2008), complementa, através de seu estudo em Nova Guiné, na primária Lent diz que pode ser considerado pelo menos 6 formas de emoção primária: tristeza, medo, alegria, nojo, raiva e surpresa. Essas emoções são aprendidas, são comuns a todos os gêneros. Estudos mostram que nascemos com essas emoções já definidas em nossa mente, Damásio 2011, acredita que essas emoções são sentidas tanto em animais como em humanos, pois quando passamos por algo incomum, nosso corpo já demostra que não estamos confortáveis naquela situação, como por exemplo, o medo quando estamos passando por um perigo, são sensações de fácil percepção para as pessoas. Na emoção secundária Damásio 2011, diz que são os aspectos que identificamos em outras pessoas, como por exemplo, a compaixão, ou a simpatia, entre outros. Lent 2008, assegura que são princípios socioculturais, ele dá como exemplo a culpa e a vergonha. Ao recebimento de uma notícia que não seja tão agradável, algumas características podemos que observar em nossas reações, como por exemplo, seria a boca secar, a pela ficar pálida, isso depende de cada ação observada.
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Roberto Lent (2008), traz o terceiro tipo de emoção ou emoção de fundo, que está associado ao bem-estar ou mal-estar com a calma ou a tensão, é a mais difícil de identificar, estão associadas aos níveis mais profundos da consciência. São gerados por estímulos mentais ou físicos, que podem trazer fadiga, relaxamento, ansiedade etc. Vejo a essência da emoção como a coleção de mudanças no estado do corpo que são induzidas numa infinidade de órgãos por meio das terminações das células nervosas sob o controle de um sistema cerebral dedicado, o qual responde ao conteúdo dos pensamentos relativos a uma determinada entidade ou acontecimento. Muitas das alterações do estado do corpo — na cor da pele, postura corporal e expressão facial, por exemplo — são efetivamente perceptíveis para um observador externo. (Com efeito, a etimologia da palavra sugere corretamente uma direção externa a partir do corpo: emoção significa literalmente “movimento para fora”.) Existem outras alterações do estado do corpo que só são perceptíveis pelo dono desse corpo. Mas as emoções vão além da sua essência. (DAMÁSIO,2011, pág. 155).
2.1.3. SENTIMENTO O sentimento é o estágio em que estamos conscientes a partir das nossas emoções. O sentimento, diferente da emoção pode ficar escondido dentro de si, é um aspecto mental, somente a pessoa que está passando por determinada angustia ou alegria, pode dizer a verdadeira sensação. Um sentimento em relação a um determinado objeto baseia-se na subjetividade da percepção do objeto, da percepção do estado corporal criado pelo objeto e da percepção das modificações de estilo e eficiência do pensamento que ocorrem durante todo esse processo. (DAMÁSIO, 2011, pág. 165).
Damásio 2011, em uma entrevista, na passagem no Brasil em 2013, expõe o seguinte exemplo sobre sentimentos, se você estiver passando por muito momento muito difícil e que está deixando muito triste, essa sensação você pode esconder das outras pessoas, aparentemente o individua está bem, porém por dentro ele sabe que não é a verdade. O sentimento é um estado mental. Acredita-se que em muitas vezes o cérebro acaba criando uma imagem de um estado emocional do corpo. Damásio 2011, apresentou que isso acontece através de neurotransmissores que levam informações para o nosso corpo, sendo que esses
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neurotransmissores podem fazer como se estivéssemos nos sentindo com falta de energia, porém muitas vezes os nossos sentimentos não correspondem ao que o nosso corpo realmente está sentindo naquele momento. Damásio 2011, em seu livro deu como exemplo um teste feito por polígrafo, onde os resultados dos sentimentos e emoções saiam em formas de gráficos. Dando algumas situações, eram notados que as expressões não equivaliam aos resultados dos gráficos, pois quando as situações impostas não estavam a favor o gráfico mostrava a insatisfação atreves dos impulsos neurais, ou seja, os sentimentos podem ser expressos de forma que for conveniente a pessoa. Para David S. Viscott 1982, o sentimento é uma ação mais direta a nossa compreensão. Diferente do pensamento, os sentimentos é quem sofre, ou é machucado, ele nos diz que algo não está legal. Já o pensamento é uma forma mais indireta de enfrentar a realidade. Os sentimentos são a verdade, é ele quem vai dizer se você está mentindo para si mesmo ou não. 2.2. NEUROARQUITETURA – ESPAÇO E COMPORTAMENTO A palavra Neuroarquitetura surgiu em 2003, com a criação do ANFA (Academy of Neuroscience for Architecture), em San Diego, Califórnia (EUA), fundado por John Paul Eberhard. Busca compreender como o nosso cérebro atua diretamente com os nossos sentidos, a ligação do corpo e mente, e como esse estudo pode trazer grandes soluções para o dia a dia das pessoas (ANFA , 2003). Mas a muito tempo já ouvimos falar sobre o assunto, a neurociência aplicada a arquitetura, porém só agora temos mais acesso sobre estudos feitos por cientistas. O termo apresentado por John Paul Eberhard é trazido por Paiva (2019), como um campo de estudos interdisciplinar dentro da Neurociência. Dentro desse estudo, podemos entender como funciona nosso cérebro em relação ao vemos e sentimos.
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Outras matérias interligadas é a Ciência Cognitiva que é o estudo da inteligência, a Psicologia que vem para compreender as funções mentais, a Arquitetura que é a modelagem de um espaço físico e o Urbanismo que é a regulamentação e planejamento da cidade. Yi-fu Tuan (2015), traz que a nossa pele expressa sensações. Quando estamos nos agradando ou não com tal lugar, um arrepio, por exemplo, pode ter significados bons ou ruins dependendo do caráter do ambiente. Já o som pode nos transmitir uma noção de profundidade, de tamanho e distância, o olfato nos traz cheiros que podem ser associados a uma experiência. Essas sensações imprimem um caráter que pode ser lembrado mesmo com o passar do tempo. A neuroarquitetura nos oferece ferramentas para entender determinados processos que possam ser usados em projetos. Arquitetos e psicólogos compreendem como os espaços influenciam os indivíduos. Quando passamos muito tempo em um determinado lugar, observamos o quanto ele nos afeta, tanto positivamente, quando negativamente e a arquitetura está totalmente ligada com essa relação. O princípio dessa ciência é fazer com que os arquitetos criem espaços para que os usuários tenham uma experiencia única, que estimule a criatividade em ambientes de trabalho, que ajude na recuperação dos pacientes em hospitais, além do crescimento nos aprendizados em escolas, o aconchego e o relaxamento para as residências. Com esse estudo observamos como o ambiente afeta o nosso bem-estar. Bruno Zevi (1948) apresentava que a arquitetura não é somente a parte estrutural, como paredes, pilares, cobertura. Mas pode ser compreendido como o espaço construído através da experiência vivida naquele lugar. Pode-se observar que esse assunto é discutido há décadas.
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Pallasmaa (2011) diz que a arquitetura sensorial nos mostra o quanto estamos interligados com as sensações trazidas por meio de detalhes que vemos ou sentimos durante um caminho que percorremos. O autor expressa que a arquitetura está afetivamente envolvida com o interior e o exterior humano. As experiências sensoriais se tornam integradas por meio do corpo, ou melhor, na própria constituição do corpo e no modo humano de ser. A teoria psicanalítica introduziu a noção de imagem ou esquema corporal como o centro de integração. Nossos corpos e movimentos estão em constante interação com o ambiente; o mundo e individualidade humana se redefinem um ao outro constantemente. A percepção do corpo e a imagem do mundo se tornam uma experiência existencial contínua; não há corpo separado de seu domicílio no espaço, não há espaço desvinculado da imagem inconsciente de nossa identidade pessoal perceptiva. (PALLAASMAA, 2011, p.38).
Os arquitetos, ao compreender como é o nosso funcionamento mental, pode fazer com que a arquitetura seja um instrumento transformador do comportamento das pessoas, que as construções não estejam pautadas apenas na estética, mas também na funcionalidade destacando os benefícios que podem ser trazidos (PAIVA, 2019). Segundo Paiva (2019), devemos primeiramente entender as necessidades do cliente, pois nem sempre o que o profissional pensa é ideal para os usuários. Gonçalves (2015) cita que a arquitetura vai além de formas e volumes, que é a finalidade física da matéria, a proporcionalidade, o equilíbrio, o visual agradável das formas. Todas essas informações despertam nossos sentidos. A arquitetura envolve uma mescla de emoção, deve ser defendida como sua integridade, e deve ser feita com toda profunda qualidade, nas palavras de Frank Lloyd Wrigh, trazidas por Pallasmaa (2011), ela deve ser apresentada como uma experiencia inesquecível de matéria e espaço. Uma forma de aproximar o mundo com a arte da arquitetura. Lugares bem projetados podem nos trazer sensações únicas, espaços públicos podem ajudar a combater a solidão. A neurociência não deve ser aplicada de uma mesma forma em diversos ambientes, pois cada ambiente possui uma necessidade diferente. Todo espaço é dedicado a uma função, ela possui uma vida própria, é capaz de trazer interações entre as pessoas, sensações, aflorar
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sentimentos. O ambiente tem o poder de gerar mal-estar em seus usuários, podendo acarretar diversos problemas principalmente psicológicos. Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, os casos de depressão tiveram um aumento de 17% no mundo, dados de 2017, afetando cerca de 210 milhões de pessoas, uma doença complexa e muito delicada que pode ser causada por fatores sociais, psicológicos ou biológicos. Além de depressão a ansiedade chega em 9% da população brasileira (OMS, 2017). A arquitetura mal planejada pode desencadear distúrbios. Um importante fator causador desse adoecimento é a falta de um projeto adequado, moradias irregulares em locais impróprios. Os arquitetos têm a função de projetar o melhor para seu cliente, para que se sintam bem, tenham conforto. Trazer para o cliente um projeto que não seja só bonito, mas também que tenha sua função bem desenvolvida e que tenha elementos que sejam destinados para atividades daquele determinado local, não é uma tarefa tão simples. O impacto causado pela arquitetura na qualidade de vida humana é significante, isso ocorre pelo fato de o cérebro compreender e desenvolver as sensações transmitidas pelo local. A Neuroarquitetura se aprofunda e mostra que as emoções geradas por um indivíduo podem alterar o comportamento físico, mental, podendo impactar na criatividade, no bem-estar, na felicidade. Os arquitetos precisam avaliar quem serão os usuários, que tipo de atividades será proposta nos lugares somente assim poderá ser projetado um edifício adequado para que todos se sintam seguros no local. O objetivo de nossos edifícios ainda é visto com demasiada frequência em termos de desempenho funcional, conforto físico, economia, representação simbólica ou valores estéticos. No entanto, a tarefa da arquitetura se estende além de suas dimensões materiais, funcionais e mensuráveis, e até além da estética, até a esfera mental e existencial da vida. Além disso, a arquitetura praticamente sempre tem um impacto e significado coletivos. Os edifícios não fornecem apenas abrigo físico ou facilitam atividades
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distintas. Além de abrigar nossos corpos e ações frágeis, eles também precisam abrigar nossas mentes, memórias, desejos e sonhos. (PALLASMAA, 2013, p.7-8).
A sensibilidade que a arquitetura desperta na sociedade, pode ser transcrita através do comportamento expressado pela pessoas. Esse ato é traduzido pelo cérebro por meio de interpretação dos efeitos que o edificio tráz para cada um. A arquitetura deve ser interpretada pela população de modo que as memórias sejam afloradas e que tragam boas sensações. Não é à toa que certas construções conseguem nos emocionar, mexem conosco de uma maneira que, muitas vezes, não conseguimos explicar, pois estimulam diferentes partes do nosso cérebro triuno criando uma experiencia a um só tempo sensorial, emotiva e instintiva, às vezes cognitiva, às vezes, não. (GONÇALVES E PAIVA, 2015, p. 290,291).
A arquitetura nos possibilita identificar e compreender o espaço e nos conduzir na permanência da cultural e social. Tem como finalidade conceber comparações essenciais para que o corpo e a vida realizem e construam nossa subsistência no mundo. A função atemporal da arquitetura é criar metáforas existenciais para o corpo e para a vida que concretizem e estruturem nossa existência no mundo. A arquitetura reflete, materializa e torna eternas as ideias e imagens da vida ideal. As edificações e cidades nos permitem estruturar, entender e lembrar o fluxo amorfo da realidade e, em última análise, reconhecer e nos lembrar quem somos. A arquitetura permite-nos perceber e entender a dialética da permanência e da mudança, nos inserir no mundo e nos colocar no continuum da cultura e do tempo. (PALLASMAA, 2013, p.67).
2.2.1 CORES As cores tem um papel importante no dentro de um projeto. Desde a antiguidade, é atraves das cores que o ser humano entende determindas situações, como por exemplo, o vermelho do sangue, demonstrava perigo, o céu cinza era entendido que chegaria chuva (PAIVA, 2019). A cor pode ser definida atraves de inumeros fatores, por meio de atributos trazidos do próprio material. Essa visão transmitirá um determidado sentimento. Hoje as cores podem ser usadas para transmitir a sensibilidade ao usuário do espaço, trazendo um momento de quietude e contemplação.
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As cores influenciam o ser humano e seus efeitos, tanto de caráter fisiológico como psicológico, intervêm em nossa vida, criando alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem etc, As cores podem produzir impressões, sensações e reflexos sensoriaís de grande importância, porque cada uma delas tem uma vibração determinada em nossos sentidos e pode atuar como estimulante ou perturbador na emoção, na consciência e em nossos impulsos e desejos. (BASTOS, FARINA E PEREZ, 2006, p.02).
As cores despertam sentimentos, podendo ser favoráveis às atividades designadas ao local, como também gerar sentimentos desagradáveis. Além das emoções, as corem se relacionam com aspectos culturais (Bastos, Farina e Perez, 2006). Uma cor pode apresentar diversos significados, podendo ser um elemento para proporcionar volume na edificação. Muito utilizado em ambientes escolares ou hospitalares, as corem possuem um papel importantíssimo para o desenvolvimento de crianças e pacientes. MFM DE AZEVEDO (2000), apresenta que as pessoas associam as cores a determinados sentimentos, podendo separar ela em grupos de estudo, entre ela a química, que analisa as combinações e o pigmento da cor, a psicologia que envolve os sentimentos e a emoção sentida atravez das cores.
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Figura 03:
Pátio - Escola de Alto Pinheiros
Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-alto-de-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos> Acesso em 08 de novembro de 2020.
Em escolas, como por exemplo, na escola de Alto Pinheiros, localizada em São Paulo, figura 03, foram utilizadas placas coloridas que são utilizadas como brises e como parte do aprendizado das crianças, estimulando o conhecimento e deixando o local divertido.
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Figura 04:
Refeitório - Escola de Alto Pinheiros
Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-alto-de-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos> Acesso em 08 de novembro de 2020.
Em toda a fachada da escola (figura 5) foram utilizados brises nas cores azul e verde, esses tons que trazem sensação de tranquilidade e relaxamento. No refeitório o uso de cores quentes como o laranja, o amarelo e a madeira são cores que estimulam a alegria dos usuários, a fome, além de deixar mais iluminado.
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Figura 05:
Fachada - Escola de Alto Pinheiros
Fonte: <https://www.archdaily.com.br/br/797184/escola-em-alto-de-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos> Acesso em 08 de novembro de 2020.
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2.2.2. LUZ A iluminação é um importantíssimo elemento para sucesso de uma arquitetura bem projetada. Pallasmaa (2011) retrata a luz como um elemento poderoso e inspirador, que junto com a sombra se complementam e transformam a arquitetura física. Já para Zumthor (2009) a luz natural é fundamental para um projeto, ele trata como um envolvimento espiritual, um efeito obrigatório nos projetos, além de trazer benefícios a saúde. Algumas formas de trazer iluminação natural para dentro do ambiente são as grandes aberturas de janelas e portas. A Thorncrown Chapel, foi desenvolvida para trazer sensações aos usuários que estejam na parte interior, a integração com a natureza foi um ponto relevante para o projeto. A Thorncrown Chapel, figura 06, foi projetado pelo arquiteto Fay Jones. Contratado por um amigo, Jones, ficou responsável em desenvolver uma capela para que os viajantes que passavam por perto pudessem parar para descansar e agradecer. A ideia do arquiteto foi projetar o santuário com materiais locais, com formas que despertassem aos usuários um sentimento único e incomparável. •
Nosso conhecimento disponível sobre o cérebro e a mente pode fornecer algumas hipóteses plausíveis sobre as experiências cognitivas e emocionais associadas à Capela Thorncrown: • Nosso senso de admiração é influenciado, em parte, por ter um espaço acima de nossa cabeça que não é visível até que movamos nossos olhos (e provavelmente nossa cabeça) para cima. (...) • A sensibilidade de nossos núcleos supraquiasmáticos (SCN) à luz – impulsionando os ritmos circadianos - influencia nosso estado de alerta. O jogo de luz e sombra pode acionar o SCN para ‘‘ brincar com o estado de alerta ’’ de uma forma que consideramos estimulante. • O silêncio da natureza nas profundezas da floresta fornece uma experiência de '' silêncio '' para nosso córtex auditivo que pode ser calmante, o que sugere que a sensação de '' silêncio '' experimentada por moradores urbanos pode ser mais calmante (por causa do ruído ambiente onde vivem) do que a experiência dos moradores rurais. (EBERHARD, 2009, p.755. Tradução nossa).
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Figura 06 – Capela Thorncrow interno
Fonte: < https://thorncrown.com/photogallery.html >. Acesso em 28 de outubro de 2020.
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Figura 07 – Treliças - Capela Thorncrow interno
Fonte: < https://thorncrown.com/photogallery.html >. Acesso em 18 de outubro de 2020.
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Todos os materiais utilizados na capela foram naturais. Durante as estações do ano, uma explosão de sensações pode ser explorada no local, o jogo de luz e sombra, o efeito das treliças, o pé direito alto, a integração da natureza através dos paneis de vidro, prolongando a visão dos telespectadores, transmitindo paz, tranquilidade. Para Zumthor (2009), a iluminação vem de várias formas. A edificação pode ser explorada de forma que iluminação seja escavada iluminando cada ponto planejado. A iluminação influencia diretamente no formato do ambiente, nas texturas projetadas pelo material, a cor, as sensações do ambiente interno e externo. No Themes Vals, figura 09, Peter Zumthor trouxe exatamente isso. Utilizando materiais encontrados no local da obra, ele compôs a iluminação para chegasse de forma sublime e valorizasse espaço. Figura 08 – Spa Therme Vals
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Fonte: < https://www.archdaily.com/13358/the-therme-vals>. Acesso em 08 de novembro de 2020.
Para deixar os ambientes mais sensuais e com a sensação restauradora, o arquiteto desenvolveu a fusão entre espaços lineares, movimento entre espaço aberto e fechado, além da combinação de luz e sombra. Figura 09 – Caminhos – Therme Vals
Fonte: < https://www.archdaily.com/13358/the-therme-vals>. Acesso em 08 de novembro de 2020.
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2.2.3 ESPAÇO E ESCALA A neurociência nos faz entender como o nosso corpo interpreta o espaço. Pallasmaa (2011) defende que durante o desenvolvimento do projeto o arquiteto idealiza todo o contexto arquitetônico além das funcionalidades para o dia a dia dos usuários. A escala tomando forma, a obra interage com os telespectadores transmitindo a emoção para o corpo. Zumthor (2009) define espaço como um local envolvente, onde os usuários se lembram de quando eram crianças e ficavam brincando naquele lugar. Seja um edificio marcante ou uma praça. Ao ser projetado, um espaço pode desencadear diversos usos, seja ele público ou privado, esses usos podem ser delimitados através de elementos que se destacam e ajudem a compor a estética dos edifícios. Quando, ao projetar cada espaço e segmento, temos conciencia do degrau de relevacia da demarcação territoriale das formas concomitantes das possibilidades de “acesso” aos espaços vizinhos, podemos expressar essas diferenças pela articulação de forma, material, luz, cor e cor,e introduzeir certo ordenamento no projeto co um todo. Isto, por sua vez, pode aumentar a consiencia dos moradores e visitantes quanto a cmposiçaõ do edificio, formados por ambientes diferentes no que diz respeito aos acesso. O grau de aceesode espaço e lugares fornecepadrões para o projeto. A escolha de motivos arquitetonicos, sua articulação, forma e materialsão determinados, em parte, pelo grau de acesso exigido pelo espaço. (HERTZBERGER, 1999, p. 19).
O arquiteto Hertzberger (1999) ganhador de inúmeros prémior na arquitetura, foi responsável pelo projeto do edifício de escritórios Centraal Beheer, na Holanda, conhecido por ser um profissional humanista e que se preocupa com o conforto dos usuários. Esse projeto ficou conhecido pelo fato de o arquiteto deixar livre os espaços, para que os trabalhadores pudessem personalizar sua própria área, sua decoração, para que tivessem um ambiente mais agradável possível.
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Figura 10 – Interior Centraal Beheer
Fonte: < https://br.pinterest.com/pin/177399672805709406/>. Acesso em 08 de novembro de 2020.
A humanização das salas foi pensada pelo arquiteto para facilitar a integração das pessoas. O arquiteto se preocupou com o no tempo em que os trabalhadores passariam no local. Para que os funcionários se sentissem em casa, os espaços foram projetados em formas de salas com varandas. Além de não ficar fixo somente em um uso, figura 10, podendo ser utilizados para outras finalidades.
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Figura 11 – Interior Centraal Beheer
Fonte: < https://br.pinterest.com/pin/177399672805709406/>. Acesso em 08 de novembro de 2020.
Essa integração entre os colaboradores, permite que a produtividade deles sejam maiores, além da troca de experiências, aumento da motivação. A arquitetura utiliza a escala para dimensionar estruturalmente os projetos além de ser responsável por transmitir de forma inconsciente diferentes sensações. Um exemplo sore as sensações que a escala traz para as pessoas, é o Museu Judaico de Berlim, projetado pelo arquiteto Daniel Libeskind, para que os visitantes pudessem sentir um pouco das angustias que os judeus passavam na época.
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O arquiteto traz a desconstruçao da estrela de Davi na forma do edifício, para transmitir um sentimento de crueldade sofrida pelo judeus, representanto a morte deles pelos nazistas. A figura 12, apresenta as aberturas onde os visitantes tem a visão para fora do museu. Essas aberturas correspondem a etrela fragmentada na fachada. Essas janelas representam a limitação da visão que Judeus tinham durante o caminho para campos de concentração, (GOMES 2007). Figura 12 – Janelas estreitas – Museu Judaico de Berlim
Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/799089/campus-orebro-casa-nova-juul-frost-architects >. Acesso em 08 de novembro de 2020.
Um outro detalhe notório, figura 13, são os corredores estreitos e escuro, projetados propositalmente pelo arquiteto, com o intuito de passar para as pessoas a sensação de opressão e repressão passado por eles.
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Figura 13 – Corredor – Museu Judaico de Berlim
Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/799089/campus-orebro-casa-nova-juul-frost-architects >. Acesso em 08 de novembro de 2020.
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2.2.4. URBANISMO A neurociência não está ligada somente a arquitetura, mas também com o urbanismo. Quem não se sente melhor caminhando sobre uma rua bem pavimentada, com vegetações, fachadas bem projetadas. Além de trazer o bem-estar para os usuários, a diminuição do stress, as melhorias podem ser vistas em relação à trânsitos, aliviando congestionamentos. Ruth (2018), aponta que os profissionais da arquitetura têm grande desafio em projetar cidades, de modo que façam os usuários deixarem seus veículos em casa e passassem a caminhar mais. Para ELLARD (2015), a função da cidade está em proporcionar atividades para as pessoas, que cada função oferecida deve ser executada, de forma que os pedestres que são os principais usuários tenham interesse em está ali. São inúmeras as possibilidades de expressões que a arquitetura pode transpassar, ao ser desenvolvida, suas volumetrias, podendo assim enriquecer a paisagem urbana, aumento assim a qualidade do espaço edificado. Cria-se um horizonte insuspeitado de elaboração, tanto dos objetos arquitetônicos quanto do ambiente urbano, relacionando de forma estreita o entorno e a criação arquitetônica. Reconstrói-se a paisagem urbana, tornando fluidos os limites entre forma, espaço e contexto. Um novo sistema de pensamento, não conservador e inclusivo, o qual admite flexibilidade e espaços urbanos cuja harmonia se faz pela coexistência de um jogo de antagonismos substitui aquele embasado nos ideais de unidade e equilíbrio. (Artigo em revista: ABASCAL, Cidade e arquitetura contemporânea: uma relação necessária, 2005).
Com projeto de urbanização adequado deixariam as cidades mais vivas, como na figura 11, isso significa mais segurança, proporcionando mais vida, diminuiria a ansiedade e a tensão, pois as pessoas teriam atividades frequentes, as paisagens, praças, caminhos, devem ser um convite para os usuários. A figura 12, observamos a integração da paisagem e urbanismo, essa prática ajudaria também a reduzir casos de depressão, além de aumentar a concentração, altoconfiança, melhorar a saúde em geral.
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Figura 14: Rua pedestre
Fonte:< https://www.archdaily.com.br/br/867519/4-dicas-importantes-para-projetar-ruas-para-as-pessoas-e-nao-apenas-para-os-carros > Acesso em 18 de Outubro de 2020.
A figuara 13, observamos quanto é diferente a sensação transmitida em um local devidamente arborizado e outro sem vegetação. Além das temperaturas serem maiores nas vias sem árvores, elas acabam ficando desagradaveis para os pedestres circularem.
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Figura 15: Ruas arborizadas.
Fonte: https://estagiositiodosherdeiros.blogspot.com/2017/07/astrapeia-e-outras-arvores-da-usp.html > Acesso em 18 de outubro de 2020.
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Figura 16: Ruas sem arborização.
Fonte: http:// https://hypescience.com/ > Acesso em 18 de outubro de 2020.
Em seu estudo sobre as cidades, GEHL (2014), afirma que locais com fachadas fechadas as pessoas tenden a andar mais rápido pelo local, em comparação a uma fachada mais ativa, alem da sensação de segurança pedestre se sentem mais empolgados em permanecer em ruas com atividades, seja restaurantes, lojas, galerias. Para o arquiteto e urbanista a caminhada ideal é de 5km por hora e que a cada 5 segudos tenha um local interessante. Para ele é necessario que acidade seja saudável, tenha uma “mobilidade verde”, ou seja, que os utilizadores se movam de bike, a pé, transporte público, que seja composta por etapas naturais e que isso se torne atividades diárias para as pessoas.
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Simplesmente mudando a aparência e a estrutura física dos três metros de fundo de um prédio, elas podem exercer um impacto dramático na maneira como uma cidade é usado. Não apenas as pessoas ficam mais propensas a passear por paisagens urbanas com fachadas abertas e vivas, mas o tipo de coisas que fazem nesses lugares realmente muda. Eles param, olham ao redor e absorvem o que está à sua volta, enquanto em um estado agradável de afeto positivo e com um sistema nervoso vivo e atento. (ELLARD, 2015, tradução nossa.)
A fachada dos edifícios está relacionada diretamente com o urbanismo das cidades. Projetada corretamente ela contribui para o conforto das pessoas e na economia da cidade. Caso contrário pode acarretar diversos problemas, não só psicológico, segurança, mas também no cotidiano dos usuários. Colin Ellard 2015, conduziu uma pesquisa em 2011 em uma das maiores e bem-sucedidas redes de supermercado dos Estados Unidos, a Whole Food, este estabelecimento conta com uma variedade de produtos orgânicos, um mercado para sociedade de alto padrão. A empresa alimentícia construiu uma grandiosa loja, localizada em uma rua que a maioria dos estabelecimentos são pequenos bares, e restaurantes, isso acarretou algumas discussões, pois a escala do projeto era muito diferente do que existia no local. O intuito da pesquisa era trazer análise sobre o impacto emocional dos frequentadores trazidos pela construção. Um dos locais do estudo estava no meio da longa fachada em branco do Whole Foods Market. Um segundo local ficava a poucos passos de distância, em frente a uma pequena, mas animada faixa de restaurantes e lojas com muitas portas e janelas abertas, um burburinho alegre de comida e bebida e uma multidão de pedestres agradavelmente sinuosa. Quando plantados na frente do Whole Foods, meus participantes ficaram sem jeito, procurando por algo de interesse para se agarrar e conversar. Eles avaliaram seu estado emocional como estando do lado errado de "feliz" e seu estado de excitação estava perto do fundo do poço. Os instrumentos fisiológicos amarrados aos braços mostraram um padrão semelhante. Essas pessoas estavam entediadas e infelizes. Quando solicitados a descrever o site, palavras como brando, monótono e sem paixão subiram ao topo das paradas. (ELLARD, 2015, tradução nossa.)
De acordo com a pesquisa, as pessoas que estavam em frente a fachada do estabelecimento, se sentiam retraído, envergonhados, as pessoas estavam mais em silêncio, com poucas palavras. Porém como mostra, no outro ponto, as pessoas já estavam mais entusiasmadas.
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Em contraste, as pessoas que estavam no outro local de teste, a menos de um quarteirão da Whole Foods, se sentiram animadas e engajadas. Suas próprias avaliações de seus estados de excitação e afeto foram altas e positivas. As palavras que surgiram em suas mentes eram misturadas, animadas, ocupadas, socializando e comendo. Embora este local estivesse tão lotado de pedestres que nossos participantes se esforçaram para encontrar um lugar tranquilo para refletir sobre nossas questões, não havia dúvida de que este local era do seu agrado em muitos níveis. Na verdade, embora não tivéssemos o equipamento para medir essas coisas com eficácia, podíamos ler os sinais reveladores de felicidade ou sofrimento no corpo de nossos participantes enquanto trabalhavam para concluir o estudo. (ELLARD, 2015, tradução nossa.)
Para as pessoas que vem de outro lugar, olham a empresa como um atrativo, a grande fachada chama a atenção deixando uma curiosidade no ar. Porém para os indivíduos que são da região, não acham que foi uma boa opção de projeto, pois ficou muito diferente de tudo que estão acostumados a ver por ali.
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Figura 17: Fachada Whole Food
Fonte: https://aeon.co/essays/why-boring-streets-make-pedestrians-stressed-and-unhappy > Acessado em 18 de outubro de 2020.
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2.2.5. A EXPERIÊNCIA NO ESPAÇO ARQUITETÔNICO As experiências trazidas pela arquitetura são notáveis no desenvolvimento das pessoas, as formas arquitetônicas contribuem para essa relação positiva entre homem e espaço construído. Jancke (2017), desenvolveu uma pesquisa entre 15 pessoas, testando sensações transmitidas através de salas virtuais, a pesquisa feita na região do córtex cingulado posterior e o lobo occipital, regiões responsáveis pelas emoções e sentidos. Com diferentes ambientes, (figura 18) as informações eram coletadas através de eletroencefalograma (EEG). O objetivo da pesquisa foi conhecer os resultados da influência da arquitetura no estado emocional.
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Figura 18: Salas virtuais
Fonte: < https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fnhum.2017.00477/full > Acessado em 18 de outubro de 2020. Um ensaio experimental começou com uma sala básica (forma cúbica completa), com os participantes recebendo uma instrução para não se mover (um sinal de “Não se mova” ao nível dos olhos). A sala básica ficou exposta por 5 s, seguida da apresentação de uma das 69 salas experimentais. Após o início da sala experimental, os participantes foram orientados a caminhar dentro da sala até chegarem ao limite da sala virtual. Eles então viraram 90 graus para a direita e encararam a parede direita. Posteriormente, eles viraram 90 graus para a esquerda e ficaram de frente para a parede frontal, seguido por uma volta adicional de 90 graus para a esquerda para enfrentar a parede esquerda. Após uma volta adicional de 90 graus para a esquerda, os participantes enfrentaram a entrada da porta. Nesse ponto, os participantes voltaram para a porta de entrada e giraram 180 graus para ficar de frente para a sala novamente (Figura 19) Os participantes foram então apresentados a um teste SAM virtual e tiveram tempo para classificar o quarto de acordo com a escala de prazer, excitação e dominância. O teste SAM foi seguido pelo teste Stroop virtual de duas cores (vermelho e verde) e os participantes tiveram 5 segundos para fornecer o máximo possível de respostas corretas. Após o teste Stroop, a sala básica com o sinal “Do Not Move” apareceu novamente por 5 s iniciando a próxima tentativa. O experimento
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compreendeu quatro blocos randomizados de 18 ensaios de quarto cada (17 grupos de interesse mais um quarto sem recursos), cada quarto contendo três ensaios de perspectiva. Ao final do segundo e quarto blocos, um sinal (“Fim”) foi exibido, significando que os participantes têm um intervalo de 10 minutos ou o final do experimento, respectivamente. (JANCKE, 2017, tradução nossa). Figura 19: Movimento da pesquisa
Fonte: < https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fnhum.2017.00477/full > Acessado em 18 de outubro de 2020.
Essa pesquisa se aprofundou em ambientes internos, estudando o cérebro para entender como funciona a relação afetiva entre o ser humano e a arquitetura. Dentre os resultados, os ambientes com índices mais baixos de emoção, estavam os locais mais lineares. Já os mais curvos, o nível de emoção estava alto.
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[...] O presente estudo demonstrou mudanças comparáveis na atividade teta originada em ou perto do ACC para dois grupos com diferentes classificações de emoção (contendo movimento, cognição e excitação) e percepção de diferentes perspectivas da sala (contendo movimento e cognição). Esses resultados apoiam ainda mais o papel central do ACC nas experiências estéticas e arquitetônicas [...]. (JANCKE, 2017, tradução nossa).
Observamos o quanto os detalhes fazem diferença no resultado final de um projeto. Através desta pesquisa, podemos ver que a realidade virtual pode ser um avanço positivo para os alinhamentos necessários para criação de um espaço. Assim os clientes podem ter uma imagem melhor de como ficará seu ambiente, o que ele poderá transmitir para o usuário. Em suma, os resultados do presente estudo indicam que o movimento natural através do ambiente construído leva a respostas rápidas no ACC que refletem uma primeira resposta afetiva às características arquitetônicas do ambiente. As formas de curvatura levam a uma sincronização teta mais forte no ACC e estão correlacionadas com classificações positivas mais altas em relação ao estado afetivo dos participantes. Além disso, correlações parciais com a densidade de geometrias retangulares 2D e o tipo de superfícies indicavam claramente um envolvimento do ACC no processamento de características arquitetônicas além de seu impacto emocional. Enquanto o córtex cingulado posterior e o lobo occipital estavam envolvidos na percepção de diferentes perspectivas e mudanças nas profundidades da sala, não houve diferença significativa para as mudanças perceptivas bastante pequenas na perspectiva entre paredes diferentes do mesmo espaço arquitetônico. Isso indica uma forte impressão inicial do ambiente nos aspectos afetivos e perceptuais do espaço com um rápido declínio no impacto das características arquitetônicas nos processos afetivos e perceptivos. (JANCKE, 2017, tradução nossa).
Podemos perceber que além da forma, as características do espaço também são grandes influenciadores nas sensações que um ambiente pode passar para os usuários. Que pequenos detalhes podem mudar totalmente a percepção do cliente.
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3. PROJETO O projeto de uma residência se torna mais livre para a implantação de elementos que explorem a neuroarquitetura e possibilitem diversas sensações para o local. Tendo em vista isso, foi elaborado um projeto de uma residência integrada a um jardim. 3.1 ESCOLHA DO TERRENO Situado no bairro Praia da Costa, o lote de esquina está localizado entre as ruas Santa Luzia e Rua Santa Leocádia, com uma área de 368m² e totalmente plana. A região onde o lote se encontra é de predominância residencial de gabarito baixo, isso foi um dos fatores na predominantes na escolha do lote, pois o local fica mais arejado e com uma ótima iluminação natural. O terreno encontra-se em uma localização privilegiada e de fácil acesso. Um fator que foi considerado é que as ruas que passam pelo local têm pouco tráfego de veículos. Isso faz com que a região seja mais calma e não tenha um nível de ruídos elevado. Possui vistas para uma grande área de vegetação, pertencentes a Casa do Governador e para o Morro do Moreno, com isso a conexão com a natureza fica mais em evidência, além desses aspectos, o terreno fica próximo à praia do Ribeiro, Praia Secreta e o famoso Farol Santa Luzia.
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Figura 20: Localização do terreno
Fonte: Google Maps
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Figura 21: Praia Secreta
Figura 22: Faraol Santa Luzia
Fonte: Google Maps Figura 23: Praia do Ribeiro
Fonte: Autor (2021)
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3.2 PROGRAMA Trabalhar com sonhos de uma pessoa é sem dúvidas uma grande responsabilidade. O cliente da residência Viva, é um casal homoafetivo que sempre morou em apartamentos, lugares pequenos. Com a pandemia decidiu ficar mais perto um do outro e realizar um sonho em comum de se casar e construir uma família. Com a necessidade de um espaço maior começou a procurar um local para dividir esse sonho. A princípio seria um apartamento, mas como os dois são totalmente ligados a natureza e gostariam de ter essa conexão, não estavam encontrando algo que preencheria as necessidades. Então acabaram optando em construir uma casa. Os dois amam receber os amigos e os familiares, por isso pediram que os ambientes sociais, sala, cozinha, estar e área externa, fossem totalmente integrados, além de possibilitar a integração com o paisagismo fazendo que a sala fosse toda aberta para a parte externa da casa. Além da área externa, eles queriam um espaço de contemplação das vistas e um local que pudesse receber os amigos além da sala de estar. Juntando essas necessidades a ideia foi criar um terraço verde com mobiliários confortáveis para que pudessem ter um pedaço da natureza dentro de casa. Com a pandemia, começaram a trabalhar em home office, então pediram um espaço de trabalho, porém não queriam misturar o trabalho com a casa, então foi setorizado um escritório na entrada da residência com acesso individual. Assim os clientes não precisariam entrar na residência para serem atendidos. Já pensando no futuro queriam uma casa ampla para que os filhos tivessem liberdade e espaço para crescerem. Com isso pediram um quarto para os dois com suíte, uma outra suíte que de início seria para visita e uma sala de tv, que pudesse ser reversível e no futuro viraria um outro quarto.
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3.3. IMPLANTAÇÃO Com a escolha do terreno concluída, foi iniciado o estudo do local, levando em consideração os pontos fortes do terreno. A Rua Santa Luzia é a que possui um movimento um pouco maior, pois é por ela que temos acesso à praia secreta, farol Santa Luzia, Igrejas. Pensando nisso, os acessos (figura 21) foram distribuídos de forma que ficasse o mais seguro para os moradores, sendo assim, a entrada de veículos na garagem da residência se faz pela Rua Santa Leocádia, o acesso de pedestre temos nas duas ruas, porém para os clientes que vão até o escritório a entrada é pela rua Santa Luzia, assim a parte intima da casa fica mais restrita. Figura 24: acessos
Acesso Pedestre
Acesso Veículo
1m 1m Fonte: Autor (2021)
3m
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Figura 25: Vias de cesso ao lote
Fonte: Autor (2021)
A conexão com a natureza foi o ponto de partida para o projeto, a principal exigência do cliente. Com isso foram aproveitadas as vistas disponíveis. Os quartos receberam abertura de grandes janelas para que tivessem vista tanto para o morro do moreno, quanto para a mata da Casa do Governador. Para o térreo foi criado um paisagismo com árvores e plantas rateiras, remetendo uma pequena mata particular.
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Figura 26: Vista Mata da Casa do Governador
Figura 27: Vista Morro do Moreno
Fonte: Autor (2021)
A quadra em que o lote está localizado é inteiramente composta por residências de até dois pavimentos, o lote esquerdo possui um edifício de aproximadamente 36 metros de altura, através dele foi tirado um dos partidos para posicionamento dos ambientes da casa, pois o sol da tarde é praticamente vedado pelo prédio. A região não possui nenhum tipo de restaurantes, somente igrejas, uma
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pousada e uma garagem náutica. Com isso o local se torna pouco movimentado no dia a dia, apenas nos finais de semana que a movimentação é um pouco maior por conta da praia, que traz movimentação para o local. Figura 28: Entorno
Figura 29 Entorno
Fonte: Autor (2021)
Vila Velha é uma cidade, onde geralmente não vivenciamos todas as estações. A maior parte do ano passamos com dias ensolarados (figura 27), poucas nuvens, características de uma cidade litorânea. A temperatura média durante o ano fica entre 19° a 32°,
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relativamente quente o ano inteiro, nos dias de inverno são os dias mais frescos. Essas informações são de extrema importância para o desenvolvimento do projeto, pois através delas foram feitos estudos para entender quais seriam os melhores acabamentos a serem utilizados, onde as aberturas poderiam ser feitas para que tivesse melhor aproveitamento. Ao redor do lote não possui vegetação e o terreno possui suas maiores testadas voltadas para sul e para o oeste, essas considerações foram levadas em conta para a elaboração do projeto. Figura 30: Carta Solar - Equinócio
Fonte: Autor (2021)
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Figura 31: Carta Solar – Solstício de inverno
Fonte: Autor (2021)
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Figura 32: Carta Solar - Equinócio
Fonte: Autor (2021)
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Figura 33: Carta Solar – Solstício de verão
Fonte: Autor (2021)
Para iniciar o projeto, os estudos de insolação são de grande importância, pois ao mesmo tempo que traz a claridade, tem grande risco de deixar os ambientes desconfortáveis fazendo que fique com efeito de estufa, principalmente quando o local possui muitos vidros.
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3.4. ESPACIALIDADE 3.4.1 ESPAÇO E ESCALA A integração dos espaços está sendo muito aplicado hoje em dia nos projetos, porém vale ressaltar, a importância para a vida do usuário e o quanto é benéfico para ele, a integração da área interna com a externa traz sensações de bem-estar, liberdade, conexão com a natureza, mesmo estando em meio a cidade, além de deixar os ambientes mais amplos (figura 31). Os espaços mais abertos permitem um convivo mais interativo entre os moradores, além de deixar o ambiente mais arejado e ventilado. Figura 34: Percursos integrados Térreo
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Percurso Pedestre
Fonte: Autor (2021
1m 1º 1mpavimento 3m Figura 35: Percursos integrados
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Percurso 1m 1m
3m
Fonte: Autor (2021)
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O projeto da Casa Viva consiste unificar os ambientes de estar( figura 36), fazendo com que tenhamos uma visão ampla de todo o espaço tornando mais funcionais. Entrando pelo hall da casa o visitante tem uma visão de toda a área social ( cozinha, sala de jantar e sala de estar), com as aberturas para o lado leste o oste as esquadrias de abrem formando grandes vãos onde passa ventilação cruzada, deixando os ambientes arejados. O projeto permite que os moradores ou visitantes da casa passem por uma experiência no local, pois os caminhos possibilitam ter diferentes percepções em cada espaço, há momentos que você passe por um pé direito duplo permitindo o olhar ampliado, já em outros pontos com pé direito mais baixo, você tem a sensação de aconchego, acolhimento. As formas arquitetônicas também nos transmitem sensações, todo volume externo da residência é de linhas retas, trazendo a ideia de contemporaneidade, sensibilidade, repouso e força. A forma curva usada na abertura lateral da casa, foi proposta para trazer o dinamismo, leveza, alegria para dentro da residência, uma linha mais delicada para contrastar com os materiais mais brutos.
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Figura 36: Integração dos ambientes sociais
Fonte: Autor (2021)
O contato com o verde da natureza traz qualidade de vida para os moradores. Para oferecer essa solução, foi utilizado no projeto, o muro verde (figura 36) na área externa que divide com o lote vizinho, na subida da escada também foi usado um jardim vertical, dando frescor para o espaço. Em toda a área externa a paginação foi setorizada com plantas rasteiras, além de arvores de porte
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pequeno para dar sombra ao mobiliário no espaço de vivência. O terraço virou uma grande área de convivo para receber convidados e apreciarem a vista. Figura 37: Integração dos ambientes sociais
Fonte: Autor (2021)
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Figura 38: Integração dos ambientes sociais
Fonte: Autor (2021
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Figura 39: Integração dos ambientes sociais
Fonte: Autor (2021)
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Figura 40: Terraço Jardim
Fonte: Autor (2021)
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Figura 41: Terraço Jardim
Fonte: Autor (2021)
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3.4.2 ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS: PLANTAS BAIXAS Figura 42: Planta baixa Térreo
Fonte: Autor (2021)
1m 1m
3m
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Figura 43: Planata baixa 1º pavimento
1m 1m
3m
Fonte: Autor (2021)
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Figura 44: Planata baixa Terraço jardim
Fonte: Autor (2021)
1m 1m
3m
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3.4.3 MATERIALIDADE E COR A paleta de cores e materiais (figura 45) que o cliente sugeriu foi, azul e cinza. As cores dão identidade ao local, além de trazer sensações para quem frequenta, por isso devemos analizar a cor que será utilizado em cada ambiente, pois ela influencia diretamente no comportamento humano. Figura 45: Moodboard Acabamentos
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A concepção do projeto se iniciou pela integração dos ambientes com as áres externa (figura 46), uma residencia inteiramente contemporânea, contrapondo com uso de materias de características brutalista, a laje fina em concreto aparente traz uma sofisticação e ao mesmo tempo leveza. Figura 46: Área Social
Fonte: Autor (2021)
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O piso (figura 47), em porcelanato que lembra grandes granulos de pedras misturadas, trazendo uma ideia de piso de pedra natural, que se estende até a parte externa encontrando com a grama. Dando ideia de continuidade, como se a área interna e externa fossem uma só. Figura 47: Área Social
Fonte: Autor (2021)
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Para a fachada (figura 48) as cores mais sóbreas vieram para dar seriedade, os tons de cinza expõe a neutralidade, a sobriedade e o requinte. Para isso foi proposto um porcelanato com toque de pedra natural , além da parte estética ajuda a reter o calor por ser um revestimento frio, ajudando no conforto termico para os moradores. Figura 48: Fachada rua Santa Leocádia
Fonte: Autor (2021)
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Figura 49: Fachada rua Santa Luzia
Fonte: Autor (2021)
Como o porcelanato é um material mais frio e nas fachadas foram utilizados no acabamento de pedra cinza, foi sugerido a utilização dos brises com acabameto amadeirado. Esses brises amadeirados envolvendo toda a casa leva o aconchego para quem a vê de fora e quebra a frieza da da cor cinza além de toda a funcionalidade.
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Ainda na fachada, foi acrescentado um material para contrastar com os demais, o Cobogó, dando a ideia de raizes que sobresaem a laje, com um efeito bem natural e leve para uma peça que é toda de cimento. O revestimento em detalhe azul claro e escuro próximo ao espaço de vivência externo, foi utilizado com o intuito de acalmar e deixar o ambiente mais sereno. O azul mesmo sendo uma cor mais fria, ele transpassa uma sensação de harmonia, simpatia. Nas paredes internas o degrade azul com branco ( figura47), foi utilizado para dar uma extenção ao olhar na áera externa, fazendo uma conexão com o céu, e dando uma sensação de amplitude. Figura 50: Área Social
Fonte: Autor (2021)
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Figura 51: Círculação 1º pavimento
Fonte: Autor (2021)
3.4.4 LUZ As estratégias de uma boa iluminação natural não dependem somente de grandes aberturas, mas deve se basear nas necessidades e no contexto de cada ambiente, pensando no melhor aproveitamento. Existem alguns métodos para proporcionar o conforto nos
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espaços, sendo eles, aberturas de janelas, sheds, aberturas zenitais, entre outros. Em algumas situações são necessárias a utilização de elementos para controlar a incidência solar, como por exemplo, brises, Muxarabis, cobogos etc. Todos os ambientes têm acesso a iluminação natural (figura 49), que vem por aberturas de janelas com vistas para o jardim e pela abertura do acesso à cobertura. Figura 52: Círculação de ar
Sentido do sol
Fonte: Autor (2021)
Vento
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Figura 53: Entrada de ilumição natural
Sentido do sol
Fonte: Autor (2021)
Vento
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Com as aberturas designadas em seu lugar correto, fazendo que a iluminação entre harmoniosamente, deixando cada momento especial e único, o jogo de luz e cor se transforma, expõe novas texturas, despertam a curiosidade, o desejo de estar naquele local. Na Residência Viva, para o controle da incidência solar foram o utilizado brises articulados abraçando toda a fachada, trazendo uma elegância e mais conforto para os ambientes, e na parte interna cortinas de tecidos para bloquear a iluminação e trazer mais privacidade quando necessário. Figura 54: Iluminação brises
Fonte: Autor (2021)
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Figura 55: Iluminação Natural Área Social
Fonte: Autor (2021)
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A iluminação artificial (figura 56) vem para complementar, o uso de luzes mais brilhantes para aumentar as emoções, as luzes azuis nos ambientes são usadas para despertar o nível de energia nas pessoas, porém podem ser controladas e mudadas para as mais amarelas, que trazem um aspecto mais calmo e aconchegante. Figura 56: Iluminação Artificial Suíte
Fonte: Autor (2021)
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Figura 57: Iluminação Natural Suíte
Fonte: Autor (2021)
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Figura 58: Suite
Fonte: Autor (2021)
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4. PESQUISA A pesquisa teve como objetivo entender se a proposta da residência estava dentro de todos os aspectos estudados anteriormente. Explorando algumas áreas da neuroarquitetura, foi observado que grande parte das pessoas sentiram o que eu desejava transmitir. A essência de uma residência viva, a paz, a amplitude, o desejo de estar naquele lugar, por ser um espaço convidativo e confortável aos olhos e aos sentidos. Com isso o trabalho pode ser concluído de forma satisfatória. Figura 59: Pesquisa
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CONCLUSÃO Neste trabalho foi apresentado questões referentes a neurociência e como ela pode ser utilizada junto com a arquitetura, de modo que os usuários usufruam da melhor forma um ambiente projetado especialmente para função que lhe foi destinado. Foram apresentadas pesquisas sobre como nós reagimos a cada ambiente, dando suporte ao profissional de arquitetura na concepção de seu projeto, proporcionando uma melhor qualidade de vida a quem for utilizar. Dentro da neurociência entendemos o funcionamento do cérebro. As imagens são responsáveis por grande parte da nossa memorização e podemos assemelhar ela com lugares que já vimos em determinados momentos. As emoções e sentimentos são atos percebidos pelo cérebro e transmitidos por ele através de ações propagadas pelo corpo. A aplicação da neurociência na arquitetura vem crescendo, não somente em ambientes comerciais, hospitais e escolas, pois é comprovado a melhora de pacientes e alunos mais concentrados. Para a continuação desse trabalho, o projeto de uma residência unifamiliar foi desenvolvido, de modo que trouxesse elementos da neuroarquitetura com formas mais funcionais, mostrando que é possível projetar levando em consideração todos os estudos feitos, que não precisa ser um estabelecimento comercial, podemos deixar as residências mais coerentes e mais confortáveis para o convívio do dia a dia.
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