2017 Abril
Newsletter Informativo econĂ´mico
Centro de economia e estatĂstica aplicada CEEA
Newsletter O Centro de Economia e Estatística Aplicada - CEEA foi criado
EXPEDIENTE
em 2015, como uma unidade técnica, para desenvolver atividades de investigação, estudo e análise científica na área da Economia, Probabilidade, Estatística e suas aplicações, em domínios de intervenção multidisciplinar em áreas como a Engenharia e outros campos científicos.
O Centro de Economia e Estatística e Aplicada – CEEA tem como missão:
Produzir e compartilhar conhecimentos e estatísticas, contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade do conhecimento.
Produtos
Pesquisas de mercado; Índices de satisfação; Consultoria técnica; Índices de preço; Sondagens e dados estatísticos; Mercado imobiliário; Modelos econométricos Outros
Conselho
Externo
de
Aconselhamento
Uma publicação do Centro de Economia e Estatística Aplicada – CEEA
Editor – José Henrique da Silva Júnior
Colaborador – Ana Paula Venturini
Alunos bolsistas - Amanda Leroy, Ana Andrade, Ana Sílvia, Bruna Morais, Iane Reis, Laís Maciel, Maria Eduarda
Contatos Faculdade de engenharia e arquitetura – FEA/FUMEC
Conselho Externo de Aconselhamento
O
Newsletter
é
constituído
por
Rua Cobre, 200 Bairro Cruzeiro CEP: 30.310-190 Belo Horizonte / MG Brasil
individualidades de reconhecido mérito, nas áreas de Probabilidade, Estatística e suas aplicações. Compete ao Conselho Externo de Aconselhamento disponibilizar-se à
www.centrodeeconomiaeestatistica.com
orientação da investigação a ser levada a cabo pelo Centro de Economia e Estatística Aplicada - CEEA. Membros do Conselho Consultivo
Professora Ms. Ana Paula Venturini Professor Ms. Alexandre Lima Assunção Professor Dr. Eduardo Chahud Professor Dr. João Mário Andrade Pinto Professor Dr. José Henrique da Silva Júnior Professor Ms. Luiz Helbert Pacheco de Lima Professor Dr. Luiz Antônio Melgaço N. Branco
centrodeeconomiaeestatistica@fumec.br
M ensagem dos editores Estamos publicando, com uma cara nova, a terceira edição da Newsletter do Centro de Economia e Estatística Aplicada – CEEA em seu segundo ano. Com periodicidade mensal, essa Newsletter contempla, entre outros, análises atualizadas de temas como a conjuntura econômica internacional e nacional, considerando os principais indicadores econômicos, de mercado e cotações, estatísticas, projeções. Ela é organizada pelas seguintes seções: conjuntura, atividade econômica; emprego; juros; câmbio; crédito; inflação; investimento; indústria e indústria da construção civil, entre outros. Essa Newsletter também é um veículo de divulgação dos Sistema de Índices de Preços ao Consumidor do CEEA, sistema esse que efetua a produção contínua e sistemática de índices de Preços ao consumidor e da Cesta Básica nacional, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio).
Apresentação No Brasil, importantes e credenciados Institutos e Entidades de pesquisa fazem a pesquisa e a divulgação de estatísticas e informações econômicas confiáveis. São importantes e relevantes estatísticas, que são utilizadas por entidades para vários fins, entre eles como ferramenta de gestão. Entre essas estatísticas e informações, encontram-se, os índices que medem a inflação, ou seja a variação de preços de um conjunto de bens e serviços que componham as despesas habituais das famílias brasileiras. Chamados de índices de preço ao consumidor - IPC, esses índices medem o poder aquisitivo e o padrão de vida, dessas famílias. Visando a construção e produção de um indicador próprio, que meça o custo de vida ou o padrão de vida da comunidade acadêmica FEA, o CEEA promove, sistemática e periodicamente, uma pesquisa de preços, que serve para gerar um indicador (índice de preço) capaz de avaliar a evolução do custo de vida das famílias de alunos, funcionários e professores, da Faculdade de Engenharia e Arquitetura, da Universidade FUMEC. Esse índice de preço, especialmente construído, denominado IPC-FUMEC, permitirá conhecer o padrão de vida da comunidade. Para tal são pesquisados os preços, entre duas datas, de um conjunto de bens e serviços, de uma cesta básica que representa as despesas habituais com as necessidades médias de consumo habituais de um conjunto de elementos a ser pesquisado composto por aquelas famílias. Esse Índice, designado IPC-FUMEC. Esse Índice é calculado para um período de um mês. Nessa edição, estamos divulgando o resultado da inflação de janeiro-2017, medida pelo IBGE, e aquela medida pelo CEEA, representada pelo seu índice de inflação - IPC/FUMEC. Apresentamos também, o custo da cesta básica nacional regulamentada pelo Decreto-lei 399 de 1938, para execução da Lei n° 185 de 1936 calculado pelo CEEA e o custo da cesta básica que é atribuída às famílias de alunos, funcionários e professores, da Faculdade de Engenharia e Arquitetura, da Universidade FUMEC - Cesta básica CEEA. Todas estatísticas se baseiam em dados obtidos na pesquisa de preços de bens de consumo, realizada, mensalmente, pela nossa equipe de pesquisa de preços e, mensuraram o real poder de compra que a comunidade da FEA (famílias de professores, alunos e funcionários), em determinado período de tempo, no atendimento de suas necessidades de alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica, entre outros, durante um mês.
Conjuntura econômica
Atividade econômica
Segundo os economistas do IPEA, finalmente, a economia brasileira apresenta sinais de retomada. Os dados disponíveis apontam para um leve crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2017, após oito trimestres de queda na série com ajuste sazonal. Este crescimento deve ser puxado, na ótica da produção, pelos setores agropecuário e industrial; e, na ótica da despesa, pelo setor externo e por acumulação de estoques. A safra recorde de grãos esperada para o primeiro trimestre explica parte importante do crescimento do PIB, mas a retomada assenta em fatores com efeitos mais persistentes, que poderão afetar a trajetória econômica ao longo de todo o biênio 2017-18. Primeiro, a agenda de reformas levada adiante pelo Governo Federal tem aumentado a confiança dos agentes econômicos na recuperação do equilíbrio fiscal de longo prazo, bem como na superação de alguns dos entraves estruturais ao aumento da produtividade e do crescimento sustentado do país. Segundo, a queda da inflação abriu espaço para a redução da taxa de juros Selic pelo Banco Central do Brasil, provendo estímulos crescentes à retomada de gastos com investimento e consumo. Terceiro, o aumento recente nos preços das principais commodities no mercado internacional, aliado à recuperação gradual da confiança na política macroeconômica doméstica, tem levado a um processo de valorização cambial que, de um lado, barateia insumos e equipamentos importados, propiciando condições para novos investimentos; e, de outro lado, alivia o balanço das empresas endividadas em moeda estrangeira e reduz o custo do crédito externo – contribuindo ulteriormente para a redução do custo do capital no país.
Para o IPEA, a economia brasileira apresenta sinais de que a retomada esteja se iniciando. Embora os efeitos negativos associados à longa e intensa recessão brasileira ainda se façam presentes em vários setores da economia – refletidos na queda de 3,6% do PIB em 2016 –, vários indicadores referentes aos primeiros meses de 2017 confirmam a percepção de que a atividade econômica tem apresentado alguma melhora. Após a produção industrial permanecer praticamente estável em janeiro (de acordo com o último dado divulgado pelo IBGE), o Indicador Ipea de Produção Industrial2 prevê avanço de 0,3% ante o período anterior, o que deixaria um carry-over de 1,8% para o primeiro trimestre de 2017 – ou seja, caso a produção tenha crescimento nulo em março, o trimestre fecharia com aumento de 1,8%. A melhora dos indicadores que medem os níveis de confiança também reforça o quadro de início de retomada da economia. Apesar disso, dada a elevada capacidade ociosa na indústria, os investimentos seguem uma trajetória ainda marcada por instabilidade. Ainda que as perspectivas para os próximos trimestres sugiram uma recuperação gradual, alguns fatores podem tornar mais benigno este balanço de riscos. Com o prosseguimento do ciclo recessivo, que implicou um profundo ajuste no mercado de trabalho, a trajetória dos preços vem finalmente perdendo fôlego e já existe a expectativa de convergência do IPCA para um valor abaixo do estabelecido pelo sistema de metas de inflação em 2017. Além disso, como foi colocado acima, a crise gerou uma elevada capacidade ociosa na indústria, o que permitirá uma recuperação da demanda sem grandes riscos inflacionários.
As perspectivas positivas estão fortemente condicionadas à aprovação das reformas estruturais. As expectativas revelam crescimento esperado de 0,5% para este ano, o que implica que o PIB do último trimestre de 2017 seria aproximadamente 2,4% superior ao do último trimestre de 2016. A previsão é de crescimento um pouco mais rápido já em 2017, de 0,7%, refletindo o aumento da confiança, a queda da taxa básica de juros em termos reais e o fim do ciclo de ajuste dos estoques. Para 2018, a previsão é de que o crescimento acelere para 3,4% (maior que os 2,5% da previsão mediana do mercado).
A ItauBBA elevou de 0,5% para 1,4% a projeção do PIB no 1T17. O resultado decorre principalmente da contribuição positiva do PIB agropecuário, beneficiado por altas projetadas de 16% da safra de soja e de 46% da safra de milho em relação a 2016. Estimamos que a maior parte da contribuição positiva seja no 1T17, dada a metodologia usada pelo IBGE para distribuir a produção de cada safra entre os trimestres. O PIB da indústria também deve contribuir positivamente no 1T17. Apesar da estagnação observada nos dois primeiros meses do ano (queda de 0,2% e alta de 0,1%, respectivamente, após ajustes sazonais) e de nossa projeção para março (queda de 0,7%), a forte alta observada em dezembro de 2016 garante um carrego estatístico positivo que afeta o 1T17.
Inflação
Emprego
Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do mês de março apresentou variação de 0,25% e ficou abaixo dos 0,33% de fevereiro em 0,08 ponto percentual (p.p.). Desde 2012, quando situou-se em 0,21%, não há registro de IPCA mais baixo para os meses de março. Com este resultado, o primeiro trimestre do ano está em 0,96%, percentual bem inferior aos 2,62% de igual período de 2016. Constitui-se no menor resultado de primeiro trimestre desde o início do Plano Real, em 1994. No acumulado dos últimos doze meses o índice desceu ainda mais, foi para 4,57%, menos do que os 4,76% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2016 o IPCA foi 0,43%.
O mercado de trabalho brasileiro vem enfrentando, segundo Itaú/BBA ao longo dos últimos dois anos, um período de forte deterioração, combinando sucessivas retrações no nível de ocupação e renda. A despeito de uma melhora recente no nível de atividade, os efeitos positivos desta retomada sobre o cenário de emprego ainda estão em fase inicial e, portanto, são pouco evidentes, tendo em vista que o mercado de trabalho reage lentamente às mudanças nos ciclos econômicos. Após encerrar o último trimestre de 2016 com uma taxa de desemprego de 12,6%, a desocupação continuou a acelerar em 2017, atingindo 13,2%, na média, entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017. Em que pese esta piora no comportamento da taxa, a análise das variáveis determinantes do desemprego mostra que, na margem, já há uma desaceleração no ritmo de contração da população ocupada, cujo impacto sobre a desocupação vem sendo anulado pela expansão da população economicamente ativa (PEA).
Já para o mês de abril, o IPCA-15 registrou variação de 0,21% em abril, resultado abaixo da estimativa e da mediana das expectativas de mercado. Com isso, a taxa em 12 meses recuou para 4,41%, após ter atingido 4,73% em março. As maiores contribuições de alta no mês vieram dos grupos saúde e cuidados pessoais, alimentação e bebidas, e habitação. No sentido contrário, os grupos transportes e artigos de residência registraram taxas negativas. A maior parte do desvio em relação à nossa estimativa veio do subgrupo alimentação no domicílio. Apesar de o resultado abaixo do esperado do IPCA-15, revisou-se para cima a previsão para a alta do grupo alimentação, haja vista os resultados das coletas de preços na margem apontarem para preços mais pressionados, especialmente dos alimentos in natura. Dessa forma, ajustou-se ligeiramente a projeção para o IPCA do mês fechado de 0,13% para 0,15%, o que resultará em uma queda na taxa em 12 meses para 4,1%.
A análise mais detalhada dos números do mercado de trabalho, objetivo principal desta seção da Carta de Conjuntura, revela muitas informações importantes que mostram com mais clareza o que está por trás dos números agregados da taxa de desemprego. De acordo com os microdados extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) trimestral, a PEA apresentou alta de 1,4%, em 2016, pressionada pelo comportamento dos declarados “não chefes de família”, cuja variação de 2,7% no período reflete o ingresso de um ou mais membros do domicílio na força de trabalho, a fim de recompor a renda familiar perdida com o agravamento da recessão. No caso da ocupação, as estatísticas da PNADC revelam que os efeitos da crise atingem os trabalhadores de maneira diferenciada, afetando com maior intensidade a população mais jovem e com menor nível educacional. Na desagregação por faixa etária, nota-se que enquanto o número de jovens de 14 a 24 anos ocupados recuou 8,4%, em 2016, o contingente dos trabalhadores com mais de 59 anos cresceu 1,1%, sendo o único segmento a apresentar variação positiva no ano passado. Já os trabalhadores com idade entre 25 e 49 anos, que correspondem a 62% de toda a população ocupada, sofreram uma redução de 1,4% no ano passado.
Juros
Câmbio
As taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser reduzidas em março/2017, sendo esta a quarta redução consecutiva e quinta redução em 02 anos. Este resultado pode ser atribuído aos fatores abaixo: Redução da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central em sua última reunião do COPOM realizada em 22/02/2017..Expectativa de novas reduções da Selic frente à redução da inflação.
Taxa de câmbio segue flutuando em torno dos 3,20, acompanhando a moeda que terminou o primeiro trimestre cotada a 3,12 reais por dólar. Nas últimas semanas do trimestre, o dolar terminou cotado a 3,12 reais por dólar, pressionado com o vencimento de US$ 4,2 bi de swaps cambiais. Com depreciação de 0,45% em relação à semana anterior, o real teve performance pior que as moedas pares. Nas últimas semanas, a autoridade monetária terminou a rolagem dos contratos com vencimento em abril, deixando vencer US$ 4,2 bi. O estoque de swaps cambiais encontra-se atualmente em US$ 18 bi. A autoridade monetária também vendeu US$ 550 mi dos US$ 2 bi ofertados nos leilões de linha. Entre o dia 20/março e 24/março foram registradas saídas de US$ 2,5 bi no financeiro e entradas de US$ 2 bi no comercial. Em março, o fluxo cambial está positivo, com entradas de US$ 3 bi. Não houve emissões de empresas brasileiras no exterior na semana passada. No mês, o total de captações externas somou US$ 2,25 bi, e no ano US$ 10 bi. O fluxo estrangeiro para o mercado acionário está negativo em US$ 1,42 bi em março. Foram registradas saídas de US$ 1 bi no mercado à vista e de US$ 425 mi no mercado futuro. Nas últimas semanas, investidores estrangeiros diminuíram suas posições compradas em dólar futuro em US$ 2 bi. Investidores institucionais aumentaram suas posições vendidas em dólar futuro em US$ 1,4 bi e diminuíram suas posições vendidas em cupom cambial em US$ 1 bi. Posições de investidores estrangeiros, bancos e investidores institucionais somam US$ 8,6 bi, US$ 17 bi e US$ -5,4 bi, respectivamente. Pode-se destacar que a valorização cambial, que, em termos nominais, já atingiu cerca de 22% entre fevereiro de 2016 e o mesmo mês de 2017, tem impactos negativos sobre exportações e positivos sobre importações. Uma melhora de aproximadamente 25% dos termos de troca entre janeiro deste ano (último dado disponível) e janeiro do ano passado. A valorização cambial é explicada, principalmente, pela forte redução do risco país, de quase 50% no mesmo período. Dado o avanço das reformas econômicas e a retomada do crescimento, pode-se prever que a percepção de risco deverá continuar caindo nos próximos meses. Ao mesmo tempo, a melhoria dos termos de troca resulta basicamente do aumento dos preços de exportação, uma vez que os preços de importação vêm se mantendo razoavelmente constantes. Este fenômeno será analisado em maior detalhe mais adiante e será visto que este movimento também deverá se manter.
Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas reduziram suas taxas de juros no mês. A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,03 ponto percentual no mês.
Entretanto, a ata da reunião de abril do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) traz de volta a sinalização assimétrica sobre os futuros passos de política monetária, que havia sido removida do comunicado da reunião. Um trecho importante revela que o comitê considerou um movimento mais agressivo do que o corte implementado de 1,0 p.p., mas acabou optando pela aceleração "moderada", dado o caráter prospectivo da condução de política monetária e a incerteza em torno do cenário. Acreditamos que o Copom fará outro corte de 1,0 p.p. na próxima reunião de política monetária. No entanto, novas frustrações com os dados de atividade e, em menor escala, mas também relevante, uma queda mais rápida nas expectativas de inflação e o avanço das reformas econômicas no Congresso podem levar o Copom a acelerar um pouco mais. Em suma, a assimetria está de volta.
Atividade industrial A Instabilidade na política e na economia, estoques elevados e dificuldades de acesso ao crédito, segundo a CNI, foram fatores determinantes para a maior frustração dos planos de investimento da indústria, nos últimos anos. Em 2016, apenas 67% das empresas investiram, sete pontos percentuais abaixo do percentual observado em 2015 e menor patamar da série histórica da pesquisa Investimentos na Indústria, iniciada em 2010. A incerteza econômica ainda pesa sobre a decisão de investir, neste ano de 2017: apenas 67% das empresas têm investimentos planejados, segundo o estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entretanto, existe uma melhora das expectativas do empresário com os rumos da economia contribuiu para o aumento do otimismo na indústria. Em fevereiro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) chegou a 53,1 pontos, 3 pontos acima do indicador de janeiro. Embora o nível de confiança ainda seja baixo, o indicador começa a revelar a consolida- ção de um novo patamar de perspectiva para o curto prazo. Para efeito de comparação, no mesmo mês de 2016, o ICEI estava em, apenas, 37,1 pontos Os sinais de retomada são tímidos, mas a indústria brasileira parece ter iniciado 2017 em situação melhor. Em janeiro, os níveis de produção e de emprego permaneceram em queda, embora em ritmo menor na comparação anual, como mostrou a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada em 20 de fevereiro. No primeiro mês do ano, o índice de evolução da produção ficou em 44,2 pontos, superior ao registrado no mesmo período de 2016 e de 2015, indicando menor retração. Por outro lado, a ociosidade permanece elevada, com apenas 63% da capacidade produtiva da indústria sendo utilizada.
A Construção civil Sondagem da Construção realizada pelo SindusCon-SP junto à empresas do setor mostra diminuição do pessimismo na avaliação da condução da política econômica. Este indicador registrou alta de 2,8% (para 48,72 pontos) no trimestre formado pelos meses de dezembro de 2016, janeiro e fevereiro de 2017, na comparação com os três meses anteriores (setembro, outubro e novembro). Apurada trimestralmente pelo SindusCon-SP, a sondagem segue uma escala que vai de “0” a “100”, tendo o valor “50” como centro. Ou seja, abaixo de “50” pode ser interpretado como um desempenho não favorável. O otimismo com a inflação reduzida é o ponto mais marcante dessa percepção: o indicador alcançou o patamar mais alto desde o final de 2009 com crescimento de 58,1% (para 57,04 pontos). Para o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, “a queda da inflação e a expectativa de aprovação das reformas econômicas e das medidas de melhoria do ambiente de negócios contribuíram para reduzir o pessimismo da construção”. Ele ressalva, entretanto, que as empresas ainda não vislumbram recuperação no curto prazo. “A percepção é que a indústria da construção é que o volume de obras voltará a crescer com mais força em 2018”, observa. Outro indicador que também registrou melhora na comparação interanual foi dificuldades financeiras, com redução de 2,5%, para 64,11 pontos (valores abaixo de “50” significam dificuldades menores). Embora ainda em patamar elevado, o indicador vem registrando queda desde maio do ano passado. “Com a redução mais expressiva das taxas de juros prevista para 2017, o indicador deve ter queda maior ao longo do ano”, avalia Romeu Ferraz. A percepção em relação aos custos setoriais também apresentou variação positiva – de 3,6% (54,59 pontos) – refletindo a evolução mais favorável observada no passado. Em 2016, os custos com materiais tiveram variação bem menor que a inflação. No que diz respeito às expectativas para o crescimento econômico, os empresários ainda não estão otimistas (variação de -0,1% para 31,90 pontos), mas houve uma melhora significava em relação ao ano passado, com alta de 177,4% em um ano.
O Sistema de Índices de Preços ao Consumidor do CEEA, divulga a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor e da Cesta Básica Nacional e do CEEA, que tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). Todas estatísticas se baseiam em dados obtidos na pesquisa de preços de bens de consumo, realizada, mensalmente, pela nossa equipe de pesquisa de preços e, mensuraram o real poder de compra (custo de vida) que a comunidade da FEA (famílias de professores, alunos e funcionários) apresenta, em determinado período de tempo, no atendimento de suas necessidades de alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica, entre outros, durante um mês. Entende-se por custo de vida o total das despesas efetuadas para se manter certo padrão de vida, sendo o total dessas despesas referido à cesta mais barata dentre aquelas que refletem o mesmo padrão de vida. o padrão de vida de uma pessoa varia de acordo com o seu salário: quanto maior, melhor deverá ser o seu padrão de vida. Assim, é possível caracterizar o padrão de vida de uma pessoa pela quantidade de bens e serviços que ela consome, ou seja, pela sua cesta de compras. A cesta de compras de uma pessoa é formada pelo conjunto de mercadorias e respectivas quantidades que ela consome durante um certo período de tempo. Logo, uma cesta de compras reflete um padrão de vida. O Índice de Custo de Vida de uma pessoa mede a variação percentual que o seu salário deve sofrer de modo a permitir que ela mantenha o mesmo padrão de vida. O Índice de Preços ao Consumidor pode ser visto como uma aproximação do verdadeiro Índice de Custo de Vida, daí ser compreensível que seja popularmente chamado desta forma.
Inflação IPCA (INFLAÇÃO OFICIAL) Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do mês de março apresentou variação de 0,25% e ficou abaixo dos 0,33% de fevereiro em 0,08 ponto percentual (p.p.). Desde 2012, quando situou-se em 0,21%, não há registro de IPCA mais baixo para os meses de março. Com este resultado, o primeiro trimestre do ano está em 0,96%, percentual bem inferior aos 2,62% de igual período de 2016. Constitui-se no menor resultado de primeiro trimestre desde o início do Plano Real, em 1994. No acumulado dos últimos doze meses o índice desceu ainda mais, foi para 4,57%, menos do que os 4,76% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2016 o IPCA foi 0,43%. Veja a tabela a seguir:
INFLAÇÃO CEEA Segundo o CEEA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – IPC/FUMEC do mês de março apresentou variação de 1,0%%. Veja a tabela a seguir: Índice de preço ao consumidor - IPC/Fumec Grupo Variação % Índice geral Alimentos e bebidas Habitação Artigos de residência Vestuário Transportes Saúde e cuidados pessoais Despesas pessoais Educação Comunicação
1,00% 3,78% -0,18% 2,47% 0,00% 0,00% -0,18% -1,21% 0,01% 0,00%
CESTA BÁSICA OFICIAL – CESTA BÁSICA CEEA CESTA BÁSICA NACIONAL Diversos países têm buscado formas para solucionar o problema do consumo mínimo das populações. No Brasil, o primeiro passo tomado nesse sentido foi o estabelecimento de uma cesta básica regulamentada pelo Decreto-lei 399 de 1938, para execução da Lei n° 185 de 1936 (BRASIL, 1994), que instituiu as comissões de salários mínimos. A Cesta Básica Nacional está definida no Decreto Lei 399, tanto em relação aos produtos a serem pesquisados, quanto suas respectivas quantidades. Posteriormente, o salário mínimo foi regulamentado pelo decreto-lei 2162 de 1940, cujo conceito e princípios foram mantidos na Constituição Federal de 1988, Art. 7°, inc. IV: A cesta básica de alimentos é definida como o conjunto de bens que entram no consumo básico de uma família de trabalhador, variando conforme o nível de desenvolvimento social do país. A princípio, a “Ração Essencial” determinada pelo decreto-lei 399/38, é constituída dos itens e quantidades que contém a cesta básica, para atender as necessidades mensais de consumo de um trabalhador (tabela abaixo):
BELO HORIZONTE - Custo da cesta básica nacionall calculada pelo CEEA - Março 2017 VARIAÇÃO (%) ITEM
PRODUTO
1
Chã de dentro
kg
6,00
29,35
176,10
9,51
2
Batata Inglesa
kg
6,00
4,09
24,54
313,13
3
Feijão Carioquinha
kg
4,50
5,78
26,01
-3,51
4
Pão Francês
kg
6,00
15,9
95,40
3,99
5
Açucar Cristal
kg
3,00
11,98
7,19
-4,69
6
Farinha de Trigo
kg
1,50
3,52
5,28
6,99
7
Café moído
kg
0,60
10,98
13,18
-7,65
8
Óleo de Soja
Unidade
1,00
5,98
9
Arroz
kg
3,00
16,9
10,14
10
Leite Pasteurizado
Litro
7,50
2,69
20,18
-3,58
11
Manteiga
kg
0,75
16,98
25,47
11,05
12
Banana Caturra
kg
12,00
5,38
64,56
80,54
13
Tomate Santa Cruz
kg
9,00
5,99
53,91
118,61
521,95
21,22
UNIDADE QUANTIDADE Preço (R$)
TOTAL
CUSTO (R$)
ACUMULADO
MENSAL
ANO
12 MESES
-100,00 -6,06
Belo Horizonte - índice e variações do custo da cesta básica calculado nacional pelo CEEA e do salário mínimo - Março 2017 Variáveis Valor (R$)
Cesta Básica
IPCA
521,95
Salário Mínimo 937,00
Índice de Base Fixa (Set/16=100)
Variação (%)
No mês
0,38
-
No ano
0,38
-
12 meses
5,35
-
Relação entre o custo da cesta básica e o salário mínimo (%)
0,56
Belo Horizonte - Cesta básica nacional por Entidade pesquisadora - Março 2017 DIEESE 389,69 IPEAD 409,68 CEEA 521,95
CONTRIB (P.P.)
CUSTO DA CESTA BÁSICA ATRIBUÍDA ÀS FAMÍLIAS DE ALUNOS, FUNCIONÁRIOS E PROFESSORES, DA FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA, DA UNIVERSIDADE FUMEC
BELO HORIZONTE - Custo da cesta básica do CEEA - Março 2017 em R$ VARIAÇÃO (%) ITEM
PRODUTO
UNIDADE
Qt
Preço
CUSTO
MENSAL
ACUMULADO ANO
12 MESES
Produto de sacolão 1
Alho
kg
0,2
29,99=(Março!F6-Fevereiro!F6)*100/'Fevereiro!F6 5,998
2
Banana
kg
12
5,38
64,56
3
Batata
kg
6
4,09
24,54
4
Cebola
kg
1
3,19
3,19
5
Cenoura
kg
1
4,59
4,59
6
Chuchu
Kg
1
1,79
1,79
7
Couve
Unidade
1
1,59
1,59
8
Laranja
kg
1
4,49
4,49
9
Mandioca
kg
1
2,96
2,96
10
Ovos
Dúzia
1
5,99
5,99
11
Repolho
Unidade
1
1,68
1,68
12
Tomate
kg
9
5,99
53,91
13
Vagem
Kg
0,3
17,99
Total
5,397 180,685
Produto de elaboração primaria 14
Arroz (tipo 1)
5Kg
3
16,9
10,14
15
Carne (alcatra)
kg
6
28,8
172,8
16
Frango (resfriado)
kg
1
10,99
10,99
17
Feijão
kg
4,5
5,78
26,01
18
Leite
1L
7,5
2,69
20,175
Total
240,115
Produto industrializado 19
Açucar
5 kg
3
11,98
20
Biscoito maisena/maria
Pcte/200gr
1
2,09
2,09
21
Café
500 g
0,6
10,89
13,068
22
Extrato tomate
340 g
1
2,39
2,39
23
Farinha mandioca
kg
1
6,49
6,49
24
Farinha de trigo
kg
1,5
3,52
5,28
25
Fubá
kg
0,5
2,5
1,25
26
Macarrão talharim
500 g
1
3,18
3,18
27
Manteiga
500g
0,75
16,98
25,47
28
Oleo soja
900ml
1
3,28
3,28
29
Pão frances
kg
6
15,9
95,4
30
Queijo mussarela
Kg
1
39,9
39,9
31
Sal refinado
kg
1
1,98
1,98
32
Salsicha (comum)
Kg
1
7,98
15,96
33
Vinagre
750ml
1
7,188
0
Total
222,926
Material de limpeza 34
Agua sanitária
1L
1
2,39
2,39
35
Amaciante
2L
1
7,19
7,19
36
Detergente
500 ml
1
1,68
1,68
37
Multiuso
500ml
1
38
Sabão azul (barra 200g)
Pcte c/6 und
1
5,49
5,49
39
Sabão em pó
Kg
1
8,89
0
Total
8,89 25,64
Artigos de limpeza 40
Absorvente (sem abas)
Pcte/8un
1
3,69
41
Creme dental (com fluor)
1
3,19
3,19
42
Desodorante
90 g spray 90/100ml
1
10,75
10,75
43
Papel higiênico (folha duplas)
Pcte c/04
1
6,79
6,79
44
Sabonete (branco, tablete)
90 g
1
1,49
3,69
1,49
Total
25,91
CESTA BÁSICA
695,28
Índice e variações do custo da cesta básica CEEA e do salário mínimo - Março 2017 Variáveis Valor (R$)
Cesta Básica
IPCA
695,28
Salário Mínimo 937,00
Índice de Base Fixa (Set/16=100) Variação (%)
No mês
0,25
-
No ano
0,96
-
12 meses
4,57
-
Relação entre o custo da cesta básica e o salário mínimo (%)
0,74
CONTRIB (P.P.)