Newsletter maio 2017

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Maio 2017

Informativo econĂ´mico

Newsletter

Centro de economia e estatĂ­stica aplicada CEEA


Newsletter O Centro de Economia e Estatística Aplicada - CEEA foi criado

EXPEDIENTE

em 2015, como uma unidade técnica, para desenvolver atividades de investigação, estudo e análise científica na área da Economia, Probabilidade, Estatística e suas aplicações, em domínios de

Newsletter

intervenção multidisciplinar em áreas como a Engenharia e outros

Uma publicação do Centro de Economia e

campos científicos.

Estatística Aplicada – CEEA

O Centro de Economia e Estatística e Aplicada – CEEA tem como missão:

Produzir e compartilhar conhecimentos e estatísticas, contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade do conhecimento.

Produtos        

Pesquisas de mercado; Índices de satisfação; Consultoria técnica; Índices de preço; Sondagens e dados estatísticos; Mercado imobiliário; Modelos econométricos Outros

Conselho

Externo

de

Aconselhamento

Colaborador – Ana Paula Venturini

Alunos bolsistas - Amanda Leroy, Ana Andrade, Ana Sílvia, Bruna Morais, Iane Reis, Laís Maciel, Maria Eduarda

Contatos Faculdade de engenharia e arquitetura – FEA/FUMEC

Conselho Externo de Aconselhamento

O

Editor – José Henrique da Silva Júnior

é

constituído

por

Rua Cobre, 200 Bairro Cruzeiro CEP: 30.310-190 Belo Horizonte / MG Brasil

individualidades de reconhecido mérito, nas áreas de Probabilidade, Estatística e suas aplicações. Compete ao Conselho Externo de Aconselhamento disponibilizar-se à

www.centrodeeconomiaeestatistica.com

orientação da investigação a ser levada a cabo pelo Centro de Economia e Estatística Aplicada - CEEA. Membros do Conselho Consultivo

Professora Ms. Ana Paula Venturini Professor Ms. Alexandre Lima Assunção Professor Dr. Eduardo Chahud Professor Dr. João Mário Andrade Pinto Professor Dr. José Henrique da Silva Júnior Professor Ms. Luiz Helbert Pacheco de Lima Professor Dr. Luiz Antônio Melgaço N. Branco

centrodeeconomiaeestatistica@fumec.br


M ensagem dos editores Estamos publicando mais uma edição da Newsletter do Centro de Economia e Estatística Aplicada – CEEA. Com periodicidade mensal, essa Newsletter contempla, entre outros, análises atualizadas de temas como a conjuntura econômica internacional e nacional, considerando os principais indicadores econômicos, de mercado e cotações, estatísticas, projeções. Ela é organizada pelas seguintes seções: conjuntura, atividade econômica; emprego; juros; câmbio; crédito; inflação; investimento; indústria e indústria da construção civil, entre outros. Na seção de relativa ao Sistema de preços ao consumidor são apresentados dados e informações econômicas de caráter nacional e municipal tendo como área de abrangência, o município de Belo Horizonte. São os preços, índices de preços e custos da Construção Civil e os preços e índices de preços ao consumidor - custo de vida, entre eles: a Cesta Básica Nacional, a Cesta Básica do CEEA, a inflação oficial medida pelo IPCA/IBGE e a inflação medida pelo IPC/FUMEC. Os valores da inflação e o Custo da Cesta Básica, medidos pelo IPC/FUMEC e Cesta Básica do CEEA, são produzidos pelo Centro e, mensuraram o real poder de compra da comunidade da FEA (famílias de professores, alunos e funcionários), em determinado período de tempo, no atendimento de suas necessidades de alimentação, moradia, educação, vestuário, transporte, higiene pessoal e limpeza doméstica, entre outros, durante um mês de referência. Os dados disponibilizados são de uso público. É permitida sua reprodução e utilização em tabelas, gráficos, mapas e textos, desde que o CEEA seja citado, inclusive nas referências bibliográficas. O CEEA é resultante do Projeto de pesquisa de preços, financiado com recursos do edital do ProPIC 2015/16, para a produção do índice de inflação designado IPC/FUMEC. Esse Índice indica a evolução do custo de vida ou padrão de vida dos alunos, funcionários e professores da Faculdade de Engenharia e Arquitetura (FEA) - Universidade FUMEC.

Apresentação Publicado a pouco tempo, o texto intitulado "Recessão e corrupção: a podridão crescente no Brasil", de autoria do principal diário de economia e finanças da Grã-Bretanha, Financial Times, afirma que "incompetência, arrogância e corrupção quebraram a magia" do país, que poderá enfrentar "tempos mais difíceis." Num momento em que o Brasil luta para sair de uma das piores recessões da sua história, e em que a economia tarda a reagir mesmo em face de um intenso ciclo de afrouxamento monetário, vale a pena prestar atenção aos índices de incerteza: o desemprego já atinge mais de 14 milhões de pessoas; a insegurança cresce, tornando boa parte da população das grandes cidades; os estados estão falidos; a classe política desacreditada pela maioria da população; a desaprovação do governo Temer bateu recorde; há, ainda, no horizonte, o fantasma da Lava Jato que não se sabe que novos tsunamis poderá trazer no seio do governo e de sua base aliada, e, por último, uma crescente percepção de que, aprovadas as reformas, o país poderá entrar num processo de judicialização. Quanto ao ambiente global, pode-se dizer que ainda é favorável para mercados emergentes, apesar dos preços mais baixos das commodities :• O cenário global continua favorável aos mercados emergentes, com crescimento global melhor e riscos menores. • Nos EUA, espera-se que o crescimento acelere no 2T17. O Fed, banco central dos EUA, deve aumentar a taxa de juros dos Fed Funds em junho, e manter uma trajetória gradual. • Na zona do euro, eleva-se a projeção do PIB de 1,6% para 1,8% em 2017, e de 1,3% para 1,5% em 2018, uma vez que os riscos políticos não se concretizaram. • A economia chinesa provavelmente desacelerará após um primeiro trimestre forte, diante das políticas mais apertadas. No entanto, os formuladores de políticas devem manter uma postura cautelosa para evitar excessos, já que a economia está em uma posição cíclica melhor e as saídas de capital continuam moderadas (reduzindo os riscos de desvalorização cambial). • Avalia-se que a queda recente dos preços das commodities é uma correção, e não uma tendência.


Conjuntura econômica Segundo analistas de mercado, após uma sequência de dados, entre dezembro e fevereiro, consistentes com o avanço da atividade, os resultados fracos de março trazem dúvidas quanto à robustez da retomada. A produção industrial recuou 1,8% em março, após dois meses de estagnação. As quatro categorias econômicas recuaram no mês: bens de consumo duráveis (-8,5%), outros bens de consumo (-1,8%), bens de capital (-2,5%) e bens intermediários (-2,5%). Destruição de empregos formais voltou a aumentar. Em março, houve destruição líquida de 63,6 mil empregos formais (segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados Caged). Em dados dessazonalizados, a média móvel de três meses recuou de -36 mil para -55 mil. As admissões, que costumam reagir antes da criação líquida de empregos, voltaram a recuar após cinco altas consecutivas. A taxa de desemprego nacional subiu para 13,2% em março ante 13,1% em fevereiro. Essa foi a 28ª alta consecutiva do indicador. Projeta-se que o desemprego vai continuar em alta ao longo de 2017, apesar do cenário de recuperação do crescimento, uma vez que o ciclo de contração da atividade econômica ainda não teve seu impacto completo no mercado de trabalho. O cenário é de desemprego em 13,8% no 4º Trimestre de 2017 e de 13,6% no 4º Trimestre de 2018. Apesar da fraqueza dos resultados de março, mantem-se o cenário de crescimento de 1,4% do PIB no 1º Trimestre de 2017. A projeção se baseia em forte contribuição da produção agropecuária, carrego favorável da produção industrial, que não deve continuar no segundo trimestre, e estabilização dos serviços. Crescimento mais fraco no 2º Trimestre de 2017. Projeta-se 0,2% de crescimento trimestral dessazonalizado para o 2º Trimestre 2017. A desaceleração do crescimento se dá pela reversão dos dois principais fatores que devem contribuir para a alta do PIB no 1º Trimestre 2017: o PIB agropecuário deve ter ligeira contribuição negativa e o carrego da produção industrial vai ser negativo. Além disso, os indicadores coincidentes sugerem estagnação do ritmo de atividade. Cabe registrar, também, que certos indicadores de atividade para o mês de abril podem ter comportamento atípico, em função da concentração de feriados e da ocorrência de paralizações sindicais no mês. Há, no entanto, sinais de melhora no consumo. A queda recente da inflação diminui a contração da renda real das famílias, e o saque das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) melhora o balanço das famílias e estimula o consumo. Esses fatores podem ser temporários, mas afetam a atividade antes dos cortes de juros afetarem a demanda agregada. Desse modo, mantem-se o cenário de crescimento de

Atividade econômica A economia brasileira apresentava sinais de retomada. Os dados disponíveis apontavam para um leve crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2017, após oito trimestres de queda na série com ajuste sazonal. Este crescimento foi puxado, na ótica da produção, pelos setores agropecuário e industrial; e, na ótica da despesa, pelo setor externo e por acumulação de estoques. Entretanto, segundo informações publicadas pela Itaú BBA, após três meses relativamente bons, dezembro, janeiro e fevereiro, e um crescimento do PIB possivelmente robusto no 1º trimestre, a expansão da atividade parece ter desacelerado para um ritmo mais suave desde março. A criação de empregos líquida no setor formal ficou em -64 mil em março, contra um consenso de +5 mil. Além disso, a taxa de desemprego foi uma surpresa desfavorável este mês. Os indicadores de produção industrial e vendas no varejo para março também surpreenderam negativamente, e por amplas margens, assim como a atividade do setor de serviços, ainda que de forma menos enfática. O índice de atividade do Banco Central veio um pouco melhor do que o esperado em março, em -0,4% sobre o mês anterior, com ajuste sazonal, contra um consenso de -0,9% na mesma comparação. Mas os dados de abril, por exemplo para o setor automotivo e indústrias de papelão, também vieram negativos, reforçando a visão de que o PIB do 2º trimestre será mais fraco - em parte porque o impulso do setor agrícola não será tão forte quanto nos primeiros meses do ano. O ritmo de atividade mais moderado desde março pode ser apenas isto, um pequeno tropeço no caminho para uma recuperação mais forte. Mas, também pode ser interpretado como um sinal perigoso de que a economia poderia estar enfrentando um “double dip” (quando a atividade volta a contrair após um breve período de crescimento). Dada a profundidade e gravidade da recessão, não seria surpreendente que as autoridades se voltassem para a visão menos otimista e agissem de acordo.


Inflação Segundo o IBGE, O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do mês de abril apresentou variação de 0,14% e ficou abaixo dos 0,25% de março em 0,11 ponto percentual (p.p.). Com isto o resultado no ano está em 1,10%, percentual bem inferior aos 3,25% de igual período de 2016. Na ótica dos últimos doze meses o índice desceu para 4,08%, menos do que os 4,57% do mês anterior, constituindo-se na menor taxa em 12 meses desde julho de 2007, quando se situou em 3,74%. Em abril de 2016, o IPCA foi 0,61%.

A inflação brasileira vem apresentando, desde o último trimestre de 2016, um comportamento marcado por sucessivas desacelerações, cuja magnitude vem surpreendendo positivamente. Após encerrar o ano passado com uma taxa de inflação de 6,4%, abaixo das expectativas iniciais2 e inferior ao teto da banda de tolerância (6,5%), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reforçou sua trajetória de convergência à meta inflacionária, de modo que, em abril, a variação acumulada em 12 meses já se encontrava em 4,08%. Observa-se que a desinflação tende a ensejar debate, bem-vindo, sobre a redução da meta para a inflação. O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reunirá no mês de junho para reavaliar a meta de inflação de 4,5% para 2018, bem como definir a meta para o ano seguinte. Os principais fatores de risco para o cenário de inflação seguem atrelados às questões políticas domésticas. Dificuldades no processo de avanço das reformas e ajustes necessários também podem gerar apreensões nos mercados e resultar em impactos adicionais sobre os prêmios de risco e sobre a taxa de câmbio, assim como exigir medidas fiscais alternativas, como aumento de impostos. No tocante ao avanço das reformas, as atenções se voltam para as negociações em torno da aprovação da reforma da previdência, sem mudanças substanciais em relação à proposta aprovada na Comissão Especial da Câmara dos Deputados.

Emprego Segundo análise da Itaú BBA, a intensa deterioração do nível de emprego na recessão recente leva naturalmente ao seguinte questionamento: será possível haver uma recuperação da atividade econômica sem que antes haja uma recuperação do emprego? Pode-se ter, como em outros países, uma “jobless recovery”? Tendo como base as recessões passadas no Brasil, mostra-se que uma eventual retomada do crescimento econômico após a recessão iniciada em junho/2014 não depende necessariamente de uma queda expressiva da taxa de desemprego, nem de uma forte recuperação do consumo. Acredita-se que o elevado nível de desemprego é compatível com a continuidade do processo de desinflação, inclusive ao longo de 2018. A recessão brasileira iniciada em junho/2014[1] produziu uma queda expressiva no nível de emprego. A taxa de desemprego nacional dobrou, subindo de 6,6% em meados de 2014 para 13,2% atualmente. Esta intensa deterioração do nível de emprego na recessão recente leva naturalmente ao seguinte questionamento: Será possível haver uma recuperação da atividade econômica sem que antes haja uma recuperação do emprego? A resposta para esta pergunta demanda uma análise da produtividade do trabalho. Se a economia crescer com base em ganhos de produtividade, é possível que observe-se uma recuperação expressiva da atividade econômica, antes de uma recuperação expressiva do nível de emprego. Em outras palavras, se cada trabalhador já empregado na economia aumentar seu nível de produção, o PIB cresce sem necessidade de aumento no pessoal ocupado.


Juros

Câmbio

As taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser reduzidas em abril. Das seis linhas de crédito pesquisadas, todas reduziram suas taxas de juros no mês. A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,20 pontos percentuais no mês (5,58 pontos percentuais no ano) correspondente a uma redução de 2,48% no mês (3,63% em doze meses) passando a mesma de 8,07% ao mês (153,78% ao ano) em março/2017 para 7,87% ao mês (148,20% ao ano) em abril/2017 sendo esta a menor taxa de juros desde fevereiro/2016.

Na semana passada, o noticiário político gerou grande instabilidade nos mercados financeiros. Aumentaram as incertezas em relação à aprovação da reforma da previdência e à estabilidade fiscal do país. Com isso, a moeda brasileira terminou cotada a 3,25 reais por dólar depois de ter alcançado 3,40 ao longo da semana. O real teve depreciação de 4,1% na semana, a pior performance semanal desde novembro de 2016.

Quanto aos juros no fururo, a ata da reunião de abril sinalizou assimetria sobre os futuros passos de política monetária. Um trecho importante revela que o Comitê de Política Monetária (Copom) considerou um movimento mais agressivo do que o corte implementado de 1,0 p.p., que levou a taxa Selic para 11,25% a.a. O comitê acabou optando pela aceleração "moderada", dado o caráter prospectivo da condução de política monetária e a incerteza em torno do cenário. Acredita-se que o Copom fará outro corte de 1,0 p.p. na próxima reunião de política monetária, em 30 e 31 de maio, mas há risco de um corte maior. Em particular, uma possível votação favorável à reforma da Previdência ainda em maio na Câmara dos deputados representaria uma importante redução da incerteza em torno do cenário e aumentaria a chance de o Copom acelerar o ritmo de corte de juros. Ainda projeta-se que a taxa Selic atinja 8,25% no fim de 2017 e 2018. Mas novas frustrações com a atividade econômica em um ambiente fortemente desinflacionário podem levar a um ciclo maior, especialmente se as reformas previdenciária e trabalhista forem aprovadas.

Na semana passada, a autoridade monetária iniciou a rolagem dos contratos de swap cambial com vencimento em maio, ao ritmo de 8000 contratos por dia. A autoridade monetária ofertou também 80000 contratos de swaps cambiais na quinta-feira e anunciou que vai realizar leilões diários de 40000 swaps entre 19 e 23/maio. O estoque de swaps cambiais encontra-se hoje em US$ 24 bi (Gráficos 5 e 6). O fluxo cambial foi negativo na segunda semana de maio, registrando saídas de US$ 205 mi no financeiro, e entradas de US$ 68 mi no comercial. No mês o fluxo está positivo, com entradas de US$ 502 mi (Gráficos 7 e 8). Na semana passada investidores estrangeiros diminuíram suas posições compradas em dólar futuro em US$ 1,7 bi, e investidores institucionais diminuíram suas posições vendidas em dólar futuro em US$ 1,2 bi. Posições de investidores estrangeiros, bancos e investidores institucionais somam US$ 9,9 bi, US$ 9,8 bi e US$ -3 bi, respectivamente. Apesar da queda recente do preço de commodities, o ambiente externo segue favorável para as moedas emergentes. O apetite para ativos de risco tem sido preponderante e tem dado sustentação a diferentes moedas, entre elas, o real. Internamente, as incertezas políticas sobre o encaminhamento da reforma da Previdência adicionaram volatilidade, mas não foram suficientes para provocar uma forte depreciação da moeda. A taxa de câmbio seguiu flutuando entre 3,10 e 3,20 reais por dólar ao longo do último mês. Foi revista a projeção de taxa de câmbio para 3,25 reais por dólar ao fim de 2017 (ante 3,35) e para 3,35 reais por dólar ao fim de 2018 (ante 3,45). O real não sofreu forte depreciação em meio à correção dos preços de commodities, indicando um movimento típico de apetite por ativos de maior risco. O cenário internacional deve permanecer benigno nos próximos meses, justificando a nossa revisão. Ainda assim, segue-se projetando uma taxa de câmbio ligeiramente mais depreciada do que os patamares atuais, em razão da redução do diferencial de juros (seja por queda da taxa de juros no Brasil e/ou aumento dos juros nos EUA) ao longo do ano.


Atividade industrial Segundo a Sondagem Industrial realizada pela CNI, a indústria ainda encontra dificuldades para superar a recessão econômica enfrentada pelo País. Os dados representam, de maneira geral, uma reversão dos dados positivos de março. Ressalte-se, contudo, que a intensidade desse recuo pode ser atribuída, ao menos em parte, ao grande número de feriados do mês de abril. Foram 18 dias úteis em abril de 2017, ante 23 em março. Embora seja comum uma diminuição da atividade entre os meses de março e abril, a queda registrada Indústria segue com dificuldades em 2017 foi mais intensa que a usual. Além disso, a utilização da capacidade instalada (UCI) voltou a situar-se abaixo do registrado no fraco abril de 2016 e o índice de UCI efetiva/usual mais que reverteu parte todo o aumento observado no mês anterior. As perspectivas de demanda, exportações e compras de matérias-primas para os próximos seis meses seguem positivas, mas em maio houve uma pequena redução do otimismo. Os empresários ainda esperam queda do emprego nos próximos meses. A produção industrial caiu em abril. O índice de evolução da produção voltou a ficar abaixo da linha divisória dos 50 pontos, em 41,6 pontos. A queda da produção é comum na passagem de março para abril, mas, em 2017, foi mais intensa que o usual, influenciada também pelos sucessivos feriados de abril. A atividade industrial de abril de 2017 foi inferior à registrada no mesmo mês de 2016, período em que já fora excepcionalmente fraca. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) apresentou queda na passagem de março para abril, passando de 65% para 63%. Com isso, a UCI de abril de 2017 é a menor para o mês desde o início da série histórica mensal, em 2011. Observe-se que desde dezembro de 2016 a UCI mostrava crescimento na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A UCI efetiva/usual continua inferior a 50 pontos, o que revela baixa atividade industrial. Após Produção e emprego voltam a apresentar queda da atividade industrial em abril O índice de evolução do número de empregados registrou 47,0 pontos em abril, também abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que indica queda do número de empregados na comparação com março.

A Construção civil O cenário da indústria da construção permanece difícil. Os indicadores da Sondagem Indústria da Construção continuam apontando queda da atividade e do emprego. O nível de utilização da capacidade operacional tem se mantido baixo e a atividade segue abaixo do usual. Índices de expectativas* Índices de difusão (0-100 pontos) Entretanto, os indicadores de expectativa apontam para um cenário menos negativo que o observado em 2016. Os índices se encontram próximos à linha divisória, que separa expectativa de queda e de crescimento. O indicador de expectativa do nível de atividade, inclusive, já mostra manutenção do nível de atividade nos próximos meses, ao se posicionar sobre a linha de 50 pontos. Os empresários seguem pouco propensos a investir, resultado de um cenário de fraca atividade e alta ociosidade na indústria da construção. O indicador de intenção de investimento atingiu 28,5 pontos em maio, mantendo-se em nível baixo. 2016 foi o terceiro ano consecutivo de grandes dificuldades para a indústria, o que comprometeu os planos de investimento das empresas. A demanda permaneceu baixa, o acesso ao crédito continuou desafiador e a ociosidade terminou o ano passado em nível recorde. A incerteza econômica foi apontada como principal razão para a frustração dos planos de investimento de 80% das empresas em 2016 e como a principal razão para a decisão de não investir em 2017 de 89% das empresas. Apenas 67% das empresas investiram em 2016, número sete pontos percentuais inferior ao registrado em 2015 e o menor desde o início da pesquisa, em 2010. Dessas empresas, apenas 40% realizaram seus planos de investimento como planejado – também o menor percentual desde 2010. Não se espera reversão deste quadro de crise em 2017. O percentual de empresas que pretendem investir em 2017 é 67%. A proporção é pouco maior que a registrada no final de 2015, quando 64% das empresas pretendiam investir no ano seguinte. O investimento planejado é focado principalmente em inovação de produtos e processos, visto que, em um cenário de grande ociosidade, a busca por maior competitividade aumenta. O investimento em ampliação da capacidade produtiva permanece muito baixo.


O Sistema de Índices de Preços ao Consumidor do CEEA, divulga a produção contínua e sistemática de índices de preços ao consumidor e da Cesta Básica Nacional e do CEEA, que tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). Todas estatísticas se baseiam em dados obtidos na pesquisa de preços de bens de consumo, realizada, mensalmente, pela nossa equipe de pesquisa de preços e, mensuraram o real poder de compra (custo de vida) que a comunidade da FEA (famílias de professores, alunos e funcionários) apresenta, em determinado período de tempo, no atendimento de suas necessidades de alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica, entre outros, durante um mês. Entende-se por custo de vida o total das despesas efetuadas para se manter certo padrão de vida, sendo o total dessas despesas referido à cesta mais barata dentre aquelas que refletem o mesmo padrão de vida. o padrão de vida de uma pessoa varia de acordo com o seu salário: quanto maior, melhor deverá ser o seu padrão de vida. Assim, é possível caracterizar o padrão de vida de uma pessoa pela quantidade de bens e serviços que ela consome, ou seja, pela sua cesta de compras. A cesta de compras de uma pessoa é formada pelo conjunto de mercadorias e respectivas quantidades que ela consome durante um certo período de tempo. Logo, uma cesta de compras reflete um padrão de vida. O Índice de Custo de Vida de uma pessoa mede a variação percentual que o seu salário deve sofrer de modo a permitir que ela mantenha o mesmo padrão de vida. O Índice de Preços ao Consumidor pode ser visto como uma aproximação do verdadeiro Índice de Custo de Vida, daí ser compreensível que seja popularmente chamado desta forma.


ÍNDICES, PREÇOS E CUSTOS DO CONSUMIDOR 1.

IBGE - INFLAÇÃO OFICIAL – IPCA

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA do mês de abril apresentou variação de 0,14% e ficou abaixo dos 0,25% de março em 0,11 ponto percentual (p.p.). Com isto o resultado no ano está em 1,10%, percentual bem inferior aos 3,25% de igual período de 2016. Na ótica dos últimos doze meses o índice desceu para 4,08%, menos do que os 4,57% do mês anterior, constituindo-se na menor taxa em 12 meses desde julho de 2007, quando se situou em 3,74%. Em abril de 2016, o IPCA foi 0,61%. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 30 de março a 28 de abril de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 25 de fevereiro a 29 de março de 2017 (base). Segundo o IBGE, a redução na taxa do IPCA de 0,25% para 0,14% de março para abril veio das contas de energia elétrica, mais baratas em 6,39%, além dos combustíveis, cujos preços caíram 1,95%. Com a queda nas contas, a energia, responsável pela significativa parcela de 3,5% da despesa das famílias, constituiu-se no maior impacto negativo no ranking do mês, -0,22 p.p. Os combustíveis, responsáveis por parcela ainda mais significativa, de 5,0% da despesa das famílias, vieram em seguida, com -0,10 p.p.


2.

CEEA - INFLAÇÃO (IPC/FUMEC)

O Índice de preços ao consumidor IPC-FUMEC, calculado pelo do CEEA, do mês de Abril apresentou variação de 0,69%. Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 25 a 30 de Abril de 2016 (referência) com os preços vigentes no período de 25 a 30 de Março (base).

Índice de preço ao consumidor - IPC/Fumec Grupo Variação % Índice geral Alimentos e bebidas Habitação Artigos de residência Vestuário Transportes Saúde e cuidados pessoais Despesas pessoais Educação Comunicação

0,69% -1,67% 0,32% 0,00% 2,42% 0,00% 0,34% 2,88% -0,01% 0,00%

O Índice de Preços ao Consumidor IPC/FUMEC é calculado pelo CEEA. Esse índice afere a variação dos preços da cesta de consumo dos alunos, professores e funcionários da FEA. Esse Índice mede a variação de preços (INFLAÇÃO) de um conjunto de bens e serviços de uma cesta básica, que represente as despesas e as necessidades médias de consumo habituais, dos alunos, professores e funcionários da FEA, no Campus FUMEC, localizado na Rua Cobre. Foram pesquisados hábitos de consumo desses com alimentação, artigos de residência, habitação, transportes e comunicação, vestuário, saúde e cuidados pessoais e despesas pessoais, durante o período estabelecido.


3.

CESTA BÁSICA NACIONAL

Diversos países têm buscado formas para solucionar o problema do consumo mínimo das populações. No Brasil, o primeiro passo tomado nesse sentido foi o estabelecimento de uma cesta básica regulamentada pelo Decreto-lei 399 de 1938, para execução da Lei n° 185 de 1936 (BRASIL, 1994), que instituiu as comissões de salários mínimos. A Cesta Básica Nacional está definida no Decreto Lei 399, tanto em relação aos produtos a serem pesquisados, quanto suas respectivas quantidades. Posteriormente, o salário mínimo foi regulamentado pelo decreto-lei 2162 de 1940, cujo conceito e princípios foram mantidos na Constituição Federal de 1988, Art. 7°, inc. IV. A cesta básica de alimentos é definida como o conjunto de bens que entram no consumo básico de uma família de trabalhador, variando conforme o nível de desenvolvimento social do país. A princípio, a “Ração Essencial” determinada pelo decreto-lei 399/38, é constituída dos itens e quantidades que contém a cesta básica, para atender as necessidades mensais de consumo de um trabalhador (tabela abaixo).

A pesquisa da Cesta Básica em Belo Horizonte, realizada pelo CEEA, acompanha mensalmente a evolução dos preços dos treze produtos de alimentação, assim como o gasto mensal que um trabalhador teria para comprálos, com o salário mínimo.

Veja a seguir os resultados da pesquisa CEEA do custo cesta básica nacional e do CEEA:


4. CEEA – CUSTO DA CESTA BÁSICA NACIONAL

Custo da cesta básica nacionall calculada pelo CEEA - Abril VARIAÇÃO (%) ITEM

PRODUTO

UNIDADE QUANTIDADE Preço (R$)

CUSTO (R$)

1

Chã de dentro

kg

6,00

25,98

2

Batata Inglesa

kg

6,00

4,99

3

Feijão Carioquinha

kg

4,50

4,49

4

Pão Francês

kg

6,00

15,9

5

Açucar Cristal

kg

3,00

11,78

6

Farinha de Trigo

kg

1,50

3,29

7

Café moído

kg

0,60

10,98

8

Óleo de Soja

Unidade

1,00

3,66

9

Arroz

kg

3,00

15,94

10

Leite Pasteurizado

Litro

7,50

2,68

11

Manteiga

kg

0,75

16,98

20,10 25,47

12

Banana Caturra

kg

12,00

4,99

13

Tomate Santa Cruz

kg

9,00

5,29

ANO

155,88 29,94

11,48 -

20,21 95,40

22,32 -

7,07 4,94 -

1,67 -

22,00

3,66 9,56 -

25,04 3,99

6,53 -

3,06 404,04

-

13,18

TOTAL

ACUMULADO

MENSAL

6,28 -

-

38,80 5,68 0,37 -

7,65 10,24 11,40 3,94

-

11,05

59,88 -

7,25

67,45

47,61 -

11,69

93,07

492,89 -

6,64

14,47

Índice e variações do custo da cesta básica calculado nacional pelo CEEA e do salário mínimo - Abril Cesta Básica

Variáveis Valor (R$)

IPCA

492,89

Salário Mínimo 937,00

Índice de Base Fixa (Set/16=100) No mês Variação (%)

No ano 12 meses

-

6,64

0,14

-

14,47

1,1

-

4,08

-

Relação entre o custo da cesta básica e o salário mínimo (%)

0,53

Cesta básica nacional por Entidade pesquisadora - Abril DIEESE IPEAD CEEA

397,33 417,22 492,89

12 MESES


5.

CEEA – CUSTO DA CESTA BÁSICA CEEA BELO HORIZONTE - Custo da cesta básica do CEEA - Abril VARIAÇÃO (%) ITEM

PRODUTO

UNIDADE

Qt

Preço

CUSTO

MENSAL

ACUMULADO ANO

12 MESES

Produto de sacolão 1

Alho

kg

0,2

29,99

5,998

0

2

Banana

kg

12

4,99

59,88

-7,249071

3

Batata

kg

6

4,59

27,54

12,22494

4

Cebola

kg

1

3,99

3,99

25,07837

5

Cenoura

kg

1

3,89

3,89

-15,25054

6

Chuchu

Kg

1

1,39

1,39

-22,34637

7

Couve

Unidade

1

1,59

1,59

0

8

Laranja

kg

1

3,99

3,99

-11,13586

9

Mandioca

kg

1

2,96

2,96

0

10

Ovos

Dúzia

1

6,24

6,24

4,173623

11

Repolho

Unidade

1

1,68

1,68

0

12

Tomate

kg

9

5,29

47,61

-11,68614

13

Vagem

Kg

0,3

17,99

Total

5,397

0

172,155

-4,720923 -5,680473

Produto de elaboração primaria 14

Arroz (tipo 1)

5Kg

3

15,94

9,564

15

Carne (alcatra)

kg

6

28,89

173,34

0,3125

16

Frango (resfriado)

kg

1

7,8

7,8

-29,02639

17

Feijão

kg

4,5

4,49

20,205

-22,31834

18

Leite

1L

7,5

2,68

20,1

-0,371747

231,009

-3,792349

Total

Produto industrializado 19

Açucar

5 kg

3

11,78

7,068

-1,669449

20

Biscoito maisena/maria

Pcte/200gr

1

1,99

1,99

-4,784689

21

Café

500 g

0,6

10,98

13,176

0,826446

22

Extrato tomate

340 g

1

2,39

2,39

0

23

Farinha mandioca

kg

1

6,48

6,48

-0,154083

24

Farinha de trigo

kg

1,5

3,29

4,935

-6,534091

25

Fubá

kg

0,5

2,48

1,24

0

26

Macarrão talharim

500 g

1

3,49

3,49

0

27

Manteiga

500g

0,75

16,98

25,47

0

28

Oleo soja

900ml

1

3,66

3,66

0

29

Pão frances

kg

6

15,9

95,4

0

30

Queijo mussarela

Kg

1

36,9

36,9

-7,518797

31

Sal refinado

kg

1

2,35

2,35

18,68687

32

Salsicha (comum)

Kg

1

7,98

15,96

0

33

Vinagre

750ml

1

3,9

3,9

0

224,409

-1,361283 -8,368201

Total

Material de limpeza 34

Agua sanitária

1L

1

2,19

2,19

35

Amaciante

2L

1

7,59

7,59

5,563282

36

Detergente

500 ml

1

1,64

1,64

-2,380952 0

37

Multiuso

500ml

1

3,9

3,9

38

Sabão azul (barra 200g)

Pcte c/6 und

1

5,49

5,49

0

39

Sabão em pó

Kg

1

7,98

7,98

-10,23622

28,79

-2,53893

Total

Artigos de limpeza 40

Absorvente (sem abas)

Pcte/8un

1

3,64

3,64

-1,355014

41

Creme dental (com fluor)

1

3,19

3,19

0

42

Desodorante

90 g spray 90/100ml

1

10,75

10,75

0

43

Papel higiênico (folha duplas)

Pcte c/04

1

6,6

6,6

0

44

Sabonete (branco, tablete)

90 g

1

1,99

1,99

33,55705

Total

26,17

1,749611

CESTA BÁSICA

682,53

-2,989485

Índice e variações do custo da cesta básica CEEA e do salário mínimo - Abril Cesta Básica

Variáveis Valor (R$)

IPCA

682,53

Salário Mínimo 937,00

Índice de Base Fixa (Set/16=100) Variação (%)

No mês

-

2,99

0,14

-

No ano

1,1

-

12 meses

4,08

-

Relação entre o custo da cesta básica e o salário mínimo (%)

0,73


INDICADORES ECONÔMICOS E DE MERCADO



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